Gênesis 1
1. No
princípio criou Deus os céus e a terra.
2. A terra era sem forma e
vazia; e havia trevas sobre a face do abismo, mas o Espírito de Deus pairava
sobre a face das águas.
3. Disse Deus: haja luz. E houve
luz.
4. Viu Deus que a luz era boa; e fez separação entre a luz e as
trevas.
5. E Deus chamou à luz dia, e às trevas noite. E foi a tarde e
a manhã, o dia primeiro.
6. E disse Deus: haja um firmamento no meio
das águas, e haja separação entre águas e águas.
7. Fez, pois, Deus o
firmamento, e separou as águas que estavam debaixo do firmamento das que estavam
por cima do firmamento. E assim foi.
8. Chamou Deus ao firmamento céu.
E foi a tarde e a manhã, o dia segundo.
9. E disse Deus: Ajuntem-se
num só lugar as águas que estão debaixo do céu, e apareça o elemento seco. E
assim foi.
10. Chamou Deus ao elemento seco terra, e ao ajuntamento
das águas mares. E viu Deus que isso era bom.
11. E disse Deus:
Produza a terra relva, ervas que dêem semente, e árvores frutíferas que, segundo
as suas espécies, dêem fruto que tenha em si a sua semente, sobre a terra. E
assim foi.
12. A terra, pois, produziu relva, ervas que davam semente
segundo as suas espécies, e árvores que davam fruto que tinha em si a sua
semente, segundo as suas espécies. E viu Deus que isso era bom.
13. E
foi a tarde e a manhã, o dia terceiro.
14. E disse Deus: haja
luminares no firmamento do céu, para fazerem separação entre o dia e a noite;
sejam eles para sinais e para estações, e para dias e anos;
15. e
sirvam de luminares no firmamento do céu, para alumiar a terra. E assim
foi.
16. Deus, pois, fez os dois grandes luminares: o luminar maior
para governar o dia, e o luminar menor para governar a noite; fez também as
estrelas.
17. E Deus os pôs no firmamento do céu para alumiar a
terra,
18. para governar o dia e a noite, e para fazer separação entre
a luz e as trevas. E viu Deus que isso era bom.
19. E foi a tarde e a
manhã, o dia quarto.
20. E disse Deus: Produzam as águas cardumes de
seres viventes; e voem as aves acima da terra no firmamento do
céu.
21. Criou, pois, Deus os monstros marinhos, e todos os seres
viventes que se arrastavam, os quais as águas produziram abundantemente segundo
as suas espécies; e toda ave que voa, segundo a sua espécie. E viu Deus que isso
era bom.
22. Então Deus os abençoou, dizendo: Frutificai e
multiplicai-vos, e enchei as águas dos mares; e multipliquem-se as aves sobre a
terra.
23. E foi a tarde e a manhã, o dia quinto.
24. E
disse Deus: Produza a terra seres viventes segundo as suas espécies: animais
domésticos, répteis, e animais selvagens segundo as suas espécies. E assim
foi.
25. Deus, pois, fez os animais selvagens segundo as suas
espécies, e os animais domésticos segundo as suas espécies, e todos os répteis
da terra segundo as suas espécies. E viu Deus que isso era bom.
26. E
disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; domine
ele sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre os animais domésticos, e
sobre toda a terra, e sobre todo réptil que se arrasta sobre a
terra.
27. Criou, pois, Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o
criou; homem e mulher os criou.
28. Então Deus os abençoou e lhes
disse: Frutificai e multiplicai-vos; enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre
os peixes do mar, sobre as aves do céu e sobre todos os animais que se arrastam
sobre a terra.
29. Disse-lhes mais: Eis que vos tenho dado todas as
ervas que produzem semente, as quais se acham sobre a face de toda a terra, bem
como todas as árvores em que há fruto que dê semente; ser-vos-ão para
mantimento.
30. E a todos os animais da terra, a todas as aves do céu
e a todo ser vivente que se arrasta sobre a terra, tenho dado todas as ervas
verdes como mantimento. E assim foi.
31. E viu Deus tudo quanto
fizera, e eis que era muito bom. E foi a tarde e a manhã, o dia
sexto.
[Gênesis 2]Gênesis 2
1.
Assim foram acabados os céus e a terra, com todo o seu exército.
2.
Ora, havendo Deus completado no dia sétimo a obra que tinha feito, descansou
nesse dia de toda a obra que fizera.
3. Abençoou Deus o sétimo dia, e
o santificou; porque nele descansou de toda a sua obra que criara e
fizera.
4. Eis as origens dos céus e da terra, quando foram criados.
No dia em que o Senhor Deus fez a terra e os céus
5. não havia ainda
nenhuma planta do campo na terra, pois nenhuma erva do campo tinha ainda
brotado; porque o Senhor Deus não tinha feito chover sobre a terra, nem havia
homem para lavrar a terra.
6. Um vapor, porém, subia da terra, e
regava toda a face da terra.
7. E formou o Senhor Deus o homem do pó
da terra, e soprou-lhe nas narinas o fôlego da vida; e o homem tornou-se alma
vivente.
8. Então plantou o Senhor Deus um jardim, da banda do
oriente, no Éden; e pôs ali o homem que tinha formado.
9. E o Senhor
Deus fez brotar da terra toda qualidade de árvores agradáveis à vista e boas
para comida, bem como a árvore da vida no meio do jardim, e a árvore do
conhecimento do bem e do mal.
10. E saía um rio do Éden para regar o
jardim; e dali se dividia e se tornava em quatro braços.
11. O nome do
primeiro é Pisom: este é o que rodeia toda a terra de Havilá, onde há
ouro;
12. e o ouro dessa terra é bom: ali há o bdélio, e a pedra de
berilo.
13. O nome do segundo rio é Giom: este é o que rodeia toda a
terra de Cuche.
14. O nome do terceiro rio é Tigre: este é o que corre
pelo oriente da Assíria. E o quarto rio é o Eufrates.
15. Tomou, pois,
o Senhor Deus o homem, e o pôs no jardim do Éden para o lavrar e
guardar.
16. Ordenou o Senhor Deus ao homem, dizendo: De toda árvore
do jardim podes comer livremente;
17. mas da árvore do conhecimento do
bem e do mal, dessa não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente
morrerás.
18. Disse mais o Senhor Deus: Não é bom que o homem esteja
só; far-lhe-ei uma ajudadora que lhe seja idônea.
19. Da terra formou,
pois, o Senhor Deus todos os animais o campo e todas as aves do céu, e os trouxe
ao homem, para ver como lhes chamaria; e tudo o que o homem chamou a todo ser
vivente, isso foi o seu nome.
20. Assim o homem deu nomes a todos os
animais domésticos, às aves do céu e a todos os animais do campo; mas para o
homem não se achava ajudadora idônea.
21. Então o Senhor Deus fez cair
um sono pesado sobre o homem, e este adormeceu; tomou-lhe, então, uma das
costelas, e fechou a carne em seu lugar;
22. e da costela que o senhor
Deus lhe tomara, formou a mulher e a trouxe ao homem.
23. Então disse
o homem: Esta é agora osso dos meus ossos, e carne da minha carne; ela será
chamada varoa, porquanto do varão foi tomada.
24. Portanto deixará o
homem a seu pai e a sua mãe, e unir-se-á à sua mulher, e serão uma só
carne.
25. E ambos estavam nus, o homem e sua mulher; e não se
envergonhavam.
[Gênesis 3]Gênesis
3
1. Ora, a serpente era o mais astuto de todos os
animais do campo, que o Senhor Deus tinha feito. E esta disse à mulher: É assim
que Deus disse: Não comereis de toda árvore do jardim?
2. Respondeu a
mulher à serpente: Do fruto das árvores do jardim podemos comer,
3.
mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Não comereis
dele, nem nele tocareis, para que não morrais.
4. Disse a serpente à
mulher: Certamente não morrereis.
5. Porque Deus sabe que no dia em
que comerdes desse fruto, vossos olhos se abrirão, e sereis como Deus,
conhecendo o bem e o mal.
6. Então, vendo a mulher que aquela árvore
era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar
entendimento, tomou do seu fruto, comeu, e deu a seu marido, e ele também
comeu.
7. Então foram abertos os olhos de ambos, e conheceram que
estavam nus; pelo que coseram folhas de figueira, e fizeram para si
aventais.
8. E, ouvindo a voz do Senhor Deus, que passeava no jardim à
tardinha, esconderam-se o homem e sua mulher da presença do Senhor Deus, entre
as árvores do jardim.
9. Mas chamou o Senhor Deus ao homem, e
perguntou-lhe: Onde estás?
10. Respondeu-lhe o homem: Ouvi a tua voz
no jardim e tive medo, porque estava nu; e escondi-me.
11. Deus
perguntou-lhe mais: Quem te mostrou que estavas nu? Comeste da árvore de que te
ordenei que não comesses?
12. Ao que respondeu o homem: A mulher que
me deste por companheira deu-me a árvore, e eu comi.
13. Perguntou o
Senhor Deus à mulher: Que é isto que fizeste? Respondeu a mulher: A serpente
enganou-me, e eu comi.
14. Então o Senhor Deus disse à serpente:
Porquanto fizeste isso, maldita serás tu dentre todos os animais domésticos, e
dentre todos os animais do campo; sobre o teu ventre andarás, e pó comerás todos
os dias da tua vida.
15. Porei inimizade entre ti e a mulher, e entre
a tua descendência e a sua descendência; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe
ferirás o calcanhar.
16. E à mulher disse: Multiplicarei grandemente a
dor da tua conceição; em dor darás à luz filhos; e o teu desejo será para o teu
marido, e ele te dominará.
17. E ao homem disse: Porquanto deste
ouvidos à voz de tua mulher, e comeste da árvore de que te ordenei dizendo: Não
comerás dela; maldita é a terra por tua causa; em fadiga comerás dela todos os
dias da tua vida.
18. Ela te produzirá espinhos e abrolhos; e comerás
das ervas do campo.
19. Do suor do teu rosto comerás o teu pão, até
que tornes à terra, porque dela foste tomado; porquanto és pó, e ao pó
tornarás.
20. Chamou Adão à sua mulher Eva, porque era a mãe de todos
os viventes.
21. E o Senhor Deus fez túnicas de peles para Adão e sua
mulher, e os vestiu.
22. Então disse o Senhor Deus: Eis que o homem se
tem tornado como um de nós, conhecendo o bem e o mal. Ora, não suceda que
estenda a sua mão, e tome também da árvore da vida, e coma e viva
eternamente.
23. O Senhor Deus, pois, o lançou fora do jardim do Éden
para lavrar a terra, de que fora tomado.
24. E havendo lançado fora o
homem, pôs ao oriente do jardim do Éden os querubins, e uma espada flamejante
que se volvia por todos os lados, para guardar o caminho da árvore da
vida.
[Gênesis 4]Gênesis 4
1.
Conheceu Adão a Eva, sua mulher; ela concebeu e, tendo dado à luz a Caim, disse:
Alcancei do Senhor um varão.
2. Tornou a dar à luz a um filho-a seu
irmão Abel. Abel foi pastor de ovelhas, e Caim foi lavrador da
terra.
3. Ao cabo de dias trouxe Caim do fruto da terra uma oferta ao
Senhor.
4. Abel também trouxe dos primogênitos das suas ovelhas, e da
sua gordura. Ora, atentou o Senhor para Abel e para a sua oferta,
5.
mas para Caim e para a sua oferta não atentou. Pelo que irou-se Caim fortemente,
e descaiu-lhe o semblante.
6. Então o Senhor perguntou a Caim: Por que
te iraste? e por que está descaído o teu semblante?
7. Porventura se
procederes bem, não se há de levantar o teu semblante? e se não procederes bem,
o pecado jaz à porta, e sobre ti será o seu desejo; mas sobre ele tu deves
dominar.
8. Falou Caim com o seu irmão Abel. E, estando eles no campo,
Caim se levantou contra o seu irmão Abel, e o matou.
9. Perguntou,
pois, o Senhor a Caim: Onde está Abel, teu irmão? Respondeu ele: Não sei; sou eu
o guarda do meu irmão?
10. E disse Deus: Que fizeste? A voz do sangue
de teu irmão está clamando a mim desde a terra.
11. Agora maldito és
tu desde a terra, que abriu a sua boca para da tua mão receber o sangue de teu
irmão.
12. Quando lavrares a terra, não te dará mais a sua força;
fugitivo e vagabundo serás na terra.
13. Então disse Caim ao Senhor: É
maior a minha punição do que a que eu possa suportar.
14. Eis que hoje
me lanças da face da terra; também da tua presença ficarei escondido; serei
fugitivo e vagabundo na terra; e qualquer que me encontrar
matar-me-á.
15. O Senhor, porém, lhe disse: Portanto quem matar a
Caim, sete vezes sobre ele cairá a vingança. E pôs o Senhor um sinal em Caim,
para que não o ferisse quem quer que o encontrasse.
16. Então saiu
Caim da presença do Senhor, e habitou na terra de Node, ao oriente do
Éden.
17. Conheceu Caim a sua mulher, a qual concebeu, e deu à luz a
Enoque. Caim edificou uma cidade, e lhe deu o nome do filho,
Enoque.
18. A Enoque nasceu Irade, e Irade gerou a Meujael, e Meujael
gerou a Metusael, e Metusael gerou a Lameque.
19. Lameque tomou para
si duas mulheres: o nome duma era Ada, e o nome da outra Zila.
20. E
Ada deu à luz a Jabal; este foi o pai dos que habitam em tendas e possuem
gado.
21. O nome do seu irmão era Jubal; este foi o pai de todos os
que tocam harpa e flauta.
22. A Zila também nasceu um filho,
Tubal-Caim, fabricante de todo instrumento cortante de cobre e de ferro; e a
irmã de Tubal-Caim foi Naamá.
23. Disse Lameque a suas mulheres: Ada e
Zila, ouvi a minha voz; escutai, mulheres de Lameque, as minhas palavras; pois
matei um homem por me ferir, e um mancebo por me pisar.
24. Se Caim há
de ser vingado sete vezes, com certeza Lameque o será setenta e sete
vezes.
25. Tornou Adão a conhecer sua mulher, e ela deu à luz um
filho, a quem pôs o nome de Sete; porque, disse ela, Deus me deu outro filho em
lugar de Abel; porquanto Caim o matou.
26. A Sete também nasceu um
filho, a quem pôs o nome de Enos. Foi nesse tempo, que os homens começaram a
invocar o nome do Senhor.
[Gênesis 5]Gênesis
5
1. Este é o livro das gerações de Adão. No dia em que
Deus criou o homem, à semelhança de Deus o fez.
2. Homem e mulher os
criou; e os abençoou, e os chamou pelo nome de homem, no dia em que foram
criados.
3. Adão viveu cento e trinta anos, e gerou um filho à sua
semelhança, conforme a sua imagem, e pôs-lhe o nome de Sete.
4. E
foram os dias de Adão, depois que gerou a Sete, oitocentos anos; e gerou filhos
e filhas.
5. Todos os dias que Adão viveu foram novecentos e trinta
anos; e morreu.
6. Sete viveu cento e cinco anos, e gerou a
Enos.
7. Viveu Sete, depois que gerou a Enos, oitocentos e sete anos;
e gerou filhos e filhas.
8. Todos os dias de Sete foram novecentos e
doze anos; e morreu.
9. Enos viveu noventa anos, e gerou a
Quenã.
10. viveu Enos, depois que gerou a Quenã, oitocentos e quinze
anos; e gerou filhos e filhas.
11. Todos os dias de Enos foram
novecentos e cinco anos; e morreu.
12. Quenã viveu setenta anos, e
gerou a Maalalel.
13. Viveu Quenã, depois que gerou a Maalalel,
oitocentos e quarenta anos, e gerou filhos e filhas.
14. Todos os dias
de Quenã foram novecentos e dez anos; e morreu.
15. Maalalel viveu
sessenta e cinco anos, e gerou a Jarede.
16. Viveu Maalalel, depois
que gerou a Jarede, oitocentos e trinta anos; e gerou filhos e
filhas.
17. Todos os dias de Maalalel foram oitocentos e noventa e
cinco anos; e morreu.
18. Jarede viveu cento e sessenta e dois anos, e
gerou a Enoque.
19. Viveu Jarede, depois que gerou a Enoque,
oitocentos anos; e gerou filhos e filhas.
20. Todos os dias de Jarede
foram novecentos e sessenta e dois anos; e morreu.
21. Enoque viveu
sessenta e cinco anos, e gerou a Matusalém.
22. Andou Enoque com Deus,
depois que gerou a Matusalém, trezentos anos; e gerou filhos e
filhas.
23. Todos os dias de Enoque foram trezentos e sessenta e cinco
anos;
24. Enoque andou com Deus; e não apareceu mais, porquanto Deus o
tomou.
25. Matusalém viveu cento e oitenta e sete anos, e gerou a
Lameque.
26. Viveu Matusalém, depois que gerou a Lameque, setecentos e
oitenta e dois anos; e gerou filhos e filhas.
27. Todos os dias de
Matusalém foram novecentos e sessenta e nove anos; e morreu.
28.
Lameque viveu cento e oitenta e dois anos, e gerou um filho,
29. a
quem chamou Noé, dizendo: Este nos consolará acerca de nossas obras e do
trabalho de nossas mãos, os quais provêm da terra que o Senhor
amaldiçoou.
30. Viveu Lameque, depois que gerou a Noé, quinhentos e
noventa e cinco anos; e gerou filhos e filhas.
31. Todos os dias de
Lameque foram setecentos e setenta e sete anos; e morreu.
32. E era
Noé da idade de quinhentos anos; e gerou Noé a Sem, Cão e Jafé.
[Gênesis
6]Gênesis 6
1. Sucedeu que, quando os
homens começaram a multiplicar-se sobre a terra, e lhes nasceram
filhas,
2. viram os filhos de Deus que as filhas dos homens eram
formosas; e tomaram para si mulheres de todas as que escolheram.
3.
Então disse o Senhor: O meu Espírito não permanecerá para sempre no homem,
porquanto ele é carne, mas os seus dias serão cento e vinte anos.
4.
Naqueles dias estavam os nefilins na terra, e também depois, quando os filhos de
Deus conheceram as filhas dos homens, as quais lhes deram filhos. Esses nefilins
eram os valentes, os homens de renome, que houve na antigüidade.
5.
Viu o Senhor que era grande a maldade do homem na terra, e que toda a imaginação
dos pensamentos de seu coração era má continuamente.
6. Então
arrependeu-se o Senhor de haver feito o homem na terra, e isso lhe pesou no
coração
7. E disse o Senhor: Destruirei da face da terra o homem que
criei, tanto o homem como o animal, os répteis e as aves do céu; porque me
arrependo de os haver feito.
8. Noé, porém, achou graça aos olhos do
Senhor.
9. Estas são as gerações de Noé. Era homem justo e perfeito em
suas gerações, e andava com Deus.
10. Gerou Noé três filhos: Sem, Cão
e Jafé.
11. A terra, porém, estava corrompida diante de Deus, e cheia
de violência.
12. Viu Deus a terra, e eis que estava corrompida;
porque toda a carne havia corrompido o seu caminho sobre a terra.
13.
Então disse Deus a Noé: O fim de toda carne é chegado perante mim; porque a
terra está cheia da violência dos homens; eis que os destruirei juntamente com a
terra.
14. Faze para ti uma arca de madeira de gôfer: farás
compartimentos na arca, e a revestirás de betume por dentro e por
fora.
15. Desta maneira a farás: o comprimento da arca será de
trezentos côvados, a sua largura de cinqüenta e a sua altura de
trinta.
16. Farás na arca uma janela e lhe darás um côvado de altura;
e a porta da arca porás no seu lado; fá-la-ás com andares, baixo, segundo e
terceiro.
17. Porque eis que eu trago o dilúvio sobre a terra, para
destruir, de debaixo do céu, toda a carne em que há espírito de vida; tudo o que
há na terra expirará.
18. Mas contigo estabelecerei o meu pacto;
entrarás na arca, tu e contigo teus filhos, tua mulher e as mulheres de teus
filhos.
19. De tudo o que vive, de toda a carne, dois de cada espécie,
farás entrar na arca, para os conservares vivos contigo; macho e fêmea
serão.
20. Das aves segundo as suas espécies, do gado segundo as suas
espécies, de todo réptil da terra segundo as suas espécies, dois de cada espécie
virão a ti, para os conservares em vida.
21. Leva contigo de tudo o
que se come, e ajunta-o para ti; e te será para alimento, a ti e a
eles.
22. Assim fez Noé; segundo tudo o que Deus lhe mandou, assim o
fez.
[Gênesis 7]Gênesis 7
1.
Depois disse o Senhor a Noé: Entra na arca, tu e toda a tua casa, porque tenho
visto que és justo diante de mim nesta geração.
2. De todos os animais
limpos levarás contigo sete e sete, o macho e sua fêmea; mas dos animais que não
são limpos, dois, o macho e sua fêmea;
3. também das aves do céu sete
e sete, macho e fêmea, para se conservar em vida sua espécie sobre a face de
toda a terra.
4. Porque, passados ainda sete dias, farei chover sobre
a terra quarenta dias e quarenta noites, e exterminarei da face da terra todas
as criaturas que fiz.
5. E Noé fez segundo tudo o que o Senhor lhe
ordenara.
6. Tinha Noé seiscentos anos de idade, quando o dilúvio veio
sobre a terra.
7. Noé entrou na arca com seus filhos, sua mulher e as
mulheres de seus filhos, por causa das águas do dilúvio.
8. Dos
animais limpos e dos que não são limpos, das aves, e de todo réptil sobre a
terra,
9. entraram dois a dois para junto de Noé na arca, macho e
fêmea, como Deus ordenara a Noé.
10. Passados os sete dias, vieram
sobre a terra as águas do dilúvio.
11. No ano seiscentos da vida de
Noé, no mês segundo, aos dezessete dias do mês, romperam-se todas as fontes do
grande abismo, e as janelas do céu se abriram,
12. e caiu chuva sobre
a terra quarenta dias e quarenta noites.
13. Nesse mesmo dia entrou
Noé na arca, e juntamente com ele seus filhos Sem, Cão e Jafé, como também sua
mulher e as três mulheres de seus filhos,
14. e com eles todo animal
segundo a sua espécie, todo o gado segundo a sua espécie, todo réptil que se
arrasta sobre a terra segundo a sua espécie e toda ave segundo a sua espécie,
pássaros de toda qualidade.
15. Entraram para junto de Noé na arca,
dois a dois de toda a carne em que havia espírito de vida.
16. E os
que entraram eram macho e fêmea de toda a carne, como Deus lhe tinha ordenado; e
o Senhor o fechou dentro.
17. Veio o dilúvio sobre a terra durante
quarenta dias; e as águas cresceram e levantaram a arca, e ela se elevou por
cima da terra.
18. Prevaleceram as águas e cresceram grandemente sobre
a terra; e a arca vagava sobre as águas.
19. As águas prevaleceram
excessivamente sobre a terra; e todos os altos montes que havia debaixo do céu
foram cobertos.
20. Quinze côvados acima deles prevaleceram as águas;
e assim foram cobertos.
21. Pereceu toda a carne que se movia sobre a
terra, tanto ave como gado, animais selvagens, todo réptil que se arrasta sobre
a terra, e todo homem.
22. Tudo o que tinha fôlego do espírito de vida
em suas narinas, tudo o que havia na terra seca, morreu.
23. Assim
foram exterminadas todas as criaturas que havia sobre a face da terra, tanto o
homem como o gado, o réptil, e as aves do céu; todos foram exterminados da
terra; ficou somente Noé, e os que com ele estavam na arca.
24. E
prevaleceram as águas sobre a terra cento e cinqüenta dias.
[Gênesis
8]Gênesis 8
1. Deus lembrou-se de Noé,
de todos os animais e de todo o gado, que estavam com ele na arca; e Deus fez
passar um vento sobre a terra, e as águas começaram a diminuir.
2.
Cerraram-se as fontes do abismo e as janelas do céu, e a chuva do céu se
deteve;
3. as águas se foram retirando de sobre a terra; no fim de
cento e cinqüenta dias começaram a minguar.
4. No sétimo mês, no dia
dezessete do mês, repousou a arca sobre os montes de Arará.
5. E as
águas foram minguando até o décimo mês; no décimo mês, no primeiro dia do mês,
apareceram os cumes dos montes.
6. Ao cabo de quarenta dias, abriu Noé
a janela que havia feito na arca;
7. soltou um corvo que, saindo, ia e
voltava até que as águas se secaram de sobre a terra.
8. Depois soltou
uma pomba, para ver se as águas tinham minguado de sobre a face da
terra;
9. mas a pomba não achou onde pousar a planta do pé, e voltou a
ele para a arca; porque as águas ainda estavam sobre a face de toda a terra; e
Noé, estendendo a mão, tomou-a e a recolheu consigo na arca.
10.
Esperou ainda outros sete dias, e tornou a soltar a pomba fora da
arca.
11. À tardinha a pomba voltou para ele, e eis no seu bico uma
folha verde de oliveira; assim soube Noé que as águas tinham minguado de sobre a
terra.
12. Então esperou ainda outros sete dias, e soltou a pomba; e
esta não tornou mais a ele.
13. No ano seiscentos e um, no mês
primeiro, no primeiro dia do mês, secaram-se as águas de sobre a terra. Então
Noé tirou a cobertura da arca: e olhou, e eis que a face a terra estava
enxuta.
14. No segundo mês, aos vinte e sete dias do mês, a terra
estava seca.
15. Então falou Deus a Noé, dizendo:
16. Sai da
arca, tu, e juntamente contigo tua mulher, teus filhos e as mulheres de teus
filhos.
17. Todos os animais que estão contigo, de toda a carne, tanto
aves como gado e todo réptil que se arrasta sobre a terra, traze-os para fora
contigo; para que se reproduzam abundantemente na terra, frutifiquem e se
multipliquem sobre a terra.
18. Então saiu Noé, e com ele seus filhos,
sua mulher e as mulheres de seus filhos;
19. todo animal, todo réptil
e toda ave, tudo o que se move sobre a terra, segundo as suas famílias, saiu da
arca.
20. Edificou Noé um altar ao Senhor; e tomou de todo animal
limpo e de toda ave limpa, e ofereceu holocaustos sobre o altar.
21.
Sentiu o Senhor o suave cheiro e disse em seu coração: Não tornarei mais a
amaldiçoar a terra por causa do homem; porque a imaginação do coração do homem é
má desde a sua meninice; nem tornarei mais a ferir todo vivente, como acabo de
fazer.
22. Enquanto a terra durar, não deixará de haver sementeira e
ceifa, frio e calor, verão e inverno, dia e noite.
[Gênesis 9]Gênesis 9
1. Abençoou Deus a Noé e a seus
filhos, e disse-lhes: Frutificai e multiplicai-vos, e enchei a
terra.
2. Terão medo e pavor de vós todo animal da terra, toda ave do
céu, tudo o que se move sobre a terra e todos os peixes do mar; nas vossas mãos
são entregues.
3. Tudo quanto se move e vive vos servirá de
mantimento, bem como a erva verde; tudo vos tenho dado.
4. A carne,
porém, com sua vida, isto é, com seu sangue, não comereis.
5.
Certamente requererei o vosso sangue, o sangue das vossas vidas; de todo animal
o requererei; como também do homem, sim, da mão do irmão de cada um requererei a
vida do homem.
6. Quem derramar sangue de homem, pelo homem terá o seu
sangue derramado; porque Deus fez o homem à sua imagem.
7. Mas vós
frutificai, e multiplicai-vos; povoai abundantemente a terra, e multiplicai-vos
nela.
8. Disse também Deus a Noé, e a seus filhos com
ele:
9. Eis que eu estabeleço o meu pacto convosco e com a vossa
descendência depois de vós,
10. e com todo ser vivente que convosco
está: com as aves, com o gado e com todo animal da terra; com todos os que
saíram da arca, sim, com todo animal da terra.
11. Sim, estabeleço o
meu pacto convosco; não será mais destruída toda a carne pelas águas do dilúvio;
e não haverá mais dilúvio, para destruir a terra.
12. E disse Deus:
Este é o sinal do pacto que firmo entre mim e vós e todo ser vivente que está
convosco, por gerações perpétuas:
13. O meu arco tenho posto nas
nuvens, e ele será por sinal de haver um pacto entre mim e a
terra.
14. E acontecerá que, quando eu trouxer nuvens sobre a terra, e
aparecer o arco nas nuvens,
15. então me lembrarei do meu pacto, que
está entre mim e vós e todo ser vivente de toda a carne; e as águas não se
tornarão mais em dilúvio para destruir toda a carne.
16. O arco estará
nas nuvens, e olharei para ele a fim de me lembrar do pacto perpétuo entre Deus
e todo ser vivente de toda a carne que está sobre a terra.
17. Disse
Deus a Noé ainda: Esse é o sinal do pacto que tenho estabelecido entre mim e
toda a carne que está sobre a terra.
18. Ora, os filhos de Noé, que
saíram da arca, foram Sem, Cão e Jafé; e Cão é o pai de Canaã.
19.
Estes três foram os filhos de Noé; e destes foi povoada toda a
terra.
20. E começou Noé a cultivar a terra e plantou uma
vinha.
21. Bebeu do vinho, e embriagou-se; e achava-se nu dentro da
sua tenda.
22. E Cão, pai de Canaã, viu a nudez de seu pai, e o contou
a seus dois irmãos que estavam fora.
23. Então tomaram Sem e Jafé uma
capa, e puseram-na sobre os seus ombros, e andando virados para trás, cobriram a
nudez de seu pai, tendo os rostos virados, de maneira que não viram a nudez de
seu pai.
24. Despertado que foi Noé do seu vinho, soube o que seu
filho mais moço lhe fizera;
25. e disse: Maldito seja Canaã; servo dos
servos será de seus irmãos.
26. Disse mais: Bendito seja o Senhor, o
Deus de Sem; e seja-lhe Canaã por servo.
27. Alargue Deus a Jafé, e
habite Jafé nas tendas de Sem; e seja-lhe Canaã por servo.
28. Viveu
Noé, depois do dilúvio, trezentos e cinqüenta anos.
29. E foram todos
os dias de Noé novecentos e cinqüenta anos; e morreu.
[Gênesis 10]Gênesis 10
1. Estas, pois, são as gerações
dos filhos de Noé: Sem, Cão e Jafé, aos quais nasceram filhos depois do
dilúvio.
2. Os filhos de Jafé: Gomer, Magogue, Madai, Javã, Tubal,
Meseque e Tiras.
3. Os filhos de Gomer: Asquenaz, Rifate e
Togarma.
4. Os filhos de Javã: Elisá, Társis, Quitim e
Dodanim.
5. Por estes foram repartidas as ilhas das nações nas suas
terras, cada qual segundo a sua língua, segundo as suas famílias, entre as suas
nações.
6. Os filhos de Cão: Cuche, Mizraim, Pute e
Canaã.
7. Os filhos de Cuche: Seba, Havilá, Sabtá, Raamá e Sabtecá; e
os filhos de Raamá são Sebá e Dedã.
8. Cuche também gerou a Ninrode, o
qual foi o primeiro a ser poderoso na terra.
9. Ele era poderoso
caçador diante do Senhor; pelo que se diz: Como Ninrode, poderoso caçador diante
do Senhor.
10. O princípio do seu reino foi Babel, Ereque, Acade e
Calné, na terra de Sinar.
11. Desta mesma terra saiu ele para a
Assíria e edificou Nínive, Reobote-Ir, Calá,
12. e Résem entre Nínive
e Calá (esta é a grande cidade).
13. Mizraim gerou a Ludim, Anamim,
Leabim, Naftuim,
14. Patrusim, Casluim (donde saíram os filisteus) e
Caftorim.
15. Canaã gerou a Sidom, seu primogênito, e
Hete,
16. e ao jebuseu, o amorreu, o girgaseu,
17. o heveu,
o arqueu, o sineu,
18. o arvadeu, o zemareu e o hamateu. Depois se
espalharam as famílias dos cananeus.
19. Foi o termo dos cananeus
desde Sidom, em direção a Gerar, até Gaza; e daí em direção a Sodoma, Gomorra,
Admá e Zeboim, até Lasa.
20. São esses os filhos de Cão segundo as
suas famílias, segundo as suas línguas, em suas terras, em suas
nações.
21. A Sem, que foi o pai de todos os filhos de Eber e irmão
mais velho de Jafé, a ele também nasceram filhos.
22. Os filhos de Sem
foram: Elão, Assur, Arfaxade, Lude e Arão.
23. Os filhos de Arão: Uz,
Hul, Geter e Más.
24. Arfaxade gerou a Selá; e Selá gerou a
Eber.
25. A Eber nasceram dois filhos: o nome de um foi Pelegue,
porque nos seus dias foi dividida a terra; e o nome de seu irmão foi
Joctã.
26. Joctã gerou a Almodá, Selefe, Hazarmavé,
Jerá,
27. Hadorão, Usal, Dicla,
28. Obal, Abimael,
Sebá,
29. Ofir, Havilá e Jobabe: todos esses foram filhos de
Joctã.
30. E foi a sua habitação desde Messa até Sefar, montanha do
oriente.
31. Esses são os filhos de Sem segundo as suas famílias,
segundo as suas línguas, em suas terras, segundo as suas nações.
32.
Essas são as famílias dos filhos de Noé segundo as suas gerações, em suas
nações; e delas foram disseminadas as nações na terra depois do
dilúvio.
[Gênesis 11]Gênesis
11
1. Ora, toda a terra tinha uma só língua e um só
idioma.
2. E deslocando-se os homens para o oriente, acharam um vale
na terra de Sinar; e ali habitaram.
3. Disseram uns aos outros: Eia
pois, façamos tijolos, e queimemo-los bem. Os tijolos lhes serviram de pedras e
o betume de argamassa.
4. Disseram mais: Eia, edifiquemos para nós uma
cidade e uma torre cujo cume toque no céu, e façamo-nos um nome, para que não
sejamos espalhados sobre a face de toda a terra.
5. Então desceu o
Senhor para ver a cidade e a torre que os filhos dos homens
edificavam;
6. e disse: Eis que o povo é um e todos têm uma só língua;
e isto é o que começam a fazer; agora não haverá restrição para tudo o que eles
intentarem fazer.
7. Eia, desçamos, e confundamos ali a sua linguagem,
para que não entenda um a língua do outro.
8. Assim o Senhor os
espalhou dali sobre a face de toda a terra; e cessaram de edificar a
cidade.
9. Por isso se chamou o seu nome Babel, porquanto ali
confundiu o Senhor a linguagem de toda a terra, e dali o Senhor os espalhou
sobre a face de toda a terra.
10. Estas são as gerações de Sem. Tinha
ele cem anos, quando gerou a Arfaxade, dois anos depois do
dilúvio.
11. E viveu Sem, depois que gerou a Arfaxade, quinhentos
anos; e gerou filhos e filhas.
12. Arfaxade viveu trinta e cinco anos,
e gerou a Selá.
13. Viveu Arfaxade, depois que gerou a Selá,
quatrocentos e três anos; e gerou filhos e filhas.
14. Selá viveu
trinta anos, e gerou a Eber.
15. Viveu Selá, depois que gerou a Eber,
quatrocentos e três anos; e gerou filhos e filhas.
16. Eber viveu
trinta e quatro anos, e gerou a Pelegue.
17. Viveu Eber, depois que
gerou a Pelegue, quatrocentos e trinta anos; e gerou filhos e
filhas.
18. Pelegue viveu trinta anos, e gerou a Reú.
19.
Viveu Pelegue, depois que gerou a Reú, duzentos e nove anos; e gerou filhos e
filhas.
20. Reú viveu trinta e dois anos, e gerou a
Serugue.
21. Viveu Reú, depois que gerou a Serugue, duzentos e sete
anos; e gerou filhos e filhas.
22. Serugue viveu trinta anos, e gerou
a Naor.
23. Viveu Serugue, depois que gerou a Naor, duzentos anos; e
gerou filhos e filhas.
24. Naor viveu vinte e nove anos, e gerou a
Tera.
25. Viveu Naor, depois que gerou a Tera, cento e dezenove anos;
e gerou filhos e filhas.
26. Tera viveu setenta anos, e gerou a Abrão,
a Naor e a Harã.
27. Estas são as gerações de Tera: Tera gerou a
Abrão, a Naor e a Harã; e Harã gerou a Ló.
28. Harã morreu antes de
seu pai Tera, na terra do seu nascimento, em Ur dos Caldeus.
29. Abrão
e Naor tomaram mulheres para si: o nome da mulher de Abrão era Sarai, e o nome
da mulher do Naor era Milca, filha de Harã, que foi pai de Milca e de
Iscá.
30. Sarai era estéril; não tinha filhos.
31. Tomou
Tera a Abrão seu filho, e a Ló filho de Harã, filho de seu filho, e a Sarai sua
nora, mulher de seu filho Abrão, e saiu com eles de Ur dos Caldeus, a fim de ir
para a terra de Canaã; e vieram até Harã, e ali habitaram.
32. Foram
os dias de Tera duzentos e cinco anos; e morreu Tera em Harã.
[Gênesis
12]Gênesis 12
1. Ora, o Senhor disse a
Abrão: Sai-te da tua terra, da tua parentela, e da casa de teu pai, para a terra
que eu te mostrarei.
2. Eu farei de ti uma grande nação;
abençoar-te-ei, e engrandecerei o teu nome; e tu, sê uma bênção.
3.
Abençoarei aos que te abençoarem, e amaldiçoarei àquele que te amaldiçoar; e em
ti serão benditas todas as famílias da terra.
4. Partiu, pois Abrão,
como o Senhor lhe ordenara, e Ló foi com ele. Tinha Abrão setenta e cinco anos
quando saiu de Harã.
5. Abrão levou consigo a Sarai, sua mulher, e a
Ló, filho de seu irmão, e todos os bens que haviam adquirido, e as almas que
lhes acresceram em Harã; e saíram a fim de irem à terra de Canaã; e à terra de
Canaã chegaram.
6. Passou Abrão pela terra até o lugar de Siquém, até
o carvalho de Moré. Nesse tempo estavam os cananeus na terra.
7.
Apareceu, porém, o Senhor a Abrão, e disse: À tua semente darei esta terra.
Abrão, pois, edificou ali um altar ao Senhor, que lhe aparecera.
8.
Então passou dali para o monte ao oriente de Betel, e armou a sua tenda,
ficando-lhe Betel ao ocidente, e Ai ao oriente; também ali edificou um altar ao
Senhor, e invocou o nome do Senhor.
9. Depois continuou Abrão o seu
caminho, seguindo ainda para o sul.
10. Ora, havia fome naquela terra;
Abrão, pois, desceu ao Egito, para peregrinar ali, porquanto era grande a fome
na terra.
11. Quando ele estava prestes a entrar no Egito, disse a
Sarai, sua mulher: Ora, bem sei que és mulher formosa à vista;
12. e
acontecerá que, quando os egípcios te virem, dirão: Esta é mulher dele. E me
matarão a mim, mas a ti te guardarão em vida.
13. Dize, peço-te, que
és minha irmã, para que me vá bem por tua causa, e que viva a minha alma em
atenção a ti.
14. E aconteceu que, entrando Abrão no Egito, viram os
egípcios que a mulher era mui formosa.
15. Até os príncipes de Faraó a
viram e gabaram-na diante dele; e foi levada a mulher para a casa de
Faraó.
16. E ele tratou bem a Abrão por causa dela; e este veio a ter
ovelhas, bois e jumentos, servos e servas, jumentas e camelos.
17.
Feriu, porém, o Senhor a Faraó e a sua casa com grandes pragas, por causa de
Sarai, mulher de Abrão.
18. Então chamou Faraó a Abrão, e disse: Que é
isto que me fizeste? por que não me disseste que ela era tua
mulher?
19. Por que disseste: E minha irmã? de maneira que a tomei
para ser minha mulher. Agora, pois, eis aqui tua mulher; toma-a e
vai-te.
20. E Faraó deu ordens aos seus guardas a respeito dele, os
quais o despediram a ele, e a sua mulher, e a tudo o que tinha.
[Gênesis
13]Gênesis 13
1. Subiu, pois, Abrão do
Egito para o Negebe, levando sua mulher e tudo o que tinha, e Ló o
acompanhava.
2. Abrão era muito rico em gado, em prata e em
ouro.
3. Nas suas jornadas subiu do Negebe para Betel, até o lugar
onde outrora estivera a sua tenda, entre Betel e Ai,
4. até o lugar do
altar, que dantes ali fizera; e ali invocou Abrão o nome do Senhor.
5.
E também Ló, que ia com Abrão, tinha rebanhos, gado e tendas.
6. Ora,
a terra não podia sustentá-los, para eles habitarem juntos; porque os seus bens
eram muitos; de modo que não podiam habitar juntos.
7. Pelo que houve
contenda entre os pastores do gado de Abrão, e os pastores do gado de Ló. E
nesse tempo os cananeus e os perizeus habitavam na terra.
8. Disse,
pois, Abrão a Ló: Ora, não haja contenda entre mim e ti, e entre os meus
pastores e os teus pastores, porque somos irmãos.
9. Porventura não
está toda a terra diante de ti? Rogo-te que te apartes de mim. Se tu escolheres
a esquerda, irei para a direita; e se a direita escolheres, irei eu para a
esquerda.
10. Então Ló levantou os olhos, e viu toda a planície do
Jordão, que era toda bem regada (antes de haver o Senhor destruído Sodoma e
Gomorra), e era como o jardim do Senhor, como a terra do Egito, até chegar a
Zoar.
11. E Ló escolheu para si toda a planície do Jordão, e partiu
para o oriente; assim se apartaram um do outro.
12. Habitou Abrão na
terra de Canaã, e Ló habitou nas cidades da planície, e foi armando as suas
tendas até chegar a Sodoma.
13. Ora, os homens de Sodoma eram maus e
grandes pecadores contra o Senhor.
14. E disse o Senhor a Abrão,
depois que Ló se apartou dele: Levanta agora os olhos, e olha desde o lugar onde
estás, para o norte, para o sul, para o oriente e para o oriente;
15.
porque toda esta terra que vês, te hei de dar a ti, e à tua descendência, para
sempre.
16. E farei a tua descendência como o pó da terra; de maneira
que se puder ser contado o pó da terra, então também poderá ser contada a tua
descendência.
17. Levanta-te, percorre esta terra, no seu comprimento
e na sua largura; porque a darei a ti.
18. Então mudou Abrão as suas
tendas, e foi habitar junto dos carvalhos de Manre, em Hebrom; e ali edificou um
altar ao Senhor.
[Gênesis 14]Gênesis
14
1. Aconteceu nos dias de Anrafel, rei de Sinar,
Arioque, rei de Elasar, Quedorlaomer, rei de Elão, e Tidal, rei de
Goiim,
2. que estes fizeram guerra a Bera, rei de Sodoma, a Birsa, rei
de Gomorra, a Sinabe, rei de Admá, a Semeber, rei de Zeboim, e ao rei de Belá
(esta é Zoar).
3. Todos estes se ajuntaram no vale de Sidim (que é o
Mar Salgado).
4. Doze anos haviam servido a Quedorlaomer, mas ao
décimo terceiro ano rebelaram-se.
5. Por isso, ao décimo quarto ano
veio Quedorlaomer, e os reis que estavam com ele, e feriram aos refains em
Asterote-Carnaim, aos zuzins em Hão, aos emins em Savé-Quiriataim,
6.
e aos horeus no seu monte Seir, até El-Parã, que está junto ao
deserto.
7. Depois voltaram e vieram a En-Mispate (que é Cades), e
feriram toda a terra dos amalequitas, e também dos amorreus, que habitavam em
Hazazom-Tamar.
8. Então saíram os reis de Sodoma, de Gomorra, de Admá,
de Zeboim e de Belá (esta é Zoar), e ordenaram batalha contra eles no vale de
Sidim,
9. contra Quedorlaomer, rei de Elão, Tidal, rei de Goiim,
Anrafel, rei de Sinar, e Arioque, rei de Elasar; quatro reis contra
cinco.
10. Ora, o vale de Sidim estava cheio de poços de betume; e
fugiram os reis de Sodoma e de Gomorra, e caíram ali; e os restantes fugiram
para o monte.
11. Tomaram, então, todos os bens de Sodoma e de Gomorra
com todo o seu mantimento, e se foram.
12. Tomaram também a Ló, filho
do irmão de Abrão, que habitava em Sodoma, e os bens dele, e
partiram.
13. Então veio um que escapara, e o contou a Abrão, o
hebreu. Ora, este habitava junto dos carvalhos de Manre, o amorreu, irmão de
Escol e de Aner; estes eram aliados de Abrão.
14. Ouvindo, pois, Abrão
que seu irmão estava preso, levou os seus homens treinados, nascidos em sua
casa, em número de trezentos e dezoito, e perseguiu os reis até
Dã.
15. Dividiu-se contra eles de noite, ele e os seus servos, e os
feriu, perseguindo-os até Hobá, que fica à esquerda de Damasco.
16.
Assim tornou a trazer todos os bens, e tornou a trazer também a Ló, seu irmão, e
os bens dele, e também as mulheres e o povo.
17. Depois que Abrão
voltou de ferir a Quedorlaomer e aos reis que estavam com ele, saiu-lhe ao
encontro o rei de Sodoma, no vale de Savé (que é o vale do rei).
18.
Ora, Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho; pois era sacerdote do Deus
Altíssimo;
19. e abençoou a Abrão, dizendo: bendito seja Abrão pelo
Deus Altíssimo, o Criador dos céus e da terra!
20. E bendito seja o
Deus Altíssimo, que entregou os teus inimigos nas tuas mãos! E Abrão deu-lhe o
dízimo de tudo.
21. Então o rei de Sodoma disse a Abrão: Dá-me a mim
as pessoas; e os bens toma-os para ti.
22. Abrão, porém, respondeu ao
rei de Sodoma: Levanto minha mão ao Senhor, o Deus Altíssimo, o Criador dos céus
e da terra,
23. jurando que não tomarei coisa alguma de tudo o que é
teu, nem um fio, nem uma correia de sapato, para que não digas: Eu enriqueci a
Abrão;
24. salvo tão somente o que os mancebos comeram, e a parte que
toca aos homens Aner, Escol e Manre, que foram comigo; que estes tomem a sua
parte.
[Gênesis 15]Gênesis
15
1. Depois destas coisas veio a palavra do Senhor a
Abrão numa visão, dizendo: Não temas, Abrão; eu sou o teu escudo, o teu galardão
será grandíssimo.
2. Então disse Abrão: Ó Senhor Deus, que me darás,
visto que morro sem filhos, e o herdeiro de minha casa é o damasceno
Eliézer?
3. Disse mais Abrão: A mim não me tens dado filhos; eis que
um nascido na minha casa será o meu herdeiro.
4. Ao que lhe veio a
palavra do Senhor, dizendo: Este não será o teu herdeiro; mas aquele que sair
das tuas entranhas, esse será o teu herdeiro.
5. Então o levou para
fora, e disse: Olha agora para o céu, e conta as estrelas, se as podes contar; e
acrescentou-lhe: Assim será a tua descendência.
6. E creu Abrão no
Senhor, e o Senhor imputou-lhe isto como justiça.
7. Disse-lhe mais:
Eu sou o Senhor, que te tirei de Ur dos caldeus, para te dar esta terra em
herança.
8. Ao que lhe perguntou Abrão: Ó Senhor Deus, como saberei
que hei de herdá-la?
9. Respondeu-lhe: Toma-me uma novilha de três
anos, uma cabra de três anos, um carneiro de três anos, uma rola e um
pombinho.
10. Ele, pois, lhe trouxe todos estes animais, partiu-os
pelo meio, e pôs cada parte deles em frente da outra; mas as aves não
partiu.
11. E as aves de rapina desciam sobre os cadáveres; Abrão,
porém, as enxotava.
12. Ora, ao pôr do sol, caiu um profundo sono
sobre Abrão; e eis que lhe sobrevieram grande pavor e densas
trevas.
13. Então disse o Senhor a Abrão: Sabe com certeza que a tua
descendência será peregrina em terra alheia, e será reduzida à escravidão, e
será afligida por quatrocentos anos;
14. sabe também que eu julgarei a
nação a qual ela tem de servir; e depois sairá com muitos bens.
15.
Tu, porém, irás em paz para teus pais; em boa velhice serás
sepultado.
16. Na quarta geração, porém, voltarão para cá; porque a
medida da iniqüidade dos amorreus não está ainda cheia.
17. Quando o
sol já estava posto, e era escuro, eis um fogo fumegante e uma tocha de fogo,
que passaram por entre aquelas metades.
18. Naquele mesmo dia fez o
Senhor um pacto com Abrão, dizendo: À tua descendência tenho dado esta terra,
desde o rio do Egito até o grande rio Eufrates;
19. e o queneu, o
quenizeu, o cadmoneu,
20. o heteu, o perizeu, os
refains,
21. o amorreu, o cananeu, o girgaseu e o
jebuseu.
[Gênesis 16]Gênesis
16
1. Ora, Sarai, mulher de Abrão, não lhe dava filhos.
Tinha ela uma serva egípcia, que se chamava Agar.
2. Disse Sarai a
Abrão: Eis que o Senhor me tem impedido de ter filhos; toma, pois, a minha
serva; porventura terei filhos por meio dela. E ouviu Abrão a voz de
Sarai.
3. Assim Sarai, mulher de Abrão, tomou a Agar a egípcia, sua
serva, e a deu por mulher a Abrão seu marido, depois de Abrão ter habitado dez
anos na terra de Canaã.
4. E ele conheceu a Agar, e ela concebeu; e
vendo ela que concebera, foi sua senhora desprezada aos seus olhos.
5.
Então disse Sarai a Abrão: Sobre ti seja a afronta que me é dirigida a mim; pus
a minha serva em teu regaço; vendo ela agora que concebeu, sou desprezada aos
seus olhos; o Senhor julgue entre mim e ti.
6. Ao que disse Abrão a
Sarai: Eis que tua serva está nas tuas mãos; faze-lhe como bem te parecer. E
Sarai maltratou-a, e ela fugiu de sua face.
7. Então o anjo do Senhor,
achando-a junto a uma fonte no deserto, a fonte que está no caminho de
Sur,
8. perguntou-lhe: Agar, serva de Sarai, donde vieste, e para onde
vais? Respondeu ela: Da presença de Sarai, minha senhora, vou
fugindo.
9. Disse-lhe o anjo do Senhor: Torna-te para tua senhora, e
humilha-te debaixo das suas mãos.
10. Disse-lhe mais o anjo do Senhor:
Multiplicarei sobremaneira a tua descendência, de modo que não será contada, por
numerosa que será.
11. Disse-lhe ainda o anjo do Senhor: Eis que
concebeste, e terás um filho, a quem chamarás Ismael; porquanto o Senhor ouviu a
tua aflição.
12. Ele será como um jumento selvagem entre os homens; a
sua mão será contra todos, e a mão de todos contra ele; e habitará diante da
face de todos os seus irmãos.
13. E ela chamou, o nome do Senhor, que
com ela falava, El-Rói; pois disse: Não tenho eu também olhado neste lugar para
aquele que me vê?
14. Pelo que se chamou aquele poço Beer-Laai-Rói;
ele está entre Cades e Berede.
15. E Agar deu um filho a Abrão; e
Abrão pôs o nome de Ismael no seu filho que tivera de Agar.
16. Ora,
tinha Abrão oitenta e seis anos, quando Agar lhe deu Ismael.
[Gênesis
17]Gênesis 17
1. Quando Abrão tinha
noventa e nove anos, apareceu-lhe o Senhor e lhe disse: Eu sou o Deus
Todo-Poderoso; anda em minha presença, e sê perfeito;
2. e firmarei o
meu pacto contigo, e sobremaneira te multiplicarei.
3. Ao que Abrão se
prostrou com o rosto em terra, e Deus falou-lhe, dizendo:
4. Quanto a
mim, eis que o meu pacto é contigo, e serás pai de muitas nações;
5.
não mais serás chamado Abrão, mas Abraão será o teu nome; pois por pai de muitas
nações te hei posto;
6. far-te-ei frutificar sobremaneira, e de ti
farei nações, e reis sairão de ti;
7. estabelecerei o meu pacto
contigo e com a tua descendência depois de ti em suas gerações, como pacto
perpétuo, para te ser por Deus a ti e à tua descendência depois de
ti.
8. Dar-te-ei a ti e à tua descendência depois de ti a terra de
tuas peregrinações, toda a terra de Canaã, em perpétua possessão; e serei o seu
Deus.
9. Disse mais Deus a Abraão: Ora, quanto a ti, guardarás o meu
pacto, tu e a tua descendência depois de ti, nas suas gerações.
10.
Este é o meu pacto, que guardareis entre mim e vós, e a tua descendência depois
de ti: todo varão dentre vugar para aquele que me
11.
Circuncidar-vos-eis na carne do prepúcio; e isto será por sinal de pacto entre
mim e vós.
12. À idade de oito dias, todo varão dentre vós será
circuncidado, por todas as vossas gerações, tanto o nascido em casa como o
comprado por dinheiro a qualquer estrangeiro, que não for da tua
linhagem.
13. Com efeito será circuncidado o nascido em tua casa, e o
comprado por teu dinheiro; assim estará o meu pacto na vossa carne como pacto
perpétuo.
14. Mas o incircunciso, que não se circuncidar na carne do
prepúcio, essa alma será extirpada do seu povo; violou o meu
pacto.
15. Disse Deus a Abraão: Quanto a Sarai, tua, mulher, não lhe
chamarás mais Sarai, porem Sara será o seu nome.
16. Abençoá-la-ei, e
também dela te darei um filho; sim, abençoá-la-ei, e ela será mãe de nações;
reis de povos sairão dela.
17. Ao que se prostrou Abraão com o rosto
em terra, e riu-se, e disse no seu coração: A um homem de cem anos há de nascer
um filho? Dará à luz Sara, que tem noventa anos?
18. Depois disse
Abraão a Deus: Oxalá que viva Ismael diante de ti!
19. E Deus lhe
respondeu: Na verdade, Sara, tua mulher, te dará à luz um filho, e lhe chamarás
Isaque; com ele estabelecerei o meu pacto como pacto perpétuo para a sua
descendência depois dele.
20. E quanto a Ismael, também te tenho
ouvido; eis que o tenho abençoado, e fá-lo-ei frutificar, e multiplicá-lo-ei
grandissimamente; doze príncipes gerará, e dele farei uma grande
nação.
21. O meu pacto, porém, estabelecerei com Isaque, que Sara te
dará à luz neste tempo determinado, no ano vindouro.
22. Ao acabar de
falar com Abraão, subiu Deus diante dele.
23. Logo tomou Abraão a seu
filho Ismael, e a todos os nascidos na sua casa e a todos os comprados por seu
dinheiro, todo varão entre os da casa de Abraão, e lhes circuncidou a carne do
prepúcio, naquele mesmo dia, como Deus lhe ordenara.
24. Abraão tinha
noventa e nove anos, quando lhe foi circuncidada a carne do
prepúcio;
25. E Ismael, seu filho, tinha treze anos, quando lhe foi
circuncidada a carne do prepúcio.
26. No mesmo dia foram circuncidados
Abraão e seu filho Ismael.
27. E todos os homens da sua casa, assim os
nascidos em casa, como os comprados por dinheiro ao estrangeiro, foram
circuncidados com ele.
[Gênesis 18]Gênesis
18
1. Depois apareceu o Senhor a Abraão junto aos
carvalhos de Manre, estando ele sentado à porta da tenda, no maior calor do
dia.
2. Levantando Abraão os olhos, olhou e eis três homens de pé em
frente dele. Quando os viu, correu da porta da tenda ao seu encontro, e
prostrou-se em terra,
3. e disse: Meu Senhor, se agora tenho achado
graça aos teus olhos, rogo-te que não passes de teu servo.
4. Eia,
traga-se um pouco d'água, e lavai os pés e recostai-vos debaixo da
árvore;
5. e trarei um bocado de pão; refazei as vossas forças, e
depois passareis adiante; porquanto por isso chegastes ate o vosso servo.
Responderam-lhe: Faze assim como disseste.
6. Abraão, pois,
apressou-se em ir ter com Sara na tenda, e disse-lhe: Amassa depressa três
medidas de flor de farinha e faze bolos.
7. Em seguida correu ao gado,
apanhou um bezerro tenro e bom e deu-o ao criado, que se apressou em
prepará-lo.
8. Então tomou queijo fresco, e leite, e o bezerro que
mandara preparar, e pôs tudo diante deles, ficando em pé ao lado deles debaixo
da árvore, enquanto comiam.
9. Perguntaram-lhe eles: Onde está Sara,
tua mulher? Ele respondeu: Está ali na tenda.
10. E um deles lhe
disse: certamente tornarei a ti no ano vindouro; e eis que Sara tua mulher terá
um filho. E Sara estava escutando à porta da tenda, que estava atrás
dele.
11. Ora, Abraão e Sara eram já velhos, e avançados em idade; e a
Sara havia cessado o incômodo das mulheres.
12. Sara então riu-se
consigo, dizendo: Terei ainda deleite depois de haver envelhecido, sendo também
o meu senhor já velho?
13. Perguntou o Senhor a Abraão: Por que se riu
Sara, dizendo: É verdade que eu, que sou velha, darei à luz um
filho?
14. Há, porventura, alguma coisa difícil ao Senhor? Ao tempo
determinado, no ano vindouro, tornarei a ti, e Sara terá um filho.
15.
Então Sara negou, dizendo: Não me ri; porquanto ela teve medo. Ao que ele
respondeu: Não é assim; porque te riste.
16. E levantaram-se aqueles
homens dali e olharam para a banda de Sodoma; e Abraão ia com eles, para os
encaminhar.
17. E disse o Senhor: Ocultarei eu a Abraão o que
faço,
18. visto que Abraão certamente virá a ser uma grande e poderosa
nação, e por meio dele serão benditas todas as nações da terra?
19.
Porque eu o tenho escolhido, a fim de que ele ordene a seus filhos e a sua casa
depois dele, para que guardem o caminho do Senhor, para praticarem retidão e
justiça; a fim de que o Senhor faça vir sobre Abraão o que a respeito dele tem
falado.
20. Disse mais o Senhor: Porquanto o clamor de Sodoma e
Gomorra se tem multiplicado, e porquanto o seu pecado se tem agravado
muito,
21. descerei agora, e verei se em tudo têm praticado segundo o
seu clamor, que a mim tem chegado; e se não, sabê-lo-ei.
22. Então os
homens, virando os seus rostos dali, foram-se em direção a Sodoma; mas Abraão
ficou ainda em pé diante do Senhor.
23. E chegando-se Abraão, disse:
Destruirás também o justo com o ímpio?
24. Se porventura houver
cinqüenta justos na cidade, destruirás e não pouparás o lugar por causa dos
cinqüenta justos que ali estão?
25. Longe de ti que faças tal coisa,
que mates o justo com o ímpio, de modo que o justo seja como o ímpio; esteja
isto longe de ti. Não fará justiça o juiz de toda a terra?
26. Então
disse o Senhor: Se eu achar em Sodoma cinqüenta justos dentro da cidade,
pouparei o lugar todo por causa deles.
27. Tornou-lhe Abraão, dizendo:
Eis que agora me atrevi a falar ao Senhor, ainda que sou pó e
cinza.
26. Se porventura de cinqüenta justos faltarem cinco,
destruirás toda a cidade por causa dos cinco? Respondeu ele: Não a destruirei,
se eu achar ali quarenta e cinco.
29. Continuou Abraão ainda a
falar-lhe, e disse: Se porventura se acharem ali quarenta? Mais uma vez
assentiu: Por causa dos quarenta não o farei.
30. Disse Abraão: Ora,
não se ire o Senhor, se eu ainda falar. Se porventura se acharem ali trinta? De
novo assentiu: Não o farei, se achar ali trinta.
31. Tornou Abraão:
Eis que outra vez me a atrevi a falar ao Senhor. Se porventura se acharem ali
vinte? Respondeu-lhe: Por causa dos vinte não a destruirei.
32. Disse
ainda Abraão: Ora, não se ire o Senhor, pois só mais esta vez falarei. Se
porventura se acharem ali dez? Ainda assentiu o Senhor: Por causa dos dez não a
destruirei.
33. E foi-se o Senhor, logo que acabou de falar com
Abraão; e Abraão voltou para o seu lugar.
[Gênesis 19]Gênesis 19
1. À tarde chegaram os dois anjos
a Sodoma. Ló estava sentado à porta de Sodoma e, vendo-os, levantou-se para os
receber; prostrou-se com o rosto em terra,
2. e disse: Eis agora, meus
senhores, entrai, peço-vos em casa de vosso servo, e passai nela a noite, e
lavai os pés; de madrugada vos levantareis e ireis vosso caminho. Responderam
eles: Não; antes na praça passaremos a noite.
3. Entretanto, Ló
insistiu muito com eles, pelo que foram com ele e entraram em sua casa; e ele
lhes deu um banquete, assando-lhes pães ázimos, e eles comeram.
4. Mas
antes que se deitassem, cercaram a casa os homens da cidade, isto é, os homens
de Sodoma, tanto os moços como os velhos, sim, todo o povo de todos os
lados;
5. e, chamando a Ló, perguntaram-lhe: Onde estão os homens que
entraram esta noite em tua casa? Traze-os cá fora a nós, para que os
conheçamos.
6. Então Ló saiu-lhes à porta, fechando-a atrás de
si,
7. e disse: Meus irmãos, rogo-vos que não procedais tão
perversamente;
8. eis aqui, tenho duas filhas que ainda não conheceram
varão; eu vo-las trarei para fora, e lhes fareis como bem vos parecer: somente
nada façais a estes homens, porquanto entraram debaixo da sombra do meu
telhado.
9. Eles, porém, disseram: Sai daí. Disseram mais: Esse
indivíduo, como estrangeiro veio aqui habitar, e quer se arvorar em juiz! Agora
te faremos mais mal a ti do que a eles. E arremessaram-se sobre o homem, isto é,
sobre Ló, e aproximavam-se para arrombar a porta.
10. Aqueles homens,
porém, estendendo as mãos, fizeram Ló entrar para dentro da casa, e fecharam a
porta;
11. e feriram de cegueira os que estavam do lado de fora, tanto
pequenos como grandes, de maneira que cansaram de procurar a
porta.
12. Então disseram os homens a Ló: Tens mais alguém aqui? Teu
genro, e teus filhos, e tuas filhas, e todos quantos tens na cidade, tira-os
para fora deste lugar;
13. porque nós vamos destruir este lugar,
porquanto o seu clamor se tem avolumado diante do Senhor, e o Senhor nos enviou
a destruí-lo.
14. Tendo saído Ló, falou com seus genros, que haviam de
casar com suas filhas, e disse-lhes: Levantai-vos, saí deste lugar, porque o
Senhor há de destruir a cidade. Mas ele pareceu aos seus genros como quem estava
zombando.
15. E ao amanhecer os anjos apertavam com Ló, dizendo:
levanta-te, toma tua mulher e tuas duas filhas que aqui estão, para que não
pereças no castigo da cidade.
16. Ele, porém, se demorava; pelo que os
homens pegaram-lhe pela mão a ele, à sua mulher, e às suas filhas, sendo-lhe
misericordioso o Senhor. Assim o tiraram e o puseram fora da
cidade.
17. Quando os tinham tirado para fora, disse um deles:
Escapa-te, salva tua vida; não olhes para trás de ti, nem te detenhas em toda
esta planície; escapa-te lá para o monte, para que não pereças.
18.
Respondeu-lhe Ló: Ah, assim não, meu Senhor!
19. Eis que agora o teu
servo tem achado graça aos teus olhos, e tens engrandecido a tua misericórdia
que a mim me fizeste, salvando-me a vida; mas eu não posso escapar-me para o
monte; não seja caso me apanhe antes este mal, e eu morra.
20. Eis ali
perto aquela cidade, para a qual eu posso fugir, e é pequena. Permite que eu me
escape para lá (porventura não é pequena?), e viverá a minha alma.
21.
Disse-lhe: Quanto a isso também te hei atendido, para não subverter a cidade de
que acabas de falar.
22. Apressa-te, escapa-te para lá; porque nada
poderei fazer enquanto não tiveres ali chegado. Por isso se chamou o nome da
cidade Zoar.
23. Tinha saído o sol sobre a terra, quando Ló entrou em
Zoar.
24. Então o Senhor, da sua parte, fez chover do céu enxofre e
fogo sobre Sodoma e Gomorra.
25. E subverteu aquelas cidades e toda a
planície, e todos os moradores das cidades, e o que nascia da
terra.
26. Mas a mulher de Ló olhou para trás e ficou convertida em
uma estátua de sal.
27. E Abraão levantou-se de madrugada, e foi ao
lugar onde estivera em pé diante do Senhor;
28. e, contemplando Sodoma
e Gomorra e toda a terra da planície, viu que subia da terra fumaça como a de
uma fornalha.
29. Ora, aconteceu que, destruindo Deus as cidades da
planície, lembrou-se de Abraão, e tirou Ló do meio da destruição, ao subverter
aquelas cidades em que Ló habitara.
30. E subiu Ló de Zoar, e habitou
no monte, e as suas duas filhas com ele; porque temia habitar em Zoar; e habitou
numa caverna, ele e as suas duas filhas.
31. Então a primogênita disse
à menor: Nosso pai é já velho, e não há varão na terra que entre a nós, segundo
o costume de toda a terra;
32. vem, demos a nosso pai vinho a beber, e
deitemo-nos com ele, para que conservemos a descendência de nosso
pai.
33. Deram, pois, a seu pai vinho a beber naquela noite; e,
entrando a primogênita, deitou-se com seu pai; e não percebeu ele quando ela se
deitou, nem quando se levantou.
34. No dia seguinte disse a
primogênita à menor: Eis que eu ontem à noite me deitei com meu pai; demos-lhe
vinho a beber também esta noite; e então, entrando tu, deita-te com ele, para
que conservemos a descendência de nosso pai.
35. Tornaram, pois, a dar
a seu pai vinho a beber também naquela noite; e, levantando-se a menor,
deitou-se com ele; e não percebeu ele quando ela se deitou, nem quando se
levantou.
36. Assim as duas filhas de Ló conceberam de seu
pai.
37. A primogênita deu a luz a um filho, e chamou-lhe Moabe; este
é o pai dos moabitas de hoje.
38. A menor também deu à luz um filho, e
chamou-lhe Ben-Ami; este é o pai dos amonitas de hoje.
[Gênesis 20]Gênesis 20
1. Partiu Abraão dali para a
terra do Negebe, e habitou entre Cades e Sur; e peregrinou em
Gerar.
2. E havendo Abraão dito de Sara, sua mulher: É minha irmã;
enviou Abimeleque, rei de Gerar, e tomou a Sara.
3. Deus, porém, veio
a Abimeleque, em sonhos, de noite, e disse-lhe: Eis que estás para morrer por
causa da mulher que tomaste; porque ela tem marido.
4. Ora, Abimeleque
ainda não se havia chegado a ela: perguntou, pois: Senhor matarás porventura
também uma nação justa?
5. Não me disse ele mesmo: É minha irmã? e ela
mesma me disse: Ele é meu irmão; na sinceridade do meu coração e na inocência
das minhas mãos fiz isto.
6. Ao que Deus lhe respondeu em sonhos: Bem
sei eu que na sinceridade do teu coração fizeste isto; e também eu te tenho
impedido de pecar contra mim; por isso não te permiti tocá-la;
7.
agora, pois, restitui a mulher a seu marido, porque ele é profeta, e intercederá
por ti, e viverás; se, porém, não lha restituíres, sabe que certamente morrerás,
tu e tudo o que é teu.
8. Levantou-se Abimeleque de manhã cedo e,
chamando a todos os seus servos, falou-lhes aos ouvidos todas estas palavras; e
os homens temeram muito.
9. Então chamou Abimeleque a Abraão e lhe
perguntou: Que é que nos fizeste? e em que pequei contra ti, para trazeres sobre
mim o sobre o meu reino tamanho pecado? Tu me fizeste o que não se deve
fazer.
10. Perguntou mais Abimeleque a Abraão: Com que intenção
fizeste isto?
11. Respondeu Abraão: Porque pensei: Certamente não há
temor de Deus neste lugar; matar-me-ão por causa da minha mulher.
12.
Além disso ela é realmente minha irmã, filha de meu pai, ainda que não de minha
mãe; e veio a ser minha mulher.
13. Quando Deus me fez sair errante da
casa de meu pai, eu lhe disse a ela: Esta é a graça que me farás: em todo lugar
aonde formos, dize de mim: Ele é meu irmão.
14. Então tomou Abimeleque
ovelhas e bois, e servos e servas, e os deu a Abraão; e lhe restituiu Sara, sua
mulher;
15. e disse-lhe Abimeleque: Eis que a minha terra está diante
de ti; habita onde bem te parecer.
16. E a Sara disse: Eis que tenho
dado a teu irmão mil moedas de prata; isso te seja por véu dos olhos a todos os
que estão contigo; e perante todos estás reabilitada.
17. Orou Abraão
a Deus, e Deus sarou Abimeleque, e a sua mulher e as suas servas; de maneira que
tiveram filhos;
18. porque o Senhor havia fechado totalmente todas as
madres da casa de Abimeleque, por causa de Sara, mulher de
Abraão.
[Gênesis 21]Gênesis
21
1. O Senhor visitou a Sara, como tinha dito, e lhe
fez como havia prometido.
2. Sara concebeu, e deu a Abraão um filho na
sua velhice, ao tempo determinado, de que Deus lhe falara;
3. e,
Abraão pôs no filho que lhe nascera, que Sara lhe dera, o nome de
Isaque.
4. E Abraão circuncidou a seu filho Isaque, quando tinha oito
dias, conforme Deus lhe ordenara.
5. Ora, Abraão tinha cem anos,
quando lhe nasceu Isaque, seu filho.
6. Pelo que disse Sara: Deus
preparou riso para mim; todo aquele que o ouvir, se rirá comigo.
7. E
acrescentou: Quem diria a Abraão que Sara havia de amamentar filhos? no entanto
lhe dei um filho na sua velhice.
8. cresceu o menino, e foi desmamado;
e Abraão fez um grande banquete no dia em que Isaque foi desmamado.
9.
Ora, Sara viu brincando o filho de Agar a egípcia, que esta dera à luz a
Abraão.
10. Pelo que disse a Abraão: Deita fora esta serva e o seu
filho; porque o filho desta serva não será herdeiro com meu filho, com
Isaque.
11. Pareceu isto bem duro aos olhos de Abraão, por causa de
seu filho.
12. Deus, porém, disse a Abraão: Não pareça isso duro aos
teus olhos por causa do moço e por causa da tua serva; em tudo o que Sara te
diz, ouve a sua voz; porque em Isaque será chamada a tua
descendência.
13. Mas também do filho desta serva farei uma nação,
porquanto ele é da tua linhagem.
14. Então se levantou Abraão de manhã
cedo e, tomando pão e um odre de água, os deu a Agar, pondo-os sobre o ombro
dela; também lhe deu o menino e despediu-a; e ela partiu e foi andando errante
pelo deserto de Beer-Seba.
15. E consumida a água do odre, Agar deitou
o menino debaixo de um dos arbustos,
16. e foi assentar-se em frente
dele, a boa distância, como a de um tiro de arco; porque dizia: Que não veja eu
morrer o menino. Assim sentada em frente dele, levantou a sua voz e
chorou.
17. Mas Deus ouviu a voz do menino; e o anjo de Deus, bradando
a Agar desde o céu, disse-lhe: Que tens, Agar? não temas, porque Deus ouviu a
voz do menino desde o lugar onde está.
18. Ergue-te, levanta o menino
e toma-o pela mão, porque dele farei uma grande nação.
19. E abriu-lhe
Deus os olhos, e ela viu um poço; e foi encher de água o odre e deu de beber ao
menino.
20. Deus estava com o menino, que cresceu e, morando no
deserto, tornou-se flecheiro.
21. Ele habitou no deserto de Parã; e
sua mãe tomou-lhe uma mulher da terra do Egito.
22. Naquele mesmo
tempo Abimeleque, com Ficol, o chefe do seu exército, falou a Abraão, dizendo:
Deus é contigo em tudo o que fazes;
23. agora pois, jura-me aqui por
Deus que não te haverás falsamente comigo, nem com meu filho, nem com o filho do
meu filho; mas segundo a beneficência que te fiz, me farás a mim, e à terra onde
peregrinaste.
24. Respondeu Abraão: Eu jurarei.
25. Abraão,
porém, repreendeu a Abimeleque, por causa de um poço de água, que os servos de
Abimeleque haviam tomado à força.
26. Respondeu-lhe Abimeleque: Não
sei quem fez isso; nem tu mo fizeste saber, nem tampouco ouvi eu falar nisso,
senão hoje.
27. Tomou, pois, Abraão ovelhas e bois, e os deu a
Abimeleque; assim fizeram entre, si um pacto.
28. Pôs Abraão, porém, à
parte sete cordeiras do rebanho.
29. E perguntou Abimeleque a Abraão:
Que significam estas sete cordeiras que puseste à parte?
30. Respondeu
Abraão: Estas sete cordeiras receberás da minha mão para que me sirvam de
testemunho de que eu cavei este poço.
31. Pelo que chamou aquele lugar
Beer-Seba, porque ali os dois juraram.
32. Assim fizeram uma pacto em
Beer-Seba. Depois se levantaram Abimeleque e Ficol, o chefe do seu exército, e
tornaram para a terra dos filisteus.
33. Abraão plantou uma
tamargueira em Beer-Seba, e invocou ali o nome do Senhor, o Deus
eterno.
34. E peregrinou Abraão na terra dos filisteus muitos
dias.
[Gênesis 22]Gênesis 22
1.
Sucedeu, depois destas coisas, que Deus provou a Abraão, dizendo-lhe: Abraão! E
este respondeu: Eis-me aqui.
2. Prosseguiu Deus: Toma agora teu filho;
o teu único filho, Isaque, a quem amas; vai à terra de Moriá, e oferece-o ali em
holocausto sobre um dos montes que te hei de mostrar.
3. Levantou-se,
pois, Abraão de manhã cedo, albardou o seu jumento, e tomou consigo dois de seus
moços e Isaque, seu filho; e, tendo cortado lenha para o holocausto, partiu para
ir ao lugar que Deus lhe dissera.
4. Ao terceiro dia levantou Abraão
os olhos, e viu o lugar de longe.
5. E disse Abraão a seus moços:
Ficai-vos aqui com o jumento, e eu e o mancebo iremos até lá; depois de
adorarmos, voltaremos a vós.
6. Tomou, pois, Abraão a lenha do
holocausto e a pôs sobre Isaque, seu filho; tomou também na mão o fogo e o
cutelo, e foram caminhando juntos.
7. Então disse Isaque a Abraão, seu
pai: Meu pai! Respondeu Abraão: Eis-me aqui, meu filho! Perguntou-lhe Isaque:
Eis o fogo e a lenha, mas onde está o cordeiro para o holocausto?
8.
Respondeu Abraão: Deus proverá para si o cordeiro para o holocausto, meu filho.
E os dois iam caminhando juntos.
9. Havendo eles chegado ao lugar que
Deus lhe dissera, edificou Abraão ali o altar e pôs a lenha em ordem; o amarrou,
a Isaque, seu filho, e o deitou sobre o altar em cima da lenha.
10. E,
estendendo a mão, pegou no cutelo para imolar a seu filho.
11. Mas o
anjo do Senhor lhe bradou desde o céu, e disse: Abraão, Abraão! Ele respondeu:
Eis-me aqui.
12. Então disse o anjo: Não estendas a mão sobre o
mancebo, e não lhe faças nada; porquanto agora sei que temes a Deus, visto que
não me negaste teu filho, o teu único filho.
13. Nisso levantou Abraão
os olhos e olhou, e eis atrás de si um carneiro embaraçado pelos chifres no
mato; e foi Abraão, tomou o carneiro e o ofereceu em holocausto em lugar de seu
filho.
14. Pelo que chamou Abraão àquele lugar Jeová-Jiré; donde se
diz até o dia de hoje: No monte do Senhor se proverá.
15. Então o anjo
do Senhor bradou a Abraão pela segunda vez desde o céu,
16. e disse:
Por mim mesmo jurei, diz o Senhor, porquanto fizeste isto, e não me negaste teu
filho, o teu único filho,
17. que deveras te abençoarei, e grandemente
multiplicarei a tua descendência, como as estrelas do céu e como a areia que
está na praia do mar; e a tua descendência possuirá a porta dos seus
inimigos;
18. e em tua descendência serão benditas todas as nações da
terra; porquanto obedeceste à minha voz.
19. Então voltou Abraão aos
seus moços e, levantando-se, foram juntos a Beer-Seba; e Abraão habitou em
Beer-Seba.
20. Depois destas coisas anunciaram a Abraão, dizendo: Eis
que também Milca tem dado à luz filhos a Naor, teu irmão:
21. Uz o seu
primogênito, e Buz seu irmão, e Quemuel, pai de Arão,
22. e Quesede,
Hazo, Pildas, Jidlafe e Betuel.
23. E Betuel gerou a Rebeca. Esses
oito deu à luz Milca a Naor, irmão de Abraão.
24. E a sua concubina,
que se chamava Reumá, também deu à luz a Teba, Gaão, Taás e
Maacá.
[Gênesis 23]Gênesis
23
1. Ora, os anos da vida de Sara foram cento e vinte
e sete.
2. E morreu Sara em Quiriate-Arba, que é Hebrom, na terra de
Canaã; e veio Abraão lamentá-la e chorar por ela:
3. Depois se
levantou Abraão de diante do seu morto, e falou aos filhos de Hete,
dizendo:
4. Estrangeiro e peregrino sou eu entre vós; dai-me o direito
de um lugar de sepultura entre vós, para que eu sepulte o meu morto, removendo-o
de diante da minha face.
5. Responderam-lhe os filhos de
Hete:
6. Ouve-nos, senhor; príncipe de Deus és tu entre nós; enterra o
teu morto na mais escolhida de nossas sepulturas; nenhum de nós te vedará a sua
sepultura, para enterrares o teu morto.
7. Então se levantou Abraão e,
inclinando-se diante do povo da terra, diante dos filhos de Hete,
8.
falou-lhes, dizendo: Se é de vossa vontade que eu sepulte o meu morto de diante
de minha face, ouvi-me e intercedei por mim junto a Efrom, filho de
Zoar,
9. para que ele me dê a cova de Macpela, que possui no fim do
seu campo; que ma dê pelo devido preço em posse de sepulcro no meio de
vós.
10. Ora, Efrom estava sentado no meio dos filhos de Hete; e
respondeu Efrom, o heteu, a Abraão, aos ouvidos dos filhos de Hete, isto é, de
todos os que entravam pela porta da sua cidade, dizendo:
11. Não, meu
senhor; ouve-me. O campo te dou, também te dou a cova que nele está; na presença
dos filhos do meu povo te dou; sepulta o teu morto.
12. Então Abraão
se inclinou diante do povo da terra,
13. e falou a Efrom, aos ouvidos
do povo da terra, dizendo: Se te agrada, peço-te que me ouças. Darei o preço do
campo; toma-o de mim, e sepultarei ali o meu morto.
14. Respondeu
Efrom a Abraão:
15. Meu senhor, ouve-me. Um terreno do valor de
quatrocentos siclos de prata! que é isto entre mim e ti? Sepulta, pois, o teu
morto.
16. E Abraão ouviu a Efrom, e pesou-lhe a prata de que este
tinha falado aos ouvidos dos filhos de Hete, quatrocentos siclos de prata, moeda
corrente entre os mercadores.
17. Assim o campo de Efrom, que estava
em Macpela, em frente de Manre, o campo e a cova que nele estava, e todo o
arvoredo que havia nele, por todos os seus limites ao redor, se
confirmaram
18. a Abraão em possessão na presença dos filhos de Hete,
isto é, de todos os que entravam pela porta da sua cidade.
19. Depois
sepultou Abraão a Sara sua mulher na cova do campo de Macpela, em frente de
Manre, que é Hebrom, na terra de Canaã.
20. Assim o campo e a cova que
nele estava foram confirmados a Abraão pelos filhos de Hete em possessão de
sepultura.
[Gênesis 24]Gênesis
24
1. Ora, Abraão era já velho e de idade avançada; e
em tudo o Senhor o havia abençoado.
2. E disse Abraão ao seu servo, o
mais antigo da casa, que tinha o governo sobre tudo o que possuía: Põe a tua mão
debaixo da minha coxa,
3. para que eu te faça jurar pelo Senhor, Deus
do céu e da terra, que não tomarás para meu filho mulher dentre as filhas dos
cananeus, no meio dos quais eu habito;
4. mas que irás à minha terra e
à minha parentela, e dali tomarás mulher para meu filho Isaque.
5.
Perguntou-lhe o servo: Se porventura a mulher não quiser seguir-me a esta terra,
farei, então, tornar teu filho à terra donde saíste?
6. Respondeu-lhe
Abraão: Guarda-te de fazeres tornar para lá meu filho.
7. O Senhor,
Deus do céu, que me tirou da casa de meu pai e da terra da minha parentela, e
que me falou, e que me jurou, dizendo: À tua o semente darei esta terra; ele
enviará o seu anjo diante de si, para que tomes de lá mulher para meu
filho.
8. Se a mulher, porém, não quiser seguir-te, serás livre deste
meu juramento; somente não farás meu filho tornar para lá.
9. Então
pôs o servo a sua mão debaixo da coxa de Abraão seu senhor, e jurou-lhe sobre
este negócio.
10. Tomou, pois, o servo dez dos camelos do seu senhor,
porquanto todos os bens de seu senhor estavam em sua mão; e, partindo, foi para
a Mesopotâmia, à cidade de Naor.
11. Fez ajoelhar os camelos fora da
cidade, junto ao poço de água, pela tarde, à hora em que as mulheres saíam a
tirar água.
12. E disse: Ó Senhor, Deus de meu senhor Abraão, dá-me
hoje, peço-te, bom êxito, e usa de benevolência para com o meu senhor
Abraão.
13. Eis que eu estou em pé junto à fonte, e as filhas dos
homens desta cidade vêm saindo para tirar água;
14. faze, pois, que a
donzela a quem eu disser: Abaixa o teu cântaro, peço-te, para que eu beba; e ela
responder: Bebe, e também darei de beber aos teus camelos; seja aquela que
designaste para o teu servo Isaque. Assim conhecerei que usaste de benevolência
para com o meu senhor.
15. Antes que ele acabasse de falar, eis que
Rebeca, filha de Betuel, filho de Milca, mulher de Naor, irmão de Abraão, saía
com o seu cântaro sobre o ombro.
16. A donzela era muito formosa à
vista, virgem, a quem varão não havia conhecido; ela desceu à fonte, encheu o
seu cântaro e subiu.
17. Então o servo correu-lhe ao encontro, e
disse: Deixa-me beber, peço-te, um pouco de água do teu cântaro.
18.
Respondeu ela: Bebe, meu senhor. Então com presteza abaixou o seu cântaro sobre
a mão e deu-lhe de beber.
19. E quando acabou de lhe dar de beber,
disse: Tirarei também água para os teus camelos, até que acabem de
beber.
20. Também com presteza despejou o seu cântaro no bebedouro e,
correndo outra vez ao poço, tirou água para todos os camelos dele.
21.
E o homem a contemplava atentamente, em silêncio, para saber se o Senhor havia
tornado próspera a sua jornada, ou não.
22. Depois que os camelos
acabaram de beber, tomou o homem um pendente de ouro, de meio siclo de peso, e
duas pulseiras para as mãos dela, do peso de dez siclos de ouro;
23. e
perguntou: De quem és filha? dize-mo, peço-te. Há lugar em casa de teu pai para
nós pousarmos?
24. Ela lhe respondeu: Eu sou filha de Betuel, filho de
Milca, o qual ela deu a Naor.
25. Disse-lhe mais: Temos palha e
forragem bastante, e lugar para pousar.
26. Então inclinou-se o homem
e adorou ao Senhor;
27. e disse: Bendito seja o Senhor Deus de meu
senhor Abraão, que não retirou do meu senhor a sua benevolência e a sua verdade;
quanto a mim, o Senhor me guiou no caminho à casa dos irmãos de meu
senhor.
28. A donzela correu, e relatou estas coisas aos da casa de
sua mãe.
29. Ora, Rebeca tinha um irmão, cujo nome era Labão, o qual
saiu correndo ao encontro daquele homem até a fonte;
30. porquanto
tinha visto o pendente, e as pulseiras sobre as mãos de sua irmã, e ouvido as
palavras de sua irmã Rebeca, que dizia: Assim me falou aquele homem; e foi ter
com o homem, que estava em pé junto aos camelos ao lado da fonte.
31.
E disse: Entra, bendito do Senhor; por que estás aqui fora? pois eu já preparei
a casa, e lugar para os camelos.
32. Então veio o homem à casa, e
desarreou os camelos; deram palha e forragem para os camelos e água para lavar
os pés dele e dos homens que estavam com ele.
33. Depois puseram
comida diante dele. Ele, porém, disse: Não comerei, até que tenha exposto a
minha incumbência. Respondeu-lhe Labão: Fala.
34. Então disse: Eu sou
o servo de Abraão.
35. O Senhor tem abençoado muito ao meu senhor, o
qual se tem engrandecido; deu-lhe rebanhos e gado, prata e ouro, escravos e
escravas, camelos e jumentos.
36. E Sara, a mulher do meu senhor,
mesmo depois, de velha deu um filho a meu senhor; e o pai lhe deu todos os seus
bens.
37. Ora, o meu senhor me fez jurar, dizendo: Não tomarás mulher
para meu filho das filhas dos cananeus, em cuja terra habito;
38.
irás, porém, à casa de meu pai, e à minha parentela, e tomarás mulher para meu
filho.
39. Então respondi ao meu senhor: Porventura não me seguirá a
mulher.
40. Ao que ele me disse: O Senhor, em cuja presença tenho
andado, enviará o seu anjo contigo, e prosperará o teu caminho; e da minha
parentela e da casa de meu pai tomarás mulher para meu filho;
41.
então serás livre do meu juramento, quando chegares à minha parentela; e se não
te derem, livre serás do meu juramento.
42. E hoje cheguei à fonte, e
disse: Senhor, Deus de meu senhor Abraão, se é que agora prosperas o meu
caminho, o qual venho seguindo,
43. eis que estou junto à fonte; faze,
pois, que a donzela que sair para tirar água, a quem eu disser: Dá-me, peço-te,
de beber um pouco de água do teu cântaro,
44. e ela me responder: Bebe
tu, e também tirarei água para os teus camelos; seja a mulher que o Senhor
designou para o filho de meu senhor.
45. Ora, antes que eu acabasse de
falar no meu coração, eis que Rebeca saía com o seu cântaro sobre o ombro,
desceu à fonte e tirou água; e eu lhe disse: Dá-me de beber,
peço-te.
46. E ela, com presteza, abaixou o seu cântaro do ombro, e
disse: Bebe, e também darei de beber aos teus camelos; assim bebi, e ela deu
também de beber aos camelos.
47. Então lhe perguntei: De quem és
filha? E ela disse: Filha de Betuel, filho de Naor, que Milca lhe deu. Então eu
lhe pus o pendente no nariz e as pulseiras sobre as mãos;
48. e,
inclinando-me, adorei e bendisse ao Senhor, Deus do meu senhor Abraão, que me
havia conduzido pelo caminho direito para tomar para seu filho a filha do irmão
do meu senhor.
49. Agora, pois, se vós haveis de usar de benevolência
e de verdade para com o meu senhor, declarai-mo; e se não, também mo declarai,
para que eu vá ou para a direita ou para a esquerda.
50. Então
responderam Labão e Betuel: Do Senhor procede este negócio; nós não podemos
falar-te mal ou bem.
51. Eis que Rebeca está diante de ti, toma-a e
vai-te; seja ela a mulher do filho de teu senhor, como tem dito o
Senhor.
52. Quando o servo de Abraão ouviu as palavras deles,
prostrou-se em terra diante do Senhor:
53. e tirou o servo jóias de
prata, e jóias de ouro, e vestidos, e deu-os a Rebeca; também deu coisas
preciosas a seu irmão e a sua mãe.
54. Então comeram e beberam, ele e
os homens que com ele estavam, e passaram a noite. Quando se levantaram de
manhã, disse o servo: Deixai-me ir a meu senhor.
55. Disseram o irmão
e a mãe da donzela: Fique ela conosco alguns dias, pelo menos dez dias; e depois
irá.
56. Ele, porém, lhes respondeu: Não me detenhas, visto que o
Senhor me tem prosperado o caminho; deixai-me partir, para que eu volte a meu
senhor.
57. Disseram-lhe: chamaremos a donzela, e perguntaremos a ela
mesma.
58. Chamaram, pois, a Rebeca, e lhe perguntaram: Irás tu com
este homem; Respondeu ela: Irei.
59. Então despediram a Rebeca, sua
irmã, e à sua ama e ao servo de Abraão e a seus homens;
60. e
abençoaram a Rebeca, e disseram-lhe: Irmã nossa, sê tu a mãe de milhares de
miríades, e possua a tua descendência a porta de seus
aborrecedores!
61. Assim Rebeca se levantou com as suas moças e,
montando nos camelos, seguiram o homem; e o servo, tomando a Rebeca,
partiu.
62. Ora, Isaque tinha vindo do caminho de Beer-Laai-Rói; pois
habitava na terra do Negebe.
63. Saíra Isaque ao campo à tarde, para
meditar; e levantando os olhos, viu, e eis que vinham camelos.
64.
Rebeca também levantou os olhos e, vendo a Isaque, saltou do
camelo
65. e perguntou ao servo: Quem é aquele homem que vem pelo
campo ao nosso encontro? respondeu o servo: É meu senhor. Então ela tomou o véu
e se cobriu.
66. Depois o servo contou a Isaque tudo o que
fizera.
67. Isaque, pois, trouxe Rebeca para a tenda de Sara, sua mãe;
tomou-a e ela lhe foi por mulher; e ele a amou. Assim Isaque foi consolado
depois da morte de sua mãe.
[Gênesis 25]Gênesis
25
1. Ora, Abraão tomou outra mulher, que se chamava
Quetura.
2. Ela lhe deu à luz a Zinrã, Jocsã, Medã, Midiã, Isbaque e
Suá.
3. Jocsã gerou a Seba e Dedã. Os filhos de Dedã foram Assurim,
Letusim e Leumim.
4. Os filhos de Midiã foram Efá, Efer, Hanoque,
Abidá e Eldá; todos estes foram filhos de Quetura.
5. Abraão, porém,
deu tudo quanto possuía a Isaque;
6. no entanto aos filhos das
concubinas que Abraão tinha, deu ele dádivas; e, ainda em vida, os separou de
seu filho Isaque, enviando-os ao Oriente, para a terra oriental.
7.
Estes, pois, são os dias dos anos da vida de Abraão, que ele viveu: cento e
setenta e, cinco anos.
8. E Abraão expirou, morrendo em boa velhice,
velho e cheio de dias; e foi congregado ao seu povo.
9. Então Isaque e
Ismael, seus filhos, o sepultaram na cova de Macpela, no campo de Efrom, filho
de Zoar, o heteu, que estava em frente de Manre,
10. o campo que
Abraão comprara aos filhos de Hete. Ali foi sepultado Abraão, e Sara, sua
mulher.
11. Depois da morte de Abraão, Deus abençoou a Isaque, seu
filho; e habitava Isaque junto a Beer-Laai-Rói.
12. Estas são as
gerações de Ismael, filho de Abraão, que Agar, a egípcia, serva de Sara, lhe
deu;
13. e estes são os nomes dos filhos de Ismael pela sua ordem,
segundo as suas gerações: o primogênito de Ismael era Nebaiote, depois Quedar,
Abdeel, Mibsão,
14. Misma, Dumá, Massá,
15. Hadade, Tema,
Jetur, Nafis e Quedemá.
16. Estes são os filhos de Ismael, e estes são
os seus nomes pelas suas vilas e pelos seus acampamentos: doze príncipes segundo
as suas tribos.
17. E estes são os anos da vida de Ismael, cento e
trinta e sete anos; e ele expirou e, morrendo, foi congregado ao seu
povo.
18. Eles então habitaram desde Havilá até Sur, que está em
frente do Egito, como quem vai em direção da Assíria; assim Ismael se
estabeleceu diante da face de todos os seus irmãos.
19. E estas são as
gerações de Isaque, filho de Abraão: Abraão gerou a Isaque;
20. e
Isaque tinha quarenta anos quando tomou por mulher a Rebeca, filha de Betuel,
arameu de Padã-Arã, e irmã de Labão, arameu.
21. Ora, Isaque orou
insistentemente ao Senhor por sua mulher, porquanto ela era estéril; e o Senhor
ouviu as suas orações, e Rebeca, sua mulher, concebeu.
22. E os filhos
lutavam no ventre dela; então ela disse: Por que estou eu assim? E foi consultar
ao Senhor.
23. Respondeu-lhe o Senhor: Duas nações há no teu ventre, e
dois povos se dividirão das tuas estranhas, e um povo será mais forte do que o
outro povo, e o mais velho servirá ao mais moço.
24. Cumpridos que
foram os dias para ela dar à luz, eis que havia gêmeos no seu
ventre.
25. Saiu o primeiro, ruivo, todo ele como um vestido de pelo;
e chamaram-lhe Esaú.
26. Depois saiu o seu irmão, agarrada sua mão ao
calcanhar de Esaú; pelo que foi chamado Jacó. E Isaque tinha sessenta anos
quando Rebeca os deu à luz.
27. Cresceram os meninos; e Esaú tornou-se
perito caçador, homem do campo; mas Jacó, homem sossegado, que habitava em
tendas.
28. Isaque amava a Esaú, porque comia da sua caça; mas Rebeca
amava a Jacó.
29. Jacó havia feito um guisado, quando Esaú chegou do
campo, muito cansado;
30. e disse Esaú a Jacó: Deixa-me, peço-te,
comer desse guisado vermelho, porque estou muito cansado. Por isso se chamou
Edom.
31. Respondeu Jacó: Vende-me primeiro o teu direito de
primogenitura.
32. Então replicou Esaú: Eis que estou a ponto e
morrer; logo, para que me servirá o direito de primogenitura?
33. Ao
que disse Jacó: Jura-me primeiro. Jurou-lhe, pois; e vendeu o seu direito de
primogenitura a Jacó.
34. Jacó deu a Esaú pão e o guisado e lentilhas;
e ele comeu e bebeu; e, levantando-se, seguiu seu caminho. Assim desprezou Esaú
o seu direito de primogenitura.
[Gênesis 26]Gênesis
26
1. Sobreveio à terra uma fome, além da primeira, que
ocorreu nos dias de Abraão. Por isso foi Isaque a Abimeleque, rei dos filisteus,
em Gerar.
2. E apareceu-lhe o Senhor e disse: Não desças ao Egito;
habita na terra que eu te disser;
3. peregrina nesta terra, e serei
contigo e te abençoarei; porque a ti, e aos que descenderem de ti, darei todas
estas terras, e confirmarei o juramento que fiz a Abraão teu pai;
4. e
multiplicarei a tua descendência como as estrelas do céu, e lhe darei todas
estas terras; e por meio dela serão benditas todas as nações da
terra;
5. porquanto Abraão obedeceu à minha voz, e guardou o meu
mandado, os meus preceitos, os meus estatutos e as minhas leis.
6.
Assim habitou Isaque em Gerar.
7. Então os homens do lugar
perguntaram-lhe acerca de sua mulher, e ele respondeu: É minha irmã; porque
temia dizer: É minha mulher; para que porventura, dizia ele, não me matassem os
homens daquele lugar por amor de Rebeca; porque era ela formosa à
vista.
8. Ora, depois que ele se demorara ali muito tempo, Abimeleque,
rei dos filisteus, olhou por uma janela, e viu, e eis que Isaque estava
brincando com Rebeca, sua mulher.
9. Então chamou Abimeleque a Isaque,
e disse: Eis que na verdade é tua mulher; como pois disseste: E minha irmã?
Respondeu-lhe Isaque: Porque eu dizia: Para que eu porventura não morra por sua
causa.
10. Replicou Abimeleque: Que é isso que nos fizeste? Facilmente
se teria deitado alguém deste povo com tua mulher, e tu terias trazido culpa
sobre nós.
11. E Abimeleque ordenou a todo o povo, dizendo: Qualquer
que tocar neste homem ou em sua mulher, certamente morrerá.
12. Isaque
semeou naquela terra, e no mesmo ano colheu o cêntuplo; e o Senhor o
abençoou.
13. E engrandeceu-se o homem; e foi-se enriquecendo até que
se tornou mui poderoso;
14. e tinha possessões de rebanhos e de gado,
e muita gente de serviço; de modo que os filisteus o invejavam.
15.
Ora, todos os poços, que os servos de seu pai tinham cavado nos dias de seu pai
Abraão, os filisteus entulharam e encheram de terra.
16. E Abimeleque
disse a Isaque: Aparta-te de nós; porque muito mais poderoso te tens feito do
que nós.
17. Então Isaque partiu dali e, acampando no vale de Gerar,
lá habitou.
18. E Isaque tornou a cavar os poços que se haviam cavado
nos dias de Abraão seu pai, pois os filisteus os haviam entulhado depois da
morte de Abraão; e deu-lhes os nomes que seu pai lhes dera.
19.
Cavaram, pois, os servos de Isaque naquele vale, e acharam ali um poço de águas
vivas.
20. E os pastores de Gerar contenderam com os pastores de
Isaque, dizendo: Esta água é nossa. E ele chamou ao poço Eseque, porque
contenderam com ele.
21. Então cavaram outro poço, pelo qual também
contenderam; por isso chamou-lhe Sitna.
22. E partiu dali, e cavou
ainda outro poço; por este não contenderam; pelo que chamou-lhe Reobote,
dizendo: Pois agora o Senhor nos deu largueza, e havemos de crescer na
terra.
23. Depois subiu dali a Beer-Seba.
24. E apareceu-lhe
o Senhor na mesma noite e disse: Eu sou o Deus de Abraão, teu pai; não temas,
porque eu sou contigo, e te abençoarei e multiplicarei a tua descendência por
amor do meu servo Abraão.
25. Isaque, pois, edificou ali um altar e
invocou o nome do Senhor; então armou ali a sua tenda, e os seus servos cavaram
um poço.
26. Então Abimeleque veio a ele de Gerar, com Aüzate, seu
amigo, e Ficol, o chefe do seu exército.
27. E perguntou-lhes Isaque:
Por que viestes ter comigo, visto que me odiais, e me repelistes de
vós?
28. Responderam eles: Temos visto claramente que o Senhor é
contigo, pelo que dissemos: Haja agora juramento entre nós, entre nós e ti; e
façamos um pacto contigo,
29. que não nos farás mal, assim como nós
não te havemos tocado, e te fizemos somente o bem, e te deixamos ir em paz.
Agora tu és o bendito do Senhor.
30. Então Isaque lhes deu um
banquete, e comeram e beberam.
31. E levantaram-se de manhã cedo e
juraram de parte a parte; depois Isaque os despediu, e eles se despediram dele
em paz.
32. Nesse mesmo dia vieram os servos de Isaque e deram-lhe
notícias acerca do poço que haviam cavado, dizendo-lhe: Temos achado
água.
33. E ele chamou o poço Seba; por isso é o nome da cidade
Beer-Seba até o dia de hoje.
34. Ora, quando Esaú tinha quarenta anos,
tomou por mulher a Judite, filha de Beeri, o heteu e a Basemate, filha de Elom,
o heteu.
35. E estas foram para Isaque e Rebeca uma amargura de
espírito.
[Gênesis 27]Gênesis
27
1. Quando Isaque já estava velho, e se lhe
enfraqueciam os olhos, de maneira que não podia ver, chamou a Esaú, seu filho
mais velho, e disse-lhe: Meu filho! Ele lhe respondeu: Eis-me aqui!
2.
Disse-lhe o pai: Eis que agora estou velho, e não sei o dia da minha
morte;
3. toma, pois, as tuas armas, a tua aljava e o teu arco; e sai
ao campo, e apanha para mim alguma caça;
4. e faze-me um guisado
saboroso, como eu gosto, e traze-mo, para que eu coma; a fim de que a minha alma
te abençoe, antes que morra.
5. Ora, Rebeca estava escutando quando
Isaque falou a Esaú, seu filho. Saiu, pois, Esaú ao campo para apanhar caça e
trazê-la.
6. Disse então Rebeca a Jacó, seu filho: Eis que ouvi teu
pai falar com Esaú, teu irmão, dizendo:
7. Traze-me caça, e faze-me um
guisado saboroso, para que eu coma, e te abençoe diante do Senhor, antes da
minha morte.
8. Agora, pois, filho meu, ouve a minha voz naquilo que
eu te ordeno:
9. Vai ao rebanho, e traze-me de lá das cabras dois bons
cabritos; e eu farei um guisado saboroso para teu pai, como ele
gosta;
10. e levá-lo-ás a teu pai, para que o coma, a fim de te
abençoar antes da sua morte.
11. Respondeu, porém, Jacó a Rebeca, sua
mãe: Eis que Esaú, meu irmão, é peludo, e eu sou liso.
12. Porventura
meu pai me apalpará e serei a seus olhos como enganador; assim trarei sobre mim
uma maldição, e não uma bênção.
13. Respondeu-lhe sua mãe: Meu filho,
sobre mim caia essa maldição; somente obedece à minha voz, e vai
trazer-mos.
14. Então ele foi, tomou-os e os trouxe a sua mãe, que fez
um guisado saboroso como seu pai gostava.
15. Depois Rebeca tomou as
melhores vestes de Esaú, seu filho mais velho, que tinha consigo em casa, e
vestiu a Jacó, seu filho mais moço;
16. com as peles dos cabritos
cobriu-lhe as mãos e a lisura do pescoço;
17. e pôs o guisado saboroso
e o pão que tinha preparado, na mão de Jacó, seu filho.
18. E veio
Jacó a seu pai, e chamou: Meu pai! E ele disse:
Eis-me aqui; quem és tu, meu
filho?
19. Respondeu Jacó a seu pai: Eu sou Esaú, teu primogênito;
tenho feito como me disseste; levanta-te, pois, senta-te e come da minha caça,
para que a tua alma me abençoe.
20. Perguntou Isaque a seu filho: Como
é que tão depressa a achaste, filho meu? Respondeu ele: Porque o Senhor, teu
Deus, a mandou ao meu encontro.
21. Então disse Isaque a Jacó:
Chega-te, pois, para que eu te apalpe e veja se és meu filho Esaú mesmo, ou
não.
22. chegou-se Jacó a Isaque, seu pai, que o apalpou, e disse: A
voz é a voz de Jacó, porém as mãos são as mãos de Esaú.
23. E não o
reconheceu, porquanto as suas mãos estavam peludas, como as de Esaú seu irmão; e
abençoou-o.
24. No entanto perguntou: Tu és mesmo meu filho Esaú? E
ele declarou: Eu o sou.
25. Disse-lhe então seu pai: Traze-mo, e
comerei da caça de meu filho, para que a minha alma te abençoe: E Jacó lho
trouxe, e ele comeu; trouxe-lhe também vinho, e ele bebeu.
26.
Disse-lhe mais Isaque, seu pai: Aproxima-te agora, e beija-me, meu
filho.
27. E ele se aproximou e o beijou; e seu pai, sentindo-lhe o
cheiro das vestes o abençoou, e disse: Eis que o cheiro de meu filho é como o
cheiro de um campo que o Senhor abençoou.
28. Que Deus te dê do
orvalho do céu, e dos lugares férteis da terra, e abundância de trigo e de
mosto;
29. sirvam-te povos, e nações se encurvem a ti; sê senhor de
teus irmãos, e os filhos da tua mãe se encurvem a ti; sejam malditos os que te
amaldiçoarem, e benditos sejam os que te abençoarem.
30. Tão logo
Isaque acabara de abençoar a Jacó, e este saíra da presença de seu pai, chegou
da caça Esaú, seu irmão;
31. e fez também ele um guisado saboroso e,
trazendo-o a seu pai, disse-lhe: Levanta-te, meu pai, e come da caça de teu
filho, para que a tua alma me abençoe.
32. Perguntou-lhe Isaque, seu
pai: Quem és tu? Respondeu ele: Eu sou teu filho, o teu primogênito,
Esaú.
33. Então estremeceu Isaque de um estremecimento muito grande e
disse: Quem, pois, é aquele que apanhou caça e ma trouxe? Eu comi de tudo, antes
que tu viesses, e abençoei-o, e ele será bendito.
34. Esaú, ao ouvir
as palavras de seu pai, bradou com grande e mui amargo brado, e disse a seu pai:
Abençoa-me também a mim, meu pai!
35. Respondeu Isaque: Veio teu irmão
e com sutileza tomou a tua bênção.
36. Disse Esaú: Não se chama ele
com razão Jacó, visto que já por duas vezes me enganou? tirou-me o direito de
primogenitura, e eis que agora me tirou a bênção. E perguntou: Não reservaste
uma bênção para mim?
37. Respondeu Isaque a Esaú: Eis que o tenho
posto por senhor sobre ti, e todos os seus irmãos lhe tenho dado por servos; e
de trigo e de mosto o tenho fortalecido. Que, pois, poderei eu fazer por ti, meu
filho?
38. Disse Esaú a seu pai: Porventura tens uma única bênção, meu
pai? Abençoa-me também a mim, meu pai. E levantou Esaú a voz, e
chorou.
39. Respondeu-lhe Isaque, seu pai: Longe dos lugares férteis
da terra será a tua habitação, longe do orvalho do alto céu;
40. pela
tua espada viverás, e a teu irmão, serviras; mas quando te tornares impaciente,
então sacudirás o seu jugo do teu pescoço.
41. Esaú, pois, odiava a
Jacó por causa da bênção com que seu pai o tinha abençoado, e disse consigo: Vêm
chegando os dias de luto por meu pai; então hei de matar Jacó, meu
irmão.
42. Ora, foram denunciadas a Rebeca estas palavras de Esaú, seu
filho mais velho; pelo que ela mandou chamar Jacó, seu filho mais moço, e lhe
disse: Eis que Esaú teu irmão se consola a teu respeito, propondo
matar-te.
43. Agora, pois, meu filho, ouve a minha voz; levanta-te,
refugia-te na casa de Labão, meu irmão, em Harã,
44. e demora-te com
ele alguns dias, até que passe o furor de teu irmão;
45. até que se
desvie de ti a ira de teu irmão, e ele se esqueça do que lhe fizeste; então
mandarei trazer-te de lá; por que seria eu desfilhada de vós ambos num só
dia?
46. E disse Rebeca a Isaque: Enfadada estou da minha vida, por
causa das filhas de Hete; se Jacó tomar mulher dentre as filhas de Hete, tais
como estas, dentre as filhas desta terra, para que viverei?
[Gênesis
28]Gênesis 28
1. Isaque, pois, chamou
Jacó, e o abençoou, e ordenou-lhe, dizendo: Não tomes mulher dentre as filhas de
Canaã.
2. Levanta-te, vai a Padã-Arã, à casa de Betuel, pai de tua
mãe, e toma de lá uma mulher dentre as filhas de Labão, irmão de tua
mãe.
3. Deus Todo-Poderoso te abençoe, te faça frutificar e te
multiplique, para que venhas a ser uma multidão de povos; seu
4. e te
dê a bênção de Abraão, a ti e à tua descendência contigo, para que herdes a
terra de tuas peregrinações, que Deus deu a Abraão.
5. Assim despediu
Isaque a Jacó, o qual foi a Padã-Arã, a Labão, filho de Betuel, arameu, irmão de
Rebeca, mãe de Jacó e de Esaú.
6. Ora, viu Esaú que Isaque abençoara a
Jacó, e o enviara a Padã-Arã, para tomar de lá mulher para si, e que,
abençoando-o, lhe ordenara, dizendo: Não tomes mulher dentre as filhas de
Canaã,
7. e que Jacó, obedecendo a seu pai e a sua mãe, fora a
Padã-Arã;
8. vendo também Esaú que as filhas de Canaã eram más aos
olhos de Isaque seu pai,
9. foi-se Esaú a Ismael e, além das mulheres
que já tinha, tomou por mulher a Maalate, filha de Ismael, filho de Abraão, irmã
de Nebaiote.
10. Partiu, pois, Jacó de Beer-Seba e se foi em direção a
Harã;
11. e chegou a um lugar onde passou a noite, porque o sol já se
havia posto; e, tomando uma das pedras do lugar e pondo-a debaixo da cabeça,
deitou-se ali para dormir.
12. Então sonhou: estava posta sobre a
terra uma escada, cujo topo chegava ao céu; e eis que os anjos de Deus subiam e
desciam por ela;
13. por cima dela estava o Senhor, que disse: Eu sou
o Senhor, o Deus de Abraão teu pai, e o Deus de Isaque; esta terra em que estás
deitado, eu a darei a ti e à tua descendência;
14. e a tua
descendência será como o pó da terra; dilatar-te-ás para o ocidente, para o
oriente, para o norte e para o sul; por meio de ti e da tua descendência serão
benditas todas as famílias da terra.
15. Eis que estou contigo, e te
guardarei por onde quer que fores, e te farei tornar a esta terra; pois não te
deixarei até que haja cumprido aquilo de que te tenho falado.
16. Ao
acordar Jacó do seu sono, disse: Realmente o Senhor está neste lugar; e eu não o
sabia.
17. E temeu, e disse: Quão terrível é este lugar! Este não é
outro lugar senão a casa de Deus; e esta é a porta dos céus.
18. Jacó
levantou-se de manhã cedo, tomou a pedra que pusera debaixo da cabeça, e a pôs
como coluna; e derramou-lhe azeite em cima.
19. E chamou aquele lugar
Betel; porém o nome da cidade antes era Luz.
20. Fez também Jacó um
voto, dizendo: Se Deus for comigo e me guardar neste caminho que vou seguindo, e
me der pão para comer e vestes para vestir,
21. de modo que eu volte
em paz à casa de meu pai, e se o Senhor for o meu Deus,
22. então esta
pedra que tenho posto como coluna será casa de Deus; e de tudo quanto me deres,
certamente te darei o dízimo.
[Gênesis 29]Gênesis
29
1. Então pôs-se Jacó a caminho e chegou à terra dos
filhos do Oriente.
2. E olhando, viu ali um poço no campo, e três
rebanhos de ovelhas deitadas junto dele; pois desse poço se dava de beber aos
rebanhos; e havia uma grande pedra sobre a boca do poço.
3.
Ajuntavam-se ali todos os rebanhos; os pastores removiam a pedra da boca do
poço, davam de beber às ovelhas e tornavam a pôr a pedra no seu lugar sobre a
boca do poço.
4. Perguntou-lhes Jacó: Meus irmãos, donde sois?
Responderam eles: Somos de Harã.
5. Perguntou-lhes mais: Conheceis a
Labão, filho de Naor; Responderam: Conhecemos.
6. Perguntou-lhes
ainda: vai ele bem? Responderam: Vai bem; e eis ali Raquel, sua filha, que vem
chegando com as ovelhas.
7. Disse ele: Eis que ainda vai alto o dia;
não é hora de se ajuntar o gado; dai de beber às ovelhas, e ide
apascentá-las.
8. Responderam: Não podemos, até que todos os rebanhos
se ajuntem, e seja removida a pedra da boca do poço; assim é que damos de beber
às ovelhas.
9. Enquanto Jacó ainda lhes falava, chegou Raquel com as
ovelhas de seu pai; porquanto era ela quem as apascentava.
10. Quando
Jacó viu a Raquel, filha de Labão, irmão de sua mãe, e as ovelhas de Labão,
irmão de sua mãe, chegou-se, revolveu a pedra da boca do poço e deu de beber às
ovelhas de Labão, irmão de sua mãe.
11. Então Jacó beijou a Raquel e,
levantando a voz, chorou.
12. E Jacó anunciou a Raquel que ele era
irmão de seu pai, e que era filho de Rebeca. Raquel, pois foi correndo para
anunciá-lo a, seu pai.
13. Quando Labão ouviu essas novas de Jacó,
filho de sua irmã, correu-lhe ao encontro, abraçou-o, beijou-o e o levou à sua
casa. E Jacó relatou a Labão todas essas, coisas.
14. Disse-lhe Labão:
Verdadeiramente tu és meu osso e minha carne. E Jacó ficou com ele um mês
inteiro.
15. Depois perguntou Labão a Jacó: Por seres meu irmão hás de
servir-me de graça? Declara-me, qual será o teu salário?
16. Ora,
Labão tinha duas filhas; o nome da mais velha era Léia, e o da mais moça
Raquel.
17. Léia tinha os olhos enfermos, enquanto que Raquel era
formosa de porte e de semblante.
18. Jacó, porquanto amava a Raquel,
disse: Sete anos te servirei para ter a Raquel, tua filha mais
moça.
19. Respondeu Labão: Melhor é que eu a dê a ti do que a outro;
fica comigo.
20. Assim serviu Jacó sete anos por causa de Raquel; e
estes lhe pareciam como poucos dias, pelo muito que a amava.
21. Então
Jacó disse a Labão: Dá-me minha mulher, porque o tempo já está cumprido; para
que eu a tome por mulher.
22. Reuniu, pois, Labão todos os homens do
lugar, e fez um banquete.
23. À tarde tomou a Léia, sua filha e a
trouxe a Jacó, que esteve com ela.
24. E Labão deu sua serva Zilpa por
serva a Léia, sua filha.
25. Quando amanheceu, eis que era Léia; pelo
que perguntou Jacó a Labão: Que é isto que me fizeste? Porventura não te servi
em troca de Raquel? Por que, então, me enganaste?
26. Respondeu Labão:
Não se faz assim em nossa terra; não se dá a menor antes da
primogênita.
27. Cumpre a semana desta; então te daremos também a
outra, pelo trabalho de outros sete anos que ainda me servirás.
28.
Assim fez Jacó, e cumpriu a semana de Léia; depois Labão lhe deu por mulher sua
filha Raquel.
29. E Labão deu sua serva Bila por serva a Raquel, sua
filha.
30. Então Jacó esteve também com Raquel; e amou a Raquel muito
mais do que a Léia; e serviu com Labão ainda outros sete anos.
31.
Viu, pois, o Senhor que Léia era desprezada e tornou-lhe fecunda a madre;
Raquel, porém, era estéril.
32. E Léia concebeu e deu à luz um filho,
a quem chamou Rúben; pois disse: Porque o Senhor atendeu à minha aflição; agora
me amará meu marido.
33. Concebeu outra vez, e deu à luz um filho; e
disse: Porquanto o Senhor ouviu que eu era desprezada, deu-me também este. E lhe
chamou Simeão.
34. Concebeu ainda outra vez e deu à luz um filho e
disse: Agora esta vez se unirá meu marido a mim, porque três filhos lhe tenho
dado. Portanto lhe chamou Levi.
35. De novo concebeu e deu à luz um
filho; e disse: Esta vez louvarei ao Senhor. Por isso lhe chamou Judá. E cessou
de ter filhos.
[Gênesis 30]Gênesis
30
1. Vendo Raquel que não dava filhos a Jacó, teve
inveja de sua irmã, e disse a Jacó: Dá-me filhos, senão eu morro.
2.
Então se acendeu a ira de Jacó contra Raquel; e disse: Porventura estou eu no
lugar de Deus que te impediu o fruto do ventre?
3. Respondeu ela: Eis
aqui minha serva Bila; recebe-a por mulher, para que ela dê à luz sobre os meus
joelhos, e eu deste modo tenha filhos por ela.
4. Assim lhe deu a
Bila, sua serva, por mulher; e Jacó a conheceu.
5. Bila concebeu e deu
à luz um filho a Jacó.
6. Então disse Raquel: Julgou-me Deus; ouviu a
minha voz e me deu um filho; pelo que lhe chamou Dã.
7. E Bila, serva
de Raquel, concebeu outra vez e deu à luz um segundo filho a Jacó.
8.
Então disse Raquel: Com grandes lutas tenho lutado com minha irmã, e tenho
vencido; e chamou-lhe Naftali.
9. Também Léia, vendo que cessara de
ter filhos, tomou a Zilpa, sua serva, e a deu a Jacó por mulher.
10. E
Zilpa, serva de Léia, deu à luz um filho a Jacó.
11. Então disse Léia:
Afortunada! e chamou-lhe Gade.
12. Depois Zilpa, serva de Léia, deu à
luz um segundo filho a Jacó.
13. Então disse Léia: Feliz sou eu!
porque as filhas me chamarão feliz; e chamou-lhe Aser.
14. Ora, saiu
Rúben nos dias da ceifa do trigo e achou mandrágoras no campo, e as trouxe a
Léia, sua mãe. Então disse Raquel a Léia: Dá-me, peço, das mandrágoras de teu
filho.
15. Ao que lhe respondeu Léia: É já pouco que me hajas tirado
meu marido? queres tirar também as mandrágoras de meu filho? Prosseguiu Raquel:
Por isso ele se deitará contigo esta noite pelas mandrágoras de teu
filho.
16. Quando, pois, Jacó veio à tarde do campo, saiu-lhe Léia ao
encontro e disse: Hás de estar comigo, porque certamente te aluguei pelas
mandrágoras de meu filho. E com ela deitou-se Jacó aquela noite.
17. E
ouviu Deus a Léia, e ela concebeu e deu a Jacó um quinto filho.
18.
Então disse Léia: Deus me tem dado o meu galardão, porquanto dei minha serva a
meu marido. E chamou ao filho Issacar.
19. Concebendo Léia outra vez,
deu a Jacó um sexto filho;
20. e disse: Deus me deu um excelente dote;
agora morará comigo meu marido, porque lhe tenho dado seis filhos. E chamou-lhe
Zebulom.
21. Depois. disto deu à luz uma filha, e chamou-lhe
Diná.
22. Também lembrou-se Deus de Raquel, ouviu-a e a tornou
fecunda.
23. De modo que ela concebeu e deu à luz um filho, e disse:
Tirou-me Deus o opróbrio.
24. E chamou-lhe José, dizendo:
Acrescente-me o Senhor ainda outro filho.
25. Depois que Raquel deu à
luz a José, disse Jacó a Labão: Despede-me a fim de que eu vá para meu lugar e
para minha terra.
26. Dá-me as minhas mulheres, e os meus filhos,
pelas quais te tenho servido, e deixa-me ir; pois tu sabes o serviço que te
prestei.
27. Labão lhe respondeu: Se tenho achado graça aos teus
olhos, fica comigo; pois tenho percebido que o Senhor me abençoou por amor de
ti.
28. E disse mais: Determina-me o teu salário, que to
darei.
29. Ao que lhe respondeu Jacó: Tu sabes como te hei servido, e
como tem passado o teu gado comigo.
30. Porque o pouco que tinhas
antes da minha vinda tem se multiplicado abundantemente; e o Senhor te tem
abençoado por onde quer que eu fui. Agora, pois, quando hei de trabalhar também
por minha casa?
31. Insistiu Labão: Que te darei? Então respondeu
Jacó: Não me darás nada; tornarei a apascentar e a guardar o teu rebanho se me
fizeres isto:
32. Passarei hoje por todo o teu rebanho, separando dele
todos os salpicados e malhados, e todos os escuros entre as ovelhas, e os
malhados e salpicados entre as cabras; e isto será o meu salário.
33.
De modo que responderá por mim a minha justiça no dia de amanhã, quando vieres
ver o meu salário assim exposto diante de ti: tudo o que não for salpicado e
malhado entre as cabras e escuro entre as ovelhas, esse, se for achado comigo,
será tido por furtado.
34. Concordou Labão, dizendo: Seja conforme a
tua palavra.
35. E separou naquele mesmo dia os bodes listrados e
malhados e todas as cabras salpicadas e malhadas, tudo em que havia algum
branco, e todos os escuros entre os cordeiros e os deu nas mãos de seus
filhos;
36. e pôs três dias de caminho entre si e Jacó; e Jacó
apascentava o restante dos rebanhos de Labão.
37. Então tomou Jacó
varas verdes de estoraque, de amendoeira e de plátano e, descascando nelas
riscas brancas, descobriu o branco que nelas havia;
38. e as varas que
descascara pôs em frente dos rebanhos, nos cochos, isto é, nos bebedouros, onde
os rebanhos bebiam; e conceberam quando vinham beber.
39. Os rebanhos
concebiam diante das varas, e as ovelhas davam crias listradas, salpicadas e
malhadas.
40. Então separou Jacó os cordeiros, e fez os rebanhos olhar
para os listrados e para todos os escuros no rebanho de Labão; e pôs seu rebanho
à parte, e não pôs com o rebanho de Labão.
41. e todas as vezes que
concebiam as ovelhas fortes, punha Jacó as varas nos bebedouros, diante dos
olhos do rebanho, para que concebessem diante das varas;
42. mas
quando era fraco o rebanho, ele não as punha. Assim as fracas eram de Labão, e
as fortes de Jacó.
43. E o homem se enriqueceu sobremaneira, e teve
grandes rebanhos, servas e servos, camelos e jumentos.
[Gênesis 31]Gênesis 31
1. Jacó, entretanto, ouviu as
palavras dos filhos de Labão, que diziam: Jacó tem levado tudo o que era de
nosso pai, e do que era de nosso pai adquiriu ele todas estas,
riquezas.
2. Viu também Jacó o rosto de Labão, e eis que não era para
com ele como dantes.
3. Disse o Senhor, então, a Jacó: Volta para a
terra de teus pais e para a tua parentela; e eu serei contigo.
4. Pelo
que Jacó mandou chamar a Raquel e a Léia ao campo, onde estava o seu
rebanho,
5. e lhes disse: vejo que o rosto de vosso pai para comigo
não é como anteriormente; porém o Deus de meu pai tem estado
comigo.
6. Ora, vós mesmas sabeis que com todas as minhas forças tenho
servido a vosso pai.
7. Mas vosso pai me tem enganado, e dez vezes
mudou o meu salário; Deus, porém, não lhe permitiu que me fizesse
mal.
8. Quando ele dizia assim: Os salpicados serão o teu salário;
então todo o rebanho dava salpicados. E quando ele dizia assim: Os listrados
serão o teu salário, então todo o rebanho dava listrados.
9. De modo
que Deus tem tirado o gado de vosso pai, e mo tem dado a mim.
10. Pois
sucedeu que, ao tempo em que o rebanho concebia, levantei os olhos e num sonho
vi que os bodes que cobriam o rebanho eram listrados, salpicados e
malhados.
11. Disse-me o anjo de Deus no sonho: Jacó! Eu respondi:
Eis-me aqui.
12. Prosseguiu o anjo: Levanta os teus olhos e vê que
todos os bodes que cobrem o rebanho são listrados, salpicados e malhados; porque
tenho visto tudo o que Labão te vem fazendo.
13. Eu sou o Deus de
Betel, onde ungiste uma coluna, onde me fizeste um voto; levanta-te, pois,
sai-te desta terra e volta para a terra da tua parentela.
14. Então
lhe responderam Raquel e Léia: Temos nós ainda parte ou herança na casa de nosso
pai?
15. Não somos tidas por ele como estrangeiras? pois nos vendeu, e
consumiu todo o nosso preço.
16. Toda a riqueza que Deus tirou de
nosso pai é nossa e de nossos filhos; portanto, faze tudo o que Deus te
mandou.
17. Levantou-se, pois, Jacó e fez montar seus filhos e suas
mulheres sobre os camelos;
18. e levou todo o seu gado, e toda a sua
fazenda, que havia adquirido, o gado que possuía, que havia adquirido em
Padã-Arã, a fim de ir ter com Isaque, seu pai, à terra de Canaã.
19.
Ora, tendo Labão ido tosquiar as suas ovelhas, Raquel furtou os ídolos que
pertenciam a seu pai.
20. Jacó iludiu a Labão, o arameu, não lhe
fazendo saber que fugia;
21. e fugiu com tudo o que era seu; e,
levantando-se, passou o Rio, e foi em direção à montanha de
Gileade.
22. Ao terceiro dia foi Labão avisado de que Jacó havia
fugido.
23. Então, tomando consigo seus irmãos, seguiu atrás de Jacó
jornada de sete dias; e alcançou-o na montanha de Gileade.
24. Mas
Deus apareceu de noite em sonho a Labão, o arameu, e disse-lhe: Guardate, que
não fales a Jacó nem bem nem mal.
25. Alcançou, pois, Labão a Jacó.
Ora, Jacó tinha armado a sua tenda na montanha; armou também Labão com os seus
irmãos a sua tenda na montanha de Gileade.
26. Então disse Labão a
Jacó: Que fizeste, que me iludiste e levaste minhas filhas como cativas da
espada?
27. Por que fizeste ocultamente, e me iludiste e não mo
fizeste saber, para que eu te enviasse com alegria e com cânticos, ao som de
tambores e de harpas;
28. Por que não me permitiste beijar meus filhos
e minhas filhas? Ora, assim procedeste nesciamente.
29. Está no poder
da minha mão fazer-vos o mal, mas o Deus de vosso pai falou-me ontem à noite,
dizendo: Guarda-te, que não fales a Jacó nem bem nem mal.
30. Mas
ainda que quiseste ir embora, porquanto tinhas saudades da casa de teu pai, por
que furtaste os meus deuses?
31. Respondeu-lhe Jacó: Porque tive medo;
pois dizia comigo que tu me arrebatarias as tuas filhas.
32. Com quem
achares os teus deuses, porém, esse não viverá; diante de nossos irmãos descobre
o que é teu do que está comigo, e leva-o contigo. Pois Jacó não sabia que Raquel
os tinha furtado.
33. Entrou, pois, Labão na tenda de Jacó, na tenda
de Léia e na tenda das duas servas, e não os achou; e, saindo da tenda de Léia,
entrou na tenda de Raquel.
34. Ora, Raquel havia tomado os ídolos e os
havia metido na albarda do camelo, e se assentara em cima deles. Labão apalpou
toda a tenda, mas não os achou.
35. E ela disse a seu pai: Não se
acenda a ira nos olhos de meu senhor, por eu não me poder levantar na tua
presença, pois estou com o incômodo das mulheres. Assim ele procurou, mas não
achou os ídolos.
36. Então irou-se Jacó e contendeu com Labão,
dizendo: Qual é a minha transgressão? qual é o meu pecado, que tão furiosamente
me tens perseguido?
37. Depois de teres apalpado todos os meus móveis,
que achaste de todos os móveis da tua casar. Põe-no aqui diante de meus irmãos e
de teus irmãos, para que eles julguem entre nós ambos.
38. Estes vinte
anos estive eu contigo; as tuas ovelhas e as tuas cabras nunca abortaram, e não
comi os carneiros do teu rebanho.
39. Não te trouxe eu o despedaçado;
eu sofri o dano; da minha mão requerias tanto o furtado de dia como o furtado de
noite.
40. Assim andava eu; de dia me consumia o calor, e de noite a
geada; e o sono me fugia dos olhos.
41. Estive vinte anos em tua casa;
catorze anos te servi por tuas duas filhas, e seis anos por teu rebanho; dez
vezes mudaste o meu salário.
42. Se o Deus de meu pai, o Deus de
Abraão e o Temor de Isaque não fora por mim, certamente hoje me mandarias embora
vazio. Mas Deus tem visto a minha aflição e o trabalho das minhas mãos, e
repreendeu-te ontem à noite.
43. Respondeu-lhe Labão: Estas filhas são
minhas filhas, e estes filhos são meus filhos, e este rebanho é meu rebanho, e
tudo o que vês é meu; e que farei hoje a estas minhas filhas, ou aos filhos que
elas tiveram?
44. Agora pois vem, e façamos um pacto, eu e tu; e sirva
ele de testemunha entre mim e ti.
45. Então tomou Jacó uma pedra, e a
erigiu como coluna.
46. E disse a seus irmãos: Ajuntai pedras.
Tomaram, pois, pedras e fizeram um montão, e ali junto ao montão
comeram.
47. Labão lhe chamou Jegar-Saaduta, e Jacó chamou-lhe
Galeede.
48. Disse, pois, Labão: Este montão é hoje testemunha entre
mim e ti. Por isso foi chamado Galeede;
49. e também Mizpá, porquanto
disse: Vigie o Senhor entre mim e ti, quando estivermos apartados um do
outro.
50. Se afligires as minhas filhas, e se tomares outras mulheres
além das minhas filhas, embora ninguém esteja conosco, lembra-te de que Deus é
testemunha entre mim e ti.
51. Disse ainda Labão a Jacó: Eis aqui este
montão, e eis aqui a coluna que levantei entre mim e ti.
52. Seja este
montão testemunha, e seja esta coluna testemunha de que, para mal, nem passarei
eu deste montão a ti, nem passarás tu deste montão e desta coluna a
mim.
53. O Deus de Abraão e o Deus de Naor, o Deus do pai deles,
julgue entre nós. E jurou Jacó pelo Temor de seu pai Isaque.
54. Então
Jacó ofereceu um sacrifício na montanha, e convidou seus irmãos para comerem
pão; e, tendo comido, passaram a noite na montanha.
55. Levantou-se
Labão de manhã cedo, beijou seus filhos e suas filhas e os abençoou; e,
partindo, voltou para o seu lugar.
[Gênesis 32]Gênesis
32
1. Jacó também seguiu o seu caminho; e
encontraram-no os anjos de Deus.
2. Quando Jacó os viu, disse: Este é
o exército de Deus. E chamou àquele lugar Maanaim.
3. Então enviou
Jacó mensageiros diante de si a Esaú, seu irmão, à terra de Seir, o território
de Edom,
4. tendo-lhes ordenado: Deste modo falareis a meu senhor
Esaú: Assim diz Jacó, teu servo: Como peregrino morei com Labão, e com ele
fiquei até agora;
5. e tenho bois e jumentos, rebanhos, servos e
servas; e mando comunicar isso a meu senhor, para achar graça aos teus
olhos.
6. Depois os mensageiros voltaram a Jacó, dizendo: Fomos ter
com teu irmão Esaú; e, em verdade, vem ele para encontrar-te, e quatrocentos
homens com ele.
7. Jacó teve muito medo e ficou aflito; dividiu em
dois bandos o povo que estava com ele, bem como os rebanhos, os bois e os
camelos;
8. pois dizia: Se Esaú vier a um bando e o ferir, o outro
bando escapará.
9. Disse mais Jacó: o Deus de meu pai Abraão, Deus de
meu pai Isaque, ó Senhor, que me disseste: Volta para a tua terra, e para a tua
parentela, e eu te farei bem!
10. Não sou digno da menor de todas as
tuas beneficências e de toda a fidelidade que tens usado para com teu servo;
porque com o meu cajado passei este Jordão, e agora volto em dois
bandos.
11. Livra-me, peço-te, da mão de meu irmão, da mão de Esaú,
porque eu o temo; acaso não venha ele matar-me, e a mãe com os
filhos.
12. Pois tu mesmo disseste: Certamente te farei bem, e farei a
tua descendência como a areia do mar, que pela multidão não se pode
contar.
13. Passou ali aquela noite; e do que tinha tomou um presente
para seu irmão Esaú:
14. duzentas cabras e vinte bodes, duzentas
ovelhas e vinte carneiros,
15. trinta camelas de leite com suas crias,
quarenta vacas e dez touros, vinte jumentas e dez jumentinhos.
16.
Então os entregou nas mãos dos seus servos, cada manada em separado; e disse a
seus servos: Passai adiante de mim e ponde espaço entre manada e
manada.
17. E ordenou ao primeiro, dizendo: Quando Esaú, meu irmão, te
encontrar e te perguntar: De quem és, e para onde vais, e de quem são estes
diante de ti?
18. Então responderás: São de teu servo Jacó, presente
que envia a meu senhor, a Esaú, e eis que ele vem também atrás de
nos.
19. Ordenou igualmente ao segundo, e ao terceiro, e a todos os
que vinham atrás das manadas, dizendo: Desta maneira falareis a Esaú quando o
achardes.
20. E direis também: Eis que o teu servo Jacó vem atrás de
nós. Porque dizia: Aplacá-lo-ei com o presente, que vai adiante de mim, e depois
verei a sua face; porventura ele me aceitará.
21. Foi, pois, o
presente adiante dele; ele, porém, passou aquela noite no arraial.
22.
Naquela mesma noite levantou-se e, tomando suas duas mulheres, suas duas servas
e seus onze filhos, passou o vau de Jaboque.
23. Tomou-os, e fê-los
passar o ribeiro, e fez passar tudo o que tinha.
24. Jacó, porém,
ficou só; e lutava com ele um homem até o romper do dia.
25. Quando
este viu que não prevalecia contra ele, tocou-lhe a juntura da coxa, e se
deslocou a juntura da coxa de Jacó, enquanto lutava com ele.
26. Disse
o homem: Deixa-me ir, porque já vem rompendo o dia. Jacó, porém, respondeu: Não
te deixarei ir, se me não abençoares.
27. Perguntou-lhe, pois: Qual é
o teu nome? E ele respondeu: Jacó.
28. Então disse: Não te chamarás
mais Jacó, mas Israel; porque tens lutado com Deus e com os homens e tens
prevalecido.
29. Perguntou-lhe Jacó: Dize-me, peço-te, o teu nome.
Respondeu o homem: Por que perguntas pelo meu nome? E ali o
abençoou.
30. Pelo que Jacó chamou ao lugar Peniel, dizendo: Porque
tenho visto Deus face a face, e a minha vida foi preservada.
31. E
nascia o sol, quando ele passou de Peniel; e coxeava de uma perna.
32.
Por isso os filhos de Israel não comem até o dia de hoje o nervo do quadril, que
está sobre a juntura da coxa, porquanto o homem tocou a juntura da coxa de Jacó
no nervo do quadril.
[Gênesis 33]Gênesis
33
1. Levantou Jacó os olhos, e olhou, e eis que vinha
Esaú, e quatrocentos homens com ele. Então repartiu os filhos entre Léia, e
Raquel, e as duas servas.
2. Pôs as servas e seus filhos na frente,
Léia e seus filhos atrás destes, e Raquel e José por últimos.
3. Mas
ele mesmo passou adiante deles, e inclinou-se em terra sete vezes, até chegar
perto de seu irmão.
4. Então Esaú correu-lhe ao encontro, abraçou-o,
lançou-se-lhe ao pescoço, e o beijou; e eles choraram.
5. E levantando
Esaú os olhos, viu as mulheres e os meninos, e perguntou: Quem são estes
contigo? Respondeu-lhe Jacó: Os filhos que Deus bondosamente tem dado a teu
servo.
6. Então chegaram-se as servas, elas e seus filhos, e
inclinaram-se.
7. Chegaram-se também Léia e seus filhos, e
inclinaram-se; depois chegaram-se José e Raquel e se inclinaram.
8.
Perguntou Esaú: Que queres dizer com todo este bando que tenho encontrado?
Respondeu Jacó: Para achar graça aos olhos de meu senhor.
9. Mas Esaú
disse: Tenho bastante, meu irmão; seja teu o que tens.
10.
Replicou-lhe Jacó: Não, mas se agora tenho achado graça aos teus olhos, aceita o
presente da minha mão; porquanto tenho visto o teu rosto, como se tivesse visto
o rosto de Deus, e tu te agradaste de mim.
11. Aceita, peço-te, o meu
presente, que eu te trouxe; porque Deus tem sido bondoso para comigo, e porque
tenho de tudo. E insistiu com ele, e ele o aceitou.
12. Então Esaú
disse: Ponhamo-nos a caminho e vamos; eu irei adiante de ti.
13.
Respondeu-lhe Jacó: Meu senhor sabe que estes filhos são tenros, e que tenho
comigo ovelhas e vacas de leite; se forem obrigadas a caminhar demais por um só
dia, todo o rebanho morrerá.
14. Passe o meu senhor adiante de seu
servo; e eu seguirei, conduzindo-os calmamente, conforme o passo do gado que
está diante de mim, e conforme o passo dos meninos, até que chegue a meu senhor
em Seir.
15. Ao que disse Esaú: Permite ao menos que eu deixe contigo
alguns da minha gente. Replicou Jacó: Para que? Basta que eu ache graça aos
olhos de meu senhor.
16. Assim tornou Esaú aquele dia pelo seu caminho
em direção a Seir.
17. Jacó, porém, partiu para Sucote, e edificou
para si uma casa, e fez barracas para o seu gado; por isso o lugar se chama
Sucote.
18. Depois chegou Jacó em paz à cidade de Siquém, que está na
terra de Canaã, quando veio de Padã-Arã; e armou a sua tenda diante da
cidade.
19. E comprou a parte do campo, em que estendera a sua tenda,
dos filhos de Hamor, pai de Siquém, por cem peças de dinheiro.
20.
Então levantou ali um altar, e chamou-lhe o El-Eloé-Israel.
[Gênesis
34]Gênesis 34
1. Diná, filha de Léia,
que esta tivera de Jacó, saiu para ver as filhas da terra.
2. Viu-a
Siquém, filho de Hamor o heveu, príncipe da terra; e, tomando-a, deitou-se com
ela e humilhou-a.
3. Assim se apegou a sua alma a Diná, filha de Jacó,
e, amando a donzela, falou-lhe afetuosamente.
4. Então disse Siquém a
Hamor seu pai: Consegue-me esta donzela por mulher.
5. Ora, Jacó ouviu
que Siquém havia contaminado a Diná sua filha. Entretanto, estando seus filhos
no campo com o gado, calou-se Jacó até que viessem.
6. Hamor, pai de
Siquém, saiu a fim de falar com Jacó.
7. Os filhos de Jacó, pois,
vieram do campo logo que souberam do caso; e entristeceram-se e iraram-se muito,
porque Siquém havia cometido uma insensatez em Israel, deitando-se com a filha
de Jacó, coisa que não se devia fazer.
8. Então falou Hamor com eles,
dizendo: A alma de meu filho Siquém afeiçoou-se fortemente a vossa filha;
dai-lha, peço-vos, por mulher.
9. Também aparentai-vos conosco;
dai-nos as vossas filhas e recebei as nossas.
10. Assim habitareis
conosco; a terra estará diante de vós; habitai e negociai nela, e nela adquiri
propriedades.
11. Depois disse Siquém ao pai e aos irmãos dela: Ache
eu graça aos vossos olhos, e darei o que me disserdes;
12. exigi de
mim o que quiserdes em dote e presentes, e darei o que me pedirdes; somente
dai-me a donzela por mulher.
13. Então os filhos de Jacó, respondendo,
falaram enganosamente a Siquém e a Hamor, seu pai, porque Siquém havia
contaminado a Diná, sua irmã,
14. e lhes disseram: Não podemos fazer p
isto, dar a nossa irmã a um homem incircunciso; porque isso seria uma vergonha
para nós.
15. Sob esta única condição consentiremos; se vos tornardes
como nós, circuncidando-se todo varão entre vós;
16. então vos daremos
nossas filhas a vós, e receberemos vossas filhas para nós; assim habitaremos
convosco e nos tornaremos um só povo.
17. Mas se não nos ouvirdes, e
não vos circuncidardes, levaremos nossa filha e nos iremos embora.
18.
E suas palavras agradaram a Hamor e a Siquém, seu filho.
19. Não
tardou, pois, o mancebo em fazer isso, porque se agradava da filha de Jacó. Era
ele o mais honrado de toda a casa de seu pai.
20. Vieram, pois, Hamor
e Siquém, seu filho, à porta da sua cidade, e falaram aos homens da cidade,
dizendo:
21. Estes homens são pacíficos para conosco; portanto habitem
na terra e negociem nela, pois é bastante espaçosa para eles. Recebamos por
mulheres as suas filhas, e lhes demos as nossas.
22. Mas sob uma única
condição é que consentirão aqueles homens em habitar conosco para nos tornarmos
um só povo: se todo varão entre nós se circuncidar, como eles são
circuncidados.
23. O seu gado, as suas aquisições, e todos os seus
animais, não serão nossos? consintamos somente com eles, e habitarão
conosco.
24. E deram ouvidos a Hamor e a Siquém, seu filho, todos os
que saíam da porta da cidade; e foi circuncidado todo varão, todos os que saíam
pela porta da sua cidade.
25. Ao terceiro dia, quando os homens
estavam doridos, dois filhos de Jacó, Simeão e Levi, irmãos de Diná, tomaram
cada um a sua espada, entraram na cidade com toda a segurança e mataram todo
varão.
26. Mataram também ao fio da espada a Hamor e a Siquém, seu
filho; e, tirando Diná da casa de Siquém, saíram.
27. Vieram os filhos
de Jacó aos mortos e saquearam a cidade; porquanto haviam contaminado a sua
irmã.
28. Tomaram-lhes os rebanhos, os bois, os jumentos, e o que
havia tanto na cidade como no campo;
29. e todos os seus bens, e todos
os seus pequeninos, e as suas mulheres, levaram por presa; e despojando as
casas, levaram tudo o que havia nelas.
30. Então disse Jacó a Simeão e
a Levi: Tendes-me perturbado, fazendo-me odioso aos habitantes da terra, aos
cananeus e perizeus. Tendo eu pouca gente, eles se ajuntarão e me ferirão; e
serei destruído, eu com minha casa.
31. Ao que responderam: Devia ele
tratar a nossa irmã como a uma prostituta?
[Gênesis 35]Gênesis 35
1. Depois disse Deus a Jacó:
Levanta-te, sobe a Betel e habita ali; e faze ali um altar ao Deus que te
apareceu quando fugias da face de Esaú, teu irmão.
2. Então disse Jacó
à sua família, e a todos os que com ele estavam: Lançai fora os deuses estranhos
que há no meio de vós, e purificai-vos e mudai as vossas vestes.
3.
Levantemo-nos, e subamos a Betel; ali farei um altar ao Deus que me respondeu no
dia da minha angústia, e que foi comigo no caminho por onde andei.
4.
Entregaram, pois, a Jacó todos os deuses estranhos, que tinham nas mãos, e as
arrecadas que pendiam das suas orelhas; e Jacó os escondeu debaixo do carvalho
que está junto a Siquém.
5. Então partiram; e o terror de Deus
sobreveio às cidades que lhes estavam ao redor, de modo que não perseguiram os
filhos de Jacó.
6. Assim chegou Jacó à Luz, que está na terra de Canaã
(esta é Betel), ele e todo o povo que estava com ele.
7. Edificou ali
um altar, e chamou ao lugar El-Betel; porque ali Deus se lhe tinha manifestado
quando fugia da face de seu irmão.
8. Morreu Débora, a ama de Rebeca,
e foi sepultada ao pé de Betel, debaixo do carvalho, ao qual se chamou
Alom-Bacute.
9. Apareceu Deus outra vez a Jacó, quando ele voltou de
Padã-Arã, e o abençoou.
10. E disse-lhe Deus: O teu nome é Jacó; não
te chamarás mais Jacó, mas Israel será o teu nome. Chamou-lhe
Israel.
11. Disse-lhe mais: Eu sou Deus Todo-Poderoso; frutifica e
multiplica-te; uma nação, sim, uma multidão de nações sairá de ti, e reis
procederão dos teus lombos;
12. a terra que dei a Abraão e a Isaque, a
ti a darei; também à tua descendência depois de ti a darei.
13. E Deus
subiu dele, do lugar onde lhe falara.
14. Então Jacó erigiu uma coluna
no lugar onde Deus lhe falara, uma coluna de pedra; e sobre ela derramou uma
libação e deitou-lhe também azeite;
15. e Jacó chamou Betel ao lugar
onde Deus lhe falara.
16. Depois partiram de Betel; e, faltando ainda
um trecho pequeno para chegar a Efrata, Raquel começou a sentir dores de parto,
e custou-lhe o dar à luz.
17. Quando ela estava nas dores do parto,
disse-lhe a parteira: Não temas, pois ainda terás este filho.
18.
Então Raquel, ao sair-lhe a alma (porque morreu), chamou ao filho Benôni; mas
seu pai chamou-lhe Benjamim.
19. Assim morreu Raquel, e foi sepultada
no caminho de Efrata (esta é Bete-Leém).
20. E Jacó erigiu uma coluna
sobre a sua sepultura; esta é a coluna da sepultura de Raquel até o dia de
hoje.
21. Então partiu Israel, e armou a sua tenda além de
Migdal-Eder.
22. Quando Israel habitava naquela terra, foi Rúben e
deitou-se com Bila, concubina de seu pai; e Israel o soube. Eram doze os filhos
de Jacó:
23. Os filhos de Léia: Rúben o primogênito de Jacó, depois
Simeão, Levi, Judá, Issacar e Zebulom;
24. os filhos de Raquel: José e
Benjamim;
25. os filhos de Bila, serva de Raquel: Dã e
Naftali;
26. os filhos de Zilpa, serva de Léia: Gade e Aser. Estes são
os filhos de Jacó, que lhe nasceram em Padã-Arã.
27. Jacó veio a seu
pai Isaque, a Manre, a Quiriate-Arba (esta é Hebrom), onde peregrinaram Abraão e
Isaque.
28. Foram os dias de Isaque cento e oitenta
anos;
29. e, exalando o espírito, morreu e foi congregado ao seu povo,
velho e cheio de dias; e Esaú e Jacó, seus filhos, o sepultaram.
[Gênesis
36]Gênesis 36
1. Estas são as gerações
de Esaú (este é Edom):
2. Esaú tomou dentre as filhas de Canaã suas
mulheres: Ada, filha de Elom o heteu, e Aolíbama, filha de Ana, filha de Zibeão
o heveu,
3. e Basemate, filha de Ismael, irmã de
Nebaiote.
4. Ada teve de Esaú a Elifaz, e Basemate teve a Reuel; e
Aolíbama teve a Jeús, Jalão e Corá; estes são os filhos de Esaú, que lhe
nasceram na terra de Canaã.
6. Depois Esaú tomou suas mulheres, seus
filhos, suas filhas e todas as almas de sua casa, seu gado, todos os seus
animais e todos os seus bens, que havia adquirido na terra de Canaã, e foi-se
para outra terra, apartando-se de seu irmão Jacó.
7. Porque os seus
bens eram abundantes demais para habitarem juntos; e a terra de suas
peregrinações não os podia sustentar por causa do seu gado.
8.
Portanto Esaú habitou no monte de Seir; Esaú é Edom.
9. Estas, pois,
são as gerações de Esaú, pai dos edomeus, no monte de Seir:
10. Estes
são os nomes dos filhos de Esaú: Elifaz, filho de Ada, mulher de Esaú; Reuel,
filho de Basemate, mulher de Esaú.
11. E os filhos de Elifaz foram:
Temã, Omar, Zefô, Gatã e Quenaz.
12. Timna era concubina de Elifaz,
filho de Esaú, e teve de Elifaz a Amaleque. São esses os filhos de Ada, mulher
de Esaú.
13. Foram estes os filhos de Reuel: Naate e Zerá, Sama e
Mizá. Foram esses os filhos de Basemate, mulher de Esaú.
14. Estes
foram os filhos de Aolíbama, filha de Ana, filha de Zibeão, mulher de Esaú: ela
teve de Esaú Jeús, Jalão e Corá.
15. São estes os chefes dos filhos de
Esaú: dos filhos de Elifaz, o primogênito de Esaú, os chefes Temã, Omar, Zefô,
Quenaz,
16. Corá, Gatã e Amaleque. São esses os chefes que nasceram a
Elifaz na terra de Edom; esses são os filhos de Ada.
17. Estes são os
filhos de Reuel, filho de Esaú: os chefes Naate, Zerá, Sama e Mizá; esses são os
chefes que nasceram a Reuel na terra de Edom; esses são os filhos de Basemate,
mulher de Esaú.
18. Estes são os filhos de Aolíbama, mulher de Esaú:
os chefes Jeús, Jalão e Corá; esses são os chefes que nasceram a líbama, filha
de Ana, mulher de Esaú.
19. Esses são os filhos de Esaú, e esses seus
príncipes: ele é Edom.
20. São estes os filhos de Seir, o horeu,
moradores da terra: Lotã, Sobal, Zibeão, Anás,
21. Disom, Eser e Disã;
esses são os chefes dos horeus, filhos de Seir, na terra de Edom.
22.
Os filhos de Lotã foram: Hori e Hemã; e a irmã de Lotã era Timna.
23.
Estes são os filhos de Sobal: Alvã, Manaate, Ebal, Sefô e Onão.
24.
Estes são os filhos de Zibeão: Aías e Anás; este é o Anás que achou as fontes
termais no deserto, quando apascentava os jumentos de Zibeão, seu
pai.
25. São estes os filhos de Ana: Disom e Aolíbama, filha de
Ana.
26. São estes os filhos de Disom: Hendã, Esbã, Itrã e
Querã.
27. Estes são os filhos de Eser: Bilã, Zaavã e
Acã.
28. Estes são os filhos de Disã: Uz e Arã.
29. Estes
são os chefes dos horeus: Lotã, Sobal, Zibeão, Anás,
30. Disom, Eser e
Disã; esses são os chefes dos horeus que governaram na terra de
Seir.
31. São estes os reis que reinaram na terra de Edom, antes que
reinasse rei algum sobre os filhos de Israel.
32. Reinou, pois, em
Edom Belá, filho de Beor; e o nome da sua cidade era Dinabá.
33.
Morreu Belá; e Jobabe, filho de Zerá de Bozra, reinou em seu
lugar.
34. Morreu Jobabe; e Husão, da terra dos temanitas, reinou em
seu lugar.
35. Morreu Husão; e em seu lugar reinou Hadade, filho de
Bedade, que feriu a Midiã no campo de Moabe; e o nome da sua cidade era
Avite.
36. Morreu Hadade; e Sâmela de Masreca reinou em seu
lugar.
37. Morreu Sâmela; e Saul de Reobote junto ao rio reinou em seu
lugar.
38. Morreu Saul; e Baal-Hanã, filho de Acbor, reinou em seu
lugar.
39. Morreu Baal-Hanã, filho de Acbor; e Hadar reinou em seu
lugar; e o nome da sua cidade era Paú; e o nome de sua mulher era Meetabel,
filha de Matrede, filha de Me-Zaabe.
40. Estes são os nomes dos chefes
dos filhos de Esaú, segundo as suas famílias, segundo os seus lugares, pelos
seus nomes: os chefes Timna, Alva, Jetete,
41. Aolíbama, Elá,
Pinom,
42. Quenaz, Temã, Mibzar,
43. Magdiel e Irão; esses
são os chefes de Edom, segundo as suas habitações, na terra ,da sua possessão.
Este é Esaú, pai dos edomeus.
[Gênesis 37]Gênesis
37
1. Jacó habitava na terra das peregrinações de seu
pai, na terra de Canaã.
2. Estas são as gerações de Jacó. José, aos
dezessete anos de idade, estava com seus irmãos apascentando os rebanhos; sendo
ainda jovem, andava com os filhos de Bila, e com os filhos de Zilpa, mulheres de
seu pai; e José trazia a seu pai más notícias a respeito deles.
3.
Israel amava mais a José do que a todos os seus filhos, porque era filho da sua
velhice; e fez-lhe uma túnica de várias cores.
4. Vendo, pois, seus
irmãos que seu pai o amava mais do que a todos eles, odiavam-no, e não lhe
podiam falar pacificamente.
5. José teve um sonho, que contou a seus
irmãos; por isso o odiaram ainda mais.
6. Pois ele lhes disse: Ouvi,
peço-vos, este sonho que tive:
7. Estávamos nós atando molhos no
campo, e eis que o meu molho, levantando-se, ficou em pé; e os vossos molhos o
rodeavam, e se inclinavam ao meu molho.
8. Responderam-lhe seus
irmãos: Tu pois, deveras reinarás sobre nós? Tu deveras terás domínio sobre nós?
Por isso ainda mais o odiavam por causa dos seus sonhos e das suas
palavras.
9. Teve José outro sonho, e o contou a seus irmãos, dizendo:
Tive ainda outro sonho; e eis que o sol, e a lua, e onze estrelas se inclinavam
perante mim.
10. Quando o contou a seu pai e a seus irmãos,
repreendeu-o seu pai, e disse-lhe: Que sonho é esse que tiveste? Porventura
viremos, eu e tua mãe, e teus irmãos, a inclinar-nos com o rosto em terra diante
de ti?
11. Seus irmãos, pois, o invejavam; mas seu pai guardava o caso
no seu coração.
12. Ora, foram seus irmãos apascentar o rebanho de seu
pai, em Siquém.
13. Disse, pois, Israel a José: Não apascentam teus
irmãos o rebanho em Siquém? Vem, e enviar-te-ei a eles. Respondeu-lhe José:
Eis-me aqui.
14. Disse-lhe Israel: Vai, vê se vão bem teus irmãos, e o
rebanho; e traze-me resposta. Assim o enviou do vale de Hebrom; e José foi a
Siquém.
15. E um homem encontrou a José, que andava errante pelo
campo, e perguntou-lhe: Que procuras?
16. Respondeu ele: Estou
procurando meus irmãos; dize-me, peço-te, onde apascentam eles o
rebanho.
17. Disse o homem: Foram-se daqui; pois ouvi-lhes dizer:
Vamos a Dotã. José, pois, seguiu seus irmãos, e os achou em Dotã.
18.
Eles o viram de longe e, antes que chegasse aonde estavam, conspiraram contra
ele, para o matarem,
19. dizendo uns aos outros: Eis que lá vem o
sonhador!
20. Vinde pois agora, matemo-lo e lancemo-lo numa das covas;
e diremos: uma besta-fera o devorou. Veremos, então, o que será dos seus
sonhos.
21. Mas Rúben, ouvindo isso, livrou-o das mãos deles, dizendo:
Não lhe tiremos a vida.
22. Também lhes disse Rúben: Não derrameis
sangue; lançai-o nesta cova, que está no deserto, e não lanceis mão nele. Disse
isto para livrá-lo das mãos deles, a fim de restituí-lo a seu pai.
23.
Logo que José chegou a seus irmãos, estes o despiram da sua túnica, a túnica de
várias cores, que ele trazia;
24. e tomando-o, lançaram-no na cova;
mas a cova estava vazia, não havia água nela.
25. Depois sentaram-se
para comer; e, levantando os olhos, viram uma caravana de ismaelitas que vinha
de Gileade; nos seus camelos traziam tragacanto, bálsamo e mirra, que iam levar
ao Egito.
26. Disse Judá a seus irmãos: De que nos aproveita matar
nosso irmão e encobrir o seu sangue?
27. Vinde, vendamo-lo a esses
ismaelitas, e não seja nossa mão sobre ele; porque é nosso irmão, nossa carne. E
escutaram-no seus irmãos.
28. Ao passarem os negociantes midianitas,
tiraram José, alçando-o da cova, e venderam-no por vinte siclos de prata aos
ismaelitas, os quais o levaram para o Egito.
29. Ora, Rúben voltou à
cova, e eis que José não estava na cova; pelo que rasgou as suas
vestes
30. e, tornando a seus irmãos, disse: O menino não aparece; e
eu, aonde irei?
31. Tomaram, então, a túnica de José, mataram um
cabrito, e tingiram a túnica no sangue.
32. Enviaram a túnica de
várias cores, mandando levá-la a seu pai e dizer-lhe: Achamos esta túnica; vê se
é a túnica de teu filho, ou não.
33. Ele a reconheceu e exclamou: A
túnica de meu filho! uma besta-fera o devorou; certamente José foi
despedaçado.
34. Então Jacó rasgou as suas vestes, e pôs saco sobre os
seus lombos e lamentou seu filho por muitos dias.
35. E levantaram-se
todos os seus filhos e todas as suas filhas, para o consolarem; ele, porém,
recusou ser consolado, e disse: Na verdade, com choro hei de descer para meu
filho até o Seol. Assim o chorou seu pai.
36. Os midianitas venderam
José no Egito a Potifar, oficial de Faraó, capitão da guarda.
[Gênesis
38]Gênesis 38
1. Nesse tempo Judá
desceu de entre seus irmãos e entrou na casa dum adulamita, que se chamava
Hira,
2. e viu Judá ali a filha de um cananeu, que se chamava Suá;
tomou-a por mulher, e esteve com ela.
3. Ela concebeu e teve um filho,
e o pai chamou-lhe Er.
4. Tornou ela a conceber e teve um filho, a
quem ela chamou Onã.
5. Teve ainda mais um filho, e chamou-lhe Selá.
Estava Judá em Quezibe, quando ela o teve.
6. Depois Judá tomou para
Er, o seu primogênito, uma mulher, por nome Tamar.
7. Ora, Er, o
primogênito de Judá, era mau aos olhos do Senhor, pelo que o Senhor o
matou.
8. Então disse Judá a Onã: Toma a mulher de teu irmão, e
cumprindo-lhe o dever de cunhado, suscita descendência a teu irmão.
9.
Onã, porém, sabia que tal descendência não havia de ser para ele; de modo que,
toda vez que se unia à mulher de seu irmão, derramava o sêmen no chão para não
dar descendência a seu irmão.
10. E o que ele fazia era mau aos olhos
do Senhor, pelo que o matou também a ele.
11. Então disse Judá a Tamar
sua nora: Conserva-te viúva em casa de teu pai, até que Selá, meu filho, venha a
ser homem; porquanto disse ele: Para que porventura não morra também este, como
seus irmãos. Assim se foi Tamar e morou em casa de seu pai.
12. Com o
correr do tempo, morreu a filha de Suá, mulher de Judá. Depois de consolado,
Judá subiu a Timnate para ir ter com os tosquiadores das suas ovelhas, ele e
Hira seu amigo, o adulamita.
13. E deram aviso a Tamar, dizendo: Eis
que o teu sogro sobe a Timnate para tosquiar as suas ovelhas.
14.
Então ela se despiu dos vestidos da sua viuvez e se cobriu com o véu, e assim
envolvida, assentou-se à porta de Enaim que está no caminho de Timnate; porque
via que Selá já era homem, e ela lhe não fora dada por mulher.
15. Ao
vê-la, Judá julgou que era uma prostituta, porque ela havia coberto o
rosto.
16. E dirigiu-se para ela no caminho, e disse: Vem, deixa-me
estar contigo; porquanto não sabia que era sua nora. Perguntou-lhe ela: Que me
darás, para estares comigo?
17. Respondeu ele: Eu te enviarei um
cabrito do rebanho. Perguntou ela ainda: Dar-me-ás um penhor até que o
envies?
18. Então ele respondeu: Que penhor é o que te darei? Disse
ela: O teu selo com a corda, e o cajado que está em tua mão. Ele, pois, lhos
deu, e esteve com ela, e ela concebeu dele.
19. E ela se levantou e se
foi; tirou de si o véu e vestiu os vestidos da sua viuvez.
20. Depois
Judá enviou o cabrito por mão do seu amigo o adulamita, para receber o penhor da
mão da mulher; porém ele não a encontrou.
21. Pelo que perguntou aos
homens daquele lugar: Onde está a prostituta que estava em Enaim junto ao
caminho? E disseram: Aqui não esteve prostituta alguma.
22. Voltou,
pois, a Judá e disse: Não a achei; e também os homens daquele lugar disseram:
Aqui não esteve prostituta alguma.
23. Então disse Judá: Deixa-a ficar
com o penhor, para que não caiamos em desprezo; eis que enviei este cabrito, mas
tu não a achaste.
24. Passados quase três meses, disseram a Judá:
Tamar, tua nora, se prostituiu e eis que está grávida da sua prostituição. Então
disse Judá: Tirai-a para fora, e seja ela queimada.
25. Quando ela
estava sendo tirada para fora, mandou dizer a seu sogro: Do homem a quem
pertencem estas coisas eu concebi. Disse mais: Reconhece, peço-te, de quem são
estes, o selo com o cordão, e o cajado.
26. Reconheceu-os, pois, Judá,
e disse: Ela é mais justa do que eu, porquanto não a dei a meu filho Selá. E
nunca mais a conheceu.
27. Sucedeu que, ao tempo de ela dar à luz,
havia gêmeos em seu ventre;
28. e dando ela à luz, um pôs fora a mão,
e a parteira tomou um fio encarnado e o atou em sua mão, dizendo: Este saiu
primeiro.
29. Mas recolheu ele a mão, e eis que seu irmão saiu; pelo
que ela disse: Como tens tu rompido! Portanto foi chamado Pérez.
30.
Depois saiu o seu irmão, em cuja mão estava o fio encamado; e foi chamado
Zerá.
[Gênesis 39]Gênesis 39
1.
José foi levado ao Egito; e Potifar, oficial de Faraó, capitão da guarda,
egípcio, comprou-o da mão dos ismaelitas que o haviam levado para
lá.
2. Mas o Senhor era com José, e ele tornou-se próspero; e estava
na casa do seu senhor, o egípcio.
3. E viu o seu senhor que Deus era
com ele, e que fazia prosperar em sua mão tudo quanto ele
empreendia.
4. Assim José achou graça aos olhos dele, e o servia; de
modo que o fez mordomo da sua casa, e entregou na sua mão tudo o que
tinha.
5. Desde que o pôs como mordomo sobre a sua casa e sobre todos
os seus bens, o Senhor abençoou a casa do egípcio por amor de José; e a bênção
do Senhor estava sobre tudo o que tinha, tanto na casa como no
campo.
6. Potifar deixou tudo na mão de José, de maneira que nada
sabia do que estava com ele, a não ser do pão que comia. Ora, José era formoso
de porte e de semblante.
7. E aconteceu depois destas coisas que a
mulher do seu senhor pôs os olhos em José, e lhe disse: Deita-te
comigo.
8. Mas ele recusou, e disse à mulher do seu senhor: Eis que o
meu senhor não sabe o que está comigo na sua casa, e entregou em minha mão tudo
o que tem;
9. ele não é maior do que eu nesta casa; e nenhuma coisa me
vedou, senão a ti, porquanto és sua mulher. Como, pois, posso eu cometer este
grande mal, e pecar contra Deus?
10. Entretanto, ela instava com José
dia após dia; ele, porém, não lhe dava ouvidos, para se deitar com ela, ou estar
com ela.
11. Mas sucedeu, certo dia, que entrou na casa para fazer o
seu serviço; e nenhum dos homens da casa estava lá dentro.
12. Então
ela, pegando-o pela capa, lhe disse: Deita-te comigo! Mas ele, deixando a capa
na mão dela, fugiu, escapando para fora.
13. Quando ela viu que ele
deixara a capa na mão dela e fugira para fora,
14. chamou pelos homens
de sua casa, e disse-lhes: Vede! meu marido trouxe-nos um hebreu para nos
insultar; veio a mim para se deitar comigo, e eu gritei em alta
voz;
15. e ouvigiu-se para ela no caminho, e disse: Vem, deixa-me
deixou, aqui a sua capa e fugiu, escapando para fora.
16. Ela guardou
a capa consigo, até que o senhor dele voltou a casa.
17. Então
falou-lhe conforme as mesmas palavras, dizendo: O servo hebreu, que nos
trouxeste, veio a mim para me insultar;
18. mas, levantando eu a voz e
gritando, ele deixou comigo a capa e fugiu para fora.
19. Tendo o seu
senhor ouvido as palavras de sua mulher, que lhe falava, dizendo: Desta maneira
me fez teu servo, a sua ira se acendeu.
20. Então o senhor de José o
tomou, e o lançou no cárcere, no lugar em que os presos do rei estavam
encarcerados; e ele ficou ali no cárcere.
21. O Senhor, porém, era com
José, estendendo sobre ele a sua benignidade e dando-lhe graça aos olhos do
carcereiro,
22. o qual entregou na mão de José todos os presos que
estavam no cárcere; e era José quem ordenava tudo o que se fazia
ali.
23. E o carcereiro não tinha cuidado de coisa alguma que estava
na mão de José, porquanto o Senhor era com ele, fazendo prosperar tudo quanto
ele empreendia.
[Gênesis 40]Gênesis
40
1. Depois destas coisas o copeiro do rei do Egito e
o seu padeiro ofenderam o seu senhor, o rei do Egito.
2. Pelo que se
indignou Faraó contra os seus dois oficiais, contra o copeiro-mor e contra o
padeiro-mor;
3. e mandou detê-los na casa do capitão da guarda, no
cárcere onde José estava preso;
4. e o capitão da guarda pô-los a
cargo de José, que os servia. Assim estiveram por algum tempo em
detenção.
5. Ora, tiveram ambos um sonho, cada um seu sonho na mesma
noite, cada um conforme a interpretação do seu sonho, o copeiro e o padeiro do
rei do Egito, que se achavam presos no cárcere:
6. Quando José veio a
eles pela manhã, viu que estavam perturbados:
7. Perguntou, pois, a
esses oficiais de Faraó, que com ele estavam no cárcere da casa de seu senhor,
dizendo: Por que estão os vossos semblantes tão tristes hoje?
8.
Responderam-lhe: Tivemos um sonho e ninguém há que o interprete. Pelo que lhes
disse José: Porventura não pertencem a Deus as interpretações? Contai-mo,
peço-vos.
9. Então contou o copeiro-mor o seu sonho a José,
dizendo-lhe: Eis que em meu sonho havia uma vide diante de mim,
10. e
na vide três sarmentos; e, tendo a vide brotado, saíam as suas flores, e os seus
cachos produziam uvas maduras.
11. O copo de Faraó estava na minha
mão; e, tomando as uvas, eu as espremia no copo de Faraó e entregava o copo na
mão de Faraó.
12. Então disse-lhe José: Esta é a sua interpretação: Os
três sarmentos são três dias;
13. dentro de três dias Faraó levantará
a tua cabeça, e te restaurará ao teu cargo; e darás o copo de Faraó na sua mão,
conforme o costume antigo, quando eras seu copeiro.
14. Mas lembra-te
de mim, quando te for bem; usa, peço-te, de compaixão para comigo e faze menção
de mim a Faraó e tira-me desta casa;
15. porque, na verdade, fui
roubado da terra dos hebreus; e aqui também nada tenho feito para que me
pusessem na masmorra.
16. Quando o padeiro-mor viu que a interpretação
era boa, disse a José: Eu também sonhei, e eis que três cestos de pão branco
estavam sobre a minha cabeça.
17. E no cesto mais alto havia para
Faraó manjares de todas as qualidades que fazem os padeiros; e as aves os comiam
do cesto que estava sobre a minha cabeça.
18. Então respondeu José:
Esta é a interpretação do sonho: Os três cestos são três dias;
19.
dentro de três dias tirará Faraó a tua cabeça, e te pendurará num madeiro, e as
aves comerão a tua carne de sobre ti.
20. E aconteceu ao terceiro dia,
o dia natalício de Faraó, que este deu um banquete a todos os seus servos; e
levantou a cabeça do copeiro-mor, e a cabeça do padeiro-mor no meio dos seus
servos;
21. e restaurou o copeiro-mor ao seu cargo de copeiro, e este
deu o copo na mão de Faraó;
22. mas ao padeiro-mor enforcou, como José
lhes havia interpretado.
23. O copeiro-mor, porém, não se lembrou de
José, antes se esqueceu dele.
[Gênesis 41]Gênesis
41
1. Passados dois anos inteiros, Faraó sonhou que
estava em pé junto ao rio Nilo;
2. e eis que subiam do rio sete vacas,
formosas à vista e gordas de carne, e pastavam no carriçal.
3. Após
elas subiam do rio outras sete vacas, feias à vista e magras de carne; e paravam
junto às outras vacas à beira do Nilo.
4. E as vacas feias à vista e
magras de carne devoravam as sete formosas à vista e gordas. Então Faraó
acordou.
5. Depois dormiu e tornou a sonhar; e eis que brotavam dum
mesmo pé sete espigas cheias e boas.
6. Após elas brotavam sete
espigas miúdas e queimadas do vento oriental;
7. e as espigas miúdas
devoravam as sete espigas grandes e cheias. Então Faraó acordou, e eis que era
um sonho.
8. Pela manhã o seu espírito estava perturbado; pelo que
mandou chamar todos os adivinhadores do Egito, e todos os seus sábios. Faraó
contou-lhes os seus sonhos, mas não havia quem lhos interpretasse. Estavam no
cárcere da casa de seu senhor, dizendo vossos semblantes tão tristes
hoje?
9. Então disse o copeiro-mor a Faraó: Das minhas faltas me
lembro hoje:
10. Faraó estava muito indignado contra os seus servos, e
entregou-me à prisão na casa do capitão da guarda, a mim e ao padeiro
chefe.
11. Então tivemos um sonho na mesma noite, eu e ele, e cada
sonho com sua própria interpretação.
12. Estava ali conosco um moço
hebreu, servo do capitão da guarda, e contamos-lhe os sonhos, e ele interpretou
os nossos sonhos, a cada um interpretou conforme o seu sonho.
13. E
conforme a sua interpretação, assim mesmo aconteceu: eu fui restituído ao meu
cargo, e ele foi enforcado.
14. Então Faraó mandou chamar a José, e o
fizeram sair apressadamente da masmorra. Ele se barbeou, mudou de roupa e
apresentou-se a Faraó.
15. Disse Faraó a José: Eu tive um sonho e não
há quem o interprete. Mas de ti ouvi dizer que, ouvindo contar um sonho, podes
interpretá-lo.
16. Respondeu José a Faraó: Isso não está em mim, mas
Deus é que dará uma resposta de paz a Faraó.
17. Então disse Faraó a
José: Em meu sonho eu estava em pé à beira do rio Nilo,
18. e subiam
do rio sete vacas gordas e formosas à vista, e pastavam entre os
juncos.
19. Após elas subiam outras sete vacas, fracas, muito feias à
vista e magras de carne, tão feias quais nunca vi em toda terra do
Egito.
20. As vacas magras e feias devoravam as primeiras sete vacas
gordas.
21. Mas depois de as terem consumido, não se podia reconhecer
que as houvessem consumido; a sua aparência era tão feia como no princípio.
Então acordei.
22. Depois vi, em meu sonho, que de um mesmo pé subiam
sete espigas cheias e boas.
23. Após elas brotavam sete espigas secas,
miúdas e queimadas do vento oriental.
24. As sete espigas miúdas
devoravam as sete espigas boas. Contei-o aos magos, mas não houve quem o
interpretasse.
25. Então disse José a Faraó: O sonho de Faraó é um só.
O que Deus há de fazer, notificou-o a Faraó.
26. As sete vacas boas
são sete anos, e as sete espigas boas também são sete anos; o sonho é um
só.
27. As sete vacas magras e feias que subiam após as primeiras, são
sete anos, como as sete espigas miúdas e queimadas do vento oriental: são sete
anos de fome.
28. Esta é a palavra que eu disse a Faraó: o que Deus há
de fazer mostro-o a Faraó.
29. Vêm sete anos de grande fartura em toda
terra do Egito.
30. Depois deles levantar-se-ão sete anos de fome, e
toda aquela fartura será esquecida na terra do Egito, e a fome consumirá a
terra.
31. Não será conhecida a abundância na terra, por causa daquela
fome que seguirá; porquanto será gravíssima.
32. Ora, se o sonho foi
duplicado a Faraó, é porque esta coisa é determinada por Deus, e ele brevemente
a fará.
33. Portanto, proveja-se agora Faraó de um homem entendido e
sábio, e o ponha sobre a terra do Egito.
34. Faça isto Faraó: nomeie
administradores sobre a terra, que tomem a quinta parte dos produtos da terra do
Egito nos sete anos de fartura;
35. e ajuntem eles todo o mantimento
destes bons anos que vêm, e amontoem trigo debaixo da mão de Faraó, para
mantimento nas cidades e o guardem;
36. assim será o mantimento para
provimento da terra, para os sete anos de fome, que haverá na terra do Egito;
para que a terra não pereça de fome.
37. Esse parecer foi bom aos
olhos de Faraó, e aos olhos de todos os seus servos.
38. Perguntou,
pois, Faraó a seus servos: Poderíamos achar um homem como este, em quem haja o
espírito de Deus?
39. Depois disse Faraó a José: Porquanto Deus te fez
saber tudo isto, ninguém há tão entendido e sábio como tu.
40. Tu
estarás sobre a minha casa, e por tua voz se governará todo o meu povo; somente
no trono eu serei maior que tu.
41. Disse mais Faraó a José: Vê, eu te
hei posto sobre toda a terra do Egito.
42. E Faraó tirou da mão o seu
anel-sinete e pô-lo na mão de José, vestiu-o de traje de linho fino, e lhe pôs
ao pescoço um colar de ouro.
43. Ademais, fê-lo subir ao seu segundo
carro, e clamavam diante dele: Ajoelhai-vos. Assim Faraó o constituiu sobre toda
a terra do Egito.
44. Ainda disse Faraó a José: Eu sou Faraó; sem ti,
pois, ninguém levantará a mão ou o pé em toda a terra do Egito.
45.
Faraó chamou a José Zafnate-Paneã, e deu-lhe por mulher Asenate, filha de
Potífera, sacerdote de Om. Depois saiu José por toda a terra do
Egito.
46. Ora, José era da idade de trinta anos, quando se apresentou
a Faraó, rei do Egito. E saiu José da presença de Faraó e passou por toda a
terra do Egito.
47. Durante os sete anos de fartura a terra produziu
com abundância;
48. e José ajuntou todo o mantimento dos sete anos,
que houve na terra do Egito, e o guardou nas cidades; o mantimento do campo que
estava ao redor de cada cidade, guardou-o dentro da mesma.
49. Assim
José ajuntou muitíssimo trigo, como a areia do mar, até que cessou de contar;
porque não se podia mais contá-lo.
50. Antes que viesse o ano da fome,
nasceram a José dois filhos, que lhe deu Asenate, filha de Potífera, sacerdote
de Om.
51. E chamou José ao primogênito Manassés; porque disse: Deus
me fez esquecer de todo o meu trabalho, e de toda a casa de meu
pai.
52. Ao segundo chamou Efraim; porque disse: Deus me fez crescer
na terra da minha aflição.
53. Acabaram-se, então, os sete anos de
fartura que houve na terra do Egito;
54. e começaram a vir os sete
anos de fome, como José tinha dito; e havia fome em todas as terras; porém, em
toda a terra do Egito havia pão.
55. Depois toda a terra do Egito teve
fome, e o povo clamou a Faraó por pão; e Faraó disse a todos os egípcios: Ide a
José; o que ele vos disser, fazei.
56. De modo que, havendo fome sobre
toda a terra, abriu José todos os depósitos, e vendia aos egípcios; porque a
fome prevaleceu na terra do Egito.
57. Também de todas as terras
vinham ao Egito, para comprarem de José; porquanto a fome prevaleceu em todas as
terras.
[Gênesis 42]Gênesis
42
1. Ora, Jacó soube que havia trigo no Egito, e disse
a seus filhos: Por que estais olhando uns para os outros?
2. Disse
mais: Tenho ouvido que há trigo no Egito; descei até lá, e de lá comprai-o para
nós, a fim de que vivamos e não morramos.
3. Então desceram os dez
irmãos de José, para comprarem trigo no Egito.
4. Mas a Benjamim,
irmão de José, não enviou Jacó com os seus irmãos, pois disse: Para que,
porventura, não lhe suceda algum desastre.
5. Assim entre os que iam
lá, foram os filhos de Israel para comprar, porque havia fome na terra de
Canaã.
6. José era o governador da terra; era ele quem vendia a todo o
povo da terra; e vindo os irmãos de José, prostraram-se diante dele com o rosto
em terra.
7. José, vendo seus irmãos, reconheceu-os; mas portou-se
como estranho para com eles, falou-lhes asperamente e perguntou-lhes: Donde
vindes? Responderam eles: Da terra de Canaã, para comprarmos
mantimento.
8. José, pois, reconheceu seus irmãos, mas eles não o
reconheceram.
9. Lembrou-se então José dos sonhos que tivera a
respeito deles, e disse-lhes: Vós sois espias, e viestes para ver a nudez da
terra.
10. Responderam-lhe eles: Não, senhor meu; mas teus servos
vieram comprar mantimento.
11. Nós somos todos filhos de um mesmo
homem; somos homens de retidão; os teus servos não são espias.
12.
Replicou-lhes: Não; antes viestes para ver a nudez da terra.
13. Mas
eles disseram: Nós, teus servos, somos doze irmãos, filhos de um homem da terra
de Canaã; o mais novo está hoje com nosso pai, e outro já não
existe.
14. Respondeu-lhe José: É assim como vos disse; sois
espias.
15. Nisto sereis provados: Pela vida de Faraó, não saireis
daqui, a menos que venha para cá vosso irmão mais novo.
16. Enviai um
dentre vós, que traga vosso irmão, mas vós ficareis presos, a fim de serem
provadas as vossas palavras, se há verdade convosco; e se não, pela vida de
Faraó, vós sois espias.
17. E meteu-os juntos na prisão por três
dias.
18. Ao terceiro dia disse-lhes José: Fazei isso, e vivereis;
porque eu temo a Deus.
19. Se sois homens de retidão, que fique um dos
irmãos preso na casa da vossa prisão; mas ide vós, levai trigo para a fome de
vossas casas,
20. e trazei-me o vosso irmão mais novo; assim serão
verificadas vossas palavras, e não morrereis. E eles assim
fizeram.
21. Então disseram uns aos outros: Nós, na verdade, somos
culpados no tocante a nosso irmão, porquanto vimos a angústia da sua alma,
quando nos rogava, e não o quisemos atender; é por isso que vem sobre nós esta
angústia.
22. Respondeu-lhes Rúben: Não vos dizia eu: Não pequeis
contra o menino; Mas não quisestes ouvir; por isso agora é requerido de nós o
seu sangue.
23. E eles não sabiam que José os entendia, porque havia
intérprete entre eles.
24. Nisto José se retirou deles e chorou.
Depois tornou a eles, falou-lhes, e tomou a Simeão dentre eles, e o amarrou
perante os seus olhos.
25. Então ordenou José que lhes enchessem de
trigo os sacos, que lhes restituíssem o dinheiro a cada um no seu saco, e lhes
dessem provisões para o caminho. E assim lhes foi feito.
26. Eles,
pois, carregaram o trigo sobre os seus jumentos, e partiram dali.
27.
Quando um deles abriu o saco, para dar forragem ao seu jumento na estalagem, viu
o seu dinheiro, pois estava na boca do saco.
28. E disse a seus
irmãos: Meu dinheiro foi-me devolvido; ei-lo aqui no saco. Então lhes desfaleceu
o coração e, tremendo, viravam-se uns para os outros, dizendo: Que é isto que
Deus nos tem feito?
29. Depois vieram para Jacó, seu pai, na terra de
Canaã, e contaram-lhe tudo o que lhes acontecera, dizendo:
30. O
homem, o senhor da terra, falou-nos asperamente, e tratou-nos como espias da
terra;
31. mas dissemos-lhe: Somos homens de retidão; não somos
espias;
32. somos doze irmãos, filhos de nosso pai; um já não existe e
o mais novo está hoje com nosso pai na terra de Canaã.
33.
