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Teníase/Cisticercose 1. Aspectos Epidemiológicos O complexo Teníase/Cisticercose constitui-se de duas entidades mórbidas distintas, causadas pela mesma espécie de cestódio, em fases diferentes do seu ciclo de vida. A teníase é provocada pela presença da forma adulta da Taenia solium ou da Taenia saginata, no intestino delgado do homem. A cisticercose é uma entidade clínica provocada pela presença da forma larvária nos tecidos de suínos, bovinos ou do homem. · Agente Etiológico: Taenia solium e a Taenia saginata pertencem à classe Cestoidea, ordem Cyclophillidea, família Taenidae e gênero Taenia. Na forma larvária (Cysticercus cellulosae _ T. solium e Cysticercus bovis _ T. saginata) causam a teníase. Na forma de ovo a Taenia saginata desenvolve a cisticercose no bovino, e a Taenia solium no suíno ou no homem. · Reservatório e Fonte de Infecção: o homem é o único hospedeiro definitivo da forma adulta da Taenia solium e da Taenia saginata. O suíno ou o bovino são os hospedeiros intermediários (por apresentarem a forma larvária nos seus tecidos). · Modo de Transmissão: o homem que tem teníase, ao evacuar a céu aberto, contamina o meio ambiente com ovos eliminados nas fezes, o suíno ou o bovino ao ingerirem fezes humanas (direta ou indiretamente), contendo ovos de Taenia solium ou Taenia saginata, adquirem a cisticercose. Ao alimentar-se com carne suína ou bovina, mal cozida, contendo cisticercos, o homem adquire a teníase. A cisticercose humana é transmitida através das mãos, da água e de alimentos contaminados com ovos de Taenia solium. · Período de Incubação: o período de incubação para a cisticercose humana pode variar de 15 dias a muitos anos após a infecção. Para a teníase, após a ingestão da larva, em aproximadamente três meses, já se tem o parasita adulto no intestino delgado humano. · Período de Transmissibilidade: os ovos de Taenia solium e de Taenia saginata podem permanecer viáveis por vários meses no meio ambiente, principalmente em presença de umidade. · Susceptibilidade e Imunidade: a susceptibilidade é geral. Tem-se observado que a presença de uma espécie de Taenia garante certa imunidade, pois dificilmente um indivíduo apresenta mais de um exemplar da mesma espécie no seu intestino; porém não existem muitos estudos abordando este aspecto da infestação. · Distribuição, Morbidade , Mortalidade e Letalidade: a América Latina tem sido apontada por vários autores como área de prevalência elevada. Schenone et al (1982) relataram a existência de neurocisticercose em 18 países latino-americanos, com uma estimativa de 350.000 pacientes. A situação da cisticercose suína nas Américas não está bem documentada. O abate clandestino de suínos, sem inspeção e controle sanitário, é muito elevado na maioria dos países da América Latina e Caribe, sendo a causa fundamental a falta de notificação (OPS - 1994). No Brasil, a cisticercose tem sido cada vez mais diagnosticada, principalmente nas regiões Sul e Sudeste, tanto em serviços de neurologia e neurocirurgia quanto em estudos anatomopatológicos (Pupo et al - 1945/46; Brotto - 1947; Spina-França - 1956; Canelas - 1962; Lima - 1966; Takayanagui - 1980, 1987; Vianna et al - 1986, 1990; Arruda et al - 1990; Silva - 1993; Silva et - 1994; Agapejev - 1994; Tavares - 1994; Costa-Cruz et al - 1995). A baixa ocorrência de cisticercose em algumas áreas do Brasil, como por exemplo nas regiões Norte e Nordeste, pode ser explicada pela falta de notificação ou porque o tratamento realizado em grandes centros, como São Paulo, Curitiba, Brasília e Rio de Janeiro, dificultam a identificação da procedência do local da infecção. Segundo dados da Fundação Nacional de Saúde/Centro Nacional de Epidemiologia (FNS/CENEPI 1993), o Brasil registrou um total de 937 óbitos por cisticercose no período de 1980 a 1989. Até o momento não existem dados disponíveis para que se possa definir a letalidade do agravo. Aspectos Clínicos · Descrição: o complexo teníase/cisticercose é uma zoonose e manifesta-se no homem sob duas formas clínicas: Parasitose intestinal - Teníase: causa retardo no crescimento e no desenvolvimento das crianças, e baixa produtividade no adulto. A sintomatologia mais freqüente são dores abdominais, náuseas, debilidade, perda de peso, flatulência, diarréia ou constipação. O prognóstico, é bom. Excepcionalmente é causa de complicações cirúrgicas, resultantes do tamanho do