Respondeu-nos o homem, o senhor da terra: Nisto conhecerei que vós sois homens
de retidão: Deixai comigo um de vossos irmãos, levai trigo para a fome de vossas
casas, e parti,
34. e trazei-me vosso irmão mais novo; assim saberei
que não sois espias, mas homens de retidão; então vos entregarei o vosso irmão e
negociareis na terra.
35. E aconteceu que, despejando eles os sacos,
eis que o pacote de dinheiro de cada um estava no seu saco; quando eles e seu
pai viram os seus pacotes de dinheiro, tiveram medo.
36. Então Jacó,
seu pai, disse-lhes: Tendes-me desfilhado; José já não existe, e não existe
Simeão, e haveis de levar Benjamim! Todas estas coisas vieram sobre
mim.
37. Mas Rúben falou a seu pai, dizendo: Mata os meus dois filhos,
se eu to não tornar a trazer; entrega-o em minha mão, e to tornarei a
trazer.
38. Ele porém disse: Não descerá meu filho convosco; porquanto
o seu irmão é morto, e só ele ficou. Se lhe suceder algum desastre pelo caminho
em que fordes, fareis descer minhas cãs com tristeza ao Seol.
[Gênesis
43]Gênesis 43
1. Ora, a fome era
gravíssima na terra.
2. Tendo eles acabado de comer o mantimento que
trouxeram do Egito, disse-lhes seu pai: voltai, comprai-nos um pouco de
alimento.
3. Mas respondeu-lhe Judá: Expressamente nos advertiu o
homem, dizendo: Não vereis a minha face, se vosso irmão não estiver
convosco.
4. Se queres enviar conosco o nosso irmão, desceremos e te
compraremos alimento; mas se não queres enviá-lo, não desceremos, porquanto o
homem nos disse: Não vereis a minha face, se vosso irmão não estiver
convosco.
6. Perguntou Israel: Por que me fizeste este mal, fazendo
saber ao homem que tínheis ainda outro irmão?
7. Responderam eles: O
homem perguntou particularmente por nós, e pela nossa parentela, dizendo: vive
ainda vosso pai? tendes mais um irmão? e respondemos-lhe segundo o teor destas
palavras. Podíamos acaso saber que ele diria: Trazei vosso irmão?
8.
Então disse Judá a Israel, seu pai: Envia o mancebo comigo, e levantar-nos-emos
e iremos, para que vivamos e não morramos, nem nós, nem tu, nem nossos
filhinhos.
9. Eu serei fiador por ele; da minha mão o requererás. Se
eu to não trouxer, e o não puser diante de ti, serei réu de crime para contigo
para sempre.
10. E se não nos tivéssemos demorado, certamente já
segunda vez estaríamos de volta.
11. Então disse-lhes Israel seu pai:
Se é sim, fazei isto: tomai os melhores produtos da terra nas vossas vasilhas, e
levai ao homem um presente: um pouco de bálsamo e um pouco de mel, tragacanto e
mirra, nozes de fístico e amêndoas;
12. levai em vossas mãos dinheiro
em dobro; e o dinheiro que foi devolvido na boca dos vossos sacos, tornai a
levá-lo em vossas mãos; bem pode ser que fosse engano.
13. Levai
também vosso irmão; levantai-vos e voltai ao homem;
14. e Deus
Todo-Poderoso vos dê misericórdia diante do homem, para que ele deixe vir
convosco vosso outro irmão, e Benjamim; e eu, se for desfilhado, desfilhado
ficarei.
15. Tomaram, pois, os homens aquele presente, e dinheiro em
dobro nas mãos, e a Benjamim; e, levantando-se desceram ao Egito e
apresentaram-se diante de José.
16. Quando José viu Benjamim com eles,
disse ao despenseiro de sua casa: Leva os homens à casa, mata reses, e apronta
tudo; pois eles comerão comigo ao meio-dia.
17. E o homem fez como
José ordenara, e levou-os à casa de José.
18. Então os homens tiveram
medo, por terem sido levados à casa de José; e diziam: por causa do dinheiro que
da outra vez foi devolvido nos nossos sacos que somos trazidos aqui, para nos
criminar e cair sobre nós, para que nos tome por servos, tanto a nós como a
nossos jumentos.
19. Por isso eles se chegaram ao despenseiro da casa
de José, e falaram com ele à porta da casa,
20. e disseram: Ai! senhor
meu, na verdade descemos dantes a comprar mantimento;
21. e quando
chegamos à estalagem, abrimos os nossos sacos, e eis que o dinheiro de cada um
estava na boca do seu saco, nosso dinheiro por seu peso; e tornamos a trazê-lo
em nossas mãos;
22. também trouxemos outro dinheiro em nossas mãos,
para comprar mantimento; não sabemos quem tenha posto o dinheiro em nossos
sacos.
23. Respondeu ele: Paz seja convosco, não temais; o vosso Deus,
e o Deus de vosso pai, deu-vos um tesouro nos vossos sacos; o vosso dinheiro
chegou-me às mãos. E trouxe-lhes fora Simeão.
24. Depois levou os
homens à casa de José, e deu-lhes água, e eles lavaram os pés; também deu
forragem aos seus jumentos.
25. Então eles prepararam o presente para
quando José viesse ao meio-dia; porque tinham ouvido que ali haviam de
comer.
26. Quando José chegou em casa, trouxeram-lhe ali o presente
que guardavam junto de si; e inclinaram-se a ele até a terra.
27.
Então ele lhes perguntou como estavam; e prosseguiu: vosso pai, o ancião de quem
falastes, está bem? ainda vive?
28. Responderam eles: O teu servo,
nosso pai, está bem; ele ainda vive. E abaixaram a cabeça, e
inclinaram-se.
29. Levantando os olhos, José viu a Benjamim, seu
irmão, filho de sua mãe, e perguntou: É este o vosso irmão mais novo de quem me
falastes? E disse: Deus seja benévolo para contigo, meu filho.
30. E
José apressou-se, porque se lhe comoveram as entranhas por causa de seu irmão, e
procurou onde chorar; e, entrando na sua câmara, chorou ali.
31.
Depois lavou o rosto, e saiu; e se conteve e disse: Servi a
comida.
32. Serviram-lhe, pois, a ele à parte, e a eles também à
parte, e à parte aos egípcios que comiam com ele; porque os egípcios não podiam
comer com os hebreus, porquanto é isso abominação aos egípcios.
33.
Sentaram-se diante dele, o primogênito segundo a sua primogenitura, e o menor
segundo a sua menoridade; do que os homens se maravilhavam entre
si.
34. Então ele lhes apresentou as porções que estavam diante dele;
mas a porção de Benjamim era cinco vezes maior do que a de qualquer deles. E
eles beberam, e se regalaram com ele.
[Gênesis 44]Gênesis 44
1. Depois José deu ordem ao
despenseiro de sua casa, dizendo: Enche de mantimento os sacos dos homens,
quanto puderem levar, e põe o dinheiro de cada um na boca do seu
saco.
2. E a minha taça de prata porás na boca do saco do mais novo,
com o dinheiro do seu trigo. Assim fez ele conforme a palavra que José havia
dito.
3. Logo que veio a luz da manhã, foram despedidos os homens,
eles com os seus jumentos.
4. Havendo eles saído da cidade, mas não se
tendo distanciado muito, disse José ao seu despenseiro: Levanta-te e segue os
homens; e, alcançando-os, dize-lhes: Por que tornastes o mal pelo
bem?
5. Não é esta a taça por que bebe meu senhor, e de que se serve
para adivinhar? Fizestes mal no que fizestes.
6. Então ele, tendo-os
alcançado, lhes falou essas mesmas palavras.
7. Responderam-lhe eles:
Por que falo meu senhor tais palavras? Longe estejam teus servos de fazerem
semelhante coisa.
8. Eis que o dinheiro, que achamos nas bocas dos
nossos sacos, to tornamos a trazer desde a terra de Canaã; como, pois,
furtaríamos da casa do teu senhor prata ou ouro?
9. Aquele dos teus
servos com quem a taça for encontrada, morra; e ainda nós seremos escravos do
meu senhor.
10. Ao que disse ele: Seja conforme as vossas palavras;
aquele com quem a taça for encontrada será meu escravo; mas vós sereis
inocentes.
11. Então eles se apressaram cada um a pôr em terra o seu
saco, e cada um a abri-lo.
12. E o despenseiro buscou, começando pelo
maior, e acabando pelo mais novo; e achou-se a taça no saco de
Benjamim.
13. Então rasgaram os seus vestidos e, tendo cada um
carregado o seu jumento, voltaram à cidade.
14. E veio Judá com seus
irmãos à casa de José, pois ele ainda estava ali; e prostraram-se em terra
diante dele.
15. Logo lhes perguntou José: Que ação é esta que
praticastes? não sabeis vós que um homem como eu pode, muito bem,
adivinhar?
16. Respondeu Judá: Que diremos a meu senhor? que
falaremos? e como nos justificaremos? Descobriu Deus a iniqüidade de teus
servos; eis que somos escravos de meu senhor, tanto nós como aquele em cuja mão
foi achada a taça.
17. Disse José: Longe esteja eu de fazer isto; o
homem em cuja mão a taça foi achada, aquele será meu servo; porém, quanto a vós,
subi em paz para vosso pai.
18. Então Judá se chegou a ele, e disse:
Ai! senhor meu, deixa, peço-te, o teu servo dizer uma palavra aos ouvidos de meu
senhor; e não se acenda a tua ira contra o teu servo; porque tu és como
Faraó.
19. Meu senhor perguntou a seus servos, dizendo: Tendes vós
pai, ou irmão?
20. E respondemos a meu senhor: Temos pai, já velho, e
há um filho da sua velhice, um menino pequeno; o irmão deste é morto, e ele
ficou o único de sua mãe; e seu pai o ama.
21. Então tu disseste a
teus servos: Trazei-mo, para que eu ponha os olhos sobre ele.
22. E
quando respondemos a meu senhor: O menino não pode deixar o seu pai; pois se ele
deixasse o seu pai, este morreria;
23. replicaste a teus servos: A
menos que desça convosco vosso irmão mais novo, nunca mais vereis a minha
face.
24. Então subimos a teu servo, meu pai, e lhe contamos as
palavras de meu senhor.
25. Depois disse nosso pai: Tornai,
comprai-nos um pouco de mantimento;
26. e lhe respondemos: Não podemos
descer; mas, se nosso irmão menor for conosco, desceremos; pois não podemos ver
a face do homem, se nosso irmão menor não estiver conosco.
27. Então
nos disse teu servo, meu pai: Vós sabeis que minha mulher me deu dois
filhos;
28. um saiu de minha casa e eu disse: certamente foi
despedaçado, e não o tenho visto mais;
29. se também me tirardes a
este, e lhe acontecer algum desastre, fareis descer as minhas cãs com tristeza
ao Seol.
30. Agora, pois, se eu for ter com o teu servo, meu pai, e o
menino não estiver conosco, como a sua alma está ligada com a alma
dele,
31. acontecerá que, vendo ele que o menino ali não está,
morrerá; e teus servos farão descer as cãs de teu servo, nosso pai com tristeza
ao Seol.
32. Porque teu servo se deu como fiador pelo menino para com
meu pai, dizendo: Se eu to não trouxer de volta, serei culpado, para com meu pai
para sempre.
33. Agora, pois, fique teu servo em lugar do menino como
escravo de meu senhor, e que suba o menino com seus irmãos.
34.
Porque, como subirei eu a meu pai, se o menino não for comigo? para que não veja
eu o mal que sobrevirá a meu pai.
[Gênesis 45]Gênesis
45
1. Então José não se podia conter diante de todos os
que estavam com ele; e clamou: Fazei a todos sair da minha presença; e ninguém
ficou com ele, quando se deu a conhecer a seus irmãos.
2. E levantou a
voz em choro, de maneira que os egípcios o ouviram, bem como a casa de
Faraó.
3. Disse, então, José a seus irmãos: Eu sou José; vive ainda
meu pai? E seus irmãos não lhe puderam responder, pois estavam pasmados diante
dele.
4. José disse mais a seus irmãos: Chegai-vos a mim, peço-vos. E
eles se chegaram. Então ele prosseguiu: Eu sou José, vosso irmão, a quem
vendestes para o Egito.
5. Agora, pois, não vos entristeçais, nem vos
aborreçais por me haverdes vendido para cá; porque para preservar vida é que
Deus me enviou adiante de vós.
6. Porque já houve dois anos de fome na
terra, e ainda restam cinco anos em que não haverá lavoura nem
sega.
7. Deus enviou-me adiante de vós, para conservar-vos
descendência na terra, e para guardar-vos em vida por um grande
livramento.
8. Assim não fostes vós que me enviastes para cá, senão
Deus, que me tem posto por pai de Faraó, e por senhor de toda a sua casa, e como
governador sobre toda a terra do Egito.
9. Apressai-vos, subi a meu
pai, e dizei-lhe: Assim disse teu filho José: Deus me tem posto por senhor de
toda a terra do Egito; desce a mim, e não te demores;
10. habitarás na
terra de Gósem e estarás perto de mim, tu e os teus filhos e os filhos de teus
filhos, e os teus rebanhos, o teu gado e tudo quanto tens;
11. ali te
sustentarei, porque ainda haverá cinco anos de fome, para que não sejas reduzido
à pobreza, tu e tua casa, e tudo o que tens.
12. Eis que os vossos
olhos, e os de meu irmão Benjamim, vêem que é minha boca que vos
fala.
13. Fareis, pois, saber a meu pai toda a minha glória no Egito;
e tudo o que tendes visto; e apressar-vos-eis a fazer descer meu pai para
cá.
14. Então se lançou ao pescoço de Benjamim seu irmão, e chorou; e
Benjamim chorou também ao pescoço dele.
15. E José beijou a todos os
seus irmãos, chorando sobre eles; depois seus irmãos falaram com
ele.
16. Esta nova se fez ouvir na casa de Faraó: São vindos os irmãos
de José; o que agradou a Faraó e a seus servos.
17. Ordenou Faraó a
José: Dize a teus irmãos: Fazei isto: carregai os vossos animais e parti, tornai
à terra de Canaã;
18. tomai o vosso pai e as vossas famílias e vinde a
mim; e eu vos darei o melhor da terra do Egito, e comereis da fartura da
terra.
19. A ti, pois, é ordenado dizer-lhes: Fazei isto: levai vós da
terra do Egito carros para vossos meninos e para vossas mulheres; trazei vosso
pai, e vinde.
20. E não vos pese coisa alguma das vossas alfaias;
porque o melhor de toda a terra do Egito será vosso.
21. Assim fizeram
os filhos de Israel. José lhes deu carros, conforme o mandado de Faraó, e
deu-lhes também provisão para o caminho.
22. A todos eles deu, a cada
um, mudas de roupa; mas a Benjamim deu trezentas peças de prata, e cinco mudas
de roupa.
23. E a seu pai enviou o seguinte: dez jumentos carregados
do melhor do Egito, e dez jumentas carregadas de trigo, pão e provisão para seu
pai, para o caminho.
24. Assim despediu seus irmãos e, ao partirem
eles, disse-lhes: Não contendais pelo caminho.
25. Então subiram do
Egito, vieram à terra de Canaã, a Jacó seu pai,
26. e lhe anunciaram,
dizendo: José ainda vive, e é governador de toda a terra do Egito. E o seu
coração desmaiou, porque não os acreditava.
27. Quando, porém, eles
lhe contaram todas as palavras que José lhes falara, e vendo Jacó, seu pai, os
carros que José enviara para levá-lo, reanimou-se-lhe o espírito;
28.
e disse Israel: Basta; ainda vive meu filho José; eu irei e o verei antes que
morra.
[Gênesis 46]Gênesis
46
1. Partiu, pois, Israel com tudo quanto tinha e veio
a Beer-Seba, onde ofereceu sacrifícios ao Deus de seu pai Isaque.
2.
Falou Deus a Israel em visões de noite, e disse: Jacó, Jacó! Respondeu Jacó:
Eis-me aqui.
3. E Deus disse: Eu sou Deus, o Deus de teu pai; não
temas descer para o Egito; porque eu te farei ali uma grande nação.
4.
Eu descerei contigo para o Egito, e certamente te farei tornar a subir; e José
porá a sua mão sobre os teus olhos.
5. Então Jacó se levantou de
Beer-Seba; e os filhos de Israel levaram seu pai Jacó, e seus meninos, e as suas
mulheres, nos carros que Faraó enviara para o levar.
6. Também tomaram
o seu gado e os seus bens que tinham adquirido na terra de Canaã, e vieram para
o Egito, Jacó e toda a sua descendência com ele.
7. Os seus filhos e
os filhos de seus filhos com ele, as suas filhas e as filhas de seus filhos, e
toda a sua descendência, levou-os consigo para o Egito.
8. São estes
os nomes dos filhos de Israel, que vieram para o Egito, Jacó e seus filhos:
Rúben, o primogênito de Jacó.
9. E os filhos de Rúben: Hanoque, Palu,
Hezrom e Carmi.
10. E os filhos de Simeão: Jemuel, Jamim, Oade,
Jaquim, Zoar, e Saul, filho de uma mulher cananéia.
11. E os filhos de
Levi: Gérsom, Coate e Merári.
12. E os filhos de Judá: Er, Onã, Selá,
Pérez e Zerá. Er e Onã, porém, morreram na terra de Canaã. E os filhos de Pérez
foram Hezrom e Hamul,
13. E os filhos de Issacar: Tola, Puva, Iobe e
Sinrom.
14. E os filhos de Zebulom: Serede, Elom e
Jaleel.
15. Estes são os filhos de Léia, que ela deu a Jacó em
Padã-Arã, além de Diná, sua filha; todas as almas de seus filhos e de suas
filhas eram trinta e três.
16. E os filhos de Gade: Zifiom, Hagui,
Suni, Ezbom, Eri, Arodi e Areli.
17. E os filhos de Aser: Imná, Isvá,
Isvi e Beria, e Sera, a irmã deles; e os filhos de Beria: Heber e
Malquiel.
18. Estes são os filhos de Zilpa, a qual Labão deu à sua
filha Léia; e estes ela deu a Jacó, ao todo dezesseis almas.
19. Os
filhos de Raquel, mulher de Jacó: José e Benjamim.
20. E nasceram a
José na terra do Egito Manassés e Efraim, que lhe deu Asenate, filha de
Potífera, sacerdote de Om.
21. E os filhos de Benjamim: Belá, Bequer,
Asbel, Gêra, Naamã, Eí, Ros, Mupim, Hupim e Arde.
22. Estes são os
filhos de Raquel, que nasceram a Jacó, ao todo catorze almas.
23. E os
filhos de Dã: Husim.
24. E os filhos de Naftali: Jazeel, Guni, Jezer e
Silém.
25. Estes são os filhos de Bila, a qual Labão deu à sua filha
Raquel; e estes deu ela a Jacó, ao todo sete almas.
26. Todas as almas
que vieram com Jacó para o Egito e que saíram da sua coxa, fora as mulheres dos
filhos de Jacó, eram todas sessenta e seis almas;
27. e os filhos de
José, que lhe nasceram no Egito, eram duas almas. Todas as almas da casa de
Jacó, que vieram para o Egito eram setenta.
28. Ora, Jacó enviou Judá
adiante de si a José, para o encaminhar a Gósen; e chegaram à terra de
Gósen.
29. Então José aprontou o seu carro, e subiu ao encontro de
Israel, seu pai, a Gósen; e tendo-se-lhe apresentado, lançou-se ao seu pescoço,
e chorou sobre o seu pescoço longo tempo.
30. E Israel disse a José:
Morra eu agora, já que tenho visto o teu rosto, pois que ainda
vives.
31. Depois disse José a seus irmãos, e à casa de seu pai: Eu
subirei e informarei a Faraó, e lhe direi: Meus irmãos e a casa de meu pai, que
estavam na terra de Canaã, vieram para mim.
32. Os homens são
pastores, que se ocupam em apascentar gado; e trouxeram os seus rebanhos, o seu
gado e tudo o que têm.
33. Quando, pois, Faraó vos chamar e vos
perguntar: Que ocupação é a vossa?
34. respondereis: Nós, teus servos,
temos sido pastores de gado desde a nossa mocidade até agora, tanto nós como
nossos pais. Isso direis para que habiteis na terra de Gósen; porque todo pastor
de ovelhas é abominação para os egípcios.
[Gênesis 47]Gênesis 47
1. Então veio José, e informou a
Faraó, dizendo: Meu pai e meus irmãos, com seus rebanhos e seu gado, e tudo o
que têm, chegaram da terra de Canaã e estão na terra de Gósen.
2. E
tomou dentre seus irmãos cinco homens e os apresentou a Faraó.
3.
Então perguntou Faraó a esses irmãos de José: Que ocupação é a vossa;
Responderam-lhe: Nós, teus servos, somos pastores de ovelhas, tanto nós como
nossos pais.
4. Disseram mais a Faraó: Viemos para peregrinar nesta
terra; porque não há pasto para os rebanhos de teus servos, porquanto a fome é
grave na terra de Canaã; agora, pois, rogamos-te permitas que teus servos
habitem na terra de Gósen.
5. Então falou Faraó a José, dizendo: Teu
pai e teus irmãos vieram a ti;
6. a terra do Egito está diante de ti;
no melhor da terra faze habitar teu pai e teus irmãos; habitem na terra de
Gósen. E se sabes que entre eles há homens capazes, põe-nos sobre os pastores do
meu gado.
7. Também José introduziu a Jacó, seu pai, e o apresentou a
Faraó; e Jacó abençoou a Faraó.
8. Então perguntou Faraó a Jacó:
Quantos são os dias dos anos da tua vida?
9. Respondeu-lhe Jacó: Os
dias dos anos das minhas peregrinações são cento e trinta anos; poucos e maus
têm sido os dias dos anos da minha vida, e não chegaram aos dias dos anos da
vida de meus pais nos dias das suas peregrinações.
10. E Jacó abençoou
a Faraó, e saiu da sua presença.
11. José, pois, estabeleceu a seu pai
e seus irmãos, dando-lhes possessão na terra do Egito, no melhor da terra, na
terra de Ramessés, como Faraó ordenara.
12. E José sustentou de pão
seu pai, seus irmãos e toda a casa de seu pai, segundo o número de seus
filhos.
13. Ora, não havia pão em toda a terra, porque a fome era mui
grave; de modo que a terra do Egito e a terra de Canaã desfaleciam por causa da
fome.
14. Então José recolheu todo o dinheiro que se achou na terra do
Egito, e na terra de Canaã, pelo trigo que compravam; e José trouxe o dinheiro à
casa de Faraó.
15. Quando se acabou o dinheiro na terra do Egito, e na
terra de Canaã, vieram todos os egípcios a José, dizendo: Dá-nos pão; por que
morreremos na tua presença? porquanto o dinheiro nos falta.
16.
Respondeu José: Trazei o vosso gado, e vo-lo darei por vosso gado, se falta o
dinheiro.
17. Então trouxeram o seu gado a José; e José deu-lhes pão
em troca dos cavalos, e das ovelhas, e dos bois, e dos jumentos; e os sustentou
de pão aquele ano em troca de todo o seu gado.
18. Findo aquele ano,
vieram a José no ano seguinte e disseram-lhe: Não ocultaremos ao meu senhor que
o nosso dinheiro está todo gasto; as manadas de gado já pertencem a meu senhor;
e nada resta diante de meu senhor, senão o nosso corpo e a nossa
terra;
19. por que morreremos diante dos teus olhos, tanto nós como a
nossa terra? Compra-nos a nós e a nossa terra em troca de pão, e nós e a nossa
terra seremos servos de Faraó; dá-nos também semente, para que vivamos e não
morramos, e para que a terra não fique desolada.
20. Assim José
comprou toda a terra do Egito para Faraó; porque os egípcios venderam cada um o
seu campo, porquanto a fome lhes era grave em extremo; e a terra ficou sendo de
Faraó.
21. Quanto ao povo, José fê-lo passar às cidades, desde uma até
a outra extremidade dos confins do Egito.
22. Somente a terra dos
sacerdotes não a comprou, porquanto os sacerdotes tinham rações de Faraó, e eles
comiam as suas rações que Faraó lhes havia dado; por isso não venderam a sua
terra.
23. Então disse José ao povo: Hoje vos tenho comprado a vós e a
vossa terra para Faraó; eis aí tendes semente para vós, para que semeeis a
terra.
24. Há de ser, porém, que no tempo as colheitas dareis a quinta
parte a Faraó, e quatro partes serão vossas, para semente do campo, e para o
vosso mantimento e dos que estão nas vossas casas, e para o mantimento de vossos
filhinho.
25. Responderam eles: Tu nos tens conservado a vida! achemos
graça aos olhos de meu senhor, e seremos servos de Faraó.
26. José,
pois, estabeleceu isto por estatuto quanto ao solo do Egito, até o dia de hoje,
que a Faraó coubesse o quinto a produção; somente a terra dos sacerdotes não
ficou sendo de Faraó.
27. Assim habitou Israel na terra do Egito, na
terra de Gósen; e nela adquiriram propriedades, e frutificaram e
multiplicaram-se muito.
28. E Jacó viveu na terra do Egito dezessete
anos; de modo que os dias de Jacó, os anos da sua vida, foram cento e quarenta e
sete anos.
29. Quando se aproximava o tempo da morte de Israel, chamou
ele a José, seu filho, e disse-lhe: Se tenho achado graça aos teus olhos, põe a
mão debaixo da minha coxa, e usa para comigo de benevolência e de verdade:
rogo-te que não me enterres no Egito;
30. mas quando eu dormir com os
meus pais, levar-me-ás do Egito e enterrar-me-ás junto à sepultura deles.
Respondeu José: Farei conforme a tua palavra.
31. E Jacó disse:
Jura-me; e ele lhe jurou. Então Israel inclinou-se sobre a cabeceira da
cama.
[Gênesis 48]Gênesis 48
1.
Depois destas coisas disseram a José: Eis que teu pai está enfermo. Então José
tomou consigo os seus dois filhos, Manassés e Efraim.
2. Disse alguém
a Jacó: Eis que José, teu olho, vem ter contigo. E esforçando-se Israel,
sentou-se sobre a cama.
3. E disse Jacó a José: O Deus Todo-Poderoso
me apareceu em Luz, na terra de Canaã, e me abençoou,
4. e me disse:
Eis que te farei frutificar e te multiplicarei; tornar-te-ei uma multidão de
povos e darei esta terra à tua descendência depois de ti, em possessão
perpétua.
5. Agora, pois, os teus dois filhos, que nasceram na terra
do Egito antes que eu viesse a ti no Egito, são meus: Efraim e Manassés serão
meus, como Rúben e Simeão;
6. mas a prole que tiveres depois deles
será tua; segundo o nome de seus irmãos serão eles chamados na sua
herança.
7. Quando eu vinha de Padã, morreu-me Raquel no caminho, na
terra de Canaã, quando ainda faltava alguma distância para chegar a Efrata;
sepultei-a ali no caminho que vai dar a Efrata, isto é, Belém.
8.
Quando Israel viu os filhos de José, perguntou: Quem são estes?
9.
Respondeu José a seu pai: Eles são meus filhos, que Deus me tem dado aqui.
Continuou Israel: Traze-mos aqui, e eu os abençoarei.
10. Os olhos de
Israel, porém, se tinham escurecido por causa da velhice, de modo que não podia
ver. José, pois, fê-los chegar a ele; e ele os beijou e os
abraçou.
11. E Israel disse a José: Eu não cuidara ver o teu rosto; e
eis que Deus me fez ver também a tua descendência.
12. Então José os
tirou dos joelhos de seu pai; e inclinou-se à terra diante da sua
face.
13. E José tomou os dois, a Efraim com a sua mão direita, à
esquerda de Israel, e a Manassés com a sua mão esquerda, à direita de Israel, e
assim os fez chegar a ele.
14. Mas Israel, estendendo a mão direita,
colocou-a sobre a cabeça de Efraim, que era o menor, e a esquerda sobre a cabeça
de Manassés, dirigindo as mãos assim propositadamente, sendo embora este o
primogênito.
15. E abençoou a José, dizendo: O Deus em cuja presença
andaram os meus pais Abraão e Isaque, o Deus que tem sido o meu pastor durante
toda a minha vida até este dia,
16. o anjo que me tem livrado de todo
o mal, abençoe estes mancebos, e seja chamado neles o meu nome, e o nome de meus
pois Abraão e Isaque; e multipliquem-se abundantemente no meio da
terra.
17. Vendo José que seu pai colocava a mão direita sobre a
cabeça de Efraim, foi-lhe isso desagradável; levantou, pois, a mão de seu pai,
para a transpor da cabeça de Efraim para a cabeça de Manassés.
18. E
José disse a seu pai: Nãa assim, meu pai, porque este é o primogênito; põe a mão
direita sobre a sua cabeça.
19. Mas seu pai, recusando, disse: Eu o
sei, meu filho, eu o sei; ele também se tornará um povo, ele também será grande;
contudo o seu irmão menor será maior do que ele, e a sua descendência se tornará
uma multidão de nações.
20. Assim os abençoou naquele dia, dizendo:
Por ti Israel abençoará e dirá: Deus te faça como Efraim e como Manassés. E pôs
a Efraim diante de Manassés.
21. Depois disse Israel a José: Eis que
eu morro; mas Deus será convosco, e vos fará tornar para a terra de vossos
pais.
22. E eu te dou um pedaço de terra a mais do que a teus irmãos,
o qual tomei com a minha espada e com o meu arco da mão dos
amorreus.
[Gênesis 49]Gênesis
49
1. Depois chamou Jacó a seus filhos, e disse:
Ajuntai-vos para que eu vos anuncie o que vos há de acontecer nos dias
vindouros.
2. Ajuntai-vos, e ouvi, filhos de Jacó; ouvi a Israel vosso
pai:
3. Rúben, tu és meu primogênito, minha força e as primícias do
meu vigor, preeminente em dignidade e preeminente em poder.
4.
Descomedido como a água, não reterás a preeminência; porquanto subiste ao leito
de teu pai; então o contaminaste. Sim, ele subiu à minha cama.
5.
Simeão e Levi são irmãos; as suas espadas são instrumentos de
violência.
6. No seu concílio não entres, ó minha alma! com a sua
assembléia não te ajuntes, ó minha glória! porque no seu furor mataram homens, e
na sua teima jarretaram bois.
7. Maldito o seu furor, porque era
forte! maldita a sua ira, porque era cruel! Dividi-los-ei em Jacó, e os
espalharei em Israel.
8. Judá, a ti te louvarão teus irmãos; a tua mão
será sobre o pescoço de teus inimigos: diante de ti se prostrarão os filhos de
teu pai.
9. Judá é um leãozinho. Subiste da presa, meu filho. Ele se
encurva e se deita como um leão, e como uma leoa; quem o
despertará?
10. O cetro não se arredará de Judá, nem o bastão de
autoridade dentre seus pés, até que venha aquele a quem pertence; e a ele
obedecerão os povos.
11. Atando ele o seu jumentinho à vide, e o filho
da sua jumenta à videira seleta, lava as suas roupas em vinho e a sua vestidura
em sangue de uvas.
12. Os olhos serão escurecidos pelo vinho, e os
dentes brancos de leite.
13. Zebulom habitará no litoral; será ele
ancoradouro de navios; e o seu termo estender-se-á até Sidom.
14.
Issacar é jumento forte, deitado entre dois fardos.
15. Viu ele que o
descanso era bom, e que a terra era agradável. Sujeitou os seus ombros à carga e
entregou-se ao serviço forçado de um escravo.
16. Dã julgará o seu
povo, como uma das tribos de Israel.
17. Dã será serpente junto ao
caminho, uma víbora junto à vereda, que morde os calcanhares do cavalo, de modo
que caia o seu cavaleiro para trás.
18. A tua salvação tenho esperado,
ó Senhor!
19. Quanto a Gade, guerrilheiros o acometerão; mas ele, por
sua vez, os acometerá.
20. De Aser, o seu pão será gordo; ele
produzirá delícias reais.
21. Naftali é uma gazela solta; ele profere
palavras formosas.
22. José é um ramo frutífero, ramo frutífero junto
a uma fonte; seus raminhos se estendem sobre o muro.
23. Os flecheiros
lhe deram amargura, e o flecharam e perseguiram,
24. mas o seu arco
permaneceu firme, e os seus braços foram fortalecidos pelas mãos do Poderoso de
Jacó, o Pastor, o Rochedo de Israel,
25. pelo Deus de teu pai, o qual
te ajudará, e pelo Todo-Poderoso, o qual te abençoara, com bênçãos dos céus em
cima, com bênçãos do abismo que jaz embaixo, com bênçãos dos seios e da
madre.
26. As bênçãos de teu pai excedem as bênçãos dos montes
eternos, as coisas desejadas dos eternos outeiros; sejam elas sobre a cabeça de
José, e sobre o alto da cabeça daquele que foi separado de seus
irmãos.
27. Benjamim é lobo que despedaça; pela manhã devorará a
presa, e à tarde repartirá o despojo.
28. Todas estas são as doze
tribos de Israel: e isto é o que lhes falou seu pai quando os abençoou; a cada
um deles abençoou segundo a sua bênção.
29. Depois lhes deu ordem,
dizendo-lhes: Eu estou para ser congregado ao meu povo; sepultai-me com meus
pais, na cova que está no campo de Efrom, o heteu,
30. na cova que
está no campo de Macpela, que está em frente de Manre, na terra de Canaã, cova
esta que Abraão comprou de Efrom, o heteu, juntamente com o respectivo campo,
como propriedade de sepultura.
31. Ali sepultaram a Abraão e a Sara,
sua mulher; ali sepultaram a Isaque e a Rebeca, sua mulher; e ali eu sepultei a
Léia.
32. O campo e a cova que está nele foram comprados aos filhos de
Hete.
33. Acabando Jacó de dar estas instruções a seus filhos,
encolheu os seus pés na cama, expirou e foi congregado ao seu
povo.
[Gênesis 50]Gênesis 50
1.
Então José se lançou sobre o rosto de seu pai, chorou sobre ele e o
beijou.
2. E José ordenou a seus servos, os médicos, que embalsamassem
a seu pai; e os médicos embalsamaram a Israel.
3. Cumpriram-se-lhe
quarenta dias, porque assim se cumprem os dias de embalsamação; e os egípcios o
choraram setenta dias.
4. Passados, pois, os dias de seu choro, disse
José à casa de Faraó: Se agora tenho achado graça aos vossos olhos, rogo-vos que
faleis aos ouvidos de Faraó, dizendo:
5. Meu pai me fez jurar,
dizendo: Eis que eu morro; em meu sepulcro, que cavei para mim na terra de
Canaã, ali me sepultarás. Agora, pois, deixa-me subir, peço-te, e sepultar meu
pai; então voltarei.
6. Respondeu Faraó: Sobe, e sepulta teu pai, como
ele te fez jurar.
7. Subiu, pois, José para sepultar a seu pai; e com
ele subiram todos os servos de Faraó, os anciãos da sua casa, e todos os anciãos
da terra do Egito,
8. como também toda a casa de José, e seus irmãos,
e a casa de seu pai; somente deixaram na terra de Gósen os seus pequeninos, os
seus rebanhos e o seu gado.
9. E subiram com ele tanto carros como
gente a cavalo; de modo que o concurso foi mui grande.
10. Chegando
eles à eira de Atade, que está além do Jordão, fizeram ali um grande e forte
pranto; assim fez José por seu pai um grande pranto por sete dias.
11.
Os moradores da terra, os cananeus, vendo o pranto na eira de Atade, disseram:
Grande pranto é este dos egípcios; pelo que o lugar foi chamado Abel-Mizraim, o
qual está além do Jordão.
12. Assim os filhos de Jacó lhe fizeram como
ele lhes ordenara;
13. pois o levaram para a terra de Canaã, e o
sepultaram na cova do campo de Macpela, que Abraão tinha comprado com o campo,
como propriedade de sepultura, a Efrom, o heteu, em frente de
Manre.
14. Depois de haver sepultado seu pai, José voltou para o
Egito, ele, seus irmãos, e todos os que com ele haviam subido para sepultar seu
pai.
15. Vendo os irmãos de José que seu pai estava morto, disseram:
Porventura José nos odiará e nos retribuirá todo o mal que lhe
fizemos.
16. Então mandaram dizer a José: Teu pai, antes da sua morte,
nos ordenou:
17. Assim direis a José: Perdoa a transgressão de teus
irmãos, e o seu pecado, porque te fizeram mal. Agora, pois, rogamos-te que
perdoes a transgressão dos servos do Deus de teu pai. E José chorou quando eles
lhe falavam.
18. Depois vieram também seus irmãos, prostraram-se
diante dele e disseram: Eis que nós somos teus servos.
19.
Respondeu-lhes José: Não temais; acaso estou eu em lugar de Deus?
20.
Vós, na verdade, intentastes o mal contra mim; Deus, porém, o intentou para o
bem, para fazer o que se vê neste dia, isto é, conservar muita gente com
vida.
21. Agora, pois, não temais; eu vos sustentarei, a vós e a
vossos filhinhos. Assim ele os consolou, e lhes falou ao coração.
22.
José, pois, habitou no Egito, ele e a casa de seu pai; e viveu cento e dez
anos.
23. E viu José os filhos de Efraim, da terceira geração; também
os filhos de Maquir, filho de Manassés, nasceram sobre os joelhos de
José.
24. Depois disse José a seus irmãos: Eu morro; mas Deus
certamente vos visitará, e vos fará subir desta terra para a terra que jurou a
Abraão, a Isaque e a Jacó.
25. E José fez jurar os filhos de Israel,
dizendo: Certamente Deus vos visitará, e fareis transportar daqui os meus
ossos.
26. Assim morreu José, tendo cento e dez anos de idade; e o
embalsamaram e o puseram num caixão no Egito.
[Êxodo 1]Êxodo 1
1. Ora, estes são os nomes dos
filhos de Israel, que entraram no Egito; entraram com Jacó, cada um com a sua
família:
2. Rúben, Simeão, Levi, e Judá;
3. Issacar, Zebulom
e Benjamim;
4. Dã e Naftali, Gade e Aser.
5. Todas as almas,
pois, que procederam da coxa de Jacó, foram setenta; José, porém, já estava no
Egito.
6. Morreu, pois, José, e todos os seus irmãos, e toda aquela
geração.
7. Depois os filhos de Israel frutificaram e aumentaram
muito, multiplicaram-se e tornaram-se sobremaneira fortes, de modo que a terra
se encheu deles.
8. Entrementes se levantou sobre o Egito um novo rei,
que não conhecera a José.
9. Disse ele ao seu povo: Eis que o povo de
Israel é mais numeroso e mais forte do que nos.
10. Eia, usemos de
astúcia para com ele, para que não se multiplique, e aconteça que, vindo guerra,
ele também se ajunte com os nossos inimigos, e peleje contra nós e se retire da
terra.
11. Portanto puseram sobre eles feitores, para os afligirem com
suas cargas. Assim os israelitas edificaram para Faraó cidades armazéns, Pitom e
Ramessés.
12. Mas quanto mais os egípcios afligiam o povo de Israel,
tanto mais este se multiplicava e se espalhava; de maneira que os egípcios se
enfadavam por causa dos filhos de Israel.
13. Por isso os egípcios
faziam os filhos de Israel servir com dureza;
14. assim lhes
amarguravam a vida com pesados serviços em barro e em tijolos, e com toda sorte
de trabalho no campo, enfim com todo o seu serviço, em que os faziam servir com
dureza.
15. Falou o rei do Egito às parteiras das hebréias, das quais
uma se chamava Sifrá e a outra Puá,
16. dizendo: Quando ajudardes no
parto as hebréias, e as virdes sobre os assentos, se for filho, matá-lo-eis; mas
se for filha, viverá.
17. As parteiras, porém, temeram a Deus e não
fizeram como o rei do Egito lhes ordenara, antes conservavam os meninos com
vida.
18. Pelo que o rei do Egito mandou chamar as parteiras e as
interrogou: Por que tendes feito isto e guardado os meninos com
vida?
19. Responderam as parteiras a Faraó: É que as mulheres hebréias
não são como as egípcias; pois são vigorosas, e já têm dado à luz antes que a
parteira chegue a elas.
20. Portanto Deus fez bem às parteiras. E o
povo se aumentou, e se fortaleceu muito.
21. Também aconteceu que,
como as parteiras temeram a Deus, ele lhes estabeleceu as casas.
22.
Então ordenou Faraó a todo o seu povo, dizendo: A todos os filhos que nascerem
lançareis no rio, mas a todas as filhas guardareis com vida.
[Êxodo
2]Êxodo 2
1. Foi-se um homem da casa
de Levi e casou com uma filha de Levi.
2. A mulher concebeu e deu à
luz um filho; e, vendo que ele era formoso, escondeu-o três meses.
3.
Não podendo, porém, escondê-lo por mais tempo, tomou para ele uma arca de
juncos, e a revestiu de betume e pez; e, pondo nela o menino, colocou-a entre os
juncos a margem do rio.
4. E sua irmã postou-se de longe, para saber o
que lhe aconteceria.
5. A filha de Faraó desceu para banhar-se no rio,
e as suas criadas passeavam à beira do rio. Vendo ela a arca no meio os juncos,
mandou a sua criada buscá-la.
6. E abrindo-a, viu a criança, e eis que
o menino chorava; então ela teve compaixão dele, e disse: Este é um dos filhos
dos hebreus.
7. Então a irmã do menino perguntou à filha de Faraó:
Queres que eu te vá chamar uma ama dentre as hebréias, para que crie este menino
para ti?
8. Respondeu-lhe a filha de Faraó: Vai. Foi, pois, a moça e
chamou a mãe do menino.
9. Disse-lhe a filha de Faraó: Leva este
menino, e cria-mo; eu te darei o teu salário. E a mulher tomou o menino e o
criou.
10. Quando, pois, o menino era já grande, ela o trouxe à filha
de Faraó, a qual o adotou; e lhe chamou Moisés, dizendo: Porque das águas o
tirei.
11. Ora, aconteceu naqueles dias que, sendo Moisés já homem,
saiu a ter com seus irmãos e atentou para as suas cargas; e viu um egípcio que
feria a um hebreu dentre, seus irmãos.
12. Olhou para um lado e para
outro, e vendo que não havia ninguém ali, matou o egípcio e escondeu-o na
areia.
13. Tornou a sair no dia seguinte, e eis que dois hebreus
contendiam; e perguntou ao que fazia a injustiça: Por que feres a teu
próximo?
14. Respondeu ele: Quem te constituiu a ti príncipe e juiz
sobre nós? Pensas tu matar-me, como mataste o egípcio? Temeu, pois, Moisés e
disse: Certamente o negócio já foi descoberto.
15. E quando Faraó
soube disso, procurou matar a Moisés. Este, porém, fugiu da presença de Faraó, e
foi habitar na terra de Midiã; e sentou-se junto a um poço.
16. O
sacerdote de Midiã tinha sete filhas, as quais vieram tirar água, e encheram os
tanques para dar de beber ao rebanho de seu pai.
17. Então vieram os
pastores, e as expulsaram dali; Moisés, porém, levantou-se e as defendeu, e deu
de beber ao rebanho delas.
18. Quando elas voltaram a Reuel, seu pai,
este lhes perguntou: como é que hoje voltastes tão cedo?
19.
Responderam elas: um egípcio nos livrou da mão dos pastores; e ainda tirou água
para nós e deu de beber ao rebanho.
20. E ele perguntou a suas filhas:
Onde está ele; por que deixastes lá o homem? chamai-o para que coma
pão.
21. Então Moisés concordou em morar com aquele homem, o qual lhe
deu sua filha Zípora.
22. E ela deu à luz um filho, a quem ele chamou
Gérson, porque disse: Peregrino sou em terra estrangeira.
23. No
decorrer de muitos dias, morreu o rei do Egito; e os filhos de Israel gemiam
debaixo da servidão; pelo que clamaram, e subiu a Deus o seu clamor por causa
dessa servidão.
24. Então Deus, ouvindo-lhes os gemidos, lembrou-se do
seu pacto com Abraão, com Isaque e com Jacó.
25. E atentou Deus para
os filhos de Israel; e Deus os conheceu.
[Êxodo 3]Êxodo
3
1. Ora, Moisés estava apascentando o rebanho de
Jetro, seu sogro, sacerdote de Midiã; e levou o rebanho para trás do deserto, e
chegou a Horebe, o monte de Deus.
2. E apareceu-lhe o anjo do Senhor
em uma chama de fogo do meio duma sarça. Moisés olhou, e eis que a sarça ardia
no fogo, e a sarça não se consumia;
3. pelo que disse: Agora me
virarei para lá e verei esta maravilha, e por que a sarça não se
queima.
4. E vendo o Senhor que ele se virara para ver, chamou-o do
meio da sarça, e disse: Moisés, Moisés! Respondeu ele: Eis-me aqui.
5.
Prosseguiu Deus: Não te chegues para cá; tira os sapatos dos pés; porque o lugar
em que tu estás é terra santa.
6. Disse mais: Eu sou o Deus de teu
pai, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque, e o Deus de Jacó. E Moisés escondeu o
rosto, porque temeu olhar para Deus.
7. Então disse o Senhor: Com
efeito tenho visto a aflição do meu povo, que está no Egito, e tenho ouvido o
seu clamor por causa dos seus exatores, porque conheço os seus
sofrimentos;
8. e desci para o livrar da mão dos egípcios, e para o
fazer subir daquela terra para uma terra boa e espaçosa, para uma terra que mana
leite e mel; para o lugar do cananeu, do heteu, do amorreu, do perizeu, do heveu
e do jebuseu.
9. E agora, eis que o clamor dos filhos de Israel é
vindo a mim; e também tenho visto a opressão com que os egípcios os
oprimem.
10. Agora, pois, vem e eu te enviarei a Faraó, para que
tireis do Egito o meu povo, os filhos de Israel.
11. Então Moisés
disse a Deus: Quem sou eu, para que vá a Faraó e tire do Egito os filhos de
Israel?
12. Respondeu-lhe Deus: Certamente eu serei contigo; e isto te
será por sinal de que eu te enviei: Quando houveres tirado do Egito o meu povo,
servireis a Deus neste monte.
13. Então disse Moisés a Deus: Eis que
quando eu for aos filhos de Israel, e lhes disser: O Deus de vossos pais me
enviou a vós; e eles me perguntarem: Qual é o seu nome? Que lhes
direi?
14. Respondeu Deus a Moisés: EU SOU O QUE SOU. Disse mais:
Assim dirás aos olhos de Israel: EU SOU me enviou a vós.
15. E Deus
disse mais a Moisés: Assim dirás aos filhos de Israel: O Senhor, o Deus de
vossos pais, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque, e o Deus de Jacó, me enviou a
vós; este é o meu nome eternamente, e este é o meu memorial de geração em
geração.
16. Vai, ajunta os anciãos de Israel e dize-lhes: O Senhor, o
Deus de vossos pais, o Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó, apareceu-me,
dizendo: certamente vos tenho visitado e visto o que vos tem sido feito no
Egito;
17. e tenho dito: Far-vos-ei subir da aflição do Egito para a
terra do cananeu, do heteu, do amorreu, do perizeu, do heveu e do jebuseu, para
uma terra que mana leite e mel.
18. E ouvirão a tua voz; e ireis, tu e
os anciãos de Israel, ao rei do Egito, e dir-lhe-eis: O Senhor, o Deus dos
hebreus, encontrou-nos. Agora, pois, deixa-nos ir caminho de três dias para o
deserto para que ofereçamos sacrifícios ao Senhor nosso Deus.
19. Eu
sei, porém, que o rei do Egito não vos deixará ir, a não ser por uma forte
mão.
20. Portanto estenderei a minha mão, e ferirei o Egito com todas
as minhas maravilhas que farei no meio dele. Depois vos deixará
ir.
21. E eu darei graça a este povo aos olhos dos egípcios; e
acontecerá que, quando sairdes, não saireis vazios.
22. Porque cada
mulher pedirá à sua vizinha e à sua hóspeda jóias de prata e jóias de ouro, bem
como vestidos, os quais poreis sobre vossos filhos e sobre vossas filhas; assim
despojareis os egípcios.
[Êxodo 4]Êxodo
4
1. Então respondeu Moisés: Mas eis que não me crerão,
nem ouvirão a minha voz, pois dirão: O Senhor não te apareceu.
2. Ao
que lhe perguntou o Senhor: Que é isso na tua mão. Disse Moisés: uma
vara.
3. Ordenou-lhe o Senhor: Lança-a no chão. Ele a lançou no chão,
e ela se tornou em cobra; e Moisés fugiu dela.
4. Então disse o Senhor
a Moisés: Estende a mão e pega-lhe pela cauda (estendeu ele a mão e lhe pegou, e
ela se tornou em vara na sua mão);
5. para que eles creiam que te
apareceu o Senhor, o Deus de seus pais, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o
Deus de Jacó.
6. Disse-lhe mais o Senhor: Mete agora a mão no seio. E
meteu a mão no seio. E quando a tirou, eis que a mão estava leprosa, branca como
a neve.
7. Disse-lhe ainda: Torna a meter a mão no seio. (E tornou a
meter a mão no seio; depois tirou-a do seio, e eis que se tornara como o
restante da sua carne.)
8. E sucederá que, se eles não te crerem, nem
atentarem para o primeiro sinal, crerão ao segundo sinal.
9. E se
ainda não crerem a estes dois sinais, nem ouvirem a tua voz, então tomarás da
água do rio, e a derramarás sobre a terra seca; e a água que tomares do rio
tornar-se-á em sangue sobre a terra seca.
10. Então disse Moisés ao
Senhor: Ah, Senhor! eu não sou eloqüente, nem o fui dantes, nem ainda depois que
falaste ao teu servo; porque sou pesado de boca e pesado de
língua.
11. Ao que lhe replicou o Senhor: Quem faz a boca do homem? ou
quem faz o mudo, ou o surdo, ou o que vê, ou o cego?. Não sou eu, o
Senhor?
12. Vai, pois, agora, e eu serei com a tua boca e te ensinarei
o que hás de falar.
13. Ele, porém, respondeu: Ah, Senhor! envia,
peço-te, por mão daquele a quem tu hás de enviar.
14. Então se acendeu
contra Moisés a ira do Senhor, e disse ele: Não é Arão, o levita, teu irmão? eu
sei que ele pode falar bem. Eis que ele também te sai ao encontro, e vendo-te,
se alegrará em seu coração.
15. Tu, pois, lhe falarás, e porás as
palavras na sua boca; e eu serei com a tua boca e com a dele, e vos ensinarei o
que haveis de fazer.
16. E ele falará por ti ao povo; assim ele te
será por boca, e tu lhe serás por Deus.
17. Tomarás, pois, na tua mão
esta vara, com que hás de fazer os sinais.
18. Então partiu Moisés, e
voltando para Jetro, seu sogro, disse-lhe: Deixa-me, peço-te, voltar a meus
irmãos, que estão no Egito, para ver se ainda vivem. Disse, pois, Jetro a
Moisés: Vai-te em paz.
19. Disse também o Senhor a Moisés em Midiã:
Vai, volta para o Egito; porque morreram todos os que procuravam tirar-te a
vida.
20. Tomou, pois, Moisés sua mulher e seus filhos, e os fez
montar num jumento e tornou à terra do Egito; e Moisés levou a vara de Deus na
sua mão.
21. Disse ainda o Senhor a Moisés: Quando voltares ao Egito,
vê que faças diante de Faraó todas as maravilhas que tenho posto na tua mão; mas
eu endurecerei o seu coração, e ele não deixará ir o povo.
22. Então
dirás a Faraó: Assim diz o Senhor: Israel é meu filho, meu
primogênito;
23. e eu te tenho dito: Deixa ir: meu filho, para que me
sirva. mas tu recusaste deixá-lo ir; eis que eu matarei o teu filho, o teu
primogênito.
24. Ora, sucedeu no caminho, numa estalagem, que o Senhor
o encontrou, e quis matá-lo.
25. Então Zípora tomou uma faca de pedra,
circuncidou o prepúcio de seu filho e, lançando-o aos pés de Moisés, disse: Com
efeito, és para mim um esposo sanguinário.
26. O Senhor, pois, o
deixou. Ela disse: Esposo sanguinário, por causa da circuncisão.
27.
Disse o Senhor a Arão: Vai ao deserto, ao encontro de Moisés. E ele foi e,
encontrando-o no monte de Deus, o beijou:
28. E relatou Moisés a Arão
todas as palavras com que o Senhor o enviara e todos os sinais que lhe
mandara.
29. Então foram Moisés e Arão e ajuntaram todos os anciãos
dos filhos de Israel;
30. e Arão falou todas as palavras que o Senhor
havia dito a Moisés e fez os sinais perante os olhos do povo.
31. E o
povo creu; e quando ouviram que o Senhor havia visitado os filhos de Israel e
que tinha visto a sua aflição, inclinaram-se, e adoraram.
[Êxodo 5]Êxodo 5
1. Depois foram Moisés e Arão e
disseram a Faraó: Assim diz o Senhor, o Deus de Israel: Deixa ir o meu povo,
para que me celebre uma festa no deserto.
2. Mas Faraó respondeu: Quem
é o Senhor, para que eu ouça a sua voz para deixar ir Israel? Não conheço o
Senhor, nem tampouco deixarei ir Israel.
3. Então eles ainda falaram:
O Deus dos hebreus nos encontrou; portanto deixa-nos, pedimos-te, ir caminho de
três dias ao deserto, e oferecer sacrifícios ao Senhor nosso Deus, para que ele
não venha sobre nós com pestilência ou com espada.
4. Respondeu-lhes
de novo o rei do Egito: Moisés e Arão, por que fazeis o povo cessar das suas
obras? Ide às vossas cargas.
5. Disse mais Faraó: Eis que o povo da
terra já é muito, e vós os fazeis abandonar as suas cargas.
6. Naquele
mesmo dia Faraó deu ordem aos exatores do povo e aos seus oficiais,
dizendo:
7. Não tornareis a dar, como dantes, palha ao povo, para
fazer tijolos; vão eles mesmos, e colham palha para si.
8. Também lhes
imporeis a conta dos tijolos que dantes faziam; nada diminuireis dela; porque
eles estão ociosos; por isso clamam, dizendo: Vamos, sacrifiquemos ao nosso
Deus.
9. Agrave-se o serviço sobre esses homens, para que se ocupem
nele e não dêem ouvidos a palavras mentirosas.
10. Então saíram os
exatores do povo e seus oficiais, e disseram ao povo: Assim diz Faraó: Eu não
vos darei palha;
11. ide vós mesmos, e tomai palha de onde puderdes
achá-la; porque nada se diminuirá de vosso serviço.
12. Então o povo
se espalhou por toda parte do Egito a colher restolho em lugar de
palha.
13. E os exatores os apertavam, dizendo: Acabai a vossa obra, a
tarefa do dia no seu dia, como quando havia palha.
14. E foram
açoitados os oficiais dos filhos de Israel, postos sobre eles pelos exatores de
Faraó, que reclamavam: Por que não acabastes nem ontem nem hoje a vossa tarefa,
fazendo tijolos como dantes?
15. Pelo que os oficiais dos filhos de
Israel foram e clamaram a Faraó, dizendo: Porque tratas assim a teus
servos?
16. Palha não se dá a teus servos, e nos dizem: Fazei tijolos;
e eis que teus servos são açoitados; porém o teu povo é que tem a
culpa.
17. Mas ele respondeu: Estais ociosos, estais ociosos; por isso
dizeis: vamos, sacrifiquemos ao Senhor.
18. Portanto, ide, trabalhai;
palha, porém, não se vos dará; todavia, dareis a conta dos
tijolos.
19. Então os oficiais dos filhos de Israel viram-se em
aperto, porquanto se lhes dizia: Nada diminuireis dos vossos tijolos, da tarefa
do dia no seu dia.
20. Ao saírem da presença de Faraó depararam com
Moisés e Arão que vinham ao encontro deles,
21. e disseram-lhes: Olhe
o Senhor para vós, e julgue isso, porquanto fizestes o nosso caso repelente
diante de Faraó e diante de seus servos, metendo-lhes nas mãos uma espada para
nos matar.
22. Então, tornando-se Moisés ao Senhor, disse: Senhor! por
que trataste mal a este povo? por que me enviaste?
23. Pois desde que
me apresentei a Faraó para falar em teu nome, ele tem maltratado a este povo; e
de nenhum modo tens livrado o teu povo.
[Êxodo 6]Êxodo
6
1. Então disse o Senhor a Moisés: Agora verás o que
hei de fazer a Faraó; pois por uma poderosa mão os deixará ir, sim, por uma
poderosa mão os lançará de sua terra.
2. Falou mais Deus a Moisés, e
disse-lhe: Eu sou Jeová.
3. Apareci a Abraão, a Isaque e a Jacó, como
o Deus Todo-Poderoso; mas pelo meu nome Jeová, não lhes fui
conhecido.
4. Estabeleci o meu pacto com eles para lhes dar a terra de
Canaã, a terra de suas peregrinações, na qual foram peregrinos.
5.
Ademais, tenho ouvido o gemer dos filhos de Israel, aos quais os egípcios vêm
escravizando; e lembrei-me do meu pacto.
6. Portanto dize aos filhos
de Israel: Eu sou Jeová; eu vos tirarei de debaixo das cargas dos egípcios,
livrar-vos-ei da sua servidão, e vos resgatarei com braço estendido e com
grandes juízos.
7. Eu vos tomarei por meu povo e serei vosso Deus; e
vós sabereis que eu sou Jeová vosso Deus, que vos tiro de debaixo das cargas dos
egípcios.
8. Eu vos introduzirei na terra que jurei dar a Abraão, a
Isaque e a Jacó; e vo-la darei por herança. Eu sou Jeová.
9. Assim
falou Moisés aos filhos de Israel, mas eles não lhe deram ouvidos, por causa da
angústia de espírito e da dura servidão.
10. Falou mais o Senhor a
Moisés, dizendo:
11. Vai, fala a Faraó, rei do Egito, que deixe sair
os filhos de Israel da sua terra.
12. Moisés, porém, respondeu perante
o Senhor, dizendo: Eis que os filhos de Israel não me têm ouvido: como, pois, me
ouvirá Faraó a mim, que sou incircunciso de lábios?
13. Todavia o
Senhor falou a Moisés e a Arão, e deu-lhes mandamento para os filhos de Israel,
e para Faraó, rei do Egito, a fim de tirarem os filhos de Israel da terra do
Egito..
14. Estes são os cabeças das casas de seus pais: Os filhos de
Rúben o primogênito de Israel: Hanoque e Palu, Hezrom e Carmi; estas são as
famílias de Rúben.
15. E os filhos de Simeão: Jemuel, Jamim, Oade,
Jaquim, Zoar e Saul, filho de uma cananéia; estas são as famílias de
Simeão.
16. E estes são os nomes dos filhos de Levi, segundo as suas
gerações: Gérson, Coate e Merári; e os anos da vida de Levi foram cento e trinta
e sete anos.
17. Os filhos de Gérson: Líbni e Simei, segundo as suas
famílias.
18. Os filhos de Coate: Anrão, Izar, Hebrom e Uziel; e os
anos da vida de Coate foram cento e trinta e três anos.
19. Os filhos
de Merari: Mali e Musi; estas são as famílias de Levi, segundo as suas
gerações.
20. Ora, Anrão tomou por mulher a Joquebede, sua tia; e ela
lhe deu Arão e Moisés; e os anos da vida de Anrão foram cento e trinta e sete
anos.
21. Os filhos de Izar: Corá, Nofegue e Zicri.
22. Os
filhos de Uziel: Misael, Elzafã e Sitri.
23. Arão tomou por mulher a
Eliseba, filha de Aminadabe, irmã de Nasom; e ela lhe deu Nadabe, Abiú, Eleazar
e Itamar.
24. Os filhos de Corá: Assir, Elcana e Abiasafe; estas são
as famílias dos coraítas.
25. Eleazar, filho de Arão, tomou por mulher
uma das filhas de Putiel; e ela lhe deu Finéias; estes são os chefes das casa,
paternas dos levitas, segundo as suas famílias.
26. Estes são Arão e
Moisés, aos quais o Senhor disse: Tirai os filhos de Israel da terra do Egito,
segundo os seus exércitos.
27. Foram eles os que falaram a Faraó, rei
do Egito, a fim de tirarem do Egito os filhos de Israel; este Moisés e este
Arão.
28. No dia em que o Senhor falou a Moisés na terra do
Egito,
29. disse o Senhor a Moisés: Eu sou Jeová; dize a Faraó, rei do
Egito, tudo quanto eu te digo.
30. Respondeu Moisés perante o Senhor:
Eis que eu sou incircunciso de lábios; como, pois, me ouvirá
Faraó;
[Êxodo 7]Êxodo 7
1.
Então disse o Senhor a Moisés: Eis que te tenho posto como Deus a Faraó, e Arão,
teu irmão, será o teu profeta.
2. Tu falarás tudo o que eu te mandar;
e Arão, teu irmão, falará a Faraó, que deixe ir os filhos de Israel da sua
terra.
3. Eu, porém, endurecerei o coração de Faraó e multiplicarei na
terra do Egito os meus sinais e as minhas maravilhas.
4. Mas Faraó não
vos ouvirá; e eu porei minha mão sobre o Egito, e tirarei os meus exércitos, o
meu povo, os filhos de Israel, da terra do Egito, com grandes
juízos.
5. E os egípcios saberão que eu sou o Senhor, quando estender
a minha mão sobre o Egito, e tirar os filhos de Israel do meio
deles.
6. Assim fizeram Moisés e Arão; como o Senhor lhes ordenara,
assim fizeram.
7. Tinha Moisés oitenta anos, e Arão oitenta e três,
quando falaram a Faraó.
8. Falou, pois, o Senhor a Moisés e
Arão:
9. Quando Faraó vos disser: Apresentai da vossa parte algum
milagre; dirás a Arão: Toma a tua vara, e lança-a diante de Faraó, para que se
torne em serpente.
10. Então Moisés e Arão foram ter com Faraó, e
fizeram assim como o Senhor ordenara. Arão lançou a sua vara diante de Faraó e
diante dos seus servos, e ela se tornou em serpente.
11. Faraó também
mandou vir os sábios e encantadores; e eles, os magos do Egito, também fizeram o
mesmo com os seus encantamentos.
12. Pois cada um deles lançou a sua
vara, e elas se tornaram em serpentes; mas a vara de Arão tragou as varas
deles.
13. Endureceu-se, porém, o coração de Faraó, e ele não os
ouviu, como o Senhor tinha dito.
14. Então disse o Senhor a Moisés:
Obstinou-se o coração de Faraó; ele recusa deixar ir o povo.
15. Vai
ter com Faraó pela manhã; eis que ele sairá às águas; pôr-te-ás à beira do rio
para o encontrar, e tomarás na mão a vara que se tomou em
serpente.
16. E lhe dirás: O Senhor, o Deus dos hebreus, enviou-me a
ti para dizer-te: Deixa ir o meu povo, para que me sirva no deserto; porém eis
que até agora não o tens ouvido.
17. Assim diz o Senhor: Nisto saberás
que eu sou o Senhor: Eis que eu, com esta vara que tenho na mão, ferirei as
águas que estão no rio, e elas se tornarão em sangue.
18. E os peixes
que estão no rio morrerão, e o rio cheirará mal; e os egípcios terão nojo de
beber da água do rio.
19. Disse mais o Senhor a Moisés: Dize a Arão:
Toma a tua vara, e estende a mão sobre as águas do Egito, sobre as suas
correntes, sobre os seus rios, e sobre as suas lagoas e sobre todas as suas
águas empoçadas, para que se tornem em sangue; e haverá sangue por toda a terra
do Egito, assim nos vasos de madeira como nos de pedra.
20. Fizeram
Moisés e Arão como lhes ordenara o Senhor; Arão, levantando a vara, feriu as
águas que estavam no rio, diante dos olhos de Faraó, e diante dos olhos de seus
servos; e todas as águas do rio se tornaram em sangue.
21. De modo que
os peixes que estavam no rio morreram, e o rio cheirou mal, e os egípcios não
podiam beber da água do rio; e houve sangue por toda a terra do
Egito.
22. Mas o mesmo fizeram também os magos do Egito com os seus
encantamentos; de maneira que o coração de Faraó se endureceu, e não os ouviu,
como o Senhor tinha dito.
23. Virou-se Faraó e entrou em sua casa, e
nem ainda a isto tomou a sério.
24. Todos os egípcios, pois, cavaram
junto ao rio, para achar água que beber; porquanto não podiam beber da água do
rio.
25. Assim se passaram sete dias, depois que o Senhor ferira o
rio.
[Êxodo 8]Êxodo 8
1. Então
disse o Senhor a Moisés: Vai a Faraó, e dize-lhe: Assim diz o Senhor: Deixa ir o
meu povo, para que me sirva.
2. Mas se recusares deixá-lo ir, eis que
ferirei com rãs todos os teus termos.
3. O rio produzirá rãs em
abundância, que subirão e virão à tua casa, e ao teu dormitório, e sobre a tua
cama, e às casas dos teus servos, e sobre o teu povo, e aos teus fornos, e às
tuas amassadeiras.
4. Sim, as rãs subirão sobre ti, e sobre o teu
povo, e sobre todos os teus servos.
5. Disse mais o Senhor a Moisés:
Dize a Arão: Estende a tua mão com a vara sobre as correntes, e sobre os rios, e
sobre as lagoas, e faze subir rãs sobre a terra do Egito.
6. Arão,
pois, estendeu a mão sobre as águas do Egito, e subiram rãs, que cobriram a
terra do Egito.
7. Então os magos fizeram o mesmo com os seus
encantamentos, e fizeram subir rãs sobre a terra do Egito.
8. Chamou,
pois, Faraó a Moisés e a Arão, e disse: Rogai ao Senhor que tire as rãs de mim e
do meu povo; depois deixarei ir o povo, para que ofereça sacrifícios ao
Senhor.
9. Respondeu Moisés a Faraó: Digna-te dizer-me quando é que
hei de rogar por ti, e pelos teus servos, e por teu povo, para tirar as rãs de
ti, e das tuas casas, de sorte que fiquem somente no rio?.
10. Disse
Faraó: Amanhã. E Moisés disse: Seja conforme a tua palavra, para que saibas que
ninguém há como o Senhor nosso Deus.
11. As rãs, pois, se apartarão de
ti, e das tuas casas, e dos teus servos, e do teu povo; ficarão somente no
rio.
12. Então saíram Moisés e Arão da presença de Faraó; e Moisés
clamou ao Senhor por causa das rãs que tinha trazido sobre Faraó.
13.
O Senhor, pois, fez conforme a palavra de Moisés; e as rãs morreram nas casas,
nos pátios, e nos campos.
14. E ajuntaram-nas em montes, e a terra,
cheirou mal.
15. Mas vendo Faraó que havia descanso, endureceu o seu
coração, e não os ouviu, como o Senhor tinha dito.
16. Disse mais o
Senhor a Moisés: Dize a Arão: Estende a tua vara, e fere o pó da terra, para que
se torne em piolhos por toda a terra do Egito.
17. E assim fizeram.
Arão estendeu a sua mão com a vara, e feriu o pó da terra, e houve piolhos nos
homens e nos animais; todo o pó da terra se tornou em piolhos em toda a terra do
Egito.
18. Também os magos fizeram assim com os seus encantamentos
para produzirem piolhos, mas não puderam. E havia piolhos, nos homens e nos
animais.
19. Então disseram os magos a Faraó: Isto é o dedo de Deus.
No entanto o coração de Faraó se endureceu, e não os ouvia, como o Senhor tinha
dito.
20. Disse mais o Senhor a Moisés: levanta-te pela manhã cedo e
põe-te diante de Faraó:; eis que ele sairá às águas; e dize-lhe: Assim diz o
Senhor: Deixa ir o meu povo, para que me sirva.
21. Porque se não
deixares ir o meu povo., eis que enviarei enxames de moscas sobre ti, e sobre os
teus servos, e sobre o teu povo, e nas tuas casas; e as casas dos egípcios se
encherão destes enxames, bem como a terra em que eles estiverem.
22.
Mas naquele dia separarei a terra de Gósem em que o meu povo habita, a fim de
que nela não haja enxames de moscas, para que saibas que eu sou o Senhor no meio
desta terra.
23. Assim farei distinção entre o meu povo e o teu povo;
amanhã se fará este milagre.
24. O Senhor, pois, assim fez. Entraram
grandes enxames de moscas na casa de Faraó e nas casas dos seus servos; e em
toda parte do Egito a terra foi assolada pelos enxames de moscas.
25.
Então chamou Faraó a Moisés e a Arão, e disse: Ide, e oferecei sacrifícios ao
vosso Deus nesta terra.
26. Respondeu Moisés: Não convém que assim se
faça, porque é abominação aos egípcios o que havemos de oferecer ao Senhor nosso
Deus. Sacrificando nós a abominação dos egípcios perante os seus olhos, não nos
apedrejarão eles?
27. Havemos de ir caminho de três dias ao deserto,
para que ofereçamos sacrifícios ao Senhor nosso Deus, como ele nos
ordenar.
28. Então disse Faraó: Eu vos deixarei ir, para que ofereçais
sacrifícios ao Senhor vosso Deus no deserto; somente não ireis muito longe; e
orai por mim.
29. Respondeu Moisés: Eis que saio da tua presença e
orarei ao Senhor, que estes enxames de moscas se apartem amanhã de Faraó, dos
seus servos, e do seu povo; somente não torne mais Faraó a proceder dolosamente,
não deixando ir o povo para oferecer sacrifícios ao Senhor.
30. Então
saiu Moisés da presença de Faraó, e orou ao Senhor.
31. E fez o Senhor
conforme a palavra de Moisés, e apartou os enxames de moscas de Faraó, dos seus
servos, e do seu povo; não ficou uma sequer.
32. Mas endureceu Faraó
ainda esta vez o seu coração, e não deixou ir o povo.
[Êxodo 9]Êxodo 9
1. Depois o Senhor disse a Moisés:
Vai a Faraó e dize-lhe: Assim diz o Senhor, o Deus dos hebreus: Deixa ir o meu
povo, para que me sirva.
2. Porque, se recusares deixá-los ir, e ainda
os retiveres,
3. eis que a mão do Senhor será sobre teu gado, que está
no campo: sobre os cavalos, sobre os jumentos, sobre os camelos, sobre os bois e
sobre as ovelhas; haverá uma pestilência muito grave.
4. Mas o Senhor
fará distinção entre o gado de Israel e o gado do Egito; e não morrerá nada de
tudo o que pertence aos filhos de Israel.
5. E o Senhor assinalou
certo tempo, dizendo: Amanhã fará o Senhor isto na terra.
6. Fez,
pois, o Senhor isso no dia seguinte; e todo gado dos egípcios morreu; porém do
gado dos filhos de Israel não morreu nenhum.
7. E Faraó mandou ver, e
eis que do gado dos israelitas não morrera sequer um. Mas o coração de Faraó se
obstinou, e não deixou ir o povo.
8. Então disse o Senhor a Moisés e a
Arão: Tomai as mãos cheias de cinza do forno, e Moisés a espalhe para o céu
diante dos olhos de Faraó;
9. e ela se tornará em pó fino sobre toda a
terra do Egito, e haverá tumores que arrebentarão em úlceras nos homens e no
gado, por toda a terra do Egito.
10. E eles tomaram cinza do forno, e
apresentaram-se diante de Faraó; e Moisés a espalhou para o céu, e ela se tomou
em tumores que arrebentavam em úlceras nos homens e no gado.
11. Os
magos não podiam manter-se diante de Moisés, por causa dos tumores; porque havia
tumores nos magos, e em todos os egípcios.
12. Mas o Senhor endureceu
o coração de Faraó, e este não os ouviu, como o Senhor tinha dito a
Moisés.
13. Então disse o Senhor a Moisés: Levanta-te pela manhã cedo,
põe-te diante de Faraó, e dize-lhe: Assim diz o Senhor, o Deus dos hebreus:
Deixa ir o meu povo, para que me sirva;
14. porque desta vez enviarei
todas as a minhas pragas sobre o teu coração, e sobre os teus servos, e sobre o
teu povo, para que saibas que não há outro como eu em toda a
terra.
15. Agora, por pouco, teria eu estendido a mão e ferido a ti e
ao teu povo com pestilência, e tu terias sido destruído da terra;
16.
mas, na verdade, para isso te hei mantido com vida, para te mostrar o meu poder,
e para que o meu nome seja anunciado em toda a terra.
17. Tu ainda te
exaltas contra o meu povo, não o deixando ir?
18. Eis que amanhã, por
este tempo, s farei chover saraiva tão grave qual nunca houve no Egito, desde o
dia em que foi fundado até agora.
19. Agora, pois, manda recolher o
teu gado e tudo o que tens no campo; porque sobre todo homem e animal que se
acharem no campo, e não se recolherem à casa, cairá a saraiva, e
morrerão.
20. Quem dos servos de Faraó temia a o palavra do Senhor,
fez Fugir os seus servos e o seu gado para as casas;
21. mas aquele
que não se importava com a palavra do Senhor, deixou os seus servos e o seu gado
no campo.
22. Então disse o Senhor a Moisés: Estende a tua mão para o
céu, para que caia saraiva em toda a terra do Egito, sobre os homens e sobre os
animais, e sobre toda a erva do campo na terra do Egito.
23. E Moisés
estendeu a sua vara para o céu, e o Senhor enviou trovões e saraiva, e fogo
desceu à terra; e o Senhor fez chover saraiva sobre a terra do
Egito.
24. Havia, pois, saraiva misturada com fogo, saraiva tão grave
qual nunca houvera em toda a terra do Egito, desde que veio a ser uma
nação.
25. E a saraiva feriu, em toda a terra do Egito, tudo quanto
havia no campo, tanto homens como animais; feriu também toda erva do campo, e
quebrou todas as árvores do campo.
26. Somente na terra de Gósem onde
se achavam os filhos de Israel, não houve saraiva.
27. Então Faraó
mandou chamar Moisés e Arão, e disse-lhes: Esta vez pequei; o Senhor é justo,
mas eu e o meu povo somos a ímpios.
28. Orai ao Senhor; pois já bastam
estes trovões da parte de Deus e esta saraiva; eu vos deixarei ir, e não
permanecereis mais, aqui.
29. Respondeu-lhe Moisés: Logo que eu tiver
saído da cidade estenderei minhas mãos ao Senhor; os trovões cessarão, e não
haverá, mais saraiva, para que saibas que a terra é do Senhor.
30.
Todavia, quanto a ti e aos teus servos, eu sei que ainda não temereis diante do
Senhor Deus.
31. Ora, o linho e a cevada foram danificados, porque a
cevada já estava na espiga, e o linho em flor;
32. mas não foram
danificados o trigo e o centeio, porque não estavam crescidos.
33.
Saiu, pois, Moisés da cidade, da presença de Faraó, e estendeu as mãos ao
Senhor; e cessaram os trovões e a saraiva, e a chuva não caiu mais sobre a
terra.
34. Vendo Faraó que a chuva, a saraiva e os trovões tinham
cessado, continuou a pecar, e endureceu o seu coração, ele e os seus
servos.
35. Assim, o coração de Faraó se endureceu, e não deixou ir os
filhos de Israel, como o Senhor tinha dito por Moisés.
[Êxodo 10]Êxodo 10
1. Depois disse o Senhor a Moisés:
vai a Faraó; porque tenho endurecido o seu coração, e o coração de seus servos,
para manifestar estes meus sinais no meio deles,
2. e para que contes
aos teus filhos, e aos filhos de teus filhos, as coisas que fiz no Egito, e os
meus sinais que operei entre eles; para que vós saibais que eu sou o
Senhor.
3. Foram, pois, Moisés e Arão a Faraó, e disseram-lhe: Assim
diz o Senhor, o Deus dos hebreus: Até quando recusarás humilhar-te diante de
mim? Deixa ir o meu povo, para que me sirva;
4. mas se tu recusares
deixar ir o meu povo, eis que amanhã trarei gafanhotos aos teus
termos;
5. e eles cobrirão a face da terra, de sorte que não se poderá
ver a terra e comerão o resto do que escapou, o que vos ficou da saraiva; também
comerão toda árvore que vos cresce no campo;
6. e encherão as tuas
casas, as casas de todos os teus servos e as casas de todos os egípcios, como
nunca viram teus pais nem os pais de teus pais, desde o dia em que apareceram na
terra até o dia de hoje. E virou-se, e saiu da presença de Faraó.
7.
Então os servos de Faraó lhe disseram: Até quando este homem nos há de ser por
laço? deixa ir os homens, para que sirvam ao Senhor seu Deus; porventura não
sabes ainda que o Egito está destruído?
8. Pelo que Moisés e Arão
foram levados outra vez a Faraó, e ele lhes disse: Ide, servi ao Senhor vosso
Deus. Mas quais são os que hão de ir?
9. Respondeu-lhe Moisés: Havemos
de ir com os nossos jovens e com os nossos velhos; com os nossos filhos e com as
nossas filhas, com os nossos rebanhos e com o nosso gado havemos de ir; porque
temos de celebrar uma festa ao Senhor.
10. Replicou-lhes Faraó: Seja o
Senhor convosco, se eu vos deixar ir a vós e a vossos pequeninos! Olhai, porque
há mal diante de vós.
11. Não será assim; agora, ide vós, os homens, e
servi ao Senhor, pois isso é o que pedistes: E foram expulsos da presença de
Faraó.
12. Então disse o Senhor a Moisés: Quanto aos gafanhotos,
estende a tua mão sobre a terra do Egito, para que venham eles sobre a terra do
Egito e comam toda erva da terra, tudo o que deixou a saraiva.
13.
Então estendeu Moisés sua vara sobre a terra do Egito, e o Senhor trouxe sobre a
terra um vento oriental todo aquele dia e toda aquela noite; e, quando
amanheceu, o vento oriental trouxe os gafanhotos.
14. Subiram, pois,
os gafanhotos sobre toda a terra do Egito e pousaram sobre todos os seus termos;
tão numerosos foram, que antes destes nunca houve tantos, nem depois deles
haverá.
15. Pois cobriram a face de toda a terra, de modo que a terra
se escureceu; e comeram toda a erva da terra e todo o fruto das árvores, que
deixara a saraiva; nada verde ficou, nem de árvore nem de erva do campo, por
toda a terra do Egito.
16. Então Faraó mandou apressadamente chamar
Moisés e Arão, e lhes disse: Pequei contra o Senhor vosso Deus, e contra
vós.
17. Agora: pois, perdoai-me peço-vos somente esta vez o meu
pecado, e orai ao Senhor vosso Deus que tire de mim mais esta
morte.
18. Saiu, pois, Moisés da presença de Faraó, e orou ao
Senhor.
19. Então o Senhor trouxe um vento ocidental fortíssimo, o
qual levantou os gafanhotos e os lançou no Mar Vermelho; não ficou um só
gafanhoto em todos os termos do Egito.
20. O Senhor, porém, endureceu
o coração de Faraó, e este não deixou ir os filhos de Israel.
21.
Então disse o Senhor a Moisés: Estende a mão para o céu, para que haja trevas
sobre a terra do Egito, trevas que se possam apalpar.
22. Estendeu,
pois, Moisés a mão para o céu, e houve trevas espessas em toda a terra do Egito
por três dias.
23. Não se viram uns aos outros, e ninguém se levantou
do seu lugar por três dias; mas para todos os filhos de Israel havia luz nas
suas habitações.
24. Então mandou Faraó chamar Moisés, e disse: Ide,
servi ao Senhor; somente fiquem os vossos rebanhos e o vosso gado; mas vão
juntamente convosco os vossos pequeninos.
25. Moisés, porém, disse: Tu
também nos tens de dar nas mãos sacrifícios e holocaustos, para que possamos
oferecer sacrifícios ao Senhor nosso Deus.
26. E também o nosso gado
há de ir conosco; nem uma unha ficará; porque dele havemos de tomar para servir
ao Senhor nosso Deus; porque não sabemos com que havemos de servir ao Senhor,
até que cheguemos lá.
27. O Senhor, porém, endureceu o coração de
Faraó, e este não os quis deixar ir:
28. Disse, pois, Faraó a Moisés:
Retira-te de mim, guarda-te que não mais vejas o meu rosto; porque no dia em que
me vires o rosto morrerás.
29. Respondeu Moisés: Disseste bem; eu
nunca mais verei o teu rosto.
[Êxodo 11]Êxodo
11
1. Disse o Senhor a Moisés: Ainda mais uma praga
trarei sobre Faraó, e sobre o Egito; depois ele vos deixará ir daqui; e,
deixando vos ir a todos, com efeito vos expulsará daqui.
2. Fala agora
aos ouvidos do povo, que cada homem peça ao seu vizinho, e cada mulher à sua
vizinha, jóias de prata e jóias de ouro.
3. E o Senhor deu ao povo
graça aos olhos dos egípcios. Além disso o varão Moisés era mui grande na terra
do Egito, aos olhos dos servos de Faraó e aos olhos do povo.
4. Depois
disse Moisés a Faraó: Assim diz o Senhor: À meia-noite eu sairei pelo meio do
Egito;
5. e todos os primogênitos na terra do Egito morrerão, desde o
primogênito de Faraó, que se assenta sobre o seu trono, até o primogênito da
serva que está detrás da mó, e todos os primogênitos dos animais.
6.
Pelo que haverá grande clamor em toda a terra do Egito, como nunca houve nem
haverá jamais.
7. Mas contra os filhos de Israel nem mesmo um cão
moverá a sua língua, nem contra homem nem contra animal; para que saibais que o
Senhor faz distinção entre os egípcios e os filhos de Israel.
8. Então
todos estes teus servos descerão a mim, e se inclinarão diante de mim, dizendo:
Sai tu, e todo o povo que te segue as pisadas. Depois disso eu sairei. E Moisés
saiu da presença de Faraó ardendo em ira.
9. Pois o Senhor dissera a
Moisés: Faraó não vos ouvirá, para que as minhas maravilhas se multipliquem na
terra do Egito.
10. E Moisés e Arão fizeram todas estas maravilhas
diante de Faraó; mas o Senhor endureceu o coração de Faraó, que não deixou ir da
sua terra os filhos de Israel.
[Êxodo 12]Êxodo
12
1. Ora, o Senhor falou a Moisés e a Arão na terra do
Egito, dizendo:
2. Este mês será para vós o princípio dos meses; este
vos será o primeiro dos meses do ano.
3. Falai a toda a congregação de
Israel, dizendo: Ao décimo dia deste mês tomará cada um para si um cordeiro,
segundo as casas dos pais, um cordeiro para cada família.
4. Mas se a
família for pequena demais para um cordeiro, tomá-lo-á juntamente com o vizinho
mais próximo de sua casa, conforme o número de almas; conforme ao comer de cada
um, fareis a conta para o cordeiro.
5. O cordeiro, ou cabrito, será
sem defeito, macho de um ano, o qual tomareis das ovelhas ou das
cabras,
6. e o guardareis até o décimo quarto dia deste mês; e toda a
assembléia da congregação de Israel o matará à tardinha:
7. Tomarão do
sangue, e pô-lo-ão em ambos os umbrais e na verga da porta, nas casas em que o
comerem.
8. E naquela noite comerão a carne assada ao fogo, com pães
ázimos; com ervas amargosas a comerão.
9. Não comereis dele cru, nem
cozido em água, mas sim assado ao fogo; a sua cabeça com as suas pernas e com a
sua fressura.
10. Nada dele deixareis até pela manhã; mas o que dele
ficar até pela manhã, queimá-lo-eis no fogo.
11. Assim pois o
comereis: Os vossos lombos cingidos, os vossos sapatos nos pés, e o vosso cajado
na mão; e o comereis apressadamente; esta é a páscoa do Senhor.
12.
Porque naquela noite passarei pela terra do Egito, e ferirei todos os
primogênitos na terra do Egito, tanto dos homens como dos animais; e sobre todos
os deuses do Egito executarei juízos; eu sou o Senhor.
13. Mas o
sangue vos será por sinal nas casas em que estiverdes; vendo eu o sangue,
passarei por cima de vós, e não haverá entre vós praga para vos destruir, quando
eu ferir a terra do Egito. :
14. E este dia vos será por memorial, e
celebrá-lo-eis por festa ao Senhor; através das vossas gerações o celebrareis
por estatuto perpétuo.
15. Por sete dias comereis pães ázimos; logo ao
primeiro dia tirareis o fermento das vossas casas, porque qualquer que comer pão
levedado, entre o primeiro e o sétimo dia, esse será cortado de
Israel.
16. E ao primeiro dia haverá uma santa convocação; também ao
sétimo dia tereis uma santa convocação; neles não se fará trabalho algum, senão
o que diz respeito ao que cada um houver de comer; somente isso poderá ser feito
por vós.
17. Guardareis, pois, a festa dos pães ázimos, porque nesse
mesmo dia tirei vossos exércitos da terra do Egito; pelo que guardareis este dia
através das vossas gerações por estatuto perpétuo.
18. No primeiro
mês, aos catorze dias do mês, à tarde, comereis pães ázimos até vinte e um do
mês à tarde.
19. Por sete dias não se ache fermento algum nas vossas
casas; porque qualquer que comer pão levedado, esse será cortado da congregação
de Israel, tanto o peregrino como o natural da terra.
20. Nenhuma
coisa levedada comereis; em todas as vossas habitações comereis pães
ázimos.
21. Chamou, pois, Moisés todos os anciãos de Israel, e
disse-lhes: Ide e tomai-vos cordeiros segundo as vossas famílias, e imolai a
páscoa.
22. Então tomareis um molho de hissopo, embebê-lo-eis no
sangue que estiver na bacia e marcareis com ele a verga da porta e os dois
umbrais; mas nenhum de vós sairá da porta da sua casa até pela
manhã.
23. Porque o Senhor passará para ferir aos egípcios; e, ao ver
o sangue na verga da porta e em ambos os umbrais, o Senhor passará aquela porta,
e não deixará o destruidor entrar em vossas casas para vos ferir.
24.
Portanto guardareis isto por estatuto para vós e para vossos filhos, para
sempre.
25. Quando, pois, tiverdes entrado na terra que o Senhor vos
dará, como tem prometido, guardareis este culto.
26. E quando vossos
filhos vos perguntarem: Que quereis dizer com este culto?
27.
Respondereis: Este é o sacrifício da páscoa do Senhor, que passou as casas dos
filhos de Israel no Egito, quando feriu os egípcios, e livrou as nossas casas.
Então o povo inclinou-se e adorou.
28. E foram os filhos de Israel, e
fizeram isso; como o Senhor ordenara a Moisés e a Arão, assim
fizeram.
29. E aconteceu que à meia-noite o Senhor feriu todos os
primogênitos na terra do Egito, desde o primogênito de Faraó, que se assentava
em seu trono, até o primogênito do cativo que estava no cárcere, e todos os
primogênitos dos animais.
30. E Faraó levantou-se de noite, ele e
todos os seus servos, e todos os egípcios; e fez-se grande clamor no Egito,
porque não havia casa em que não houvesse um morto.
31. Então Faraó
chamou Moisés e Arão de noite, e disse: Levantai-vos, saí do meio do meu povo,
tanto vós como os filhos de Israel; e ide servir ao Senhor, como tendes
dito.
32. Levai também convosco os vossos rebanhos e o vosso gado,
como tendes dito; e ide, e abençoai-me também a mim.
33. E os egípcios
apertavam ao povo, e apressando-se por lançá-los da terra; porque diziam:
Estamos todos mortos.
34. Ao que o povo tomou a massa, antes que ela
levedasse, e as amassadeiras atadas e em seus vestidos, sobre os
ombros.
35. Fizeram, pois, os filhos de Israel conforme a palavra de
Moisés, e pediram aos egípcios jóias de prata, e jóias de ouro, e
vestidos.
36. E o Senhor deu ao povo graça aos olhos dos egípcios, de
modo que estes lhe davam o que pedia; e despojaram aos egípcios.
37.
Assim viajaram os filhos de Israel de a Ramessés a Sucote, cerca de seiscentos
mil homens de pé, sem contar as crianças.
38. Também subiu com eles
uma grande mistura de gente; e, em rebanhos e manadas, uma grande quantidade de
gado.
39. E cozeram bolos ázimos da massa que levaram do Egito, porque
ela não se tinha levedado, porquanto foram lançados do Egito; e não puderam
deter-se, nem haviam preparado comida.
40. Ora, o tempo que os filhos
de Israel moraram no Egito foi de quatrocentos e trinta anos.
41. E
aconteceu que, ao fim de quatrocentos e trinta anos, naquele mesmo dia, todos os
exércitos do Senhor saíram da terra do Egito.
42. Esta é uma noite que
se deve guardar ao Senhor, porque os tirou da terra do Egito; esta é a noite do
Senhor, que deve ser guardada por todos os filhos de Israel através das suas
gerações.
43. Disse mais o Senhor a Moisés e a Arão: Esta é a
ordenança da páscoa; nenhum, estrangeiro comerá dela;
44. mas todo
escravo comprado por dinheiro, depois que o houveres circuncidado, comerá
dela.
45. O forasteiro e o assalariado não comerão dela.
46.
Numa só casa se comerá o cordeiro; não levareis daquela carne fora da casa nem
lhe quebrareis osso algum.
47. Toda a congregação de Israel a
observará.
48. Quando, porém, algum estrangeiro peregrinar entre vós e
quiser celebrar a páscoa ao Senhor, circuncidem-se todos os seus varões; então
se chegará e a celebrará, e será como o natural da terra; mas nenhum
incircunciso comerá dela.
49. Haverá uma mesma lei para o natural e
para o estrangeiro que peregrinar entre vós.
50. Assim, pois, fizeram
todos os filhos de Israel; como o Senhor ordenara a Moisés e a Arão, assim
fizeram.
51. E naquele mesmo dia o Senhor tirou os filhos de Israel da
terra do Egito, segundo os seus exércitos.
[Êxodo 13]Êxodo 13
1. Então falou o Senhor a Moisés,
dizendo:
2. Santifica-me todo primogênito, todo o que abrir a madre de
sua mãe entre os filhos de Israel, assim de homens como de animais; porque meu
é.
3. E Moisés disse ao povo: Lembrai-vos deste dia, em que saístes do
Egito, da casa da servidão; pois com mão forte o Senhor vos tirou daqui;
portanto não se comerá pão levedado.
4. Hoje, no mês de abibe, vós
saís.
5. Quando o Senhor te houver introduzido na terra dos cananeus,
dos heteus, dos amorreus, dos heveus e dos jebuseus, que ele jurou a teus pais
que te daria, terra que mana leite e mel, guardarás este culto neste
mês.
6. Sete dias comerás pães ázimos, e ao sétimo dia haverá uma
festa ao Senhor.
7. Sete dias se comerão pães ázimos, e o levedado não
se verá contigo, nem ainda fermento será visto em todos os teus
termos.
8. Naquele dia contarás a teu filho, dizendo: Isto é por causa
do que o Senhor me fez, quando eu saí do Egito;
9. e te será por sinal
sobre tua mão e por memorial entre teus olhos, para que a lei do Senhor esteja
em tua boca; porquanto com mão forte o Senhor te tirou do Egito.
10.
Portanto guardarás este estatuto a seu tempo, de ano em ano.
11.
Também quando o Senhor te houver introduzido na terra dos cananeus, como jurou a
ti e a teus pais, quando te houver dado,
12. separarás para o Senhor
tudo o que abrir a madre, até mesmo todo primogênito dos teus animais; os machos
serão do Senhor.
13. Mas todo primogênito de jumenta resgatarás com um
cordeiro; e, se o não quiseres resgatar, quebrar-lhe-ás a cerviz:; e todo
primogênito do homem entre teus filhos resgatarás.
14. E quando teu
filho te perguntar no futuro, dizendo: Que é isto? responder-lhe-ás: O Senhor,
com mão forte, nos tirou do Egito, da casa da servidão.
15. Porque
sucedeu que, endurecendo-se Faraó, para não nos deixar ir, o Senhor matou todos
os primogênitos na terra do Egito, tanto os primogênitos dos homens como os
primogênitos dos animais; por isso eu sacrifico ao Senhor todos os primogênitos,
sendo machos; mas a todo primogênito de meus filhos eu resgato.
16. E
isto será por sinal sobre tua mão, e por frontais entre os teus olhos, porque o
Senhor, com mão forte, nos tirou do Egito.
17. Ora, quando Faraó
deixou ir o povo, Deus não o conduziu pelo caminho da terra dos filisteus, se
bem que fosse mais perto; porque Deus disse: Para que porventura o povo não se
arrependa, vendo a guerra, e volte para o Egito;
18. mas Deus fez o
povo rodear pelo caminho do deserto perto do Mar Vermelho; e os filhos de Israel
subiram armados da terra do Egito.
19. Moisés levou consigo os ossos
de José, porquanto havia este solenemente ajuramentado os filhos de Israel,
dizendo: Certamente Deus vos visitará; e vós haveis de levar daqui convosco os
meus ossos.
20. Assim partiram de Sucote, e acamparam-se em Etã, à
entrada do deserto.
21. E o Senhor ia adiante deles, de dia numa
coluna e os dois para os guiar pelo caminho, e de noite numa coluna de fogo para
os alumiar, a fim de que caminhassem de dia e de noite.
22. Não
desaparecia de diante do povo a coluna de nuvem de dia, nem a coluna de fogo de
noite.
[Êxodo 14]Êxodo 14
1.
Disse o Senhor a Moisés:
2. Fala aos filhos de Israel que se voltem e
se acampem diante de Pi-Hairote, entre Migdol e o mar, diante de Baal-Zefom; em
frente dele assentareis o acampamento junto ao mar.
3. Então Faraó
dirá dos filhos de Israel: Eles estão embaraçados na terra, o deserto os
encerrou.
4. Eu endurecerei o coração de Faraó, e ele os perseguirá;
glorificar-me-ei em Faraó, e em todo o seu exército; e saberão os egípcios que
eu sou o Senhor. E eles fizeram assim.
5. Quando, pois, foi anunciado
ao rei do Egito que o povo havia fugido, mudou-se o coração de Faraó, e dos seus
servos, contra o povo, e disseram: Que é isso que fizemos, permitindo que Israel
saísse e deixasse de nos servir?
6. E Faraó aprontou o seu carro, e
tomou consigo o seu povo;
7. tomou também seiscentos carros escolhidos
e todos os carros do Egito, e capitães sobre todos eles.
8. Porque o
Senhor endureceu o coração de Faraó, rei do Egito, e este perseguiu os filhos de
Israel; pois os filhos de Israel saíam afoitamente.
9. Os egípcios,
com todos os cavalos e carros de Faraó, e os seus cavaleiros e o seu exército,
os perseguiram e os alcançaram acampados junto ao mar, perto de Pi-Hairote,
diante de Baal-Zefom.
10. Quando Faraó se aproximava, os filhos de
Israel levantaram os olhos, e eis que os egípcios marchavam atrás deles; pelo
que tiveram muito medo os filhos de Israel e clamaram ao Senhor:
11. e
disseram a Moisés: Foi porque não havia sepulcros no Egito que de lá nos tiraste
para morrermos neste deserto? Por que nos fizeste isto, tirando-nos do
Egito?
12. Não é isto o que te dissemos no Egito: Deixa-nos, que
sirvamos aos egípcios? Pois melhor nos fora servir aos egípcios, do que
morrermos no deserto.
13. Moisés, porém, disse ao povo: Não temais;
estai quietos, e vede o livramento do Senhor, que ele hoje vos fará; porque aos
egípcios que hoje vistes, nunca mais tornareis a ver;
14. o Senhor
pelejará por vós; e vós vos calareis.
15. Então disse o Senhor a
Moisés: Por que clamas a mim? dize aos filhos de Israel que
marchem.
16. E tu, levanta a tua vara, e estende a mão sobre o mar e
fende-o, para que os filhos de Israel passem pelo meio do mar em
seco.
17. Eis que eu endurecerei o coração dos egípcios, e estes
entrarão atrás deles; e glorificar-me-ei em Faraó e em todo o seu exército, nos
seus carros e nos seus cavaleiros.
18. E os egípcios saberão que eu
sou o Senhor, quando me tiver glorificado em Faraó, nos seus carros e nos seus
cavaleiros.
19. Então o anjo de Deus, que ia adiante do exército de
Israel, se retirou e se pôs atrás deles; também a coluna de nuvem se retirou de
diante deles e se pôs atrás,
20. colocando-se entre o campo dos
egípcios e o campo dos israelitas; assim havia nuvem e trevas; contudo aquela
clareava a noite para Israel; de maneira que em toda a noite não se aproximou um
do outro.
21. Então Moisés estendeu a mão sobre o mar; e o Senhor fez
retirar o mar por um forte vento oriental toda aquela noite, e fez do mar terra
seca, e as águas foram divididas.
22. E os filhos de Israel entraram
pelo meio do mar em seco; e as águas foram-lhes qual muro à sua direita e à sua
esquerda.
23. E os egípcios os perseguiram, e entraram atrás deles até
o meio do mar, com todos os cavalos de Faraó, os seus carros e os seus
cavaleiros.
24. Na vigília da manhã, o Senhor, na coluna do fogo e da
nuvem, olhou para o campo dos egípcios, e alvoroçou o campo dos
egípcios;
25. embaraçou-lhes as rodas dos carros, e fê-los andar
dificultosamente; de modo que os egípcios disseram: Fujamos de diante de Israel,
porque o Senhor peleja por eles contra os egípcios.
26. Nisso o Senhor
disse a Moisés: Estende a mão sobre o mar, para que as águas se tornem sobre os
egípcios, sobre os seus carros e sobre os seus cavaleiros.
27. Então
Moisés estendeu a mão sobre o mar, e o mar retomou a sua força ao amanhecer, e
os egípcios fugiram de encontro a ele; assim o Senhor derribou os egípcios no
meio do mar.
28. As águas, tornando, cobriram os carros e os
cavaleiros, todo o exército de Faraó, que atrás deles havia entrado no mar; não
ficou nem sequer um deles.
29. Mas os filhos de Israel caminharam a pé
enxuto pelo meio do mar; as águas foram-lhes qual muro à sua direita e à sua
esquerda.
30. Assim o Senhor, naquele dia, salvou Israel da mão dos
egípcios; e Israel viu os egípcios mortos na praia do mar.
31. E viu
Israel a grande obra que o Senhor operara contra os egípcios; pelo que o povo
temeu ao Senhor, e creu no Senhor e em Moisés, seu servo.
[Êxodo 15]Êxodo 15
1. Então cantaram Moisés e os
filhos de Israel este cântico ao Senhor, dizendo: Cantarei ao Senhor, porque
gloriosamente triunfou; lançou no mar o cavalo e o seu cavaleiro.
2. O
Senhor é a minha força, e o meu cântico; ele se tem tornado a minha salvação; é
ele o meu Deus, portanto o louvarei; é o Deus de meu pai, por isso o
exaltarei.
3. O Senhor é homem de guerra; Jeová é o seu
nome.
4. Lançou no mar os carros de Faraó e o seu exército; os seus
escolhidos capitães foram submersos no Mar Vermelho.
5. Os abismos os
cobriram; desceram às profundezas como pedra.
6. A tua destra, ó
Senhor, é gloriosa em poder; a tua destra, ó Senhor, destroça o
inimigo.
7. Na grandeza da tua excelência derrubas os que se levantam
contra ti; envias o teu furor, que os devora como restolho.
8. Ao
sopro dos teus narizes amontoaram-se as águas, as correntes pararam como montão;
os abismos coalharam-se no coração do mar.
9. O inimigo dizia:
Perseguirei, alcançarei, repartirei os despojos; deles se satisfará o meu
desejo; arrancarei a minha espada, a minha mão os destruirá.
10.
Sopraste com o teu vento, e o mar os cobriu; afundaram-se como chumbo em grandes
águas.
11. Quem entre os deuses é como tu, ó Senhor? a quem é como tu
poderoso em santidade, admirável em louvores, operando maravilhas?
12.
Estendeste a mão direita, e a terra os tragou.
13. Na tua beneficência
guiaste o povo que remiste; na tua força o conduziste à tua santa
habitação.
14. Os povos ouviram e estremeceram; dores apoderaram-se
dos a habitantes da Filístia.
15. Então os príncipes de Edom se
pasmaram; dos poderosos de Moabe apoderou-se um tremor; derreteram-se todos os
habitantes de Canaã.
16. Sobre eles caiu medo, e pavor; pela grandeza
do teu braço emudeceram como uma pedra, até que o teu povo passasse, ó Senhor,
até que passasse este povo que adquiriste.
17. Tu os introduzirás, e
os plantarás no monte da tua herança, no lugar que tu, ó Senhor, aparelhaste
para a tua habitação, no santuário, ó Senhor, que as tuas mãos
estabeleceram.
18. O Senhor reinará eterna e
perpetuamente.
19. Porque os cavalos de Faraó, com os seus carros e
com os seus cavaleiros, entraram no mar, e o Senhor fez tornar as águas do mar
sobre eles, mas os filhos de Israel passaram em seco pelo meio do
mar.
20. Então Miriã, a profetisa, irmã de Arão, tomou na mão um
tamboril, e todas as mulheres saíram atrás dela com tamboris, e com
danças.
21. E Miriã lhes respondia: Cantai ao Senhor, porque
gloriosamente triunfou; lançou no mar o cavalo com o seu
cavaleiro.
22. Depois Moisés fez partir a Israel do Mar Vermelho, e
saíram para o deserto de Sur; caminharam três dias no deserto, e não acharam
água.
23. E chegaram a Mara, mas não podiam beber das suas águas,
porque eram amargas; por isso chamou-se o lugar Mara.
24. E o povo
murmurou contra Moisés, dizendo: Que havemos de beber?
25. Então
clamou Moisés ao Senhor, e o Senhor mostrou-lhe uma árvore, e Moisés lançou-a
nas águas, as quais se tornaram doces. Ali Deus lhes deu um estatuto e uma
ordenança, e ali os provou,
26. dizendo: Se ouvires atentamente a voz
do Senhor teu Deus, e fizeres o que é reto diante de seus olhos, e inclinares os
ouvidos aos seus mandamentos, e guardares todos os seus estatutos, sobre ti não
enviarei nenhuma das enfermidades que enviei sobre os egípcios; porque eu sou o
Senhor que te sara.
27. Então vieram a Elim, onde havia doze fontes de
água e setenta palmeiras; e ali, junto das águas, acamparam.
[Êxodo
16]Êxodo 16
1. Depois partiram de
Elim; e veio toda a congregação dos filhos de Israel ao deserto de Sim, que está
entre Elim e Sinai, aos quinze dias do segundo mês depois que saíram da terra do
Egito.
2. E toda a congregação dos filhos de Israel murmurou contra
Moisés e contra Arão no deserto.
3. Pois os filhos de Israel lhes
disseram: Quem nos dera que tivéssemos morrido pela mão do Senhor na terra do
Egito, quando estávamos sentados junto às panelas de carne, quando comíamos pão
até fartar! porque nos tendes tirado para este deserto, para matardes de fome a
toda esta multidão.
4. Então disse o Senhor a Moisés: Eis que vos
farei chover pão do céu; e sairá o povo e colherá diariamente a porção para cada
dia, para que eu o prove se anda em minha lei ou não.
5. Mas ao sexto
dia prepararão o que colherem; e será o dobro do que colhem cada
dia.
6. Disseram, pois, Moisés e Arão a todos os filhos de Israel:
tarde sabereis que o Senhor é quem vos tirou da terra do Egito,
7. e
amanhã vereis a glória do Senhor, porquanto ele ouviu as vossas murmurações
contra o Senhor; e quem somos nós, para que murmureis contra nós?
8.
Disse mais Moisés: Isso será quando o Senhor à tarde vos der carne para comer, e
pela manhã pão a fartar, porquanto o Senhor ouve as vossas murmurações, com que
murmurais contra ele; e quem somos nós? As vossas murmurações não são contra
nós, mas sim contra o Senhor.
9. Depois disse Moisés a Arão: Dize a
toda a congregação dos filhos de Israel: Chegai-vos à presença do Senhor, porque
ele ouviu as vossas murmurações.
10. E quando Arão falou a toda a
congregação dos filhos de Israel, estes olharam para o deserto, e eis que a
glória do Senhor, apareceu na nuvem.
11. Então o Senhor falou a
Moisés, dizendo:
12. Tenho ouvido as murmurações dos filhos de Israel;
dize-lhes: À tardinha comereis carne, e pela manhã vos fartareis de pão; e
sabereis que eu sou o Senhor vosso Deus.
13. E aconteceu que à tarde
subiram codornizes, e cobriram o arraial; e pela manhã havia uma camada de
orvalho ao redor do arraial.
14. Quando desapareceu a camada de
orvalho, eis que sobre a superfície do deserto estava uma coisa miúda,
semelhante a escamas, coisa miúda como a geada sobre a terra.
15. E,
vendo-a os filhos de Israel, disseram uns aos outros: Que é isto? porque não
sabiam o que era. Então lhes disse Moisés: Este é o pão que o Senhor vos deu
para comer.
16. Isto é o que o Senhor ordenou: Colhei dele cada um
conforme o que pode comer; um gômer para cada cabeça, segundo o número de
pessoas; cada um tomará para os que se acharem na sua tenda.
17. Assim
o fizeram os filhos de Israel; e colheram uns mais e outros menos.
18.
Quando, porém, o mediam com o gômer, nada sobejava ao que colhera muito, nem
faltava ao que colhera pouco; colhia cada um tanto quanto podia
comer.
19. Também disse-lhes Moisés: Ninguém deixe dele para
amanhã.
20. Eles, porém, não deram ouvidos a Moisés, antes alguns
dentre eles deixaram dele para o dia seguinte; e criou bichos, e cheirava mal;
por isso indignou-se Moisés contra eles.
21. Colhiam-no, pois, pela
manhã, cada um conforme o que podia comer; porque, vindo o calor do sol, se
derretia.
22. Mas ao sexto dia colheram pão em dobro, dois gômeres
para cada um; pelo que todos os principais da congregação vieram, e contaram-no
a Moisés.
23. E ele lhes disse: Isto é o que o Senhor tem dito: Amanhã
é repouso, sábado santo ao Senhor; o que quiserdes assar ao forno, assai-o, e o
que quiserdes cozer em água, cozei-o em água; e tudo o que sobejar, ponde-o de
lado para vós, guardando-o para amanhã.
24. Guardaram-no, pois, até o
dia seguinte, como Moisés tinha ordenado; e não cheirou mal, nem houve nele
bicho algum.
25. Então disse Moisés: Comei-o hoje, porquanto hoje é o
sábado do Senhor; hoje não o achareis no campo.
26. Seis dias o
colhereis, mas o sétimo dia é o sábado; nele não haverá.
27. Mas
aconteceu ao sétimo dia que saíram alguns do povo para o colher, e não o
acharam.
28. Então disse o Senhor a Moisés: Até quando recusareis
guardar os meus mandamentos e as minhas leis?
29. Vede, visto que o
Senhor vos deu o sábado, por isso ele no sexto dia vos dá pão para dois dias;
fique cada um no seu lugar, não saia ninguém do seu lugar no sétimo
dia.
30. Assim repousou o povo no sétimo dia.
31. A casa de
Israel deu-lhe o nome de maná. Era como semente de coentro; era branco, e tinha
o sabor de bolos de mel.
32. E disse Moisés: Isto é o que o Senhor
ordenou: Dele enchereis um gômer, o qual se guardará para as vossas gerações,
para que elas vejam o pão que vos dei a comer no deserto, quando eu vos tirei da
terra do Egito.
33. Disse também Moisés a Arão: Toma um vaso, mete
nele um gômer cheio de maná e põe-no diante do Senhor, a fim de que seja
guardado para as vossas gerações.
34. Como o Senhor tinha ordenado a
Moisés, assim Arão o pôs diante do testemunho, para ser guardado.
35.
Ora, os filhos de Israel comeram o maná quarenta anos, até que chegaram a uma
terra habitada; comeram o maná até que chegaram aos termos da terra de
Canaã.
36. Um gômer é a décima parte de uma efa.
[Êxodo
17]Êxodo 17
1. Partiu toda a
congregação dos filhos de Israel do deserto de Sim, pelas suas jornadas, segundo
o mandamento do Senhor, e acamparam em Refidim; e não havia ali água para o povo
beber.
2. Então o povo contendeu com Moisés, dizendo: Dá-nos água para
beber. Respondeu-lhes Moisés: Por que contendeis comigo? por que tentais ao
Senhor?
3. Mas o povo, tendo sede ali, murmurou contra Moisés,
dizendo: Por que nos fizeste subir do Egito, para nos matares de sede, a nós e
aos nossos filhos, e ao nosso gado?
4. Pelo que Moisés, clamando ao
Senhor, disse: Que hei de fazer a este povo? daqui a pouco me
apedrejará.
5. Então disse o Senhor a Moisés: Passa adiante do povo, e
leva contigo alguns dos anciãos de Israel; toma na mão a tua vara, com que
feriste o rio, e vai-te.
6. Eis que eu estarei ali diante de ti sobre
a rocha, em Horebe; ferirás a rocha, e dela sairá água para que o povo possa
beber. Assim, pois fez Moisés à vista dos anciãos de Israel.
7. E deu
ao lugar o nome de Massá e Meribá, por causa da contenda dos filhos de Israel, e
porque tentaram ao Senhor, dizendo: Está o Senhor no meio de nós, ou
não?
8. Então veio Amaleque, e pelejou contra e Israel em
Refidim.
9. Pelo que disse Moisés a Josué: Escolhe-nos homens, e sai,
peleja contra Amaleque; e amanhã eu estarei sobre o cume do outeiro, tendo na
mão a vara de Deus.
10. Fez, pois, Josué como Moisés lhe dissera, e
pelejou contra Amaleque; e Moisés, Arão, e Hur subiram ao cume do
outeiro.
11. E acontecia que quando Moisés levantava a mão, prevalecia
Israel; mas quando ele abaixava a mão, prevalecia Amaleque.
12. As
mãos de Moisés, porém, ficaram cansadas; por isso tomaram uma pedra, e a puseram
debaixo dele, e ele sentou-se nela; Arão e Hur sustentavam-lhe as mãos, um de um
lado e o outro do outro; assim ficaram as suas mãos firmes até o pôr do
sol.
13. Assim Josué prostrou a Amaleque e a seu povo, ao fio da
espada.
14. Então disse o Senhor a Moisés: Escreve isto para memorial
num livro, e relata-o aos ouvidos de Josué; que eu hei de riscar totalmente a
memória de Amaleque de debaixo do céu.
15. Pelo que Moisés edificou um
altar, ao qual chamou Jeová-Níssi.
16. E disse: Porquanto jurou o
Senhor que ele fará guerra contra Amaleque de geração em geração.
[Êxodo
18]Êxodo 18
1. Ora Jetro, sacerdote de
Midiã, sogro de Moisés, ouviu todas as coisas que Deus tinha feito a Moisés e a
Israel, seu povo, como o Senhor tinha tirado a Israel do Egito.
2. E
Jetro, sogro de Moisés, tomou a Zípora, a mulher de Moisés, depois que este lha
enviara,
3. e aos seus dois filhos, dos quais um se chamava Gérson;
porque disse Moisés: Fui peregrino em terra estrangeira;
4. e o outro
se chamava Eliézer; porque disse: O Deus de meu pai foi minha ajuda, e me livrou
da espada de Faraó.
5. Veio, pois, Jetro, o sogro de Moisés, com os
filhos e a mulher deste, a Moisés, no deserto onde se tinha acampado, junto ao
monte de Deus;
6. e disse a Moisés: Eu, teu sogro Jetro, venho a ti,
com tua mulher e seus dois filhos com ela.
7. Então saiu Moisés ao
encontro de seu sogro, inclinou-se diante dele e o beijou; perguntaram um ao
outro como estavam, e entraram na tenda.
8. Depois Moisés contou a seu
sogro tudo o que o Senhor tinha feito a Faraó e aos egípcios por amor de Israel,
todo o trabalho que lhes sobreviera no caminho, e como o Senhor os
livrara.
9. E alegrou-se Jetro por todo o bem que o Senhor tinha feito
a Israel, livrando-o da mão dos egípcios,
10. e disse: Bendito seja o
Senhor, que vos livrou da mão dos egípcios e da mão de Faraó; que livrou o povo
de debaixo da mão dos egípcios.
11. Agora sei que o Senhor é maior que
todos os deuses; até naquilo em que se houveram arrogantemente contra o
povo.
12. Então Jetro, o sogro de Moisés, tomou holocausto e
sacrifícios para Deus; e veio Arão, e todos os anciãos de Israel, para comerem
pão com o sogro de Moisés diante de Deus.
13. No dia seguinte
assentou-se Moisés para julgar o povo; e o povo estava em pé junto de Moisés
desde a manhã até a tarde.
14. Vendo, pois, o sogro de Moisés tudo o
que ele fazia ao povo, perguntou: Que é isto que tu fazes ao povo? por que te
assentas só, permanecendo todo o povo junto de ti desde a manhã até a
tarde?
15. Respondeu Moisés a seu sogro: É por que o povo vem a mim
para consultar a Deus.
16. Quando eles têm alguma questão, vêm a mim;
e eu julgo entre um e outro e lhes declaro os estatutos de Deus e as suas
leis.
17. O sogro de Moisés, porém, lhe replicou: Não é bom o que
fazes.
18. certamente desfalecerás, assim tu, como este povo que está
contigo; porque isto te é pesado demais; tu só não o podes fazer.
19.
Ouve agora a minha voz; eu te aconselharei, e seja Deus contigo: sê tu pelo povo
diante de Deus, e leva tu as causas a Deus;
20. ensinar-lhes-ás os
estatutos e as leis, e lhes mostrarás o caminho em que devem andar, e a obra que
devem fazer.
21. Além disto procurarás dentre todo o povo homens de
capacidade, tementes a Deus, homens verazes, que aborreçam a avareza, e os porás
sobre eles por chefes de mil, chefes de cem, chefes de cinqüenta e chefes de
dez;
22. e julguem eles o povo em todo o tempo. Que a ti tragam toda
causa grave, mas toda causa pequena eles mesmos a julguem; assim a ti mesmo te
aliviarás da carga, e eles a levarão contigo.
23. Se isto fizeres, e
Deus to mandar, poderás então subsistir; assim também todo este povo irá em paz
para o seu lugar.
24. E Moisés deu ouvidos à voz de seu sogro, e fez
tudo quanto este lhe dissera;
25. e escolheu Moisés homens capazes
dentre todo o Israel, e os pôs por cabeças sobre o povo: chefes de mil, chefes
de cem, chefes de cinqüenta e chefes de dez.
26. Estes, pois, julgaram
o povo em todo o tempo; as causas graves eles as trouxeram a Moisés; mas toda
causa pequena, julgaram-na eles mesmos.
27. Então despediu Moisés a
seu sogro, o qual se foi para a sua terra.
[Êxodo 19]Êxodo 19
1. No terceiro mês depois que os
filhos de Israel haviam saído da terra do Egito, no mesmo dia chegaram ao
deserto de Sinai.
2. Tendo partido de Refidim, entraram no deserto de
Sinai, onde se acamparam; Israel, pois, ali acampou-se em frente do
monte.
3. Então subiu Moisés a Deus, e do monte o Senhor o chamou,
dizendo: Assim falarás à casa de Jacó, e anunciarás aos filhos de
Israel:
4. Vós tendes visto o que fiz: aos egípcios, como vos levei
sobre asas de águias, e vos trouxe a mim.
5. Agora, pois, se
atentamente ouvirdes a minha voz e guardardes o meu pacto, então sereis a minha
possessão peculiar dentre todos os povos, porque minha é toda a
terra;
6. e vós sereis para mim reino sacerdotal e nação santa. São
estas as palavras que falarás aos filhos de Israel.
7. Veio, pois,
Moisés e, tendo convocado os anciãos do povo, expôs diante deles todas estas
palavras, que o Senhor lhe tinha ordenado.
8. Ao que todo o povo
respondeu a uma voz: Tudo o que o Senhor tem falado, faremos. E relatou Moisés
ao Senhor as palavras do povo.
9. Então disse o Senhor a Moisés: Eis
que eu virei a ti em uma nuvem espessa, para que o povo ouça, quando eu falar
contigo, e também para que sempre te creia. Porque Moisés tinha anunciado as
palavras do seu povo ao Senhor.
10. Disse mais o Senhor a Moisés: Vai
ao povo, e santifica-os hoje e amanhã; lavem eles os seus
vestidos,
11. e estejam prontos para o terceiro dia; porquanto no
terceiro dia descerá o Senhor diante dos olhos de todo o povo sobre o monte
Sinai.
12. Também marcarás limites ao povo em redor, dizendo:
Guardai-vos, não subais ao monte, nem toqueis o seu termo; todo aquele que tocar
o monte será morto.
13. Mão alguma tocará naquele que o fizer, mas ele
será apedrejado ou asseteado; quer seja animal, quer seja homem, não viverá.
Quando soar a buzina longamente, subirão eles até o pé do monte.
14.
Então Moisés desceu do monte ao povo, e santificou o povo; e lavaram os seus
vestidos.
15. E disse ele ao povo: Estai prontos para o terceiro dia;
e não vos chegueis a mulher.
16. Ao terceiro dia, ao amanhecer, houve
trovões, relâmpagos, e uma nuvem espessa sobre o monte; e ouviu-se um sonido de
buzina mui forte, de maneira que todo o povo que estava no arraial
estremeceu.
17. E Moisés levou o povo fora do arraial ao encontro de
Deus; e puseram-se ao pé do monte.
18. Nisso todo o monte Sinai
fumegava, porque o Senhor descera sobre ele em fogo; e a fumaça subiu como a
fumaça de uma fornalha, e todo o monte tremia fortemente.
19. E,
crescendo o sonido da buzina cada vez mais, Moisés falava, e Deus lhe respondia
por uma voz.
20. E, tendo o Senhor descido sobre o monte Sinai, sobre
o cume do monte, chamou a Moisés ao cume do monte; e Moisés subiu.
21.
Então disse o Senhor a Moisés: Desce, adverte ao povo, para não suceder que
traspasse os limites até o Senhor, a fim de ver, e muitos deles
pereçam.
22. Ora, santifiquem-se também os sacerdotes, que se chegam
ao Senhor, para que o Senhor não se lance sobre eles.
23. Respondeu
Moisés ao Senhor: O povo não poderá subir ao monte Sinai, porque tu nos tens
advertido, dizendo: Marca limites ao redor do monte, e
santifica-o.
24. Ao que lhe disse o Senhor: Vai, desce; depois subirás
tu, e Arão contigo; os sacerdotes, porém, e o povo não traspassem os limites
para subir ao Senhor, para que ele não se lance sobre eles.
25. Então
Moisés desceu ao povo, e disse-lhes isso.
[Êxodo 20]Êxodo 20
1. Então falou Deus todas estas
palavras, dizendo:
2. Eu sou o Senhor teu Deus, que te tirei da terra
do Egito, da casa da servidão.
3. Não terás outros deuses diante de
mim.
4. Não farás para ti imagem esculpida, nem figura alguma do que
há em cima no céu, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da
terra.
5. Não te encurvarás diante delas, nem as servirás; porque eu,
o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a iniqüidade dos pais nos filhos
até a terceira e quarta geração daqueles que me odeiam.
6. e uso de
misericórdia com milhares dos que me amam e guardam os meus
mandamentos.
7. Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão; porque o
Senhor não terá por inocente aquele que tomar o seu nome em vão.
8.
Lembra-te do dia do sábado, para o santificar.
9. Seis dias
trabalharás, e farás todo o teu trabalho;
10. mas o sétimo dia é o
sábado do Senhor teu Deus. Nesse dia não farás trabalho algum, nem tu, nem teu
filho, nem tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o
estrangeiro que está dentro das tuas portas.
11. Porque em seis dias
fez o Senhor o céu e a terra, o mar e tudo o que neles há, e ao sétimo dia
descansou; por isso o Senhor abençoou o dia do sábado, e o
santificou.
12. Honra a teu pai e a tua mãe, para que se prolonguem os
teus dias na terra que o Senhor teu Deus te dá.
13. Não
matarás.
14. Não adulterarás.
15. Não
furtarás.
16. Não dirás falso testemunho contra o teu
próximo.
17. Não cobiçarás a casa do teu próximo, não cobiçarás a
mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o
seu jumento, nem coisa alguma do teu próximo.
18. Ora, todo o povo
presenciava os trovões, e os relâmpagos, e o sonido da buzina, e o monte a
fumegar; e o povo, vendo isso, estremeceu e pôs-se de longe.
19. E
disseram a Moisés: Fala-nos tu mesmo, e ouviremos; mas não fale Deus conosco,
para que não morramos.
20. Respondeu Moisés ao povo: Não temais,
porque Deus veio para vos provar, e para que o seu temor esteja diante de vós, a
fim de que não pequeis.
21. Assim o povo estava em pé de longe;
Moisés, porém, se chegou às trevas espessas onde Deus estava.
22.
Então disse o Senhor a Moisés: Assim dirás aos filhos de Israel: Vós tendes
visto que do céu eu vos falei.
23. Não fareis outros deuses comigo;
deuses de prata, ou deuses de ouro, não os fareis para vós.
24. um
altar de terra me farás, e sobre ele sacrificarás os teus holocaustos, e as tuas
ofertas pacíficas, as tuas ovelhas e os teus bois. Em todo lugar em que eu fizer
recordar o meu nome, virei a ti e te abençoarei.
25. E se me fizeres
um altar de pedras, não o construirás de pedras lavradas; pois se sobre ele
levantares o teu buril, profaná-lo-ás.
26. Também não subirás ao meu
altar por degraus, para que não seja ali exposta a tua nudez.
[Êxodo
21]Êxodo 21
1. Estes são os estatutos
que lhes proporás:
2. Se comprares um servo hebreu, seis anos servirá;
mas ao sétimo sairá forro, de graça.
3. Se entrar sozinho, sozinho
sairá; se tiver mulher, então com ele sairá sua mulher.
4. Se seu
senhor lhe houver dado uma mulher e ela lhe houver dado filhos ou filhas, a
mulher e os filhos dela serão de seu senhor e ele sairá sozinho.
5.
Mas se esse servo expressamente disser: Eu amo a meu senhor, a minha mulher e a
meus filhos, não quero sair forro;
6. então seu senhor o levará
perante os juízes, e o fará chegar à porta, ou ao umbral da porta, e o seu
senhor lhe furará a orelha com uma sovela; e ele o servirá para
sempre.
7. Se um homem vender sua filha para ser serva, ela não sairá
como saem os servos.
8. Se ela não agradar ao seu senhor, de modo que
não se despose com ela, então ele permitirá que seja resgatada; vendê-la a um
povo estrangeiro, não o poderá fazer, visto ter usado de dolo para com
ela.
9. Mas se a desposar com seu filho, fará com ela conforme o
direito de filhas.
10. Se lhe tomar outra, não diminuirá e o
mantimento daquela, nem o seu vestido, nem o seu direito conjugal.
11.
E se não lhe cumprir estas três obrigações, ela sairá de graça, sem dar
dinheiro.
12. Quem ferir a um homem, de modo que este morra,
certamente será morto.
13. Se, porém, lhe não armar ciladas, mas Deus
lho entregar nas mãos, então te designarei um lugar, para onde ele
fugirá.
14. No entanto, se alguém se levantar deliberadamente contra
seu próximo para o matar à traição, tirá-lo-ás do meu altar, para que
morra.
15. Quem ferir a seu pai, ou a sua mãe, certamente será
morto.
16. Quem furtar algum homem, e o vender, ou mesmo se este for
achado na sua mão, certamente será morto.
17. Quem amaldiçoar a seu
pai ou a sua mãe, certamente será morto.
18. Se dois homens brigarem e
um ferir ao outro com pedra ou com o punho, e este não morrer, mas cair na
cama,
19. se ele tornar a levantar-se e andar fora sobre o seu bordão,
então aquele que o feriu será absolvido; somente lhe pagará o tempo perdido e
fará que ele seja completamente curado.
20. Se alguém ferir a seu
servo ou a sua serva com pau, e este morrer debaixo da sua mão, certamente será
castigado;
21. mas se sobreviver um ou dois dias, não será castigado;
porque é dinheiro seu.
22. Se alguns homens brigarem, e um ferir uma
mulher grávida, e for causa de que aborte, não resultando, porém, outro dano,
este certamente será multado, conforme o que lhe impuser o marido da mulher, e
pagará segundo o arbítrio dos juízes;
23. mas se resultar dano, então
darás vida por vida,
24. olho por olho, dente por dente, mão por mão,
pé por pé,
25. queimadura por queimadura, ferida por ferida, golpe por
golpe.
26. Se alguém ferir o olho do seu servo ou o olho da sua serva
e o cegar, deixá-lo-á ir forro por causa do olho.
27. Da mesma sorte
se tirar o dente do seu servo ou o dente da sua serva, deixá-lo-á ir forro por
causa do dente.
28. Se um boi escornear um homem ou uma mulher e este
morrer, certamente será apedrejado o boi e a sua carne não se comerá; mas o dono
do boi será absolvido.
29. Mas se o boi dantes era escorneador, e o
seu dono, tendo sido disso advertido, não o guardou, o boi, matando homem ou
mulher, será apedrejado, e também o seu dono será morto.
30. Se lhe
for imposto resgate, então dará como redenção da sua vida tudo quanto lhe for
imposto;
31. quer tenha o boi escorneado a um filho, quer a uma filha,
segundo este julgamento lhe será feito.
32. Se o boi escornear um
servo, ou uma serva, dar-se-á trinta siclos de prata ao seu senhor, e o boi será
apedrejado.
33. Se alguém descobrir uma cova, ou se alguém cavar uma
cova e não a cobrir, e nela cair um boi ou um jumento,
34. o dono da
cova dará indenização; pagá-la-á em dinheiro ao dono do animal morto, mas este
será seu.
35. Se o boi de alguém ferir de morte o boi do seu próximo,
então eles venderão o boi vivo e repartirão entre si o dinheiro da venda, e o
morto também dividirão entre si.
36. Ou se for notório que aquele boi
dantes era escorneador, e seu dono não o guardou, certamente pagará boi por boi,
porém o morto será seu.
[Êxodo 22]Êxodo
22
1. Se alguém furtar um boi (ou uma ovelha), e o
matar ou vender, por um boi pagará cinco bois, e por uma ovelha quatro
ovelhas.
2. Se o ladrão for achado a minar uma casa, e for ferido de
modo que morra, o que o feriu não será réu de sangue;
3. mas se o sol
houver saído sobre o ladrão, o que o feriu será réu de sangue. O ladrão
certamente dará indenização; se nada possuir, será então vendido por seu
furto.
4. Se o furto for achado vivo na sua mão, seja boi, ou jumento,
ou ovelha, pagará ele o dobro.
5. Se alguém fizer pastar o seu animal
num campo ou numa vinha, e se soltar o seu animal e este pastar no campo de
outrem, do melhor do seu próprio campo e do melhor da sua própria vinha fará
restituição.
6. Se alastrar um fogo e pegar nos espinhos, de modo que
sejam destruídas as medas de trigo, ou a seara, ou o campo, aquele que acendeu o
fogo certamente dará, indenização.
7. Se alguém entregar ao seu
próximo dinheiro, ou objetos, para guardar, e isso for furtado da casa desse
homem, o ladrão, se for achado, pagará o dobro.
8. Se o ladrão não for
achado, então o dono da casa irá à presença dos juizes para se verificar se não
meteu a mão nos bens do seu próximo.
9. Em todo caso de transgressão,
seja a respeito de boi, ou de jumento, ou de ovelhas, ou de vestidos, ou de
qualquer coisa perdida de que alguém disser que é sua, a causa de ambas as
partes será levada perante os juízes; aquele a quem os juízes condenarem pagará
o dobro ao seu próximo.
10. Se alguém entregar a seu próximo para
guardar um jumento, ou boi, ou ovelha, ou outro qualquer animal, e este morrer,
ou for aleijado, ou arrebatado, ninguém o vendo,
11. então haverá o
juramento do Senhor entre ambos, para ver se o guardador não meteu a mão nos
bens do seu próximo; e o dono aceitará o juramento, e o outro não fará
restituição.
12. Se, porém, o animal lhe tiver sido furtado, fará
restituirão ao seu dono.
13. Se tiver sido dilacerado, trá-lo-á em
testemunho disso; não dará indenização pelo dilacerado.
14. Se alguém
pedir emprestado a seu próximo algum animal, e este for danificado ou morrer,
não estando presente o seu dono, certamente dará indenização;
15. se o
dono estiver presente, o outro não dará indenização; se tiver sido alugado, o
aluguel responderá por qualquer dano.
16. Se alguém seduzir uma virgem
que não for desposada, e se deitar com ela, certamente pagará por ela o dote e a
terá por mulher.
17. Se o pai dela inteiramente recusar dar-lha,
pagará ele em dinheiro o que for o dote das virgens.
18. Não
permitirás que viva uma feiticeira.
19. Todo aquele que se deitar com
animal, certamente será morto.
20. Quem sacrificar a qualquer deus, a
não ser tão-somente ao Senhor, será morto.
21. Ao estrangeiro não
maltratarás, nem o oprimirás; pois vós fostes estrangeiros na terra do
Egito.
22. A nenhuma viúva nem órfão afligireis.
23. Se de
algum modo os afligirdes, e eles clamarem a mim, eu certamente ouvirei o seu
clamor;
24. e a minha ira se acenderá, e vos matarei à espada; vossas
mulheres ficarão viúvas, e vossos filhos órfãos.
25. Se emprestares
dinheiro ao meu povo, ao pobre que está contigo, não te haverás com ele como
credor; não lhe imporás juros.
26. Ainda que chegues a tomar em penhor
o vestido do teu próximo, lho restituirás antes do pôr do sol;
27.
porque é a única cobertura que tem; é o vestido da sua pele; em que se deitaria
ele? Quando pois clamar a mim, eu o ouvirei, porque sou
misericordioso.
28. Aos juízes não maldirás, nem amaldiçoarás ao
governador do teu povo.
29. Não tardarás em trazer ofertas da tua
ceifa e dos teus lagares. O primogênito de teus filhos me darás.
30.
Assim farás com os teus bois e com as tuas ovelhas; sete dias ficará a cria com
a mãe; ao oitavo dia ma darás.
31. Ser-me-eis homens santos; portanto
não comereis carne que por feras tenha sido despedaçada no campo; aos cães a
lançareis.
[Êxodo 23]Êxodo
23
1. Não levantarás falso boato, e não pactuarás com o
ímpio, para seres testemunha injusta.
2. Não seguirás a multidão para
fazeres o mal; nem numa demanda darás testemunho, acompanhando a maioria, para
perverteres a justiça;
3. nem mesmo ao pobre favorecerás na sua
demanda.
4. Se encontrares desgarrado o boi do teu inimigo, ou o seu
jumento, sem falta lho reconduzirás.
5. Se vires deitado debaixo da
sua carga o jumento daquele que te odeia, não passarás adiante; certamente o
ajudarás a levantá-lo.
6. Não perverterás o direito do teu pobre na
sua demanda.
7. Guarda-te de acusares falsamente, e não matarás o
inocente e justo; porque não justificarei o ímpio.
8. Também não
aceitarás peita, porque a peita cega os que têm vista, e perverte as palavras
dos justos.
9. Outrossim, não oprimirás o estrangeiro; pois vós
conheceis o coração do estrangeiro, porque fostes estrangeiros na terra do
Egito.
10. Seis anos semearás tua terra, e recolherás os seus
frutos;
11. mas no sétimo ano a deixarás descansar e ficar em pousio,
para que os pobres do teu povo possam comer, e do que estes deixarem comam os
animais do campo. Assim farás com a tua vinha e com o teu olival.
12.
Seis dias farás os teus trabalhos, mas ao sétimo dia descansarás; para que
descanse o teu boi e o teu jumento, e para que tome alento o filho da tua
escrava e o estrangeiro.
13. Em tudo o que vos tenho dito, andai
apercebidos. Do nome de outros deuses nem fareis menção; nunca se ouça da vossa
boca o nome deles.
14. Três vezes no ano me celebrarás
festa:
15. A festa dos pães ázimos guardarás: sete dias comerás pães
ázimos como te ordenei, ao tempo apontado no mês de abibe, porque nele saíste do
Egito; e ninguém apareça perante mim de mãos vazias;
16. também
guardarás a festa da sega, a das primícias do teu trabalho, que houveres semeado
no campo; igualmente guardarás a festa da colheita à saída do ano, quando
tiveres colhido do campo os frutos do teu trabalho.
17. Três vezes no
ano todos os teus homens aparecerão diante do Senhor Deus.
18. Não
oferecerás o sangue do meu sacrifício com pão levedado, nem ficará da noite para
a manhã a gordura da minha festa.
19. As primícias dos primeiros
frutos da tua terra trarás à casa do Senhor teu Deus. Não cozerás o cabrito no
leite de sua mãe.
20. Eis que eu envio um anjo adiante de ti, para
guardar-te pelo caminho, e conduzir-te ao lugar que te tenho
preparado.
21. Anda apercebido diante dele, e ouve a sua voz; não
sejas rebelde contra ele, porque não perdoará a tua rebeldia; pois nele está o
meu nome.
22. Mas se, na verdade, ouvires a sua voz, e fizeres tudo o
que eu disser, então serei inimigo dos teus inimigos, e adversário dos teus
adversários.
23. Porque o meu anjo irá adiante de ti, e te introduzirá
na terra dos amorreus, dos heteus, dos perizeus, dos cananeus, dos heveus e dos
jebuseus; e eu os aniquilarei.
24. Não te inclinarás diante dos seus
deuses, nem os servirás, nem farás conforme as suas obras; Antes os derrubarás
totalmente, e quebrarás de todo as suas colunas.
25. Servireis, pois,
ao Senhor vosso Deus, e ele abençoará o vosso pão e a vossa água; e eu tirarei
do meio de vós as enfermidades.
26. Na tua terra não haverá mulher que
aborte, nem estéril; o número dos teus dias completarei.
27. Enviarei
o meu terror adiante de ti, pondo em confusão todo povo em cujas terras
entrares, e farei que todos os teus inimigos te voltem as costas.
28.
Também enviarei na tua frente vespas, que expulsarão de diante de ti os heveus,
os cananeus e os heteus.
29. Não os expulsarei num só ano, para que a
terra não se torne em deserto, e as feras do campo não se multipliquem contra
ti.
30. Pouco a pouco os lançarei de diante de ti, até que te
multipliques e possuas a terra por herança.
31. E fixarei os teus
limites desde o Mar Vermelho até o mar dos filisteus, e desde o deserto até o
rio; porque hei de entregar nas tuas mãos os moradores da terra, e tu os
expulsarás de diante de ti.
32. Não farás pacto algum com eles, nem
com os seus deuses.
33. Não habitarão na tua terra, para que não te
façam pecar contra mim; pois se servires os seus deuses, certamente isso te será
um laço.
[Êxodo 24]Êxodo 24
1.
Depois disse Deus a Moisés: Subi ao Senhor, tu e Arão, Nadabe e Abiú, e setenta
dos anciãos de Israel, e adorai de longe.
2. Só Moisés se chegará ao
Senhor; os, outros não se chegarão; nem o povo subirá com ele.
3.
Veio, pois, Moisés e relatou ao povo todas as palavras do Senhor e todos os
estatutos; então todo o povo respondeu a uma voz: Tudo o que o Senhor tem falado
faremos.
4. Então Moisés escreveu todas as palavras do Senhor e,
tendo-se levantado de manhã cedo, edificou um altar ao pé do monte, e doze
colunas, segundo as doze tribos de Israel,
5. e enviou certos mancebos
dos filhos de Israel, os quais ofereceram holocaustos, e sacrificaram ao Senhor
sacrifícios pacíficos, de bois.
6. E Moisés tomou a metade do sangue,
e a pôs em bacias; e a outra metade do sangue espargiu sobre o
altar.
7. Também tomou o livro do pacto e o leu perante o povo; e o
povo disse: Tudo o que o Senhor tem falado faremos, e obedeceremos.
8.
Então tomou Moisés aquele sangue, e espargiu-o sobre o povo e disse: Eis aqui o
sangue do pacto que o Senhor tem feito convosco no tocante a todas estas
coisas.
9. Então subiram Moisés e Arão, Nadabe e Abiú, e setenta dos
anciãos de Israel,
10. e viram o Deus de Israel, e debaixo de seus pés
havia como que uma calçada de pedra de safira, que parecia com o próprio céu na
sua pureza.
11. Deus, porém, não estendeu a sua mão contra os nobres
dos filhos de Israel; eles viram a Deus, e comeram e beberam.
12.
Depois disse o Senhor a Moisés: Sobe a mim ao monte, e espera ali; e dar-te-ei
tábuas de pedra, e a lei, e os mandamentos que tenho escrito, para lhos
ensinares.
13. E levantando-se Moisés com Josué, seu servidor, subiu
ao monte de Deus,
14. tendo dito aos anciãos: Esperai-nos aqui, até
que tornemos a vós; eis que Arão e Hur ficam convosco; quem tiver alguma
questão, se chegará a eles.
15. E tendo Moisés subido ao monte, a
nuvem cobriu o monte.
16. Também a glória do Senhor repousou sobre o
monte Sinai, e a nuvem o cobriu por seis dias; e ao sétimo dia, do meio da
nuvem, Deus chamou a Moisés.
17. Ora, a aparência da glória do Senhor
era como um fogo consumidor no cume do monte, aos olhos dos filhos de
Israel.
18. Moisés, porém, entrou no meio da nuvem, depois que subiu
ao monte; e Moisés esteve no monte quarenta dias e quarenta
noites.
[Êxodo 25]Êxodo 25
1.
Então disse o Senhor a Moisés:
2. Fala aos filhos de Israel que me
tragam uma oferta alçada; de todo homem cujo coração se mover voluntariamente,
dele tomareis a minha oferta alçada.
3. E esta é a oferta alçada que
tomareis deles: ouro, prata, bronze,
4. estofo azul, púrpura,
carmesim, linho fino, pêlos de cabras,
5. peles de carneiros tintas de
vermelho, peles de golfinhos, madeira de acácia,
6. azeite para a luz,
especiarias para o óleo da unção e para o incenso aromático,
7. pedras
de ônix, e pedras de engaste para o éfode e para o peitoral.
8. E me
farão um santuário, para que eu habite no meio deles.
9. Conforme a
tudo o que eu te mostrar para modelo do tabernáculo, e para modelo de todos os
seus móveis, assim mesmo o fareis.
10. Também farão uma arca de
madeira ,de acácia; o seu comprimento será de dois côvados e meio, e a sua
largura de um côvado e meio, e de um côvado e meio a sua altura.
11. E
cobri-la-ás de ouro puro, por dentro e por fora a cobrirás; e farás sobre ela
uma moldura de ouro ao redor;
12. e fundirás para ela quatro argolas
de ouro, que porás nos quatro cantos dela; duas argolas de um lado e duas do
outro.
13. Também farás varais de madeira de acácia, que cobrirás de
ouro.
14. Meterás os varais nas argolas, aos lados da arca, para se
levar por eles a arca.
15. Os varais permanecerão nas argolas da arca;
não serão tirados dela.
16. E porás na arca o testemunho, que eu te
darei.
17. Igualmente farás um propiciatório, de ouro puro; o seu
comprimento será de dois côvados e meio, e a sua largura de um côvado e
meio.
18. Farás também dois querubins de ouro; de ouro batido os
farás, nas duas extremidades do propiciatório.
19. Farás um querubim
numa extremidade e o outro querubim na outra extremidade; de uma só peça com o
propiciatório fareis os querubins nas duas extremidades dele.
20. Os
querubins estenderão as suas asas por cima do propiciatório, cobrindo-o com as
asas, tendo as faces voltadas um para o outro; as faces dos querubins estarão
voltadas para o propiciatório.
21. E porás o propiciatório em cima da
arca; e dentro da arca porás o testemunho que eu te darei.
22. E ali
virei a ti, e de cima do propiciatório, do meio dos dois querubins que estão
sobre a arca do testemunho, falarei contigo a respeito de tudo o que eu te
ordenar no tocante aos filhos de Israel.
23. Também farás uma mesa de
madeira de acácia; o seu comprimento será de dois côvados, a sua largura de um
côvado e a sua altura de um côvado e meio;
24. cobri-la-ás de ouro
puro, e lhe farás uma moldura de ouro ao redor.
25. Também lhe farás
ao redor uma guarnição de quatro dedos de largura, e ao redor na guarnição farás
uma moldura de ouro.
26. Também lhe farás quatro argolas de ouro, e
porás as argolas nos quatro cantos, que estarão sobre os quatro
pés.
27. Junto da guarnição estarão as argolas, como lugares para os
varais, para se levar a mesa.
28. Farás, pois, estes varais de madeira
de acácia, e os cobrirás de ouro; e levar-se-á por eles a mesa.
29.
Também farás os seus pratos, as suas colheres, os seus cântaros e as suas
tigelas com que serão oferecidas as libações; de ouro puro os
farás.
30. E sobre a mesa porás os pães da o proposição perante mim
para sempre.
31. Também farás um candelabro de ouro puro; de ouro
batido se fará o candelabro, tanto o seu pedestal como a sua haste; os seus
copos, os seus cálices e as suas corolas formarão com ele uma só
peça.
32. E de seus lados sairão seis braços: três de um lado, e três
do outro.
33. Em um braço haverá três copos a modo de flores de
amêndoa, com cálice e corola; também no outro braço três copos a modo de flores
de amêndoa, com cálice e corola; assim se farão os seis braços que saem do
candelabro.
34. Mas na haste central haverá quatro copos a modo de
flores de amêndoa, com os seus cálices e as suas corolas,
35. e um
cálice debaixo de dois braços, formando com a haste uma só peça; outro cálice
debaixo de dois outros braços, de uma só peça com a haste; e ainda outro cálice
debaixo de dois outros braços, de uma só peça com a haste; assim será para os
seis braços que saem do candelabro.
36. Os seus cálices e os seus
braços formarão uma só peça com a haste; o todo será de obra batida de ouro
puro.
37. Também lhe farás sete lâmpadas, as quais se acenderão para
alumiar defronte dele.
38. Os seus espevitadores e os seus cinzeiros
serão de ouro puro.
39. De um talento de ouro puro se fará o
candelabro, com todos estes utensílios.
40. Atenta, pois, que os faças
conforme o seu modelo, que te foi mostrado no monte.
[Êxodo 26]Êxodo 26
1. O tabernáculo farás de dez
cortinas de linho fino torcido, e de estofo azul, púrpura, e carmesim; com
querubins as farás, obra de artífice.
2. O comprimento de cada cortina
será de vinte e oito côvados, e a largura de quatro côvados; todas as cortinas
serão da mesma medida.
3. Cinco cortinas serão enlaçadas, cada uma à
outra; e as outras cinco serão enlaçadas da mesma maneira.
4. Farás
laçadas de estofo azul na orla da última cortina do primeiro grupo; assim também
farás na orla da primeira cortina do segundo grupo;
5. a saber,
cinqüenta laçadas na orla de uma cortina, e cinqüenta laçadas na orla da outra;
as laçadas serão contrapostas uma à outra.
6. Farás cinqüenta
colchetes de ouro, e prenderás com eles as cortinas, uma à outra; assim o
tabernáculo virá a ser um todo.
7. Farás também cortinas de pêlos de
cabras para servirem de tenda sobre o tabernáculo; onze destas cortinas
farás.
8. O comprimento de cada cortina será de trinta côvados, e a
largura de cada cortina de quatro côvados; as onze cortinas serão da mesma
medida.
9. E ajuntarás cinco cortinas em um grupo, e as outras seis
cortinas em outro grupo; e dobrarás a sexta cortina na frente da
tenda.
10. E farás cinqüenta laçadas na orla da última cortina do
primeiro grupo, e outras cinqüenta laçadas na orla da primeira cortina do
segundo grupo.
11. Farás também cinqüenta colchetes de bronze, e
meterás os colchetes nas laçadas, e assim ajuntarás a tenda, para que venha a
ser um todo.
12. E o resto que sobejar das cortinas da tenda, a saber,
a meia cortina que sobejar, penderá aos fundos do tabernáculo.
13. E o
côvado que sobejar de um lado e de outro no comprimento das cortinas da tenda,
penderá de um e de outro lado do tabernáculo, para cobri-lo.
14. Farás
também para a tenda uma coberta de peles de carneiros, tintas de vermelho, e por
cima desta uma coberta de peles de golfinhos.
15. Farás também as
tábuas para o tabernáculo de madeira de acácia, as quais serão colocadas
verticalmente.
16. O comprimento de cada tábua será de dez côvados, e
a sua largura de um côvado e meio.
17. Duas couceiras terá cada tábua,
unidas uma à outra por travessas; assim farás com todas as tábuas do
tabernáculo.
18. Ao fazeres as tábuas para o tabernáculo, farás vinte
delas para o lado meridional.
19. Farás também quarenta bases de prata
debaixo das vinte tábuas; duas bases debaixo de uma tábua, para as suas duas
couceiras, e duas bases debaixo de outra, para as duas couceiras
dela.
20. Também para o outro lado do tabernáculo, o que dá para o
norte, farás vinte tábuas,
21. com as suas quarenta bases de prata;
duas bases debaixo de uma tábua e duas debaixo de outra.
22. E para o
lado posterior do tabernáculo, o que dá para o ocidente, farás seis
tábuas.
23. Farás também duas tábuas para os cantos do tabernáculo no
lado posterior.
24. Por baixo serão duplas, do mesmo modo se
estendendo inteiras até a primeira argola em cima; assim se fará com as duas
tábuas; elas serão para os dois cantos.
25. Haverá oito tábuas com as
suas dezesseis bases de prata: duas bases debaixo de uma tábua e duas debaixo de
outra.
26. Farás também travessões de madeira de acácia; cinco para as
tábuas de um lado do tabernáculo,
27. e cinco para as tábuas do outro
lado do tabernáculo, bem como o azeite para a luz, especiarias para o óleo da
unção e para o para o ocidente.
28. O travessão central passará ao
meio das tábuas, de uma extremidade à outra.
29. E cobrirás de ouro as
tábuas, e de ouro farás as suas argolas, como lugares para os travessões; também
os travessões cobrirás de ouro.
30. Então levantarás o tabernáculo
conforme o modelo que te foi mostrado no monte.
31. Farás também um
véu de azul, púrpura, carmesim, e linho fino torcido; com querubins, obra de
artífice, se fará;
32. e o suspenderás sobre quatro colunas de madeira
de acácia, cobertas de ouro; seus colchetes serão de ouro, sobre quatro bases de
prata.
33. Pendurarás o véu debaixo dos colchetes, e levarás para
dentro do véu a arca do testemunho; este véu vos fará separação entre o lugar
santo e o santo dos santos.
34. Porás o propiciatório sobre a arca do
testemunho no santo dos santos;
35. colocarás a mesa fora do véu, e o
candelabro defronte da mesa, para o lado sul do tabernáculo; e porás a mesa para
o lado norte.
36. Farás também para a porta da tenda um reposteiro de
azul, púrpura, carmesim: e linho fino torcido, obra de bordador.
37. E
para o reposteiro farás cinco colunas de madeira de acácia, cobrindo-as de ouro
(os seus colchetes também serão de ouro), e para elas fundirás cinco bases de
bronze.
[Êxodo 27]Êxodo 27
1.
Farás também o altar de madeira de acácia; de cinco côvados será o comprimento,
de cinco côvados a largura (será quadrado o altar), e de três côvados a
altura.
2. E farás as suas pontas nos seus quatro cantos; as suas
pontas formarão uma só peça com o altar; e o cobrirás de bronze.
3.
Far-lhe-ás também os cinzeiros, para recolher a sua cinza, e as pás, e as
bacias, e os garfos e os braseiros; todos os seus utensílios farás de
bronze.
4. Far-lhe-ás também um crivo de bronze em forma de rede, e
farás para esta rede quatro argolas de bronze nos seus quatro
cantos,
5. e a porás em baixo da borda em volta do altar, de maneira
que a rede chegue até o meio do altar.
6. Farás também varais para o
altar, varais de madeira de acácia, e os cobrirás de bronze.
7. Os
varais serão metidos nas argolas, e estarão de um e de outro lado do altar,
quando for levado.
8. Ôco, de tábuas, o farás; como se te mostrou no
monte, assim o farão.
9. Farás também o átrio do tabernáculo. No lado
que dá para o sul o átrio terá cortinas de linho fino torcido, de cem côvados de
comprimento.
10. As suas colunas serão vinte, e vinte as suas bases,
todas de bronze; os colchetes das colunas e as suas faixas serão de
prata.
11. Assim também ao longo do lado do norte haverá cortinas de
cem côvados de comprimento, e serão vinte as suas colunas e vinte as bases
destas, todas de bronze; os colchetes das colunas e as suas faixas serão de
prata.
12. E na largura do átrio do lado do ocidente haverá cortinas
de cinqüenta côvados; serão dez as suas colunas, e dez as bases
destas.
13. Semelhantemente a largura do átrio do lado que dá para o
nascente será de cinqüenta côvados.
14. As cortinas para um lado da
porta serão de quinze côvados; três serão as suas colunas, e três as bases
destas.
15. E de quinze côvados serão as cortinas para o outro lado;
as suas colunas serão três, e três as bases destas.
16. Também à porta
do átrio haverá um reposteiro de vinte côvados, de azul, púrpura, carmesim, e
linho fino torcido, obra de bordador; as suas colunas serão quatro, e quatro as
bases destas.
17. Todas as colunas do átrio ao redor serão cingidas de
faixas de prata; os seus colchetes serão de prata, porém as suas bases de
bronze.
18. O comprimento do átrio será de cem côvados, e a largura,
por toda a extensão, de cinqüenta, e a altura de cinco côvados; as cortinas
serão de linho fino torcido; e as bases das colunas de bronze.
19.
Todos os utensílios do tabernáculo em todo o seu serviço, e todas as suas
estacas, e todas as estacas do átrio, serão de bronze.
20. Ordenarás
aos filhos de Israel que te tragam azeite puro de oliveiras, batido, para o
candeeiro, para manter uma lâmpada acesa continuamente.
21. Na tenda
da revelação, fora do véu que está diante do testemunho, Arão e seus filhos a
conservarão em ordem, desde a tarde até pela manhã, perante o Senhor; este será
um estatuto perpétuo para os filhos de Israel pelas suas gerações.
[Êxodo
28]Êxodo 28
1. Depois farás chegar a
ti teu irmão Arão, e seus filhos com ele, dentre os filhos de Israel, para me
administrarem o ofício sacerdotal; a saber: Arão, Nadabe e Abiú, Eleazar e
Itamar, os filhos de Arão.
2. Farás vestes sagradas para Arão, teu
irmão, para glória e ornamento.
3. Falarás a todos os homens hábeis, a
quem eu tenha enchido do espírito de sabedoria, que façam as vestes de Arão para
santificá-lo, a fim de que me administre o ofício sacerdotal.
4. Estas
pois são as vestes que farão: um peitoral, um éfode, um manto, uma túnica
bordada, uma mitra e um cinto; farão, pois, as vestes sagradas para Arão, teu
irmão, e para seus filhos, a fim de me administrarem o ofício
sacerdotal.
5. E receberão o ouro, o azul, a púrpura, o carmesim e o
linho fino,
6. e farão o éfode de ouro, azul, púrpura, carmesim e
linho fino torcido, obra de desenhista.
7. Terá duas ombreiras, que se
unam às suas duas pontas, para que seja unido.
8. E o cinto de obra
esmerada do éfode, que estará sobre ele, formando com ele uma só peça, será de
obra semelhante de ouro, azul, púrpura, carmesim e linho fino
torcido.
9. E tomarás duas pedras de berilo, e gravarás nelas os nomes
dos filhos de Israel.
10. Seis dos seus nomes numa pedra, e os seis
nomes restantes na outra pedra, segundo a ordem do seu nascimento.
11.
Conforme a obra de lapidário, como a gravura de um selo, gravarás as duas
pedras, com os nomes dos filhos de Israel; guarnecidas de engastes de ouro as
farás.
12. E porás as duas pedras nas ombreiras do éfode, para
servirem de pedras de memorial para os filhos de Israel; assim sobre um e outro
ombro levará Arão diante do Senhor os seus nomes como memorial.
13.
Farás também engastes de ouro,
14. e duas cadeiazinhas de ouro puro;
como cordas as farás, de obra trançada; e aos engastes fixarás as cadeiazinhas
de obra trançada.
15. Farás também o peitoral do juízo, obra de
artífice; conforme a obra do éfode o farás; de ouro, de azul, de púrpura, de
carmesim, e de linho fino torcido o farás.
16. Quadrado e duplo, será
de um palmo o seu comprimento, e de um palmo a sua largura.
17. E o
encherás de pedras de engaste, em quatro fileiras: a primeira será de uma
cornalina, um topázio e uma esmeralda;
18. a segunda fileira será de
uma granada, uma safira e um ônix;
19. a terceira fileira será de um
jacinto, uma ágata e uma ametista;
20. e a quarta fileira será de uma
crisólita, um berilo e um jaspe; elas serão guarnecidas de ouro nos seus
engastes.
21. Serão, pois, as pedras segundo os nomes dos filhos de
Israel, doze segundo os seus nomes; serão como a gravura de um selo, cada uma
com o seu nome, para as doze tribos.
22. Também farás sobre o peitoral
cadeiazinhas como cordas, obra de trança, de ouro puro.
23. Igualmente
sobre o peitoral farás duas argolas de ouro, e porás as duas argolas nas duas
extremidades do peitoral.
24. Então meterás as duas cadeiazinhas de
ouro, de obra trançada, nas duas argolas nas extremidades do
peitoral;
25. e as outras duas pontas das duas cadeiazinhas de obra
trançada meterás nos dois engastes, e as porás nas ombreiras do éfode, na parte
dianteira dele.
26. Farás outras duas argolas de ouro, e as porás nas
duas extremidades do peitoral, na sua borda que estiver junto ao lado interior
do éfode.
27. Farás mais duas argolas de ouro, e as porás nas duas
ombreiras do éfode, para baixo, na parte dianteira, junto à costura, e acima do
cinto de obra esmerada do éfode.
28. E ligarão o peitoral, pelas suas
argolas, às argolas do éfode por meio de um cordão azul, de modo que fique sobre
o cinto de obra esmerada do éfode e não se separe o peitoral do
éfode.
29. Assim Arão levará os nomes dos filhos de Israel no peitoral
do juízo sobre o seu coração, quando entrar no lugar santo, para memorial diante
do Senhor continuamente.
30. Também porás no peitoral do juízo o Urim
e o Tumim, para que estejam sobre o coração de Arão, quando entrar diante do
Senhor; assim Arão levará o juízo dos filhos de Israel sobre o seu coração
diante do Senhor continuamente.
31. Também farás o manto do éfode todo
de azul.
32. No meio dele haverá uma abertura para a cabeça; esta
abertura terá um debrum de obra tecida ao redor, como a abertura de cota de
malha, para que não se rompa.
33. E nas suas abas, em todo o seu
redor, farás romãs de azul, púrpura e carmesim, e campainhas de ouro,
entremeadas com elas ao redor.
34. uma campainha de ouro, e uma romã,
outra campainha de ouro, e outra romã, haverá nas abas do manto ao
redor.
35. E estará sobre Arão quando ministrar, para que se ouça o
sonido ao entrar ele no lugar santo diante do Senhor e ao sair, para que ele não
morra.
33. Também farás uma lâmina de ouro puro, e nela gravarás como
a gravura de um selo: SANTO AO SENHOR.
37. Pô-la-ás em um cordão azul,
de maneira que esteja na mitra; bem na frente da mitra estará.
38. E
estará sobre a testa de Arão, e Arão levará a iniqüidade das coisas santas, que
os filhos de Israel consagrarem em todas as suas santas ofertas; e estará
continuamente na sua testa, para que eles sejam aceitos diante do
Senhor.
39. Também tecerás a túnica enxadrezada de linho fino; bem
como de linho fino farás a mitra; e farás o cinto, obra de
bordador.
40. Também para os filhos de Arão farás túnicas; e
far-lhes-ás cintos; também lhes farás tiaras, para glória e
ornamento.
41. E vestirás com eles a Arão, teu irmão, e também a seus
filhos, e os ungirás e consagrarás, e os santificarás, para que me administrem o
sacerdócio.
42. Faze-lhes também calções de linho, para cobrirem a
carne nua; estender-se-ão desde os lombos até as coxas.
43. E estarão
sobre Arão e sobre seus filhos, quando entrarem na tenda da revelação, ou quando
chegarem ao altar para ministrar no lugar santo, para que não levem iniqüidade e
morram; isto será estatuto perpétuo para ele e para a sua descendência depois
dele.
[Êxodo 29]Êxodo 29
1.
Isto é o que lhes farás para os santificar, para que me administrem o
sacerdócio: Toma um novilho e dois carneiros sem defeito,
2. e pão
ázimo, e bolos ázimos, amassados com azeite, e coscorões ázimos, untados com
azeite; de flor de farinha de trigo os farás;
3. e os porás num cesto,
e os trarás no cesto, com o novilho e os dois carneiros.
4. Então
farás chegar Arão e seus filhos à porta da tenda da revelação e os lavarás, com
água.
5. Depois tomarás as vestes, e vestirás a Arão da túnica e do
manto do éfode, e do éfode mesmo, e do peitoral, e lhe cingirás o éfode com o
seu cinto de obra esmerada;
6. e pôr-lhe-ás a mitra na cabeça; e sobre
a mitra porás a coroa de santidade;
7. então tomarás o óleo da unção
e, derramando-lho sobre a cabeça, o ungirás.
8. Depois farás chegar
seus filhos, e lhes farás vestir túnicas,
9. e os cingirás com cintos,
a Arão e a seus filhos, e lhes atarás as tiaras. Por estatuto perpétuo eles
terão o sacerdócio; consagrarás, pois, a Arão e a seus filhos.
10.
Farás chegar o novilho diante da tenda da revelação, e Arão e seus filhos porão
as mãos sobre a cabeça do novilho;
11. e imolarás o novilho perante o
Senhor, à porta da tenda da revelação.
12. Depois tomarás do sangue do
novilho, e com o dedo o porás sobre as pontas do altar, e todo o sangue restante
derramarás à base do altar.
13. Também tomarás toda a gordura que
cobre as entranhas, o redenho do fígado, os dois rins e a gordura que houver
neles, e queimá-los-ás sobre o altar;
14. mas a carne do novilho, o
seu couro e o seu excremento queimarás fora do arraial; é sacrifício pelo
pecado.
15. Depois tomarás um carneiro, e Arão e seus filhos porão as
mãos sobre a cabeça dele,
16. e imolarás o carneiro e, tomando o seu
sangue, o espargirás sobre o altar ao redor;
17. e partirás o carneiro
em suas partes, e lavarás as suas entranhas e as suas pernas, e as porás sobre
as suas partes e sobre a sua cabeça.
18. Assim queimarás todo o
carneiro sobre o altar; é um holocausto para o Senhor; é cheiro suave, oferta
queimada ao Senhor.
19. Depois tomarás o outro carneiro, e Arão e seus
filhos porão as mãos sobre a cabeça dele;
20. e imolarás o carneiro, e
tomarás do seu sangue, e o porás sobre a ponta da orelha direita de Arão e sobre
a ponta da orelha direita de seus filhos, como também sobre o dedo polegar da
sua mão direita e sobre o dedo polegar do seu pé direito; e espargirás o sangue
sobre o altar ao redor.
21. Então tomarás do sangue que estará sobre o
altar, e do óleo da unção, e os espargirás sobre Arão e sobre as suas vestes, e
sobre seus filhos, e sobre as vestes de seus filhos com ele; assim ele será
santificado e as suas vestes, também seus filhos e as vestes de seus filhos com
ele.
22. Depois tomarás do carneiro a gordura e a cauda gorda, a
gordura que cobre as entranhas e o redenho do fígado, os dois rins com a gordura
que houver neles e a coxa direita (porque é carneiro de
consagração),
23. e uma fogaça de pão, um bolo de pão azeitado e um
coscorão do cesto dos pães ázimos que estará diante do Senhor,
24. e
tudo porás nas mãos de Arão, e nas mãos de seus filhos; e por oferta de
movimento o moverás perante o Senhor.
25. Depois o tomarás das suas
mãos e o queimarás no altar sobre o holocausto, por cheiro suave perante o
Senhor; é oferta queimada ao Senhor.
26. Também tomarás o peito do
carneiro de consagração, que é de Arão, e por oferta de movimento o moverás
perante o Senhor; e isto será a tua porção.
27. E santificarás o peito
da oferta de movimento e a coxa da oferta alçada, depois de movida e alçada,
isto é, aquilo do carneiro de consagração que for de Arão e de seus
filhos;
28. e isto será para Arão e para seus filhos a porção de
direito, para sempre, da parte dos filhos de Israel, porque é oferta alçada; e
oferta alçada será dos filhos de Israel, dos sacrifícios das suas ofertas
pacíficas, oferta alçada ao Senhor.
29. As vestes sagradas de Arão
ficarão para seus filhos depois dele, para nelas serem ungidos e
sagrados.
30. Sete dias os vestirá aquele que de seus filhos for
sacerdote em seu lugar, quando entrar na tenda da revelação para ministrar no
lugar santo.
31. Também tomarás o carneiro de consagração e cozerás a
sua carne em lugar santo.
32. E Arão e seus filhos comerão a carne do
carneiro, e o pão que está no cesto, à porta da tenda da
revelação;
33. e comerão as coisas com que for feita expiação, para
consagrá-los, e para santificá-los; mas delas o estranho não comerá, porque são
santas.
34. E se sobejar alguma coisa da carne da consagração, ou do
pão, até pela manhã, o que sobejar queimarás no fogo; não se comerá, porque é
santo.
35. Assim, pois, farás a Arão e a seus filhos conforme tudo o
que te hei ordenado; por sete dias os sagrarás.
36. Também cada dia
oferecerás para expiação o novilho de sacrifício pelo pecado; e purificarás o
altar, fazendo expiação por ele; e o ungirás para santificá-lo.
37.
Sete dias farás expiação pelo altar, e o santificarás; e o altar será
santíssimo; tudo o que tocar o altar será santo.
38. Isto, pois, é o
que oferecerás sobre o altar: dois cordeiros de um ano cada dia
continuamente.
39. Um cordeiro oferecerás pela manhã, e o outro
cordeiro oferecerás à tardinha;
40. com um cordeiro a décima parte de
uma efa de flor de farinha, misturada com a quarta parte de um him de azeite
batido, e para libação a quarta parte de um him de vinho.
41. E o
outro cordeiro oferecerás à tardinha, e com ele farás oferta de cereais como com
a oferta da manhã, e conforme a sua oferta de libação, por cheiro suave; oferta
queimada é ao Senhor.
42. Este será o holocausto contínuo por vossas
gerações, à porta da tenda da revelação, perante o Senhor, onde vos encontrarei,
para falar contigo ali.
43. E ali virei aos filhos de Israel; e a
tenda será santificada pela minha glória;
44. santificarei a tenda da
revelação e o altar; também santificarei a Arão e seus filhos, para que me
administrem o sacerdócio.
45. Habitarei no meio dos filhos de Israel,
e serei o seu Deus;
46. e eles saberão que eu sou o Senhor seu Deus,
que os tirei da terra do Egito, para habitar no meio deles; eu sou o Senhor seu
Deus.
[Êxodo 30]Êxodo 30
1.
Farás um altar para queimar o incenso; de madeira de acácia o
farás.
2. O seu comprimento será de um côvado, e a sua largura de um
côvado; será quadrado; e de dois côvados será a sua altura; as suas pontas
formarão uma só peça com ele.
3. De ouro puro o cobrirás, tanto a face
superior como as suas paredes ao redor, e as suas pontas; e lhe farás uma
moldura de ouro ao redor.
4. Também lhe farás duas argolas de ouro
debaixo da sua moldura; nos dois cantos de ambos os lados as farás; e elas
servirão de lugares para os varais com que o altar será levado.
5.
Farás também os varais de madeira de acácia e os cobrirás de ouro.
6.
E porás o altar diante do véu que está junto à arca do testemunho, diante do
propiciatório, que se acha sobre o testemunho, onde eu virei a ti.
7.
E Arão queimará sobre ele o incenso das especiarias; cada manhã, quando puser em
ordem as lâmpadas, o queimará.
8. Também quando acender as lâmpadas à
tardinha, o queimará; este será incenso perpétuo perante o Senhor pelas vossas
gerações.
9. Não oferecereis sobre ele incenso estranho, nem
holocausto, nem oferta de cereais; nem tampouco derramareis sobre ele ofertas de
libação.
10. E uma vez no ano Arão fará expiação sobre as pontas do
altar; com o sangue do sacrifício de expiação de pecado, fará expiação sobre ele
uma vez no ano pelas vossas gerações; santíssimo é ao Senhor.
11.
Disse mais o Senhor a Moisés:
12. Quando fizeres o alistamento dos
filhos de Israel para sua enumeração, cada um deles dará ao Senhor o resgate da
sua alma, quando os alistares; para que não haja entre eles praga alguma por
ocasião do alistamento.
13. Dará cada um, ao ser alistado, meio siclo,
segundo o siclo do santuário (este siclo é de vinte jeiras); meio siclo é a
oferta ao Senhor.
14. Todo aquele que for alistado, de vinte anos para
cima, dará a oferta do Senhor.
15. O rico não dará mais, nem o pobre
dará menos do que o meio siclo, quando derem a oferta do Senhor, para fazerdes
expiação por vossas almas.
16. E tomarás o dinheiro da expiação dos
filhos de Israel, e o designarás para o serviço da tenda da revelação, para que
sirva de memorial a favor dos filhos de Israel diante do Senhor, para fazerdes
expiação por vossas almas.
17. Disse mais o Senhor a
Moisés:
18. Farás também uma pia de bronze com a sua base de bronze,
para lavatório; e a porás entre a tenda da revelação e o altar, e nela deitarás
água,
19. com a qual Arão e seus filhos lavarão as mãos e os
pés;
20. quando entrarem na tenda da revelação lavar-se-ão com água,
para que não morram, ou quando se chegarem ao altar para ministrar, para fazer
oferta queimada ao Senhor.
21. Lavarão, pois, as mãos e os pés, para
que não morram; e isto lhes será por estatuto perpétuo a ele e à sua
descendência pelas suas gerações.
22. Disse mais o Senhor a
Moisés:
23. Também toma das principais especiarias, da mais pura mirra
quinhentos siclos, de canela aromática a metade, a saber, duzentos e cinqüenta
siclos, de cálamo aromático duzentos e cinqüenta siclos,
24. de cássia
quinhentos siclos, segundo o siclo do santuário, e de azeite de oliveiras um
him.
25. Disto farás um óleo sagrado para as unções, um perfume
composto segundo a arte do perfumista; este será o óleo sagrado para as
unções.
26. Com ele ungirás a tenda da revelação, a arca do
testemunho,
27. a mesa com todos os seus utensílios, o candelabro com
os seus utensílios, o altar de incenso,
28. a altar do holocausto com
todos os seus utensílios, o altar de incenso,
29. Assim santificarás
estas coisas, para que sejam santíssimas; tudo o que as tocar será
santo.
30. Também ungirás a Arão e seus filhos, e os santificarás para
me administrarem o sacerdócio.
31. E falarás aos filhos de Israel,
dizendo: Este me será o óleo sagrado para as unções por todas as vossas
gerações.
32. Não se ungirá com ele carne de homem; nem fareis outro
de semelhante composição; sagrado é, e para vós será sagrado.
33. O
homem que compuser um perfume como este, ou que com ele ungir a um estranho,
será extirpado do seu povo.
34. Disse mais o Senhor a Moisés: Toma
especiarias aromáticas: estoraque, onicha e gálbano, especiarias aromáticas com
incenso puro; de cada uma delas tomarás peso igual;
35. e disto farás
incenso, um perfume segundo a arte do perfumista, temperado com sal, puro e
santo;
36. e uma parte dele reduzirás a pó e o porás diante do
testemunho, na tenda da revelação onde eu virei a ti; coisa santíssima vos
será.
37. Ora, o incenso que fareis conforme essa composição, não o
fareis para vós mesmos; santo vos será para o Senhor.
38. O homem que
fizer tal como este para o cheirar, será extirpado do seu povo.
[Êxodo
31]Êxodo 31
1. Depois disse o Senhor a
Moisés:
2. Eis que eu tenho chamado por nome a Bezalel, filho de Uri,
filho de Hur, da tribo de Judá,
3. e o enchi do espírito de Deus, no
tocante à sabedoria, ao entendimento, à ciência e a todo ofício,
4.
para inventar obras artísticas, e trabalhar em ouro, em prata e em
bronze,
5. e em lavramento de pedras para engastar, e em entalhadura
de madeira, enfim para trabalhar em todo ofício.
6. E eis que eu tenho
designado com ele a Aoliabe, filho de Aisamaque, da tribo de Dã, e tenho dado
sabedoria ao coração de todos os homens hábeis, para fazerem tudo o que te hei
ordenado,
7. a saber: a tenda da revelação, a arca do testemunho, o
propiciatório que estará sobre ela, e todos os móveis da tenda;
8. a
mesa com os seus utensílios, o candelabro de ouro puro com todos os seus
utensílios, o altar do incenso,
9. o altar do holocausto com todos os
seus utensílios, e a pia com a sua base;
10. as vestes finamente
tecidas, as vestes sagradas de Arão, o sacerdote, e as de seus filhos, para
administrarem o sacerdócio;
11. o óleo da unção, e o incenso aromático
para o lugar santo; eles farão conforme tudo o que te hei mandado.
12.
Disse mais o Senhor a Moisés:
13. Falarás também aos filhos de Israel,
dizendo: Certamente guardareis os meus sábados; porquanto isso é um sinal entre
mim e vós pelas vossas gerações; para que saibais que eu sou o Senhor, que vos
santifica.
14. Portanto guardareis o sábado, porque santo é para vós;
aquele que o profanar certamente será morto; porque qualquer que nele fizer
algum trabalho, aquela alma será exterminada do meio do seu povo.
15.
Seis dias se trabalhará, mas o sétimo dia será o sábado de descanso solene,
santo ao Senhor; qualquer que no dia do sábado fizer algum trabalho, certamente
será morto.
16. Guardarão, pois, o sábado os filhos de Israel,
celebrando-o nas suas gerações como pacto perpétuo. ,
17. Entre mim e
os filhos de Israel será ele um sinal para sempre; porque em seis dias fez o
Senhor o céu e a terra, e ao sétimo dia descansou, e achou
refrigério.
18. E deu a Moisés, quando acabou de falar com ele no
monte Sinai, as duas tábuas do testemunho, tábuas de pedra, escritas pelo dedo
de Deus.
[Êxodo 32]Êxodo 32
1.
Mas o povo, vendo que Moisés tardava em descer do monte, acercou-se de Arão, e
lhe disse: Levanta-te, faze-nos um deus que vá adiante de nós; porque, quanto a
esse Moisés, o homem que nos tirou da terra do Egito, não sabemos o que lhe
aconteceu.
2. E Arão lhes disse: Tirai os pendentes de ouro que estão
nas orelhas de vossas mulheres, de vossos filhos e de vossas filhas, e
trazei-mos.
3. Então todo o povo, tirando os pendentes de ouro que
estavam nas suas orelhas, os trouxe a Arão;
4. ele os recebeu de suas
mãos, e com um buril deu forma ao ouro, e dele fez um bezerro de fundição. Então
eles exclamaram: Eis aqui, ó Israel, o teu deus, que te tirou da terra do
Egito.
5. E Arão, vendo isto, edificou um altar diante do bezerro e,
fazendo uma proclamação, disse: Amanhã haverá festa ao Senhor.
6. No
dia seguinte levantaram-se cedo, ofereceram holocaustos, e trouxeram ofertas
pacíficas; e o povo sentou-se a comer e a beber; depois levantou-se para
folgar.
7. Então disse o Senhor a Moisés: Vai, desce; porque o teu
povo, que fizeste subir da terra do Egito, se corrompeu;
8. depressa
se desviou do caminho que eu lhe ordenei; eles fizeram para si um bezerro de
fundição, e adoraram-no, e lhe ofereceram sacrifícios, e disseram: Eis aqui, ó
Israel, o teu deus, que te tirou da terra do Egito.
9. Disse mais o
Senhor a Moisés: Tenho observado este povo, e eis que é povo de dura
cerviz.
10. Agora, pois, deixa-me, para que a minha ira se acenda
contra eles, e eu os consuma; e eu farei de ti uma grande nação.
11.
Moisés, porém, suplicou ao Senhor seu Deus, e disse: Ó Senhor, por que se acende
a tua ira contra o teu povo, que tiraste da terra do Egito com grande força e
com forte mão?
12. Por que hão de falar os egípcios, dizendo: Para mal
os tirou, para matá-los nos montes, e para destruí-los da face da terra?.
Torna-te da tua ardente ira, e arrepende-te deste mal contra o teu
povo.
13. Lembra-te de Abraão, de Isaque, e de Israel, teus servos,
aos quais por ti mesmo juraste, e lhes disseste: Multiplicarei os vossos
descendentes como as estrelas do céu, e lhes darei toda esta terra de que tenho
falado, e eles a possuirão por herança para sempre.
14. Então o Senhor
se arrependeu do mal que dissera que havia de fazer ao seu povo.
15. E
virou-se Moisés, e desceu do monte com as duas tábuas do testemunho na mão,
tábuas escritas de ambos os lados; de um e de outro lado estavam
escritas.
16. E aquelas tábuas eram obra de Deus; também a escritura
era a mesma escritura de Deus, esculpida nas tábuas.
17. Ora, ouvindo
Josué a voz do povo que jubilava, disse a Moisés: Alarido de guerra há no
arraial.
18. Respondeu-lhe Moisés: Não é alarido dos vitoriosos, nem
alarido dos vencidos, mas é a voz dos que cantam que eu ouço.
19.
Chegando ele ao arraial e vendo o bezerro e as danças, acendeu-se-lhe a ira, e
ele arremessou das mãos as tábuas, e as despedaçou ao pé do monte.
20.
Então tomou o bezerro que tinham feito, e queimou-o no fogo; e, moendo-o até que
se tornou em pó, o espargiu sobre a água, e deu-o a beber aos filhos de
Israel.
21. E perguntou Moisés a Arão: Que te fez este povo, que sobre
ele trouxeste tamanho pecado?.
22. Ao que respondeu Arão: Não se
acenda a ira do meu senhor; tu conheces o povo, como ele é inclinado ao
mal.
23. Pois eles me disseram: Faze-nos um deus que vá adiante de
nós; porque, quanto a esse Moisés, o homem que nos tirou da terra do Egito, não
sabemos o que lhe aconteceu.
24. Então eu lhes disse: Quem tem ouro,
arranque-o. Assim mo deram; e eu o lancei no fogo, e saiu este
bezerro.
25. Quando, pois, Moisés viu que o povo estava desenfreado
(porque Arão o havia desenfreado, para escárnio entre os seus
inimigos),
26. pôs-se em pé à entrada do arraial, e disse: Quem está
ao lado do Senhor, venha a mim. Ao que se ajuntaram a ele todos os filhos de
Levi.
27. Então ele lhes disse: Assim diz o Senhor, o Deus de Israel:
Cada um ponha a sua espada sobre a coxa; e passai e tornai pelo arraial de porta
em porta, e mate cada um a seu irmão, e cada um a seu amigo, e cada um a seu
vizinho.
28. E os filhos de Levi fizeram conforme a palavra de Moisés;
e caíram do povo naquele dia cerca de três mil homens.
29. Porquanto
Moisés tinha dito: Consagrai-vos hoje ao Senhor; porque cada um será contra o
seu filho, e contra o seu irmão; para que o Senhor vos conceda hoje uma
bênção.
30. No dia seguinte disse Moisés ao povo Vós tendes cometido
grande pecado; agora porém subirei ao Senhor; porventura farei expiação por
vosso pecado.
31. Assim tornou Moisés ao Senhor, e disse: Oh! este
povo cometeu um grande pecado, fazendo para si um deus de ouro.
32.
Agora, pois, perdoa o seu pecado; ou se não, risca-me do teu livro, que tens
escrito.
33. Então disse o Senhor a Moisés: Aquele que tiver pecado
contra mim, a este riscarei do meu livro.
34. Vai pois agora, conduze
este povo para o lugar de que te hei dito; eis que o meu anjo irá adiante de ti;
porém no dia da minha visitação, sobre eles visitarei o seu
pecado.
35. Feriu, pois, o Senhor ao povo, por ter feito o bezerro que
Arão formara.
[Êxodo 33]Êxodo
33
1. Disse mais o Senhor a Moisés: Vai, sobe daqui, tu
e o povo que fizeste subir da terra do Egito, para a terra a respeito da qual
jurei a Abraão, a Isaque, e a Jacó, dizendo: À tua descendência a
darei.
2. E enviarei um anjo adiante de ti (e lançarei fora os
cananeus, e os amorreus, e os heteus, e os perizeus, e os heveus, e os
jebuseus),
3. para uma terra que mana leite e mel; porque eu não
subirei no meio de ti, porquanto és povo de cerviz dura; para que não te consuma
eu no caminho.
4. E quando o povo ouviu esta má notícia, pôs-se a
prantear, e nenhum deles vestiu os seus atavios.
5. Pois o Senhor
tinha dito a Moisés: Dize aos filhos de Israel: És um povo de dura cerviz; se
por um só momento eu subir no meio de ti, te consumirei; portanto agora despe os
teus atavios, para que eu saiba o que te hei de fazer.
6. Então os
filhos de Israel se despojaram dos seus atavios, desde o monte Horebe em
diante.
7. Ora, Moisés costumava tomar a tenda e armá-la fora do
arraial, bem longe do arraial; e chamou-lhe a tenda da revelação. E todo aquele
que buscava ao Senhor saía à tenda da revelação, que estava fora do
arraial.
8. Quando Moisés saía à tenda, levantava-se todo o povo e
ficava em pé cada um à porta da sua tenda, e olhava a Moisés pelas costas, até
entrar ele na tenda.
9. E quando Moisés entrava na tenda, a coluna de
nuvem descia e ficava à porta da tenda; e o Senhor falava com
Moisés.
10. Assim via todo o povo a coluna de nuvem que estava à porta
da tenda, e todo o povo, levantando-se, adorava, cada um à porta da sua
tenda.
11. E falava o Senhor a Moisés face a face, como qualquer fala
com o seu amigo. Depois tornava Moisés ao arraial; mas o seu servidor, o mancebo
Josué, filho de Num, não se apartava da tenda.
12. E Moisés disse ao
Senhor: Eis que tu me dizes: Faze subir a este povo; porém não me fazes saber a
quem hás de enviar comigo. Disseste também: Conheço-te por teu nome, e achaste
graça aos meus olhos.
13. Se eu, pois, tenho achado graça aos teus
olhos, rogo-te que agora me mostres os teus caminhos, para que eu te conheça, a
fim de que ache graça aos teus olhos; e considera que esta nação é teu
povo.
14. Respondeu-lhe o Senhor: Eu mesmo irei contigo, e eu te darei
descanso.
15. Então Moisés lhe disse: Se tu mesmo não fores conosco,
não nos faças subir daqui.
16. Como, pois, se saberá agora que tenho
achado graça aos teus olhos, eu e o teu povo? acaso não é por andares tu
conosco, de modo a sermos separados, eu e o teu povo, de todos os povos que há
sobre a face da terra;
17. Ao que disse o Senhor a Moisés: Farei
também isto que tens dito; porquanto achaste graça aos meus olhos, e te conheço
pelo teu nome.
18. Moisés disse ainda: Rogo-te que me mostres a tua
glória.
19. Respondeu-lhe o Senhor: Eu farei passar toda a minha
bondade diante de ti, e te proclamarei o meu nome Jeová; e terei misericórdia de
quem eu tiver misericórdia, e me compadecerei de quem me
compadecer.
20. E disse mais: Não poderás ver a minha face, porquanto
homem nenhum pode ver a minha face e viver.
21. Disse mais o Senhor:
Eis aqui um lugar junto a mim; aqui, sobre a penha, te porás.
22. E
quando a minha glória passar, eu te porei numa fenda da penha, e te cobrirei com
a minha mão, até que eu haja passado.
23. Depois, quando eu tirar a
mão, me verás pelas costas; porém a minha face não se verá.
[Êxodo
34]Êxodo 34
1. Então disse o Senhor a
Moisés: Lavra duas tábuas de pedra, como as primeiras; e eu escreverei nelas as
palavras que estavam nas primeiras tábuas, que tu quebraste.
2.
Prepara-te para amanhã, e pela manhã sobe ao monte Sinai, e apresenta-te a mim
ali no cume do monte.
3. Mas ninguém suba contigo, nem apareça homem
algum em todo o monte; nem mesmo se apascentem defronte dele ovelhas ou
bois.
4. Então Moisés lavrou duas tábuas de pedra, como as primeiras;
e, levantando-se de madrugada, subiu ao monte Sinai, como o Senhor lhe tinha
ordenado, levando na mão as duas tábuas de pedra.
5. O Senhor desceu
numa nuvem e, pondo-se ali junto a ele, proclamou o nome Jeová.
6.
Tendo o Senhor passado perante Moisés, proclamou: Jeová, Jeová, Deus
misericordioso e compassivo, tardio em irar-se e grande em beneficência e
verdade;
7. que usa de beneficência com milhares; que perdoa a
iniqüidade, a transgressão e o pecado; que de maneira alguma terá por inocente o
culpado; que visita a iniqüidade dos pais sobre os filhos e sobre os filhos dos
filhos até a terceira e quarta geração.
8. Então Moisés se apressou a
inclinar-se à terra, e adorou,
9. dizendo: Senhor, se agora tenho
achado graça aos teus olhos, vá o Senhor no meio de nós; porque este é povo de
dura cerviz:; e perdoa a nossa iniqüidade e o nosso pecado, e toma-nos por tua
herança.
10. Então disse o Senhor: Eis que eu faço um pacto; farei
diante de todo o teu povo maravilhas quais nunca foram feitas em toda a terra,
nem dentro de nação alguma; e todo este povo, no meio do qual estás, verá a obra
do Senhor; porque coisa terrível é o que faço contigo.
11. Guarda o
que eu te ordeno hoje: eis que eu lançarei fora de diante de ti os amorreus, os
cananeus, os heteus, os perizeus, os heveus e os jebuseus.
12.
Guarda-te de fazeres pacto com os habitantes da terra em que hás de entrar, para
que isso não seja por laço no meio de ti.
13. Mas os seus altares
derrubareis, e as suas colunas quebrareis, e os seus aserins
cortareis
14. (porque não adorarás a nenhum outro deus; pois o Senhor,
cujo nome é Zeloso, é Deus zeloso),
15. para que não faças pacto com
os habitantes da terra, a fim de que quando se prostituírem após os seus deuses,
e sacrificarem aos seus deuses, tu não sejas convidado por eles, e não comas do
seu sacrifício;
16. e não tomes mulheres das suas filhas para os teus
filhos, para que quando suas filhas se prostituírem após os seus deuses, não
façam que também teus filhos se prostituam após os seus deuses.
17.
Não farás para ti deuses de fundição.
18. A festa dos pães ázimos
guardarás; sete dias comerás pães ázimos, como te ordenei, ao tempo apontado no
mês de abibe; porque foi no mês de abibe que saíste do Egito.
19. Tudo
o que abre a madre é meu; até todo o teu gado, que seja macho, que abre a madre
de vacas ou de ovelhas;
20. o jumento, porém, que abrir a madre,
resgatarás com um cordeiro; mas se não quiseres resgatá-lo, quebrar-lhe-ás a
cerviz. Resgatarás todos os primogênitos de teus filhos. E ninguém aparecerá
diante de mim com as mãos vazias.
21. Seis dias trabalharás, mas ao
sétimo dia descansarás; na aradura e na sega descansarás.
22. Também
guardarás a festa das semanas, que é a festa das primícias da ceifa do trigo, e
a festa da colheita no fim do ano.
23. Três vezes no ano todos os teus
varões aparecerão perante o Senhor Jeová, Deus do Israel;
24. porque
eu lançarei fora as nações de diante de ti, e alargarei as tuas fronteiras;
ninguém cobiçará a tua terra, quando subires para aparecer três vezes no ano
diante do Senhor teu Deus.
25. Não sacrificarás o sangue do meu
sacrifício com pão levedado, nem o sacrifício da festa da páscoa ficará da noite
para a manhã.
26. As primeiras das primícias da tua terra trarás à
casa do Senhor teu Deus. Não cozerás o cabrito no leite de sua
mãe.
27. Disse mais o Senhor a Moisés: Escreve estas palavras; porque
conforme o teor destas palavras tenho feito pacto contigo e com
Israel.
28. E Moisés esteve ali com o Senhor quarenta dias e quarenta
noites; não comeu pão, nem bebeu água, e escreveu nas tábuas as palavras do
pacto, os dez mandamentos.
29. Quando Moisés desceu do monte Sinai,
trazendo nas mãos as duas tábuas do testemunho, sim, quando desceu do monte,
Moisés não sabia que a pele do seu rosto resplandecia, por haver Deus falado com
ele.
30. Quando, pois, Arão e todos os filhos de Israel olharam para
Moisés, eis que a pele do seu rosto resplandecia, pelo que tiveram medo de
aproximar-se dele.
31. Então Moisés os chamou, e Arão e todos os
príncipes da congregação tornaram a ele; e Moisés lhes falou.
32.
Depois chegaram também todos os filhos de Israel, e ele lhes ordenou tudo o que
o Senhor lhe falara no monte Sinai.
33. Assim que Moisés acabou de
falar com eles, pôs um véu sobre o rosto.
34. Mas, entrando Moisés
perante o Senhor, para falar com ele, tirava o véu até sair; e saindo, dizia aos
filhos de Israel o que lhe era ordenado.
35. Assim, pois, viam os
filhos de Israel o rosto de Moisés, e que a pele do seu rosto resplandecia; e
tornava Moisés a pôr o véu sobre o seu rosto, até entrar para falar com
Deus.
[Êxodo 35]Êxodo 35
1.
Então Moisés convocou toda a congregação dos filhos de Israel, e disse-lhes:
Estas são as palavras que o Senhor ordenou que cumprísseis.
2. Seis
dias se trabalhará, mas o sétimo dia vos será santo, sábado de descanso solene
ao Senhor; todo aquele que nele fizer qualquer trabalho será morto.
3.
Não acendereis fogo em nenhuma das vossas moradas no dia do sábado.
4.
Disse mais Moisés a toda a congregação dos filhos de Israel: Esta é a palavra
que o Senhor ordenou dizendo:
5. Tomai de entre vós uma oferta para o
Senhor; cada um cujo coração é voluntariamente disposto a trará por oferta
alçada ao Senhor: ouro, prata e bronze,
6. como também azul, púrpura,
carmesim, linho fino, pelos de cabras,
7. peles de carneiros tintas de
vermelho, peles de golfinhos, madeira de acácia,
8. azeite para a luz,
especiarias para o óleo da unção e para o incenso aromático,
9. pedras
de berilo e pedras de engaste para o éfode e para o peitoral.
10. E
venham todos os homens hábeis entre vós, e façam tudo o que o Senhor tem
ordenado:
11. o tabernáculo, a sua tenda e a sua coberta, os seus
colchetes e as suas tábuas, os seus travessões, as suas colunas e as suas
bases;
12. a arca e os seus varais, o propiciatório, e o véu e
reposteiro;
13. a mesa e os seus varais, todos os seus utensílios, e
os pães da proposição;
14. o candelabro para a luz, os seus
utensílios, as suas lâmpadas, e o azeite para a luz;
15. o altar do
incenso e os seus varais, o óleo da unção e o incenso aromático, e o reposteiro
da porta para a entrada do tabernáculo;
16. o altar do holocausto com
o seu crivo de bronze, os seus varais, e todos os seus utensílios; a pia e a sua
base;
17. as cortinas do átrio, as suas colunas e as suas bases, o
reposteiro para a porta do átrio;
18. as estacas do tabernáculo, as
estacas do átrio, e as suas cordas;
19. as vestes finamente tecidas,
para o uso no ministério no lugar santo, as vestes sagradas de Arão, o
sacerdote, e as vestes de seus filhos, para administrarem o
sacerdócio.
20. Então toda a congregação dos filhos de Israel saiu da
presença de Moisés.
21. E veio todo homem cujo coração o moveu, e todo
aquele cujo espírito o estimulava, e trouxeram a oferta alçada do Senhor para a
obra da tenda da revelação, e para todo o serviço dela, e para as vestes
sagradas.
22. Vieram, tanto homens como mulheres, todos quantos eram
bem dispostos de coração, trazendo broches, pendentes, anéis e braceletes, sendo
todos estes jóias de ouro; assim veio todo aquele que queria fazer oferta de
ouro ao Senhor.
23. E todo homem que possuía azul, púrpura, carmesim,
linho fino, pelos de cabras, peles de carneiros tintas de vermelho, ou peles de
golfinhos, os trazia.
24. Todo aquele que tinha prata ou metal para
oferecer, o trazia por oferta alçada ao Senhor; e todo aquele que possuía
madeira de acácia, a trazia para qualquer obra do serviço.
25. E todas
as mulheres hábeis fiavam com as mãos, e traziam o que tinham fiado, o azul e a
púrpura, o carmesim e o linho fino.
26. E todas as mulheres hábeis que
quisessem fiavam os pelos das cabras.
27. Os príncipes traziam pedras
de berilo e pedras de engaste para o éfode e para o peitoral,
28. e as
especiarias e o azeite para a luz, para o óleo da unção e para o incenso
aromático.
29. Trouxe uma oferta todo homem e mulher cujo coração
voluntariamente se moveu a trazer alguma coisa para toda a obra que o senhor
ordenara se fizesse por intermédio de Moisés; assim trouxeram os filhos de
Israel uma oferta voluntária ao Senhor.
30. Depois disse Moisés aos
filhos de Israel: Eis que o Senhor chamou por nome a Bezalel, filho de Uri,
filho de Hur, da tribo de Judá,
31. e o encheu do espírito de Deus, no
tocante à sabedoria, ao entendimento, à ciência e a todo ofício,
32.
para inventar obras artísticas, para trabalhar em ouro, em prata e em
bronze,
33. em lavramento de pedras para engastar, em entalhadura de
madeira, enfim, para trabalhar em toda obra fina.
34. Também lhe
dispôs o coração para ensinar a outros; a ele e a Aoliabe, filho de Aisamaque,
da tribo de Dã,
35. a estes encheu de sabedoria do coração para
exercerem todo ofício, seja de gravador, de desenhista, de bordador em azul,
púrpura, carmesim e linho fino, de tecelão, enfim, dos que exercem qualquer
ofício e dos que inventam obras artísticas.
[Êxodo 36]Êxodo 36
1. Assim trabalharam Bezalel e
Aoliabe, e todo homem hábil, a quem o Senhor deu sabedoria e entendimento, para
saberem exercer todo ofício para o serviço do santuário, conforme tudo o que o
Senhor tem ordenado.
2. Então Moisés chamou a Bezalel e a Aoliabe, e a
todo homem hábil, em cujo coração Deus tinha posto sabedoria, isto é, a todo
aquele cujo coração o moveu a se chegar à obra para fazê-la;
3. e
receberam de Moisés toda a oferta alçada, que os filhos de Israel tinham do para
a obra do serviço do santuário, para fazê-la; e ainda eles lhe traziam cada
manhã ofertas voluntárias.
4. Então todos os sábios que faziam toda a
obra do santuário vieram, cada um da obra que fazia,
5. e disseram a
Moisés: O povo traz muito mais do que é necessário para o serviço da obra que o
Senhor ordenou se fizesse.
6. Pelo que Moisés deu ordem, a qual
fizeram proclamar por todo o arraial, dizendo: Nenhum homem, nem mulher, faça
mais obra alguma para a oferta alçada do santuário. Assim o povo foi proibido de
trazer mais.
7. Porque o material que tinham era bastante para toda a
obra, e ainda sobejava.
8. Assim todos os homens hábeis, dentre os que
trabalhavam na obra, fizeram o tabernáculo de dez cortinas de linho fino
torcido, de azul, de púrpura e de carmesim, com querubins, obra de
artífice.
9. O comprimento de cada cortina era de vinte e oito
côvados, e a largura de quatro côvados; todas as cortinas eram da mesma
medida.
10. Ligaram cinco cortinas uma com outra; e as outras cinco da
mesma maneira.
11. Fizeram laçadas de azul na orla da última cortina
do primeiro grupo; assim, também fizeram na orla da primeira cortina do segundo
grupo.
12. Cinqüenta laçadas fizeram na orla de uma cortina, e
cinqüenta laçadas na orla da outra, do segundo grupo; as laçadas eram
contrapostas uma à outra.
13. Também fizeram cinqüenta colchetes de
ouro, e com estes colchetes uniram as cortinas, uma com outra; e o tabernáculo
veio a ser um todo.
14. Fizeram também cortinas de pelos de cabras
para servirem de tenda sobre o tabernáculo; onze cortinas fizeram.
15.
O comprimento de cada cortina era de trinta côvados, e a largura de quatro
côvados; as onze cortinas eram da mesma medida.
16. uniram cinco
destas cortinas à parte, e as outras seis à parte.
17. Fizeram
cinqüenta laçadas na orla da última cortina do primeiro grupo, e cinqüenta
laçadas na orla da primeira cortina do segundo grupo.
18. Fizeram
também cinqüenta colchetes de bronze, para ajuntar a tenda, para que viesse a
ser um todo.
19. Fizeram para a tenda uma cobertura de peles de
carneiros tintas de vermelho, e por cima desta uma cobertura de peles de
golfinhos.
20. Também fizeram, de madeira de acácia, as tábuas para o
tabernáculo, as quais foram colocadas verticalmente.
21. O comprimento
de cada tábua era de dez côvados, e a largura de um côvado e meio.
22.
Cada tábua tinha duas couceiras, unidas uma à outra; assim fizeram com todas as
tábuas do tabernáculo.
23. Assim, pois, fizeram as tábuas para o
tabernáculo; vinte tábuas para o lado que dá para o sul;
24. e fizeram
quarenta bases de prata para se pôr debaixo das vinte tábuas: duas bases debaixo
de uma tábua para as suas duas couceiras, e duas debaixo de outra, para as duas
couceiras dela.
25. Também para o segundo lado do tabernáculo, o que
dá para o norte, fizeram vinte tábuas,
26. com as suas quarenta bases
de prata, duas bases debaixo de uma tábua, e duas bases debaixo de
outra.
27. Para o lado posterior do tabernáculo, o que dá para o
ocidente, fizeram seis tábuas.
28. E para os dois cantos do
tabernáculo no lado posterior, fizeram mais duas tábuas.
29. Por baixo
eram duplas, do mesmo modo se estendendo até a primeira argola, em cima; assim
fizeram com as duas tábuas nos dois cantos.
30. Assim havia oito
tábuas com as suas bases de prata, a saber, dezesseis bases, duas debaixo de
cada tábua.
31. Fizeram também travessões de madeira de acácia: cinco
travessões para as tábuas de um lado do tabernáculo,
32. e cinco para
as tábuas do outro lado do tabernáculo, e outros cinco para as tábuas do
tabernáculo no lado posterior, o que dá para o ocidente.
33. Fizeram
que o travessão do meio passasse ao meio das tábuas duma extremidade até a
outra.
34. E cobriram as tábuas de ouro, e de ouro fizeram as suas
argolas como lugares para os travessões; também os travessões cobriu de
ouro.
35. Fizeram então o véu de azul, púrpura, carmesim e linho fino
torcido; com querubins, obra de artífice, o fizeram.
36. E fizeram-lhe
quatro colunas de madeira de acácia e as cobriram de ouro; e seus colchetes
fizeram de ouro; e fundiram-lhes quatro bases de prata.
37. Fizeram
também para a porta da tenda um reposteiro de azul, púrpura, carmesim e linho
fino torcido, obra de bordador,
38. com as suas cinco colunas e os
seus colchetes; e de ouro cobriu os seus capitéis e as suas faixas; e as suas
cinco bases eram de bronze.
[Êxodo 37]Êxodo
37
1. Fez também Bezalel a arca de madeira de acácia; o
seu comprimento era de dois côvados e meio, a sua largura de um côvado e meio, e
a sua altura de um côvado e meio.
2. Cobriu-a de ouro puro por dentro
e por fora, fez-lhe uma moldura de ouro ao redor,
3. e fundiu-lhe
quatro argolas de ouro nos seus quatro cantos, duas argolas num lado e duas no
outro.
4. Também fez varais de madeira de acácia, e os cobriu de
ouro;
5. e meteu os varais pelas argolas aos lados da arca, para se
levar a arca.
6. Fez também um propiciatório de ouro puro; o seu
comprimento era de dois côvados e meio, e a sua largura de um côvado e
meio.
7. Fez também dois querubins de ouro; de ouro batido os fez nas
duas extremidades do propiciatório,
8. um querubim numa extremidade, e
o outro querubim na outra; de uma só peça com o propiciatório fez os querubins
nas duas extremidades dele.
9. E os querubins estendiam as suas asas
por cima do propiciatório, cobrindo-o com as asas, tendo as faces voltadas um
para o outro; para o propiciatório estavam voltadas as faces dos
querubins.
10. Fez também a mesa de madeira de acácia; o seu
comprimento era de dois côvados, a sua largura de um côvado, e a sua altura de
um côvado e meio.
11. cobriu-a de ouro puro, e fez-lhe uma moldura de
ouro ao redor.
12. Fez-lhe também ao redor uma guarnição de quatro
dedos de largura, e ao redor na guarnição fez uma moldura de ouro.
13.
Fundiu-lhe também nos quatro cantos que estavam sobre os seus quatro
pés.
14. Junto da guarnição estavam as argolas para os lugares dos
varais, para se levar a mesa.
15. Fez também estes varais de madeira
de acácia, e os cobriu de ouro, para se levar a mesa.
16. E de ouro
puro fez os utensílios que haviam de estar sobre a mesa, os seus pratos e as
suas colheres, as suas tigelas e os seus cântaros, com que se haviam de oferecer
as libações.
17. Fez também o candelabro de ouro puro; de ouro batido
fez o candelabro, tanto o seu pedestal como a sua haste; os seus copos, os seus
cálices e as suas corolas formavam com ele uma só peça.
18. Dos seus
lados saíam seis braços: três de um lado do candelabro e três do outro
lado.
19. Em um braço havia três copos a modo de flores de amêndoa,
com cálice e corola; igualmente no outro braço três copos a modo de flores de
amêndoa, com cálice e corola; assim se fez com os seis braços que saíam do
candelabro.
20. Mas na haste central havia quatro copos a modo de
flores de amêndoa, com os seus cálices e as suas corolas;
21. também
havia um cálice debaixo de dois braços, formando com a haste uma só peça, e
outro cálice debaixo de dois outros braços, de uma só peça com a haste, e ainda
outro cálice debaixo de dois outros braços, de uma só peça com a haste; e assim
se fez para os seis braços que saíam da haste.
22. Os seus cálices e
os seus braços formavam uma só peça com a haste; o todo era uma obra batida de
ouro puro.
23. Também de ouro puro lhe fez as lâmpadas, em número de
sete, com os seus espevitadores e os seus cinzeiros.
24. De um talento
de ouro puro fez o candelabro e todos os seus utensílios.
25. De
madeira de acácia fez o altar do incenso; de um côvado era o seu comprimento, e
de um côvado a sua largura, quadrado, e de dois côvados a sua altura; as suas
pontas formavam uma só peça com ele.
26. Cobriu-o de ouro puro, tanto
a face superior como as suas paredes ao redor, e as suas pontas, e fez-lhe uma
moldura de ouro ao redor.
27. Fez-lhe também duas argolas de ouro
debaixo da sua moldura, nos dois cantos de ambos os lados, como lugares dos
varais, para com eles se levar o altar.
28. E os varais fez de madeira
de acácia, e os cobriu de ouro.
29. Também fez o óleo sagrado da
unção, e o incenso aromático, puro, qual obra do perfumista.
[Êxodo
38]Êxodo 38
1. Fez também o altar do
holocausto de madeira de acácia; de cinco côvados era o seu comprimento e de
cinco côvados a sua largura, quadrado, e de três côvados a sua
altura.
2. E fez-lhe pontas nos seus quatro cantos; as suas pontas
formavam uma só peça com ele; e cobriu-o de bronze.
3. Fez também
todos os utensílios do altar: os cinzeiros, as pás, as bacias, os garfos e os
braseiros; todos os seus utensílios fez de bronze.
4. Fez também para
o altar um crivo de bronze em forma de rede, em baixo da borda ao redor,
chegando ele até o meio do altar.
5. E fundiu quatro argolas para as
quatro extremidades do crivo de bronze, como lugares dos varais.
6. E
fez os varais de madeira de acácia, e os cobriu de bronze.
7. E meteu
os varais pelas argolas aos lados do altar, para com eles se levar o altar;
fê-lo oco, de tábuas.
8. Fez também a pia de bronze com a sua base de
bronze, dos espelhos das mulheres que se reuniam e ministravam à porta da tenda
da revelação.
9. Fez também o átrio. Para o lado meridional as
cortinas eram de linho fino torcido, de cem côvados de
comprimento.
10. As suas colunas eram vinte, e vinte as suas bases,
todas de bronze; os colchetes das colunas e as suas faixas eram de
prata.
11. Para o lado setentrional as cortinas eram de cem côvados;
as suas colunas eram vinte, e vinte as suas bases, todas de bronze; os colchetes
das colunas e as suas faixas eram de prata.
12. Para o lado ocidental
as cortinas eram de cinqüenta côvados; as suas colunas eram dez, e as suas bases
dez; os colchetes das colunas e as suas faixas eram de prata.
13. E
para o lado oriental eram as cortinas de cinqüenta côvados.
14. As
cortinas para um lado da porta eram de quinze côvados; as suas colunas eram três
e as suas bases três.
15. Do mesmo modo para o outro lado; de um e de
outro lado da porta do átrio havia cortinas de quinze côvados; as suas colunas
eram três e as suas bases três.
16. Todas as cortinas do átrio ao
redor eram de linho fino torcido.
17. As bases das colunas eram de
bronze; os colchetes das colunas e as suas faixas eram de prata; o revestimento
dos seus capitéis era de prata; e todas as colunas do átrio eram cingidas de
faixas de prata.
18. O reposteiro da porta do átrio era de azul,
púrpura, carmesim e linho fino torcido, obra de bordador; o comprimento era de
vinte côvados, e a altura, na largura, de cinco côvados, conforme a altura das
cortinas do átrio.
19. As suas colunas eram quatro, e quatro as suas
bases, todas de bronze; os seus colchetes eram de prata, como também o
revestimento dos capitéis, e as suas faixas.
20. E todas as estacas do
tabernáculo e do átrio ao redor eram de bronze.
21. Esta é a
enumeração das coisas para o tabernáculo, a saber, o tabernáculo do testemunho,
que por ordem de Moisés foram contadas para o ministério dos levitas, por
intermédio de Itamar, filho de Arão, o sacerdote.
22. Fez, pois,
Bezalel, filho de Uri, filho de Hur, da tribo de Judá, tudo quanto o Senhor
tinha ordenado a Moisés;
23. e com ele Aoliabe, filho de Aisamaque, da
tribo de Dã, gravador, desenhista, e bordador em azul, púrpura, carmesim e linho
fino.
24. Todo o ouro gasto na obra, em toda a obra do santuário, a
saber, o ouro da oferta, foi vinte e nove talentos e setecentos e trinta siclos,
conforme o siclo do santuário.
25. A prata dos arrolados da
congregação montou em cem talentos e mil setecentos setenta e cinco siclos,
conforme o siclo do santuário;
26. um beca para cada cabeça, isto é,
meio siclo, conforme o siclo do santuário, de todo aquele que passava para os
arrolados, da idade de vinte anos e acima, que foram seiscentos e três mil
quinhentos e cinqüenta.
27. E houve cem talentos de prata para fundir
as bases do santuário e as bases do véu; para cem bases eram cem talentos, um
talento para cada base.
28. Mas dos mil setecentos e setenta e cinco
siclos, fez colchetes para as colunas, e cobriu os seus capitéis e fez-lhes as
faixas.
29. E o bronze da oferta foi setenta talentos e dois mil e
quatrocentos siclos.
30. Dele fez as bases da porta da tenda da
revelação, o altar de bronze, e o crivo de bronze para ele, todos os utensílios
do altar,
31. as bases do átrio ao redor e as bases da porta do átrio,
todas as estacas do tabernáculo e todas as estacas do átrio ao
redor.
[Êxodo 39]Êxodo 39
1.
Fizeram também de azul, púrpura e carmesim as vestes, finamente tecidas, para
ministrar no lugar santo, e fizeram as vestes sagradas para Arão, como o Senhor
ordenara a Moisés.
2. Assim se fez o éfode de ouro, azul, púrpura,
carmesim e linho fino torcido;
3. bateram o ouro em lâminas delgadas,
as quais cortaram em fios, para entretecê-lo no azul, na púrpura, no carmesim e
no linho fino, em obra de desenhista;
4. fizeram-lhe ombreiras que se
uniam; assim pelos seus dois cantos superiores foi ele unido.
5. E o
cinto da obra esmerada do éfode, que estava sobre ele, formava com ele uma só
peça e era de obra semelhante, de ouro, azul, púrpura, carmesim e linho fino
torcido, como o Senhor ordenara a Moisés.
6. Também prepararam as
pedras de berilo, engastadas em ouro, lavradas como a gravura de um selo, com os
nomes dos filhos de Israel;
7. as quais puseram sobre as ombreiras do
éfode para servirem de pedras de memorial para os filhos de Israel, como o
Senhor ordenara a Moisés.
8. Fez-se também o peitoral de obra de
desenhista, semelhante à obra do éfode, de ouro, azul, púrpura, carmesim e linho
fino torcido.
9. Quadrado e duplo fizeram o peitoral; o seu
comprimento era de um palmo, e a sua largura de um palmo, sendo ele
dobrado.
10. E engastaram nele quatro fileiras de pedras: a primeira
delas era de um sárdio, um topázio e uma esmeralda;
11. a segunda
fileira era de uma granada, uma safira e um ônix;
12. a terceira
fileira era de um jacinto, uma ágata e uma ametista;
13. e a quarta
fileira era de uma crisólita, um berilo e um jaspe; eram elas engastadas nos
seus engastes de ouro.
14. Estas pedras, pois, eram doze, segundo os
nomes dos filhos de Israel; eram semelhantes a gravuras de selo, cada uma com o
nome de uma das doze tribos.
15. Também fizeram sobre o peitoral
cadeiazinhas, semelhantes a cordas, obra de trança, de ouro puro.
16.
Fizeram também dois engastes de ouro e duas argolas de ouro, e fixaram as duas
argolas nas duas extremidades do peitoral.
17. E meteram as duas
cadeiazinhas de trança de ouro nas duas argolas, nas extremidades do
peitoral.
18. E as outras duas pontas das duas cadeiazinhas de trança
meteram nos dois engastes, e as puseram sobre as ombreiras do éfode, na parte
dianteira dele.
19. Fizeram outras duas argolas de ouro, que puseram
nas duas extremidades do peitoral, na sua borda que estava junto ao éfode por
dentro.
20. Fizeram mais duas argolas de ouro, que puseram nas duas
ombreiras do éfode, debaixo, na parte dianteira dele, junto à sua costura, acima
do cinto de obra esmerada do éfode.
21. E ligaram o peitoral, pelas
suas argolas, às argolas do éfode por meio de um cordão azul, para que estivesse
sobre o cinto de obra esmerada do éfode, e o peitoral não se separasse do éfode,
como o Senhor ordenara a Moisés.
22. Fez-se também o manto do éfode de
obra tecida, todo de azul,
23. e a abertura do manto no meio dele,
como a abertura de cota de malha; esta abertura tinha um debrum em volta, para
que não se rompesse.
24. Nas abas do manto fizeram romãs de azul,
púrpura e carmesim, de fio torcido.
25. Fizeram também campainhas de
ouro puro, pondo as campainhas nas abas do manto ao redor, entremeadas com as
romãs;
26. uma campainha e uma romã, outra campainha e outra romã, nas
abas do manto ao redor, para uso no ministério, como o Senhor ordenara a
Moisés.
27. Fizeram também as túnicas de linho fino, de obra tecida,
para Arão e para seus filhos,
28. e a mitra de linho fino, e o ornato
das tiaras de linho fino, e os calções de linho fino torcido,
29. e o
cinto de linho fino torcido, e de azul, púrpura e carmesim, obra de bordador,
como o Senhor ordenara a Moisés.
30. Fizeram também, de ouro puro, a
lâmina da coroa sagrada, e nela gravaram uma inscrição como a gravura de um
selo: SANTO AO SENHOR.
31. E a ela ataram um cordão azul, para
prendê-la à parte superior da mitra, como o Senhor ordenara a
Moisés.
32. Assim se acabou toda a obra do tabernáculo da tenda da
revelação; e os filhos de Israel fizeram conforme tudo o que o Senhor ordenara a
Moisés; assim o fizeram.
33. Depois trouxeram a Moisés o tabernáculo,
a tenda e todos os seus utensílios, os seus colchetes, as suas tábuas, os seus
travessões, as suas colunas e as suas bases;
34. e a cobertura de
peles de carneiros tintas de vermelho, e a cobertura de peles de golfinhos, e o
véu do reposteiro;
35. a arca do testemunho com os seus varais, e o
propiciatório;
36. a mesa com todos os seus utensílios, e os pães da
proposição;
37. o candelabro puro com suas lâmpadas todas em ordem,
com todos os seus utensílios, e o azeite para a luz;
38. também o
altar de ouro, o óleo da unção e o incenso aromático, e o reposteiro para a
porta da tenda;
39. o altar de bronze e o seu crivo de bronze, os seus
varais, e todos os seus utensílios; a pia e a sua base;
40. as
cortinas do átrio, as suas colunas e as suas bases, e o reposteiro para a porta
do átrio, as suas cordas e as suas estacas, e todos os utensílios do serviço do
tabernáculo, para a tenda da revelação;
41. as vestes finamente
tecidas para uso no ministério no lugar santo, e as vestes sagradas para Arão, o
sacerdote, e as vestes para seus filhos, para administrarem o
sacerdócio.
42. Conforme tudo o que o Senhor ordenara a Moisés, assim
fizeram os filhos de Israel toda a obra.
43. Viu, pois, Moisés toda a
obra, e eis que a tinham feito; como o Senhor ordenara, assim a fizeram; então
Moisés os abençoou.
[Êxodo 40]Êxodo
40
1. Depois disse o Senhor a Moisés:
2. No
primeiro mês, no primeiro dia do mês, levantarás o tabernáculo da tenda da
revelação,
3. e porás nele a arca do testemunho, e resguardaras a arca
com o véu.
4. Depois colocarás nele a mesa, e porás em ordem o que se
deve pôr em ordem nela; também colocarás nele o candelabro, e acenderás as suas
lâmpadas.
5. E porás o altar de ouro para o incenso diante da arca do
testemunho; então pendurarás o reposteiro da porta do tabernáculo.
6.
E porás o altar do holocausto diante da porta do tabernáculo da tenda da
revelação.
7. E porás a pia entre a tenda da revelação e o altar, e
nela deitarás água.
8. Depois levantarás as cortinas do átrio ao
redor, e pendurarás o reposteiro da porta do átrio.
9. Então tomarás o
óleo da unção e ungirás o tabernáculo, e tudo o que há nele; e o santificarás, a
ele e a todos os seus móveis; e será santo.
10. Ungirás também o altar
do holocausto, e todos os seus utensílios, e santificarás o altar; e o altar
será santíssimo.
11. Então ungirás a pia e a sua base, e a
santificarás.
12. E farás chegar Arão e seus filhos à porta da tenda
da revelação, e os lavarás com água.
13. E vestirás Arão das vestes
sagradas, e o ungirás, e o santificarás, para que me administre o
sacerdócio.
14. Também farás chegar seus filhos, e os vestirás de
túnicas,
15. e os ungirás como ungiste a seu pai, para que me
administrem o sacerdócio, e a sua unção lhes será por sacerdócio perpétuo pelas
suas gerações.
16. E Moisés fez conforme tudo o que o Senhor lhe
ordenou; assim o fez.
17. E no primeiro mês do segundo ano, no
primeiro dia do mês, o tabernáculo foi levantado.
18. Levantou, pois,
Moisés o tabernáculo: lançou as suas bases; armou as suas tábuas e nestas meteu
os seus travessões; levantou as suas colunas;
19. estendeu a tenda por
cima do tabernáculo, e pôs a cobertura da tenda sobre ela, em cima, como o
Senhor lhe ordenara.
20. Então tomou o testemunho e pô-lo na arca,
ajustou à arca os varais, e pôs-lhe o propiciatório em cima.
21.
Depois introduziu a arca no tabernáculo, e pendurou o véu do reposteiro, e assim
resguardou a arca do testemunho, como o Senhor lhe ordenara.
22. Pôs
também a mesa na tenda da revelação, ao lado do tabernáculo para o norte, fora
do véu,
23. e sobre ela pôs em ordem o pão perante o Senhor, como o
Senhor lhe ordenara.
24. Pôs também na tenda da revelação o candelabro
defronte da mesa, ao lado do tabernáculo para o sul,
25. e acendeu as
lâmpadas perante o Senhor, como o Senhor lhe ordenara.
26. Pôs o altar
de ouro na tenda da revelação diante do véu,
27. e sobre ele queimou o
incenso de especiarias aromáticas, como o Senhor lhe ordenara.
28.
Pendurou o reposteiro à: porta do tabernáculo,
29. e pôs o altar do
holocausto à porta do tabernáculo da tenda da revelação, e sobre ele ofereceu o
holocausto e a oferta de cereais, como o Senhor lhe ordenara.
30.
Depois: colocou a pia entre a tenda da revelação e o altar, e nela deitou água
para a as abluções.
31. E junto dela Moisés, e Arão e seus filhos
lavaram as mãos e os pés.
32. Quando entravam na tenda da revelação, e
quando chegavam ao altar, lavavam-se, como o Senhor ordenara a
Moisés.
33. Levantou também as cortinas do átrio ao redor do
tabernáculo e do altar e pendurou o reposteiro da porta do átrio. Assim Moisés
acabou a obra.
34. Então a nuvem cobriu a tenda da revelação, e a
glória do Senhor encheu o tabernáculo;
35. de maneira que Moisés não
podia entrar na tenda da revelação, porquanto a nuvem repousava sobre ela, e a
glória do Senhor enchia o tabernáculo.
36. Quando, pois, a nuvem se
levantava de sobre o tabernáculo, prosseguiam os filhos de Israel, em todas as
suas jornadas;
37. se a nuvem, porém, não se levantava, não caminhavam
até o dia em que ela se levantasse.
38. Porquanto a nuvem do Senhor
estava de dia sobre o tabernáculo, e o fogo estava de noite sobre ele, perante
os olhos de toda a casa de Israel, em todas as suas jornadas.
[Levítico
1]Levítico 1
1. Ora, chamou o Senhor a
Moisés e, da tenda da revelação, lhe disse:
2. Fala aos filhos de
Israel e dize-lhes: Quando algum de vós oferecer oferta ao Senhor, oferecereis
as vossas ofertas do gado, isto é, do gado vacum e das ovelhas.
3. Se
a sua oferta for holocausto de gado vacum, oferecerá ele um macho sem defeito; à
porta da tenda da revelação o oferecerá, para que ache favor perante o
Senhor.
4. Porá a sua mão sobre a cabeça do holocausto, e este será
aceito a favor dele, para a sua expiação.
5. Depois imolará o novilho
perante o Senhor; e os filhos de Arão, os sacerdotes, oferecerão o sangue, e
espargirão o sangue em redor sobre o altar que está à porta da tenda da
revelação.
6. Então esfolará o holocausto, e o partirá nos seus
pedaços.
7. E os filhos de Arão, o sacerdote, porão fogo sobre o
altar, pondo em ordem a lenha sobre o fogo;
8. também os filhos de
Arão, os sacerdotes, porão em ordem os pedaços, a cabeça e a gordura, sobre a
lenha que está no fogo em cima do altar;
9. a fressura, porém, e as
pernas, ele as lavará com água; e o sacerdote queimará tudo isso sobre o altar
como holocausto, oferta queimada, de cheiro suave ao Senhor.
10. Se a
sua oferta for holocausto de gado miúdo, seja das ovelhas seja das cabras,
oferecerá ele um macho sem defeito,
11. e o imolará ao lado do altar
que dá para o norte, perante o Senhor; e os filhos de Arão, os sacerdotes,
espargirão o sangue em redor sobre o altar.
12. Então o partirá nos
seus pedaços, juntamente com a cabeça e a gordura; e o sacerdote os porá em
ordem sobre a lenha que está no fogo sobre o altar;
13. a fressura,
porém, e as pernas, ele as lavará com água; e o sacerdote oferecerá tudo isso, e
o queimará sobre o altar; holocausto é, oferta queimada, de cheiro suave ao
Senhor.
14. Se a sua oferta ao Senhor for holocausto tirado de aves,
então de rolas ou de pombinhos oferecerá a sua oferta.
15. E o
sacerdote a trará ao altar, tirar-lhe-á a cabeça e a queimará sobre o altar; e o
seu sangue será espremido na parede do altar;
16. e o seu papo com as
suas penas tirará e o lançará junto ao altar, para o lado do oriente, no lugar
da cinza;
17. e fendê-la-á junto às suas asas, mas não a partirá; e o
sacerdote a queimará em cima do altar sobre a lenha que está no fogo; holocausto
é, oferta queimada, de cheiro suave ao Senhor.
[Levítico 2]Levítico 2
1. Quando alguém fizer ao Senhor
uma oferta de cereais, a sua oferta será de flor de farinha; deitará nela
azeite, e sobre ela porá incenso;
2. e a trará aos filhos de Arão, os
sacerdotes, um dos quais lhe tomará um punhado da flor de farinha e do azeite
com todo o incenso, e o queimará sobre o altar por oferta memorial, oferta
queimada, de cheiro suave ao Senhor.
3. O que restar da oferta de
cereais pertencerá a Arão e a seus filhos; é coisa santíssima entre as ofertas
queimadas ao Senhor.
4. Quando fizerdes oferta de cereais assada ao
forno, será de bolos ázimos de flor de farinha, amassados com azeite, e
coscorões ázimos untados com azeite.
5. E se a tua oferta for oferta
de cereais assada na assadeira, será de flor de farinha sem fermento, amassada
com azeite.
6. Em pedaços a partirás, e sobre ela deitarás azeite; é
oferta de cereais.
7. E se a tua oferta for oferta de cereais cozida
na frigideira, far-se-á de flor de farinha com azeite.
8. Então trarás
ao Senhor a oferta de cereais que for feita destas coisas; e será apresentada ao
sacerdote, o qual a levará ao altar.
9. E o sacerdote tomará da oferta
de cereais o memorial dela, e o queimará sobre o altar; é oferta queimada, de
cheiro suave ao Senhor.
10. E o que restar da oferta de cereais
pertencerá a Arão e a seus filhos; é coisa santíssima entre as ofertas queimadas
ao Senhor.
11. Nenhuma oferta de cereais, que fizerdes ao Senhor, será
preparada com fermento; porque não queimareis fermento algum nem mel algum como
oferta queimada ao Senhor.
12. Como oferta de primícias
oferecê-los-eis ao Senhor; mas sobre o altar não subirão por cheiro
suave.
13. Todas as suas ofertas de cereais temperarás com sal; não
deixarás faltar a elas o sal do pacto do teu Deus; em todas as tuas ofertas
oferecerás sal.
14. Se fizeres ao Senhor oferta de cereais de
primícias, oferecerás, como oferta de cereais das tuas primícias, espigas
tostadas ao fogo, isto é, o grão trilhado de espigas verdes.
15. Sobre
ela deitarás azeite, e lhe porás por cima incenso; é oferta de
cereais.
16. O sacerdote queimará o memorial dela, isto é, parte do
grão trilhado e parte do azeite com todo o incenso; é oferta queimada ao
Senhor.
[Levítico 3]Levítico
3
1. Se a oferta de alguém for sacrifício pacífico: se
a fizer de gado vacum, seja macho ou fêmea, oferecê-la-á sem defeito diante do
Senhor;
2. porá a mão sobre a cabeça da sua oferta e a imolará à porta
da tenda da revelação; e os filhos de Arão, os sacerdotes, espargirão o sangue
sobre o altar em redor.
3. Então, do sacrifício de oferta pacífica,
fará uma oferta queimada ao Senhor; a gordura que cobre a fressura, sim, toda a
gordura que está sobre ela,
4. os dois rins e a gordura que está sobre
eles, e a que está junto aos lombos, e o redenho que está sobre o fígado,
juntamente com os rins, ele os tirará.
5. E os filhos de Arão
queimarão isso sobre o altar, em cima do holocausto que está sobre a lenha no
fogo; é oferta queimada, de cheiro suave ao Senhor.
6. E se a sua
oferta por sacrifício pacífico ao Senhor for de gado miúdo, seja macho ou fêmea,
sem defeito o oferecerá.
7. Se oferecer um cordeiro por sua oferta,
oferecê-lo-á perante o Senhor;
8. e porá a mão sobre a cabeça da sua
oferta, e a imolará diante da tenda da revelação; e os filhos de Arão espargirão
o sangue sobre o altar em redor.
9. Então, do sacrifício de oferta
pacífica, fará uma oferta queimada ao Senhor; a gordura da oferta, a cauda gorda
inteira, tirá-la-á junto ao espinhaço; e a gordura que cobre a fressura, sim,
toda a gordura que está sobre ela,
10. os dois rins e a gordura que
está sobre eles, e a que está junto aos lombos, e o redenho que está sobre o
fígado, juntamente com os rins, tirá-los-á.
11. E o sacerdote queimará
isso sobre o altar; é o alimento da oferta queimada ao Senhor.
12. E
se a sua oferta for uma cabra, perante o Senhor a oferecerá;
13. e lhe
porá a mão sobre a cabeça, e a imolará diante da tenda da revelação; e os filhos
de Arão espargirão o sangue da cabra sobre o altar em redor.
14.
Depois oferecerá dela a sua oferta, isto é, uma oferta queimada ao Senhor; a
gordura que cobre a fressura, sim, toda a gordura que está sobre
ela,
15. os dois rins e a gordura que está sobre eles, e a que está
junto aos lombos, e o redenho que está sobre o fígado, juntamente com os rins,
tirá-los-á.
16. E o sacerdote queimará isso sobre o altar; é o
alimento da oferta queimada, de cheiro suave. Toda a gordura pertencerá ao
Senhor.
17. Estatuto perpétuo, pelas vossas gerações, em todas as
vossas habitações, será isto: nenhuma gordura nem sangue algum
comereis.
[Levítico 4]Levítico
4
1. Disse mais o Senhor a Moisés:
2. Fala
aos filhos de Israel, dizendo: Se alguém pecar por ignorância no tocante a
qualquer das coisas que o Senhor ordenou que não se fizessem, fazendo qualquer
delas;
3. se for o sacerdote ungido que pecar, assim tornando o povo
culpado, oferecerá ao Senhor, pelo pecado que cometeu, um novilho sem defeito
como oferta pelo pecado.
4. Trará o novilho à porta da tenda da
revelação, perante o Senhor; porá a mão sobre a cabeça do novilho e o imolará
perante o Senhor.
5. Então o sacerdote ungido tomará do sangue do
novilho, e o trará à tenda da revelação;
6. e, molhando o dedo no
sangue, espargirá do sangue sete vezes perante o Senhor, diante do véu do
santuário.
7. Também o sacerdote porá daquele sangue perante o Senhor,
sobre as pontas do altar do incenso aromático, que está na tenda da revelação; e
todo o resto do sangue do novilho derramará à base do altar do holocausto, que
está à porta da tenda da revelação.
8. E tirará toda a gordura do
novilho da oferta pelo pecado; a gordura que cobre a fressura, sim, toda a
gordura que está sobre ela,
9. os dois rins e a gordura que está sobre
eles, e a que está junto aos lombos, e o redenho que está sobre o fígado,
juntamente com os rins, tirá-los-á,
10. assim como se tira do boi do
sacrifício pacífico; e o sacerdote os queimará sobre o altar do
holocausto.
11. Mas o couro do novilho, e toda a sua carne, com a
cabeça, as pernas, a fressura e o excremento,
12. enfim, o novilho
todo, levá-lo-á para fora do arraial a um lugar limpo, em que se lança a cinza,
e o queimará sobre a lenha; onde se lança a cinza, aí se queimará.
13.
Se toda a congregação de Israel errar, sendo isso oculto aos olhos da
assembléia, e eles tiverem feito qualquer de todas as coisas que o Senhor
ordenou que não se fizessem, assim tornando-se culpados;
14. quando o
pecado que cometeram for conhecido, a assembléia oferecerá um novilho como
oferta pelo pecado, e o trará diante da tenda da revelação.
15. Os
anciãos da congregação porão as mãos sobre a cabeça do novilho perante o Senhor;
e imolar-se-á o novilho perante o Senhor.
16. Então o sacerdote ungido
trará do sangue do novilho à tenda da revelação;
17. e o sacerdote
molhará o dedo no sangue, e o espargirá sete vezes perante o Senhor, diante do
véu.
18. E do sangue porá sobre as pontas do altar, que está perante o
Senhor, na tenda da revelação; e todo o resto do sangue derramará à base do
altar do holocausto, que está diante da tenda da revelação.
19. E
tirará dele toda a sua gordura, e queimá-la-á sobre o altar.
20. Assim
fará com o novilho; como fez ao novilho da oferta pelo pecado, assim fará a
este; e o sacerdote fará expiação por eles, e eles serão
perdoados.
21. Depois levará o novilho para fora do arraial, e o
queimará como queimou o primeiro novilho; é oferta pelo pecado da
assembléia.
22. Quando um príncipe pecar, fazendo por ignorância
qualquer das coisas que o Senhor seu Deus ordenou que não se fizessem, e assim
se tornar culpado;
23. se o pecado que cometeu lhe for notificado,
então trará por sua oferta um bode, sem defeito;
24. porá a mão sobre
a cabeça do bode e o imolará no lugar em que se imola o holocausto, perante o
Senhor; é oferta pelo pecado.
25. Depois o sacerdote, com o dedo,
tomará do sangue da oferta pelo pecado e pô-lo-á sobre as pontas do altar do
holocausto; então o resto do sangue derramará à base do altar do
holocausto.
26. Também queimará sobre o altar toda a sua gordura como
a gordura do sacrifício da oferta pacífica; assim o sacerdote fará por ele
expiação do seu pecado, e ele será perdoado.
27. E se alguém dentre a
plebe pecar por ignorância, fazendo qualquer das coisas que o Senhor ordenou que
não se fizessem, e assim se tornar culpado;
28. se o pecado que
cometeu lhe for notificado, então trará por sua oferta uma cabra, sem defeito,
pelo pecado cometido;
29. porá a mão sobre a cabeça da oferta pelo
pecado, e a imolará no lugar do holocausto.
30. Depois o sacerdote,
com o dedo, tomará do sangue da oferta, e o porá sobre as pontas do altar do
holocausto; e todo o resto do sangue derramará à base do altar.
31.
Tirará toda a gordura, como se tira a gordura do sacrifício pacífico, e a
queimará sobre o altar, por cheiro suave ao Senhor; e o sacerdote fará expiação
por ele, e ele será perdoado.
32. Ou, se pela sua oferta trouxer uma
cordeira como oferta pelo pecado, sem defeito a trará;
33. porá a mão
sobre a cabeça da oferta pelo pecado, e a imolará por oferta pelo pecado, no
lugar em que se imola o holocausto.
34. Depois o sacerdote, com o
dedo, tomará do sangue da oferta pelo pecado, e o porá sobre as pontas do altar
do holocausto; então todo o resto do sangue da oferta derramará à base do
altar.
35. Tirará toda a gordura, como se tira a gordura do cordeiro
do sacrifício pacífico e a queimará sobre o altar, em cima das ofertas queimadas
do Senhor; assim o sacerdote fará por ele expiação do pecado que cometeu, e ele
será perdoado.
[Levítico 5]Levítico
5
1. Se alguém, tendo-se ajuramentado como testemunha,
pecar por não denunciar o que viu, ou o que soube, levará a sua
iniqüidade.
2. Se alguém tocar alguma coisa imunda, seja cadáver de
besta-fera imunda, seja cadáver de gado imundo, seja cadáver de réptil imundo,
embora faça sem se aperceber, contudo será ele imundo e culpado.
3. Se
alguém, sem se aperceber tocar a imundícia de um homem, seja qual for a
imundícia com que este se tornar imundo, quando o souber será
culpado.
4. Se alguém, sem se aperceber, jurar temerariamente com os
seus lábios fazer mal ou fazer bem, em tudo o que o homem pronunciar
temerariamente com juramento, quando o souber, culpado será numa destas
coisas.
5. Deverá, pois, quando for culpado numa destas coisas,
confessar aquilo em que houver pecado.
6. E como sua oferta pela
culpa, ele trará ao Senhor, pelo pecado que cometeu, uma fêmea de gado miúdo;
uma cordeira, ou uma cabrinha, trará como oferta pelo pecado; e o sacerdote fará
por ele expiação do seu pecado.
7. Mas, se as suas posses não bastarem
para gado miúdo, então trará ao Senhor, como sua oferta pela culpa por aquilo em
que houver pecado, duas rolas, ou dois pombinhos; um como oferta pelo pecado, e
o outro como holocausto;
8. e os trará ao sacerdote, o qual oferecerá
primeiro aquele que é para a oferta pelo pecado, e com a unha lhe fenderá a
cabeça junto ao pescoço, mas não o partirá;
9. e do sangue da oferta
pelo pecado espargirá sobre a parede do altar, porém o que restar, daquele
sangue espremer-se-á à base do altar; é oferta pelo pecado.
10. E do
outro fará holocausto conforme a ordenança; assim o sacerdote fará expiação por
ele do pecado que cometeu, e ele será perdoado.
11. Se, porém, as suas
posses não bastarem para duas rolas, ou dois pombinhos, então, como oferta por
aquilo em que houver pecado, trará a décima parte duma efa de flor de farinha
como oferta pelo pecado; não lhe deitará azeite nem lhe porá em cima incenso,
porquanto é oferta pelo pecado;
12. e o trará ao sacerdote, o qual lhe
tomará um punhado como o memorial da oferta, e a queimará sobre o altar em cima
das ofertas queimadas do Senhor; é oferta pelo pecado.
13. Assim o
sacerdote fará por ele expiação do seu pecado, que houver cometido em alguma
destas coisas, e ele será perdoado; e o restante pertencerá ao sacerdote, como a
oferta de cereais.
14. Disse mais o Senhor a Moisés:
15. Se
alguém cometer uma transgressão, e pecar por ignorância nas coisas sagradas do
Senhor, então trará ao Senhor, como a sua oferta pela culpa, um carneiro sem
defeito, do rebanho, conforme a tua avaliação em siclos de prata, segundo o
siclo do santuário, para oferta pela culpa.
16. Assim fará restituição
pelo pecado que houver cometido na coisa sagrada, e ainda lhe acrescentará a
quinta parte, e a dará ao sacerdote; e com o carneiro da oferta pela culpa, o
sacerdote fará expiação por ele, e ele será perdoado.
17. Se alguém
pecar, fazendo qualquer de todas as coisas que o Senhor ordenou que não se
fizessem, ainda que não o soubesse, contudo será ele culpado, e levará a sua
iniqüidade;
18. e como oferta pela culpa trará ao sacerdote um
carneiro sem defeito, do rebanho, conforme a tua avaliação; e o sacerdote fará
por ele expiação do erro que involuntariamente houver cometido sem o saber; e
ele será perdoado.
19. É oferta pela culpa; certamente ele se tornou
culpado diante do Senhor.
[Levítico 6]Levítico
6
1. Disse ainda o Senhor a Moisés:
2. Se
alguém pecar e cometer uma transgressão contra o Senhor, e se houver dolosamente
para com o seu próximo no tocante a um depósito, ou penhor, ou roubo, ou tiver
oprimido a seu próximo;
3. se achar o perdido, e nisso se houver
dolosamente e jurar falso; ou se fizer qualquer de todas as coisas em que o
homem costuma pecar;
4. se, pois, houver pecado e for culpado,
restituirá o que roubou, ou o que obteve pela opressão, ou o depósito que lhe
foi dado em guarda, ou o perdido que achou,
5. ou qualquer coisa sobre
que jurou falso; por inteiro o restituirá, e ainda a isso acrescentará a quinta
parte; a quem pertence, lho dará no dia em que trouxer a sua oferta pela
culpa.
6. E como a sua oferta pela culpa, trará ao Senhor um carneiro
sem defeito, do rebanho; conforme a tua avaliação para oferta pela culpa
trá-lo-á ao sacerdote;
7. e o sacerdote fará expiação por ele diante
do Senhor, e ele será perdoado de todas as coisas que tiver feito, nas quais se
tenha tornado culpado.
8. Disse mais o Senhor a Moisés:
9.
Dá ordem a Arão e a seus filhos, dizendo: Esta é a lei do holocausto: o
holocausto ficará a noite toda, até pela manhã, sobre a lareira do altar, e nela
se conservará aceso o fogo do altar.
10. E o sacerdote vestirá a sua
veste de linho, e vestirá as calças de linho sobre a sua carne; e levantará a
cinza, quando o fogo houver consumido o holocausto sobre o altar, e a porá junto
ao altar.
11. Depois despirá as suas vestes, e vestirá outras vestes;
e levará a cinza para fora do arraial a um lugar limpo.
12. O fogo
sobre o altar se conservará aceso; não se apagará. O sacerdote acenderá lenha
nele todos os dias pela manhã, e sobre ele porá em ordem o holocausto, e
queimará a gordura das ofertas pacíficas.
13. O fogo se conservará
continuamente aceso sobre o altar; não se apagará.
14. Esta é a lei da
oferta de cereais: os filhos de Arão a oferecerão perante o Senhor diante do
altar.
15. O sacerdote tomará dela um punhado, isto é, da flor de
farinha da oferta de cereais e do azeite da mesma, e todo o incenso que estiver
sobre a oferta de cereais, e os queimará sobre o altar por cheiro suave ao
Senhor, como o memorial da oferta.
16. E Arão e seus filhos comerão o
restante dela; comê-lo-ão sem fermento em lugar santo; no átrio da tenda da
revelação o comerão.
17. Levedado não se cozerá. Como a sua porção das
minhas ofertas queimadas lho tenho dado; coisa santíssima é, como a oferta pelo
pecado, e como a oferta pela culpa.
18. Todo varão entre os filhos de
Arão comerá dela, como a sua porção das ofertas queimadas do Senhor; estatuto
perpétuo será para as vossas gerações; tudo o que as tocar será
santo.
19. Disse mais o Senhor a Moisés:
20. Esta é a oferta
de Arão e de seus filhos, a qual oferecerão ao Senhor no dia em que ele for
ungido: a décima parte duma efa de flor de farinha, como oferta de cereais,
perpetuamente, a metade dela pela amanhã, e a outra metade à
tarde.
21. Numa assadeira se fará com azeite; bem embebida a trarás;
em pedaços cozidos oferecerás a oferta de cereais por cheiro suave ao
Senhor.
22. Também o sacerdote que, de entre seus filhos, for ungido
em seu lugar, a oferecerá; por estatuto perpétuo será ela toda queimada ao
Senhor.
23. Assim toda oferta de cereais do sacerdote será totalmente
queimada; não se comerá.
24. Disse mais o Senhor a
Moisés:
25. Fala a Arão e a seus filhos, dizendo: Esta é a lei da
oferta pelo pecado: no lugar em que se imola o holocausto se imolará a oferta
pelo pecado perante o Senhor; coisa santíssima é.
26. O sacerdote que
a oferecer pelo pecado a comerá; comê-la-á em lugar santo, no átrio da tenda da
revelação.
27. Tudo o que tocar a carne da oferta será santo; e quando
o sangue dela for espargido sobre qualquer roupa, lavarás em lugar santo a roupa
sobre a qual ele tiver sido espargido.
28. Mas o vaso de barro em que
for cozida será quebrado; e se for cozida num vaso de bronze, este será
esfregado, e lavado, na água.
29. Todo varão entre os sacerdotes
comerá dela; coisa santíssima é.
30. Contudo não se comerá nenhuma
oferta pelo pecado, da qual uma parte do sangue é trazida dentro da tenda da
revelação, para fazer expiação no lugar santo; no fogo será
queimada.
[Levítico 7]Levítico
7
1. Esta é a lei da oferta pela culpa: coisa
santíssima é.
2. No lugar em que imolam o holocausto, imolarão a
oferta pela culpa, e o sangue dela se espargirá sobre o altar em
redor.
3. Dela se oferecerá toda a gordura: a cauda gorda, e a gordura
que cobre a fressura,
4. os dois rins e a gordura que está sobre eles,
e a que está junto aos lombos, e o redenho sobre o fígado, juntamente com os
rins, os tirará;
5. e o sacerdote os queimará sobre o altar em oferta
queimada ao Senhor; é uma oferta pela culpa.
6. Todo varão entre os
sacerdotes comerá dela; num lugar santo se comerá; coisa santíssima
é.
7. Como é a oferta pelo pecado, assim será a oferta pela culpa; há
uma só lei para elas, a saber, pertencerá ao sacerdote que com ela houver feito
expiação.
8. Também o sacerdote que oferecer o holocausto de alguém
terá para si o couro do animal que tiver oferecido.
9. Igualmente toda
oferta de cereais que se assar ao forno, como tudo o que se preparar na
frigideira e na assadeira, pertencerá ao sacerdote que a oferecer.
10.
Também toda oferta de cereais, seja ela amassada com azeite, ou seja seca,
pertencerá a todos os filhos de Arão, tanto a um como a outro.
11.
Esta é a lei do sacrifício das ofertas pacíficas que se oferecerá ao
Senhor:
12. Se alguém o oferecer por oferta de ação de graças, com o
sacrifício de ação de graças oferecerá bolos ázimos amassados com azeite, e
coscorões ázimos untados com azeite, e bolos amassados com azeite, de flor de
farinha, bem embebidos.
13. Com os bolos oferecerá pão levedado como
sua oferta, com o sacrifício de ofertas pacíficas por ação de
graças.
14. E dele oferecerá um de cada oferta por oferta alçada ao
Senhor, o qual pertencerá ao sacerdote que espargir o sangue da oferta
pacífica.
15. Ora, a carne do sacrifício de ofertas pacíficas por ação
de graças se comerá no dia do seu oferecimento; nada se deixará dela até pela
manhã.
16. Se, porém, o sacrifício da sua oferta for voto, ou oferta
voluntária, no dia em que for oferecido se comerá, e no dia seguinte se comerá o
que dele ficar;
17. mas o que ainda ficar da carne do sacrifício até o
terceiro dia será queimado no fogo.
18. Se alguma parte da carne do
sacrifício da sua oferta pacífica se comer ao terceiro dia, aquele sacrifício
não será aceito, nem será imputado àquele que o tiver oferecido; coisa
abominável será, e quem dela comer levará a sua iniqüidade.
19. A
carne que tocar alguma coisa imunda não se comerá; será queimada no fogo; mas da
outra carne, qualquer que estiver limpo comerá dela;
20. todavia, se
alguma pessoa, estando imunda, comer a carne do sacrifício da oferta pacífica,
que pertence ao Senhor, essa pessoa será extirpada do seu povo.
21. E,
se alguma pessoa, tendo tocado alguma coisa imunda, como imundícia de homem, ou
gado imundo, ou qualquer abominação imunda, comer da carne do sacrifício da
oferta pacífica, que pertence ao Senhor, essa pessoa será extirpada do seu
povo.
22. Depois disse o Senhor a Moisés:
23. Fala aos
filhos de Israel, dizendo: Nenhuma gordura de boi, nem de carneiro, nem de cabra
comereis.
24. Todavia pode-se usar a gordura do animal que morre por
si mesmo, e a gordura do que é dilacerado por feras, para qualquer outro fim;
mas de maneira alguma comereis dela.
25. Pois quem quer que comer da
gordura do animal, do qual se oferecer oferta queimada ao Senhor, sim, a pessoa
que dela comer será extirpada do seu povo.
26. E nenhum sangue
comereis, quer de aves, quer de gado, em qualquer das vossas
habitações.
27. Toda pessoa que comer algum sangue será extirpada do
seu povo.
28. Disse mais o Senhor a Moisés:
29. Fala aos
filhos de Israel, dizendo: Quem oferecer sacrifício de oferta pacífica ao Senhor
trará ao Senhor a respectiva oblação da sua oferta pacífica.
30. Com
as próprias mãos trará as ofertas queimadas do Senhor; o peito com a gordura
trará, para movê-lo por oferta de movimento perante o Senhor.
31. E o
sacerdote queimará a gordura sobre o altar, mas o peito pertencerá a Arão e a
seus filhos.
32. E dos sacrifícios das vossas ofertas pacíficas,
dareis a coxa direita ao sacerdote por oferta alçada.
33. Aquele
dentre os filhos de Arão que oferecer o sangue da oferta pacífica, e a gordura,
esse terá a coxa direita por sua porção;
34. porque o peito movido e a
coxa alçada tenho tomado dos filhos de Israel, dos sacrifícios das suas ofertas
pacíficas, e os tenho dado a Arão, o sacerdote, e a seus filhos, como sua
porção, para sempre, da parte dos filhos de Israel.
35. Esta é a
porção sagrada de Arão e a porção sagrada de seus filhos, das ofertas queimadas
do Senhor, desde o dia em que ele os apresentou para administrar o sacerdócio ao
Senhor;
36. a qual o Senhor, no dia em que os ungiu, ordenou que se
lhes desse da parte dos filhos de Israel; é a sua porção para sempre, pelas suas
gerações.
37. Esta é a lei do holocausto, da oferta de cereais, da
oferta pelo pecado, da oferta pela culpa, da oferta das consagrações, e do
sacrifício das ofertas pacíficas;
38. a qual o Senhor entregou a
Moisés no monte Sinai, no dia em que este estava ordenando aos filhos de Israel
que oferecessem as suas ofertas ao Senhor, no deserto de Sinai.
[Levítico
8]Levítico 8
1. Disse mais o Senhor a
Moisés:
2. Toma a Arão e a seus filhos com ele, e os vestidos, e o
óleo da unção, e o novilho da oferta pelo pecado, e os dois carneiros, e o cesto
de pães ázimos,
3. e reúne a congregação toda à porta da tenda da
revelação.
4. Fez, pois, Moisés como o Senhor lhe ordenara; e a
congregação se reuniu à porta da tenda da revelação.
5. E disse Moisés
à congregação: Isto é o que o Senhor ordenou que se fizesse.
6. Então
Moisés fez chegar Arão e seus filhos, e os lavou com água,
7. e vestiu
Arão com a túnica, cingiu-o com o cinto, e vestiu-lhe o manto, e pôs sobre ele o
éfode, e cingiu-o com o cinto de obra esmerada, e com ele lhe apertou o
éfode.
8. Colocou-lhe, então, o peitoral, no qual pôs o Urim e o
Tumim;
9. e pôs sobre a sua cabeça a mitra, e sobre esta, na parte
dianteira, pôs a lâmina de ouro, a coroa sagrada; como o Senhor lhe
ordenara.
10. Então Moisés, tomando o óleo da unção, ungiu o
tabernáculo e tudo o que nele havia, e os santificou;
11. e dele
espargiu sete vezes sobre o altar, e ungiu o altar e todos os seus utensílios,
como também a pia e a sua base, para santificá-los.
12. Em seguida
derramou do óleo da unção sobre a cabeça de Arão, e ungiu-o, para
santificá-lo.
13. Depois Moisés fez chegar aos filhos de Arão, e os
vestiu de túnicas, e os cingiu com cintos, e lhes atou tiaras; como o Senhor lhe
ordenara.
14. Então fez chegar o novilho da oferta pelo pecado; e Arão
e seus filhos puseram as mãos sobre a cabeça do novilho da oferta pelo
pecado;
15. e, depois de imolar o novilho, Moisés tomou o sangue, e
pôs dele com o dedo sobre as pontas do altar em redor, e purificou o altar;
depois derramou o resto do sangue à base do altar, e o santificou, para fazer
expiação por ele.
16. Então tomou toda a gordura que estava na
fressura, e o redenho do fígado, e os dois rins com a sua gordura, e os queimou
sobre o altar.
17. Mas o novilho com o seu couro, com a sua carne e
com o seu excremento, queimou-o com fogo fora do arraial; como o Senhor lhe
ordenara.
18. Depois fez chegar o carneiro do holocausto; e Arão e
seus filhos puseram as mãos sobre a cabeça do carneiro.
19. Havendo
imolado o carneiro, Moisés espargiu o sangue sobre o altar em
redor.
20. Partiu também o carneiro nos seus pedaços, e queimou dele a
cabeça, os pedaços e a gordura.
21. Mas a fressura e as pernas lavou
com água; então Moisés queimou o carneiro todo sobre o altar; era holocausto de
cheiro suave, uma oferta queimada ao Senhor; como o Senhor lhe
ordenara.
22. Depois fez chegar o outro carneiro, o carneiro da
consagração; e Arão e seus filhos puseram as mãos sobre a cabeça do
carneiro;
23. e tendo Moisés imolado o carneiro, tomou do sangue deste
e o pôs sobre a ponta da orelha direita de Arão, sobre o polegar da sua mão
direita, e sobre o polegar do seu pé direito.
24. Moisés fez chegar
também os filhos de Arão, e pôs daquele sangue sobre a ponta da orelha direita
deles, e sobre o polegar da sua mão direita, e sobre o polegar do seu pé
direito; e espargiu o sangue sobre o altar em redor.
25. E tomou a
gordura, e a cauda gorda, e toda a gordura que estava na fressura, e o redenho
do fígado, e os dois rins com a sua gordura, e a coxa direita;
26.
também do cesto dos pães ázimos, que estava diante do Senhor, tomou um bolo
ázimo, e um bolo de pão azeitado, e um coscorão, e os pôs sobre a gordura e
sobre a coxa direita;
27. e pôs tudo nas mãos de Arão e de seus
filhos, e o ofereceu por oferta movida perante o Senhor.
28. Então
Moisés os tomou das mãos deles, e os queimou sobre o altar em cima do
holocausto; os quais eram uma consagração, por cheiro suave, oferta queimada ao
Senhor.
29. Em seguida tomou Moisés o peito, e o ofereceu por oferta
movida perante o Senhor; era a parte do carneiro da consagração que tocava a
Moisés, como o Senhor lhe ordenara.
30. Tomou Moisés também do óleo da
unção, e do sangue que estava sobre o altar, e o espargiu sobre Arão e suas
vestes, e sobre seus filhos e as vestes de seus filhos com ele; e assim
santificou tanto a Arão e suas vestes, como a seus filhos e as vestes de seus
filhos com ele.
31. E disse Moisés a Arão e seus filhos: Cozei a carne
à porta da tenda da revelação; e ali a comereis com o pão que está no cesto da
consagração, como ordenei, dizendo: Arão e seus filhos a comerão.
32.
Mas o que restar da carne e do pão, queimá-lo-eis ao fogo.
33. Durante
sete dias não saireis da porta da tenda da revelação, até que se cumpram os dias
da vossa consagração; porquanto por sete dias ele vos consagrará.
34.
Como se fez neste dia, assim o senhor ordenou que se proceda, para fazer
expiação por vós.
35. Permanecereis, pois, à porta da tenda da
revelação dia e noite por sete dias, e guardareis as ordenanças do Senhor, para
que não morrais; porque assim me foi ordenado.
36. E Arão e seus
filhos fizeram todas as coisas que o Senhor ordenara por intermédio de
Moisés.
[Levítico 9]Levítico
9
1. Ora, ao dia oitavo, Moisés chamou a Arão e seus
filhos, e os anciãos de Israel,
2. e disse a Arão: Toma um bezerro
tenro para oferta pelo pecado, e um carneiro para holocausto, ambos sem defeito,
e
oferece-os perante o Senhor.
3. E falarás aos filhos de Israel,
dizendo: Tomai um bode para oferta pelo pecado; e um bezerro e um cordeiro,
ambos de um ano, e sem defeito, como holocausto;
4. também um boi e um
carneiro para ofertas pacíficas, para sacrificar perante o Senhor e oferta de
cereais, amassada com azeite; porquanto hoje o Senhor vos
aparecerá.
5. Então trouxeram até a entrada da tenda da revelação o
que Moisés ordenara, e chegou-se toda a congregação, e ficou de pé diante do
Senhor.
6. E disse Moisés: Esta é a coisa que o Senhor ordenou que
fizésseis; e a glória do Senhor vos aparecerá.
7. Depois disse Moisés
a Arão: Chega-te ao altar, e apresenta a tua oferta pelo pecado e o teu
holocausto, e faze expiação por ti e pelo povo; também apresenta a oferta do
povo, e faze expiação por ele, como ordenou o Senhor.
8. Arão, pois,
chegou-se ao altar, e imolou o bezerro que era a sua própria oferta pelo
pecado.
9. Os filhos de Arão trouxeram-lhe o sangue; e ele molhou o
dedo no sangue, e o pôs sobre as pontas do altar, e derramou o sangue à base do
altar;
10. mas a gordura, e os rins, e o redenho do fígado, tirados da
oferta pelo pecado, queimou-os sobre o altar, como o Senhor ordenara a
Moisés.
11. E queimou ao fogo fora do arraial a carne e o
couro.
12. Depois imolou o holocausto, e os filhos de Arão lhe
entregaram o sangue, e ele o espargiu sobre o altar em redor.
13.
Também lhe entregaram o holocausto, pedaço por pedaço, e a cabeça; e ele os
queimou sobre o altar.
14. E lavou a fressura e as pernas, e as
queimou sobre o holocausto no altar.
15. Então apresentou a oferta do
povo e, tomando o bode que era a oferta pelo pecado do povo, imolou-o e o
ofereceu pelo pecado, como fizera com o primeiro.
16. Apresentou
também o holocausto, e o ofereceu segundo a ordenança.
17. E
apresentou a oferta de cereais e, tomando dela um punhado, queimou-o sobre o
altar, além do holocausto da manhã.
18. Imolou também o boi e o
carneiro em sacrifício de oferta pacífica pelo povo; e os filhos de Arão
entregaram-lhe o sangue, que ele espargiu sobre o altar em redor,
19.
como também a gordura do boi e do carneiro, a cauda gorda, e o que cobre a
fressura, e os rins, e o redenho do fígado;
20. e puseram a gordura
sobre os peitos, e ele queimou a gordura sobre o altar;
21. mas os
peitos e a coxa direita, ofereceu-os Arão por oferta movida perante o Senhor,
como Moisés tinha ordenado.
22. Depois Arão, levantando as mãos para o
povo, o abençoou e desceu, tendo acabado de oferecer a oferta pelo pecado, o
holocausto e as ofertas pacíficas.
23. E Moisés e Arão entraram na
tenda da revelação; depois saíram, e abençoaram o povo; e a glória do Senhor
apareceu a todo o povo,
24. pois saiu fogo de diante do Senhor, e
consumiu o holocausto e a gordura sobre o altar; o que vendo todo o povo,
jubilaram e prostraram-se sobre os seus rostos.
[Levítico 10]Levítico 10
1. Ora, Nadabe, e Abiú, filhos
de Arão, tomaram cada um o seu incensário e, pondo neles fogo e sobre ele
deitando incenso, ofereceram fogo estranho perante o Senhor, o que ele não lhes
ordenara.
2. Então saiu fogo de diante do Senhor, e os devorou; e
morreram perante o Senhor.
3. Disse Moisés a Arão: Isto é o que o
Senhor falou, dizendo: Serei santificado naqueles que se chegarem a mim, e serei
glorificado diante de todo o povo. Mas Arão guardou silêncio.
4. E
Moisés chamou a Misael e a Elzafã, filhos de Uziel, tio de Arão, e disse-lhes:
Chegai-vos, levai vossos irmãos de diante do santuário, para fora do
arraial.
5. Chegaram-se, pois, e levaram-nos como estavam, nas
próprias túnicas, para fora do arraial, como Moisés lhes dissera.
6.
Então disse Moisés a Arão, e a seus filhos Eleazar e Itamar: Não descubrais as
vossas cabeças, nem rasgueis as vossas vestes, para que não morrais, nem venha a
ira sobre toda a congregação; mas vossos irmãos, toda a casa de Israel, lamentem
este incêndio que o Senhor acendeu.
7. E não saireis da porta da tenda
da revelação, para que não morrais; porque está sobre vós o óleo da unção do
Senhor. E eles fizeram conforme a palavra de Moisés.
8. Falou também o
Senhor a Arão, dizendo:
9. Não bebereis vinho nem bebida forte, nem tu
nem teus filhos contigo, quando entrardes na tenda da revelação, para que não
morrais; estatuto perpétuo será isso pelas vossas gerações,
10. não
somente para fazer separação entre o santo e o profano, e entre o imundo e o
limpo,
11. mas também para ensinar aos filhos de Israel todos os
estatutos que o Senhor lhes tem dado por intermédio de Moisés.
12.
Também disse Moisés a Arão, e a Eleazar e Itamar, seus filhos que lhe ficaram:
Tomai a oferta de cereais que resta das ofertas queimadas do Senhor, e comei-a
sem levedura junto do altar, porquanto é coisa santíssima.
13.
Comê-la-eis em lugar santo, porque isto é a tua porção, e a porção de teus
filhos, das ofertas queimadas do Senhor; porque assim me foi
ordenado.
14. Também o peito da oferta movida e a coxa da oferta
alçada, comê-los-eis em lugar limpo, tu, e teus filhos e tuas filhas contigo;
porquanto são eles dados como tua porção, e como porção de teus filhos, dos
sacrifícios das ofertas pacíficas dos filhos de Israel.
15. Trarão a
coxa da oferta alçada e o peito da oferta movida juntamente com as ofertas
queimadas da gordura, para movê-los como oferta movida perante o Senhor; isso te
pertencerá como porção, a ti e a teus filhos contigo, para sempre, como o Senhor
tem ordenado.
16. E Moisés buscou diligentemente o bode da oferta pelo
pecado, e eis que já tinha sido queimado; pelo que se indignou grandemente
contra Eleazar e contra Itamar, os filhos que de Arão ficaram, e lhes
disse:
17. Por que não comestes a oferta pelo pecado em lugar santo,
visto que é coisa santíssima, e o Senhor a deu a vós para levardes a iniqüidade
da congregação, para fazerdes expiação por eles diante do Senhor?
18.
Eis que não se trouxe o seu sangue para dentro do santuário; certamente a
devíeis ter comido em lugar santo, como eu havia ordenado.
19. Então
disse Arão a Moisés: Eis que hoje ofereceram a sua oferta pelo pecado e o seu
holocausto perante o Senhor, e tais coisas como essas me têm acontecido; se eu
tivesse comido hoje a oferta pelo pecado, porventura teria sido isso coisa
agradável aos olhos do Senhor?
20. Ouvindo Moisés isto, pareceu-lhe
razoável.
[Levítico 11]Levítico
11
1. Falou o Senhor a Moisés e a Arão,
dizendo-lhes:
2. Dizei aos filhos de Israel: Estes são os animais que
podereis comer dentre todos os animais que há sobre a terra:
3. dentre
os animais, todo o que tem a unha fendida, de sorte que se divide em duas, o que
rumina, esse podereis comer.
4. Os seguintes, contudo, não comereis,
dentre os que ruminam e dentre os que têm a unha fendida: o camelo, porque
rumina mas não tem a unha fendida, esse vos será imundo;
5. o
querogrilo, porque rumina mas não tem a unha fendida, esse vos será
imundo;
6. a lebre, porque rumina mas não tem a unha fendida, essa vos
será imunda;
7. e o porco, porque tem a unha fendida, de sorte que se
divide em duas, mas não rumina, esse vos será imundo.
8. Da sua carne
não comereis, nem tocareis nos seus cadáveres; esses vos serão
imundos.
9. Estes são os que podereis comer de todos os que há nas
águas: todo o que tem barbatanas e escamas, nas águas, nos mares e nos rios,
esse podereis comer.
10. Mas todo o que não tem barbatanas, nem
escamas, nos mares e nos rios, todo réptil das águas, e todos os animais que
vivem nas águas, estes vos serão abomináveis,
11. tê-los-eis em
abominação; da sua carne não comereis, e abominareis os seus
cadáveres.
12. Tudo o que não tem barbatanas nem escamas, nas águas,
será para vós abominável.
13. Dentre as aves, a estas abominareis; não
se comerão, serão abomináveis: a águia, o quebrantosso, o
xofrango,
14. o açor, o falcão segundo a sua espécie,
15.
todo corvo segundo a sua espécie,
16. o avestruz, o mocho, a gaivota,
o gavião segundo a sua espécie,
17. o bufo, o corvo marinho, a
coruja,
18. o porfirião, o pelicano, o abutre,
19. a
cegonha, a garça segundo a sua, espécie, a poupa e o morcego.
20.
Todos os insetos alados que andam sobre quatro pés, serão para vós uma
abominação.
21. Contudo, estes há que podereis comer de todos os
insetos alados que andam sobre quatro pés: os que têm pernas sobre os seus pés,
para saltar com elas sobre a terra;
22. isto é, deles podereis comer
os seguintes: o gafanhoto segundo a sua espécie, o solham segundo a sua espécie,
o hargol segundo a sua espécie e o hagabe segundo a sua espécie.
23.
Mas todos os outros insetos alados que têm quatro pés, serão para vós uma
abominação.
24. Também por eles vos tornareis imundos; qualquer que
tocar nos seus cadáveres, será imundo até a tarde,
25. e quem levar
qualquer parte dos seus cadáveres, lavará as suas vestes, e será imundo até a
tarde.
26. Todo animal que tem unhas fendidas, mas cuja fenda não as
divide em duas, e que não rumina, será para vós imundo; qualquer que tocar neles
será imundo.
27. Todos os plantígrados dentre os quadrúpedes, esses
vos serão imundos; qualquer que tocar nos seus cadáveres será imundo até a
tarde,
28. e o que levar os seus cadáveres lavará as suas vestes, e
será imundo até a tarde; eles serão para vós imundos.
29. Estes também
vos serão por imundos entre os animais que se arrastam sobre a terra: a doninha,
o rato, o crocodilo da terra segundo a sua espécie,
30. o musaranho, o
crocodilo da água, a lagartixa, o lagarto e a toupeira.
31. Esses vos
serão imundos dentre todos os animais rasteiros; qualquer que os tocar, depois
de mortos, será imundo até a tarde;
32. e tudo aquilo sobre o que cair
o cadáver de qualquer deles será imundo; seja vaso de madeira, ou vestidura, ou
pele, ou saco, seja qualquer instrumento com que se faz alguma obra, será metido
na água, e será imundo até a tarde; então será limpo.
33. E quanto a
todo vaso de barro dentro do qual cair algum deles, tudo o que houver nele será
imundo, e o vaso quebrareis.
34. Todo alimento depositado nele, que se
pode comer, sobre o qual vier água, será imundo; e toda bebida que se pode
beber, sendo depositada em qualquer destes vasos será imunda.
35. E
tudo aquilo sobre o que cair: alguma parte dos cadáveres deles será imundo; seja
forno, seja fogão, será quebrado; imundos são, portanto para vós serão
imundos.
36. Contudo, uma fonte ou cisterna, em que há depósito de
água, será limpa; mas quem tocar no cadáver será imundo.
37. E, se dos
seus cadáveres cair alguma coisa sobre alguma semente que se houver de semear,
esta será limpa;
38. mas se for deitada água sobre a semente, e se dos
cadáveres cair alguma coisa sobre ela, então ela será para vós
imunda.
39. E se morrer algum dos animais de que vos é lícito comer,
quem tocar no seu cadáver será imundo até a tarde;
40. e quem comer do
cadáver dele lavará as suas vestes, e será imundo até a tarde; igualmente quem
levar o cadáver dele lavará as suas vestes, e será imundo até a
tarde.
41. Também todo animal rasteiro que se move sobre a terra será
abominação; não se comerá.
42. Tudo o que anda sobre o ventre, tudo o
que anda sobre quatro pés, e tudo o que tem muitos pés, enfim todos os animais
rasteiros que se movem sobre a terra, desses não comereis, porquanto são
abomináveis.
43. Não vos tomareis abomináveis por nenhum animal
rasteiro, nem neles vos contaminareis, para não vos tornardes imundos por
eles.
44. Porque eu sou o Senhor vosso Deus; portanto santificai-vos,
e sede santos, porque eu sou santo; e não vos contaminareis com nenhum animal
rasteiro que se move sobre a terra;
45. porque eu sou o Senhor, que
vos fiz subir da terra do Egito, para ser o vosso Deus, sereis pois santos,
porque eu sou santo.
46. Esta é a lei sobre os animais e as aves, e
sobre toda criatura vivente que se move nas águas e toda criatura que se arrasta
sobre a terra;
47. para fazer separação entre o imundo e o limpo, e
entre os animais que se podem comer e os animais que não se podem
comer.
[Levítico 12]Levítico
12
1. Disse mais o Senhor a Moisés:
2. Fala
aos filhos de Israel, dizendo: Se uma mulher conceber e tiver um menino, será
imunda sete dias; assim como nos dias da impureza da sua enfermidade, será
imunda.
3. E no dia oitavo se circuncidará ao menino a carne do seu
prepúcio.
4. Depois permanecerá ela trinta e três dias no sangue da
sua purificação; em nenhuma coisa sagrada tocará, nem entrará no santuário até
que se cumpram os dias da sua purificação.
5. Mas, se tiver uma
menina, então será imunda duas semanas, como na sua impureza; depois permanecerá
sessenta e seis dias no sangue da sua purificação.
6. E, quando forem
cumpridos os dias da sua purificação, seja por filho ou por filha, trará um
cordeiro de um ano para holocausto, e um pombinho ou uma rola para oferta pelo
pecado, à porta da tenda da revelação, o ao sacerdote,
7. o qual o
oferecerá perante o Senhor, e fará, expiação por ela; então ela será limpa do
fluxo do seu sangue. Esta é a lei da que der à luz menino ou
menina.
8. Mas, se as suas posses não bastarem para um cordeiro, então
tomará duas rolas, ou dois pombinhos: um para o holocausto e outro para a oferta
pelo pecado; assim o sacerdote fará expiação por ela, e ela será
limpa.
[Levítico 13]Levítico
13
1. Falou mais o Senhor a Moisés e a Arão,
dizendo:
2. Quando um homem tiver na pele da sua carne inchação, ou
pústula, ou mancha lustrosa, e esta se tornar na sua pele como praga de lepra,
então será levado a Arão o sacerdote, ou a um de seus filhos, os
sacerdotes,
3. e o sacerdote examinará a praga na pele da carne. Se o
pêlo na praga se tiver tornado branco, e a praga parecer mais profunda que a
pele, é praga de lepra; o sacerdote, verificando isto, o declarará
imundo.
4. Mas, se a mancha lustrosa na sua pele for branca, e não
parecer mais profunda que a pele, e o pêlo não se tiver tornado branco, o
sacerdote encerrará por sete dias aquele que tem a praga.
5. Ao sétimo
dia o sacerdote o examinará; se a praga, na sua opinião, tiver parado e não se
tiver estendido na pele, o sacerdote o encerrará por outros sete
dias.
6. Ao sétimo dia o sacerdote o examinará outra vez; se a praga
tiver escurecido, não se tendo estendido na pele, o sacerdote o declarará limpo;
é uma pústula. O homem lavará as suas vestes, e será limpo.
7. Mas se
a pústula se estender muito na pele, depois de se ter mostrado ao sacerdote para
a sua purificação, mostrar-se-á de novo ao sacerdote,
8. o qual o
examinará; se a pústula se tiver estendido na pele, o sacerdote o declarará
imundo; é lepra.
9. Quando num homem houver praga de lepra, será ele
levado ao sacerdote,
10. o qual o examinará; se houver na pele
inchação branca que tenha tornado branco o pêlo, e houver carne viva na
inchação,
11. lepra inveterada é na sua pele. Portanto, o sacerdote o
declarará imundo; não o encerrará, porque imundo é.
12. Se a lepra se
espalhar muito na pele, e cobrir toda a pele do que tem a praga, desde a cabeça
até os pés, quanto podem ver os olhos do sacerdote,
13. este o
examinará; e, se a lepra tiver coberto a carne toda, declarará limpo o que tem a
praga; ela toda se tornou branca; o homem é limpo.
14. Mas no dia em
que nele aparecer carne viva será imundo.
15. Examinará, pois, o
sacerdote a carne viva, e declarará o homem imundo; a carne viva é imunda; é
lepra.
16. Ou, se a carne viva mudar, e ficar de novo branca, ele virá
ao sacerdote,
17. e este o examinará; se a praga se tiver tornado
branca, o sacerdote declarará limpo o que tem a praga; limpo está.
18.
Quando também a carne tiver na sua pele alguma úlcera, se esta
sarar,
19. e em seu lugar vier inchação branca ou mancha lustrosa,
tirando a vermelho, mostrar-se-á ao sacerdote,
20. e este a examinará;
se ela parecer mais profunda que a pele, e o pêlo se tiver tornado branco, o
sacerdote declarará imundo o homem; é praga de lepra, que brotou na
úlcera.
21. Se, porém, o sacerdote a examinar, e nela não houver pêlo
branco e não estiver mais profunda que a pele, mas tiver escurecido, o sacerdote
encerrará por sete dias o homem.
22. Se ela se estender na pele, o
sacerdote o declarará imundo; é praga.
23. Mas se a mancha lustrosa
parar no seu lugar, não se estendendo, é a cicatriz da úlcera; o sacerdote,
pois, o declarará limpo.
24. Ou, quando na pele da carne houver
queimadura de fogo, e a carne viva da queimadura se tornar em mancha lustrosa,
tirando a vermelho ou branco,
25. o sacerdote a examinará, e se o pêlo
na mancha lustrosa se tiver tornado branco, e ela parecer mais profunda que a
pele, é lepra; brotou na queimadura; portanto o sacerdote o declarará imundo; é
praga de lepra.
26. Mas se o sacerdote a examinar, e na mancha
lustrosa não houver pêlo branco, nem estiver mais profunda que a pele, mas tiver
escurecido, o sacerdote o encerrará por sete dias.
27. Ao sétimo dia o
sacerdote o examinará. Se ela se houver estendido na pele, o sacerdote o
declarará imundo; é praga de lepra.
28. Mas se a mancha lustrosa tiver
parado no seu lugar, não se estendendo na pele, e tiver escurecido, é a inchação
da queimadura; portanto o sacerdote o declarará limpo; porque é a cicatriz da
queimadura.
29. E quando homem (ou mulher) tiver praga na cabeça ou na
barba,
30. o sacerdote examinará a praga, e se ela parecer mais
profunda que a pele, e nela houver pêlo fino amarelo, o sacerdote o declarará
imundo; é tinha, é lepra da cabeça ou da barba.
31. Mas se o sacerdote
examinar a praga da tinha, e ela não parecer mais profunda que a pele, e nela
não houver pêlo preto, o sacerdote encerrará por sete dias o que tem a praga da
tinha.
32. Ao sétimo dia o sacerdote examinará a praga; se a tinha não
se tiver estendido, e nela não houver pêlo amarelo, nem a tinha parecer mais
profunda que a pele,
33. o homem se rapará, mas não rapará a tinha; e
o sacerdote encerrará por mais sete dias o que tem a tinha.
34. Ao
sétimo dia o sacerdote examinará a tinha; se ela não se houver estendido na
pele, e não parecer mais profunda que a pele, o sacerdote declarará limpo o
homem; o qual lavará as suas vestes, e será limpo.
35. Mas se, depois
da sua purificação, a tinha estender na pele,
36. o sacerdote o
examinará; se a tinha se tiver estendido na pele, o sacerdote não buscará pêlo
amarelo; o homem está imundo.
37. Mas se a tinha, a seu ver, tiver
parado, e nela tiver crescido pêlo preto, a tinha terá sarado; limpo está o
homem; portanto o sacerdote o declarará limpo.
38. Quando homem (ou
mulher) tiver na pele da sua carne manchas lustrosas, isto é, manchas lustrosas
brancas,
39. o sacerdote as examinará; se essas manchas lustrosas
forem brancas tirando a escuro, é impigem que brotou na pele; o homem é
limpo.
40. Quando a cabeça do homem se pelar, ele é calvo; contudo é
limpo.
41. E, se a frente da sua cabeça se pelar, ele é meio calvo;
contudo é limpo.
42. Mas se na calva, ou na meia calva, houver praga
branca tirando a vermelho, é lepra que lhe está brotando na calva ou na meia
calva.
43. Então o sacerdote o examinará, e se a inchação da praga na
calva ou na meia calva for branca tirando a vermelho, como parece a lepra na
pele da carne,
44. leproso é aquele homem, é imundo; o sacerdote
certamente o declarará imundo; na sua cabeça está a praga.
45. Também
as vestes do leproso, em quem está a praga, serão rasgadas; ele ficará com a
cabeça descoberta e de cabelo solto, mas cobrirá o bigode, e clamará: Imundo,
imundo.
46. Por todos os dias em que a praga estiver nele, será
imundo; imundo é; habitará só; a sua habitação será fora do
arraial.
47. Quando também houver praga de lepra em alguma vestidura,
seja em vestidura de lã ou em vestidura de linho,
48. quer na
urdidura, quer na trama, seja de linho ou seja de lã; ou em pele, ou em qualquer
obra de pele;
49. se a praga na vestidura, quer na urdidura, quer na
trama, ou na pele, ou em qualquer coisa de pele, for verde ou vermelha, é praga
de lepra, pelo que se mostrará ao sacerdote;
50. o sacerdote examinará
a praga, e encerrará por sete dias aquilo que tem a praga.
51. Ao
sétimo dia examinará a praga; se ela se houver estendido na vestidura, quer na
urdidura, quer na trama, ou na pele, seja qual for a obra em que se empregue, a
praga é lepra roedora; é imunda.
52. Pelo que se queimará aquela
vestidura, seja a urdidura ou a trama, seja de lã ou de linho, ou qualquer obra
de pele, em que houver a praga, porque é lepra roedora; queimar-se-á ao
fogo.
53. Mas se o sacerdote a examinar, e ela não se tiver estendido
na vestidura, seja na urdidura, seja na trama, ou em qualquer obra de
pele,
54. o sacerdote ordenará que se lave aquilo, em que está a
praga, e o encerrará por mais sete dias.
55. O sacerdote examinará a
praga, depois de lavada, e se ela não tiver mudado de cor, nem se tiver
estendido, é imunda; no fogo a queimarás; é praga penetrante, seja por dentro,
seja por fora.
56. Mas se o sacerdote a examinar, e a praga tiver
escurecido, depois de lavada, então a rasgará da vestidura, ou da pele, ou da
urdidura, ou da trama;
57. se ela ainda aparecer na vestidura, seja na
urdidura, seja na trama, ou em qualquer coisa de pele, é lepra brotante; no fogo
queimarás aquilo em que há a praga.
58. Mas a vestidura, quer a
urdidura, quer a trama, ou qualquer coisa de pele, que lavares, e de que a praga
se retirar, se lavará segunda vez, e será limpa.
59. Esta é a lei da
praga da lepra na vestidura de lã, ou de linho, quer na urdidura, quer na rama,
ou em qualquer coisa de pele, para declará-la limpa, ou para declará-la
imunda.
[Levítico 14]Levítico
14
1. Depois disse o Senhor a Moisés:
2. Esta
será a lei do leproso no dia da sua purificação: será levado ao
sacerdote,
3. e este sairá para fora do arraial, e o examinará; se a
praga do leproso tiver sarado,
4. o sacerdote ordenará que, para
aquele que se há de purificar, se tomem duas aves vivas e limpas, pau de cedro,
carmesim e hissopo.
5. Mandará também que se imole uma das aves num
vaso de barro sobre águas vivas.
6. Tomará a ave viva, e com ela o pau
de cedro, o carmesim e o hissopo, os quais molhará, juntamente com a ave viva,
no sangue da ave que foi imolada sobre as águas vivas;
7. e o
espargirá sete vezes sobre aquele que se há de purificar da lepra; então o
declarará limpo, e soltará a ave viva sobre o campo aberto.
8. Aquele
que se há de purificar lavará as suas vestes, rapará todo o seu pêlo e se lavará
em água; assim será limpo. Depois entrará no arraial, mas ficará fora da sua
tenda por sete dias.
9. Ao sétimo dia rapará todo o seu pêlo, tanto a
cabeça como a barba e as sobrancelhas, sim, rapará todo o pêlo; também lavará as
suas vestes, e banhará o seu corpo em água; assim será limpo.
10. Ao
oitavo dia tomará dois cordeiros sem defeito, e uma cordeira sem defeito, de um
ano, e três décimos de efa de flor de farinha para oferta de cereais, amassada
com azeite, e um logue de azeite;
11. e o sacerdote que faz a
purificação apresentará o homem que se há de purificar, bem como aquelas coisas,
perante o Senhor, à porta da tenda da revelação.
12. E o sacerdote
tomará um dos cordeiros, o oferecerá como oferta pela culpa; e, tomando também o
logue de azeite, os moverá por oferta de movimento perante o
Senhor.
13. E imolará o cordeiro no lugar em que se imola a oferta
pelo pecado e o holocausto, no lugar santo; porque, como a oferta pelo pecado
pertence ao sacerdote, assim também a oferta pela culpa; é coisa
santíssima.
14. Então o sacerdote tomará do sangue da oferta pela
culpa e o porá sobre a ponta da orelha direita daquele que se há de purificar, e
sobre o dedo polegar da sua mão direita, e sobre o dedo polegar do seu pé
direito.
15. Tomará também do logue de azeite, e o derramará na palma
da sua própria mão esquerda;
16. então molhará o dedo direito no
azeite que está na mão esquerda, e daquele azeite espargirá com o dedo sete
vezes perante o Senhor.
17. Do restante do azeite que está na sua mão,
o sacerdote porá sobre a ponta da orelha direita daquele que se há de purificar,
e sobre o dedo polegar da sua mão direita, e sobre o dedo polegar do seu pé
direito, por cima do sangue da oferta pela culpa;
18. e o restante do
azeite que está na sua mão, pô-lo-á sobre a cabeça daquele que se há de
purificar; assim o sacerdote fará expiação por ele perante o
Senhor.
19. Também o sacerdote oferecerá a oferta pelo pecado, e fará
expiação por aquele que se há de purificar por causa a sua imundícia; e depois
imolará o holocausto,
20. e oferecerá o holocausto e a oferta de
cereais sobre o altar; assim o sacerdote fará expiação por ele, e ele será
limpo.
21. Mas se for pobre, e as suas posses não bastarem para tanto,
tomará um cordeiro para oferta pela culpa como oferta de movimento, para fazer
expiação por ele, um décimo de efa de flor de farinha amassada com azeite, para
oferta de cereais, um logue de azeite,
22. e duas rolas ou dois
pombinhos, conforme suas posses permitirem; dos quais um será oferta pelo
pecado, e o outro holocausto.
23. Ao oitavo dia os trará, para a sua
purificação, ao sacerdote, à porta da tenda da revelação, perante o
Senhor;
24. e o sacerdote tomará o cordeiro da oferta pela culpa, e o
logue de azeite, e os moverá por oferta de movimento perante o
Senhor.
25. Então imolará o cordeiro da oferta pela culpa e, tomando
do sangue da oferta pela culpa, pô-lo-á sobre a ponta da orelha direita daquele
que se há de purificar, e sobre o dedo polegar da sua mão direita, e sobre o
dedo polegar do seu pé direito.
26. Também o sacerdote derramará do
azeite na palma da sua própria mão esquerda;
27. e com o dedo direito
espargirá do azeite que está na mão esquerda, sete vezes perante o
Senhor;
28. igualmente, do azeite que está na mão, porá na ponta da
orelha direita daquele que se há de purificar, e no dedo polegar da sua mão
direita, e no dedo polegar do seu pé direito, em cima do lugar do sangue da
oferta pela culpa;
29. e o restante do azeite que está na mão porá
sobre a cabeça daquele que se há de purificar, para fazer expiação por ele
perante o Senhor.
30. Então oferecerá uma das rolas ou um dos
pombinhos, conforme as suas posses lhe permitirem,
31. sim, conforme
as suas posses, um para oferta pelo pecado, e o outro como holocausto,
juntamente com a oferta de cereais; assim fará o sacerdote, perante o Senhor,
expiação por aquele que se há de purificar.
32. Esta é a lei daquele
em quem estiver a praga da lepra, e cujas posses não lhe permitirem apresentar a
oferta estipulada para a sua purificação.
33. Disse mais o Senhor a
Moisés e a Arão:
34. Quando tiverdes entrado na terra de Canaã, que
vos dou em possessão, e eu puser a praga da lepra em alguma casa da terra da
vossa possessão,
35. aquele a quem pertencer a casa virá e informará
ao sacerdote, dizendo: Parece-me que há como que praga em minha
casa.
36. E o sacerdote ordenará que despejem a casa, antes que entre
para examinar a praga, para que não se torne imundo tudo o que está na casa;
depois entrará o sacerdote para examinar a casa;
37. examinará a
praga, e se ela estiver nas paredes da casa em covinhas verdes ou vermelhas, e
estas parecerem mais profundas que a superfície,
38. o sacerdote,
saindo daquela casa, deixá-la-á fechada por sete dias.
39. Ao sétimo
dia voltará o sacerdote e a examinará; se a praga se tiver estendido nas paredes
da casa,
40. o sacerdote ordenará que arranquem as pedras em que
estiver a praga, e que as lancem fora da cidade, num lugar imundo;
41.
e fará raspar a casa por dentro ao redor, e o pó que houverem raspado deitarão
fora da cidade, num lugar imundo;
42. depois tomarão outras pedras, e
as porão no lugar das primeiras; e outra argamassa se tomará, e se rebocará a
casa.
43. Se, porém, a praga tornar a brotar na casa, depois de
arrancadas as pedras, raspada a casa e de novo rebocada,
44. o
sacerdote entrará, e a examinará; se a praga se tiver estendido na casa, lepra
roedora há na casa; é imunda.
45. Portanto se derrubará a casa, as
suas pedras, e a sua madeira, como também toda a argamassa da casa, e se levará
tudo para fora da cidade, a um lugar imundo.
46. Aquele que entrar na
casa, enquanto estiver fechada, será imundo até a tarde.
47. Aquele
que se deitar na casa lavará, as suas vestes; e quem comer na casa lavara as
suas vestes.
48. Mas, tornando o sacerdote a entrar, e examinando a
casa, se a praga não se tiver estendido nela, depois de ter sido rebocada, o
sacerdote declarará limpa a casa, porque a praga está curada.
49. E,
para purificar a casa, tomará duas aves, pau de cedro, carmesim e
hissopo;
50. imolará uma das aves num vaso de barro sobre águas
vivas;
51. tomará o pau de cedro, o hissopo, o carmesim e a ave viva,
e os molhará no sangue da ave imolada e nas águas vivas, e espargirá a casa sete
vezes;
52. assim purificará a casa com o sangue da ave, com as águas
vivas, com a ave viva, com o pau de cedro, com o hissopo e com o
carmesim;
53. mas soltará a ave viva para fora da cidade para o campo
aberto; assim fará expiação pela casa, e ela será limpa.
54. Esta é a
lei de toda sorte de praga de lepra e de tinha;
55. da lepra das
vestes e das casas;
56. da inchação, das pústulas e das manchas
lustrosas;
57. para ensinar quando alguma coisa será imunda, e quando
será limpa. Esta é a lei da lepra.
[Levítico 15]Levítico
15
1. Disse ainda o Senhor a Moisés e a
Arão:
2. Falai aos filhos de Israel, e dizei-lhes: Qualquer homem que
tiver fluxo da sua carne, por causa do seu fluxo será imundo.
3. Esta,
pois, será a sua imundícia por causa do seu fluxo: se a sua carne vasa o seu
fluxo, ou se a sua carne estanca o seu fluxo, esta é a sua
imundícia.
4. Toda cama em que se deitar aquele que tiver fluxo será
imunda; e toda coisa sobre o que se sentar, será imunda.
5. E,
qualquer que tocar na cama dele lavará as suas vestes, e se banhará em água, e
será imundo até a tarde.
6. E aquele que se sentar sobre aquilo em que
se sentou o que tem o fluxo, lavará as suas vestes, e se banhará em água; e será
imundo até a tarde,
7. Também aquele que tocar na carne do que tem o
fluxo, lavará as suas vestes, e se banhará em água, e será imundo até a
tarde.
8. Quando o que tem o fluxo cuspir sobre um limpo, então lavará
este as suas vestes, e se banhará em água, e será imundo até a
tarde.
9. Também toda sela, em que cavalgar o que tem o fluxo, será
imunda.
10. E qualquer que tocar em alguma coisa que tiver estado
debaixo dele será imundo até a tarde; e aquele que levar alguma dessas coisas,
lavará as suas vestes, e se banhará em água, e será imundo até a
tarde.
11. Também todo aquele em quem tocar o que tiver o fluxo, sem
haver antes lavado as mãos em água, lavará as suas vestes, e se banhará em água,
e será imundo até a tarde.
12. Todo vaso de barro em que tocar o que
tiver o fluxo será quebrado; porém todo vaso de madeira será lavado em
água.
13. Quando, pois, o que tiver o fluxo e ficar limpo do seu
fluxo, contará para si sete dias para a sua purificação, lavará as suas vestes,
banhará o seu corpo em águas vivas, e será limpo.
14. Ao oitavo dia
tomará para si duas rolas, ou dois pombinhos, e virá perante o Senhor, à porta
da tenda da revelação, e os dará ao sacerdote,
15. o qual os
oferecerá, um para oferta pelo pecado, e o outro para holocausto; e assim o
sacerdote fará por ele expiação perante o Senhor, por causa do seu
fluxo.
16. Também se sair de um homem o seu sêmen banhará o seu corpo
todo em água, e será imundo até a tarde.
17. E toda vestidura, e toda
pele sobre que houver sêmen serão lavadas em água, e serão imundas até a
tarde.
18. Igualmente quanto à mulher com quem o homem se deitar com
sêmen ambos se banharão em água, e serão imundos até a tarde.
19. Mas
a mulher, quando tiver fluxo, e o fluxo na sua carne for sangue, ficará na sua
impureza por sete dias, e qualquer que nela tocar será imundo até a
tarde.
20. E tudo aquilo sobre o que ela se deitar durante a sua
impureza, será imundo; e tudo sobre o que se sentar, será imundo.
21.
Também qualquer que tocar na sua cama, lavará as suas vestes, e se banhará em
água, e será imundo até a tarde.
22. E quem tocar em alguma coisa,
sobre o que ela se tiver sentado, lavará as suas vestes, e se banhará em água, e
será imundo até a tarde.
23. Se o sangue estiver sobre a cama, ou
sobre alguma coisa em que ela se sentar, quando alguém tocar nele, será imundo
até a tarde.
24. E se, com efeito, qualquer homem se deitar com ela, e
a sua imundícia ficar sobre ele, imundo será por sete dias; também toda cama,
sobre que ele se deitar, será imunda.
25. Se uma mulher tiver um fluxo
de sangue por muitos dias fora do tempo da sua impureza, ou quando tiver fluxo
de sangue por mais tempo do que a sua impureza, por todos os dias do fluxo da
sua imundícia será como nos dias da sua impureza; imunda será.
26.
Toda cama sobre que ela se deitar durante todos os dias do seu fluxo ser-lhe-á
como a cama da sua impureza; e toda coisa sobre que se sentar será imunda,
conforme a imundícia da sua impureza.
27. E qualquer que tocar nessas
coisas será imundo; portanto lavará as suas vestes, e se banhará em água, e será
imundo até a tarde.
28. Quando ela ficar limpa do seu fluxo, contará
para si sete dias, e depois será limpa.
29. Ao oitavo dia tomará para
si duas rolas, ou dois pombinhos, e os trará ao sacerdote, à porta da tenda da
revelação.
30. Então o sacerdote oferecerá um deles para oferta pelo
pecado, e o outro para holocausto; e o sacerdote fará por ela expiação perante o
Senhor, por causa do fluxo da sua imundícia.
31. Assim separareis os
filhos de Israel da sua imundícia, para que não morram na sua imundícia,
contaminando o meu tabernáculo, que está no meio deles.
32. Esta é a
lei daquele que tem o fluxo e daquele de quem sai o sêmen de modo que por eles
se torna imundo;
33. como também da mulher enferma com a sua impureza
e daquele que tem o fluxo, tanto do homem como da mulher, e do homem que se
deita com mulher imunda.
[Levítico 16]Levítico
16
1. Falou o Senhor a Moisés, depois da morte dos dois
filhos de Arão, que morreram quando se chegaram diante do Senhor.
2.
Disse, pois, o Senhor a Moisés: Dize a Arão, teu irmão, que não entre em todo
tempo no lugar santo, para dentro do véu, diante do propiciatório que está sobre
a arca, para que não morra; porque aparecerei na nuvem sobre o
propiciatório.
3. Com isto entrará Arão no lugar santo: com um
novilho, para oferta pelo pecado, e um carneiro para holocausto.
4.
Vestirá ele a túnica sagrada de linho, e terá as calças de linho sobre a sua
carne, e cingir-se-á com o cinto de linho, e porá na cabeça a mitra de linho;
essas são as vestes sagradas; por isso banhará o seu corpo em água, e as
vestirá.
5. E da congregação dos filhos de Israel tomará dois bodes
para oferta pelo pecado e um carneiro para holocausto.
6. Depois Arão
oferecerá o novilho da oferta pelo pecado, o qual será para ele, e fará expiação
por si e pela sua casa.
7. Também tomará os dois bodes, e os porá
perante o Senhor, à porta da tenda da revelação.
8. E Arão lançará
sortes sobre os dois bodes: uma pelo Senhor, e a outra por Azazel.
9.
Então apresentará o bode sobre o qual cair a sorte pelo Senhor, e o oferecerá
como oferta pelo pecado;
10. mas o bode sobre que cair a sorte para
Azazel será posto vivo perante o Senhor, para fazer expiação com ele a fim de
enviá-lo ao deserto para Azazel.
11. Arão, pois, apresentará o novilho
da oferta pelo pecado, que é por ele, e fará expiação por si e pela sua casa; e
imolará o novilho que é a sua oferta pelo pecado.
12. Então tomará um
incensário cheio de brasas de fogo de sobre o altar, diante do Senhor, e dois
punhados de incenso aromático bem moído, e os trará para dentro do
véu;
13. e porá o incenso sobre o fogo perante o Senhor, a fim de que
a nuvem o incenso cubra o propiciatório, que está sobre o testemunho, para que
não morra.
14. Tomará do sangue do novilho, e o espargirá com o dedo
sobre o propiciatório ao lado oriental; e perante o propiciatório espargirá do
sangue sete vezes com o dedo.
15. Depois imolará o bode da oferta pelo
pecado, que é pelo povo, e trará o sangue o bode para dentro do véu; e fará com
ele como fez com o sangue do novilho, espargindo-o sobre o propiciatório, e
perante o propiciatório;
16. e fará expiação pelo santuário por causa
das imundícias dos filhos de Israel e das suas transgressões, sim, de todos os
seus pecados. Assim também fará pela tenda da revelação, que permanece com eles
no meio das suas imundícias.
17. Nenhum homem estará na tenda da
revelação quando Arão entrar para fazer expiação no lugar santo, até que ele
saia, depois de ter feito expiação por si mesmo, e pela sua casa, e por toda a
congregação de Israel.
18. Então sairá ao altar, que está perante o
Senhor, e fará expiação pelo altar; tomará do sangue do novilho, e do sangue do
bode, e o porá sobre as pontas do altar ao redor.
19. E do sangue
espargirá com o dedo sete vezes sobre o altar, purificando-o e santificando-o
das imundícias dos filhos de Israel.
20. Quando Arão houver acabado de
fazer expiação pelo lugar santo, pela tenda da revelação, e pelo altar,
apresentará o bode vivo;
21. e, pondo as mãos sobre a cabeça do bode
vivo, confessará sobre ele todas as iniqüidades dos filhos de Israel, e todas as
suas transgressões, sim, todos os seus pecados; e os porá sobre a cabeça do
bode, e enviá-lo-á para o deserto, pela mão de um homem designado para
isso.
22. Assim aquele bode levará sobre si todas as iniqüidades deles
para uma região solitária; e esse homem soltará o bode no deserto.
23.
Depois Arão entrará na tenda da revelação, e despirá as vestes de linho, que
havia vestido quando entrara no lugar santo, e ali as deixará.
24. E
banhará o seu corpo em água num lugar santo, e vestirá as suas próprias vestes;
então sairá e oferecerá o seu holocausto, e o holocausto do povo, e fará
expiação por si e pelo povo.
25. Também queimará sobre o altar a
gordura da oferta pelo pecado.
26. E aquele que tiver soltado o bode
para Azazel lavará as suas vestes, e banhará o seu corpo em água, e depois
entrará no arraial.
27. Mas o novilho da oferta pelo pecado e o bode
da oferta pelo pecado, cujo sangue foi trazido para fazer expiação no lugar
santo, serão levados para fora do arraial; e lhes queimarão no fogo as peles, a
carne e o excremento.
28. Aquele que os queimar lavará as suas vestes,
banhara o seu corpo em água, e depois entrará no arraial.
29. Também
isto vos será por estatuto perpétuo: no sétimo mês, aos dez do mês, afligireis
as vossas almas, e não fareis trabalho algum, nem o natural nem o estrangeiro
que peregrina entre vos;
30. porque nesse dia se fará expiação por
vós, para purificar-vos; de todos os vossos pecados sereis purificados perante o
Senhor.
31. Será sábado de descanso solene para vós, e afligireis as
vossas almas; é estatuto perpétuo.
32. E o sacerdote que for ungido e
que for sagrado para administrar o sacerdócio no lugar de seu pai, fará a
expiação, havendo vestido as vestes de linho, isto é, as vestes
sagradas;
33. assim fará expiação pelo santuário; também fará expiação
pela tenda da revelação e pelo altar; igualmente fará expiação e pelos
sacerdotes e por todo o povo da congregação.
34. Isto vos será por
estatuto perpétuo, para fazer expiação uma vez no ano pelos filhos de Israel por
causa de todos os seus pecados. E fez Arão como o Senhor ordenara a
Moisés.
[Levítico 17]Levítico
17
1. Disse mais o Senhor a Moisés:
2. Fala a
Arão e aos seus filhos, e a s todos os filhos de Israel, e dize-lhes: Isto é o
que o Senhor tem ordenado:
3. Qualquer homem da casa de Israel que
imolar boi, ou cordeiro, ou cabra, no arraial, ou fora do arraial,
4.
e não o trouxer à porta da tenda da revelação, para o oferecer como oferta ao
Senhor diante do tabernáculo do Senhor, a esse homem será imputado o sangue;
derramou sangue, pelo que será extirpado do seu povo;
5. a fim de que
os filhos de Israel tragam os seus sacrifícios, que oferecem no campo, isto é, a
fim de que os tragam ao Senhor, à porta da tenda da revelação, ao sacerdote, e
os ofereçam por sacrifícios de ofertas, pacíficas ao Senhor.
6. E o
sacerdote espargirá o sangue sobre o altar do Senhor, à porta da tenda da
revelação, e queimará a gordura por cheiro suave ao Senhor.
7. E nunca
mais oferecerão os seus sacrifícios aos sátiros, após os quais eles se
prostituem; isso lhes será por estatuto perpétuo pelas suas
gerações.
8. Dir-lhes-ás pois: Qualquer homem da casa de Israel, ou
dos estrangeiros que entre vós peregrinam, que oferecer holocausto ou
sacrifício,
9. e não o trouxer à porta da tenda da revelação, para
oferecê-lo ao Senhor, esse homem será extirpado do seu povo.
10.
Também, qualquer homem da casa de Israel, ou dos estrangeiros que peregrinam
entre eles, que comer algum sangue, contra aquela alma porei o meu rosto, e a
extirparei do seu povo.
11. Porque a vida da carne está no sangue;
pelo que vo-lo tenho dado sobre o altar, para fazer expiação pelas vossas almas;
porquanto é o sangue que faz expiação, em virtude da vida.
12.
Portanto tenho dito aos filhos de Israel: Nenhum de vós comerá sangue; nem o
estrangeiro que peregrina entre vós comerá sangue.
13. Também,
qualquer homem dos filhos de Israel, ou dos estrangeiros que peregrinam entre
eles, que apanhar caça de fera ou de ave que se pode comer, derramará o sangue
dela e o cobrirá com pó.
14. Pois, quanto à vida de toda a carne, o
seu sangue é uma e a mesma coisa com a sua vida; por isso eu disse aos filhos de
Israel: Não comereis o sangue de nenhuma carne, porque a vida de toda a carne é
o seu sangue; qualquer que o comer será extirpado.
15. E todo homem,
quer natural quer estrangeiro, que comer do que morre por si ou do que é
dilacerado por feras, lavará as suas vestes, e se banhará em água, e será imundo
até a tarde; depois será limpo.
16. Mas, se não as lavar, nem banhar o
seu corpo, levará sobre si a sua iniquidade
[Levítico 18]Levítico 18
1. Disse mais o Senhor a
Moisés:
2. Fala aos filhos de Israel, e dize-lhes: Eu sou o Senhor
vosso Deus.
3. Não fareis segundo as obras da terra do Egito, em que
habitastes; nem fareis segundo as obras da terra de Canaã, para a qual eu vos
levo; nem andareis segundo os seus estatutos.
4. Os meus preceitos
observareis, e os meus estatutos guardareis, para andardes neles. Eu sou o
Senhor vosso Deus.
5. Guardareis, pois, os meus estatutos e as minhas
ordenanças, pelas quais o homem, observando-as, viverá. Eu sou o
Senhor.
6. Nenhum de vós se chegará àquela que lhe é próxima por
sangue, para descobrir a sua nudez. Eu sou o Senhor.
7. Não
descobrirás a nudez de teu pai, nem tampouco a de tua mãe; ela é tua mãe, não
descobrirás a sua nudez.
8. Não descobrirás a nudez da mulher de teu
pai; é nudez de teu pai.
9. A nudez de tua irmã por parte de pai ou
por parte de mãe, quer nascida em casa ou fora de casa, não a
descobrirás.
10. Nem tampouco descobrirás a nudez da filha de teu
filho, ou da filha de tua filha; porque é tua nudez.
11. A nudez da
filha da mulher de teu pai, gerada de teu pai, a qual é tua irmã, não a
descobrirás.
12. Não descobrirás a nudez da irmã de teu pai; ela é
parenta chegada de teu pai.
13. Não descobrirás a nudez da irmã de tua
mãe, pois ela é parenta chegada de tua mãe.
14. Não descobrirás a
nudez do irmão de teu pai; não te chegarás à sua mulher; ela é tua
tia.
15. Não descobrirás a nudez de tua nora; ,ela é mulher de teu
filho; não descobrirás a sua nudez.
16. Não descobrirás a nudez da
mulher de teu irmão; é a nudez de teu irmão.
17. Não descobrirás a
nudez duma mulher e de sua filha. Não tomarás a filha de seu filho, nem a filha
de sua filha, para descobrir a sua nudez; são parentas chegadas; é
maldade.
18. E não tomarás uma mulher juntamente com sua irmã, durante
a vida desta, para tornar-lha rival, descobrindo a sua nudez ao lado da
outra.
19. Também não te chegarás a mulher enquanto for impura em
virtude da sua imundícia, para lhe descobrir a nudez.
20. Nem te
deitarás com a mulher de teu próximo, contaminando-te com ela.
21. Não
oferecerás a Moloque nenhum dos teus filhos, fazendo-o passar pelo fogo; nem
profanarás o nome de teu Deus. Eu sou o Senhor.
22. Não te deitarás
com varão, como se fosse mulher; é abominação.
23. Nem te deitarás com
animal algum, contaminando-te com ele; nem a mulher se porá perante um animal,
para ajuntar-se com ele; é confusão.
24. Não vos contamineis com
nenhuma dessas coisas, porque com todas elas se contaminaram as nações que eu
expulso de diante de vós;
25. e, porquanto a terra está contaminada,
eu visito sobre ela a sua iniqüidade, e a terra vomita os seus
habitantes.
26. Vós, pois, guardareis os meus estatutos e os meus
preceitos, e nenhuma dessas abominações fareis, nem o natural, nem o estrangeiro
que peregrina entre vós
27. (porque todas essas abominações cometeram
os homens da terra, que nela estavam antes de vós, e a terra ficou
contaminada);
28. para que a terra não seja contaminada por vós e não
vos vomite também a vós, como vomitou a nação que nela estava antes de
vós.
29. Pois qualquer que cometer alguma dessas abominações, sim,
aqueles que as cometerem serão extirpados do seu povo.
30. Portanto
guardareis o meu mandamento, de modo que não caiais em nenhum desses abomináveis
costumes que antes de vós foram seguidos, e para que não vos contamineis com
eles. Eu sou o Senhor vosso Deus.
[Levítico 19]Levítico
19
1. Disse mais o Senhor a Moisés:
2. Fala a
toda a congregação dos filhos de Israel, e dize-lhes: Sereis santos, porque eu,
o Senhor vosso Deus, sou santo.
3. Temerá cada um a sua mãe e a seu
pai; e guardareis os meus sábados. Eu sou o Senhor vosso Deus.
4. Não
vos volteis para os ídolos, nem façais para vós deuses de fundição. Eu sou o
Senhor vosso Deus.
5. Quando oferecerdes ao Senhor sacrifício de
oferta pacífica, oferecê-lo-eis de modo a serdes aceitos.
6. No mesmo
dia, pois, em que o oferecerdes, e no dia seguinte, se comerá; mas o que sobejar
até o terceiro dia será queimado no fogo.
7. E se, na verdade, alguma
coisa dele for comida ao terceiro dia, é coisa abominável; não será
aceito.
8. E qualquer que o comer levará sobre si a sua iniqüidade,
porquanto profanou a coisa santa do Senhor; por isso tal alma será extirpada do
seu povo.
9. Quando fizeres a colheita da tua terra, não segarás
totalmente os cantos do teu campo, nem colherás as espigas caídas da tua
sega.
10. Semelhantemente não rabiscarás a tua vinha, nem colherás os
bagos caídos da tua vinha; deixá-los-ás para o pobre e para o estrangeiro. Eu
sou o senhor vosso Deus.
11. Não furtareis; não enganareis, nem
mentireis uns aos outros;
12. não jurareis falso pelo meu nome, assim
profanando o nome do vosso Deus. Eu sou o Senhor.
13. Não oprimirás o
teu próximo, nem o roubarás; a paga do jornaleiro não ficará contigo até pela
manhã.
14. Não amaldiçoarás ao surdo, nem porás tropeço diante do
cego; mas temerás a teu Deus. Eu sou o Senhor.
15. Não farás injustiça
no juízo; não farás acepção da pessoa do pobre, nem honrarás o poderoso; mas com
justiça julgarás o teu próximo.
16. Não andarás como mexeriqueiro
entre o teu povo; nem conspirarás contra o sangue do teu próximo. Eu sou o
Senhor.
17. Não odiarás a teu irmão no teu coração; não deixarás de
repreender o teu próximo, e não levarás sobre ti pecado por causa
dele.
18. Não te vingarás nem guardarás ira contra os filhos do teu
povo; mas amarás o teu próximo como a ti mesmo. Eu sou o Senhor.
19.
Guardareis os meus estatutos. Não permitirás que se cruze o teu gado com o de
espécie diversa; não semearás o teu campo com semente diversa; nem vestirás
roupa tecida de materiais diversos.
20. E, quando um homem se deitar
com uma mulher que for escrava, desposada com um homem, e que não for resgatada,
nem se lhe houver dado liberdade, então ambos serão açoitados; não morrerão,
pois ela não era livre.
21. E como a sua oferta pela culpa, trará o
homem ao Senhor, à porta da tenda da revelação, um carneiro para expiação de
culpa;
22. e, com o carneiro da oferta pela culpa, o sacerdote fará
expiação por ele perante o Senhor, pelo pecado que cometeu; e este lhe será
perdoado.
23. Quando tiverdes entrado na terra e tiverdes plantado
toda qualidade de árvores para delas comerdes, tereis o seu fruto como
incircunciso; por três anos ele vos será como incircunciso; dele não se
comerá.
24. No quarto ano, porém, todo o seu o fruto será santo, para
oferta de louvor ao Senhor.
25. E partindo do quinto ano comereis o
seu fruto; para que elas vos aumentem a sua produção. Eu sou o Senhor vosso
Deus.
26. Não comereis coisa alguma com o sangue; não usareis de
encantamentos, nem de agouros.
27. Não cortareis o cabelo,
arredondando os cantos da vossa cabeça, nem desfigurareis os cantos da vossa
barba.
28. Não fareis lacerações na vossa carne pelos mortos; nem no
vosso corpo imprimireis qualquer marca. Eu sou o Senhor.
29. Não
profanarás a tua filha, fazendo-a prostituir-se; para que a terra não se
prostitua e não se encha de maldade.
30. Guardareis os meus sábados, e
o meu santuário reverenciareis. Eu sou o Senhor.
31. Não vos voltareis
para os que consultam os mortos nem para os feiticeiros; não os busqueis para
não ficardes contaminados por eles. Eu sou o Senhor vosso Deus.
32.
Diante das cãs te levantarás, e honrarás a face do ancião, e temerás o teu Deus.
Eu sou o Senhor.
33. Quando um estrangeiro peregrinar convosco na
vossa terra, não o maltratareis.
34. Como um natural entre vós será o
estrangeiro que peregrinar convosco; amá-lo-eis como a vós mesmos; pois
estrangeiros fostes na terra do Egito. Eu sou o Senhor vosso Deus.
35.
Não cometereis injustiça no juízo, nem na vara, nem no peso, nem na
medida.
36. Balanças justas, pesos justos, efa justa, e justo him
tereis. Eu sou o Senhor vosso Deus, que vos tirei da terra do
Egito.
37. Pelo que guardareis todos os meus estatutos e todos os meus
preceitos, e os cumprireis. Eu sou o Senhor.
[Levítico 20]Levítico 20
1. Disse mais o Senhor a
Moisés:
2. Também dirás aos filhos de Israel: Qualquer dos filhos de
Israel, ou dos estrangeiros peregrinos em Israel, que der de seus filhos a
Moloque, certamente será morto; o povo da terra o apedrejará.
3. Eu
porei o meu rosto contra esse homem, e o extirparei do meio do seu povo;
porquanto eu de seus filhos a Moloque, assim contaminando o meu santuário e
profanando o meu santo nome.
4. E, se o povo da terra de alguma
maneira esconder os olhos para não ver esse homem, quando der de seus filhos a
Moloque, e não matar,
5. eu porei o meu rosto contra esse homem, e
contra a sua família, e o extirparei do meio do seu povo, bem como a todos os
que forem após ele, prostituindo-se após Moloque.
6. Quanto àquele que
se voltar para os que consultam os mortos e para os feiticeiros, prostituindo-se
após eles, porei o meu rosto contra aquele homem, e o extirparei do meio do seu
povo.
7. Portanto santificai-vos, e sede santos, pois eu sou o Senhor
vosso Deus.
8. Guardai os meus estatutos, e cumpri-os. Eu sou o
Senhor, que vos santifico.
9. Qualquer que amaldiçoar a seu pai ou a
sua mãe, certamente será morto; amaldiçoou a seu pai ou a sua mãe; o seu sangue
será sobre ele.
10. O homem que adulterar com a mulher de outro, sim,
aquele que adulterar com a mulher do seu próximo, certamente será morto, tanto o
adúltero, como a adúltera.
11. O homem que se deitar com a mulher de
seu pai terá descoberto a nudez de seu pai; ambos os adúlteros certamente serão
mortos; o seu sangue será sobre eles.
12. Se um homem se deitar com a
sua nora, ambos certamente serão mortos; cometeram uma confusão; o seu sangue
será sobre eles.
13. Se um homem se deitar com outro homem, como se
fosse com mulher, ambos terão praticado abominação; certamente serão mortos; o
seu sangue será sobre eles.
14. Se um homem tomar uma mulher e a mãe
dela, é maldade; serão queimados no fogo, tanto ele quanto elas, para que não
haja maldade no meio de vós.
15. Se um homem se ajuntar com um animal,
certamente será morto; também matareis o animal.
16. Se uma mulher se
chegar a algum animal, para ajuntar-se com ele, matarás a mulher e bem assim o
animal; certamente serão mortos; o seu sangue será sobre eles:
17. Se
um homem tomar a sua irmã, por parte de pai, ou por parte de mãe, e vir a nudez
dela, e ela a dele, é torpeza; portanto serão extirpados aos olhos dos filhos do
seu povo; terá descoberto a nudez de sua irmã; levará sobre si a sua
iniqüidade.
18. Se um homem se deitar com uma mulher no tempo da
enfermidade dela, e lhe descobrir a nudez, descobrindo-lhe também a fonte, e ela
descobrir a fonte do seu sangue, ambos serão extirpados do meio do seu
povo.
19. Não descobrirás a nudez da irmã de tua mãe, ou da irmã de
teu pai, porquanto isso será descobrir a sua parenta chegada; levarão sobre si a
sua iniqüidade.
20. Se um homem se deitar com a sua tia, terá
descoberto a nudez de seu tio; levarão sobre si o seu pecado; sem filhos
morrerão.
21. Se um homem tomar a mulher de seu irmão, é imundícia;
terá descoberto a nudez de seu irmão; sem filhos ficarão.
22.
Guardareis, pois, todos os meus estatutos e todos os meus preceitos, e os
cumprireis; a fim de que a terra, para a qual eu vos levo, para nela morardes,
não vos vomite.
23. E não andareis nos costumes dos povos que eu
expulso de diante de vós; porque eles fizeram todas estas coisas, e eu os
abominei.
24. Mas a vós vos tenho dito: Herdareis a sua terra, e eu
vo-la darei para a possuirdes, terra que mana leite e mel. Eu sou o Senhor vosso
Deus, que vos separei dos povos.
25. Fareis, pois, diferença entre os
animais limpos e os imundos, e entre as aves imundas e as limpas; e não fareis
abomináveis as vossas almas por causa de animais, ou de aves, ou de qualquer
coisa de tudo de que está cheia a terra, as quais coisas apartei de vós como
imundas.
26. E sereis para mim santos; porque eu, o Senhor, sou santo,
e vos separei dos povos, para serdes meus.
27. O homem ou mulher que
consultar os mortos ou for feiticeiro, certamente será morto. Serão apedrejados,
e o seu sangue será sobre eles.
[Levítico 21]Levítico
21
1. Depois disse o senhor a Moisés: Fala aos
sacerdotes, filhos de Arão, e dize-lhes: O sacerdote não se contaminará por
causa dum morto entre o seu povo,
2. salvo por um seu parente mais
chegado: por sua mãe ou por seu pai, por seu filho ou por sua filha, por seu
irmão,
3. ou por sua irmã virgem, que lhe é chegada, que ainda não tem
marido; por ela também pode contaminar-se.
4. O sacerdote, sendo homem
principal entre o seu povo, não se profanará, assim
contaminando-se.
5. Não farão os sacerdotes calva na cabeça, e não
raparão os cantos da barba, nem farão lacerações na sua carne.
6.
santos serão para seu Deus, e não profanarão o nome do seu Deus; porque oferecem
as ofertas queimadas do senhor, que são o pão do seu Deus; portanto serão
santos.
7. Não tomarão mulher prostituta ou desonrada, nem tomarão
mulher repudiada de seu marido; pois o sacerdote é santo para seu
Deus.
8. Portanto o santificarás; porquanto oferece o pão do teu Deus,
santo te será; pois eu, o Senhor, que vos santifico, sou santo.
9. E
se a filha dum sacerdote se profanar, tornando-se prostituta, profana a seu pai;
no fogo será queimada.
10. Aquele que é sumo sacerdote entre seus
irmãos, sobre cuja cabeça foi derramado o óleo da unção, e que foi consagrado
para vestir as vestes sagradas, não descobrirá a cabeça nem rasgará a sua
vestidura;
11. e não se chegará a cadáver algum; nem sequer por causa
de seu pai ou de sua, mãe se contaminará;
12. não sairá do santuário,
nem profanará o santuário do seu Deus; pois a coroa do óleo da unção do seu Deus
está sobre ele. Eu sou o Senhor.
13. E ele tomará por esposa uma
mulher na sua virgindade.
14. Viúva, ou repudiada, ou desonrada, ou
prostituta, destas não tomará; mas virgem do seu povo tomará por
mulher.
15. E não profanará a sua descendência entre o seu povo;
porque eu sou o Senhor que o santifico.
16. Disse mais o Senhor a
Moisés:
17. Fala a Arão, dizendo: Ninguém dentre os teus descendentes,
por todas as suas gerações, que tiver defeito, se chegará para oferecer o pão do
seu Deus.
18. Pois nenhum homem que tiver algum defeito se chegará:
como homem cego, ou coxo, ou de nariz chato, ou de membros demasiadamente
compridos,
19. ou homem que tiver o pé quebrado, ou a mão
quebrada,
20. ou for corcunda, ou anão, ou que tiver belida, ou sarna,
ou impigens, ou que tiver testículo lesado;
21. nenhum homem dentre os
descendentes de Arão, o sacerdote, que tiver algum defeito, se chegará para
oferecer as ofertas queimadas do Senhor; ele tem defeito; não se chegará para
oferecer o pão do seu Deus.
22. Comerá do pão do seu Deus, tanto do
santíssimo como do santo;
23. contudo, não entrará até o véu, nem se
chegará ao altar, porquanto tem defeito; para que não profane os meus
santuários; porque eu sou o Senhor que os santifico.
24. Moisés, pois,
assim falou a Arão e a seus filhos, e a todos os filhos de
Israel.
[Levítico 22]Levítico
22
1. Depois disse o Senhor a Moisés:
2. Dize
a Arão e a seus filhos que se abstenham das coisas sagradas dos filhos de
Israel, as quais eles a mim me santificam, e que não profanem o meu santo nome.
Eu sou o Senhor.
3. Dize-lhes: Todo homem dentre os vossos
descendentes pelas vossas gerações que, tendo sobre si a sua imundícia, se
chegar às coisas sagradas que os filhos de Israel santificam ao Senhor, aquela
alma será extirpada da minha presença. Eu sou o Senhor.
4. Ninguém
dentre os descendentes de Arão que for leproso, ou tiver fluxo, comerá das
coisas sagradas, até que seja limpo. Também o que tocar em alguma coisa tornada
imunda por causa e um morto, ou aquele de quem sair o sêmen
5. ou
qualquer que tocar em algum animal que se arrasta, pelo qual se torne imundo, ou
em algum homem, pelo qual se torne imundo, seja qual for a sua
imundícia,
6. o homem que tocar em tais coisas será imundo até a
tarde, e não comerá das coisas sagradas, mas banhará o seu corpo em
água
7. e, posto o sol, então será limpo; depois comerá das coisas
sagradas, porque isso é o seu pão.
8. Do animal que morrer por si, ou
do que for dilacerado por feras, não comerá o homem, para que não se contamine
com ele. Eu sou o Senhor.
9. Guardarão, pois, o meu mandamento, para
que, havendo-o profanado, não levem pecado sobre si e morram nele. Eu sou o
Senhor que os santifico.
10. Também nenhum estranho comerá das coisas
sagradas; nem o hóspede do sacerdote, nem o jornaleiro, comerá
delas.
11. Mas aquele que o sacerdote tiver comprado com o seu
dinheiro, e o nascido na sua casa, esses comerão do seu pão.
12. Se a
filha de um sacerdote se casar com um estranho, ela não comerá da oferta alçada
das coisas sagradas.
13. Mas quando a filha do sacerdote for viúva ou
repudiada, e não tiver filhos, e houver tornado para a casa de seu pai, como na
sua mocidade, do pão de seu pai comerá; mas nenhum estranho comerá
dele.
14. Se alguém por engano comer a coisa sagrada, repô-la-á,
acrescida da quinta parte, e a dará ao sacerdote como a coisa
sagrada.
15. Assim não profanarão as coisas sagradas dos filhos de
Israel, que eles oferecem ao Senhor,
16. nem os farão levar sobre si a
iniqüidade que envolve culpa, comendo as suas coisas sagradas; pois eu sou o
Senhor que as santifico.
17. Disse mais o Senhor a
Moisés:
18. Fala a Arão, e a seus filhos, e a todos os filhos de
Israel, e dize-lhes: Todo homem da casa de Israel, ou dos estrangeiros em
Israel, que oferecer a sua oferta, seja dos seus votos, seja das suas ofertas
voluntárias que oferecerem ao Senhor em holocausto,
19. para que
sejais aceitos, oferecereis macho sem defeito, ou dos novilhos, ou dos
cordeiros, ou das cabras.
20. Nenhuma coisa, porém, que tiver defeito
oferecereis, porque não será aceita a vosso favor.
21. E, quando
alguém oferecer sacrifício de oferta pacífica ao Senhor para cumprir um voto, ou
para oferta voluntária, seja do gado vacum, seja do gado miúdo, o animal será
perfeito, para que seja aceito; nenhum defeito haverá nele.
22. O
cego, ou quebrado, ou aleijado, ou que tiver úlceras, ou sarna, ou impigens,
estes não oferecereis ao Senhor, nem deles poreis oferta queimada ao Senhor
sobre o altar.
23. Todavia, um novilho, ou um cordeiro, que tenha
algum membro comprido ou curto demais, poderás oferecer por oferta voluntária,
mas para cumprir voto não será aceito.
24. Não oferecereis ao Senhor
um animal que tiver testículo machucado, ou moído, ou arrancado, ou lacerado;
não fareis isso na vossa terra.
25. Nem da mão do estrangeiro
oferecereis de alguma dessas coisas o pão do vosso Deus; porque a sua corrupção
nelas está; há defeito nelas; não serão aceitas a vosso favor.
26.
Disse mais o Senhor a Moisés:
27. Quando nascer um novilho, ou uma
ovelha, ou uma cabra, por sete dias ficará debaixo de sua mãe; depois, desde o
dia oitavo em diante, será aceito por oferta queimada ao Senhor.
28.
Também, seja vaca ou seja ovelha, não a imolareis a ela e à sua cria, ambas no
mesmo dia.
29. E, quando oferecerdes ao Senhor sacrifício de ação de
graças, oferecê-lo-eis de modo a serdes aceitos.
30. No mesmo dia se
comerá; nada deixareis ficar dele até pela manhã. Eu sou o Senhor.
31.
Guardareis os meus mandamentos, e os cumprireis. Eu sou o Senhor.
32.
Não profanareis o meu santo nome, e serei santificado no meio dos filhos de
Israel. Eu sou o Senhor que vos santifico,
33. que vos tirei da terra
do Egito para ser o vosso Deus. Eu sou o Senhor.
[Levítico 23]Levítico 23
1. Depois disse o Senhor a
Moisés:
2. Fala aos filhos de Israel, e dize-lhes: As festas fixas do
Senhor, que proclamareis como santas convocações, são estas:
3. Seis
dias se fará trabalho, mas o sétimo dia é o sábado do descanso solene, uma santa
convocação; nenhum trabalho fareis; é sábado do Senhor em todas as vossas
habitações.
4. São estas as festas fixas do Senhor, santas
convocações, que proclamareis no seu tempo determinado:
5. No mês
primeiro, aos catorze do mês, à tardinha, é a páscoa do Senhor.
6. E
aos quinze dias desse mês é a festa dos pães ázimos do Senhor; sete dias
comereis pães ázimos.
7. No primeiro dia tereis santa convocação;
nenhum trabalho servil fareis.
8. Mas por sete dias oferecereis oferta
queimada ao Senhor; ao sétimo dia haverá santa convocação; nenhum trabalho
servil fareis.
9. Disse mais o Senhor a Moisés:
10. Fala aos
filhos de Israel, e dize-lhes: Quando houverdes entrado na terra que eu vos dou,
e segardes a sua sega, então trareis ao sacerdote um molho das primícias da
vossa sega;
11. e ele moverá o molho perante o Senhor, para que sejais
aceitos. No dia seguinte ao sábado o sacerdote o moverá.
12. E no dia
em que moverdes o molho, oferecereis um cordeiro sem defeito, de um ano, em
holocausto ao Senhor.
13. Sua oferta de cereais será dois décimos de
efa de flor de farinha, amassada com azeite, para oferta queimada em cheiro
suave ao Senhor; e a sua oferta de libação será de vinho, um quarto de
him.
14. E não comereis pão, nem trigo torrado, nem espigas verdes,
até aquele mesmo dia, em que trouxerdes a oferta do vosso Deus; é estatuto
perpétuo pelas vossas gerações, em todas as vossas habitações.
15.
Contareis para vós, desde o dia depois do sábado, isto é, desde o dia em que
houverdes trazido o molho da oferta de movimento, sete semanas
inteiras;
16. até o dia seguinte ao sétimo sábado, contareis cinqüenta
dias; então oferecereis nova oferta de cereais ao Senhor.
17. Das
vossas habitações trareis, para oferta de movimento, dois pães de dois décimos
de efa; serão de flor de farinha, e levedados se cozerão; são primícias ao
Senhor.
18. Com os pães oferecereis sete cordeiros sem defeito, de um
ano, um novilho e dois carneiros; serão holocausto ao Senhor, com as respectivas
ofertas de cereais e de libação, por oferta queimada de cheiro suave ao
Senhor.
19. Também oferecereis um bode para oferta pelo pecado, e dois
cordeiros de um ano para sacrifício de ofertas pacíficas.
20. Então o
sacerdote os moverá, juntamente com os pães das primícias, por oferta de
movimento perante o Senhor, com os dois cordeiros; santos serão ao Senhor para
uso do sacerdote.
21. E fareis proclamação nesse mesmo dia, pois
tereis santa convocação; nenhum trabalho servil fareis; é estatuto perpétuo em
todas as vossas habitações pelas vossas gerações.
22. Quando fizeres a
sega da tua terra, não segarás totalmente os cantos do teu campo, nem colherás
as espigas caídas da tua sega; para o pobre e para o estrangeiro as deixarás. Eu
sou o Senhor vosso Deus.
23. Disse mais o Senhor a
Moisés:
24. Fala aos filhos de Israel: No sétimo mês, no primeiro dia
do mês, haverá para vós descanso solene, em memorial, com sonido de trombetas,
uma santa convocação.
25. Nenhum trabalho servil fareis, e oferecereis
oferta queimada ao Senhor.
26. Disse mais o Senhor a
Moisés:
27. Ora, o décimo dia desse sétimo mês será o dia da expiação;
tereis santa convocação, e afligireis as vossas almas; e oferecereis oferta
queimada ao Senhor.
28. Nesse dia não fareis trabalho algum; porque é
o dia da expiação, para nele fazer-se expiação por vós perante o Senhor vosso
Deus.
29. Pois toda alma que não se afligir nesse dia, será extirpada
do seu povo.
30. Também toda alma que nesse dia fizer algum trabalho,
eu a destruirei do meio do seu povo.
31. Não fareis nele trabalho
algum; isso será estatuto perpétuo pelas vossas gerações em todas as vossas
habitações.
32. Sábado de descanso vos será, e afligireis as vossas
almas; desde a tardinha do dia nono do mês até a outra tarde, guardareis o vosso
sábado.
33. Disse mais o Senhor a Moisés:
34. Fala aos
filhos de Israel, dizendo: Desde o dia quinze desse sétimo mês haverá a festa
dos tabernáculos ao Senhor por sete dias.
35. No primeiro dia haverá
santa convocação; nenhum trabalho servil fareis.
36. Por sete dias
oferecereis ofertas queimadas ao Senhor; ao oitavo dia tereis santa convocação,
e oferecereis oferta queimada ao Senhor; será uma assembléia solene; nenhum
trabalho servil fareis.
37. Estas são as festas fixas do Senhor, que
proclamareis como santas convocações, para oferecer-se ao Senhor oferta
queimada, holocausto e oferta de cereais, sacrifícios e ofertas de libação, cada
qual em seu dia próprio;
38. além dos sábados do Senhor, e além dos
vossos dons, e além de todos os vossos votos, e além de todas as vossas ofertas
voluntárias que derdes ao Senhor.
39. Desde o dia quinze do sétimo
mês, quando tiverdes colhido os frutos da terra, celebrareis a festa do Senhor
por sete dias; no primeiro dia haverá descanso solene, e no oitavo dia haverá
descanso solene.
40. No primeiro dia tomareis para vós o fruto de
árvores formosas, folhas de palmeiras, ramos de árvores frondosas e salgueiros
de ribeiras; e vos alegrareis perante o Senhor vosso Deus por sete
dias.
41. E celebrá-la-eis como festa ao Senhor por sete dias cada
ano; estatuto perpétuo será pelas vossas gerações; no mês sétimo a
celebrareis.
42. Por sete dias habitareis em tendas de ramos; todos os
naturais em Israel habitarão em tendas de ramos,
43. para que as
vossas gerações saibam que eu fiz habitar em tendas de ramos os filhos de
Israel, quando os tirei da terra do Egito. Eu sou o Senhor vosso
Deus.
44. Assim declarou Moisés aos filhos de Israel as festas fixas
do Senhor.
[Levítico 24]Levítico
24
1. Disse mais o Senhor a Moisés:
2. Ordena
aos filhos de Israel que te tragam, para o candeeiro, azeite de oliveira, puro,
batido, a fim de manter uma lâmpada acesa continuamente.
3. Arão a
conservará em ordem perante o Senhor, continuamente, desde a tarde até a manhã,
fora do véu do testemunho, na tenda da revelação; será estatuto perpétuo pelas
vossas gerações.
4. Sobre o candelabro de ouro puro conservará em
ordem as lâmpadas perante o Senhor continuamente.
5. Também tomarás
flor de farinha, e dela cozerás doze pães; cada pão será de dois décimos de
efa.
6. E pô-los-ás perante o Senhor, em duas fileiras, seis em cada
fileira, sobre a mesa de ouro puro.
7. Sobre cada fileira porás
incenso puro, para que seja sobre os pães como memorial, isto é, como oferta
queimada ao Senhor;
8. em cada dia de sábado, isso se porá em ordem
perante o Senhor continuamente; e, a favor dos filhos de Israel, um pacto
perpétuo.
9. Pertencerão os pães a Arão e a seus filhos, que os
comerão em lugar santo, por serem coisa santíssima para eles, das ofertas
queimadas ao Senhor por estatuto perpétuo.
10. Naquele tempo apareceu
no meio dos filhos de Israel o filho duma mulher israelita, o qual era filho dum
egípcio; e o filho da israelita e um homem israelita pelejaram no
arraial;
11. e o filho da mulher israelita blasfemou o Nome, e
praguejou; pelo que o trouxeram a Moisés. Ora, o nome de sua mãe era Selomite,
filha de Dibri, da tribo de Dã.
12. Puseram-no, pois, em detenção, até
que se lhes fizesse declaração pela boca do Senhor.
13. Então disse o
Senhor a Moisés:
14. Tira para fora do arraial o que tem blasfemado;
todos os que o ouviram porão as mãos sobre a cabeça dele, e toda a congregação o
apedrejará.
15. E dirás aos filhos de Israel: Todo homem que
amaldiçoar o seu Deus, levará sobre si o seu pecado.
16. E aquele que
blasfemar o nome do Senhor, certamente será morto; toda a congregação certamente
o apedrejará. Tanto o estrangeiro como o natural, que blasfemar o nome do
Senhor, será morto.
17. Quem matar a alguém, certamente será
morto;
18. e quem matar um animal, fará restituição por ele, vida por
vida.
19. Se alguém desfigurar o seu próximo, como ele fez, assim lhe
será feito:
20. quebradura por quebradura, olho por olho, dente por
dente; como ele tiver desfigurado algum homem, assim lhe será
feito.
21. Quem, pois, matar um animal, fará restituição por ele; mas
quem matar um homem, será morto.
22. uma mesma lei tereis, tanto para
o estrangeiro como para o natural; pois eu sou o Senhor vosso
Deus.
23. Então falou Moisés aos filhos de Israel. Depois eles levaram
para fora do arraial aquele que tinha blasfemado e o apedrejaram. Fizeram, pois,
os filhos de Israel como o Senhor ordenara a Moisés.
[Levítico 25]Levítico 25
1. Disse mais o Senhor a Moisés
no monte Sinai:
2. Fala aos filhos de Israel e dize-lhes: Quando
tiverdes entrado na terra que eu vos dou, a terra guardará um sábado ao
Senhor.
3. Seis anos semearás a tua terra, e seis anos podarás a tua
vinha, e colherás os seus frutos;
4. mas no sétimo ano haverá sábado
de descanso solene para a terra, um sábado ao Senhor; não semearás o teu campo,
nem podarás a tua vinha.
5. O que nascer de si mesmo da tua sega não
segarás, e as uvas da tua vide não tratada não vindimarás; ano de descanso
solene será para a terra.
6. Mas os frutos do sábado da terra vos
serão por alimento, a ti, e ao teu servo, e à tua serva, e ao teu jornaleiro, e
ao estrangeiro que peregrina contigo,
7. e ao teu gado, e aos animais
que estão na tua terra; todo o seu produto será por mantimento.
8.
Também contarás sete sábados de anos, sete vezes sete anos; de maneira que os
dias dos sete sábados de anos serão quarenta e nove anos.
9. Então, no
décimo dia do sétimo mês, farás soar fortemente a trombeta; no dia da expiação
fareis soar a trombeta por toda a vossa terra.
10. E santificareis o
ano qüinquagésimo, e apregoareis liberdade na terra a todos os seus habitantes;
ano de jubileu será para vós; pois tornareis, cada um à sua possessão, e cada um
à sua família.
11. Esse ano qüinquagésimo será para vós jubileu; não
semeareis, nem segareis o que nele nascer de si mesmo, nem nele vindimareis as
uvas das vides não tratadas.
12. Porque é jubileu; santo será para
vós; diretamente do campo comereis o seu produto.
13. Nesse ano do
jubileu tornareis, cada um à sua possessão.
14. Se venderdes alguma
coisa ao vosso próximo ou a comprardes da mão do vosso próximo, não vos
defraudareis uns aos outros.
15. Conforme o número de anos desde o
jubileu é que comprarás ao teu próximo, e conforme o número de anos das
colheitas é que ele te venderá.
16. Quanto mais forem os anos, tanto
mais aumentarás o preço, e quanto menos forem os anos, tanto mais abaixarás o
preço; porque é o número das colheitas que ele te vende.
17. Nenhum de
vós oprimirá ao seu próximo; mas temerás o teu Deus; porque eu sou o Senhor
vosso Deus.
18. Pelo que observareis os meus estatutos, e guardareis
os meus preceitos e os cumprireis; assim habitareis seguros na
terra.
19. Ela dará o seu fruto, e comereis a fartar; e nela
habitareis seguros.
20. Se disserdes: Que comeremos no sétimo ano,
visto que não haveremos de semear, nem fazer a nossa colheita?
21.
então eu mandarei a minha bênção sobre vós no sexto ano, e a terra produzirá
fruto bastante para os três anos.
22. No oitavo ano semeareis, e
comereis da colheita velha; até o ano nono, até que venha a colheita nova,
comereis da velha.
23. Também não se venderá a terra em perpetuidade,
porque a terra é minha; pois vós estais comigo como estrangeiros e
peregrinos:
24. Portanto em toda a terra da vossa possessão
concedereis que seja remida a terra.
25. Se teu irmão empobrecer e
vender uma parte da sua possessão, virá o seu parente mais chegado e remirá o
que seu irmão vendeu.
26. E se alguém não tiver remidor, mas ele mesmo
tiver enriquecido e achado o que basta para o seu resgate,
27. contará
os anos desde a sua venda, e o que ficar do preço da venda restituirá ao homem a
quem a vendeu, e tornará à sua possessão.
28. Mas, se as suas posses
não bastarem para reavê-la, aquilo que tiver vendido ficará na mão do comprador
até o ano do jubileu; porém no ano do jubileu sairá da posse deste, e aquele que
vendeu tornará à sua possessão.
29. Se alguém vender uma casa de
moradia em cidade murada, poderá remi-la dentro de um ano inteiro depois da sua
venda; durante um ano inteiro terá o direito de a remir.
30. Mas se,
passado um ano inteiro, não tiver sido resgatada, essa casa que está na cidade
murada ficará, em perpetuidade, pertencendo ao que a comprou, e à sua
descendência; não sairá o seu poder no jubileu.
31. Todavia as casas
das aldeias que não têm muro ao redor serão consideradas como o campo da terra;
poderão ser remidas, e sairão do poder do comprador no jubileu.
32.
Também, no tocante às cidades dos levitas, às casas das cidades da sua
possessão, terão eles direito perpétuo de remi-las.
33. E se alguém
comprar dos levitas uma casa, a casa comprada e a cidade da sua possessão sairão
do poder do comprador no jubileu; porque as casas das cidades dos levitas são a
sua possessão no meio dos filhos de Israel.
34. Mas o campo do
arrabalde das suas cidades não se poderá vender, porque lhes é possessão
perpétua.
35. Também, se teu irmão empobrecer ao teu lado, e lhe
enfraquecerem as mãos, sustentá-lo-ás; como estrangeiro e peregrino viverá
contigo.
36. Não tomarás dele juros nem ganho, mas temerás o teu Deus,
para que teu irmão viva contigo.
37. Não lhe darás teu dinheiro a
juros, nem os teus víveres por lucro.
38. Eu sou o Senhor vosso Deus,
que vos tirei da terra do Egito, para vos dar a terra de Canaã, para ser o vosso
Deus.
39. Também, se teu irmão empobrecer ao teu lado e vender-se a
ti, não o farás servir como escravo.
40. Como jornaleiro, como
peregrino estará ele contigo; até o ano do jubileu te servirá;
41.
então sairá do teu serviço, e com ele seus filhos, e tornará à sua família, à
possessão de seus pais.
42. Porque são meus servos, que tirei da terra
do Egito; não serão vendidos como escravos.
43. Não dominarás sobre
ele com rigor, mas temerás o teu Deus.
44. E quanto aos escravos ou às
escravas que chegares a possuir, das nações que estiverem ao redor de vós, delas
é que os comprareis.
45. Também os comprareis dentre os filhos dos
estrangeiros que peregrinarem entre vós, tanto dentre esses como dentre as suas
famílias que estiverem convosco, que tiverem eles gerado na vossa terra; e vos
serão por possessão.
46. E deixá-los-eis por herança aos vossos filhos
depois de vós, para os herdarem como possessão; desses tomareis os vossos
escravos para sempre; mas sobre vossos irmãos, os filhos de Israel, não
dominareis com rigor, uns sobre os outros.
47. Se um estrangeiro ou
peregrino que estiver contigo se tornar rico, e teu irmão, que está com ele,
empobrecer e vender-se ao estrangeiro ou peregrino que está contigo, ou à
linhagem da família do estrangeiro,
48. depois que se houver vendido,
poderá ser remido; um de seus irmãos o poderá remir;
49. ou seu tio,
ou o filho de seu tio, ou qualquer parente chegado da sua família poderá
remi-lo; ou, se ele se tiver tornado rico, poderá remir-se a si
mesmo.
50. E com aquele que o comprou fará a conta desde o ano em que
se vendeu a ele até o ano do jubileu; e o preço da sua venda será conforme o
número dos anos; conforme os dias de um jornaleiro estará com ele.
51.
Se ainda faltarem muitos anos, conforme os mesmos restituirá, do dinheiro pelo
qual foi comprado, o preço da sua redenção;
52. e se faltarem poucos
anos até o ano do jubileu, fará a conta com ele; segundo o número dos anos
restituirá o preço da sua redenção.
53. Como servo contratado de ano
em ano, estará com o comprador; o qual não dominará sobre ele com rigor diante
dos teus olhos.
54. E, se não for remido por nenhum desses meios,
sairá livre no ano do jubileu, e com ele seus filhos.
55. Porque os
filhos de Israel são meus servos; eles são os meus servos que tirei da terra do
Egito. Eu sou o Senhor vosso Deus.
[Levítico 26]Levítico
26
1. Não fareis para vós ídolos, nem para vós
levantareis imagem esculpida, nem coluna, nem poreis na vossa terra pedra com
figuras, para vos inclinardes a ela; porque eu sou o Senhor vosso
Deus.
2. Guardareis os meus sábados, e reverenciareis o meu santuário.
Eu sou o Senhor.
3. Se andardes nos meus estatutos, e guardardes os
meus mandamentos e os cumprires,
4. eu vos darei as vossas chuvas a
seu tempo, e a terra dará o seu produto, e as árvores do campo darão os seus
frutos;
5. a debulha vos continuará até a vindima, e a vindima até a
semeadura; comereis o vosso pão a fartar, e habitareis seguros na vossa
terra.
6. Também darei paz na terra, e vos deitareis, e ninguém vos
amedrontará. Farei desaparecer da terra os animais nocivos, e pela vossa terra
não passará espada.
7. Perseguireis os vossos inimigos, e eles cairão
à espada diante de vós.
8. Cinco de vós perseguirão a um cento deles,
e cem de vós perseguirão a dez mil; e os vossos inimigos cairão à espada diante
de vos.
9. Outrossim, olharei para vós, e vos farei frutificar, e vos
multiplicarei, e confirmarei o meu pacto convosco.
10. E comereis da
colheita velha por longo tempo guardada, até afinal a removerdes para dar lugar
à nova.
11. Também porei o meu tabernáculo no meio de vós, e a minha
alma não vos abominará.
12. Andarei no meio de vós, e serei o vosso
Deus, e vós sereis o meu povo.
13. Eu sou o Senhor vosso Deus, que vos
tirei da terra dos egípcios, para que não fôsseis seus escravos; e quebrei os
canzis do vosso jugo, e vos fiz andar erguidos.
14. Mas, se não me
ouvirdes, e não cumprirdes todos estes mandamentos,
15. e se
rejeitardes os meus estatutos, e a vossa alma desprezar os meus preceitos, de
modo que não cumprais todos os meus mandamentos, mas violeis o meu
pacto,
16. então eu, com efeito, vos farei isto: porei sobre vós o
terror, a tísica e a febre ardente, que consumirão os olhos e farão definhar a
vida; em vão semeareis a vossa semente, pois os vossos inimigos a
comerão.
17. Porei o meu rosto contra vós, e sereis feridos diante de
vossos inimigos; os que vos odiarem dominarão sobre vós, e fugireis sem que
ninguém vos persiga.
18. Se nem ainda com isto me ouvirdes,
prosseguirei em castigar-vos sete vezes mais, por causa dos vossos
pecados.
19. Pois quebrarei a soberba do vosso poder, e vos farei o
céu como ferro e a terra como bronze.
20. Em vão se gastará a vossa
força, porquanto a vossa terra não dará o seu produto, nem as árvores da terra
darão os seus frutos.
21. Ora, se andardes contrariamente para comigo,
e não me quiseres ouvir, trarei sobre vos pragas sete vezes mais, conforme os
vossos pecados.
22. Enviarei para o meio de vós as feras do campo, as
quais vos desfilharão, e destruirão o vosso gado, e vos reduzirão a pequeno
número; e os vossos caminhos se tornarão desertos.
23. Se nem ainda
com isto quiserdes voltar a mim, mas continuardes a andar contrariamente para
comigo,
24. eu também andarei contrariamente para convosco; e eu, eu
mesmo, vos ferirei sete vezes mais, por causa dos vossos pecados.
25.
Trarei sobre vós a espada, que executará a vingança do pacto, e vos aglomerareis
nas vossas cidades; então enviarei a peste entre vós, e sereis entregues na mão
do inimigo.
26. Quando eu vos quebrar o sustento do pão, dez mulheres
cozerão o vosso pão num só forno, e de novo vo-lo entregarão por peso; e
comereis, mas não vos fartareis.
27. Se nem ainda com isto me
ouvirdes, mas continuardes a andar contrariamente para comigo,
28.
também eu andarei contrariamente para convosco com furor; e vos castigarei sete
vezes mais, por causa dos vossos pecados.
29. E comereis a carne de
vossos filhos e a carne de vossas filhas.
30. Destruirei os vossos
altos, derrubarei as vossas imagens do sol, e lançarei os vossos cadáveres sobre
os destroços dos vossos ídolos; e a minha alma vos abominará.
31.
Reduzirei as vossas cidades a deserto, e assolarei os vossos santuários, e não
cheirarei o vosso cheiro suave.
32. Assolarei a terra, e sobre ela
pasmarão os vossos inimigos que nela habitam.
33. Espalhar-vos-ei por
entre as nações e, desembainhando a espada, vos perseguirei; a vossa terra será
assolada, e as vossas cidades se tornarão em deserto.
34. Então a
terra folgará nos seus sábados, todos os dias da sua assolação, e vós estareis
na terra dos vossos inimigos; nesse tempo a terra descansará, e folgará nos seus
sábados.
35. Por todos os dias da assolação descansará, pelos dias que
não descansou nos vossos sábados, quando nela habitáveis.
36. E,
quanto aos que de vós ficarem, eu lhes meterei pavor no coração nas terras dos
seus inimigos; e o ruído de uma folha agitada os porá em fuga; fugirão como quem
foge da espada, e cairão sem que ninguém os persiga;
37. sim, embora
não haja quem os persiga, tropeçarão uns sobre os outros como diante da espada;
e não podereis resistir aos vossos inimigos.
38. Assim perecereis
entre as nações, e a terra dos vossos inimigos vos devorará;
39. e os
que de vós ficarem definharão pela sua iniqüidade nas terras dos vossos
inimigos, como também pela iniqüidade de seus pais.
40. Então
confessarão a sua iniqüidade, e a iniqüidade de seus pais, com as suas
transgressões, com que transgrediram contra mim; igualmente confessarão que, por
terem andado contrariamente para comigo,
41. eu também andei
contrariamente para com eles, e os trouxe para a terra dos seus inimigos. Se
então o seu coração incircunciso se humilhar, e tomarem por bem o castigo da sua
iniqüidade,
42. eu me lembrarei do meu pacto com Jacó, do meu pacto
com Isaque, e do meu pacto com Abraão; e bem assim da terra me
lembrarei.
43. A terra também será deixada por eles e folgará nos seus
sábados, sendo assolada por causa deles; e eles tomarão por bem o castigo da sua
iniqüidade, em razão mesmo de que rejeitaram os meus preceitos e a sua alma
desprezou os meus estatutos.
44. Todavia, ainda assim, quando eles
estiverem na terra dos seus inimigos, não os rejeitarei nem os abominarei a
ponto de consumi-los totalmente e quebrar o meu pacto com eles; porque eu sou o
Senhor seu Deus.
45. Antes por amor deles me lembrarei do pacto com os
seus antepassados, que tirei da terra do Egito perante os olhos das nações, para
ser o seu Deus. Eu sou o Senhor.
46. São esses os estatutos, os
preceitos e as leis que o Senhor firmou entre si e os filhos de Israel, no monte
Sinai, por intermédio de Moisés.
[Levítico 27]Levítico
27
1. Disse mais o Senhor a Moisés:
2. Fala
aos filhos de Israel, e dize-lhes: Quando alguém fizer ao Senhor um voto
especial que envolve pessoas, o voto será cumprido segundo a tua avaliação das
pessoas.
3. Se for de um homem, desde a idade de vinte até sessenta
anos, a tua avaliação será de cinqüenta siclos de prata, segundo o siclo do
santuário.
4. Se for mulher, a tua avaliação será de trinta
siclos.
5. Se for de cinco anos até vinte, a tua avaliação do homem
será de vinte siclos, e da mulher dez siclos.
6. Se for de um mês até
cinco anos, a tua avaliação do homem será de cinco siclos de prata, e da mulher
três siclos de prata.
7. Se for de sessenta anos para cima, a tua
avaliação do homem será de quinze siclos, e da mulher dez siclos.
8.
Mas, se for mais pobre do que a tua avaliação, será apresentado perante o
sacerdote, que o avaliará conforme as posses daquele que tiver feito o
voto.
9. Se for animal dos que se oferecem em oferta ao Senhor, tudo
quanto der dele ao Senhor será santo.
10. Não o mudará, nem o trocará,
bom por mau, ou mau por bom; mas se de qualquer maneira trocar animal por
animal, tanto um como o outro será santo.
11. Se for algum animal
imundo, dos que não se oferecem em oferta ao Senhor, apresentará o animal diante
do sacerdote;
12. e o sacerdote o avaliará, seja bom ou seja mau;
segundo tu, sacerdote, o avaliares, assim será.
13. Mas, se o homem,
com efeito, quiser remi-lo, acrescentará a quinta parte sobre a tua
avaliação.
14. Quando alguém santificar a sua casa para ser santa ao
Senhor, o sacerdote a avaliará, seja boa ou seja má; como o sacerdote a avaliar,
assim será.
15. Mas, se aquele que a tiver santificado quiser remir a
sua casa, então acrescentará a quinta parte do dinheiro sobre a tua avaliação, e
terá a casa.
16. Se alguém santificar ao Senhor uma parte do campo da
sua possessão, então a tua avaliação será segundo a sua sementeira: um terreno
que leva um hômer de semente de cevada será avaliado em cinqüenta siclos de
prata.
17. Se ele santificar o seu campo a partir do ano do jubileu,
conforme a tua avaliação ficará.
18. Mas se santificar o seu campo
depois do ano do jubileu, o sacerdote lhe calculará o dinheiro conforme os anos
que restam até o ano do jubileu, e assim será feita a tua
avaliação.
19. Se aquele que tiver santificado o campo, com efeito,
quiser remi-lo, acrescentará a quinta parte do dinheiro da tua avaliação, e lhe
ficará assegurado o campo.
20. Se não o quiser remir, ou se houver
vendido o campo a outrem, nunca mais poderá ser remido.
21. Mas o
campo, quando sair livre no ano do jubileu, será santo ao Senhor, como campo
consagrado; a possessão dele será do sacerdote.
22. Se alguém
santificar ao Senhor um campo que tiver comprado, o qual não for parte do campo
da sua possessão,
23. o sacerdote lhe contará o valor da tua avaliação
até o ano do jubileu; e no mesmo dia dará a tua avaliação, como coisa santa ao
Senhor.
24. No ano do jubileu o campo tornará àquele de quem tiver
sido comprado, isto é, àquele a quem pertencer a possessão do
campo.
25. Ora, toda tua avaliação se fará conforme o siclo do
santuário; o siclo será de vinte jeiras.
26. Contudo o primogênito dum
animal, que por ser primogênito já pertence ao senhor, ninguém o santificará;
seja boi ou gado miúdo, pertence ao Senhor.
27. Mas se o primogênito
for dum animal imundo, remir-se-á segundo a tua avaliação, e a esta se
acrescentará a quinta parte; e se não for remido, será vendido segundo a tua
avaliação.
28. Todavia, nenhuma coisa consagrada ao Senhor por alguém,
daquilo que possui, seja homem, ou animal, ou campo da sua possessão, será
vendida nem será remida; toda coisa consagrada será santíssima ao
Senhor.
29. Nenhuma pessoa que dentre os homens for devotada será
resgatada; certamente será morta.
30. Também todos os dízimos da
terra, quer dos cereais, quer do fruto das árvores, pertencem ao senhor; santos
são ao Senhor.
31. Se alguém quiser remir uma parte dos seus dízimos,
acrescentar-lhe-á a quinta parte.
32. Quanto a todo dízimo do gado e
do rebanho, de tudo o que passar debaixo da vara, esse dízimo será santo ao
Senhor.
33. Não se examinará se é bom ou mau, nem se trocará; mas se,
com efeito, se trocar, tanto um como o outro será santo; não serão
remidos.
34. são esses os mandamentos que o Senhor ordenou a Moisés,
para os filhos de Israel, no monte Sinai.
[Números 1]Números 1
1. Falou o Senhor a Moisés no
deserto de Sinai, na tenda da revelação, no primeiro dia do segundo mês, no
segundo ano depois da saída dos filhos de Israel da terra do Egito,
dizendo:
2. Tomai a soma de toda a congregação dos filhos de Israel,
segundo as suas famílias, segundo as casas de seus pais, conforme o número dos
nomes de todo homem, cabeça por cabeça;
3. os da idade de vinte anos
para cima, isto é, todos os que em Israel podem sair à guerra, a esses contareis
segundo os seus exércitos, tu e Arão.
4. Estará convosco de cada tribo
um homem que seja cabeça da casa de seus pais.
5. Estes, pois, são os
nomes dos homens que vos assistirão: de Rúben Elizur, filho de
Sedeur;
6. de Simeão, Selumiel, filho de Zurisadai;
7. de
Judá, Nasom, filho de Aminadabe;
8. de Issacar, Netanel, filho de
Zuar;
9. de Zebulom, Eliabe, filho de Helom;
10. dos filhos
de José: de Efraim, Elisama, filho de Amiúde; de Manassés, Gamaliel, filho de
Pedazur;
11. de Benjamim, Abidã, filho de Gideôni;
12. de
Dã, Aizer, filho de Amisadai;
13. de Aser, Pagiel, filho de
Ocrã;
14. de Gade, Eliasafe, filho de o Deuel;
15. de
Naftali, Airá, Filho de Enã.
16. São esses os que foram chamados da
congregação, os príncipes das tribos de seus pais, os cabeças dos milhares de
Israel.
17. Então tomaram Moisés e Arão a esses homens que são
designados por nome;
18. e, tendo ajuntado toda a congregação no
primeiro dia do segundo mês, declararam a linhagem deles segundo as suas
famílias, segundo as casas de seus pais, conforme o número dos nomes dos de
vinte anos para cima, cabeça por cabeça;
19. como o Senhor ordenara a
Moisés, assim este os contou no deserto de Sinai.
20. Os filhos de
Rúben o primogênito de Israel, as suas gerações, pelas suas famílias, segundo as
casas de seus pais, conforme o número dos nomes, cabeça por cabeça, todo homem
de vinte anos para cima, todos os que podiam sair à guerra,
21. os que
foram contados deles, da tribo de Rúben eram quarenta e seis mil e
quinhentos.
22. Dos filhos de Simeão, as suas gerações, pelas suas
famílias, segundo as casas de seus pais, conforme o número dos nomes, cabeça por
cabeça, todo homem de vinte anos para cima, todos os que podiam sair à
guerra,
23. os que foram contados deles, da tribo de Simeão, eram
cinqüenta e nove mil e trezentos.
24. Dos filhos de Gade, as suas
gerações, pelas suas famílias, segundo as casas de seus pais, conforme o número
dos nomes dos de vinte anos para cima, todos os que podiam sair a
guerra,
25. os que foram contados deles, da tribo de Gade, eram
quarenta e cinco mil seiscentos e cinqüenta.
26. Dos filhos de Judá,
as suas gerações, pelas suas famílias, segundo as casas de seus pais, conforme o
número dos nomes dos de vinte anos para cima, todos os que podiam sair a
guerra,
27. os que foram contados deles, da tribo de Judá, eram
setenta e quatro mil e seiscentos.
28. Dos filhos de Issacar, as suas
gerações, pelas suas famílias, segundo as casas de seus pais, conforme o número
dos nomes dos de vinte anos para cima, todos os que podiam sair a
guerra,
29. os que foram contados deles, da tribo de Issacar, eram
cinqüenta e quatro mil e quatrocentos.
30. Dos filhos de Zebulom, as
suas gerações, pelas suas famílias, segundo as casas de seus pais, conforme o
número dos nomes dos de vinte anos para cima, todos os que podiam sair a
guerra,
31. os que foram contados deles, da tribo de Zebulom, eram
cinqüenta e sete mil e quatrocentos.
32. Dos filhos de José: dos
filhos de Efraim, as suas gerações, pelas suas famílias, segundo as casas de
seus pais, conforme o número dos nomes dos de vinte anos para cima, todos os que
podiam sair à guerra,
33. os que foram contados deles, da tribo de
Efraim, eram quarenta mil e quinhentos;
34. e dos filhos de Manassés,
as suas gerações, pelas suas famílias, segundo as casas de seus pais, conforme o
número dos nomes dos de vinte anos para cima, todos os que podiam sair à
guerra,
35. os que foram contados deles, da tribo de Manassés, eram
trinta e dois mil e duzentos.
36. Dos filhos de Benjamim, as suas
gerações, pelas suas famílias, segundo as casas de seus pais, conforme o número
dos nomes dos de vinte anos para cima, todos os que podiam sair à
guerra,
37. os que foram contados deles, da tribo de Benjamim, eram
trinta e cinco mil e quatrocentos.
38. Dos filhos de Dã, as suas
gerações, pelas suas famílias, segundo as casas de seus pais, conforme o número
dos nomes dos de vinte anos para cima, todos os que podiam sair à
guerra,
39. os que foram contados deles, da tribo de Dã, eram sessenta
e dois mil e setecentos.
40. Dos filhos de Aser, as suas gerações,
pelas suas famílias, segundo as casas de seus pais, conforme o numero dos nomes
dos de vinte anos para cima, todos os que podiam sair à guerra,
41. os
que foram contados deles, da tribo de Aser, eram quarenta e um mil e
quinhentos.
42. Dos filhos de Naftali, as suas gerações, pelas suas
famílias, segundo as casas de seus pais, conforme o número dos nomes dos de
vinte anos para cima, todos os que podiam sair a guerra,
43. os que
foram contados deles, da tribo de Naftali, eram cinqüenta e três mil e
quatrocentos,
44. São esses os que foram contados por Moisés e Arão, e
pelos príncipes de Israel, sendo estes doze homens e representando cada um a
casa de seus pais.
45. Assim todos os que foram contados dos filhos de
Israel, segundo as casas de seus pais, de vinte anos para cima, todos os de
Israel que podiam sair à guerra,
46. sim, todos os que foram contados
eram : seiscentos e três mil quinhentos e cinqüenta.
47. Mas os
levitas, segundo a tribo de e seus pais, não foram contados entre
eles;
48. porquanto o Senhor dissera a Moisés:
49. Somente
não contarás a tribo de Levi, nem tomarás a soma deles entre os filhos de
Israel;
50. mas tu põe os levitas sobre o tabernáculo do testemunho,
sobre todos os seus móveis, e sobre tudo o que lhe pertence. Eles levarão o
tabernáculo e todos os seus móveis, e o administrarão; e acampar-se-ão ao redor
do tabernáculo.
51. Quando o tabernáculo houver de partir, os levitas
o desarmarão; e quando o tabernáculo se houver de assentar, os levitas o
armarão; e o estranho que se chegar será morto.
52. Os filhos de
Israel acampar-se-ão, cada um no seu arraial, e cada um junto ao seu estandarte,
segundo os seus exércitos.
53. Mas os levitas acampar-se-ão ao redor
do tabernáculo do testemunho, para que não suceda acender-se ira contra a
congregação dos filhos de Israel; pelo que os levitas terão o cuidado da guarda
do tabernáculo do testemunho.
54. Assim fizeram os filhos de Israel;
conforme tudo o que o Senhor ordenara a Moisés, assim o fizeram.
[Números
2]Números 2
1. Disse o Senhor a Moisés
e a Arão:
2. Os filhos de Israel acampar-se-ão, cada um junto ao seu
estandarte, com as insígnias das casas de seus pais; ao redor, de frente para a
tenda da revelação, se acamparão.
3. Ao lado oriental se acamparão os
do estandarte do arraial de Judá, segundo os seus exércitos; e Nasom, filho de
Aminadabe, será o príncipe dos filhos de Judá.
4. E o seu exército, os
que foram contados deles, era de setenta e quatro mil e seiscentos.
5.
Junto a eles se acamparão os da tribo de Issacar; e Netanel, filho de Zuar, será
o príncipe dos filhos de Issacar.
6. E o seu exército, os que foram
contados deles, era de cinqüenta e quatro mil e quatrocentos.
7.
Depois a tribo de Zebulom; e Eliabe, filho de Helom, será o príncipe dos filhos
de Zebulom.
8. E o seu exército, os que foram contados deles, era de
cinqüenta e sete mil e quatrocentos.
9. Todos os que foram contados do
arraial de Judá eram cento e oitenta e seis mil e quatrocentos, segundo os seus
exércitos. Esses marcharão primeiro.
10. O estandarte do arraial de
Rúben segundo os seus exércitos, estará para a banda do sul; e Elizur, filho de
Sedeur, será o príncipe dos filhos de Rúben.
11. E o seu exército, os
que foram contados deles, era de quarenta e seis mil e quinhentos.
12.
Junto a ele se acamparão os da tribo de Simeão; e Selumiel, filho de Zurisadai,
será o príncipe dos filhos de Simeão.
13. E o seu exército, os que
foram contados deles, era de cinqüenta e nove mil e trezentos.
14.
Depois a tribo de Gade; e Eliasafe, filho de Reuel, será o príncipe dos filhos
de Gade.
15. E o seu exército, os que foram contados deles, era de
quarenta e cinco mil seiscentos e cinqüenta.
16. Todos os que foram
contados do arraial de Rúben eram cento e cinqüenta e um mil quatrocentos e
cinqüenta, segundo os seus exércitos. Esses marcharão em segundo
lugar.
17. Então partirá a tenda da revelação com o arraial dos
levitas no meio dos arraiais; como se acamparem, assim marcharão, cada um no seu
lugar, segundo os seus estandartes.
18. Para a banda do ocidente
estará o estandarte do arraial de Efraim, segundo os seus exércitos; e Elisama,
filho de Amiúde, será o príncipe dos filhos de Efraim.
19. E o seu
exército, os que foram contados deles, era de quarenta mil e
quinhentos.
20. Junto a eles estará a tribo de Manassés; e Gamaliel,
filho de Pedazur, será o príncipe dos filhos de Manassés.
21. E o seu
exército, os que foram contados deles, era de trinta e dois mil e
duzentos.
22. Depois a tribo de Benjamim; e Abidã, filho de Gideôni,
será o príncipe dos filhos de Benjamim.
23. E o seu exército, os que
foram contados deles, era de trinta e cinco mil e quatrocentos.
24.
Todos os que foram contados o arraial de Efraim eram cento e oito mil e cem,
segundo os seus exércitos. Esses marcharão em terceiro lugar.
25. Para
a banda do norte estará o estandarte do arraial de Dã, segundo os seus
exércitos; e Aiezer, filho de Amisadai, será o príncipe dos filhos de
Dã.
26. E o seu exército, os que foram contados deles, era de sessenta
e dois mil e setecentos.
27. Junto a eles se acamparão os da tribo de
Aser; e Pagiel, filho de Ocrã, será o príncipe dos filhos de Aser.
28.
E o seu exército, os que foram contados deles, era de quarenta e um mil e
quinhentos.
29. Depois a tribo de Naftali; e Airá, filho de Enã, será
o príncipe dos filhos de Naftali.
30. E o seu exército, os que foram
contados deles, era de cinqüenta e três mil e quatrocentos.
31. Todos
os que foram contados do arraial de Dã eram cento e cinqüenta e sete mil e
seiscentos. Esses marcharão em último lugar, segundo os seus
estandartes.
32. São esses os que foram contados dos filhos de Israel,
segundo as casas de seus pais; todos os que foram contados dos arraiais segundo
os seus exércitos, eram seiscentos e três mil quinhentos e
cinqüenta.
33. Os levitas, porém, não foram contados entre os filhos
de Israel, como o Senhor ordenara a Moisés.
34. Assim fizeram os
filhos de Israel, conforme tudo o que o Senhor ordenara a Moisés; acamparam-se
segundo os seus estandartes, e marcharam, cada qual segundo as suas famílias,
segundo as casas de seus pais.
[Números 3]Números
3
1. Estas, pois, eram as gerações de Arão e de Moisés,
no dia em que o Senhor falou com Moisés no monte Sinai.
2. Os nomes
dos filhos de Arão são estes: o primogênito, Nadabe; depois Abiú, Eleazar e
Itamar.
3. São esses os nomes dos filhos de Arão, dos sacerdotes que
foram ungidos, a quem ele consagrou para administrarem o
sacerdócio.
4. Mas Nadabe e Abiú morreram perante o Senhor, quando
ofereceram fogo estranho perante o Senhor no deserto de Sinai, e não tiveram
filhos; porém Eleazar e Itamar administraram o sacerdócio diante de Arão, seu
pai.
5. Então disse o Senhor a Moisés:
6. Faze chegar a
tribo de Levi, e põe-nos diante de Arão, o sacerdote, para que o
sirvam;
7. eles cumprirão o que é devido a ele e a toda a congregação,
diante da tenda da revelação, fazendo o serviço do tabernáculo;
8.
cuidarão de todos os móveis da tenda da revelação, e zelarão pelo cumprimento
dos deveres dos filhos de Israel, fazendo o serviço do tabernáculo.
9.
Darás, pois, os levitas a Arão e a seus filhos; de todo lhes são dados da parte
dos filhos de Israel.
10. Mas a Arão e a seus filhos ordenarás que
desempenhem o seu sacerdócio; e o estranho que se chegar será
morto.
11. Disse mais o senhor a Moisés:
12. Eu, eu mesmo
tenho tomado os levitas do meio dos filhos de Israel, em lugar de todo
primogênito, que abre a madre, entre os filhos de Israel; e os levitas serão
meus,
13. porque todos os primogênitos são meus. No dia em que feri a
todos os primogênitos na terra do Egito, santifiquei para mim todos os
primogênitos em Israel, tanto dos homens como dos animais; meus serão. Eu sou o
Senhor.
14. Disse mais o Senhor a Moisés no deserto de
Sinai:
15. Conta os filhos de Levi, segundo as casas de seus pais,
pelas suas famílias; contarás todo homem da idade de um mês, para
cima.