parasita ou de sua penetração em estruturas do aparelho digestivo tais como apêndice, colédoco e ducto pancreático. Parasitose extra-intestinal - Cisticercose: infecção causada pela forma larvária da Taenia solium cujas manifestações clínicas estão na dependência da localização, tipo morfológico, número e fase de desenvolvimento dos cisticercos e da resposta imunológica do hospedeiro. Da conjunção destes fatores resulta um quadro pleomórfico, com uma multiplicidade de sinais e sintomas neurológicos (Trelles & Lazarte - 1940; Pupo et al - 1945/46; Brotto - 1947; De la Riva - 1957; Canelas - 1962; Lima - 1966; Takayanagui - 1980; 1987), inexistindo um quadro patognomônico. A localização no sistema nervoso central é a forma mais grave desta zoonose, podendo existir também nas formas oftálmica, subcutânea e muscular (como o tecido cardíaco). As manifestações clínicas variam desde a simples presença de cisticerco subcutâneo até graves distúrbios neuropsiquiátricos (convulsões epileptiformes, hipertensão intracraniana, quadros psiquiátricos como demência ou loucura), com seqüelas graves e óbito. Tratamento:
o tratamento da teníase poderá ser feito através das
drogas: Mebendazol, Niclosamida ou Clorossalicilamida,
Praziquantel, Albendazol. Com relação à cisticercose, até
há pouco mais de uma década e meia, a terapêutica medicamentosa
da neurocisticercose era restrita ao tratamento sintomático.
Atualmente, praziquantel e albendazol têm sido considerados
eficazes na terapêutica etiológica da neurocisticercose. (TAKAYANAGUI
- 1987; 1990-b). Há questionamentos sobre a eficácia das drogas
parasiticidas na localização cisternal ou intraventricular e na
forma racemosa, recomendando-se, como melhor opção, a extirpação
cirúrgica, quando exeqüível (COLLI - 1996; COLLI et al -
1994-b; TAKAYANAGUI - 1990-b; 1994). Levando-se em consideração
as incertezas quanto ao benefício, a falibilidade e os riscos da
terapêutica farmacológica, a verdadeira solução da
neurocisticercose está colocada primordialmente nas medidas de
prevenção da infestação (OPS - 1994). Medidas de Controle · Trabalho Educativo da População: como uma das medidas mais eficazes no controle da teníase/cisticercose deve ser promovido extenso e permanente trabalho educativo da população nas escolas e nas comunidades. A aplicação prática dos princípios básicos de higiene pessoal e o conhecimento dos principais meios de contaminação constituem medidas importantes de profilaxia. O trabalho educativo da população deve visar à conscientização, ou seja, ao corte dos hábitos e costumes inadequados e à adoção de novos, mais saudáveis, por opção pessoal. · Bloqueio de Foco do Complexo Teníase/Cisticercose: o foco do complexo teníase/cisticercose pode ser definido como sendo a unidade habitacional com pelo menos: a. nos indivíduos com sorologia positiva para cisticercose; b. um indivíduo com teníase; c. um indidíduo eliminando proglótides; d. um indivíduo com sintomas neurológicos suspeitos de cisticercose;
e.
Serão incluídos no mesmo foco outros núcleos familiares que tenham tido contato de risco de contaminação. Uma vez identificado o foco, os indivíduos deverão receber tratamento com medicamento específico. · Fiscalização da Carne: essa medida visa reduzir ao menor nível possível a comercialização ou o consumo de carne contaminada por cisticercos e orientar o produtor sobre medidas de aproveitamento da carcaça (salga, congelamento, graxaria, conforme a intensidade da infecção) reduzindo a perda financeira, com segurança para o consumidor. · Fiscalização de Produtos de Origem Vegetal: a irrigação de hortas e pomares com água de rios e córregos que recebem esgoto deve ser coibida através de rigorosa fiscalização, evitando a comercialização ou o uso de vegetais contaminados por ovos de Taenia. · Cuidados na Suinocultura: o acesso do suíno às fezes humanas e à água e alimentos contaminados com material fecal deve ser coibido: esta é a forma de evitar a cisticercose suína. · Isolamento: para os indivíduos com cisticercose ou portadores de teníase, não há necessidade de isolamento. Para os portadores de teníase, entretanto, recomenda-se medidas para evitar a sua propagação: tratamento específico, higiene adequada das mãos, deposição dos dejetos garantindo a não contaminação do meio ambiente. Fonte: http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/cisticercose/ |
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