16. E Moisés os contou conforme o mandado do Senhor, como lhe
fora ordenado.
17. Estes, pois, foram os filhos de Levi, pelos seus
nomes: Gérson, Coate e Merári.
18. E estes são os nomes dos filhos de
Gérson pelas suas famílias: Líbni e Simei.
19. E os filhos de Coate,
pelas suas famílias: Anrão, Izar, Hebrom e Uziel.
20. E os filhos de
Merári, pelas suas famílias: Mali e Musi. São essas as famílias dos levitas,
segundo as casas de seus pais.
21. De Gérson era a família dos
libnitas e a família dos simeítas. São estas as famílias dos
gersonitas.
22. Os que deles foram contados, segundo o número de todos
os homens da idade de um mês para cima, sim, os que deles foram c contados eram
sete mil e quinhentos.
23. As famílias dos gersonitas acampar-se-ão
atrás do tabernáculo, ao ocidente.
24. E o príncipe da casa paterna
dos gersonitas será Eliasafe, filho de Lael.
25. E os filhos de Gérson
terão a seu cargo na tenda da revelação o tabernáculo e a tenda, a sua coberta e
o reposteiro da porta da tenda da revelação,
26. e as cortinas do
átrio, e o reposteiro da porta do átrio, que está junto ao tabernáculo e junto
ao altar, em redor, como também as suas cordas para todo o seu
serviço.
27. De Coate era a família dos anramitas, e a família dos
izaritas, e a família dos hebronitas, e a família dos uzielitas; são estas as
famílias dos coatitas.
28. Segundo o número de todos os homens da
idade de um mês para cima, eram oito mil e seiscentos os que tinham a seu cargo
o santuário.
29. As famílias dos filhos de Coate acampar-se-ão ao lado
do tabernáculo para a banda do sul.
30. E o príncipe da casa paterna
das famílias dos coatitas será Elizafã, filho de Uziel.
31. Eles terão
a seu cargo a arca e a mesa, o candelabro, os altares e os utensílios do
santuário com que ministram, e o reposteiro com todo o seu
serviço.
32. E o príncipe dos príncipes de Levi será Eleazar, filho de
Arão, o sacerdote; ele terá a superintendência dos que têm a seu cargo o
santuário.
33. De Merári era a família dos malitas e a família dos
musitas; são estas as famílias de Merári.
34. Os que deles foram
contados, segundo o número de todos os homens de um mês para cima, eram seis mil
e duzentos.
35. E o príncipe da casa paterna das famílias de Merári
será Zuriel, filho de Abiail; eles se acamparão ao lado do tabernáculo, para a
banda do norte.
36. Por designação os filhos de Merári terão a seu
cargo as armações do tabernáculo e os seus travessões, as suas colunas e as suas
bases, e todos os seus pertences, com todo o seu serviço,
37. e as
colunas do átrio em redor e as suas bases, as suas estacas e as suas
cordas.
38. Diante do tabernáculo, para a banda do oriente, diante da
tenda da revelação, acampar-se-ão Moisés, e Arão com seus filhos, que terão a
seu cargo o santuário, para zelarem pelo cumprimento dos deveres dos filhos de
Israel; e o estranho que se chegar será morto.
39. Todos os que foram
contados dos levitas, que Moisés e Arão contaram por mandado do Senhor, segundo
as suas famílias, todos os homens de um mês para cima, eram vinte e dois
mil.
40. Disse mais o Senhor a Moisés: Conta todos os primogênitos dos
filhos de Israel, da idade de um mês para cima, e toma o número dos seus
nomes.
41. E para mim tomarás os levitas (eu sou o Senhor) em lugar de
todos os primogênitos dos filhos de Israel, e o gado dos levitas em lugar de
todos os primogênitos entre o gado de Israel.
42. Moisés, pois,
contou, como o Senhor lhe ordenara, todos os primogênitos entre os filhos de
Israel.
43. E todos os primogênitos, pelo número dos nomes, da idade
de um mês para cima, segundo os que foram contados deles, eram vinte e dois mil
duzentos e setenta e três.
44. Disse ainda mais o Senhor a
Moisés:
45. Toma os levitas em lugar de todos os primogênitos entre os
filhos de Israel, e o gado dos levitas em lugar do gado deles; porquanto os
levitas serão meus. Eu sou o Senhor.
46. Pela redenção dos duzentos e
setenta e três primogênitos dos filhos de Israel, que excedem o número dos
levitas,
47. receberás por cabeça cinco siclos; conforme o siclo do
santuário os receberás (o siclo tem vinte jeiras),
48. e darás a Arão
e a seus filhos o dinheiro da redenção dos que excedem o número entre
eles.
49. Então Moisés recebeu o dinheiro da redenção dos que
excederam o número dos que foram remidos pelos levitas;
50. dos
primogênitos dos filhos de Israel recebeu o dinheiro, mil trezentos e sessenta e
cinco siclos, segundo o siclo do santuário.
51. E Moisés deu o
dinheiro da redenção a Arão e a seus filhos, conforme o Senhor lhe
ordenara.
[Números 4]Números
4
1. Disse mais o Senhor a Moisés e a
Arão:
2. Tomai a soma dos filhos de Coate, dentre os filhos de Levi,
pelas suas famílias, segundo as casas de seus pais,
3. da idade de
trinta anos para cima até os cinqüenta anos, de todos os que entrarem no serviço
para fazerem o trabalho na tenda da revelação.
4. Este será o serviço
dos filhos de Coate; na tenda da revelação, no tocante as coisas
santíssimas:
5. Quando partir o arraial, Arão e seus filhos entrarão
e, abaixando o véu do reposteiro, com ele cobrirão a arca do
testemunho;
6. por-lhe-ão por cima uma coberta de peles de golfinhos,
e sobre ela estenderão um pano todo de azul, e lhe meterão os
varais.
7. Sobre a mesa dos pães da proposição estenderão um pano de
azul, e sobre ela colocarão os pratos, as colheres, as tigelas e os cântaros
para as ofertas de libação; também o pão contínuo estará sobre ela.
8.
Depois estender-lhe-ão por cima um pano de carmesim, o qual cobrirão com uma
coberta de peles de golfinhos, e meterão à mesa os varais.
9. Então
tomarão um pano de azul, e cobrirão o candelabro da luminária, as suas lâmpadas,
os seus espevitadores, os seus cinzeiros, e todos os seus vasos do azeite, com
que o preparam;
10. e o envolverão, juntamente com todos os seus
utensílios, em uma coberta de peles de golfinhos, e o colocarão sobre os
varais.
11. Sobre o altar de ouro estenderão um pano de azul, e com
uma coberta de peles de golfinhos o cobrirão, e lhe meterão os
varais.
12. Também tomarão todos os utensílios do ministério, com que
servem no santuário, envolvê-los-ão num pano de azul e, cobrindo-os com uma
coberta de peles de golfinhos, os colocarão sobre os varais.
13. E,
tirando as cinzas do altar, estenderão sobre ele um pano de
púrpura;
14. colocarão nele todos os utensílios com que o servem: os
seus braseiros, garfos, as pás e as bacias, todos os utensílios do altar; e
sobre ele estenderão uma coberta de peles de golfinhos, e lhe meterão os
varais.
15. Quando Arão e seus filhos, ao partir o arraial, acabarem
de cobrir o santuário e todos os seus móveis, os filhos de Coate virão para
levá-lo; mas nas coisas sagradas não tocarão, para que não morram; esse é o
cargo dos filhos de Coate na tenda da revelação.
16. Eleazar, filho de
Arão, o sacerdote, terá a seu cargo o azeite da luminária, o incenso aromático,
a oferta contínua de cereais e o óleo da unção; isto é, terá a seu cargo todo o
tabernáculo, e tudo o que nele há, o santuário e os seus móveis.
17.
Disse mais o Senhor a Moisés e a Arão:
18. Não cortareis a tribo das
famílias dos coatitas do meio dos levitas;
19. mas isto lhes fareis,
para que vivam e não morram, quando se aproximarem das coisas santíssimas: Arão
e seus filhos entrarão e lhes designarão a cada um o seu serviço e o seu
cargo;
20. mas eles não entrarão a ver, nem por um momento, as coisas
sagradas, para que não morram.
21. Disse mais o Senhor a
Moisés:
22. Toma também a soma dos filhos de Gérsom segundo as casas
de seus pais, segundo as suas famílias;
23. da idade de trinta anos
para cima até os cinqüenta os contarás, a todos os que entrarem no serviço para
fazerem o trabalho na tenda da revelação.
24. Este será o serviço das
famílias dos gersonitas, ao servirem e ao levarem as cargas:
25.
levarão as cortinas do tabernáculo, a tenda da revelação, a sua coberta, a
coberta de peles de golfinhos, que está por cima, o reposteiro da porta da tenda
da revelação,
26. as cortinas do átrio, o reposteiro da porta do
átrio, que está junto ao tabernáculo e junto ao altar em redor, as suas cordas,
e todos os instrumentos do seu serviço; enfim tudo quanto se houver de fazer no
tocante a essas coisas, nisso hão de servir.
27. Todo o trabalho dos
filhos dos gersonitas, em todo o seu cargo, e em todo o seu serviço, será
segundo o mandado de Arão e de seus filhos; e lhes designareis os cargos em que
deverão servir.
28. Este é o serviço das famílias dos filhos dos
gersonitas na tenda da revelação; e o seu trabalho estará sob a direção de
Itamar, filho de Arão, o sacerdote.
29. Quanto aos filhos de Merári,
contá-los-ás segundo as suas famílias, segundo as casas e seus
pais;
30. da idade de trinta anos para cima até os cinqüenta os
contarás, a todos os que entrarem no serviço para fazerem o trabalho da tenda da
revelação,
31. Este será o seu encargo, segundo todo o seu serviço na
tenda da revelação: as armações do tabernáculo e os seus varais, as suas colunas
e as suas bases,
32. como também as colunas do átrio em redor e as
suas bases, as suas estacas e as suas cordas, com todos os seus objetos, e com
todo o seu serviço; e por nome lhes designareis os objetos que ficarão a seu
cargo.
33. Este é o serviço das famílias dos filhos de Merári, segundo
todo o seu trabalho na tenda da revelação, sob a direção de Itamar, filho de
Arão, o sacerdote.
34. Moisés, pois, e Arão e os príncipes da
congregação contaram os filhos dos coatitas, segundo as suas famílias, segundo
as casas e seus pais,
35. da idade de trinta anos para cima até os
cinqüenta, todos os que entraram no serviço para o trabalho na tenda da
revelação;
36. os que deles foram contados, pois, segundo as suas
famílias, eram dois mil setecentos e cinqüenta.
37. Esses são os que
foram contados das famílias dos coatitas, isto é, todos os que haviam de servir
na tenda da revelação, aos quais Moisés e Arão contaram, conforme o mandado do
Senhor por intermédio de Moisés.
38. Semelhantemente os que foram
contados dos filhos de Gérsom segundo as suas famílias, segundo as casas de seus
pais,
39. da idade de trinta anos para cima até os cinqüenta, todos os
que entraram no serviço, para o trabalho na tenda da revelação,
40. os
que deles foram contados, segundo as suas famílias, segundo as casas de seus
pais, eram dois mil seiscentos e trinta.
41. Esses são os que foram
contados das famílias dos filhos de Gérsom todos os que haviam de servir na
tenda da revelação, aos quais Moisés e Arão contaram, conforme o mandado do
Senhor.
42. E os que foram contados das famílias dos filhos de Merári,
segundo as suas famílias, segundo as casas de seus pais,
43. da idade
de trinta anos para cima até os cinqüenta, todos os que entraram no serviço,
para o trabalho na tenda da revelação,
44. os que deles foram
contados, segundo as suas famílias, eram três mil e duzentos.
45.
Esses são os que foram contados das famílias dos filhos de Merári, aos quais
Moisés e Arão contaram, conforme o mandado do Senhor por intermédio de
Moisés.
46. Todos os que foram contados dos levitas, aos quais
contaram Moisés e Arão e os príncipes de Israel, segundo as suas famílias,
segundo as casas de seus pais,
47. da idade de trinta anos para cima
até os cinqüenta, todos os que entraram no serviço para trabalharem e para
levarem cargas na tenda da revelação,
48. os que deles foram contados
eram oito mil quinhentos e oitenta.
49. Conforme o mandado do Senhor
foram contados por Moisés, cada qual segundo o seu serviço, e segundo o seu
cargo; assim foram contados por ele, como o Senhor lhe ordenara.
[Números
5]Números 5
1. Disse mais o Senhor a
Moisés:
2. Ordena aos filhos de Israel que lancem para fora do arraial
a todo leproso, e a todo o que padece fluxo, e a todo o que está oriundo por ter
tocado num morto;
3. tanto homem como mulher os lançareis para fora,
sim, para fora do arraial os lançareis; para que não contaminem o seu arraial,
no meio do qual eu habito.
4. Assim fizeram os filhos de Israel,
lançando-os para fora do arraial; como o Senhor falara a Moisés, assim fizeram
os filhos de Israel.
5. Disse mais o Senhor a Moisés: Dize aos filhos
de Israel: Quando homem ou mulher pecar contra o seu próximo, transgredindo os
mandamentos do Senhor, e tornando-se assim culpado,
7. confessará o
pecado que tiver cometido, e pela sua culpa fará plena restituição, e ainda lhe
acrescentará a sua quinta parte; e a dará àquele contra quem se fez
culpado.
8. Mas, se esse homem não tiver parente chegado, a quem se
possa fazer a restituição pela culpa, esta será feita ao Senhor, e será do
sacerdote, além do carneiro da expiação com que se fizer expiação por
ele.
9. Semelhantemente toda oferta alçada de todas as coisas
consagradas dos filhos de Israel, que estes trouxerem ao sacerdote, será
dele.
10. Enfim, as coisas consagradas de cada um serão do sacerdote;
tudo o que alguém lhe der será dele.
11. Disse mais o Senhor a
Moisés:
12. Fala aos filhos de Israel, e dize-lhes: Se a mulher de
alguém se desviar pecando contra ele,
13. e algum homem se deitar com
ela, sendo isso oculto aos olhos de seu marido e conservado encoberto, se ela se
tiver contaminado, e contra ela não houver testemunha, por não ter sido apanhada
em flagrante;
14. se o espírito de ciúmes vier sobre ele, e de sua
mulher tiver ciúmes, por ela se haver contaminado, ou se sobre ele vier o
espírito de ciúmes, e de sua mulher tiver ciúmes, mesmo que ela não se tenha
contaminado;
15. o homem trará sua mulher perante o sacerdote, e
juntamente trará a sua oferta por ela, a décima parte de uma efa de farinha de
cevada, sobre a qual não deitará azeite nem porá incenso; porquanto é oferta de
cereais por ciúmes, oferta memorativa, que traz a iniqüidade à
memória.
16. O sacerdote fará a mulher chegar, e a porá perante o
Senhor.
17. E o sacerdote tomará num vaso de barro água sagrada;
também tomará do pó que houver no chão do tabernáculo, e o deitará na
água.
18. Então apresentará a mulher perante o Senhor, e descobrirá a
cabeça da mulher, e lhe porá na mão a oferta de cereais memorativa, que é a
oferta de cereais por ciúmes; e o sacerdote terá na mão a água de amargura, que
traz consigo a maldição;
19. e a fará jurar, e dir-lhe-á: Se nenhum
homem se deitou contigo, e se não te desviaste para a imundícia, violando o voto
conjugal, sejas tu livre desta água de amargura, que traz consigo a
maldição;
20. mas se te desviaste, violando o voto conjugal, e te
contaminaste, e algum homem que não é teu marido se deitou
contigo,-
21. então o sacerdote, fazendo que a mulher tome o juramento
de maldição, lhe dirá: O Senhor te ponha por maldição e praga no meio do teu
povo, fazendo-te o Senhor consumir-se a tua coxa e inchar o teu
ventre;
22. e esta água que traz consigo a maldição entrará nas tuas
entranhas, para te fazer inchar o ventre, e te fazer consumir-se a coxa. Então a
mulher dirá: Amém, amém.
23. Então o sacerdote escreverá estas
maldições num livro, e na água de amargura as apagará;
24. e fará que
a mulher beba a água de amargura, que traz consigo a maldição; e a água que traz
consigo a maldição entrará nela para se tornar amarga.
25. E o
sacerdote tomará da mão da mulher a oferta de cereais por ciúmes, e moverá a
oferta de cereais perante o Senhor, e a trará ao altar;
26. também
tomará um punhado da oferta de cereais como memorial da oferta, e o queimará
sobre o altar, e depois fará que a mulher beba a água.
27. Quando ele
tiver feito que ela beba a água, sucederá que, se ela se tiver contaminado, e
tiver pecado contra seu marido, a água, que traz consigo a maldição, entrará
nela, tornando-se amarga; inchar-lhe-á o ventre e a coxa se lhe consumirá; e a
mulher será por maldição no meio do seu povo.
28. E, se a mulher não
se tiver contaminado, mas for inocente, então será livre, e conceberá
filhos.
29. Esta é a lei dos ciúmes, no tocante à mulher que, violando
o voto conjugal, se desviar e for contaminada;
30. ou no tocante ao
homem sobre quem vier o espírito de ciúmes, e se enciumar de sua mulher; ele
apresentará a mulher perante o Senhor, e o sacerdote cumprirá para com ela toda
esta lei.
31. Esse homem será livre da iniqüidade; a mulher, porém,
levará sobre si a sua iniqüidade.
[Números 6]Números
6
1. Disse mais o Senhor a Moisés:
2. Fala
aos filhos de Israel, e dize-lhes: Quando alguém, seja homem, seja mulher, fizer
voto especial de nazireu, a fim de se separar para o Senhor,
3.
abster-se-á de vinho e de bebida forte; não beberá, vinagre de vinho, nem
vinagre de bebida forte, nem bebida alguma feita de uvas, nem comerá uvas
frescas nem secas.
4. Por todos os dias do seu nazireado não comerá de
coisa alguma que se faz da uva, desde os caroços até as cascas.
5. Por
todos os dias do seu voto de nazireado, navalha não passará sobre a sua cabeça;
até que se cumpram os dias pelos quais ele se tenha separado para o Senhor, será
santo; deixará crescer as guedelhas do cabelo da sua cabeça.
6. Por
todos os dias da sua separação para o Senhor, não se aproximará de cadáver
algum.
7. Não se contaminará nem por seu pai, nem por sua mãe, nem por
seu irmão, nem por sua irmã, quando estes morrerem; porquanto o nazireado do seu
Deus está sobre a sua cabeça:
8. Por todos os dias do seu nazireado
será santo ao Senhor.
9. Se alguém morrer subitamente junto dele,
contaminando-se assim a cabeça do seu nazireado, rapará a sua cabera no dia da
sua purificação, ao sétimo dia a rapará.
10. Ao oitavo dia trará duas
rolas ou dois pombinhos, ao sacerdote, à porta da tenda da
revelação;
11. e o sacerdote oferecerá um como oferta pelo pecado, e o
outro como holocausto, e fará expiação por esse que pecou no tocante ao morto;
assim naquele mesmo dia santificará a sua cabeça.
12. Então separará
ao Senhor os dias do seu nazireado, e para oferta pela culpa trará um cordeiro
de um ano; mas os dias antecedentes serão perdidos, porquanto o seu nazireado
foi contaminado.
13. Esta, pois, é a lei do nazireu: no dia em que se
cumprirem os dias do seu nazireado ele será trazido à porta da tenda da
revelação,
14. e oferecerá a sua oferta ao Senhor: um cordeiro de um
ano, sem defeito, como holocausto, e uma cordeira de um ano, sem defeito, como
oferta pelo pecado, e um carneiro sem defeito como oferta
pacífica;
15. e um cesto de pães ázimos, bolos de flor de farinha
amassados com azeite como também as respectivas ofertas de cereais e de
libação.
16. E o sacerdote os apresentará perante o Senhor, e
oferecerá a oferta pelo pecado, e o holocausto;
17. também oferecerá o
carneiro em sacrifício de oferta pacífica ao Senhor, com o cesto de pães ázimos
e as respectivas ofertas de cereais e de libação.
18. Então o nazireu,
à porta da tenda da revelação, rapará o cabelo do seu nazireado, tomá-lo-á e o
porá sobre o fogo que está debaixo do sacrifício das ofertas
pacíficas.
19. Depois o sacerdote tomará a espádua cozida do carneiro,
e um pão ázimo do cesto, e um coscorão ázimo, e os porá nas mãos do nazireu,
depois de haver este rapado o cabelo do seu nazireado;
20. e o
sacerdote os moverá como oferta de movimento perante o Senhor; isto é santo para
o sacerdote, juntamente com o peito da oferta de movimento, e com a espádua da
oferta alçada; e depois o nazireu poderá beber vinho.
21. Esta é a lei
do que fizer voto de nazireu, e da sua oferta ao Senhor pelo seu nazireado,
afora qualquer outra coisa que as suas posses lhe permitirem oferecer; segundo o
seu voto, que fizer, assim fará conforme a lei o seu nazireado.
22.
Disse mais o Senhor a Moisés:
23. Fala a Arão, e a seus filhos,
dizendo: Assim abençoareis os filhos de Israel; dir-lhes-eis:
24. O
Senhor te abençoe e te guarde;
25. o Senhor faça resplandecer o seu
rosto sobre ti, e tenha misericórdia de ti;
26. o Senhor levante sobre
ti o seu rosto, e te dê a paz.
27. Assim porão o meu nome sobre os
filhos de Israel, e eu os abençoarei.
[Números 7]Números
7
1. No dia em que Moisés acabou de levantar o
tabernáculo, tendo-o ungido e santificado juntamente com todos os seus móveis,
bem como o altar e todos os seus utensílios, depois de ungi-los e
santificá-los,
2. os príncipes de Israel, cabeças das casas de seus
pais, fizeram as suas ofertas. Estes eram os príncipes das tribos, os que
estavam sobre os que foram contados.
3. Trouxeram eles a sua oferta
perante o Senhor: seis carros cobertos, e doze bois; por dois príncipes um
carro, e por cada um, um boi; e os apresentaram diante do
tabernáculo.
4. Então disse o Senhor a Moisés:
5. Recebe-os
deles, para serem utilizados no serviço da tenda da revelação; e os darás aos
levitas, a cada qual segundo o seu serviço:
6. Assim Moisés recebeu os
carros e os bois, e os deu aos levitas.
7. Dois carros e quatro bois
deu aos filhos de Gérson segundo o seu serviço;
8. e quatro carros e
oito bois deu aos filhos de Merári, segundo o seu serviço, sob as ordens de
Itamar, filho de Arão, o sacerdote.
9. Mas aos filhos de Coate não deu
nenhum, porquanto lhes pertencia o serviço de levar o santuário, e o levavam aos
ombros.
10. Os príncipes fizeram também oferta para a dedicação do
altar, no dia em que foi ungido; e os príncipes apresentaram as suas ofertas
perante o altar.
11. E disse o Senhor a Moisés: Cada príncipe
oferecerá a sua oferta, cada qual no seu dia, para a dedicação do
altar.
12. O que ofereceu a sua oferta no primeiro dia foi Nasom,
filho de Aminadabe, da tribo de Judá.
13. A sua oferta foi uma salva
de prata do peso de cento e trinta siclos, uma bacia de prata de setenta siclos,
segundo o siclo do santuário; ambas cheias de flor de farinha amassada com
azeite, para oferta de cereais;
14. uma colher de ouro de dez siclos,
cheia de incenso;
15. um novilho, um carneiro, um cordeiro de um ano,
para holocausto;
16. um bode para oferta pelo pecado;
17. e
para sacrifício de ofertas pacíficas dois bois, cinco carneiros, cinco bodes,
cinco cordeiros de um ano; esta foi a oferta de Nasom, filho de
Aminadabe.
18. No segundo dia fez a sua oferta Netanel, filho de Zuar,
príncipe de Issacar.
19. E como sua oferta ofereceu uma salva de prata
do peso de cento e trinta siclos, uma bacia de prata de setenta siclos, segundo
o siclo do santuário; ambos cheios de flor de farinha amassada com azeite, para
oferta de cereais;
20. uma colher de ouro de dez siclos, cheia de
incenso;
21. um novilho, um carneiro, um cordeiro de um ano, para
holocausto;
22. um bode para oferta pelo pecado;
23. e para
sacrifício de ofertas pacíficas dois bois, cinco carneiros, cinco bodes, cinco
cordeiros de um ano; esta foi a oferta de Netanel, filho de Zuar.
24.
No terceiro dia fez a sua oferta Eliabe, filho de Helom, príncipe dos filhos de
Zebulom.
25. A sua oferta foi uma salva de prata do peso de cento e
trinta siclos, uma bacia de prata de setenta siclos, segundo o siclo do
santuário; ambos cheios de flor de farinha amassada com azeite, para oferta de
cereais;
26. uma colher de ouro de dez siclos, cheia de
incenso;
27. um novilho, um carneiro, um cordeiro de um ano, para
holocausto;
28. um bode para oferta pelo pecado;
29. e para
sacrifício de ofertas pacíficas dois bois, cinco carneiros, cinco bodes, cinco
cordeiros de um ano; esta foi a oferta de Eliabe, filho de Helom.
30.
No quarto dia fez a sua oferta Elizur, filho de Sedeur, príncipe dos filhos de
Rúben.
31. A sua oferta foi uma salva de prata do peso de cento e
trinta siclos, uma bacia de prata de setenta siclos, segundo o siclo do
santuário; ambos cheios de flor de farinha amassada com azeite, para oferta de
cereais;
32. uma colher de ouro de dez siclos, cheio de
incenso;
33. um novilho, um carneiro, um cordeiro de um ano, para
holocausto;
34. um bode para oferta pelo pecado;
35. e para
sacrifício de ofertas pacíficas dois bois, cinco carneiros, cinco bodes, cinco
cordeiros de um ano; esta foi a oferta de Elizur, filho de Sedeur.
36.
No quinto dia fez a sua oferta Selumiel, filho de Zurisadai, príncipe dos filhos
de Simeão.
37. A sua oferta foi uma salva de prata do peso de cento e
trinta siclos, uma bacia de prata de setenta siclos, segundo o siclo do
santuário; ambos cheios de flor de farinha amassada com azeite, para oferta de
cereais;
38. uma colher de ouro de dez siclos, cheia de
incenso;
39. um novilho, um carneiro, um cordeiro de um ano, para
holocausto;
40. um bode para oferta pelo pecado;
41. e para
sacrifício de ofertas pacíficas dois bois, cinco carneiros, cinco bodes, cinco
cordeiros de um ano; esta foi a oferta de Selumiel, filho de
Zurisadai.
42. No sexto dia fez a sua oferta Eliasafe, filho de Deuel,
príncipe dos filhos de Gade.
43. A sua oferta foi uma salva de prata
do peso de cento e trinta siclos, uma bacia de prata de setenta siclos, segundo
o siclo do santuário; ambos cheios de flor de farinha amassada com azeite, para
oferta de cereais;
44. uma colher de ouro do dez siclos, cheia de
incenso;
45. um novilho, um carneiro, um cordeiro de um ano, para
holocausto; ,
46. um bode para oferta pelo pecado;
47. e
para sacrifício de ofertas pacíficas dois bois, cinco carneiros, cinco bodes,
cinco cordeiros de um ano; esta foi a oferta de Eliasafe, filho de
Deuel,
48. No sétimo dia fez a sua oferta Elisama, filho de Amiúde,
príncipe dos filhos de Efraim.
49. A sua oferta foi uma salva de prata
do peso de cento e trinta siclos, uma bacia de prata de setenta siclos, segundo
o siclo do santuário; ambos cheios de flor de farinha amassado com azeite, para
oferta de cereais;
50. uma colher de ouro de dez siclos, cheia de
incenso;
51. um novilho, um carneiro, um cordeiro de um ano, para
holocausto;
52. um bode para oferta pelo pecado;
53. e para
sacrifício de ofertas pacíficas dois bois, cinco carneiros, cinco bodes, cinco
cordeiros de um ano; esta foi a oferta de Elisama, filho de
Amiúde.
54. No oitavo dia fez a sua oferta Gamaliel, filho de Pedazur,
príncipe dos filhos de Manassés.
55. A sua oferta foi uma salva de
prata do peso de cento e trinta siclos, uma bacia de prata de setenta siclos,
segundo o siclo do santuário; ambos cheios de flor de farinha amassada com
azeite, para oferta de cereais;
56. uma colher de ouro de dez siclos,
cheia de incenso;
57. um novilho, um carneiro, um cordeiro de um ano,
para holocausto;
58. um bode para oferta pelo pecado;
59. e
para sacrifício de ofertas pacíficas dois bois, cinco carneiros, cinco bodes,
cinco cordeiros de um ano; esta foi a oferta de Gamaliel, filho de
Pedazur.
60. No dia nono fez a sua oferta Abidã, filho de Gideôni,
príncipe dos filhos de Benjamim.
61. A sua oferta foi uma salva de
prata do peso de cento e trinta siclos, uma bacia de prata de setenta siclos,
segundo o siclo do santuário; ambos cheios de flor de farinha amassada com
azeite, para oferta de cereais;
62. uma colher de ouro de dez siclos,
cheia de incenso;
63. um novilho, um carneiro, um cordeiro de um ano,
para holocausto;
64. um bode para oferta pelo pecado;
65. e
para sacrifício de ofertas pacíficas dois bois, cinco carneiros, cinco bodes,
cinco cordeiros de um ano; esta foi a oferta de Abidã, filho de
Gideôni.
66. No décimo dia fez a sua oferta Aiezer, filho de Amisadai,
príncipe filhos de Dã.
67. A sua oferta foi uma salva de prata do peso
de cento e trinta siclos, uma bacia de prata de setenta siclos, segundo o siclo
do santuário; ambos cheios de flor de farinha amassada com azeite, para oferta
de cereais;
68. uma colher de ouro de dez siclos, cheia de
incenso;
69. um novilho, um carneiro, um cordeiro de um ano, para
holocausto;
70. um bode para oferta pelo pecado;
71. e para
sacrifício de ofertas pacíficas dois bois, cinco carneiros, cinco bodes, cinco
cordeiros de um ano; esta foi a oferta de Aiezer, filho de
Amisadai.
72. No dia undécimo fez a sua oferta Pagiel, filho de Ocrã,
príncipe dos filhos de Aser.
73. A sua oferta foi uma salva de prata
do peso de cento e trinta siclos, uma bacia de prata de setenta siclos, segundo
o siclo do santuário; ambos cheios de flor de farinha amassada com azeite, para
oferta de cereais;
74. uma colher de ouro de dez siclos, cheia de
incenso;
75. um novilho, um carneiro, um cordeiro de um ano, para
holocausto;
76. um bode para oferta pelo pecado;
77. e para
sacrifício de ofertas pacíficas dois bois, cinco carneiros, cinco bodes, cinco
cordeiros de um ano; esta foi a oferta do Pagiel, filho do Ocrã.
78.
No duodécimo dia fez a sua oferta Airá, filho de Enã, príncipe dos filhos de
Naftali.
79. A sua oferta foi uma salva de prata do peso de cento e
trinta siclos, uma bacia de prata de setenta siclos, segundo o siclo do
santuário; ambos cheios de flor de farinha amassada com azeite, para oferta de
cereais;
80. uma colher de ouro de dez siclos, cheia de
incenso;
81. um novilho, um carneiro, um cordeiro de um ano, para
holocausto;
82. um bode para oferta pelo pecado;
83. e para
sacrifício de ofertas pacíficas dois bois, cinco carneiros, cinco bodes, cinco
cordeiros de um ano; esta foi a oferta de Airá, filho de Enã.
84. Esta
foi a oferta dedicatória do altar, feita pelos príncipes de Israel, no dia em
que foi ungido: doze salvas de prata, doze bacias de prata, doze colheres de
ouro,
85. pesando cada salva de prata cento e trinta siclos, e cada
bacia setenta; toda a prata dos vasos foi dois mil e quatrocentos siclos,
segundo o siclo do santuário;
86. doze colheres de ouro cheias de
incenso, pesando cada colher dez siclos, segundo o siclo do santuário; todo o
ouro das colheres foi cento e vinte siclos.
87. Todos os animais para
holocausto foram doze novilhos, doze carneiros, e doze cordeiros de um ano, com
as respectivas ofertas de cereais; e para oferta pelo pecado, doze
bodes;
88. e todos os animais para sacrifício das ofertas pacíficas
foram vinte e quatro novilhos, sessenta carneiros, sessenta bodes, e sessenta
cordeiros de um ano. Esta foi a oferta dedicatória do altar depois que foi
ungido.
89. Quando Moisés entrava na tenda da revelação para falar com
o Senhor, ouvia a voz que lhe falava de cima do propiciatório, que está sobre a
arca do testemunho entre os dois querubins; assim ele lhe
falava.
[Números 8]Números 8
1.
Disse mais o Senhor a Moisés:
2. Fala a Arão, e dize-lhe: Quando
acenderes as lâmpadas, as sete lâmpadas alumiarão o espaço em frente do
candelabro.
3. Arão, pois, assim fez; acendeu as lâmpadas do
candelabro de modo que alumiassem o espaço em frente do mesmo, como o Senhor
ordenara a Moisés.
4. Esta era a obra do candelabro, obra de ouro
batido; desde o seu pedestal até as suas corolas, era ele de ouro batido;
conforme o modelo que o Senhor mostrara a Moisés, assim ele tinha feito o
candelabro.
5. Disse mais o Senhor a Moisés:
6. Toma os
levitas do meio dos filhos de Israel, e purifica-os;
7. e assim lhes
farás, para os purificar: esparge sobre eles a água da purificação; e eles farão
passar a navalha sobre todo o seu corpo, e lavarão os seus vestidos, e se
purificarão.
8. Depois tomarão um novilho, com a sua oferta de cereais
de flor de farinha amassada com azeite; e tomarás tu outro novilho para oferta
pelo pecado.
9. Também farás chegar os levitas perante a tenda da
revelação, e ajuntarás toda a congregação dos filhos de Israel.
10.
Apresentarás, pois, os levitas perante o Senhor, e os filhos do Israel porão as
suas mãos sobre os levitas.
11. E Arão oferecerá os levitas perante o
Senhor como oferta de movimento, da parte dos filhos de Israel, para que sirvam
no ministério do Senhor.
12. Os levitas porão as suas mãos sobre a
cabeça dos novilhos; então tu sacrificarás um como oferta pelo pecado, e o outro
como holocausto ao Senhor, para fazeres expiação pelos levitas.
13. E
porás os levitas perante Arão, e perante os seus filhos, e os oferecerás como
oferta de movimento ao Senhor.
14. Assim separarás os levitas do meio
dos filhos de Israel; e os levitas serão meus.
15. Depois disso os
levitas entrarão para fazerem o serviço da tenda da revelação, depois de os
teres purificado e oferecido como oferta de movimento.
16. Porquanto
eles me são dados inteiramente dentre os filhos de Israel; em lugar de todo
aquele que abre a madre, isto é, do primogênito de todos os filhos de Israel,
para mim os tenho tomado.
17. Porque meu é todo primogênito entre os
filhos de Israel, tanto entre os homens como entre os animais; no dia em que, na
terra do Egito, feri a todo primogênito, os santifiquei para mim.
18.
Mas tomei os levitas em lugar de todos os primogênitos entre os filhos de
Israel.
19. Dentre os filhos de Israel tenho dado os levitas a Arão e
a seus filhos, para fazerem o serviço dos filhos de Israel na tenda da
revelação, e para fazerem expiação por eles, a fim de que não haja praga entre
eles, quando se aproximarem do santuário.
20. Assim Moisés e Arão e
toda a congregação dos filhos de Israel fizeram aos levitas; conforme tudo o que
o Senhor ordenara a Moisés no tocante aos levitas, assim os filhos de Israel
lhes fizeram.
21. Os levitas, pois, purificaram-se, e lavaram os seus
vestidos; e Arão os ofereceu como oferta de movimento perante o Senhor, e fez
expiação por eles, para purificá-los.
22. Depois disso entraram os
levitas, para fazerem o seu serviço na tenda da revelação, perante Arão e seus
filhos; como o Senhor ordenara a Moisés acerca dos levitas, assim lhes
fizeram.
23. Disse mais o Senhor a Moisés:
24. Este será o
encargo dos levitas: Da idade de vinte e cinco anos para cima entrarão para se
ocuparem no serviço a tenda da revelação;
25. e aos cinqüenta anos de
idade sairão desse serviço e não servirão mais.
26. Continuarão a
servir, porém, com seus irmãos na tenda da revelação, orientando-os no
cumprimento dos seus encargos; mas não farão trabalho. Assim farás para com os
levitas no tocante aos seus cargos.
[Números 9]Números
9
1. Também falou o Senhor a Moisés no deserto de
Sinai, no primeiro mês do segundo ano depois que saíram da terra do Egito,
dizendo:
2. Celebrem os filhos de Israel a páscoa a seu tempo
determinado.
3. No dia catorze deste mês, à tardinha, a seu tempo
determinado, a celebrareis; segundo todos os seus estatutos, e segundo todas as
suas ordenanças a celebrareis.
4. Disse, pois, Moisés aos filhos de
Israel que celebrassem a páscoa.
5. Então celebraram a páscoa no dia
catorze do primeiro mês, à tardinha, no deserto de Sinai; conforme tudo o que o
Senhor ordenara a Moisés, assim fizeram os filhos de Israel.
6. Ora,
havia alguns que se achavam imundos por terem tocado o cadáver de um homem, de
modo que não podiam celebrar a páscoa naquele dia; pelo que no mesmo dia se
chegaram perante Moisés e Arão;
7. e aqueles homens disseram-lhes:
Estamos imundos por havermos tocado o cadáver de um homem; por que seríamos
privados de oferecer a oferta do Senhor a seu tempo determinado no meio dos
filhos de Israel?
8. Respondeu-lhes Moisés: Esperai, para que eu ouça
o que o Senhor há de ordenar acerca de vós.
9. Então disse o Senhor a
Moisés:
10. Fala aos filhos de Israel, dizendo: Se alguém dentre vós,
ou dentre os vossos descendentes estiver imundo por ter tocado um cadáver, ou
achar-se longe, em viagem, contudo ainda celebrará a páscoa ao
Senhor.
11. No segundo mês, no dia: catorze, à tardinha, a celebrarão;
comê-la-ão com pães ázimos e ervas amargas.
12. Dela não deixarão nada
até pela manhã, nem quebrarão dela osso algum; segundo todo o estatuto da páscoa
a celebrarão.
13. Mas o homem que, estando limpo e não se achando em
viagem, deixar de celebrar a páscoa, essa alma será extirpada do seu povo;
porquanto não ofereceu a oferta do Senhor a seu tempo determinado, tal homem
levará o seu pecado.
14. Também se um estrangeiro peregrinar entre vós
e celebrar a páscoa ao Senhor, segundo o estatuto da páscoa e segundo a sua
ordenança a celebrará; haverá um só estatuto, quer para o estrangeiro, quer para
o natural da terra.
15. No dia em que foi levantado o tabernáculo, a
nuvem cobriu o tabernáculo, isto é, a própria tenda do testemunho; e desde a
tarde até pela manhã havia sobre o tabernáculo uma aparência de
fogo.
16. Assim acontecia de contínuo: a nuvem o cobria, e de noite
havia aparência de fogo.
17. Mas sempre que a nuvem se alçava de sobre
a tenda, os filhos de Israel partiam; e no lugar em que a nuvem parava, ali os
filhos de Israel se acampavam.
18. À ordem do Senhor os filhos de
Israel partiam, e à ordem do Senhor se acampavam; por todos os dias em que a
nuvem parava sobre o tabernáculo eles ficavam acampados.
19. E, quando
a nuvem se detinha sobre o tabernáculo muitos dias, os filhos de Israel cumpriam
o mandado do Senhor, e não partiam.
20. Às vezes a nuvem ficava poucos
dias sobre o tabernáculo; então à ordem do Senhor permaneciam acampados, e à
ordem do Senhor partiam.
21. Outras vezes ficava a nuvem desde a tarde
até pela manhã; e quando pela manhã a nuvem se alçava, eles partiam; ou de dia
ou de noite, alçando-se a nuvem, partiam.
22. Quer fosse por dois
dias, quer por um mês, quer por mais tempo, que a nuvem se detinha sobre o
tabernáculo, enquanto ficava sobre ele os filhos de Israel permaneciam
acampados, e não partiam; mas, alçando-se ela, eles partiam.
23. À
ordem do Senhor se acampavam, e à ordem do Senhor partiam; cumpriam o mandado do
Senhor, que ele lhes dera por intermédio de Moisés.
[Números 10]Números 10
1. Disse mais o Senhor a
Moisés:
2. Faze-te duas trombetas de prata; de obra batida as farás, e
elas te servirão para convocares a congregação, e para ordenares a partida dos
arraiais.
3. Quando se tocarem as trombetas, toda a congregação se
ajuntará a ti à porta da tenda da revelação.
4. Mas quando se tocar
uma só, a ti se congregarão os príncipes, os cabeças dos milhares de
Israel.
5. Quando se tocar retinindo, partirão os arraiais que estão
acampados da banda do oriente.
6. Mas quando se tocar retinindo, pela
segunda, vez, partirão os arraiais que estão acampados da banda do sul; para as
partidas dos arraiais se tocará retinindo.
7. Mas quando se houver de
reunir a congregação, tocar-se-á sem retinir:
8. Os filhos de Arão,
sacerdotes, tocarão as trombetas; e isto vos será por estatuto perpétuo nas
vossas gerações.
9. Ora, quando na vossa terra sairdes à guerra contra
o inimigo que vos estiver oprimindo, fareis retinir as trombetas; e perante o
Senhor vosso Deus sereis tidos em memória, e sereis salvos dos vossos
inimigos.
10. Semelhantemente, no dia da vossa alegria, nas vossas
festas fixas, e nos princípios dos vossos meses, tocareis as trombetas sobre os
vossos holocaustos, e sobre os sacrifícios de vossas ofertas pacíficas; e eles
vos serão por memorial perante vosso Deus. Eu sou o Senhor vosso
Deus.
11. Ora, aconteceu, no segundo ano, no segundo mês, aos vinte do
mês, que a nuvem se alçou de sobre o tabernáculo da congregação.
12.
Partiram, pois, os filhos de Israel do deserto de Sinai para as suas jornadas; e
a nuvem parou ,no deserto de Parã.
13. Assim iniciaram a primeira
caminhada, à ordem do Senhor por intermédio de Moisés:
14. partiu
primeiramente o estandarte do arraial dos filhos de Judá segundo os seus
exércitos; sobre o seu exército estava Nasom, filho de Aminadabe;
15.
sobre o exército da tribo dos filhos de Issacar, Netanel, filho de
Zuar;
16. e sobre o exército da tribo dos filhos de Zebulom, Eliabe,
filho de Helom.
17. Então o tabernáculo foi desarmado, e os filhos de
Gérson e os filhos de Merári partiram, levando o tabernáculo.
18.
Depois partiu o estandarte do arraial de Rúben segundo os seus exércitos; sobre
o seu exército estava Elizur, filho de Sedeur;
19. sobre o exército da
tribo dos filhos de Simeão, Selumiel, filho de Zurisadai;
20. e sobre
o exército da tribo dos filhos de Gade, Eliasafe, filho de Deuel.
21.
Então partiram os coatitas, levando o santuário; e os outros erigiam o
tabernáculo, enquanto estes vinham.
22. Depois partiu o estandarte do
arraial dos filhos de Efraim segundo os seus exércitos; sobre o seu exército
estava Elisama, filho de Amiúde;
23. sobre o exército da tribo dos
filhos de Manassés, Gamaliel, filho de Pedazur;
24. e sobre o exército
da tribo dos filhos de Benjamim, Abidã, filho de Gideôni.
25. Então
partiu o estandarte do arraial dos filhos de Dã, que era a retaguarda de todos
os arraiais, segundo os seus exércitos; sobre o seu exército estava Aiezer,
filho de Amisadai;
26. sobre o exército da tribo dos filhos de Aser,
Pagiel, filho de Ocrã;
27. e sobre o exército da tribo dos filhos de
Naftali, Airá, filho de Enã.
28. Tal era a ordem de partida dos filhos
de Israel segundo os seus exércitos, quando partiam.
29. Disse então
Moisés a Hobabe, filho de Reuel, o midianita, sogro de Moisés: Nós caminhamos
para aquele lugar de que o Senhor disse: Vo-lo darei. Vai conosco, e te faremos
bem; porque o Senhor falou bem acerca de Israel.
30. Respondeu ele:
Não irei; antes irei à minha terra e à minha parentela.
31. Tornou-lhe
Moisés: Ora, não nos deixes, porquanto sabes onde devamos acampar no deserto; de
olhos nos serviras.
32. Se, pois, vieres conosco, o bem que o Senhor
nos fizer, também nós faremos a ti.
33. Assim partiram do monte do
Senhor caminho de três dias; e a arca do pacto do Senhor ia adiante deles, para
lhes buscar lugar de descanso.
34. E a nuvem do Senhor ia sobre eles
de dia, quando partiam do arraial.
35. Quando, pois, a arca partia,
dizia Moisés: Levanta-te, Senhor, e dissipados sejam os teus inimigos, e fujam
diante de ti os que te odeiam.
36. E, quando ela pousava, dizia:
Volta, ó Senhor, para os muitos milhares de Israel.
[Números 11]Números 11
1. Depois o povo tornou-se
queixoso, falando o que era mau aos ouvidos do Senhor; e quando o Senhor o
ouviu, acendeu-se a sua ira; o fogo do Senhor irrompeu entre eles, e devorou as
extremidades do arraial.
2. Então o povo clamou a Moisés, e Moisés
orou ao Senhor, e o fogo se apagou.
3. Pelo que se chamou aquele lugar
Taberá, porquanto o fogo do Senhor se acendera entre eles.
4. Ora, o
vulgo que estava no meio deles veio a ter grande desejo; pelo que os filhos de
Israel também tornaram a chorar, e disseram: Quem nos dará carne a
comer?
5. Lembramo-nos dos peixes que no Egito comíamos de graça, e
dos pepinos, dos melões, dos porros, das cebolas e dos alhos.
6. Mas
agora a nossa alma se seca; coisa nenhuma há senão este maná diante dos nossos
olhos.
7. E era o maná como a semente do coentro, e a sua aparência
como a aparência de bdélio.
8. O povo espalhava-se e o colhia, e,
triturando-o em moinhos ou pisando-o num gral, em panelas o cozia, e dele fazia
bolos; e o seu sabor era como o sabor de azeite fresco.
9. E, quando o
orvalho descia de noite sobre o arraial, sobre ele descia também o
maná.
10. Então Moisés ouviu chorar o povo, todas as suas famílias,
cada qual à porta da sua tenda; e a ira do Senhor grandemente se acendeu; e
aquilo pareceu mal aos olhos de Moisés.
11. Disse, pois, Moisés ao
Senhor: Por que fizeste mal a teu servo, e por que não achei graça aos teus
olhos, pois que puseste sobre mim o peso de todo este povo.
12.
Concebi eu porventura todo este povo? dei-o eu à luz, para que me dissesses:
Leva-o ao teu colo, como a ama leva a criança de peito, para a terra que com
juramento prometeste a seus pais?
13. Donde teria eu carne para dar a
todo este povo? porquanto choram diante de mim, dizendo: Dá-nos carne a
comer.
14. Eu só não posso: levar a todo este povo, porque me é pesado
demais.
15. Se tu me hás de tratar assim, mata-me, peço-te, se tenho
achado graça aos teus olhos; e não me deixes ver a minha miséria.
16.
Disse então o Senhor a Moisés: Ajunta-me setenta homens dos anciãos de Israel,
que sabes serem os anciãos do povo e seus oficiais; e os trarás perante a tenda
da revelação, para que estejam ali contigo.
17. Então descerei e ali
falarei contigo, e tirarei do espírito que está sobre ti, e o porei sobre eles;
e contigo levarão eles o peso do povo para que tu não o leves só.
18.
E dirás ao povo: Santificai-vos para amanhã, e comereis carne; porquanto
chorastes aos ouvidos do Senhor, dizendo: Quem nos dará carne a comer? pois bem
nos ia no Egito. Pelo que o Senhor vos dará carne, e comereis.
19. Não
comereis um dia, nem dois dias, nem cinco dias, nem dez dias, nem vinte
dias;
20. mas um mês inteiro, até vos sair pelas narinas, até que se
vos torne coisa nojenta; porquanto rejeitastes ao Senhor, que está no meio de
vós, e chorastes diante dele, dizendo: Por que saímos do Egito?
21.
Respondeu Moisés: Seiscentos mil homens de pé é este povo no meio do qual estou;
todavia tu tens dito: Dar-lhes-ei carne, e comerão um mês inteiro.
22.
Matar-se-ão para eles rebanhos e gados, que lhes bastem? ou ajuntar-se-ão, para
eles todos os peixes do mar, que lhes bastem?
23. Pelo que replicou o
Senhor a Moisés: Porventura tem-se encurtado a mão do Senhor? agora mesmo verás
se a minha palavra se há de cumprir ou não.
24. Saiu, pois, Moisés, e
relatou ao povo as palavras do Senhor; e ajuntou setenta homens dentre os
anciãos do povo e os colocou ao redor da tenda.
25. Então o Senhor
desceu: na nuvem, e lhe falou; e, tirando do espírito que estava sobre ele,
pô-lo sobre aqueles setenta anciãos; e aconteceu que, quando o espírito repousou
sobre eles profetizaram, mas depois nunca mais o fizeram.
26. Mas no
arraial ficaram dois homens; chamava-se um Eldade, e o outro Medade; e repousou
sobre eles: o espírito, porquanto estavam entre os inscritos, ainda que não
saíram para irem à tenda; e profetizavam no arraial.
27. Correu, pois,
um moço, e anunciou a Moisés: Eldade e Medade profetizaram no
arraial.
28. Então Josué, filho de Num, servidor de Moisés, um dos
seus mancebos escolhidos, respondeu e disse: Meu Senhor Moisés,
proíbe-lho.
29. Moisés, porém, lhe disse: Tens tu ciúmes por mim?
Oxalá que do povo do Senhor todos fossem profetas, que o Senhor pusesse o seu
espírito sobre eles!
30. Depois Moisés se recolheu ao arraial, ele e
os anciãos de Israel.
31. Soprou, então, um vento da parte do Senhor
e, do lado do mar, trouxe codornizes que deixou cair junto ao arraial quase
caminho de um dia de um e de outro lado, à roda do arraial, a cerca de dois
côvados da terra.
32. Então o povo, levantando-se, colheu as
codornizes por todo aquele dia e toda aquela noite, e por todo o dia seguinte; o
que colheu menos, colheu dez hômeres. E as estenderam para si ao redor do
arraial.
33. Quando a carne ainda estava entre os seus dentes, antes
que fosse mastigada, acendeu-se a ira do Senhor contra o povo, e feriu o Senhor
ao povo com uma praga, mui grande.
34. Pelo que se chamou aquele lugar
Quibrote-Taavá, porquanto ali enterraram o povo que tivera o
desejo.
35. De Quibrote-Taavá partiu o povo para Hazerote; e
demorou-se em Hazerote.
[Números 12]Números
12
1. Ora, falaram Miriã e Arão contra Moisés, por
causa da mulher cuchita que este tomara; porquanto tinha tomado uma mulher
cuchita.
2. E disseram: Porventura falou o Senhor somente por Moisés?
Não falou também por nós? E o Senhor o ouviu.
3. Ora, Moisés era homem
mui manso, mais do que todos os homens que havia sobre a terra.
4. E
logo o Senhor disse a Moisés, a Arão e a Miriã: Saí vos três à tenda da
revelação. E saíram eles três.
5. Então o Senhor desceu em uma coluna
de nuvem, e se pôs à porta da tenda; depois chamou a Arão e a Miriã, e os dois
acudiram.
6. Então disse: Ouvi agora as minhas palavras: se entre vós
houver profeta, eu, o Senhor, a ele me farei conhecer em visão, em sonhos
falarei com ele.
7. Mas não é assim com o meu servo Moisés, que é fiel
em toda a minha casa;
8. boca a boca falo com ele, claramente e não em
enigmas; pois ele contempla a forma do Senhor. Por que, pois, não temestes falar
contra o meu servo, contra Moisés?
9. Assim se acendeu a ira do Senhor
contra eles; e ele se retirou;
10. também a nuvem se retirou de sobre
a tenda; e eis que Miriã se tornara leprosa, branca como a neve; e olhou Arão
para Miriã e eis que estava leprosa.
11. Pelo que Arão disse a Moisés:
Ah, meu senhor! rogo-te não ponhas sobre nós este pecado, porque procedemos
loucamente, e pecamos.
12. Não seja ela como um morto que, ao sair do
ventre de sua mãe, tenha a sua carne já meio consumida.
13. Clamou,
pois, Moisés ao Senhor, dizendo: Ó Deus, rogo-te que a cures.
14.
Respondeu o Senhor a Moisés: Se seu pai lhe tivesse cuspido na cara não seria
envergonhada por sete dias? Esteja fechada por sete dias fora do arraial, e
depois se recolherá outra vez.
15. Assim Miriã esteve fechada fora do
arraial por sete dias; e o povo não partiu, enquanto Miriã não se recolheu de
novo.
16. Mas depois o povo partiu de Hazerote, e acampou-se no
deserto de Parã.
[Números 13]Números
13
1. Então disse o Senhor a Moisés:
2. Envia
homens que espiem a terra de Canaã, que eu hei de dar aos filhos de Israel. De
cada tribo de seus pais enviarás um homem, sendo cada qual príncipe entre
eles.
3. Moisés, pois, enviou-os do deserto de Parã, segundo a ordem
do Senhor; eram todos eles homens principais dentre os filhos de
Israel.
4. E estes são os seus nomes: da tribo de Rúben, Samua, filho
de Zacur;
5. da tribo de Simeão, Safate, filho de Hori;
6.
da tribo de Judá, Calebe, filho de Jefoné;
7. da tribo de Issacar,
Ioal, filho de José;
8. da tribo de Efraim, Oséias, filho de
Num;
9. da tribo de Benjamim, Palti, filho de Rafu;
10. da
tribo de Zebulom, Gadiel, filho de Sódi;
11. da tribo de José, pela
tribo de Manassés, Gadi, filho de Susi;
12. da tribo de Dã, Amiel,
filho de Gemali;
13. da tribo de Aser, Setur, filho de
Micael;
14. da tribo de Naftali, Nabi, filho de Vofsi;
15.
da tribo de Gade, Geuel, filho de Maqui.
16. Estes são os nomes dos
homens que Moisés enviou a espiar a terra. Ora, a Oséias, filho de Num, Moisés
chamou Josué.
17. Enviou-os, pois, Moisés a espiar: a terra de Canaã,
e disse-lhes: Subi por aqui para o Negebe, e penetrai nas
montanhas;
18. e vede a terra, que tal é; e o povo que nela habita, se
é forte ou fraco, se pouco ou muito;
19. que tal é a terra em que
habita, se boa ou má; que tais são as cidades em que habita, se arraiais ou
fortalezas;
20. e que tal é a terra, se gorda ou magra; se nela há
árvores, ou não; e esforçai-vos, e tomai do fruto da terra. Ora, a estação era a
das uvas temporãs.
21. Assim subiram, e espiaram a terra desde o
deserto de Zim, até Reobe, à entrada de Hamate.
22. E subindo para o
Negebe, vieram até Hebrom, onde estavam Aimã, Sesai e Talmai, filhos de Anaque.
(Ora, Hebrom foi edificada sete anos antes de Zoã no Egito. )
23.
Depois vieram até e vale de Escol, e dali cortaram um ramo de vide com um só
cacho, o qual dois homens trouxeram sobre uma verga; trouxeram também romãs e
figos.
24. Chamou-se aquele lugar o vale de Escol, por causa do cacho
que dali cortaram os filhos de Israel.
25. Ao fim de quarenta dias
voltaram de espiar a terra.
26. E, chegando, apresentaram-se a Moisés
e a Arão, e a toda a congregação dos filhos de Israel, no deserto de Parã, em
Cades; e deram-lhes notícias, a eles e a toda a congregação, e mostraram-lhes o
fruto da terra.
27. E, dando conta a Moisés, disseram: Fomos à terra a
que nos enviaste. Ela, em verdade, mana leite e mel; e este é o seu
fruto.
28. Contudo o povo que habita nessa terra é poderoso, e as
cidades são fortificadas e mui grandes. Vimos também ali os filhos de
Anaque.
29. Os amalequitas habitam na terra do Negebe; os heteus, os
jebuseus e os amorreus habitam nas montanhas; e os cananeus habitam junto do
mar, e ao longo do rio Jordão.
30. Então Calebe, fazendo calar o povo
perante Moisés, disse: Subamos animosamente, e apoderemo-nos dela; porque bem
poderemos prevalecer contra ela.
31. Disseram, porém, os homens que
subiram com ele: Não poderemos subir contra aquele povo, porque é mais forte do
que nos.
32. Assim, perante os filhos de Israel infamaram a terra que
haviam espiado, dizendo: A terra, pela qual passamos para espiá-la, é terra que
devora os seus habitantes; e todo o povo que vimos nela são homens de grande
estatura.
33. Também vimos ali os nefilins, isto é, os filhos de
Anaque, que são descendentes dos nefilins; éramos aos nossos olhos como
gafanhotos; e assim também éramos aos seus olhos.
[Números 14]Números 14
1. Então toda a congregação
levantou a voz e gritou; e o povo chorou naquela noite.
2. E todos os
filhos de Israel murmuraram contra Moisés e Arão; e toda a congregação lhes
disse: Antes tivéssemos morrido na terra do Egito, ou tivéssemos morrido neste
deserto!
3. Por que nos traz o Senhor a esta terra para cairmos à
espada? Nossas mulheres e nossos pequeninos serão por presa. Não nos seria
melhor voltarmos para o Egito?
4. E diziam uns aos outros:
Constituamos um por chefe o voltemos para o Egito.
5. Então Moisés e
Arão caíram com os rostos por terra perante toda a assembléia da congregação dos
filhos de Israel.
6. E Josué, filho de Num, e Calebe, filho de Jefoné,
que eram dos que espiaram a terra, rasgaram as suas vestes;
7. e
falaram a toda a congregação dos filhos de Israel, dizendo: A terra, pela qual
passamos para a espiar, é terra muitíssimo boa.
8. Se o Senhor se
agradar de nós, então nos introduzirá nesta terra e no-la dará; terra que mana
leite e mel.
9. Tão somente não sejais rebeldes contra o Senhor, e não
temais o povo desta terra, porquanto são eles nosso pão. Retirou-se deles a sua
defesa, e o Senhor está conosco; não os temais.
10. Mas toda a
congregação disse que fossem apedrejados. Nisso a glória do Senhor apareceu na
tenda da revelação a todos os filhos de Israel.
11. Disse então o
Senhor a Moisés: Até quando me desprezará este povo e até quando não crerá em
mim, apesar de todos os sinais que tenho feito no meio dele?
12. Com
pestilência o ferirei, e o rejeitarei; e farei de ti uma nação maior e mais
forte do que ele.
13. Respondeu Moisés ao Senhor: Assim os egípcios o
ouvirão, eles, do meio dos quais, com a tua força, fizeste subir este
povo,
14. e o dirão aos habitantes desta terra. Eles ouviram que tu, ó
Senhor, estás no meio deste povo; pois tu, ó Senhor, és visto face a face, e a
tua nuvem permanece sobre eles, e tu vais adiante deles numa coluna de nuvem de
dia, e numa coluna de fogo de noite.
15. E se matares este povo como a
um só homem, então as nações que têm ouvido da tua fama, dirão:
16.
Porquanto o Senhor não podia introduzir este povo na terra que com juramento lhe
prometera, por isso os matou no deserto.
17. Agora, pois, rogo-te que
o poder do meu Senhor se engrandeça, segundo tens dito:
18. O Senhor é
tardio em irar-se, e grande em misericórdia; perdoa a iniqüidade e a
transgressão; ao culpado não tem por inocente, mas visita a iniqüidade dos pais
nos filhos até a terceira e a quarta geração.
19. Perdoa, rogo-te, a
iniqüidade deste povo, segundo a tua grande misericórdia, como o tens perdoado
desde o Egito até, aqui.
20. Disse-lhe o Senhor: Conforme a tua
palavra lhe perdoei;
21. tão certo, porém, como eu vivo, e como a
glória do Senhor encherá toda a terra,
22. nenhum de todos os homens
que viram a minha glória e os sinais que fiz no Egito e no deserto, e todavia me
tentaram estas dez vezes, não obedecendo à minha voz,
23. nenhum deles
verá a terra que com juramento prometi o seus pais; nenhum daqueles que me
desprezaram a verá.
24. Mas o meu servo Calebe, porque nele houve
outro espírito, e porque perseverou em seguir-me, eu o introduzirei na terra em
que entrou, e a sua posteridade a possuirá.
25. Ora, os amalequitas e
os cananeus habitam no vale; tornai-vos amanhã, e caminhai para o deserto em
direção ao Mar Vermelho.
26. Depois disse o Senhor a Moisés e
Arão:
27. Até quando sofrerei esta má congregação, que murmura contra
mim? tenho ouvido as murmurações dos filhos de Israel, que eles fazem contra
mim.
28. Dize-lhes: Pela minha vida, diz o Senhor, certamente conforme
o que vos ouvi falar, assim vos hei de fazer:
29. neste deserto cairão
os vossos cadáveres; nenhum de todos vós que fostes contados, segundo toda a
vossa conta, de vinte anos para cima, que contra mim murmurastes,
30.
certamente nenhum de vós entrará na terra a respeito da qual jurei que vos faria
habitar nela, salvo Calebe, filho de Jefoné, e Josué, filho de
Num.
31. Mas aos vossos pequeninos, dos quais dissestes que seriam por
presa, a estes introduzirei na terra, e eles conhecerão a terra que vós
rejeitastes.
32. Quanto a vós, porém, os vossos cadáveres cairão neste
deserto;
33. e vossos filhos serão pastores no deserto quarenta anos,
e levarão sobre si as vossas infidelidades, até que os vossos cadáveres se
consumam neste deserto.
34. Segundo o número dos dias em que espiastes
a terra, a saber, quarenta dias, levareis sobre vós as vossas iniqüidades por
quarenta anos, um ano por um dia, e conhecereis a minha oposição.
35.
Eu, o Senhor, tenho falado; certamente assim o farei a toda esta má congregação,
aos que se sublevaram contra mim; neste deserto se consumirão, e aqui
morrerão.
36. Ora, quanto aos homens que Moisés mandara a espiar a
terra e que, voltando, fizeram murmurar toda a congregação contra ele, infamando
a terra,
37. aqueles mesmos homens que infamaram a terra morreram de
praga perante o Senhor.
38. Mas Josué, filho de Num, e Calebe, filho
de Jefoné, que eram dos homens que foram espiar a terra, ficaram com
vida.
39. Então Moisés falou estas palavras a todos os filhos de
Israel, pelo que o povo se entristeceu muito.
40. Eles, pois,
levantando-se de manhã cedo, subiram ao cume do monte, e disseram: Eis-nos aqui;
subiremos ao lugar que o Senhor tem dito; porquanto havemos
pecado.
41. Respondeu Moisés: Ora, por que transgredis o mandado do
Senhor, visto que isso não prosperará?
42. Não subais, pois o Senhor
não está no meio de vós; para que não sejais feridos diante dos vossos
inimigos.
43. Porque os amalequitas e os cananeus estão ali diante da
vossa face, e caireis à espada; pois, porquanto vos desviastes do Senhor, o
Senhor não estará convosco.
44. Contudo, temerariamente subiram eles
ao cume do monte; mas a arca do pacto do Senhor, e Moisés, não se apartaram do
arraial.
45. Então desceram os amalequitas e os cananeus, que
habitavam na montanha, e os feriram, derrotando-os até Horma.
[Números
15]Números 15
1. Depois disse o Senhor
a Moisés:
2. Fala aos filhos de Israel e díze-lhes: Quando entrardes
na terra da vossa habitação, que eu vos hei de dar,
3. e ao Senhor
fizerdes, do gado eu do rebanho, oferta queimada, holocausto ou sacrifício, para
cumprir um voto, ou como oferta voluntária, para fazer nas vossos festas fixas
um cheiro suave ao Senhor,
4. Então aquele que fizer a sua oferta,
fará ao Senhor uma oferta de cereais de um décimo de efa de flor de farinha,
misturada com a quarta parte de um him de azeite;
5. e de vinho para a
oferta de libação prepararás a quarta parte de um him para o holocausto, ou para
o sacrifício, para cada cordeiro;
6. e para cada carneiro prepararás
como oferta de cereais, dois décimos de efa de flor de farinha, misturada com a
terça parte de um him de azeite;
7. e de vinho para a oferta de
libação oferecerás a terça parte de um him em cheiro suave ao
Senhor.
8. Também, quando preparares novilho para holocausto ou
sacrifício, para cumprir um voto, ou um sacrifício de ofertas pacíficas ao
Senhor,
9. com o novilho oferecerás uma oferta de cereais de três
décimos de efa, de flor de farinha, misturada com a metade de um him de
azeite;
10. e de vinho para a oferta de libação oferecerás a metade de
um him como oferta queimada em cheiro suave ao Senhor.
11. Assim se
fará com cada novilho, ou carneiro, ou com cada um dos cordeiros ou dos
cabritos.
12. Segundo o número que oferecerdes, assim fareis com cada
um deles.
13. Todo natural assim fará estas coisas, ao oferecer oferta
queimada em cheiro suave ao Senhor.
14. Também se peregrinar convosco
algum estrangeiro, ou quem quer que estiver entre vos nas vossas gerações, e ele
oferecer uma oferta queimada de cheiro suave ao Senhor, como vós fizerdes, assim
fará ele.
15. Quanto à assembléia, haverá um mesmo estatuto para vós e
para o estrangeiro que peregrinar convosco, estatuto perpétuo nas vossas
gerações; como vós, assim será o peregrino perante o Senhor.
16. Uma
mesma lei e uma mesma ordenança haverá para vós e para o estrangeiro que
peregrinar convosco.
17. Disse mais o Senhor a Moisés:
18.
Fala aos filhos de Israel, e dize-lhes: Depois de terdes entrado na terra em que
vos hei de introduzir,
19. será que, ao comerdes do pão da terra,
oferecereis ao Senhor uma oferta alçada.
20. Das primícias da vossa
massa oferecereis um bolo em oferta alçada; como a oferta alçada da eira, assim
o oferecereis.
21. Das primícias das vossas massas dareis ao Senhor
oferta alçada durante as vossas gerações.
22. Igualmente, quando
vierdes a errar, e não observardes todos esses mandamentos, que o Senhor tem
falado a Moisés,
23. sim, tudo quanto o Senhor vos tem ordenado por
intermédio do Moisés, desde o dia em que o Senhor começou a dar os seus
mandamentos, e daí em diante pelas vossas gerações,
24. será que,
quando se fizer alguma coisa sem querer, e isso for encoberto aos olhos da
congregação, toda a congregação oferecerá um novilho para holocausto em cheiro
suave ao Senhor, juntamente com a oferta de cereais do mesmo e a sua oferta de
libação, segundo a ordenança, e um bode como sacrifício pelo
pecado.
25. E o sacerdote fará expiação por toda a congregação dos
filhos de Israel, e eles serão perdoados; porquanto foi erro, e trouxeram a sua
oferta, oferta queimada ao Senhor, e o seu sacrifício pelo pecado perante o
Senhor, por causa do seu erro.
26. Será, pois, perdoada toda a
congregação dos filhos de Israel, bem como o estrangeiro que peregrinar entre
eles; porquanto sem querer errou o povo todo.
27. E, se uma só pessoa
pecar sem querer, oferecerá uma cabra de um ano como sacrifício pelo
pecado.
28. E o sacerdote fará perante o Senhor expiação pela alma que
peca, quando pecar sem querer; e, feita a expiação por ela, será
perdoada.
29. Haverá uma mesma lei para aquele que pecar sem querer,
tanto para o natural entre os filhos de Israel, como para o estrangeiro que
peregrinar entre eles.
30. Mas a pessoa que fizer alguma coisa
temerariamente, quer seja natural, quer estrangeira, blasfema ao Senhor; tal
pessoa será extirpada do meio do seu povo,
31. por haver desprezado a
palavra do Senhor, e quebrado o seu mandamento; essa alma certamente será
extirpada, e sobre ela recairá a sua iniqüidade.
32. Estando, pois, os
filhos de Israel no deserto, acharam um homem apanhando lenha no dia de
sábado.
33. E os que o acharam apanhando lenha trouxeram-no a Moisés e
a Arão, e a toda a congregação.
34. E o meteram em prisão, porquanto
ainda não estava declarado o que se lhe devia fazer.
35. Então disse o
Senhor a Moisés: certamente será morto o homem; toda a congregação o apedrejará
fora do arraial.
36. Levaram-no, pois, para fora do arraial, e o
apedrejaram, de modo que ele morreu; como o Senhor ordenara a
Moisés.
37. Disse mais o Senhor a Moisés:
38. Fala aos
filhos de Israel, e dize-lhes que façam para si franjas nas bordas das suas
vestes, pelas suas gerações; e que ponham nas franjas das bordas um cordão
azul.
39. Tê-lo-eis nas franjas, para que o vejais, e vos lembreis de
todos os mandamentos do Senhor, e os observeis; e para que não vos deixeis
arrastar à infidelidade pelo vosso coração ou pela vossa vista, como antes o
fazíeis;
40. para que vos lembreis de todos os meus mandamentos, e os
observeis, e sejais santos para com o vosso Deus.
41. Eu sou o senhor
vosso Deus, que vos tirei da terra do Egito para ser o vosso Deus. Eu sou o
Senhor vosso Deus.
[Números 16]Números
16
1. Ora, Corá, filho de Izar, filho de Coate, filho
de Levi, juntamente com Datã e Abirão, filhos de Eliabe, e Om, filho de Pelete,
filhos de Rúben, tomando certos homens,
2. levantaram-se perante
Moisés, juntamente com duzentos e cinqüenta homens dos filhos de Israel,
príncipes da congregação, chamados à assembléia, varões de renome;
3.
e ajuntando-se contra Moisés e contra Arão, disseram-lhes: Demais é o que vos
arrogais a vós, visto que toda a congregação e santa, todos eles são santos, e o
Senhor está no meio deles; por que, pois, vos elevais sobre a assembléia do
Senhor?
4. Quando Moisés ouviu isso, caiu com o rosto em
terra;
5. depois falou a Corá e a toda a sua companhia, dizendo:
Amanhã pela manhã o Senhor fará saber quem é seu, e quem é o santo, ao qual ele
fará chegar a si; e aquele a quem escolher fará chegar a si.
6. Fazei
isto: Corá e toda a sua companhia, tomai para vós incensários;
7. e
amanhã, pondo fogo neles, sobre eles deitai incenso perante o Senhor; e será que
o homem a quem o Senhor escolher, esse será o santo; demais é o que vos arrogais
a vós, filhos de Levi.
8. Disse mais Moisés a Corá: Ouvi agora, filhos
de Levi!
9. Acaso é pouco para vós que o Deus de Israel vos tenha
separado da congregação de Israel, para vos fazer chegar a si, a fim de fazerdes
o serviço do tabernáculo do Senhor e estardes perante a congregação para
ministrar-lhe,
10. e te fez chegar, e contigo todos os teus irmãos, os
filhos de Levi? procurais também o sacerdócio?
11. Pelo que tu e toda
a tua companhia estais congregados contra o Senhor; e Arão, quem é ele, para que
murmureis contra ele?
12. Então Moisés mandou chamar a Datã e a
Abirão, filhos de Eliabe; eles porém responderam: Não subiremos.
13. É
pouco, porventura, que nos tenhas feito subir de uma terra que mana leite e mel,
para nos matares no deserto, para que queiras ainda fazer-te príncipe sobre
nós?
14. Ademais, não nos introduziste em uma terra que mana leite e
mel, nem nos deste campos e vinhas em herança; porventura cegarás os olhos a
estes homens? Não subiremos.
15. Então Moisés irou-se grandemente, e
disse ao Senhor: Não atentes para a sua oferta; nem um só jumento tenho tomado
deles, nem a nenhum deles tenho feito mal.
16. Disse mais Moisés a
Corá: Comparecei amanhã tu e toda a tua companhia perante o Senhor; tu e eles, e
Arão.
17. Tome cada um o seu incensário, e ponha nele incenso; cada um
traga perante o Senhor o seu incensário, duzentos e cinqüenta incensários;
também tu e Arão, cada qual o seu incensário.
18. Tomou, pois, cada
qual o seu incensário, e nele pôs fogo, e nele deitou incenso; e se puseram à
porta da tenda da revelação com Moisés e Arão.
19. E Corá fez ajuntar
contra eles toda o congregação à porta da tenda da revelação; então a glória do
Senhor apareceu a toda a congregação.
20. Então disse o senhor a
Moisés e a Arão:
21. Apartai-vos do meio desta congregação, para que
eu, num momento, os possa consumir.
22. Mas eles caíram com os rostos
em terra, e disseram: ó Deus, Deus dos espíritos de toda a carne, pecará um só
homem, e indignar-te-ás tu contra toda esta congregação?
23. Respondeu
o Senhor a Moisés:
24. Fala a toda esta congregação, dizendo: Subi do
derredor da habitação de Corá, Datã e Abirão.
25. Então Moisés
levantou-se, e foi ter com Datã e Abirão; e seguiram-nos os anciãos de
Israel.
26. E falou à congregação, dizendo: Retirai-vos, peço-vos, das
tendas desses homens ímpios, e não toqueis nada do que é seu, para que não
pereçais em todos os seus pecados.
27. Subiram, pois, do derredor da
habitação de Corá, Datã e Abirão. E Datã e Abirão saíram, e se puseram à porta
das suas tendas, juntamente com suas mulheres, e seus filhos e seus
pequeninos.
28. Então disse Moisés: Nisto conhecereis que o Senhor me
enviou a fazer todas estas obras; pois não as tenho feito de mim
mesmo.
29. Se estes morrerem como morrem todos os homens, e se forem
visitados como são visitados todos os homens, o Senhor não me
enviou.
30. Mas, se o Senhor criar alguma coisa nova, e a terra abrir
a boca e os tragar com tudo o que é deles, e vivos descerem ao Seol, então
compreendereis que estes homens têm desprezado o Senhor.
31. E
aconteceu que, acabando ele de falar todas estas palavras, a terra que estava
debaixo deles se fendeu;
32. e a terra abriu a boca e os tragou com as
suas famílias, como também a todos os homens que pertenciam a Corá, e a toda a
sua fazenda.
33. Assim eles e tudo o que era seu desceram vivos ao
Seol; e a terra os cobriu, e pereceram do meio da congregação,
34. E
todo o Israel, que estava ao seu redor, fugiu ao clamor deles, dizendo: não
suceda que a terra nos trague também a nós.
35. Então saiu fogo do
Senhor, e consumiu os duzentos e cinqüenta homens que ofereciam o
incenso.
36. Então disse o Senhor a Moisés:
37. Dize a
Eleazar, filho de Arão, o sacerdote, que tire os incensários do meio do
incêndio; e espalha tu o fogo longe; porque se tornaram santos
38. os
incensários daqueles que pecaram contra as suas almas; deles se façam chapas, de
obra batida, para cobertura do altar; porquanto os trouxeram perante o Senhor,
por isso se tornaram santos; e serão por sinal aos filhos de
Israel.
39. Eleazar, pois, o sacerdote, tomou os incensários de
bronze, os quais aqueles que foram queimados tinham oferecido; e os converteram
em chapas para cobertura do altar,
40. para servir de memória aos
filhos de Israel, a fim de que nenhum estranho, ninguém que não seja da
descendência de Arão, se chegue para queimar incenso perante o Senhor, para que
não seja como Corá e a sua companhia; conforme o Senhor dissera a Eleazar por
intermédio de Moisés.
41. Mas no dia seguinte toda a congregação dos
filhos de Israel murmurou contra Moisés e Arão, dizendo: Vós matastes o povo do
Senhor.
42. E tendo-se sublevado a congregação contra Moisés e Arão,
dirigiu-se para a tenda da revelação, e eis que a nuvem a cobriu, e a glória do
Senhor apareceu.
43. Vieram, pois, Moisés e Arão à frente da tenda da
revelação.
44. Então disse o Senhor a Moisés:
45.
Levantai-vos do meio desta congregação, para que eu, num momento, a possa
consumir. Então caíram com o rosto em terra.
46. Depois disse Moisés a
Arão: Toma o teu incensário, põe nele fogo do altar, deita incenso sobre ele e
leva-o depressa à congregação, e faze expiação por eles; porque grande
indignação saiu do Senhor; já começou a praga.
47. Tomou-o Arão, como
Moisés tinha falado, e correu ao meio da congregação; e eis que já a praga havia
começado entre o povo; e deitando o incenso no incensário, fez expiação pelo
povo.
48. E pôs-se em pé entre os mortos e os vivos, e a praga
cessou.
49. Ora, os que morreram da praga foram catorze mil e
setecentos, além dos que morreram no caso de Corá.
50. E voltou Arão a
Moisés à porta da tenda da revelação, pois cessara a praga.
[Números
17]Números 17
1. Então disse o Senhor
a Moisés:
2. Fala aos filhos de Israel, e toma deles uma vara para
cada casa paterna de todos os seus príncipes, segundo as casas de seus pais,
doze varas; e escreve o nome de cada um sobre a sua vara.
3. O nome de
Arão escreverás sobre a vara de Levi; porque cada cabeça das casas de seus pais
terá uma vara.
4. E as porás na tenda da revelação, perante o
testemunho, onde venho a vós.
5. Então brotará a vara do homem que eu
escolher; assim farei cessar as murmurações dos filhos de Israel contra mim, com
que murmuram contra vós.
6. Falou, pois, Moisés aos filhos de Israel,
e todos os seus príncipes deram-lhe varas, cada príncipe uma, segundo as casas
de seus pais, doze varas; e entre elas estava a vara de Arão.
7. E
Moisés depositou as varas perante o Senhor na tenda do testemunho.
8.
Sucedeu, pois, no dia seguinte, que Moisés entrou na tenda do testemunho, e eis
que a vara de Arão, pela casa de Levi, brotara, produzira gomos, rebentara em
flores e dera amêndoas maduras.
9. Então Moisés trouxe todas as varas
de diante do Senhor a todos os filhos de Israel; e eles olharam, e tomaram cada
um a sua vara.
10. Então o Senhor disse a Moisés: Torna a pôr a vara
de Arão perante o testemunho, para se guardar por sinal contra os filhos
rebeldes; para que possas fazer acabar as suas murmurações contra mim, a fim de
que não morram.
11. Assim fez Moisés; como lhe ordenara o Senhor,
assim fez.
12. Então disseram os filhos de Israel a Moisés: Eis aqui,
nós expiramos, perecemos, todos nós perecemos.
13. Todo aquele que se
aproximar, sim, todo o que se aproximar do tabernáculo do Senhor, morrerá;
porventura pereceremos todos?
[Números 18]Números
18
1. Depois disse o Senhor a Arão: Tu e teus filhos, e
a casa de teu pai contigo, levareis a iniqüidade do santuário; e tu e teus
filhos contigo levareis a iniqüidade do vosso sacerdócio.
2. Faze,
pois, chegar contigo também teus irmãos, a tribo de Levi, a tribo de teu pai,
para que se ajuntem a ti, e te sirvam; mas tu e teus filhos contigo estareis
perante a tenda do testemunho.
3. Eles cumprirão as tuas ordens, e
assumirão o encargo de toda a tenda; mas não se chegarão aos utensílios do
santuário, nem ao altar, para que não morram, assim eles, como vós.
4.
Mas se ajuntarão a ti, e assumirão o encargo da tenda da revelação, para todo o
serviço da tenda; e o estranho não se chegará a vós.
5. Vós, pois,
assumireis o encargo do santuário e o encargo do altar, para que não haja outra
vez furor sobre os filhos de Israel.
6. Eis que eu tenho tomado vossos
irmãos, os levitas, do meio dos filhos de Israel; eles vos são uma dádiva, feita
ao Senhor, para fazerem o serviço da tenda da revelação.
7. Mas tu e
teus filhos contigo cumprireis o vosso sacerdócio no tocante a tudo o que é do
altar, e a tudo o que está dentro do véu; nisso servireis. Eu vos dou o
sacerdócio como dádiva ministerial, e o estranho que se chegar será
morto.
8. Disse mais o Senhor a Arão: Eis que eu te tenho dado as
minhas ofertas alçadas, com todas as coisas santificadas dos filhos de Israel; a
ti as tenho dado como porção, e a teus filhos como direito
perpétuo.
9. Das coisas santíssimas reservadas do fogo serão tuas
todas as suas ofertas, a saber, todas as ofertas de cereais, todas as ofertas
pelo pecado e todas as ofertas pela culpa, que me entregarem; estas coisas serão
santíssimas para ti e para teus filhos.
10. Num lugar santo as
comerás; delas todo varão comerá; santas te serão.
11. Também isto
será teu: a oferta alçada das suas dádivas, com todas as ofertas de movimento
dos filhos de Israel; a ti, a teus filhos, e a tuas filhas contigo, as tenho
dado como porção, para sempre. Todo o que na tua casa estiver limpo, comerá
delas.
12. Tudo o que do azeite há de melhor, e tudo o que do mosto e
do grão há de melhor, as primícias destes que eles derem ao Senhor, a ti as
tenho dado.
13. Os primeiros frutos de tudo o que houver na sua terra,
que trouxerem ao Senhor, serão teus. Todo o que na tua casa estiver limpo comerá
deles.
14. Toda coisa consagrada em Israel será tua.
15.
Todo primogênito de toda a carne, que oferecerem ao Senhor, tanto de homens como
de animais, será teu; contudo os primogênitos dos homens certamente remirás;
também os primogênitos dos animais imundos remirás.
16. Os que deles
se houverem de remir, desde a idade de um mês os remirás, segundo a tua
avaliação, por cinco siclos de dinheiro, segundo o siclo do santuário, que é de
vinte jeiras.
17. Mas o primogênito da vaca, o primogênito da ovelha,
e o primogênito da cabra não remirás, porque eles são santos. Espargirás o seu
sangue sobre o altar, e queimarás a sua gordura em oferta queimada, de cheiro
suave ao Senhor.
18. E a carne deles será tua, bem como serão teus o
peito da oferta de movimento e a coxa direita.
19. Todas as ofertas
alçadas das coisas sagradas, que os filhos de Israel oferecerem ao Senhor, eu as
tenho dado a ti, a teus filhos e a tuas filhas contigo, como porção, para
sempre; é um pacto perpétuo de sal perante o Senhor, para ti e para a tua
descendência contigo.
20. Disse também o Senhor a Arão: Na sua terra
herança nenhuma terás, e no meio deles nenhuma porção terás; eu sou a tua porção
e a tua herança entre os filhos de Israel.
21. Eis que aos filhos de
Levi tenho dado todos os dízimos em Israel por herança, pelo serviço que
prestam, o serviço da tenda da revelação.
22. Ora, nunca mais os
filhos de Israel se chegarão à tenda da revelação, para que não levem sobre si o
pecado e morram.
23. Mas os levitas farão o serviço da tenda da
revelação, e eles levarão sobre si a sua iniqüidade; pelas vossas gerações
estatuto perpétuo será; e no meio dos filhos de Israel nenhuma herança
terão.
24. Porque os dízimos que os filhos de Israel oferecerem ao
Senhor em oferta alçada, eu os tenho dado por herança aos levitas; porquanto eu
lhes disse que nenhuma herança teriam entre os filhos de Israel.
25.
Disse mais o Senhor a Moisés:
26. Também falarás aos levitas, e lhes
dirás: Quando dos filhos de Israel receberdes os dízimos, que deles vos tenho
dado por herança, então desses dízimos fareis ao Senhor uma oferta alçada, o
dízimo dos dízimos.
27. E computar-se-á a vossa oferta alçada, como o
grão da eira, e como a plenitude do lagar.
28. Assim fareis ao Senhor
uma oferta alçada de todos os vossos dízimos, que receberdes dos filhos de
Israel; e desses dízimos dareis a oferta alçada do Senhor a Arão, o
sacerdote.
29. De todas as dádivas que vos forem feitas, oferecereis,
do melhor delas, toda a oferta alçada do Senhor, a sua santa
parte.
30. Portanto lhes dirás: Quando fizerdes oferta alçada do
melhor dos dízimos, será ela computada aos levitas, como a novidade da eira e
como a novidade do lagar.
31. E o comereis em qualquer lugar, vós e as
vossas famílias; porque é a vossa recompensa pelo vosso serviço na tenda da
revelação.
32. Pelo que não levareis sobre vós pecado, se tiverdes
alçado o que deles há de melhor; e não profanareis as coisas sagradas dos filhos
de Israel, para que não morrais.
[Números 19]Números
19
1. Disse mais o Senhor a Moisés e a
Arão:
2. Este é o estatuto da lei que o Senhor ordenou, dizendo: Dize
aos filhos de Israel que te tragam uma novilha vermelha sem defeito, que não
tenha mancha, e sobre a qual não se tenha posto jugo:
3.
Entregá-la-eis a Eleazar, o sacerdote; ele a tirará para fora do arraial, e a
imolarão diante dele.
4. Eleazar, o sacerdote, tomará do sangue com o
dedo, e dele espargirá para a frente da tenda da revelação sete
vezes.
5. Então à vista dele se queimará a novilha, tanto o couro e a
carne, como o sangue e o excremento;
6. e o sacerdote, tomando pau do
cedro, hissopo e carmesim, os lançará no meio do fogo que queima a
novilha.
7. Então o sacerdote lavará as suas vestes e banhará o seu
corpo em água; depois entrará no arraial; e o sacerdote será imundo até a
tarde.
8. Também o que a tiver queimado lavará as suas vestes e
banhará o seu corpo em água, e será imundo até a tarde.
9. E um homem
limpo recolherá a cinza da novilha, e a depositará fora do arraial, num lugar
limpo, e ficará ela guardada para a congregação dos filhos de Israel, para a
água de purificação; é oferta pelo pecado.
10. E o que recolher a
cinza da novilha lavará as suas vestes e será imundo até a tarde; isto será por
estatuto perpétuo aos filhos de Israel e ao estrangeiro que peregrina entre
eles.
11. Aquele que tocar o cadáver de algum homem, será imundo sete
dias.
12. Ao terceiro dia o mesmo se purificará com aquela água, e ao
sétimo dia se tornará limpo; mas, se ao terceiro dia não se purificar, não se
tornará limpo ao sétimo dia.
13. Todo aquele que tocar o cadáver de
algum homem que tenha morrido, e não se purificar, contamina o tabernáculo do
Senhor; e essa alma será extirpada de Israel; porque a água da purificação não
foi espargida sobre ele, continua imundo; a sua imundícia está ainda sobre
ele.
14. Esta é a lei, quando um homem morrer numa tenda: todo aquele
que entrar na tenda, e todo aquele que nela estiver, será imundo sete
dias.
15. Também, todo vaso aberto, sobre que não houver pano atado,
será imundo.
16. E todo aquele que no campo tocar alguém que tenha
sido morto pela espada, ou outro cadáver, ou um osso de algum homem, ou uma
sepultura, será imundo sete dias.
17. Para o imundo, pois, tomarão da
cinza da queima da oferta pelo pecado, e sobre ela deitarão água viva num
vaso;
18. e um homem limpo tomará hissopo, e o molhará na água, e a
espargirá sobre a tenda, sobre todos os objetos e sobre as pessoas que ali
estiverem, como também sobre aquele que tiver tocado o osso, ou o que foi morto,
ou o que faleceu, ou a sepultura.
19. Também o limpo, ao terceiro dia
e ao sétimo dia, a espargirá sobre o imundo, e ao sétimo dia o purificará; e o
que era imundo lavará as suas vestes, e se banhará em água, e à tarde será
limpo.
20. Mas o que estiver imundo e não se purificar, esse será
extirpado do meio da assembléia, porquanto contaminou o santuário do Senhor; a
água de purificação não foi espargida sobre ele; é imundo.
21. Isto
lhes será por estatuto perpétuo: o que espargir a água de purificação lavará as
suas vestes; e o que tocar a água de purificação será imundo até a
tarde.
22. E tudo quanto o imundo tocar também será imundo; e a pessoa
que tocar naquilo será imunda até a tarde.
[Números 20]Números 20
1. Os filhos de Israel, a
congregação toda, chegaram ao deserto de Zim no primeiro mês, e o povo ficou em
Cades. Ali morreu Miriã, e ali foi sepultada.
2. Ora, não havia água
para a congregação; pelo que se ajuntaram contra Moisés e Arão.
3. E o
povo contendeu com Moisés, dizendo: Oxalá tivéssemos perecido quando pereceram
nossos irmãos perante o Senhor!
4. Por que trouxestes a congregação do
Senhor a este deserto, para que morramos aqui, nós e os nossos
animais?
5. E por que nos fizestes subir do Egito, para nos trazer a
este mau lugar? lugar onde não há semente, nem figos, nem vides, nem romãs, nem
mesmo água para beber.
6. Então Moisés e Arão se foram da presença da
assembléia até a porta da tenda da revelação, e se lançaram com o rosto em
terra; e a glória do Senhor lhes apareceu.
7. E o Senhor disse a
Moisés:
8. Toma a vara, e ajunta a congregação, tu e Arão, teu irmão,
e falai à rocha perante os seus olhos, que ela dê as suas águas. Assim lhes
tirarás água da rocha, e darás a beber à congregação e aos seus
animais.
9. Moisés, pois, tomou a vara de diante do senhor, como este
lhe ordenou.
10. Moisés e Arão reuniram a assembléia diante da rocha,
e Moisés disse-lhes: Ouvi agora, rebeldes! Porventura tiraremos água desta rocha
para vós?
11. Então Moisés levantou a mão, e feriu a rocha duas vezes
com a sua vara, e saiu água copiosamente, e a congregação bebeu, e os seus
animais.
12. Pelo que o Senhor disse a Moisés e a Arão: Porquanto não
me crestes a mim, para me santificardes diante dos filhos de Israel, por isso
não introduzireis esta congregação na terra que lhes dei.
13. Estas
são as águas de Meribá, porque ali os filhos de Israel contenderam com o Senhor,
que neles se santificou.
14. De Cades, Moisés enviou mensageiros ao
rei de Edom, dizendo: Assim diz teu irmão Israel: Tu sabes todo o trabalho que
nos tem sobrevindo;
15. como nossos pais desceram ao Egito, e nós no
Egito habitamos muito tempo; e como os egípcios nos maltrataram, a nós e a
nossos pais;
16. e quando clamamos ao Senhor, ele ouviu a nossa voz, e
mandou um anjo, e nos tirou do Egito; e eis que estamos em Cades, cidade na
extremidade dos teus termos.
17. Deixa-nos, pois, passar pela tua
terra; não passaremos pelos campos, nem pelas vinhas, nem beberemos a água dos
poços; iremos pela estrada real, não nos desviando para a direita nem para a
esquerda, até que tenhamos passado os teus termos.
18. Respondeu-lhe
Edom: Não passaras por mim, para que eu não saia com a espada ao teu
encontro.
19. Os filhos de Israel lhe replicaram: Subiremos pela
estrada real; e se bebermos das tuas águas, eu e o meu gado, darei o preço
delas; sob condição de eu nada mais fazer, deixa-me somente passar a
pé.
20. Edom, porém, respondeu: Não passarás. E saiu-lhe ao encontro
com muita gente e com mão forte.
21. Assim recusou Edom deixar Israel
passar pelos seus termos; pelo que Israel se desviou dele.
22. Então
partiram de Cades; e os filhos de Israel, a congregação toda, chegaram ao monte
Hor.
23. E falou o Senhor a Moisés e a Arão no monte Hor, nos termos
da terra de Edom, dizendo:
24. Arão será recolhido a seu povo, porque
não entrará na terra que dei aos filhos de Israel, porquanto fostes rebeldes
contra a minha palavra no tocante às águas de Meribá.
25. Toma a Arão
e a Eleazar, seu filho, e faze-os subir ao monte Hor;
26. e despe a
Arão as suas vestes, e as veste a Eleazar, seu filho, porque Arão será
recolhido, e morrerá ali.
27. Fez, pois, Moisés como o Senhor lhe
ordenara; e subiram ao monte Hor perante os olhos de toda a
congregação.
28. Moisés despiu a Arão as vestes, e as vestiu a
Eleazar, seu filho; e morreu Arão ali sobre o cume do monte; e Moisés e Eleazar
desceram do monte.
29. Vendo, pois, toda a congregação que Arão era
morto, chorou-o toda a casa de Israel por trinta dias.
[Números 21]Números 21
1. Ora, ouvindo o cananeu, rei de
Arade, que habitava no Negebe, que Israel vinha pelo caminho de Atarim, pelejou
contra Israel, e levou dele alguns prisioneiros.
2. Então Israel fez
um voto ao Senhor, dizendo: Se na verdade entregares este povo nas minhas mãos,
destruirei totalmente as suas cidades.
3. O Senhor, pois, ouviu a voz
de Israel, e entregou-lhe os cananeus; e os israelitas os destruíram totalmente,
a eles e às suas cidades; e chamou-se aquele lugar Horma.
4. Então
partiram do monte Hor, pelo caminho que vai ao Mar Vermelho, para rodearem a
terra de Edom; e a alma do povo impacientou-se por causa do
caminho.
5. E o povo falou contra Deus e contra Moisés: Por que nos
fizestes subir do Egito, para morrermos no deserto? pois aqui não há pão e não
há água: e a nossa alma tem fastio deste miserável pão.
6. Então o
Senhor mandou entre o povo serpentes abrasadoras, que o mordiam; e morreu muita
gente em Israel.
7. Pelo que o povo veio a Moisés, e disse: Pecamos,
porquanto temos falado contra o Senhor e contra ti; ora ao Senhor para que tire
de nós estas serpentes. Moisés, pois, orou pelo povo.
8. Então disse o
Senhor a Moisés: Faze uma serpente de bronze, e põe-na sobre uma haste; e será
que todo mordido que olhar para ela viverá.
9. Fez, pois, Moisés uma
serpente de bronze, e pô-la sobre uma haste; e sucedia que, tendo uma serpente
mordido a alguém, quando esse olhava para a serpente de bronze,
vivia.
10. Partiram, então, os filhos de Israel, e acamparam-se em
Obote.
11. Depois partiram de Obote, e acamparam-se em Ije-Abarim, no
deserto que está defronte de Moabe, para o nascente.
12. Dali
partiram, e acamparam-se no vale de Zerede.
13. E, partindo dali,
acamparam-se além do Arnom, que está no deserto e sai dos termos dos amorreus;
porque o Arnom é o termo de Moabe, entre Moabe e os amorreus.
14. Pelo
que se diz no livro das guerras do Senhor: Vaebe em Sufa, e os vales do
Arnom,
15. e o declive dos vales, que se inclina para a situação Ar, e
se encosta aos termos de Moabe
16. Dali vieram a Beer; esse é o poço
do qual o Senhor disse a Moisés: Ajunta o povo, e lhe darei água.
17.
Então Israel cantou este cântico: Brota, ó poço! E vós, entoai-lhe
cânticos!
18. Ao poço que os príncipes cavaram, que os nobres do povo
escavaram com o bastão, e com os seus bordões. Do deserto vieram a
Matana;
19. de Matana a Naaliel; de Naaliel a Bamote;
20. e
de Bamote ao vale que está no campo de Moabe, ao cume de Pisga, que dá para o
deserto.
21. Então Israel mandou mensageiros a Siom, rei dos amorreus,
a dizer-lhe:
22. Deixa-me passar pela tua terra; não nos desviaremos
para os campos nem para as vinhas; as águas dos poços não beberemos; iremos pela
estrada real até que tenhamos passado os teus termos.
23. Siom, porém,
não deixou Israel passar pelos seus termos; pelo contrário, ajuntou todo o seu
povo, saiu ao encontro de Israel no deserto e, vindo a Jaza, pelejou contra
ele.
24. Mas Israel o feriu ao fio da espada, e apoderou-se da sua
terra, desde o Arnom até o Jaboque, até os amonitas; porquanto a fronteira dos
amonitas era fortificada.
25. Assim Israel tomou todas as cidades dos
amorreus e habitou nelas, em Hesbom e em todas as suas aldeias.
26.
Porque Hesbom era a cidade de Siom, rei dos amorreus, que pelejara contra o
precedente rei de Moabe, e tomara da mão dele toda a sua terra até o
Arnom.
27. Pelo que dizem os que falam por provérbios: Vinde a Hesbom!
edifique-se e estabeleça-se a cidade de Siom!
28. Porque fogo saiu de
Hesbom, e uma chama da cidade de Siom; e devorou a Ar de Moabe, aos senhores dos
altos do Arnom.
29. Ai de ti, Moabe! perdido estás, povo de Quemós!
Entregou seus filhos como fugitivos, e suas filhas como cativas, a Siom, rei dos
amorreus.
30. Nós os asseteamos; Hesbom está destruída até Dibom, e os
assolamos até Nofá, que se estende até Medeba.
31. Assim habitou
Israel na terra dos amorreus.
32. Depois Moisés mandou espiar a Jazer,
e tomaram as suas aldeias e expulsaram os amorreus que ali
estavam.
33. Então viraram-se, e subiram pelo caminho de Basã. E Ogue,
rei de Basã, saiu-lhes ao encontro, ele e todo o seu povo, para lhes dar batalha
em Edrei.
34. Disse, pois, o Senhor a Moisés: Não o temas, porque eu
to entreguei na mão, a ele, a todo o seu povo, e à sua terra; e far-lhe-ás como
fizeste a Siom, rei dos amorreus, que habitava em Hesbom.
35. Assim o
feriram, a ele e seus filhos, e a todo o seu povo, até que nenhum lhe ficou
restando; também se apoderaram da terra dele.
[Números 22]Números 22
1. Depois os filhos de Israel
partiram, e acamparam-se nas planícies de Moabe, além do Jordão, na altura de
Jericó.
2. Ora, Balaque, filho de Zipor, viu tudo o que Israel fizera
aos amorreus.
3. E Moabe tinha grande medo do povo, porque era muito;
e Moabe andava angustiado por causa dos filhos de Israel.
4. Por isso
disse aos anciãos de Midiã: Agora esta multidão lamberá tudo quanto houver ao
redor de nós, como o boi lambe a erva do campo. Nesse tempo Balaque, filho de
Zipor, era rei de Moabe.
5. Ele enviou mensageiros a Balaão, filho de
Beor, a Petor, que está junto ao rio, à terra dos filhos do seu povo, a fim de
chamá-lo, dizendo: Eis que saiu do Egito um povo, que cobre a face da terra e
estaciona defronte de mim.
6. Vem pois agora, rogo-te, amaldiçoar-me
este povo, pois mais poderoso é do que eu; porventura prevalecerei, de modo que
o possa ferir e expulsar da terra; porque eu sei que será abençoado aquele a
quem tu abençoares, e amaldiçoado aquele a quem tu amaldiçoares.
7.
Foram-se, pois, os anciãos de Moabe e os anciãos de Midiã, com o preço dos
encantamentos nas mãos e, chegando a Balaão, referiram-lhe as palavras de
Balaque.
8. Ele lhes respondeu: Passai aqui esta noite, e vos trarei a
resposta, como o Senhor me falar. Então os príncipes de Moabe ficaram com
Balaão.
9. Então veio Deus a Balaão, e perguntou: Quem são estes
homens que estão contigo?
10. Respondeu Balaão a Deus: Balaque, filho
de Zipor, rei de Moabe, mos enviou, dizendo:
11. Eis que o povo que
saiu do Egito cobre a face da terra; vem agora amaldiçoar-mo; porventura poderei
pelejar contra ele e expulsá-lo.
12. E Deus disse a Balaão: Não irás
com eles; não amaldiçoarás a este povo, porquanto é bendito.
13.
Levantando-se Balaão pela manhã, disse aos príncipes de Balaque: Ide para a
vossa terra, porque o Senhor recusa deixar-me ir convosco.
14.
Levantaram-se, pois, os príncipes de Moabe, vieram a Balaque e disseram: Balaão
recusou vir conosco.
15. Balaque, porém, tornou a enviar príncipes, em
maior número e mais honrados do que aqueles.
16. Estes vieram a Balaão
e lhe disseram: Assim diz Balaque, filho de Zipor: Rogo-te que não te demores em
vir a mim,
17. porque grandemente te honrarei, e farei tudo o que me
disseres; vem pois, rogo-te, amaldiçoar-me este povo.
18. Respondeu
Balaão aos servos de Balaque: Ainda que Balaque me quisesse dar a sua casa cheia
de prata e de ouro, eu não poderia ir além da ordem do Senhor meu Deus, para
fazer coisa alguma, nem pequena nem grande.
19. Agora, pois, rogo-vos
que fiqueis aqui ainda esta noite, para que eu saiba o que o Senhor me dirá
mais.
20. Veio, pois, Deus a Balaão, de noite, e disse-lhe: Já que
esses homens te vieram chamar, levanta-te, vai com eles; todavia, farás somente
aquilo que eu te disser.
21. Então levantou-se Balaão pela manhã,
albardou a sua jumenta, e partiu com os príncipes de Moabe.
22. A ira
de Deus se acendeu, porque ele ia, e o anjo do Senhor pôs-se-lhe no caminho por
adversário. Ora, ele ia montado na sua jumenta, tendo consigo os seus dois
servos.
23. A jumenta viu o anjo do Senhor parado no caminho, com a
sua espada desembainhada na mão e, desviando-se do caminho, meteu-se pelo campo;
pelo que Balaão espancou a jumenta para fazê-la tornar ao caminho.
24.
Mas o anjo do Senhor pôs-se numa vereda entre as vinhas, havendo uma sebe de um
e de outro lado.
25. Vendo, pois, a jumenta o anjo do Senhor, coseu-se
com a sebe, e apertou contra a sebe o pé de Balaão; pelo que ele tornou a
espancá-la.
26. Então o anjo do Senhor passou mais adiante, e pôs-se
num lugar estreito, onde não havia caminho para se desviar nem para a direita
nem para a esquerda.
27. E, vendo a jumenta o anjo do Senhor,
deitou-se debaixo de Balaão; e a ira de Balaão se acendeu, e ele espancou a
jumenta com o bordão.
28. Nisso abriu o Senhor a boca da jumenta, a
qual perguntou a Balaão: Que te fiz eu, para que me espancasses estas três
vezes?
29. Respondeu Balaão à jumenta: Porque zombaste de mim; oxalá
tivesse eu uma espada na mão, pois agora te mataria.
30. Tornou a
jumenta a Balaão: Porventura não sou a tua jumenta, em que cavalgaste toda a tua
vida até hoje? Porventura tem sido o meu costume fazer assim para contigo? E ele
respondeu: Não.
31. Então o Senhor abriu os olhos a Balaão, e ele viu
o anjo do Senhor parado no caminho, e a sua espada desembainhada na mão; pelo
que inclinou a cabeça, e prostrou-se com o rosto em terra.
32.
Disse-lhe o anjo do senhor: Por que já três vezes espancaste a tua jumenta? Eis
que eu te saí como adversário, porquanto o teu caminho é perverso diante de
mim;
33. a jumenta, porém, me viu, e já três vezes se desviou de
diante de mim; se ela não se tivesse desviado de mim, na verdade que eu te
haveria matado, deixando a ela com vida.
34. Respondeu Balaão ao anjo
do Senhor: pequei, porque não sabia que estavas parado no caminho para te opores
a mim; e agora, se parece mal aos teus olhos, voltarei.
35. Tornou o
anjo do Senhor a Balaão: Vai com os homens, somente a palavra que eu te disser é
que falarás. Assim Balaão seguiu com os príncipes de Balaque:
36.
Tendo, pois, Balaque ouvido que Balaão vinha chegando, saiu-lhe ao encontro até
Ir-Moabe, cidade fronteira que está à margem do Arnom.
37. Perguntou
Balaque a Balaão: Porventura não te enviei diligentemente mensageiros a
chamar-te? por que não vieste a mim? não posso eu, na verdade,
honrar-te?
38. Respondeu Balaão a Balaque: Eis que sou vindo a ti;
porventura poderei eu agora, de mim mesmo, falar alguma coisa? A palavra que
Deus puser na minha boca, essa falarei.
39. E Balaão foi com Balaque,
e chegaram a Quiriate-Huzote.
40. Então Balaque ofereceu em sacrifício
bois e ovelhas, e deles enviou a Balaão e aos príncipes que estavam com
ele.
41. E sucedeu que, pela manhã, Balaque tomou a Balaão, e o levou
aos altos de Baal, e viu ele dali a parte extrema do povo.
[Números
23]Números 23
1. Disse Balaão a
Balaque: Edifica-me aqui sete altares e prepara-me aqui sete novilhos e sete
carneiros.
2. Fez, pois, Balaque como Balaão dissera; e Balaque e
Balaão ofereceram um novilho e um carneiro sobre cada altar.
3. Então
Balaão disse a Balaque: Fica aqui em pé junto ao teu holocausto, e eu irei;
porventura o Senhor me sairá ao encontro, e o que ele me mostrar, eu to direi. E
foi a um lugar alto.
4. E quando Deus se encontrou com Balaão, este
lhe disse: Preparei os sete altares, e ofereci um novilho e um carneiro sobre
cada altar.
5. Então o senhor pôs uma palavra na boca de Balaão, e
disse: Volta para Balaque, e assim falarás.
6. Voltou, pois, para ele,
e eis que estava em pé junto ao seu holocausto, ele e todos os príncipes de
Moabe.
7. Então proferiu Balaão a sua parábola, dizendo: De Arã me
mandou trazer Balaque, o rei de Moabe, desde as montanhas do Oriente, dizendo:
Vem, amaldiçoa-me a Jacó; vem, denuncia a Israel.
8. Como amaldiçoarei
a quem Deus não amaldiçoou? e como denunciarei a quem o Senhor não
denunciou?
9. Pois do cume das penhas o vejo, e dos outeiros o
contemplo; eis que é um povo que habita só, e entre as nações não será
contado.
10. Quem poderá contar o pó de Jacó e o número da quarta
parte de Israel? Que eu morra a morte dos justos, e seja o meu fim como o
deles.
11. Então disse Balaque a Balaão: Que me fizeste? Chamei-te
para amaldiçoares os meus inimigos, e eis que inteiramente os
abençoaste.
12. E ele respondeu: Porventura não terei cuidado de falar
o que o Senhor me puser na boca?
13. Então Balaque lhe disse: Rogo-te
que venhas comigo a outro lugar, donde o poderás ver; verás somente a última
parte dele, mas a todo ele não verás; e amaldiçoa-mo dali.
14. Assim o
levou ao campo de Zofim, ao cume de Pisga; e edificou sete altares, e ofereceu
um novilho e um carneiro sobre cada altar.
15. Disse Balaão a Balaque:
Fica aqui em pé junto ao teu holocausto, enquanto eu vou ali ao encontro do
Senhor.
16. E, encontrando-se o Senhor com Balaão, pôs-lhe na boca uma
palavra, e disse: Volta para Balaque, e assim falarás.
17. Voltou,
pois, para ele, e eis que estava em pé junto ao seu holocausto, e os príncipes
de Moabe com ele. Perguntou-lhe, pois, Balaque: Que falou o
Senhor?
18. Então proferiu Balaão a sua parábola, dizendo: Levanta-te,
Balaque, e ouve; escuta-me, filho de Zipor;
19. Deus não é homem, para
que minta; nem filho do homem, para que se arrependa. Porventura, tendo ele
dito, não o fará? ou, havendo falado, não o cumprirá?
20. Eis que
recebi mandado de abençoar; pois ele tem abençoado, e eu não o posso
revogar.
21. Não se observa iniqüidade em Jacó, nem se vê maldade em
Israel; o senhor seu Deus é com ele, no meio dele se ouve a aclamação dum
rei;
22. É Deus que os vem tirando do Egito; as suas forças são como
as do boi selvagem.
23. Contra Jacó, pois, não há encantamento, nem
adivinhação contra Israel. Agora se dirá de Jacó e de Israel: Que coisas Deus
tem feito!
24. Eis que o povo se levanta como leoa, e se ergue como
leão; não se deitará até que devore a presa, e beba o sangue dos que foram
mortos:
25. Então Balaque disse a Balaão: Nem o amaldiçoes, nem
tampouco o abençoes:
26. Respondeu, porém, Balaão a Balaque: Não te
falei eu, dizendo: Tudo o que o Senhor falar, isso tenho de fazer?
27.
Tornou Balaque a Balaão: Vem agora, e te levarei a outro lugar; porventura
parecerá bem aos olhos de Deus que dali mo amaldiçoes.
28. Então
Balaque levou Balaão ao cume de Peor, que dá para o deserto.
29. E
Balaão disse a Balaque: Edifica-me aqui sete altares, e prepara-me aqui sete
novilhos e sete carneiros.
30. Balaque, pois, fez como dissera Balaão;
e ofereceu um novilho e um carneiro sobre cada altar.
[Números 24]Números 24
1. Vendo Balaão que parecia bem
aos olhos do Senhor que abençoasse a Israel, não foi, como era costume, ao
encontro dos encantamentos, mas voltou o rosto para o deserto.
2. E,
levantando Balaão os olhos, viu a Israel que se achava acampado segundo as suas
tribos; e veio sobre ele o Espírito de Deus.
3. Então proferiu Balaão
a sua parábola, dizendo: Fala Balaão, filho de Beor; fala o homem que tem os
olhos abertos;
4. fala aquele que ouve as palavras de Deus, o que vê a
visão do Todo-Poderoso, que cai, e se lhe abrem os olhos:
5. Quão
formosas são as tuas tendas, ó Jacó! as tuas moradas, ó Israel!
6.
Como vales, elas se estendem; são como jardins à beira dos rios, como árvores de
aloés que o Senhor plantou, como cedros junto às águas.
7. De seus
baldes manarão águas, e a sua semente estará em muitas águas; o seu rei se
exalçará mais do que Agague, e o seu reino será exaltado.
8. É Deus
que os vem tirando do Egito; as suas forças são como as do boi selvagem; ele
devorará as nações, seus adversários, lhes quebrará os ossos, e com as suas
setas os atravessará.
9. Agachou-se, deitou-se como leão, e como leoa;
quem o despertará? Benditos os que te abençoarem, e malditos os que te
amaldiçoarem.
10. Pelo que a ira de Balaque se acendeu contra Balaão,
e batendo ele as palmas, disse a Balaão: Para amaldiçoares os meus inimigos é
que te chamei; e eis que já três vezes os abençoaste.
11. Agora, pois,
foge para o teu lugar; eu tinha dito que certamente te honraria, mas eis que o
Senhor te privou dessa honra.
12. Então respondeu Balaão a Balaque:
Não falei eu também aos teus mensageiros, que me enviaste,
dizendo:
13. Ainda que Balaque me quisesse dar a sua casa cheia de
prata e de ouro, eu não poderia ir além da ordem do Senhor, para fazer, de mim
mesmo, o bem ou o mal; o que o Senhor falar, isso falarei eu?
14.
Agora, pois, eis que me vou ao meu povo; vem, avisar-te-ei do que este povo fará
ao teu povo nos últimos dias.
15. Então proferiu Balaão a sua
parábola, dizendo: Fala Balaão, filho de Beor; fala o homem que tem os olhos
abertos;
16. fala aquele que ouve as palavras de Deus e conhece os
desígnios do Altíssimo, que vê a visão do Todo-Poderoso, que cai, e se lhe abrem
os olhos:
17. Eu o vejo, mas não no presente; eu o contemplo, mas não
de perto; de Jacó procederá uma estrela, de Israel se levantará um cetro que
ferirá os termos de Moabe, e destruirá todos os filhos de orgulho.
18.
E Edom lhe será uma possessão, e assim também Seir, os quais eram os seus
inimigos; pois Israel fará proezas.
19. De Jacó um dominará e
destruirá os sobreviventes da cidade.
20. Também viu Balaão a Amaleque
e proferiu a sua parábola, dizendo: Amaleque era a primeira das nações, mas o
seu fim será a destruição.
21. E, vendo os quenitas, proferiu a sua
parábola, dizendo: Firme está a tua habitação; e posto na penha está o teu
ninho;
22. todavia será o quenita assolado, até que Assur te leve por
prisioneiro.
23. Proferiu ainda a sua parábola, dizendo: Ai, quem
viverá, quando Deus fizer isto?
24. Naus virão das costas de Quitim, e
afligirão a Assur; igualmente afligirão a Eber, que também será para
destruição.
25. Então, tendo-se Balaão levantado, partiu e voltou para
o seu lugar; e também Balaque se foi pelo seu caminho.
[Números 25]Números 25
1. Ora, Israel demorava-se em
Sitim, e o povo começou a prostituir-se com as filhas de Moabe,
2.
pois elas convidaram o povo aos sacrifícios dos seus deuses; e o povo comeu, e
inclinou-se aos seus deuses.
3. Porquanto Israel se juntou a
Baal-Peor, a ira do Senhor acendeu-se contra ele.
4. Disse, pois, o
Senhor a Moisés: Toma todos os cabeças do povo, e enforca-os ao senhor diante do
sol, para que a grande ira do Senhor se retire de Israel.
5. Então
Moisés disse aos juízes de Israel: Mate cada um os seus homens que se juntaram a
Baal-Peor.
6. E eis que veio um homem dos filhos de Israel, e trouxe a
seus irmãos uma midianita à vista de Moisés e à vista de toda a congregação dos
filhos de Israel, enquanto estavam chorando à porta da tenda da
revelação.
7. Vendo isso Finéias, filho de Eleazar, filho do sacerdote
Arão, levantou-se do meio da congregação, e tomou na mão uma lança; o foi após o
israelita, e entrando na sua tenda, os atravessou a ambos, ao israelita e à
mulher, pelo ventre. Então a praga cessou de sobre os filhos de
Israel.
9. Ora, os que morreram daquela praga foram vinte e quatro
mil.
10. Então disse o Senhor a Moisés:
11. Finéias, filho
de Eleazar, filho do sacerdote Arão, desviou a minha ira de sobre os filhos de
Israel, pois foi zeloso com o meu zelo no meio deles, de modo que no meu zelo
não consumi os filhos de Israel.
12. Portanto dize: Eis que lhe dou o
meu pacto de paz,
13. e será para ele e para a sua descendência depois
dele, o pacto de um sacerdócio perpétuo; porquanto foi zeloso pelo seu Deus, e
fez expiação pelos filhos de Israel.
14. O nome do israelita que foi
morto com a midianita era Zinri, filho de Salu, príncipe duma casa paterna entre
os simeonitas.
15. E o nome da mulher midianita morta era Cozbi, filha
de Zur; o qual era cabeça do povo duma casa paterna em Midiã.
16.
Disse mais o Senhor a Moisés:
17. Afligi vós os midianitas e
feri-os;
18. porque eles vos afligiram a vós com as suas ciladas com
que vos enganaram no caso de Peor, e no caso de Cozbi, sua irmã, filha do
príncipe de Midiã, a qual foi morta no dia da praga no caso de
Peor.
[Números 26]Números 26
1.
Depois daquela praga disse o Senhor a Moisés e a Eleazar, filho do sacerdote
Arão:
2. Tomai a soma de toda a congregação dos filhos de Israel, da
idade de vinte anos para cima, segundo as casas e seus pais, todos os que em
Israel podem sair à guerra.
3. Falaram-lhes, pois, Moisés e Eleazar o
sacerdote, nas planícies de Moabe, junto ao Jordão, na altura de Jericó,
dizendo:
4. Contai o povo da idade de vinte anos para cima; como o
Senhor ordenara a Moisés e aos filhos de Israel que saíram da terra do
Egito.
5. Rúben, o primogênito de Israel; os filhos de Rúben: de
Hanoque, a família dos hanoquitas; de Palu, a família dos paluítas;
6.
de Hezrom, a família dos hezronitas; de Carmi, a família dos
carmitas.
7. Estas são as famílias dos rubenitas; os que foram deles
contados eram quarenta e três mil setecentos e trinta.
8. E o filho de
Palu: Eliabe.
9. Os filhos de Eliabe: Nemuel, Dato e Abirão. Estes são
aqueles Datã e Abirão que foram chamados da congregação, os quais contenderam
contra Moisés e contra Arão na companhia de Corá, quando contenderam contra o
Senhor,
10. e a terra abriu a boca, e os tragou juntamente com Corá,
quando pereceu aquela companhia; quando o fogo devorou duzentos e cinqüenta
homens, os quais serviram de advertência.
11. Todavia os filhos de
Corá não morreram.
12. Os filhos de Simeão, segundo as suas famílias:
de Nemuel, a família dos nemuelitas; de Jamim, a família dos jaminitas; de
Jaquim, a família dos jaquinitas;
13. de Zerá, a família dos zeraítas;
de Saul, a família dos saulitas.
14. Estas são as famílias dos
simeonitas, vinte e dois mil e duzentos.
15. Os filhos de Gade,
segundo as suas famílias: de Zefom, a família dos zefonitas; de Hagui, a família
dos haguitas; de Suni, a família dos sunitas;
16. de Ozni, a família
dos oznitas; de Eri, a família dos eritas;
17. de Arode, a família dos
aroditas; de Areli, a família dos arelitas.
18. Estas são as famílias
dos filhos de Gade, segundo os que foram deles contados, quarenta mil e
quinhentos.
19. Os filhos de Judá: Er e Onã; mas Er e Onã morreram na
terra de Canaã.
20. Assim os filhos de Judá, segundo as suas famílias,
eram: de Selá, a família dos selanitas; de Pérez, a família dos perezitas; de
Zerá, a família dos zeraítas.
21. E os filhos de Pérez eram: de
Hezrom, a família dos hezronitas; de Hamul, a família dos
hamulitas.
22. Estas são as famílias de Judá, segundo os que foram
deles contados, setenta e seis mil e quinhentos.
23. Os filhos de
Issacar, segundo as suas famílias: de Tola, a família dos tolaítas; de Puva, a
família dos puvitas;
24. de Jasube, a família dos jasubitas; de
Sinrom, a família dos sinronitas.
25. Estas são as famílias de
Issacar, segundo os que foram deles contados, sessenta e quatro mil e
trezentos:
26. Os filhos de Zebulom, segundo as suas famílias: de
Serede, a família dos sereditas; de Elom, a família dos elonitas; de Jaleel, a
família dos jaleelitas.
27. Estas são as famílias dos zebulonitas,
segundo os que foram deles contados, sessenta mil e quinhentos.
28. Os
filhos de José, segundo as suas famílias: Manassés e Efraim.
29. Os
filhos de Manassés: de Maquir, a família dos maquiritas; e Maquir gerou a
Gileade; de Gileade, a família dos gileaditas.
30. Estes são os filhos
de Gileade: de Iezer, a família dos iezritas; de Heleque, a família dos
helequitas;
31. de Asriel, a família dos asrielitas; de Siquém, a
família dos siquemitas;
32. e de Semida, a família dos semidaítas; e
de Hefer, a família dos heferitas.
33. Ora, Zelofeade, filho de Hefer,
não tinha filhos, senão filhas; e as filhas de Zelofeade chamavam-se Macla, Noa,
Hogla, Milca e Tirza.
34. Estas são as famílias de Manassés; os que
foram deles contados, eram cinqüenta e dois mil e setecentos.
35.
Estes são os filhos de Efraim, segundo as suas famílias: de Sutela, a família
dos sutelaítas; de Bequer, a família dos bequeritas; de Taã, a família dos
taanitas.
36. E estes são os filhos de Sutela: de Erã, a família dos
eranitas.
37. Estas são as famílias dos filhos de Efraim, segundo os
que foram deles contados, trinta e dois mil e quinhentos. Estes são os filhos de
José, segundo as suas famílias.
38. Os filhos de Benjamim, segundo as
suas famílias: de Belá, a família dos belaítas; de Asbel, a família dos
asbelitas; de Airão, a família dos airamitas;
39. de Sefufã, a família
dos sufamitas; de Hufão, a família dos hufamitas.
40. E os filhos de
Belá eram Arde e Naamã: de Arde a família dos arditas; de Naamã, a família dos
naamitas.
41. Estes são os filhos de Benjamim, segundo as suas
famílias; os que foram deles contados, eram quarenta e cinco mil e
seiscentos.
42. Estes são os filhos de Dã, segundo as suas famílias:
de Suão a família dos suamitas. Estas são as famílias de Dã, segundo as suas
famílias.
43. Todas as famílias dos suamitas, segundo os que foram
deles contados, eram sessenta e quatro mil e quatrocentos.
44. Os
filhos de Aser, segundo as suas famílias: de Imná, a família dos imnitas; de
Isvi, a família dos isvitas; de Berias, a família dos beritas.
45. Dos
filhos de Berias: de Heber, a família dos heberitas; de Malquiel, a família dos
malquielitas.
46. E a filha de Aser chamava-se Sera.
47.
Estas são as famílias dos filhos de Aser, segundo os que foram deles contados,
cinqüenta e três mil e quatrocentos.
48. Os filhos de Naftali, segundo
as suas famílias: de Jazeel, a família dos jazeelitas; de Guni, a família dos
gunitas;
49. de Jezer, a família dos jezeritas; de Silém, a família
dos silemitas.
50. Estas são as famílias de Naftali, segundo as suas
famílias; os que foram deles contados, eram quarenta e cinco mil e
quatrocentos.
51. Estes são os que foram contados dos filhos de
Israel, seiscentos e um mil setecentos e trinta.
52. Disse mais o
senhor a Moisés:
53. A estes se repartirá a terra em herança segundo o
número dos nomes.
54. À tribo de muitos darás herança maior, e à de
poucos darás herança menor; a cada qual se dará a sua herança segundo os que
foram deles contados.
55. Todavia a terra se repartirá por sortes;
segundo os nomes das tribos de seus pais a herdarão.
56. Segundo sair
a sorte, se repartirá a herança deles entre as tribos de muitos e as de
poucos.
57. Também estes são os que foram contados dos levitas,
segundo as suas famílias: de Gérson, a família dos gersonitas; de Coate, a
família dos coatitas; de Merári, a família os meraritas.
58. Estas são
as famílias de Levi: a família dos libnitas, a família dos hebronitas, a família
dos malitas, a família dos musitas, a família dos coraítas. Ora, Coate gerou a
Anrão.
59. E a mulher de Anrão chamava-se Joquebede, filha de Levi, a
qual nasceu a Levi no Egito; e de Anrão ela teve Arão e Moisés, e Miriã, irmã
deles.
60. E a Arão nasceram Nadabe e Abiú, Eleazar e
Itamar.
61. Mas Nadabe e Abiú morreram quando ofereceram fogo estranho
perante o Senhor.
62. E os que foram deles contados eram vinte e três
mil, todos os homens da idade de um mês para cima; porque não foram contados
entre os filhos de Israel, porquanto não lhes foi dada herança entre os filhos
de Israel.
63. Esses são os que foram contados por Moisés e Eleazar, o
sacerdote, que contaram os filhos de Israel nas planícies de Moabe, junto ao
Jordão, na altura de Jericó.
64. Entre esses, porém, não se achava
nenhum daqueles que tinham sido contados por Moisés e Arão, o sacerdote, quando
contaram os filhos de Israel no deserto de Sinai.
65. Porque o senhor
dissera deles: Certamente morrerão no deserto; pelo que nenhum deles ficou,
senão Calebe, filho de Jefoné, e Josué, filho de Num.
[Números 27]Números 27
1. Então vieram as filhas de
Zelofeade, filho de Hefer, filho de Gileade, filho de Maquir, filho de Manassés,
das famílias de Manassés, filho de José; e os nomes delas são estes: Macla, Noa,
Hogla, Milca e Tirza;
2. apresentaram-se diante de Moisés, e de
Eleazar, o sacerdote, e diante dos príncipes e de toda a congregação à porta da
tenda da revelação, dizendo:
3. Nosso pai morreu no deserto, e não se
achou na companhia daqueles que se ajuntaram contra o Senhor, isto é, na
companhia de Corá; porém morreu no seu próprio pecado, e não teve
filhos.
4. Por que se tiraria o nome de nosso pai dentre a sua
família, por não ter tido um filho? Dai-nos possessão entre os irmãos de nosso
pai.
5. Moisés, pois, levou a causa delas perante o
Senhor.
6. Então disse o Senhor a Moisés:
7. O que as filhas
de Zelofeade falam é justo; certamente lhes darás possessão de herança entre os
irmãos de seu pai; a herança de seu pai farás passar a elas.
8. E
dirás aos filhos de Israel: Se morrer um homem, e não tiver filho, fareis passar
a sua herança à sua filha.
9. E, se não tiver filha, dareis a sua
herança a seus irmãos.
10. Mas, se não tiver irmãos, dareis a sua
herança aos irmãos de seu pai.
11. Se também seu pai não tiver irmãos,
então dareis a sua herança a seu parente mais chegado dentre a sua família, para
que a possua; isto será para os filhos de Israel estatuto de direito, como o
Senhor ordenou a Moisés.
12. Depois disse o Senhor a Moisés: sobe a
este monte de Abarim, e vê a terra que tenho dado aos filhos de
Israel.
13. E, tendo-a visto, serás tu também recolhido ao teu povo,
assim como o foi teu irmão Arão;
14. porquanto no deserto de Zim, na
contenda da congregação, fostes rebeldes à minha palavra, não me santificando
diante dos seus olhos, no tocante às águas (estas são as águas de Meribá de
Cades, no deserto de Zim).
15. Respondeu Moisés ao
Senhor:
16. Que o senhor, Deus dos espíritos de toda a carne, ponha um
homem sobre a congregação,
17. o qual saia diante deles e entre diante
deles, e os faça sair e os faça entrar; para que a congregação do Senhor não
seja como ovelhas que não têm pastor.
18. Então disse o Senhor a
Moisés: Toma a Josué, filho de Num, homem em quem há o Espírito, e impõe-lhe a
mão;
19. e apresenta-o perante Eleazar, o sacerdote, e perante toda a
congregação, e dá-lhe a comissão à vista deles;
20. e sobre ele porás
da tua glória, para que lhe obedeça toda a congregação dos filhos de
Israel.
21. Ele, pois, se apresentará perante Eleazar, o sacerdote, o
qual por ele inquirirá segundo o juízo do Urim, perante o Senhor; segundo a
ordem de Eleazar sairão, e segundo a ordem de Eleazar entrarão, ele e todos os
filhos de Israel, isto é, toda a congregação.
22. Então Moisés fez
como o Senhor lhe ordenara: tomou a Josué, apresentou-o perante Eleazar, o
sacerdote, e perante toda a congregação,
23. impôs-lhe as mãos, e lhe
deu a comissão; como o Senhor falara por intermédio de Moisés.
[Números
28]Números 28
1. Disse mais o Senhor a
Moisés:
2. Ordena aos filhos de Israel, e dize-lhes: A minha oferta, o
alimento para as minhas ofertas queimadas, de cheiro suave para mim, tereis
cuidado para ma oferecer aos seus tempos determinados.
3. Também lhes
dirás: Esta é a oferta queimada que oferecereis ao Senhor: dois cordeiros de um
ano, sem defeito, cada dia, em contínuo holocausto.
4. Um cordeiro
oferecerás pela manhã, e o outro à tardinha,
5. juntamente com a
décima parte de uma efa de flor de farinha em oferta de cereais, misturada com a
quarta parte de um him de azeite batido.
6. Este é o holocausto
contínuo, instituído no monte Sinai, em cheiro suave, oferta queimada ao
Senhor.
7. A oferta de libação do mesmo será a quarta parte de um him
para um cordeiro; no lugar santo oferecerás a libação de bebida forte ao
Senhor.
8. E o outro cordeiro, oferecê-lo-ás à tardinha; com as
ofertas de cereais e de libação, como o da manhã, o oferecerás, oferta queimada
de cheiro suave ao Senhor.
9. No dia de sábado oferecerás dois
cordeiros de um ano, sem defeito, e dois décimos de efa de flor de farinha,
misturada com azeite, em oferta de cereais, com a sua oferta de
libação;
10. é o holocausto de todos os sábados, além do holocausto
contínuo e a sua oferta de libação.
11. Nos princípios dos vossos
meses oferecereis em holocausto ao Senhor: dois novilhos, um carneiro e sete
cordeiros de um ano, sem defeito;
12. e três décimos de efa de flor de
farinha, misturada com azeite, em oferta de cereais, para cada novilho; e dois
décimos de efa de flor de farinha, misturada com azeite, em oferta de cereais,
para o carneiro;
13. e um décimo de efa de flor de farinha, misturada
com azeite, em oferta de cereais, para cada cordeiro; é holocausto de cheiro
suave, oferta queimada ao Senhor.
14. As ofertas de libação do mesmo
serão a metade de um him de vinho para um novilho, e a terça parte de um him
para um carneiro, e a quarta parte de um him para um cordeiro; este é o
holocausto de cada mês, por todos os meses do ano.
15. Também
oferecerás ao Senhor um bode como oferta pelo pecado; oferecer-se-á esse além do
holocausto contínuo, com a sua oferta de libação.
16. No primeiro mês,
aos catorze dias do mês, é a páscoa do Senhor.
17. E aos quinze dias
do mesmo mês haverá festa; por sete dias se comerão pães ázimos.
18.
No primeiro dia haverá santa convocação; nenhum trabalho servil
fareis;
19. mas oferecereis oferta queimada em holocausto ao Senhor:
dois novilhos, um carneiro e sete cordeiros de um ano, todos eles sem
defeito;
20. e a sua oferta de cereais, de flor de farinha misturada
com azeite; oferecereis três décimos de efa para cada novilho, dois décimos para
o carneiro,
21. e um décimo para cada um dos sete
cordeiros;
22. e em oferta pelo pecado oferecereis um bode, para fazer
expiação por vos.
23. Essas coisas oferecereis, além do holocausto da
manhã, o qual é o holocausto contínuo.
24. Assim, cada dia
oferecereis, por sete dias, o alimento da oferta queimada em cheiro suave ao
Senhor; oferecer-se-á além do holocausto contínuo com a sua oferta de
libação;
25. e no sétimo dia tereis santa convocação; nenhum trabalho
servil fareis.
26. Semelhantemente tereis santa convocação no dia das
primícias, quando fizerdes ao Senhor oferta nova de cereais na vossa festa de
semanas; nenhum trabalho servil fareis.
27. Então oferecereis um
holocausto em cheiro suave ao Senhor: dois novilhos, um carneiro e sete
cordeiros de um ano;
28. e a sua oferta de cereais, de flor de farinha
misturada com azeite, três décimos de efa para cada novilho, dois décimos para o
carneiro,
29. e um décimo para cada um dos sete
cordeiros;
30. e um bode para fazer expiação por vós.
31.
Além do holocausto contínuo e a sua oferta de cereais, os oferecereis, com as
suas ofertas de libação; eles serão sem defeito.
[Números 29]Números 29
1. No sétimo mês, no primeiro dia
do mês, tereis uma santa convocação; nenhum trabalho servil fareis; será para
vós dia de sonido de trombetas.
2. Oferecereis um holocausto em cheiro
suave ao Senhor: um novilho, um carneiro e sete cordeiros de um ano, todos sem
defeito;
3. e a sua oferta de cereais, de flor de farinha misturada
com azeite, três décimos de efa para o novilho, dois décimos para o
carneiro,
4. e um décimo para cada um dos sete cordeiros;
5.
e um bode para oferta pelo pecado, para fazer expiação por vós;
6.
além do holocausto do mês e a sua oferta de cereais, e do holocausto contínuo e
a sua oferta de cereais, com as suas ofertas de libação, segundo a ordenança, em
cheiro suave, oferta queimada ao Senhor.
7. Também no dia dez deste
sétimo mês tereis santa convocação, e afligireis as vossas almas; nenhum
trabalho fareis;
8. mas oferecereis um holocausto, em cheiro suave ao
Senhor: um novilho, um carneiro e sete cordeiros de um ano, todos eles sem
defeito;
9. e a sua oferta de cereais, de flor de farinha misturada
com azeite, três décimos de efa para o novilho, dois décimos para o
carneiro,
10. e um décimo para cada um dos sete
cordeiros;
11. e um bode para oferta pelo pecado, além da oferta pelo
pecado, com a qual se faz expiação, e do holocausto contínuo com a sua oferta de
cereais e as suas ofertas de libação.
12. Semelhantemente, aos quinze
dias deste sétimo mês tereis santa convocação; nenhum trabalho servil fareis;
mas por sete dias celebrareis festa ao Senhor.
13. Oferecereis um
holocausto em oferta queimada, de cheiro suave ao Senhor: treze novilhos, dois
carneiros e catorze cordeiros de um ano, todos eles sem defeito;
14. e
a sua oferta de cereais, de flor de farinha misturada com azeite, três décimos
de efa para cada um dos treze novilhos, dois décimos para cada um dos dois
carneiros,
15. e um décimo para cada um dos catorze
cordeiros;
16. e um bode para oferta pelo pecado, além do holocausto
contínuo com a sua oferta de cereais e a sua oferta de libação.
17. No
segundo dia, doze novilhos, dois carneiros, catorze cordeiros de um ano, sem
defeito;
18. e a sua oferta de cereais, e as suas ofertas de libação
para os novilhos, para os carneiros e para os cordeiros, conforme o seu número,
segundo a ordenança;
19. e um bode para oferta pelo pecado, além do
holocausto contínuo com a sua oferta de cereais e as suas ofertas de
libação:
20. No terceiro dia, onze novilhos, dois carneiros, catorze
cordeiros de um ano, sem defeito;
21. e a sua oferta de cereais, e as
suas ofertas de libação para os novilhos, para os carneiros e para os cordeiros,
conforme o seu número, segundo a ordenança;
22. e um bode para oferta
pelo pecado, além do holocausto contínuo com a sua oferta de cereais e a sua
oferta de libação.
23. No quarto dia, dez novilhos, dois carneiros,
catorze cordeiros de um ano, sem defeito;
24. e a sua oferta de
cereais, e as suas ofertas de libação para os novilhos, para os carneiros e para
os cordeiros, conforme o seu número, segundo a ordenança;
25. e um
bode para oferta pelo pecado, além do holocausto contínuo com a sua oferta de
cereais e a sua oferta de libação.
26. No quinto dia, nove novilhos,
dois carneiros, catorze cordeiros de um ano, sem defeito;
27. e a sua
oferta de cereais, e as suas ofertas de libação para os novilhos, para os
carneiros e para os cordeiros, conforme o seu número, segundo a
ordenança;
28. e um bode para oferta pelo pecado, além do holocausto
contínuo com a sua oferta de cereais e a sua oferta de libação.
29. No
sexto dia, oito novilhos, dois carneiros, catorze cordeiros de um ano, sem
defeito;
30. e a sua oferta de cereais, e as suas ofertas de libação
para os novilhos, para os carneiros e para os cordeiros, conforme o seu número,
segundo a ordenança;
31. e um bode para oferta pelo pecado, além do
holocausto contínuo com a sua oferta de cereais e a sua oferta de
libação.
32. No sétimo dia, sete novilhos, dois carneiros, catorze
cordeiros de um ano, sem defeito;
33. e a sua oferta de cereais, e as
suas ofertas de libação para os novilhos, para os carneiros e para os cordeiros,
conforme o seu número, segundo a ordenança;
34. e um bode para oferta
pelo pecado, além do holocausto contínuo com a sua oferta de cereais e a sua
oferta de libação.
35. No oitavo dia tereis assembléia solene; nenhum
trabalho servil fareis;
36. mas oferecereis um holocausto em oferta
queimada de cheiro suave ao Senhor: um novilho, um carneiro, sete cordeiros de
um ano, sem defeito;
37. e a sua oferta de cereais, e as suas ofertas
de libação para o novilho, para o carneiro e para os cordeiros, conforme o seu
número, segundo a ordenança;
38. e um bode para oferta pelo pecado,
além do holocausto contínuo com a sua oferta de cereais e a sua oferta de
libação.
39. Oferecereis essas coisas ao Senhor nas vossas festas
fixas, além dos vossos votos, e das vossas ofertas voluntárias, tanto para os
vossos holocaustos, como para as vossas ofertas de cereais, as vossas ofertas de
libações e os vossos sacrifícios de ofertas pacíficas.
40. Falou,
pois, Moisés aos filhos de Israel, conforme tudo o que o Senhor lhe
ordenara.
[Números 30]Números
30
1. Depois disse Moisés aos cabeças das tribos dos
filhos de Israel: Isto é o que o Senhor ordenou:
2. Quando um homem
fizer voto ao Senhor, ou jurar, ligando-se com obrigação, não violará a sua
palavra; segundo tudo o que sair da sua boca fará.
3. Também quando
uma mulher, na sua mocidade, estando ainda na casa de seu pai, fizer voto ao
Senhor, e com obrigação se ligar,
4. e seu pai souber do seu voto e da
obrigação com que se ligou, e se calar para com ela, então todos os seus votos
serão válidos, e toda a obrigação com que se ligou será válida.
5. Mas
se seu pai lho vedar no dia em que o souber, todos os seus votos e as suas
obrigações, com que se tiver ligado, deixarão de ser válidos; e o Senhor lhe
perdoará, porquanto seu pai lhos vedou.
6. Se ela se casar enquanto
ainda estiverem sobre ela os seus votos ou o dito irrefletido dos seus lábios,
com que se tiver obrigado,
7. e seu marido o souber e se calar para
com ela no dia em que o souber, os votos dela serão válidos; e as obrigações com
que se ligou serão válidas.
8. Mas se seu marido lho vedar no dia em
que o souber, anulará o voto que estiver sobre ela, como também o dito
irrefletido dos seus lábios, com que se tiver obrigado; e o senhor lhe
perdoará.
9. No tocante ao voto de uma viúva ou de uma repudiada, tudo
com que se obrigar ser-lhe-á válido.
10. Se ela, porém, fez voto na
casa de seu marido, ou se obrigou com juramento,
11. e seu marido o
soube e se calou para com ela, não lho vedando, todos os seus votos serão
válidos; e toda a obrigação com que se ligou será válida.
12. Se,
porém, seu marido de todo lhos anulou no dia em que os soube, deixará de ser
válido tudo quanto saiu dos lábios dela, quer no tocante aos seus votos, quer no
tocante àquilo a que se obrigou; seu marido lhos anulou; e o senhor lhe
perdoará.
13. Todo voto, e todo juramento de obrigação, que ela tiver
feito para afligir a alma, seu marido pode confirmá-lo, ou pode
anulá-lo.
14. Se, porém, seu marido, de dia em dia, se calar
inteiramente para com ela, confirma todos os votos e todas as obrigações que
estiverem sobre ela; ele lhos confirmou, porquanto se calou para com ela no dia
em que os soube.
15. Mas se de todo lhos anular depois de os ter
sabido, ele levará sobre si a iniqüidade dela.
16. Esses são os
estatutos que o Senhor ordenou a Moisés, entre o marido e sua mulher, entre o
pai e sua filha, na sua mocidade, em casa de seu pai.
[Números 31]Números 31
1. Disse mais o Senhor a
Moisés:
2. Vinga os filhos de Israel dos midianitas; depois serás
recolhido ao teu povo.
3. Falou, pois, Moisés ao povo, dizendo: Armai
homens dentre vós para a guerra, a fim de que saiam contra Midiã, para
executarem a vingança do Senhor sobre Midiã.
4. Enviareis à guerra mil
de cada tribo entre todas as tribos de Israel.
5. Assim foram
entregues dos milhares de Israel, mil de cada tribo, doze mil armados para a
peleja.
6. E Moisés mandou à guerra esses mil de cada tribo, e com
eles Finéias, filho de Eleazar, o sacerdote, o qual levava na mão os vasos do
santuário e as trombetas para tocarem o alarme.
7. E pelejaram contra
Midiã, como o senhor ordenara a Moisés; e mataram a todos os
homens.
8. Com eles mataram também os reis de Midiã, a saber, Evi,
Requem, Zur, Hur e Reba, cinco reis de Midiã; igualmente mataram à espada a
Balaão, filho de Beor.
9. Também os filhos de Israel levaram presas as
mulheres dos midianitas e os seus pequeninos; e despojaram-nos de todo o seu
gado, e de todos os seus rebanhos, enfim, de todos os seus bens;
10.
queimaram a fogo todas as cidades em que eles habitavam e todos os seus
acampamentos;
11. tomaram todo o despojo e toda a presa, tanto de
homens como de animais;
12. e trouxeram os cativos e a presa e o
despojo a Moisés, a Eleazar, o sacerdote, e à congregação dos filhos de Israel,
ao arraial, nas planícies de Moabe, que estão junto do Jordão, na altura de
Jericó.
13. Saíram, pois, Moisés e Eleazar, o sacerdote, e todos os
príncipes da congregação, ao encontro deles fora do arraial.
14. E
indignou-se Moisés contra os oficiais do exército, chefes dos milhares e chefes
das centenas, que vinham do serviço da guerra,
15. e lhes disse:
Deixastes viver todas as mulheres?
16. Eis que estas foram as que, por
conselho de Balaão, fizeram que os filhos de Israel pecassem contra o Senhor no
caso de Peor, pelo que houve a praga entre a congregação do
Senhor.
17. Agora, pois, matai todos os meninos entre as crianças, e
todas as mulheres que conheceram homem, deitando-se com ele.
18. Mas
todas as meninas, que não conheceram homem, deitando-se com ele, deixai-as viver
para vós.
19. Acampai-vos por sete dias fora do arraial; todos vós,
tanto o que tiver matado alguma pessoa, como o que tiver tocado algum morto, ao
terceiro dia e ao sétimo dia purificai-vos, a vós e aos vossos
cativos.
20. Também purificai-vos no tocante a todo vestido, e todo
artigo de peles, e toda obra de pelos de cabras, e todo utensílio de
madeira.
21. Então Eleazar, o sacerdote, disse aos homens de guerra
que tinham saído à peleja: Este é o estatuto da lei que o Senhor ordenou a
Moisés:
22. o ouro, a prata, o bronze, o ferro, o estanho, o
chumbo,
23. tudo o que pode resistir ao fogo, fálo-eis passar pelo
fogo, e ficará limpo; todavia será purificado com a água de purificação; e tudo
o que não pode resistir ao fogo, fá-lo-eis passar pela água.
24.
Também lavareis as vossas vestes ao sétimo dia, e ficareis limpos, e depois
entrareis no arraial.
25. Disse mais o Senhor a Moisés:
26.
Faze a soma da presa que foi tomada, tanto de homens como de animais, tu e
Eleazar, o sacerdote, e os cabeças das casas paternas da
congregação;
27. e divide-a em duas partes iguais, entre os que,
hábeis na guerra, saíram à peleja, e toda a congregação.
28. E tomarás
para o Senhor um tributo dos homens de guerra, que saíram à peleja; um em
quinhentos, assim dos homens, como dos bois, dos jumentos e dos
rebanhos;
29. da sua metade o tomareis, e o dareis a Eleazar, o
sacerdote, para a oferta alçada do Senhor.
30. Mas da metade que
pertence aos filhos de Israel tomarás um de cada cinqüenta, tanto dos homens,
como dos bois, dos jumentos, dos rebanhos, enfim, de todos os animais, e os
darás aos levitas, que estão encarregados do serviço do tabernáculo do
Senhor.
31. Fizeram, pois, Moisés e Eleazar, o sacerdote, como o
Senhor ordenara a Moisés.
32. Ora, a presa, o restante do despojo que
os homens de guerra tomaram, foi de seiscentas e setenta e cinco mil
ovelhas,
33. setenta e dois mil bois,
34. e sessenta e um
mil jumentos;
35. e trinta e duas mil pessoas, ao todo, do sexo
feminino, que ainda se conservavam virgens.
36. Assim a metade, que
era a porção dos que saíram à guerra, foi em número de trezentas e trinta e sete
mil e quinhentas ovelhas;
37. e das ovelhas foi o tributo para o
Senhor seiscentas e setenta e cinco.
38. E foram os bois trinta e seis
mil, dos quais foi o tributo para o Senhor setenta e dois.
39. E foram
os jumentos trinta mil e quinhentos, dos quais foi o tributo para o Senhor
sessenta e um.
40. E houve de pessoas dezesseis mil, das quais foi o
tributo para o Senhor trinta e duas pessoas.
41. Moisés, pois, deu a
Eleazar, o sacerdote, o tributo, que era a oferta alçada do Senhor, como o
Senhor ordenara a Moisés.
42. E da metade que era dos filhos de
Israel, que Moisés separara da que era dos homens que pelejaram
43.
(ora, a metade que coube à congregação foi, das ovelhas, trezentas e trinta e
sete mil e quinhentas;
44. dos bois trinta e seis mil;
45.
dos jumentos trinta mil e quinhentos;
46. e das pessoas dezesseis
mil),
47. isto é, da metade que era dos filhos de Israel, Moisés tomou
um de cada cinqüenta, tanto dos homens como dos animais, e os deu aos levitas,
que estavam encarregados do serviço do tabernáculo do Senhor; como o Senhor
ordenara a Moisés.
48. Então chegaram-se a Moisés os oficiais que
estavam sobre os milhares do exército, os chefes de mil e os chefes de
cem,
49. e disseram-lhe: Teus servos tomaram a soma dos homens de
guerra que estiveram sob o nosso comando; e não falta nenhum de
nós.
50. Pelo que trouxemos a oferta do Senhor, cada um o que achou,
artigos de ouro, cadeias, braceletes, anéis, arrecadas e colares, para fazer
expiação pelas nossas almas perante o Senhor.
51. Assim Moisés e
Eleazar, o sacerdote, tomaram deles o ouro, todo feito em jóias.
52. E
todo o ouro da oferta alçada que os chefes de mil e os chefes de cem fizeram ao
Senhor, foi dezesseis mil setecentos e cinqüenta siclos
53. (pois os
homens de guerra haviam tomado despojo, cada um para si).
54. Assim
receberam Moisés e Eleazar, o sacerdote, o ouro dos chefes de mil e dos chefes
de cem, e o puseram na tenda da revelação por memorial para os filhos de Israel
perante o Senhor.
[Números 32]Números
32
1. Ora, os filhos de Rúben e os filhos de Gade
tinham gado em grande quantidade; e quando viram a terra de Jazer, e a terra de
Gileade, e que a região era própria para o gado,
2. vieram os filhos
de Gade e os filhos de Rúben a Moisés e a Eleazar, o sacerdote, e aos príncipes
da congregação e falaram-lhes, dizendo:
3. Atarote, Dibom, Jazer,
Ninra, Hesbom, Eleale, Sebã, Nebo e Beom,
4. a terra que o Senhor
feriu diante da congregação de Israel, é terra para gado, e os teus servos têm
gado.
5. Disseram mais: Se temos achado graça aos teus olhos, dê-se
esta terra em possessão aos teus servos, e não nos faças passar o
Jordão.
6. Moisés, porém, respondeu aos filhos de Gade e aos filhos de
Rúben: Irão vossos irmãos à peleja, e ficareis vós sentados aqui?
7.
Por que, pois, desanimais o coração dos filhos de Israel, para eles não passarem
à terra que o Senhor lhes deu?
8. Assim fizeram vossos pais, quando os
mandei de Cades-Barnéia a ver a terra.
9. Pois, tendo eles subido até
o vale de Escol, e visto a terra, desanimaram o coração dos filhos de Israel,
para que não entrassem na terra que o Senhor lhes dera.
10. Então a
ira do Senhor se acendeu naquele mesmo dia, e ele jurou, dizendo:
11.
De certo os homens que subiram do Egito, de vinte anos para cima, não verão a
terra que prometi com juramento a Abraão, a Isaque, e a Jacó! porquanto não
perseveraram em seguir-me;
12. exceto Calebe, filho de Jefoné o
quenezeu, e Josué, filho de Num, porquanto perseveraram em seguir ao
Senhor.
13. Assim se acendeu a ira do Senhor contra Israel, e ele os
fez andar errantes no deserto quarenta anos, até que se consumiu toda aquela
geração que fizera mal aos olhos do Senhor.
14. E eis que vós, uma
geração de homens pecadores, vos levantastes em lugar de vossos pais, para ainda
mais aumentardes o furor da ira do Senhor contra Israel.
15. se vós
vos virardes de segui-lo, também ele tornará a deixá-los no deserto; assim
destruireis a todo este povo:
16. Então chegaram-se a ele, e disseram:
Construiremos aqui currais para o nosso gado, e cidades para os nossos
pequeninos;
17. nós, porém, nos armaremos, apressando-nos adiante dos
filhos de Israel, até os levarmos ao seu lugar; e ficarão os nossos pequeninos
nas cidades fortificadas, por causa dos habitantes da terra.
18. Não
voltaremos para nossas casas até que os filhos de Israel estejam de posse, cada
um, da sua herança.
19. Porque não herdaremos com eles além do Jordão,
nem mais adiante; visto que já possuímos a nossa herança aquém do Jordão, ao
oriente.
20. Então lhes respondeu Moisés: se isto fizerdes, se vos
armardes para a guerra perante o Senhor,
21. e cada um de vós, armado,
passar o Jordão perante o Senhor, até que ele haja lançado fora os seus inimigos
de diante dele,
22. e a terra esteja subjugada perante o senhor,
então, sim, voltareis e sereis inculpáveis perante o Senhor e perante Israel; e
esta terra vos será por possessão perante o Senhor.
23. Mas se não
fizerdes assim, estareis pecando contra o Senhor; e estai certos de que o vosso
pecado vos há de atingir.
24. Edificai cidades para os vossos
pequeninos, e currais para as vossas ovelhas; e cumpri o que saiu da vossa
boca.
25. Então os filhos de Gade e os filhos de Rúben disseram a
Moisés: Como ordena meu senhor, assim farão teus servos.
26. Os nossos
pequeninos, as nossas mulheres, os nossos rebanhos e todo o nosso gado ficarão
nas cidades de Gileade;
27. mas os teus servos passarão, cada um que
está armado para a guerra, a pelejar perante o Senhor, como diz o meu
senhor.
28. Então Moisés deu ordem acerca deles a Eleazar, o
sacerdote, e a Josué, filho de Num, e aos cabeças das casas paternas nas tribos
dos filhos de Israel;
29. e disse-lhes Moisés: Se os filhos de Gade e
os filhos de Rúben passarem convosco o Jordão, armado cada um para a guerra
perante o Senhor, e a terra for subjugada diante de vós, então lhes dareis a
terra de Gileade por possessão;
30. se, porém, não passarem armados
convosco, terão possessões entre vós na terra de Canaã.
31. Ao que
responderam os filhos de Gade e os filhos de Rúben: Como o senhor disse a teus
servos, assim faremos.
32. Nós passaremos armados perante o senhor
para a terra de Canaã, e teremos a possessão de nossa herança aquém do
Jordão.
33. Assim deu Moisés aos filhos de Gade e aos filhos de Rúben,
e à meia tribo de Manassés, filho de José, o reino de Siom, rei dos amorreus, e
o reino de Ogue, rei de Basã, a terra com as suas cidades e os respectivos
territórios ao redor.
34. Os filhos de Gade, pois, edificaram a Dibom,
Atarote, Aroer,
35. Atarote-Sofã, Jazer, Jogbeá,
36.
Bete-Ninra e Bete-Harã, cidades fortificadas; e construíram currais de
ovelhas.
37. E os filhos de Rúben edificaram a Hesbom, Eleale e
Quiriataim;
30. e Nebo e Baal-Meom (mudando-lhes os nomes), e Sibma; e
deram outros nomes às cidades que edificaram.
39. E os filhos de
Maquir, filho de Manassés, foram a Gileade e a tomaram, e desapossaram aos
amorreus que aí estavam.
40. Deu, pois, Moisés a terra de Gileade a
Maquir, filho de Manassés, o qual habitou nela.
41. E foi Jair, filho
de Manassés, e tomou as aldeias dela, e chamou-lhes Havote-Jair.
42.
Também foi Nobá, e tomou a Quenate com as suas aldeias; e chamou-lhe Nobá,
segundo o seu próprio nome.
[Números 33]Números
33
1. São estas as jornadas dos filhos de Israel, pelas
quais saíram da terra do Egito, segundo os seus exércitos, sob o comando de
Moisés e Arão.
2. Moisés registrou os pontos de partida, segundo as
suas jornadas, conforme o mandado do Senhor; e estas são as suas jornadas
segundo os pontos de partida:
3. Partiram de Ramessés no primeiro mês,
no dia quinze do mês; no dia seguinte ao da páscoa saíram os filhos de Israel
afoitamente à vista de todos os egípcios,
4. enquanto estes enterravam
a todos os seus primogênitos, a quem o Senhor havia ferido entre eles, havendo o
senhor executado juízos também contra os seus deuses.
5. Partiram,
pois, os filhos de Israel de Ramessés, e acamparam-se em Sucote.
6.
Partiram de Sucote, e acamparam-se em Etã, que está na extremidade do
deserto.
7. Partiram de Etã, e voltando a Pi-Hairote, que está
defronte de Baal-Zefom, acamparam-se diante de Migdol.
8. Partiram de
Pi-Hairote, e passaram pelo meio do mar ao deserto; e andaram caminho de três
dias no deserto de Etã, e acamparam-se em Mara.
9. Partiram de Mara, e
vieram a Elim, onde havia doze fontes de água e setenta palmeiras, e
acamparam-se ali.
10. Partiram de Elim, e acamparam-se junto ao Mar
Vermelho.
11. Partiram do Mar Vermelho, e acamparam-se no deserto de
Sim.
12. Partiram do deserto de Sim, e acamparam-se em
Dofca.
13. Partiram de Dofca, e acamparam-se em Alus.
14.
Partiram de Alus, e acamparam-se em Refidim; porém não havia ali água para o
povo beber.
15. Partiram, pois, de Refidim, e acamparam-se no deserto
de Sinai.
16. Partiram do deserto de Sinai, e acamparam-se em
Quibrote-Hataavá.
17. Partiram de Quibrote-Hataavá, e acamparam-se em
Hazerote.
18. Partiram de Hazerote, e acamparam-se em
Ritma.
19. Partiram de Ritma, e acamparam-se em
Rimom-Pérez.
20. Partiram de Rimom-Pérez, e acamparam-se em
Libna.
21. Partiram de Libna, e acamparam-se em Rissa.
22.
Partiram de Rissa, e acamparam-se em Queelata.
23. Partiram de
Queelata, e acamparam-se no monte Sefer.
24. Partiram do monte Sefer,
e acamparam-se em Harada.
25. Partiram de Harada, e acamparam-se em
Maquelote.
26. Partiram de Maquelote, e acamparam-se em
Taate.
27. Partiram de Taate, e acamparam-se em Tera.
28.
Partiram de Tera, e acamparam-se em Mitca.
29. Partiram de Mitca, e
acamparam-se em Hasmona.
30. Partiram de Hasmona, e acamparam-se em
Moserote.
31. Partiram de Moserote, e acamparam-se em
Bene-Jaacã.
32. Partiram de Bene-Jaacã, e acamparam-se em
Hor-Hagidgade.
33. Partiram de Hor-Hagidgade, e acamparam-se em
Jotbatá.
34. Partiram de Jotbatá, e acamparam-se em
Abrona.
35. Partiram de Abrona, e acamparam-se em
Eziom-Geber.
36. Partiram de Eziom-Geber, e acamparam-se no deserto de
Zim, que é Cades.
37. Partiram de Cades, e acamparam-se no monte Hor,
na fronteira da terra de Edom.
38. Então Arão, o sacerdote, subiu ao
monte Hor, conforme o mandado do Senhor, e ali morreu no quadragésimo ano depois
da saída dos filhos de Israel da terra do Egito, no quinto mês, no primeiro dia
do mês.
39. E Arão tinha cento e vinte e três anos de idade, quando
morreu no monte Hor.
40. Ora, o cananeu, rei de Arade, que habitava o
sul da terra de Canaã, ouviu que os filhos de Israel chegavam.
41.
Partiram do monte Hor, e acamparam-se em Zalmona.
42. Partiram de
Zalmona, e acamparam-se em Punom.
43. Partiram de Punom, e
acamparam-se em Obote.
44. Partiram de Obote, e acamparam-se em
Ije-Abarim, na fronteira de Moabe.
45. Partiram de Ije-Abarim, e
acamparam-se em Dibom-Gade.
46. Partiram de Dibom-Fade, e acamparam-se
em Almom-Diblataim.
47. Partiram de Almom-Diblataim, e acamparam-se
nos montes de Abarim, defronte de Nebo.
4e seu pai. de Moabe, junto ao
Jordão, na altura de Jericó;
49. isto é, acamparam-se junto ao Jordão,
desde Bete-Jesimote até Abel-Sitim, nas planícies de Moabe.
50. Também
disse o Senhor a Moisés, nas planícies de Moabe, junto ao Jordão, na altura de
Jericó:
51. Fala aos filhos de Israel, e dize-lhes: Quando houverdes
passado o Jordão para a terra de Canaã,
52. lançareis fora todos os
habitantes da terra de diante de vós, e destruireis todas as suas pedras em que
há figuras; também destruireis todas as suas imagens de fundição, e desfareis
todos os seus altos;
53. e tomareis a terra em possessão, e nela
habitareis; porquanto a vós vos tenho dado esta terra para a
possuirdes.
54. Herdareis a terra por meio de sortes, segundo as
vossas famílias: à família que for grande, dareis uma herança maior, e à família
que for pequena, dareis uma herança menor; o lugar que por sorte sair para
alguém, esse lhe pertencerá; segundo as tribos de vossos pais recebereis as
heranças.
55. Mas se não lançardes fora os habitantes da terra de
diante de vós, os que deixardes ficar vos serão como espinhos nos olhos, e como
abrolhos nas ilhargas, e vos perturbarão na terra em que
habitardes;
56. e eu vos farei a vós como pensei em fazer-lhes a
eles.
[Números 34]Números 34
1.
Disse mais o Senhor a Moisés:
2. Dá ordem aos filhos de Israel, e
dize-lhes: Quando entrardes na terra de Canaã, terra esta que vos há de cair em
herança, por toda a sua extensão,
3. a banda do sul será desde o
deserto de Zim, ao longo de Edom; e o limite do sul se estenderá da extremidade
do Mar Salgado, para o oriente;
4. e este limite irá rodeando para o
sul da subida de Acrabim, e continuará até Zim; e, saindo ao sul de
Cades-Barnéia, seguirá para Hazar-Hadar, e continuará até Azmom;
5. e
daí irá rodeando até o ribeiro do Egito, e terminará na praia do
mar.
6. Para o ocidente, o Mar Grande vos será por limite; o próprio
mar será o vosso limite ocidental.
7. Este será o vosso limite
setentrional: desde o Mar Grande marcareis para vós até o Monte
Hor;
8. desde o monte Hor marcareis até a entrada de Hamate; daí ele
se estenderá até Zedade;
9. dali continuará até Zifrom, e irá terminar
em Hazar-Enã. Este será o vosso limite setentrional.
10. Marcareis o
vosso limite oriental desde Hazar-Enã até Sefã;
11. este limite
descerá de Sefã até Ribla, ao oriente de Aim; depois irá descendo ao longo da
borda do mar de Quinerete ao oriente;
12. descerá ainda para o Jordão,
e irá terminar no Mar Salgado. Esta será a vossa terra, segundo os seus limites
em redor.
13. Moisés, pois, deu ordem aos filhos de Israel, dizendo:
Esta é a terra que herdareis por sortes, a qual o Senhor mandou que se desse às
nove tribos e à meia tribo;
14. porque a tribo dos filhos de Rúben,
segundo as casas de seus pais, e a tribo dos filhos de Gade, segundo as casas de
seus pais, como também a meia tribo de Manassés, já receberam a sua
herança;
15. isto é, duas tribos e meia já receberam a sua herança
aquém do Jordão, na altura de Jericó, do lado oriental.
16. Disse mais
o Senhor a Moisés:
17. Estes são os nomes dos homens que vos
repartirão a terra por herança: Eleazar, o sacerdote, e Josué, filho de
Num;
18. também tomareis de cada tribo um príncipe, para repartir a
terra em herança.
19. E estes são os nomes dos homens: Da tribo de
Judá, Calebe, filho de Jefoné:
20. da tribo dos filhos de Simeão,
Semuel, filho de Amiúde;
21. da tribo de Benjamim, Elidá, filho de
Quislom;
22. da tribo dos filhos de Dã o príncipe Buqui, filho de
Jógli;
23. dos filhos de José: da tribo dos filhos de Manassés o
príncipe Haniel, filho de Éfode;
24. da tribo dos filhos de Efraim o
príncipe Quemuel, filho de Siftã;
25. da tribo dos filhos de Zebulom o
príncipe Elizafã, filho de Parnaque;
26. da tribo dos filhos de
Issacar o príncipe Paltiel, filho de Azã;
27. da tribo dos filhos de
Aser o príncipe Aiúde, filho de Selômi;
28. da tribo dos filhos de
Naftali o príncipe Pedael, filho de Amiúde.
29. Estes são aqueles a
quem o Senhor ordenou que repartissem a herança pelos filhos de Israel na terra
de Canaã.
[Números 35]Números
35
1. Disse mais o Senhor a Moisés nas planícies de
Moabe, junto ao Jordão, na altura de Jericó:
2. Dá ordem aos filhos de
Israel que da herança da sua possessão dêem aos levitas cidades em que habitem;
também dareis aos levitas arrabaldes ao redor delas.
3. Terão eles
estas cidades para habitarem; e os arrabaldes delas serão para os seus gados, e
para a sua fazenda, e para todos os seus animais.
4. Os arrabaldes que
dareis aos levitas se estenderão, do muro da cidade para fora, mil côvados em
redor.
5. E fora da cidade medireis para o lado oriental dois mil
côvados, para o lado meridional dois mil côvados, para o lado ocidental dois mil
côvados, e para o lado setentrional dois mil côvados; e a cidade estará no meio.
Isso terão por arrabaldes das cidades.
6. Entre as cidades que dareis
aos levitas haverá seis cidades de refúgio, as quais dareis para que nelas se
acolha o homicida; e além destas lhes dareis quarenta e duas
cidades.
7. Todas as cidades que dareis aos levitas serão quarenta e
oito, juntamente com os seus arrabaldes.
8. Ora, no tocante às cidades
que dareis da possessão dos filhos de Israel, da tribo que for grande tomareis
muitas, e da que for pequena tomareis poucas; cada uma segundo a herança que
receber dará as suas cidades aos levitas.
9. Disse mais o Senhor a
Moisés:
10. Fala aos filhos de Israel, e dize-lhes: Quando passardes o
Jordão para a terra de Canaã,
11. escolhereis para vós cidades que vos
sirvam de cidades de refúgio, para que se refugie ali o homicida que tiver
matado alguém involuntariamente.
12. E estas cidades vos serão por
refúgio do vingador, para que não morra o homicida antes de ser apresentado
perante a congregação para julgamento.
13. Serão seis as cidades que
haveis de dar por cidades de refúgio para vós.
14. Dareis três cidades
aquém do Jordão, e três na terra de Canaã; cidades de refúgio
serão.
15. Estas seis cidades serão por refúgio aos filhos de Israel,
ao estrangeiro, e ao peregrino no meio deles, para que se refugie ali todo
aquele que tiver matado alguém involuntariamente.
16. Mas se alguém
ferir a outrem com instrumento de ferro de modo que venha a morrer, homicida é;
e o homicida será morto.
17. Ou se o ferir com uma pedra na mão, que
possa causar a morte, e ele morrer, homicida é; e o homicida será
morto.
18. Ou se o ferir com instrumento de pau na mão, que possa
causar a morte, e ele morrer, homicida é; será morto o homicida.
19. O
vingador do sangue matará ao homicida; ao encontrá-lo, o matará.
20.
Ou se alguém empurrar a outrem por ódio ou de emboscada lançar contra ele alguma
coisa de modo que venha a morrer,
21. ou por inimizade o ferir com a
mão de modo que venha a morrer, será morto aquele que o feriu; homicida é. O
vingador do sangue, ao encontrá-lo, o matará.
22. Mas se o empurrar
acidentalmente, sem inimizade, ou contra ele lançar algum instrumento, sem ser
de emboscada,
23. ou sobre ele atirar alguma pedra, não o vendo, e o
ferir de modo que venha a morrer, sem que fosse seu inimigo nem procurasse o seu
mal,
24. então a congregação julgará entre aquele que feriu e o
vingador do sangue, segundo estas leis,
25. e a congregação livrará o
homicida da mão do vingador do sangue, fazendo-o voltar à sua cidade de refúgio
a que se acolhera; ali ficará ele morando até a morte do sumo sacerdote, que foi
ungido com o óleo sagrado.
26. Mas, se de algum modo o homicida sair
dos limites da sua cidade de refúgio, onde se acolhera,
27. e o
vingador do sangue o achar fora dos limites da sua cidade de refúgio, e o matar,
não será culpado de sangue;
28. pois o homicida deverá ficar na sua
cidade de refúgio até a morte do sumo sacerdote; mas depois da morte do sumo
sacerdote o homicida voltará para a terra da sua possessão.
29. Estas
coisas vos serão por estatuto de direito pelas vossas gerações, em todos os
lugares da vossa habitação.
30. Todo aquele que matar alguém, será
morto conforme o depoimento de testemunhas; mas uma só testemunha não deporá
contra alguém, para condená-lo à morte.
31. Não aceitareis resgate
pela vida de um homicida que é réu de morte; porém ele certamente será
morto.
32. Também não aceitareis resgate por aquele que se tiver
acolhido à sua cidade de refúgio, a fim de que ele possa tornar a habitar na
terra antes da morte do sumo sacerdote.
33. Assim não profanareis a
terra da vossa habitação, porque o sangue profana a terra; e nenhuma expiação se
poderá fazer pela terra por causa do sangue que nela for derramado, senão com o
sangue daquele que o derramou.
34. Não contaminareis, pois, a terra em
que haveis de habitar, no meio da qual eu também habitarei; pois eu, o Senhor,
habito no meio dos filhos de Israel.
[Números 36]Números
36
1. Chegaram-se então os cabeças das casas paternas
da família dos filhos de Gileade, filho de Maquir, filho de Manassés, das
famílias dos filhos de José, e falaram diante de Moisés, e diante dos príncipes,
cabeças das casas paternas dos filhos de Israel,
2. e disseram: O
Senhor mandou a meu senhor que por sortes repartisse a terra em herança aos
filhos de Israel; e meu senhor recebeu ordem do senhor de dar a herança do nosso
irmão Zelofeade às filhas deste.
3. E, se elas se casarem com os
filhos das outras tribos de Israel, então a sua herança será diminuída da
herança de nossos pais, e acrescentada à herança da tribo a que vierem a
pertencer; assim será tirada da sorte da nossa herança.
4. Vindo
também o ano do jubileu dos filhos de Israel, a herança delas será acrescentada
à herança da tribo a que pertencerem; assim a sua herança será tirada da herança
da tribo de nossos pais.
5. Então Moisés falou aos filhos de Israel,
segundo a palavra do senhor, dizendo: A tribo dos filhos de José fala o que é
justo.
6. Isto é o que o senhor ordenou acerca das filhas de
Zelofeade, dizendo: Casem com quem bem parecer aos seus olhos, contanto que se
casem na família da tribo de seu pai.
7. Assim a herança dos filhos de
Israel não passará de tribo em tribo, pois os filhos de Israel se apegarão cada
um a herança da tribo de seus pais.
8. E toda filha que possuir
herança em qualquer tribo dos filhos de Israel se casará com alguém da família
da tribo de seu pai, para que os filhos de Israel possuam cada um a herança de
seus pais.
9. Assim nenhuma herança passará de uma tribo a outra, pois
as tribos dos filhos de Israel se apegarão cada uma à sua herança.
10.
Como o Senhor ordenara a Moisés, assim fizeram as filhas de
Zelofeade;
11. pois Macla, Tirza, Hogla, Milca e Noa, filhas de
Zelofeade, se casaram com os filhos de seus tios paternos.
12.
Casaram-se nas famílias dos filhos de Manassés, filho de José; assim a sua
herança permaneceu na tribo da família de seu pai.
13. São esses os
mandamentos e os preceitos que o Senhor ordenou aos filhos de Israel por
intermédio de Moisés nas planícies de Moabe, junto ao Jordão, na altura de
Jericó.
[Deuteronômio 1]Deuteronômio
1
1. Estas são as palavras que Moisés falou a todo
Israel além do Jordão, no deserto, na Arabá defronte de Sufe, entre Parã, Tofel,
Labã, Hazerote e Di-Zaabe.
2. São onze dias de viagem desde Horebe,
pelo caminho da montanha de Seir, até Cades-Barnéia.
3. No ano
quadragésimo, no mês undécimo, no primeiro dia do mês, Moisés falou aos filhos
de Israel, conforme tudo o que o senhor lhes mandara por seu
intermédio,
4. depois que derrotou a Siom, rei dos amorreus, que
habitava em Hesbom, e a Ogue, rei de Basã, que habitava em Astarote, em
Edrei.
5. Além do Jordão, na terra de Moabe, Moisés se pôs a explicar
esta lei, e disse:
6. O Senhor nosso Deus nos falou em Horebe,
dizendo: Assaz vos haveis demorado neste monte.
7. Voltai-vos,
ponde-vos a caminho, e ide à região montanhosa dos amorreus, e a todos os
lugares vizinhos, na Arabá, na região montanhosa, no vale e no sul; à beira do
mar, à terra dos cananeus, e ao Líbano, até o grande rio, o rio
Eufrates.
8. Eis que tenho posto esta terra diante de vós; entrai e
possuí a terra que o Senhor prometeu com juramento dar a vossos pais, Abraão,
Isaque, e Jacó, a eles e à sua descendência depois deles.
9. Nesse
mesmo tempo eu vos disse: Eu sozinho não posso levar-vos,
10. o Senhor
vosso Deus já vos tem multiplicado, e eis que hoje sois tão numerosos como as
estrelas do céu.
11. O Senhor Deus de vossos pais vos faça mil vezes
mais numerosos do que sois; e vos abençoe, como vos prometeu.
12. Como
posso eu sozinho suportar o vosso peso, as vossas cargas e as vossas
contendas?
13. Tomai-vos homens sábios, entendidos e experimentados,
segundo as vossas tribos, e eu os porei como cabeças sobre vós.
14.
Então me respondestes: bom fazermos o que disseste.
15. Tomei, pois,
os cabeças de vossas tribos, homens sábios e experimentados, e os constituí por
cabeças sobre vós, chefes de mil, chefes de cem, chefes de cinqüenta e chefes de
dez, por oficiais, segundo as vossas tribos.
16. E no mesmo tempo
ordenei a vossos juízes, dizendo: Ouvi as causas entre vossos irmãos, e julgai
com justiça entre o homem e seu irmão, ou o estrangeiro que está com
ele.
17. Não fareis acepção de pessoas em juízo; de um mesmo modo
ouvireis o pequeno e o grande; não temereis a face de ninguém, porque o juízo é
de Deus; e a causa que vos for difícil demais, a trareis a mim, e eu a
ouvirei.
18. Assim naquele tempo vos ordenei todas as coisas que
devíeis fazer.
19. Então partimos de Horebe, e caminhamos por todo
aquele grande e terrível deserto que vistes, pelo caminho das montanhas dos
amorreus, como o Senhor nosso Deus nos ordenara; e chegamos a
Cades-Barnéia.
20. Então eu vos disse: Chegados sois às montanhas dos
amorreus, que o Senhor nosso Deus nos dá.
21. Eis aqui o Senhor teu
Deus tem posto esta terra diante de ti; sobe, apodera-te dela, como te falou o
Senhor Deus de teus pais; não temas, e não te assustes.
22. Então
todos vós vos chegastes a mim, e dissestes: Mandemos homens adiante de nós, para
que nos espiem a terra e, de volta, nos ensinem o caminho pelo qual devemos
subir, e as cidades a que devemos ir.
23. Isto me pareceu bem; de modo
que dentre vós tomei doze homens, de cada tribo um homem;
24. foram-se
eles e, subindo as montanhas, chegaram até o vale de Escol e espiaram a
terra.
25. Tomaram do fruto da terra nas mãos, e no-lo trouxeram; e
nos informaram, dizendo: Boa é a terra que nos dá o Senhor nosso
Deus.
26. Todavia, vós não quisestes subir, mas fostes rebeldes ao
mandado do Senhor nosso Deus;
27. e murmurastes nas vossas tendas, e
dissestes: Porquanto o Senhor nos odeia, tirou-nos da terra do Egito para nos
entregar nas mãos dos amorreus, a fim de nos destruir.
28. Para onde
estamos nós subindo? nossos irmãos fizeram com que se derretesse o nosso
coração, dizendo: Maior e mais alto é o povo do que nós; as cidades são grandes
e fortificadas até o céu; e também vimos ali os filhos dos
anaquins.
29. Então eu vos disse: Não vos atemorizeis, e não tenhais
medo deles.
30. O Senhor vosso Deus, que vai adiante de vós, ele
pelejará por vós, conforme tudo o que tem feito por vós diante dos vossos olhos,
no Egito,
31. como também no deserto, onde vistes como o Senhor vosso
Deus vos levou, como um homem leva seu filho, por todo o caminho que andastes,
até chegardes a este lugar.
32. Mas nem ainda assim confiastes no
Senhor vosso Deus,
33. que ia adiante de vós no caminho, de noite no
fogo e de dia na nuvem, para vos achar o lugar onde devíeis acampar, e para vos
mostrar o caminho por onde havíeis de andar.
34. Ouvindo, pois, o
Senhor a voz das vossas palavras, indignou-se e jurou, dizendo:
35.
Nenhum dos homens desta geração perversa verá a boa terra que prometi com
juramento dar a vossos pais,
36. salvo Calebe, filho de Jefoné; ele a
verá, e a terra que pisou darei a ele e a seus filhos, porquanto perseverou em
seguir ao Senhor.
37. Também contra mim o Senhor se indignou por vossa
causa, dizendo: Igualmente tu lá não entrarás.
38. Josué, filho de
Num, que te serve, ele ali entrará; anima-o, porque ele fará que Israel a receba
por herança.
39. E vossos pequeninos, dos quais dissestes que seriam
por presa, e vossos filhos que hoje não conhecem nem o bem nem o mal, esses lá
entrarão, a eles a darei e eles a possuirão.
40. Quanto a vós, porém,
virai-vos, e parti para o deserto, pelo caminho do Mar Vermelho.
41.
Então respondestes, e me dissestes: Pecamos contra o Senhor; nós subiremos e
pelejaremos, conforme tudo o que nos ordenou o Senhor nosso Deus. Vós, pois, vos
armastes, cada um, dos vossos instrumentos de guerra, e temerariamente
propusestes subir a montanha.
42. E disse-me o Senhor: Dize-lhes: Não
subais nem pelejeis, pois não estou no meio de vós; para que não sejais feridos
diante de vossos inimigos.
43. Assim vos falei, mas não ouvistes;
antes fostes rebeldes à ordem do Senhor e, agindo presunçosamente, subistes à
montanha.
44. E os amorreus, que habitavam naquela montanha, vos
saíram ao encontro e, perseguindo-vos como fazem as abelhas, vos destroçaram
desde Seir até Horma.
45. Voltastes, pois, e chorastes perante o
Senhor; mas o Senhor não ouviu a vossa voz, nem para vós inclinou os
ouvidos.
46. Assim foi grande a vossa demora em Cades, pois ali vos
demorastes muitos dias.
[Deuteronômio 2]Deuteronômio
2
1. Depois viramo-nos, e caminhamos para o deserto,
pelo caminho do Mar Vermelho, como o Senhor me tinha dito, e por muitos dias
rodeamos o monte Seir.
2. Então o Senhor me disse:
3. Basta
de rodeardes este monte; virai-vos para o norte.
4. Dá ordem ao povo,
dizendo: Haveis de passar pelo território de vossos irmãos, os filhos de Esaú,
que habitam em Seir; e eles terão medo de vós. Portanto guardai-vos
bem;
5. não contendais com eles, porque não vos darei da sua terra nem
sequer o que pisar a planta de um pé; porquanto a Esaú dei o monte Seir por
herança.
6. Comprareis deles por dinheiro mantimento para comerdes,
como também comprareis deles água para beberdes.
7. Pois o Senhor teu
Deus te há abençoado em toda obra das tuas mãos; ele tem conhecido o teu caminho
por este grande deserto; estes quarenta anos o Senhor teu Deus tem estado
contigo; nada te há faltado.
8. Assim, pois, passamos por nossos
irmãos, os filhos de Esaú, que habitam em Seir, desde o caminho da Arabá de
Elate e de Eziom-Geber: Depois nos viramos e passamos pelo caminho do deserto de
Moabe.
9. Então o Senhor me disse: Não molestes aos de Moabe, e não
contendas com eles em peleja, porque nada te darei da sua terra por herança;
porquanto dei Ar por herança aos filhos de Ló.
10. (Antes haviam
habitado nela os emins, povo grande e numeroso, e alto como os
anaquins;
11. eles também são considerados refains como os anaquins;
mas os moabitas lhes chamam emins.
12. Outrora os horeus também
habitaram em Seir; porém os filhos de Esaú os desapossaram, e os destruíram de
diante de si, e habitaram no lugar deles, assim come Israel fez à terra da sua
herança, que o Senhor lhe deu.)
13. Levantai-vos agora, e passai o
ribeiro de Zerede. Passamos, pois, o ribeiro de Zerede.
14. E os dias
que caminhamos, desde Cades-Barnéia até passarmos o ribeiro de Zerede, foram
trinta e oito anos, até que toda aquela geração dos homens de guerra se consumiu
do meio do arraial, como o Senhor lhes jurara.
15. Também foi contra
eles a mão do Senhor, para os destruir do meio do arraial, até os haver
consumido.
16. Ora, sucedeu que, sendo já consumidos pela morte todos
os homens de guerra dentre o povo,
17. o Senhor me
disse:
18. Hoje passarás por Ar, o limite de Moabe;
19. e
quando chegares defronte dos amonitas, não os molestes, e com eles não
contendas, porque nada te darei da terra dos amonitas por herança; porquanto aos
filhos de Ló a dei por herança.
20. (Também essa é considerada terra
de refains; outrora habitavam nela refains, mas os amonitas lhes chamam
zanzumins,
21. povo grande e numeroso, e alto como os anaquins; mas o
Senhor os destruiu de diante dos amonitas; e estes, tendo-os desapossado,
habitaram no lugar deles;
22. assim como fez pelos filhos de Esaú, que
habitam em Seir, quando de diante deles destruiu os horeus; e os filhos de Esaú,
havendo-os desapossado, habitaram no lugar deles até hoje.
23. Também
os caftorins, que saíram de Caftor, destruíram os aveus, que habitavam em
aldeias até Gaza, e habitaram no lugar deles.)
24. Levantai-vos, parti
e passai o ribeiro de Arnom; eis que entreguei nas tuas mãos a Siom, o amorreu,
rei de Hesbom, e à sua terra; começa a te apoderares dela, contendendo com eles
em peleja.
25. Neste dia começarei a meter terror e medo de ti aos
povos que estão debaixo de todo o céu; os quais, ao ouvirem a tua fama, tremerão
e se angustiarão por causa de ti.
26. Então, do deserto de Quedemote,
mandei mensageiros a Siom, rei de Hesbom, com palavras de paz,
dizendo:
27. Deixa-me passar pela tua terra; somente pela estrada
irei, não me desviando nem para a direita nem para a esquerda.
28. Por
dinheiro me venderás mantimento, para que eu coma; e por dinheiro me darás a
água, para que eu beba. Tão-somente deixa-me passar a pé,
29. assim
como me fizeram os filhos de Esaú, que habitam em Seir, e os moabitas que
habitam em Ar; até que eu passe o Jordão para a terra que o Senhor nosso Deus
nos dá.
30. Mas Siom, rei de Hesbom, não nos quis deixar passar por
sua terra, porquanto o Senhor teu Deus lhe endurecera o espírito, e lhe fizera
obstinado o coração, para to entregar nas mãos, como hoje se vê.
31.
Disse-me, pois, o Senhor: Eis aqui, comecei a entregar-te Siom e a sua terra;
começa, pois, a te apoderares dela, para possuíres a sua terra por
herança.
32. Então Siom nos saiu ao encontro, ele e todo o seu povo, à
peleja, em Jaza;
33. e o Senhor nosso Deus no-lo entregou, e o ferimos
a ele, e a seus filhos, e a todo o seu povo.
34. Também naquele tempo
lhe tomamos todas as cidades, e fizemos perecer a todos, homens, mulheres e
pequeninos, não deixando sobrevivente algum;
35. somente tomamos por
presa o gado para nós, juntamente com o despojo das cidades que havíamos
tomado.
36. Desde Aroer, que está à borda do vale do Arnom, e desde a
cidade que está no vale, até Gileade, nenhuma cidade houve tão alta que de nós
escapasse; tudo o Senhor nosso Deus no-lo entregou.
37. Somente à
terra dos amonitas não chegastes, nem a parte alguma da borda do ribeiro de
Jaboque, nem a cidade alguma da região montanhosa, nem a coisa alguma que o
Senhor nosso Deus proibira.
[Deuteronômio 3]Deuteronômio
3
1. Depois nos viramos e subimos pelo caminho de Basã;
e Ogue, rei de Basã, nos saiu ao encontro, ele e todo o seu povo, à peleja, em
Edrei.
2. Então o Senhor me disse: Não o temas, porque to entreguei
nas mãos, a ele e a todo o seu povo, e a sua terra; e farás a ele como fizeste a
Siom, rei dos amorreus, que habitava em Hesbom.
3. Assim o Senhor
nosso Deus nos entregou nas mãos também a Ogue, rei de Basã, e a todo o seu
povo; de maneira que o ferimos, até que não lhe ficou sobrevivente
algum.
4. E naquele tempo tomamos todas as suas cidades; nenhuma
cidade houve que não lhes tomássemos: sessenta cidades, toda a região de Argobe,
o reino de Ogue em Basã,
5. cidades estas todas fortificadas com altos
muros, portas e ferrolhos, além de muitas cidades sem muros.
6. E
destruímo-las totalmente, como fizéramos a Siom, rei de Hesbom, fazendo perecer
a todos, homens, mulheres e pequeninos.
7. Mas todo o gado e o despojo
das cidades, tomamo-los por presa para nós.
8. Assim naquele tempo
tomamos a terra da mão daqueles dois reis dos amorreus, que estavam além do
Jordão, desde o rio Arnom até o monte Hermom
9. (ao Hermom os sidônios
chamam Siriom, e os amorreus chamam-lhe Senir) ,
10. todas as cidades
do planalto, e todo o Gileade, e todo o Basã, até Salca e Edrei, cidades do
reino de Ogue em Basã.
11. Porque só Ogue, rei de Basã, ficou de resto
dos refains; eis que o seu leito, um leito de ferro, não está porventura em Rabá
dos amonitas? o seu comprimento é de nove côvados, e de quatro côvados a sua
largura, segundo o côvado em uso.
12. Naquele tempo, pois, tomamos
essa terra por possessão. Desde Aroer, que está junto do vale do Arnom, e a
metade da região montanhosa de Gileade, com as suas cidades, dei aos nibenitas e
gaditas;
13. e dei à meia tribo de Manassés o resto de Gileade, como
também todo o Basã, o reino de Ogue, isto é, toda a região de Argobe com todo o
Basã. (O mesmo se chamava a terra dos refains.
14. Jair, filho de
Manassés, tomou toda a região de Argobe, até a fronteira dos resuritas e dos
maacatitas, e lhes chamou, inclusive o Basã, pelo seu nome, Havote-Jair, até
hoje).
15. E a Maquir dei Gileade.
16. Mas aos rubenitas e
gaditas dei desde Gileade até o vale do Arnom, tanto o meio do vale como a sua
borda, e até o ribeiro de Jaboque, o termo dos amonitas;
17. como
também a Arabá, com o Jordão por termo, desde Quinerete até o mar da Arabá, o
Mar Salgado, pelas faldas de Pisga para o oriente.
18. No mesmo tempo
também vos ordenei, dizendo: O Senhor vosso Deus vos deu esta terra, para a
possuirdes; vós, todos os homens valentes, passareis armados adiante de vossos
irmãos, os filhos de Israel.
19. Tão-somente vossas mulheres, e vossos
pequeninos, e vosso gado (porque eu sei que tendes muito gado) ficarão nas
cidades que já vos dei;
20. até que o Senhor dê descanso a vossos
irmãos como a vós, e eles também possuam a terra que o Senhor vosso Deus lhes dá
além do Jordão: Então voltareis cada qual à sua herança que já vos tenho
dado.
21. Também dei ordem a Josué no mesmo tempo, dizendo: Os teus
olhos viram tudo o que o Senhor vosso Deus tem feito a esses dois reis; assim
fará o Senhor a todos os reinos a que tu estás passando.
22. Não
tenhais medo deles, porque o Senhor vosso Deus é o que peleja por
nós.
23. Também roguei ao Senhor nesse tempo, dizendo:
24. Ó
Senhor Jeová, tu já começaste a mostrar ao teu servo a tua grandeza e a tua
forte mão; pois, que Deus há no céu ou na terra, que possa fazer segundo as tuas
obras, e segundo os teus grandes feitos?
25. Rogo-te que me deixes
passar, para que veja essa boa terra que está além do Jordão, essa boa região
montanhosa, e o Líbano!
26. Mas o Senhor indignou-se muito contra mim
por causa de vós, e não me ouviu; antes me disse: Basta; não me fales mais
nisto.
27. sobe ao cume do Pisga, e levanta os olhos para o ocidente,
para o norte, para o sul e para o oriente, e contempla com os teus olhos; porque
não passarás este Jordão.
28. Mas dá ordens a Josué, anima-o, e
fortalece-o, porque ele passará adiante deste povo, e o levará a possuir a terra
que tu verás.
29. Assim ficamos no vale defronte de
Bete-Peor.
[Deuteronômio 4]Deuteronômio
4
1. Agora, pois, ó Israel, ouve os estatutos e os
preceitos que eu vos ensino, para os observardes, a fim de que vivais, e entreis
e possuais a terra que o Senhor Deus de vossos pais vos dá.
2. Não
acrescentareis à palavra que vos mando, nem diminuireis dela, para que guardeis
os mandamentos do Senhor vosso Deus, que eu vos mando.
3. Os vossos
olhos viram o que o Senhor fez por causa de Baal-Peor; pois a todo homem que
seguiu a Baal-Peor, o Senhor vosso Deus o consumiu do meio de vós.
4.
Mas vós, que vos apegastes ao Senhor vosso Deus, todos estais hoje
vivos.
5. Eis que vos ensinei estatutos e preceitos, como o Senhor meu
Deus me ordenou, para que os observeis no meio da terra na qual estais entrando
para a possuirdes.
6. Guardai-os e observai-os, porque isso é a vossa
sabedoria e o vosso entendimento à vista dos povos, que ouvirão todos estes,
estatutos, e dirão: Esta grande nação é deveras povo sábio e
entendido.
7. Pois que grande nação há que tenha deuses tão chegados a
si como o é a nós o Senhor nosso Deus todas as vezes que o
invocamos?
8. E que grande nação há que tenha estatutos e preceitos
tão justos como toda esta lei que hoje ponho perante vós?
9.
Tão-somente guarda-te a ti mesmo, e guarda bem a tua alma, para que não te
esqueças das coisas que os teus olhos viram, e que elas não se apaguem do teu
coração todos os dias da tua vida; porém as contarás a teus filhos, e aos filhos
de teus filhos;
10. o dia em que estiveste perante o Senhor teu Deus
em Horebe, quando o Senhor me disse: Ajunta-me este povo, e os farei ouvir as
minhas palavras, e aprendê-las-ão, para me temerem todos os dias que na terra
viverem, e as ensinarão a seus filhos.
11. Então vós vos chegastes, e
vos pusestes ao pé do monte; e o monte ardia em fogo até o meio do céu, e havia
trevas, e nuvens e escuridão.
12. E o Senhor vos falou do meio do
fogo; ouvistes o som de palavras, mas não vistes forma alguma; tão-somente
ouvistes uma voz.
13. Então ele vos anunciou o seu pacto, o qual vos
ordenou que observásseis, isto é, os dez mandamentos; e os escreveu em duas
tábuas de pedra.
14. Também o Senhor me ordenou ao mesmo tempo que vos
ensinasse estatutos e preceitos, para que os cumprísseis na terra a que estais
passando para a possuirdes.
15. Guardai, pois, com diligência as
vossas almas, porque não vistes forma alguma no dia em que o Senhor vosso Deus,
em Horebe, falou convosco do meio do fogo;
16. para que não vos
corrompais, fazendo para vós alguma imagem esculpida, na forma de qualquer
figura, semelhança de homem ou de mulher;
17. ou semelhança de
qualquer animal que há na terra, ou de qualquer ave que voa pelo
céu;
18. ou semelhança de qualquer animal que se arrasta sobre a
terra, ou de qualquer peixe que há nas águas debaixo da terra;
19. e
para que não suceda que, levantando os olhos para o céu, e vendo o sol, a lua e
as estrelas, todo esse exército do céu, sejais levados a vos inclinardes perante
eles, prestando culto a essas coisas que o Senhor vosso Deus repartiu a todos os
povos debaixo de todo o céu.
20. Mas o Senhor vos tomou, e vos tirou
da fornalha de ferro do Egito, a fim de lhe serdes um povo hereditário, como
hoje o sois.
21. O Senhor se indignou contra mim por vossa causa, e
jurou que eu não passaria o Jordão, e que não entraria na boa terra que o Senhor
vosso Deus vos dá por herança;
22. mas eu tenho de morrer nesta terra;
não poderei passar o Jordão; porém vós o passareis, e possuireis essa boa
terra.
23. Guardai-vos de que vos esqueçais do pacto do Senhor vosso
Deus, que ele fez convosco, e não façais para vós nenhuma imagem esculpida,
semelhança de alguma coisa que o Senhor vosso Deus vos proibiu.
24.
Porque o Senhor vosso Deus é um fogo consumidor, um Deus zeloso.
25.
Quando, pois, tiverdes filhos, e filhos de filhos, e envelhecerdes na terra, e
vos corromperdes, fazendo alguma imagem esculpida, semelhança de alguma coisa, e
praticando o que é mau aos olhos do Senhor vosso Deus, para o provocar a
ira,-
26. hoje tomo por testemunhas contra vós o céu e a terra, bem
cedo perecereis da terra que, passado o Jordão, ides possuir. Não prolongareis
os vossos dias nela, antes sereis de todo destruídos.
27. E o Senhor
vos espalhará entre os povos, e ficareis poucos em número entre as nações para
as quais o Senhor vos conduzirá.
28. Lá servireis a deuses que são
obra de mãos de homens, madeira e pedra, que não vêem, nem ouvem, nem comem, nem
cheiram.
29. Mas de lá buscarás ao Senhor teu Deus, e o acharás,
quando o buscares de todo o teu coração e de toda a tua alma.
30.
Quando estiveres em angústia, e todas estas coisas te alcançarem, então nos
últimos dias voltarás para o Senhor teu Deus, e ouvirás a sua voz;
31.
porquanto o Senhor teu Deus é Deus misericordioso, e não te desamparará, nem te
destruirá, nem se esquecerá do pacto que jurou a teus pais.
32. Agora,
pois, pergunta aos tempos passados que te precederam desde o dia em que Deus
criou o homem sobre a terra, desde uma extremidade do céu até a outra, se
aconteceu jamais coisa tão grande como esta, ou se jamais se ouviu coisa
semelhante?
33. Ou se algum povo ouviu a voz de Deus falar do meio do
fogo, como tu a ouviste, e ainda ficou vivo?
34. Ou se Deus intentou
ir tomar para si uma nação do meio de outra nação, por meio de provas, de
sinais, de maravilhas, de peleja, de mão poderosa, de braço estendido, bem como
de grandes espantos, segundo tudo quanto fez a teu favor o Senhor teu Deus, no
Egito, diante dos teus olhos?
35. A ti te foi mostrado para que
soubesses que o Senhor é Deus; nenhum outro há senão ele.
36. Do céu
te fez ouvir a sua voz, para te instruir, e sobre a terra te mostrou o seu
grande fogo, do meio do qual ouviste as suas palavras.
37. E,
porquanto amou a teus pais, não somente escolheu a sua descendência depois
deles, mas também te tirou do Egito com a sua presença e com a sua grande
força;
38. para desapossar de diante de ti nações maiores e mais
poderosas do que tu, para te introduzir na sua terra e te dar por herança, como
neste dia se vê.
39. Pelo que hoje deves saber e considerar no teu
coração que só o Senhor é Deus, em cima no céu e embaixo na terra; não há nenhum
outro.
40. E guardarás os seus estatutos e os seus mandamentos, que eu
te ordeno hoje, para que te vá bem a ti, e a teus filhos depois de ti, e para
que prolongues os dias na terra que o Senhor teu Deus te dá, para todo o
sempre.
41. Então Moisés separou três cidades além do Jordão, para o
nascente,
42. para que se refugiasse ali o homicida que
involuntariamente tivesse matado o seu próximo a quem dantes não tivesse ódio
algum; para que, refugiando-se numa destas cidades, vivesse:
43. a
Bezer, no deserto, no planalto, para os rubenitas; a Ramote, em Gileade, para os
paditas; e a Golã, em Basã, para os manassitas.
44. Esta é a lei que
Moisés propôs aos filhos de Israel;
45. estes são os testemunhos, os
estatutos e os preceitos que Moisés falou aos filhos de Israel, depois que
saíram do Egito,
46. além do Jordão, no vale defronte de Bete-Peor, na
terra de Siom, rei dos amorreus, que habitava em Hesbom, a quem Moisés e os
filhos de Israel derrotaram, depois que saíram do Egito;
47. pois
tomaram a terra deles em possessão, como também a terra de Ogue, rei de Basã,
sendo esses os dois reis dos amorreus, que estavam além do Jordão, para o
nascente;
48. desde Aroer, que está à borda do ribeiro de Arnom, até o
monte de Siom, que é Hermom,
49. e toda a Arabá, além do Jordão, para
o oriente, até o mar da Arabá, pelas faldas de Pisga.
[Deuteronômio
5]Deuteronômio 5
1. Chamou, pois,
Moisés a todo o Israel, e disse-lhes: Ouve, ó Israel, os estatutos e preceitos
que hoje vos falo aos ouvidos, para que os aprendais e cuideis em os
cumprir.
2. O Senhor nosso Deus fez um pacto conosco em
Horebe.
3. Não com nossos pais fez o Senhor esse pacto, mas conosco,
sim, com todos nós que hoje estamos aqui vivos.
4. Face a face falou o
Senhor conosco no monte, do meio o fogo
5. (estava eu nesse tempo
entre o Senhor e vós, para vos anunciar a palavra do Senhor; porque tivestes
medo por causa do fogo, e não subistes ao monte) , dizendo ele:
6. Eu
sou o Senhor teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da
servidão.
7. Não terás outros deuses diante de mim.
8. Não
farás para ti imagem esculpida, nem figura alguma do que há em cima no céu, nem
embaixo na terra, nem nas águas debaixo da terra;
9. não te encurvarás
diante delas, nem as servirás; porque eu, o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso,
que visito a iniqüidade dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração
daqueles que me odeiam,
10. e uso de misericórdia com milhares dos que
me amam e guardam os meus mandamentos.
11. Não tomarás o nome do
Senhor teu Deus em vão; porque o Senhor não terá por inocente aquele que tomar o
seu nome em vão.
12. Guarda o dia do sábado, para o santificar, como
te ordenou o senhor teu Deus;
13. seis dias trabalharás, e farás todo
o teu trabalho;
14. mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus;
nesse dia não farás trabalho algum, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem o
teu servo, nem a tua serva, nem o teu boi, nem o teu jumento, nem animal algum
teu, nem o estrangeiro que está dentro das tuas portas; para que o teu servo e a
tua serva descansem assim como tu.
15. Lembra-te de que foste servo na
terra do Egito, e que o Senhor teu Deus te tirou dali com mão forte e braço
estendido; pelo que o Senhor teu Deus te ordenou que guardasses o dia do
sábado.
16. Honra a teu pai e a tua mãe, como o senhor teu Deus te
ordenou, para que se prolonguem os teus dias, e para que te vá bem na terra que
o Senhor teu Deus te dá.
17. Não matarás.
18. Não
adulterarás.
19. Não furtarás.
20. Não dirás falso
testemunho contra o teu próximo.
21. Não cobiçarás a mulher do teu
próximo; não desejarás a casa do teu próximo; nem o seu campo, nem o seu servo,
nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma do teu
próximo.
22. Essas palavras falou o senhor a toda a vossa assembléia
no monte, do meio do fogo, da nuvem e da escuridão, com grande voz; e nada
acrescentou. E escreveu-as em duas tábuas de pedra, que ele me
deu.
23. Mas quando ouvistes a voz do meio das trevas, enquanto ardia
o monte em fogo, viestes ter comigo, mesmo todos os cabeças das vossas tribos, e
vossos anciãos,
24. e dissestes: Eis que o Senhor nosso Deus nos fez
ver a sua glória e a sua grandeza, e ouvimos a sua voz do meio do fogo; hoje
vimos que Deus fala com o homem, e este ainda continua vivo.
25.
Agora, pois, por que havemos de morrer? Este grande fogo nos consumirá; se ainda
mais ouvirmos a voz do Senhor nosso Deus, morreremos.
26. Porque, quem
há de toda a carne, que tenha ouvido a voz do Deus vivente a falar do meio do
fogo, como nós a ouvimos, e ainda continue vivo?
27. Chega-te tu, e
ouve tudo o que o Senhor nosso Deus falar; e tu nos dirás tudo o que ele te
disser; assim o ouviremos e o cumpriremos.
28. Ouvindo, pois, o Senhor
as vossas palavras, quando me faláveis, disse-me: Eu ouvi as palavras deste
povo, que eles te disseram; falaram bem em tudo quanto disseram.
29.
Quem dera que eles tivessem tal coração que me temessem, e guardassem em todo o
tempo todos os meus mandamentos, para que bem lhes fosse a eles, e a seus filhos
para sempre!
30. Vai, dize-lhes: Voltai às vossas
tendas.
31. Tu, porém, deixa-te ficar aqui comigo, e eu te direi todos
os mandamentos, estatutos e preceitos que tu lhes hás de ensinar, para que eles
os cumpram na terra que eu lhes dou para a possuírem.
32. Olhai, pois,
que façais como vos ordenou o Senhor vosso Deus; não vos desviareis nem para a
direita nem para a esquerda.
33. Andareis em todo o caminho que vos
ordenou a Senhor vosso Deus, para que vivais e bem vos suceda, e prolongueis os
vossos dias na terra que haveis de possuir.
[Deuteronômio 6]Deuteronômio 6
1. Estes, pois, são os
mandamentos, os estatutos e os preceitos que o Senhor teu Deus mandou
ensinar-te, a fim de que os cumprisses na terra a que estás passando: para a
possuíres;
2. para que temas ao Senhor teu Deus, e guardes todos os
seus estatutos e mandamentos, que eu te ordeno, tu, e teu filho, e o filho de
teu filho, todos os dias da tua vida, e para que se prolonguem os teus
dias.
3. Ouve, pois, ó Israel, e atenta em que os guardes, para que te
vá bem, e muito te multipliques na terra que mana leite e mel, como te prometeu
o Senhor Deus de teus pais.
4. Ouve, ó Israel; o Senhor nosso Deus é o
único Senhor.
5. Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu
coração, de toda a tua alma e de todas as tuas forças.
6. E estas
palavras, que hoje te ordeno, estarão no teu coração;
7. e as
ensinarás a teus filhos, e delas falarás sentado em tua casa e andando pelo
caminho, ao deitar-te e ao levantar-te.
8. Também as atarás por sinal
na tua mão e te serão por frontais entre os teus olhos;
9. e as
escreverás nos umbrais de tua casa, e nas tuas portas.
10. Quando,
pois, o Senhor teu Deus te introduzir na terra que com juramento prometeu a teus
pais, Abraão, Isaque e Jacó, que te daria, com grandes e boas cidades, que tu
não edificaste,
11. e casas cheias de todo o bem, as quais tu não
encheste, e poços cavados, que tu não cavaste, vinhas e olivais, que tu não
plantaste, e quando comeres e te fartares;
12. guarda-te, que não te
esqueças do Senhor, que te tirou da terra do Egito, da casa da
servidão.
13. Temerás ao Senhor teu Deus e o servirás, e pelo seu nome
jurarás.
14. Não seguirás outros deuses, os deuses dos povos que
houver à roda de ti;
15. porque o Senhor teu Deus é um Deus zeloso no
meio de ti; para que a ira do Senhor teu Deus não se acenda contra ti, e ele te
destrua de sobre a face da terra.
16. Não tentareis o Senhor vosso
Deus, como o tentastes em Massá.
17. Diligentemente guardarás os
mandamentos do Senhor teu Deus, como também os seus testemunhos, e seus
estatutos, que te ordenou.
18. Também praticarás o que é reto e bom
aos olhos do Senhor, para que te vá bem, e entres, e possuas a boa terra, a qual
o Senhor prometeu com juramento a teus pais;
19. para que lance fora
de diante de ti todos os teus inimigos, como disse o Senhor.
20.
Quando teu filho te perguntar no futuro, dizendo: Que significam os testemunhos,
estatutos e preceitos que o Senhor nosso Deus vos ordenou?
21.
responderás a teu filho: Éramos servos de Faraó no Egito, porém o Senhor, com
mão forte, nos tirou de lá;
22. e, aos nossos olhos, o Senhor fez
sinais e maravilhas grandes e penosas contra o Egito, contra Faraó e contra toda
a sua casa;
23. mas nos tirou de lá, para nos introduzir e nos dar a
terra que com juramento prometera a nossos pais.
24. Pelo que o Senhor
nos ordenou que observássemos todos estes estatutos, que temêssemos o Senhor
nosso Deus, para o nosso bem em todo o tempo, a fim de que ele nos preservasse
em vida, assim como hoje se vê.
25. E será justiça para nós, se
tivermos cuidado de cumprir todos estes mandamentos perante o Senhor nosso Deus,
como ele nos ordenou.
[Deuteronômio 7]Deuteronômio
7
1. Quando o Senhor teu Deus te houver introduzido na
terra a que vais a fim de possuí-la, e tiver lançado fora de diante de ti muitas
nações, a saber, os heteus, os girgaseus, os amorreus, os cananeus, os perizeus,
os heveus e os jebuseus, sete nações mais numerosas e mais poderosas do que
tu;
2. e quando o Senhor teu Deus as tiver entregue, e as ferires,
totalmente as destruirás; não farás com elas pacto algum, nem terás piedade
delas;
3. não contrairás com elas matrimônios; não darás tuas filhas a
seus filhos, e não tomarás suas filhas para teus filhos;
4. pois
fariam teus filhos desviarem-se de mim, para servirem a outros deuses; e a ira
do Senhor se acenderia contra vós, e depressa vos consumiria.
5. Mas
assim lhes fareis: Derrubareis os seus altares, quebrareis as suas colunas,
cortareis os seus aserins, e queimareis a fogo as suas imagens
esculpidas.
6. Porque tu és povo santo ao Senhor teu Deus; o Senhor
teu Deus te escolheu, a fim de lhe seres o seu próprio povo, acima de todos os
povos que há sobre a terra.
7. O Senhor não tomou prazer em vós nem
vos escolheu porque fôsseis mais numerosos do que todos os outros povos, pois
éreis menos em número do que qualquer povo;
8. mas, porque o Senhor
vos amou, e porque quis guardar o juramento que fizera a vossos pais, foi que
vos tirou com mão forte e vos resgatou da casa da servidão, da mão de Faraó, rei
do Egito.
9. Saberás, pois, que o Senhor teu Deus é que é Deus, o Deus
fiel, que guarda o pacto e a misericórdia, até mil gerações, aos que o amam e
guardam os seus mandamentos;
10. e que retribui diretamente aos que o
odeiam, para os destruir; não será remisso para quem o odeia, diretamente lhe
retribuirá.
11. Guardarás, pois, os mandamentos, os estatutos e os
preceitos que eu hoje te ordeno, para os cumprires.
12. Sucederá,
pois, que, por ouvirdes estes preceitos, e os guardardes e cumprirdes, o Senhor
teu Deus te guardará o pacto e a misericórdia que com juramento prometeu a teus
pais;
13. ele te amará, te abençoará e te fará multiplicar; abençoará
o fruto do teu ventre, e o fruto da tua terra, o teu grão, o teu mosto e o teu
azeite, a criação das tuas vacas, e as crias dos teus rebanhos, na terra que com
juramento prometeu a teus pais te daria.
14. Bendito serás mais do que
todos os povos; não haverá estéril no meio de ti, seja homem, seja mulher, nem
entre os teus animais.
15. E o Senhor desviará de ti toda enfermidade;
não porá sobre ti nenhuma das más doenças dos egípcios, que bem conheces; no
entanto as porás sobre todos os que te odiarem.
16. Consumirás todos
os povos que o Senhor teu Deus te entregar; os teus olhos não terão piedade
deles; e não servirás a seus deuses, pois isso te seria por laço.
17.
Se disseres no teu coração: Estas nações são mais numerosas do que eu; como as
poderei desapossar?
18. delas não terás medo; antes lembrarte-ás do
que o Senhor teu Deus fez a Faraó e a todos os egípcios;
19. das
grandes provas que os teus olhos viram, e dos sinais, e das maravilhas, e da mão
forte, e do braço estendido, com que o Senhor teu Deus te tirou: Assim fará o
Senhor teu Deus a todos os povos, diante dos quais tu temes.
20. Além
disso o Senhor teu Deus mandará entre eles vespões, até que pereçam os restantes
que se tiverem escondido de ti.
21. Não te espantes diante deles,
porque o Senhor teu Deus está no meio de ti, Deus grande e
terrível.
22. E o Senhor teu Deus lançará fora de diante de ti, pouco
a pouco, estas nações; não poderás destruí-las todas de pronto, para que as
feras do campo não se multipliquem contra ti.
23. E o Senhor as
entregará a ti, e lhes infligirá uma grande derrota, até que sejam
destruídas.
24. Também os seus reis te entregará nas tuas mãos, e
farás desaparecer o nome deles de debaixo do céu; nenhum te poderá resistir, até
que os tenhas destruído.
25. As imagens esculpidas de seus deuses
queimarás a fogo; não cobiçarás a prata nem o ouro que estão sobre elas, nem
deles te apropriarás, para que não te enlaces neles; pois são abominação ao
Senhor teu Deus.
26. Não meterás, pois, uma abominação em tua casa,
para que não sejas anátema, semelhante a ela; de todo a detestarás, e de todo a
abominarás, pois é anátema.
[Deuteronômio 8]Deuteronômio
8
1. Todos os mandamentos que hoje eu vos ordeno
cuidareis de observar, para que vivais, e vos multipliqueis, e entreis, e
possuais a terra que o Senhor, com juramento, prometeu a vossos
pais.
2. E te lembrarás de todo o caminho pelo qual o Senhor teu Deus
tem te conduzido durante estes quarenta anos no deserto, a fim de te humilhar e
te provar, para saber o que estava no teu coração, se guardarias ou não os seus
mandamentos.
3. Sim, ele te humilhou, e te deixou ter fome, e te
sustentou com o maná, que nem tu nem teus pais conhecíeis; para te dar a
entender que o homem não vive só de pão, mas de tudo o que sai da boca do
Senhor, disso vive o homem.
4. Não se envelheceram as tuas vestes
sobre ti, nem se inchou o teu pé, nestes quarenta anos.
5. Saberás,
pois, no teu coração que, como um homem corrige a seu filho, assim te corrige o
Senhor teu Deus.
6. E guardarás os mandamentos de Senhor teu Deus,
para andares nos seus caminhos, e para o temeres.
7. Porque o Senhor
teu Deus te está introduzindo numa boa terra, terra de ribeiros de águas, de
fontes e de nascentes, que brotam nos vales e nos outeiros;
8. terra
de trigo e cevada; de vides, figueiras e romeiras; terra de oliveiras, de azeite
e de mel;
9. terra em que comerás o pão sem escassez, e onde não te
faltará coisa alguma; terra cujas pedras são ferro, e de cujos montes poderás
cavar o cobre.
10. Comerás, pois, e te fartarás, e louvarás ao Senhor
teu Deus pela boa terra que te deu.
11. Guarda-te, que não te esqueças
do Senhor teu Deus, deixando de observar os seus mandamentos, os seus preceitos
e os seus estatutos, que eu hoje te ordeno;
12. para não suceder que,
depois de teres comido e estares farto, depois de teres edificado boas casas e
estares morando nelas,
13. depois de se multiplicarem as tuas manadas
e es teus rebanhos, a tua prata e o teu ouro, sim, depois de se multiplicar tudo
quanto tens,
14. se exalte e teu coração e te esqueças do Senhor teu
Deus, que te tirou da terra o Egito, da casa da servidão;
15. que te
conduziu por aquele grande e terrível deserto de serpentes abrasadoras e de
escorpiões, e de terra árida em que não havia água, e onde te fez sair água da
rocha pederneira;
16. que no deserto te alimentou com o maná, que teus
pais não conheciam; a fim de te humilhar e te provar, para nos teus últimos dias
te fazer bem;
17. e digas no teu coração: A minha força, e a fortaleza
da minha mão me adquiriram estas riquezas.
18. Antes te lembrarás do
Senhor teu Deus, porque ele é o que te dá força para adquirires riquezas; a fim
de confirmar o seu pacto, que jurou a teus pais, como hoje se vê.
19.
Sucederá, porém, que, se de qualquer maneira te esqueceres de Senhor teu Deus, e
se seguires após outros deuses, e os servires, e te encurvares perante eles,
testifico hoje contra ti que certamente perecerás.
20. Como as nações
que o Senhor vem destruindo diante de vós, assim vós perecereis, por não
quererdes ouvir a voz do Senhor vosso Deus.
[Deuteronômio 9]Deuteronômio 9
1. Ouve, ó Israel: hoje tu
vais passar o Jordão para entrares para desapossares nações maiores e mais
fortes do que tu, cidades grandes e muradas até o céu;
2. um povo
grande e alto, filhos dos anaquins, que tu conhecestes, e dos quais tens ouvido
dizer: Quem poderá resistir aos filhos de Anaque?
3. Sabe, pois, hoje
que o Senhor teu Deus é o que passa adiante de ti como um fogo consumidor; ele
os destruirá, e os subjugará diante de ti; e tu os lançarás fora, e cedo os
desfarás, como o Senhor te prometeu.
4. Depois que o Senhor teu Deus
os tiver lançado fora de diante de ti, não digas no teu coração: por causa da
minha justiça é que o Senhor me introduziu nesta terra para a possuir. Porque
pela iniqüidade destas nações é que o Senhor as lança fora de diante de
ti.
5. Não é por causa da tua justiça, nem pela retidão do teu coração
que entras a possuir a sua terra, mas pela iniqüidade destas nações o Senhor teu
Deus as lança fora de diante de ti, e para confirmar a palavra que o Senhor teu
Deus jurou a teus pais, Abraão, Isaque e Jacó.
6. Sabe, pois, que não
é por causa da tua justiça que o Senhor teu Deus te dá esta boa terra para a
possuíres, pois tu és povo de dura cerviz.
7. Lembra-te, e não te
esqueças, de como provocaste à ira o Senhor teu Deus no deserto; desde o dia em
que saíste da terra do Egito, até que chegaste a este lugar, foste rebelde
contra o Senhor;
8. também em Horebe provocastes à ira o Senhor, e o
Senhor se irou contra vós para vos destruir.
9. Quando subi ao monte a
receber as tábuas de pedra, as tábuas do pacto que o Senhor fizera convosco,
fiquei no monte quarenta dias e quarenta noites; não comi pão, nem bebi
água.
10. E o Senhor me deu as duas tábuas de pedra, escritas com o
dedo de Deus; e nelas estavam escritas todas aquelas palavras que o Senhor tinha
falado convosco no monte, do meio do fogo, no dia da assembléia.
11.
Sucedeu, pois, que ao fim dos quarenta dias e quarenta noites, o Senhor me deu
as duas tábuas de pedra, as tábuas do pacto.
12. E o Senhor me disse:
Levanta-te, desce logo daqui, porque o teu povo, que tiraste do Egito, já se
corrompeu; cedo se desviaram do caminho que eu lhes ordenei; fizeram para si uma
imagem de fundição.
13. Disse-me ainda o Senhor: Atentei para este
povo, e eis que ele é povo de dura cerviz;
14. deixa-me que o destrua,
e apague o seu nome de debaixo do céu; e farei de ti nação mais poderosa e mais
numerosa do que esta.
15. Então me virei, e desci do monte, o qual
ardia em fogo; e as duas tábuas do pacto estavam nas minhas duas
mãos.
16. Olhei, e eis que havíeis pecado contra o Senhor vosso Deus;
tínheis feito para vós um bezerro de fundição; depressa vos tínheis desviado do
caminho que o Senhor vos ordenara.
17. Peguei então das duas tábuas e,
arrojando-as das minhas mãos, quebrei-as diante dos vossos olhos.
18.
Prostrei-me perante o Senhor, como antes, quarenta dias e quarenta noites; não
comi pão, nem bebi água, por causa de todo o vosso pecado que havíeis cometido,
fazendo o que era mau aos olhos do Senhor, para o provocar a ira.
19.
Porque temi por causa da ira e do furor com que o Senhor estava irado contra vós
para vos destruir; porém ainda essa vez o Senhor me ouviu.
20. O
Senhor se irou muito contra Arão para o destruir; mas também orei a favor de
Arão ao mesmo tempo.
21. Então eu tomei o vosso pecado, o bezerro que
tínheis feito, e o queimei a fogo e o pisei, moendo-o bem, até que se desfez em
pó; e o seu pó lancei no ribeiro que descia do monte.
22. Igualmente
em Taberá, e em Massá, e em Quibrote-Hataavá provocastes à ira o
Senhor.
23. Quando também o Senhor vos enviou de Cades-Barnéia,
dizendo: Subi, e possuí a terra que vos dei; vós vos rebelastes contra o mandado
do Senhor vosso Deus, e não o crestes, e não obedecestes à sua
voz.
24. Tendes sido rebeldes contra o Senhor desde o dia em que vos
conheci.
25. Assim me prostrei perante o Senhor; quarenta dias e
quarenta noites estive prostrado, porquanto o Senhor ameaçara
destruir-vos.
26. Orei ao Senhor, dizendo: ó Senhor Jeová, não
destruas o teu povo, a tua herança, que resgataste com a tua grandeza, que
tiraste do Egito com mão forte.
27. Lembra-te dos teus servos, Abraão,
Isaque e Jacó; não atentes para a dureza deste povo, nem para a sua iniqüidade,
nem para o seu pecado;
28. para que o povo da terra de onde nos
tiraste não diga: Porquanto o Senhor não pôde introduzi-los na terra que lhes
prometera, passou a odiá-los, e os tirou para os matar no deserto.
29.
Todavia são eles o teu povo, a sua herança, que tiraste com a sua grande força e
com o teu braço estendido.
[Deuteronômio 10]Deuteronômio
10
1. Naquele mesmo tempo me disse o Senhor: Alisa duas
tábuas de pedra, como as primeiras, e sobe a mim ao monte, e faze uma arca de
madeira.
2. Nessas tábuas escreverei as palavras que estavam nas
primeiras tábuas, que quebras-te, e as porás na arca.
3. Assim, fiz
ume arca de madeira de acácia, alisei duas tábuas de pedra, como as primeiras, e
subi ao monte com as duas tábuas nas mãos.
4. Então o Senhor escreveu
nas tábuas, conforme a primeira escritura, os dez mandamentos, que ele vos
falara no monte, do meio do fogo, no dia da assembléia; e o Senhor mas deu a
mim.
5. Virei-me, pois, desci do monte e pus as tábuas na arca que
fizera; e ali estão, como o Senhor me ordenou.
6. (Ora, partiram os
filhos de Israel de Beerote-Bene-Jaacã para Mosera. Ali faleceu Arão e foi
sepultado; e Eleazar, seu filho, administrou o sacerdócio em seu
lugar.
7. Dali partiram para Gudgoda, e de Gudgoda para Jotbatá, terra
de ribeiros de águas.
8. Por esse tempo o Senhor separou a tribo de
Levi, para levar a arca do pacto do Senhor, para estar diante do Senhor,
servindo-o, e para abençoar em seu nome até o dia de hoje.
9. Pelo que
Levi não tem parte nem herança com seus irmãos; o Senhor é a sua herança, como o
Senhor teu Deus lhe disse.)
10. Também, como antes, eu estive no monte
quarenta dias e quarenta noites; e o Senhor me ouviu ainda essa vez; o Senhor
não te quis destruir;
11. antes disse-me o Senhor: Levanta-te, põe-te
a caminho diante do povo; eles entrarão e possuirão a terra que com juramento
prometi a seus pais lhes daria.
12. Agora, pois, ó Israel, que é que o
Senhor teu Deus requer de ti, senão que temas o Senhor teu Deus, que andes em
todos os seus caminhos, e o ames, e sirvas ao Senhor teu Deus de todo o teu
coração e de toda a tua alma,
13. que guardes os mandamentos do
Senhor, e os seus estatutos, que eu hoje te ordeno para o teu bem?
14.
Eis que do Senhor teu Deus são o céu e o céu dos céus, a terra e tudo o que nela
há.
15. Entretanto o Senhor se afeiçoou a teus pais para os amar; e
escolheu a sua descendência depois deles, isto é, a vós, dentre todos os povos,
como hoje se vê.
16. Circuncidai, pois, o prepúcio do vosso coração, e
não mais endureçais a vossa cerviz.
17. Pois o Senhor vosso Deus, é o
Deus dos deuses, e o Senhor dos senhores, o Deus grande, poderoso e terrível,
que não faz acepção de pessoas, nem recebe peitas;
18. que faz justiça
ao órfão e à viúva, e ama o estrangeiro, dando-lhe pão e roupa.
19.
Pelo que amareis o estrangeiro, pois fostes estrangeiros na terra do
Egito.
20. Ao Senhor teu Deus temerás; a ele servirás, e a ele te
apegarás, e pelo seu nome; jurarás.
21. Ele é o teu louvor e o teu
Deus, que te fez estas grandes e terríveis coisas que os teus olhos têm
visto.
22. Com setenta almas teus pais desceram ao Egito; e agora o
Senhor teu Deus te fez, em número, como as estrelas do céu.
[Deuteronômio
11]Deuteronômio 11
1. Amarás, pois, ao
Senhor teu Deus, e guardarás as suas ordenanças, os seus estatutos, os seus
preceitos e os seus mandamentos, por todos os dias.
2. Considerai hoje
(pois não falo com vossos filhos, que não conheceram, nem viram) a instrução do
Senhor vosso Deus, a sua grandeza, a sua mão forte, e o seu braço
estendido;
3. os seus sinais, as suas obras, que fez no meio do Egito
a Faraó, rei do Egito, e a toda a sua terra;
4. o que fez ao exército
dos egípcios, aos seus cavalos e aos seus carros; como fez passar sobre eles as
águas do Mar Vermelho, quando vos perseguiam, e como o Senhor os destruiu até o
dia de hoje;
5. o que vos fez no deserto, até chegardes a este
lugar;
6. e o que fez a Datã e a Abirão, filhos de Eliabe, filho de
Rúben; como a terra abriu a sua boca e os tragou com as suas casas e as suas
tendas, e bem assim todo ser vivente que lhes pertencia, no meia de todo o
Israel;
7. porquanto os vossos olhos são os que viram todas as grandes
obras que fez o Senhor.
8. Guardareis, pois, todos os mandamentos que
eu vos ordeno hoje, para que sejais fortes, e entreis, e ocupeis a terra a que
estais passando para a possuirdes;
9. e para que prolongueis os dias
nessa terra que o Senhor, com juramento, prometeu dar a vossos pais e à sua
descendência, terra que mana leite e mel.
10. Pois a terra na qual
estais entrando para a possuirdes não é como a terra do Egito, de onde saístes,
em que semeáveis a vossa semente, e a regáveis com o vosso pé, como a uma
horta;
11. mas a terra a que estais passando para a possuirdes é terra
de montes e de vales; da chuva do céu bebe as águas;
12. terra de que
o Senhor teu Deus toma cuidado; os olhos do Senhor teu Deus estão sobre ela
continuamente, desde o princípio até o fim do ano.
13. E há de ser
que, se diligentemente obedeceres a meus mandamentos que eu hoje te ordeno, de
amar ao Senhor teu Deus, e de o servir de todo o teu coração e de toda a tua
alma,
14. darei a chuva da tua terra a seu tempo, a temporã e a
serôdia, para que recolhas o teu grão, o teu mosto e o teu azeite;
15.
e darei erva no teu campo para o teu gado, e comerás e
fartar-te-ás.
16. Guardai-vos para que o vosso coração não se engane,
e vos desvieis, e sirvais a outros deuses, e os adoreis;
17. e a ira
do Senhor se acenda contra vós, e feche ele o céu, e não caia chuva, e a terra
não dê o seu fruto, e cedo pereçais da boa terra que o Senhor vos
dá.
18. Ponde, pois, estas minhas palavras no vosso coração e na vossa
alma; atá-las-eis por sinal na vossa mão, e elas vos serão por frontais entre os
vossos olhos;
19. e ensiná-las-eis a vossos filhos, falando delas
sentados em vossas casas e andando pelo caminho, ao deitar-vos e ao
levantar-vos;
20. e escrevê-las-eis nos umbrais de vossas casas, e nas
vossas portas;
21. para que se multipliquem os vossos dias e os dias
de vossos filhos na terra que o Senhor, com juramento, prometeu dar a vossos
pais, enquanto o céu cobrir a terra.
22. Porque, se diligentemente
guardardes todos estes mandamentos que eu vos ordeno, se amardes ao Senhor vosso
Deus, e andardes em todos os seus caminhos, e a ele vos apegardes,
23.
também o Senhor lançará fora de diante de vós todas estas nações, e possuireis
nações maiores e mais poderosas do que vós.
24. Todo lugar que pisar a
planta do vosso pé será vosso; o vosso termo se estenderá do deserto ao Líbano,
e do rio, o rio Eufrates, até o mar ocidental.
25. Ninguém vos poderá
resistir; o Senhor vosso Deus porá o medo e o terror de vós sobre toda a terra
que pisardes, assim como vos disse.
26. Vede que hoje eu ponho diante
de vós a bênção e a maldição:
27. A bênção, se obedecerdes aos
mandamentos do Senhor vosso Deus, que eu hoje vos ordeno;
28. porém a
maldição, se não obedecerdes aos mandamentos do Senhor vosso Deus, mas vos
desviardes do caminho que eu hoje vos ordeno, para seguirdes outros deuses que
nunca conhecestes.
29. Ora, quando o Senhor teu Deus te introduzir na
terra a que vais para possuí-la, pronunciarás a bênção sobre o monte Gerizim, e
a maldição sobre o monte Ebal.
30. Porventura não estão eles além do
Jordão, atrás do caminho do pôr do sol, na terra dos cananeus, que habitam na
Arabá defronte de Gilgal, junto aos carvalhos de Moré?
31. Porque
estais a passar o Jordão para entrardes a possuir a terra que o Senhor vosso
Deus vos dá; e a possuireis, e nela habitareis.
32. Tende, pois,
cuidado em observar todos os estatutos e os preceitos que eu hoje vos
proponho.
[Deuteronômio 12]Deuteronômio
12
1. São estes os estatutos e os preceitos que tereis
cuidado em observar na terra que o Senhor Deus de vossos pais vos deu para a
possuirdes por todos os dias que viverdes sobre a terra.
2. Certamente
destruireis todos os lugares em que as nações que haveis de subjugar serviram
aos seus deuses, sobre as altas montanhas, sobre os outeiros, e debaixo de toda
árvore frondosa;
3. e derrubareis os seus altares, quebrareis as suas
colunas, queimareis a fogo os seus aserins, abatereis as imagens esculpidas dos
seus deuses e apagareis o seu nome daquele lugar.
4. Não fareis assim
para com o Senhor vosso Deus;
5. mas recorrereis ao lugar que o Senhor
vosso Deus escolher de todas as vossas tribos para ali pôr o seu nome, para sua
habitação, e ali vireis.
6. A esse lugar trareis os vossos holocaustos
e sacrifícios, e os vossos dízimos e a oferta alçada da vossa mão, e os vossos
votos e ofertas voluntárias, e os primogênitos das vossas vacas e
ovelhas;
7. e ali comereis perante o Senhor vosso Deus, e vos
alegrareis, vós e as vossas casas, em tudo em que puserdes a vossa mão, no que o
Senhor vosso Deus vos tiver abençoado.
8. Não fareis conforme tudo o
que hoje fazemos aqui, cada qual tudo o que bem lhe parece aos
olhos.
9. Porque até agora não entrastes no descanso e na herança que
o Senhor vosso Deus vos dá;
10. mas quando passardes o Jordão, e
habitardes na terra que o senhor vosso Deus vos faz herdar, ele vos dará repouso
de todos os vossos inimigos em redor, e morareis seguros.
11. Então
haverá um lugar que o Senhor vosso Deus escolherá para ali fazer habitar o seu
nome; a esse lugar trareis tudo o que eu vos ordeno: os vossos holocaustos e
sacrifícios, os vossos dízimos, a oferta alçada da vossa mão, e tudo o que de
melhor oferecerdes ao Senhor em cumprimento dos votos que
fizerdes.
12. E vos alegrareis perante o Senhor vosso Deus, vós,
vossos filhos e vossas filhas, vossos servos e vossas servas, bem como o levita
que está dentro das vossas portas, pois convosco não tem parte nem
herança.
13. Guarda-te de ofereceres os teus holocaustos em qualquer
lugar que vires;
14. mas no lugar que o Senhor escolher numa das tuas
tribos, ali oferecerás os teus holocaustos, e ali farás tudo o que eu te
ordeno.
15. Todavia, conforme todo o teu desejo, poderás degolar, e
comer carne dentro das tuas portas, segundo a bênção do Senhor teu Deus que ele
te houver dado; tanto o imundo como o limpo comerão dela, como da gazela e do
veado;
16. tão-somente não comerás do sangue; sobre a terra o
derramarás como água.
17. Dentro das tuas portas não poderás comer o
dízimo do teu grão, do teu mosto e do teu azeite, nem os primogênitos das tuas
vacas e das tuas ovelhas, nem qualquer das tuas ofertas votivas, nem as tuas
ofertas voluntárias, nem a oferta alçada da tua mão;
18. mas os
comerás perante o Senhor teu Deus, no lugar que ele escolher, tu, teu filho, tua
filha, o teu servo, a tua serva, e bem assim e levita que está dentre das tuas
portas; e perante o Senhor teu Deus te alegrarás em tudo em que puseres a
mão.
19. Guarda-te, que não desampares o levita por todos os dias que
viveres na tua terra.
20. Quando o Senhor teu Deus dilatar os teus
termos, como te prometeu, e tu disseres: Comerei carne (porquanto tens desejo de
comer carne); conforme todo o teu desejo poderás comê-la.
21. Se
estiver longe de ti o lugar que o Senhor teu Deus escolher para ali pôr o seu
nome, então degolarás do teu gado e do teu rebanho, que o Senhor te houver dado,
como te ordenei; e poderás comer dentro das tuas portas, conforme todo o teu
desejo.
22. Como se come a gazela e o veado, assim comerás dessas
carnes; o imundo e o limpo igualmente comerão delas.
23. Tão-somente
guarda-te de comeres o sangue; pois o sangue é a vida; pelo que não comerás a
vida com a carne.
24. Não o comerás; sobre a terra o derramarás como
água.
25. Não o comerás, para que te vá bem a ti, a teus filhos depois
de ti, quando fizeres o que é reto aos olhos do Senhor.
26. Somente
tomarás as coisas santas que tiveres, e as tuas ofertas votivas, e irás ao lugar
que o Senhor escolher;
27. oferecerás os teus holocaustos, a carne e o
sangue sobre o altar do Senhor teu Deus; e o sangue dos teus sacrifícios se
derramará sobre o altar do Senhor teu Deus, porém a carne comerás.
28.
Ouve e guarda todas estas palavras que eu te ordeno, para que te vá bem a ti, e
a teus filhos depois de ti, para sempre, se fizeres o que é bom e reto aos olhos
do Senhor teu Deus.
29. Quando o Senhor teu Deus exterminar de diante
de ti as nações aonde estás entrando para as possuir, e as desapossares e
habitares na sua terra,
30. guarda-te para que não te enlaces para as
seguires, depois que elas forem destruídas diante de ti; e que não perguntes
acerca dos seus deuses, dizendo: De que modo serviam estas nações os seus
deuses? pois do mesmo modo também farei eu.
31. Não farás assim para
com o Senhor teu Deus; porque tudo o que é abominável ao Senhor, e que ele
detesta, fizeram elas para com os seus deuses; pois até seus filhos e suas
filhas queimam no fogo aos seus deuses.
32. Tudo o que eu te ordeno,
observarás; nada lhe acrescentarás nem diminuirás.
[Deuteronômio 13]Deuteronômio 13
1. Se levantar no meio de
vós profeta, ou sonhador de sonhos, e vos anunciar um sinal ou
prodígio,
2. e suceder o sinal ou prodígio de que vos houver falado, e
ele disser: Vamos após outros deuses que nunca conhecestes, e
sirvamo-los,
3. não ouvireis as palavras daquele profeta, ou daquele
sonhador; porquanto o Senhor vosso Deus vos está provando, para saber se amais o
Senhor vosso Deus de todo o vosso coração e de toda a vossa alma.
4.
Após o Senhor vosso Deus andareis, e a ele temereis; os seus mandamentos
guardareis, e a sua voz ouvireis; a ele servireis, e a ele vos
apegareis.
5. E aquele profeta, ou aquele sonhador, morrerá, pois
falou rebeldia contra o Senhor vosso Deus, que vos tirou da terra do Egito e vos
resgatou da casa da servidão, para vos desviar do caminho em que o Senhor vosso
Deus vos ordenou que andásseis; assim exterminareis o mal do meio
vós.
6. Quando teu irmão, filho da tua mãe, ou teu filho, ou tua
filha, ou a mulher do teu seio, ou teu amigo que te é como a tua alma, te
incitar em segredo, dizendo: Vamos e sirvamos a outros deuses!-deuses que nunca
conheceste, nem tu nem teus pais,
7. dentre os deuses dos povos que
estão em redor de ti, perto ou longe de ti, desde uma extremidade da terra até a
outra-
8. não consentirás com ele, nem o ouvirás, nem o teu olho terá
piedade dele, nem o pouparás, nem o esconderás,
9. mas certamente o
matarás; a tua mão será a primeira contra ele para o matar, e depois a mão de
todo o povo;
10. e o apedrejarás, até que morra, pois procurou
apartar-te do Senhor teu Deus, que te tirou da terra do Egito, da casa da
servidão.
11. Todo o Israel o ouvirá, e temerá, e não se tornará a
praticar semelhante iniqüidade no meio de ti.
12. Se, a respeito de
alguma das tuas cidades que o Senhor teu Deus te dá para ali habitares, ouvires
dizer:
13. Uns homens, filhos de Belial, saindo do meio de ti,
incitaram os moradores da sua cidade, dizendo: Vamos, e sirvamos a outros
deuses!-deuses que nunca conheceste-
14. então inquirirás e
investigarás, perguntando com diligência; e se for verdade, se for certo que se
fez tal abominação no meio de ti,
15. certamente ferirás ao fio da
espada os moradores daquela cidade, destruindo a ela e a tudo o que nela houver,
até os animais.
16. E ajuntarás todo o seu despojo no meio da sua
praça; e a cidade e todo o seu despojo queimarás totalmente para o Senhor teu
Deus, e será montão perpétuo; nunca mais será edificada.
17. Não se te
pegará às mãos nada do anátema; para que o Senhor se aparte do ardor da sua ira,
e te faça misericórdia, e tenha piedade de ti, e te multiplique; como jurou a
teus pais,
18. se ouvires a voz do Senhor teu Deus, para guardares
todos os seus mandamentos, que eu hoje te ordeno, para fazeres o que é reto aos
olhos do Senhor teu Deus.
[Deuteronômio 14]Deuteronômio
14
1. Filhos sois do Senhor vosso Deus; não vos
cortareis a vós mesmos, nem abrireis calva entre vossos olhos por causa de algum
morto.
2. Porque és povo santo ao Senhor teu Deus, e o Senhor te
escolheu para lhe seres o seu próprio povo, acima de todos os povos que há sobre
a face da terra.
3. Nenhuma coisa abominável comereis.
4.
Estes são os animais que comereis: o boi, a ovelha, a cabra,
5. o
veado, a gazela, o cabrito montês, a cabra montesa, o antílope, o órix e a
ovelha montesa.
6. Dentre os animais, todo o que tem a unha fendida,
dividida em duas, e que rumina, esse podereis comer.
7. Porém, dos que
ruminam, ou que têm a unha fendida, não podereis comer os seguintes: o camelo, a
lebre e o querogrilo, porque ruminam, mas não têm a unha fendida; imundos vos
serão;
8. nem o porco, porque tem unha fendida, mas não rumina; imundo
vos será. Não comereis da carne destes, e não tocareis nos seus
cadáveres.
9. Isto podereis comer de tudo o que há nas águas: tudo o
que tem barbatanas e escamas podereis comer;
10. mas tudo o que não
tem barbatanas nem escamas não comereis; imundo vos será.
11. De todas
as aves limpas podereis comer.
12. Mas estas são as de que não
comereis: a águia, o quebrantosso, o xofrango,
13. o açor, o falcão, o
milhafre segundo a sua espécie,
14. todo corvo segundo a sua
espécie,
15. o avestruz, o mocho, a gaivota, o gavião segundo a sua
espécie,
16. o bufo, a coruja, o porfirião,
17. o pelicano,
o abutre, o corvo marinho,
18. a cegonha, a garça segundo a sua
espécie, a poupa e o morcego.
19. Também todos os insetos alados vos
serão imundos; não se comerão.
20. De todas as aves limpas podereis
comer.
21. Não comerás nenhum animal que tenha morrido por si; ao
peregrino que está dentro das tuas portas o darás a comer, ou o venderás ao
estrangeiro; porquanto és povo santo ao Senhor teu Deus. Não cozerás o cabrito
no leite de sua mãe.
22. Certamente darás os dízimos de todo o produto
da tua semente que cada ano se recolher do campo.
23. E, perante o
Senhor teu Deus, no lugar que escolher para ali fazer habitar o seu nome,
comerás os dízimos do teu grão, do teu mosto e do teu azeite, e os primogênitos
das tuas vacas e das tuas ovelhas; para que aprendas a temer ao Senhor teu Deus
por todos os dias.
24. Mas se o caminho te for tão comprido que não
possas levar os dízimos, por estar longe de ti o lugar que Senhor teu Deus
escolher para ali por o seu nome, quando o Senhor teu Deus te tiver
abençoado;
25. então vende-os, ata o dinheiro na tua mão e vai ao
lugar que o Senhor teu Deus escolher.
26. E aquele dinheiro darás por
tudo o que desejares, por bois, por ovelhas, por vinho, por bebida forte, e por
tudo o que te pedir a tua alma; comerás ali perante o Senhor teu Deus, e te
regozijarás, tu e a tua casa.
27. Mas não desampararás o levita que
está dentro das tuas portas, pois não tem parte nem herança
contigo.
28. Ao fim de cada terceiro ano levarás todos os dízimos da
tua colheita do mesmo ano, e os depositarás dentro das tuas
portas.
29. Então virá o levita (pois nem parte nem herança tem
contigo), o peregrino, o órfão, e a viúva, que estão dentro das tuas portas, e
comerão, e fartar-se-ão; para que o Senhor teu Deus te abençoe em toda obra que
as tuas mãos fizerem.
[Deuteronômio 15]Deuteronômio
15
1. Ao fim de cada sete anos farás
remissão.
2. E este é o modo da remissão: todo credor remitirá o que
tiver emprestado ao seu próximo; não o exigirá do seu próximo ou do seu irmão,
pois a remissão do Senhor é apregoada.
3. Do estrangeiro poderás
exigi-lo; mas o que é teu e estiver em poder de teu irmão, a tua mão o
remitirá.
4. Contudo não haverá entre ti pobre algum (pois o Senhor
certamente te abençoará na terra que o Senhor teu Deus te dá por herança, para a
possuíres),
5. contanto que ouças diligentemente a voz do Senhor teu
Deus para cuidares em cumprir todo este mandamento que eu hoje te
ordeno.
6. Porque o Senhor teu Deus te abençoará, como te prometeu;
assim, emprestarás a muitas nações, mas não tomarás empréstimos; e dominarás
sobre muitas nações, porém elas não dominarão sobre ti.
7. Quando no
meio de ti houver algum pobre, dentre teus irmãos, em qualquer das tuas cidades
na terra que o Senhor teu Deus te dá, não endurecerás o teu coração, nem
fecharás a mão a teu irmão pobre;
8. antes lhe abrirás a tua mão, e
certamente lhe emprestarás o que lhe falta, quanto baste para a sua
necessidade.
9. Guarda-te, que não haja pensamento vil no teu coração
e venhas a dizer: Vai-se aproximando o sétimo ano, o ano da remissão; e que o
teu olho não seja maligno para com teu irmão pobre, e não lhe dês nada; e que
ele clame contra ti ao Senhor, e haja em ti pecado.
10. Livremente lhe
darás, e não fique pesaroso o teu coração quando lhe deres; pois por esta causa
te abençoará o Senhor teu Deus em toda a tua obra, e em tudo no que puseres a
mão.
11. Pois nunca deixará de haver pobres na terra; pelo que eu te
ordeno, dizendo: Livremente abrirás a mão para o teu irmão, para o teu
necessitado, e para o teu pobre na tua terra.
12. Se te for vendido um
teu irmão hebreu ou irmã hebréia, seis anos te servirá, mas na sétimo ano o
libertarás.
13. E, quando o libertares, não o deixarás ir de mãos
vazias;
14. liberalmente o fornecerás do teu rebanho, e da tua eira, e
do teu lagar; conforme o Senhor teu Deus tiver abençoado te darás.
15.
Pois lembrar-te-ás de que foste servo na terra do Egito, e de que o Senhor teu
Deus te resgatou; pelo que eu hoje te ordeno isso.
16. Mas se ele te
disser: Não sairei de junto de ti; porquanto te ama a ti e a tua casa, por estar
bem contigo;
17. então tomarás uma sovela, e lhe furarás a orelha
contra a porta, e ele será teu servo para sempre; e também assim farás à tua
serva.
18. Não seja duro aos teus olhos de teres de libertá-lo, pois
seis anos te prestou serviço equivalente ao dobro do salário dum mercenário; e o
Senhor teu Deus te abençoará em tudo o que fizeres.
19. Todo
primogênito que nascer das tuas vacas e das tuas ovelhas santificarás ao Senhor
teu Deus; com o primogênito do teu boi não trabalharás, nem tosquiarás o
primogênito das tuas ovelhas.
20. Perante o Senhor teu Deus os
comerás, tu e a tua casa, de ano em ano, no lugar que o Senhor
escolher.
21. Mas se nele houver algum defeito, como se for coxo, ou
cego, ou tiver qualquer outra deformidade, não o sacrificarás ao Senhor teu
Deus.
22. Nas tuas portas o comerás; o imundo e o limpo igualmente o
comerão, como da gazela ou do veado.
23. Somente do seu sangue não
comerás; sobre a terra o derramarás como água.
[Deuteronômio 16]Deuteronômio 16
1. Guarda o mês de abibe, e
celebra a páscoa ao Senhor teu Deus; porque no mês de abibe, de noite, o Senhor
teu Deus tirou-te do Egito.
2. Então, das ovelhas e das vacas,
sacrificarás a páscoa ao Senhor teu Deus, no lugar que o Senhor escolher para
ali fazer habitar o seu nome.
3. Nela não comerás pão levedado; por
sete dias comerás pães ázimos, pão de aflição (porquanto apressadamente saíste
da terra do Egito), para que te lembres do dia da tua saída da terra do Egito,
todos os dias da tua vida.
4. O fermento não aparecerá contigo por
sete dias em todos os teus termos; também da carne que sacrificares à tarde, no
primeiro dia, nada ficará até pela manhã.
5. Não poderás sacrificar a
páscoa em qualquer uma das tuas cidades que o Senhor teu Deus te
dá,
6. mas no lugar que o Senhor teu Deus escolher para ali fazer
habitar o seu nome; ali sacrificarás a páscoa à tarde, ao pôr do sol, ao tempo
determinado da tua saída do Egito.
7. Então a cozerás, e comerás no
lugar que o Senhor teu Deus escolher; depois, pela manhã, voltarás e irás às
tuas tendas.
8. Seis dias comerás pães ázimos, e no sétimo dia haverá
assembléia solene ao Senhor teu Deus; nele nenhum trabalho farás.
9.
Sete semanas contarás; desde o dia em que começares a meter a foice na seara,
começarás a contar as sete semanas.
10. Depois celebrarás a festa das
semanas ao Senhor teu Deus segundo a medida da oferta voluntária da tua mão, que
darás conforme o Senhor teu Deus te houver abençoado.
11. E te
regozijarás perante o Senhor teu Deus, tu, teu filho e tua filha, teu servo e
tua serva, o levita que está dentro das tuas portas, o peregrino, o órfão e a
viúva que estão no meio de ti, no lugar que o Senhor teu Deus escolher para ali
fazer habitar o seu nome.
12. Também te lembrarás de que foste servo
no Egito, e guardarás estes estatutos, e os cumpriras.
13. A festa dos
tabernáculos celebrarás por sete dias, quando tiveres colhido da tua eira e do
teu lagar.
14. E na tua festa te regozijarás, tu, teu filho e tua
filha, teu servo e tua serva, e o levita, o peregrino, o órfão e a viúva que
estão dentro das tuas portas.
15. sete dias celebrarás a festa ao
Senhor teu Deus, no lugar que o senhor escolher; porque o Senhor teu Deus te há
de abençoar em toda a tua colheita, e em todo trabalho das tuas mãos; pelo que
estarás de todo alegre.
16. Três vezes no ano todos os teus homens
aparecerão perante o Senhor teu Deus, no lugar que ele escolher: na festa dos
pães ázimos, na festa das semanas, e na festa dos tabernáculos. Não aparecerão
vazios perante o Senhor;
17. cada qual oferecerá conforme puder,
conforme a bênção que o Senhor teu Deus lhe houver dado.
18. Juízes e
oficiais porás em todas as tuas cidades que o Senhor teu Deus te dá, segundo as
tuas tribos, para que julguem o povo com justiça.
19. Não torcerás o
juízo; não farás acepção de pessoas, nem receberás peitas; porque a peita cega
os olhos dos sábios, e perverte a causa dos justos.
20. A justiça,
somente a justiça seguirás, para que vivas, e possuas em herança a terra que o
Senhor teu Deus te dá.
21. Não plantarás nenhuma árvore como asera, ao
pé do altar do Senhor teu Deus, que fizeres,
22. nem levantarás para
ti coluna, coisas que o Senhor teu Deus detesta.
[Deuteronômio 17]Deuteronômio 17
1. Ao Senhor teu Deus não
sacrificarás boi ou ovelha em que haja defeito ou qualquer deformidade; pois
isso é abominação ao senhor teu Deus.
2. Se no meio de ti, em alguma
das tuas cidades que te dá o Senhor teu Deus, for encontrado algum homem ou
mulher que tenha feito o que é mau aos olhos do Senhor teu Deus, transgredindo o
seu pacto,
3. que tenha ido e servido a outros deuses, adorando-os, a
eles, ou ao sol, ou à lua, ou a qualquer astro do exército do céu (o que não
ordenei),
4. e isso te for denunciado, e o ouvires, então o inquirirás
bem; e eis que, sendo realmente verdade que se fez tal abominação em
Israel,
5. então levarás às tuas portas o homem, ou a mulher, que
tiver cometido esta maldade, e apedrejarás o tal homem, ou mulher, até que
morra.
6. Pela boca de duas ou de três testemunhas, será morto o que
houver de morrer; pela boca duma só testemunha não morrerá.
7. A mão
das testemunhas será a primeira contra ele, para matá-lo, e depois a mão de todo
o povo; assim exterminarás o mal do meio de ti.
8. Se alguma causa te
for difícil demais em juízo, entre sangue e sangue, entre demanda e demanda,
entre ferida e ferida, tornando-se motivo de controvérsia nas tuas portas, então
te levantarás e subirás ao lugar que o Senhor teu Deus escolher;
9.
virás aos levitas sacerdotes, e ao juiz que houver nesses dias, e inquirirás; e
eles te anunciarão a sentença da juízo.
10. Depois cumprirás fielmente
a sentença que te anunciarem no lugar que o Senhor escolher; e terás cuidado de
fazer conforme tudo o que te ensinarem.
11. Conforme o teor da lei que
te ensinarem, e conforme o juízo que pronunciarem, farás da palavra que te
disserem não te desviarás, nem para a direita nem para a esquerda.
12.
O homem que se houver soberbamente, não dando ouvidos ao sacerdote, que está ali
para servir ao Senhor teu Deus, nem ao juiz, esse homem morrerá; assumirá de
Israel o mal.
13. E todo o povo, ouvindo isso, temerá e nunca mais se
ensoberbecerá.
14. Quando entrares na terra que o Senhor teu Deus te
dá, e a possuíres e, nela habitando, disseres: Porei sobre mim um rei, como o
fazem todas as nações que estão em redor de mim;
15. porás certamente
sobre ti como rei aquele que o Senhor teu Deus escolher. Porás um dentre teus
irmãos como rei sobre ti; não poderás pôr sobre ti um estrangeiro, homem que não
seja de teus irmãos.
16. Ele, porém, não multiplicará para si cavalos,
nem fará voltar o povo ao Egito, para multiplicar cavalos; pois o Senhor vos tem
dito: Nunca mais voltareis por este caminho.
17. Tampouco multiplicará
para si mulheres, para que o seu coração não se desvie; nem multiplicará muito
para si a prata e o ouro.
18. Será também que, quando se assentar
sobre o trono do seu reino, escreverá para si, num livro, uma cópia desta lei,
do exemplar que está diante dos levitas sacerdotes.
19. E o terá
consigo, e nele lerá todos os dias da sua vida, para que aprenda a temer ao
Senhor seu Deus, e a guardar todas as palavras desta lei, e estes estatutos, a
fim de os cumprir;
20. para que seu coração não se exalte sobre seus
irmãos, e não se aparte do mandamento, nem para a direita nem para a esquerda; a
fim de que prolongue os seus dias no seu reino, ele e seus filhos, no meio de
Israel.
[Deuteronômio 18]Deuteronômio
18
1. Os levitas sacerdotes, e toda a tribo de Levi,
não terão parte nem herança com Israel. Comerão das ofertas queimadas do Senhor
e da herança dele.
2. Não terão herança no meio de seus irmãos; o
Senhor é a sua herança, como lhes tem dito.
3. Este, pois, será o
direito dos sacerdotes, a receber do povo, dos que oferecerem sacrifícios de boi
ou de ovelha: o ofertante dará ao sacerdote a espádua, as queixadas e o
bucho.
4. Ao sacerdote darás as primícias do teu grão, do teu mosto e
do teu azeite, e as primícias da tosquia das tuas ovelhas.
5. Porque o
Senhor teu Deus o escolheu dentre todas as tribos, para assistir e ministrar em
nome do Senhor, ele e seus filhos, para sempre.
6. Se um levita,
saindo de alguma das tuas cidades de todo o Israel em que ele estiver habitando,
vier com todo o desejo da sua alma ao lugar que o Senhor escolher,
7.
e ministrar em nome do Senhor seu Deus, como o fazem todos os seus irmãos, os
levitas, que assistem ali perante o Senhor,
8. comerá porção igual à
deles, fora a das vendas do seu patrimônio.
9. Quando entrares na
terra que o Senhor teu Deus te dá, não aprenderás a fazer conforme as
abominações daqueles povos.
10. Não se achará no meio de ti quem faça
passar pelo fogo o seu filho ou a sua filha, nem adivinhador, nem
prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro,
11. nem encantador, nem
quem consulte um espírito adivinhador, nem mágico, nem quem consulte os
mortos;
12. pois todo aquele que faz estas coisas é abominável ao
Senhor, e é por causa destas abominações que o Senhor teu Deus os lança fora de
diante de ti.
13. Perfeito serás para com o Senhor teu
Deus.
14. Porque estas nações, que hás de possuir, ouvem os
prognosticadores e os adivinhadores; porém, quanto a ti, o Senhor teu Deus não
te permitiu tal coisa.
15. O Senhor teu Deus te suscitará do meio de
ti, dentre teus irmãos, um profeta semelhante a mim; a ele
ouvirás;
16. conforme tudo o que pediste ao Senhor teu Deus em Horebe,
no dia da assembléia, dizendo: Não ouvirei mais a voz do Senhor meu Deus, nem
mais verei este grande fogo, para que não morra.
17. Então o Senhor me
disse: Falaram bem naquilo que disseram.
18. Do meio de seus irmãos
lhes suscitarei um profeta semelhante a ti; e porei as minhas palavras na sua
boca, e ele lhes falará tudo o que eu lhe ordenar.
19. E de qualquer
que não ouvir as minhas palavras, que ele falar em meu nome, eu exigirei
contas.
20. Mas o profeta que tiver a presunção de falar em meu nome
alguma palavra que eu não tenha mandado falar, ou o que falar em nome de outros
deuses, esse profeta morrerá.
21. E, se disseres no teu coração: Como
conheceremos qual seja a palavra que o Senhor falou?
22. Quando o
profeta falar em nome do Senhor e tal palavra não se cumprir, nem suceder assim,
esta é a palavra que o Senhor não falou; com presunção a falou o profeta; não o
temerás.
[Deuteronômio 19]Deuteronômio
19
1. Quando o Senhor teu Deus desarraigar as nações
cuja terra ele te dá, e tu as desapossares, e morares nas suas cidades e nas
suas casas,
2. designarás para ti no meio da terra que o Senhor teu
Deus te dá para a possuíres, três cidades;
3. preparar-lhe-ás
caminhos, e partirás em três os termos da tua terra, que o Senhor teu Deus te
dará em herança; isto será para que todo homicida se acolha nessas
cidades.
4. Este, pois é o caso no tocante ao homicida que se acolher
ali para que viva: aquele que involuntariamente matar o seu próximo, a quem
dantes não odiava;
5. como, por exemplo, aquele que entrar com o seu
próximo no bosque para cortar lenha e, pondo força na sua mão com o machado para
cortar a árvore, o ferro saltar do cabo e ferir o seu próximo de sorte que venha
a morrer; o tal se acolherá a uma dessas cidades, e viverá;
6. para
que o vingador do sangue não persiga o homicida, enquanto estiver abrasado o seu
coração, e o alcance, por ser comprido o caminho, e lhe tire a vida, não havendo
nele culpa de morte, pois que dantes não odiava o seu próximo.
7. Pelo
que eu te deu esta ordem: Três cidades designarás para ti.
8. E, se o
Senhor teu Deus dilatar os teus termos, como jurou a teus pais, e te der toda a
terra que prometeu dar a teus pais
9. (quando guardares, para o
cumprires, todo este mandamento que eu hoje te ordeno, de amar o Senhor teu Deus
e de andar sempre nos seus caminhos), então acrescentarás a estas três, mais
três cidades;
10. para que não se derrame sangue inocente no meio da
tua terra, que o Senhor teu Deus te dá por herança, e não haja sangue sobre
ti.
11. Mas se alguém, odiando a seu próximo e lhe armando ciladas, se
levantar contra ele e o ferir de modo que venha a morrer, e se acolher a alguma
destas cidades,
12. então os anciãos da sua cidade, mandando tirá-lo
dali, o entregarão nas mãos do vingador do sangue, para que morra.
13.
O teu olho não terá piedade dele; antes tirarás de Israel o sangue inocente,
para que te vá bem.
14. Não removerás os marcos do teu próximo,
colocados pelos teus antecessores na tua herança que receberás, na terra que o
Senhor teu Deus te dá para a possuíres.
15. uma só testemunha não se
levantará contra alguém por qualquer iniqüidade, ou por qualquer pecado, seja
qual for o pecado cometido; pela boca de duas ou de três testemunhas se
estabelecerá o fato.
16. Se uma testemunha iníqua se levantar contra
alguém, para o acusar de transgressão,
17. então aqueles dois homens
que tiverem a demanda se apresentarão perante o Senhor, diante dos sacerdotes e
dos juízes que houver nesses dias.
18. E os juízes inquirirão
cuidadosamente; e eis que, sendo a testemunha falsa, e falso o testemunho que
deu contra seu irmão,
19. far-lhe-ás como ele cuidava fazer a seu
irmão; e assim exterminarás o mal do meio de ti.
20. Os restantes,
ouvindo isso, temerão e nunca mais cometerão semelhante mal no meio de
ti.
21. O teu olho não terá piedade dele; vida por vida, olho por
olho, dente por dente, mão por mão, pé por pé.
[Deuteronômio 20]Deuteronômio 20
1. Quando saíres à peleja,
contra teus inimigos, e vires cavalos, e carros, e povo mais numeroso do que tu,
deles não terás temor, pois contigo está o Senhor teu Deus que te fez subir da
terra do Egito.
2. Quando estiveres para entrar na peleja, o sacerdote
se chegará e falará ao povo,
3. e lhe dirá: Ouvi, é Israel; vós estais
hoje para entrar na peleja contra os vossos inimigos; não se amoleça o vosso
coração; não temais nem tremais, nem vos aterrorizeis diante deles;
4.
pois e Senhor vosso Deus é o que vai convosco, a pelejar por vós contra os
vossos inimigos, para vos salvar.
5. Então os oficiais falarão ao
povo, dizendo: Qual é o homem que edificou casa nova e ainda não a dedicou? vá,
e torne para casa; não suceda que morra na peleja e outro a
dedique.
6. E qual é o homem que plantou uma vinha e ainda não a
desfrutou, vá, e torne para casa; não suceda que morra na peleja e outro a
desfrute.
7. Também qual é e homem que está desposado com uma mulher e
ainda não a recebeu? vá, e torne para casa; não suceda que morra na peleja e
outro a receba.
8. Assim continuarão os oficiais a falar ao povo,
dizendo: Qual é o homem medroso e de coração tímido? vá, e torne para casa, a
fim de que o coração de seus irmãos não se derreta como o seu
coração.
9. Então, tendo os oficiais, acabado de falar ao povo,
designarão chefes das tropas para estarem à frente do povo.
10. Quando
te aproximares duma cidade para combatê-la, apregoar-lhe-ás paz.
11.
Se ela te responder em paz, e te abrir as portas, todo o povo que se achar nela
será sujeito a trabalhos forçados e te servirá.
12. Se ela, pelo
contrário, não fizer paz contigo, mas guerra, então a sitiarás,
13. e
logo que o Senhor teu Deus a entregar nas tuas mãos, passarás ao fio da espada
todos os homens que nela houver;
14. porém as mulheres, os pequeninos,
os animais e tudo o que houver na cidade, todo o seu despojo, tomarás por presa;
e comerás o despojo dos teus inimigos, que o Senhor teu Deus te
deu.
15. Assim farás a todas as cidades que estiverem mais longe de
ti, que não são das cidades destas nações.
16. Mas, das cidades destes
povos, que o Senhor teu Deus te dá em herança, nada que tem fôlego deixarás com
vida;
17. antes destruí-los-ás totalmente: aos heteus, aos amorreus,
aos cananeus, aos perizeus, aos heveus, e aos jebuseus; como Senhor teu Deus te
ordenou;
18. para que não vos ensinem a fazer conforme todas as
abominações que eles fazem a seus deuses, e assim pequeis contra o Senhor vosso
Deus.
19. Quando sitiares uma cidade por muitos dias, pelejando contra
ela para a tomar, não destruirás o seu arvoredo, metendo nele o machado, porque
dele poderás comer; pelo que não o cortarás; porventura a árvore do campo é
homem, para que seja sitiada por ti?
20. Somente as árvores que
souberes não serem árvores cujo fruto se pode comer, é que destruirás e
cortarás, e contra a cidade que guerrear contra ti edificarás baluartes, até que
seja vencida.
[Deuteronômio 21]Deuteronômio
21
1. Se na terra que o Senhor teu Deus te dá para a
possuíres, for encontrado algum morto caído no campo, sem que se saiba quem o
matou,
2. sairão os teus anciãos e os teus juízes, e medirão as
distâncias dali até as cidades que estiverem em redor do morto;
3. e
será que, na cidade mais próxima do morto, os anciãos da mesma tomarão uma
novilha da manada, que ainda não tenha trabalhado nem tenha puxado na
canga,
4. trarão a novilha a um vale de águas correntes, que nunca
tenha sido lavrado nem semeado, e ali, naquele vale, quebrarão o pescoço à
novilha.
5. Então se achegarão os sacerdotes, filhos de Levi; pois o
Senhor teu Deus os escolheu para o servirem, e para abençoarem em nome do
Senhor; e segundo a sua sentença se determinará toda demanda e todo
ferimento;
6. e todos os anciãos da mesma cidade, a mais próxima do
morto, lavarão as mãos sobre a novilha cujo pescoço foi quebrado no
vale,
7. e, protestando, dirão: As nossas mãos não derramaram este
sangue, nem os nossos olhos o viram.
8. Perdoa, ó Senhor, ao teu povo
Israel, que tu resgataste, e não ponhas o sangue inocente no meio de teu povo
Israel. E aquele sangue lhe será perdoado.
9. Assim tirarás do meio de
ti o sangue inocente, quando fizeres o que é reto aos olhos do
Senhor.
10. Quando saíres à peleja contra os teus inimigos, e o Senhor
teu Deus os entregar nas tuas mãos, e os levares cativos,
11. se vires
entre os cativas uma mulher formosa à vista e, afeiçoando-te a ela, quiseres
tomá-la por mulher,
12. então a trarás para a tua casa; e ela, tendo
rapado a cabeça, cortado as unhas,
13. e despido as vestes do seu
cativeiro, ficará na tua casa, e chorará a seu pai e a sua mãe um mês inteiro;
depois disso estarás com ela, e serás seu marido e ela será tua
mulher.
14. E, se te enfadares dela, deixá-la-ás ir à sua vontade; mas
de modo nenhum a venderás por dinheiro, nem a tratarás como escrava, porque a
humilhaste.
15. Se um homem tiver duas mulheres, uma a quem ama e
outra a quem despreza, e ambas lhe tiverem dado filhos, e o filho primogênito
for da desprezada,
16. quando fizer herdar a seus filhos o que tiver,
não poderá dar a primogenitura ao filho da amada, preferindo-o ao filha da
desprezada, que é o primogênito;
17. mas ao filho da aborrecida
reconhecerá por primogênito, dando-lhe dobrada porção de tudo quanto tiver,
porquanto ele é as primícias da sua força; o direito da primogenitura é
dele.
18. Se alguém tiver um filho contumaz e rebelde, que não obedeça
à voz de seu pai e à voz de sua mãe, e que, embora o castiguem, não lhes dê
ouvidos,
19. seu pai e sua mãe, pegando nele, o levarão aos anciãos da
sua cidade, e à porta do seu lugar;
20. e dirão aos anciãos da cidade:
Este nosso filho é contumaz e rebelde; não dá ouvidos à nossa voz; é comilão e
beberrão.
21. Então todos os homens da sua cidade o apedrejarão, até
que morra; assim exterminarás o mal do meio de ti; e todo o Israel, ouvindo
isso, temerá.
22. Se um homem tiver cometido um pecado digno de morte,
e for morto, e o tiveres pendurado num madeiro,
23. o seu cadáver não
permanecerá toda a noite no madeiro, mas certamente o enterrarás no mesmo dia;
porquanto aquele que é pendurado é maldito de Deus. Assim não contaminarás a tua
terra, que o Senhor teu Deus te dá em herança.
[Deuteronômio 22]Deuteronômio 22
1. Se vires extraviado o boi
ou a ovelha de teu irmão, não te desviarás deles; sem falta os reconduzirás a
teu irmão.
2. E se teu irmão não estiver perto de ti ou não o
conheceres, levá-los-ás para tua casa e ficarão contigo até que teu irmão os
venha procurar; então lhes restituirás.
3. Assim farás também com o
seu jumento, bem como com as suas vestes, e com toda coisa que teu irmão tiver
perdido e tu achares; não te poderás desviar deles.
4. Se vires o
jumento ou o boi de teu irmão caídos no caminho, não te desviarás deles; sem
falta o ajudarás a levantá-los.
5. Não haverá traje de homem na
mulher, e não vestirá o homem vestido de mulher, porque qualquer que faz isto é
abominação ao Senhor teu Deus.
6. Se encontrares pelo caminho, numa
árvore ou no chão, um ninho de ave com passarinhos ou ovos, e a mãe posta sobre
os passarinhos, ou sobre os ovos, não temerás a mãe com os
filhotes;
7. sem falta deixarás ir a mãe, porém os filhotes poderás
tomar; para que te vá bem, e para que prolongues os teus dias.
8.
Quando edificares uma casa nova, farás no terraço um parapeito, para que não
tragas sangue sobre a tua casa, se alguém dali cair.
9. Não semearás a
tua vinha de duas espécies de semente, para que não fique sagrado todo o
produto, tanto da semente que semeares como do fruto da vinha.
10. Não
lavrarás com boi e jumento juntamente.
11. Não te vestirás de estofo
misturado, de lã e linho juntamente.
12. Porás franjas nos quatro
cantos da tua manta, com que te cobrires.
13. Se um homem tomar uma
mulher por esposa, e, tendo coabitado com ela, vier a desprezá-la,
14.
e lhe atribuir coisas escandalosas, e contra ela divulgar má fama, dizendo:
Tomei esta mulher e, quando me cheguei a ela, não achei nela os sinais da
virgindade;
15. então o pai e a mãe da moça tomarão os sinais da
virgindade da moça, e os levarão aos anciãos da cidade, à porta;
16. e
o pai da moça dirá aos anciãos: Eu dei minha filha por mulher a este homem, e
agora ele a despreza,
17. e eis que lhe atribuiu coisas escandalosas,
dizendo: Não achei na tua filha os sinais da virgindade; porém eis aqui os
sinais da virgindade de minha filha. E eles estenderão a roupa diante dos
anciãos da cidade.
18. Então os anciãos daquela cidade, tomando o
homem, o castigarão,
19. e, multando-o em cem siclos de prata, os
darão ao pai da moça, porquanto divulgou má fama sobre uma virgem de Israel. Ela
ficará sendo sua mulher, e ele por todos os seus dias não poderá
repudiá-la.
20. Se, porém, esta acusação for confirmada, não se
achando na moça os sinais da virgindade,
21. levarão a moça à porta da
casa de seu pai, e os homens da sua cidade a apedrejarão até que morra; porque
fez loucura em Israel, prostituindo-se na casa de seu pai. Assim exterminarás o
mal do meio de ti.
22. Se um homem for encontrado deitado com mulher
que tenha marido, morrerão ambos, o homem que se tiver deitado com a mulher, e a
mulher. Assim exterminarás o mal de Israel.
23. Se houver moça virgem
desposada e um homem a achar na cidade, e se deitar com ela,
24.
trareis ambos à porta daquela cidade, e os apedrejareis até que morram: a moça,
porquanto não gritou na cidade, e o homem, porquanto humilhou a mulher do seu
próximo. Assim exterminarás o mal do meio de ti.
25. Mas se for no
campo que o homem achar a moça que é desposada, e o homem a forçar, e se deitar
com ela, morrerá somente o homem que se deitou com ela;
26. porém, à
moça não farás nada. Não há na moça pecado digno de morte; porque, como no caso
de um homem que se levanta contra o seu próximo e lhe tira a vida, assim é este
caso;
27. pois ele a achou no campo; a moça desposada gritou, mas não
houve quem a livrasse. em juízo, entre sangue
28. Se um homem achar
uma moça virgem não desposada e, pegando nela, deitar-se com ela, e forem
apanhados,
29. o homem que se deitou com a moça dará ao pai dela
cinqüenta siclos de prata, e porquanto a humilhou, ela ficará sendo sua mulher;
não a poderá repudiar por todos os seus dias.
30. Nenhum homem tomará
a mulher de seu pai, e não levantará a cobertura de seu
pai.
[Deuteronômio 23]Deuteronômio
23
1. Aquele a quem forem trilhados os testículos, ou
for cortado o membro viril, não entrará na assembléia do Senhor.
2.
Nenhum bastardo entrará na assembléia do Senhor; nem ainda a sua décima geração
entrará na assembléia do Senhor.
3. Nenhum amonita nem moabita entrará
na assembléia do Senhor; nem ainda a sua décima geração entrará jamais na
assembléia do Senhor;
4. porquanto não saíram com pão e água a
receber-vos no caminho, quando saíeis do Egito; e, porquanto alugaram contra ti
a Balaão, filho de Beor, de Petor, da Mesopotâmia, para te
amaldiçoar.
5. Contudo o Senhor teu Deus não quis ouvir a Balaão,
antes trocou-te a maldição em bênção; porquanto o Senhor teu Deus te
amava.
6. Não lhes procurarás nem paz nem prosperidade por todos os
teus dias para sempre.
7. Não abominarás o edomeu, pois é teu irmão;
nem abominarás o egípcio, pois peregrino foste na sua terra.
8. Os
filhos que lhes nascerem na terceira geração entrarão na assembléia do
Senhor.
9. Quando te acampares contra os teus inimigos, então te
guardarás de toda coisa má.
10. Se houver no meio de ti alguém que por
algum acidente noturno não estiver limpo, sairá fora do arraial; não entrará no
meio dele.
11. Porém, ao cair da tarde, ele se lavará em água; e
depois do sol posto, entrará no meio do arraial.
12. Também terás um
lugar fora do arraial, para onde sairás.
13. Entre os teus utensílios
terás uma pá; e quando te assentares lá fora, então com ela cavarás e,
virando-te, cobrirás o teu excremento;
14. porquanto o Senhor teu Deus
anda no meio do teu arraial, para te livrar, e para te entregar a ti os teus
inimigos; pelo que o teu arraial será santo, para que ele não veja coisa impura
em ti, e de ti se aparte.
15. Não entregarás a seu senhor o servo que,
fugindo dele, se tiver acolhido a ti;
16. contigo ficará, no meio de
ti, no lugar que escolher em alguma das tuas cidades, onde lhe agradar; não o
oprimirás.
17. Não haverá dentre as filhas de Israel quem se prostitua
no serviço do templo, nem dentre os filhos de Israel haverá quem o
faça;
18. não trarás o salário da prostituta nem o aluguel do sodomita
para a casa do Senhor teu Deus por qualquer voto, porque uma e outra coisa são
igualmente abomináveis ao Senhor teu Deus.
19. Do teu irmão não
exigirás juros; nem de dinheiro, nem de comida, nem de qualquer outra coisa que
se empresta a juros.
20. Do estrangeiro poderás exigir juros; porém do
teu irmão não os exigirás, para que o Senhor teu Deus te abençoe em tudo a que
puseres a mão, na terra à qual vais para a possuíres.
21. Quando
fizeres algum voto ao Senhor teu Deus, não tardarás em cumpri-lo; porque o
Senhor teu Deus certamente o requererá de ti, e em ti haverá
pecado.
22. Se, porém, te abstiveres de fazer voto, não haverá pecado
em ti.
23. O que tiver saído dos teus lábios guardarás e cumprirás,
tal como voluntariamente o votaste ao Senhor teu Deus, prometendo-o pela tua
boca.
24. Quando entrares na vinha do teu próximo, poderás comer uvas
conforme o teu desejo, até te fartares, porém não as porás no teu
alforje.
25. Quando entrares na seara do teu próximo, poderás colher
espigas com a mão, porém não meterás a foice na seara do teu
próximo.
[Deuteronômio 24]Deuteronômio
24
1. Quando um homem tomar uma mulher e se casar com
ela, se ela não achar graça aos seus olhos, por haver ele encontrado nela coisa
vergonhosa, far-lhe-á uma carta de divórcio e lha dará na mão, e a despedirá de
sua casa.
2. Se ela, pois, saindo da casa dele, for e se casar com
outro homem,
3. e este também a desprezar e, fazendo-lhe carta de
divórcio, lha der na mão, e a despedir de sua casa; ou se este último homem, que
a tomou para si por mulher, vier a morrer;
4. então seu primeiro
marido que a despedira, não poderá tornar a tomá-la por mulher, depois que foi
contaminada; pois isso é abominação perante o Senhor. Não farás pecar a terra
que o Senhor teu Deus te dá por herança.
5. Quando um homem for
recém-casado não sairá à guerra, nem se lhe imporá cargo público; por um ano
inteiro ficará livre na sua casa, para se regozijar com a sua mulher, que
tomou.
6. Ninguém tomará em penhor as duas mós, nem mesmo a mó de
cima, pois se penhoraria assim a vida.
7. Se for descoberto alguém
que, havendo furtado um dentre os seus irmãos, dos filhos de Israel, e tenha
escravizado, ou vendido, esse ladrão morrerá. Assim exterminarás o mal do meio
de ti.
8. No tocante à praga da lepra, toma cuidado de observar
diligentemente tudo o que te ensinarem os levitas sacerdotes; segundo lhes tenho
ordenado, assim cuidarás de fazer.
9. Lembra-te do que o Senhor teu
Deus fez a Miriã no caminho, quando saíste do Egito.
10. Quando
emprestares alguma coisa ao teu próximo, não entrarás em sua casa para lhe tirar
o penhor;
11. ficarás do lado de fora, e o homem, a quem fizeste o
empréstimo, te trará para fora o penhor.
12. E se ele for pobre, não
te deitarás com o seu penhor;
13. ao pôr do sol, sem falta lhe
restituirás o penhor, para que durma na sua roupa, e te abençoe; e isso te será
justiça diante do Senhor teu Deus.
14. Não oprimirás o trabalhador
pobre e necessitado, seja ele de teus irmãos, ou seja dos estrangeiros que estão
na tua terra e dentro das tuas portas.
15. No mesmo dia lhe pagarás o
seu salário, e isso antes que o sol se ponha; porquanto é pobre e está contando
com isso; para que não clame contra ti ao Senhor, e haja em ti
pecado.
16. Não se farão morrer os pais pelos filhos, nem os filhos
pelos pais; cada qual morrerá pelo seu próprio pecado.
17. Não
perverterás o direito do estrangeiro nem do órfão; nem tomarás em penhor o
vestido da viúva.
18. Lembrar-te-ás de que foste escravo no Egito, e
de que o Senhor teu Deus te resgatou dali; por isso eu te dou este mandamento
para o cumprires.
19. Quando no teu campo fizeres a tua sega e
esqueceres um molho no campo, não voltarás para tomá-lo; para o estrangeiro para
o órfão, e para a viúva será, para que o Senhor teu Deus te abençoe em todas as
obras das tuas mãos.
20. Quando bateres a tua oliveira, não voltarás
para colher o fruto dos ramos; para o estrangeiro, para o órfão, e para a viúva
será.
21. Quando vindimares a tua vinha, não voltarás para rebuscá-la;
para o estrangeiro, para o órfão, e para a viúva será.
22. E
lembrar-te-ás de que foste escravo na terra do Egito; por isso eu te dou este
mandamento para o cumprires.
[Deuteronômio 25]Deuteronômio 25
1. Se houver contenda entre
alguns, e vierem a juízo para serem julgados, justificar-se-á ao inocente, e ao
culpado condenar-se-á.
2. E se o culpado merecer açoites, o juiz fará
que ele se deite e seja açoitado na sua presença, de acordo com a gravidade da
sua culpa.
3. Até quarenta açoites lhe poderá dar, não mais; para que,
porventura, se lhe der mais açoites do que estes, teu irmão não fique envilecido
aos teus olhos.
4. Não atarás a boca ao boi quando estiver
debulhando.
5. Se irmãos morarem juntos, e um deles morrer sem deixar
filho, a mulher do falecido não se casará com homem estranho, de fora; seu
cunhado estará com ela, e a tomará por mulher, fazendo a obrigação de cunhado
para com ela.
6. E o primogênito que ela lhe der sucederá ao nome do
irmão falecido, para que o nome deste não se apague de Israel.
7. Mas,
se o homem não quiser tomar sua cunhada, esta subirá à porta, aos anciãos, e
dirá: Meu cunhado recusa suscitar a seu irmão nome em Israel; não quer cumprir
para comigo o dever de cunhado.
8. Então os anciãos da sua cidade o
chamarão, e falarão com ele. Se ele persistir, e disser: Não quero
tomá-la;
9. sua cunhada se chegará a ele, na presença dos anciãos, e
lhe descalçará o sapato do pé, e lhe cuspirá ao rosto, e dirá: Assim se fará ao
homem que não edificar a casa de seu irmão.
10. E sua casa será
chamada em Israel a casa do descalçado.
11. Quando pelejarem dois
homens, um contra o outro, e a mulher de um chegar para livrar a seu marido da
mão daquele que o fere, e ela, estendendo a mão, lhe pegar pelas suas
vergonhas,
12. decepar-lhe-á a mão; o teu olho não terá piedade
dela.
13. Não terás na tua bolsa pesos diferentes, um grande e um
pequeno.
14. Não terás na tua casa duas efas, uma grande e uma
pequena.
15. Terás peso inteiro e justo; terás efa inteira e justa;
para que se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor teu Deus te
dá.
16. Porque é abominável ao Senhor teu Deus todo aquele que faz
tais coisas, todo aquele que pratica a injustiça.
17. Lembra-te do que
te fez Amaleque no caminho, quando saías do Egito;
18. como te saiu ao
encontro no caminho e feriu na tua retaguarda todos os fracos que iam após ti,
estando tu cansado e afadigado; e não temeu a Deus.
19. Quando, pois,
o Senhor teu Deus te houver dado repouso de todos os teus inimigos em redor, na
terra que o Senhor teu Deus te dá por herança para a possuíres, apagarás a
memória de Amaleque de debaixo do céu; não te esquecerás.
[Deuteronômio
26]Deuteronômio 26
1. Também, quando
tiveres entrado na terra que o Senhor teu Deus te dá por herança, e a possuíres,
e nela habitares,
2. tomarás das primícias de todos os frutos do solo
que trouxeres da terra que o senhor teu Deus te dá, e as porás num cesto, e irás
ao lugar que o Senhor teu Deus escolher para ali fazer habitar o seu
nome.
3. E irás ao sacerdote que naqueles dias estiver de serviço, e
lhe dirás: Hoje declaro ao Senhor teu Deus que entrei na terra que o senhor com
juramento prometeu a nossos pais que nos daria.
4. O sacerdote, pois,
tomará o cesto da tua mão, e o porá diante do altar do Senhor teu
Deus.
5. E perante o Senhor teu Deus dirás: Arameu prestes a perecer
era meu pai; e desceu ao Egito com pouca gente, para ali morar; e veio a ser ali
uma nação grande, forte e numerosa.
6. Mas os egípcios nos maltrataram
e nos afligiram, e nos impuseram uma dura servidão.
7. Então clamamos
ao Senhor Deus de nossos pais, e o Senhor ouviu a nossa voz, e atentou para a
nossa aflição, o nosso trabalho, e a nossa opressão;
8. e o Senhor nos
tirou do Egito com mão forte e braço estendido, com grande espanto, e com sinais
e maravilhas;
9. e nos trouxe a este lugar, e nos deu esta terra,
terra que mana leite e mel.
10. E eis que agora te trago as primícias
dos frutos da terra que tu, ó Senhor, me deste. Então as porás perante o Senhor
teu Deus, e o adorarás;
11. e te alegrarás por todo o bem que o Senhor
teu Deus te tem dado a ti e à tua casa, tu e o levita, e o estrangeiro que está
no meio de ti.
12. Quando acabares de separar todos os dízimos da tua
colheita do terceiro ano, que é o ano dos dízimos, dá-los-ás ao levita, ao
estrangeiro, ao órfão e à viúva, para que comam dentro das tuas portas, e se
fartem.
13. E dirás perante o Senhor teu Deus: Tirei da minha casa as
coisas consagradas, e as dei ao levita, ao estrangeiro, ao órfão e à viúva,
conforme todos os teus mandamentos que me tens ordenado; não transgredi nenhum
dos teus mandamentos, nem deles me esqueci.
14. Delas não comi no meu
luto, nem delas tirei coisa alguma estando eu imundo, nem delas dei para algum
morto; ouvi a voz do senhor meu Deus; conforme tudo o que me ordenaste, tenho
feito.
15. Olha desde a tua santa habitação, desde o céu, e abençoa o
teu povo de Israel, e a terra que nos deste, como juraste a nossos pais, terra
que mana leite e mel.
16. Neste dia o Senhor teu Deus te manda
observar estes estatutos e preceitos; portanto os guardarás e os observarás com
todo o teu coração e com toda a tua alma.
17. Hoje declaraste ao
Senhor que ele te será por Deus, e que andarás nos seus caminhos, e guardarás os
seus estatutos, os seus mandamentos e os seus preceitos, e darás ouvidos à sua
voz.
18. Outrossim, o Senhor hoje te declarou que lhe serás por seu
próprio povo, como te tem dito, e que deverás guardar todos os seus
mandamentos;
19. para assim te exaltar em honra, em fama e em glória
sobre todas as nações que criou; e para que sejas um povo santo ao Senhor teu
Deus, como ele disse.
[Deuteronômio 27]Deuteronômio
27
1. Moisés, com os anciãos de Israel, deu ordem ao
povo, dizendo: Guardai todos estes mandamentos que eu hoje vos
ordeno.
2. E no dia em que passares o Jordão para a terra que o Senhor
teu Deus te dá, levantarás umas pedras grandes e as caiarás.
3. E
escreverás nelas todas as palavras desta lei, quando tiveres passado para entrar
na terra que o Senhor teu Deus te dá, terra que mana leite e mel, como o Senhor,
o Deus de teus pais, te prometeu.
4. Quando, pois, houverdes passado o
Jordão, levantareis no monte Ebal estas pedras, como eu hoje vos ordeno, e as
caiareis.
5. Também ali edificarás um altar ao Senhor teu Deus, um
altar de pedras; não alçarás ferramenta sobre elas.
6. De pedras
brutas edificarás o altar do Senhor teu Deus, e sobre ele oferecerás holocaustos
ao Senhor teu Deus.
7. Também sacrificarás ofertas pacíficas, e ali
comerás, e te alegrarás perante o Senhor teu Deus.
8. Naquelas pedras
escreverás todas as palavras desta lei, gravando-as bem
nitidamente.
9. Falou mais Moisés, e os levitas sacerdotes, a todo o
Israel, dizendo: Guarda silêncio, e ouve, ó Israel! hoje vieste a ser o povo do
Senhor teu Deus.
10. Portanto obedecerás à voz do Senhor teu Deus, e
cumprirás os seus mandamentos e os seus estatutos, que eu hoje te
ordeno.
11. Nesse mesmo dia Moisés deu ordem ao povo,
dizendo:
12. Quando houverdes passado o Jordão, estes estarão sobre o
monte Gerizim, para abençoarem o povo: Simeão, Levi, Judá, Issacar, José e
Benjamim;
13. e estes estarão sobre o monte Ebal para pronunciarem a
maldição: Rúben, Gade, Aser, Zebulom, Dã e Naftali.
14. E os levitas
dirão em alta voz a todos os homens de Israel:
15. Maldito o homem que
fizer imagem esculpida, ou fundida, abominação ao Senhor, obra da mão do
artífice, e a puser em um lugar escondido. E todo o povo, respondendo, dirá:
Amém.
16. Maldito aquele que desprezar a seu pai ou a sua mãe. E todo
o povo dirá: Amém.
17. Maldito aquele que remover os marcos do seu
próximo. E todo o povo dirá: Amém.
18. Maldito aquele que fizer que o
cego erre do caminho. E todo o povo dirá: Amém.
19. Maldito aquele que
perverter o direito do estrangeiro, do órfão e da viúva. E todo o povo dirá:
Amém,
20. Maldito aquele que se deitar com a mulher de seu pai,
porquanto levantou a cobertura de seu pai. E todo o povo dirá:
Amém.
21. Maldito aquele que se deitar com algum animal. E todo o povo
dirá: Amem.
22. Maldito aquele que se deitar com sua irmã, filha de
seu pai, ou filha de sua mãe. E todo o povo dirá: Amém.
23. Maldito
aquele que se deitar com sua sogra. E todo o povo dirá: Amém.
24.
Maldito aquele que ferir ao seu próximo em oculto. E todo o povo dirá:
Amém.
25. Maldito aquele que receber peita para matar uma pessoa
inocente. E todo o povo dirá: Amém.
26. Maldito aquele que não
confirmar as palavras desta lei, para as cumprir. E todo o povo dirá:
Amém.
[Deuteronômio 28]Deuteronômio
28
1. Se ouvires atentamente a voz do Senhor teu Deus,
tendo cuidado de guardar todos os seus mandamentos que eu hoje te ordeno, o
Senhor teu Deus te exaltará sobre todas as nações da terra;
2. e todas
estas bênçãos virão sobre ti e te alcançarão, se ouvires a voz do Senhor teu
Deus:
3. Bendito serás na cidade, e bendito serás no
campo.
4. Bendito o fruto do teu ventre, e o fruto do teu solo, e o
fruto dos teus animais, e as crias das tuas vacas e das tuas
ovelhas.
5. Bendito o teu cesto, e a tua amassadeira.
6.
Bendito serás quando entrares, e bendito serás quando saíres.
7. O
Senhor entregará, feridos diante de ti, os teus inimigos que se levantarem
contra ti; por um caminho sairão contra ti, mas por sete caminhos rugirão da tua
presença.
8. O Senhor mandará que a bênção esteja contigo nos teus
celeiros e em tudo a que puseres a tua mão; e te abençoará na terra que o Senhor
teu Deus te dá.
9. O Senhor te confirmará para si por povo santo, como
te jurou, se guardares os mandamentos do Senhor teu Deus e andares nos seus
caminhos.
10. Assim todos os povos da terra verão que és chamado pelo
nome do Senhor, e terão temor de ti.
11. E o Senhor te fará prosperar
grandemente no fruto do teu ventre, no fruto dos teus animais e no fruto do teu
solo, na terra que o Senhor, com juramento, prometeu a teus pais te
dar.
12. O Senhor te abrirá o seu bom tesouro, o céu, para dar à tua
terra a chuva no seu tempo, e para abençoar todas as obras das tuas mãos; e
emprestarás a muitas nações, porém tu não tomarás emprestado.
13. E o
Senhor te porá por cabeça, e não por cauda; e só estarás por cima, e não por
baixo; se obedeceres aos mandamentos do Senhor teu Deus, que eu hoje te ordeno,
para os guardar e cumprir,
14. não te desviando de nenhuma das
palavras que eu hoje te ordeno, nem para a direita nem para a esquerda, e não
andando após outros deuses, para os servires.
15. Se, porém, não
ouvires a voz do Senhor teu Deus, se não cuidares em cumprir todos os seus
mandamentos e os seus estatutos, que eu hoje te ordeno, virão sobre ti todas
estas maldições, e te alcançarão:
16. Maldito serás na cidade, e
maldito serás no campo.
17. Maldito o teu cesto, e a tua
amassadeira.
18. Maldito o fruto do teu ventre, e o fruto do teu solo,
e as crias das tuas vacas e das tuas ovelhas.
19. Maldito serás ao
entrares, e maldito serás ao saíres.
20. O Senhor mandará sobre ti a
maldição, a derrota e o desapontamento, em tudo a que puseres a mão para fazer,
até que sejas destruído, e até que repentinamente pereças, por causa da maldade
das tuas obras, pelas quais me deixaste.
21. O Senhor fará pegar em ti
a peste, até que te consuma da terra na qual estás entrando para a
possuíres.
22. O Senhor te ferirá com a tísica e com a febre, com a
inflamação, com o calor forte, com a seca, com crestamento e com ferrugem, que
te perseguirão até que pereças
23. O céu que está sobre a tua cabeça
será de bronze, e a terra que está debaixo de ti será de ferro.
24. O
Senhor dará por chuva à tua terra pó; do céu descerá sobre ti a poeira, ate que
sejas destruído.
25. O Senhor fará que sejas ferido diante dos teus
inimigos; por um caminho sairás contra eles, e por sete caminhos fugirás deles;
e serás espetáculo horrendo a todos os reinos da terra.
26. Os teus
cadáveres servirão de pasto a todas as aves do céu, e aos animais da terra, e
não haverá quem os enxote.
27. O Senhor te ferirá com as úlceras do
Egito, com tumores, com sarna e com coceira, de que não possas
curar-te;
28. o Senhor te ferirá com loucura, com cegueira, e com
pasmo de coração.
29. Apalparás ao meio-dia como o cego apalpa nas
trevas, e não prosperarás nos teus caminhos; serás oprimido e roubado todos os
dias, e não haverá quem te salve.
30. Desposar-te-ás com uma mulher,
porém outro homem dormirá com ela; edificarás uma casa, porém não morarás nela;
plantarás uma vinha, porém não a desfrutarás.
31. O teu boi será morto
na tua presença, porém dele não comerás; o teu jumento será roubado diante de
ti, e não te será restituído a ti; as tuas ovelhas serão dadas aos teus
inimigos, e não haverá quem te salve.
32. Teus filhos e tuas filhas
serão dados a outro povo, os teus olhos o verão, e desfalecerão de saudades
deles todo o dia; porém não haverá poder na tua mão.
33. O fruto da
tua terra e todo o teu trabalho comê-los-á um povo que nunca conheceste; e serás
oprimido e esmagado todos os dias.
34. E enlouquecerás pelo que hás de
ver com os teus olhos.
35. Com úlceras malignas, de que não possas
sarar, o Senhor te ferirá nos joelhos e nas pernas, sim, desde a planta do pé
até o alto da cabeça.
36. O Senhor te levará a ti e a teu rei, que
tiveres posto sobre ti, a uma nação que não conheceste, nem tu nem teus pais; e
ali servirás a outros deuses, ao pau e à pedra.
37. E virás a ser por
pasmo, provérbio e ludíbrio entre todos os povos a que o Senhor te
levar.
38. Levarás muita semente para o teu campo, porem colherás
pouco; porque o gafanhoto a consumirá.
39. Plantarás vinhas, e as
cultivarás, porém não lhes beberás o vinho, nem colherás as uvas; porque o bicho
as devorará.
40. Terás oliveiras em todos os teus termos, porém não te
ungirás com azeite; porque a azeitona te cairá da oliveira.
41. Filhos
e filhas gerarás, porém não te pertencerão; porque irão em
cativeiro.
42. Todo o teu arvoredo e o fruto do teu solo consumi-los-á
o gafanhoto.
43. O estrangeiro que está no meio de ti se elevará cada
vez mais sobre ti, e tu cada vez mais descerás;
44. ele emprestará a
ti, porém tu não emprestarás a ele; ele será a cabeça, e tu serás a
cauda.
45. Todas estas maldições virão sobre ti, e te perseguirão, e
te alcançarão, até que sejas destruído, por não haveres dado ouvidos à voz do
Senhor teu Deus, para guardares os seus mandamentos, e os seus estatutos, que te
ordenou.
46. Estarão sobre ti por sinal e por maravilha, como também
sobre a tua descendência para sempre.
47. Por não haveres servido ao
Senhor teu Deus com gosto e alegria de coração, por causa da abundância de
tudo,
48. servirás aos teus inimigos, que o Senhor enviará contra ti,
em fome e sede, e em nudez, e em falta de tudo; e ele porá sobre o teu pescoço
um jugo de ferro, até que te haja destruído.
49. O Senhor levantará
contra ti de longe, da extremidade da terra, uma nação que voa como a águia,
nação cuja língua não entenderás;
50. nação de rosto feroz, que não
respeitará ao velho, nem se compadecerá do moço;
51. e comerá o fruto
dos teus animais e o fruto do teu solo, até que sejas destruído; e não te
deixará grão, nem mosto, nem azeite, nem as crias das tuas vacas e das tuas
ovelhas, até que te faça perecer;
52. e te sitiará em todas as tuas
portas, até que em toda a tua terra venham a cair os teus altos e fortes muros,
em que confiavas; sim, te sitiará em todas as tuas portas, em toda a tua terra
que o Senhor teu Deus te deu.
53. E, no cerco e no aperto com que os
teus inimigos te apertarão, comerás o fruto do teu ventre, a carne de teus
filhos e de tuas filhas, que o Senhor teu Deus te houver dado.
54.
Quanto ao homem mais mimoso e delicado no meio de ti, o seu olho será mesquinho
para com o seu irmão, para com a mulher de seu regaço, e para com os filhos que
ainda lhe ficarem de resto;
55. de sorte que não dará a nenhum deles
da carne de seus filhos que ele comer, porquanto nada lhe terá ficado de resto
no cerco e no aperto com que o teu inimigo te apertará em todas as tuas
portas.
56. Igualmente, quanto à mulher mais mimosa e delicada no meio
de ti, que de mimo e delicadeza nunca tentou pôr a planta de seu pé sobre a
terra, será mesquinho o seu olho para com o homem de seu regaço, para com seu
filho, e para com sua filha;
57. também ela será mesquinha para com as
suas páreas, que saírem dentre os seus pés, e para com os seus filhos que tiver;
porque os comerá às escondidas pela falta de tudo, no cerco e no aperto com que
o teu inimigo te apertará nas tuas portas.
58. Se não tiveres cuidado
de guardar todas as palavras desta lei, que estão escritas neste livro, para
temeres este nome glorioso e temível, o Senhor teu Deus;
59. então o
Senhor fará espantosas as tuas pragas, e as pragas da tua descendência, grandes
e duradouras pragas, e enfermidades malignas e duradouras;
60. e fará
tornar sobre ti todos os males do Egito, de que tiveste temor; e eles se
apegarão a ti.
61. Também o Senhor fará vir a ti toda enfermidade, e
toda praga que não está escrita no livro desta lei, até que sejas
destruído.
62. Assim ficareis poucos em número, depois de haverdes
sido em multidão como as estrelas do céu; porquanto não deste ouvidos à voz do
Senhor teu Deus.
63. E será que, assim como o Senhor se deleitava em
vós, para fazer-vos o bem e multiplicar-vos, assim o Senhor se deleitará em
destruir-vos e consumir-vos; e sereis desarraigados da terra na qual estais
entrando para a possuirdes.
64. E o Senhor vos espalhará entre todos
os povos desde uma extremidade da terra até a outra; e ali servireis a outros
deuses que não conhecestes, nem vós nem vossos pais, deuses de pau e de
pedra.
65. E nem ainda entre estas nações descansarás, nem a planta de
teu pé terá repouso; mas o Senhor ali te dará coração tremente, e desfalecimento
de olhos, e desmaio de alma.
66. E a tua vida estará como em suspenso
diante de ti; e estremecerás de noite e de dia, e não terás segurança da tua
própria vida.
67. Pela manhã dirás: Ah! quem me dera ver a tarde; E à
tarde dirás: Ah! quem me dera ver a manhã! pelo pasmo que terás em teu coração,
e pelo que verás com os teus olhos.
68. E o Senhor te fará voltar ao
Egito em navios, pelo caminho de que te disse: Nunca mais o verás. Ali vos
poreis a venda como escravos e escravas aos vossos inimigos, mas não haverá quem
vos compre.
[Deuteronômio 29]Deuteronômio
29
1. Estas são as palavras do pacto que o Senhor
ordenou a Moisés que fizesse com os filhos de Israel na terra de Moabe, além do
pacto que fizera com eles em Horebe.
2. Chamou, pois, Moisés a todo o
Israel, e disse-lhes: Vistes tudo quanto o Senhor fez perante vossos olhos, na
terra do Egito, a Faraó, a todos os seus servos e a toda a sua
terra;
3. as grandes provas que os teus olhos viram, os sinais e
aquelas grandes maravilhas.
4. Mas até hoje o Senhor não vos tem dado
um coração para entender, nem olhos para ver, nem ouvidos para
ouvir.
5. Quarenta anos vos fiz andar pelo deserto; não se envelheceu
sobre vós a vossa roupa, nem o sapato no vosso pé.
6. Pão não
comestes, vinho e bebida forte não bebestes; para que soubésseis que eu sou o
Senhor vosso Deus.
7. Quando, pois, viemos a este lugar, Siom, rei de
Hesbom, e Ogue, rei de Basã, nos saíram ao encontro, à peleja, e nós os
ferimos;
8. e lhes tomamos a terra, e a demos por herança aos
rubenitas, aos gaditas e à meia tribo dos manassitas.
9. Guardai,
pois, as palavras deste pacto e cumpri-as, para que prospereis em tudo quanto
fizerdes.
10. Vós todos estais hoje perante o Senhor vosso Deus: os
vossos cabeças, as vossas tribos, os vossos anciãos e os vossos oficiais, a
saber, todos os homens de Israel,
11. os vossos pequeninos, as vossas
mulheres, e o estrangeiro que está no meio do vosso arraial, tanto o rachador da
vossa lenha como o tirador da vossa água;
12. para entrardes no pacto
do Senhor vosso Deus, e no seu juramento que o Senhor vosso Deus hoje faz
convosco;
13. para que hoje vos estabeleça por seu povo, e ele vos
seja por Deus, como vos disse e como prometeu com juramento a vossos pais, a
Abraão, a Isaque e a Jacó.
14. Ora, não é somente convosco que faço
este pacto e este juramento,
15. mas é com aquele que hoje está aqui
conosco perante o Senhor nosso Deus, e também com aquele que hoje não está aqui
conosco
16. (porque vós sabeis como habitamos na terra do Egito, e
como passamos pelo meio das nações, pelas quais passastes;
17. e
vistes as suas abominações, os seus ídolos de pau e de pedra, de prata e de
ouro, que havia entre elas);
18. para que entre vós não haja homem,
nem mulher, nem família, nem tribo, cujo coração hoje se desvie do Senhor nosso
Deus, e vá servir aos deuses dessas nações; para que entre vós não haja raiz que
produza veneno e fel,
19. e aconteça que alguém, ouvindo as palavras
deste juramento, se abençoe no seu coração, dizendo: Terei paz, ainda que ande
na teimosia do meu coração para acrescentar à sede a bebedeira.
20. O
Senhor não lhe quererá perdoar, pelo contrário fumegará contra esse homem a ira
do Senhor, e o seu zelo, e toda maldição escrita neste livro pousará sobre ele,
e o Senhor lhe apagará o nome de debaixo do céu.
21. Assim o Senhor o
separará para mal, dentre todas as tribos de Israel, conforme todas as maldições
do pacto escrito no livro desta lei.
22. Pelo que a geração
vindoura-os vossos filhos que se levantarem depois de vós-e o estrangeiro que
vier de terras remotas dirão, ao verem as pragas desta terra, e as suas doenças,
com que o Senhor a terá afligido,
23. e que toda a sua terra é enxofre
e sal e abrasamento, de sorte que não será semeada, e nada produzirá, nem nela
crescerá erva alguma, assim como foi a destruição de Sodoma e de Gomorra, de
Admá e de Zeboim, que o Senhor destruiu na sua ira e no seu furor;
24.
sim, todas as nações dirão: Por que fez o Senhor assim com esta terra? Que
significa o furor de tamanha ira?
25. Então se dirá: Porquanto
deixaram o pacto do Senhor, o Deus de seus pais, que tinha feito com eles,
quando os tirou da terra do Egito;
26. e se foram e serviram a outros
deuses, e os adoraram; deuses que eles não tinham conhecido, e que lhes não
foram dados;
27. por isso é que a ira do Senhor se acendeu contra esta
terra, para trazer sobre ela toda maldição que está escrita neste
livro;
28. e o Senhor os arrancou da sua terra com ira, com furor e
com grande indignação, e os lançou em outra terra, como neste dia se
vê.
29. As coisas encobertas pertencem ao Senhor nosso Deus, mas as
reveladas nos pertencem a nós e a nossos filhos para sempre, para que observemos
todas as palavras desta lei.
[Deuteronômio 30]Deuteronômio 30
1. Quando te sobrevierem
todas estas coisas, a bênção ou a maldição, que pus diante de ti, e te
recordares delas entre todas as nações para onde o Senhor teu Deus te houver
lançado,
2. e te converteres ao Senhor teu Deus, e obedeceres à sua
voz conforme tudo o que eu te ordeno hoje, tu e teus filhos, de todo o teu
coração e de toda a tua alma,
3. o Senhor teu Deus te fará voltar do
teu cativeiro, e se compadecerá de ti, e tornará a ajuntar-te dentre todos os
povos entre os quais te houver espalhado o senhor teu Deus.
4. Ainda
que o teu desterro tenha sido para a extremidade do céu, desde ali te ajuntará o
Senhor teu Deus, e dali te tomará;
5. e o Senhor teu Deus te trará à
terra que teus pais possuíram, e a possuirás; e te fará bem, e te multiplicará
mais do que a teus pais.
6. Também o Senhor teu Deus circuncidará o
teu coração, e o coração de tua descendência, a fim de que ames ao Senhor teu
Deus de todo o teu coração e de toda a tua alma, para que vivas.
7. E
o Senhor teu Deus porá todas estas maldições sobre os teus inimigos, sobre
aqueles que te tiverem odiado e perseguido.
8. Tu te tornarás, pois, e
obedecerás à voz do Senhor, e observarás todos os seus mandamentos que eu hoje
te ordeno.
9. Então o Senhor teu Deus te fará prosperar grandemente em
todas as obras das tuas mãos, no fruto do teu ventre, e no fruto dos teus
animais, e no fruto do teu solo; porquanto o Senhor tornará a alegrar-se em ti
para te fazer bem, como se alegrou em teus pais;
10. quando obedeceres
à voz do Senhor teu Deus, guardando os seus mandamentos e os seus estatutos,
escritos neste livro da lei; quando te converteres ao Senhor teu Deus de todo o
teu coração e de toda a tua alma.
11. Porque este mandamento, que eu
hoje te ordeno, não te é difícil demais, nem tampouco está longe de
ti.
12. Não está no céu para dizeres: Quem subirá por nós ao céu, e
no-lo trará, e no-lo fará ouvir, para que o cumpramos?
13. Nem está
além do mar, para dizeres: Quem passará por nós além do mar, e no-lo trará, e
no-lo fará ouvir, para que o cumpramos?
14. Mas a palavra está mui
perto de ti, na tua boca, e no teu coração, para a cumprires.
15. Vê
que hoje te pus diante de ti a vida e o bem, a morte e o mal.
16. Se
guardares o mandamento que eu hoje te ordeno de amar ao Senhor teu Deus, de
andar nos seus caminhos, e de guardar os seus mandamentos, os seus estatutos e
os seus preceitos, então viverás, e te multiplicarás, e o Senhor teu Deus te
abençoará na terra em que estás entrando para a possuíres.
17. Mas se
o teu coração se desviar, e não quiseres ouvir, e fores seduzido para adorares
outros deuses, e os servires,
18. declaro-te hoje que certamente
perecerás; não prolongarás os dias na terra para entrar na qual estás passando o
Jordão, a fim de a possuíres.
19. O céu e a terra tomo hoje por
testemunhas contra ti de que te pus diante de ti a vida e a morte, a bênção e a
maldição; escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e a tua
descendência,
20. amando ao Senhor teu Deus, obedecendo à sua voz, e
te apegando a ele; pois ele é a tua vida, e o prolongamento dos teus dias; e
para que habites na terra que o Senhor prometeu com juramento a teus pais, a
Abraão, a Isaque e a Jacó, que lhes havia de dar.
[Deuteronômio 31]Deuteronômio 31
1. Prosseguindo Moisés,
falou ainda estas palavras a todo o Israel,
2. dizendo-lhes: Cento e
vinte anos tenho eu hoje. Já não posso mais sair e entrar; e o Senhor me disse:
Não passarás este Jordão.
3. O Senhor teu Deus passará adiante de ti;
ele destruirá estas nações de diante de ti, para que as possuas. Josué passará
adiante de ti, como o Senhor disse.
4. E o Senhor lhes fará como fez a
Siom e a Ogue, reis dos amorreus, e à sua terra, aos quais
destruiu.
5. Quando, pois, o Senhor vo-los entregar, fareis com eles
conforme todo o mandamento que vos tenho ordenado.
6. Sede fortes e
corajosos; não temais, nem vos atemorizeis diante deles; porque o Senhor vosso
Deus é quem vai convosco. Não vos deixará, nem vos desamparará.
7.
Então chamou Moisés a Josué, e lhe disse à vista de todo o Israel: Sê forte e
corajoso, porque tu entrarás com este povo na terra que o Senhor, com juramento,
prometeu a teus pais lhes daria; e tu os farás herdá-la.
8. O Senhor,
pois, é aquele que vai adiante de ti; ele será contigo, não te deixará, nem te
desamparará. Não temas, nem te espantes.
9. Moisés escreveu esta lei,
e a entregou aos sacerdotes, filhos de Levi, que levavam a arca do pacto do
Senhor, e a todos os anciãos de Israel.
10. Também Moisés lhes deu
ordem, dizendo: Ao fim de cada sete anos, no tempo determinado do ano da
remissão, na festa dos tabernáculos,
11. quando todo o Israel vier a
comparecer perante ao Senhor teu Deus, no lugar que ele escolher, lereis esta
lei diante de todo o Israel, para todos ouvirem.
12. Congregai o povo,
homens, mulheres e pequeninos, e os estrangeiros que estão dentro das vossas
portas, para que ouçam e aprendam, e temam ao Senhor vosso Deus, e tenham
cuidado de cumprir todas as palavras desta lei;
13. e que seus filhos
que não a souberem ouçam, e aprendam a temer ao Senhor vosso Deus, todos os dias
que viverdes sobre a terra a qual estais passando o Jordão para
possuir.
14. Também disse o Senhor a Moisés: Eis que vem chegando o
dia em que hás de morrer. Chama a Josué, e apresentai-vos na tenda da revelação,
para que eu lhe dê ordens. Assim foram Moisés e Josué, e se apresentaram na
tenda da revelação.
15. Então o Senhor apareceu na tenda, na coluna de
nuvem; e a coluna de nuvem parou sobre a porta da tenda.
16. E disse o
Senhor a Moisés: Eis que dormirás com teus pais; e este povo se levantará, e se
prostituirá indo após os deuses estranhos da terra na qual está entrando, e me
deixará, e quebrará o meu pacto, que fiz com ele.
17. Então se
acenderá a minha ira naquele dia contra ele, e eu o deixarei, e dele esconderei
o meu rosto, e ele será devorado. Tantos males e angústias o alcançarão, que
dirá naquele dia: Não é, porventura, por não estar o meu Deus comigo, que me
sobrevieram estes males?
18. Esconderei pois, totalmente o meu rosto
naquele dia, por causa de todos os males que ele tiver feito, por se haver
tornado para outros deuses.
19. Agora, pois, escrevei para vós este
cântico, e ensinai-o aos filhos de Israel; ponde-o na sua boca, para que este
cântico me sirva por testemunha contra o povo de Israel.
20. Porque o
introduzirei na terra que, com juramento, prometi a seus pais, terra que mana
leite e mel; comerá, fartar-se-á, e engordará; então, tornando-se para outros
deuses, os servirá, e me desprezará, violando o meu pacto.
21. E será
que, quando lhe sobrevierem muitos males e angústias, então este cântico
responderá contra ele por testemunha, pois não será esquecido da boca de sua
descendência; porquanto conheço a sua imaginação, o que ele maquina hoje, antes
de eu o ter introduzido na terra que lhe prometi com juramento.
22.
Assim Moisés escreveu este cântico naquele dia, e o ensinou aos filhos de
Israel.
23. E ordenou o Senhor a Josué, filho de Num, dizendo: sê
forte e corajoso, porque tu introduzirás os filhos de Israel na terra que, com
juramento, lhes prometi; e eu serei contigo.
24. Ora, tendo Moisés
acabado de escrever num livro todas as palavras desta lei,
25. deu
ordem aos levitas que levavam a arca do pacto do Senhor, dizendo:
26.
Tomai este livro da lei, e ponde-o ao lado da arca do pacto do Senhor vosso
Deus, para que ali esteja por testemunha contra vós.
27. Porque
conheço a vossa rebeldia e a vossa dura cerviz; eis que, vivendo eu ainda hoje
convosco, rebeldes fostes contra o Senhor; e quanto mais depois da minha
morte!
28. Congregai perante mim todos os anciãos das vossas tribos, e
vossos oficiais, para que eu fale estas palavras aos seus ouvidos, e tome por
testemunhas contra eles o céu e a terra.
29. Porque eu sei que depois
da minha morte certamente vos corrompereis, e vos desviareis do caminho que vos
ordenei; então este mal vos sobrevirá nos últimos dias, quando fizerdes o que é
mau aos olhos do Senhor, para o provocar à ira com a obra das vossas
mãos.
30. Então Moisés proferiu todas as palavras deste cântico,
ouvindo-o toda a assembléia de Israel:
[Deuteronômio 32]Deuteronômio 32
1. Inclinai os ouvidos, ó
céus, e falarei; e ouça a terra as palavras da minha boca.
2. Caia
como a chuva a minha doutrina; destile a minha palavra como o orvalho, como
chuvisco sobre a erva e como chuvas sobre a relva.
3. Porque
proclamarei o nome do Senhor; engrandecei o nosso Deus.
4. Ele é a
Rocha; suas obras são perfeitas, porque todos os seus caminhos são justos; Deus
é fiel e sem iniqüidade; justo e reto é ele.
5. Corromperam-se contra
ele; não são seus filhos, e isso é a sua mancha; geração perversa e depravada
é.
6. É assim que recompensas ao Senhor, povo louco e insensato? não é
ele teu pai, que te adquiriu, que te fez e te estabeleceu?
7.
Lembra-te dos dias da antigüidade, atenta para os anos, geração por geração;
pergunta a teu pai, e ele te informará, aos teus anciãos, e eles to
dirão.
8. Quando o Altíssimo dava às nações a sua herança, quando
separava os filhos dos homens, estabeleceu os termos dos povos conforme o número
dos filhos de Israel.
9. Porque a porção do Senhor é o seu povo; Jacó
é a parte da sua herança.
10. Achou-o numa terra deserta, e num erma
de solidão e horrendos uivos; cercou-o de proteção; cuidou dele, guardando-o
como a menina do seu olho.
11. Como a águia desperta o seu ninho,
adeja sobre os seus filhos e, estendendo as suas asas, toma-os, e os leva sobre
as suas asas,
12. assim só o Senhor o guiou, e não havia com ele deus
estranho.
13. Ele o fez cavalgar sobre as alturas da terra, e comer os
frutos do campo; também o fez chupar mel da rocha e azeite da dura
pederneira,
14. coalhada das vacas e leite das ovelhas, com a gordura
dos cordeiros, dos carneiros de Basã, e dos bodes, com o mais fino trigo; e por
vinho bebeste o sangue das uvas.
15. E Jesurum, engordando,
recalcitrou (tu engordaste, tu te engrossaste e te cevaste); então abandonou a
Deus, que o fez, e desprezou a Rocha da sua salvação.
16. Com deuses
estranhos o moveram a zelos; com abominações o provocaram à ira:
17.
Ofereceram sacrifícios aos demônios, não a Deus, a deuses que não haviam
conhecido, deuses novos que apareceram há pouco, aos quais os vossos pais não
temeram.
18. Olvidaste a Rocha que te gerou, e te esqueceste do Deus
que te formou.
19. Vendo isto, o Senhor os desprezou, por causa da
provocação que lhe fizeram seus filhos e suas filhas;
20. e disse:
Esconderei deles o meu rosto, verei qual será o seu fim, porque geração perversa
são eles, filhos em quem não há fidelidade.
21. A zelos me provocaram
cem aquilo que não é Deus, com as suas vaidades me provocaram à ira; portanto eu
os provocarei a zelos com aquele que não é povo, com uma nação insensata os
despertarei à ira.
22. Porque um fogo se acendeu na minha ira, e arde
até o mais profundo do Seol, e devora a terra com o seu fruto, e abrasa os
fundamentos dos montes.
23. Males amontoarei sobre eles, esgotarei
contra eles as minhas setas.
24. Consumidos serão de fome, devorados
de raios e de amarga destruição; e contra eles enviarei dentes de feras,
juntamente com o veneno dos que se arrastam no pó.
25. Por fora
devastará a espada, e por dentro o pavor, tanto ao mancebo como à virgem, assim
à criança de peito como ao homem encanecido.
26. Eu teria dito: Por
todos os cantos os espalharei, farei cessar a sua memória dentre os
homens,
27. se eu não receasse a vexação da parte do inimigo, para que
os seus adversários, iludindo-se, não dissessem: A nossa mão está exaltada; não
foi o Senhor quem fez tudo isso.
28. Porque são gente falta de
conselhos, e neles não há entendimento.
29. Se eles fossem sábios,
entenderiam isso, e atentariam para o seu fim!
30. Como poderia um só
perseguir mil, e dois fazer rugir dez mil, se a sua Rocha não os vendera, e o
Senhor não os entregara?
31. Porque a sua rocha não é como a nossa
Rocha, sendo até os nossos inimigos juízes disso.
32. Porque a sua
vinha é da vinha de Sodoma e dos campos de Gomorra; as suas uvas são uvas
venenosas, seus cachos são amargos.
33. O seu vinho é veneno de
serpentes, e peçonha cruel de víboras.
34. Não está isto encerrado
comigo? selado nos meus tesouros?
35. Minha é a vingança e a
recompensa, ao tempo em que resvalar o seu pé; porque o dia da sua ruína está
próximo, e as coisas que lhes hão de suceder se apressam a chegar.
36.
Porque o Senhor vindicará ao seu povo, e se arrependerá no tocante aos seus
servos, quando vir que o poder deles já se foi, e que não resta nem escravo nem
livre.
37. Então dirá: Onde estão os seus deuses, a rocha em que se
refugiavam,
38. os que comiam a gordura dos sacrifícios deles e bebiam
o vinho das suas ofertas de libação? Levantem-se eles, e vos ajudem, a fim de
que haja agora refúgio para vós.
39. Vede agora que eu, eu o sou, e
não há outro deus além de mim; eu faço morrer e eu faço viver; eu firo e eu
saro; e não há quem possa livrar da minha mão.
40. Pois levanto a
minha mão ao céu, e digo: Como eu vivo para sempre,
41. se eu afiar a
minha espada reluzente, e a minha mão travar do juízo, então retribuirei
vingança aos meus adversários, e recompensarei aos que me odeiam.
42.
De sangue embriagarei as minhas setas, e a minha espada devorará carne; do
sangue dos mortes e dos cativos, das cabeças cabeludas dos
inimigos
43. Aclamai, ó nações, com alegria, o povo dele, porque ele
vingará o sangue dos seus servos; aos seus adversários retribuirá vingança, e
fará expiação pela sua terra e pelo seu povo.
44. Veio, pois, Moisés,
e proferiu todas as palavras deste cântico na presença do povo, ele e Oséias,
filho de Num.
45. E, acabando Moisés de falar todas essas palavras a
todo o Israel,
46. disse-lhes: Aplicai o vosso coração a todas as
palavras que eu hoje vos testifico, as quais haveis de recomendar a vossos
filhos, para que tenham cuidado de cumprir todas as palavras desta
lei.
47. Porque esta palavra não vos é vã, mas é a vossa vida, e por
esta mesma palavra prolongareis os dias na terra à qual ides, passando o Jordão,
para a possuir.
48. Naquele mesmo dia falou o Senhor a Moisés,
dizendo:
49. Sobe a este monte de Abarim, ao monte Nebo, que está na
terra de Moabe, defronte de Jericó, e vê a terra de Canaã, que eu dou aos filhos
de Israel por possessão;
50. e morre no monte a que vais subir, e
recolhe-te ao teu povo; assim como Arão, teu irmão, morreu no monte Hor, e se
recolheu ao seu povo;
51. porquanto pecastes contra mim no meio dos
filhos de Israel, junto às águas de Meribá de Cades, no deserto de Zim, pois não
me santificastes no meio dos filhos de Israel.
52. Pelo que verás a
terra diante de ti, porém lá não entrarás, na terra que eu dou aos filhos de
Israel.
[Deuteronômio 33]Deuteronômio
33
1. Esta é a bênção com que Moisés, homem de Deus,
abençoou os filhos de Israel antes da sua morte.
2. Disse ele: O
Senhor veio do Sinai, e de Seir raiou sobre nós; resplandeceu desde o monte
Parã, e veio das miríades de santos; à sua direita havia para eles o fogo da
lei.
3. Na verdade ama o seu povo; todos os seus santos estão na sua
mão; postos serão no meio, entre os teus pés, e cada um receberá das tuas
palavras.
4. Moisés nos prescreveu uma lei, uma herança para a
assembléia de Jacó.
5. E tornou-se rei em Jesurum, quando se
congregaram os cabeças do povo juntamente com as tribos de Israel.
6.
Viva Rúben, e não morra; e não sejam poucos os seus homens.
7. E isto
é o que disse de Judá: Ouve, ó Senhor, a voz de Judá e introduze-o no meio do
seu povo; com as suas mãos pelejou por si; sê tu o seu auxílio contra os seus
inimigos.
8. De Levi disse: Sejam teu Tumim e teu Urim para o teu
homem santo, que provaste em Massá, com quem contendeste junto às águas de
Meribá;
9. aquele que disse de seu pai e de sua mãe: Nunca os vi, e
não reconheceu a seus irmãos, e não conheceu a seus filhos; pois esses levitas
guardaram a tua palavra e observaram o teu pacto.
10. Ensinarão os
teus preceitos a Jacó, e a tua lei a Israel; chegarão incenso ao seu nariz, e
porão holocausto sobre o teu altar.
11. Abençoa o seu poder, ó Senhor,
e aceita a obra das suas mãos; fere os lombos dos que se levantam contra ele e o
odeiam, para que nunca mais se levantem.
12. De Benjamim disse: O
amado do Senhor habitará seguro junto a ele; e o Senhor o cercará o dia todo, e
ele habitará entre os seus ombros.
13. De José disse: Abençoada pelo
Senhor seja a sua terra, com os mais excelentes dons do céu, com o orvalho, e
com as águas do abismo que jaz abaixo;
14. com os excelentes frutos do
sol, e com os excelentes produtos dos meses;
15. com as coisas mais
excelentes dos montes antigos, e com as coisas excelentes dos outeiros
eternos;
16. com as coisas excelentes da terra, e com a sua plenitude,
e com a benevolência daquele que habitava na sarça; venha tudo isso sobre a
cabeça de José, sobre o alto da cabeça daquele que é príncipe entre seus
irmãos.
17. Eis o seu novilho primogênito; ele tem majestade; e os
seus chifres são chifres de boi selvagem; com eles rechaçará todos os povos,
sim, todas as extremidades da terra. Tais são as miríades de Efraim, e tais são
os milhares de Manassés.
18. De Zebulom disse: Zebulom, alegra-te nas
tuas saídas; e tu, Issacar, nas tuas tendas.
19. Eles chamarão os
povos ao monte; ali oferecerão sacrifícios de justiça, porque chuparão a
abundância dos mares e os tesouros escondidos da areia.
20. De Gade
disse: Bendito aquele que faz dilatar a Gade; habita como a leoa, e despedaça o
braço, e o alto da cabeça.
21. Ele se proveu da primeira parte,
porquanto ali estava reservada a porção do legislador; pelo que veio com os
chefes do povo, executou a justiça do Senhor e os seus juízos para com
Israel.
22. De Dã disse: Dã é cachorro de leão, que salta de
Basã.
23. De Naftali disse: ó Naftali, saciado de favores, e farto da
bênção do Senhor, possui o lago e o sul.
24. De Aser disse: Bendito
seja Aser dentre os filhos de Israel; seja o favorecido de seus irmãos; e
mergulhe em azeite o seu pé;
25. de ferro e de bronze sejam os teus
ferrolhos; e como os teus dias, assim seja a tua força.
26. Não há
outro, ó Jesurum, semelhante a Deus, que cavalga sobre o céu para a tua ajuda, e
na sua majestade sobre as mais altas nuvens.
27. O Deus eterno é a tua
habitação, e por baixo estão os braços eternos; ele lançou o inimigo de diante
de ti e disse: Destrói-o.
28. Israel pois habitará seguro, a fonte de
Jacó a sós, na terra de grão e de mosto; e o seu céu gotejará o
orvalho.
29. Feliz és tu, ó Israel! quem é semelhante a ti? um povo
salvo pelo Senhor, o escudo do teu socorro, e a espada da tua majestade; pelo
que os teus inimigos te serão sujeitos, e tu pisarás sobre as suas
alturas.
[Deuteronômio 34]Deuteronômio
34
1. Então subiu Moisés das planícies de Moabe ao
monte Nebo, ao cume de Pisga, que está defronte de Jericó; e o Senhor
mostrou-lhe toda a terra desde Gileade até Dã,
2. todo o Naftali, a
terra de Efraim e Manassés, toda a terra de Judá, até o mar
ocidental,
3. o Negebe, e a planície do vale de Jericó, a cidade das
palmeiras, até Zoar.
4. E disse-lhe o Senhor: Esta é a terra que
prometi com juramento a Abraão, a Isaque e a Jacó, dizendo: À tua descendência a
darei. Eu te fiz vê-la com os teus olhos, porém para lá não
passarás.
5. Assim Moisés, servo do Senhor, morreu ali na terra de
Moabe, conforme o dito do Senhor,
6. que o sepultou no vale, na terra
de Moabe, defronte de Bete-Peor; e ninguém soube até hoje o lugar da sua
sepultura.
7. Tinha Moisés cento e vinte anos quando morreu; não se
lhe escurecera a vista, nem se lhe fugira o vigor.
8. Os filhos de
Israel prantearam a Moisés por trinta dias nas planícies de Moabe; e os dias do
pranto no luto por Moisés se cumpriram.
9. Ora, Josué, filho de Num,
foi cheio do espírito de sabedoria, porquanto Moisés lhe tinha imposto as mãos;
assim se filhos de Israel lhe obedeceram , e fizeram como o Senhor ordenara a
Moisés.
10. E nunca mais se levantou em Israel profeta como Moisés, a
quem o Senhor conhecesse face a face,
11. nem semelhante em todos os
sinais e maravilhas que o Senhor o enviou para fazer na terra do Egito, a Faraó:
e a todos os seus servos, e a toda a sua terra;
12. e em tudo o que
Moisés operou com mão forte, e com grande espanto, aos olhos de todo o
Israel.
[Josué 1]Josué 1
1.
Depois da morte de Moisés, servo do Senhor, falou o Senhor a Josué, filho de
Num, servidor de Moisés, dizendo:
2. Moisés, meu servo, é morto;
levanta-te pois agora, passa este Jordão, tu e todo este povo, para a terra que
eu dou aos filhos de Israel.
3. Todo lugar que pisar a planta do vosso
pé, vo-lo dei, como eu disse a Moisés.
4. Desde o deserto e este
Líbano, até o grande rio, o rio Eufrates, toda a terra dos heteus, e até o
grande mar para o poente do sol, será o vosso termo.
5. Ninguém te
poderá resistir todos os dias da tua vida. Como fui com Moisés, assim serei
contigo; não te deixarei, nem te desampararei.
6. Esforça-te, e tem
bom ânimo, porque tu farás a este povo herdar a terra que jurei a seus pais lhes
daria.
7. Tão-somente esforça-te e tem mui bom ânimo, cuidando de
fazer conforme toda a lei que meu servo Moisés te ordenou; não te desvies dela,
nem para a direita nem para a esquerda, a fim de que sejas bem sucedido por onde
quer que andares.
8. Não se aparte da tua boca o livro desta lei,
antes medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer conforme tudo
quanto nele está escrito; porque então farás prosperar o teu caminho, e serás
bem sucedido.
9. Não to mandei eu? Esforça-te, e tem bom ânimo; não te
atemorizes, nem te espantes; porque o Senhor teu Deus está contigo, por onde
quer que andares.
10. Então Josué deu esta ordem aos oficiais do
povo:
11. Passai pelo meio do arraial, e ordenai ao povo, dizendo:
Provede-vos de mantimentos, porque dentro de três dias haveis de atravessar este
Jordão, a fim de que entreis para tomar posse da terra que o Senhor vosso Deus
vos dá para a possuirdes.
12. E disse Josué aos rubenitas, aos
gaditas, e à meia tribo de Manassés:
13. Lembrai-vos da palavra que
vos mandou Moisés, servo do Senhor, dizendo: O Senhor vosso Deus vos dá
descanso, e vos dá esta terra.
14. Vossas mulheres, vossos pequeninos
e vosso gado fiquem na terra que Moisés vos deu desta banda do Jordão; porém
vós, todos os homens valorosos, passareis armados adiante de vossos irmãos e os
ajudareis;
15. até que o Senhor tenha dado descanso: a vossos irmãos,
assim como vo-lo deu a vós, e eles também tenham possuído a terra que o Senhor
vosso Deus lhes dá; então tornareis para a terra da vossa herança, e a
possuireis, terra que Moisés, servo do Senhor, vos deu além do Jordão, para o
nascente do sol.
16. Então responderam a Josué, dizendo: Tudo quanto
nos ordenaste faremos, e aonde quer que nos enviares iremos.
17. Como
em tudo ouvimos a Moisés, assim te ouviremos a ti; tão-somente seja o Senhor teu
Deus contigo, como foi com Moisés.
18. Quem quer que se rebelar contra
as tuas ordens, e não ouvir as tuas palavras em tudo quanto lhe mandares, será
morto. Tão-somente esforça-te, e tem bom ânimo.
[Josué 2]Josué 2
1. De Sitim Josué, filho de Num,
enviou secretamente dois homens como espias, dizendo-lhes: Ide reconhecer a
terra, particularmente a Jericó. Foram pois, e entraram na casa duma prostituta,
que se chamava Raabe, e pousaram ali.
2. Então deu-se notícia ao rei
de Jericó, dizendo: Eis que esta noite vieram aqui uns homens dos filhos de
Israel, para espiar a terra.
3. Pelo que o rei de Jericó mandou dizer
a Raabe: Faze sair os homens que vieram a ti e entraram na tua casa, porque
vieram espiar toda a terra.
4. Mas aquela mulher, tomando os dois
homens, os escondeu, e disse: é verdade que os homens vieram a mim, porém eu não
sabia donde eram;
5. e aconteceu que, havendo-se de fechar a porta,
sendo já escuro, aqueles homens saíram. Não sei para onde foram; ide após eles
depressa, porque os alcançareis.
6. Ela, porém, os tinha feito subir
ao eirado, e os tinha escondido entre as canas do linho que pusera em ordem
sobre o eirado.
7. Assim foram esses homens após eles pelo caminho do
Jordão, até os vaus; e, logo que saíram, fechou-se a porta.
8. E,
antes que os espias se deitassem, ela subiu ao eirado a ter com
eles,
9. e disse-lhes: Bem sei que o Senhor vos deu esta terra, e que
o pavor de vós caiu sobre nós, e que todos os moradores da terra se derretem
diante de vós.
10. Porque temos ouvido que o Senhor secou as águas do
Mar Vermelho diante de vós, quando saístes do Egito, e também o que fizestes aos
dois reis dos amorreus, Siom e Ogue, que estavam além de Jordão, os quais
destruístes totalmente.
11. Quando ouvimos isso, derreteram-se os
nossos corações, e em ninguém mais há ânimo algum, por causa da vossa presença;
porque o Senhor vosso Deus é Deus em cima no céu e embaixo na
terra.
12. Agora pois, peço-vos, jurai-me pelo Senhor que, como usei
de bondade para convosco, vós também usareis de bondade para com a casa e meu
pai; e dai-me um sinal seguro
13. de que conservareis em vida meu pai
e minha mãe, como também meus irmãos e minhas irmãs, com todos os que lhes
pertencem, e de que livrareis da morte as nossas vidas.
14. Então eles
lhe responderam: A nossa vida responderá pela vossa, se não denunciardes este
nosso negócio; e, quando o Senhor nos entregar esta terra, usaremos para contigo
de bondade e de fidelidade.
15. Ela então os fez descer por uma corda
pela janela, porquanto a sua casa estava sobre o muro da cidade, de sorte que
morava sobre o muro;
16. e disse-lhes: Ide-vos ao monte, para que não
vos encontrem os perseguidores, e escondei-vos lá três dias, até que eles
voltem; depois podereis tomar o vosso caminho.
17. Disseram-lhe os
homens: Nós seremos inocentes no tocante a este juramento que nos fizeste
jurar.
18. Eis que, quando nós entrarmos na terra, atarás este cordão
de fio de escarlata à janela pela qual nos fizeste descer; e recolherás em casa
contigo teu pai, tua mãe, teus irmãos e toda a família de teu pai.
19.
Qualquer que sair fora das portas da tua casa, o seu sangue cairá sobre a sua
cabeça, e nós seremos inocentes; mas qualquer que estiver contigo em casa, o seu
sangue cairá sobre a nossa cabeça se nele se puser mão.
20. Se, porém,
tu denunciares este nosso negócio, seremos desobrigados do juramento que nos
fizeste jurar.
21. Ao que ela disse: Conforme as vossas palavras,
assim seja. Então os despediu, e eles se foram; e ela atou o cordão de escarlata
à janela.
22. Foram-se, pois, e chegaram ao monte, onde ficaram três
dias, até que voltaram os perseguidores; pois estes os buscaram por todo o
caminho, porém, não os acharam.
23. Então os dois homens, tornando a
descer do monte, passaram o rio, chegaram a Josué, filho de Num, e lhe contaram
tudo quanto lhes acontecera.
24. E disseram a Josué: Certamente o
Senhor nos tem entregue nas mãos toda esta terra, pois todos os moradores se
derretem diante de nós.
[Josué 3]Josué
3
1. Levantou-se, pois, Josué de madrugada e, partindo
de Sitim ele e todos os filhos de Israel, vieram ao Jordão; e pousaram ali,
antes de atravessá-lo.
2. E sucedeu, ao fim de três dias, que os
oficiais passaram pelo meio do arraial,
3. e ordenaram ao povo,
dizendo: Quando virdes a arca da pacto do Senhor vosso Deus sendo levada pelos
levitas sacerdotes, partireis vós também do vosso lugar, e a
seguireis
4. (haja, contudo, entre vós e ela, uma distância de dois
mil côvados, e não vos chegueis a ela), para que saibais o caminho pelo qual
haveis de ir, porquanto por este caminho nunca dantes passastes.
5.
Disse Josué também ao povo: Santificai-vos, porque amanhã o Senhor fará
maravilhas no meio de vós.
6. E falou Josué aos sacerdotes, dizendo:
Levantai a arca do pacto, e passai adiante do povo. Levantaram, pois, a arca do
pacto, e foram andando adiante do povo.
7. Então disse o Senhor a
Josué: Hoje começarei a engrandecer-te perante os olhos de todo o Israel, para
que saibam que, assim como fui com Moisés, serei contigo.
8. Tu, pois,
ordenarás aos sacerdotes que levam a arca do pacto, dizendo: Quando chegardes à
beira das águas de Jordão, aí parareis.
9. Disse então Josué aos
filhos de Israel: Aproximai-vos, e ouvi as palavras do Senhor vosso
Deus.
10. E acrescentou: Nisto conhecereis que o Deus vivo está no
meio de vós, e que certamente expulsará de diante de vós os cananeus, os heteus,
os heveus, os perizeus, os girgaseus, os amorreus e os jebuseus.
11.
Eis que a arca do pacto do Senhor de toda a terra passará adiante de vós para o
meio do Jordão.
12. Tomai, pois, agora doze homens das tribos de
Israel, de cada tribo um homem;
13. porque assim que as plantas dos
pés dos sacerdotes que levam a arca do Senhor, o Senhor de toda a terra,
pousarem nas águas do Jordão, estas serão cortadas, isto é, as águas que vêm de
cima, e, amontoadas, pararão.
14. Quando, pois, o povo partiu das suas
tendas para atravessar o Jordão, levando os sacerdotes a arca do pacto adiante
do povo,
15. e quando os que levavam a arca chegaram ao Jordão, e os
seus pés se mergulharam na beira das águas (porque o Jordão transbordava todas
as suas ribanceiras durante todos os dias da sega),
16. as águas que
vinham de cima, parando, levantaram-se num montão, mui longe, à altura de Adã,
cidade que está junto a Zaretã; e as que desciam ao mar da Arabá, que é o Mar
Salgado, foram de todo cortadas. Então o povo passou bem em frente de
Jericó.
17. Os sacerdotes que levavam a arca do pacto do Senhor
pararam firmes em seco no meio do Jordão, e todo o Israel foi passando a pé
enxuto, até que todo o povo acabou de passar o Jordão.
[Josué 4]Josué 4
1. Quando todo o povo acabara de
passar o Jordão, falou o Senhor a Josué, dizendo:
2. Tomai dentre o
povo doze homens, de cada tribo um homem;
3. e mandai-lhes, dizendo:
Tirai daqui, do meio do Jordão, do lugar em que estiveram parados os pés dos
sacerdotes, doze pedras, levai-as convosco para a outra banda e depositai-as no
lugar em que haveis de passar esta noite.
4. Chamou, pois, Josué os
doze homens que escolhera dos filhos de Israel, de cada tribo um
homem;
5. e disse-lhes: Passai adiante da arca do Senhor vosso Deus,
ao meio do Jordão, e cada um levante uma pedra sobre o ombro, segundo o número
das tribos dos filhos de Israel;
6. para que isto seja por sinal entre
vós; e quando vossos filhos no futuro perguntarem: Que significam estas
pedras?
7. direis a eles que as águas do Jordão foram cortadas diante
da arca do pacto de Senhor; quando ela passou pelo Jordão, as águas foram
cortadas; e estas pedras serão para sempre por memorial aos filhos de
Israel.
8. Fizeram, pois, os filhos de Israel assim como Josué tinha
ordenado, e levantaram doze pedras do meio do Jordão como o Senhor dissera a
Josué, segundo o número das tribos dos filhos de Israel; e levaram-nas consigo
ao lugar em que pousaram, e as depositaram ali.
9. Amontoou Josué
também doze pedras no meio do Jordão, no lugar em que pararam os pés dos
sacerdotes que levavam a arca do pacto; e ali estão até o dia de
hoje.
10. Pois os sacerdotes que levavam a arca pararam no meio do
Jordão, até que se cumpriu tudo quanto o Senhor mandara Josué dizer ao povo,
conforme tudo o que Moisés tinha ordenado a Josué. E o povo apressou-se, e
passou.
11. Assim que todo o povo acabara de passar, então passaram a
arca do Senhor e os sacerdotes, à vista do povo.
12. E passaram os
filhos de Rúben e os filhos de Gade, e a meia tribo de Manassés, armados,
adiante dos filhos de Israel, como Moisés lhes tinha dito;
13. uns
quarenta mil homens em pé de guerra passaram diante do Senhor para a batalha, às
planícies de Jericó.
14. Naquele dia e Senhor engrandeceu a Josué aos
olhos de todo o Israel; e temiam-no, como haviam temido a Moisés, por todos os
dias da sua vida.
15. Depois falou o Senhor a Josué,
dizendo:
16. Dá ordem aos sacerdotes que levam a arca do testemunho,
que subam do Jordão.
17. Pelo que Josué deu ordem aos sacerdotes,
dizendo: Subi do Jordão.
18. E aconteceu que, quando os sacerdotes que
levavam a arca do pacto do Senhor subiram do meio do Jordão, e as plantas dos
seus pés se puseram em terra seca, as águas do Jordão voltaram ao seu lugar, e
trasbordavam todas as suas ribanceiras, como dantes.
19. O povo, pois,
subiu do Jordão no dia dez do primeiro mês, e acampou-se em Gilgal, ao oriente
de Jericó.
20. E as doze pedras, que tinham tirado do Jordão,
levantou-as Josué em Gilgal;
21. e falou aos filhos de Israel,
dizendo: Quando no futuro vossos filhos perguntarem a seus pais: Que significam
estas pedras?
22. fareis saber a vossos filhos, dizendo: Israel passou
a pé enxuto este Jordão.
23. Porque o Senhor vosso Deus fez secar as
águas do Jordão diante de vós, até que passásseis, assim como fizera ao Mar
Vermelho, ao qual fez secar perante nós, até que passássemos;
24. para
que todos os povos da terra conheçam que a mão do Senhor é forte; a fim de que
vós também temais ao Senhor vosso Deus para sempre.
[Josué 5]Josué 5
1. Quando, pois, todos os reis dos
amorreus que estavam ao oeste do Jordão, e todos os reis dos cananeus que
estavam ao lado do mar, ouviram que o Senhor tinha secado as águas do Jordão de
diante dos filhos de Israel, até que passassem, derreteu-se-lhes o coração, e
não houve mais ânimo neles, por causa dos filhos de Israel.
2. Naquele
tempo disse o Senhor a Josué: Faze facas de pederneira, e circuncida segunda vez
aos filhos de Israel.
3. Então Josué fez facas de pederneira, e
circuncidou aos filhos de Israel em Gibeáte-Haaralote.
4. Esta é a
razão por que Josué os circuncidou: todo o povo que tinha saído do Egito, os
homens, todos os homens de guerra, já haviam morrido no deserto, pelo caminho,
depois que saíram do Egito.
5. Todos estes que saíram estavam
circuncidados, mas nenhum dos que nasceram no deserto, pelo caminho, depois de
terem saído do Egito, havia sido circuncidado.
6. Pois quarenta anos
andaram os filhos de Israel pelo deserto, até se acabar toda a nação, isto é,
todos os homens de guerra que saíram do Egito, e isso porque não obedeceram à
voz do Senhor; aos quais o Senhor tinha jurado que não lhes havia de deixar ver
a terra que, com juramento, prometera a seus pais nos daria, terra que mana
leite e mel.
7. Mas em lugar deles levantou seus filhos; a estes Josué
circuncidou, porquanto estavam incircuncisos, porque não os haviam circuncidado
pelo caminho.
8. E depois que foram todos circuncidados, permaneceram
no seu lugar no arraial, até que sararam.
9. Disse então o Senhor a
Josué: Hoje revolvi de sobre vós o opróbrio do Egito; pelo que se chama aquele
lugar: Gilgal, até o dia de hoje.
10. Estando, pois, os filhos de
Israel acampados em Gilgal, celebraram a páscoa no dia catorze do mês, à tarde,
nas planícies de Jericó.
11. E, ao outro dia depois da páscoa, nesse
mesmo dia, comeram, do produto da terra, pães ázimos e espigas
tostadas.
12. E no dia depois de terem comido do produto da terra,
cessou o maná, e os filhos de Israel não o tiveram mais; porém nesse ano comeram
dos produtos da terra de Canaã.
13. Ora, estando Josué perto de
Jericó, levantou os olhos, e olhou; e eis que estava em pé diante dele um homem
que tinha na mão uma espada nua. Chegou-se Josué a ele, e perguntou-lhe: És tu
por nós, ou pelos nossos adversários?
14. Respondeu ele: Não; mas
venho agora como príncipe do exército do Senhor. Então Josué, prostrando-se com
o rosto em terra, o adorou e perguntou-lhe: Que diz meu Senhor ao seu
servo?
15. Então respondeu o príncipe do exército do Senhor a Josué:
Tira os sapatos dos pés, porque o lugar em que estás é santo. E Josué assim
fez:
[Josué 6]Josué 6
1. Ora,
Jericó se conservava rigorosamente fechada por causa dos filhos de Israel;
ninguém saía nem entrava.
2. Então disse o Senhor a Josué: Olha,
entrego na tua mão Jericó, o seu rei e os seus homens valorosos.
3.
Vós, pois, todos os homens de guerra, rodeareis a cidade, contornando-a uma vez
por dia; assim fareis por seis dias.
4. Sete sacerdotes levarão sete
trombetas de chifres de carneiros adiante da arca; e no sétimo dia rodeareis a
cidade sete vezes, e os sacerdotes tocarão as trombetas.
5. E será
que, fazendo-se sonido prolongado da trombeta, e ouvindo vós tal sonido, todo o
povo dará um grande brado; então o muro da cidade cairá rente com o chão, e o
povo subirá, cada qual para o lugar que lhe ficar defronte:
6. Chamou,
pois, Josué, filho de Num, aos sacerdotes, e disse-lhes: Levai a arca do pacto,
e sete sacerdotes levem sete trombetas de chifres de carneiros, adiante da arca
do Senhor.
7. E disse ao povo: Passai e rodeai a cidade; e marchem os
homens armados adiante da arca do Senhor.
8. Assim, pois, se fez como
Josué dissera ao povo: os sete sacerdotes, levando as sete trombetas adiante do
Senhor, passaram, e tocaram-nas; e a arca do pacto do Senhor os
seguia.
9. E os homens armados iam adiante dos sacerdotes que tocavam
as trombetas, e a retaguarda seguia após a arca, os sacerdotes sempre tocando as
trombetas.
10. Josué tinha dado ordem ao povo, dizendo: Não gritareis,
nem fareis ouvir a vossa voz, nem sairá palavra alguma da vossa boca, até o dia
em que eu vos disser: gritai! Então gritareis.
11. Assim fizeram a
arca do Senhor rodear a cidade, contornando-a uma vez; então entraram no
arraial, e ali passaram a noite.
12. Josué levantou-se de madrugada, e
os sacerdotes tomaram a arca do Senhor.
13. Os sete sacerdotes que
levavam as sete trombetas de chifres de carneiros adiante da arca da Senhor iam
andando, tocando as trombetas; os homens armados iam adiante deles, e a
retaguarda seguia atrás da arca do Senhor, os sacerdotes sempre tocando as
trombetas.
14. E rodearam a cidade uma vez no segundo dia, e voltaram
ao arraial. Assim fizeram por seis dias.
15. No sétimo dia
levantaram-se bem de madrugada, e da mesma maneira rodearam a cidade sete vezes;
somente naquele dia rodearam-na sete vezes.
16. E quando os sacerdotes
pela sétima vez tocavam as trombetas, disse Josué ao povo: Gritai, porque o
Senhor vos entregou a cidade.
17. A cidade, porém, com tudo quanto
nela houver, será danátema ao Senhor; somente a prostituta Raabe viverá, ela e
todos os que com ela estiverem em casa, porquanto escondeu os mensageiros que
enviamos.
18. Mas quanto a vós, guardai-vos do anátema, para que,
depois de o terdes feito tal, não tomeis dele coisa alguma, e não façais anátema
o arraial de Israel, e o perturbeis.
19. Contudo, toda a prata, e o
ouro, e os vasos de bronze e de ferro, são consagrados ao Senhor; irão para o
tesouro do Senhor.
20. Gritou, pois, o povo, e os sacerdotes tocaram
as trombetas; ouvindo o povo o sonido da trombeta, deu um grande brado, e o muro
caiu rente com o chão, e o povo subiu à cidade, cada qual para o lugar que lhe
ficava defronte, e tomaram a cidade:
21. E destruíram totalmente, ao
fio da espada, tudo quanto havia na cidade, homem e mulher, menino e velho,
bois, ovelhas e jumentos.
22. Então disse Josué aos dois homens que
tinham espiado a terra: Entrai na casa da prostituta, e tirai-a dali com tudo
quanto tiver, como lhe prometestes com juramento.
23. Entraram, pois,
os mancebos espias, e tiraram Raabe, seu pai, sua mãe, seus irmãos, e todos
quantos lhe pertenciam; e, trazendo todos os seus parentes, os puseram fora do
arraial de Israel.
24. A cidade, porém, e tudo quanto havia nela
queimaram a fogo; tão-somente a prata, e o ouro, e os vasos de bronze e de
ferro, colocaram-nos no tesouro da casa do Senhor.
25. Assim Josué
poupou a vida à prostituta Raabe, à família de seu pai, e a todos quantos lhe
pertenciam; e ela ficou habitando no meio de Israel até o dia de hoje, porquanto
escondera os mensageiros que Josué tinha enviado a espiar a
Jericó.
26. Também nesse tempo Josué os esconjurou, dizendo: Maldito
diante do Senhor seja o homem que se levantar e reedificar esta cidade de
Jericó; com a perda do seu primogênito a fundará, e com a perda do seu filho
mais novo lhe colocará as portas.
27. Assim era o Senhor com Josué; e
corria a sua fama por toda a terra.
[Josué 7]Josué
7
1. Mas os filhos de Israel cometeram uma transgressão
no tocante ao anátema, pois Acã, filho de Carmi, filho de Zabdi, filho de Zerá,
da tribo de Judá, tomou do anátema; e a ira do Senhor se acendeu contra os
filhos de Israel.
2. Josué enviou de Jericó alguns homens a Ai, que
está junto a Bete-Áven ao Oriente de Betel, e disse-lhes: Subi, e espiai a
terra. Subiram, pois, aqueles homens, e espiaram a Ai.
3. Voltaram a
Josué, e disseram-lhe: Não suba todo o povo; subam uns dois ou três mil homens,
e destruam a Ai. Não fatigues ali a todo o povo, porque os habitantes são
poucos.
4. Assim, subiram lá do povo cerca de três mil homens, os
quais fugiram diante dos homens de Ai.
5. E os homens de Ai mataram
deles cerca de trinta e seis e, havendo-os perseguido desde a porta até Sebarim,
bateram-nos na descida; e o coração do povo se derreteu e se tornou como
água.
6. Então Josué rasgou as suas vestes, e se prostrou com o rosto
em terra perante a arca do Senhor até a tarde, ele e os anciãos de Israel; e
deitaram pó sobre as suas cabeças.
7. E disse Josué: Ah, Senhor Deus!
por que fizeste a este povo atravessar o Jordão, para nos entregares nas mãos
dos amorreus, para nos fazeres perecer? Oxalá nos tivéssemos contentado em
morarmos além do Jordão.
8. Ah, Senhor! que direi, depois que Israel
virou as costas diante dos seus inimigos?
9. Pois os cananeus e todos
os moradores da terra o ouvirão e, cercando-nos, exterminarão da terra o nosso
nome; e então, que farás pelo teu grande nome?
10. Respondeu o Senhor
a Josué: Levanta-te! por que estás assim prostrado com o rosto em
terra?
11. Israel pecou; eles transgrediram o meu pacto que lhes tinha
ordenado; tomaram do anátema, furtaram-no e, dissimulando, esconderam-no entre a
sua bagagem.
12. Por isso os filhos de Israel não puderam subsistir
perante os seus inimigos, viraram as costas diante deles, porquanto se fizeram
anátema. Não serei mais convosco, se não destruirdes o anátema do meio de
vós.
13. Levanta-te santifica o povo, e dize-lhe: Santificai-vos para
amanhã, pois assim diz o Senhor, o Deus de Israel: Anátema há no meio de ti,
Israel; não poderás suster-te diante dos teus inimigos, enquanto não tirares do
meio de ti o anátema.
14. Amanhã, pois, vos chegareis, segundo as
vossas tribos; a tribo que o Senhor tomar se chegará por famílias; a família que
o Senhor tomar se chegará por casas; e a casa que o Senhor tomar se chegará
homem por homem.
15. E aquele que for tomado com o anátema, será
queimado no fogo, ele e tudo quanto tiver, porquanto transgrediu o pacto do
Senhor, e fez uma loucura em Israel.
16. Então Josué se levantou de
madrugada, e fez chegar Israel segundo as suas tribos, e foi tomada por sorte a
tribo de Judá;
17. fez chegar a tribo de Judá, e foi tomada a família
dos zeraítas; fez chegar a família dos zeraítas, homem por homem, e foi tomado
Zabdi;
18. fez chegar a casa de Zabdi, homem por homem, e foi tomado
Acã, filho de Carmi, filho de Zabdi, filho de Zerá, da tribo de
Judá.
19. Então disse Josué a Acã: Filho meu, dá, peço-te, glória ao
Senhor Deus de Israel, e faze confissão perante ele. Declara-me agora o que
fizeste; não mo ocultes.
20. Respondeu Acã a Josué: Verdadeiramente
pequei contra o Senhor Deus de Israel, e eis o que fiz:
21. quando vi
entre os despojos uma boa capa babilônica, e duzentos siclos de prata, e uma
cunha de ouro do peso de cinqüenta siclos, cobicei-os e tomei-os; eis que estão
escondidos na terra, no meio da minha tenda, e a prata debaixo da
capa.
22. Então Josué enviou mensageiros, que foram correndo à tenda;
e eis que tudo estava escondido na sua tenda, estando a prata debaixo da
capa.
23. Tomaram, pois, aquelas coisas do meio da tenda, e as
trouxeram a Josué e a todos os filhos de Israel; e as puseram perante o
Senhor.
24. Então Josué e todo o Israel com ele tomaram Acã, filho de
Zerá, e a prata, a capa e a cunha de ouro, e seus filhos e suas filhas, e seus
bois, jumentos e ovelhas, e a sua tenda, e tudo quanto tinha, e levaram-nos ao
vale de Acor.
25. E disse Josué: Por que nos perturbaste? hoje o
Senhor te perturbará a ti: E todo o Israel o apedrejou; queimaram-nos no fogo, e
os apedrejaram:
26. E levantaram sobre ele um grande montão de pedras,
que permanece até o dia de hoje. E o Senhor se apartou do ardor da sua ira. Por
isso se chama aquele lugar até hoje o vale de Acor.
[Josué 8]Josué 8
1. Então disse o Senhor a Josué: Não
temas, e não te espantes; toma contigo toda a gente de guerra, levanta-te, e
sobe a Ai. Olha que te entreguei na tua mão o rei de Ai, o seu povo, a sua
cidade e a sua terra.
2. Farás pois a Ai e a seu rei, como fizeste a
Jericó e a seu rei; salvo que para vós tomareis os seus despojos, e o seu gado.
Põe emboscadas à cidade, por detrás dela.
3. Então Josué levantou-se,
com toda a gente de guerra, para subir contra Ai; e escolheu Josué trinta mil
homens valorosos, e enviou-os de noite.
4. E deu-lhes ordem, dizendo:
Ponde-vos de emboscada contra a cidade, por detrás dela; não vos distancieis
muito da cidade, mas estai todos vós apercebidos.
5. Mas eu e todo o
povo que está comigo nos aproximaremos da cidade; e quando eles nos saírem ao
encontro, como dantes, fugiremos diante deles.
6. E eles sairão atrás
de nós, até que os tenhamos afastado da cidade, pois dirão: Fogem diante de nós
como dantes. Assim fugiremos diante deles;
7. e vós saireis da
emboscada, e tomareis a cidade, porque o Senhor vosso Deus vo-la entregará nas
mãos.
8. Logo que tiverdes tomado a cidade, pôr-lhe-eis fogo, fazendo
conforme a palavra do Senhor; olhai que vo-lo tenho mandado.
9. Assim
Josué os enviou, e eles se foram à emboscada, colocando-se entre Betel e Ai, ao
ocidente de Ai; porém Josué passou aquela noite no meio do povo.
10.
Levantando-se Josué de madrugada, passou o povo em revista; então subiu, com os
anciãos de Israel, adiante do povo contra Ai.
11. Todos os homens
armados que estavam com ele subiram e, aproximando-se pela frente da cidade,
acamparam-se ao norte de Ai, havendo um vale entre eles e Ai.
12.
Tomou também cerca de cinco mil homens, e pô-los de emboscada entre Betel e Ai,
ao ocidente da cidade.
13. Assim dispuseram o povo, todo o arraial ao
norte da cidade, e a sua emboscada ao ocidente da cidade. Marchou Josué aquela
noite até o meio do vale.
14. Quando o rei de Ai viu isto, ele e todo
o seu povo se apressaram, levantando-se de madrugada, e os homens da cidade
saíram ao encontro de Israel ao combate, ao lugar determinado, defronte da
planície; mas ele não sabia que se achava uma emboscada contra ele atrás da
cidade.
15. Josué, pois, e todo o Israel fingiram-se feridos diante
deles, e fugiram pelo caminho do deserto:
16. Portanto, todo o povo
que estava na cidade foi convocado para os perseguir; e seguindo eles após
Josué, afastaram-se da cidade.
17. Nem um só homem ficou em Ai, nem em
Betel, que não saísse após Israel; assim deixaram a cidade aberta, e seguiram a
Israel:
18. Então o Senhor disse a Josué: Estende para Ai a lança que
tens na mão; porque eu te entregarei. E Josué estendeu para a cidade a lança que
estava na sua mão.
19. E, tendo ele estendido a mão, os que estavam de
emboscada se levantaram apressadamente do seu lugar e, correndo, entraram na
cidade, e a tomaram; e, apressando-se, puseram fogo à cidade.
20.
Nisso, olhando os homens de Ai para trás, viram a fumaça da cidade, que subia ao
céu, e não puderam fugir nem para uma parte nem para outra, porque o povo que
fugia para o deserto se tornou contra eles.
21. E vendo Josué e todo o
Israel que a emboscada tomara a cidade, e que a fumaça da cidade subia, voltaram
e feriram os homens de Ai.
22. Também aqueles que estavam na cidade
lhes saíram ao encontro, e assim os de Ai ficaram no meio dos israelitas,
estando estes de uma e de outra parte; e feriram-nos, de sorte que não deixaram
ficar nem escapar nenhum deles.
23. Mas ao rei de Ai tomaram vivo, e o
trouxeram a Josué.
24. Quando os israelitas acabaram de matar todos os
moradores de Ai no campo, no deserto para onde os tinham seguido, e havendo
todos caído ao fio da espada até serem consumidos, então todo o Israel voltou
para Ai e a feriu a fio de espada.
25. Ora, todos os que caíram
naquele dia, assim homens como mulheres, foram doze mil, isto é, todos os de
Ai.
26. Pois Josué não retirou a mão, que estendera com a lança, até
destruir totalmente a todos os moradores de Ai.
27. Tão-somente os
israelitas tomaram para si o gado e os despojos da cidade, conforme a palavra
que o Senhor ordenara a Josué:
28. Queimou pois Josué a Ai, e a tornou
num perpétuo montão de ruínas, como o é até o dia de hoje.
29. Ao rei
de Ai enforcou num madeiro, deixando-o ali até a tarde. Ao pôr do sol, por ordem
de Josué, tiraram do madeiro o cadáver, lançaram-no à porta da cidade e
levantaram sobre ele um grande montão de pedras, que permanece até o dia de
hoje.
30. Então Josué edificou um altar ao Senhor Deus de Israel, no
monte Ebal,
31. como Moisés, servo do Senhor, ordenara aos filhos de
Israel, conforme o que está escrito no livro da lei de Moisés, a saber: um altar
de pedras brutas, sobre as quais não se levantara ferramenta; e ofereceram sobre
ele holocaustos ao Senhor, e sacrificaram ofertas pacíficas.
32.
Também ali, na presença dos filhos de Israel, escreveu em pedras uma cópia da
lei de Moisés, a qual este escrevera.
33. E todo o Israel, tanto o
estrangeiro como o natural, com os seus anciãos, oficiais e juízes, estava de um
e de outro lado da arca, perante os levitas sacerdotes que levavam a arca do
pacto do Senhor; metade deles em frente do monte Gerizim, e a outra metade em
frente do monte Ebal, como Moisés, servo do Senhor, dantes ordenara, para que
abençoassem o povo de Israel.
34. Depois leu em alta voz todas as
palavras da lei, a bênção e a maldição, conforme tudo o que está escrito no
livro da lei.
35. Palavra nenhuma houve, de tudo o que Moisés
ordenara, que Josué não lesse perante toda a congregação de Israel, e as
mulheres, e os pequeninos, e os estrangeiros que andavam no meio
deles.
[Josué 9]Josué 9
1.
Depois sucedeu que, ouvindo isto todos os reis que estavam além do Jordão, na
região montanhosa, na baixada e em toda a costa do grande mar, defronte do
Líbano, os heteus, os amorreus, os cananeus, os perizeus, os heveus, e os
jebuseus
2. se ajuntaram de comum acordo para pelejar contra Josué e
contra Israel.
3. Ora, os moradores de Gibeão, ouvindo o que Josué
fizera a Jericó e a Ai.
4. usaram de astúcia: foram e se fingiram
embaixadores, tomando sacos velhos sobre os seus jumentos, e odres de vinho
velhos, rotos e recosidos,
5. tendo nos seus pés sapatos velhos e
remendados, e trajando roupas velhas; e todo o pão que traziam para o caminho
era seco e bolorento.
6. E vieram a Josué, ao arraial em Gilgal, e
disseram a ele e aos homens de Israel: Somos vindos duma terra longínqua; fazei,
pois, agora pacto conosco.
7. Responderam os homens de Israel a estes
heveus: Bem pode ser que habiteis no meio de nós; como pois faremos pacto
convosco?
8. Então eles disseram a Josué: Nós somos teus servos. Ao
que lhes perguntou Josué: Quem sois vós? e donde vindes?
9.
Responderam-lhe: Teus servos vieram duma terra mui distante, por causa do nome
do Senhor teu Deus, porquanto ouvimos a sua fama, e tudo o que fez no
Egito,
10. e tudo o que fez aos dois reis dos amorreus, que estavam
além do Jordão, a Siom, rei de Hesbom, e a Ogue, rei de Basã, que estava em
Astarote.
11. Pelo que nossos anciãos e todos os moradores da nossa
terra nos falaram, dizendo: Tomai nas mãos provisão para o caminho, e ide-lhes
ao encontro, e dizei-lhes: Nós somos vossos servos; fazei, pois, agora pacto
conosco.
12. Este nosso pão tomamo-lo quente das nossas casas para
nossa provisão, no dia em que saímos para vir ter convosco, e ei-lo aqui agora
seco e bolorento;
13. estes odres, que enchemos de vinho, eram novos,
e ei-los aqui já rotos; e esta nossa roupa e nossos sapatos já envelheceram em
razão do mui longo caminho.
14. Então os homens de Israel tomaram da
provisão deles, e não pediram conselho ao Senhor.
15. Assim Josué fez
paz com eles; também fez um pacto com eles, prometendo poupar-lhes a vida; e os
príncipes da congregação lhes prestaram juramento.
16. Três dias
depois de terem feito pacto com eles, ouviram que eram vizinhos e que moravam no
meio deles.
17. Tendo partido os filhos de Israel, chegaram ao
terceiro dia às cidades deles, que eram Gibeom, Cefira, Beerote e
Quiriate-Jearir.
18. Mas os filhos de Israel não os mataram, porquanto
os príncipes da congregação lhes haviam prestado juramento pelo Senhor, o Deus
de Israel; pelo que toda a congregação murmurava contra os
príncipes.
19. Mas os príncipes disseram a toda a congregação: Nós
lhes prestamos juramento pelo Senhor, o Deus de Israel, e agora não lhes podemos
tocar.
20. Isso cumpriremos para com eles, poupando-lhes a vida, para
que não haja ira sobre nós, por causa do juramento que lhes
fizemos.
21. Disseram, pois, os príncipes: Vivam. Assim se tornaram
rachadores de lenha e tiradores de água para toda a congregação, como os
príncipes lhes disseram.
22. Então Josué os chamou, e lhes disse: Por
que nos enganastes, dizendo: Mui longe de vós habitamos, morando vós no meio de
nós?
23. Agora, pois, sois malditos, e dentre vós nunca deixará de
haver servos, rachadores de lenha e tiradores de água para a casa do meu
Deus.
24. Respondendo a Josué, disseram: Porquanto foi anunciado aos
teus servos que o Senhor teu Deus ordenou a Moisés, seu servo, que vos desse
toda esta terra, e destruísse todos os seus moradores diante de vós, temíamos
muito pelas nossas vidas por causa de vós, e fizemos isso.
25. E eis
que agora estamos na tua mão; faze aquilo que te pareça bom e reto que se nos
faça.
26. Assim pois ele lhes fez, e livrou-os das mãos dos filhos de
Israel, de sorte que estes não os mataram.
27. Mas, naquele dia, Josué
os fez rachadores de lenha e tiradores de água para a congregação e para o altar
do Senhor, no lugar que ele escolhesse, como ainda o são.
[Josué 10]Josué 10
1. Quando Adoni-Zedeque, rei de
Jerusalém, ouviu que Josué tomara a Ai, e a destruíra totalmente (pois este
fizera a Ai e ao seu rei como tinha feito a Jericó e ao seu rei), e que os
moradores de Gibeom tinham feito paz com os israelitas, e estavam no meio
deles,
2. temeu muito, pois Gibeom era uma cidade grande como uma das
cidades reais, e era ainda maior do que Ai, e todos os seus homens eram
valorosos.
3. Pelo que Adoni-Zedeque, rei de Jerusalém, enviou
mensageiros a Hoão, rei de Hebrom, a Pirã, rei de Jarmute, a Jafia, rei de
Laquis, e a Debir, rei de Eglom, para lhes dizer:
4. Subi a mim, e
ajudai-me; firamos a Gibeom, porquanto fez paz com Josué e com os filhos de
Israel.
5. Então se ajuntaram, e subiram cinco reis dos amorreus, o
rei de Jerusalém, o rei de Hebrom, o rei de Jarmute, o rei de Laquis, o rei de
Eglom, eles e todos os seus exércitos, e sitiaram a Gibeom e pelejaram contra
ela.
6. Enviaram, pois, os homens de Gibeom a Josué, ao arraial em
Gilgal, a dizer-lhe: Não retires de teus servos a tua mão; sobe apressadamente a
nós, e livra-nos, e ajuda-nos, porquanto se ajuntaram contra nós todos os reis
dos amorreus, que habitam na região montanhosa.
7. Josué, pois, subiu
de Gilgal com toda a gente de guerra e todos os homens valorosos.
8. E
o Senhor disse a Josué: Não os temas, porque os entreguei na tua mão; nenhum
deles te poderá resistir.
9. E Josué deu de repente sobre eles, tendo
marchado a noite toda, subindo de Gilgal;
10. e o Senhor os pôs em
desordem diante de Israel, que os desbaratou com grande matança em Gibeom, e os
perseguiu pelo caminho que sobe a Bete-Horom, ferindo-os até Azeca e
Maqueda.
11. Pois, quando eles iam fugindo de diante de Israel, à
descida de Bete-Horom, o Senhor lançou sobre eles, do céu, grandes pedras até
Azeca, e eles morreram; e foram mais os que morreram das pedras da saraiva do
que os que os filhos de Israel mataram à espada.
12. Então Josué falou
ao Senhor, no dia em que o Senhor entregou os amorreus na mão dos filhos de
Israel, e disse na presença de Israel: Sol, detém-se sobre Gibeom, e tu, lua,
sobre o vale de Aijalom.
13. E o sol se deteve, e a lua parou, até que
o povo se vingou de seus inimigos. Não está isto escrito no livro de Jasar? O
sol, pois, se deteve no meio do céu, e não se apressou a pôr-se, quase um dia
inteiro.
14. E não houve dia semelhante a esse, nem antes nem depois
dele, atendendo o Senhor assim à voz dum homem; pois o Senhor pelejava por
Israel.
15. Depois voltou Josué, e todo o Israel com ele, ao arraial
em Gilgal.
16. Aqueles cinco reis, porém, fugiram e se esconderam na
caverna que há em Maqueda.
17. E isto foi anunciado a Josué nestas
palavras: Acharam-se os cinco reis escondidos na caverna em
Maqueda.
18. Disse, pois, Josué: Arrastai grandes pedras para a boca
da caverna, e junto a ela ponde homens que os guardem.
19. Vós, porém,
não vos detenhais; persegui os vossos inimigos, matando os que vão ficando
atrás; não os deixeis entrar nas suas cidades, porque o Senhor vosso Deus já
vo-los entregou nas mãos.
20. Quando Josué e os filhos de Israel
acabaram de os ferir com mui grande matança, até serem eles exterminados, e os
que ficaram deles se retiraram às cidades fortificadas,
21. todo o
povo voltou em paz a Josué, ao arraial em Maqueda. Não havia ninguém que movesse
a sua língua contra os filhos de Israel.
22. Depois disse Josué: Abri
a boca da caverna, e trazei-me para fora aqueles cinco reis.
23.
Fizeram, pois, assim, e trouxeram-lhe aqueles cinco reis para fora da caverna: o
rei de Jerusalém, o rei de Hebrom, o rei de Jarmute, o rei de Laquis, e o rei de
Eglom.
24. Quando os trouxeram a Josué, este chamou todos os homens de
Israel, e disse aos comandantes dos homens de guerra que o haviam acompanhado:
Chegai-vos, ponde os pés sobre os pescoços destes reis. E eles se chegaram e
puseram os pés sobre os pescoços deles.
25. Então Josué lhes disse:
Não temais, nem vos atemorizeis; esforçai-vos e tende bom ânimo, porque assim
fará o Senhor a todos os vossos inimigos, contra os quais haveis de
pelejar.
26. Depois disto Josué os feriu, e os matou, e os pendurou em
cinco madeiros, onde ficaram pendurados até a tarde.
27. Ao pôr do
sol, por ordem de Josué, tiraram-nos dos madeiros, lançaram-nos na caverna em
que se haviam escondido, e puseram à boca da mesma grandes pedras, que ainda ali
estão até o dia de hoje.
28. Naquele mesmo dia Josué tomou a Maqueda,
e feriu-a a fio de espada, bem como a seu rei; totalmente os destruiu com todos
os que nela havia, sem deixar ali nem sequer um. Fez, pois, ao rei de Maqueda
como fizera ao rei de Jericó.
29. De Maqueda, Josué, e todo o Israel
com ele, passou a Libna, e pelejou contra ela.
30. E a esta também, e
a seu rei, o Senhor entregou na mão de Israel, que a feriu a fio de espada com
todos os que nela havia, sem deixar ali nem sequer um. Fez, pois, ao seu rei
como fizera ao rei de Jericó.
31. De Libna, Josué, e todo o Israel com
ele, passou a Laquis, e a sitiou, e pelejou contra ela.
32. O Senhor
entregou também a Laquis na mão de Israel, que a tomou no segundo dia, e a feriu
a fio de espada com todos os que nela havia, conforme tudo o que fizera a
Libna.
33. Então Horão, rei de Gezer, subiu para ajudar a Laquis;
porém Josué o feriu, a ele e ao seu povo, até não lhe deixar nem sequer
um.
34. De Laquis, Josué, e todo o Israel com ele, passou a Eglom, e a
sitiaram, e pelejaram contra ela,
35. e no mesmo dia a tomaram,
ferindo-a a fio de espada; destruiu totalmente nesse mesmo dia todos os que nela
estavam, conforme tudo o que fizera a Laquis.
36. De Eglom, Josué, e
todo o Israel com ele, subiu a Hebrom; pelejaram contra ela,
37.
tomaram-na, e a feriram ao fio da espada, bem como ao seu rei, e a todas as suas
cidades, com todos os que nelas havia. A ninguém deixou com vida, mas, conforme
tudo o que fizera a Eglom, a destruiu totalmente, com todos os que nela
havia.
38. Então Josué, e todo o Israel com ele, voltou a Debir,
pelejou contra ela,
39. e a tomou com o seu rei e com todas as suas
cidades; feriu-as a fio de espada, e a todos os que nelas havia destruiu
totalmente, não deixando nem sequer um. Como fizera a Hebrom, e como fizera
também a Libna e ao seu rei, assim fez a Debir e ao seu rei.
40. Assim
feriu Josué toda aquela terra, a região montanhosa, o Negebe, a baixada, e as
faldas das montanhas, e a todos os seus reis. Não deixou nem sequer um; mas a
tudo o que tinha fôlego destruiu totalmente, como ordenara o Senhor, o Deus de
Israel:
41. Assim Josué os feriu desde Cades-Barnéia até Gaza, como
também toda a terra de Gósem, até Gibeom.
42. E de uma só vez tomou
Josué todos esses reis e a sua terra, porquanto o Senhor, o Deus de Israel,
pelejava por Israel.
43. Então Josué, e todo o Israel com ele, voltou
ao arraial em Gilgal.
[Josué 11]Josué
11
1. Quando Jabim, rei de Hazor, ouviu isso, enviou
mensageiros a Jobabe, rei de Madom, e ao rei de Sinrom, e ao rei de
Acsafe,
2. e aos reis que estavam ao norte, na região montanhosa, na
Arabá ao sul de Quinerote, na baixada, e nos planaltos de Dor ao
ocidente;
3. ao cananeu do oriente e do ocidente, ao amorreu, ao
heteu, ao perizeu, ao jebuseu na região montanhosa, e ao heveu ao pé de Hermom
na terra de Mizpá.
4. Saíram pois eles, com todos os seus exércitos,
muito povo, em multidão como a areia que está na praia do mar, e muitíssimos
cavalos e carros.
5. Todos esses reis, reunindo-se, vieram e juntos se
acamparam às águas de Merom, para pelejarem contra Israel.
6. Disse o
Senhor a Josué: Não os temas, pois amanhã a esta hora eu os entregarei todos
mortos diante de Israel. Os seus cavalos jarretarás, e os seus carros queimarás
a fogo.
7. Josué, pois, com toda a gente de guerra, sobreveio-lhes de
repente às águas de Merom, e deu sobre eles.
8. E o Senhor os entregou
na mão dos israelitas, que os feriram e os perseguiram até a grande Sidom, e até
Misrefote-Maim, e até o vale de Mizpe ao oriente; e feriram-nos até não lhes
deixar nem sequer um.
9. Fez-lhes Josué como o Senhor lhe dissera: os
seus cavalos jarretou, e os seus carros queimou a fogo.
10. Naquele
tempo Josué voltou e tomou também a Hazor, e feriu à espada ao seu rei,
porquanto Hazor dantes era a cabeça de todos estes reinos.
11. E
passaram ao fio da espada a todos os que nela havia, destruindo-os totalmente;
nada restou do que tinha fôlego; e a Hazor ele queimou a fogo.
12.
Josué, pois, tomou todas as cidades desses reis, e a eles mesmos, e os passou ao
fio da espada, destruindo-os totalmente, como ordenara Moisés, servo do
Senhor.
13. Contudo, quanto às cidades que se achavam sobre os seus
altos, a nenhuma delas queimou Israel, salvo somente a Hazor; a essa Josué
queimou.
14. Mas todos os despojos dessas cidades, e o gado,
tomaram-nos os filhos de Israel como presa para si; porém feriram ao fio da
espada todos os homens, até os destruírem; nada deixaram do que tinha fôlego de
vida.
15. Como o Senhor ordenara a Moisés, seu servo, assim Moisés
ordenou a Josué, e assim Josué o fez; não deixou de fazer coisa alguma de tudo o
que o Senhor ordenara a Moisés.
16. Assim Josué tomou toda aquela
terra, a região montanhosa, todo o Negebe, e toda a terra de Gósem e a baixada,
e a Arabá, e a região montanhosa de Israel com a sua baixada,
17.
desde o monte Halaque, que sobe a Seir, até Baal-Gade, no vale do Líbano, ao pé
do monte Hermom; também tomou todos os seus reis, e os feriu e os
matou.
18. Por muito tempo Josué fez guerra contra todos esses
reis.
19. Não houve cidade que fizesse paz com os filhos de Israel,
senão os heveus, moradores de Gibeão; a todas tomaram à força de
armas.
20. Porquanto do Senhor veio o endurecimento dos seus corações
para saírem à guerra contra Israel, a fim de que fossem destruídos totalmente, e
não achassem piedade alguma, mas fossem exterminados, como o Senhor tinha
ordenado a Moisés.
21. Naquele tempo veio Josué, e exterminou os
anaquins da região montanhosa de Hebrom, de Debir, de Anabe, de toda a região
montanhosa de Judá, e de toda a região montanhosa de Israel; Josué os destruiu
totalmente com as suas cidades.
22. Não foi deixado nem sequer um dos
anaquins na terra dos filhos de Israel; somente ficaram alguns em Gaza, em Gate,
e em Asdode.
23. Assim Josué tomou toda esta terra conforme tudo o que
o Senhor tinha dito a Moisés; e Josué a deu em herança a Israel, pelas suas
divisões, segundo as suas tribos; e a terra repousou da guerra.
[Josué
12]Josué 12
1. Estes, pois, são os
reis da terra, aos quais os filhos de Israel feriram e cujas terras possuíram,
do Jordão para o nascente do sol, desde o vale do Arnom até o monte Hermom, e
toda a Arabá para o oriente:
2. Siom, rei dos amorreus, que habitava
em Hesbom e que dominava desde Aroer, que está a borda do vale do Arnom, e desde
o meio do vale, e a metade de Gileade, até o ribeiro Jaboque, termo dos
amonitas;
3. e a Arabá até o mar de Quinerote para o oriente, e até o
mar da Arabá, o Mar Salgado, para o oriente, pelo caminho de Bete-Jesimote, e no
sul abaixo das faldas de Pisga;
4. como também o termo de Ogue, rei de
Basã, que era do restante dos refains, o qual habitava em Astarote, e em
Edrei,
5. e dominava no monte Hermom, e em Salca, e em toda a Basã,
até o termo dos gesureus e dos maacateus, e metade de Gileade, termo de Seom,
rei de Hesbom.
6. Moisés, servo do Senhor, e os filhos de Israel os
feriram; e Moisés, servo do Senhor, deu essa terra em possessão aos rubenitas, e
aos gaditas, e à meia tribo de Manassés:
7. E estes são os reis da
terra, aos quais Josué e os filhos de Israel feriram, do Jordão para o ocidente,
desde Baal-Gade, no vale do Líbano, até o monte Halaque, que sobe a Seir (e
Josué deu as suas terras às tribos de Israel em possessão, segundo as suas
divisões,
8. isto é, o que havia na região montanhosa, na baixada, na
Arabá, nas faldas das montanhas, no deserto e no Negebe: o heteu, o amorreu, e o
cananeu, o perizeu, o heveu, e o jebuseu);
9. o rei de Jericó, o rei
de Ai, que está ao lado de Betel,
10. o rei de Jerusalém, o rei de
Hebrom,
11. o rei de Jarmute, o rei de Laquis,
12. o rei de
Eglom, o rei de Gezer,
13. o rei de Debir, o rei de
Geder,
14. o rei de Horma, o rei de Arade,
15. o rei de
Libna, o rei de Adulão,
16. o rei de Maqueda, o rei de
Betel,
17. o rei de Tapua, o rei de Hefer,
18. o rei de
Afeque, o rei de Lassarom,
19. o rei de Madom, o rei de
Hazor,
20. o rei de Sinrom-Merom, o rei de Acsafe,
21. o rei
de Taanaque, o rei de Megido,
22. o rei de Quedes, o rei de Jocneão do
Carmelo,
23. o rei de Dor no outeiro de Dor, o rei de Goim em
Gilgal,
24. o rei de Tirza: trinta e um reis ao todo.
[Josué
13]Josué 13
1. Era Josué já velho e
avançado em anos, quando lhe disse o Senhor: Já estás velho e avançado em anos,
e ainda fica muitíssima terra para se possuir.
2. A terra que ainda
fica é esta: todas as regiões dos filisteus, bem como todas as dos
gesureus,
3. desde Sior, que está defronte do Egito, até o termo de
Ecrom para o norte, que se tem como pertencente aos cananeus; os cinco chefes
dos filisteus; o gazeu, o asdodeu, o asqueloneu, o giteu, e o ecroneu; também os
aveus;
4. no sul toda a terra, dos cananeus, e Meara, que pertence aos
sidônios, até Afeca, até o termo dos amorreus;
5. como também a terra
dos Gebalitas, e todo o Líbano para o nascente do sol, desde Baal-Gade, ao pé do
monte Hermom, até a entrada de Hamate;
6. todos os habitantes da
região montanhosa desde o Líbano até Misrefote-Maim, a saber, todos os sidônios.
Eu os lançarei de diante dos filhos de Israel; tão-somente reparte a terra a
Israel por herança, como já te mandei.
7. Reparte, pois, agora esta
terra por herança às nove tribos, e à meia tribo de Manassés.
8. Com a
outra meia tribo os rubenitas e os gaditas já haviam recebido a sua herança do
Jordão para o oriente, a qual Moisés, servo do Senhor, lhes tinha
dado:
9. desde Aroer, que está à borda do vale do Arnom, e a cidade
que está no meio do vale, e todo o planalto de Medeba até Dibom;
10. e
todas as cidades de Siom, rei dos amorreus, que reinou em Hesbom, até o termo
dos amonitas;
11. e Gileade, e o território dos gesureus e dos
maacateus, e todo o monte Hermom, e toda a Basã até Salca;
12. todo o
reino de Ogue em Basã, que reinou em Astarote e em Edrei (ele era dos refains
que ficaram); pois que Moisés os feriu e expulsou.
13. Contudo os
filhos de Israel não expulsaram os gesureus nem os maacateus, os quais ficaram
habitando no meio de Israel até o dia de hoje.
14. Tão-somente à tribo
de Levi não deu herança; as ofertas queimadas ao Senhor, Deus de Israel, são a
sua herança, como lhe tinha dito.
15. Assim Moisés deu herança à tribo
dos filhos de Rúben conforme as suas famílias.
16. E foi o seu
território desde Aroer, que está à borda do vale do , e a cidade que está no
meio do vale, e todo o planalto junto a Medeba;
17. Hesbom, e todas as
suas cidades que estão no planalto; Dibom, Bamote-Baal e
Bete-Baal-Meom;
18. Jaza, Quedemote e Mefaate;
19.
Quiriataim, Sibma e Zerete-Saar, no monte do vale;
20. Bete-Peor, as
faldas de Pisga e Bete-Jesimote;
21. todas as cidades do planalto, e
todo o reino de Siom, rei dos amorreus, que reinou em Hesbom, a quem Moisés
feriu juntamente com os príncipes de Midiã: Evi, Requem, Zur, Hur e Reba,
príncipes de Siom, que moravam naquela terra.
22. Também ao adivinho
Balaão, filho de Beor, os filhos de Israel mataram à espada, juntamente com os
demais que por eles foram mortos.
23. E ficou sendo o Jordão o termo
dos filhos de Rúben. Essa região, com as suas cidades e aldeias, foi a herança
dos filhos de Rúben, segundo as suas famílias.
24. Também deu Moisés
herança à tribo de Gade, aos filhos de Gade, segundo as suas
famílias.
25. E foi o seu território Jazer, e todas as cidades de
Gileade, e metade da terra dos amonitas, até Aroer, que está defronte de
Rabá;
26. e desde Hesbom até Ramá-Mizpe, e Betonim, e desde Maanaim
até o termo de Debir;
27. e no vale, Bete-Arã, Bete-Ninra, Sucote e
Zafom, resto do reino de Siom, rei de Hesbom, tendo o Jordão por termo, até a
extremidade do mar de Quinerete, do Jordão para o oriente.
28. Essa
região, com as suas cidades e aldeias, foi a herança dos filhos da Gade, segundo
as suas famílias.
29. Também deu Moisés herança à meia tribo de
Manassés; a qual foi repartida à meia tribo dos filhos de Manassés segundo as
suas famílias.
30. Foi o seu território desde Maanaim; toda a Basã,
todo o reino de Ogue, rei de Basã, e todas as aldeias de Jair, que estão em
Basã, sessenta ao todo;
31. e metade de Gileade, e Astarote, e Edrei,
cidades do reino de Ogue, em Basã, foram para os filhos de Maquir, filho de
Manassés, isto é, para a metade dos filhos de Maquir, segundo as suas
famílias.
32. Isso é o que Moisés repartiu em herança nas planícies de
Moabe, do Jordão para o oriente, na altura de Jericó.
33. Contudo, à
tribo de Levi Moisés não deu herança; o Senhor, Deus de Israel, é a sua herança,
como lhe tinha dito.
[Josué 14]Josué
14
1. Estas, pois, são as heranças que os filhos de
Israel receberam na terra de Canaã, as quais Eleazar, o sacerdote, e Josué,
filho de Num, e os cabeças das casas paternas das tribos dos filhos de Israel
lhes repartiram.
2. Foi feita por sorte a partilha da herança entre as
nove tribos e meia, como o Senhor ordenara por intermédio de
Moisés.
3. Porquanto às duas tribos e meia Moisés já dera herança além
do Jordão; mas aos levitas não deu herança entre eles.
4. Os filhos de
José eram duas tribos, Manassés e Efraim; e aos levitas não se deu porção na
terra, senão cidades em que habitassem e os arrabaldes delas para o seu gado e
para os seus bens. :
5. Como o Senhor ordenara a Moisés, assim fizeram
os filhos de Israel e repartiram a terra.
6. Então os filhos de Judá
chegaram a Josué em Gilgal; e Calebe, filho de Jefoné o quenezeu, lhe disse: Tu
sabes o que o Senhor falou a Moisés, homem de Deus, em Cades-Barnéia, a respeito
de mim e de ti.
7. Quarenta anos tinha eu quando Moisés, servo do
Senhor, me enviou de Cades-Barnéia para espiar a terra, e eu lhe trouxe
resposta, como sentia no meu coração.
8. Meus irmãos que subiram
comigo fizeram derreter o coração o povo; mas eu perseverei em seguir ao Senhor
meu Deus.
9. Naquele dia Moisés jurou, dizendo: Certamente a terra em
que pisou o teu pé te será por herança a ti e a teus filhos para sempre, porque
perseveraste em seguir ao Senhor meu Deus.
10. E agora eis que o
Senhor, como falou, me conservou em vida estes quarenta e cinco anos, desde o
tempo em que o Senhor falou esta palavra a Moisés, andando Israel ainda no
deserto; e eis que hoje tenho já oitenta e cinco anos;
11. ainda hoje
me acho tão forte como no dia em que Moisés me enviou; qual era a minha força
então, tal é agora a minha força, tanto para a guerra como para sair e
entrar.
12. Agora, pois, dá-me este monte de que o Senhor falou
naquele dia; porque tu ouviste, naquele dia, que estavam ali os anaquins, bem
como cidades grandes e fortificadas. Porventura o Senhor será comigo para os
expulsar, como ele disse.
13. Então Josué abençoou a Calebe, filho de
Jefoné, e lhe deu Hebrom em herança.
14. Portanto Hebrom ficou sendo
herança de Calebe, filho de Jefoné o quenezeu, até o dia de hoje, porquanto
perseverara em seguir ao Senhor Deus de Israel.
15. Ora, o nome de
Hebrom era outrora Quiriate-Arba, porque Arba era o maior homem entre os
anaquins. E a terra repousou da guerra.
[Josué 15]Josué
15
1. A sorte que coube à tribo dos filhos de Judá,
segundo as suas famílias, se estende até o termo de Edom, até o deserto de Zim
para o sul, na extremidade do lado meridional
2. O seu termo
meridional, partindo da extremidade do Mar Salgado, da baía que dá para o
sul,
3. estende-se para o sul, até a subida de Acrabim, passa a Zim,
sobe pelo sul de Cades-Barnéia, passa por Hezrom, sobe a Adar, e vira para
Carca;
4. daí passa a Azmom, chega até o ribeiro do Egito, e por ele
vai até o mar. Este será o vosso termo meridional.
5. O termo oriental
é o Mar Salgado, até a foz do Jordão. O termo setentrional, partindo da baía do
mar na foz do Jordão,
6. sobe até Bete-Hogla, passa ao norte de
Bete-Arabá, e sobe até a pedra de Boã, filho de Rúben;
7. sobe mais
este termo a Debir, desde o vale de Acor, indo para o norte em direção a Gilgal,
a qual está defronte da subida de Adumim, que se acha ao lado meridional do
ribeiro; então continua este termo até as águas de En-Semes, e os seus extremos
chegam a En-Rogel;
8. sobe ainda pelo vale de Ben-Hinom, até a
saliência meridional do monte jebuseu (isto é, Jerusalém); sobe ao cume do monte
que está fronteiro ao vale de Hinom para o ocidente, na extremidade do vale dos
refains para o norte;
9. do cume do monte se estende até a fonte das
águas de Neftoa e, seguindo até as cidades do monte de Efrom, estende-se ainda
até Baalá (esta é Quiriate-Jearim) ;
10. de Baalá este termo volta
para o ocidente, até o monte Seir, passa ao lado do monte Jearim da banda do
norte (este é Quesalom) , desce a Bete-Semes e passa por Timna;
11.
segue mais este termo até o lado de Ecrom para o norte e, indo para Siquerom e
passando o monte de Baalá, chega a Jabneel; e assim este termo finda no
mar.
12. O termo ocidental é o mar grande. São esses os termos dos
filhos de Judá ao redor, segundo as suas famílias.
13. Deu-se, porém,
a Calebe, filho de Jefoné, uma porção no meio dos filhos de Judá, conforme a
ordem do Senhor a Josué, a saber, Quiriate-Arba, que é Hebrom (Arba era o pai de
Anaque).
14. E Calebe expulsou dali os três filhos de Anaque: Sesai,
Aimã e Talmai, descendentes de Anaque.
15. Dali subiu contra os
habitantes de Debir. Ora, o nome de Debir era dantes
Quiriate-Sefer.
16. Disse então Calebe: A quem atacar Quiriate-Sefer e
a tomar, darei a minha filha Acsa por mulher.
17. Tomou-a, pois,
Otniel, filho de Quenaz, irmão de Calebe; e este lhe deu a sua filha Acsa por
mulher.
18. Estando ela em caminho para a casa de Otniel, persuadiu-o
que pedisse um campo ao pai dela. E quando ela saltou do jumento, Calebe lhe
perguntou: Que é que tens?
19. Respondeu ela: Dá-me um presente;
porquanto me deste terra no Negebe, dá-me também fontes d'água. Então lhe deu as
fontes superiores e as fontes inferiores.
20. Esta é a herança da
tribo dos filhos de Judá, segundo as suas famílias.
21. As cidades
pertencentes à tribo dos filhos de Judá, no extremo sul, para o lado de Edom,
são: Cabzeel, Eder, Jagur,
22. Quiná, Dimona, Adada,
23.
Quedes, Hazor, Itnã,
24. Zife, Telem, Bealote,
25.
Hazor-Hadada, Queriote-Hezrom (que é Hazor),
26. Amã, Sema,
Molada,
27. Hazar-Gada, Hesmom, Bete-Pelete,
28. Hazar-Sual,
Berseba, Biziotiá,
29. Baalá, Iim, Ezem,
30. Eltolade,
Quesil, Horma,
31. Ziclague, Madmana, Sansana,
32. Lebaote,
Silim, Aim e Rimom; ao todo, vinte e nove cidades, e as suas
aldeias.
33. Na baixada: Estaol, Zorá, Asná,
34. Zanoa,
En-Ganim, Tapua, Enã,
35. Jarmute, Adulão, Socó, Azeca,
36.
Saraim, Aditaim, Gedera e Gederotaim; catorze cidades e as suas
aldeias.
37. Zenã, Hadasa, Migdal-Gade,
38. Dileã, Mizpe,
Jocteel,
39. Laquis, Bozcate, Erglom,
40. Cabom, Laamás,
Quitlis,
41. Gederote, Bete-Dagom, Naamá e Maqueda; dezesseis cidades
e as suas aldeias.
42. Libna, Eter, Asã,
43. Iftá, Asná,
Nezibe,
44. Queila, Aczibe e Maressa; nove cidades e as suas
aldeias.
45. Ecrom, com as suas vilas e aldeias;
46. desde
Ecrom até o mar, todas as que estão nas adjacências de Asdode, e as suas
aldeias;
47. Asdode, com as suas vilas e aldeias; Gaza, com as suas
vilas e aldeias, até o rio do Egito, e o mar grande, que serve de
termo.
48. E na região montanhosa: Samir, Jatir, Socó,
49.
Daná, Quiriate-Saná (que é Debir),
50. Anabe, Estemó,
Anim,
51. Gósem Holom e Gilo; onze cidades e as suas
aldeias.
52. Arabe, Dumá, Esã,
53. Janim, Bete-Tapua,
Afeca,
54. Hunta, Quiriate-Arba (que é Hebrom) e Zior; nove cidades e
as suas aldeias.
55. Maom, Carmelo, Zife, Jutá,
56. Jizreel,
Jocdeão, Zanoa,
57. Caim, Gibeá e Timna; dez cidades e as suas
aldeias.
58. Halul, Bete-Zur, Gedor,
59. Maarate, Bete-Anote
e Eltecom; seis cidades e as suas aldeias.
60. Quiriate-Baal (que é
Quiriate-Jearim) e Rabá; duas cidades e as suas aldeias.
61. No
deserto: Bete-Arabá, Midim, Secaca,
62. Nibsã, a cidade do Sal e
En-Gedi; seis cidades e as suas aldeias.
63. Não puderam, porém, os
filhos de Judá expulsar os jebuseus que habitavam em Jerusalém; assim ficaram
habitando os jebuseus com os filhos de Judá em Jerusalém, até o dia de
hoje.
[Josué 16]Josué 16
1.
Saiu depois a sorte dos filhos de José, a qual, partindo do Jordão, na altura de
Jericó, junto às águas de Jericó ao oriente, se estende pelo deserto que sobe de
Jericó através da região montanhosa até Betel;
2. de Betel vai para
Luz, e passa ao termo dos arquitas, até Atarote;
3. desce para o
ocidente até o termo dos jafletitas, até o termo de Bete-Horom de baixo, e daí
até Gezer, indo terminar no mar.
4. Assim receberam a sua herança os
filhos de José, Manassés e Efraim.
5. Ora, fica o termo dos filhos de
Efraim, segundo as suas famílias, como se segue: para o oriente o termo da sua
herança é Atarote-Adar até Bete-Horom de cima;
6. sai este termo para
o ocidente junto a Micmetá ao norte e vira para o oriente até Taanate-Siló,
margeando-a a leste de Janoa;
7. desce de Janoa a Atarote e a Naarate,
toca em Jericó e termina no Jordão:
8. De Tapua estende-se para o
ocidente até o ribeiro de Caná, e vai terminar no mar. Esta é a herança da tribo
dos filhos de Efraim, segundo as suas famílias,
9. juntamente com as
cidades que se separaram para os filhos de Efraim no meio da herança dos filhos
de Manassés, todas as cidades e suas aldeias.
10. E não expulsaram aos
cananeus que habitavam em Gezer; mas os cananeus ficaram habitando no meio dos
efraimitas até o dia de hoje, e tornaram-se servos, sujeitos ao trabalho
forçado.
[Josué 17]Josué 17
1.
Também coube sorte à tribo de Manassés, porquanto era o primogênito de José.
Quanto a Maquir, o primogênito de Manassés, pai de Gileade, porquanto era homem
de guerra, obtivera Gileade e Basã.
2. Também os outros filhos de
Manassés tiveram a sua parte, segundo as suas famílias, a saber: os filhos de
Abiezer, os filhos de Heleque, os filhos de Asriel, os filhos de Siquém, os
filhos de Hefer, e os filhos de Semida. Esses são os filhos de Manassés, filho
de José, segundo as suas famílias.
3. Zelofeade, porém, filho de
Hefer, filho de Gileade, filho de Maquir, filho de Manassés, não teve filhos,
mas só filhas; e estes são os nomes de suas filhas: Macla, Noa, Hogla, Milca e
Tirza.
4. Estas, pois, se apresentaram diante de Eleazar, o sacerdote,
e diante de Josué, filho de Num, e diante dos príncipes, dizendo: O Senhor
ordenou a Moisés que se nos desse herança no meio de nossos irmãos. Pelo que se
lhes deu herança no meio dos irmãos de seu pai, conforme a ordem do
Senhor.
5. E couberam a Manassés dez quinhões, afora a terra de
Gileade e Basã, que está além do Jordão;
6. porque as filhas de
Manassés possuíram herança entre os filhos dele; e a terra de Gileade coube aos
outros filhos de Manassés.
7. Ora, o termo de Manassés vai desde Aser
até Micmetá, que está defronte de Siquém; e estende-se pela direita até os
moradores de En-Tapua.
8. A terra de Tapua ficou pertencendo a
Manassés; porém Tapua, junto ao termo de Manassés, pertencia aos filhos de
Efraim .
9. Então desce este termo ao ribeiro de Caná; a Efraim
couberam as cidades ao sul do ribeiro no meio das cidades de Manassés; o termo
de Manassés está ao norte do ribeiro, e vai até o mar.
10. Ao sul a
terra é de Efraim, e ao norte de Manassés, sendo o mar o seu termo. Estendem-se
ao norte até Aser, e ao oriente até Issacar
11. Porque em Issacar e em
Aser couberam a Manassés Bete-Seã e suas vilas, Ibleão e suas vilas, os
habitantes de Dor e suas vilas, os habitantes de En-Dor e suas vilas, os
habitantes de Taanaque e suas vilas, e os habitantes de Megido e suas vilas, com
os seus três outeiros.
12. Contudo os filhos de Manassés não puderam
expulsar os habitantes daquelas cidades, porquanto os cananeus persistiram em
habitar naquela terra.
13. Mas quando os filhos de Israel se tornaram
fortes, sujeitaram os cananeus a trabalhos forçados, porém não os expulsaram de
todo.
14. Então os filhos de José falaram a Josué, dizendo: Por que me
deste por herança apenas uma sorte e um quinhão, sendo eu um povo numeroso,
porquanto o Senhor até aqui me tem abençoado?
15. Respondeu-lhes
Josué: Se és povo numeroso, sobe ao bosque, e corta para ti lugar ali na terra
dos perizeus e dos refains, desde que a região montanhosa de Efraim te é
estreita demais.
16. Tornaram os filhos de José: A região montanhosa
não nos bastaria; além disso todos os cananeus que habitam na terra do vale têm
carros de ferro, tanto os de Bete-Seã e das suas vilas, como os que estão no
vale de Jizreel.
17. Então Josué falou a casa de José, isto é, a
Efraim e a Manassés, dizendo: Povo numeroso és tu, e tens grande força; não
terás uma sorte apenas;
18. porém a região montanhosa será tua; ainda
que é bosque, cortá-lo-ás, e as suas extremidades serão tuas; porque expulsarás
os cananeus, não obstante terem eles carros de ferro e serem
fortes:
[Josué 18]Josué 18
1.
Ora, toda a congregação dos filhos de Israel, havendo conquistado a terra, se
reuniu em Siló, e ali armou a tenda da revelação.
2. E dentre os
filhos de Israel restavam sete tribos que ainda não tinham repartido a sua
herança.
3. Disse, pois, Josué aos filhos de Israel: Até quando sereis
remissos em entrardes para possuir a terra que o Senhor Deus de vossos pais vos
deu?
4. Designai vós a três homens de cada tribo, e eu os enviarei; e
eles sairão a percorrer a terra, e a demarcarão segundo as suas heranças, e
voltarão a ter comigo.
5. Reparti-la-ão em sete partes; Judá ficará no
seu termo da banda do sul; e a casa de José ficará no seu termo da banda do
norte.
6. Sim, vós demarcareis a terra em sete partes, e me trareis a
mim a sua descrição; eu vos lançarei as sortes aqui perante o Senhor nosso
Deus.
7. Porquanto os levitas não têm parte no meio de vós, porque o
sacerdócio do Senhor é a sua herança; e Gade, Rúben e a meia tribo de Manassés
já receberam a sua herança além do Jordão para o oriente, a qual lhes deu
Moisés, servo do Senhor.
8. Então aqueles homens se aprontaram para
saírem; e Josué deu ordem a esses que iam demarcar a terra, dizendo: Ide,
percorrei a terra, e demarcai-a; então vinde ter comigo; e aqui em Siló vos
lançarei as sortes perante o Senhor.
9. Foram, pois, aqueles homens e,
passando pela terra, a demarcaram em sete partes segundo as suas cidades,
descrevendo-a num livro; e voltaram a Josué, ao arraial em Siló.
10.
Então Josué lhes lançou as sortes em Siló, perante o Senhor; e ali repartiu
Josué a terra entre os filhos de Israel, conforme as suas
divisões.
11. E surgiu a sorte da tribo dos filhos de Benjamim,
segundo as suas famílias, e coube-lhe o território da sua sorte entre os filhos
de Judá e os filhos de José.
12. O seu termo ao norte, partindo do
Jordão, vai até a saliência ao norte de Jericó e, subindo pela região montanhosa
para o ocidente, chega até o deserto de Bete-Áven;
13. dali passa até
Luz, ao lado de Luz (que é Betel) para o sul; e desce a Atarote-Adar, junto ao
monte que está ao sul de Bete-Horom de baixo;
14. e vai este termo
virando, pelo lado ocidental, para o sul desde o monte que está defronte de
Bete-Horom; e chega a Quiriate-Baal (que é Quiriate-Jearim), cidade dos filhos
de Judá. Esta é a sua fronteira ocidental.
15. A sua fronteira
meridional começa desde a extremidade de Quiriate-Jearim, e dali se estende até
Efrom, até a fonte das águas de Neftoa;
16. desce à extremidade do
monte que está fronteiro ao vale de Ben-Hinom, que está no vale dos refains,
para o norte; também desce ao vale de Hinom da banda dos jebuseus para o sul; e
desce ainda até En-Rogel;
17. passando para o norte, chega a En-Semes,
e dali sai a Gelilote, que está defronte da subida de Adumim; desce à pedra de
Boã, filho de Rúben;
18. segue para o norte, margeando a Arabá, e
desce ainda até a Arabá;
19. segue dali para o norte, ladeando
Bete-Hogla; e os seus extremos chegam à baía setentrional do Mar Salgado, na
extremidade meridional do Jordão. Esse é o termo do sul.
20. E o
Jordão é o seu termo oriental. Essa é a herança dos filhos de Benjamim, pelos
seus termos ao redor, segundo as suas famílias.
21. Ora, as cidades da
tribo dos filhos de Benjamim, segundo as suas famílias, são: Jericó, Bete-Hogla,
Emeque-Queziz,
22. Bete-Arabá, Zemaraim, Betel,
23. Avim,
Pará, Ofra,
24. Quefar-Ha-Amonai. Ofni e Gaba; doze cidades e as suas
aldeias.
25. Gibeão, Ramá, Beerote,
26. Mizpe, Cefira,
Moza,
27. Requem, Irpeel, Tarala,
28. Zela, Elefe e Jebus
(esta é Jerusalém), Gibeá e Quiriate; catorze cidades e as suas aldeias. Essa é
a herança dos filhos de Benjamim, segundo as suas famílias.
[Josué
19]Josué 19
1. Saiu a segunda sorte a
Simeão, isto é, à tribo dos filhos de Simeão, segundo as suas famílias; e foi a
sua herança no meio da herança dos filhos de Judá.
2. Tiveram, pois,
na sua herança: Berseba, Seba, Molada,
3. Hazar-Sual, Balá,
Ezem,
4. Eltolade, Betul, Horma,
5. Ziclague,
Bete-Marcabote, Hazar-Susa,
6. Bete-Lebaote e Saruém; treze cidades e
as suas aldeias.
7. Aim, Rimom, Eter e Asã; quatro cidades e as suas
aldeias;
8. e todas as aldeias que havia em redor dessas cidades, até
Baalate-Ber, que é Ramá do sul. Essa é a herança da tribo dos filhos de Simeão,
segundo as suas famílias.
9. Ora, do quinhão dos filhos de Judá
tirou-se a herança dos filhos de Simeão, porquanto a porção dos filhos de Judá
era demasiadamente grande para eles; pelo que os filhos de Simeão receberam
herança no meio da herança deles.
10. Surgiu a terceira sorte aos
filhos de Zebulom, segundo as suas famílias. Vai o termo da sua herança até
Saride;
11. sobe para o ocidente até Marala, estende-se até Dabesete,
e chega até o ribeiro que está defronte de Jocneão;
12. de Saride vira
para o oriente, para o nascente do sol, até o termo de Quislote-Tabor,
estende-se a Daberate, e vai subindo a Jafia;
13. dali passa para o
oriente a Gate-Hefer, a Ete-Cazim, chegando a Rimom-Metoar e virando-se para
Neá;
14. vira ao norte para Hanatom, e chega ao vale de
Iftael;
15. e Catate, Naalal, Sinrom, Idala e Belém; doze cidades e as
suas aldeias.
16. Essa é a herança dos filhos de Zebulom, segundo as
suas famílias, essas cidades e as suas aldeias.
17. A quarta sorte
saiu aos filhos de Issacar, segundo as suas famílias.
18. Vai o seu
termo até Jizreel, Quesulote, Suném.
19. Hafaraim, Siom,
Anaarate,
20. Rabite, Quisiom, Abes,
21. Remete, En-Ganim,
En-Hada e Bete-Pazez,
22. estendendo-se este termo até Tabor, Saazima
e Bete-Semes; e vai terminar no Jordão; dezesseis cidades e as suas
aldeias.
23. Essa é a herança da tribo dos filhos de Issacar, segundo
as suas famílias, essas cidades e as suas aldeias.
24. Saiu a quinta
sorte à tribo dos filhos de Aser, segundo as suas famílias.
25. O seu
termo inclui Helcate, Hali, Bétem, Acsafe,
26. Alameleque, Amade e
Misal; estende-se para o ocidente até Carmelo e Sior-Libnate;
27. vira
para o nascente do sol a Bete-Dagom; chega a Zebulom e ao vale de Iftael para o
norte, até Bete-Emeque e Neiel; estende-se pela esquerda até
Cabul,
28. Ebrom, Reobe, Hamom e Caná, até a grande
Sidom;
29. vira para Ramá, e para a cidade fortificada de Tiro,
desviando-se então para Hosa, donde vai até o mar; Maalabe,
Aczibe,
30. Umá, Afeca e Reobe; ao todo, vinte e duas cidades e as
suas aldeias.
31. Essa é a herança da tribo dos filhos de Aser,
segundo as suas famílias, essas cidades e as suas aldeias.
32. Saiu a
sexta sorte aos filhos de Naftali, segundo as suas famílias.
33. Vai o
seu termo desde Helefe e desde o carvalho em Zaananim, e Adâmi-Nequebe e
Jabneel, até Lacum, terminando no Jordão;
34. vira para o ocidente até
Aznote-Tabor, e dali passa a Hucoque; chega a Zebulom, da banda do sul, e a
Aser, da banda do ocidente, e a Judá, à margem do Jordão, para o
oriente.
35. E são as cidades fortificadas: Zidim, Zer, Hamate,
Racate, Quinerete,
36. Adama, Ramá, Hazor,
37. Quedes,
Edrei, En-Hazor,
38. Irom, Migdal-El, Horem, Bete-Anate e Bete-Semes;
dezenove cidades e as suas aldeias.
39. Essa é a herança da tribo dos
filhos de Naftali, segundo as suas famílias, essas cidades e as suas
aldeias.
40. A sétima sorte saiu à tribo dos filhos de Dã, segundo as
suas famílias.
41. O termo da sua herança inclui: Zorá, Estaol,
Ir-Semes,
42. Saalabim, Aijalom, Itla,
43. Elom, Timnate,
Ecrom,
44. Elteque, Gibetom, Baalate,
45. Jeúde,
Bene-Beraque, Gate-Rimom,
46. Me-Jarcom e Racom, com o território
defronte de Jope.
47. Saiu, porém, pequena o território dos filhos de
Dã; pelo que os filhos de Dã subiram, pelejaram contra Lesem e a tomaram;
feriram-na ao fio da espada, tomaram posse dela e habitaram-na; e a Lesem
chamaram Dã, conforme o nome de Dã, seu pai.
48. Essa é a herança da
tribo dos filhos de Dã, segundo as suas famílias, essas cidades e as suas
aldeias.
49. Tendo os filhos de Israel acabado de repartir a terra em
herança segundo os seus termos, deram a Josué, filho de Num, herança no meio
deles.
50. Segundo a ordem do Senhor lhe deram a cidade que pediu,
Timnate-Sera, na região montanhosa de Efraim; e ele reedificou a cidade, e
habitou nela.
51. Essas são as heranças que Eleazar, o sacerdote, e
Josué, filho de Num, e os cabeças das casas paternas nas tribos dos filhos de
Israel repartiram em herança por sorte em Siló, perante o Senhor, à porta da
tenda da revelação. E assim acabaram de repartir a terra.
[Josué 20]Josué 20
1. Falou mais o Senhor a
Josué:
2. Dize aos filhos de Israel: Designai para vós as cidades de
refúgio, de que vos falei por intermédio de Moisés,
3. a fim de que
fuja para ali o homicida, que tiver matado alguma pessoa involuntariamente, e
não com intento; e elas vos servirão de refúgio contra o vingador do
sangue.
4. Fugindo ele para uma dessas cidades, apresentar-se-á à
porta da mesma, e exporá a sua causa aos anciãos da tal cidade; então eles o
acolherão ali e lhe darão lugar, para que habite com eles.
5. Se,
pois, o vingador do sangue o perseguir, não lhe entregarão o homicida, porquanto
feriu a seu próximo sem intenção e sem odiá-lo dantes.
6. E habitará
nessa cidade até que compareça em juizo perante a congregação, até que morra o
sumo sacerdote que houver naqueles dias; então o homicida voltará, e virá à sua
cidade e à sua casa, à cidade donde tiver fugido.
7. Então designaram
a Quedes na Galiléia, na região montanhosa de Naftali, a Siquém na região
montanhosa de Efraim, e a Quiriate-Arba (esta é Hebrom) na região montanhosa de
Judá.
8. E, além do Jordão na altura de Jericó para o oriente,
designaram a Bezer, no deserto, no planalto da tribo de Rúben a Ramote, em
Gileade, da tribo de Gade, e a Golã, em Basã, da tribo de Manassés.
9.
Foram estas as cidades designadas para todos os filhos de Israel, e para o
estrangeiro que peregrinasse entre eles, para que se acolhesse a elas todo
aquele que matasse alguma pessoa involuntariamente, para que não morresse às
mãos do vingador do sangue, até se apresentar perante a
congregação.
[Josué 21]Josué
21
1. Então os cabeças das casas paternas dos levitas
chegaram a Eleazar, o sacerdote, e a Josué, filho de Num, e aos cabeças das
casas paternas nas tribos dos filhos de Israel,
2. em Siló, na terra
de Canaã, e lhes falaram, dizendo: O Senhor ordenou, por intermédio de Moisés,
que se nos dessem cidades em que habitássemos, e os seus arrabaldes para os
nossos animais.
3. Pelo que os filhos de Israel deram aos levitas, da
sua herança, conforme a ordem do Senhor, as seguintes cidades e seus
arrabaldes.
4. Saiu, pois, a sorte às famílias dos coatitas; e aos
filhos de Arão, o sacerdote, que eram dos levitas, caíram por sorte, da tribo de
Judá, da tribo de Simeão e da tribo de Benjamim, treze cidades;
5. aos
outros filhos de Coate caíram por sorte, das famílias da tribo de Efraim, da
tribo de Dã e da meia tribo de Manassés, dez cidades;
6. aos filhos de
Gérson caíram por sorte, das famílias da tribo de Issacar, da tribo de Aser, da
tribo de Naftali e da meia tribo de Manassés em Basã, treze
cidades;
7. e aos filhos de Merári, segundo as suas famílias, da tribo
de Rúben, da tribo de Gade e da tribo de Zebulom, doze cidades.
8.
Assim deram os filhos de Israel aos levitas estas cidades e seus arrabaldes por
sorte, como o Senhor ordenara por intermédio de Moisés.
9. Ora, deram,
da tribo dos filhos de Judá e da tribo dos filhos de Simeão, estas cidades que
por nome vão aqui mencionadas,
10. as quais passaram a pertencer aos
filhos de Arão, sendo estes das famílias dos coatitas e estes, por sua vez, dos
filhos de Levi; porquanto lhes caiu a primeira sorte.
11. Assim lhes
deram Quiriate-Arba, que é Hebrom, na região montanhosa de Judá, e seus
arrabaldes em redor (Arba era o pai de Anaque).
12. Mas deram o campo
da cidade e suas aldeias a Calebe, filho de Jefoné, por sua
possessão.
13. Aos filhos de Arão, o sacerdote, deram Hebrom, cidade
de refúgio do homicida, e seus arrabaldes, Libna e seus
arrabaldes,
14. Jatir e seus arrabaldes, Estemoa e seus
arrabaldes,
15. Holom e seus arrabaldes, Debir e seus
arrabaldes,
16. Aim e seus arrabaldes, Jutá e seus arrabaldes,
Bete-Semes e seus arrabaldes; nove cidades dessas duas tribos.
17. E
da tribo de Benjamim, Gibeão e seus arrabaldes, Geba e seus
arrabaldes,
18. Anatote e seus arrabaldes, Almom e seus arrabaldes;
quatro cidades.
19. Todas as cidades dos sacerdotes, filhos de Arão,
foram treze cidades e seus arrabaldes.
20. As famílias dos filhos de
Coate, levitas, isto é, os demais filhos de Coate, receberam as cidades da sua
sorte; da tribo de Efraim
21. deram-lhes Siquém, cidade de refúgio do
homicida, e seus arrabaldes, na região montanhosa de Efraim, Gezer e seus
arrabaldes,
22. Quibzaim e seus arrabaldes, Bete-Horom e seus
arrabaldes; quatro cidades.
23. E da tribo de Dã, Elteque e seus
arrabaldes, Gibetom e seus arrabaldes,
24. Aijalom e seus arrabaldes,
Gate-Rimon e seus arrabaldes; quatro cidades.
25. E da meia tribo de
Manassés, Taanaque e seus arrabaldes, e Gate-Rimon e seus arrabaldes; duas
cidades.
26. As famílias dos demais filhos de Coate tiveram ao todo
dez cidades e seus arrabaldes.
27. Aos filhos de Gérsom das famílias
dos levitas, deram, da meia tribo de Manassés, Golã, cidade de refúgio do
homicida, em Basã, e seus arrabaldes, e Beesterá e seus arrabaldes; duas
cidades.
28. E da tribo de Issacar, Quisiom e seus arrabaldes,
Daberate e seus arrabaldes,
29. Jarmute e seus arrabaldes, En-Ganim e
seus arrabaldes; quatro cidades.
30. E da tribo de Aser, Misal e seus
arrabaldes, Abdom e seus arrabaldes,
31. Helcate e seus arrabaldes,
Reobe e seus arrabaldes; quatro cidades.
32. E da tribo de Naftali,
Quedes, cidade de refúgio do homicida, na Galiléia, e seus arrabaldes,
Hamote-Dor e seus arrabaldes, Cartá e seus arrabaldes; três
cidades.
33. Todas as cidades dos gersonitas, segundo as suas
famílias, foram treze cidades e seus arrabaldes.
34. Às famílias dos
filhos de Merári, aos demais levitas, deram da tribo de Zebulom, Jocneão e seus
arrabaldes, Cartá e seus arrabaldes,
35. Dimna e seus arrabaldes,
Naalal e seus arrabaldes; quatro cidades.
36. E da tribo de Rúben,
Bezer e seus arrabaldes, Jaza e seus arrabaldes,
37. Quedemote e seus
arrabaldes, Mefaate e seus arrabaldes; quatro cidades.
38. E da tribo
de Gade, Ramote, cidade de refúgio do homicida, em Gileade, e seus arrabaldes,
Maanaim e seus arrabaldes,
39. Hesbom e seus arrabaldes, Jazer e seus
arrabaldes; ao todo, quatro cidades.
40. Todas essas cidades couberam
por sorte aos filhos de Merári, segundo as suas famílias, o restante das
famílias dos levitas; foram, ao todo, doze cidades.
41. Todas as
cidades dos levitas, no meio da herança dos filhos de Israel, foram quarenta e
oito cidades e seus arrabaldes.
42. Cada uma dessas cidades tinha os
seus arrabaldes em redor; assim foi com todas elas.
43. Desta maneira
deu o Senhor a Israel toda a terra que, com juramento, prometera dar a seus
pais; e eles a possuíram e habitaram nela.
44. E o Senhor lhes deu
repouso de todos os lados, conforme tudo quanto jurara a seus pais; nenhum de
todos os seus inimigos pôde ficar de pé diante deles, mas a todos o Senhor lhes
entregou nas mãos.
45. Palavra alguma falhou de todas as boas coisas
que o Senhor prometera à casa de Israel; tudo se cumpriu.
[Josué 22]Josué 22
1. Então Josué chamou os rubenitas,
os gaditas e a meia tribo de Manassés,
2. e disse-lhes: Tudo quanto
Moisés, servo do Senhor, vos ordenou, tendes observado, bem como tendes
obedecido à minha voz em tudo quanto vos ordenei.
3. A vossos irmãos
nunca desamparastes, até o dia de hoje, mas tendes observado cuidadosamente o
mandamento do Senhor vosso Deus.
4. Agora o Senhor vosso Deus deu
descanso a vossos irmãos, como lhes prometera; voltai, pois, agora, e ide para
as vossas tendas, para a terra da vossa possessão, que Moisés, servo do Senhor,
vos deu além do Jordão.
5. Tão-somente tende cuidado de guardar com
diligência o mandamento e a lei que Moisés, servo do Senhor, vos ordenou: que
ameis ao Senhor vosso Deus, andeis em todos os seus caminhos, guardeis os seus
mandamentos, e vos apegueis a ele e o sirvais com todo o vosso coração e com
toda a vossa alma.
6. Assim Josué os abençoou, e os despediu; e eles
foram para as suas tendas.
7. Ora, Moisés dera herança em Basã à meia
tribo de Manassés, porém à outra metade Josué deu herança entre seus irmãos, a
oeste do Jordão. E quando Josué os enviou para as suas tendas os
abençoou
8. e lhes disse: Voltai para as vossas tendas com grandes
riquezas: com muitíssimo gado, com prata e ouro, com cobre e ferro, e com
muitíssimos vestidos; e reparti com vossos irmãos o despojo dos vossos
inimigos.
9. Assim voltaram os filhos de Rúben os filhos de Gade e a
meia tribo de Manassés, separando-se dos filhos de Israel em Siló, que está na
terra de Canaã, para irem à terra de Gileade, à terra da sua possessão, de que
foram feitos possuidores, segundo a ordem do Senhor por intermédio de
Moisés.
10. Tendo chegado à região junto ao Jordão, ainda na terra de
Canaã, os filhos de Rúben os filhos de Gade e a meia tribo de Manassés
edificaram ali, à beira do Jordão, um altar de grandes proporções.
11.
E os filhos de Israel ouviram dizer: Eis que os filhos de Rúben os filhos de
Gade e a meia tribo de Manassés edificaram um altar na fronteira da terra de
Canaã, na região junto ao Jordão, da banda que pertence aos filhos de
Israel.
12. Quando os filhos de Israel ouviram isto, congregaram-se
todos em Siló, para subirem a guerrear contra eles.
13. Então os
filhos de Israel enviaram aos filhos de Rúben aos filhos de Gade e à meia tribo
de Manassés, à terra de Gileade, Finéias, filho de Eleazar, o
sacerdote,
14. e com ele dez príncipes, um príncipe de cada casa
paterna de todas as tribos de Israel; e eles eram os cabeças das suas casas
paternas entre os milhares de Israel.
15. Foram, pois, ter com os
filhos de Rúben e os filhos de Gade e a meia tribo de Manassés, à terra de
Gileade, e lhes disseram:
16. Assim diz toda a congregação do Senhor:
Que transgressão é esta que cometestes contra o Deus de Israel, deixando hoje de
seguir ao Senhor, edificando-vos um altar para vos rebelardes hoje contra o
Senhor?
17. Acaso nos é pouca a iniqüidade de Peor, de que ainda até o
dia de hoje não nos temos purificado, apesar de ter vindo uma praga sobre a
congregação do Senhor,
18. para que hoje queirais abandonar ao Senhor?
Será que, rebelando-vos hoje contra o Senhor, amanhã ele se irará contra toda a
congregação de Israel.
19. Se é, porém, que a terra da vossa possessão
é imunda, passai para a terra da possessão do Senhor, onde habita o tabernáculo
do Senhor, e tomai possessão entre nós; mas não vos rebeleis contra o Senhor,
nem tampouco vos rebeleis contra nós, edificando-vos um altar afora o altar do
Senhor nosso Deus.
20. Não cometeu Acã, filho de Zerá, transgressão no
tocante ao anátema? e não veio ira sobre toda a congregação de Israel? de modo
que não pereceu ele só na sua iniqüidade.
21. Então responderam os
filhos de Rúben os filhos de Gade e a meia tribo de Manassés, e disseram aos
cabeças dos milhares de Israel:
22. O Poderoso, Deus, o Senhor, o
Poderoso, Deus, o Senhor, ele o sabe, e Israel mesmo o saberá! Se foi em
rebeldia, ou por transgressão contra o Senhor não nos salves hoje;
23.
se nós edificamos um altar, para nos tornar de após o Senhor, ou para sobre ele
oferecer holocausto e oferta de cereais, ou sobre ele oferecer sacrifícios de
ofertas pacíficas, o Senhor mesmo de nós o requeira;
24. e se antes o
não fizemos com receio e de propósito, dizendo: Amanhã vossos filhos poderiam
dizer a nossos filhos: Que tendes vós com o Senhor Deus de Israel?
25.
Pois o Senhor pôs o Jordão por termo entre nós e vós, ó filhos de Rúben e ó
filhos de Gade; não tendes parte no Senhor. Assim bem poderiam vossos filhos
fazer com que os nossos filhos deixassem de temer ao Senhor.
26. Pelo
que dissemos: Edifiquemos agora um altar, não para holocausto, nem para
sacrifício,
27. mas para que, entre nós e vós, e entre as nossas
gerações depois de nós, nos sirva de testemunho para podermos fazer o serviço do
Senhor diante dele com os nossos holocaustos, com os nossos sacrifícios e com as
nossas ofertas pacíficas; para que vossos filhos não digam amanhã a nossos
filhos: Não tendes parte no Senhor.
28. Pelo que dissemos: Quando
amanhã disserem assim a nós ou às nossas gerações, então diremos: Vede o modelo
do altar do Senhor que os nossos pais fizeram, não para holocausto nem para
sacrifício, porém para ser testemunho entre nós e vós,
29. Longe
esteja de nós que nos rebelemos contra o Senhor, ou que hoje o abandonemos,
edificando altar para holocausto, oferta de cereais ou sacrifício, afora o altar
do Senhor nosso Deus, que está perante o seu tabernáculo.
30. Quando,
pois, Finéias, o sacerdote, e os príncipes da congregação, os cabeças dos
milhares de Israel que estavam com ele, ouviram as palavras que lhes disseram os
filhos de Rúben os filhos de Gade e os filhos de Manassés, ficaram
satisfeitos.
31. Então disse Finéias, filho de Eleazar, o sacerdote,
aos filhos de Rúben aos filhos de Gade e aos filhos de Manassés: Hoje sabemos
que o Senhor está no meio de nós, porquanto não cometestes tal transgressão
contra o Senhor; agora livrastes os filhos de Israel da mão do
Senhor.
32. E Finéias, filho de Eleazar, o sacerdote, e os príncipes,
deixando os filhos de Rúben e os filhos de Gade, voltaram da terra de Gileade
para a terra de Canaã, aos filhos de Israel, e trouxeram-lhes a
resposta.
33. E com isso os filhos de Israel ficaram satisfeitos; e
louvaram a Deus, e não falaram mais de subir a guerrear contra eles, para
destruírem a terra em que habitavam os filhos de Rúben e os filhos de
Gade.
34. E os filhos de Rúben e os filhos de Gade chamaram ao altar
Testemunha; pois, disseram eles, é testemunho entre nós que o Senhor é
Deus.
[Josué 23]Josué 23
1.
Passados muitos dias, tendo o Senhor dado repouso a Israel de todos os seus
inimigos em redor, e sendo Josué já velho, de idade muito avançada,
2.
chamou Josué a todo o Israel, aos seus anciãos, aos seus cabeças, aos seus
juízes e aos seus oficiais, e disse-lhes: Eu já sou velho, de idade muito
avançada;
3. e vós tendes visto tudo quanto o Senhor vosso Deus fez a
todas estas nações por causa e vós, porque é o Senhor vosso Deus que tem
pelejado por vós.
4. Vede que vos reparti por sorte estas nações que
restam, para serem herança das vossas tribos, juntamente com todas as nações que
tenho destruído, desde o Jordão até o grande mar para o pôr do sol.
5.
E o Senhor vosso Deus as impelirá, e as expulsará de diante de vós; e vós
possuireis a sua terra, como vos disse o Senhor vosso Deus.
6.
Esforçai-vos, pois, para guardar e cumprir tudo quanto está escrito no livro da
lei de Moisés, para que dela não vos desvieis nem para a direita nem para a
esquerda;
7. para que não vos mistureis com estas nações que ainda
restam entre vós; e dos nomes de seus deuses não façais menção, nem por eles
façais jurar, nem os sirvais, nem a eles vos inclineis.
8. Mas ao
Senhor vosso Deus vos apegareis, como fizeste até o dia de hoje;
9.
pois o Senhor expulsou de diante de vós grandes e fortes nações, e, até o dia de
hoje, ninguém vos tem podido resistir.
10. um só homem dentre vós
persegue a mil, pois o Senhor vosso Deus é quem peleja por vós, como já vos
disse.
11. Portanto, cuidai diligentemente de amar ao Senhor vosso
Deus.
12. Porque se de algum modo vos desviardes, e vos apegardes ao
resto destas nações que ainda ficam entre vós, e com elas contrairdes
matrimônio, e entrardes a elas, e elas a vós,
13. sabei com certeza
que o Senhor vosso Deus não continuará a expulsar estas nações de diante de vós;
porém elas vos serão por laço e rede, e açoite às vossas ilhargas, e espinhos
aos vossos olhos, até que pereçais desta boa terra que o Senhor vosso Deus vos
deu.
14. Eis que vou hoje pelo caminho de toda a terra; e vós sabeis
em vossos corações e em vossas almas que não tem falhado uma só palavra de todas
as boas coisas que a vosso respeito falou o Senhor vosso Deus; nenhuma delas
falhou, mas todas se cumpriram.
15. E assim como vos sobrevieram todas
estas boas coisas de que o Senhor vosso Deus vos falou, assim trará o Senhor
sobre vós todas aquelas más coisas, até vos destruir de sobre esta boa terra que
ele vos deu.
16. Quando transgredirdes o pacto do Senhor vosso Deus,
que ele vos ordenou, e fordes servir a outros deuses, inclinando-vos a eles, a
ira do Senhor se acenderá contra vós, e depressa perecereis de sobre a boa terra
que ele vos deu.
[Josué 24]Josué
24
1. Depois Josué reuniu todas as tribos de Israel em
Siquém, e chamou os anciãos de Israel, os seus cabeças, os seus juízes e os seus
oficiais; e eles se apresentaram diante de Deus.
2. Disse então Josué
a todo o povo: Assim diz o Senhor Deus de Israel: Além do Rio habitaram
antigamente vossos pais, Tera, pai de Abraão e de Naor; e serviram a outros
deuses.
3. Eu, porém, tomei a vosso pai Abraão dalém do Rio, e o
conduzi por toda a terra de Canaã; também multipliquei a sua descendência, e
dei-lhe Isaque.
4. A Isaque; dei Jacó e Esaú; a Esaú dei em possessão
o monte Seir; mas Jacó e seus filhos desceram para o Egito.
5. Então
enviei Moisés e Arão, e feri o Egito com aquilo que fiz no meio dele; e depois
vos tirei de lá.
6. Depois que tirei a vossos pais do Egito viestes ao
mar; e os egípcios perseguiram a vossos pais, com carros e com cavaleiros, até o
Mar Vermelho.
7. Quando clamaram ao Senhor, ele pôs uma escuridão
entre vós e os egípcios, e trouxe o mar sobre eles e os cobriu; e os vossos
olhos viram o que eu fiz no Egito. Depois habitastes no deserto muitos
dias.
8. Então eu vos trouxe à terra dos amorreus, que habitavam além
do Jordão, os quais pelejaram contra vós; porém os entreguei na vossa mão, e
possuístes a sua terra; assim os destruí de diante de vós.
9.
Levantou-se também Balaque, filho de Zipor, rei dos moabitas, e pelejou contra
Israel; e mandou chamar a Balaão, filho de Beor, para que vos
amaldiçoasse;
10. porém eu não quis ouvir a Balaão; pelo que ele vos
abençoou; e eu vos livrei da sua mão.
11. E quando vós, passando o
Jordão, viestes a Jericó, pelejaram contra vós os homens de Jericó, e os
amorreus, os perizeus, os cananeus, os heteus, os girgaseus, os heveus e os
jebuseus; porém os entreguei na vossa mão.
12. Pois enviei vespões
adiante de vós, que os expulsaram de diante de vós, como aos dois reis dos
amorreus, não com a vossa espada, nem com o vosso arco.
13. E eu vos
dei uma terra em que não trabalhastes, e cidades que não edificastes, e habitais
nelas; e comeis de vinhas e de olivais que não plantastes.
14. Agora,
pois, temei ao Senhor, e servi-o com sinceridade e com verdade; deitai fora os
deuses a que serviram vossos pais dalém do Rio, e no Egito, e servi ao
Senhor.
15. Mas, se vos parece mal o servirdes ao Senhor, escolhei
hoje a quem haveis de servir; se aos deuses a quem serviram vossos pais, que
estavam além do Rio, ou aos deuses dos amorreus, em cuja terra habitais. Porém
eu e a minha casa serviremos ao Senhor.
16. Então respondeu o povo, e
disse: Longe esteja de nós o abandonarmos ao Senhor para servirmos a outros
deuses:
17. porque o Senhor é o nosso Deus; ele é quem nos fez subir,
a nós e a nossos pais, da terra do Egito, da casa da servidão, e quem fez estes
grandes sinais aos nossos olhos, e nos preservou por todo o caminho em que
andamos, e entre todos os povos pelo meio dos quais passamos.
18. E o
Senhor expulsou de diante de nós a todos esses povos, mesmo os amorreus, que
moravam na terra. Nós também serviremos ao Senhor, porquanto ele é nosso
Deus.
19. Então Josué disse ao povo: Não podereis servir ao Senhor,
porque é Deus santo, é Deus zeloso, que não perdoará a vossa transgressão nem os
vossos pecados.
20. Se abandonardes ao Senhor e servirdes a deuses
estranhos, então ele se tornará, e vos fará o mal, e vos consumirá, depois de
vos ter feito o bem.
21. Disse então o povo a Josué: Não! antes
serviremos ao Senhor.
22. Josué, pois, disse ao povo: Sois testemunhas
contra vós mesmos e que escolhestes ao Senhor para o servir. Responderam eles:
Somos testemunhas.
23. Agora, pois,-disse Josué-deitai fora os deuses
estranhos que há no meio de vós, e inclinai o vosso coração ao Senhor Deus de
Israel.
24. Disse o povo a Josué: Serviremos ao Senhor nosso Deus, e
obedeceremos à sua voz.
25. Assim fez Josué naquele dia um pacto com o
povo, e lhe deu leis e ordenanças em Siquém.
26. E Josué escreveu
estas palavras no livro da lei de Deus; e, tomando uma grande pedra, a pôs ali
debaixo do carvalho que estava junto ao santuário do Senhor,
27. e
disse a todo o povo: Eis que esta pedra será por testemunho contra nós, pois ela
ouviu todas as palavras que o Senhor nos falou; pelo que será por testemunho
contra vós, para que não negueis o vosso Deus.
28. Então Josué
despediu o povo, cada um para a sua herança.
29. Depois destas coisas
Josué, filho de Num, servo do Senhor, morreu, tendo cento e dez anos de
idade;
30. e o sepultaram no território da sua herança, em
Timnate-Sera, que está na região montanhosa de Efraim, para o norte do monte
Gaás.
31. Serviu, pois, Israel ao Senhor todos os dias de Josué, e
todos os dias dos anciãos que sobreviveram a Josué e que sabiam toda a obra que
o Senhor tinha feito a favor de Israel.
32. Os ossos de José, que os
filhos de Israel trouxeram do Egito, foram enterrados em Siquém, naquela parte
do campo que Jacó comprara aos filhos de Hamor, pai de Siquém, por cem peças de
prata, e que se tornara herança dos filhos de José.
33. Morreu também
Eleazar, filho de Arão, e o sepultaram no outeiro de Finéias, seu filho, que lhe
fora dado na região montanhosa de Efraim.
[Juízes 1]Juízes 1
1. Depois da morte de Josué os
filhos de Israel consultaram ao Senhor, dizendo: Quem dentre nós subirá primeiro
aos cananeus, para pelejar contra eles?
2. Respondeu o Senhor: Judá
subirá; eis que entreguei a terra na sua mão.
3. Então disse Judá a
Simeão, seu irmão: sobe comigo à sorte que me coube, e pelejemos contra os
cananeus, e eu também subirei contigo à tua sorte. E Simeão foi com
ele.
4. Subiu, pois, Judá; e o Senhor lhes entregou nas mãos os
cananeus e os perizeus; e bateram deles em Bezeque dez mil homens.
5.
Acharam em Bezeque a Adoni-Bezeque, e pelejaram contra ele; e bateram os
cananeus e os perizeus.
6. Mas Adoni-Bezeque fugiu; porém eles o
perseguiram e, prendendo-o, cortaram-lhe os dedos polegares das mãos e dos
pés.
7. Então disse Adoni-Bezeque: Setenta reis, com os dedos
polegares das mãos e dos pés cortados, apanhavam as migalhas debaixo da minha
mesa; assim como eu fiz, assim Deus me pagou. E o trouxeram a Jerusalém, e ali
morreu.
8. Ora, os filhos de Judá pelejaram contra Jerusalém e,
tomando-a, passaram-na ao fio da espada e puseram fogo à cidade.
9.
Depois os filhos de Judá desceram a pelejar contra os cananeus que habitavam na
região montanhosa, e no Negebe, e na baixada.
10. Então partiu Judá
contra os cananeus que habitavam em Hebrom, cujo nome era outrora Quiriate-Arba;
e bateu Sesai, Aimã e Talmai.
11. Dali partiu contra os moradores de
Debir, que se chamava outrora Quiriate-Sefer.
12. Disse então Calebe:
A quem atacar Quiriate-Sefer e a tomar, darei a minha filha Acsa por
mulher.
13. E tomou-a Otniel, filho de Quenaz, o irmão mais moço de
Calebe; e este lhe deu sua filha Acsa por mulher.
14. Estando ela em
caminho para a casa de Otniel, persuadiu-o que pedisse um campo ao pai dela. E
quando ela saltou do jumento, Calebe lhe perguntou: Que é que
tens?
15. Ela lhe respondeu: Dá-me um presente; porquanto me deste uma
terra no Negebe, dá-me também fontes d'água. Deu-lhe, pois, Calebe as fontes
superiores e as fontes inferiores.
16. Também os filhos do queneu,
sogro de Moisés, subiram da cidade das palmeiras com os filhos de Judá ao
deserto de Judá, que está ao sul de Arade; e foram habitar com o
povo.
17. E Judá foi com Simeão, seu irmão, e derrotaram os cananeus
que habitavam em Zefate, e a destruíram totalmente. E chamou-se o nome desta
cidade Horma.
18. Judá tomou também a Gaza, a Asquelom e a Ecrom, com
os seus respectivos territórios.
19. Assim estava o Senhor com Judá, o
qual se apoderou da região montanhosa; mas não pôde desapossar os habitantes do
vale, porquanto tinham carros de ferro.
20. E como Moisés dissera,
deram Hebrom a Calebe, que dali expulsou os três filhos de Anaque.
21.
Mas os filhos de Benjamim não expulsaram aos jebuseus que habitavam em
Jerusalém; pelo que estes ficaram habitando com os filhos de Benjamim em
Jerusalém até o dia de hoje.
22. Também os da casa de José subiram
contra Betel; e o Senhor estava com eles.
23. E a casa de José fez
espiar a Betel (e fora outrora o nome desta cidade Luz);
24. e, vendo
os espias a um homem que saía da cidade, disseram-lhe: Mostra-nos a entrada da
cidade, e usaremos de bondade para contigo.
25. Mostrou-lhes, pois, a
entrada da cidade, a qual eles feriram ao fio da espada; porém deixaram livre
aquele homem e toda a sua família.
26. Então o homem se foi para a
terra dos heteus, edificou uma cidade, e pôs-lhe o nome de Luz; este é o seu
nome até o dia de hoje.
27. Manassés não expulsou os habitantes de
Bete-Seã e suas vilas, nem os de Taanaque e suas vilas, aos levitas estas
cidades e nem os de Ibleão e suas vilas, nem os de Megido e suas vilas; porém os
cananeus persistiram em habitar naquela terra.
28. Mas quando Israel
se tornou forte, sujeitou os cananeus a trabalhos forçados, porém não os
expulsou de todo.
29. Também Efraim não expulsou os cananeus que
habitavam em Gezer; mas os cananeus ficaram habitando no meio dele, em
Gezer.
30. Também Zebulom não expulsou os habitantes de Quitrom, nem
os de Naalol; porém os cananeus ficaram habitando no meio dele, e foram sujeitos
a trabalhos forçados.
31. Também Aser não expulsou os habitantes de
Aco, nem de Sidom, nem de Alabe, nem de Aczibe, nem de Helba, nem de Afeca, nem
de Reobe;
32. porém os aseritas ficaram habitando no meio dos
cananeus, os habitantes da terra, porquanto não os expulsaram.
33.
Também Naftali não expulsou os habitantes de Bete-Semes, nem os de Bete-Anate;
mas, habitou no meio dos cananeus, os habitantes da terra; todavia os habitantes
de Bete-Semes e os de Bete-Anate foram sujeitos a trabalhos
forçados.
34. Os amorreus impeliram os filhos de Dã até a região
montanhosa; pois não lhes permitiram descer ao vale.
35. Os amorreus
quiseram também habitar no monte Heres, em Aijalom e em Saalabim; contudo
prevaleceu a mão da casa de José, de modo que eles ficaram sujeitos a trabalhos
forçados.
36. E foi o termo dos amorreus desde a subida de Acrabim,
desde Sela, e dali para cima.
[Juízes 2]Juízes
2
1. O anjo do Senhor subiu de Gilgal a Boquim, e
disse: Do Egito vos fiz subir, e vos trouxe para a terra que, com juramento,
prometi a vossos pais, e vos disse: Nunca violarei e meu pacto
convosco;
2. e, quanto a vós, não fareis pacto com os habitantes desta
terra, antes derrubareis os seus altares. Mas vós não obedecestes à minha voz.
Por que fizestes isso?
3. Pelo que também eu disse: Não os expulsarei
de diante de vós; antes estarão quais espinhos nas vossas ilhargas, e os seus
deuses vos serão por laço.
4. Tendo o anjo do Senhor falado estas
palavras a todos os filhos de Israel, o povo levantou a sua voz e
chorou.
5. Pelo que chamaram àquele lugar Boquim; e ali sacrificaram
ao Senhor.
6. Havendo Josué despedido o povo, foram-se os filhos de
Israel, cada um para a sua herança, a fim de possuírem a terra.
7. O
povo serviu ao Senhor todos os dias de Josué, e todos os dias dos anciãos que
sobreviveram a Josué e que tinham visto toda aquela grande obra do Senhor, a
qual ele fizera a favor de Israel.
8. Morreu, porém, Josué, filho de
Num, servo do Senhor, com a idade de cento e dez anos;
9. e o
sepultaram no território da sua herança, em Timnate-Heres, na região montanhosa
de Efraim, para o norte do monte Gaás.
10. 0 foi também congregada
toda aquela geração a seus pais, e após ela levantou-se outra geração que não
conhecia ao Senhor, nem tampouco a obra que ele fizera a Israel.
11.
Então os filhos de Israel fizeram o que era mau aos olhos do Senhor, servindo
aos baalins;
12. abandonaram o Senhor Deus de seus pais, que os tirara
da terra do Egito, e foram-se após outros deuses, dentre os deuses dos povos que
havia ao redor deles, e os adoraram; e provocaram o Senhor à ira,
13.
abandonando-o, e servindo a baalins e astarotes.
14. Pelo que a ira do
Senhor se acendeu contra Israel, e ele os entregou na mão dos espoliadores, que
os despojaram; e os vendeu na mão dos seus inimigos ao redor, de modo que não
puderam mais resistir diante deles.
15. Por onde quer que saíam, a mão
do Senhor era contra eles para o mal, como o Senhor tinha dito, e como lho tinha
jurado; e estavam em grande aflição.
16. Mas o Senhor suscitou juízes,
que os livraram da mão dos que os espojavam.
17. Contudo, não deram
ouvidos nem aos seus juízes, pois se prostituíram após outros deuses, e os
adoraram; depressa se desviaram do caminho, por onde andaram seus pais em
obediência aos mandamentos do Senhor; não fizeram como eles.
18.
Quando o Senhor lhes suscitava juízes, ele era com o juiz, e os livrava da mão
dos seus inimigos todos os dias daquele juiz; porquanto o Senhor se compadecia
deles em razão do seu gemido por causa dos que os oprimiam e
afligiam.
19. Mas depois da morte do juiz, reincidiam e se corrompiam
mais do que seus pais, andando após outros deuses, servindo-os e adorando-os;
não abandonavam nenhuma das suas práticas, nem a sua obstinação.
20.
Pelo que se acendeu contra Israel a ira do Senhor, e ele disse: Porquanto esta
nação violou o meu pacto, que estabeleci com seus pais, não dando ouvidos à
minha voz,
21. eu não expulsarei mais de diante deles nenhuma das
nações que Josué deixou quando morreu;
22. a fim de que, por elas,
ponha a prova Israel, se há de guardar, ou não, o caminho do Senhor, como seus
pais o guardaram, para nele andar.
23. Assim o Senhor deixou ficar
aquelas nações, e não as desterrou logo, nem as entregou na mão de
Josué.
[Juízes 3]Juízes 3
1.
Estas são as nações que o Senhor deixou ficar para, por meio delas, provar a
Israel, a todos os que não haviam experimentado nenhuma das guerras de
Canaã;
2. tão-somente para que as gerações dos filhos de Israel delas
aprendessem a guerra, pelo menos os que dantes não tinham
aprendido.
3. Estas nações eram: cinco chefes dos filisteus, todos os
cananeus, os sidônios, e os heveus que habitavam no monte Líbano, desde o monte
Baal-Hermom até a entrada de Hamate.
4. Estes, pois, deixou ficar, a
fim de por eles provar os filhos de Israel, para saber se dariam ouvidos aos
mandamentos do Senhor, que ele tinha ordenado a seus pais por intermédio de
Moisés.
5. Habitando, pois, os filhos de Israel entre os cananeus, os
heteus, os amorreus, os perizeus, os heveus e os jebuseus.
6. tomaram
por mulheres as filhas deles, e deram as suas filhas aos filhos dos mesmos, e
serviram aos seus deuses.
7. Assim os filhos de Israel fizeram o que
era mau aos olhos do Senhor, esquecendo-se do Senhor seu Deus e servindo aos
baalins e às aserotes.
8. Pelo que a ira do Senhor se acendeu contra
Israel, e ele os vendeu na mão de Cusã-Risataim, rei da Mesopotâmia; e os filhos
de Israel serviram a Cusã-Risataim oito anos.
9. Mas quando os filhos
de Israel clamaram ao Senhor, o Senhor suscitou-lhes um libertador, que os
livrou: Otniel, filho de Quenaz, o irmão mais moço de Calebe.
10. Veio
sobre ele o Espírito do Senhor, e ele julgou a Israel; saiu à peleja, e o Senhor
lhe entregou Cusã-Risataim, rei da Mesopotâmia, contra o qual prevaleceu a sua
mão:
11. Então a terra teve sossego por quarenta anos; e Otniel, filho
de Quenaz, morreu.
12. Os filhos de Israel tornaram a fazer o que era
mau aos olhos do Senhor; então o Senhor fortaleceu a Eglom, rei de Moabe, contra
Israel, por terem feito o que era mau aos seus olhos.
13. Eglom,
unindo a si os amonitas e os amalequitas, foi e feriu a Israel, tomando a cidade
das palmeiras.
14. E os filhos de Israel serviram a Eglom, rei de
Moabe, dezoito anos.
15. Mas quando os filhos de Israel clamaram ao
Senhor, o Senhor suscitou-lhes um libertador, Eúde, filho de Gêra, benjamita,
homem canhoto. E, por seu intermédio, os filhos de Israel enviaram tributo a
Eglom, rei de Moabe.
16. E Eúde fez para si uma espada de dois gumes,
de um côvado de comprimento, e cingiu-a à coxa direita, por baixo das
vestes.
17. E levou aquele tributo a Eglom, rei de Moabe. Ora, Eglom
era muito gordo:
18. Quando Eúde acabou de entregar o tributo,
despediu a gente que o trouxera.
19. Ele mesmo, porém, voltou das
imagens de escultura que estavam ao pé de Gilgal, e disse: Tenho uma palavra
para dizer-te em segredo, ó rei. Disse o rei: Silêncio! E todos os que lhe
assistiam saíram da sua presença.
20. Eúde aproximou-se do rei, que
estava sentado a sós no seu quarto de verão, e lhe disse: Tenho uma palavra da
parte de Deus para dizer-te. Ao que o rei se levantou da sua
cadeira.
21. Então Eúde, estendendo a mão esquerda, tirou a espada de
sobre a coxa direita, e lha cravou no ventre.
22. O cabo também entrou
após a lâmina, e a gordura encerrou a lâmina, pois ele não tirou a espada do
ventre:
23. Então Eúde, saindo ao pórtico, cerrou as portas do quarto
e as trancou.
24. Tendo ele saído vieram os servos do rei; e olharam,
e eis que as portas do quarto estavam trancadas. Disseram: Sem dúvida ele está
aliviando o ventre na privada do seu quarto.
25. Assim esperaram até
ficarem alarmados, mas ainda não abria as portas do quarto. Então, tomando a
chave, abriram-nas, e eis seu senhor estendido morto por terra.
26.
Eúde escapou enquanto eles se demoravam e, tendo passado pelas imagens de
escultura, chegou a Seirá.
27. E assim que chegou, tocou a trombeta na
região montanhosa de Efraim; e os filhos de Israel, com ele à frente, desceram
das montanhas.
28. E disse-lhes: Segui-me, porque o Senhor vos
entregou nas mãos os vossos inimigos, os moabitas. E desceram após ele, tomaram
os vaus do Jordão contra os moabitas, e não deixaram passar a nenhum
deles.
29. E naquela ocasião mataram dos moabitas cerca de dez mil
homens, todos robustos e valentes; e não escapou nenhum.
30. Assim foi
subjugado Moabe naquele dia debaixo da mão de Israel; e a terra teve sossego por
oitenta anos.
31. Depois dele levantou-se Sangar, filho de Anate, que
matou seiscentos homens dos filisteus com uma aguilhada de bois; ele também
libertou a Israel.
[Juízes 4]Juízes
4
1. Mas os filhos de Israel tornaram a fazer o que era
mau aos olhos do Senhor, depois da morte de Eúde.
2. E o Senhor os
vendeu na mão de Jabim, rei de Canaã, que reinava em Hazor; o chefe do seu
exército era Sísera, o qual habitava em Harosete dos Gentios.
3. Então
os filhos de Israel clamaram ao Senhor, porquanto Jabim tinha novecentos carros
de ferro, e por vinte anos oprimia cruelmente os filhos de Israel.
4.
Ora, Débora, profetisa, mulher de Lapidote, julgava a Israel naquele
tempo.
5. Ela se assentava debaixo da palmeira de Débora, entre Ramá e
Betel, na região montanhosa de Efraim; e os filhos de Israel subiam a ter com
ela para julgamento.
6. Mandou ela chamar a Baraque, filho de Abinoão,
de Quedes-Naftali, e disse-lhe: Porventura o Senhor Deus de Israel não te
ordena, dizendo: Vai, e atrai gente ao monte Tabor, e toma contigo dez mil
homens dos filhos de Naftali e dos filhos de Zebulom;
7. e atrairei a
ti, para o ribeiro de Quisom, Sísera, chefe do exército de Jabim; juntamente com
os seus carros e com as suas tropas, e to entregarei na mão?
8.
Disse-lhe Baraque: Se fores comigo, irei; porém se não fores, não
irei.
9. Respondeu ela: Certamente irei contigo; porém não será tua a
honra desta expedição, pois à mão de uma mulher o Senhor venderá a Sísera.
Levantou-se, pois, Débora, e foi com Baraque a Quedes.
10. Então
Baraque convocou a Zebulom e a Naftali em Quedes, e subiram dez mil homens após
ele; também Débora subiu com ele.
11. Ora, Heber, um queneu, se tinha
apartado dos queneus, dos filhos de Hobabe, sogro de Moisés, e tinha estendido
as suas tendas até o carvalho de Zaananim, que está junto a
Quedes.
12. Anunciaram a Sísera que Baraque, filho de Abinoão, tinha
subido ao monte Tabor.
13. Sísera, pois, ajuntou todos os seus carros,
novecentos carros de ferro, e todo o povo que estava com ele, desde Harosete dos
Gentios até o ribeiro de Quisom.
14. Então disse Débora a Baraque:
Levanta-te, porque este é o dia em que o Senhor entregou Sísera na tua mão;
porventura o Senhor não saiu adiante de ti? Baraque, pois, desceu do monte
Tabor, e dez mil homens após ele.
15. E o Senhor desbaratou a Sísera,
com todos os seus carros e todo o seu exército, ao fio da espada, diante de
Baraque; e Sísera, descendo do seu carro, fugiu a pé.
16. Mas Baraque
perseguiu os carros e o exército, até Harosete dos Gentios; e todo o exército de
Sísera caiu ao fio da espada; não restou um só homem.
17. Entretanto
Sísera fugiu a pé para a tenda de Jael, mulher de Heber, o queneu, porquanto
havia paz entre Jabim, rei de Hazor, e a casa de Heber, o queneu.
18.
Saindo Jael ao encontro de Sísera, disse-lhe: Entra, senhor meu, entra aqui; não
temas. Ele entrou na sua tenda; e ela o cobriu com uma coberta.
19.
Então ele lhe disse: Peço-te que me dês a beber um pouco d'água, porque tenho
sede. Então ela abriu um odre de leite, e deu-lhe de beber, e o
cobriu.
20. Disse-lhe ele mais: Põe-te à porta da tenda; e se alguém
vier e te perguntar: Está aqui algum homem? responderás: Não.
21.
Então Jael, mulher de Heber, tomou uma estaca da tenda e, levando um martelo,
chegou-se de mansinho a ele e lhe cravou a estaca na fonte, de sorte que
penetrou na terra; pois ele estava num profundo sono e mui cansado. E assim
morreu.
22. E eis que, seguindo Baraque a Sísera, Jael lhe saiu ao
encontro e disse-lhe: Vem, e mostrar-te-ei o homem a quem procuras. Entrou ele
na tenda; e eis que Sísera jazia morto, com a estaca na fonte.
23.
Assim Deus naquele dia humilhou a Jabim, rei de Canaã, diante dos filhos de
Israel.
24. E a mão dos filhos de Israel prevalecia cada vez mais
contra Jabim, rei de Canaã, até que o destruíram.
[Juízes 5]Juízes 5
1. Então cantaram Débora e Baraque,
filho de Abinoão, naquele dia, dizendo:
2. Porquanto os chefes se
puseram à frente em Israel, porquanto o povo se ofereceu voluntariamente, louvai
ao Senhor.
3. Ouvi, ó reis; dai ouvidos, ó príncipes! eu cantarei ao
Senhor, salmodiarei ao Senhor Deus de Israel.
4. Ó Senhor, quando
saíste de Seir, quando caminhaste desde o campo de Edom, a terra estremeceu, os
céus gotejaram, sim, as nuvens gotejaram águas.
5. Os montes se
abalaram diante do Senhor, e até Sinai, diante do Senhor Deus de
Israel.
6. Nos dias de Sangar, filho de Anate, nos dias de Jael,
cessaram as caravanas; e os que viajavam iam por atalhos desviados.
7.
Cessaram as aldeias em Israel, cessaram; até que eu Débora, me levantei, até que
eu me levantei por mãe em Israel.
8. Escolheram deuses novos; logo a
guerra estava às portas; via-se porventura escudo ou lança entre quarenta mil em
Israel?
9. Meu coração inclina-se para os guias de Israel, que
voluntariamente se ofereceram entre o povo. Bendizei ao Senhor.
10.
Louvai-o vós, os que cavalgais sobre jumentas brancas, que vos assentais sobre
ricos tapetes; e vós, que andais pelo caminho.
11. Onde se ouve o
estrondo dos flecheiros, entre os lugares onde se tiram águas, ali falarão das
justiças do Senhor, das justiças que fez às suas aldeias em Israel; então o povo
do Senhor descia às portas.
12. Desperta, desperta, Débora; desperta,
desperta, entoa um cântico; levanta-te, Baraque, e leva em cativeiro os teus
prisioneiros, tu, filho de Abinoão.
13. Então desceu o restante dos
nobres e do povo; desceu o Senhor por mim contra os poderosos.
14. De
Efraim desceram os que tinham a sua raiz em Amaleque, após ti, Benjamim, entre
os teus povos; de Maquir desceram os guias, e de Zebulom os que levam o báculo
do inspetor de tropas.
15. Também os príncipes de Issacar estavam com
Débora; e como Issacar, assim também Baraque; ao vale precipitaram-se em suas
pegadas. Junto aos ribeiros de Rúben grandes foram as resoluções do
coração.
16. Por que ficastes entre os currais a escutar os balidos
dos rebanhos? Junto aos ribeiros de Rúben grandes foram as resoluções do
coração.
17. Gileade ficou da banda dalém do Jordão; e Dã, por que se
deteve com seus navios? Aser se assentou na costa do mar e ficou junto aos seus
portos.
18. Zebulom é um povo que se expôs à morte, como também
Naftali, nas alturas do campo.
19. Vieram reis e pelejaram; pelejaram
os reis de Canaã, em Taanaque junto às águas de Megido; não tomaram despojo de
prata.
20. Desde os céus pelejaram as estrelas; desde as suas órbitas
pelejaram contra Sísera.
21. O ribeiro de Quisom os arrastou, aquele
antigo ribeiro, o ribeiro de Quisom. Ó minha alma, calcaste aos pés a
força.
22. Então os cascos dos cavalos feriram a terra na fuga
precipitada dos seus valentes.
23. Amaldiçoai a Meroz, diz o anjo do
Senhor, amaldiçoai acremente aos seus habitantes; porquanto não vieram em
socorro do Senhor, em socorro do Senhor, entre os valentes.
24.
Bendita entre todas as mulheres será Jael, mulher de Heber, o queneu; bendita
será entre as mulheres nômades.
25. Água pediu ele, leite lhe deu ela;
em taça de príncipes lhe ofereceu coalhada.
26. À estaca estendeu a
mão esquerda, e ao martelo dos trabalhadores a direita, e matou a Sísera,
rachando-lhe a cabeça; furou e traspassou-lhe as fontes.
27. Aos pés
dela ele se encurvou, caiu, ficou estirado; aos pés dela se encurvou, caiu; onde
se encurvou, ali caiu morto.
28. A mãe de Sísera olhando pela janela,
através da grade exclamava: Por que tarda em vir o seu carro? por que se demora
o rumor das suas carruagens?
29. As mais sábias das suas damas
responderam, e ela respondia a si mesma:
30. Não estão, porventura,
achando e repartindo os despojos? uma ou duas donzelas a cada homem? para Sísera
despojos de estofos tintos, despojos de estofos tintos bordados, bordados de
várias cores, para o meu pescoço?
31. Assim ó Senhor, pereçam todos os
teus inimigos! Sejam, porém, os que te amam, como o sol quando se levanta na sua
força.
32. E a terra teve sossego por quarenta anos.
[Juízes
6]Juízes 6
1. Mas os filhos de Israel
fizeram o que era mau aos olhos do Senhor, e o Senhor os entregou na mão de
Midiã por sete anos.
2. Prevalecia, pois, a mão de Midiã sobre Israel
e, por causa de Midiã, fizeram os filhos de Israel para si as covas que estão
nos montes, as cavernas e as fortalezas.
3. Porque sucedia que,
havendo Israel semeado, subiam contra ele os midianitas, os amalequitas e os
filhos do oriente;
4. e, acampando-se contra ele, destruíam o produto
da terra até chegarem a Gaza, e não deixavam mantimento em Israel, nem ovelhas,
nem bois, nem jumentos.
5. Porque subiam com os seus rebanhos e
tendas; vinham em multidão, como gafanhotos; tanto eles como os seus camelos
eram inumeráveis; e entravam na terra, para a destruir.
6. Assim
Israel se enfraqueceu muito por causa dos midianitas; então os filhos de Israel
clamaram ao Senhor.
7. E sucedeu que, clamando eles ao Senhor por
causa dos midianitas,
8. enviou-lhes o Senhor um profeta, que lhes
disse: Assim diz o Senhor, Deus de Israel: Do Egito eu vos fiz subir, e vos
tirei da casa da servidão;
9. livrei-vos da mão dos egípcios, e da mão
de todos quantos vos oprimiam, e os expulsei de diante de vós, e a vós vos dei a
sua terra.
10. Também eu vos disse: Eu sou o Senhor vosso Deus; não
temais aos deuses dos amorreus, em cuja terra habitais. Mas não destes ouvidos à
minha voz.
11. Então o anjo do Senhor veio, e sentou-se debaixo do
carvalho que estava em Ofra e que pertencia a Joás, abiezrita, cujo filho Gideão
estava malhando o trigo no lagar para o esconder dos midianitas.
12.
Apareceu-lhe então o anjo do Senhor e lhe disse: O Senhor é contigo, ó homem
valoroso.
13. Gideão lhe respondeu: Ai, senhor meu, se o Senhor é
conosco, por que tudo nos sobreveio? e onde estão todas as suas maravilhas que
nossos pais nos contaram, dizendo: Não nos fez o Senhor subir do Egito? Agora,
porém, o Senhor nos desamparou, e nos entregou na mão de Midiã.
14.
Virou-se o Senhor para ele e lhe disse: Vai nesta tua força, e livra a Israel da
mão de Midiã; porventura não te envio eu?
15. Replicou-lhe Gideão: Ai,
senhor meu, com que livrarei a Israel? eis que a minha família é a mais pobre em
Manassés, e eu o menor na casa de meu pai.
16. Tornou-lhe o Senhor:
Porquanto eu hei de ser contigo, tu ferirás aos midianitas como a um só
homem.
17. Prosseguiu Gideão: Se agora tenho achado graça aos teus
olhos, dá-me um sinal de que és tu que falas comigo.
18. Rogo-te que
não te apartes daqui até que eu volte trazendo do meu presente e o ponha diante
de ti. Respondeu ele: Esperarei até que voltes.
19. Entrou, pois,
Gideão, preparou um cabrito e fez, com uma e efa de farinha, bolos ázimos; pôs a
carne num cesto e o caldo numa panela e, trazendo para debaixo do carvalho, lho
apresentou.
20. Mas o anjo de Deus lhe disse: Toma a carne e os bolos
ázimos, e põe-nos sobre esta rocha e derrama-lhes por cima o caldo. E ele assim
fez.
21. E o anjo do Senhor estendeu a ponta do cajado que tinha na
mão, e tocou a carne e os bolos ázimos; então subiu fogo da rocha, e consumiu a
carne e os bolos ázimos; e o anjo do Senhor desapareceu-lhe da
vista.
22. Vendo Gideão que era o anjo do Senhor, disse: Ai de mim,
Senhor Deus! pois eu vi o anjo do Senhor face a face.
23. Porém o
Senhor lhe disse: Paz seja contigo, não temas; não morrerás.
24. Então
Gideão edificou ali um altar ao Senhor, e lhe chamou Jeová-Salom; e ainda até o
dia de hoje está o altar em Ofra dos abiezritas.
25. Naquela mesma
noite, disse o Senhor a Gidão: Toma um dos bois de teu pai, a saber, o segundo
boi de sete anos, e derriba o altar de Baal, que é de teu pai, e corta a asera
que está ao pé dele.
26. Edifica ao Senhor teu Deus um altar no cume
deste lugar forte, na forma devida; toma o segundo boi, e o oferece em
holocausto, com a lenha da asera que cortares
27. Então Gideão tomou
dez homens dentre os seus servos, e fez como o Senhor lhe dissera; porém,
temendo ele a casa de seu pai e os homens daquela cidade, não o fez de dia, mas
de noite.
28. Levantando-se, pois, os homens daquela cidade, de
madrugada, eis que estava o altar de Baal derribado, cortada a asera que
estivera ao pé dele, e o segundo boi oferecido no altar que fora
edificado.
29. Pelo que disseram uns aos outros: Quem fez isto? E,
depois de investigarem e inquirirem, disseram: Gideão, filho de Joás, é quem fez
isto.
30. Então os homens daquela cidade disseram a Joás: Tira para
fora teu filho, para que morra, porque derribou o altar de Baal e cortou a asera
que estava ao pé dele.
31. Joás, porém, disse a todos os que se
puseram contra ele: Contendereis vós por Baal? livrá-lo-eis vós? Qualquer que
por ele contender, ainda esta manhã será morto; se ele é deus, por si mesmo
contenda, pois foi derribado o seu altar.
32. Pelo que naquele dia
chamaram a Gidão Jerubaal, dizendo: Baal contenda contra ele, pois derribou o
seu altar.
33. Então todos os midianitas, os amalequitas e os filhos
do oriente se ajuntaram e, passando o Jordão, acamparam no vale de
Jizreel.
34. Mas o Espírito do Senhor apoderou-se de Gideão; e tocando
ele a trombeta, os abiezritas se ajuntaram após ele.
35. E enviou
mensageiros por toda a tribo de Manassés, que também se ajuntou após ele; e
ainda enviou mensageiros a Aser, a Zebulom e a Naftali, que lhe saíram ao
encontro.
36. Disse Gideão a Deus: Se hás de livrar a Israel por minha
mão, como disseste,
37. eis que eu porei um velo de lã na eira; se o
orvalho estiver somente no velo, e toda a terra ficar enxuta, então conhecerei
que hás de livrar a Israel por minha mão, como disseste.
38. E assim
foi; pois, levantando-se de madrugada no dia seguinte, apertou o velo, e
espremeu dele o orvalho, que encheu uma taça.
39. Disse mais Gideão a
Deus: Não se acenda contra mim a tua ira se ainda falar só esta vez. Permite que
só mais esta vez eu faça prova com o velo; rogo-te que só o velo fique enxuto, e
em toda a terra haja orvalho.
40. E Deus assim fez naquela noite; pois
só o velo estava enxuto, e sobre toda a terra havia orvalho.
[Juízes
7]Juízes 7
1. Então Jerubaal, que é
Gideão, e todo o povo que estava com ele, levantando-se de madrugada acamparam
junto à fonte de Harode; e o arraial de Midiã estava da banda do norte, perto do
outeiro de Moré, no vale.
2. Disse o Senhor a Gideão: O povo que está
contigo é demais para eu entregar os midianitas em sua mão; não seja caso que
Israel se glorie contra mim, dizendo: Foi a minha própria mão que me
livrou.
3. Agora, pois, apregoa aos ouvidos do povo, dizendo: Quem for
medroso e tímido volte, e retire-se do monte Gileade. Então voltaram do povo
vinte e dois mil, e dez mil ficaram.
4. Disse mais o Senhor a Gideão:
Ainda são muitos. Faze-os descer às águas, e ali os provarei; e será que, aquele
de que eu te disser: Este irá contigo, esse contigo irá; porém todo aquele de
que eu te disser: Este não irá contigo, esse não irá.
5. E Gideão fez
descer o povo às águas. Então o Senhor lhe disse: Qualquer que lamber as águas
com a língua, como faz o cão, a esse porás de um lado; e a todo aquele que se
ajoelhar para beber, porás do outro.
6. E foi o número dos que
lamberam a água, levando a mão à boca, trezentos homens; mas todo o resto do
povo se ajoelhou para beber.
7. Disse ainda o Senhor a Gideão: Com
estes trezentos homens que lamberam a água vos livrarei, e entregarei os
midianitas na tua mão; mas, quanto ao resto do povo, volte cada um ao seu
lugar.
8. E o povo tomou na sua mão as provisões e as suas trombetas,
e Gideão enviou todos os outros homens de Israel cada um à sua tenda, porém
reteve os trezentos. O arraial de Midiã estava embaixo no vale.
9.
Naquela mesma noite disse o Senhor a Gideão: Levanta-te, e desce contra o
arraial, porque eu o entreguei na tua mão.
10. Mas se tens medo de
descer, vai com o teu moço, Purá, ao arraial;
11. ouvirás o que dizem,
e serão fortalecidas as tuas mãos para desceres contra o arraial. Então desceu
ele com e seu moço, Purá, até o posto avançado das sentinelas do
arraial.
12. Os midianitas, os amalequitas, e todos os filhos do
oriente jaziam no vale, como gafanhotos em multidão; e os seus camelos eram
inumeráveis, como a areia na praia do mar.
13. No momento em que
Gideão chegou, um homem estava contando ao seu companheiro um sonho, e dizia: Eu
tive um sonho; eis que um pão de cevada vinha rolando sobre o arraial dos
midianitas e, chegando a uma tenda, bateu nela de sorte a fazê-la cair, e a
virou de cima para baixo, e ela ficou estendida por terra.
14. Ao que
respondeu o seu companheiro, dizendo: Isso não é outra coisa senão a espada de
Gideão, filho de Joás, varão israelita. Na sua mão Deus entregou Midiã e todo
este arraial.
15. Quando Gideão ouviu a narração do sonho e a sua
interpretação, adorou a Deus; e voltando ao arraial de Israel, disse:
Levantai-vos, porque o Senhor entregou nas vossas mãos o arraial de
Midiã.
16. Então dividiu os trezentos homens em três companhias, pôs
nas mãos de cada um deles trombetas, e cântaros vazios contendo tochas
acesas,
17. e disse-lhes: Olhai para mim, e fazei como eu fizer; e eis
que chegando eu à extremidade do arraial, como eu fizer, assim fareis
vós.
18. Quando eu tocar a trombeta, eu e todos os que comigo
estiverem, tocai também vós as trombetas ao redor de todo o arraial, e dizei:
Pelo Senhor e por Gideão!
19. Gideão, pois, e os cem homens que
estavam com ele chegaram à extremidade do arraial, ao princípio da vigília do
meio, havendo sido de pouco colocadas as guardas; então tocaram as trombetas e
despedaçaram os cântaros que tinham nas mãos.
20. Assim tocaram as
três companhias as trombetas, despedaçaram os cântaros, segurando com as mãos
esquerdas as tochas e com as direitas as trombetas para as tocarem, e clamaram:
A espada do Senhor e de Gideão!
21. E conservou-se cada um no seu
lugar ao redor do arraial; então todo o exército deitou a correr e, gritando,
fugiu.
22. Pois, ao tocarem os trezentos as trombetas, o Senhor tornou
a espada de um contra o outro, e isto em todo o arraial, e fugiram até
Bete-Sita, em direção de Zererá, até os limites de Abel-Meolá, junto a
Tabate.
23. Então os homens de Israel, das tribos de Naftali, de Aser
e de todo o Manassés, foram convocados e perseguiram a Midiã.
24.
Também Gideão enviou mensageiros por toda a região montanhosa de Efraim,
dizendo: Descei ao encontro de Midiã, e ocupai-lhe as águas até Bete-Bara, e
também o Jordão. Convocados, pois todos os homens de Efraim, tomaram-lhe as
águas até Bete-Bara, e também o Jordão;
25. e prenderam dois príncipes
de Midiã, Orebe e Zeebe; e mataram Orebe na penha de Orebe, e Zeebe mataram no
lagar de Zeebe, e perseguiram a Midiã; e trouxeram as cabeças de Orebe e de
Zeebe a Gideão, além do Jordão.
[Juízes 8]Juízes
8
1. Então os homens de Efraim lhe disseram: Que é isto
que nos fizeste, não nos chamando quando foste pelejar contra Midiã? E
repreenderam-no asperamente.
2. Ele, porém, lhes respondeu: Que fiz eu
agora em comparação ao que vós fizestes? Não são porventura os rabiscos de
Efraim melhores do que a vindima de Abiezer?
3. Deus entregou na vossa
mão os príncipes de Midiã, Orebe e Zeebe; que, pois, pude eu fazer em comparação
ao que vós fizestes? Então a sua ira se abrandou para com ele, quando falou esta
palavra.
4. E Gideão veio ao Jordão e o atravessou, ele e os trezentos
homens que estavam com ele, fatigados, mas ainda perseguindo.
5.
Disse, pois, aos homens de Sucote: Dai, peço-vos, uns pães ao povo que me segue,
porquanto está fatigado, e eu vou perseguindo a Zeba e Zalmuna, reis os
midianitas.
6. Mas os príncipes de Sucote responderam: Já estão em teu
poder as mãos de Zebá e Zalmuna, para que demos pão ao teu
exército?
7. Replicou-lhes Gideão: Pois quando o Senhor entregar na
minha mão a Zebá e a Zalmuna, trilharei a vossa carne com os espinhos do deserto
e com os abrolhos.
8. Dali subiu a Penuel, e falou da mesma maneira
aos homens desse lugar, que lhe responderam como os homens de Sucote lhe haviam
respondido.
9. Por isso falou também aos homens de Penuel, dizendo:
Quando eu voltar em paz, derribarei esta torre.
10. Zebá e Zalmuna
estavam em Carcor com o seu exército, cerca de quinze mil homens, os restantes
de todo o exército dos filhos do oriente; pois haviam caído cento e vinte mil
homens que puxavam da espada.
11. subiu Gideão pelo caminho dos que
habitavam em tendas, ao oriente de Nobá e Jogbeá, e feriu aquele exército,
porquanto se dava por seguro.
12. E, fugindo Zebá e Zalmuna, Gideão os
perseguiu, tomou presos esses dois reis dos midianitas e desbaratou todo o
exército.
13. Voltando, pois, Gideão, filho de Joás, da peleja pela
subida de Heres,
14. tomou preso a um moço dos homens de Sucote, e o
inquiriu; este lhe deu por escrito os nomes dos príncipes de Sucote, e dos seus
anciãos, setenta e sete homens.
15. Então veio aos homens de Sucote, e
disse: Eis aqui Zebá e Zalmuna, a respeito dos quais me escarnecestes, dizendo:
Porventura já estão em teu poder as mãos de Zebá e Zalmuna, para que demos pão
aos teus homens fatigados?
16. Nisso tomou os anciãos da cidade, e
espinhos e abrolhos do deserto, e com eles ensinou aos homens de
Sucote.
17. Também derrubou a torre de Penuel, e matou os homens da
cidade.
18. Depois perguntou a Zebá e a Zalmuna: Como eram os homens
que matastes em Tabor? E responderam eles: Qual és tu, tais eram eles; cada um
parecia filho de rei.
19. Então disse ele: Eram meus irmãos, filhos de
minha mãe; vive o Senhor, que se lhes tivésseis poupado a vida, eu não vos
mataria.
20. E disse a Jeter, seu primogênito: Levanta-te, mata-os. O
mancebo, porém, não puxou da espada, porque temia, porquanto ainda era muito
moço.
21. Então disseram Zebá e Zalmuna: Levanta-te tu mesmo, e
acomete-nos; porque, qual o homem, tal a sua força. Levantando-se, pois, Gideão,
matou Zebá e Zalmuna, e tomou os crescentes que estavam aos pescoços dos seus
camelos.
22. Então os homens de Israel disseram a Gideão: Domina sobre
nós, assim tu, como teu filho, e o filho de teu filho; porquanto nos livraste da
mão de Midiã.
23. Gideão, porém, lhes respondeu: Nem eu dominarei
sobre vós, nem meu filho, mas o Senhor sobre vós dominará.
24.
Disse-lhes mais Gideão: uma petição vos farei: dá-me, cada um de vós, as
arrecadas do despojo. (Porque os inimigos tinham arrecadas de ouro, porquanto
eram ismaelitas) .
25. Ao que disseram eles: De boa vontade as
daremos. E estenderam uma capa, na qual cada um deles deitou as arrecadas do seu
despojo.
26. E foi o peso das arrecadas de ouro que ele pediu, mil e
setecentos siclos de ouro, afora os crescentes, as cadeias e as vestes de
púrpura que os reis de Midiã trajavam, afora as correntes que os camelos traziam
ao pescoço.
27. Disso fez Gideão um éfode, e o pôs na sua cidade, em
Ofra; e todo o Israel se prostituiu ali após ele; e foi um laço para Gideão e
para sua casa.
28. Assim foram abatidos os midianitas diante dos
filhos de Israel, e nunca mais levantaram a cabeça. E a terra teve sossego, por
quarenta anos nos dias de Gideão.
29. Então foi Jerubaal, filho de
Joás, e habitou em sua casa.
30. Gideão teve setenta filhos, que
procederam da sua coxa, porque tinha muitas mulheres.
31. A sua
concubina que estava em Siquém deu-lhe também um filho; e pôs-lhe por nome
Abimeleque.
32. Morreu Gideão, filho de Joás, numa boa velhice, e foi
sepultado no sepulcro de seu pai Joás, em Ofra dos abiezritas.
33.
Depois da morte de Gideão os filhos de Israel tornaram a se prostituir após os
baalins, e puseram a Baal-Berite por deus.
34. Assim os filhos de
Israel não se lembraram do Senhor seu Deus, que os livrara da mão de todos os
seus inimigos ao redor;
35. nem usaram de beneficência para com a casa
de Jerubaal, a saber, de Gideão, segundo todo o bem que ele havia feito a
Israel.
[Juízes 9]Juízes 9
1.
Abimeleque, filho de Jerubaal, foi a Siquém, aos irmãos de sua mãe, e
falou-lhes, e a toda a parentela da casa de pai de sua mãe,
dizendo:
2. Falai, peço-vos, aos ouvidos de todos os cidadãos de
Siquém: Que é melhor para vós? que setenta homens, todos os filhos de Jerubaal,
dominem sobre vós, ou que um só domine sobre vós? Lembrai-vos também de que sou
vosso osso e vossa carne.
3. Então os irmãos de sua mãe falaram todas
essas palavras a respeito dele aos ouvidos de todos os cidadãos de Siquém; e o
coração deles se inclinou a seguir Abimeleque; pois disseram: E nosso
irmão.
4. E deram-lhe setenta siclos de prata, da casa de Baal-Berite,
com os quais alugou Abimeleque alguns homens ociosos e levianas, que o
seguiram;
5. e foi à casa de seu pai, a Ofra, e matou a seus irmãos,
os filhos de Jerubaal, setenta homens, sobre uma só pedra. Mas Jotão, filho
menor de Jerubaal, ficou, porquanto se tinha escondido.
6. Então se
ajuntaram todos os cidadãos de Siquém e toda a Bete-Milo, e foram, e
constituíram rei a Abimeleque, junto ao carvalho da coluna que havia em
Siquém.
7. Jotão, tendo sido avisado disso, foi e, pondo-se no cume do
monte Gerizim, levantou a voz e clamou, dizendo: Ouvi-me a mim, cidadãos de
Siquém, para que Deus: vos ouça a vos.
8. Foram uma vez as árvores a
ungir para si um rei; e disseram à oliveira: Reina tu sobre nós.
9.
Mas a oliveira lhes respondeu: Deixaria eu a minha gordura, que Deus e os homens
em mim prezam, para ir balouçar sobre as árvores?
10. Então disseram
as árvores à figueira: Vem tu, e reina sobre nós.
11. Mas a figueira
lhes respondeu: Deixaria eu a minha doçura, o meu bom fruto, para ir balouçar
sobre as árvores?
12. Disseram então as árvores à videira: Vem tu, e
reina sobre nós.
13. Mas a videira lhes respondeu: Deixaria eu o meu
mosto, que alegra a Deus e aos homens, para ir balouçar sobre as
árvores?
14. Então todas as árvores disseram ao espinheiro: Vem tu, e
reina sobre nós.
15. O espinheiro, porém, respondeu às árvores: Se de
boa fé me ungis por vosso rei, vinde refugiar-vos debaixo da minha sombra; mas,
se não, saia fogo do espinheiro, e devore os cedros do Líbano.
16.
Agora, pois, se de boa fé e com retidão procedestes, constituindo rei a
Abimeleque, e se bem fizestes para com Jerubaal e para com a sua casa, e se com
ele usastes conforme o merecimento das suas mãos
17. (porque meu pai
pelejou por vós, desprezando a própria vida, e vos livrou da mão de
Midiã;
18. porém vós hoje vos levantastes contra a casa de meu pai, e
matastes a seus filhos, setenta homens, sobre uma só pedra; e a Abimeleque,
filho da sua serva, fizestes reinar sobre os cidadãos de Siquém, porque é vosso
irmão);
19. se de boa fé e com retidão procedestes hoje para com
Jerubaal e para com a sua casa, alegrai-vos em Abimeleque, e também ele se
alegre em vós;
20. mas se não, saia fogo de Abimeleque, e devore os
cidadãos de Siquém, e a Bete-Milo; e saia fogo dos cidadãos de Siquém e de
Bete-Milo, e devore Abimeleque.
21. E partindo Jotão, fugiu e foi para
Beer, e ali habitou, por medo de Abimeleque, seu irmão.
22. Havendo
Abimeleque reinado três anos sobre Israel,
23. Deus suscitou um
espírito mau entre Abimeleque e os cidadãos de Siquém; e estes procederam
aleivosamente para com Abimeleque;
24. para que a violência praticada
contra os setenta filhos de Jerubaal, como também o sangue deles, recaíssem
sobre Abimeleque, seu irmão, que os matara, e sobre os cidadãos de Siquém, que
fortaleceram as mãos dele para matar a seus irmãos.
25. E os cidadãos
de Siquém puseram de emboscada contra ele, sobre os cumes dos montes, homens que
roubavam a todo aquele que passava por eles no caminho. E contou-se isto a
Abimeleque.
26. Também veio Gaal, filho de Ebede, com seus irmãos, e
estabeleceu-se em Siquém; e confiaram nele os cidadãos de Siquém.
27.
Saindo ao campo, vindimaram as suas vinhas, pisaram as uvas e fizeram uma festa;
e, entrando na casa de seu deus, comeram e beberam, e amaldiçoaram a
Abimeleque.
28. E disse Gaal, filho de Ebede: Quem é Abimeleque, e
quem é Siquém, para que sirvamos a Abimeleque? não é, porventura, filho de
Jerubaal? e não é Zebul o seu mordomo? Servi antes aos homens de Hamor, pai de
Siquém; pois, por que razão serviríamos nós a Abimeleque?
29. Ah! se
este povo estivesse sob a minha mão, eu transtornaria a Abimeleque. Eu lhe
diria: Multiplica o teu exército, e vem.
30. Quando Zebul, o
governador da cidade, ouviu as palavras de Gaal, filho de Ebede, acendeu-se em
ira.
31. E enviou secretamente mensageiros a Abimeleque, para lhe
dizerem: Eis que Gaal, filho de Ebede, e seus irmãos vieram a Siquém, e estão
sublevando a cidade contra ti.
32. Levanta-te, pois, de noite, tu e o
povo que tiveres contigo, e põe-te de emboscada no campo.
33. E pela
manhã, ao nascer do sol, levanta-te, e dá de golpe sobre a cidade; e, saindo
contra ti Gaal e o povo que tiver com ele, faze-lhe como te permitirem as
circunstâncias.
34. Levantou-se, pois, de noite Abimeleque, e todo o
povo que com ele havia, e puseram emboscadas a Siquém, em quatro
bandos.
35. E Gaal, filho de Ebede, saiu e pôs-se à entrada da porta
da cidade; e das emboscadas se levantou Abimeleque, e todo o povo que estava com
ele.
36. Quando Gaal viu aquele povo, disse a Zebul: Eis que desce
gente dos cumes dos montes. Respondeu-lhe Zebul: Tu vês as sombras dos montes
como se fossem homens.
37. Gaal, porém, tornou a falar, e disse: Eis
que desce gente do meio da terra; também vem uma tropa do caminho do carvalho de
Meonenim.
38. Então lhe disse Zebul: Onde está agora a tua boca, com a
qual dizias: Quem é Abimeleque, para que o sirvamos? Não é esse, porventura, o
povo que desprezaste. Sai agora e peleja contra ele!
39. Assim saiu
Gaal, à frente dos cidadãos de Siquém, e pelejou contra
Abimeleque.
40. Mas Abimeleque o perseguiu, pois Gaal fugiu diante
dele, e muitos caíram feridos até a entrada da porta.
41. Abimeleque
ficou em Arumá. E Zebul expulsou Gaal e seus irmãos, para que não habitassem em
Siquém.
42. No dia seguinte sucedeu que o povo saiu ao campo; disto
foi avisado Abimeleque,
43. o qual, tomando o seu povo, dividiu-o em
três bandos, que pôs de emboscada no campo. Quando viu que o povo saía da
cidade, levantou-se contra ele e o feriu.
44. Abimeleque e os que
estavam com ele correram e se puseram à porta da cidade; e os outros dois bandos
deram de improviso sobre todos quantos estavam no campo, e os
feriram.
45. Abimeleque pelejou contra a cidade todo aquele dia,
tomou-a e matou o povo que nela se achava; e, assolando-a, a semeou de
sal.
46. Tendo ouvido isso todos os cidadãos de Migdol-Siquém,
entraram na fortaleza, na casa de El-Berite.
47. E contou-se a
Abimeleque que todos os cidadãos de Migdol-Siquém se haviam
congregado.
48. Então Abimeleque subiu ao monte Zalmom, ele e todo o
povo que com ele havia; e, tomando na mão um machado, cortou um ramo de árvore
e, levantando-o, pô-lo ao seu ombro, e disse ao povo que estava com ele: O que
me vistes fazer, apressai-vos a fazê-lo também.
49. Tendo, pois, cada
um cortado o seu ramo, seguiram a Abimeleque; e, pondo os ramos junto da
fortaleza, queimaram-na a fogo com os que nela estavam; de modo que morreram
também todos os de Migdol-Siquém, cerca de mil homens e mulheres.
50.
Então Abimeleque foi a Tebez, e a sitiou e tomou.
51. Havia, porém, no
meio da cidade uma torre forte, na qual se refugiaram todos os habitantes da
cidade, homens e mulheres; e fechando após si as portas, subiram ao eirado da
torre.
52. E Abimeleque, tendo chegado até a torre, atacou-a, e
chegou-se à porta da torre, para lhe meter fogo.
53. Nisso uma mulher
lançou a pedra superior de um moinho sobre a cabeça de Abimeleque, e quebrou-lhe
o crânio.
54. Então ele chamou depressa o moço, seu escudeiro, e
disse-lhe: Desembainha a tua espada e mata-me, para que não se diga de mim: uma
mulher o matou. E o moço o traspassou e ele morreu.
55. Vendo, pois,
os homens de Israel que Abimeleque já era morto, foram-se cada um para o seu
lugar.
56. Assim Deus fez tornar sobre Abimeleque o mal que tinha
feito a seu pai, matando seus setenta irmãos;
57. como também fez
tornar sobre a cabeça dos homens de Siquém todo o mal que fizeram; e veio sobre
eles a maldição de Jotão, filho de Jerubaal.
[Juízes 10]Juízes 10
1. Depois de Abimeleque
levantou-se, para livrar a Israel, Tola, filho de Puva, filho de Dodó, homem de
Issacar, que habitava em Samir, na região montanhosa de Efraim.
2. Ele
julgou a Israel vinte e três anos; e morreu, e foi sepultado em
Samir.
3. Depois dele levantou-se Jair, gileadita, que julgou a Israel
vinte e dois anos.
4. Ele tinha trinta filhos, que cavalgavam sobre
trinta jumentos; e tinham estes trinta cidades, que se chamam Havote-Jair, até a
dia de hoje, as quais estão na terra de Gileade.
5. Morreu Jair, e foi
sepultado em Camom.
6. Então tornaram os filhos de Israel a fazer e
que era mau aos olhos do Senhor, e serviram aos baalins, e às astarotes, e aos
deuses da Síria, e aos de Sidom, e de Moabe, e dos amonitas, e dos filisteus; e
abandonaram o Senhor, e não o serviram.
7. Pelo que a ira do Senhor se
acendeu contra Israel, e ele os vendeu na mão dos filisteus e na mão dos
amonitas,
8. os quais naquele mesmo ano começaram a vexá-los e
oprimi-los. Por dezoito anos oprimiram a todos os filhos de Israel que estavam
dalém do Jordão, na terra dos amorreus, que é em Gileade.
9. E os
amonitas passaram o Jordão, para pelejar também contra Judá e Benjamim, e contra
a casa de Efraim, de maneira que Israel se viu muito angustiado.
10.
Então os filhos de Israel clamaram ao Senhor, dizendo: Pecamos contra ti, pois
abandonamos o nosso Deus, e servimos aos baalins.
11. O Senhor, porém,
respondeu aos filhos de Israel: Porventura não vos livrei eu dos egípcios, dos
amorreus, dos amonitas e dos filisteus?
12. Também os sidônios, os
amalequitas e os maonitas vos oprimiram; e, quando clamastes a mim, não vos
livrei da sua mão?
13. Contudo vós me deixastes a mim e servistes a
outros deuses, pelo que não vos livrarei mais.
14. Ide e clamai aos
deuses que escolhestes; que eles vos livrem no tempo da vossa
angústia.
15. Mas os filhos de Israel disseram ao Senhor: Pecamos;
fazes-nos conforme tudo quanto te parecer bem; tão-somente te rogamos que nos
livres hoje.
16. E tiraram os deuses alheios do meio de si, e serviram
ao Senhor, que se moveu de compaixão por causa da desgraça de
Israel.
17. Depois os amonitas se reuniram e acamparam em Gileade;
também os filhos de Israel, reunindo-se, acamparam em Mizpá.
18. Então
o povo, isto é, os príncipes de Gileade disseram uns aos outros: Quem será o
varão que começará a peleja contra os amonitas? esse será o chefe de todos os
habitantes de Gileade.
[Juízes 11]Juízes
11
1. Era então Jefté, o gileadita, homem valoroso,
porém filho duma prostituta; Gileade era o pai dele.
2. Também a
mulher de Gileade lhe deu filhos; quando os filhos desta eram já grandes,
expulsaram a Jefté, e lhe disseram: Não herdarás na casa de nosso pai, porque és
filho de outra mulher.
3. Então Jefté fugiu de diante de seus irmãos,
e habitou na terra de Tobe; e homens levianos juntaram-se a Jefté, e saiam com
ele.
4. Passado algum tempo, os amonitas fizeram guerra a
Israel.
5. E, estando eles a guerrear contra Israel, foram os anciãos
de Gileade para trazer Jefté da terra de Tobe,
6. e lhe disseram: Vem,
sê o nosso chefe, para que combatamos contra os amonitas.
7. Jefté,
porém, perguntou aos anciãos de Gileade: Porventura não me odiastes, e não me
expulsastes da casa de meu pai? por que, pois, agora viestes a mim, quando
estais em aperto?
8. Responderam-lhe os anciãos de Gileade: É por isso
que tornamos a ti agora, para que venhas conosco, e combatas contra os amonitas,
e nos sejas por chefe sobre todos os habitantes de Gileade.
9. Então
Jefté disse aos anciãos de Gileade: Se me fizerdes voltar para combater contra
os amonitas, e o Senhor mos entregar diante de mim, então serei eu o vosso
chefe.
10. Responderam os anciãos de Gileade a Jefté: O Senhor será
testemunha entre nós de que faremos conforme a tua palavra.
11. Assim
Jefté foi com os anciãos de Gileade, e o povo o pôs por cabeça e chefe sobre si;
e Jefté falou todas as suas palavras perante o Senhor em Mizpá.
12.
Depois Jefté enviou mensageiros ao rei dos amonitas, para lhe dizerem: Que há
entre mim e ti, que vieste a mim para guerrear contra a minha
terra?
13. Respondeu o rei dos amonitas aos mensageiros de Jefté: É
porque Israel, quando subiu do Egito, tomou a minha terra, desde o Arnom até o
Jaboque e o Jordão; restitui-me, pois, agora essas terras em paz.
14.
Jefté, porém, tornou a enviar mensageiros ao rei dos amonitas,
15.
dizendo-lhe: Assim diz Jefté: Israel não tomou a terra de Moabe, nem a terra dos
amonitas;
16. mas quando Israel subiu do Egito, andou pelo deserto até
o Mar Vermelho, e depois chegou a Cades;
17. dali enviou mensageiros
ao rei de Edom, a dizer-lhe: Rogo-te que me deixes passar pela tua terra. Mas o
rei de Edom não lhe deu ouvidos. Então enviou ao rei de Moabe, o qual também não
consentiu; e assim Israel ficou em Cades.
18. Depois andou pelo
deserto e rodeou a terra de Edom e a terra de Moabe, e veio pelo lado oriental
da terra de Moabe, e acampou além do Arnom; porém não entrou no território de
Moabe, pois o Arnom era o limite de Moabe.
19. E Israel enviou
mensageiros a Siom, rei dos amorreus, rei de Hesbom, e disse-lhe: Rogo-te que
nos deixes passar pela tua terra até o meu lugar.
20. Siom, porém, não
se fiou de Israel para o deixar passar pelo seu território; pelo contrário,
ajuntando todo o seu povo, acampou em Jaza e combateu contra
Israel.
21. E o Senhor Deus de Israel entregou Siom com todo o seu
povo na mão de Israel, que os feriu e se apoderou de toda a terra dos amorreus
que habitavam naquela região.
22. Apoderou-se de todo o território dos
amorreus, desde o Arnom até o Jaboque, e desde o deserto até o
Jordão.
23. Assim o Senhor Deus de Israel desapossou os amorreus de
diante do seu povo de Israel; e possuirias tu esse território?
24. Não
possuirias tu o território daquele que Quemós, teu deus, desapossasse de diante
de ti? assim possuiremos nós o território de todos quantos o Senhor nosso Deus
desapossar de diante de nós.
25. Agora, és tu melhor do que Balaque,
filho de Zipor, rei de Moabe? ousou ele jamais contender com Israel, ou lhe
mover guerra?
26. Enquanto Israel habitou trezentos anos em Hesbom e
nas suas vilas, em Aroer e nas suas vilas em todas as cidades que estão ao longo
do Arnom, por que não as recuperaste naquele tempo?
27. Não fui eu que
pequei contra ti; és tu, porém, que usas de injustiça para comigo, fazendo-me
guerra. O Senhor, que é juiz, julgue hoje entre os filhos de Israel e os
amonitas.
28. Contudo o rei dos amonitas não deu ouvidos à mensagem
que Jefté lhe enviou.
29. Então o Espírito do Senhor veio sobre Jefté,
de modo que ele passou por Gileade e Manassés, e chegando a Mizpá de Gileade,
dali foi ao encontro dos amonitas.
30. E Jefté fez um voto ao Senhor,
dizendo: Se tu me entregares na mão os amonitas,
31. qualquer que,
saindo da porta de minha casa, me vier ao encontro, quando eu, vitorioso, voltar
dos amonitas, esse será do Senhor; eu o oferecerei em holocausto.
32.
Assim Jefté foi ao encontro dos amonitas, a combater contra eles; e o Senhor
lhos entregou na mão.
33. E Jefté os feriu com grande mortandade,
desde Aroer até chegar a Minite, vinte cidades, e até Abel-Queramim. Assim foram
subjugados os amonitas pelos filhos de Israel.
34. Quando Jefté chegou
a Mizpá, à sua casa, eis que a sua filha lhe saiu ao encontro com adufes e com
danças; e era ela a filha única; além dela não tinha outro filho nem
filha.
35. Logo que ele a viu, rasgou as suas vestes, e disse: Ai de
mim, filha minha! muito me abateste; és tu a causa da minha desgraça! pois eu
fiz, um voto ao Senhor, e não posso voltar atrás.
36. Ela lhe
respondeu: Meu pai, se fizeste um voto ao Senhor, faze de mim conforme o teu
voto, pois o Senhor te vingou dos teus inimigos, os filhos de
Amom.
37. Disse mais a seu pai: Concede-me somente isto: deixa-me por
dois meses para que eu vá, e desça pelos montes, chorando a minha virgindade com
as minhas companheiras.
38. Disse ele: Vai. E deixou-a ir por dois
meses; então ela se foi com as suas companheiras, e chorou a sua virgindade
pelos montes.
39. E sucedeu que, ao fim dos dois meses, tornou ela
para seu pai, o qual cumpriu nela o voto que tinha feito; e ela não tinha
conhecido varão. Daí veio o costume em Israel,
40. de irem as filhas
de Israel de ano em ano lamentar por quatro dias a filha de Jefté, o gileadita.
Isso não é
[Juízes 12]Juízes
12
1. Então os homens de Efraim se congregaram,
passaram para Zafom e disseram a Jefté: Por que passaste a combater contra os
amonitas, e não nos chamaste para irmos contigo? Queimaremos a fogo a tua casa
contigo.
2. Disse-lhes Jefté: Eu e o meu povo tivemos grande contenda
com os amonitas; e quando vos chamei, não me livrastes da sua mão.
3.
Vendo eu que não me livráveis, arrisquei a minha vida e fui de encontro aos
amonitas, e o Senhor mos entregou nas mãos; por que, pois, subistes vós hoje
para combater contra mim?
4. Depois ajuntou Jefté todos os homens de
Gileade, e combateu contra Efraim, e os homens de Gileade feriram a Efraim;
porque este lhes dissera: Fugitivos sois de Efraim, vós gileaditas que habitais
entre Efraim e Manassés.
5. E tomaram os gileaditas aos efraimitas os
vaus do Jordão; e quando algum dos fugitivos de Efraim dizia: Deixai-me passar;
então os homens de Gileade lhe perguntavam: És tu efraimita? E dizendo ele:
Não;
6. então lhe diziam: Dize, pois, Chibolete; porém ele dizia:
Sibolete, porque não o podia pronunciar bem. Então pegavam dele, e o degolavam
nos vaus do Jordão. Cairam de Efraim naquele tempo quarenta e dois
mil.
7. Jefté julgou a Israel seis anos; e morreu Jefté, o gileadita,
e foi sepultado numa das cidades de Gileade.
8. Depois dele julgou a
Israel Ibzã de Belém.
9. Tinha este trinta filhos, e trinta filhas que
casou fora; e trinta filhas trouxe de fora para seus filhos. E julgou a Israel
sete anos.
10. Morreu Ibzã, e foi sepultado em Belém.
11.
Depois dele Elom, o zebulonita, julgou a Israel dez anos.
12. Morreu
Elom, o zebulonita, e foi sepultado em Aijalom, na terra de
Zebulom.
13. Depois dele julgou a Israel Abdom, filho de Hilel, o
piratonita.
14. Tinha este quarenta filhos e trinta netos, que
cavalgavam sobre setenta jumentos. E julgou a Israel oito anos.
15.
Morreu Abdom, filho de Hilel, o piratonita, e foi sepultado em Piratom, na terra
de Efraim, na região montanhosa dos amalequitas.
[Juízes 13]Juízes 13
1. Os filhos de Israel tornaram a
fazer o que era mau aos olhos do Senhor, e ele os entregou na mão dos filisteus
por quarenta anos.
2. Havia um homem de Zorá, da tribo de Dã, cujo
nome era Manoá; e sua mulher, sendo estéril, não lhe dera filhos.
3.
Mas o anjo do Senhor apareceu à mulher e lhe disse: Eis que és estéril, e nunca
deste à luz; porém conceberás, e terás um filho.
4. Agora pois, toma
cuidado, e não bebas vinho nem bebida forte, e não comas coisa alguma
impura;
5. porque tu conceberás e terás um filho, sobre cuja cabeça
não passará navalha, porquanto o menino será nazireu de Deus desde o ventre de
sua mãe; e ele começara a livrar a Israel da mão dos filisteus.
6.
Então a mulher entrou, e falou a seu marido, dizendo: Veio a mim um homem de
Deus, cujo semblante era como o de um anjo de Deus, em extremo terrível; e não
lhe perguntei de onde era, nem ele me disse o seu nome;
7. porém
disse-me: Eis que tu conceberás e terás um filho. Agora pois, não bebas vinho
nem bebida forte, e não comas coisa impura; porque o menino será nazireu de
Deus, desde o ventre de sua mãe até o dia da sua morte.
8. Então Manoá
suplicou ao Senhor, dizendo: Ah! Senhor meu, rogo-te que o homem de Deus, que
enviaste, venha ter conosco outra vez e nos ensine o que devemos fazer ao menino
que há de nascer.
9. Deus ouviu a voz de Manoá; e o anjo de Deus veio
outra vez ter com a mulher, estando ela sentada no campo, porém não estava com
ela seu marido, Manoá.
10. Apressou-se, pois, a mulher e correu para
dar a notícia a seu marido, e disse-lhe: Eis que me apareceu aquele homem que
veio ter comigo o outro dia.
11. Então Manoá se levantou, seguiu a sua
mulher e, chegando à presença do homem, perguntou-lhe: És tu o homem que falou a
esta mulher? Ele respondeu: Sou eu.
12. Então disse Manoá: Quando se
cumprirem as tuas palavras, como se há de criar o menino e que fará
ele?
13. Respondeu o anjo do Senhor a Manoá: De tudo quanto eu disse à
mulher se guardará ela;
14. de nenhum produto da vinha comerá; não
beberá vinho nem bebida forte, nem comerá coisa impura; tudo quanto lhe ordenei
cumprirá.
15. Então Manoá disse ao anjo do Senhor: Deixa que te
detenhamos, para que te preparemos um cabrito.
16. Disse, porém, o
anjo do Senhor a Manoá: Ainda que me detenhas, não comerei de teu pão; e se
fizeres holocausto, é ao Senhor que o oferecerás. (Pois Manoá não sabia que era
o anjo do Senhor).
17. Ainda perguntou Manoá ao anjo do Senhor: Qual é
o teu nome?-para que, quando se cumprir a tua palavra, te
honremos.
18. Ao que o anjo do Senhor lhe respondeu: Por que perguntas
pelo meu nome, visto que é maravilhoso?
19. Então Manoá tomou um
cabrito com a oferta de cereais, e o ofereceu sobre a pedra ao Senhor; e fez o
anjo maravilhas, enquanto Manoá e sua mulher o observavam.
20. Ao
subir a chama do altar para o céu, subiu com ela o anjo do Senhor; o que vendo
Manoá e sua mulher, caíram com o rosto em terra.
21. E não mais
apareceu o anjo do Senhor a Manoá, nem à sua mulher; então compreendeu Manoá que
era o anjo do Senhor.
22. Disse Manoá a sua mulher: Certamente
morreremos, porquanto temos visto a Deus.
23. Sua mulher, porém, lhe
respondeu: Se o Senhor nos quisera matar, não teria recebido da nossa mão o
holocausto e a oferta de cereais, nem nos teria mostrado todas estas coisas, nem
agora nos teria dito semelhantes coisas.
24. Depois teve esta mulher
um filho, a quem pôs o nome de Sansão; e o menino cresceu, e o Senhor o
abençoou.
25. E o Espírito do Senhor começou a incitá-lo em Maané-Dã,
entre Zorá e Estaol.
[Juízes 14]Juízes
14
1. Desceu Sansão a Timnate; e vendo em Timnate uma
mulher das filhas dos filisteus,
2. subiu, e declarou-o a seu pai e a
sua mãe, dizendo: Vi uma mulher em Timnate, das filhas dos filisteus; agora
pois, tomai-ma por mulher.
3. Responderam-lhe, porém, seu pai e sua
mãe: Não há, porventura, mulher entre as filhas de teus irmãos, nem entre todo o
nosso povo, para que tu vás tomar mulher dos filisteus, daqueles incircuncisos?
Disse, porém, Sansão a seu pai: Toma esta para mim, porque ela muito me
agrada.
4. Mas seu pai e sua mãe não sabiam que isto vinha do Senhor,
que buscava ocasião contra os filisteus; porquanto naquele tempo os filisteus
dominavam sobre Israel.
5. Desceu, pois, Sansão com seu pai e com sua
mãe a Timnate. E, chegando ele às vinhas de Timnate, um leão novo, rugindo,
saiu-lhe ao encontro.
6. Então o Espírito do Senhor se apossou dele,
de modo que ele, sem ter coisa alguma na mão, despedaçou o leão como se fosse um
cabrito. E não disse nem a seu pai nem a sua mãe o que tinha feito.
7.
Depois desceu e falou àquela mulher; e ela muito lhe agradou.
8.
Passado algum tempo, Sansão voltou para recebê-la; e apartando-se de caminho
para ver o cadáver do leão, eis que nele havia um enxame de abelhas, e
mel.
9. E tirando-o nas mãos, foi andando e comendo dele; chegando
aonde estavam seu pai e sua mãe, deu-lhes do mel, e eles comeram; porém não lhes
disse que havia tirado o mel do corpo do leão.
10. Desceu, pois, seu
pai à casa da mulher; e Sansão fez ali um banquete, porque assim os mancebos
costumavam fazer.
11. E sucedeu que, quando os habitantes do lugar o
viram, trouxeram trinta companheiros para estarem com ele.
12.
Disse-lhes, pois, Sansão: Permiti-me propor-vos um enigma; se nos sete dias das
bodas o decifrardes e mo descobrirdes, eu vos darei trinta túnicas de linho e
trinta mantos;
13. mas se não puderdes decifrar, vós me dareis a mim
as trinta túnicas de linho e os trinta mantos. Ao que lhe responderam eles:
Propõe o teu enigma, para que o ouçamos.
14. Então lhes disse: Do que
come saiu comida, e do forte saiu doçura. E em três dias não puderam decifrar o
enigma.
15. Ao quarto dia, pois, disseram à mulher de Sansão: Persuade
teu marido a que declare o enigma, para que não queimemos a fogo a ti e à casa
de teu pai. Acaso nos convidastes para nos despojardes?
16. E a mulher
de Sansão chorou diante dele, e disse: Tão-somente me aborreces, e não me amas;
pois propuseste aos filhos do meu povo um enigma, e não mo declaraste a mim.
Respondeu-lhe ele: Eis que nem a meu pai nem a minha mãe o declarei, e to
declararei a ti.
17. Assim ela chorava diante dele os sete dias em que
celebravam as bodas. Sucedeu, pois, que ao sétimo dia lho declarou, porquanto o
importunava; então ela declarou o enigma aos filhos do seu povo.
18.
Os homens da cidade, pois, ainda no sétimo dia, antes de se pôr o sol, disseram
a Sansão: Que coisa há mais doce do que o mel? e que coisa há mais forte do que
o leão? Respondeu-lhes ele: Se vós não tivésseis lavrado com a minha novilha,
não teríeis descoberto o meu enigma.
19. Então o Espírito do Senhor se
apossou dele, de modo que desceu a Asquelom, matou trinta dos seus homens e,
tomando as suas vestes, deu-as aos que declararam o enigma; e, ardendo em ira,
subiu à casa de seu pai.
20. E a mulher de Sansão foi dada ao seu
companheiro, que lhe servira de paraninfo.:
[Juízes 15]Juízes 15
1. Alguns dias depois disso,
durante a ceifa do trigo, Sansão, levando um cabrito, foi visitar a sua mulher,
e disse: Entrarei na câmara de minha mulher. Mas o pai dela não o deixou
entrar,
2. dizendo-lhe: Na verdade, pensava eu que de todo a
aborrecias; por isso a dei ao teu companheiro. Não é, porém, mais formosa do que
ela a sua irmã mais nova? Toma-a, pois, em seu lugar.
3. Então Sansão
lhes disse: De agora em diante estarei sem culpa para com os filisteus, quando
lhes fizer algum mal.
4. E Sansão foi, apanhou trezentas raposas,
tomou fachos e, juntando as raposas cauda a cauda, pôs-lhes um facho entre cada
par de caudas.
5. E tendo chegado fogo aos fachos, largou as raposas
nas searas dos filisteus:, e assim abrasou tanto as medas como o trigo ainda em
pé as vinhas e os olivais.
6. Perguntaram os filisteus: Quem fez isto?
Respondeu-se-lhes: Sansão, o genro do timnita, porque este lhe tomou a sua
mulher, e a deu ao seu companheiro. Subiram, pois, os filisteus, e queimaram a
fogo a ela e a seu pai.
7. Disse-lhes Sansão: É assim que fazeis? pois
só cessarei quando me houver vingado de vós.
8. E de todo os
desbaratou, infligindo-lhes grande mortandade. Então desceu, e habitou na fenda
do penhasco de Etã.
9. Então os filisteus subiram, acamparam-se em
Judá, e estenderam-se por Leí.
10. Perguntaram-lhes os homens de Judá:
Por que subistes contra nós. E eles responderam: Subimos para amarrar a Sansão,
para lhe fazer como ele nos fez.
11. Então três mil homens de Judá
desceram até a fenda do penhasco de Etã, e disseram a Sansão: Não sabias tu que
os filisteus dominam sobre nós? por que, pois, nos fizeste isto? E ele lhes
disse: Assim como eles me fizeram a mim, eu lhes fiz a eles.
12.
Tornaram-lhe eles: Descemos para amarrar-te, a fim de te entregar nas mãos dos
filisteus. Disse-lhes Sansão: Jurai-me que vós mesmos não me
acometereis.
13. Eles lhe responderam: Não, não te mataremos, mas
apenas te amarraremos, e te entregaremos nas mãos deles. E amarrando-o com duas
cordas novas, tiraram-no do penhasco.
14. Quando ele chegou a Leí, os
filisteus lhe saíram ao encontro, jubilando. Então o Espírito do Senhor se
apossou dele, e as cordas que lhe ligavam os braços se tornaram como fios de
linho que estão queimados do fogo, e as suas amarraduras se desfizeram das suas
mãos.
15. E achou uma queixada fresca de jumento e, estendendo a mão,
tomou-a e com ela matou mil homens.
16. Disse Sansão: Com a queixada
de um jumento montões e mais montões! Sim, com a queixada de um jumento matei
mil homens.
17. E acabando ele de falar, lançou da sua mão a queixada;
e chamou-se aquele lugar Ramá-Leí.
18. Depois, como tivesse grande
sede, clamou ao Senhor, e disse: Pela mão do teu servo tu deste este grande
livramento; e agora morrerei eu de sede, e cairei nas mãos destes
incircuncisos?
19. Então o Senhor abriu a fonte que está em Leí, e
dela saiu água; e Sansão, tendo bebido, recobrou alento, e reviveu; pelo que a
fonte ficou sendo chamada En-Hacore, a qual está em Leí até o dia de
hoje.
20. E julgou a Israel, nos dias dos filisteus, vinte
anos.
[Juízes 16]Juízes 16
1.
Sansão foi a Gaza, e viu ali uma prostituta, e entrou a ela.
2. E foi
dito aos gazitas: Sansão entrou aqui. Cercaram-no, pois, e de emboscada à porta
da cidade o esperaram toda a noite; assim ficaram quietos a noite toda, dizendo:
Quando raiar o dia, matá-lo-emos.
3. Mas Sansão deitou-se até a
meia-noite; então, levantando-se, pegou nas portas da entrada da cidade, com
ambos os umbrais, arrancou-as juntamente com a tranca e, pondo-as sobre os
ombros, levou-as até o cume do monte que está defronte de Hebrom.
4.
Depois disto se afeiçoou a uma mulher do vale de Soreque, cujo nome era
Dalila.
5. Então os chefes dos filisteus subiram a ter com ela, e lhe
disseram: Persuade-o, e vê em que consiste a sua grande força, e como poderemos
prevalecer contra ele e amarrá-lo, para assim o afligirmos; e te daremos, cada
um de nós, mil e cem moedas de prata.
6. Disse, pois, Dalila a Sansão:
Declara-me, peço-te, em que consiste a tua grande força, e com que poderias ser
amarrado para te poderem afligir.
7. Respondeu-lhe Sansão: Se me
amarrassem com sete cordas de nervos, ainda não secados, então me tornaria
fraco, e seria como qualquer outro homem.
8. Então os chefes dos
filisteus trouxeram a Dalila sete cordas de nervos, ainda não secados, com as
quais ela o amarrou.
9. Ora, tinha ela em casa uns espias sentados na
câmara interior. Então ela disse: Os filisteus vêm sobre ti, Sansão! E ele
quebrou as cordas de nervos, como se quebra o fio da estopa ao lhe chegar o
fogo. Assim não se soube em que consistia a sua força.
10. Disse,
pois, Dalila a Sansão: Eis que zombaste de mim, e me disseste mentiras;
declara-me agora com que poderia ser a amarrado.
11. Respondeu-lhe
ele: Se me amarrassem fortemente com cordas novas, que nunca tivessem sido
usadas, então me tornaria fraco, e seria como qualquer outro
homem.
12. Então Dalila tomou cordas novas, e o amarrou com elas, e
disse-lhe: Os filisteus vêm sobre ti, Sansão! E os espias estavam sentados na
câmara interior. Porém ele as quebrou de seus braços como a um
fio.
13. Disse Dalila a Sansão: Até agora zombaste de mim, e me
disseste mentiras; declara-me pois, agora, com que poderia ser amarrado. E ele
lhe disse: Se teceres as sete tranças da minha cabeça com os liços da
teia.
14. Assim ela as fixou com o torno de tear, e disse-lhe: Os
filisteus vêm sobre ti, Sansão! Então ele despertou do seu sono, e arrancou o
torno do tear, juntamente com os liços da teia.
15. Disse-lhe ela:
como podes dizer: Eu te amo! não estando comigo o teu coração? Já três vezes
zombaste de mim, e ainda não me declaraste em que consiste a tua
força.
16. E sucedeu que, importunando-o ela todos os dias com as suas
palavras, e molestando-o, a alma dele se angustiou até a morte.
17. E
descobriu-lhe todo o seu coração, e disse-lhe: Nunca passou navalha pela minha
cabeça, porque sou nazireu de Deus desde o ventre de minha mãe; se viesse a ser
rapado, ir-se-ia de mim a minha força, e me tornaria fraco, e seria como
qualquer outro homem.
18. Vendo Dalila que ele lhe descobrira todo o
seu coração, mandou chamar os chefes dos filisteus, dizendo: Subi ainda esta
vez, porque agora me descobriu ele todo o seu coração. E os chefes dos filisteus
subiram a ter com ela, trazendo o dinheiro nas mãos.
19. Então ela o
fez dormir sobre os seus joelhos, e mandou chamar um homem para lhe rapar as
sete tranças de sua cabeça. Depois começou a afligi-lo, e a sua força se lhe
foi.
20. E disse ela: Os filisteus vêm sobre ti, Sansão! Despertando
ele do seu sono, disse: Sairei, como das outras vezes, e me livrarei. Pois ele
não sabia que o Senhor se tinha retirado dele.
21. Então os filisteus
pegaram nele, arrancaram-lhe os olhos e, tendo-o levado a Gaza, amarraram-no com
duas cadeias de bronze; e girava moinho no cárcere.
22. Todavia o
cabelo da sua cabeça, logo que foi rapado, começou a crescer de
novo:
23. Então os chefes dos filisteus se ajuntaram para oferecer um
grande sacrifício ao seu deus Dagom, e para se regozijar; pois diziam: Nosso
deus nos entregou nas mãos a Sansão, nosso inimigo.
24.
semelhantemente o povo, vendo-o, louvava ao seu deus, dizendo: Nosso Deus nos
entregou nas mãos o nosso inimigo, aquele que destruía a nossa terra, e
multiplicava os nossos mortos.
25. E sucedeu que, alegrando-se o seu
coração, disseram: Mandai vir Sansão, para que brinque diante de nós. Mandaram,
pois, vir do cárcere Sansão, que brincava diante deles; e fizeram-no estar em pé
entre as colunas.
26. Disse Sansão ao moço que lhe segurava a mão:
Deixa-me apalpar as colunas em que se sustém a casa, para que me encoste a
elas.
27. Ora, a casa estava cheia de homens e mulheres; e também ali
estavam todos os chefes dos filisteus, e sobre o telhado havia cerca de três mil
homens e mulheres, que estavam vendo Sansão brincar.
28. Então Sansão
clamou ao Senhor, e disse: Ó Senhor Deus! lembra-te de mim, e fortalece-me agora
só esta vez, ó Deus, para que duma só vez me vingue dos filisteus pelos meus
dois olhos.
29. Abraçou-se, pois, Sansão com as duas colunas do meio,
em que se sustinha a casa, arrimando-se numa com a mão direita, e na outra com a
esquerda.
30. E bradando: Morra eu com os filisteus! inclinou-se com
toda a sua força, e a casa caiu sobre os chefes e sobre todo o povo que nela
havia. Assim foram mais os que matou ao morrer, do que os que matara em
vida.
31. Então desceram os seus irmãos e toda a casa de seu pai e,
tomando-o, o levaram e o sepultaram, entre Zorá e Estaol, no sepulcro de Manoá,
seu pai. Ele havia julgado a Israel vinte anos.
[Juízes 17]Juízes 17
1. Havia um homem da região
montanhosa de Efraim, cujo nome era Mica.
2. Disse este a sua mãe: As
mil e cem moedas de prata que te foram tiradas, por cuja causa lançaste
maldições, e acerca das quais também me falaste, eis que esse dinheiro está
comigo, eu o tomei. Então disse sua mãe: Bendito do Senhor seja meu
filho!
3. E ele restituiu as mil e cem moedas de prata a sua mãe;
porém ela disse: Da minha mão dedico solenemente este dinheiro ao Senhor a favor
de meu filho, para fazer uma imagem esculpida e uma de fundição; de sorte que
agora to tornarei a dar.
4. Quando ele restituiu o dinheiro a sua mãe,
ela tomou duzentas moedas de prata, e as deu ao ourives, o qual fez delas uma
imagem esculpida e uma de fundição, as quais ficaram em casa de
Mica.
5. Ora, tinha este homem, Mica, uma casa de deuses; e fez um
éfode e terafins, e consagrou um de seus filhos, que lhe serviu de
sacerdote.
6. Naquelas dias não havia rei em Israel; cada qual fazia o
que parecia bem aos seus olhos.
7. E havia um mancebo de Belém de
Judá, da família de Judá, que era levita, e peregrinava ali.
8. Este
homem partiu da cidade de Belém de Judá para peregrinar onde quer que achasse
conveniente. Seguindo ele o seu caminho, chegou à região montanhosa de Efraim, à
casa de Mica,
9. o qual lhe perguntou: Donde vens? E ele lhe
respondeu: Sou levita de Belém de Judá, e vou peregrinar onde achar
conveniente.
10. Então lhe disse Mica: Fica comigo, e sê-me por pai e
sacerdote; e cada ano te darei dez moedas de prata, o vestuário e o sustento. E
o levita entrou.
11. Consentiu, pois, o levita em ficar com aquele
homem, e lhe foi como um de seus filhos.
12. E Mica consagrou o
levita, e o mancebo lhe serviu de sacerdote, e ficou em sua casa.
13.
Então disse Mica: Agora sei que o Senhor me fará bem, porquanto tenho um levita
por sacerdote.
[Juízes 18]Juízes
18
1. Naqueles dias não havia rei em Israel; a tribo
dos danitas buscava para si herança em que habitar; porque até então não lhe
havia caído a sua herança entre as tribos de Israel.
2. E de Zorá e
Estaol os filhos de Dã enviaram cinco homens da sua tribo, escolhidos dentre
todo o povo, homens valorosos, para espiar e reconhecer a terra; e lhes
disseram: Ide, reconhecei a terra. E chegaram eles à região montanhosa de
Efraim, à casa de Mica, e passaram ali a noite.
3. Pois, estando eles
perto da casa de Mica, reconheceram a voz do mancebo levita; e, dirigindo-se
para lá, lhe perguntaram: Quem te trouxe para cá? que estás fazendo aqui? e que
é isto que tens aqui?
4. E ele lhes respondeu: Assim e assim me tem
feito Mica; ele me assalariou, e eu lhe sirvo e sacerdote.
5. Então
lhe disseram: Consulta a Deus, para que saibamos se será próspero o caminho que
seguimos.
6. Ao que lhes disse o sacerdote: Ide em paz; perante o
Senhor está o caminho que seguis.
7. Então foram-se aqueles cinco
homens, e chegando a Laís, viram o povo que havia nela, como vivia em segurança,
conforme o costume dos sidônios, quieto e desprecavido; não havia naquela terra
falta de coisa alguma; era um povo rico e, estando longe dos sidônios, não tinha
relações com ninguém.
8. Então voltaram a seus irmãos, em Zorá e
Estaol, os quais lhes perguntaram: Que dizeis vós?
9. Eles
responderam: Levantai-vos, e subamos contra eles; porque examinamos a terra, e
eis que é muito boa. E vós estareis aqui tranqüilos? Não sejais preguiçosos em
entrardes para tomar posse desta terra.
10. Quando lá chegardes,
achareis um povo desprecavido, e a terra é muito espaçosa; pois Deus vos
entregou na mão um lugar em que não há falta de coisa alguma que há na
terra.
11. Então seiscentos homens da tribo dos danitas partiram de
Zorá e Estaol, munidos de armas de guerra.
12. E, tendo subido,
acamparam-se em Quiriate-Jearim, em Judá; pelo que esse lugar ficou sendo
chamado Maané-Dã, até o dia de hoje; eis que está ao ocidente de
Quiriate-Jearim.
13. Dali passaram à região montanhosa de Efraim, e
chegaram à casa de Mica.
14. Então os cinco homens que tinham ido
espiar a terra de Laís disseram a seus irmãos: Sabeis vós que naquelas casas há
um éfode, e terafins, e uma imagem esculpida e uma de fundição? Considerai,
pois, agora o que haveis de fazer.
15. Então se dirigiram para lá, e
chegaram à casa do mancebo, o levita, à casa de Mica, e o
saudaram.
16. E os seiscentos homens dos danitas, munidos de suas
armas de guerra, ficaram à entrada da porta.
17. Mas subindo os cinco
homens que haviam espiado a terra, entraram ali e tomaram a imagem esculpida, e
éfode, os terafins e a imagem de fundição, ficando o sacerdote em pé à entrada
da porta, com os seiscentos homens armados.
18. Quando eles entraram
na casa de Mica, e tomaram a imagem esculpida, o éfode, os terafins e a imagem
de fundição, perguntou-lhes o sacerdote: Que estais fazendo?
19. E
eles lhe responderam: Cala-te, põe a mão sobre a boca, e vem conosco, e sê-nos
por pai e sacerdote. Que te é melhor? ser sacerdote da casa dum só homem, ou
duma tribo e duma geração em Israel?
20. Então alegrou-se o coração do
sacerdote, o qual tomou o éfode, os terafins e a imagem esculpida, e entrou no
meio do povo.
21. E, virando-se, partiram, tendo posto diante de si os
pequeninos, o gado e a bagagem.
22. Estando eles já longe da casa de
Mica, os homens que estavam nas casas vizinhas à dele se reuniram, e alcançaram
os filhos de Dã.
23. E clamaram após os filhos de Dã, os quais,
virando-se, perguntaram a Mica: Que é que tens, visto que vens com tanta
gente?
24. Então ele respondeu: Os meus deuses que eu fiz, vós me
tomastes, juntamente com o sacerdote, e partistes; e agora, que mais me fica?
Como, pois, me dizeis: Que é que tens ?
25. Mas os filhos de Dã lhe
disseram: Não faças ouvir a tua voz entre nós, para que porventura homens
violentos não se lancem sobre vós, e tu percas a tua vida, e a vida dos da tua
casa.
26. Assim seguiram o seu caminho os filhos de Dã; e Mica, vendo
que eram mais fortes do que ele, virou-se e voltou para sua casa.
27.
Eles, pois, levaram os objetos que Mica havia feito, e o sacerdote que estava
com ele e, chegando a Laís, a um povo quieto e desprecavido, passaram-no ao fio
da espada, e puseram fogo à cidade.
28. E ninguém houve que o
livrasse, porquanto estava longe de Sidom, e não tinha relações com ninguém; a
cidade estava no vale que está junto a Bete-Reobe. Depois, reedificando-a,
habitaram nela,
29. e chamaram-lhe Dã, segundo o nome de Dã, seu pai,
que nascera a Israel; era, porém, dantes o nome desta cidade Laís.
30.
Depois os filhos de Dã levantaram para si aquela imagem esculpida; e Jônatas,
filho de Gérsom, o filho de Moisés, ele e seus filhos foram sacerdotes da tribo
dos danitas, até o dia do cativeiro da terra.
31. Assim, pois,
estabeleceram para si a imagem esculpida que Mica fizera, por todo o tempo em
que a casa de Deus esteve em Siló.
[Juízes 19]Juízes
19
1. Aconteceu também naqueles dias, quando não havia
rei em Israel, que certo levita, habitante das partes remotas da região
montanhosa de Efraim, tomou para si uma concubina, de Belém de
Judá.
2. Ora, a sua concubina adulterou contra ele e, deixando-o, foi
para casa de seu pai em Belém de Judá, e ali ficou uns quatro
meses.
3. Seu marido, levantando-se, foi atrás dela para lhe falar
bondosamente, a fim de tornar a trazê-la; e levava consigo o seu moço e um par
de jumentos. Ela o levou à casa de seu pai, o qual, vendo-o, saiu alegremente a
encontrar-se com ele.
4. E seu sogro, o pai da moça, o deteve consigo
três dias; assim comeram e beberam, e se alojaram ali.
5. Ao quarto
dia madrugaram, e ele se levantou para partir. Então o pai da moça disse a seu
genro: Fortalece-te com um bocado de pão, e depois partireis:
6.
Sentando-se, pois, ambos juntos, comeram e beberam; e disse o pai da moça ao
homem: Peço-te que fiques ainda esta noite aqui, e alegre-se o teu
coração.
7. O homem, porém, levantou-se para partir; mas, como seu
sogro insistisse, tornou a passar a noite ali.
8. Também ao quinto dia
madrugaram para partir; e disse o pai da moça: Ora, conforta o teu coração, e
detém-te até o declinar do dia. E ambos juntos comeram.
9. Então o
homem se levantou para partir, ele, a sua concubina, e o seu moço; e disse-lhe
seu sogro, o pai da moça: Eis que já o dia declina para a tarde; peço-te que
aqui passes a noite. O dia já vai acabando; passa aqui a noite, e alegre-se o
teu coração: Amanhã de madrugada levanta-te para encetares viagem, e irás para a
tua tenda.
10. Entretanto, o homem não quis passar a noite ali, mas,
levantando-se, partiu e chegou à altura de Jebus (que é Jerusalém), e com ele o
par de jumentos albardados, como também a sua concubina.
11. Quando
estavam perto de Jebus, já o dia tinha declinado muito; e disse o moço a seu
senhor: Vem, peço-te, retiremo-nos a esta cidade dos jebuseus, e passemos nela a
noite.
12. Respondeu-lhe, porém, o seu senhor: Não nos retiraremos a
nenhuma cidade estrangeira, que não seja dos filhos de Israel, mas passaremos
até Gibeá.
13. Disse mais a seu moço: Vem, cheguemos a um destes
lugares, Gibeá ou Ramá, e passemos ali a noite.
14. Passaram, pois,
continuando o seu caminho; e o sol se pôs quando estavam perto de Gibeá, que
pertence a Benjamim.
15. Pelo que se dirigiram para lá, a fim de
passarem ali a noite; e o levita, entrando, sentou-se na praça da cidade, porque
não houve quem os recolhesse em casa para ali passarem a noite.
16.
Eis que ao anoitecer vinha do seu trabalho no campo um ancião; era ele da região
montanhosa de Efraim, mas habitava em Gibeá; os homens deste lugar, porém, eram
benjamitas.
17. Levantando ele os olhos, viu na praça da cidade o
viajante, e perguntou-lhe: Para onde vais, e donde vens?
18.
Respondeu-lhe ele: Estamos de viagem de Belém de Judá para as partes remotas da
região montanhosa de Efraim, donde sou. Fui a Belém de Judá, porém agora vou à
casa do Senhor; e ninguém há que me recolha em casa.
19. Todavia temos
palha e forragem para os nossos jumentos; também há pão e vinho para mim, para a
tua serva, e para o moço que vem com os teus servos; de coisa nenhuma há
falta.
20. Disse-lhe o ancião: Paz seja contigo; tudo quanto te faltar
fique ao meu cargo; tão-somente não passes a noite na praça.
21. Assim
o fez entrar em sua casa, e deu ração aos jumentos; e, depois de lavarem os pés,
comeram e beberam.
22. Enquanto eles alegravam o seu coração, eis que
os homens daquela cidade, filhos de Belial, cercaram a casa, bateram à porta, e
disseram ao ancião, dono da casa: Traze cá para fora o homem que entrou em tua
casa, para que o conheçamos.
23. O dono da casa saiu a ter com eles, e
disse-lhes: Não, irmãos meus, não façais semelhante mal; já que este homem
entrou em minha casa, não façais essa loucura.
24. Aqui estão a minha
filha virgem e a concubina do homem; fá-las-ei sair; humilhai-as a elas, e fazei
delas o que parecer bem aos vossos olhos; porém a este homem não façais tal
loucura.
25. Mas esses homens não o quiseram ouvir; então aquele homem
pegou da sua concubina, e lha tirou para fora. Eles a conheceram e abusaram dela
a noite toda até pela manhã; e ao subir da alva deixaram-na:
26. Ao
romper do dia veio a mulher e caiu à porta da casa do homem, onde estava seu
senhor, e ficou ali até que se fez claro.
27. Levantando-se pela manhã
seu senhor, abriu as portas da casa, e ia sair para seguir o seu caminho; e eis
que a mulher, sua concubina, jazia à porta da casa, com as mãos sobre o
limiar.
28. Ele lhe disse: Levanta-te, e vamo-nos; porém ela não
respondeu. Então a pôs sobre o jumento e, partindo dali, foi para o seu
lugar.
29. Quando chegou em casa, tomou um cutelo e, pegando na sua
concubina, a dividiu, membro por membro, em doze pedaços, que ele enviou por
todo o território de Israel.
30. E sucedeu que cada um que via aquilo
dizia: Nunca tal coisa se fez, nem se viu, desde o dia em que os filhos de
Israel subiram da terra do Egito até o dia de hoje; ponderai isto, consultai, e
dai o vosso parecer.
[Juízes 20]Juízes
20
1. Então saíram todos os filhos de Israel, desde Dã
até Berseba, e desde a terra de Gileade, e a congregação, como se fora um só
homem, se ajuntou diante do senhor em Mizpá.
2. Os homens principais
de todo o povo, de todas as tribos de Israel, apresentaram-se na assembléia do
povo de Deus; eram quatrocentos mil homens de infantaria que arrancavam da
espada.
3. (Ora, ouviram os filhos de Benjamim que os filhos de Israel
haviam subido a Mizpá). E disseram os filhos de Israel: Dizei-nos, de que modo
se cometeu essa maldade?
4. Então respondeu o levita, marido da mulher
que fora morta, e disse: Cheguei com a minha concubina a Gibeá, que pertence a
Benjamim, para ali passar a noite;
5. e os cidadãos de Gibeá se
levantaram contra mim, e cercaram e noite a casa em que eu estava; a mim
intentaram matar, e violaram a minha concubina, de maneira que
morreu.
6. Então peguei na minha concubina, dividi-a em pedaços e os
enviei por todo o país da herança de Israel, porquanto cometeram tal abominação
e loucura em Israel:
7. Eis aqui estais todos vós, ó filhos de Israel;
dai a vossa palavra e conselho neste caso.
8. Então todo o povo se
levantou como um só homem, dizendo: Nenhum de nós irá à sua tenda, e nenhum de
nós voltará a sua casa.
9. Mas isto é o que faremos a Gibeá: subiremos
contra ela por sorte;
10. tomaremos, de todas as tribos de Israel, dez
homens de cada cem, cem de cada mil, e mil de cada dez mil, para trazerem
mantimento para o povo, a fim de que, vindo ele a Gibeá de Benjamim, lhe faça
conforme toda a loucura que ela fez em Israel.
11. Assim se ajuntaram
contra essa cidade todos os homens de Israel, unidos como um só
homem.
12. Então as tribos de Israel enviaram homens por toda a tribo
de Benjamim, para lhe dizerem: Que maldade é essa que se fez entre
vós?
13. Entregai-nos, pois, agora aqueles homens, filhos de Belial,
que estão em Gibeá, para que os matemos, e extirpemos de Israel este mal. Mas os
filhos de Benjamim não quiseram dar ouvidos à voz de seus irmãos, os filhos de
Israel;
14. pelo contrário, das suas cidades se ajuntaram em Gibeá,
para saírem a pelejar contra os filhos de Israel:
15. Ora, contaram-se
naquele dia dos filhos de Benjamim, vindos das suas cidades, vinte e seis mil
homens que arrancavam da espada, afora os moradores de Gibeá, de que se sentaram
setecentos homens escolhidos.
16. Entre todo esse povo havia
setecentos homens escolhidos, canhotos, cada um dos quais podia, com a funda,
atirar uma pedra a um fio de cabelo, sem errar.
17. Contaram-se também
dos homens de Israel, afora os de Benjamim, quatrocentos mil homens que
arrancavam da espada, e todos eles homens de guerra.
18. Então,
levantando-se os filhos de Israel, subiram a Betel, e consultaram a Deus,
perguntando: Quem dentre nós subirá primeiro a pelejar contra Benjamim ?
Respondeu o Senhor: Judá subirá primeiro.
19. Levantaram-se, pois, os
filhos de Israel pela manhã, e acamparam contra Gibeá.
20. E os homens
de Israel saíram a pelejar contra os benjamitas, e ordenaram a batalha contra
eles ao pé de Gibeá.
21. Então os filhos de Benjamim saíram de Gibeá,
e derrubaram por terra naquele dia vinte e dois mil homens de
Israel.
22. Mas esforçou-se o povo, isto é, os homens de Israel, e
tornaram a ordenar a batalha no lugar onde no primeiro dia a tinham
ordenado.
23. E subiram os filhos de Israel, e choraram perante o
Senhor até a tarde, e perguntaram-lhe: Tornaremos a pelejar contra os filhos de
Benjamim, nosso irmão? E disse o Senhor: Subi contra eles.
24.
Avançaram, pois, os filhos de Israel contra os filhos de Benjamim, no dia
seguinte.
25. Também os de Benjamim, nesse mesmo dia, saíram de Gibeá
ao seu encontro e derrubaram por terra mais dezoito mil homens, sendo todos
estes dos que arrancavam da espada.
26. Então todos os filhos de
Israel, o exército todo, subiram e, vindo a Betel, choraram; estiveram ali
sentados perante o Senhor, e jejuaram aquele dia até a tarde; e ofereceram
holocaustos e ofertas pacíficas perante ao Senhor.
27. Consultaram,
pois, os filhos de Israel ao Senhor (porquanto a arca do pacto de Deus estava
ali naqueles dias;
28. e Finéias, filho de Eleazar, filho de Arão, lhe
assistia), e perguntaram: Tornaremos ainda a sair à pelejar contra os filhos de
Benjamim, nosso irmão, eu desistiremos? Respondeu o Senhor: Subi, porque amanhã
vo-los entregarei nas mãos.
29. Então Israel pôs emboscadas ao redor
de Gibeá.
30. E ao terceiro dia subiram os filhos de Israel contra os
filhos de Benjamim e, como das outras vezes, ordenaram a batalha junto a
Gibeá.
31. Então os filhos de Benjamim saíram ao encontro do povo, e
foram atraídos da cidade. e começaram a ferir o povo como das outras vezes,
matando uns trinta homens de Israel, pelos caminhos, um dos quais sobe para
Betel, e o outro para Gibeá pelo campo.
32. Pelo que disseram os
filhos de Benjamim: Vão sendo derrotados diante de nós como dantes. Mas os
filhos de Israel disseram: Fujamos, e atraiamo-los da cidade para os
caminhos.
33. Então todos os homens de Israel se levantaram do seu
lugar, e ordenaram a batalha em Baal-Tamar; e a emboscada de Israel irrompeu do
seu lugar, a oeste de Geba.
34. Vieram contra Gibeá dez mil homens
escolhidos de todo o Israel, e a batalha tornou-se rude; porém os de Gibeá não
sabiam que o mal lhes sobrevinha.
35. Então o Senhor derrotou a
Benjamim diante dos filhos de Israel, que destruíram naquele dia vinte e cinco
mil e cem homens de Benjamim, todos estes dos que arrancavam da
espada.
36. Assim os filhos de Benjamim viram que estavam derrotados;
pois os homens de Israel haviam cedido terreno aos benjamitas, porquanto estavam
confiados na emboscada que haviam posto contra Gibeá;
37. e a
emboscada, apressando-se, acometeu a Gibeá, e prosseguiu contra ela, ferindo ao
fio da espada toda a cidade:
38. Ora, os homens de Israel tinham
determinado com a emboscada um sinal, que era fazer levantar da cidade uma
grande nuvem de fumaça.
39. Viraram-se, pois, os homens de Israel na
peleja; e já Benjamim começara a atacar es homens de Israel, havendo morto uns
trinta deles; pelo que diziam: Certamente vão sendo derrotados diante de nós,
como na primeira batalha.
40. Mas quando o sinal começou a levantar-se
da cidade, numa coluna de fumaça, os benjamitas olharam para trás de si, e eis
que toda a cidade subia em fumaça ao céu.
41. Nisso os homens de
Israel se viraram contra os de Benjamim, os quais pasmaram, pois viram que o mal
lhes sobreviera.
42. Portanto, virando as costas diante dos homens de
Israel, fugiram para o caminho do deserto; porém a peleja os apertou; e os que
saíam das cidades os destruíam no meio deles.
43. Cercaram os
benjamitas e os perseguiram, pisando-os desde Noá até a altura de Gibeá para o
nascente do sol.
44. Assim caíram de Benjamim dezoito mil homens,
sendo todos estes homens valorosos.
45. Então os restantes, virando as
costas fugiram para deserto, até a penha de Rimom; mas os filhos de Israel
colheram deles pelos caminhos ainda cinco mil homens; e, seguindo-os de perto
até Gidom, mataram deles mais dois mil.
46. E, todos, os de Benjamim
que caíram naquele dia oram vinte e cinco mil homens que arrancavam da espada,
todos eles homens valorosos.
47. Mas seiscentos homens viraram as
costas e, fugindo para o deserto, para a penha de Rimom, ficaram ali quatro
meses.
48. E os homens de Israel voltaram para os filhos de Benjamim,
e os passaram ao fio da espada, tanto os homens da cidade como os animais, tudo
quanto encontraram; e a todas as cidades que acharam puseram
fogo.
[Juízes 21]Juízes 21
1.
Ora, os homens de Israel tinham jurado em Mizpá dizendo: Nenhum de nós dará sua
filha por mulher aos benjamitas.
2. Veio, pois, o povo a Betel, e ali
ficou sentado até a tarde, diante de Deus; e todos, levantando a voz, fizeram
grande pranto,
3. e disseram: Ah! Senhor Deus de Israel, por que
sucedeu isto, que falte uma tribo em Israel?
4. No dia seguinte o povo
levantou-se de manhã cedo, edificou ali um altar e ofereceu holocaustos e
ofertas pacíficas.
5. E disseram os filhos de Israel: Quem dentre
todas as tribos de Israel não subiu à assembléia diante do Senhor? Porque se
tinha feito um juramento solene acerca daquele que não subisse ao Senhor em
Mizpá, dizendo: Certamente será morto.
6. E os filhos de Israel
tiveram pena de Benjamim, seu irmão, e disseram: Hoje é cortada de Israel uma
tribo.
7. Como havemos de conseguir mulheres para os que restam deles,
desde que juramos pelo Senhor que nenhuma de nossas filhas lhes daríamos por
mulher?
8. Então disseram: Quem é que dentre as tribos de Israel não
subiu ao Senhor em Mizpá? E eis que ninguém de Jabes-Gileade viera ao arraial, à
assembléia.
9. Porquanto, ao contar-se o povo, nenhum dos habitantes
de Jabes-Gileade estava ali.
10. Pelo que a congregação enviou para lá
doze mil homens dos mais valorosos e lhes ordenou, dizendo: Ide, e passai ao fio
da espada os habitantes de Jabes-Gileade, juntamente com as mulheres e os
pequeninos.
11. Mas isto é o que haveis de fazer: A todo homem e a
toda mulher que tiver conhecido homem, totalmente destruireis.
12. E
acharam entre os moradores de Jabes-Gileade quatrocentas moças virgens, que não
tinham conhecido homem, e as trouxeram ao arraial em Siló, que está na terra de
Canaã.
13. Toda a congregação enviou mensageiros aos filhos de
Benjamim, que estavam na penha de Rimom, e lhes proclamou a paz.
14.
Então voltaram os benjamitas, e os de Israel lhes deram as mulheres que haviam
guardado com vida, das mulheres de Jabes-Gileade; porém estas ainda não lhes
bastaram.
15. E o povo teve pena de Benjamim, porquanto o Senhor tinha
aberto uma brecha nas tribos de Israel.
16. Disseram, pois os anciãos
da congregação: Como havemos de conseguir mulheres para os que restam, pois que
foram destruídas as mulheres de Benjamim?
17. Disseram mais: Deve
haver uma herança para os que restam de Benjamim, para que uma tribo não seja
apagada de Israel.
18. Contudo nós não lhes poderemos dar mulheres
dentre nossas filhas. Pois os filhos de Israel tinham jurado, dizendo: Maldito
aquele que der mulher aos benjamitas.
19. Disseram então: Eis que de
ano em ano se realiza a festa do Senhor em Siló que está ao norte de Betel, a
leste do caminho que sobe de Betel a Siquém, e ao sul de Lebona.
20.
Ordenaram, pois, aos filhos de Benjamim, dizendo: Ide, ponde-vos de emboscada
nas vinhas,
21. e vigiai; ao saírem as filhas de Siló a dançar nos
coros, saí vós das vinhas, arrebatai cada um sua mulher, das filhas de Siló, e
ide-vos para a terra de Benjamim.
22. Então quando seus pais e seus
irmãos vierem queixar-se a nós, nós lhes diremos: Dignai-vos de no-las conceder;
pois nesta guerra não tomamos mulheres para cada um deles, nem vós lhas destes;
de outro modo seríeis agora culpados.
23. Assim fizeram os filhos de
Benjamim; e conforme o seu número tomaram para si mulheres, arrebatando-as
dentre as que dançavam; e, retirando-se, voltaram à sua herança, reedificaram as
cidades e habitaram nelas.
24. Nesse mesmo tempo os filhos de Israel
partiram dali, cada um para a sua tribo e para a sua família; assim voltaram
cada um para a sua herança.
25. Naqueles dias não havia rei em Israel;
cada um fazia o que parecia bem aos seus olhos.
[Rute 1]Rute 1
1. Nos dias em que os juízes
governavam, houve uma fome na terra; pelo que um homem de Belém de Judá saiu a
peregrinar no país de Moabe, ele, sua mulher, e seus dois filhos.
2.
Chamava-se este homem Elimeleque, e sua mulher Noêmi, e seus dois filhos se
chamavam Malom e Quiliom; eram efrateus, de Belém de Judá. Tendo entrado no país
de Moabe, ficaram ali.
3. E morreu Elimeleque, marido de Noêmi; e
ficou ela com os seus dois filhos,
4. os quais se casaram com mulheres
moabitas; uma destas se chamava Orfa, e a outra Rute; e moraram ali quase dez
anos.
5. E morreram também os dois, Malom e Quiliom, ficando assim a
mulher desamparada de seus dois filhos e de seu marido.
6. Então se
levantou ela com as suas noras, para voltar do país de Moabe, porquanto nessa
terra tinha ouvido que e Senhor havia visitado o seu povo, dando-lhe
pão.
7. Pelo que saiu de lugar onde estava, e com ela as duas noras.
Indo elas caminhando para voltarem para a terra de Judá,
8. disse
Noêmi às suas noras: Ide, voltai, cada uma para a casa de sua mãe; e o Senhor
use convosco de benevolência, como vós o fizestes com os falecidos e
comigo.
9. O Senhor vos dê que acheis descanso cada uma em casa de seu
marido. Quando as beijou, porém, levantaram a voz e choraram.
10. E
disseram-lhe: Certamente voltaremos contigo para o teu povo.
11.
Noêmi, porém, respondeu: Voltai, minhas filhas; porque ireis comigo? Tenho eu
ainda filhos no meu ventre, para que vos viessem a ser maridos?
12.
Voltai, filhas minhas; ide-vos, porque já sou velha demais para me casar. Ainda
quando eu dissesse: Tenho esperança; ainda que esta noite tivesse marido e ainda
viesse a ter filhos.
13. esperá-los-íeis até que viessem a ser
grandes? deter-vos-íeis por eles, sem tomardes marido? Não, filhas minhas,
porque mais amargo me é a mim do que a vós mesmas; porquanto a mão do Senhor se
descarregou contra mim.
14. Então levantaram a voz, e tornaram a
chorar; e Orfa beijou a sua sogra, porém Rute se apegou a ela.
15.
Pelo que disse Noêmi: Eis que tua concunhada voltou para o seu povo e para os
seus deuses; volta também tu após a tua concunhada.
16. Respondeu,
porém, Rute: Não me instes a que te abandone e deixe de seguir-te. Porque aonde
quer que tu fores, irei eu; e onde quer que pousares, ali pousarei eu; o teu
povo será o meu povo, o teu Deus será o meu Deus.
17. Onde quer que
morreres, morrerei eu, e ali serei sepultada. Assim me faça o Senhor, e outro
tanto, se outra coisa que não seja a morte me separar de ti.
18. Vendo
Noêmi que de todo estava resolvida a ir com ela, deixou de lhe falar
nisso.
19. Assim, pois, foram-se ambas, até que chegaram a Belém. E
sucedeu que, ao entrarem em Belém, toda a cidade se comoveu por causa delas, e
as mulheres perguntavam: É esta, porventura, Noêmi?
20. Ela, porém,
lhes respondeu: Não me chameis Noêmi; chamai-me Mara, porque o Todo-Poderoso me
encheu de amargura.
21. Cheia parti, porém vazia o Senhor me fez
tornar. Por que, pois, me chamais Noêmi, visto que o Senhor testemunhou contra
mim, e o Todo-Poderoso me afligiu?
22. Assim Noêmi voltou, e com ela
Rute, a moabita, sua nora, que veio do país de Moabe; e chegaram a Belém no
principio da sega da cevada.
[Rute 2]Rute
2
1. Ora, tinha Noêmi um parente de seu marido, homem
poderoso e rico, da família de Elimeleque; e ele se chamava Boaz.
2.
Rute, a moabita, disse a Noêmi: Deixa-me ir ao campo a apanhar espigas atrás
daquele a cujos olhos eu achar graça. E ela lhe respondeu: Vai, minha
filha.
3. Foi, pois, e chegando ao campo respigava após os segadores;
e caiu-lhe em sorte uma parte do campo de Boaz, que era da família de
Elimeleque.
4. E eis que Boaz veio de Belém, e disse aos segadores: O
Senhor seja convosco. Responderam-lhe eles: O Senhor te abençoe.
5.
Depois perguntou Boaz ao moço que estava posto sobre os segadores: De quem é
esta moça?
6. Respondeu-lhe o moço: Esta é a moça moabita que voltou
com Noêmi do país de Moabe.
7. Disse-me ela: Deixa-me colher e ajuntar
espigas por entre os molhos após os segadores: Assim ela veio, e está aqui desde
pela manhã até agora, sem descansar nem sequer um pouco.
8. Então
disse Boaz a Rute: Escuta filha minha; não vás colher em outro campo, nem
tampouco passes daqui, mas ajunta-te às minhas moças.
9. Os teus olhos
estarão atentos no campo que segarem, e irás após elas; não dei eu ordem aos
moços, que não te molestem? Quando tiveres sede, vai aos vasos, e bebe do que os
moços tiverem tirado.
10. Então ela, inclinando-se e prostrando-se com
o rosto em terra, perguntou-lhe: Por que achei eu graça aos teus olhos, para que
faças caso de mim, sendo eu estrangeira?
11. Ao que lhe respondeu
Boaz: Bem se me contou tudo quanto tens feito para com tua sogra depois da morte
de teu marido; como deixaste a teu pai e a tua mãe, e a terra onde nasceste, e
vieste para um povo que dantes não conhecias.
12. O Senhor recompense
o que fizeste, e te seja concedido pleno galardão da parte do Senhor Deus de
Israel, sob cujas asas te vieste abrigar.
13. E disse ela: Ache eu
graça aos teus olhos, senhor meu, pois me consolaste, e falaste bondosamente a
tua serva, não sendo eu nem mesmo como uma das tuas criadas.
14.
Também à hora de comer, disse-lhe Boaz: Achega-te, come do pão e molha o teu
bocado no vinagre. E, sentando-se ela ao lado dos segadores, ele lhe ofereceu
grão tostado, e ela comeu e ficou satisfeita, e ainda lhe sobejou.
15.
Quando ela se levantou para respigar, Boaz deu ordem aos seus moços, dizendo:
Até entre os molhos deixai-a respirar, e não a censureis.
16. Também,
tirai dos molhos algumas espigas e deixai-as ficar, para que as colha, e não a
repreendais.
17. Assim ela respigou naquele campo até a tarde; e
debulhou o que havia apanhado e foi quase uma efa de cevada.
18.
Então, carregando com a cevada, veio à cidade; e viu sua sogra o que ela havia
apanhado. Também Rute tirou e deu-lhe o que lhe sobejara depois de
fartar-se.
19. Ao que lhe perguntou sua sogra: Onde respigaste hoje, e
onde trabalhaste? Bendito seja aquele que fez caso de ti. E ela relatou à sua
sogra com quem tinha trabalhado, e disse: O nome do homem com quem hoje
trabalhei é Boaz.
20. Disse Noêmi a sua nora: Bendito seja ele do
Senhor, que não tem deixado de misturar a sua beneficência nem para com os vivos
nem para com os mortos. Disse-lhe mais Noêmi: Esse homem é parente nosso, um dos
nossos remidores.
21. Respondeu Rute, a moabita: Ele me disse ainda:
Seguirás de perto os meus moços até que tenham acabado toda a minha
sega.
22. Então disse Noêmi a sua nora, Rute: Bom é, filha minha, que
saias com as suas moças, e que não te encontrem noutro campo.
23.
Assim se ajuntou com as moças de Boaz, para respigar até e fim da sega da cevada
e do trigo; e morava com a sua sogra.
[Rute 3]Rute
3
1. Depois lhe disse Noêmi, sua sogra: Minha filha,
não te hei de buscar descanso, para que fiques bem?
2. Ora pois, não é
Boaz, com cujas moças estiveste, de nossa parentela. Eis que esta noite ele vai
joeirar a cevada na eira.
3. Lava-te pois, unge-te, veste os teus
melhores vestidos, e desce à eira; porém não te dês a conhecer ao homem, até que
tenha acabado de comer e beber.
4. E quando ele se deitar, notarás o
lugar em que se deita; então entrarás, descobrir-lhe-ás os pés e te deitarás, e
ele te dirá o que deves fazer.
5. Respondeu-lhe Rute: Tudo quanto me
disseres, farei.
6. Então desceu à eira, e fez conforme tudo o que sua
sogra lhe tinha ordenado.
7. Havendo, pois, Boaz comido e bebido, e
estando já o seu coração alegre, veio deitar-se ao pé de uma meda; e vindo ela
de mansinho, descobriu-lhe os pés, e se deitou.
8. Ora, pela
meia-noite, o homem estremeceu, voltou-se, e viu uma mulher deitada aos seus
pés.
9. E perguntou ele: Quem és tu? Ao que ela respondeu: Sou Rute,
tua serva; estende a tua capa sobre a tua serva, porque tu és o
remidor.
10. Então disse ele: Bendita sejas tu do Senhor, minha filha;
mostraste agora mais bondade do que dantes, visto que após nenhum mancebo foste,
quer pobre quer rico.
11. Agora, pois, minha filha, não temas; tudo
quanto disseres te farei, pois toda a cidade do meu povo sabe que és mulher
virtuosa.
12. Ora, é bem verdade que eu sou remidor, porém há ainda
outro mais chegado do que eu.
13. Fica-te aqui esta noite, e será que
pela manhã, se ele cumprir para contigo os deveres de remidor, que o faça; mas
se não os quiser cumprir, então eu o farei tão certamente como vive o Senhor;
deita-te até pela manhã.
14. Ficou, pois, deitada a seus pés até pela
manhã, e levantou-se antes que fosse possível a uma pessoa reconhecer outra;
porquanto ele disse: Não se saiba que uma mulher veio à eira.
15.
Disse mais: Traze aqui a capa com que te cobres, e segura-a. Segurou-a, pois, e
ele as mediu seis medidas de cevada, e lhas pôs no ombro. Então ela foi para a
cidade.
16. Quando chegou à sua sogra, esta lhe perguntou: Como te
houveste, minha filha? E ela lhe contou tudo quanto aquele homem lhe
fizera.
17. Disse mais: Estas seis medidas de cevada ele mas deu,
dizendo: Não voltarás vazia para tua sogra.
18. Então disse Noêmi:
Espera, minha filha, até que saibas como irá terminar o caso; porque aquele
homem não descansará enquanto não tiver concluído hoje este
negócio.
[Rute 4]Rute 4
1. Boaz
subiu à porta da cidade, e assentou-se ali. Quando o remidor de que ele havia
falado ia passando, disse-lhe Boaz: Meu amigo, vem cá, assenta-te aqui. Ele se
virou, e se assentou.
2. Então Boaz tomou dez homens dentre os anciãos
da cidade, e lhes disse: Sentai-vos aqui. E eles se sentaram.
3. Disse
Boaz ao remidor: Noêmi, que voltou da terra dos moabitas, vendeu a parte da
terra que pertencia a Elimeleque; nosso irmão.
4. Resolvi informar-te
disto, e dizer-te: Compra-a na presença dos que estão sentados aqui, na presença
dos anciãos do meu povo; se hás de redimi-la, redime-a, e se não, declara-mo,
para que o saiba, pois outro não há, senão tu, que a redima, e eu depois de ti.
Então disse ele: Eu a redimirei.
5. Disse, porém, Boaz: No dia em que
comprares o campo da mão de Noêmi, também tomarás a Rute, a moabita, que foi
mulher do falecido, para suscitar o nome dele na sua herança.
6. Então
disse o remidor: Não poderei redimi-lo para mim, para que não prejudique a minha
própria herança; toma para ti o meu direito de remissão, porque eu não o posso
fazer.
7. Outrora em Israel, para confirmar qualquer negócio relativo
à remissão e à permuta, o homem descalçava o sapato e o dava ao seu próximo; e
isto era por testemunho em Israel.
8. Dizendo, pois, o remidor a Boaz:
Compra-a para ti, descalçou o sapato.
9. Então Boaz disse aos anciãos
e a todo o povo: Sois hoje testemunhas de que comprei tudo quanto foi de
Elimeleque, e de Quiliom, e de Malom, da mão de Noêmi,
10. e de que
também tomei por mulher a Rute, a moabita, que foi mulher de Malom, para
suscitar o nome do falecido na sua herança, para que a nome dele não seja
desarraigado dentre seus irmãos e da porta do seu lugar; disto sois hoje
testemunhas.
11. Ao que todo o povo que estava na porta e os anciãos
responderam: Somos testemunhas. O Senhor faça a esta mulher, que entra na tua
casa, como a Raquel e a Léia, que juntas edificaram a casa de Israel. Porta-te
valorosamente em Efrata, e faze-te nome afamado em Belém.
12. Também
seja a tua casa como a casa de Pérez, que Tamar deu a Judá, pela posteridade que
o Senhor te der desta moça.
13. Assim tomou Boaz a Rute, e ela lhe foi
por mulher; ele a conheceu, e o Senhor permitiu a Rute conceber, e ela teve um
filho.
14. Disseram então as mulheres a Noêmi: Bendito seja o Senhor,
que não te deixou hoje sem remidor; e torne-se o seu nome afamado em
Israel.
15. Ele será restaurador da tua vida, e consolador da tua
velhice, pois tua nora, que te ama, o deu à luz; ela te é melhor do que sete
filhos.
16. E Noêmi tomou o menino, pô-lo no seu regaço, e foi sua
ama.
17. E as vizinhas deram-lhe nome, dizendo: A Noêmi nasceu um
filho, E chamaram ao menino Obede. Este é o pai de Jessé, pai de
Davi.
18. São estas as gerações de Pérez: Pérez gerou a
Hezrom,
19. Hezrom gerou a Rão, Rão gerou a Aminadabe,
20.
Aminadabe gereu a Nasom, Nasom gerou a Salmom,
21. Salmom gerou a
Boaz, Boaz gerou a Obede,
22. Obede gerou a Jessé, e Jessé gerou a
Davi.
[I Samuel 1]I Samuel 1
1.
Houve um homem de Ramataim-Zofim, da região montanhosa de Efraim, cujo nome era
Elcana, filho de Jeroão, filho de Eliú, filho de Toú, filho de Zufe,
efraimita.
2. Tinha ele duas mulheres: uma se chamava Ana, e a outra
Penina. Penina tinha filhos, porém Ana não os tinha.
3. De ano em ano
este homem subia da sua cidade para adorar e sacrificar ao Senhor dos exércitos
em Siló. Assistiam ali os sacerdotes do Senhor, Hofni e Finéias, os dois filhos
de Eli.
4. No dia em que Elcana sacrificava, costumava dar quinhões a
Penina, sua mulher, e a todos os seus filhos e filhas;
5. porém a Ana,
embora a amasse, dava um só quinhão, porquanto o Senhor lhe havia cerrado a
madre.
6. Ora, a sua rival muito a provocava para irritá-la, porque o
Senhor lhe havia cerrado a madre.
7. E assim sucedia de ano em ano
que, ao subirem à casa do Senhor, Penina provocava a Ana; pelo que esta chorava
e não comia.
8. Então Elcana, seu marido, lhe perguntou: Ana, por que
choras? e porque não comes? e por que está triste o teu coração? Não te sou eu
melhor de que dez filhos?
9. Então Ana se levantou, depois que comeram
e beberam em Siló; e Eli, sacerdote, estava sentado, numa cadeira, junto a um
pilar do templo do Senhor.
10. Ela, pois, com amargura de alma, orou
ao Senhor, e chorou muito,
11. e fez um voto, dizendo: ó Senhor dos
exércitos! se deveras atentares para a aflição da tua serva, e de mim te
lembrares, e da tua serva não te esqueceres, mas lhe deres um filho varão, ao
Senhor o darei por todos os dias da sua vida, e pela sua cabeça não passará
navalha.
12. Continuando ela a orar perante e Senhor, Eli observou a
sua boca;
13. porquanto Ana falava no seu coração; só se moviam os
seus lábios, e não se ouvia a sua voz; pelo que Eli a teve por
embriagada,
14. e lhe disse: Até quando estarás tu embriagada? Aparta
de ti o teu vinho.
15. Mas Ana respondeu: Não, Senhor meu, eu sou uma
mulher atribulada de espírito; não bebi vinho nem bebida forte, porém derramei a
minha alma perante o Senhor.
16. Não tenhas, pois, a tua serva por
filha de Belial; porque da multidão dos meus cuidados e do meu desgosto tenho
falado até agora.
17. Então lhe respondeu Eli: Vai-te em paz; e o Deus
de Israel te conceda a petição que lhe fizeste.
18. Ao que disse ela:
Ache a tua serva graça aos teus olhos. Assim a mulher se foi o seu caminho, e
comeu, e já não era triste o seu semblante.
19. Depois, levantando-se
de madrugada, adoraram perante o Senhor e, voltando, foram a sua casa em Ramá.
Elcana conheceu a Ana, sua mulher, e o Senhor se lembrou dela.
20. De
modo que Ana concebeu e, no tempo devido, teve um filho, ao qual chamou Samuel;
porque, dizia ela, o tenho pedido ao Senhor.
21. Subiu, pois aquele
homem, Elcana, com toda a sua casa, para oferecer ao Senhor o sacrifício anual e
cumprir o seu voto.
22. Ana, porém, não subiu, pois disse a seu
marido: Quando o menino for desmamado, então e levarei, para que apareça perante
o Senhor, e lá fique para sempre.
23. E Elcana, seu marido, lhe disse:
faze o que bem te parecer; fica até que o desmames; tão-somente confirme o
Senhor a sua palavra. Assim ficou a mulher, e amamentou seu filho, até que o
desmamou.
24. Depois de o ter desmamado, ela o tomou consigo, com um
touro de três anos, uma efa de farinha e um odre de vinho, e o levou à casa do
Senhor, em Siló; e era o menino ainda muito criança.
25. Então
degolaram o touro, e trouxeram o menino a Eli;
26. e disse ela: Ah,
meu Senhor! tão certamente como vive a tua alma, meu Senhor, eu sou aquela
mulher que aqui esteve contigo, orando ao Senhor.
27. Por este menino
orava eu, e o Senhor atendeu a petição que eu lhe fiz.
28. Por isso eu
também o entreguei ao Senhor; por todos os dias que viver, ao Senhor está
entregue. E adoraram ali ao Senhor.
[I Samuel 2]I Samuel
2
1. Então Ana orou, dizendo: O meu coração exulta no
Senhor; o meu poder está exaltado no Senhor; a minha boca dilata-se contra os
meus inimigos, porquanto me regozijo na tua salvação.
2. Ninguém há
santo como o Senhor; não há outro fora de ti; não há rocha como a nosso
Deus.
3. Não faleis mais palavras tão altivas, nem saia da vossa boca
a arrogância; porque o Senhor é o Deus da sabedoria, e por ele são pesadas as
ações.
4. Os arcos dos fortes estão quebrados, e os fracos são
cingidos de força.
5. Os que eram fartos se alugam por pão, e deixam
de ter fome os que eram famintos; até a estéril teve sete filhos, e a que tinha
muitos filhos enfraquece.
6. O Senhor é o que tira a vida e a dá; faz
descer ao Seol e faz subir dali.
7. O Senhor empobrece e enriquece;
abate e também exalta.
8. Levanta do pó o pobre, do monturo eleva o
necessitado, para os fazer sentar entre os príncipes, para os fazer herdar um
trono de glória; porque do Senhor são as colunas da terra, sobre elas pôs ele o
mundo.
9. Ele guardará os pés dos seus santos, porém os ímpios ficarão
mudos nas trevas, porque o homem não prevalecerá pela força.
10. Os
que contendem com o Senhor serão quebrantados; desde os céus trovejará contra
eles. O Senhor julgará as extremidades da terra; dará força ao seu rei, e
exaltará o poder do seu ungido.
11. Então Elcana se retirou a Ramá, à
sua casa. O menino, porém, ficou servindo ao Senhor perante e sacerdote
Eli.
12. Ora, os filhos de Eli eram homens ímpios; não conheciam ao
Senhor.
13. Porquanto o costume desses sacerdotes para com o povo era
que, oferecendo alguém um sacrifício, e estando-se a cozer a carne, vinha o
servo do sacerdote, tendo na mão um garfo de três dentes,
14. e o
metia na panela, ou no tacho, ou no caldeirão, ou na marmita; e tudo quanto a
garfo tirava, o sacerdote tomava para si. Assim faziam a todos os de Israel que
chegavam ali em Siló.
15. Também, antes de queimarem a gordura, vinha
o servo do sacerdote e dizia ao homem que sacrificava: Dá carne de assar para o
sacerdote; porque não receberá de ti carne cozida, mas crua.
16. se
lhe respondia o homem: Sem dúvida, logo há de ser queimada a gordura e depois
toma quanto desejar a tua alma; então ele lhe dizia: Não hás de dá-la agora; se
não, à força a tomarei.
17. Era, pois, muito grande o pecado destes
mancebos perante o Senhor, porquanto os homens vieram a desprezar a oferta do
Senhor.
18. Samuel, porém, ministrava perante o Senhor, sendo ainda
menino, vestido de um éfode de linho.
19. E sua mãe lhe fazia de ano
em ano uma túnica pequena, e lha trazia quando com seu marido subia para
oferecer o sacrifício anual.
20. Então Eli abençoava a Elcana e a sua
mulher, e dizia: O Senhor te dê desta mulher descendência, pelo empréstimo que
fez ao Senhor. E voltavam para o seu lugar.
21. Visitou, pois, o
Senhor a Ana, que concebeu, e teve três filhos e duas filhas. Entrementes, o
menino Samuel crescia diante do Senhor.
22. Eli era já muito velho; e
ouvia tudo quanto seus filhos faziam a todo o Israel, e como se deitavam com as
mulheres que ministravam à porta da tenda da revelação.
23. E
disse-lhes: Por que fazeis tais coisas? pois ouço de todo este povo os vossos
malefícios.
24. Não, filhos meus, não é boa fama esta que ouço. Fazeis
transgredir o povo do Senhor.
25. Se um homem pecar contra outro, Deus
o julgará; mas se um homem pecar contra o Senhor, quem intercederá por ele?
Todavia eles não ouviram a voz de seu pai, porque o Senhor os queria
destruir.
26. E o menino Samuel ia crescendo em estatura e em graça
diante do Senhor, como também diante dos homens.
27. Veio um homem de
Deus a Eli, e lhe disse: Assim diz o Senhor: Não me revelei, na verdade, à casa
de teu pai, estando eles ainda no Egito, sujeitos à casa de Faraó?
28.
E eu o escolhi dentre todas as tribos de Israel para ser o meu sacerdote, para
subir ao meu altar, para queimar o incenso, e para trazer o éfode perante mim; e
dei à casa de teu pai todas as ofertas queimadas dos filhos de
Israel.
29. Por que desprezais o meu sacrifício e a minha oferta, que
ordenei se fizessem na minha morada, e por que honras a teus filhos mais de que
a mim, de modo a vos engordardes do principal de todas as ofertas do meu povo
Israel?
30. Portanto, diz o Senhor Deus de Israel: Na verdade eu tinha
dito que a tua casa e a casa de teu pai andariam diante de mim perpetuamente.
Mas agora o Senhor diz: Longe de mim tal coisa, porque honrarei aos que me
honram, mas os que me desprezam serão desprezados.
31. Eis que vêm
dias em que cortarei o teu braço e o braço da casa de teu pai, para que não haja
mais ancião algum em tua casa.
32. E tu, na angústia, olharás com
inveja toda a prosperidade que hei de trazer sobre Israel; e não haverá por
todos os dias ancião algum em tua casa.
33. O homem da tua linhagem a
quem eu não desarraigar do meu altar será para consumir-te os olhos e para
entristecer-te a alma; e todos es descendentes da tua casa morrerão pela espada
dos homens.
34. E te será por sinal o que sobrevirá a teus dois
filhos, a Hofni e a Finéias; ambos morrerão no mesmo dia.
35. E eu
suscitarei para mim um sacerdote fiel, que fará segundo o que está no meu
coração e na minha mente. Edificar-lhe-ei uma casa duradoura, e ele andará
sempre diante de meu ungido.
36. Também todo aquele que ficar de resto
da tua casa virá a inclinar-se diante dele por uma moeda de prata e por um
pedaço de pão, e dirá: Rogo-te que me admitas a algum cargo sacerdotal, para que
possa comer um bocado de pão.
[I Samuel 3]I Samuel
3
1. Entretanto, o menino Samuel servia ao Senhor
perante Eli. E a palavra de Senhor era muito rara naqueles dias; as visões não
eram freqüentes.
2. Sucedeu naquele tempo que, estando Eli deitado no
seu lugar (ora, os seus olhos começavam já a escurecer, de modo que não podia
ver),
3. e ainda não se havendo apagado a lâmpada de Deus, e estando
Samuel também deitado no templo do Senhor, onde estava a arca de
Deus,
4. o Senhor chamou: Samuel! Samuel! Ele respondeu: Eis-me
aqui.
5. E correndo a Eli, disse-lhe: Eis-me aqui, porque tu me
chamaste. Mas ele disse: Eu não te chamei; torna a deitar-te. E ele foi e se
deitou.
6. Tornou o Senhor a chamar: Samuel! E Samuel se levantou, foi
a Eli e disse: Eis-me aqui, porque tu me chamaste. Mas ele disse: Eu não te
chamei, filho meu; torna a deitar-te.
7. Ora, Samuel ainda não
conhecia ao Senhor, e a palavra de Senhor ainda não lhe tinha sido
revelada.
8. O Senhor, pois, tornou a chamar a Samuel pela terceira
vez. E ele, levantando-se, foi a Eli e disse: Eis-me aqui, porque tu me
chamaste. Então entendeu Eli que o Senhor chamava o menino.
9. Pelo
que Eli disse a Samuel: Vai deitar-te, e há de ser que, se te chamar, dirás:
Fala, Senhor, porque o teu servo ouve. Foi, pois, Samuel e deitou-se no seu
lugar.
10. Depois veio o Senhor, parou e chamou como das outras vezes:
Samuel! Samuel! Ao que respondeu Samuel: Fala, porque o teu servo
ouve.
11. Então disse o Senhor a Samuel: Eis que vou fazer uma coisa
em Israel, a qual fará tinir ambos os ouvidos a todo o que a
ouvir.
12. Naquele mesmo dia cumprirei contra Eli, de princípio a fim,
tudo quanto tenho falado a respeito da sua casa.
13. Porque já lhe
fiz: saber que hei de julgar a sua casa para sempre, por causa da iniqüidade de
que ele bem sabia, pois os seus filhos blasfemavam a Deus, e ele não os
repreendeu.
14. Portanto, jurei à casa de Eli que nunca jamais será
expiada a sua iniqüidade, nem com sacrifícios, nem com ofertas.
15.
Samuel ficou deitado até pela manhã, e então abriu as portas da casa do Senhor;
Samuel, porém, temia relatar essa visão a Eli.
16. Mas chamou Eli a
Samuel, e disse: Samuel, meu filho! Ao que este respondeu: Eis-me
aqui.
17. Eli perguntou-lhe: Que te falou o Senhor? peço-te que não mo
encubras; assim Deus te faça, e outro tanto, se me encobrires alguma coisa de
tudo o que te falou.
18. Samuel, pois, relatou-lhe tudo, e nada lhe
encobriu. Então disse Eli: Ele é o Senhor, faça o que bem parecer aos seus
olhos.
19. Samuel crescia, e o Senhor era com ele e não deixou nenhuma
de todas as suas palavras cair em terra.
20. E todo o Israel, desde Dã
até Berseba, conheceu que Samuel estava confirmado como profeta do
Senhor.
21. E voltou o Senhor a aparecer em Siló; porquanto o Senhor
se manifestava a Samuel em Siló pela sua palavra. E chegava a palavra de Samuel
a todo o Israel.
[I Samuel 4]I Samuel
4
1. Ora, saiu Israel à batalha contra os filisteus, e
acampou-se perto de Ebenézer; e os filisteus se acamparam junto a
Afeque.
2. E os filisteus se dispuseram em ordem de batalha contra
Israel; e, travada a peleja, Israel foi ferido diante dos filisteus, que mataram
no campo cerca de quatro mil homens do exército.
3. Quando o povo
voltou ao arraial, disseram os anciãos de Israel: Por que nos feriu o Senhor
hoje diante dos filisteus? Tragamos para nós de Siló a arca do pacto do Senhor,
para que ela venha para o meio de nós, e nos livre da mão de nossos
inimigos.
4. Enviou, pois, o povo a Siló, e trouxeram de lá a arca do
pacto do Senhor dos exércitos, que se assenta sobre os querubins; e os dois
filhos de Eli, Hofni e Finéias, estavam ali com a arca do pacto de
Deus.
5. Quando a arca do pacto do Senhor chegou ao arraial,
prorrompeu todo o Israel em grandes gritos, de modo que a terra
vibrou.
6. E os filisteus, ouvindo o som da gritaria, disseram: Que
quer dizer esta grande vozearia no arraial dos hebreus? Quando souberam que a
arca do Senhor havia chegado ao arraial,
7. os filisteus se
atemorizaram; e diziam: Os deuses vieram ao arraial. Diziam mais: Ai de nós!
porque nunca antes sucedeu tal coisa.
8. Ai de nós! quem nos livrará
da mão destes deuses possantes? Estes são os deuses que feriram aos egípcios com
toda sorte de pragas no deserto.
9. Esforçai-vos, e portai-vos
varonilmente, ó filisteus, para que porventura não venhais a ser escravos dos
hebreus, como eles o foram vossos; portai-vos varonilmente e
pelejai.
10. Então pelejaram os filisteus, e Israel foi derrotado,
fugindo cada um para a sua tenda; e houve mui grande matança, pois caíram de
Israel trinta mil homens de infantaria.
11. Também foi tomada a arca
de Deus, e os dois filhos de Eli, Hofni e Finéias, foram mortos.
12.
Então um homem de Benjamim, correndo do campo de batalha chegou no mesmo dia a
Siló, com as vestes rasgadas e terra sobre a cabeça.
13. Ao chegar
ele, estava Eli sentado numa cadeira ao pé do caminho vigiando, porquanto o seu
coração estava tremendo pela arca de Deus. E quando aquele homem chegou e
anunciou isto na cidade, a cidade toda prorrompeu em lamentações.
14.
E Eli, ouvindo a voz do lamento, perguntou: Que quer dizer este alvoroço? Então
o homem, apressando-se, chegou e o anunciou a Eli.
15. Ora, Eli tinha
noventa e oito anos; e os seus olhos haviam cegado, de modo que já não podia
ver.
16. E disse aquele homem a Eli: Estou vindo do campo de batalha,
donde fugi hoje mesmo. Perguntou Eli: Que foi que sucedeu, meu
filho?
17. Então respondeu o que trazia as novas, e disse: Israel
fugiu de diante dos filisteus, e houve grande matança entre o povo; além disto,
também teus dois filhos, Hofni e Finéias, são mortos, e a arca de Deus é
tomada.
18. Quando ele fez menção da arca de Deus, Eli caiu da cadeira
para trás, junto à porta, e quebrou-se-lhe o pescoço, e morreu, porquanto era
homem velho e pesado. Ele tinha julgado a Israel quarenta anos.
19. E
estando sua nora, a mulher de Finéias, grávida e próxima ao parto, e ouvindo
estas novas, de que a arca de Deus era tomada, e de que seu sogro e seu marido
eram mortos, encurvou-se e deu à luz, porquanto as dores lhe
sobrevieram.
20. E, na hora em que ia morrendo, disseram as mulheres
que estavam com ela: Não temas, pois tiveste um filho. Ela, porém, não
respondeu, nem deu atenção a isto.
21. E chamou ao menino de Icabô,
dizendo: De Israel se foi a glória! Porque fora tomada a arca de Deus, e por
causa de seu sogro e de seu marido.
22. E disse: De Israel se foi a
glória, pois é tomada a arca de Deus.
[I Samuel 5]I
Samuel 5
1. Os filisteus, pois, tomaram a arca de Deus,
e a levaram de Ebenézer a Asdode.
2. Então os filisteus tomaram a arca
de Deus e a introduziram na casa de Dagom, e a puseram junto a
Dagom.
3. Levantando-se, porém, de madrugada no dia seguinte os de
Asdode, eis que Dagom estava caído com o rosto em terra diante da arca do
Senhor; e tomaram a Dagom, e tornaram a pô-lo no seu lugar.
4. E,
levantando-se eles de madrugada no dia seguinte, eis que Dagom estava caído com
o rosto em terra diante da arca do Senhor; e a cabeça de Dagom e ambas as suas
mãos estavam cortadas sobre o limiar; somente o tronco ficou a
Dagom.
5. Pelo que nem os sacerdotes de Dagom, nem nenhum de todos os
que entram na casa de Dagom, pisam o limiar de Dagom em Asdode, até o dia de
hoje.
6. Entretanto a mão do Senhor se agravou sobre os de Asdode, e
os assolou, e os feriu com tumores, a Asdode e aos seus termos.
7. O
que tendo visto os homens de Asdode, disseram: Não fique conosco a arca do Deus
de Israel, pois a sua mão é dura sobre nós, e sobre Dagom, nosso
deus.
8. Pelo que enviaram mensageiros e congregaram a si todos os
chefes dos filisteus, e disseram: Que faremos nós da arca do Deus de Israel?
Responderam: Seja levada para Gate. Assim levaram para lá a arca do Deus de
Israel.
9. E desde que a levaram para lá, a mão do Senhor veio contra
aquela cidade, causando grande pânico; pois feriu aos homens daquela cidade,
desde o pequeno até o grande, e nasceram-lhes tumores.
10. Então
enviaram a arca de Deus a Ecrom. Sucedeu porém que, vindo a arca de Deus a
Ecrom, os de Ecrom exclamaram, dizendo: Transportaram para nós a arca de Deus de
Israel, para nos matar a nós e ao nosso povo.
11. Enviaram, pois,
mensageiros, e congregaram a todos os chefes dos filisteus, e disseram: Enviai
daqui a arca do Deus de Israel, e volte ela para o seu lugar, para que não nos
mate a nós e ao nosso povo. Porque havia pânico mortal em toda a cidade, e a mão
de Deus muito se agravara sobre ela.
12. Pois os homens que não
morriam eram feridos com tumores; de modo que o clamor da cidade subia até o
céu.
[I Samuel 6]I Samuel 6
1.
A arca do Senhor ficou na terra dos filisteus sete meses.
2. Então os
filisteus chamaram os sacerdotes e os adivinhadores para dizer-lhes: Que faremos
nós da arca do Senhor? Fazei-nos saber como havemos de enviá-la para o seu
lugar.
3. Responderam eles: Se enviardes a arca do Deus de Israel, não
a envieis vazia, porém sem falta enviareis a ele uma oferta pela culpa; então
sereis curados, e se vos fará saber por que a sua mão não se retira de
vós.
4. Então perguntaram: Qual é a oferta pela culpa que lhe havemos
de enviar? Eles responderam: Segundo o número dos chefes dos filisteus, cinco
tumores de ouro e cinco ratos de ouro, porque a praga é uma e a mesma sobre
todos os vossos príncipes.
5. Fazei, pois, imagens, dos vossos
tumores, e dos ratos que andam destruindo a terra, e dai glória ao Deus de
Israel; porventura aliviará o peso da sua mão de sobre vós, e de sobre vosso
deus, e de sobre vossa terra:
6. Por que, pois, endureceríeis os
vossos corações, como os egípcios e Faraó endureceram os seus corações?
Porventura depois de os haver Deus castigado, não deixaram ir o povo, e este não
se foi?
7. Agora, pois, fazei um carro novo, tomai duas vacas que
estejam criando, sobre as quais não tenha vindo o jugo, atai-as ao carro e levai
os seus bezerros de após elas para casa.
8. Tomai a arca de Senhor, e
ponde-a sobre o carro; também metei num cofre, ao seu lado, as jóias de ouro que
haveis de oferecer ao Senhor como ofertas pela culpa; e assim a enviareis, para
que se vá.
9. Reparai então: se ela subir pelo caminho do seu termo a
Bete-Semes, foi ele quem nos fez este grande mal; mas, se não, saberemos que não
foi a sua mão que nos feriu, e que isto nos sucedeu por acaso.
10.
Assim, pois, fizeram aqueles homens: tomaram duas vacas que criavam, ataram-nas
ao carro, e encerraram os bezerros em casa;
11. também puseram a arca
do Senhor sobre o carro, bem como e cofre com os ratos de ouro e com as imagens
dos seus tumores.
12. Então as vacas foram caminhando diretamente pelo
caminho de Bete-Semes, seguindo a estrada, andando e berrando, sem se desviarem
nem para a direita nem para a esquerda; e os chefes dos filisteus foram
seguindo-as até o termo de Bete-Semes.
13. Ora, andavam os de
Bete-Semes fazendo a sega do trigo no vale; e, levantando os olhos, viram a arca
e, vendo-a, se alegraram.
14. Tendo chegado o carro ao campo de Josué,
o bete-semita, parou ali, onde havia uma grande pedra. Fenderam a madeira do
carro, e ofereceram as vacas ao Senhor em holocausto.
15. Nisso os
levitas desceram a arca do Senhor, como também o cofre que estava junto a ela,
em que se achavam as jóias de ouro, e puseram-nos sobre aquela grande pedra; e
no mesmo dia os homens de Bete-Semes ofereceram holocaustos e sacrifícios ao
Senhor.
16. E os cinco chefes dos filisteus, tendo visto aquilo,
voltaram para Ecrom no mesmo dia.
17. Estes, pois, são os tumores de
ouro que os filisteus enviaram ao Senhor como oferta pela culpa: por Asdode um,
por Gaza outro, por Asquelom outro, por Gate outro, por Ecrom
outro.
18. Como também os ratos de ouro, segundo o número de todas as
cidades dos filisteus, pertencentes aos cinco chefes, desde as cidades
fortificadas até as aldeias campestres. Disso é testemunha a grande pedra sobre
a qual puseram a arca do Senhor, pedra que ainda está até o dia de hoje no campo
de Josué, o bete-semita.
19. Ora, o Senhor feriu os homens de
Bete-Semes, porquanto olharam para dentro da arca do Senhor; feriu do povo
cinqüenta mil e setenta homens; então o povo se entristeceu, porque o Senhor o
ferira com tão grande morticínio.
20. Disseram os homens de
Bete-Semes: Quem poderia subsistir perante o Senhor, este Deus santo? e para
quem subirá de nós?
21. Enviaram, pois, mensageiros aos habitantes de
Quiriate-Jearim, para lhes dizerem: Os filisteus remeteram a arca do Senhor;
descei, e fazei-a subir para vós.
[I Samuel 7]I Samuel
7
1. Vieram, pois, os homens de Quiriate-Jearim,
tomaram a arca do Senhor e a levaram à casa de Abinadabe, no outeiro; e
consagraram a Eleazar, filho dele, para que guardasse a arca da
Senhor.
2. E desde e dia em que a arca ficou em Queriate-Jearim
passou-se muito tempo, chegando até vinte anos; então toda a casa de Israel
suspirou pelo Senhor.
3. Samuel, pois, falou a toda a casa de Israel,
dizendo: Se de todo o vosso coração voltais para o Senhor, lançai do meio de vós
os deuses estranhos e as astarotes, preparai o vosso coração para com o Senhor,
e servi a ele só; e ele vos livrará da mão dos filisteus.
4. Os filhos
de Israel, pois, lançaram do meio deles os baalins e as astarotes, e serviram ao
Senhor.
5. Disse mais Samuel: Congregai a todo o Israel em Mizpá, e
orarei por vós ao Senhor.
6. Congregaram-se, pois, em Mizpá, tiraram
água e a derramaram perante o Senhor; jejuaram aquele dia, e ali disseram:
Pecamos contra o Senhor. E Samuel julgava os filhos de Israel em
Mizpá.
7. Quando os filisteus ouviram que os filhos de Israel estavam
congregados em Mizpá, subiram os chefes dos filisteus contra Israel. Ao saberem
disto os filhos de Israel, temeram por causa dos filisteus.
8. Pelo
que disseram a Samuel: Não cesses de clamar ao Senhor nosso Deus por nós, para
que nos livre da mão dos filisteus.
9. Então tomou Samuel um cordeiro
de mama, e o ofereceu inteiro em holocausto ao Senhor; e Samuel clamou ao Senhor
por Israel, e o Senhor o atendeu.
10. Enquanto Samuel oferecia o
holocausto, os filisteus chegaram para pelejar contra Israel; mas o Senhor
trovejou naquele dia com grande estrondo sobre os filisteus, e os aterrou; de
modo que foram derrotados diante dos filhos de Israel.
11. Os homens
de Israel, saindo de Mizpá, perseguiram os filisteus e os feriram até abaixo de
Bete-Car.
12. Então Samuel tomou uma pedra, e a pôs entre Mizpá e Sem,
e lhe chamou Ebenézer; e disse: Até aqui nos ajudou o Senhor.
13.
Assim os filisteus foram subjugados, e não mais vieram aos termos de Israel,
porquanto a mão do Senhor foi contra os filisteus todos os dias de
Samuel.
14. E as cidades que os filisteus tinham tomado a Israel lhe
foram restituídas, desde Ecrom até Gate, cujos termos também Israel arrebatou da
mão dos filisteus. E havia paz entre Israel e os amorreus.
15. Samuel
julgou a Israel todos os dias da sua vida.
16. De ano em ano rodeava
por Betel, Gilgal e Mizpá, julgando a Israel em todos esses
lugares.
17. Depois voltava a Ramá, onde estava a sua casa, e ali
julgava a Israel; e edificou ali um altar ao Senhor.
[I Samuel 8]I Samuel 8
1. Ora, havendo Samuel
envelhecido, constituiu a seus filhos por juízes sobre Israel.
2. O
seu filho primogênito chamava-se Joel, e o segundo Abias; e julgavam em
Berseba.
3. Seus filhos, porém, não andaram nos caminhos dele, mas
desviaram-se após o lucro e, recebendo peitas, perverteram a
justiça.
4. Então todos os anciãos de Israel se congregaram, e vieram
ter com Samuel, a Ramá,
5. e lhe disseram: Eis que já estás velho, e
teus filhos não andam nos teus caminhos. Constitui-nos, pois, agora um rei para
nos julgar, como o têm todas as nações.
6. Mas pareceu mal aos olhos
de Samuel, quando disseram: Dá-nos um rei para nos julgar. Então Samuel orou ao
Senhor.
7. Disse o Senhor a Samuel: Ouve a voz do povo em tudo quanto
te dizem, pois não é a ti que têm rejeitado, porém a mim, para que eu não reine
sobre eles.
8. Conforme todas as obras que fizeram desde o dia em que
os tirei do Egito até o dia de hoje, deixando-me a mim e servindo a outros
deuses, assim também fazem a ti.
9. Agora, pois, ouve a sua voz,
contudo lhes protestarás solenemente, e lhes declararás qual será o modo de agir
do rei que houver de reinar sobre eles.
10. Referiu, pois, Samuel
todas as palavras do Senhor ao povo, que lhe havia pedido um rei,
11.
e disse: Este será o modo de agir do rei que houver de reinar sobre vós: tomará
os vossos filhos, e os porá sobre os seus carros, e para serem seus cavaleiros,
e para correrem adiante dos seus carros;
12. e os porá por chefes de
mil e chefes de cinqüenta, para lavrarem os seus campos, fazerem as suas
colheitas e fabricarem as suas armas de guerra e os petrechos de seus
carros.
13. Tomará as vossas filhas para perfumistas, cozinheiras e
padeiras.
14. Tomará o melhor das vossas terras, das vossas vinhas e
dos vossos elivais, e o dará aos seus servos.
15. Tomará e dízimo das
vossas sementes e das vossas vinhas, para dar aos seus oficiais e aos seus
servos.
16. Também os vossos servos e as vossas servas, e os vossos
melhores mancebos, e os vossos jumentos tomará, e os empregará no seu
trabalho.
17. Tomará o dízimo do vosso rebanho; e vós lhe servireis de
escravos.
18. Então naquele dia clamareis por causa de vosso rei, que
vós mesmos houverdes escolhido; mas o Senhor não vos ouvira.
19. O
povo, porém, não quis ouvir a voz de Samuel; e disseram: Não, mas haverá sobre
nós um rei,
20. para que nós também sejamos como todas as outras
nações, e para que o nosso rei nos julgue, e saia adiante de nós, e peleje as
nossas batalhas.
21. Ouviu, pois, Samuel todas as palavras do povo, e
as repetiu aos ouvidos do Senhor.
22. Disse o Senhor a Samuel: Dá
ouvidos à sua voz, e constitui-lhes rei. Então Samuel disse aos homens de
Israel: Volte cada um para a sua cidade.
[I Samuel 9]I
Samuel 9
1. Ora, havia um homem de Benjamim, cujo nome
era Quis, filho de Abiel, filho de Zeror, filho de Becorate, filho de Afias,
filho dum benjamita; era varão forte e valoroso.
2. Tinha este um
filho, chamado Saul, jovem e tão belo que entre os filhos de Israel não havia
outro homem mais belo de que ele; desde os ombros para cima sobressaía em altura
a todo o povo.
3. Tinham-se perdido as jumentas de Quis, pai de Saul;
pelo que disse Quis a Saul, seu filho: Toma agora contigo um dos moços,
levanta-te e vai procurar as jumentas.
4. Passaram, pois, pela região
montanhosa de Efraim, como também pela terra e Salisa, mas não as acharam;
depois passaram pela terra de Saalim, porém tampouco estavam ali; passando ainda
pela terra de Benjamim, não as acharam.
5. Vindo eles, então, à terra
de Zufe, Saul disse para o moço que ia com ele: Vem! Voltemos, para que não
suceda que meu pai deixe de inquietar-se pelas jumentas e se aflija por causa de
nós.
6. Mas ele lhe disse: Eis que há nesta cidade um homem de Deus, e
ele é muito considerado; tudo quanto diz, sucede infalivelmente. Vamos, pois,
até lá; porventura nos mostrará o caminho que devemos seguir.
7. Então
Saul disse ao seu moço: Porém se lá formos, que levaremos ao homem? Pois o pão
de nossos alforjes se acabou, e presente nenhum temos para levar ao homem de
Deus; que temos?
8. O moço tornou a responder a Saul, e disse: Eis que
ainda tenho em mão um quarto dum siclo de prata, o qual darei ao homem de Deus,
para que nos mostre o caminho.
9. (Antigamente em Israel, indo alguém
consultar a Deus, dizia assim: Vinde, vamos ao vidente; porque ao profeta de
hoje, outrora se chamava vidente.)
10. Então disse Saul ao moço: Dizes
bem; vem, pois, vamos! E foram-se à cidade onde estava e homem de
Deus.
11. Quando eles iam subindo à cidade, encontraram umas moças que
saíam para tirar água; e perguntaram-lhes: Está aqui o vidente?
12. Ao
que elas lhes responderam: Sim, eis aí o tens diante de ti; apressa-te, porque
hoje veio à cidade, porquanto o povo tem hoje sacrifício no alto.
13.
Entrando vós na cidade, logo o achareis, antes que ele suba ao alto para comer;
pois o povo não comerá até que ele venha, porque ele é o que abençoa a
sacrifício, e depois os convidados comem. Subi agora, porque a esta hora o
achareis.
14. Subiram, pois, à cidade; e, ao entrarem, eis que Samuel
os encontrou, quando saía para subir ao alto.
15. Ora, o Senhor
revelara isto aos ouvidos de Samuel, um dia antes de Saul chegar,
dizendo:
16. Amanhã a estas horas te enviarei um homem da terra de
Benjamim, o qual ungirás por príncipe sobre o meu povo de Israel; e ele livrará
o meu povo da mão dos filisteus; pois olhei para o meu povo, porque o seu clamor
chegou a mim.
17. E quando Samuel viu a Saul, o Senhor e disse: Eis
aqui o homem de quem eu te falei. Este dominará sobre o meu povo.
18.
Então Saul se chegou a Samuel na porta, e disse: Mostra-me, peço-te, onde é a
casa do vidente.
19. Respondeu Samuel a Saul: Eu sou o vidente; sobe
diante de mim ao alto, porque comereis hoje comigo; pela manhã te despedirei, e
tudo quanto está no teu coração to declararei.
20. Também quanto às
jumentas que há três dias se te perderam, não te preocupes com elas, porque já
foram achadas. Mas para quem é tudo o que é desejável em Israel? porventura não
é para ti, e para toda a casa de teu pai?
21. Então respondeu Saul:
Acaso não sou eu benjamita, da menor das tribos de Israel? E não é a minha
família a menor de todas as famílias da tribo de Benjamim? Por que, pois, me
falas desta maneira?
22. Samuel, porém, tomando a Saul e ao seu moço,
levou-os à câmara, e deu-lhes o primeiro lugar entre os convidados, que eram
cerca de trinta homens.
23. Depois disse Samuel ao cozinheiro: Traze a
porção que te dei, da qual te disse: põe-na à parte contigo.
24.
Levantou, pois, o cozinheiro a espádua, com o que havia nela, e pô-la diante de
Saul. E disse Samuel: Eis que o que foi reservado está diante de ti. Come;
porque te foi guardado para esta ocasião, para que o comesses com os convidados.
Assim comeu Saul naquele dia com Samuel.
25. Então desceram do alto
para a cidade, e falou Samuel com Saul, no eirado.
26. E se levantaram
de madrugada, quase ao subir da alva, pois Samuel chamou a Saul, que estava no
eirado, dizendo: Levanta-te para eu te despedir. Levantou-se, pois, Saul, e
sairam ambos, ele e Samuel.
27. Quando desciam para a extremidade da
cidade, Samuel disse a Saul: Dize ao moço que passe adiante de nós (e ele
passou); tu, porém, espera aqui, e te farei ouvir a palavra de Deus.
[I
Samuel 10]I Samuel 10
1. Então Samuel
tomou um vaso de azeite, e o derramou sobre a cabeça de Saul, e o beijou, e
disse: Porventura não te ungiu o Senhor para ser príncipe sobre a sua
herança?
2. Quando te apartares hoje de mim, encontrarás dois homens
junto ao sepulcro de Raquel, no termo de Benjamim, em Zelza, os quais te dirão:
Acharam-se as jumentas que foste buscar, e eis que já o teu pai deixou de pensar
nas jumentas, e anda aflito por causa de ti, dizendo: Que farei eu por meu
filho?
3. Então dali passarás mais adiante, e chegarás ao carvalho de
Tabor; ali te encontrarão três homens, que vão subindo a Deus, a Betel, levando
um três cabritos, outro três formas de pão, e o outro um odre de
vinho.
4. Eles te saudarão, e te darão dois pães, que receberás das
mãos deles.
5. Depois chegarás ao outeiro de Deus, onde está a
guarnição dos filisteus; ao entrares ali na cidade, encontrarás um grupo de
profetas descendo do alto, precedido de saltérios, tambores, flautas e harpas, e
eles profetizando.
6. E o Espírito do Senhor se apoderará de ti, e
profetizarás com eles, e serás transformado em outro homem.
7. Quando
estes sinais te vierem, faze o que achar a tua mão para fazer, pois Deus é
contigo.
8. Tu, porém, descerás adiante de mim a Gilgal, e eis que eu
descerei a ter contigo, para oferecer holocaustos e sacrifícios de ofertas
pacíficas. Esperarás sete dias, até que eu vá ter contigo e te declare o que hás
de fazer.
9. Ao virar Saul as costas para se apartar de Samuel, Deus
lhe mudou o coração em outro; e todos esses sinais aconteceram naquele mesmo
dia.
10. Quando eles iam chegando ao outeiro, eis que um grupo de
profetas lhes saiu ao encontro; e o Espírito de Deus se apoderou de Saul, e ele
profetizou no meio deles.
11. Todos os que o tinham conhecido antes,
ao verem que ele profetizava com os profetas, diziam uns aos outros: Que é que
sucedeu ao filho de Quis? Está também Saul entre os profetas?
12.
Então um homem dali respondeu, e disse: Pois quem é o pai deles? Pelo que se
tornou em provérbio: Está também Saul entre os profetas?
13. Tendo ele
acabado de profetizar, foi ao alto.
14. Depois o tio de Saul
perguntou-lhe, a ele e ao seu moço: Aonde fostes?: Respondeu ele: Procurar as
jumentas; e, não as tendo encontrado, fomos ter com Samuel.
15. Disse
mais o tio de Saul: Declara-me, peço-te, o que vos disse Samuel.
16.
Ao que respondeu Saul a seu tio: Declarou-nos, seguramente, que as jumentas
tinham sido encontradas. Mas quanto ao assunto do reino, de que Samuel falara,
nada lhe declarou.
17. Então Samuel convocou o povo ao Senhor em
Mizpá;
18. e disse aos filhos de Israel: Assim diz o Senhor Deus de
Israel: Eu fiz subir a Israel do Egito, e vos livrei da mão dos egípcios e da
mão de todos os reinos que vos oprimiam.
19. Mas vós hoje rejeitastes
a vosso Deus, àquele que vos livrou de todos os vossos males e angústias, e lhe
dissestes: Põe um rei sobre nós. Agora, pois, ponde-vos perante o Senhor,
segundo as vossas tribos e segundo os vossos milhares.
20. Tendo,
pois, Samuel feito chegar todas as tribos de Israel, foi tomada por sorte a
tribo de Benjamim.
21. E, quando fez chegar a tribo de Benjamim
segundo as suas famílias, foi tomada a família de Matri, e dela foi tomado Saul,
filho de Quis; e o procuraram, mas não foi encontrado.
22. Pelo que
tornaram a perguntar ao Senhor: Não veio o homem ainda para cá? E respondeu o
Senhor: Eis que se escondeu por entre a bagagem:
23. Correram, pois, e
o trouxeram dali; e estando ele no meio do povo, sobressaía em altura a todo o
povo desde os ombros para cima.
24. Então disse Samuel a todo o povo:
Vedes já a quem o Senhor escolheu: Não há entre o povo nenhum semelhante a ele.
Então todo o povo o aclamou, dizendo: Viva o rei;
25. Também declarou
Samuel ao povo a lei do reino, e a escreveu num livro, e pô-lo perante o Senhor.
Então Samuel despediu todo o povo, cada um para sua casa.
26. E foi
também Saul para sua casa em Gibeá; e foram com ele homens de valor, aqueles
cujo coração Deus tocara.
27. Mas alguns homens ímpios disseram: Como
pode este homem nos livrar? E o desprezaram, e não lhe trouxeram presentes;
porém ele se fez como surdo.
[I Samuel 11]I Samuel
11
1. Então subiu Naás, o amonita, e sitiou a
Jabes-Gileade. E disseram todos os homens de Jabes a Naás: Faze aliança conosco,
e te serviremos.
2. Respondeu-lhes, porém, Naás, o amonita: Com esta
condição farei aliança convosco: que a todos vos arranque o olho direito; assim
porei opróbrio sobre todo o Israel.
3. Ao que os anciãos de Jabes lhe
disseram: Concede-nos sete dias, para que enviemos mensageiros por todo o
território de Israel; e, não havendo ninguém que nos livre, nos entregaremos a
ti.
4. Então, vindo os mensageiros a Gibeá de Saul, falaram estas
palavras aos ouvidos do povo. Pelo que todo o povo levantou a voz e
chorou.
5. E eis que Saul vinha do campo, atrás dos bois; e disse
Saul: Que tem o povo, que chega? E contaram-lhe as palavras dos homens de
Jabes.
6. Então o Espírito de Deus se apoderou de Saul, ao ouvir ele
estas palavras; e acendeu-se sobremaneira a sua ira.
7. Tomou ele uma
junta de bois, cortou-os em pedaços, e os enviou por todo o território de Israel
por mãos de mensageiros, dizendo: Qualquer que não sair após Saul e após Samuel,
assim se fará aos seus bois. Então caiu o temor do Senhor sobre o povo, e
acudiram como um só homem.
8. Saul passou-lhes revista em Bezeque; e
havia dos homens de Israel trezentos mil, e dos homens de Judá trinta
mil.
9. Então disseram aos mensageiros que tinham vindo: Assim direis
aos homens de Jabes-Gileade: Amanhã, em aquentando o sol, vos virá livramento.
Vindo, pois, os mensageiros, anunciaram-no aos homens de Jabes, os quais se
alegraram.
10. E os homens de Jabes disseram aos amonitas: Amanhã nos
entregaremos a vós; então nos fareis conforme tudo o que bem vos
parecer.
11. Ao outro dia Saul dividiu o povo em três companhias; e
pela vigília da manhã vieram ao meio do arraial, e feriram aos amonitas até que
o dia aquentou; e sucedeu que os restantes se espalharam de modo a não ficarem
dois juntos.
12. Então disse o povo a Samuel: Quais são os que diziam:
Reinará porventura Saul sobre nós? Dai cá esses homens, para que os
matemos.
13. Saul, porém, disse: Hoje não se há de matar ninguém,
porque neste dia o senhor operou um livramento em Israel:
14. Depois
disse Samuel ao povo: Vinde, vamos a Gilgal, e renovemos ali o
reino.
15. Foram, pois, para Gilgal, onde constituíram rei a Saul
perante o Senhor, e imolaram sacrifícios de ofertas pacíficas perante o Senhor;
e ali Saul se alegrou muito com todos os homens de Israel.
[I Samuel
12]I Samuel 12
1. Então disse Samuel a
todo o Israel: Eis que vos dei ouvidos em tudo quanto me dissestes, e constituí
sobre vós um rei.
2. Agora, eis que o rei vai adiante de vós; quanto a
mim, já sou velho e encanecido, e meus filhos estão convosco: eu tenho andado
adiante de vós desde a minha mocidade até o dia de hoje.
3. Eis-me
aqui! testificai contra mim perante o Senhor, e perante o seu ungido. De quem
tomei o boi? ou de quem tomei o jumento? ou a quem defraudei? ou a quem tenho
oprimido? ou da mão de quem tenho recebido peita para encobrir com ela os meus
olhos? E eu vo-lo restituirei.
4. Responderam eles: Em nada nos
defraudaste, nem nos oprimiste, nem tomaste coisa alguma da mão de
ninguém.
5. Ele lhes disse: O Senhor é testemunha contra vós, e o seu
ungido é hoje testemunha de que nada tendes achado na minha mão. Ao que
respondeu o povo: Ele é testemunha.
6. Então disse Samuel ao povo: O
Senhor é o que escolheu a Moisés e a Arão, e tirou a vossos pais da terra do
Egito.
7. Agora ponde-vos aqui, para que eu pleiteie convosco perante
o Senhor, no tocante a todos os atos de justiça do Senhor, que ele fez a vós e a
vossos pais.
8. Quando Jacó entrou no Egito, e vossos pais clamaram ao
Senhor, então o Senhor enviou Moisés e Arão, que tiraram vossos pais do Egito, e
os fizeram habitar neste lugar.
9. Esqueceram-se, porém, do Senhor seu
Deus; e ele os entregou na mão de Sísera, chefe do exército de Hazor, e na mão
dos filisteus, e na mão do rei de Moabe, os quais pelejaram contra
eles.
10. Clamaram, pois, ao Senhor, e disseram: Pecamos, porque
deixamos ao Senhor, e servimos aos baalins e astarotes; agora, porém, livra-nos
da mão de nossos inimigos, e te serviremos:
11. Então o Senhor enviou
Jerubaal, e Baraque, e Jefté, e Samuel; e vos livrou da mão de vossos inimigos
em redor, e habitastes em segurança.
12. Quando vistes que Naás, rei
dos filhos de Amom, vinha contra vós, dissestes-me: Não, mas reinará sobre nós
um rei; entretanto, o Senhor vosso Deus era o vosso Rei.
13. Agora,
eis o rei que escolhestes e que pedistes; eis que o Senhor tem posto sobre vós
um rei.
14. Se temerdes ao Senhor, e o servirdes, e derdes ouvidos à
sua voz, e não fordes rebeldes às suas ordens, e se tanto vós como o rei que
reina sobre vós seguirdes o Senhor vosso Deus, bem está;
15. mas se
não derdes ouvidos à voz do Senhor, e fordes rebeldes às suas ordens, a mão do
Senhor será contra vós, como foi contra vossos pais:
16. Portanto
ficai agora aqui, e vede esta grande coisa que o Senhor vai fazer diante dos
vossos olhos.
17. Não é hoje a sega do trigo? clamarei, pois, ao
Senhor, para que ele envie trovões e chuva; e sabereis e vereis que é grande a
vossa maldade, que fizestes perante o Senhor, pedindo para vós um
rei.
18. Então invocou Samuel ao Senhor, e o Senhor enviou naquele dia
trovões e chuva; pelo que todo o povo temeu sobremaneira ao Senhor e a
Samuel.
19. Disse todo o povo a Samuel: Roga pelos teus servos ao
Senhor teu Deus, para que não morramos; porque a todos os nossos pecados temos
acrescentado este mal, de pedirmos para nós um rei.
20. Então disse
Samuel ao povo: Não temais; vós fizestes todo este mal; porém não vos desvieis
de seguir ao Senhor, mas servi-o de todo o vosso coração.
21. Não vos
desvieis; porquanto seguiríeis coisas vãs, que nada aproveitam, e tampouco vos
livrarão, porque são vãs.
22. Pois o Senhor, por causa do seu grande
nome, não desamparará o seu povo; porque aprouve ao Senhor fazer de vós o seu
povo.
23. E quanto a mim, longe de mim esteja o pecar contra o Senhor,
deixando de orar por vos; eu vos ensinarei o caminho bom e
direito.
24. Tão-somente temei ao Senhor, e servi-o fielmente de todo
o vosso coração; pois vede quão grandiosas coisas vos fez.
25. Se,
porém, perseverardes em fazer o mal, perecereis, assim vós como o vosso
rei.
[I Samuel 13]I Samuel
13
1. Um ano reinara Saul em Israel. No segundo ano de
seu reinado sobre seu povo,
2. escolheu para si três mil homens de
Israel; dois mil estavam com Saul em Micmás e no monte de Betel, e mil estavam
com Jônatas em Gibeá de Benjamim. Quanto ao resto do povo, mandou-o cada um para
sua tenda.
3. Ora, Jônatas feriu a guarnição dos filisteus que estava
em Geba, o que os filisteus ouviram; pelo que Saul tocou a trombeta por toda a
terra, dizendo: Ouçam os hebreus.
4. Então todo o Israel ouviu dizer
que Saul ferira a guarnição dos filisteus, e que Israel se fizera abominável aos
filisteus. E o povo foi convocado após Saul em Gilgal.
5. E os
filisteus se ajuntaram para pelejar contra Israel, com trinta mil carros, seis
mil cavaleiros, e povo em multidão como a areia que está à beira do mar subiram
e se acamparam em Micmás, ao oriente de Bete-Aven.
6. Vendo, pois, os
homens de Israel que estavam em aperto (porque o povo se achava angustiado),
esconderam-se nas cavernas, nos espinhais, nos penhascos, nos esconderijos
subterrâneos e nas cisternas.
7. Ora, alguns dos hebreus passaram o
Jordão para a terra de Gade e Gileade; mas Saul ficou ainda em Gilgal, e todo o
povo o seguia tremendo.
8. Esperou, pois, sete dias, até o tempo que
Samuel determinara; não vindo, porém, Samuel a Gilgal, o povo, deixando a Saul,
se dispersava.
9. Então disse Saul: Trazei-me aqui um holocausto, e
ofertas pacíficas. E ofereceu o holocausto.
10. Mal tinha ele acabado
de oferecer e holocausto, eis que Samuel chegou; e Saul lhe saiu ao encontro,
para o saudar.
11. Então perguntou Samuel: Que fizeste? Respondeu
Saul: Porquanto via que o povo, deixando-me, se dispersava, e que tu não vinhas
no tempo determinado, e que os filisteus já se tinham ajuntado em
Micmás,
12. eu disse: Agora descerão os filisteus sobre mim a Gilgal,
e ainda não aplaquei o Senhor. Assim me constrangi e ofereci o
holocausto.
13. Então disse Samuel a Saul: Procedeste nesciamente; não
guardaste o mandamento que o Senhor teu Deus te ordenou. O Senhor teria
confirmado o teu reino sobre Israel para sempre;
14. agora, porém, não
subsistirá o teu reino; já tem o Senhor buscado para si um homem segundo o seu
coração, e já o tem destinado para ser príncipe sobre o seu povo, porquanto não
guardaste o que o Senhor te ordenou.
15. Então Samuel se levantou, e
subiu de Gilgal a Gibeá de Benjamim. Saul contou o povo que se achava com ele,
cerca de seiscentos homens.
16. E Saul, seu filho Jônatas e o povo que
se achava com eles, ficaram em Gibeá de Benjamim, mas os filisteus se tinham
acampado em Micmás.
17. Nisso os saqueadores saíram do arraial dos
filisteus em três companhias: uma das companhias tomou o caminho de Ofra para a
terra de Sual,
18. outra tomou o caminho de Bete-Horom, e a outra
tomou o caminho do termo que dá para o vale de Zebuim, na direção do
deserto.
19. Ora, em toda a terra de Israel não se achava um só
ferreiro; porque os filisteus tinham dito: Não façam os hebreus para si nem
espada nem lança.
20. Pelo que todos os israelitas tinham que descer
aos filisteus para afiar cada um a sua relha, a sua enxada, o seu machado e o
seu sacho.
21. Tinham porém limas para os sachos, para as enxadas,
para as forquilhas e para os machados, e para consertar as
aguilhadas.
22. Assim, no dia da peleja, não se achou nem espada nem
lança na mão de todo o povo que estava com Saul e com Jônatas; acharam-se,
porém, com Saul e com Jônatas seu filho.
23. E saiu a guarnição dos
filisteus para o desfiladeiro de Micmás.
[I Samuel 14]I
Samuel 14
1. Sucedeu, pois, um dia, que Jônatas, filho
de Saul, disse ao seu escudeiro: Vem, passemos à guarnição dos filisteus, que
está do outro lado. Mas não o fez saber a seu pai.
2. Ora Saul estava
na extremidade de Gibeá, debaixo da romeira que havia em Migrom; e o povo que
estava com ele era cerca de seiscentos homens;
3. e Aíja, filho de
Aitube, irmão de Icabô, filho de Finéias, filho de Eli, sacerdote do Senhor em
Siló, trazia o éfode. E o povo não sabia que Jônatas tinha ido.
4.
Ora, entre os desfiladeiros pelos quais Jônatas procurava chegar à guarnição dos
filisteus, havia um penhasco de um e de outro lado; o nome de um era Bozez, e o
nome do outro Sené.
5. Um deles estava para o norte defronte de
Micmás, e o outro para o sul defronte de Gibeá.
6. Disse, pois,
Jônatas ao seu escudeiro: Vem, passemos à guarnição destes incircuncisos;
porventura operará o Senhor por nós, porque para o Senhor nenhum impedimento há
de livrar com muitos ou com poucos.
7. Ao que o seu escudeiro lhe
respondeu: Faze tudo o que te aprouver; segue, eis-me aqui, a tua disposição
será a minha.
8. Disse Jônatas: Eis que passaremos àqueles homens, e
nos descobriremos a eles.
9. Se nos disserem: Parai até que cheguemos
a vós; então ficaremos no nosso lugar, e não subiremos a eles.
10. Se,
porém, disserem: Subi a nós; então subiremos, pois o Senhor os entregou em
nossas mãos; isso nos será por sinal.
11. Então ambos se descobriram à
guarnição dos filisteus, e os filisteus disseram: Eis que já os hebreus estão
saindo das cavernas em que se tinham escondido.
12. E os homens da
guarnição disseram a Jônatas e ao seu escudeiro: Subi a nós, e vos ensinaremos
uma coisa. Disse, pois, Jônatas ao seu escudeiro: Sobe atrás de mim, porque o
Senhor os entregou na mão de Israel.
13. Então trepou Jônatas de
gatinhas, e o seu escudeiro atrás dele; e os filisteus caíam diante de Jônatas,
e o seu escudeiro os matava atrás dele.
14. Esta primeira derrota, em
que Jônatas e o seu escudeiro mataram uns vinte homens, deu-se dentro de meia
jeira de terra.
15. Pelo que houve tremor no arraial, no campo e em
todo o povo; também a própria guarnição e os saqueadores tremeram; e até a terra
estremeceu; de modo que houve grande pânico.
16. Olharam, pois, as
sentinelas de Saul e Gibeá de Benjamim, e eis que a multidão se derretia,
fugindo para cá e para lá.
17. Disse então Saul ao povo que estava com
ele: Ora, contai e vede quem é que saiu dentre nós: E contaram, e eis que nem
Jônatas nem o seu escudeiro estava ali.
18. Então Saul disse a Aíja:
Traze aqui a arca de Deus. Pois naquele dia estava a arca de Deus com os filhos
de Israel.
19. E sucedeu que, estando Saul ainda falando com o
sacerdote, o alvoroço que havia no arraial dos filisteus ia crescendo muito;
pelo que disse Saul ao sacerdote: Retira a tua mão.
20. Então Saul e
todo o povo que estava com ele se reuniram e foram à peleja; e eis que dentre os
filisteus a espada de um era contra o outro, e houve mui grande
derrota.
21. Os hebreus que estavam dantes com os filisteus, e tinham
subido com eles ao arraial, também se ajuntaram aos israelitas que estavam com
Saul e Jônatas.
22. E todos os homens de Israel que se haviam
escondido na região montanhosa de Efraim, ouvindo que os filisteus fugiam,
também os perseguiram de perto na peleja.
23. Assim o Senhor livrou a
Israel naquele dia, e a batalha passou além de Bete-Aven.
24. Ora, os
homens de Israel estavam já exaustos naquele dia, porquanto Saul conjurara o
povo, dizendo: Maldito o homem que comer pão antes da tarde, antes que eu me
vingue de meus inimigos. Pelo que todo o povo se absteve de comer.
25.
Mas todo o povo chegou a um bosque, onde havia mel à flor da
terra.
26. Chegando, pois, o povo ao bosque, viu correr o mel; todavia
ninguém chegou a mão à boca, porque o povo temia a conjuração.
27.
Jônatas, porém, não tinha ouvido quando seu pai conjurara o povo; pelo que
estendeu a ponta da vara que tinha na mão, e a molhou no favo de mel; e, ao
chegar a mão à boca, aclararam-se-lhe os olhos.
28. Então disse um do
povo: Teu pai solenemente conjurou o povo, dizendo: Maldito o homem que comer
pão hoje. E o povo ainda desfalecia.
29. Pelo que disse Jônatas: Meu
pai tem turbado a terra; ora vede como se me aclararam os olhos por ter provado
um pouco deste mel.
30. Quanto maior não teria sido a derrota dos
filisteus se o povo hoje tivesse comido livremente do despojo, que achou de seus
inimigos?
31. Feriram, contudo, naquele dia aos filisteus, desde
Micmás até Aijalom. E o povo desfaleceu em extremo;
32. então o povo
se lançou ao despojo, e tomou ovelhas, bois e bezerros e, degolando-os no chão,
comeu-os com o sangue.
33. E o anunciaram a Saul, dizendo: Eis que o
povo está pecando contra o Senhor, comendo carne com o sangue. Respondeu Saul:
Procedestes deslealmente. Trazei-me aqui já uma grande pedra.
34.
Disse mais Saul: Dispersai-vos entre e povo, e dizei-lhes: Trazei-me aqui cada
um o seu boi, e cada um a sua ovelha e degolai-os aqui, e comei; e não pequeis
contra e Senhor, comendo com sangue. Então todo o povo trouxe de noite, cada um
o seu boi, e os degolaram ali.
35. Então edificou Saul um altar ao
Senhor; este foi o primeiro altar que ele edificou ao Senhor.
36.
Depois disse Saul: Desçamos de noite atrás dos filisteus, e despojemo-los, até e
amanhecer, e não deixemos deles um só homem. E o povo disse: Faze tudo o que
parecer bem aos teus olhos. Disse, porém, o sacerdote: Cheguemo-nos aqui a
Deus.
37. Então consultou Saul a Deus, dizendo: Descerei atrás dos
filisteus? entregá-los-ás na mão de Israel? Deus, porém, não lhe respondeu
naquele dia.
38. Disse, pois, Saul: Chegai-vos para cá, todos os
chefes do povo; informai-vos, e vede em que se cometeu hoje este
pecado;
39. porque, como vive o Senhor que salva a Israel, ainda que
seja em meu filha Jônatas, ele será morto. Mas de todo o povo ninguém lhe
respondeu.
40. Disse mais a todo o Israel: Vós estareis dum lado, e eu
e meu filho Jônatas estaremos do outro. Então disse o povo a Saul: Faze o que
parecer bem aos teus olhos.
41. Falou, pois, Saul ao Senhor Deus de
Israel: Mostra o que é justo. E Jônatas e Saul foram tomados por sorte, e o povo
saiu livre.
42. Então disse Saul: Lançai a sorte entre mim e Jônatas,
meu filho. E foi tomado Jônatas.
43. Disse então Saul a Jônatas:
Declara-me o que fizeste. E Jônatas lho declarou, dizendo: Provei, na verdade,
um pouco de mel com a ponta da vara que tinha na mão; eis-me pronto a
morrer.
44. Ao que disse Saul: Assim me faça Deus, e outro tanto, se
tu, certamente, não morreres, Jônatas.
45. Mas o povo disse a Saul:
Morrerá, porventura, Jônatas, que operou esta grande salvação em Israel? Tal não
suceda! como vive o Senhor, não lhe há de cair no chão um só cabelo da sua
cabeça! pois com Deus fez isso hoje. Assim o povo livrou Jônatas, para que não
morresse.
46. Então Saul deixou de perseguir os filisteus, e estes
foram para o seu lugar.
47. Tendo Saul tomado o reino sobre Israel,
pelejou contra todos os seus inimigos em redor: contra Moabe, contra os filhos
de Amom, contra Edom, contra os reis de Zobá e contra os filisteus; e, para onde
quer que se voltava, saía vitorioso.
48. Houve-se valorosamente,
derrotando os amalequitas, e libertando Israel da mão dos que o
saqueavam.
49. Ora, os filhos de Saul eram Jônatas, Isvi e Malquisua;
os nomes de suas duas filhas eram estes: o da mais velha Merabe, e o da mais
nova Mical.
50. O nome da mulher de Saul era Ainoã, filha de Aimaaz; e
o nome do chefe do seu exército, Abner, filho de Ner, tio de Saul.
51.
Quis, pai de Saul, e Ner, pai de Abner, eram filhos de Abiel.
52. E
houve forte guerra contra os filisteus, por todos os dias de Saul; e sempre que
Saul via algum homem poderoso e valente, o agregava a si.
[I Samuel
15]I Samuel 15
1. Disse Samuel a Saul:
Enviou-me o Senhor a ungir-te rei sobre o seu povo, sobre Israel; ouve, pois,
agora as palavras do Senhor.
2. Assim diz o Senhor dos exércitos:
Castigarei a Amaleque por aquilo que fez a Israel quando se lhe opôs no caminho,
ao subir ele do Egito.
3. Vai, pois, agora e fere a Amaleque, e o
destrói totalmente com tudo o que tiver; não o poupes, porém matarás homens e
mulheres, meninos e crianças de peito, bois e ovelhas, camelos e
jumentos.
4. Então Saul convocou o povo, e os contou em Telaim,
duzentos mil homens de infantaria, e mais dez mil dos de Judá.
5.
Chegando, pois, Saul à cidade de Amaleque, pôs uma emboscada no
vale.
6. E disse Saul aos queneus: Ide, retirai-vos, saí do meio dos
amalequitas, para que eu não vos destrua juntamente com eles; porque vós usastes
de misericórdia com todos os filhos de Israel, quando subiram do Egito.
Retiraram-se, pois, os queneus do meio dos amalequitas.
7. Depois Saul
feriu os amalequitas desde Havilá até chegar a Sur, que está defronte do
Egito.
8. E tomou vivo a Agague, rei dos amalequitas, porém a todo o
povo destruiu ao fio da espada.
9. Mas Saul e o povo pouparam a
Agague, como também ao melhor das ovelhas, dos bois, e dos animais engordados, e
aos cordeiros, e a tudo o que era bom, e não os quiseram destruir totalmente;
porém a tudo o que era vil e desprezível destruíram totalmente.
10.
Então veio a palavra do Senhor a Samuel, dizendo:
11. Arrependo-me de
haver posto a Saul como rei; porquanto deixou de me seguir, e não cumpriu as
minhas palavras. Então Samuel se contristou, e clamou ao Senhor a noite
toda.
12. E Samuel madrugou para encontrar-se com Saul pela manhã; e
foi dito a Samuel: Já chegou Saul ao Carmelo, e eis que levantou para si numa
coluna e, voltando, passou e desceu a Gilgal.
13. Veio, pois, Samuel
ter com Saul, e Saul lhe disse: Bendito sejas do Senhor; já cumpri a palavra do
Senhor.
14. Então perguntou Samuel: Que quer dizer, pois, este balido
de ovelhas que chega aos meus ouvidos, e o mugido de bois que
ouço?
15. Ao que respondeu Saul: De Amaleque os trouxeram, porque o
povo guardou o melhor das ovelhas e dos bois, para os oferecer ao Senhor teu
Deus; o resto, porém, destruímo-lo totalmente.
16. Então disse Samuel
a Saul: Espera, e te declararei o que o Senhor me disse esta noite.
Respondeu-lhe Saul: Fala.
17. Prosseguiu, pois, Samuel: Embora pequeno
aos teus próprios olhos, porventura não foste feito o cabeça das tribos de
Israel? O Senhor te ungiu rei sobre Israel;
18. e bem assim te enviou
o Senhor a este caminho, e disse: Vai, e destrói totalmente a estes pecadores,
os amalequitas, e peleja contra eles, até que sejam aniquilados.
19.
Por que, pois, não deste ouvidos à voz do Senhor, antes te lançaste ao despojo,
e fizeste o que era mau aos olhos do Senhor?
20. Então respondeu Saul
a Samuel: Pelo contrário, dei ouvidos à voz do Senhor, e caminhei no caminho
pelo qual o Senhor me enviou, e trouxe a Agague, rei de Amaleque, e aos
amalequitas destruí totalmente;
21. mas o povo tomou do despojo
ovelhas e bois, o melhor do anátema, para o sacrificar ao Senhor teu Deus em
Gilgal.
22. Samuel, porém, disse: Tem, porventura, o Senhor tanto
prazer em holocaustos e sacrifícios, como em que se obedeça à voz do Senhor? Eis
que o obedecer é melhor do que o sacrificar, e o atender, do que a gordura de
carneiros
23. Porque a rebelião é como o pecado de adivinhação, e a
obstinação é como a iniqüidade de idolatria. Porquanto rejeitaste a palavra do
Senhor, ele também te rejeitou, a ti, para que não sejas rei.
24.
Então disse Saul a Samuel: Pequei, porquanto transgredi a ordem do Senhor e as
tuas palavras; porque temi ao povo, e dei ouvidos a sua voz.
25.
Agora, pois, perdoa o meu pecado, e volta comigo, para que eu adore ao
Senhor.
26. Samuel porém disse a Saul: Não voltarei contigo; porquanto
rejeitaste a palavra do Senhor, e o Senhor te rejeitou a ti, para que não sejas
rei sobre Israel:
27. E, virando-se Samuel para se ir, Saul pegou-lhe
pela orla da capa, a qual se rasgou.
28. Então Samuel lhe disse: O
Senhor rasgou de ti hoje o reino de Israel, e o deu a um teu próximo, que é
melhor do que tu.
29. Também aquele que é a Força de Israel não mente
nem se arrepende, por quanto não é homem para que se arrependa.
30. Ao
que disse Saul: Pequei; honra-me, porém, agora diante dos anciãos do meu povo, e
diante de Israel, e volta comigo, para que eu adore ao Senhor teu
Deus.
31. Então, voltando Samuel, seguiu a Saul, e Saul adorou ao
Senhor.
32. Então disse Samuel: Trazei-me aqui a Agague, rei dos
amalequitas. E Agague veio a ele animosamente; e disse: Certamente já passou a
amargura da morte.
33. Disse, porém, Samuel: Assim como a tua espada
desfilhou a mulheres, assim ficará desfilhada tua mãe entre as mulheres. E
Samuel despedaçou a Agague perante o Senhor em Gilgal.
34. Então
Samuel se foi a Ramá; e Saul subiu a sua casa, a Gibeá de Saul.
35.
Ora, Samuel nunca mais viu a Saul até o dia da sua morte, mas Samuel teve dó de
Saul. E o Senhor se arrependeu de haver posto a Saul rei sobre Israel.
[I
Samuel 16]I Samuel 16
1. Então disse o
Senhor a Samuel: Até quando terás dó de Saul, havendo-o eu rejeitado, para que
não reine sobre Israel? Enche o teu vaso de azeite, e vem; enviar-te-ei a Jessé
o belemita, porque dentre os seus filhos me tenho provido de um
rei.
2. Disse, porém, Samuel: Como irei eu? pois Saul o ouvirá e me
matará. Então disse o Senhor: Leva contigo uma bezerra, e dize: Vim para
oferecer sacrifício ao Senhor:
3. E convidarás a Jessé para o
sacrifício, e eu te farei saber o que hás de fazer; e ungir-me-ás a quem eu te
designar.
4. Fez, pois, Samuel o que dissera o Senhor, e veio a Belém;
então os anciãos da cidade lhe saíram ao encontro, tremendo, e perguntaram: É de
paz a tua vinda?
5. Respondeu ele: É de paz; vim oferecer sacrifício
ao Senhor. Santificai-vos, e vinde comigo ao sacrifício. E santificou ele a
Jessé e a seus filhos, e os convidou para o sacrifício.
6. E sucedeu
que, entrando eles, viu a Eliabe, e disse: Certamente está perante o Senhor o
seu ungido.
7. Mas o Senhor disse a Samuel: Não atentes para a sua
aparência, nem para a grandeza da sua estatura, porque eu o rejeitei; porque o
Senhor não vê como vê o homem, pois o homem olha para o que está diante dos
olhos, porém o Senhor olha para o coração.
8. Depois chamou Jessé a
Abinadabe, e o fez passar diante de Samuel, o qual disse: Nem a este escolheu o
Senhor.
9. Então Jessé fez passar a Samá; Samuel, porém, disse:
Tampouco a este escolheu o Senhor.
10. Assim fez passar Jessé a sete
de seus filhos diante de Samuel; porém Samuel disse a Jessé: O Senhor não
escolheu a nenhum destes.
11. Disse mais Samuel a Jessé: São estes
todos os teus filhos? Respondeu Jessé: Ainda falta o menor, que está
apascentando as ovelhas. Disse, pois, Samuel a Jessé: Manda trazê-lo, porquanto
não nos sentaremos até que ele venha aqui.
12. Jessé mandou buscá-lo e
o fez entrar. Ora, ele era ruivo, de belos olhos e de gentil aspecto. Então
disse o Senhor: Levanta-te, e unge-o, porque é este mesmo.
13. Então
Samuel tomou o vaso de azeite, e o ungiu no meio de seus irmãos; e daquele dia
em diante o Espírito do Senhor se apoderou de Davi. Depois Samuel se levantou, e
foi para Ramá.
14. Ora, o Espírito do Senhor retirou-se de Saul, e o
atormentava um espírito maligno da parte do Senhor.
15. Então os
criados de Saul lhe disseram: Eis que agora um espírito maligno da parte de Deus
te atormenta;
16. dize, pois, Senhor nosso, a teus servos que estão na
tua presença, que busquem um homem que saiba tocar harpa; e quando o espírito
maligno da parte do Senhor vier sobre ti, ele tocara com a sua mão, e te
sentirás melhor.
17. Então disse Saul aos seus servos: Buscai-me,
pois, um homem que toque bem, e trazei-mo.
18. Respondeu um dos
mancebos: Eis que tenho visto um filho de Jessé, o belemita, que sabe tocar bem,
e é forte e destemido, homem de guerra, sisudo em palavras, e de gentil aspecto;
e o Senhor é com ele.
19. Pelo que Saul enviou mensageiros a Jessé,
dizendo: Envia-me Davi, teu filho, o que está com as ovelhas.
20.
Jessé, pois, tomou um jumento carregado de pão, e um odre de vinho, e um
cabrito, e os enviou a Saul pela mão de Davi, seu filho.
21. Assim
Davi veio e se apresentou a Saul, que se agradou muito dele e o fez seu
escudeiro.
22. Então Saul mandou dizer a Jessé: Deixa ficar Davi ao
meu serviço, pois achou graça aos meus olhos.
23. E quando o espírito
maligno da parte de Deus vinha sobre Saul, Davi tomava a harpa, e a tocava com a
sua mão; então Saul sentia alívio, e se achava melhor, e o espírito maligno se
retirava dele.
[I Samuel 17]I Samuel
17
1. Ora, os filisteus ajuntaram as suas forças para a
guerra e congregaram-se em Socó, que pertence a Judá, e acamparam entre Socó e
Azeca, em Efes-Damim.
2. Saul, porém, e os homens de Israel se
ajuntaram e acamparam no vale de Elá, e ordenaram a batalha contra os
filisteus.
3. Os filisteus estavam num monte de um lado, e os
israelitas estavam num monte do outro lado; e entre eles o vale.
4.
Então saiu do arraial dos filisteus um campeão, cujo nome era Golias, de Gate,
que tinha de altura seis côvados e um palmo.
5. Trazia na cabeça um
capacete de bronze, e vestia uma couraça escameada, cujo peso era de cinco mil
siclos de bronze.
6. Também trazia grevas de bronze nas pernas, e um
dardo de bronze entre os ombros.
7. A haste da sua lança era como o
órgão de um tear, e a ponta da sua lança pesava seiscentos siclos de ferro;
adiante dele ia o seu escudeiro.
8. Ele, pois, de pé, clamava às
fileiras de Israel e dizia-lhes: Por que saístes a ordenar a batalha? Não sou eu
filisteu, e vós servos de Saul? Escolhei dentre vós um homem que desça a
mim.
9. Se ele puder pelejar comigo e matar-me, seremos vossos servos;
porem, se eu prevalecer contra ele e o matar, então sereis nossos servos, e nos
servireis.
10. Disse mais o filisteu: Desafio hoje as fileiras de
Israel; dai-me um homem, para que nós dois pelejemos.
11. Ouvindo,
então, Saul e todo o Israel estas palavras do filisteu, desalentaram-se, e
temeram muito.
12. Ora, Davi era filho de um homem efrateu, de Belém
de Judá, cujo nome era Jessé, que tinha oito filhos; e nos dias de Saul este
homem era já velho e avançado em idade entre os homens.
13. Os três
filhos mais velhos de Jessé tinham seguido a Saul à guerra; eram os nomes de
seus três filhos que foram à guerra: Eliabe, o primogênito, o segundo Abinadabe,
e o terceiro Samá:
14. Davi era o mais moço; os três maiores seguiram
a Saul,
15. mas Davi ia e voltava de Saul, para apascentar as ovelhas
de seu pai em Belém.
16. Chegava-se, pois, o filisteu pela manhã e à
tarde; e apresentou-se por quarenta dias.
17. Disse então Jessé a
Davi, seu filho: Toma agora para teus irmãos uma refa deste grão tostado e estes
dez pães, e corre a levá-los ao arraial, a teus irmãos.
18. Leva,
também, estes dez queijos ao seu comandante de mil; e verás como passam teus
irmãos, e trarás notícias deles.
19. Ora, estavam Saul, e eles, e
todos os homens de Israel no vale de Elá, pelejando contra os
filisteus.
20. Davi então se levantou de madrugada e, deixando as
ovelhas com um guarda, carregou-se e partiu, como Jessé lhe ordenara; e chegou
ao arraial quando o exército estava saindo em ordem de batalha e dava gritos de
guerra.
21. Os israelitas e os filisteus se punham em ordem de
batalha, fileira contra fileira.
22. E Davi, deixando na mão do guarda
da bagagem a carga que trouxera, correu às fileiras; e, chegando, perguntou a
seus irmãos se estavam bem.
23. Enquanto ainda falava com eles, eis
que veio subindo do exército dos filisteus o campeão, cujo nome era Golias, o
filisteu de Gate, e falou conforme aquelas palavras; e Davi as
ouviu.
24. E todos os homens de Israel, vendo aquele homem, fugiam, de
diante dele, tomados de pavor.
25. Diziam os homens de Israel: Vistes
aquele homem que subiu? pois subiu para desafiar a Israel. Ao homem, pois, que o
matar, o rei cumulará de grandes riquezas, e lhe dará a sua filha, e fará livre
a casa de seu pai em Israel.
26. Então falou Davi aos homens que se
achavam perto dele, dizendo: Que se fará ao homem que matar a esse filisteu, e
tirar a afronta de sobre Israel? pois quem é esse incircunciso filisteu, para
afrontar os exércitos do Deus vivo?
27. E o povo lhe repetiu aquela
palavra, dizendo: Assim se fará ao homem que o matar.
28. Eliabe, seu
irmão mais velho, ouviu-o quando falava àqueles homens; pelo que se acendeu a
sua ira contra Davi, e disse: Por que desceste aqui, e a quem deixaste aquelas
poucas ovelhas no deserto? Eu conheço a tua presunção, e a maldade do teu
coração; pois desceste para ver a peleja.
29. Respondeu Davi: Que fiz
eu agora? porventura não há razão para isso?
30. E virou-se dele para
outro, e repetiu as suas perguntas; e o povo lhe respondeu como da primeira
vez.
31. Então, ouvidas as palavras que Davi falara, foram elas
referidas a Saul, que mandou chamá-lo.
32. E Davi disse a Saul: Não
desfaleça o coração de ninguém por causa dele; teu servo irá, e pelejará contra
este filisteu.
33. Saul, porém, disse a Davi: Não poderás ir contra
esse filisteu para pelejar com ele, pois tu ainda és moço, e ele homem de guerra
desde a sua mocidade.
34. Então disse Davi a Saul: Teu servo
apascentava as ovelhas de seu pai, e sempre que vinha um leão, ou um urso, e
tomava um cordeiro do rebanho,
35. eu saía após ele, e o matava, e lho
arrancava da boca; levantando-se ele contra mim, segurava-o pela queixada, e o
feria e matava.
36. O teu servo matava tanto ao leão como ao urso; e
este incircunciso filisteu será como um deles, porquanto afrontou os exércitos
do Deus vivo.
37. Disse mais Davi: O Senhor, que me livrou das garras
do leão, e das garras do urso, me livrará da mão deste filisteu. Então disse
Saul a Davi: Vai, e o Senhor seja contigo.
38. E vestiu a Davi da sua
própria armadura, pôs-lhe sobre a cabeça um capacete de bronze, e o vestiu de
uma couraça.
39. Davi cingiu a espada sobre a armadura e procurou em
vão andar, pois não estava acostumado àquilo. Então disse Davi a Saul: Não posso
andar com isto, pois não estou acostumado. E Davi tirou aquilo de sobre
si.
40. Então tomou na mão o seu cajado, escolheu do ribeiro cinco
seixos lisos e pô-los no alforje de pastor que trazia, a saber, no surrão, e,
tomando na mão a sua funda, foi-se chegando ao filisteu.
41. O
filisteu também vinha se aproximando de Davi, tendo a: sua frente o seu
escudeiro.
42. Quando o filisteu olhou e viu a Davi, desprezou-o,
porquanto era mancebo, ruivo, e de gentil aspecto.
43. Disse o
filisteu a Davi: Sou eu algum cão, para tu vires a mim com paus? E o filisteu,
pelos seus deuses, amaldiçoou a Davi.
44. Disse mais o filisteu a
Davi: Vem a mim, e eu darei a tua carne às aves do céu e às bestas do
campo.
45. Davi, porém, lhe respondeu: Tu vens a mim com espada, com
lança e com escudo; mas eu venho a ti em nome do Senhor dos exércitos, o Deus
dos exércitos de Israel, a quem tens afrontado.
46. Hoje mesmo o
Senhor te entregará na minha mão; ferir-te-ei, e tirar-te-ei a cabeça; os
cadáveres do arraial dos filisteus darei hoje mesmo às aves do céu e às feras da
terra; para que toda a terra saiba que há Deus em Israel;
47. e para
que toda esta assembléia saiba que o Senhor salva, não com espada, nem com
lança; pois do Senhor é a batalha, e ele vos entregará em nossas
mãos.
48. Quando o filisteu se levantou e veio chegando para se
defrontar com Davi, este se apressou e correu ao combate, a encontrar-se com o
filisteu.
49. E Davi, metendo a mão no alforje, tirou dali uma pedra e
com a funda lha atirou, ferindo o filisteu na testa; a pedra se lhe cravou na
testa, e ele caiu com o rosto em terra.
50. Assim Davi prevaleceu
contra o filisteu com uma funda e com uma pedra; feriu-o e o matou; e não havia
espada na mão de Davi.
51. Correu, pois, Davi, pôs-se em pé sobre o
filisteu e, tomando a espada dele e tirando-a da bainha, o matou, decepando-lhe
com ela a cabeça. Vendo então os filisteus que o seu campeão estava morto,
fugiram.
52. Então os homens de Israel e de Judá se levantaram
gritando, e perseguiram os filisteus até a entrada de Gai e até as portas de
Ecrom; e caíram os feridos dos filisteus pelo caminho de Saraim até Gate e até
Ecrom.
53. Depois voltaram os filhos de Israel de perseguirem os
filisteus, e despojaram os seus arraiais.
54. Davi tomou a cabeça do
filisteu e a trouxe a Jerusalém; porém pôs as armas dele na sua
tenda.
55. Quando Saul viu Davi sair e encontrar-se com o filisteu,
perguntou a Abner, o chefe do exército: De quem é filho esse jovem, Abner?
Respondeu Abner: Vive a tua alma, ó rei, que não sei.
56. Disse então
o rei: Pergunta, pois, de quem ele é filho.
57. Voltando, pois, Davi
de ferir o filisteu, Abner o tomou consigo, e o trouxe à presença de Saul,
trazendo Davi na mão a cabeça do filisteu.
58. E perguntou-lhe Saul:
De quem és filho, jovem? Respondeu Davi: Filho de teu servo Jessé,
belemita.
[I Samuel 18]I Samuel
18
1. Ora, acabando Davi de falar com Saul, a alma de
Jônatas ligou-se com a alma de Davi; e Jônatas o amou como à sua própria
alma.
2. E desde aquele dia Saul o reteve, não lhe permitindo voltar
para a casa de seu pai.
3. Então Jônatas fez um pacto com Davi, porque
o amava como à sua própria vida.
4. E Jônatas se despojou da capa que
vestia, e a deu a Davi, como também a sua armadura, e até mesmo a sua espada, o
seu arco e o seu cinto.
5. E saía Davi aonde quer que Saul o enviasse,
e era sempre bem sucedido; e Saul o pôs sobre a gente de guerra, e isso pareceu
bem aos olhos de todo o povo, e até aos olhos dos servos de Saul.
6.
Sucedeu porém que, retornando eles, quando Davi voltava de ferir o filisteu, as
mulheres de todas as cidades de Israel saíram ao encontro do rei Saul, cantando
e dançando alegremente, com tamboris, e com instrumentos de música.
7.
E as mulheres, dançando, cantavam umas para as outras, dizendo: Saul feriu os
seus milhares, porém Davi os seus dez milhares.
8. Então Saul se
indignou muito, pois aquela palavra pareceu mal aos seus olhos, e disse: Dez
milhares atribuíram a Davi, e a mim somente milhares; que lhe falta, senão só o
reino?
9. Daquele dia em diante, Saul trazia Davi sob
suspeita.
10. No dia seguinte o espírito maligno da parte de Deus se
apoderou de Saul, que começou a profetizar no meio da casa; e Davi tocava a
harpa, como nos outros dias. Saul tinha na mão uma lança.
11. E Saul
arremessou a lança, dizendo consigo: Encravarei a Davi na parede. Davi, porém,
desviou-se dele por duas vezes.
12. Saul, pois, temia a Davi, porque o
Senhor era com Davi e se tinha retirado dele.
13. Pelo que Saul o
afastou de si, e o fez comandante de mil; e ele saía e entrava diante do
povo.
14. E Davi era bem sucedido em todos os seus caminhos; e o
Senhor era com ele.
15. Vendo, então, Saul que ele era tão bem
sucedido, tinha receio dele.
16. Mas todo o Israel e Judá amavam a
Davi, porquanto saía e entrava diante deles.
17. Pelo que Saul disse a
Davi: Eis que Merabe, minha filha mais velha, te darei por mulher, contanto que
me sejas filho valoroso, e guerreies as guerras do Senhor. Pois Saul dizia
consigo: Não seja contra ele a minha mão, mas sim a dos filisteus.
18.
Mas Davi disse a Saul: Quem sou eu, e qual é a minha vida e a família de meu pai
em Israel, para eu vir a ser genro do rei?
19. Sucedeu, porém, que ao
tempo em que Merabe, filha de Saul, devia ser dada a Davi, foi dada por mulher a
Adriel, meolatita.
20. Mas Mical, a outra filha de Saul, amava a Davi;
sendo isto anunciado a Saul, pareceu bem aos seus olhos.
21. E Saul
disse: Eu lha darei, para que ela lhe sirva de laço, e para que a mão dos
filisteus venha a ser contra ele. Pelo que Saul disse a Davi: com a outra serás
hoje meu genro.
22. Saul, pois, deu ordem aos seus servos: Falai em
segredo a Davi, dizendo: Eis que o rei se agrada de ti, e todos os seus servos
te querem bem; agora, pois, consente em ser genro do rei.
23. Assim os
servos de Saul falaram todas estas palavras aos ouvidos de Davi. Então disse
Davi: Parece-vos pouca coisa ser genro do rei, sendo eu homem pobre e de
condição humilde?
24. E os servos de Saul lhe anunciaram isto,
dizendo: Assim e assim falou Davi.
25. Então disse Saul: Assim direis
a Davi: O rei não deseja dote, senão cem prepúcios de filisteus, para que seja
vingado dos seus inimigos. Porquanto Saul tentava fazer Davi cair pela mão dos
filisteus.
26. Tendo os servos de Saul anunciado estas palavras a
Davi, pareceu bem aos seus olhos tornar-se genro do rei. Ora, ainda os dias não
se haviam cumprido,
27. quando Davi se levantou, partiu com os seus
homens, e matou dentre os filisteus duzentos homens; e Davi trouxe os prepúcios
deles, e os entregou, bem contados, ao rei, para que fosse seu genro. Então Saul
lhe deu por mulher sua filha Mical.
28. Mas quando Saul viu e
compreendeu que o Senhor era com Davi e que todo o Israel o amava,
29.
temeu muito mais a Davi; e Saul se tornava cada vez mais seu
inimigo.
30. Então saíram os chefes dos filisteus à campanha; e sempre
que eles saíam, Davi era mais bem sucedido do que todos os servos de Saul, pelo
que o seu nome era mui estimado.
[I Samuel 19]I Samuel
19
1. Falou, pois, Saul a Jônatas, seu filho, e a todos
os seus servos, para que matassem a Davi. Porém Jônatas, filho de Saul, estava
muito afeiçoado a Davi.
2. Pelo que Jônatas o anunciou a Davi,
dizendo: Saul, meu pai, procura matar-te; portanto, guarda-te amanhã pela manhã,
fica num lugar oculto e esconde-te;
3. eu sairei e me porei ao lado de
meu pai no campo em que estiveres; falarei acerca de ti a meu pai, verei o que
há, e to anunciarei.
4. Então Jônatas falou bem de Davi a Saul, seu
pai, e disse-lhe: Não peque o rei contra seu servo Davi, porque ele não pecou
contra ti, e porque os seus feitos para contigo têm sido muito
bons.
5. Porque expôs a sua vida e matou o filisteu, e o Senhor fez um
grande livramento para todo o Israel. Tu mesmo o viste, e te alegraste; por que,
pois, pecarias contra o sangue inocente, matando sem causa a Davi?
6.
E Saul deu ouvidos à voz de Jônatas, e jurou: Como vive o Senhor, Davi não
morrera.
7. Jônatas, pois, chamou a Davi, contou-lhe todas estas
palavras, e o levou a Saul; e Davi o assistia como dantes.
8. Depois
tornou a haver guerra; e saindo Davi, pelejou contra os filisteus, e os feriu
com grande matança, e eles fugiram diante dele.
9. Então o espírito
maligno da parte do Senhor veio sobre Saul, estando ele sentado em sua casa, e
tendo na mão a sua lança; e Davi estava tocando a harpa.
10. E Saul
procurou encravar a Davi na parede, porém ele se desviou de diante de Saul, que
fincou a lança na parede. Então Davi fugiu, e escapou naquela mesma
noite.
11. Mas Saul mandou mensageiros à casa de Davi, para que o
vigiassem, e o matassem pela manhã; porém Mical, mulher de Davi, o avisou,
dizendo: Se não salvares a tua vida esta noite, amanhã te matarão.
12.
Então Mical desceu Davi por uma janela, e ele se foi e, fugindo,
escapou.
13. Mical tomou uma estátua, deitou-a na cama, pôs-lhe à
cabeceira uma pele de cabra, e a cobriu com uma capa.
14. Quando Saul
enviou mensageiros para prenderem a Davi, ela disse: Está doente.
15.
Tornou Saul a enviá-los, para que vissem a Davi, dizendo-lhes: Trazei-mo na
cama, para que eu o mate.
16. Vindo, pois, os mensageiros, eis que
estava a estátua na cama, e a pele de cabra à sua cabeceira.
17. Então
perguntou Saul a Mical: Por que assim me enganaste, e deixaste o meu inimigo ir
e escapar? Respondeu Mical a Saul: Porque ele me disse: Deixa-me ir! Por que hei
de matar-te?
18. Assim Davi fugiu e escapou; e indo ter com Samuel, em
Ramá, contou-lhe tudo quanto Saul lhe fizera; foram, pois, ele e Samuel, e
ficaram em Naiote.
19. E foi dito a Saul: Eis que Davi está em Naiote,
em Ramá.
20. Então enviou Saul mensageiros para prenderem a Davi;
quando eles viram a congregação de profetas profetizando, e Samuel a
presidi-los, o Espírito de Deus veio sobre os mensageiros de Saul, e também eles
profetizaram.
21. Avisado disso, Saul enviou outros mensageiros, e
também estes profetizaram. Ainda terceira vez enviou Saul mensageiros, os quais
também profetizaram.
22. Então foi ele mesmo a Rama e, chegando ao
poço grande que estava em Sécu, perguntou: Onde estão Samuel e Davi?
Responderam-lhe: Eis que estão em Naiote, em Ramá.
23. Foi, pois, para
Naiote, em Ramá; e o Espírito de Deus veio também sobre ele, e ele ia caminhando
e profetizando, até chegar a Naiote, em Ramá.
24. E despindo as suas
vestes, ele também profetizou diante de Samuel; e esteve nu por terra todo
aquele dia e toda aquela noite. Pelo que se diz: Está também Saul entre os
profetas?
[I Samuel 20]I Samuel
20
1. Então fugiu Davi de Naiote, em Ramá, veio ter com
Jônatas e lhe disse: Que fiz eu? qual é a minha iniqüidade? e qual é o meu
pecado diante de teu pai, para que procure tirar-me a vida?
2. E ele
lhe disse: Longe disso! não hás de morrer. Meu pai não faz coisa alguma, nem
grande nem pequena, sem que primeiro ma participe; por que, pois, meu pai me
encobriria este negócio? Não é verdade.
3. Respondeu-lhe Davi, com
juramento: Teu pai bem sabe que achei graça aos teus olhos; pelo que disse: Não
saiba isto Jônatas, para que não se magoe. Mas, na verdade, como vive o Senhor,
e como vive a tua alma, há apenas um passo entre mim e a morte.
4.
Disse Jônatas a Davi: O que desejas tu que eu te faça?
5. Respondeu
Davi a Jônatas: Eis que amanhã é a lua nova, e eu deveria sentar-me com o rei
para comer; porém deixa-me ir, e esconder-me-ei no campo até a tarde do terceiro
dia.
6. Se teu pai notar a minha ausência, dirás: Davi me pediu muito
que o deixasse ir correndo a Belém, sua cidade, porquanto se faz lá o sacrifício
anual para toda a parentela.
7. Se ele disser: Está bem; então teu
servo tem paz; porém se ele muito se indignar, fica sabendo que ele já está
resolvido a praticar o mal.
8. Usa, pois, de misericórdia para com o
teu servo, porque o fizeste entrar contigo em aliança do Senhor; se, porém, há
culpa em mim, mata-me tu mesmo; por que me levarias a teu pai?
9. Ao
que respondeu Jônatas: Longe de ti tal coisa! Se eu soubesse que meu pai estava
resolvido a trazer o mal sobre ti, não to descobriria eu?
10.
Perguntou, pois, Davi a Jônatas: Quem me fará saber, se por acaso teu pai te
responder asperamente?
11. Então disse Jônatas a Davi: Vem, e saiamos
ao campo. E saíram ambos ao campo.
12. E disse Jônatas a Davi: O
Senhor, Deus de Israel, seja testemunha! Sondando eu a meu pai amanhã a estas
horas, ou depois de amanhã, se houver coisa favorável para Davi, eu não enviarei
a ti e não to farei saber?
13. O Senhor faça assim a Jônatas, e outro
tanto, se, querendo meu pai fazer-te mal, eu não te fizer saber, e não te deixar
partir, para ires em paz; e o Senhor seja contigo, assim como foi com meu
pai.
14. E não somente usarás para comigo, enquanto viver, da
benevolência do Senhor, para que não morra,
15. como também não
cortarás nunca da minha casa a tua benevolência, nem ainda quando o Senhor tiver
desarraigado da terra a cada um dos inimigos de Davi.
16. Assim fez
Jônatas aliança com a casa de Davi, dizendo: O Senhor se vingue dos inimigos de
Davi.
17. Então Jônatas fez Davi jurar de novo, porquanto o amava;
porque o amava com todo o amor da sua alma.
18. Disse-lhe ainda
Jônatas: Amanhã é a lua nova, e notar-se-á a tua ausência, pois o teu lugar
estará vazio.
19. Ao terceiro dia descerás apressadamente, e irás
àquele lugar onde te escondeste no dia do negócio, e te sentarás junto à pedra
de Ezel.
20. E eu atirarei três flechas para aquela banda, como se
atirasse ao alvo.
21. Então mandarei o moço, dizendo: Anda, busca as
flechas. Se eu expressamente disser ao moço: Olha que as flechas estão para cá
de ti, apanha-as; então vem, porque, como vive o Senhor, há paz para ti, e não
há nada a temer.
22. Mas se eu disser ao moço assim: Olha que as
flechas estão para lá de ti; vai-te embora, porque o Senhor te manda
ir.
23. E quanto ao negócio de que eu e tu falamos, o Senhor é
testemunha entre mim e ti para sempre.
24. Escondeu-se, pois, Davi no
campo; e, sendo a lua nova, sentou-se o rei para comer.
25. E,
sentando-se o rei, como de costume, no seu assento junto à parede, Jônatas
sentou-se defronte dele, e Abner sentou-se ao lado de Saul; e o lugar de Davi
ficou vazio.
26. Entretanto Saul não disse nada naquele dia, pois
dizia consigo: Aconteceu-lhe alguma coisa pela qual não está limpo; certamente
não está limpo.
27. Sucedeu também no dia seguinte, o segundo da lua
nova, que o lugar de Davi ficou vazio. Perguntou, pois, Saul a Jônatas, seu
filho: Por que o filho de Jessé não veio comer nem ontem nem hoje?
28.
Respondeu Jônatas a Saul: Davi pediu-me encarecidamente licença para ir a
Belém,
29. dizendo: Peço-te que me deixes ir, porquanto a nossa
parentela tem um sacrifício na cidade, e meu irmão ordenou que eu fosse; se,
pois, agora tenho achado graça aos teus olhos, peço-te que me deixes ir, para
ver a meus irmãos. Por isso não veio à mesa do rei.
30. Então se
acendeu a ira de Saul contra Jônatas, e ele lhe disse: Filho da perversa e
rebelde! Não sei eu que tens escolhido a filho de Jessé para vergonha tua, e
para vergonha de tua mãe?
31. Pois por todo o tempo em que o filho de
Jessé viver sobre a terra, nem tu estarás seguro, nem o teu reino; pelo que
envia agora, e traze-mo, porque ele há de morrer.
32. Ao que respondeu
Jônatas a Saul, seu pai, e lhe disse: Por que há de morrer. que fez
ele?
33. Então Saul levantou a lança, para o ferir; assim entendeu
Jônatas que seu pai tinha determinado matar a Davi.
34. Pelo que
Jônatas, todo encolerizado, se levantou da mesa, e no segundo dia do mês não
comeu; pois se magoava por causa de Davi, porque seu pai o tinha
ultrajado.
35. Jônatas, pois, saiu ao campo, pela manhã, ao tempo que
tinha ajustado com Davi, levando consigo um rapazinho.
36. Então disse
ao moço: Corre a buscar as flechas que eu atirar. Correu, pois, o moço; e
Jônatas atirou uma flecha, que fez passar além dele.
37. Quando o moço
chegou ao lugar onde estava a flecha que Jônatas atirara, gritou-lhe este,
dizendo: Não está porventura a flecha para lá de ti?
38. E tornou a
gritar ao moço: Apressa-te, anda, não te demores! E o servo de Jônatas apanhou
as flechas, e as trouxe a seu senhor.
39. O moço, porém, nada
percebeu; só Jônatas e Davi sabiam do negócio.
40. Então Jônatas deu
as suas armas ao moço, e lhe disse: Vai, leva-as à cidade.
41. Logo
que o moço se foi, levantou-se Davi da banda do sul, e lançou-se sobre o seu
rosto em terra, e inclinou-se três vezes; e beijaram-se um ao outro, e choraram
ambos, mas Davi chorou muito mais.
42. E disse Jônatas a Davi: Vai-te
em paz, porquanto nós temos jurado ambos em nome do Senhor, dizendo: O Senhor
seja entre mim e ti, e entre a minha descendência e a tua descendência
perpetuamente.
43. Então Davi se levantou e partiu; e Jônatas entrou
na cidade.
[I Samuel 21]I Samuel
21
1. Então veio Davi a Nobe, ao sacerdote Aimeleque, o
qual saiu, tremendo, ao seu encontro, e lhe perguntou: Por que vens só, e
ninguém contigo?
2. Respondeu Davi ao sacerdote Aimeleque: O rei me
encomendou um negócio, e me disse: Ninguém saiba deste negócio pelo qual eu te
enviei, e o qual te ordenei. Quanto aos mancebos, apontei-lhes tal e tal
lugar.
3. Agora, pois, que tens à mão? Dá-me cinco pães, ou o que se
achar.
4. Ao que, respondendo o sacerdote a Davi, disse: Não tenho pão
comum à mão; há, porém, pão sagrado, se ao menos os mancebos se têm abstido das
mulheres.
5. E respondeu Davi ao sacerdote, e lhe disse: Sim, em boa
fé, as mulheres se nos vedaram há três dias; quando eu saí, os vasos dos
mancebos também eram santos, embora fosse para uma viagem comum; quanto mais
ainda hoje não serão santos os seus vasos?
6. Então o sacerdote lhe
deu o pão sagrado; porquanto não havia ali outro pão senão os pães da
proposição, que se haviam tirado de diante do Senhor no dia em que se tiravam
para se pôr ali pão quente.
7. Ora, achava-se ali naquele dia um dos
servos de Saul, detido perante o Senhor; e era seu nome Doegue, edomeu, chefe
dos pastores de Saul.
8. E disse Davi a Aimeleque: Não tens aqui à mão
uma lança ou uma espada? porque eu não trouxe comigo nem a minha espada nem as
minhas armas, pois o negócio do rei era urgente.
9. Respondeu o
sacerdote: A espada de Golias, o filisteu, a quem tu feriste no vale de Elá,
está aqui envolta num pano, detrás do éfode; se a queres tomar, toma-a, porque
não há outra aqui senão ela. E disse Davi: Não há outra igual a essa;
dá-ma.
10. Levantou-se, pois, Davi e fugiu naquele dia de diante de
Saul, e foi ter com Áquis, rei de Gate.
11. Mas os servos de Áquis lhe
perguntaram: Este não é Davi, o rei da terra? não foi deste que cantavam nas
danças, dizendo: Saul matou os seus milhares, por Davi os seus dez
milhares?
12. E Davi considerou estas palavras no seu coração, e teve
muito medo de Áquis, rei de Gate.
13. Pelo que se contrafez diante dos
olhos deles, e fingiu-se doido nas mãos deles, garatujando nas portas, e
deixando correr a saliva pela barba.
14. Então disse Áquis aos seus
servos: Bem vedes que este homem está louco; por que mo trouxestes a
mim?
15. Faltam-me a mim doidos, para que trouxésseis a este para
fazer doidices diante de mim? há de entrar este na minha casa?
[I Samuel
22]I Samuel 22
1. Depois Davi,
retirando-se desse lugar, escapou para a caverna de Adulão. Quando os seus
irmãos e toda a casa de seu pai souberam disso, desceram ali para ter com
ele.
2. Ajuntaram-se a ele todos os que se achavam em aperto, todos os
endividados, e todos os amargurados de espírito; e ele se fez chefe deles; havia
com ele cerca de quatrocentos homens.
3. Dali passou Davi para Mizpe
de Moabe; e disse ao rei de Moabe: Deixa, peço-te, que meu pai e minha mãe
fiquem convosco, até que eu saiba o que Deus há de fazer de mim.
4. E
os deixou com o rei de Moabe; e ficaram com ele por todo o tempo que Davi esteve
no lugar forte.
5. Disse o profeta Gade a Davi: Não fiques no lugar
forte; sai, e entra na terra de Judá. Então Davi saiu, e foi para o bosque de
Herete.
6. Ora, ouviu Saul que já havia notícias de Davi e dos homens
que estavam com ele. Estava Saul em Gibeá, sentado debaixo da tamargueira, sobre
o alto, e tinha na mão a sua lança, e todos os seus servos estavam com
ele.
7. Então disse Saul a seus servos que estavam com ele: Ouvi,
agora, benjamitas! Acaso o filho de Jessé vos dará a todos vós terras e vinhas,
e far-vos-á a todos chefes de milhares e chefes de centenas,
8. para
que todos vós tenhais conspirado contra mim, e não haja ninguém que me avise de
ter meu filho, feito aliança com o filho de Jessé, e não haja ninguém dentre vós
que se doa de mim, e me participe o ter meu filho sublevado meu servo contra
mim, para me armar ciladas, como se vê neste dia?
9. Então respondeu
Doegue, o edomeu, que também estava com os servos de Saul, e disse: Vi o filho
de Jessé chegar a Nobe, a Aimeleque, filho de Aitube;
10. o qual
consultou por ele ao Senhor, e lhe deu mantimento, e lhe deu também a espada de
Golias, o filisteu.
11. Então o rei mandou chamar a Aimeleque, o
sacerdote, filho de Aitube, e a toda a casa de seu pai, isto é, aos sacerdotes
que estavam em Nobe; e todos eles vierem ao rei.
12. E disse Saul:
Ouve, filho de Aitube! E ele lhe disse: Eis-me aqui, senhor meu.
13.
Então lhe perguntou Saul: Por que conspirastes contra mim, tu e o filho de
Jessé, pois deste lhe pão e espada, e consultaste por ele a Deus, para que ele
se levantasse contra mim a armar-me ciladas, como se vê neste dia?
14.
Ao que respondeu Aimeleque ao rei dizendo: Quem há, entre todos os teus servos,
tão fiel como Davi, o genro do rei, chefe da tua guarda, e honrado na tua
casa?
15. Porventura é de hoje que comecei a consultar por ele a Deus?
Longe de mim tal coisa! Não impute o rei coisa nenhuma a mim seu servo, nem a
toda a casa de meu pai, pois o teu servo não soube nada de tudo isso, nem muito
nem pouco.
16. O rei, porém, disse: Hás de morrer, Aimeleque, tu e
toda a casa de teu pai.
17. E disse o rei aos da sua guarda que
estavam com ele: Virai-vos, e matai os sacerdotes do Senhor, porque também a mão
deles está com Davi, e porque sabiam que ele fugia e não mo fizeram saber. Mas
os servos do rei não quiseram estender as suas mãos para arremeter contra os
sacerdotes do Senhor.
18. Então disse o rei a Doegue: Vira-te e
arremete contra os sacerdotes. Virou-se, então, Doegue, o edomeu, e arremeteu
contra os sacerdotes, e matou naquele dia oitenta e cinco homens que vestiam
éfode de linho.
19. Também a Nobe, cidade desses sacerdotes, passou a
fio de espada; homens e mulheres, meninos e criancinhas de peito, e até os bois,
jumentos e ovelhas passou a fio de espada.
20. Todavia um dos filhos
de Aimeleque, filho de Aitube, que se chamava Abiatar, escapou e fugiu para
Davi.
21. E Abiatar anunciou a Davi que Saul tinha matado os
sacerdotes do Senhor.
22. Então Davi disse a Abiatar: Bem sabia eu
naquele dia que, estando ali Doegue, o edomeu, não deixaria de o denunciar a
Saul. Eu sou a causa da morte de todos os da casa de teu pai.
23. Fica
comigo, não temas; porque quem procura a minha morte também procura a tua;
comigo estarás em segurança.
[I Samuel 23]I Samuel
23
1. Ora, foi anunciado a Davi: Eis que os filisteus
pelejam contra Queila e saqueiam as eiras.
2. Pelo que consultou Davi
ao Senhor, dizendo: Irei eu, e ferirei a esses filisteus? Respondeu o Senhor a
Davi: Vai, fere aos filisteus e salva a Queila.
3. Mas os homens de
Davi lhe disseram: Eis que tememos aqui em Judá, quanta mais se formos a Queila,
contra o exército dos filisteus!
4. Davi, pois, tornou a consultar ao
Senhor, e o Senhor lhe respondeu: Levanta-te, desce a Queila, porque eu hei de
entregar os filisteus na tua mão.
5. Então Davi partiu com os seus
homens para Queila, pelejou contra os filisteus, levou-lhes o gado, e fez grande
matança entre eles; assim Davi salvou os moradores de Queila.
6. Ora,
quando Abiatar, filho de Aimeleque, fugiu para Davi, a Queila, desceu com um
éfode na mão.
7. Então foi anunciado a Saul que Davi tinha ido a
Queila; e disse Saul: Deus o entregou nas minhas mãos; pois está encerrado,
porque entrou numa cidade que tem portas e ferrolhos.
8. E convocou
todo o povo à peleja, para descerem a Queila, e cercar a Davi e os seus
homens.
9. Sabendo, pois, Davi que Saul maquinava este mal contra ele,
disse a Abiatar, sacerdote: Traze aqui o éfode.
10. E disse Davi: Ó
Senhor, Deus de Israel, teu servo acaba de ouvir que Saul procura vir a Queila,
para destruir a cidade por causa de mim.
11. Entregar-me-ão os
cidadãos de Queila na mão dele? descerá Saul, como o teu servo tem ouvido? Ah,
Senhor Deus de Israel! faze-o saber ao teu servo. Respondeu o Senhor:
Descerá.
12. Disse mais Davi: Entregar-me-ão os cidadãos de Queila, a
mim e aos meus homens, nas mãos de Saul? E respondeu o Senhor:
Entregarão.
13. Levantou-se, então, Davi com os seus homens, cerca de
seiscentos, e saíram de Queila, e foram-se aonde puderam. Saul, quando lhe foi
anunciado que Davi escapara de Queila, deixou de sair contra ele.
14.
E Davi ficou no deserto, em lugares fortes, permanecendo na região montanhosa no
deserto de Zife. Saul o buscava todos os dias, porém Deus não o entregou na sua
mão.
15. Vendo, pois, Davi que Saul saíra à busca da sua vida, esteve
no deserto de Zife, em Hores.
16. Então se levantou Jônatas, filho de
Saul, e foi ter com Davi em Hores, e o confortou em Deus;
17. e
disse-lhe: Não temas; porque não te achará a mão de Saul, meu pai; porém tu
reinarás sobre Israel, e eu serei contigo o segundo; o que também Saul, meu pai,
bem sabe.
18. E ambos fizeram aliança perante o Senhor; Davi ficou em
Hores, e Jônatas, voltou para sua casa.
19. Então subiram os zifeus a
Saul, a Gibeá, dizendo: Não se escondeu Davi entre nós, nos lugares fortes em
Hores, no outeiro de Haquilá, que está à mão direita de Jesimom?
20.
Agora, pois, ó rei, desce apressadamente, conforme todo o desejo da tua alma; a
nós nos cumpre entregá-lo nas mãos do rei.
21. Então disse Saul:
Benditos sejais vós do Senhor, porque vos compadecestes de mim:
22.
Ide, pois, informai-vos ainda melhor; sabei e notai o lugar que ele freqüenta, e
quem o tenha visto ali; porque me foi dito que é muito astuto.
23.
Pelo que atentai bem, e informai-vos acerca de todos os esconderijos em que ele
se oculta; e então voltai para mim com notícias exatas, e eu irei convosco. E há
de ser que, se estiver naquela terra, eu o buscarei entre todos os milhares de
Judá.
24. Eles, pois, se levantaram e foram a Zife adiante de Saul;
Davi, porém, e os seus homens estavam no deserto de Maom, na campina ao sul de
Jesimom.
25. E Saul e os seus homens foram em busca dele. Sendo isso
anunciado a Davi, desceu ele à penha que está no deserto de Maom. Ouvindo-o
Saul, foi ao deserto de Maom, a perseguir Davi.
26. Saul ia de uma
banda do monte, e Davi e os seus homens da outra banda. E Davi se apressava para
escapar, por medo de Saul, porquanto Saul e os seus homens iam cercando a Davi e
aos seus homens, para os prender.
27. Nisso veio um mensageiro a Saul,
dizendo: Apressa-te, e vem, porque os filisteus acabam de invadir a
terra.
28. Pelo que Saul voltou de perseguir a Davi, e se foi ao
encontro dos filisteus. Por esta razão aquele lugar se chamou
Selá-Hamalecote.
29. Depois disto, Davi subiu e ficou nos lugares
fortes de En-Gedi.
[I Samuel 24]I Samuel
24
1. Ora, quando Saul voltou de perseguir os
filisteus, foi-lhe dito: Eis que Davi está no deserto de En-Gedi.
2.
Então tomou Saul três mil homens, escolhidos dentre todo o Israel, e foi em
busca de Davi e dos seus homens, até sobre as penhas das cabras
montesas.
3. E chegou no caminho a uns currais de ovelhas, onde havia
uma caverna; e Saul entrou nela para aliviar o ventre. Ora Davi e os seus homens
estavam sentados na parte interior da caverna.
4. Então os homens de
Davi lhe disseram: Eis aqui o dia do qual o Senhor te disse: Eis que entrego o
teu inimigo nas tuas mãos; far-lhe-ás como parecer bem aos teus olhos. Então
Davi se levantou, e de mansinho cortou a orla do manto de Saul.
5.
Sucedeu, porém, que depois doeu o coração de Davi, por ter cortado a orla do
manto de Saul.
6. E disse aos seus homens: O Senhor me guarde de que
eu faça tal coisa ao meu senhor, ao ungido do Senhor, que eu estenda a minha mão
contra ele, pois é o ungido do Senhor.
7. com essas palavras Davi
conteve os seio chegando para se permitiu que se levantassem contra Saul. E Saul
se levantou da caverna, e prosseguiu o seu caminho.
8. Depois também
Davi se levantou e, saindo da caverna, gritou por detrás de Saul, dizendo: Ó
rei, meu senhor! Quando Saul olhou para trás, Davi se inclinou com o rosto em
terra e lhe fez reverência.
9. Então disse Davi a Saul: por que dás
ouvidos às palavras dos homens que dizem: Davi procura fazer-te
mal?
10. Eis que os teus olhos acabam de ver que o Senhor hoje te pôs
em minhas mãos nesta caverna; e alguns disseram que eu te matasse, porém a minha
mão te poupou; pois eu disse: Não estenderei a minha mão contra o meu senhor,
porque é o ungido do Senhor.
11. Olha, meu pai, vê aqui a orla do teu
manto na minha mão, pois cortando-te eu a orla do manto, não te matei. Considera
e vê que não há na minha mão nem mal nem transgressão alguma, e que não pequei
contra ti, ainda que tu andes à caça da minha vida para ma
tirares.
12. Julgue o Senhor entre mim e ti, e vingue-me o Senhor de
ti; a minha mão, porém, não será contra ti.
13. Como diz o provérbio
dos antigos: Dos ímpios procede a impiedade. A minha mão, porém, não será contra
ti.
14. Após quem saiu o rei de Israel? a quem persegues tu? A um cão
morto, a uma pulga!
15. Seja, pois, o Senhor juiz, e julgue entre mim
e ti; e veja, e advogue a minha causa, e me livre da tua mão.
16.
Acabando Davi de falar a Saul todas estas palavras, perguntou Saul: E esta a tua
voz, meu filho Davi? Então Saul levantou a voz e chorou.
17. E disse a
Davi: Tu és mais justo do que eu, pois me recompensaste com bem, e eu te
recompensei com mal.
18. E tu mostraste hoje que procedeste bem para
comigo, por isso que, havendo-me o Senhor entregado na tua mão, não me
mataste.
19. Pois, quem há que, encontrando o seu inimigo, o deixará
ir o seu caminho? O Senhor, pois, te pague com bem, pelo que hoje me
fizeste.
20. Agora, pois, sei que certamente hás de reinar, e que o
reino de Israel há de se firmar na tua mão.
21. Portanto jura-me pelo
Senhor que não desarraigarás a minha descendência depois de mim, nem extinguirás
o meu nome da casa de meu pai.
22. Então jurou Davi a Saul. E foi Saul
para sua casa, mas Davi e os seus homens subiram ao lugar forte.
[I
Samuel 25]I Samuel 25
1. Ora, faleceu
Samuel; e todo o Israel se ajuntou e o pranteou; e o sepultaram na sua casa, em
Ramá. E Davi se levantou e desceu ao deserto de Parã.
2. Havia um
homem em Maom que tinha as suas possessões no Carmelo. Este homem era muito
rico, pois tinha três mil ovelhas e mil Cabras e estava tosquiando as suas
ovelhas no Carmelo.
3. Chamava-se o homem Nabal, e sua mulher
chamava-se Abigail; era a mulher sensata e formosa; o homem porém, era duro, e
maligno nas suas ações; e era da casa de Calebe.
4. Ouviu Davi no
deserto que Nabal tosquiava as suas ovelhas,
5. e enviou-lhe dez
mancebos, dizendo-lhes: Subi ao Carmelo, ide a Nabal e perguntai-lhe, em meu
nome, como está.
6. Assim lhe direis: Paz seja contigo, e com a tua
casa, e com tudo o que tens.
7. Agora, pois, tenho ouvido que tens
tosquiadores. Ora, os pastores que tens acabam de estar conosco; agravo nenhum
lhes fizemos, nem lhes desapareceu coisa alguma por todo o tempo que estiveram
no Carmelo.
8. Pergunta-o aos teus mancebos, e eles to dirão. Que
achem, portanto, os teus servos graça aos teus olhos, porque viemos em boa
ocasião. Dá, pois, a teus servos e a Davi, teu filho, o que achares à
mão.
9. Chegando, pois, os mancebos de Davi, falaram a Nabal todas
aquelas palavras em nome de Davi, e se calaram.
10. Ao que Nabal
respondeu aos servos de Davi, e disse: Quem é Davi, e quem o filho de Jessé?
Muitos servos há que hoje fogem ao seu senhor.
11. Tomaria eu, pois, o
meu pão, e a minha água, e a carne das minhas reses que degolei para os meus
tosquiadores, e os daria a homens que não sei donde vêm?
12. Então os
mancebos de Davi se puseram a caminho e, voltando, vieram anunciar-lhe todas
estas palavras.
13. Pelo que disse Davi aos seus homens: Cada um cinja
a sua espada. E cada um cingiu a sua espada, e Davi também cingiu a sua, e
subiram após Davi cerca de quatrocentos homens, e duzentos ficaram com a
bagagem.
14. um dentre os mancebos, porém, o anunciou a Abigail,
mulher de Nabal, dizendo: Eis que Davi enviou mensageiros desde o deserto a
saudar o nosso amo; e ele os destratou.
15. Todavia, aqueles homens
têm-nos sido muito bons, e nunca fomos agravados deles, e nada nos desapareceu
por todo o tempo em que convivemos com eles quando estávamos no
campo.
16. De muro em redor nos serviram, assim de dia como de noite,
todos os dias que andamos com eles apascentando as ovelhas.
17.
Considera, pois, agora e vê o que hás de fazer, porque o mal já está de todo
determinado contra o nosso amo e contra toda a sua casa; e ele é tal filho de
Belial, que não há quem lhe possa falar.
18. Então Abigail se
apressou, e tomou duzentos pães, dois odres de vinho, cinco ovelhas assadas,
cinco medidas de trigo tostado, cem cachos de passas, e duzentas pastas de figos
secos, e os pôs sobre jumentos.
19. E disse aos seus mancebos: Ide
adiante de mim; eis que vos seguirei de perto. Porém não o declarou a Nabal, seu
marido.
20. E quando ela, montada num jumento, ia descendo pelo
encoberto do monte, eis que Davi e os seus homens lhe vinham ao encontro; e ela
se encontrou com eles.
21. Ora, Davi tinha dito: Na verdade que em vão
tenho guardado tudo quanto este tem no deserto, de sorte que nada lhe faltou de
tudo quanto lhe pertencia; e ele me pagou mal por bem.
22. Assim faça
Deus a Davi, e outro tanto, se eu deixar até o amanhecer, de tudo o que pertence
a Nabal, um só varão.
23. Vendo, pois, Abigail a Davi, apressou-se,
desceu do jumento e prostrou-se sobre o seu rosto diante de Davi, inclinando-se
à terra,
24. e, prostrada a seus pés, lhe disse: Ah, senhor meu, minha
seja a iniqüidade! Deixa a tua serva falar aos teus ouvidos, e ouve as palavras
da tua serva.
25. Rogo-te, meu senhor, que não faças caso deste homem
de Belial, a saber, Nabal; porque tal é ele qual é o seu nome. Nabal é o seu
nome, e a loucura está com ele; mas eu, tua serva, não vi os mancebos de meu
senhor, que enviaste.
26. Agora, pois, meu senhor, vive o Senhor, e
vive a tua alma, porquanto o Senhor te impediu de derramares sangue, e de te
vingares com a tua própria mão, sejam agora como Nabal os teus inimigos e os que
procuram fazer o mal contra o meu senhor.
27. Aceita agora este
presente que a tua serva trouxe a meu senhor; seja ele dado aos mancebos que
seguem ao meu senhor.
28. Perdoa, pois, a transgressão da tua serva;
porque certamente fará o Senhor casa firme a meu senhor, pois meu senhor
guerreia as guerras do Senhor; e não se achará mal em ti por todos os teus
dias.
29. Se alguém se levantar para te perseguir, e para buscar a tua
vida, então a vida de meu senhor será atada no feixe dos que vivem com o Senhor
teu Deus; porém a vida de teus inimigos ele arrojará ao longe, como do côncavo
de uma funda.
30. Quando o Senhor tiver feito para com o meu senhor
conforme todo o bem que já tem dito de ti, e te houver estabelecido por príncipe
sobre Israel,
31. então, meu senhor, não terás no coração esta
tristeza nem este remorso de teres derramado sangue sem causa, ou de haver-se
vingado o meu senhor a si mesmo. E quando o Senhor fizer bem a meu senhor,
lembra-te então da tua serva.
32. Ao que Davi disse a Abigail: Bendito
seja o Senhor Deus de Israel, que hoje te enviou ao meu encontro!
33.
E bendito seja o teu conselho, e bendita sejas tu, que hoje me impediste de
derramar sangue, e de vingar-me pela minha própria mão!
34. Pois, na
verdade, vive o Senhor Deus de Israel que me impediu de te fazer mal, que se tu
não te apressaras e não me vieras ao encontro, não teria ficado a Nabal até a
luz da manhã nem mesmo um menino.
35. Então Davi aceitou da mão dela o
que lhe tinha trazido, e lhe disse: Sobe em paz à tua casa; vê que dei ouvidos à
tua voz, e aceitei a tua face.
36. Ora, quando Abigail voltou para
Nabal, eis que ele fazia em sua casa um banquete, como banquete de rei; e o
coração de Nabal estava alegre, pois ele estava muito embriagado; pelo que ela
não lhe deu a entender nada daquilo, nem pouco nem muito, até a luz da
manhã.
37. Sucedeu, pois, que, pela manhã, estando Nabal já livre do
vinho, sua mulher lhe contou essas coisas; de modo que o seu coração desfaleceu,
e ele ficou como uma pedra.
38. Passados uns dez dias, o Senhor feriu
a Nabal, e ele morreu.
39. Quando Davi ouviu que Nabal morrera, disse:
Bendito seja o Senhor, que me vingou da afronta que recebi de Nabal, e deteve do
mal a seu servo, fazendo cair a maldade de Nabal sobre a sua cabeça. Depois
mandou Davi falar a Abigail, para tomá-la por mulher.
40. Vindo, pois,
os servos de Davi a Abigail, no Carmelo, lhe falaram, dizendo: Davi nos mandou a
ti, para te tomarmos por sua mulher.
41. Ao que ela se levantou, e se
inclinou com o rosto em terra, e disse: Eis que a tua serva servirá de criada
para lavar os pés dos servos de meu senhor.
42. Então Abigail se
apressou e, levantando-se, montou num jumento, e levando as cinco moças que lhe
assistiam, seguiu os mensageiros de Davi, que a recebeu por
mulher.
43. Davi tomou também a Ainoã de Jizreel; e ambas foram suas
mulheres.
44. Pois Saul tinha dado sua filha Mical, mulher de Davi, a
Palti, filho de Laís, o qual era de Galim.
[I Samuel 26]I Samuel 26
1. Ora, vieram os zifeus a Saul,
a Gibeá, dizendo: Não está Davi se escondendo no outeiro de Haquilá, defronte de
Jesimom?
2. Então Saul se levantou, e desceu ao deserto de Zife,
levando consigo três mil homens escolhidos de Israel, para buscar a Davi no
deserto de Zife.
3. E acampou-se Saul no outeiro de Haquilá, defronte
de Jesimom, junto ao caminho; porém Davi ficou no deserto, e percebendo que Saul
vinha após ele ao deserto,
4. enviou espias, e certificou-se de que
Saul tinha chegado.
5. Então Davi levantou-se e foi ao lugar onde Saul
se tinha acampado; viu Davi o lugar onde se deitavam Saul e Abner, filho de Ner,
chefe do seu exército. E Saul estava deitado dentro do acampamento, e o povo
estava acampado ao redor dele.
6. Então Davi, dirigindo-se a
Aimeleque, o heteu, e a Abisai, filho de Zeruia, irmão de Joabe, perguntou: Quem
descerá comigo a Saul, ao arraial? Respondeu Abisai: Eu descerei
contigo.
7. Foram, pois, Davi e Abisai de noite ao povo; e eis que
Saul estava deitado, dormindo dentro do acampamento, e a sua lança estava
pregada na terra à sua cabeceira; e Abner e o povo estavam deitados ao redor
dele.
8. Então disse Abisai a Davi: Deus te entregou hoje nas mãos o
teu inimigo; deixa-me, pois, agora encravá-lo na terra, com a lança, de um só
golpe; não o ferirei segunda vez.
9. Mas Davi respondeu a Abisai: Não
o mates; pois quem pode estender a mão contra o ungido do Senhor, e ficar
inocente?
10. Disse mais Davi: Como vive o Senhor, ou o Senhor o
ferirá, ou chegará o seu dia e morrerá, ou descerá para a batalha e
perecerá;
11. o Senhor, porém, me guarde de que eu estenda a mão
contra o ungido do Senhor. Agora, pois, toma a lança que está à sua cabeceira, e
a bilha d'água, e vamo-nos.
12. Tomou, pois, Davi a lança e a bilha
d'água da cabeceira de Saul, e eles se foram. Ninguém houve que o visse, nem que
o soubesse, nem que acordasse; porque todos estavam dormindo, pois da parte do
Senhor havia caído sobre eles um profundo sono.
13. Então Davi,
passando à outra banda, pôs-se no cume do monte, ao longe, de maneira que havia
grande distância entre eles.
14. E Davi bradou ao povo, e a Abner,
filho de Ner, dizendo: Não responderás, Abner? Então Abner respondeu e disse:
Quem és tu, que bradas ao rei?
15. Ao que disse Davi a Abner: Não és
tu um homem? e quem há em Israel como tu? Por que, então, não guardaste o rei,
teu senhor? porque um do povo veio para destruir o rei, teu
senhor.
16. Não é bom isso que fizeste. Vive o Senhor, que sois dignos
de morte, porque não guardastes a vosso senhor, o ungido do Senhor. Vede, pois,
agora onde está a lança do rei, e a bilha d'água que estava à sua
cabeceira.
17. Saul reconheceu a voz de Davi, e disse: Não é esta a
tua voz, meu filho Davi? Respondeu Davi: E minha voz, ó rei, meu
senhor.
18. Disse mais: Por que o meu senhor persegue tanto o seu
servo? que fiz eu? e que maldade se acha na minha mão?
19. Ouve pois
agora, ó rei, meu senhor, as palavras de teu servo: Se é o Senhor quem te incita
contra mim, receba ele uma oferta; se, porém, são os filhos dos homens, malditos
sejam perante o Senhor, pois eles me expulsaram hoje para que eu não tenha parte
na herança do Senhor, dizendo: Vai, serve a outros deuses.
20. Agora,
pois, não caia o meu sangue em terra fora da presença do Senhor; pois saiu o rei
de Israel em busca duma pulga, como quem persegue uma perdiz nos
montes.
21. Então disse Saul: Pequei; volta, meu filho Davi, pois não
tornarei a fazer-te mal, porque a minha vida foi hoje preciosa aos teus olhos.
Eis que procedi como um louco, e errei grandissimamente.
22. Davi
então respondeu, e disse: Eis aqui a lança, ó rei! venha cá um os mancebos, e
leve-a.
23. O Senhor, porém, pague a cada um a sua justiça e a sua
lealdade; pois o Senhor te entregou hoje na minha mão, mas eu não quis estender
a mão contra o ungido do Senhor.
24. E assim como foi a tua vida hoje
preciosa aos meus olhos, seja a minha vida preciosa aos olhos do Senhor, e
livre-me ele de toda a tribulação.
25. Então Saul disse a Davi:
Bendito sejas tu, meu filho Davi, pois grandes coisas farás e também certamente
prevalecerás. Então Davi se foi o seu caminho e Saul voltou para o seu
lugar.
[I Samuel 27]I Samuel
27
1. Disse, porém, Davi no seu coração: Ora, perecerei
ainda algum dia pela mão de Saul; não há coisa melhor para mim do que escapar
para a terra dos filisteus, para que Saul perca a esperança de mim, e cesse de
me buscar por todos os termos de Israel; assim escaparei da sua
mão.
2. Então Davi se levantou e passou, com os seiscentos homens que
com ele estavam, para Áquis, filho de Maoque, rei de Gate.
3. E Davi
ficou com Áquis em Gate, ele e os seus homens, cada um com a sua família, e Davi
com as suas duas mulheres, Ainoã, a jizreelita, e Abigail, que fora mulher de
Nabal, o carmelita.
4. Ora, sendo Saul avisado de que Davi tinha
fugido para Gate, não cuidou mais de buscá-lo.
5. Disse Davi a Áquis:
Se eu tenho achado graça aos teus olhos, que se me dê lugar numa das cidades do
país, para que eu ali habite; pois, por que haveria o teu servo de habitar
contigo na cidade real?
6. Então lhe deu Áquis naquele dia a cidade de
Ziclague; pelo que Ziclague pertence aos reis de Judá, até o dia de
hoje.
7. E o número dos dias que Davi habitou na terra dos filisteus
foi de um ano e quatro meses.
8. Ora, Davi e os seus homens subiam e
davam sobre os gesuritas, e os girzitas, e os amalequitas; pois, desde tempos
remotos, eram estes os moradores da terra que se estende na direção de Sur até a
terra do Egito.
9. E Davi feria aquela terra, não deixando com vida
nem homem nem mulher; e, tomando ovelhas, bois, jumentos, camelos e vestuários,
voltava, e vinha a Áquis.
10. E quando Áquis perguntava: Sobre que
parte fizestes incursão hoje? Davi respondia: Sobre o Negebe de Judá; ou: Sobre
o Negebe dos jerameelitas; ou: Sobre o Negebe dos queneus.
11. E Davi
não deixava com vida nem homem nem mulher para trazê-los a Gate, pois dizia:
Para que porventura não nos denunciem, dizendo: Assim fez Davi. E este era o seu
costume por todos os dias que habitou na terra dos filisteus.
12.
Áquis, pois, confiava em Davi, dizendo: Fez-se ele por certo aborrecível para
com o seu povo em Israel; pelo que me será por servo para sempre.
[I
Samuel 28]I Samuel 28
1. Naqueles dias
ajuntaram os filisteus os seus exércitos para a guerra, para pelejarem contra
Israel. Disse Áquis a Davi: Sabe de certo que sairás comigo ao arraial, tu e os
teus homens.
2. Respondeu Davi a Áquis: Assim saberás o que o teu
servo há de fazer. E disse Áquis a Davi: Por isso te farei para sempre guarda da
minha pessoa.
3. Ora, Samuel já havia morrido, e todo o Israel o tinha
chorado, e o tinha sepultado e em Ramá, que era a sua cidade. E Saul tinha
desterrado es necromantes e os adivinhos.
4. Ajuntando-se, pois, os
filisteus, vieram acampar-se em Suném; Saul ajuntou também todo o Israel, e se
acamparam em Gilboa.
5. Vendo Saul o arraial dos filisteus, temeu e
estremeceu muito o seu coração.
6. Pelo que consultou Saul ao Senhor,
porém o Senhor não lhe respondeu, nem por sonhos, nem por Urim, nem por
profetas.
7. Então disse Saul aos seus servos: Buscai-me uma
necromante, para que eu vá a ela e a consulte. Disseram-lhe os seus servos: Eis
que em En-Dor há uma mulher que é necromante.
8. Então Saul se
disfarçou, vestindo outros trajes; e foi ele com dois homens, e chegaram de
noite à casa da mulher. Disse-lhe Saul: Peço-te que me adivinhes pela
necromancia, e me faças subir aquele que eu te disser.
9. A mulher lhe
respondeu: Tu bem sabes o que Saul fez, como exterminou da terra os necromantes
e os adivinhos; por que, então, me armas um laço à minha vida, para me fazeres
morrer?
10. Saul, porém, lhe jurou pelo Senhor, dizendo: Como vive o
Senhor, nenhum castigo te sobrevirá por isso.
11. A mulher então lhe
perguntou: Quem te farei subir? Respondeu ele: Faze-me subir
Samuel.
12. Vendo, pois, a mulher a Samuel, gritou em alta voz, e
falou a Saul, dizendo: Por que me enganaste? pois tu mesmo és
Saul.
13. Ao que o rei lhe disse: Não temas; que é que vês? Então a
mulher respondeu a Saul: Vejo um deus que vem subindo de dentro da
terra.
14. Perguntou-lhe ele: Como é a sua figura? E disse ela: Vem
subindo um ancião, e está envolto numa capa. Entendendo Saul que era Samuel,
inclinou-se com o rosto em terra, e lhe fez reverência.
15. Samuel
disse a Saul: Por que me inquietaste, fazendo-me subir? Então disse Saul: Estou
muito angustiado, porque os filisteus guerreiam contra mim, e Deus se tem
desviado de mim, e já não me responde, nem por intermédio dos profetas nem por
sonhos; por isso te chamei, para que me faças saber o que hei de
fazer.
16. Então disse Samuel: Por que, pois, me perguntas a mim,
visto que o Senhor se tem desviado de ti, e se tem feito teu
inimigo?
17. O Senhor te fez como por meu intermédio te disse; pois o
Senhor rasgou o reino da tua mão, e o deu ao teu próximo, a Davi.
18.
Porquanto não deste ouvidos à voz do Senhor, e não executaste e furor da sua ira
contra Amaleque, por isso o Senhor te fez hoje isto.
19. E o Senhor
entregará também a Israel contigo na mão dos filisteus. Amanhã tu e teus filhos
estareis comigo, e o Senhor entregará o arraial de Israel na mão dos
filisteus.
20. Imediatamente Saul caiu estendido por terra, tomado de
grande medo por causa das palavras de Samuel; e não houve força nele, porque
nada havia comido todo aquele dia e toda aquela noite.
21. Então a
mulher se aproximou de Saul e, vendo que estava tão perturbado, disse-lhe: Eis
que a tua serva deu ouvidos à tua voz; pus a minha vida na minha mão, dando
ouvidos às palavras que disseste.
22. Agora, pois, ouve também tu as
palavras da tua serva, e permite que eu ponha um bocado de pão diante de ti;
come, para que tenhas forças quando te puseres a caminho.
23. Ele,
porém, recusou, dizendo: Não comerei. Mas os seus servos e a mulher o
constrangeram, e ele deu ouvidos à sua voz; e levantando-se do chão, sentou-se
na cama.
24. Ora, a mulher tinha em casa um bezerro cevado;
apressou-se, pois, e o degolou; também tomou farinha, e a amassou, e a cozeu em
bolos ázimos.
25. Então pôs tudo diante de Saul e de seus servos; e
eles comeram. Depois levantaram-se e partiram naquela mesma noite.
[I
Samuel 29]I Samuel 29
1. Os filisteus
ajuntaram todos os seus exércitos em Afeque; e acamparam-se os israelitas junto
à fonte que está em Jizreel.
2. Então os chefes dos filisteus se
adiantaram com centenas e com milhares; e Davi e os seus homens iam com Áquis na
retaguarda.
3. Perguntaram os chefes dos filisteus: que fazem aqui
estes hebreus? Respondeu Áquis aos chefes dos filisteus: Não é este Davi, o
servo de Saul, rei de Israel, que tem estado comigo alguns dias ou anos? e
nenhuma culpa tenho achado nele desde o dia em que se revoltou, até o dia de
hoje.
4. Mas os chefes dos filisteus muito se indignaram contra ele, e
disseram a Áquis: Faze voltar este homem para que torne ao lugar em que o
puseste; não desça ele conosco à batalha, a fim de que não se torne nosso
adversário no combate; pois, como se tornaria este agradável a seu senhor?
porventura não seria com as cabeças destes homens?
5. Este não é
aquele Davi, a respeito de quem cantavam nas danças: Saul feriu os seus
milhares, mas Davi os seus dez milhares?
6. Então Áquis chamou a Davi
e disse-lhe: Como vive o Senhor, tu és reto, e a sua entrada e saída comigo no
arraial é boa aos meus olhos, pois nenhum mal tenho achado em ti, desde o dia em
que vieste ter comigo, até o dia de hoje; porém aos chefes não
agradas.
7. Volta, pois, agora, e vai em paz, para não desagradares os
chefes dos filisteus.
8. Ao que Davi disse a Áquis: Por quê? que fiz
eu? ou, que achaste no teu servo, desde o dia em que vim ter contigo, até o dia
de hoje, para que eu não vá pelejar contra es inimigos do rei meu
senhor?
9. Respondeu, porém, Áquis e disse a Davi: Bem o sei; e, na
verdade, aos meus olhos és bom como um anjo de Deus; contudo os chefes dos
filisteus disseram: Este não há de subir conosco à batalha.
10.
Levanta-te, pois, amanhã de madrugada, tu e os servos de teu senhor que vieram
contigo; e, tendo vos levantado de madrugada, parti logo que haja
luz.
11. Madrugaram, pois, Davi e os seus homens, a fim de partirem,
pela manhã, e voltarem à terra dos filisteus; e os filisteus subiram a
Jizreel.
[I Samuel 30]I Samuel
30
1. Sucedeu, pois, que, chegando Davi e os seus
homens ao terceiro dia a Ziclague, os amalequitas tinham feito uma incursão
sobre o Negebe, e sobre Ziclague, e tinham ferido a Ziclague e a tinham queimado
a fogo;
2. e tinham levado cativas as mulheres, e todos os que estavam
nela, tanto pequenos como grandes; a ninguém, porém, mataram, tão-somente os
levaram consigo, e foram o seu caminho.
3. Quando Davi e os seus
homens chegaram à cidade, eis que estava queimada a fogo, e suas mulheres, seus
filhos e suas filhas tinham sido levados cativos.
4. Então Davi e o
povo que se achava com ele alçaram a sua voz, e choraram, até que não ouve neles
mais forças para chorar.
5. Também as duas mulheres de Davi foram
levadas cativas: Ainoã, a jizreelita, e Abigail, que fora mulher de Nabal, o
carmelita.
6. Também Davi se angustiou; pois o povo falava em
apedrejá-lo, porquanto a alma de todo o povo estava amargurada por causa de seus
filhos e de suas filhas. Mas Davi se fortaleceu no Senhor seu Deus.
7.
Disse Davi a Abiatar, o sacerdote, filho de Aimeleque: Traze-me aqui o éfode. E
Abiatar trouxe o éfode a Davi.
8. Então consultou Davi ao Senhor,
dizendo: Perseguirei eu a esta tropa? alcançá-la-ei? Respondeu-lhe o Senhor:
Persegue-a; porque de certo a alcançarás e tudo recobrarás.
9. Ao que
partiu Davi, ele e os seiscentos homens que com ele se achavam, e chegaram ao
ribeiro de Besor, onde pararam os que tinham ficado para trás.
10. Mas
Davi ainda os perseguia, com quatrocentos homens, enquanto que duzentos ficaram
atrás, por não poderem, de cansados que estavam, passar o ribeiro de
Besor.
11. Ora, acharam no campo um egípcio, e o trouxeram a Davi;
deram-lhe pão a comer, e água a beber;
12. deram-lhe também um pedaço
de massa de figos secos e dois cachos de passas. Tendo ele comido, voltou-lhe o
ânimo; pois havia três dias e três noites que não tinha comido pão nem bebido
água.
13. Então Davi lhe perguntou: De quem és tu, e donde vens?
Respondeu ele: Sou um moço egípcio, servo dum amalequita; e o meu senhor me
abandonou, porque adoeci há três dias.
14. Nós fizemos uma incursão
sobre o Negebe dos queretitas, sobre o de Judá e sobre o de Calebe, e pusemos
fogo a Ziclague.
15. Perguntou-lhe Davi: Poderias descer e guiar-me a
essa tropa? Respondeu ele: Jura-me tu por Deus que não me matarás, nem me
entregarás na mão de meu senhor, e eu descerei e te guiarei a essa
tropa.
16. Desceu, pois, e o guiou; e eis que eles estavam espalhados
sobre a face de toda a terra, comendo, bebendo e dançando, por causa de todo
aquele grande despojo que haviam tomado da terra dos filisteus e a terra de
Judá.
17. Então Davi os feriu, desde o crepúsculo até a tarde do dia
seguinte, e nenhum deles escapou, senão só quatrocentos mancebos que, montados
sobre camelos, fugiram.
18. Assim recobrou Davi tudo quanto os
amalequitas haviam tomado; também libertou as suas duas mulheres.
19.
De modo que não lhes faltou coisa alguma, nem pequena nem grande, nem filhos nem
filhas, nem qualquer coisa de tudo quanto os amalequitas lhes haviam tomado;
tudo Davi tornou a trazer.
20. Davi lhes tomou também todos os seus
rebanhos e manadas; e o povo os levava adiante do outro gado, e dizia: Este é o
despojo de Davi.
21. Quando Davi chegou aos duzentos homens que, de
cansados que estavam, não tinham podido segui-los, e que foram obrigados a ficar
ao pé do ribeiro de Besor, estes saíram ao encontro de Davi e do povo que com
ele vinha; e Davi, aproximando-se deles, os saudou em paz.
22. Então
todos os malvados e perversos, dentre os homens que tinham ido com Davi,
disseram: Visto que não foram conosco, nada lhes daremos do despojo que
recobramos, senão a cada um sua mulher e seus filhos, para que os levem e se
retirem.
23. Mas Davi disse: Não fareis assim, irmãos meus, com o que
nos deu o Senhor, que nos guardou e entregou nas nossas mãos a tropa que vinha
contra nós.
24. E quem vos daria ouvidos nisso? pois qual é a parte
dos que desceram à batalha, tal será também a parte dos que ficaram com a
bagagem; receberão partes.
25. E assim foi daquele dia em diante,
ficando estabelecido por estatuto e direito em Israel até o dia de
hoje.
26. Quando Davi chegou a Ziclague, enviou do despojo presente
aos anciãos de Judá, seus amigos, dizendo: Eis aí para vós um presente do
despojo dos inimigos do Senhor;
27. aos de Betel, aos de Ramote do
Sul, e aos de Jatir;
28. aos de Aroer, aos de Sifmote, e aos de
Estemoa;
29. aos de Racal, aos das cidades dos jerameelitas, e aos das
cidades dos queneus;
30. aos de Horma, aos de Corasã, e aos de
Atace;
31. e aos de Hebrom, e aos de todos os lugares que Davi e os
seus homens costumavam freqüentar.
[I Samuel 31]I Samuel
31
1. Ora, os filisteus pelejaram contra Israel; e os
homens de Israel fugiram de diante dos filisteus, e caíram mortos no monte
Gilboa.
2. E os filisteus apertaram com Saul e seus filhos, e mataram
a Jônatas, a Abinadabe e a Malquisua, filhos de Saul.
3. A peleja se
agravou contra Saul, e os flecheiros o alcançaram, e o feriram
gravemente.
4. Pelo que disse Saul ao seu escudeiro: Arranca a tua
espada, e atravessa-me com ela, para que porventura não venham esses
incircuncisos, e me atravessem e escarneçam de mim. Mas o seu escudeiro não
quis, porque temia muito. Então Saul tomou a espada, e se lançou sobre
ela.
5. Vendo, pois, e seu escudeiro que Saul já era morto, também ele
se lançou sobre a sua espada, e morreu com ele.
6. Assim morreram
juntamente naquele dia Saul, seus três filhos, e seu escudeiro, e todos os seus
homens.
7. Quando os israelitas que estavam no outro lado do vale e os
que estavam além de Jordão viram que os homens de Israel tinham fugido, e que
Saul e seus filhos estavam mortos, abandonaram as suas cidades e fugiram; e
vieram os filisteus e habitaram nelas.
8. No dia seguinte, quando os
filisteus vieram para despojar os mortos, acharam Saul e seus três filhos
estirados no monte Gilboa.
9. Então cortaram a cabeça a Saul e o
despejaram das suas armas; e enviaram pela terra dos filisteus, em redor, a
anunciá-lo no templo dos seus ídolos e entre e povo,
10. Puseram as
armas de Saul no templo de Astarote; e penduraram o seu corpo no muro de
Bete-Seã.
11. Quando os moradores de Jabes-Gileade ouviram isso a
respeito de Saul, isto é, o que os filisteus lhe tinham feito,
12.
todos os homens valorosos se levantaram e, caminhando a noite toda, tiraram e
corpo de Saul e os corpos de seus filhos do muro de Bete-Seã; e voltando a
Jabes, ali os queimaram.
13. Depois tomaram os seus ossos, e os
sepultaram debaixo da tamargueira, em Jabes, e jejuaram sete dias.
[II
Samuel 1]II Samuel 1
1. Depois da
morte de Saul, tendo Davi voltado da derrota dos amalequitas e estando há dois
dias em Ziclague,
2. ao terceiro dia veio um homem do arraial de Saul,
com as vestes rasgadas e a cabeça coberta de terra; e, chegando ele a Davi,
prostrou-se em terra e lhe fez reverência.
3. Perguntou-lhe Davi:
Donde vens? Ele lhe respondeu: Escapei do arraial de Israel.
4. Davi
ainda lhe indagou: Como foi lá isso? Dize-mo. Ao que ele lhe respondeu: O povo
fugiu da batalha, e muitos do povo caíram, e morreram; também Saul e Jônatas,
seu filho, foram mortos.
5. Perguntou Davi ao mancebo que lhe trazia
as novas: Como sabes que Saul e Jônatas, seu filho, são mortos?
6.
Então disse o mancebo que lhe dava a notícia: Achava-me por acaso no monte
Gilboa, e eis que Saul se encostava sobre a sua lança; os carros e os cavaleiros
apertavam com ele.
7. Nisso, olhando ele para trás, viu-me e me
chamou; e eu disse: Eis-me aqui.
8. Ao que ele me perguntou: Quem és
tu? E eu lhe respondi: Sou amalequita.
9. Então ele me disse: Chega-te
a mim, e mata-me, porque uma vertigem se apoderou de mim, e toda a minha vida
está ainda em mim.
10. Cheguei-me, pois, a ele, e o matei, porque bem
sabia eu que ele não viveria depois de ter caído; e tomei a coroa que ele tinha
na cabeça, e o bracelete que trazia no braço, e os trouxe aqui a meu
senhor.
11. Então pegou Davi nas suas vestes e as rasgou; e assim
fizeram também todos os homens que estavam com ele;
12. e prantearam,
e choraram, e jejuaram até a tarde por Saul, e por Jônatas, seu filho, e pelo
povo do Senhor, e pela casa de Israel, porque tinham caída à
espada.
13. Perguntou então Davi ao mancebo que lhe trouxera a nova:
Donde és tu? Respondeu ele: Sou filho de um peregrino amalequita.
14.
Davi ainda lhe perguntou: Como não temeste estender a mão para matares o ungido
do Senhor?
15. Então Davi, chamando um dos mancebos, disse-lhe:
chega-te, e lança-te sobre ele. E o mancebo o feriu, de sorte que
morreu.
16. Pois Davi lhe dissera: O teu sangue seja sobre a tua
cabeça, porque a tua própria boca testificou contra ti, dizendo: Eu matei o
ungido do Senhor.
17. Lamentou Davi a Saul e a Jônatas, seu filho, com
esta lamentação,
18. mandando que fosse ensinada aos filhos de Judá;
eis que está escrita no livro de Jasar:
19. Tua glória, ó Israel, foi
morta sobre os teus altos! Como caíram os valorosos!
20. Não o
noticieis em Gate, nem o publiqueis nas ruas de Asquelom; para que não se
alegrem as filhas dos filisteus, para que não exultem as filhas dos
incircuncisos.
21. Vós, montes de Gilboa, nem orvalho, nem chuva caia
sobre, vós, ó campos de morte; pois ali desprezivelmente foi arrojado o escudo
dos valorosos, o escudo de Saul, ungido com óleo.
22. Do sangue dos
feridos, da gordura dos valorosos, nunca recuou o arco de Jônatas, nem voltou
vazia a espada de Saul.
23. Saul e Jônatas, tão queridos e amáveis na
sua vida, também na sua morte não se separaram; eram mais ligeiros do que as
águias, mais fortes do que os leões.
24. Vós, filhas de Israel, chorai
por Saul, que vos vestia deliciosamente de escarlata, que vos punha sobre os
vestidos adornos de ouro.
25. Como caíram os valorosos no meio da
peleja!
26. Angustiado estou por ti, meu irmão Jônatas; muito querido
me eras! Maravilhoso me era o teu amor, ultrapassando o amor de
mulheres.
27. Como caíram os valorosos, e pereceram as armas de
guerra!
[II Samuel 2]II Samuel
2
1. Sucedeu depois disto que Davi consultou ao Senhor,
dizendo: Subirei a alguma das cidades de Judá? Respondeu-lhe o Senhor: Sobe.
Ainda perguntou Davi: Para onde subirei? Respondeu o Senhor: Para
Hebrom.
2. Subiu, pois, Davi para lá, e também as suas duas mulheres,
Ainoã, a jizreelita, e Abigail, que fora mulher de Nabal, e
carmelita.
3. Davi fez subir também os homens que estavam com ele,
cada um com sua família; e habitaram nas cidades de Hebrom.
4. Então
vieram os homens de Judá, e ali ungiram Davi rei sobre a casa de Judá. Depois
informaram a Davi, dizendo: Foram os homens de Jabes-Gileade que sepultaram a
Saul.
5. Pelo que Davi enviou mensageiros aos homens de Jabes-Gileade,
a dizer-lhes: Benditos do Senhor sejais vós, que fizestes tal benevolência,
sepultando a Saul, vosso senhor!
6. Agora, pois, o Senhor use convosco
de benevolência e fidelidade; e eu também vos retribuirei esse bem que
fizestes.
7. Esforcem-se, pois, agora as vossas mãos, e sede homens
valorosos; porque Saul, vosso senhor, é morto, e a casa de Judá me ungiu por seu
rei.
8. Ora, Abner, filho de Ner, chefe do exército de Saul, tomou a
Is-Bosete, filho de Saul, e o fez passar a Maanaim,
9. e o constituiu
rei sobre Gileade, sobre os asuritas, sobre Jizreel, sobre Efraim, sobre
Benjamim e sobre todo o Israel.
10. Quarenta anos tinha Is-Bosete,
filho de Saul, quando começou a reinar sobre Israel, e reinou dois anos, A casa
de Judá, porém, seguia a Davi.
11. E foi o tempo que Davi reinou em
Hebrom, sobre a casa de Judá, sete anos e seis meses.
12. Depois
Abner, filho de Ner, com os servos de Is-Bosete, filho de Saul, saiu de Maanaim
para Gibeão.
13. Saíram também Joabe, filho de Zeruia, e os servos de
Davi, e se encontraram com eles perto do tanque de Gibeão; e pararam uns de um
lado do tanque, e os outros do outro lado.
14. Então disse Abner a
Joabe: Levantem-se os mancebos, e se batam diante de nós. Respondeu Joabe:
Levantem-se.
15. Levantaram-se, pois, e passaram, em número de doze
por Benjamim e por Is-Bosete, filho de Saul, e doze dos servos de
Davi.
16. E cada um lançou mão da cabeça de seu contendor, e meteu-lhe
a espada pela ilharga; assim caíram juntos; pelo que se chamou àquele lugar, que
está junto a Gibeão, Helcate-Hazurim.
17. Seguiu-se naquele dia uma
crua peleja; e Abner e os homens de Israel foram derrotados diante dos servos de
Davi.
18. Ora, estavam ali os três filhos de Zeruia: Joabe, Abisai, e
Asael; e Asael era ligeiro de pés, como as gazelas do campo.
19.
Perseguiu, pois, Asael a Abner, seguindo-o sem se desviar nem para a direita nem
para a esquerda.
20. Nisso Abner, olhando para trás, perguntou: És tu
Asael? Respondeu ele: Sou eu.
21. Ao que lhe disse Abner: Desvia-te
para a direita, ou para a esquerda, e lança mão de um dos mancebos, e toma os
seus despojos. Asael, porém , não quis desviar-se de seguí-lo.
22.
Então Abner tornou a dizer a Asael: Desvia-te de detrás de mim; porque hei de
ferir-te e dar contigo em terra? e como levantaria eu o meu rosto diante de
Joabe, teu irmão?
23. Todavia ele recusou desviar-se; pelo que Abner o
feriu com o conto da lança pelo ventre, de modo que a lança lhe saiu por detrás;
e ele caiu ali, e morreu naquele mesmo lugar. E sucedeu que, todos os que
chegavam ao lugar onde Asael caíra morto, paravam.
24. Mas Joabe e
Abisai perseguiram a Abner; e pôs-se o sol ao chegarem eles ao outeiro de Amá,
que está diante de Giá, junto ao caminho do deserto de Gibeão.
25. E
os filhos de Benjamim se ajuntaram atrás de Abner e, formando-se num batalhão,
puseram-se no cume dum outeiro.
26. Então Abner gritou a Joabe, e
disse: Devorará a espada para sempre? não sabes que por fim haverá amargura? até
quando te demorarás em ordenar ao povo que deixe de perseguir a seus
irmãos?
27. Respondeu Joabe: Vive Deus, que, se não tivesses falado,
só amanhã cedo teria o povo cessado, cada um, de perseguir a seu
irmão.
28. Então Joabe tocou a buzina, e todo o povo parou; e não
perseguiram mais a Israel, e tampouco pelejaram mais.
29. E caminharam
Abner e os seus homens toda aquela noite pela Arabá; e, passando o Jordão,
caminharam por todo o Bitrom, e vieram a Maanaim.
30. Voltou, pois,
Joabe de seguir a Abner; e quando ajuntou todo o povo, faltavam dos servos de
Davi dezenove homens, e Asael.
31. Mas os servos de Davi tinham ferido
dentre os de Benjamim, e dentre os homens de Abner, a trezentos e sessenta
homens, de tal maneira que morreram.
32. E levantaram a Asael, e o
sepultaram no sepulcro de seu pai, que estava em Belém. E Joabe e seus homens
caminharam toda aquela noite, e amanheceu-lhes o dia em Hebrom.
[II
Samuel 3]II Samuel 3
1. Ora, houve uma
longa guerra entre a casa de Saul e a casa de Davi; porém Davi se fortalecia
cada vez mais, enquanto a casa de Saul cada vez mais se
enfraquecia.
2. Nasceram filhos a Davi em Hebrom. Seu primogênito foi
Amnom, de Ainoã, a jizreelita;
3. o segundo Quileabe, de Abigail, que
fôra mulher de Nabal, o carmelita; o terceiro Absalão, filho de Maacá, filha de
Talmai, rei de Gesur;
4. o quarto Adonias, filho de Hagite, o quinto
Sefatias, filho de Abital;
5. e o sexto Itreão, de Eglá, também mulher
de Davi; estes nasceram a Davi em Hebrom.
6. Enquanto havia guerra
entre a casa de Saul e a casa de Davi, Abner ia se tornando poderoso na casa de
Saul:
7. Ora, Saul tivera uma concubina, cujo nome era Rizpa, filha de
Aías. Perguntou, pois, Is-Bosete a Abner: Por que entraste à concubina de meu
pai?
8. Então Abner, irando-se muito pelas palavras de Is-Bosete,
disse: Sou eu cabeça de cão, que pertença a Judá? Ainda hoje uso de benevolência
para com a casa de Saul, teu pai, e para com seus irmãos e seus amigos, e não te
entreguei nas mãos de Davi; contudo tu hoje queres culpar-me no tocante a essa
mulher.
9. Assim faça Deus a Abner, e outro tanto, se, como o Senhor
jurou a Davi, assim eu não lhe fizer,
10. transferindo o reino da casa
de Saul, e estabelecendo o trono de Davi sobre Israel, e sobre Judá, desde Dã
até Berseba.
11. E Is-Bosete não pôde responder a Abner mais uma
palavra, porque o temia.
12. Então enviou Abner da sua parte
mensageiros a Davi, dizendo: De quem é a terra? Comigo faze a tua aliança, e eis
que a minha mão será contigo, para fazer tornar a ti todo o
Israel.
13. Respondeu Davi: Está bem; farei aliança contigo; mas uma
coisa te exijo; não verás a minha face, se primeiro não me trouxeres Mical,
filha de Saul, quando vieres ver a minha face.
14. Também enviou Davi
mensageiros a Is-Bosete, filho de Saul, dizendo: Entrega-me minha mulher Mical,
que eu desposei por cem prepúcios de filisteus.
15. Enviou, pois,
Is-Bosete, e a tirou a seu marido, a Paltiel, filho de Laís,
16. que a
seguia, chorando atrás dela até Baurim. Então lhe disse Abner: Vai-te; volta! E
ele voltou.
17. Falou Abner com os anciãos de Israel, dizendo: De há
muito procurais fazer com que Davi reine sobre vós;
18. fazei-o, pois,
agora, porque o Senhor falou de Davi, dizendo: Pela mão do meu servo Davi
livrarei o meu povo da mão dos filisteus e da mão de todos os seus
inimigos.
19. Do mesmo modo falou Abner a Benjamim, e foi também dizer
a Davi, em Hebrom, tudo o que Israel e toda a casa de Benjamim tinham
resolvido.
20. Abner foi ter com Davi, em Hebrom, com vinte homens; e
Davi fez um banquete a Abner e aos homens que com ele estavam.
21.
Então disse Abner a Davi: Eu me levantarei, e irei ajuntar ao rei meu senhor
todo o Israel, para que faça aliança contigo; e tu reinarás sobre tudo o que
desejar a sua alma: Assim despediu Davi a Abner, e ele se foi em
paz.
22. Eis que os servos de Davi e Joabe voltaram de uma sortida, e
traziam consigo grande despojo; mas Abner já não estava com Davi em Hebrom,
porque este o tinha despedido, e ele se fora em paz.
23. Quando, pois,
chegaram Joabe e todo o exército que vinha com ele, disseram-lhe: Abner, filho
de Ner, veio ter com o rei; e o rei o despediu, e ele se foi em
paz.
24. Então Joabe foi ao rei, e disse: Que fizeste? Eis que Abner
veio ter contigo; por que, pois, o despediste, de maneira que se fosse assim
livremente?
25. Bem conheces a Abner, filho de Ner; ele te veio
enganar, e saber a tua saída e a tua entrada, e conhecer tudo quanto
fazes.
26. E Joabe, retirando-se de Davi, enviou mensageiros atrás de
Abner, que o fizeram voltar do poço de Sira, sem que Davi o
soubesse.
27. Quando Abner voltou a Hebrom, Joabe o tomou à parte, à
entrada da porta, para lhe falar em segredo; e ali, por causa do sangue de
Asael, seu irmão, o feriu no ventre, de modo que ele morreu.
28.
Depois Davi, quando o soube, disse: Inocente para sempre sou eu, e o meu reino,
para com o Senhor, no tocante ao sangue de Abner, filho de Ner.
29.
Caia ele sobre a cabeça de Joabe e sobre toda a casa de seu pai, e nunca falte
na casa de Joabe quem tenha fluxo, ou quem seja leproso, ou quem se atenha a
bordão, ou quem caia à espada, ou quem necessite de pão.
30. Joabe,
pois, e Abisai, seu irmão, mataram Abner, por ter ele morto a Asael, irmão
deles, na peleja em Gibeão.
31. Disse Davi a Joabe e a todo o povo que
com ele estava: Rasgai as vossas vestes, cingi-vos de sacos e ide pranteando
diante de Abner. E o rei Davi ia seguindo o féretro.
32. Sepultaram
Abner em Hebrom; e o rei, levantando a sua voz, chorou junto da sepultura de
Abner; chorou também todo o povo.
33. Pranteou o rei a Abner, dizendo:
Devia Abner, porventura, morrer como morre o vilão?
34. As tuas mãos
não estavam atadas, nem os teus pés carregados de grilhões; mas caíste como quem
cai diante dos filhos da iniqüidade. Então todo o povo tornou a chorar por
ele.
35. Depois todo o povo veio fazer com que Davi comesse pão, sendo
ainda dia; porém Davi jurou, dizendo: Assim Deus me faça e outro tanto, se,
antes que o sol se ponha, eu provar pão ou qualquer outra coisa.
36.
Todo o povo notou isso, e pareceu-lhe bem; assim como tudo quanto o rei fez
pareceu bem a todo o povo.
37. Assim todo o povo e todo o Israel
entenderam naquele mesmo dia que não fora a vontade do rei que matassem a Abner,
filho de Ner.
38. Então disse o rei aos seus servos: Não sabeis que
hoje caiu em Israel um príncipe, um grande homem?
39. E quanto a mim,
hoje estou fraco, embora ungido rei; estes homens, filhos de Zeruia, são duros
demais para mim. Retribua o Senhor ao malfeitor conforme a sua
maldade.
[II Samuel 4]II Samuel
4
1. Quando Is-Bosete, filho de Saul, soube que Abner
morrera em Hebrom, esvaíram-se-lhe as forças, e todo o Israel ficou
perturbado.
2. Tinha Is-Bosete, filho de Saul, dois homens chefes de
guerrilheiros; um deles se chamava Baaná, e o outro Recabe, filhos de Rimom, o
beerotita, dos filhos de Benjamim (porque também Beerote era contado de
Benjamim,
3. tendo os beerotitas fugido para Jitaim, onde têm
peregrinado até o dia de hoje).
4. Ora, Jônatas, filho de Saul, tinha
um filho aleijado dos pés. Este era da idade de cinco anos quando chegaram de
Jizreel as novas a respeito de Saul e Jônatas; pelo que sua ama o tomou, e
fugiu; e sucedeu que, apressando-se ela a fugir, ele caiu, e ficou coxo. O seu
nome era Mefibosete.
5. Foram os filhos de Rimom, o beerotita, Recabe
e Baanã, no maior calor de dia, e entraram em casa de Is-Bosete, estando ele
deitado a dormir a sesta.
6. Entraram ali até o meio da casa, como que
vindo apanhar trigo, e o feriram no ventre; e Recabe e Baaná, seu irmão,
escaparam.
7. Porque entraram na sua casa, estando ele deitado na
cama, no seu quarto de dormir, e o feriram e mataram, e cortando-lhe a cabeça,
tomaram-na e andaram a noite toda pelo caminho da Arabá.
8. Assim
trouxeram a cabeça de Is-Bosete a Davi em Hebrom, e disseram ao rei: Eis aqui a
cabeça de Is-Bosete, filho de Saul, teu inimigo, que procurava a tua morte;
assim o Senhor vingou hoje ao rei meu Senhor, de Saul e da sua
descendência.
9. Mas Davi, respondendo a Recabe e a Baaná, seu irmão,
filhos de Rimom, e beerotita, disse-lhes: Vive o Senhor, que remiu a minha alma
de toda a angústia!
10. Se àquele que me trouxe novas, dizendo: Eis
que Saul é morto, cuidando que trazia boas novas, eu logo lancei mão dele, e o
matei em Ziclague, sendo essa a recompensa que lhe dei pelas
novas,
11. quanto mais quando homens cruéis mataram um homem justo em
sua casa, sobre a sua cama, não requererei eu e seu sangue de vossas mãos, e não
vos exterminarei da terra?
12. E Davi deu ordem aos seus mancebos; e
eles os mataram e, cortando-lhes as mãos e os pés, os penduraram junto ao tanque
em Hebrom. Tomaram, porém, a cabeça de Is-Bosete, e a sepultaram na sepultura de
Abner, em Hebrom.
[II Samuel 5]II Samuel
5
1. Então todas as tribos de Israel vieram a Davi em
Hebrom e disseram: Eis-nos aqui, teus ossos e tua carne!
2. Além
disso, outrora, quando Saul ainda reinava sobre nós, eras tu o que saías e
entravas com Israel; e também o Senhor te disse: Tu apascentarás o meu povo de
Israel, e tu serás chefe sobre Israel.
3. Assim, pois, todos os
anciãos de Israel vieram ter com o rei em Hebrom; e o rei Davi fez aliança com
eles em Hebrom, perante o Senhor; e ungiram a Davi rei sobre
Israel.
4. Trinta anos tinha Davi quando começou a reinar, e reinou
quarenta anos.
5. Em Hebrom reinou sete anos e seis meses sobre Judá,
e em Jerusalém reinou trinta e três anos sobre todo o Israel e
Judá.
6. Depois partiu o rei com os seus homens para Jerusalém, contra
os jebuseus, que habitavam naquela terra, os quais disseram a Davi: Não entrarás
aqui; os cegos e es coxos te repelirão; querendo dizer: Davi de maneira alguma
entrará aqui.
7. Todavia Davi tomou a fortaleza de Sião; esta é a
cidade de Davi.
8. Ora, Davi disse naquele dia: Todo o que ferir os
jebuseus, suba ao canal, e fira a esses coxos e cegos, a quem a alma de Davi
aborrece. Por isso se diz: Nem cego nem, coxo entrara na casa.
9.
Assim habitou Davi na fortaleza, e chamou-a cidade de Davi; e foi levantando
edifícios em redor, desde Milo para dentro.
10. Davi ia-se
engrandecendo cada vez mais, porque o Senhor Deus dos exércitos era com
ele.
11. Hirão, rei de Tiro, enviou mensageiros a Davi, e madeira de
cedro, e carpinteiros e pedreiros, que edificaram para Davi uma
casa.
12. Entendeu, pois, Davi que o Senhor o confirmara rei sobre
Israel, e que exaltara e reino dele por amar do seu povo Israel.
13.
Davi tomou ainda para si concubinas e mulheres de Jerusalém, depois que viera de
Hebrom; e nasceram a Davi mais filhos e filhas.
14. São estes os nomes
dos que lhe nasceram em Jerusalém: Samua, Sobabe, Natã, Salomão,
15.
Ibar, Elisua, Nefegue, Jafia,
16. Elisama, e Eliadá e
Elifelete.
17. Quando os filisteus ouviram que Davi fora ungido rei
sobre Israel, subiram todos em busca dele. Ouvindo isto, Davi desceu à
fortaleza.
18. Os filisteus vieram, e se estenderam pelo vale de
Refaim.
19. Pelo que Davi consultou ao Senhor, dizendo: Subirei contra
os filisteus? entregar-mos-ás nas mãos? Respondeu o Senhor a Davi: Sobe, pois eu
entregarei os filisteus nas tuas mãos.
20. Então foi Davi a
Baal-Perazim, e ali os derrotou; e disse: O Senhor rompeu os meus inimigos
diante de mim, como as águas rompem barreiras. Por isso chamou o nome daquele
lugar Baal-Perazim.
21. Os filisteus deixaram lá os seus ídolos, e
Davi e os seus homens os levaram.
22. Tornaram ainda os filisteus a
subir, e se espalharam pelo vale de Refaim.
23. E Davi consultou ao
Senhor, que respondeu: Não subirás; mas rodeia-os por detrás, e virás sobre eles
por defronte dos balsameiros.
24. E há de ser que, ouvindo tu o ruído
de marcha pelas copas dos balsameiros, então te apressarás, porque é o Senhor
que sai diante de ti, a ferir o arraial dos filisteus.
25. Fez, pois,
Davi como o Senhor lhe havia ordenado; e feriu os filisteus desde Geba, até
chegar a Gezer.
[II Samuel 6]II Samuel
6
1. Tornou Davi a ajuntar todos os escolhidos de
Israel, em número de trinta mil.
2. Depois levantou-se Davi, e partiu
para Baal-Judá com todo o povo que tinha consigo, para trazerem dali para cima a
arca de Deus, a qual é chamada pelo Nome, o nome do Senhor dos exércitos, que se
assenta sobre os querubins.
3. Puseram a arca de Deus em um carro
novo, e a levaram da casa de Abinadabe, que estava sobre o outeiro; e Uzá e Aiô,
filhos de Abinadabe, guiavam o carro novo.
4. Foram, pois, levando-o
da casa de Abinadabe, que estava sobre o outeiro, com a arca de Deus; e Aiô ia
adiante da arca.
5. E Davi, e toda a casa de Israel, tocavam perante o
Senhor, com toda sorte de instrumentos de pau de faia, como também com harpas,
saltérios, tamboris, pandeiros e címbalos.
6. Quando chegaram à eira
de Nacom, Uzá estendeu a mão à arca de Deus, e pegou nela, porque os bois
tropeçaram.
7. Então a ira do Senhor se acendeu contra Uzá, e Deus o
feriu ali; e Uzá morreu ali junto à arca de Deus.
8. E Davi se
contristou, porque o Senhor abrira rotura em Uzá; e passou-se a chamar àquele
lugar, Pérez-Uzá, até o dia de hoje.
9. Davi, pois, teve medo do
Senhor naquele dia, e disse: Como virá a mim a arca do Senhor?
10. E
não quis levar a arca do Senhor para a cidade de Davi; mas fê-la entrar na casa
de Obede-Edom, o gitita.
11. E ficou a arca do Senhor três meses na
casa de Obede-Edom, o gitita, e o Senhor o abençoou e a toda a sua
casa.
12. Então informaram a Davi, dizendo: O Senhor abençoou a casa
de Obede-Edom, e tudo quanto é dele, por causa da arca de Deus. Foi, pois, Davi,
e com alegria fez subir a arca de Deus, da casa de Obede-Edom para a cidade de
Davi.
13. Quando os que levavam a arca do Senhor tinham dado seis
passos, ele sacrificou um boi e um animal cevado.
14. E Davi dançava
com todas as suas forças diante do Senhor; e estava Davi cingido dum éfode de
linho.
15. Assim Davi e toda a casa de Israel subiam, trazendo a arca
do Senhor com júbilo e ao som de trombetas.
16. Quando entrava a arca
do Senhor na cidade de Davi, Mical, filha de Saul, estava olhando pela janela;
e, vendo ao rei Davi saltando e dançando diante do senhor, o desprezou no seu
coração.
17. Introduziram, pois, a arca do Senhor, e a puseram no seu
lugar, no meio da tenda que Davi lhe armara; e Davi ofereceu holocaustos e
ofertas pacíficas perante o Senhor.
18. Quando Davi acabou de oferecer
os holocaustos e ofertas pacíficas, abençoou o povo em nome do Senhor dos
exércitos.
19. Depois repartiu a todo o povo, a toda a multidão de
Israel, tanto a homens como a mulheres, a cada um, um bolo de pão, um bom pedaço
de carne e um bolo de passas. Em seguida todo o povo se retirou, cada um para
sua casa.
20. Então Davi voltou para abençoar a sua casa; e Mical,
filha de Saul, saiu a encontrar-se com Davi, e disse: Quão honrado foi o rei de
Israel, descobrindo-se hoje aos olhos das servas de seus servos, como sem pejo
se descobre um indivíduo qualquer.
21. Disse, porém, Davi a Mical:
Perante o Senhor, que teu escolheu a mim de preferência a teu pai e a toda a sua
casa, estabelecendo-me por chefe sobre o povo do Senhor, sobre Israel, sim, foi
perante Senhor que dancei; e perante ele ainda hei de dançar
22.
Também ainda mais do que isso me envilecerei, e me humilharei aos meus olhos;
mas das servas, de quem falaste, delas serei honrado.
23. E Mical,
filha de Saul não teve filhos, até o dia de sua morte.
[II Samuel 7]II Samuel 7
1. Ora, estando o rei Davi em
sua casa e tendo-lhe dado o Senhor descanso de todos os seus inimigos em
redor,
2. disse ele ao profeta Natã: Eis que eu moro numa casa de
cedro, enquanto que a arca de Deus dentro de uma tenda.
3. Respondeu
Natã ao rei: Vai e faze tudo quanto está no teu coração, porque o Senhor é
contigo.
4. Mas naquela mesma noite a palavra do Senhor veio a Natã,
dizendo:
5. Vai, e dize a meu servo Davi: Assim diz o Senhor:
Edificar-me-ás tu uma casa para eu nela habitar?
6. Porque em casa
nenhuma habitei, desde o dia em que fiz subir do Egito os filhos de Israel até o
dia de hoje, mas tenho andado em tenda e em tabernáculo.
7. E em todo
lugar em que tenho andado com todos os filhos de Israel, falei porventura,
alguma palavra a qualquer das suas tribos a que mandei apascentar o meu povo de
Israel, dizendo: por que não me edificais uma casa de cedro?
8. Agora,
pois, assim dirás ao meu servo Davi: Assim diz o Senhor dos exércitos: Eu te
tomei da malhada, de detrás das ovelhas, para que fosses príncipe sobre o meu
povo, sobre Israel;
9. e fui contigo, por onde quer que foste, e
destruí a todos os teus inimigos diante de ti; e te farei um grande nome, como o
nome dos grandes que há na terra.
10. Também designarei lugar para o
meu povo, para Israel, e o plantarei ali, para que ele habite no seu lugar, e
não mais seja perturbado, e nunca mais os filhos da iniqüidade o aflijam, como
dantes,
11. e como desde o dia em que ordenei que houvesse juízes
sobre o meu povo Israel. A ti, porém, darei descanso de todos os teus inimigos.
Também o Senhor te declara que ele te fará casa.
12. Quando teus dias
forem completos, e vieres a dormir com teus pais, então farei levantar depois de
ti um dentre a tua descendência, que sair das tuas entranhas, e estabelecerei o
seu reino.
13. Este edificará uma casa ao meu nome, e eu estabelecerei
para sempre o trono do seu reino.
14. Eu lhe serei pai, e ele me será
filho. E, se vier a transgredir, castigá-lo-ei com vara de homens, e com açoites
de filhos de homens;
15. mas não retirarei dele a minha benignidade
como a retirei de Saul, a quem tirei de diante de ti.
16. A tua casa,
porém, e o teu reino serão firmados para sempre diante de ti; teu trono será
estabelecido para sempre.
17. Conforme todas estas palavras, e
conforme toda esta visão, assim falou Natã a Davi.
18. Então entrou o
rei Davi, e sentou-se perante o Senhor, e disse: Quem sou eu, Senhor Jeová, e
que é a minha casa, para me teres trazido até aqui?
19. E isso ainda
foi pouco aos teus olhos, Senhor Jeová, senão que também falaste da casa do teu
servo para tempos distantes; e me tens mostrado gerações futuras, ó Senhor
Jeová?
20. Que mais te poderá dizer Davi. pois tu conheces bem o teu
servo, ó Senhor Jeová.
21. Por causa da tua palavra, e segundo o teu
coração, fizeste toda esta grandeza, revelando-a ao teu servo.
22.
Portanto és grandioso, ó Senhor Jeová, porque ninguém há semelhante a ti, e não
há Deus senão tu só, segundo tudo o que temos ouvido com os nossos
ouvidos.
23. Que outra nação na terra é semelhante a teu povo Israel,
a quem tu, ó Deus, foste resgatar para te ser povo, para te fazeres um nome, e
para fazeres a seu favor estas grandes e terríveis coisas para a tua terra,
diante do teu povo, que tu resgataste para ti do Egito, desterrando nações e
seus deuses?
24. Assim estabeleceste o teu povo Israel por teu povo
para sempre, e tu, Senhor, te fizeste o seu Deus.
25. Agora, pois, o
Senhor Jeová, confirma para sempre a palavra que falaste acerca do teu servo e
acerca da sua casa, e faze como tens falado,
26. para que seja
engrandecido o teu nome para sempre, e se diga: O Senhor dos exércitos é Deus
sobre Israel; e a casa do teu servo será estabelecida diante de
ti.
27. Pois tu, Senhor dos exércitos, Deus de Israel, fizeste uma
revelação ao teu servo, dizendo: Edificar-te-ei uma casa. Por isso o teu servo
se animou a fazer-te esta oração.
28. Agora, pois, Senhor Jeová, tu és
Deus, e as tuas palavras são verdade, e tens prometido a teu servo este
bem.
29. Sê, pois, agora servido de abençoar a casa do teu servo, para
que subsista para sempre diante de ti; pois tu, ó Senhor Jeová, o disseste; e
com a tua bênção a casa do teu servo será, abençoada para sempre.
[II
Samuel 8]II Samuel 8
1. Sucedeu depois
disso que Davi derrotou os filisteus, e os sujeitou; e Davi tomou a Metegue-Ama
das mãos dos filisteus.
2. Também derrotou os moabitas, e os mediu com
cordel, fazendo-os deitar por terra; e mediu dois cordéis para os matar, e um
cordel inteiro para os deixar com vida. Ficaram assim os moabitas por servos de
Davi, pagando-lhe tributos.
3. Davi também derrotou a Hadadézer, filho
de Reobe, rei de Zobá, quando este ia estabelecer o seu domínio sobre o rio
Eufrates.
4. E tomou-lhe Davi mil e setecentos cavaleiros e vinte mil
homens de infantaria; e Davi jarretou a todos os cavalos dos carros, reservando
apenas cavalos para cem carros.
5. Os sírios de Damasco vieram
socorrer a Hadadézer, rei de Zobá, mas Davi matou deles vinte e dois mil
homens.
6. Então Davi pôs guarnições em Síria de Damasco, e os sírios
ficaram por servos de Davi, pagando-lhe tributos. E o Senhor lhe dava a vitória
por onde quer que ia.
7. E Davi tomou os escudos de ouro que os servos
de Hadadézer usavam, e os trouxe para Jerusalém.
8. De Betá e de
Berotai, cidades de Hadadézer, o rei Davi tomou grande quantidade de
bronze.
9. Quando Toí, rei de Hamate, ouviu que Davi ferira todo o
exército de Hadadézer,
10. mandou-lhe seu filho Jorão para saudá-lo, e
para felicitá-lo por haver pelejado contra Hadadézer e o haver derrotado; pois
Hadadézer de contínuo fazia guerra a Toí. E Jorão trouxe consigo vasos de prata
de ouro e de bronze,
11. os quais o rei Davi consagrou ao Senhor, como
já havia consagrado a prata e o ouro de todas as nações que
sujeitara.
12. da Síria, de Moabe, dos amonitas, dos filisteus, de
Amaleque e dos despojos de Hadadézer, filho de Reobe, rei de Zobá.
13.
Assim Davi ganhou nome para si. E quando voltou, matou no Vale do Sal a dezoito
mil edomitas.
14. E pôs guarnições em Edom; pô-las em todo o Edom, e
todos os edomitas tornaram-se servos de Davi. E o Senhor lhe dava a vitória por
onde quer que ia.
15. Reinou, pois, Davi sobre todo o Israel, e
administrava a justiça e a eqüidade a todo o seu povo.
16. Joabe,
filho de Zeruia, estava sobre o exército; Jeosafá, filho de Ailude, era
cronista;
17. Zadoque, filho de Aitube, e Aimeleque, filho de Abiatar,
eram sacerdotes; Seraías era escrivão;
18. Benaías, filho de Jeoiada,
tinha o cargo dos quereteus e peleteus; e os filhos de Davi eram ministros de
estado.
[II Samuel 9]II Samuel
9
1. Disse Davi: Resta ainda alguém da casa de Saul,
para que eu use de benevolência para com ele por amor de Jônatas?
2. E
havia um servo da casa de Saul, cujo nome era Ziba; e o chamaram à presença de
Davi. perguntou-lhe o rei: Tu és Ziba? Respondeu ele: Teu servo!
3.
Prosseguiu o rei: Não há ainda alguém da casa de Saul para que eu possa usar com
ele da benevolência de Deus? Então disse Ziba ao rei: Ainda há um filho de
Jônatas, aleijado dos pés.
4. Perguntou-lhe o rei: Onde está.
Respondeu Ziba ao rei: Está em casa de Maquir, filho de Amiel, em
Lo-Debar.
5. Então mandou o rei Davi, e o tomou da casa de Maquir,
filho de Amiel, em Lo-Debar.
6. E Mefibosete, filho de Jônatas, filho
de Saul, veio a Davi e, prostrando-se com o rosto em terra, lhe fez reverência.
E disse Davi: Mefibosete! Respondeu ele: Eis aqui teu servo.
7. Então
lhe disse Davi: Não temas, porque de certo usarei contigo de benevolência por
amor de Jônatas, teu pai, e te restituirei todas as terras de Saul, teu pai; e
tu sempre comerás à minha mesa.
8. Então Mefibosete lhe fez
reverência, e disse: Que é o teu servo, para teres olhado para um cão morto tal
como eu?
9. Então chamou Davi a Ziba, servo de Saul, e disse-lhe: Tudo
o que pertencia a Saul, e a toda a sua casa, tenho dado ao filho de teu
senhor.
10. Cultivar-lhe-ás, pois, a terra, tu e teus filhos, e teus
servos; e recolherás os frutos, para que o filho de teu senhor tenha pão para
comer; mas Mefibosete, filho de teu senhor, comerá sempre à minha mesa. Ora,
tinha Ziba quinze filhos e vinte servos.
11. Respondeu Ziba ao rei:
Conforme tudo quanto meu senhor, o rei, manda a seu servo, assim o fará ele.
Disse o rei: Quanto a Mefibosete, ele comerá à minha mesa como um dos filhos do
rei.
12. E tinha Mefibosete um filho pequeno, cujo nome era Mica. E
todos quantos moravam em casa de Ziba eram servos de Mefibosete.
13.
Morava, pois, Mefibosete em Jerusalém, porquanto sempre comia à mesa do rei. E
era coxo de ambos os pés.
[II Samuel 10]II Samuel
10
1. Depois disto morreu o rei dos amonitas, e seu
filho Hanum reinou em seu lugar.
2. Então disse Davi: usarei de
benevolência para com Hanum, filho de Naás, como seu pai usou de benevolência
para comigo. Davi, pois, enviou os seus servos para o consolar acerca de seu
pai; e foram os servos de Davi à terra dos amonitas.
3. Então disseram
os príncipes dos amonitas a seu senhor, Hanum: Pensas, porventura, que foi para
honrar teu pai que Davi te enviou consoladores? Não te enviou antes os seus
servos para reconhecerem esta cidade e para a espiarem, a fim de
transtorná-la?
4. Pelo que Hanum tomou os servos de Davi, rapou-lhes
metade da barba, cortou-lhes metade dos vestidos, até as nádegas, e os
despediu.
5. Quando isso foi dito a Davi, enviou ele mensageiros a
encontrá-los, porque aqueles homens estavam sobremaneira envergonhados; e mandou
dizer-lhes: Deixai-vos estar em Jericó, até que vos torne a crescer a barba, e
então voltai.
6. Vendo, pois, os amonitas que se haviam feito
abomináveis para com Davi, enviaram e alugaram dos sírios de Bete-Reobe e dos
sírios de Bete-Reobe e dos sírios de Sobá vinte mil homens de infantaria, e do
rei de Maacá mil homens, e dos homens de Tobe doze mil.
7. O que
ouvindo Davi, enviou contra eles a Joabe com todo o exército dos
valentes.
8. E saíram os amonitas, e ordenaram a batalha a entrada da
porta; mas os sírios de Zobá e de Reobe, e os homens de Tobe e de Maacá estavam
à parte no campo.
9. Vendo, pois, Joabe que a batalha estava preparada
contra ele pela frente e pela retaguarda, escolheu alguns homens dentre a flor
do exército de Israel, e formou-os em linha contra os sírios;
10. e
entregou o resto do povo a seu irmão Abisai, para que o formasse em linha contra
os amonitas.
11. E disse-lhe: Se os sírios forem mais fortes do que
eu, tu me virás em socorro; e se os amonitas forem mais fortes do que tu, eu
irei em teu socorro.
12. Tem bom ânimo, e sejamos corajosos pelo nosso
povo, e pelas cidades de nosso Deus; e faça o Senhor o que bem lhe
parecer.
13. Então Joabe e o povo que estava com ele travaram a peleja
contra os sírios; e estes fugiram diante dele.
14. E, vendo os
amonitas que os sírios fugiam, também eles fugiram de diante de Abisai, e
entraram na cidade. Então Joabe voltou dos amonitas e veio para
Jerusalém.
15. Os sírios, vendo que tinham sido derrotados diante de
Israel, trataram de refazer-se.
16. E Hadadézer mandou que viessem os
sírios que estavam da outra banda do rio; e eles vieram a Helã, tendo à sua
frente Sobaque, chefe do exército de Hadadézer.
17. Davi, informado
disto, ajuntou todo o Israel e, passando o Jordão, foi a Helã; e os sírios se
puseram em ordem contra Davi, e pelejaram contra ele.
18. Os sírios,
porém, fugiram de diante de Israel; e Davi matou deles os homens de setecentos
carros, e quarenta mil homens de cavalaria; e feriu a Sobaque, general do
exército, de sorte que ele morreu ali.
19. Vendo, pois, todos os reis,
servos de Hadadézer, que estavam derrotados diante de Israel, fizeram paz com
Israel, e o serviram. E os sírios não ousaram mais socorrer aos
amonitas.
[II Samuel 11]II Samuel
11
1. Tendo decorrido um ano, no tempo em que os reis
saem à guerra, Davi enviou Joabe, e com ele os seus servos e todo o Israel; e
eles destruíram os amonitas, e sitiaram a Rabá. Porém Davi ficou em
Jerusalém.
2. Ora, aconteceu que, numa tarde, Davi se levantou do seu
leito e se pôs a passear no terraço da casa real; e do terraço viu uma mulher
que se estava lavando; e era esta mulher mui formosa à vista.
3. Tendo
Davi enviado a indagar a respeito daquela mulher, disseram-lhe: Porventura não é
Bate-Seba, filha de Eliã, mulher de Urias, o heteu?
4. Então Davi
mandou mensageiros para trazê-la; e ela veio a ele, e ele se deitou com ela
(pois já estava purificada da sua imundícia); depois ela voltou para sua
casa.
5. A mulher concebeu; e mandou dizer a Davi: Estou
grávida.
6. Então Davi mandou dizer a Joabe: Envia-me Urias, o heteu.
E Joabe o enviou a Davi.
7. Vindo, pois, Urias a Davi, este lhe
perguntou como passava Joabe, e como estava o povo, e como ia a
guerra.
8. Depois disse Davi a Urias: Desce a tua casa, e lava os teus
pés. E, saindo Urias da casa real, logo foi mandado após ele um presente do
rei.
9. Mas Urias dormiu à porta da casa real, com todos os servos do
seu senhor, e não desceu a sua casa.
10. E o contaram a Davi, dizendo:
Urias não desceu a sua casa. Então perguntou Davi a Urias: Não vens tu duma
jornada? por que não desceste a tua casa?
11. Respondeu Urias a Davi:
A arca, e Israel, e Judá estão em tendas; e Joabe, meu senhor, e os servos de
meu senhor estão acampados ao relento; e entrarei eu na minha casa, para comer e
beber, e para me deitar com minha mulher? Como vives tu, e como vive a tua alma,
não farei tal coisa.
12. Então disse Davi a Urias: Fica ainda hoje
aqui, e amanhã te despedirei. Urias, pois, ficou em Jerusalém aquele dia e o
seguinte.
13. E Davi o convidou a comer e a beber na sua presença, e o
embebedou; e à tarde saiu Urias a deitar-se na sua cama com os servos de seu
senhor, porém não desceu a sua casa.
14. Pela manhã Davi escreveu uma
carta a Joabe, e mandou-lha por mão de Urias.
15. Escreveu na carta:
Ponde Urias na frente onde for mais renhida a peleja, e retirai-vos dele, para
que seja ferido e morra.
16. Enquanto Joabe sitiava a cidade, pôs
Urias no lugar onde sabia que havia homens valentes.
17. Quando os
homens da cidade saíram e pelejaram contra Joabe, caíram alguns do povo, isto é,
dos servos de Davi; morreu também Urias, o heteu.
18. Então Joabe
mandou dizer a Davi tudo o que sucedera na peleja;
19. e deu ordem ao
mensageiro, dizendo: Quando tiveres acabado de contar ao rei tudo o que sucedeu
nesta peleja,
20. caso o rei se encolerize, e te diga: Por que vos
chegastes tão perto da cidade a pelejar. Não sabíeis vós que haviam de atirar do
muro?
21. Quem matou a Abimeleque, filho de Jerubesete? Não foi uma
mulher que lançou sobre ele, do alto do muro, a pedra superior dum moinho, de
modo que morreu em Tebez? Por que chegastes tão perto do muro? Então dirás:
Também morreu teu servo Urias, o heteu.
22. Partiu, pois, o mensageiro
e, tendo chegado, referiu a Davi tudo o que Joabe lhe ordenara.
23.
Disse o mensageiro a Davi: Os homens ganharam uma vantagem sobre nós, e sairam
contra nos ao campo; porém nos os repelimos até a entrada da
porta.
24. Então os flecheiros atiraram contra os teus servos desde o
alto do muro, e morreram alguns servos do rei; e também morreu o teu servo
Urias, o heteu.
25. Disse Davi ao mensageiro: Assim dirás a Joabe: Não
te preocupes com isso, pois a espada tanto devora este como aquele; aperta a tua
peleja contra a cidade, e a derrota. Encoraja-o tu assim.
26. Ouvindo,
pois, a mulher de Urias que seu marido era morto, o chorou.
27. E,
passado o tempo do luto, mandou Davi recolhê-la a sua casa: e ela lhe foi por
mulher, e lhe deu um filho. Mas isto que Davi fez desagradou ao
Senhor.
[II Samuel 12]II Samuel
12
1. O Senhor, pois, enviou Natã a Davi. E, entrando
ele a ter com Davi, disse-lhe: Havia numa cidade dois homens, um rico e outro
pobre.
2. O rico tinha rebanhos e manadas em grande
número;
3. mas o pobre não tinha coisa alguma, senão uma pequena
cordeira que comprara e criara; ela crescera em companhia dele e de seus filhos;
do seu bocado comia, do seu copo bebia, e dormia em seu regaço; e ele a tinha
como filha.
4. Chegou um viajante à casa do rico; e este, não querendo
tomar das suas ovelhas e do seu gado para guisar para o viajante que viera a
ele, tomou a cordeira do pobre e a preparou para o seu hóspede.
5.
Então a ira de Davi se acendeu em grande maneira contra aquele homem; e disse a
Natã: Vive o Senhor, que digno de morte é o homem que fez isso.
6.
Pela cordeira restituirá o quádruplo, porque fez tal coisa, e não teve
compaixão.
7. Então disse Natã a Davi: Esse homem és tu! Assim diz o
Senhor Deus de Israel: Eu te ungi rei sobre Israel, livrei-te da mão de
Saul,
8. e te dei a casa de teu senhor, e as mulheres de teu senhor em
teu seio; também te dei a casa de Israel e de Judá. E se isso fosse pouco, te
acrescentaria outro tanto.
9. Por que desprezaste a palavra do Senhor,
fazendo o mal diante de seus olhos? A Urias, o heteu, mataste à espada, e a sua
mulher tomaste para ser tua mulher; sim, a ele mataste com a espada dos
amonitas.
10. Agora, pois, a espada jamais se apartará da tua casa,
porquanto me desprezaste, e tomaste a mulher de Urias, o heteu, para ser tua
mulher.
11. Assim diz o Senhor: Eis que suscitarei da tua própria casa
o mal sobre ti, e tomarei tuas mulheres perante os teus olhos, e as darei a teu
próximo, o qual se deitará com tuas mulheres à luz deste sol.
12. Pois
tu o fizeste em oculto; mas eu farei este negócio perante todo o Israel e à luz
do sol.
13. Então disse Davi a Natã: Pequei contra o Senhor. Tornou
Natã a Davi: Também o Senhor perdoou o teu pecado; não morreras.
14.
Todavia, porquanto com este feito deste lugar a que os inimigos do Senhor
blasfemem, o filho que te nasceu certamente morrerá.
15. Então Natã
foi para sua casa. Depois o Senhor feriu a criança que a mulher de Urias dera a
Davi, de sorte que adoeceu gravemente.
16. Davi, pois, buscou a Deus
pela criança, e observou rigoroso jejum e, recolhendo-se, passava a noite toda
prostrado sobre a terra.
17. Então os anciãos da sua casa se puseram
ao lado dele para o fazerem levantar-se da terra; porém ele não quis, nem comeu
com eles.
18. Ao sétimo dia a criança morreu; e temiam os servos de
Davi dizer-lhe que a criança tinha morrido; pois diziam: Eis que, sendo a
criança ainda viva, lhe falávamos, porém ele não dava ouvidos à nossa voz; como,
pois, lhe diremos que a criança morreu? Poderá cometer um
desatino.
19. Davi, porém, percebeu que seus servos cochichavam entre
si, e entendeu que a criança havia morrido; pelo que perguntou a seus servos:
Morreu a criança? E eles responderam: Morreu.
20. Então Davi se
levantou da terra, lavou-se, ungiu-se, e mudou de vestes; e, entrando na casa do
Senhor, adorou. Depois veio a sua casa, e pediu o que comer; e lho deram, e ele
comeu.
21. Então os seus servos lhe disseram: Que é isso que fizeste?
pela criança viva jejuaste e choraste; porém depois que a criança morreu te
levantaste e comeste.
22. Respondeu ele: Quando a criança ainda vivia,
jejuei e chorei, pois dizia: Quem sabe se o Senhor não se compadecerá de mim, de
modo que viva a criança?
23. Todavia, agora que é morta, por que ainda
jejuaria eu? Poderei eu fazê-la voltar? Eu irei para ela, porém ela não voltará
para mim.
24. Então consolou Davi a Bate-Seba, sua mulher, e entrou, e
se deitou com ela. E teve ela um filho, e Davi lhe deu o nome de Salomão. E o
Senhor o amou;
25. e mandou, por intermédio do profeta Natã, dar-lhe o
nome de Jedidias, por amor do Senhor.
26. Ora, pelejou Joabe contra
Rabá, dos amonitas, e tomou a cidade real.
27. Então mandou Joabe
mensageiros a Davi, e disse: Pelejei contra Rabá, e já tomei a cidade das
águas.
28. Ajunta, pois, agora o resto do povo, acampa contra a cidade
e toma-a, para que eu não a tome e seja o meu nome aclamado sobre
ela.
29. Então Davi ajuntou todo o povo, e marchou para Rabá; pelejou
contra ela, e a tomou.
30. Também tirou a coroa da cabeça do seu rei;
e o peso dela era de um talento de ouro e havia nela uma pedra preciosa; e foi
posta sobre a cabeça de Davi, que levou da cidade mui grande
despojo.
31. E, trazendo os seus habitantes, os pôs a trabalhar com
serras, trilhos de ferro, machados de ferro, e em fornos de tijolos; e assim fez
a todas as cidades dos amonitas. Depois voltou Davi e todo o povo para
Jerusalém.
[II Samuel 13]II Samuel
13
1. Ora, Absalão, filho de Davi, tinha uma irmã
formosa, cujo nome era Tamar; e sucedeu depois de algum tempo que Amnom, filho
de Davi enamorou-se dela.
2. E angustiou-se Amnom, até adoecer, por
amar, sua irmã; pois era virgem, e parecia impossível a Amnom fazer coisa alguma
com ela.
3. Tinha, porém, Amnom um amigo, cujo nome era Jonadabe,
filho de Siméia, irmão de Davi; e era Jonadabe homem mui sagaz.
4.
Este lhe perguntou: Por que tu de dia para dia tanto emagreces, ó filho do rei?
não mo dirás a mim? Então lhe respondeu Amnom: Amo a Tamar, irmã de Absalão, meu
irmão.
5. Tornou-lhe Jonadabe: Deita-te na tua cama, e finge-te
doente; e quando teu pai te vier visitar, dize-lhe: Peço-te que minha irmã Tamar
venha dar-me de comer, preparando a comida diante dos meus olhos, para que eu
veja e coma da sua mão.
6. Deitou-se, pois, Amnom, e fingiu-se doente.
Vindo o rei visitá-lo, disse-lhe Amnom: Peço-te que minha irmã Tamar venha e
prepare dois bolos diante dos meus olhos, para que eu coma da sua
mão.
7. Mandou, então, Davi a casa, a dizer a Tamar: Vai a casa de
Amnom, teu irmão, e faze-lhe alguma comida.
8. Foi, pois, Tamar a casa
de Amnom, seu irmão; e ele estava deitado. Ela tomou massa e, amassando-a, fez
bolos e os cozeu diante dos seus olhos.
9. E tomou a panela, e os
tirou diante dele; porém ele recusou comer. E disse Amnom: Fazei retirar a todos
da minha presença. E todos se retiraram dele.
10. Então disse Amnom a
Tamar: Traze a comida a câmara, para que eu coma da tua mão. E Tamar, tomando os
bolos que fizera, levou-os à câmara, ao seu irmão Amnom.
11. Quando
lhos chegou, para que ele comesse, Amnom pegou dela, e disse-lhe: Vem, deita-te
comigo, minha irmã.
12. Ela, porém, lhe respondeu: Não, meu irmão, não
me forces, porque não se faz assim em Israel; não faças tal
loucura.
13. Quanto a mim, para onde levaria o meu opróbrio? E tu
passarias por um dos insensatos em Israel. Rogo-te, pois, que fales ao rei,
porque ele não me negará a ti.
14. Todavia ele não quis dar ouvidos à
sua voz; antes, sendo mais forte do que ela, forçou-a e se deitou com
ela.
15. Depois sentiu Amnom grande aversão por ela, pois maior era a
aversão que se sentiu por ela do que o amor que lhe tivera. E disse-lhe Amnom:
Levanta-te, e vai-te.
16. Então ela lhe respondeu: Não há razão de me
despedires; maior seria este mal do que o outro já me tens feito. Porém ele não
lhe quis dar ouvidos,
17. mas, chamando o moço que o servia,
disse-lhe: Deita fora a esta mulher, e fecha a porta após ela.
18.
Ora, trazia ela uma túnica talar; porque assim se vestiam as filhas virgens dos
reis. Então o criado dele a deitou fora, e fechou a porta após
ela.
19. Pelo que Tamar, lançando cinza sobre a cabeça, e rasgando a
túnica talar que trazia, pôs as mãos sobre a cabeça, e se foi andando e
clamando.
20. Mas Absalão, seu irmão, lhe perguntou: Esteve Amnom, teu
irmão, contigo? Ora pois, minha irmã, cala-te; é teu irmão. Não se angustie o
seu coração por isto. Assim ficou Tamar, desolada, em casa de Absalão, seu
irmão.
21. Quando o rei Davi ouviu todas estas coisas, muito se lhe
acendeu a ira.
22. Absalão, porém, não falou com Amnom, nem mal nem
bem, porque odiava a Amnom por ter ele forçado a Tamar, sua irmã.
23.
Decorridos dois anos inteiros, tendo Absalão tosquiadores em Baal-Hazor, que
está junto a Efraim, convidou todos os filhos do rei.
24. Foi, pois,
Absalão ter com o rei, e disse: Eis que agora o teu servo faz a tosquia. Peço
que o rei e os seus servos venham com o teu servo.
25. O rei, porém,
respondeu a Absalão: Não, meu filho, não vamos todos, para não te sermos
pesados. Absalão instou com ele; todavia ele não quis ir, mas deu-lhe a sua
benção.
26. Disse-lhe Absalão: Ao menos, deixa ir conosco Amnom, meu
irmão. O rei, porém, lhe perguntou: Para que iria ele contigo?
27. Mas
como Absalão instasse com o rei, este deixou ir com ele Amnom, e os demais
filhos do rei.
28. Ora, Absalão deu ordem aos seus servos, dizendo:
Tomai sentido; quando o coração de Amnom estiver alegre do vinho, e eu vos
disser: Feri a Amnom; então matai-o. Não tenhais medo; não sou eu quem vo-lo
ordenou? Esforçai-vos, e sede valentes.
29. E os servos de Absalão
fizeram a Amnom como Absalão lhes havia ordenado. Então todos os filhos do rei
se levantaram e, montando cada um no seu mulo, fugiram.
30. Enquanto
eles ainda estavam em caminho, chegou a Davi um rumor, segundo o qual se dizia:
Absalão matou todos os filhos do rei; nenhum deles ficou.
31. Então o
rei se levantou e, rasgando as suas vestes, lançou-se por terra; da mesma
maneira todos os seus servos que lhe assistiam rasgaram as suas
vestes.
32. Mas Jonadabe, filho de Siméia, irmão de Davi, disse-lhe:
Não presuma o meu senhor que mataram todos os mancebos filhos do rei, porque só
morreu Amnom; porque assim o tinha resolvido fazer Absalão, desde o dia em que
ele forçou a Tamar, sua irmã.
33. Não se lhe meta, pois, agora no
coração ao rei meu senhor o pensar que morreram todos os filhos do rei; porque
só morreu Amnom.
34. Absalão, porém, fugiu. E o mancebo que estava de
guarda, levantando os olhos, orou, e eis que vinha muito povo pelo caminho por
detrás dele, ao lado do monte.
35. Então disse Jonadabe ao rei: Eis aí
vêm os filhos do rei; conforme a palavra de teu servo, assim
sucedeu.
36. Acabando ele de falar, chegaram os filhos do rei e,
levantando a sua voz, choraram; e também o rei e todos os seus servos choraram
amargamente.
37. Absalão, porém, fugiu, e foi ter com Talmai, filho de
Amiur, rei de Gesur. E Davi pranteava a seu filho todos os dias.
38.
Tendo Absalão fugido para Gesur, esteve ali três anos.
39. Então o rei
Davi sentiu saudades de Absalão, pois já se tinha consolado acerca da morte de
Amnom.
[II Samuel 14]II Samuel
14
1. Percebendo Joabe, filho de Zeruia, que o coração
do rei estava inclinado para Absalão,
2. mandou a Tecoa trazer de lá
uma mulher sagaz, e disse-lhe: Ora, finge que estás de nojo; põe vestidos de
luto, não te unjas com óleo, e faze-te como uma mulher que há muitos dias chora
algum morto;
3. vai ter com o rei, e fala-lhe desta maneira. Então
Joabe lhe pôs as palavras na boca.
4. A mulher tecoíta, pois, indo ter
com o rei e prostrando-se com o rosto em terra, fez-lhe uma reverência e disse:
Salva-me, o rei.
5. Ao que lhe perguntou o rei: Que tens? Respondeu
ela: Na verdade eu sou viúva; morreu meu marido.
6. Tinha a tua serva
dois filhos, os quais tiveram uma briga no campo e, não havendo quem os
apartasse, um feriu ao outro, e o matou.
7. E eis que toda a parentela
se levantou contra a tua serva, dizendo: Dá-nos aquele que matou a seu irmão,
para que o matemos pela vida de seu irmão, a quem ele matou, de modo que
exterminemos também o herdeiro. Assim apagarão a brasa que me ficou, de sorte a
não deixarem a meu marido nem nome, nem remanescente sobre a terra.
8.
Então disse o rei à mulher: Vai para tua casa, e eu darei ordem a teu
respeito.
9. Respondeu a mulher tecoíta ao rei: A iniqüidade, ó rei
meu senhor, venha sobre mim e sobre a casa de meu pai; e fique inculpável o rei
e o seu trono.
10. Tornou o rei: Quem falar contra ti, traze-mo a mim,
e nunca mais te tocará.
11. Disse ela: Ora, lembre-se o rei do Senhor
seu Deus, para que o vingador do sangue não prossiga na destruição, e não
extermine a meu filho. Então disse ele: Vive o Senhor, que não há de cair no
chão nem um cabelo de teu filho.
12. Então disse a mulher: Permite que
a tua serva fale uma palavra ao rei meu senhor. Respondeu ele:
Fala.
13. Ao que disse a mulher: Por que, pois, pensas tu tal coisa
contra o povo de Deus? Pois, falando o rei esta palavra, fica como culpado,
visto que o rei não torna a trazer o seu desterrado.
14. Porque
certamente morreremos, e serereos como águas derramadas na terra, que não se
podem ajuntar mais; Deus, todavia, não tira a vida, mas cogita meios para que
não fique banido dele o seu desterrado.
15. E se eu agora vim falar
esta palavra ao rei meu senhor, e porque o povo me atemorizou; pelo que dizia a
tua serva: Falarei, pois, ao rei; porventura fará o rei segundo a palavra da sua
serva.
16. Porque o rei ouvirá, para livrar a sua serva da mão do
homem que intenta exterminar da herança de Deus tanto a mim como a meu
filho.
17. Dizia mais a tua serva: Que a palavra do rei meu senhor me
dê um descanso; porque como o anjo de Deus é o rei, meu senhor, para discernir o
bem e o mal; e o Senhor teu Deus seja contigo.
18. Então respondeu o
rei à mulher: Peço-te que não me encubras o que eu te perguntar. Tornou a
mulher: Fale agora o rei meu senhor.
19. Perguntou, pois, o rei: Não é
verdade que a mão de Joabe está contigo em tudo isso? Respondeu a mulher: Vive a
tua alma, ó rei meu senhor, que ninguém se poderá desviar, nem para a direita
nem para a esquerda, de tudo quanto diz o rei meu senhor; porque Joabe, teu
servo, é quem me deu ordem, e foi ele que pôs na boca da tua serva todas estas
palavras;
20. para mudar a feição do negócio é que Joabe, teu servo,
fez isso. Sábio, porém, é meu senhor, conforme a sabedoria do anjo de Deus, para
entender tudo o que há na terra.
21. Então o rei disse a Joabe: Eis
que faço o que pedes; vai, pois, e faze voltar o mancebo Absalão.
22.
Então Joabe se prostrou com o rosto em terra e, fazendo uma reverência, abençoou
o rei; e disse Joabe: Hoje conhece o teu servo que achei graça aos teus olhos, ó
rei meu senhor, porque o rei fez segundo a palavra do teu servo.
23.
Levantou-se, pois, Joabe, foi a Gesue e trouxe Absalão para
Jerusalém.
24. E disse o rei: Torne ele para sua casa, mas não venha à
minha presença. Tornou, pois, Absalão para sua casa, e não foi à presença do
rei.
25. Não havia em todo o Israel homem tão admirável pela sua
beleza como Absalão; desde a planta do pé até o alto da cabeça não havia nele
defeito algum.
26. E, quando ele cortava o cabelo, o que costumava
fazer no fim de cada ano, porquanto lhe pesava muito, o peso do cabelo era de
duzentos siclos, segundo o peso real.
27. Nasceram a Absalão três
filhos, e uma filha cujo nome era Tamar; e esta era mulher formosa à
vista.
28. Assim ficou Absalão dois anos inteiros em Jerusalém, sem
ver a face do rei.
29. Então Absalão mandou chamar Joabe, para o
enviar ao rei; porém Joabe não quis vir a ele. Mandou chamá-lo segunda vez, mas
ele não quis vir.
30. Pelo que disse aos seus servos: Vede ali o campo
de Joabe pegado ao meu, onde ele tem cevada; ide, e ponde-lhe fogo. E os servos
de Absalão puseram fogo ao campo:
31. Então Joabe se levantou, e veio
ter com Absalão, em casa, e lhe perguntou: Por que os teus servos puseram fogo
ao meu campo.
32. Respondeu Absalão a Joabe: Eis que enviei a ti,
dizendo: Vem cá, para que te envie ao rei, a dizer-lhe: Para que vim de Gesur?
Melhor me fora estar ainda lá. Agora, pois, veja eu a face do rei; e, se há em
mim alguma culpa, que me mate.
33. Foi, pois, Joabe à presença do rei,
e lho disse. Então o rei chamou Absalão, e ele entrou à presença do rei, e se
prostrou com o rosto em terra diante do rei; e o rei beijou Absalão.
[II
Samuel 15]II Samuel 15
1. Aconteceu
depois disso que Absalão adquiriu para si um carro e cavalos, e cinqüenta homens
que corressem adiante dele.
2. E levantando-se Absalão cedo, parava ao
lado do caminho da porta; e quando algum homem tinha uma demanda para, vir ao
rei a juízo, Absalão o chamava a si e lhe dizia: De que cidade és tu? E, dizendo
ele: De tal tribo de Israel é teu servo;
3. Absalão lhe dizia: Olha, a
tua causa é boa e reta, porém não há da parte do rei quem te ouça.
4.
Dizia mais Absalão: Ah, quem me dera ser constituído juiz na terra! para que
viesse ter comigo todo homem que tivesse demanda ou questão, e eu lhe faria
justiça.
5. Sucedia também que, quando alguém se chegava a ele para
lhe fazer reverência, ele estendia a mão e, pegando nele o beijava.
6.
Assim fazia Absalão a todo o Israel que vinha ao rei para juízo; desse modo
Absalão furtava o coração dos homens de Israel.
7. Aconteceu, ao cabo
de quatro anos, que Absalão disse ao rei: Deixa-me ir pagar em Hebrom o voto que
fiz ao Senhor.
8. Porque, morando eu em Gesur, na Síria, fez o teu
servo um voto, dizendo: Se o Senhor, na verdade, me fizer tornar a Jerusalém,
servirei ao Senhor.
9. Então lhe disse o rei: Vai em paz. Levantou-se,
pois, e foi para Hebrom.
10. Absalão, porém, enviou emissários por
todas as tribos de Israel, dizendo: Quando ouvirdes o som da trombeta, direis:
Absalão reina em Hebrom.
11. E de Jerusalém foram com Absalão duzentos
homens que tinham sido convidados; mas iam na sua simplicidade, pois nada sabiam
daquele desígnio.
12. Também Absalão, enquanto oferecia os seus
sacrifícios, mandou vir da cidade de Siló, Aitofel, o gilonita, conselheiro de
Davi. E a conspiração tornava-se poderosa, crescendo cada vez mais o número do
povo que estava com Absalão.
13. Então veio um mensageiro a Davi,
dizendo: O coração de todo o Israel vai após Absalão.
14. Disse, pois,
Davi a todos os seus servos que estavam com ele em Jerusalém: Levantai-vos, e
fujamos, porque doutra forma não poderemos escapar diante de Absalão.
Apressai-vos a sair; não seja caso que ele nos apanhe de súbito, e lance sobre
nós a ruína, e fira a cidade ao fio da espada.
15. Então os servos do
rei lhe disseram: Eis aqui os teus servos para tudo quanto determinar o rei,
nosso senhor.
16. Assim saiu o rei, com todos os de sua casa,
deixando, porém, dez concubinas para guardarem a casa.
17. Tendo,
pois, saído o rei com todo o povo, pararam na última casa:
18. E todos
os seus servos iam ao seu lado; mas todos os quereteus, e todos os peleteus, e
todos os giteus, seiscentos homens que o seguiram de Gate, caminhavam adiante do
rei.
19. Disse o rei a Itai, o giteu: Por que irias tu também conosco?
Volta e fica-te com o rei, porque és estrangeiro e exilado; torna a teu
lugar.
20. Ontem vieste, e te levaria eu hoje conosco a vaguear? Pois
eu vou para onde puder ir; volta, e lei, e contigo teus irmãos; a misericórdia e
a fidelidade sejam contigo.
21. Respondeu, porém, Itai ao rei, e
disse: Vive o Senhor, e vive o rei meu senhor, que no lugar em que estiver o rei
meu senhor, seja para morte, seja para vida, aí estará também o eu
servo.
22. Então disse Davi a Itai: Vai, pois, e passa adiante. Assim
passou Itai, o giteu, e todos os seus homens, e todos os pequeninos que havia
com ele.
23. Toda a terra chorava em alta voz, enquanto todo o povo
passava; e o rei atravessou o ribeiro de Cedrom, e todo o povo caminhava na
direção do deserto.
24. E chegou Abiatar; e veio também Zadoque, e com
ele todos os levitas que levavam a arca do pacto de Deus; e puseram ali a arca
de Deus, até que todo o povo acabou de sair da cidade.
25. Então disse
o rei a Zadoque: Torna a levar a arca de Deus à cidade; pois, se eu achar graça
aos olhos do Senhor, ele me fará voltar para lá, e me deixará ver a arca e a sua
habitação.
26. Se ele, porém, disser: Não tenho prazer em ti; eis-me
aqui, faça a mim o que bem lhe parecer.
27. Disse mais o rei a
Zadoque, o sacerdote: Não és tu porventura vidente? volta, pois, para a cidade
em paz, e contigo também teus dois filhos, Aimaaz, teu filho, e Jônatas, filho
de Abiatar.
28. Vede eu me demorarei nos vaus do deserto até que tenha
notícias da vossa parte.
29. Zadoque, pois, e Abiatar tornaram a levar
para Jerusalém a arca de Deus, e ficaram ali.
30. Mas Davi, subindo
pela encosta do monte das Oliveiras, ia chorando; tinha a cabeça coberta, e
caminhava com os pés descalços. Também todo o povo que ia com ele tinha a cabeça
coberta, e subia chorando sem cessar.
31. Então disseram a Davi:
Aitofel está entre os que conspiraram com Absalão. Pelo que disse Davi: Ó
Senhor, torna o conselho de Aitofel em loucura!
32. Ora, aconteceu
que, chegando Davi ao cume, onde se costumava adorar a Deus, Husai, o arquita,
veio encontrar-se com ele, com a roupa rasgada e a cabeça coberta de
terra.
33. Disse-lhe Davi: Se fores comigo, ser-me-ás
pesado;
34. porém se voltares para a cidade, e disseres a Absalão: Eu
serei, ó rei, teu servo; como fui dantes servo de teu pai, assim agora serei teu
servo; dissipar-me-ás então a conselho de Aitofel.
35. E não estão ali
contigo Zadoque e Abiatar, sacerdotes? Portanto, tudo o que ouvires da casa do
rei lhes dirás.
36. Eis que estão também ali com eles seus dois
filhos, Aimaaz, filho de Zadoque, e Jônatas, filho de Abiatar; por eles me
avisareis de tudo o que ouvirdes.
37. Husai, pois, amigo de Davi,
voltou para a cidade. E Absalão entrou em Jerusalém.
[II Samuel 16]II Samuel 16
1. Tendo Davi passado um pouco
além do cume, eis que Ziba, o moço de Mefibosete, veio encontrar-se com ele, com
um par de jumentos albardados, e sobre eles duzentos pães, cem cachos de passas,
e cem de frutas de verão e um odre de vinho.
2. Perguntou, pois, o rei
a Ziba: Que pretendes com isso? Respondeu Ziba: Os jumentos são para a casa do
rei, para se montarem neles; e o pão e as frutas de verão para os moços comerem;
e o vinho para os cansados no deserto beberem.
3. Perguntou ainda o
rei: E onde está o filho de teu senhor? Respondeu Ziba ao rei: Eis que permanece
em Jerusalém, pois disse: Hoje a casa de Israel me restituirá o reino de meu
pai.
4. Então disse o rei a Ziba: Eis que tudo quanto pertencia a
Mefibosete é teu. Ao que Ziba, inclinando-se, disse: Que eu ache graça aos teus
olhos, ó rei meu senhor.
5. Tendo o rei Davi chegado a Baurim, veio
saindo dali um homem da linhagem da casa de Saul, cujo nome era Simei, filho de
Gêra; e, adiantando-se, proferia maldições.
6. Também atirava pedras
contra Davi e todos os seus servos, ainda que todo o povo e todos os valorosos
iam à direita e à esquerda do rei.
7. E, amaldiçoando-o Simei, assim
dizia: Sai, sai, homem sanguinário, homem de Belial!
8. O Senhor te
deu agora a paga de todo o sangue da casa de Saul, em cujo lugar tens reinado;
já entregou o Senhor o reino na mão de Absalão, teu filho; e eis-te agora na
desgraça, pois és um homem sanguinário.
9. Então Abisai, filho de
Zeruia, disse ao rei: Por que esse cão morto amaldiçoaria ao rei meu senhor?
Deixa-me passar e tirar-lhe a cabeça.
10. Disse, porém, o rei: Que
tenho eu convosco, filhos de Zeruia? Por ele amaldiçoar e por lhe ter dito o
Senhor: Amaldiçoa a Davi; quem dirá: Por que assim fizeste?
11. Disse
mais Davi a Abisai, e a todos os seus servos: Eis que meu filho, que saiu das
minhas entranhas, procura tirar-me a vida; quanto mais ainda esse benjamita?
Deixai-o; deixai que amaldiçoe, porque o Senhor lho ordenou.
12.
Porventura o Senhor olhará para a minha aflição, e me pagará com bem a maldição
deste dia.
13. Prosseguiam, pois, o seu caminho, Davi e os seus
homens, enquanto Simei ia pela encosta do monte, defronte dele, caminhando e
amaldiçoando, e atirava pedras contra ele, e levantava poeira.
14. E o
rei e todo o povo que ia com ele chegaram cansados ao Jordão; e ali
descansaram.
15. Absalão e todo o povo, os homens de Israel, vieram a
Jerusalém; e Aitofel estava com ele.
16. E chegando Husai, o arquita,
amigo de Davi, a Absalão, disse-lhe: Viva o rei, viva o rei!
17.
Absalão, porém, perguntou a Husai: E esta a tua benevolência para com o teu
amigo? Por que não foste com o teu amigo?
18. Respondeu-lhe Husai:
Não; pois aquele a quem o Senhor, e este povo, e todos os homens de Israel têm
escolhido, dele serei e com ele ficarei.
19. E, demais disto, a quem
serviria eu? Porventura não seria a seu filho? como servi a teu pai, assim
servirei a ti.
20. Então disse Absalão a Aitofel: Dai o vosso conselho
sobre o que devemos fazer.
21. Respondeu Aitofel a Absalão: Entra às
concubinas de teu pai, que ele deixou para guardarem a casa; e assim todo o
Israel ouvirá que te fizeste aborrecível para com teu pai, e se fortalecerão as
mãos de todos os que estão contigo.
22. Estenderam, pois, para Absalão
uma tenda no terraço; e entrou Absalão às concubinas de seu pai, à vista de todo
o Israel.
23. E o conselho que Aitofel dava naqueles dias era como se
o oráculo de Deus se consultara; tal era todo o conselho de Aitofel, tanto para
com Davi como para Absalão.
[II Samuel 17]II Samuel
17
1. Disse mais Aitofel a Absalão: Deixa-me escolher
doze mil homens, e me levantarei, e perseguirei a Davi esta noite.
2.
Irei sobre ele, enquanto está cansado, e fraco de mãos, e o espantarei: então
fugirá todo o povo que está com ele. Ferirei tão-somente o rei;
3. e
farei tornar a ti todo o povo, como uma noiva à casa do seu esposo; pois é a
vida dum só homem que tu buscas; assim todo o povo estará em paz.
4. E
este conselho agradou a Absalão, e a todos os anciãos de Israel.
5.
Disse, porém, Absalão: Chamai agora a Husai, o arquita, e ouçamos também o que
ele diz.
6. Quando Husai chegou a Absalão, este lhe disse: Desta
maneira falou Aitofel; faremos conforme a sua palavra? Se não, fala
tu.
7. Então disse Husai a Absalão: O conselho que Aitofel deu esta
vez não é bom.
8. Acrescentou Husai: Tu bem sabes que teu pai e os
seus homens são valentes, e que estão com o espírito amargurado, como a ursa no
campo, roubada dos seus cachorros; além disso teu pai é homem de guerra, e não
passará a noite com o povo.
9. Eis que agora está ele escondido
nalguma cova, ou em qualquer outro lugar; e será que, caindo alguns no primeiro
ataque, todo o que o ouvir dirá: Houve morticínio entre o povo que segue a
Absalão.
10. Então até o homem valente, cujo coração é como coração de
leão, sem dúvida desmaiará; porque todo o Israel sabe que teu pai é valoroso, e
que são valentes os que estão com ele.
11. Eu, porém, aconselho que
com toda a pressa se ajunte a ti todo o Israel, desde Dã até Berseba, em
multidão como a areia do mar; e que tu em pessoa vás à peleja.
12.
Então iremos a ele, em qualquer lugar em que se achar, e desceremos sobre ele,
como o orvalho cai sobre a terra; e não ficará dele e de todos os homens que
estão com ele nem sequer um só.
13. se ele, porém, se retirar para
alguma cidade, todo o Israel trará cordas àquela cidade, e arrastá-la-emos até o
ribeiro, até que não se ache ali nem uma só pedrinha
14. Então Absalão
e todos os homens e Israel disseram: Melhor é o conselho de Husai, o arquita, do
que o conselho de Aitofel: Porque assim o Senhor o ordenara, para aniquilar o
bom conselho de Aitofel, a fim de trazer o mal sobre Absalão.
15.
Também disse Husai a Zadoque e a Abiatar, sacerdotes: Assim e assim aconselhou
Aitofel a Absalão e aos anciãos de Israel; porém eu aconselhei assim e
assim.
16. Agora, pois, mandai apressadamente avisar a Davi, dizendo:
Não passes esta noite nos vaus do deserto; mas passa sem falta à outra banda,
para que não seja devorado o rei, e todo o povo que com ele está.
17.
Ora, Jônatas e Aimaaz estavam esperando junto a En-Rogel; e foi uma criada, e
lhes avisou, para que eles fossem e o dissessem ao rei Davi; pois não deviam ser
vistos entrando na cidade.
18. Viu-os todavia um moço, e avisou a
Absalão. Ambos, porém, partiram apressadamente, e entraram em casa de um homem,
em Baurim, o qual tinha no pátio de sua casa um poço, para o qual eles
desceram.
19. E a mulher, tomando a tampa, colocou-a sobre a boca do
poço, e espalhou grão triturado sobre ela; assim nada se soube.
20.
Chegando, pois, os servos de Absalão àquela casa, perguntaram à mulher: Onde
estão Aimaaz e Jônatas? Respondeu-lhes a mulher: Já passaram a corrente das
águas. E, havendo-os procurado sem os encontrarem, voltaram para
Jerusalém.
21. Depois que eles partiram, Aimaaz e Jônatas, saindo do
poço, foram e avisaram a Davi; e disseram-lhe: Levantai-vos, e passai depressa
as águas, porque assim e assim aconselhou contra vós Aitofel.
22.
Então se levantou Davi e todo o povo que com ele estava, e passaram o Jordão; e
ao raiar da manhã não faltava nem um só que não o tivesse passado.
23.
Vendo, pois, Aitofel que não se havia seguido o seu conselho, albardou o jumento
e, partindo, foi para casa, para a sua cidade; e, tendo posto em ordem a sua
casa, se enforcou e morreu; e foi sepultado na sepultura de seu
pai.
24. Então Davi veio a Maanaim; e Absalão passou o Jordão, ele e
todos os homens de Israel com ele.
25. E Absalão colocou Amasa em
lugar de Joabe sobre o exército. Ora, Amasa era filho de um homem que se chamava
Itra, o jizreelita, o qual entrara a Abigail, filha de Naás e irmã de Zeruia,
mãe de Joabe.
26. Israel e Absalão se acamparam na terra de
Gileade.
27. Tendo Davi chegado a Maanaim, Sobi, filho de Naás, de
Rabá dos filhos de Amom, e Maquir, filho de Amiel, de Lo-Debar, e Barzilai, o
gileadita, de Rogelim,
28. tomaram camas, bacias e vasilhas de barro;
trigo, cevada, farinha, grão tostado, favas, lentilhas e torradas;
29.
mel, manteiga, ovelhas e queijos de vaca, e os trouxeram a Davi e ao povo que
com ele estava, para comerem; pois diziam: O povo está faminto, cansado e
sedento, no deserto.
[II Samuel 18]II Samuel
18
1. Então Davi contou o povo que tinha consigo, e pôs
sobre ele chefes de mil e chefes de cem.
2. E Davi enviou o exército,
um terço sob o mando de Joabe, outro terço sob o mando de Abisai, filho de
Zeruia, irmão de Joabe, e outro terço sob o mando de Itai, o giteu. E disse o
rei ao povo: Eu também sairei convosco.
3. Mas o povo respondeu: Não
sairás; porque se fugirmos, eles não se importarão conosco; nem se importarão
conosco ainda que morra metade de nós; porque tu vales por dez mil tais como
nós. Melhor será que da cidade nos mandes socorro.
4. Respondeu-lhes o
rei: Farei o que vos parecer bem. E o rei se pôs ao lado da porta, e todo o povo
saiu em centenas e em milhares.
5. E o rei deu ordem a Joabe, a Abisai
e a Itai, dizendo: Tratai brandamente, por amor de mim, o mancebo Absalão. E
todo o povo ouviu quando o rei deu ordem a todos os chefes acerca de
Absalão.
6. Assim saiu o povo a campo contra Israel; e deu-se a
batalha no bosque de Efraim.
7. Ali o povo de Israel foi derrotado
pelos servos de Davi; e naquele dia houve ali grande morticínio, de vinte mil
homens.
8. Pois a batalha se estendeu sobre a face de toda aquela
terra, e o bosque consumiu mais gente naquele dia do que a espada.
9.
Por acaso Absalão se encontrou com os servos de Davi; e Absalão ia montado num
mulo e, entrando o mulo debaixo dos espessos ramos de um grande carvalho,
pegou-se a cabeça de Absalão no carvalho, e ele ficou pendurado entre o céu e a
terra; e o mulo que estava debaixo dele passou adiante.
10. um homem,
vendo isso, contou-o a Joabe, dizendo: Eis que vi Absalão pendurado dum
carvalho.
11. Então disse Joabe ao homem que lho contara: Pois que o
viste, por que não o derrubaste logo por terra? E eu te haveria dado dez siclos
de prata e um cinto.
12. Respondeu, porém, o homem a Joabe: Ainda que
eu pudesse pesar nas minhas mãos mil siclos de prata, não estenderia a mão
contra o filho do rei; pois bem ouvimos que o rei deu ordem a ti, e a Abisai, e
a Itai, dizendo: Guardai-vos, cada um, de tocar no mancebo
Absalão.
13. E se eu tivesse procedido falsamente contra a sua vida,
coisa nenhuma se esconderia ao rei, e tu mesmo te oporias a mim:
14.
Então disse Joabe: Não posso demorar-me assim contigo aqui. E tomou na mão três
dardos, e traspassou com eles o coração de Absalão, estando ele ainda vivo no
meio do carvalho.
15. E o cercaram dez mancebos, que levavam as armas
de Joabe; e feriram a Absalão, e o mataram.
16. Então tocou Joabe a
buzina, e o povo voltou de perseguir a Israel; porque Joabe deteve o
povo.
17. E tomaram a Absalão e, lançando-o numa grande cova no
bosque, levantaram sobre ele mui grande montão de pedras. E todo o Israel fugiu,
cada um para a sua tenda.
18. Ora, Absalão, quando ainda vivia, tinha
feito levantar para si a coluna que está no vale do rei; pois dizia: Nenhum
filho tenho para conservar a memória o meu nome. E deu o seu próprio nome àquela
coluna, a qual até o dia de hoje se chama o Pilar de Absalão.
19.
Então disse Aimaaz, filho de Zadoque: Deixa-me correr, e anunciarei ao rei que o
Senhor o vingou a mão e seus inimigos.
20. Mas Joabe lhe disse: Tu não
serás hoje o portador das novas; outro dia as levarás, mas hoje não darás a
nova, porque é morto o filho do rei.
21. Disse, porém, Joabe ao
cuchita: Vai tu, e dize ao rei o que viste. O cuchita se inclinou diante de
Joabe, e saiu correndo.
22. Então prosseguiu Aimaaz, filho de Zadoque,
e disse a Joabe: Seja o que for, deixa-me também correr após o cuchita.
Respondeu Joabe: Para que agora correrias tu, meu filho, pois não receberias
recompensa pelas novas?
23. seja o que for, disse Aimaaz, correrei.
Disse-lhe, pois, Joabe: Corre. Então Aimaaz correu pelo caminho da planície, e
passou adiante do cuchita.
24. Ora, Davi estava sentado entre as duas
portas; e a sentinela subiu ao terraço da porta junto ao muro e, levantando os
olhos, viu um homem que corria só.
25. Gritou, pois, a sentinela, e o
disse ao rei. Respondeu o rei: Se vem só, é portador de novas. Vinha, pois, o
mensageiro aproximando-se cada vez mais.
26. Então a sentinela viu
outro homem que corria, e gritou ao porteiro, e disse: Eis que lá vem outro
homem correndo só. Então disse o rei: Também esse traz novas.
27.
Disse mais a sentinela: O correr do primeiro parece ser o correr de Aimaaz,
filho de Zadoque. Então disse o rei: Este é homem de bem, e virá com boas
novas.
28. Gritou, pois, Aimaaz, e disse ao rei: Paz! E inclinou-se ao
rei com o rosto em terra, e disse: Bendito seja o Senhor teu Deus, que entregou
os homens que levantaram a mão contra o rei meu senhor.
29. Então
perguntou o rei: Vai bem o mancebo Absalão? Respondeu Aimaaz: Quando Joabe me
mandou a mim, o servo do rei, vi um grande alvoroço; porem não sei o que
era.
30. Disse-lhe o rei: Põe-te aqui ao lado. E ele se pôs ao lado, e
esperou de pé.
31. Nisso chegou o cuchita, e disse: Novas para o rei
meu senhor. Pois que hoje o Senhor te vingou da mão de todos os que se
levantaram contra ti.
32. Então perguntou o rei ao cuchita: Vai bem o
mancebo Absalão? Respondeu o cuchita: Sejam como aquele mancebo os inimigos do
rei meu senhor, e todos os que se levantam contra ti para te fazerem
mal.
33. Pelo que o rei ficou muito comovido e, subindo à sala que
estava por cima da porta, pôs-se a chorar; e andando, dizia assim: Meu filho
Absalão, meu filho, meu filho Absalão! quem me dera que eu morrera por ti,
Absalão, meu filho, meu filho!
[II Samuel 19]II Samuel
19
1. Disseram a Joabe: Eis que o rei está chorando e
se lamentando por Absalão.
2. Então a vitória se tornou naquele dia em
tristeza para todo o povo, porque nesse dia o povo ouviu dizer: O rei está muito
triste por causa de seu filho.
3. E nesse dia o povo entrou
furtivamente na cidade, como o faz quando, envergonhado, foge da
peleja.
4. Estava, pois, o rei com o rosto coberto, e clamava em alta
voz: Meu filho Absalão, Absalão meu filho, meu filho!
5. Então entrou
Joabe na casa onde estava o rei, e disse: Hoje envergonhaste todos os teus
servos, que livraram neste dia a tua vida, a vida de teus filhos e filhas, e a
vida de tuas mulheres e concubinas,
6. amando aos que te odeiam, e
odiando aos que te amam. Porque hoje dás a entender que nada valem para ti nem
chefes nem servos; pois agora entendo que se Absalão vivesse, e todos nós hoje
fôssemos mortos, ficarias bem contente.
7. Levanta-te, pois, agora;
sai e fala ao coração de teus servos. Porque pelo Senhor te juro que, se não
saíres, nem um só homem ficará contigo esta noite; e isso te será pior do que
todo o mal que tem vindo sobre ti desde a tua mocidade até agora.
8.
Pelo que o rei se levantou, e se sentou à porta; e avisaram a todo o povo,
dizendo: Eis que o rei está sentado à porta. Então todo o povo veio
apresentar-se diante do rei. Ora, Israel havia fugido, cada um para a sua
tenda.
9. Entrementes todo o povo, em todas as tribos de Israel,
andava altercando entre si, dizendo: O rei nos tirou das mãos de nossos
inimigos, e nos livrou das mãos dos filisteus; e agora fugiu da terra por causa
de Absalão.
10. Também Absalão, a quem ungimos sobre nós, morreu na
peleja. Agora, pois, porque vos calais, e não fazeis voltar o rei?
11.
Então o rei Davi mandou dizer a Zadoque e a Abiatar, sacerdotes: Falai aos
anciãos de Judá, dizendo: Por que seríeis vós os últimos em tornar a trazer o
rei para sua casa? Porque a palavra de todo o Israel tem chegado ao rei, até a
sua casa.
12. Vós sois meus irmãos; meus ossos e minha carne sois vós;
por que, pois, seríeis os últimos em tornar a trazer o rei?
13. Dizei
a Amasa: Porventura não és tu meu osso e minha carne? Assim me faça Deus e outro
tanto, se não fores chefe do exercito diante e mim para sempre, em lugar de
Joabe.
14. Assim moveu ele o coração de todos os homens de Judá, como
se fosse o de um só homem; e enviaram ao rei, dizendo: Volta, com todos os teus
servos.
15. Então o rei voltou, e chegou até o Jordão; e Judá veio a
Gilgal, para encontrar-se com o rei, a fim de fazê-lo passar o
Jordão.
16. Ora, apressou-se Simei, filho de Gêra, benjamita, que era
de Baurim, e desceu com os homens de Judá a encontrar-se com o rei
Davi;
17. e com ele mil homens de Benjamim, como também Ziba, servo da
casa de Saul, e seus quinze filhos, e seus vinte servos com ele; desceram
apressadamente ao Jordão adiante do rei,
18. atravessando o vau para
trazer a casa do rei e para fazer o que aprouvesse a ele. Quando o rei ia passar
o Jordão, Simei, filho de Gêra, se prostrou diante dele,
19. e lhe
disse: Não me impute meu senhor à minha culpa, e não te lembres do que tão
perversamente fez teu servo, no dia em que o rei meu senhor saiu de Jerusalém;
não conserve o rei isso no coração.
20. Porque eu, teu servo, deveras
confesso que pequei; por isso eis que eu sou o primeiro, de toda a casa de José,
a descer ao encontro do rei meu senhor.
21. Respondeu Abisai, filho de
Zeruia, dizendo: Não há de ser morto Simei por haver amaldiçoado ao ungido do
Senhor?
22. Mas Davi disse: Que tenho eu convosco, filhos de Zeruia,
para que hoje me sejais adversários? Será morto alguém hoje em Israel? pois não
sei eu que hoje sou rei sobre Israel?
23. Então disse o rei a Simei:
Não morrerás. E o rei lho jurou.
24. Também Mefibosete, filho de Saul,
desceu a encontrar-se com o rei, e não cuidara dos pés, nem fizera a barba, nem
lavara as suas vestes desde o dia em que o rei saíra até o dia em que voltou em
paz.
25. E sucedeu que, vindo ele a Jerusalém a encontrar-se com o
rei, este lhe perguntou: Por que não foste comigo, Mefibosete?
26.
Respondeu ele: O rei meu senhor, o meu servo me enganou. Porque o teu servo
dizia: Albardarei um jumento, para nele montar e ir com o rei; pois o teu servo
é coxo.
27. E ele acusou falsamente o teu servo diante do rei meu
senhor; porém o rei meu senhor é como um anjo de Deus; faze, pois, o que bem te
parecer.
28. Pois toda a casa de meu pai não era senão de homens
dignos de morte diante do rei meu senhor; contudo, puseste teu servo entre os
que comem à tua mesa. E que direito mais tenho eu de clamar ainda ao
rei.
29. Ao que lhe respondeu o rei: Por que falas ainda de teus
negócios? Já decidi: Tu e Ziba reparti as terras.
30. Então disse
Mefibosete ao rei: Deixe que ele tome tudo, uma vez que o rei meu senhor já
voltou em paz à sua casa.
31. Também Barzilai, o gileadita, desceu de
Rogelim, e passou com o rei o Jordão, para acompanhá-lo até a outra banda do
rio.
32. E era Barzilai mui velho, da idade de oitenta anos; e ele
tinha provido o rei de víveres enquanto este se demorara em Maanaim, pois era
homem muito rico.
33. Disse, pois, o rei a Barzilai: Passa tu comigo e
eu te sustentarei em Jerusalém, em minha companhia.
34. Barzilai,
porém, respondeu ao rei: Quantos anos viverei ainda, para que suba com o rei a
Jerusalém.
35. Oitenta anos tenho hoje; poderei eu discernir entre e
bom e o mau? poderá o teu servo perceber sabor no que comer e beber? poderei eu
mais ouvir a voz dos cantores e das cantoras? e por que será o teu servo ainda
pesado ao rei meu senhor?
36. O teu servo passará com o rei até um
pouco além do Jordão. Por que me daria o rei tal recompensa?
37. Deixa
voltar o teu servo, para que eu morra na minha cidade, junto à sepultura de meu
pai e de minha mãe. Mas eis aí o teu servo Quimã; passe ele com o rei meu
senhor, e faze-lhe o que for do teu agrado.
38. Ao que disse o rei:
Quimã passará comigo, e eu lhe farei o que te parecer bem, e tudo quanto me
pedires te farei.
39. Havendo, pois, todo o povo passado o Jordão, e
tendo passado também o rei, beijou o rei a Barzilai, e o abençoou; e este voltou
para o seu lugar.
40. Dali passou o rei a Gilgal, e Quimã com ele; e
todo o povo de Judá, juntamente com a metade do povo de Israel, conduziu o
rei.
41. Então todos os homens de Israel vieram ter com o rei, e lhe
disseram: Por que te furtaram nossos irmãos, os homens de Judá, e fizeram passar
o Jordão o rei e a sua casa, e todos os seus homens com ele?
42.
Responderam todos os homens de Judá aos homens de Israel: Porquanto o rei é
nosso parente: Por que vos irais por isso. Acaso temos comido à custa do rei, ou
nos deu ele algum presente?
43. Ao que os homens de Israel responderam
aos homens de Judá: Dez partes temos no rei; mais temos nós em Davi do que vós.
Por que, pois, fizestes pouca conta de nós. Não foi a nossa palavra a primeira,
para tornar a trazer o nosso rei? Porém a palavra dos homens de Judá foi mais
forte do que a palavra dos homens de Israel.
[II Samuel 20]II Samuel 20
1. Ora, sucedeu achar-se ali um
homem de Belial, cujo nome era Sebá, filho de Bicri, homem de Benjamim, o qual
tocou a buzina, e disse: Não temos parte em Davi, nem herança no filho de Jessé;
cada um à sua tenda, ó Israel!
2. Então todos os homens de Israel se
separaram de Davi, e seguiram a Sebá, filho de Bicri; porém os homens de Judá
seguiram ao seu rei desde o Jordão até Jerusalém.
3. Quando Davi
chegou à sua casa em Jerusalém, tomou as dez concubinas que deixara para
guardarem a casa, e as pôs numa casa, sob guarda, e as sustentava; porém não
entrou a elas. Assim estiveram encerradas até o dia da sua morte, vivendo como
viúvas.
4. Disse então o rei a Amasa: Convoca-me dentro de três dias
os homens de Judá, e apresenta-te aqui.
5. Foi, pois, Amasa para
convocar a Judá, porém demorou-se além do tempo que o rei lhe
designara.
6. Então disse Davi a Abisai: Mais mal agora nos fará Sebá,
filho de Bicri, do que Absalão; toma, pois, tu os servos de teu senhor, e
persegue-o, para que ele porventura não ache para si cidades fortificadas, e nos
escape à nossa vista.
7. Então saíram atrás dele os homens de Joabe, e
os quereteus, e os peleteus, e todos os valentes; saíram de Jerusalém para
perseguirem a Sebá, filho de Bicri.
8. Quando chegaram à pedra grande
que está junto a Gibeão, Amasa lhes veio ao encontro. Estava Joabe cingido do
seu traje de guerra que vestira, e sobre ele um cinto com a espada presa aos
seus lombos, na sua bainha; e, adiantando-se ele, a espada caiu da
bainha.
9. E disse Joabe a Amasa: Vais bem, meu irmão? E Joabe, com a
mão direita, pegou da barba de Amasa, para o beijar.
10. Amasa, porém,
não reparou na espada que está na mão de Joabe; de sorte que este o feriu com
ela no ventre, derramando-lhe por terra as entranhas, sem feri-lo segunda vez; e
ele morreu. Então Joabe e Abisai, seu irmão, perseguiram a Sebá, filho de
Bicri.
11. Mas um homem dentre os servos de Joabe ficou junto a Amasa,
e dizia: Quem favorece a Joabe, e quem é por Davi, siga a Joabe.
12. E
Amasa se revolvia no seu sangue no meio do caminho. E aquele homem, vendo que
todo o povo parava, removeu Amasa do caminho para o campo, e lançou sobre ele um
manto, porque viu que todo aquele que chegava ao pé dele parava.
13.
Mas removido Amasa do caminho, todos os homens seguiram a Joabe, para
perseguirem a Sebá, filho de Bicri.
14. Então Sebá passou por todas as
tribos de Israel até Abel e Bete-Maacá; e todos os beritas, ajuntando-se, também
o seguiram.
15. Vieram, pois, e cercaram a Sebá em Abel de Bete-Maacá;
e levantaram contra a cidade um montão, que se elevou defronte do muro; e todo o
povo que estava com Joabe batia o muro para derrubá-lo.
16. Então uma
mulher sábia gritou de dentro da cidade: Ouvi! ouvi! Dizei a Joabe: Chega-te cá,
para que eu te fale.
17. Ele, pois, se chegou perto dela; e a mulher
perguntou: Tu és Joabe? Respondeu ele: Sou. Ela lhe disse: Ouve as palavras de
tua serva. Disse ele: Estou ouvindo.
18. Então falou ela, dizendo:
Antigamente costumava-se dizer: Que se peça conselho em Abel; e era assim que se
punha termo às questões.
19. Eu sou uma das pacíficas e das fiéis em
Israel; e tu procuras destruir uma cidade que é mãe em Israel; por que, pois,
devorarias a herança do Senhor?
20. Então respondeu Joabe, e disse:
Longe, longe de mim que eu tal faça, que eu devore ou arruíne!
21. A
coisa não é assim; porém um só homem da região montanhosa de Efraim, cujo nome é
Sebá, filho de Bicri, levantou a mão contra o rei, contra Davi; entregai-me só
este, e retirar-me-ei da cidade. E disse a mulher a Joabe: Eis que te será
lançada a sua cabeça pelo muro.
22. A mulher, na sua sabedoria, foi
ter com todo o povo; e cortaram a cabeça de Sebá, filho de Bicri, e a lançaram a
Joabe. Este, pois, tocou a buzina, e eles se retiraram da cidade, cada um para
sua tenda. E Joabe voltou a Jerusalém, ao rei.
23. Ora, Joabe estava
sobre todo o exército de Israel; e Benaías, filho de Jeoiada, sobre os quereteus
e os peleteus;
24. e Adorão sobre a gente de trabalhos forçados;
Jeosafá, filho de Ailude, era cronista;
25. Seva era escrivão; Zadoque
e Abiatar, sacerdotes;
26. e Ira, o jairita, era o oficial-mor de
Davi.
[II Samuel 21]II Samuel
21
1. Nos dias de Davi houve uma fome de três anos
consecutivos; pelo que Davi consultou ao Senhor; e o Senhor lhe disse: E por
causa de Saul e da sua casa sanguinária, porque matou os
gibeonitas.
2. Então o rei chamou os gibeonitas e falou com eles (ora,
os gibeonitas não eram dos filhos de Israel, mas do restante dos amorreus; e os
filhos de Israel tinham feito pacto com eles; porém Saul, no seu zelo pelos
filhos de Israel e de Judá, procurou feri-los);
3. perguntou, pois,
Davi aos gibeonitas: Que quereis que eu vos faça. e como hei de fazer expiação,
para que abençoeis a herança do Senhor?
4. Então os gibeonitas lhe
disseram: Não é por prata nem ouro que temos questão com Saul e com a sua casa;
nem tampouco cabe a nós matar pessoa alguma em Israel. Disse-lhes Davi: Que
quereis que vos faça?
5. Responderam ao rei: Quanto ao homem que nos
consumia, e procurava destruir-nos, de modo que não pudéssemos subsistir em
termo algum de Israel,
6. de seus filhos se nos dêem sete homens, para
que os enforquemos ao Senhor em Gibeá de Saul, o eleito do Senhor. E o rei
disse: Eu os darei.
7. O rei, porém, poupou a Mefibosete, filho de
Jônatas, filho de Saul, por causa do juramento do Senhor que entre eles houvera,
isto é, entre Davi e Jônatas, filho de Saul.
8. Mas o rei tomou os
dois filhos de Rizpa, filha de Aías, que ela tivera de Saul, a saber, a Armoni e
a Mefibosete, como também os cinco filhos de Merabe, filha de Saul, que ela
tivera de Adriel, filho de Barzilai, meolatita,
9. e os entregou na
mão dos gibeonitas, os quais os enforcaram no monte, perante o Senhor; e os sete
caíram todos juntos. Foi nos primeiros dias da sega que foram mortos, no
princípio a sega da cevada.
10. Então Rizpa, filha de Aías, tomando um
pano de cilício, estendeu-o para si sobre uma pedra e, desde o princípio da sega
até que a água caiu do céu sobre os corpos, não deixou que se aproximassem deles
as aves do céu de dia, nem os animais do campo de noite:
11. Quando
foi anunciado a Davi o que fizera Rizpa, filha de Aías, concubina de
Saul,
12. ele foi e tomou os ossos de Saul e os de Jônatas seu filho,
aos homens de Jabes-Gileade, que os haviam furtado da praça de Bete-Seã, onde os
filisteus os tinham pendurado quando mataram a Saul em Gilboa;
13. e
trouxe dali os ossos de Saul e os de Jônatas seu filho; e ajuntaram a eles
também os ossos dos enforcados.
14. Enterraram os ossos de Saul e de
Jônatas seu filho, na terra de Benjamim, em Zela, na sepultura de Quis, seu pai;
e fizeram tudo o que o rei ordenara. Depois disto Deus se aplacou para com a
terra.
15. De novo tiveram os filisteus uma guerra contra Israel. E
desceu Davi, e com ele os seus servos; e tanto pelejara contra os filisteus, que
Davi se cansou.
16. E Isbi-Benobe, que era dos filhos do gigante, cuja
lança tinha o peso de trezentos, siclos de bronze, e que cingia uma espada nova,
intentou matar Davi.
17. Porém, Abisai, filho de Zeruia, o socorreu;
e, ferindo ao filisteu, o matou. Então os homens de Davi lhe juraram, dizendo:
Nunca mais sairás conosco à batalha, para que não apagues a lâmpada de
Israel.
18. Aconteceu depois disto que houve em Gobe ainda outra
peleja contra os filisteus; então Sibecai, o husatita, matou Safe, que era dos
filhos do gigante.
19. Houve mais outra peleja contra os filisteus em
Gobe; e El-Hanã, filho de Jaaré-Oregim, o belemita, matou Golias, o giteu, de
cuja lança a haste era como órgão de tecelão.
20. Houve ainda também
outra peleja em Gate, onde estava um homem de alta estatura, que tinha seis
dedos em cada mão, e seis em cada pé, vinte e quatro por todos; também este era
descendente do gigante.
21. Tendo ele desafiado a Israel, Jônatas,
filho de Simei, irmão de Davi, o matou.
22. Estes quatro nasceram ao
gigante em Gate; e caíram pela mão de Davi e pela mão de seus servos.
[II
Samuel 22]II Samuel 22
1. Davi dirigiu
ao Senhor as palavras deste cântico, no dia em que o Senhor o livrou das mãos de
todos os seus inimigos e das mãos de Saul, dizendo:
2. O Senhor é o
meu rochedo, a minha fortaleza e o meu libertador.
3. É meu Deus, a
minha rocha, nele confiarei; é o meu escudo, e a força da minha salvação, o meu
alto retiro, e o meu refúgio. O meu Salvador; da violência tu me
livras.
4. Ao Senhor invocarei, pois é digno de louvor; assim serei
salvo dos meus inimigos.
5. As ondas da morte me cercaram, as
torrentes de Belial me atemorizaram.
6. Cordas do Seol me cingiram,
laços de morte me envolveram.
7. Na minha angústia invoquei ao Senhor;
sim, a meu Deus clamei; do seu templo ouviu ele a minha voz, e o meu clamor
chegou aos seus ouvidos.
8. Então se abalou e tremeu a terra, os
fundamentos dos céus se moveram; abalaram-se porque ele se irou.
9.
Das suas narinas subiu fumaça, e da sua boca um fogo devorador, que pôs carvões
em chamas.
10. Ele abaixou os céus, e desceu; e havia escuridão
debaixo dos seus pés.
11. Montou num querubim, e voou; apareceu sobre
as asas do vento.
12. E por tendas pôs trevas ao redor de si,
ajuntamento de águas, espessas nuvens do céu.
13. Pelo resplendor da
sua presença acenderam-se brasas de fogo.
14. Do céu trovejou o
Senhor, o Altíssimo fez soar a sua voz.
15. Disparou flechas, e os
dissipou; raios, e os desbaratou.
16. Então apareceram as profundezas
do mar; os fundamentos do mundo se descobriram, pela repreensão do Senhor, pelo
assopro do vento das suas narinas.
17. Estendeu do alto a sua mão e
tomou-me; tirou-me das muitas águas.
18. Livrou-me do meu possante
inimigo, e daqueles que me odiavam; porque eram fortes demais para
mim.
19. Encontraram-me no dia da minha calamidade, porém o Senhor se
fez o meu esteio.
20. Conduziu-me para um lugar espaçoso; livrou-me,
porque tinha prazer em mim.
21. Recompensou-me o Senhor conforme a
minha justiça; conforme a pureza e minhas mãos me retribuiu.
22.
Porque guardei os caminhos do Senhor, e não me apartei impiamente do meu
Deus.
23. Pois todos os seus preceitos estavam diante de mim, e dos
seus estatutos não me desviei.
24. Fui perfeito para com ele, e
guardei-me da minha iniqüidade.
25. Por isso me retribuiu o Senhor
conforme a minha justiça, conforme a minha pureza diante dos meus
olhos.
26. Para com o benigno te mostras benigno; para com o perfeito
te mostras perfeito,
27. para com o puro te mostras puro, mas para com
o perverso te mostras avesso.
28. Livrarás o povo que se humilha, mas
teus olhos são contra os altivos, e tu os abaterás.
29. Porque tu,
Senhor, és a minha candeia; e o Senhor alumiará as minhas trevas.
30.
Pois contigo passarei pelo meio dum esquadrão; com o meu Deus transporei um
muro.
31. Quanto a Deus, o seu caminho é perfeito, e a palavra do
Senhor é fiel; é ele o escudo de todos os que nele se refugiam.
32.
Pois quem é Deus, senão o Senhor? e quem é rocha, senão o nosso
Deus?
33. Deus é a minha grande fortaleza; e ele torna perfeito o meu
caminho.
34. Faz ele os meus pés como os das gazelas, e me põe sobre
as minhas alturas.
35. Ele instrui as minhas mãos para a peleja, de
modo que os meus braços podem entesar um arco de bronze.
36. Também me
deste o escudo da tua salvação, e tua brandura me engrandece.
37.
Alargaste os meus passos debaixo de mim, e não vacilaram os meus
artelhos.
38. Persegui os meus inimigos e os destruí, e nunca voltei
atrás sem que os consumisse.
39. Eu os consumi, e os atravessei, de
modo que nunca mais se levantaram; sim, cairam debaixo dos meus
pés.
40. Pois tu me cingiste de força para a peleja; prostraste
debaixo de mim os que se levantaram contra mim.
41. Fizeste que me
voltassem as costas os meus inimigos, aqueles que me odiavam, para que eu os
destruísse.
42. Olharam ao redor, mas não houve quem os salvasse;
clamaram ao Senhor, mas ele não lhes respondeu.
43. Então os moí como
o pó da terra; como a lama das ruas os trilhei e dissipei.
44. Também
me livraste das contendas do meu povo; guardaste-me para ser o cabeça das
nações; um povo que eu não conhecia me serviu.
45. Estrangeiros, com
adulação, se submeteram a mim; ao ouvirem de mim, me obedeceram.
46.
Os estrangeiros desfaleceram e, tremendo, sairam os seus
esconderijos.
47. O Senhor vive; bendita seja a minha rocha, e
exaltado seja Deus, a rocha da minha salvação,
48. o Deus que me deu
vingança, e sujeitou povos debaixo de mim,
49. e me tirou dentre os
meus inimigos; porque tu me exaltaste sobre os meus adversários; tu me livraste
do homem violento.
50. Por isso, ó Senhor, louvar-te-ei entre as
nações, e entoarei louvores ao teu nome.
51. Ele dá grande livramento
a seu rei, e usa de benignidade para com o seu ungido, para com Davi e a sua
descendência para sempre.
[II Samuel 23]II Samuel
23
1. São estas as últimas palavras de Davi: Diz Davi,
filho de Jessé, diz a homem que foi exaltado, o ungido do Deus de Jacó, o suave
salmista de Israel.
2. O Espírito do Senhor fala por mim, e a sua
palavra está na minha língua.
3. Falou o Deus de Israel, a Rocha de
Israel me disse: Quando um justo governa sobre os homens, quando governa no
temor de Deus,
4. será como a luz da manhã ao sair do sol, da manhã
sem nuvens, quando, depois da chuva, pelo resplendor do sol, a erva brota da
terra.
5. Pois não é assim a minha casa para com Deus? Porque
estabeleceu comigo um pacto eterno, em tudo bem ordenado e seguro; pois não fará
ele prosperar toda a minha salvação e todo o meu desejo?
6. Porém os
ímpios todos serão como os espinhos, que se lançam fora, porque não se pode
tocar neles;
7. mas qualquer que os tocar se armará de ferro e da
haste de uma lança; e a fogo serão totalmente queimados no mesmo
lugar.
8. São estes os nomes dos valentes de Davi: Josebe-Bassebete, o
taquemonita; era este principal dos três; foi ele que, com a lança, matou
oitocentos de uma vez.
9. Depois dele Eleazar, filho de Dodó, filho de
Aoí, um dos três valentes que estavam com Davi, quando desafiaram os filisteus
que se haviam reunido para a peleja, enquanto os homens de Israel se
retiravam.
10. Este se levantou, e feriu os filisteus, até lhe cansar
a mão e ficar pegada à espada; e naquele dia o Senhor operou um grande
livramento; e o povo voltou para junto de Eleazar, somente para tomar o
despojo.
11. Depois dele era Samá, filho de Agé, o hararita. Os
filisteus se haviam ajuntado em Leí, onde havia um terreno cheio de lentilhas; e
o povo fugiu de diante dos filisteus.
12. Samá, porém, pondo-se no
meio daquele terreno, defendeu-o e matou os filisteus, e o Senhor efetuou um
grande livramento.
13. Também três dos trinta cabeças desceram, no
tempo da sega, e foram ter com Davi, à caverna de Adulão; e a tropa dos
filisteus acampara no vale de Refaim.
14. Davi estava então no lugar
forte, e a guarnição dos filisteus estava em Belém.
15. E Davi, com
saudade, exclamou: Quem me dera beber da água da cisterna que está junto a porta
de Belém!
16. Então aqueles três valentes romperam pelo arraial dos
filisteus, tiraram água da cisterna que está junto a porta de Belém, e a
trouxeram a Davi; porém ele não quis bebê-la, mas derramou-a perante o
Senhor;
17. e disse: Longe de mim, ó Senhor, que eu tal faça! Beberia
eu o sangue dos homens que foram com risco das suas vidas? De maneira que não a
quis beber. Isto fizeram aqueles três valentes.
18. Ora, Abisai, irmão
de Joabe, filho de Zeruia, era chefe dos trinta; e este alçou a sua lança contra
trezentos, e os matou, e tinha nome entre os três.
19. Porventura não
era este o mais nobre dentre os trinta? portanto se tornou o chefe deles; porém
aos primeiros três não chegou.
20. Também Benaías, filho de Jeoiada,
filho dum homem de Cabzeel, valoroso e de grandes feitos, matou os dois filhos
de Ariel de Moabe; depois desceu, e matou um leão dentro duma cova, no tempo da
neve.
21. Matou também um egípcio, homem de temível aspecto; tinha
este uma lança na mão, mas Benaías desceu a ele com um cajado, arrancou-lhe da
mão a lança, e com ela o matou.
22. Estas coisas fez Benaías, filho de
Jeoiada, pelo que teve nome entre os três valentes.
23. Dentre os
trinta ele era o mais afamado, porém aos três primeiros não chegou. Mas Davi o
pôs sobre os seus guardas.
24. Asael, irmão de Joabe, era um dos
trinta; El-Hanã, filho de Dodó, de Belém;
25. Samá, o harodita; Elica,
o harodita;
26. Jelez, o paltita; Ira, filho de Iques, o
tecoíta;
27. Abiezer, o anatotita; Mebunai, o husatita;
28.
Zalmom, o aoíta; Maarai, o netofatita;
29. Helebe, filho de Baaná, o
netofatita; Itai, filho de Ribai, de Gibeá dos filhos de Benjamim;
30.
Benaías, o piratonita; Hidai, das torrentes de Gaás;
31. Abi-Albom, o
arbatita; Azmavete, o barumita;
32. Eliabá, o saalbonita; Bene-Jásen;
e Jônatas;
33. Samá, o hararita; Aião, filho de Sarar, o
hararita;
34. Elifelete, filho de Acasbai, filho do maacatita; Eliã,
filho de Aitofel, o gilonita;
35. Hezrai, o carmelita; Paarai, o
arbita;
36. Igal, filho de Natã, de Zobá; Bani, o
gadita;
37. Zeleque, o amonita; Naarai, o beerotita, o que trazia as
armas de Joabe, filho de Zeruia;
38. Ira, o itrita; Garebe, o
itrita;
39. Urias, o heteu; trinta e sete ao todo.
[II Samuel
24]II Samuel 24
1. A ira do Senhor
tornou a acender-se contra Israel, e o Senhor incitou a Davi contra eles,
dizendo: Vai, numera a Israel e a Judá.
2. Disse, pois, o rei a Joabe,
chefe do exército, que estava com ele: Percorre todas as tribos de Israel, desde
Dã até Berseba, e numera o povo, para que eu saiba o seu número.
3.
Então disse Joabe ao rei: Ora, multiplique o Senhor teu Deus a este povo cem
vezes tanto quanto agora é, e os olhos do rei meu senhor o vejam. Mas por que
tem prazer nisto o rei meu senhor;
4. Todavia a palavra do rei
prevaleceu contra Joabe, e contra os chefes do exército; Joabe, pois, saiu com
os chefes do exército da presença do rei para numerar o povo de
Israel.
5. Tendo eles passado o Jordão, acamparam-se em Aroer, à
direita da cidade que está no meio do vale de Gade e na direção de
Jazer;
6. em seguida foram a Gileade, e a terra de Tatim-Hódsi; dali
foram a Da-Jaã, e ao redor até Sidom;
7. depois foram à fortaleza de
Tiro, e a todas as cidades dos heveus e dos cananeus; e saíram para a banda do
sul de Judá, em Berseba.
8. Assim, tendo percorrido todo o país,
voltaram a Jerusalém, ao cabo de nove meses e vinte dias.
9. Joabe,
pois, deu ao rei o resultado da numeração do povo. E havia em Israel oitocentos
mil homens valorosos, que arrancavam da espada; e os homens de Judá eram
quinhentos mil.
10. Mas o coração de Davi o acusou depois de haver ele
numerado o povo; e disse Davi ao Senhor: Muito pequei no que fiz; porém agora, ó
Senhor, rogo-te que perdoes a iniqüidade do teu servo, porque tenho procedido
mui nesciamente.
11. Quando, pois, Davi se levantou pela manhã, veio a
palavra do Senhor ao profeta Gade, vidente de Davi, dizendo:
12. Vai,
e dize a Davi: Assim diz o Senhor: Três coisas te ofereço; escolhe qual delas
queres que eu te faça.
13. Veio, pois, Gade a Davi, e fez-lho saber
dizendo-lhe: Queres que te venham sete anos de fome na tua terra; ou que por
três meses fujas diante de teus inimigos, enquanto estes te perseguirem; ou que
por três dias haja peste na tua terra? Delibera agora, e vê que resposta hei de
dar àquele que me enviou.
14. Respondeu Davi a Gade: Estou em grande
angústia; porém caiamos nas mãos do Senhor, porque muitas são as suas
misericórdias; mas nas mãos dos homens não caia eu.
15. Então enviou o
Senhor a peste sobre Israel, desde a manhã até o tempo determinado; e morreram
do povo, desde Dã até Berseba, setenta mil homens.
16. Ora, quando o
anjo estendeu a mão sobre Jerusalém, para a destruir, o Senhor se arrependeu
daquele mal; e disse ao anjo que fazia a destruição entre o povo: Basta; retira
agora a tua mão. E o anjo do Senhor estava junto à eira de Araúna, o
jebuseu.
17. E, vendo Davi ao anjo que feria o povo, falou ao Senhor,
dizendo: Eis que eu pequei, e procedi iniquamente; porém estas ovelhas, que
fizeram? Seja, pois, a tua mão contra mim, e contra a casa de meu
pai.
18. Naquele mesmo dia veio Gade a Davi, e lhe disse: Sobe,
levanta ao Senhor um altar na eira de Araúna, o jebuseu:
19. Subiu,
pois, Davi, conforme a palavra de Gade, como o Senhor havia
ordenado.
20. E olhando Araúna, viu que vinham ter com ele o rei e os
seus servos; saiu, pois, e inclinou-se diante do rei com o rosto em
terra.
21. Perguntou Araúna: Por que vem o rei meu senhor ao seu
servo? Respondeu Davi: Para comprar de ti a eira, a fim de edificar nela um
altar ao Senhor, para que a praga cesse de sobre o povo.
22. Então
disse Araúna a Davi: Tome e ofereça o rei meu senhor o que bem lhe parecer; eis
aí os bois para o holocausto, e os trilhos e os aparelhos dos bois para
lenha.
23. Tudo isto, ó rei, Araúna te oferece. Disse mais Araúna ao
rei: O Senhor teu Deus tome prazer em ti.
24. Mas o rei disse a
Araúna: Não! antes to comprarei pelo seu valor, porque não oferecerei ao Senhor
meu Deus holocaustos que não me custem nada. Comprou, pois, Davi a eira e os
bois por cinqüenta siclos de prata.
25. E edificou ali um altar ao
Senhor, e ofereceu holocaustos e ofertas pacíficas. Assim o Senhor se tornou
propício para com a terra, e cessou aquela praga de sobre Israel.
[I Reis
1]I Reis 1
1. Ora, o rei Davi era já
velho, de idade mui avançada; e por mais que o cobrissem de roupas não se
aquecia.
2. Disseram-lhe, pois, os seus servos: Busque-se para o rei
meu senhor uma jovem donzela, que esteja perante o rei, e tenha cuidado dele; e
durma no seu seio, para que o rei meu senhor se aqueça.
3. Assim
buscaram por todos os termos de Israel uma jovem formosa; e acharam Abisague, a
sunamita, e a trouxeram ao rei.
4. Era a jovem sobremaneira formosa; e
cuidava do rei, e o servia; porém o rei não a conheceu.
5. Então
Adonias, filho de Hagite, se exaltou e disse: Eu reinarei. E preparou para si
carros e cavaleiros, e cinqüenta homens que corressem adiante dele.
6.
Ora, nunca seu pai o tinha contrariado, dizendo: Por que fizeste assim? Além
disso, era ele muito formoso de parecer; e era mais moço do que
Absalão.
7. E teve entendimento com Joabe, filho de Zeruia, e com o
sacerdote Abiatar, os quais aderiram a ele e o ajudavam.
8. Mas
Zadoque, o sacerdote, e Benaías, filho de Jeoiada, e Natã, o profeta, e Simei, e
Rei, e os valentes que Davi tinha, não eram por Adonias.
9. Adonias
matou ovelhas, bois e animais cevados, junto à pedra de Zoelete, que está perto
de En-Rogel; e convidou a todos os seus irmãos, os filhos do rei, e a todos os
homens de Judá, servos do rei;
10. porém a Natã, o profeta, e a
Benaías, e aos valentes, e a Salomão, seu irmão, não os convidou.
11.
Então falou Natã a Bate-Seba, mãe de Salomão, dizendo: Não ouviste que Adonias,
filho de Hagite, reina? e que nosso senhor Davi não o sabe?
12. Vem,
pois, agora e deixa-me dar-te um conselho, para que salves a tua vida, e a de
teu filho Salomão.
13. Vai à presença do rei Davi, e dize-lhe: Não
juraste, ó rei meu senhor, à tua serva, dizendo: Certamente teu filho Salomão
reinará depois de mim, e se assentará no meu trono? Por que, pois, reina
Adonias?
14. Eis que, estando tu ainda a falar com o rei, eu também
entrarei depois de ti, e confirmarei as tuas palavras.
15. Foi, pois,
Bate-Seba à presença do rei na sua câmara. Ele era mui velho; e Abisague, a
sunamita, o servia.
16. Bate-Seba inclinou a cabeça, e se prostrou
perante o rei. Então o rei lhe perguntou: Que queres?
17.
Respondeu-lhe ela: Senhor meu, tu juraste à tua serva pelo Senhor teu Deus,
dizendo: Salomão, teu filho, reinará depois de mim, e se assentará no meu
trono.
18. E agora eis que Adonias reina; e tu, ó rei meu senhor, não
o sabes.
19. Ele matou bois, animais cevados e ovelhas em abundância,
e convidou a todos os filhos do rei, e a Abiatar, o sacerdote, e a Joabe,
general do exército; mas a teu servo Salomão não o convidou.
20. Mas,
ó rei meu senhor, os olhos de todo o Israel estão sobre ti, para que lhes
declares quem há de assentar-se no teu trono depois de ti.
21. Doutro
modo sucederá que, quando o rei meu senhor dormir com seus pais, eu e Salomão
meu filho seremos tidos por ofensores.
22. Enquanto ela ainda falava
com o rei, eis que chegou o profeta Natã.
23. E o fizeram saber ao
rei, dizendo: Eis aí está o profeta Natã. Entrou Natã à presença do rei,
inclinou-se perante ele com o rosto em terra,
24. e disse: ó rei meu
senhor, acaso disseste: Adonias reinará depois de mim, e se assentará no meu
trono?
25. Pois ele hoje desceu, e matou bois, animais cevados e
ovelhas em abundância, e convidou a todos os filhos do rei, e aos chefes do
exército, e ao sacerdote Abiatar; e eis que comem e bebem perante ele, e dizem:
Viva o rei Adonias!
26. Porém a mim teu servo, e ao sacerdote Zadoque,
e a Benaías, filho de Jeoiada, e ao teu servo Salomão, não
convidou.
27. Foi feito isso da parte do rei meu senhor? e não fizeste
saber a teu servo quem havia de assentar-se no teu trono depois de
ti?
28. Respondeu o rei Davi: Chamai-me a Bate-Seba. E ela entrou à
presença do rei, e ficou de pé diante dele.
29. Então o rei jurou,
dizendo: Vive o Senhor, o qual remiu a minha alma de toda a
angústia,
30. que, assim como te jurei pelo Senhor Deus de Israel,
dizendo: Teu filho Salomão há de reinar depois de mim, e ele se assentará no meu
trono, em meu lugar; assim mesmo o cumprirei hoje.
31. Então
Bate-Seba, inclinando-se com o rosto em terra perante o rei, fez-lhe reverência
e disse: Viva para sempre o rei Davi meu senhor!
32. Depois disse o
rei Davi: Chamai-me a Zadoque, o sacerdote, e a Natã, o profeta, e a Benaías,
filho de Jeoiada. E estes entraram à presença do rei.
33. E o rei lhes
disse: Tomai convosco os servos de vosso senhor, fazei montar meu filho Salomão
na minha mula, e levai-o a Giom.
34. E Zadoque, o sacerdote, com Natã,
o profeta, ali o ungirão rei sobre Israel. E tocareis a trombeta, e direis: Viva
o rei Salomão!
35. Então subireis após ele, e ele virá e se assentará
no meu trono; pois reinará em meu lugar, porquanto o tenho designado para ser
príncipe sobre Israel e sobre Judá.
36. Ao que Benaías, filho de
Jeoiada, respondeu ao rei, dizendo: Amém; assim o diga também o Senhor Deus do
rei meu senhor.
37. Como o Senhor foi com o rei meu senhor, assim seja
ele com Salomão, e faça que o seu trono seja maior do que o trono do rei Davi
meu senhor.
38. Pelo que desceram Zadoque, o sacerdote, e Natã, o
profeta, e Benaías, filho de Jeoiada, e os quereteus, e os peleteus, e fizeram
montar Salomão na mula que era do rei Davi, e o levaram a Giom.
39.
Então Zadoque, o sacerdote, tomou do tabernáculo o vaso do azeite e ungiu a
Salomão. Então tocaram a trombeta, e todo o povo disse: Viva o rei
Salomão!
40. E todo o povo subiu após ele, tocando flauta e
alegrando-se sobremaneira, de modo que a terra retiniu com o seu
clamor.
41. Adonias e todos os convidados que estavam com ele o
ouviram, ao acabarem de comer. E ouvindo Joabe o soar das trombetas, disse: Que
quer dizer este alvoroço na cidade?
42. Ele ainda estava falando,
quando chegou Jônatas, filho de Abiatar, o sacerdote; e disse Adonias: Entra,
porque és homem de bem, e trazes boas novas.
43. Respondeu Jônatas a
Adonias: Deveras! O rei Davi, nosso senhor, constituiu rei a
Salomão.
44. E o rei enviou com ele Zadoque, o sacerdote, e Natã, o
profeta, e Benaías, filho de Jeoiada, os quereteus e os peleteus; e eles o
fizeram montar na mula do rei.
45. E Zadoque, o sacerdote, e Natã, o
profeta, ungiram-no rei em Giom; e dali subiram cheios de alegria, e a cidade
está alvoroçada. Este é o clamor que ouvistes.
46. E Salomão já está
assentado no trono do reino.
47. Além disso os servos do rei vieram
abençoar o nosso senhor, o rei Davi, dizendo: Faça teu Deus o nome de Salomão
mais célebre do que o teu nome, e faça o seu trono maior do que o teu trono. E o
rei se inclinou no leito.
48. Também assim falou o rei: Bendito o
Senhor Deus de Israel, que hoje tem dado quem se assente no meu trono, e que os
meus olhos o vissem.
49. Então, tomados de pavor, levantaram-se todos
os convidados que estavam com Adonias, e cada qual se foi seu
caminho.
50. Adonias, porém, temeu a Salomão e, levantando-se, foi
apegar-se às pontas do altar.
51. E foi dito a Salomão: Eis que
Adonias teme ao rei Salomão; pois que se apegou às pontas do altar, dizendo:
Jure-me hoje o rei Salomão que não matará o seu servo à espada.
52. Ao
que disse Salomão: Se ele se houver como homem de bem, nem um só de seus cabelos
cairá em terra; se, porém, se houver dolosamente, morrerá.
53. Então o
rei Salomão deu ordem, e tiraram Adonias do altar. E vindo ele, inclinou-se
perante o rei Salomão, o qual lhe disse: Vai para tua casa.
[I Reis
2]I Reis 2
1. Ora, aproximando-se o
dia da morte de Davi, deu ele ordem a Salomão, seu filho, dizendo:
2.
Eu vou pelo caminho de toda a terra; sê forte, pois, e porta-te como
homem.
3. Guarda as ordenanças do Senhor teu Deus, andando nos seus
caminhos, e observando os seus estatutos, os seus mandamentos, os seus preceitos
e os seus testemunhos, como está escrito na lei de Moisés, para que prosperes em
tudo quanto fizeres e por onde quer que fores,
4. e para que o Senhor
confirme a palavra que falou acerca de mim, dizendo: Se teus filhos guardarem os
seus caminhos, andando perante a minha face fielmente, com todo o seu coração e
com toda a sua alma, nunca te faltará sucessor ao trono de Israel.
5.
Tu sabes também o que me fez Joabe, filho de Zeruia, a saber, o que fez aos dois
chefes do exército de Israel, a Abner, filho de Ner, e a Amasa, filho de Jeter,
os quais ele matou, e em tempo de paz derramou o sangue de guerra, manchando com
ele o cinto que tinha nos lombos, e os sapatos que trazia nos pés.
6.
Faze, pois, segundo a tua sabedoria, e não permitas que suas cãs desçam à
sepultura em paz.
7. Mas para com os filhos de Barzilai, o gileadita,
usa de benevolência, e estejam eles entre os que comem à tua mesa; porque assim
se houveram comigo, quando eu fugia por causa de teu irmão Absalão.
8.
E eis que também contigo está Simei, filho de Gêra, benjamita, de Baurim, que me
lançou atroz maldição, no dia em que eu ia a Maanaim; porém ele saiu a
encontrar-se comigo junto ao Jordão, e eu lhe jurei pelo Senhor, dizendo: Não te
matarei à espada.
9. Agora, porém, não o tenhas por inocente; pois és
homem sábio, e bem saberás o que lhe hás de fazer; farás com que as suas cãs
desçam à sepultura com sangue.
10. Depois Davi dormiu com seus pais, e
foi sepultado na cidade de Davi.
11. E foi o tempo que Davi reinou
sobre Israel quarenta anos: sete anos reinou em Hebrom, e em Jerusalém reinou
trinta e três anos.
12. Salomão, pois, assentou-se no trono de Davi,
seu pai; e o seu reino se fortificou sobremaneira.
13. Então Adonias,
filho de Hagite, veio a Bate-Seba, mãe de Salomão; e perguntou ela: De paz é a
tua vinda? Respondeu ele: É de paz.
14. E acrescentou: Uma palavra
tenho que dizer-te. Respondeu ela: Fala.
15. Disse, pois, ele: Bem
sabes que o reino era meu, e que todo o Israel tinha posto a vista em mim para
que eu viesse a reinar; contudo o reino se transferiu e veio a ser de meu irmão,
porque foi feito seu pelo Senhor.
16. Agora uma só coisa te peço; não
ma recuses. Ela lhe disse: Fala.
17. E ele disse: Peço-te que fales ao
rei Salomão (porque ele não to recusará) , que me dê por mulher a Abisague, a
sunamita.
18. Respondeu Bate-Seba: Pois bem; eu falarei por ti ao
rei.
19. Foi, pois, Bate-Seba ter com o rei Salomão, para falar-lhe
por Adonias. E o rei se levantou a encontrar-se com ela, e se inclinou diante
dela; então, assentando-se no seu trono, mandou que pusessem um trono para a
rainha-mãe; e ela se assentou à sua direita.
20. Então disse ela: Só
uma pequena coisa te peço; não ma recuses. Respondeu-lhe o rei: Pede, minha mãe,
porque não te recusarei.
21. E ela disse: Dê-se Abisague, a sunamita,
por mulher a teu irmão Adonias.
22. Então respondeu o rei Salomão, e
disse a sua mãe: E por que pedes Abisague, a sunamita, para Adonias? Pede também
para ele o reino (porque é meu irmão mais velho); sim, para ele, e também para
Abiatar, o sacerdote, e para Joabe, filho de Zeruia.
23. E jurou o rei
Salomão pelo Senhor, dizendo: Assim Deus me faça, e outro tanto, se não falou
Adonias esta palavra contra a sua vida.
24. Agora, pois, vive o
Senhor, que me confirmou e me fez assentar no trono de Davi, meu pai, e que me
estabeleceu casa, como tinha dito, que hoje será morto Adonias.
25. E
o rei Salomão deu ordem a Benaías, filho de Jeoiada, o qual feriu a Adonias, de
modo que morreu.
26. Também a Abiatar, o sacerdote, disse o rei: Vai
para Anatote, para os teus campos, porque és homem digno de morte; porém hoje
não te matarei, porquanto levaste a arca do Senhor Deus diante de Davi, meu pai,
e porquanto participaste de todas as aflições de meu pai.
27. Salomão,
pois, expulsou Abiatar, para que não fosse sacerdote do Senhor, assim cumprindo
a palavra que o Senhor tinha dito acerca da casa de Eli em Siló.
28.
Ora, veio esta notícia a Joabe (pois Joabe se desviara após Adonias, ainda que
não se tinha desviado após Absalão) ; pelo que Joabe fugiu para o tabernáculo do
Senhor, e apegou-se as pontas do altar.
29. E disseram ao rei Salomão:
Joabe fugiu para o tabernáculo do Senhor; e eis que está junto ao altar. Então
Salomão enviou Benaías, filho de Jeoiada, dizendo: Vai, mata-o.
30.
Foi, pois, Benaías ao tabernáculo do Senhor, e disse a Joabe: Assim diz o rei:
Sai daí. Respondeu Joabe: Não! porém aqui morrerei. E Benaías tornou com a
resposta ao rei, dizendo: Assim falou Joabe, e assim me respondeu.
31.
Ao que lhe disse o rei: Faze como ele disse; mata-o, e sepulta-o, para que tires
de sobre mim e de sobre a casa de meu pai o sangue que Joabe sem causa
derramou.
32. Assim o Senhor fará recair o sangue dele sobre a sua
cabeça, porque deu sobre dois homens mais justos e melhores do que ele, e os
matou à espada, sem que meu pai Davi o soubesse, a saber: a Abner, filho de Ner,
chefe do exército de Israel, e a Amasa, filho de Jeter, chefe do exército de
Judá.
33. Assim recairá o sangue destes sobre a cabeça de Joabe e
sobre a cabeça da sua descendência para sempre; mas a Davi, e à sua
descendência, e à sua casa, e ao seu trono, o Senhor dará paz para
sempre.
34. Então Benaías, filho de Jeoiada, subiu e, arremetendo
contra Joabe, o matou. E foi sepultado em sua casa, no deserto.
35. Em
lugar dele o rei pôs a Benaías, filho de Jeoiada, sobre o exército; e a Zadoque,
o sacerdote, pôs em lugar de Abiatar.
36. Depois o rei mandou chamar a
Simei e lhe disse: Edifica para ti uma casa em Jerusalém, habita aí, e daí não
saias, nem para uma nem para outra parte.
37. E fica sabendo que, no
dia em que saíres e passares o ribeiro de Cedrom, de certo hás de morrer. O teu
sangue será sobre a tua cabeça.
38. Respondeu Simei ao rei: Boa é essa
palavra; como tem dito o rei meu senhor, assim fará o teu servo. E Simei habitou
em Jerusalém muitos dias.
39. Sucedeu porém que, ao cabo de três anos,
dois servos de Simei fugiram para Aquis, filho de Maacá, rei de Gate. E deram
parte a Simei, dizendo: Eis que teus servos estão em Gate.
40. Então
Simei se levantou, albardou o seu jumento e foi a Gate ter com Aquis, em busca
dos seus servos; assim foi Simei, e os trouxe de Gate.
41. Disseram a
Salomão que Simei fora de Jerusalém a Gate, e já havia voltado.
42.
Então o rei mandou chamar a Simei e lhe disse: Não te conjurei pelo Senhor e não
te protestei, dizendo: No dia em que saíres para qualquer parte, sabe de certo
que hás de morrer? E tu me disseste: Boa é essa palavra que ouvi.
43.
Por que, então, não guardaste o juramento do Senhor, e a ordem que te
dei?
44. Disse-lhe mais: Bem sabes tu, e o teu coração reconhece toda
a maldade que fizeste a Davi, meu pai; pelo que o Senhor fará recair a tua
maldade sobre a tua cabeça.
45. Mas o rei Salomão será abençoado, e o
trono de Davi será confirmado perante o Senhor para sempre:
46. E o
rei deu ordem a Benaías, filho de Jeoiada, o qual saiu, e feriu a Simei, de modo
que morreu. Assim foi confirmado o reino na mão de Salomão.
[I Reis
3]I Reis 3
1. Ora, Salomão
aparentou-se com Faraó, rei do Egito, pois tomou por mulher a filha dele; e a
trouxe à cidade de Davi, até que acabasse de edificar a sua casa, e a casa do
Senhor, e a muralha de Jerusalém em redor.
2. Entretanto o povo
oferecia sacrifícios sobre os altos, porque até aqueles dias ainda não se havia
edificado casa ao nome do Senhor.
3. E Salomão amava ao Senhor,
andando nos estatutos de Davi, seu pai; exceto que nos altos oferecia
sacrifícios e queimava incenso.
4. Foi, pois, o rei a Gibeão para
oferecer sacrifícios ali, porque aquele era o principal dentre os altos; mil
holocaustos sacrificou Salomão naquele altar.
5. Em Gibeão apareceu o
Senhor a Salomão de noite em sonhos, e disse-lhe: Pede o que queres que eu te
dê.
6. Respondeu Salomão: De grande benevolência usaste para com teu
servo Dai, meu pai, porquanto ele andou diante de ti em verdade, em justiça, e
em retidão de coração para contigo; e guardaste-lhe esta grande benevolência, e
lhe deste um filho, que se assentasse no seu trono, como se vê neste
dia.
7. Agora, pois, ó Senhor meu Deus, tu fizeste reinar teu servo em
lugar de Davi, meu pai. E eu sou apenas um menino pequeno; não sei como sair,
nem como entrar.
8. Teu servo está no meio do teu povo que elegeste,
povo grande, que nem se pode contar, nem numerar, pela sua
multidão.
9. Dá, pois, a teu servo um coração entendido para julgar o
teu povo, para que prudentemente discirna entre o bem e o mal; porque, quem
poderia julgar a este teu tão grande povo?
10. E pareceu bem aos olhos
do Senhor o ter Salomão pedido tal coisa.
11. Pelo que Deus lhe disse:
Porquanto pediste isso, e não pediste para ti muitos dias, nem riquezas, nem a
vida de teus inimigos, mas pediste entendimento para discernires o que é
justo,
12. eis que faço segundo as tuas palavras. Eis que te dou um
coração tão sábio e entendido, que antes de ti teu igual não houve, e depois de
ti teu igual não se levantará.
13. Também te dou o que não pediste,
assim riquezas como glória; de modo que não haverá teu igual entre os reis, por
todos os teus dias.
14. E ainda, se andares nos meus caminhos,
guardando os meus estatutos e os meus mandamentos, como andou
Davi,
15. Então Salomão acordou, e eis que era sonho. E, voltando ele
a Jerusalém, pôs-se diante da arca do pacto do Senhor, sacrificou holocaustos e
preparou sacrifícios pacíficos, e deu um banquete a todos os seus
servos.
16. Então vieram duas mulheres prostitutas ter com o rei, e se
puseram diante dele.
17. E disse-lhe uma das mulheres: Ah, meu senhor!
eu e esta mulher moramos na mesma casa; e tive um filho, estando com ela naquela
casa.
18. E sucedeu que, no terceiro dia depois de meu parto, também
esta mulher teve um filho. Estávamos juntas; nenhuma pessoa estranha estava
conosco na casa; somente nós duas estávamos ali.
19. Ora, durante a
noite morreu o filho desta mulher, porquanto se deitara sobre ele.
20.
E ela se levantou no decorrer da noite, tirou do meu lado o meu filho, enquanto
a tua serva dormia, e o deitou no seu seio, e a seu filho morto deitou-o no meu
seio.
21. Quando me levantei pela manhã, para dar de mamar a meu
filho, eis que estava morto; mas, atentando eu para ele à luz do dia, eis que
não era o filho que me nascera.
22. Então disse a outra mulher: Não,
mas o vivo é meu filho, e teu filho o morto. Replicou a primeira: Não; o morto é
teu filho, e meu filho o vivo. Assim falaram perante o rei.
23. Então
disse o rei: Esta diz : Este que vive é meu filho, e teu filho o morto; e esta
outra diz: Não; o morto é teu filho, e meu filho o vivo.
24. Disse
mais o rei: Trazei-me uma espada. E trouxeram uma espada diante
dele.
25. E disse o rei: Dividi em duas partes o menino vivo, e dai a
metade a uma, e metade a outra.
26. Mas a mulher cujo filho em suas
entranhas se lhe enterneceram por seu filho), e disse: Ah, meu senhor! dai-lhe o
menino vivo, e de modo nenhum o mateis. A outra, porém, disse: Não será meu, nem
teu; dividi-o.
27. Respondeu, então, o rei: Dai à primeira o menino
vivo, e de modo nenhum o mateis; ela é sua mãe.
28. E todo o Israel
ouviu a sentença que o rei proferira, e temeu ao rei; porque viu que havia nele
a sabedoria de Deus para fazer justiça.
[I Reis 4]I Reis
4
1. Assim foi Salomão rei sobre todo o
Israel.
2. E estes eram os príncipes que tinha: Azarias, filho de
Zadoque, era sacerdote;
3. Eliorefe e Aías, filhos de Sisa,
secretários; Jeosafá, filho de Ailude, cronista;
4. Benaías, filho de
Jeoiada, estava sobre o exército; Zadoque e Abiatar eram
sacerdotes;
5. Azarias, filho de Natã, estava sobre os intendentes;
Zabude, filho de Natã, era o oficial-mor, amigo do rei;
6. Aisar, o
mordomo; e Adonirão, filho de Abda, estava sobre a gente de trabalhos
forçados.
7. Salomão tinha doze intendentes sobre todo o Israel, que
proviam de mantimentos ao rei e à sua casa; e cada um tinha que prover
mantimentos para um mês no ano.
8. São estes os seus nomes: Ben-Hur,
na região montanhosa de Efraim.
9. Ben-Dequer, em Macaz, Saalabim,
Bete-Semes e Elom-Bete-Hanã;
10. Ben-Hesede, em Arubote; também este
tinha Socó e toda a terra de Jefer;
11. Ben-Abinadabe, em toda a
região alta de Dor; tinha este a Tafate, filha de Salomão, por
mulher;
12. Baaná, filho de Ailude, em Taanaque e Megido, e em toda a
Bete-Seã, que está junto a Zaretã, abaixo de Jizreel, desde Bete-Seã até
Abel-Meolá, para além de Jocmeão;
13. o filho de Geber, em
Ramote-Gileade; tinha este as aldeias de Jair, filho de Manassés, as quais estão
em Gileade; também tinha a região de Argobe, o qual está em Basã, sessenta
grandes cidades com muros e ferrolhos de bronze:
14. Ainadabe, filho
de Ido, em Maanaim;
15. Aimaaz, em Naftali; também este tomou a
Basemate, filha de Salomão, por mulher;
16. Baaná, filho de Hasai, em
Aser e em Alote;
17. Jeosafá, filho de Paruá, em
Issacar;
18. Simei, filho de Elá, em Benjamim;
19. Geber,
filho de Uri, na terra de Gileade, a terra de Siom, rei dos amorreus, e de Ogue,
rei de Basã; havia um só intendente naquela terra.
20. Eram, pois, os
de Judá e Israel numerosos, como a areia que está à beira do mar; e, comendo e
bebendo, se alegravam.
21. E dominava Salomão sobre todos os reinos,
desde o rio até a terra dos filisteus e até o termo do Egito; eles pagavam
tributo, e serviram a Salomão todos os dias da sua vida.
22. O
provimento diário de Salomão era de trinta coros de flor de farinha, e sessenta
coros e farinha;
23. dez bois cevados, vinte bois de pasto e cem
ovelhas, afora os veados, gazelas, cabras montesas e aves cevadas.
24.
Pois dominava ele sobre toda a região e sobre todos os reis daquém do rio, desde
Tifsa até Gaza; e tinha paz por todos os lados em redor.
25. Judá e
Israel habitavam seguros, desde Dã até Berseba, cada um debaixo da sua videira,
e debaixo da sua figueira, por todos os dias de Salomão.
26. Salomão
tinha também quarenta mil manjedouras para os cavalos dos seus carros, e doze
mil cavaleiros.
27. Aqueles intendentes, pois, cada um no seu mês,
proviam de mantimentos o rei Salomão e todos quantos se chegavam à sua mesa;
coisa nenhuma deixavam faltar.
28. Também traziam, cada um segundo seu
cargo, a cevada e a palha para os cavalos e os ginetes, para o lugar em que
estivessem.
29. Ora, Deus deu a Salomão sabedoria, e muitíssimo
entendimento, e conhecimentos múltiplos, como a areia que está na praia do
mar.
30. A sabedoria de Salomão era maior do que a de todos os do
Oriente e do que toda a sabedoria dos egípcios.
31. Era ele ainda mais
sábio do que todos os homens, mais sábio do que Etã, o ezraíta, e do que Hemã,
Calcol e Darda, filhos de Maol; e a sua fama correu por todas as nações em
redor.
32. Proferiu ele três mil provérbios, e foram os seus cânticos
mil e cinco.
33. Dissertou a respeito das árvores, desde o cedro que
está no Líbano até o hissopo que brota da parede; também dissertou sobre os
animais, as aves, os répteis e os peixes.
34. De todos os povos vinha
gente para ouvir a sabedoria de Salomão, e da parte de todos os reis da terra
que tinham ouvido da sua sabedoria.
[I Reis 5]I Reis
5
1. Hirão, rei de Tiro, enviou os seus servos a
Salomão, quando ouviu que o haviam ungido rei em lugar de seu pai; porquanto
Hirão fora sempre muito amigo de Davi.
2. Salomão, pois, mandou dizer
a Hirão.
3. Bem sabes tu que Davi, meu pai, não pôde edificar uma casa
ao nome do Senhor seu Deus, por causa das guerras com que o cercaram, até que o
Senhor lhe pôs os inimigos debaixo dos seus pés.
4. Agora, porém, o
Senhor meu Deus me tem dado descanso de todos os lados: adversário não há, nem
calamidade alguma.
5. Pretendo, pois, edificar uma casa ao nome do
Senhor meu Deus, como falou o senhor a Davi, meu pai, dizendo: Teu filho, que
porei em teu lugar no teu trono, ele edificará uma casa ao meu
nome.
6. Portanto, dá ordem agora que do Líbano me cortem cedros; os
meus servos estarão com os teus servos; eu te pagarei o salário dos teus servos,
conforme tudo o que disseres; porque tu sabes que entre nós ninguém há que saiba
cortar madeira como os sidônios.
7. Quando Hirão ouviu as palavras de
Salomão, muito se alegrou, e disse: Bendito seja hoje o Senhor, que deu a Davi
um filho sábio sobre este tão grande povo.
8. E Hirão mandou dizer a
Salomão: Ouvi o que me mandaste dizer. Eu farei tudo quanto desejas acerca das
madeiras de cedro e de cipreste.
9. Os meus servos as levarão do
Líbano até o mar, e farei conduzi-las em jangadas pelo mar até o lugar que me
designares; ali as desamarrarei, e tu as receberás; também farás o meu desejo,
dando sustento à minha casa.
10. Assim dava Hirão a Salomão madeira de
cedro e madeira de cipreste, conforme todo o seu desejo.
11. E Salomão
dava a Hirão vinte mil coros de trigo, para sustento da sua casa, e vinte ,
coros de azeite batido; isso fazia anualmente.
12. Deu, pois, o Senhor
a Salomão sabedoria, como lhe tinha prometido. E houve paz entre Hirão e
Salomão; e fizeram aliança entre si.
13. Também e rei Salomão fez,
dentre todo o Israel, uma leva de gente para trabalho forçado; e a leva se
compunha de trinta mil homens.
14. E os enviava ao Líbano por turnos,
cada mês dez mil; um mês estavam no Líbano, e dois meses cada um em sua casa; e
Adonirão estava sobre a leva.
15. Tinha também Salomão setenta mil que
levavam as cargas, e oitenta mil que talhavam pedras nas
montanhas,
16. afora os mestres de obra que estavam sobre aquele
serviço, três mil e trezentos, os quais davam as ordens aos
trabalhadores.
17. Por ordem do rei eles cortaram grandes pedras, de
grande preço, para fundarem a casa em pedras lavradas.
18.
Lavraram-nas, pois, os edificadores de Salomão, e os de Hirão, e os gebalitas, e
prepararam as madeiras e as pedras para edificar a casa.
[I Reis 6]I Reis 6
1. Sucedeu, pois, que no ano
quatrocentos e oitenta depois de saírem os filhos de Israel da terra do Egito,
no quarto ano do reinado de Salomão sobre Israel, no mês de zive, que é o
segundo mês, começou-se a edificar a casa do Senhor.
2. Ora, a casa
que e rei Salomão edificou ao Senhor era de sessenta côvados de comprimento,
vinte côvados de largura, e trinta côvados de altura.
3. E o pórtico
diante do templo da casa era de vinte côvados de comprimento, segundo a largura
da casa, e de dez côvados de largura.
4. E fez para a casa janelas de
gelósias fixas.
5. Edificou andares em torno da casa, contra a parede,
tanto do templo como do oráculo, fazendo assim câmaras laterais ao seu
redor.
6. A câmara de baixo era de cinco côvados, a do meio de seis
côvados, e a terceira de sete côvados de largura. E do lado de fora, ao redor da
casa, fez pilastras de reforço, para que as vigas não se apoiassem nas paredes
da casa.
7. E edificava-se a casa com pedras lavradas na pedreira; de
maneira que nem martelo, nem machado, nem qualquer outro instrumento de ferro se
ouviu na casa enquanto estava sendo edificada.
8. A porta para as
câmaras laterais do meio estava à banda direita da casa; e por escadas espirais
subia-se ao andar do meio, e deste ao terceiro.
9. Assim, pois,
edificou a casa, e a acabou, cobrindo-a com traves e pranchas de
cedro.
10. Também edificou os andares, contra toda a casa, de cinco
côvados de altura, e os ligou à casa com madeira de cedro.
11. Então
veio a palavra do Senhor a Salomão, dizendo:
12. Quanto a esta casa
que tu estás edificando, se andares nos meus estatutos, e executares os meus
preceitos, e guardares todos os meus mandamentos, andando neles, confirmarei
para contigo a minha palavra, que falei a Davi, teu pai;
13. e
habitarei no meio dos filhos de Israel, e não desampararei o meu povo de
Israel.
14. Salomão, pois, edificou aquela casa, e a
acabou.
15. Também cobriu as paredes da casa por dentro com tábuas de
cedro; desde o soalho da casa até e teto, tudo cobriu com madeira por dentro; e
cobriu o soalho da casa com tábuas de cipreste.
16. A vinte côvados do
fundo da casa fez de tábuas de cedro uma divisão, de altura igual à do teto; e
por dentro a preparou para o oráculo, isto é, para a lugar
santíssimo.
17. E era a casa, isto é, o templo fronteiro ao oráculo,
de quarenta côvados de comprido.
18. O cedro da casa por dentro era
lavrado de botões e flores abertas; tudo era cedro; pedra nenhuma se
via.
19. No meio da casa, na parte mais interior, preparou o oráculo,
para pôr ali a arca do pacto do Senhor.
20. E o oráculo era, por
dentro, de vinte côvados de comprimento, vinte de largura e vinte de altura; e o
cobriu de ouro puro. Também cobriu de cedro o altar.
21. Salomão,
pois, cobriu a casa por dentro de ouro puro; e estendeu cadeias de ouro diante
do oráculo, que cobriu também de ouro.
22. Assim cobriu inteiramente
de ouro a casa toda; também cobriu de ouro todo o altar do
oráculo.
23. No oráculo fez dois querubins de madeira de oliveira,
cada um com dez côvados de altura.
24. Uma asa de um querubim era de
cinco côvados, e a outra de cinco côvados; dez côvados havia desde a extremidade
de uma das suas asas até a extremidade da outra.
25. Assim era também
o outro querubim; ambos os querubins eram da mesma medida e do mesmo
talho.
26. Um querubim tinha dez côvados de altura, e assim também o
outro.
27. E pôs os querubins na parte mais interior da casa. As asas
dos querubins se estendiam de maneira que a asa de um tocava numa parede, e a do
outro na outra parede, e as suas asas no meio da casa tocavam uma na
outra.
28. Também cobriu de ouro os querubins.
29. Quanto a
todas as paredes da casa em redor, entalhou-as de querubins, de palmas e de
palmas abertas, tanto na parte mais interior como na mais
exterior.
30. Também cobriu de ouro o soalho da casa, de uma e de
outra parte.
31. E para a entrada do oráculo fez portas de madeira de
oliveira; a verga com os umbrais faziam a quinta parte da parede.
32.
Assim fez as duas portas de madeira de oliveira; e entalhou-as de querubins, de
palmas e de flores abertas, que cobriu de ouro também estendeu ouro sobre os
querubins e sobre as palmas.
33. Assim também fez para a porta do
templo umbrais de madeira de oliveira, que constituíam a quarta parte da
parede;
34. E eram as duas partes de madeira de cipreste; e as duas
folhas duma porta eram dobradiças, como também as duas folhas da outra
porta.
35. E as lavrou de querubins, de palmas e de flores abertas; e
as cobriu de ouro acomodado ao lavor.
36. Também edificou o átrio
interior de três ordens de pedras lavradas e de uma ordem de vigas de
cedro.
37. No quarto ano se pôs o fundamento da casa do Senhor, no mês
de zive.
38. E no undécimo ano, no mês de bul, que é o oitavo mês, se
acabou esta casa com todas as suas dependências, e com tudo o que lhe convinha.
Assim levou sete anos para edificá-la.
[I Reis 7]I Reis
7
1. Salomão edificou também a sua casa, levando treze
anos para acabá-la.
2. Edificou ainda a casa do bosque de Líbano, de
cem côvados de comprimento, cinqüenta de largura e trinta de altura, sobre
quatro ordens de colunas de cedros, e vigas de cedro sobre as
colunas.
3. E por cima estava coberta de cedro sobre as câmaras, que
estavam sobre quarenta e cinco colunas, quinze em cada ordem.
4. E
havia três ordens de janelas, e uma janela estava defronte da outra janela, em
três fileiras.
5. Todas as portas e esquadrias eram quadradas; e uma
janela estava defronte da outra, em três fileiras.
6. Depois fez um
pórtico de colunas, de cinqüenta côvados de comprimento e trinta de largura; e
defronte dele outro pórtico, com suas respectivas colunas e
degraus.
7. Também fez o pórtico para o trono onde julgava, isto é, o
pórtico do juízo, o qual era coberto de cedro desde o soalho até o
teto.
8. E em sua casa, em que morava, havia outro átrio por dentro do
pórtico, de obra semelhante à deste; também para a filha de Faraó, que ele
tomara por mulher, fez uma casa semelhante àquele pórtico.
9. Todas
estas casas eram de pedras de grande preço, cortadas sob medida, tendo as suas
faces por dentro e por fora serradas à serra; e isto desde o fundamento até as
beiras do teto, e por fora até o grande átrio.
10. Os fundamentos eram
de pedras de grande preço, pedras grandes, de dez e de oito
côvados,
11. e por cima delas havia pedras de grande preço, lavradas
sob medida, e madeira de cedro.
12. O átrio grande tinha em redor três
ordens de pedras lavradas, com uma ordem de vigas de cedro; assim era também o
átrio interior da casa do Senhor e o pórtico da casa.
13. O rei
Salomão mandou trazer de Tiro a Hirão.
14. Era ele filho de uma viúva,
da tribo de Naftali, e fora seu pai um homem de Tiro, que trabalhava em bronze;
ele era cheio de sabedoria, de entendimento e de ciência para fazer toda sorte
de obras de bronze. Este veio ter com o rei Salomão, e executou todas as suas
obras.
15. Formou as duas colunas de bronze; a altura de cada coluna
era de dezoito côvados; e um fio de doze côvados era a medida da circunferência
de cada uma das colunas;
16. também fez dois capitéis de bronze
fundido para pôr sobre o alto das colunas; de cinco côvados era a altura dum
capitel, e de cinco côvados também a altura do outro.
17. Havia redes
de malha, e grinaldas entrelaçadas, para os capitéis que estavam sobre o alto
das colunas: sete para um capitel e sete para o outro.
18. Assim fez
as colunas; e havia duas fileiras de romãs em redor sobre uma rede, para cobrir
os capitéis que estavam sobre o alto das colunas; assim fez com um e outro
capitel.
19. Os capitéis que estavam sobre o alto das colunas, no
pórtico, figuravam lírios, e eram de quatro côvados.
20. Os capitéis,
pois, sobre as duas colunas estavam também justamente em cima do bojo que estava
junto à rede; e havia duzentas romãs, em fileiras em redor, sobre um e outro
capitel.
21. Depois levantou as colunas no pórtico do templo;
levantando a coluna direita, pôs-lhe o nome de Jaquim; e levantando a coluna
esquerda, pôs-lhe o nome de Boaz.
22. Sobre o alto das colunas estava
a obra de lírios. E assim se acabou a obra das colunas.
23. Fez também
o mar de fundição; era redondo e media dez côvados duma borda à outra, cinco
côvados de altura e trinta de circunferência.
24. Por baixo da sua
borda em redor havia betões que o cingiam, dez em cada côvado, cercando aquele
mar em redor; duas eram as fileiras destes botões, fundidas juntamente com o
mar.
25. E firmava-se sobre doze bois, três dos quais olhavam para o
norte, três para o ocidente, três para o sul e três para o oriente; e o mar
descansava sobre eles, e as partes posteriores deles estavam para a banda de
dentro.
26. A sua grossura era de três polegadas, e a borda era como a
de um copo, como flor de lírio; ele levava dois mil batos.
27. Fez
também as dez bases de bronze; cada uma tinha quatro côvados de comprimento,
quatro de largura e três de altura.
28. E a estrutura das bases era
esta: tinham elas almofadas, as quais estavam entre as junturas;
29. e
sobre as almofadas que estavam entre as junturas havia leões, bois, e querubins,
bem como os havia sobre as junturas em cima; e debaixo dos leões e dos bois
havia grinaldas pendentes.
30. Cada base tinha quatro rodas de bronze,
e eixos de bronze; e os seus quatro cantos tinham suportes; debaixo da pia
estavam estes suportes de fundição, tendo eles grinaldas de cada
lado.
31. A sua boca, dentro da coroa, e em cima, era de um côvado; e
era redonda segundo a obra dum pedestal, de côvado e meio; e também sobre a sua
boca havia entalhes, e as suas almofadas eram quadradas, não
redondas.
32. As quatro rodas estavam debaixo das almofadas, e os seus
eixos estavam na base; e era a altura de cada roda de côvado e
meio.
33. O feitio das rodas era como o de uma roda de carro; seus
eixos, suas cambas, seus raios e seus cubos, todos eram fundidos.
34.
Havia quatro suportes aos quatro cantos de cada base, os quais faziam parte da
própria base.
35. No alto de cada base havia um cinto redondo, de meio
côvado de altura; também sobre o topo de cada base havia esteios e almofadas que
faziam parte dela.
36. E nas placas dos seus esteios e nas suas
almofadas lavrou querubins, leões e palmas, segundo o espaço que havia em cada
uma, com grinaldas em redor.
37. Deste modo fez as dez bases: todas
com a mesma fundição, a mesma medida e o mesmo entalhe.
38. Também fez
dez pias de bronze; em cada uma cabiam quarenta batos, e cada pia era de quatro
côvados; e cada uma delas estava sobre uma das dez bases.
39. E pôs
cinco bases à direita da casa, e cinco à esquerda; porém o mar pôs ao lado
direito da casa para a banda do oriente, na direção do sul.
40. Hirão
fez também as caldeiras, as pás e as bacias; assim acabou de fazer toda a obra
que executou para o rei Salomão, para a casa do Senhor,
41. a saber:
as duas colunas, os globos dos capitéis que estavam sobre o alto das colunas, e
as duas redes para cobrir os dois globos dos capitéis que estavam sobre o alto
das colunas,
42. e as quatrocentas romãs para as duas redes, a saber,
duas carreiras de romãs para cada rede, para cobrirem os dois globos dos
capitéis que estavam em cima das colunas;
43. as dez bases, e as dez
pias sobre as bases;
44. o mar, e os doze bois debaixo do
mesmo;
45. as caldeiras, as pás e as bacias; todos estes objetos que
Hirão fez para o rei Salomão, para a casa do Senhor, eram de bronze
polido.
46. O rei os fez fundir na planície do Jordão, num terreno
argiloso que havia entre Sucote e Zaretã.
47. E Salomão deixou de
pesar esses objetos devido ao seu excessivo número; não se averiguou o peso do
bronze.
48. Também fez Salomão todos os utensílios para a casa do
Senhor: o altar de ouro, e a mesa de ouro, sobre a qual estavam os pães da
proposição;
49. os castiçais, cinco à direita e cinco esquerda, diante
do oráculo, de ouro puro; as flores, as lâmpadas e as tenazes, também de
ouro;
50. e as taças, as espevitadeiras, as bacias, as colheres e os
braseiros, de ouro puro; e os gonzos para as portas da casa interior, para o
lugar santíssimo, e os das portas da casa, isto é, do templo, também de
ouro.
51. Assim se acabou toda a obra que o rei Salomão fez para a
casa do Senhor. Então trouxe Salomão as coisas que seu pai Davi tinha
consagrado, a saber, a prata, o ouro e os vasos; e os depositou nos tesouros da
casa do senhor.
[I Reis 8]I Reis
8
1. Então congregou Salomão diante de si em Jerusalém
os anciãos de Israel, e todos os cabeças das tribos, os chefes das casas
paternas, dentre os filhos de Israel, para fazerem subir da cidade de Davi, que
é Sião, a arca do pacto do Senhor:
2. De maneira que todos os homens
de Israel se congregaram ao rei Salomão, na ocasião da festa, no mês de etanim,
que é o sétimo mês.
3. E tendo chegado todos os anciãos de Israel, os
sacerdotes alçaram a arca;
4. e trouxeram para cima a arca do Senhor,
e a tenda da revelação, juntamente com todos os utensílios sagrados que havia na
tenda; foram os sacerdotes e os levitas que os trouxeram para cima.
5.
E o rei Salomão, e toda a congregação de Israel, que se ajuntara diante dele,
estavam diante da arca, imolando ovelhas e bois, os quais não se podiam contar
nem numerar, pela sua multidão.
6. E os sacerdotes introduziram a arca
do pacto do Senhor no seu lugar, no oráculo da casa, no lugar santíssimo,
debaixo das asas dos querubins.
7. Pois os querubins estendiam ambas
as asas sobre o lugar da arca, e cobriam por cima a arca e os seus
varais.
8. Os varais sobressaíam tanto que as suas pontas se viam
desde o santuário diante do oráculo, porém de fora não se viam; e ali estão até
o dia de hoje.
9. Nada havia na arca, senão as duas tábuas de pedra,
que Moisés ali pusera, junto a Horebe, quando o Senhor, fez u pacto com os
filhos de Israel, ao sairem eles da terra do Egito.
10. E sucedeu que,
saindo os sacerdotes do santuário, uma nuvem encheu a casa do
Senhor;
11. de modo que os sacerdotes não podiam ter-se em pé para
ministrarem, por causa da nuvem; porque a glória do Senhor enchera a casa do
Senhor.
12. Então falou Salomão: O Senhor disse que habitaria na
escuridão.
13. Certamente te edifiquei uma casa para morada, assento
para a tua eterna habitação.
14. Então o rei virou o rosto, e abençoou
toda a congregação de Israel; e toda a congregação ficou em pe.
15. E
disse Salomão: Bendito seja e Senhor, Deus de Israel, que falou pela sua boca a
Davi, meu pai, e pela sua mão cumpriu a palavra que disse:
16. Desde o
dia em que eu tirei do Egito o meu povo Israel, não escolhi cidade alguma de
todas as tribos de Israel para se edificar ali uma casa em que estivesse o meu
nome; porém escolhi a Davi, para que presidisse sobre o meu povo
Israel.
17. Ora, Davi, meu pai, propusera em seu coração edificar uma
casa ao nome de Senhor, Deus de Israel.
18. Mas o Senhor disse a Davi,
meu pai: Quanto ao teres proposto no teu coração o edificar casa ao meu nome,
bem fizeste em o propor no teu coração.
19. Todavia, tu não edificarás
a casa; porém teu filho, que sair de teus lombos, esse edificará a casa ao meu
nome.
20. E o Senhor cumpriu a palavra que falou; porque me levantei
em lugar de Davi, meu pai, e me assentei no trono de Israel, como falou o
Senhor, e edifiquei uma casa, ao nome do Senhor, Deus de Israel.
21. E
ali constituí lugar para a arca em que está o pacto do Senhor, que ele fez com
nossos pais quando os tirou da terra de Egito.
22. Depois Salomão se
pôs diante do altar do Senhor, em frente de toda a congregação de Israel e,
estendendo as mãos para os céus,
23. disse: Ó Senhor, Deus de Israel,
não há Deus como tu, em cima no céu nem em baixo na terra, que guardas o pacto e
a benevolência para com os teus servos que andam diante de ti com inteireza de
coração;
24. que cumpriste com teu servo Davi, meu pai, o que lhe
prometeste; porque com a tua boca o disseste, e com a tua mão o cumpriste, como
neste dia se vê.
25. Agora, pois, ó Senhor, Deus de Israel, faz a teu
servo Davi, meu pai, o que lhe prometeste ao dizeres: Não te faltará diante de
mim sucessor, que se assente no trono de Israel; contanto que teus filhos
guardem o seu caminho, para andarem diante e mim como tu andaste.
26.
Agora também, ó Deus de Israel, cumpra-se a tua palavra, que disseste a teu
servo Davi, meu pai.
27. Mas, na verdade, habitaria Deus na terra? Eis
que o céu, e até o céu dos céus, não te podem conter; quanto menos esta casa que
edifiquei!
28. Contudo atende à oração de teu servo, e à sua súplica,
ó Senhor meu Deus, para ouvires o clamor e a oração que o teu servo hoje faz
diante de ti;
29. para que os teus olhos estejam abertos noite e dia
sobre esta casa, sobre este lugar, do qual disseste: O meu nome estará ali; para
ouvires a oração que o teu servo fizer, voltado para este lugar.
30.
Ouve, pois, a súplica do teu servo, e do teu povo Israel, quando orarem voltados
para este lugar. Sim, ouve tu do lugar da tua habitação no céu; ouve, e
perdoa.
31. Se alguém pecar contra o seu próximo e lhe for exigido que
jure, e ele vier jurar diante do teu altar nesta casa,
32. ouve então
do céu, age, e julga os teus servos; condena ao culpado, fazendo recair sobre a
sua cabeça e seu proceder, e justifica ao reto, retribuindo-lhe segundo a sua
retidão.
33. Quando o teu povo Israel for derrotado diante do inimigo,
por ter pecado contra ti; se eles voltarem a ti, e confessarem o teu nome, e
orarem e fizerem súplicas a ti nesta casa,
34. ouve então do céu, e
perdoa a pecado do teu povo Israel, e torna a levá-lo à terra que deste a seus
pais.
35. Quando o céu se fechar e não houver chuva, por terem pecado
contra ti, e orarem, voltados para este lugar, e confessarem o teu nome, e se
converterem dos seus pecados, quando tu os afligires,
36. ouve então
do céu, e perdoa o pecado dos teus servos e do teu povo Israel, ensinando-lhes o
bom caminho em que devem andar; e envia chuva sobre a tua terra que deste ao teu
povo em herança.
37. Se houver na terra fome ou peste, se houver
crestamento ou ferrugem, gafanhotos ou lagarta; se o seu inimigo os cercar na
terra das suas cidades; seja qual for a praga ou doença que
houver;
38. toda oração, toda súplica que qualquer homem ou todo o teu
povo Israel fizer, conhecendo cada um a chaga do seu coração, e estendendo as
suas mãos para esta casa,
39. ouve então do céu, lugar da tua
habitação, perdoa, e age, retribuindo a cada um conforme todos os seus caminhos,
segundo vires o seu coração (pois tu, só tu conheces o coração de todos os
filhos dos homens);
40. para que te temam todos os dias que viverem na
terra que deste a nossos pais.
41. Também quando o estrangeiro, que
não é do teu povo Israel, vier de terras remotas por amor do teu
nome
42. (porque ouvirão do teu grande nome, e da tua forte mão, e do
teu braço estendido), quando vier orar voltado para esta casa,
43.
ouve do céu, lugar da tua habitação, e faze conforme tudo o que o estrangeiro a
ti clamar, a fim de que todos os povos da terra conheçam o teu nome, e te temam
como o teu povo Israel, e saibam que pelo teu nome é chamada esta casa que
edifiquei.
44. Quando o teu povo sair à guerra contra os seus
inimigos, seja qual for o caminho por que os enviares, e orarem ao Senhor,
voltados para a cidade que escolheste, e para a casa que edifiquei ao teu
nome,
45. ouve então do céu a sua oração e a sua súplica, e defende a
sua causa.
46. Quando pecarem contra ti (pois não há homem que não
peque), e tu te indignares contra eles, e os entregares ao inimigo, de modo que
os levem em cativeiro para a terra inimiga, longínqua ou próxima;
47.
se na terra aonde forem levados em cativeiro caírem em si, e se converterem, e
na terra do seu cativeiro te suplicarem, dizendo: Pecamos e procedemos
perversamente, cometemos iniqüidade;
48. se voltarem a ti de todo o
seu coração e de toda a sua alma, na terra de seus inimigos que os tenham levado
em cativeiro, e orarem a ti, voltados para a sua terra, que deste a seus pais,
para a cidade que escolheste, e para a casa que edifiquei ao teu
nome,
49. ouve então do céu, lugar da tua habitação, a sua oração e a
sua súplica, e defende a sua causa;
50. perdoa ao teu povo que houver
pecado contra ti, perdoa todas as transgressões que houverem cometido contra ti,
e dá-lhes alcançar misericórdia da parte dos que os levarem cativos, para que se
compadeçam deles;
51. porque são o teu povo e a tua herança, que
tiraste da terra do Egito, do meio da fornalha de ferro.
52. Estejam
abertos os teus olhos à súplica do teu servo e à súplica do teu povo Israel, a
fim de os ouvires sempre que clamarem a ti.
53. Pois tu, ó Senhor
Jeová, os separaste dentre todos os povos da terra, para serem a tua herança
como falaste por intermédio de Moisés, teu servo, quando tiraste do Egito nossos
pais.
54. Sucedeu pois que, acabando Salomão de fazer ao Senhor esta
oração e esta súplica, estando de joelhos e com as mãos estendidas para o céu,
se levantou de diante do altar do Senhor,
55. pôs-se em pé, e abençoou
em alta voz a toda a congregação de Israel, dizendo:
56. Bendito seja
o Senhor, que deu repouso ao seu povo Israel, segundo tudo o que disse; não
falhou nem sequer uma de todas as boas palavras que falou por intermédio de
Moisés, seu servo.
57. O Senhor nosso Deus seja conosco, como foi com
nossos pais; não nos deixe, nem nos abandone;
58. mas incline a si os
nossos corações, a fim de andarmos em todos os seus caminhos, e guardarmos os
seus mandamentos, e os seus estatutos, e os seus preceitos, que ordenou a nossos
pais.
59. E que estas minhas palavras, com que supliquei perante o
Senhor, estejam perto, diante do Senhor nosso Deus, de dia e de noite, para que
defenda ele a causa do seu servo e a causa do seu povo Israel, como cada dia o
exigir,
60. para que todos os povos da terra, saibam que o Senhor é
Deus, e que não há outro.
61. E seja o vosso coração perfeito para com
o Senhor nosso Deus, para andardes nos seus estatutos, e guardardes os seus
mandamentos, como hoje o fazeis.
62. Então o rei e todo o Israel com
ele ofereceram sacrifícios perante o Senhor.
63. Ora, Salomão deu,
para o sacrifício pacífico que ofereceu ao Senhor, vinte e dois mil bois e cento
e vinte mil ovelhas. Assim o rei e todos os filhos de Israel consagraram a casa
do Senhor.
64. No mesmo dia o rei santificou o meio do átrio que
estava diante da casa do Senhor; porquanto ali ofereceu o holocausto, a oferta
de cereais e a gordura das ofertas pacíficas, porque o altar de bronze que está
diante do Senhor era muito pequeno para nele caberem o holocausto, a oferta de
cereais, e a gordura das ofertas pacíficas.
65. No mesmo tempo
celebrou Salomão a festa, e todo o Israel com ele, uma grande congregação, vinda
desde a entrada de Hamate e desde o rio do Egito, perante a face do Senhor nosso
Deus, por sete dias, e mais sete dias (catorze dias ao todo).
66. E no
oitavo dia despediu o povo, e todos bendisseram ao rei; então se foram às suas
tendas, alegres e de coração contente, por causa de todo o bem que o Senhor
fizera a Davi seu servo, e a Israel seu povo.
[I Reis 9]I Reis 9
1. Sucedera pois que, tendo Salomão
acabado de edificar a casa do Senhor, e a casa do rei, e tudo quanto lhe aprouve
fazer,
2. apareceu-lhe o Senhor segunda vez, como lhe tinha aparecido
em Gibeão.
3. E o Senhor lhe disse: Ouvi a tua oração e a tua súplica,
que fizeste perante mim; santifiquei esta casa que edificaste, a fim de pôr ali
o meu nome para sempre; e os meus olhos e o meu coração estarão ali todos os
dias.
4. Ora, se tu andares perante mim como andou Davi, teu pai, com
inteireza de coração e com eqüidade, fazendo conforme tudo o que te ordenei, e
guardando os meus estatutos e as minhas ordenanças,
5. então
confirmarei o trono de teu reino sobre Israel para sempre, como prometi a teu
pai Davi, dizendo: Não te faltará varão sobre o trono de Israel.
6.
Se, porém, vós e vossos filhos de qualquer maneira vos desviardes e não me
seguirdes, nem guardardes os meus mandamentos e os meus estatutos, que vos tenho
proposto, mas fordes, e servirdes a outros deuses, curvando-vos perante
eles,
7. então exterminarei a Israel da terra que lhe dei; e a esta
casa, que santifiquei a meu nome, lançarei longe da minha presença, e Israel
será por provérbio e motejo entre todos os povos.
8. E desta casa, que
é tão exaltada, todo aquele que por ela passar pasmará e assobiará, e dirá: Por
que fez o Senhor assim a esta terra e a esta casa?
9. E lhe
responderão: E porque deixaram ao Senhor seu Deus, que tirou da terra do Egito a
seus pais, e se apegaram a deuses alheios, e perante eles se encurvaram, e os
serviram; por isso o Senhor trouxe sobre eles todo este mal.
10. Ao
fim dos vinte anos em que Salomão edificara as duas casas, a casa do Senhor e a
casa do rei,
11. como Hirão, rei de Tiro, trouxera a Salomão madeira
de cedro e de cipreste, e ouro segundo todo o seu desejo, deu o rei Salomão a
Hirão vinte cidades na terra da Galiléia.
12. Hirão, pois, saiu de
Tiro para ver as cidades que Salomão lhe dera; porém não lhe
agradaram.
13. Pelo que disse: Que cidades são estas que me deste,
irmão meu? De sorte que são chamadas até hoje terra de Cabul.
14.
Hirão enviara ao rei cento e vinte talentos de ouro.
15. A razão da
leva de gente para trabalho forçado que o rei Salomão fez é esta: edificar a
casa do Senhor e a sua própria casa, e Milo, e o muro de Jerusalém, como também
Hazor, e Megido, e Gezer.
16. Pois Faraó, rei do Egito, tendo subido,
tomara a Gezer e a queimara a fogo, e matando os cananeus que moravam na cidade,
dera-a em dote a sua filha, mulher de Salomão.
17. Salomão edificou
Gezer, Bete-Horom a baixa,
18. Baalate, Tamar no deserto daquela
terra,
19. como também todas as cidades-armazéns que Salomão tinha, as
cidades dos carros as cidades dos cavaleiros, e tudo o que Salomão quis edificar
em Jerusalém, no Líbano, e em toda a terra de seu domínio.
20. Quanto
a todo o povo que restou dos amorreus, dos heteus, dos perizeus, dos heveus e
dos jebuseus, que não eram dos filhos de Israel,
21. a seus filhos,
que restaram depois deles na terra, os quais os filhos de Israel não puderam
destruir totalmente, Salomão lhes impôs tributo de trabalho forçado, até
hoje.
22. Mas dos filhos de Israel não fez Salomão escravo algum;
porém eram homens de guerra, e seus servos, e seus príncipes, e seus capitães, e
chefes dos seus carros e dos seus cavaleiros.
23. Estes eram os chefes
dos oficiais que estavam sobre a obra de Salomão, quinhentos e cinqüenta, que
davam ordens ao povo que trabalhava na obra.
24. Subiu, porém, a filha
de Faraó da cidade de Davi à sua casa, que Salomão lhe edificara; então ele
edificou Milo.
25. E Salomão oferecia três vezes por ano holocaustos e
ofertas pacíficas sobre a altar que edificara ao Senhor, queimando com eles
incenso sobre o altar que estava perante o Senhor, depois que acabou de edificar
a casa.
26. Também o rei Salomão fez uma frota em Eziom-Geber, que
está junto a Elote, na praia do Mar Vermelho, na terra de Edom.
27.
Hirão mandou com aquela frota, em companhia dos servos de Salomão, os seus
próprios servos, marinheiros que conheciam o mar;
28. os quais foram a
Ofir, e tomaram de lá quatrocentos e vinte talentos de ouro, que trouxeram ao
rei Salomão.
[I Reis 10]I Reis
10
1. Tendo a rainha de Sabá ouvido da fama de Salomão,
no que concerne ao nome do Senhor, veio prová-lo por enigmas.
2. E
chegou a Jerusalém com uma grande comitiva, com camelos carregados de
especiarias, e muitíssimo ouro, e pedras preciosas; e, tendo-se apresentado a
Salomão, conversou com ele acerca de tudo o que tinha na coração.
3. E
Salomão lhe deu resposta a todas as suas perguntas; não houve nada que o rei não
lhe soubesse explicar.
4. Vendo, pois, a rainha de Sabá toda a
sabedoria de Salomão, a casa que edificara,
5. as iguarias da sua
mesa, o assentar dos seus oficiais, as funções e os trajes dos seus servos, e os
seus copeiros, e os holocaustos que ele oferecia na casa do Senhor, ficou
estupefata,
6. e disse ao rei: Era verdade o que ouvi na minha terra,
acerca dos teus feitos e da tua sabedoria.
7. Contudo eu não o
acreditava, até que vim e os meus olhos o viram. Eis que não me disseram metade;
sobrepujaste em sabedoria e bens a fama que ouvi.
8. Bem-aventurados
os teus homens! Bem-aventuradas estes teus servos, que estão sempre diante de
ti, que ouvem a tua sabedoria!
9. Bendito seja o Senhor teu Deus, que
se agradou de ti e te colocou no trono de Israel! Porquanto o Senhor amou Israel
para sempre, por isso te estabeleceu rei, para executares juízo e
justiça.
10. E deu ela ao rei cento e vinte talentos de ouro,
especiarias em grande quantidade e pedras preciosas; nunca mais apareceu tamanha
abundância de especiarias como a que a rainha de Sabá deu ao rei
Salomão.
11. Também a frota de Hirão, que de Ofir trazia ouro, trouxe
dali madeira de almugue em quantidade, e pedras preciosas.
12. Desta
madeira de almugue fez e rei balaústres para a casa do Senhor, e para a casa de
rei, como também harpas e alaúdes para os cantores; não se trouxe nem se viu
mais tal madeira de almugue, até o dia de hoje.
13. E o rei Salomão
deu à rainha de Sabá tudo o que ela desejou, tudo quanto pediu, além de que lhe
dera espontaneamente, da sua munificência real. Então voltou e foi para a sua
terra, ela e os seus servos.
14. Ora, o peso do ouro que se trazia a
Salomão cada ano era de seiscentos e sessenta e seis talentos de
ouro,
15. além do que vinha dos vendedores ambulantes, e do tráfico
dos negociantes, e de todos as reis da Arábia, e dos governadores do
país.
16. Também o rei Salomão fez duzentos paveses de ouro batido; de
seiscentos siclos de ouro mandou fazer cada pavês;
17. do mesmo modo
fez também trezentos escudos de ouro batido; de três minas de auro mandou fazer
cada escudo. Então e rei os pôs na casa do bosque de Líbano.
18. Fez
mais o rei um grande trono de marfim, e o revestiu de ouro
puríssimo.
19. Tinha o trono seis degraus, e o alto do trono era
redondo pelo espaldar; de ambos os lados tinha braços junto ao assento, e dois
leões em pé junto aos braços.
20. E sobre os seis degraus havia doze
leões de ambos os lados; outro tal não se fizera em reino algum.
21.
Também todos os vasos de beber de rei Salomão eram de ouro, e todos os vasos da
casa do bosque do Líbano eram de ouro puro; não havia nenhum de prata, porque
nos dias de Salomão a prata não tinha estimação alguma.
22. Porque o
rei tinha no mar uma frota de Társis, com a de Hirão; de três em três anos a
frota de Társis voltava, trazendo ouro e prata, marfim, bugios e
pavões.
23. Assim o rei Salomão excedeu a todos os reis da terra,
tanto em riquezas como em sabedoria.
24. E toda a terra buscava a
presença de Salomão para ouvir a sabedoria que Deus lhe tinha posto no
coração.
25. Cada um trazia seu presente, vasos de prata, vasos de
ouro, vestidos, armaduras, especiarias, cavalos e mulas; isso faziam cada
ano.
26. Também ajuntou Salomão carros e cavaleiros, de sorte que
tinha mil e quatrocentos carros e doze mil cavaleiros, e os distribuiu pelas
cidades dos carros, e junto ao rei em Jerusalém.
27. E o rei tornou a
prata tão comum em Jerusalém como as pedras, e os cedros tantos em abundância
como os sicômoros que há pelas campinas.
28. Os cavalos que Salomão
tinha eram trazidos do Egito e de Coa; os mercadores do rei os recebiam de Coa
por preço determinado.
29. E subia e saía um carro do Egito por
seiscentos siclos de prata, e um cavalo por cento e cinqüenta; e assim, por
intermédio desses mercadores, eram exportados para todos os reis dos heteus e
para os reis da Síria.
[I Reis 11]I Reis
11
1. Ora, o rei Salomão amou muitas mulheres
estrangeiras, além da filha de Faraó: moabitas, amonitas, edomitas, sidônias e
heteias,
2. das nações de que o Senhor dissera aos filhos de Israel:
Não ireis para elas, nem elas virão para vós; doutra maneira perverterão o vosso
coração para seguirdes os seus deuses. A estas se apegou Salomão, levado pelo
amor.
3. Tinha ele setecentas mulheres, princesas, e trezentas
concubinas; e suas mulheres lhe perverteram o coração.
4. Pois sucedeu
que, no tempo da velhice de Salomão, suas mulheres lhe perverteram o coração
para seguir outros deuses; e seu coração já não era perfeito para com o Senhor
seu Deus, como fora o de Davi, seu pai;
5. Salomão seguiu a Astarete,
deusa dos sidônios, e a Milcom, abominação dos amonitas.
6. Assim fez
Salomão o que era mau aos olhos do Senhor, e não perseverou em seguir, como
fizera Davi, seu pai.
7. Nesse tempo edificou Salomão um alto a
Quemós, abominação dos moabitas, sobre e monte que está diante de Jerusalém, e a
Moleque, abominação dos amonitas.
8. E assim fez para todas as suas
mulheres estrangeiras, as quais queimavam incenso e ofereciam sacrifícios a seus
deuses.
9. Pelo que o Senhor se indignou contra Salomão, porquanto e
seu coração se desviara do Senhor Deus de Israel, o qual duas vezes lhe
aparecera,
10. e lhe ordenara expressamente que não seguisse a outros
deuses. Ele, porém, não guardou o que o Senhor lhe ordenara.
11.
Disse, pois, o Senhor a Salomão: Porquanto houve isto em ti, que não guardaste a
meu pacto e os meus estatutos que te ordenei, certamente rasgarei de ti este
reino, e o darei a teu servo.
12. Contudo não o farei nos teus dias,
por amor de Davi, teu pai; da mão de teu filho o rasgarei.
13. Todavia
não rasgarei o reino todo; mas uma tribo darei a teu filho, por amor de meu
servo Davi, e por amor de Jerusalém, que escolhi.
14. O Senhor
levantou contra Salomão um adversário, Hadade, o edomeu; o qual era da estirpe
real de Edom.
15. Porque sucedeu que, quando Davi esteve em guerra
contra Edom, tendo Jeabe, o chefe do exército, subido a enterrar os mortos, e
ferido a todo varão em Edom
16. (porque Joabe ficou ali seis meses com
todo o Israel, até que destruiu a todo varão em Edom),
17. Hadade, que
era ainda menino, fugiu para o Egito com alguns edemeus, servos de seu
pai.
18. Levantando-se, pois, de Midiã, foram a Parã; e tomando
consigo homens de Parã, foram ao Egito ter com Faraó, rei do Egito, o qual deu
casa a Hadade, proveu-lhe a subsistência, e lhe deu terras.
19. E
Hadade caiu tanto em graça a Faraó, que este lhe deu por mulher a irmã de sua
mulher, a irmã da rainha Tafnes.
20. Ora, desta irmã de Tafnes nasceu
a Hadade seu filho Genubate, a qual Tafnes criou na casa de Faraó, onde Genubate
esteve entre os filhos de rei.
21. Ouvindo, pois, Hadade no Egito que
Davi adormecera com seus pais, e que Jeabe, chefe do exército, era morto, disse
o Faraó: Deixa-me ir, para que eu volte à minha terra.
22.
Perguntou-lhe Faraó: Que te falta em minha companhia, que procuras partir para a
tua terra? Respondeu ele: Nada; todavia, peço que me deixes ir.
23.
Deus levantou contra Salomão ainda outro adversário, Rezom, filho de Eliadá, que
tinha fugido de seu senhor Hadadézer, rei de Zobá.
24. Pois ele
ajuntara a si homens, e se fizera capitão de uma tropa, quando Davi matou os de
Zebá; e, indo-se para Damasco, habitaram ali; e fizeram-no rei em
Damasco.
25. E foi adversário de Israel por todos os dias de Salomão,
e isto além do mal que Hadade fazia; detestava a Israel, e reinava sobre a
Síria.
26. Também Jeroboão, filho de Nebate, efrateu de Zeredá, servo
de Salomão, cuja mãe era viúva, por nome Zeruá, levantou a mão contra o
rei.
27. E esta foi a causa por que levantou a mão contra o rei:
Salomão tinha edificado a Milo, e cerrado a brecha da cidade de Davi, seu
pai.
28. Ora, Jeroboão era homem forte e valente; e vendo Salomão que
este mancebo era laborioso, colocou-o sobre toda a carga imposta à casa de
José.
29. E sucedeu naquele tempo que, saindo Jeroboão de Jerusalém, o
profeta Aías, o silonita, o encontrou no caminho; este se tinha vestido duma
capa nova; e os dois estavam sós no campo.
30. Então Aías pegou na
capa nova que tinha sobre si, e a rasgou em doze pedaços.
31. E disse
a Jeroboão: Toma estes dez pedaços para ti, porque assim diz e Senhor Deus de
Israel: Eis que rasgarei o reino da mão de Salomão, e a ti darei dez
tribos.
32. Ele, porém, terá uma tribo, por amor de Davi, meu servo, e
por amor de Jerusalém, a cidade que escolhi dentre todas as tribos de
Israel.
33. Porque me deixaram, e se encurvaram a Astarote, deusa dos
sidônios, a Quemés, deus dos moabitas, e a Milcom, deus dos amonitas; e não
andaram pelos meus caminhos, para fazerem o que parece reto aos meus olhos, e
para guardarem os meus estatutos e os meus preceitos, como o fez Davi, seu
pai.
34. Todavia não tomarei da sua mão o reino todo; mas deixá-lo-ei
governar por todos os dias da sua vida, por amor de Davi, meu servo, a quem
escolhi, o qual guardou os meus mandamentos e os meus estatutos.
35.
Mas da mão de seu filho tomarei e reino e to darei a ti, isto é, as dez
tribos.
36. Todavia a seu filho darei uma tribo, para que Davi, meu
servo, sempre tenha uma lâmpada diante de mim em Jerusalém, a cidade que escolhi
para ali pôr o meu nome.
37. Então te tomarei, e reinarás sobre tudo o
que desejar a tua alma, e serás rei sobre Israel.
38. E há de ser que,
se ouvires tudo o que eu te ordenar, e andares pelos meus caminhos, e fizeres o
que é reto aos meus olhos, guardando os meus estatutos e os meus mandamentos,
como o fez Davi, meu servo, eu serei contigo, e te edificarei uma casa firme,
como o fiz para Davi, e te darei Israel.
39. E por isso afligirei a
descendência de Davi, todavia não para sempre.
40. Pelo que Salomão
procurou matar Jeroboão; porém este se levantou, e fugiu para o Egito, a ter com
Sisaque, rei de Egito, onde esteve até a morte de Salomão.
41. Quanto
ao restante dos atos de Salomão, e a tudo o que ele fez, e à sua sabedoria,
porventura não está escrito no livro dos atos de Salomão?
42. O tempo
que Salomão reinou em Jerusalém sobre todo o Israel foi quarenta
anos.
43. E Salomão dormiu com seus pais, e foi sepultado na cidade de
Davi, seu pai; e Roboão, seu filho, reinou em seu lugar.
[I Reis 12]I Reis 12
1. Foi então Roboão para Siquém,
porque todo o Israel se congregara ali para fazê-lo rei.
2. E
Jeroboão, filho de Nebate, que estava ainda no Egito, para onde fugira da
presença do rei Salomão, ouvindo isto, voltou do Egito.
3. E mandaram
chamá-lo; Jeroboão e toda a congregação de Israel vieram, e falaram a Roboão,
dizendo:
4. Teu pai agravou o nosso jugo; agora, pois, alivia a dura
servidão e o pesado juro que teu pai nos impôs, e nós te
serviremos.
5. Ele lhes respondeu: Ide-vos até o terceiro dia, e então
voltai a mim. E o povo se foi.
6. Teve o rei Roboão conselho com os
anciãos que tinham assistido diante de Salomão, seu pai, quando este ainda
vivia, e perguntou-lhes: como aconselhais vós que eu responda a este
povo?
7. Eles lhe disseram: Se hoje te tornares servo deste povo, e o
servires, e, respondendo-lhe, lhe falares boas palavras, eles serão para sempre
teus servos.
8. Ele, porém, deixou o conselho que os anciãos lhe
deram, e teve conselho com os mancebos que haviam crescido com ele, e que
assistiam diante dele,
9. perguntando-lhes: Que aconselhais vós que
respondamos a este povo, que me disse: Alivia o jugo que teu pai nos
impôs?
10. E os mancebos que haviam crescido com ele responderam-lhe:
A este povo que te falou, dizendo: Teu pai fez pesado o nosso jugo, mas tu o
alivia de sobre nós; assim lhe falarás: Meu dedo mínimo é mais grosso do que os
lombos de meu pai.
11. Assim que, se meu pai vos carregou dum jugo
pesado, eu ainda aumentarei o vosso jugo; meu pai vos castigou com açoites; eu,
porém, vos castigarei com escorpiões.
12. Veio, pois, Jeroboão com
todo o povo a Roboão ao terceiro dia, como o rei havia ordenado, dizendo: Voltai
a mim ao terceiro dia.
13. E o rei respondeu ao povo asperamente e,
deixando o conselho que os anciãos lhe haviam dado,
14. falou-lhe
conforme o conselho dos mancebos, dizendo: Meu pai agravou o vosso jugo, porém
eu ainda o aumentarei; meu pai vos castigou com açoites, porém eu vos castigarei
com escorpiões.
15. O rei, pois, não deu ouvidos ao povo; porque esta
mudança vinha do Senhor, para confirmar a palavra que o Senhor dissera por
intermédio de Aías, o silonita, a Jeroboão, filho de Nebate.
16.
Vendo, pois, todo o Israel que o rei não lhe dava ouvidos, respondeu-lhe,
dizendo: Que parte temos nós em Davi? Não temos herança no filho de Jessé. Às
tuas tendas, ó Israel! Agora olha por tua casa, ó Davi! Então Israel se foi para
as suas tendas.
17. (Mas quanto aos filhos de Israel que habitavam nas
cidades de Judá, sobre eles reinou Roboão.)
18. Então o rei Roboão
enviou-lhes Adorão, que estava sobre a leva de tributários servis; e todo o
Israel o apedrejou, e ele morreu. Pelo que o rei Roboão se apressou a subir ao
seu carro e fugiu para Jerusalém.
19. Assim Israel se rebelou contra a
casa de Davi até o dia de hoje.
20. Sucedeu então que, ouvindo todo o
Israel que Jeroboão tinha voltado, mandaram chamá-lo para a congregação, e o
fizeram rei sobre todo o Israel; e não houve ninguém que seguisse a casa de
Davi, senão somente a tribo de Judá.
21. Tendo Roboão chegado a
Jerusalém, convocou toda a casa de Judá e a tribo de Benjamim, cento e oitenta
mil homens escolhidos, destros para a guerra, para pelejarem contra a casa de
Israel a fim de restituírem o reino a Roboão, filho de Salomão.
22.
Veio, porém, a palavra de Deus a Semaías, homem de Deus, dizendo:
23.
Fala a Roboão, filho de Salomão, rei de Judá, e a toda a casa de Judá e de
Benjamim, e ao resto do povo, dizendo:
24. Assim diz o Senhor: Não
subireis, nem pelejareis contra vossos irmãos, os filhos de Israel; volte cada
um para a sua casa, porque de mim proveio isto. E ouviram a palavra do Senhor, e
voltaram segundo o seu mandado.
25. Jeroboão edificou Siquém, na
região montanhosa de Efraim, e habitou ali; depois, saindo dali, edificou
Penuel.
26. Disse Jeroboão no seu coração: Agora tornará o reino para
a casa de Davi.
27. Se este povo subir para fazer sacrifícios na casa
do Senhor, em Jerusalém, o seu coração se tornará para o seu senhor, Roboão, rei
de Judá; e, matando-me, voltarão para Roboão, rei de Judá.
28. Pelo
que o rei, tendo tomado conselho, fez dois bezerros de ouro, e disse ao povo:
Basta de subires a Jerusalém; eis aqui teus deuses, ó Israel, que te fizeram
subir da terra do Egito.
29. E pôs um em Betel, e o outro em
Dã.
30. Ora, isto se tornou em pecado; pois que o povo ia até Dã para
adorar o ídolo.
31. Também fez casas nos altos, e constituiu
sacerdotes dentre o povo, que não eram dos filhos de Levi.
32. E
Jeroboão ordenou uma festa no oitavo mês, no dia décimo quinto do mês, como a
festa que se celebrava em Judá, e sacrificou no altar. Semelhantemente fez em
Betel, sacrificando aos bezerros que tinha feito; também em Betel estabeleceu os
sacerdotes dos altos que fizera.
33. Sacrificou, pois, no altar, que
fizera em Betel, no dia décimo quinto do oitavo mês, mês que ele tinha escolhido
a seu bel prazer; assim ordenou uma festa para os filhos de Israel, e sacrificou
no altar, queimando incenso.
[I Reis 13]I Reis
13
1. Eis que, por ordem do Senhor, veio de Judá a
Betel um homem de Deus; e Jeroboão estava junto ao altar, para queimar
incenso.
2. E o homem clamou contra o altar, por ordem do Senhor,
dizendo: Altar, altar! assim diz o Senhor: Eis que um filho nascerá à casa de
Davi, cujo nome será Josias; e qual sacrificará sobre ti os sacerdotes dos altos
que sobre ti queimam incenso, e ossos de homens se queimarão sobre
ti.
3. E deu naquele mesmo dia um sinal, dizendo: Este é o sinal de
que o Senhor falou; Eis que o altar se fenderá, e a cinza que está sobre ele se
derramará.
4. Sucedeu pois que, ouvindo o rei Jeroboão a palavra que o
homem de Deus clamara contra o altar de Betel, estendeu a mão de sobre o altar,
dizendo: Pegai-o! E logo, a mão que estendera contra ele secou-se, de modo que
não podia tornar a trazê-la a si.
5. E o altar se fendeu, e a cinza se
derramou do altar, conforme o sinal que o homem de Deus, por ordem do Senhor,
havia dado.
6. Então respondeu o rei, e disse ao homem de Deus:
Suplica ao Senhor teu Deus, e roga por mim, para que se me restitua a minha mão.
Pelo que o homem de Deus suplicou ao Senhor, e a mão do rei se lhe restituiu, e
ficou como dantes.
7. Disse então o rei ao homem de Deus: Vem comigo a
minha casa, e conforta-te, e dar-te-ei uma recompensa.
8. Mas o homem
de Deus respondeu ao rei: Ainda que me desses metade da tua casa, não iria
contigo, nem comeria pão, nem beberia água neste lugar.
9. Porque
assim me ordenou o Senhor pela sua palavra, dizendo: Não comas pão, nem bebas
água, nem voltes pelo caminho por onde vieste.
10. Ele, pois, se foi
por outro caminho, e não voltou pelo caminho por onde viera a
Betel.
11. Ora, morava em Betel um velho profeta. Seus filhos vieram
contar-lhe tudo o que o homem de Deus fizera aquele dia em Betel; e as palavras
que ele dissera ao rei, contaram-nas também a seu pai.
12.
Perguntou-lhes seu pai: Por que caminho se foi? pois seus filhos tinham visto o
caminho por onde fora o homem de Deus que viera de Judá.
13. Então
disse a seus filhos: Albardai-me o jumento. E albardaram-lhe o jumento, no qual
ele montou.
14. E tendo ido após o homem de Deus, achou-o sentado
debaixo de um carvalho, e perguntou-lhe: És tu o homem de Deus que vieste de
Judá? Respondeu ele: Sou.
15. Então lhe disse: Vem comigo a casa, e
come pão.
16. Mas ele tornou: Não posso voltar contigo, nem entrar em
tua casa; nem tampouco comerei pão, nem beberei água contigo neste
lugar;
17. porque me foi mandado pela palavra de Senhor: Ali não comas
pão, nem bebas água, nem voltes pelo caminho por onde vieste.
18.
Respondeu-lhe o outro: Eu também sou profeta como tu, e um anjo me falou por
ordem do Senhor, dizendo: Faze-o voltar contigo a tua casa, para que coma pão e
beba água. Mas mentia-lhe.
19. Assim o homem voltou com ele, comeu pão
em sua casa, e bebeu água.
20. Estando eles à mesa, a palavra do
Senhor veio ao profeta que o tinha feito voltar;
21. e ele clamou ao
homem de Deus que viera de Judá, dizendo: Assim diz o Senhor: Porquanto foste
rebelde à ordem do Senhor, e não guardaste o mandamento que o Senhor teu Deus te
mandara,
22. mas voltaste, e comeste pão e bebeste água no lugar de
que te dissera: Não comas pão, nem bebas água; o teu cadáver não entrará no
sepulcro de teus pais.
23. E, havendo eles comido e bebido, albardou o
jumento para o profeta que fizera voltar.
24. Este, pois, se foi, e um
leão o encontrou no caminho, e o matou; o seu cadáver ficou estendido no
caminho, e o jumento estava parado junto a ele, e também o leão estava junto ao
cadáver.
25. E, passando por ali alguns homens, viram o cadáver
estendido no caminho, e o leão ao lado dele. Foram, pois, e o disseram na cidade
onde o velho profeta habitava.
26. Quando o profeta que o fizera
voltar do caminho ouviu isto, disse: É o homem de Deus, que foi rebelde à
palavra do Senhor; por isso o Senhor o entregou ao leão, que o despedaçou e
matou, segundo a palavra que o Senhor lhe dissera.
27. E disse a seus
filhos: Albardai-me e jumento. Eles lho albardaram.
28. Então foi e
achou o cadáver estendido no caminho, e o jumento e o leão, que estavam parados
junto ao cadáver; o leão não o havia devorado, nem havia despedaçado o
jumento.
29. Então e profeta levantou o cadáver do homem de Deus e,
pondo-o em cima do jumento, levou-o consigo; assim veio o velho profeta à cidade
para o chorar e o sepultar.
30. E colocou o cadáver no seu próprio
sepulcro; e prantearam-no, dizendo: Ah, irmão meu!
31. Depois de o
haver sepultado, disse a seus filhos. Quando eu morrer, sepultai-me no sepulcro
em que o homem de Deus está sepultado; ponde os meus ossos junto aos ossos
dele.
32. Porque certamente se cumprirá o que, pela palavra de Senhor,
clamou, contra o altar que está em Betel, como também contra todas as casas dos
altos que estão nas cidades de Samária.
33. Nem depois destas coisas
deixou Jeroboão e seu mau caminho, porém tornou a fazer dentre todo o povo
sacerdotes dos lugares altos; e a qualquer que o queria consagrava sacerdote dos
lugares altos.
34. E isso foi causa de pecado à casa de Jeroboão, para
destruí-la e extingui-la da face da terra.
[I Reis 14]I
Reis 14
1. Naquele tempo adoeceu Abias, filho de
Jeroboão.
2. E disse Jeroboão a sua mulher: Levanta-te, e disfarça-te,
para que não conheçam que és mulher de Jeroboão, e vai a Siló. Eis que lá está o
profeta Aías, o qual falou acerca de mim que eu seria rei sobre este
povo.
3. Leva contigo dez pães, alguns bolos e uma botija de mel, e
vai ter com ele; ele te declarará o que há de suceder a este
menino.
4. Assim, pois, fez a mulher de Jeroboão; e, levantando-se,
foi a Siló, e entrou na casa de Aías. Este já não podia ver, pois seus olhos
haviam cegado por causa da velhice.
5. O Senhor, porém, dissera a
Aías: Eis que a mulher de Jeroboão vem consultar-te sobre seu filho, que está
doente. Assim e assim lhe falarás; porque há de ser que, entrando ela, fingirá
ser outra.
6. Sucedeu que, ouvindo Aías o ruído de seus pés, ao entrar
ela pela porta, disse: Entra, mulher de Jeroboão; por que te disfarças assim?
Pois eu sou enviado a ti com duras novas.
7. Vai, dize a Jeroboão:
Assim diz o Senhor Deus de Israel: Porquanto te exaltei do meio do povo, e te
constituí príncipe sobre o meu povo de Israel,
8. e rasguei o reino da
casa de Davi, e o dei a ti; todavia não tens sido como o meu servo Davi, que
guardou os meus mandamentos e que me seguiu de todo o coração para fazer somente
o que era reto aos meus olhos;
9. mas tens praticado o mal, pior do
que todos os que foram antes de ti, e foste fizeste para ti outros deuses e
imagens de fundição, para provocar-me à ira, e me lançaste para trás das tuas
costas;
10. portanto, eis que trarei o mal sobre a casa de Jeroboão, e
exterminarei de Jeroboão todo homem, escravo ou livre, em Israel, e lançarei
fora os remanescentes da casa de Jeroboão, como se lança fora o esterco, até que
de todo se acabe.
11. Quem morrer a Jeroboão na cidade, comê-lo-ão os
cães; e o que lhe morrer no campo, comê-lo-ão as aves do céu; porque o Senhor o
disse.
12. Levanta-te, pois, e vai-te para tua casa; ao entrarem os
teus pés na cidade, o menino morrerá.
13. E todo o Israel o pranteará,
e o sepultará; porque de Jeroboão só este entrará em sepultura, porquanto, dos
da casa de Jeroboão, só nele se achou alguma coisa boa para com o Senhor Deus de
Israel.
14. O Senhor, porém, levantará para si um rei sobre Israel,
que destruirá a casa de Jeroboão. Este é o dia! Sim desde agora.
15.
Ferirá o Senhor a Israel, como se agita a cana nas águas; e arrancará a Israel
desta boa terra que tinha dado a seus pais, e o espalhará para além do rio,
porquanto fizeram os seus aserins, provocando o Senhor à ira.
16. E
entregará Israel por causa dos pecados de Jeroboão, o qual pecou e fez pecar a
Israel.
17. Então a mulher de Jeroboão se levantou e partiu, e veio
para Tirza; chegando ela ao limiar da casa, o menino morreu.
18. E
todo o Israel o sepultou e o pranteou, conforme a palavra do Senhor, que ele
falara por intermédio de seu servo Aías, o profeta.
19. Quanto ao
restante dos atos de Jeroboão, como guerreou, e como reinou, eis que está
escrito no livro das crônicas dos reis de Israel.
20. E o tempo que
Jeroboão reinou foi vinte e dois anos. E dormiu com seus pais; e Nadabe, seu
filho, reinou em seu lugar.
21. Reinou em Judá Roboão, filho de
Salomão. Tinha quarenta e um anos quando começou a reinar, e reinou dezessete
anos em Jerusalém, a cidade que o Senhor escolhera dentre todas as tribos de
Israel para pôr ali o seu nome. E era o nome de sua mãe Naamá, a
amonita.
22. E fez Judá o que era mau aos olhos do Senhor; e, com os
seus pecados que cometeram, provocaram-no a zelos, mais do que o fizeram os seus
pais.
23. Porque também eles edificaram altos, e colunas, e aserins
sobre todo alto outeiro e debaixo de toda árvore frondosa;
24. e havia
também sodomitas na terra: fizeram conforme todas as abominações dos povos que o
Senhor tinha expulsado de diante dos filhos de Israel.
25. Ora,
sucedeu que, no quinto ano do rei Roboão, Sisaque, rei do Egito, subiu contra
Jerusalém,
26. e tomou os tesouros da casa de Senhor e os tesouros da
casa do rei; levou tudo. Também tomou todos os escudos de ouro que Salomão tinha
feito.
27. Em lugar deles, fez o rei Roboão escudos de bronze, e os
entregou nas mãos dos capitães da guarda, que guardavam a porta da casa do
rei.
28. E todas as vezes que o rei entrava na casa do Senhor os da
guarda levavam os escudos, e depois tornavam a pô-los na câmara da
guarda.
29. Quanto ao restante dos atos de Reboão, e a tudo quanto
fez, porventura não estão escritos no livro das crônicas dos reis de
Judá?
30. Houve guerra continuamente entre Roboão e
Jeroboão.
31. E Roboão dormiu com seus pais, e foi sepultado com eles
na cidade de Davi. Era o nome de sua mãe Naamá, a amonita. E Abião, seu filho,
reinou em seu lugar.
[I Reis 15]I Reis
15
1. No décimo oitavo ano do rei Jeroboão, filho de
Nebate, começou Abião a reinar sobre Judá.
2. Reinou três anos em
Jerusalém. Era o nome de sua mãe Maacá, filha de Absalão.
3. Ele andou
em todos os pecados que seu pai tinha cometido antes dele; o seu coração não foi
perfeito para com o Senhor seu Deus como o coração de Davi, seu
pai.
4. Mas por amor de Davi o Senhor lhe deu uma lâmpada em
Jerusalém, levantando a seu filho depois dele, e confirmando a
Jerusalém;
5. porque Davi fez o que era reto aos olhos do Senhor, e
não se desviou de tudo o que lhe ordenou em todos os dias da sua vida, a não ser
no caso de Urias, o heteu.
6. Ora, houve guerra entre Roboão e
Jeroboão todos os dias da vida de Roboão.
7. Quanto ao restante dos
atos de Abião, e a tudo quanto fez, porventura não estão escritos no livro das
crônicas dos reis de Judá? Também houve guerra entre Abião e
Jeroboão.
8. Abião dormiu com seus pais, e o sepultaram na cidade de
Davi. E Asa, seu filho, reinou em seu lugar.
9. No vigésimo ano de
Jeroboão, rei de Israel, começou Asa a reinar em Judá,
10. e reinou
quarenta e um anos em Jerusalém. Era o nome de sua mãe Maacá, filha de
Absalão.
11. Asa fez o que era reto aos olhos do Senhor, como Davi,
seu pai.
12. Porque tirou da terra os sodomitas, e removeu todos os
ídolos que seus pais tinham feito.
13. E até a Maacá, sua mãe, removeu
para que não fosse rainha, porquanto tinha feito um abominável ídolo para servir
de Asera; e Asa desfez esse ídolo, e o queimou junto ao ribeiro de
Cedrom.
14. Os altos, porém, não foram tirados; todavia o coração de
Asa foi reto para com o Senhor todos os seus dias.
15. E trouxe para a
casa do Senhor as coisas que seu pai havia consagrado, e as coisas que ele mesmo
consagrara: prata, ouro e vasos.
16. Ora, houve guerra entre Asa e
Baasa, rei de Israel, todos os seus dias.
17. Pois Baasa, rei de
Israel, subiu contra Judá, e edificou Ramá, para que a ninguém fosse permitido
sair, nem entrar a ter com Asa, rei de Judá.
18. Então Asa tomou toda
a prata e ouro que ficaram nos tesouros da casa do Senhor, e os tesouros da casa
do rei, e os entregou nas mãos de seus servos. E o rei Asa os enviou a
Ben-Hadade, filho de Tabrimom, filho de Heziom, rei da Síria, que habitava em
Damasco, dizendo:
19. Haja aliança entre mim e ti, como houve entre
meu pai e teu pai. Eis que aqui te mando um presente de prata e de ouro; vai, e
anula a tua aliança com Baasa, rei de Israel, para que ele se retire de
mim.
20. Ben-Hadade, pois, deu ouvidos ao rei Asa, e enviou os
capitães dos seus exércitos contra as cidades de Israel; e feriu a Ijom, a Dã, a
Abel-Bete-Maacá, e a todo o distrito de Quinerote, com toda a terra de
Naftali.
21. E sucedeu que, ouvindo-o Baasa, deixou de edificar Ramá,
e ficou em Tirza.
22. Então o rei Asa fez apregoar por toda a Judá que
todos, sem exceção, trouxessem as pedras de Ramá, e a madeira com que Baasa a
edificava; e com elas o rei Asa edificou Geba de Benjamim e Mizpá.
23.
Quanto ao restante de todos os atos de Asa, e todo o seu poder, e tudo quanto
fez, e as cidades que edificou, porventura não estão escritos no livro das
crônicas dos reis de Judá? Porém, na velhice, ficou, enfermo dos
pés.
24. E Asa dormiu com seus pais, e foi sepultado com eles na
cidade de Davi seu pai; e Jeosafá, seu filho reinou em seu lugar.
25.
Nadabe, filho de Jeroboão, começou a reinar sobre Israel no segundo ano de Asa,
rei de Judá, e reinou sobre Israel dois anos.
26. E fez o que era mau
aos olhos de Senhor, andando nos caminhos de seu pai, e no seu pecado com que
tinha feito Israel pecar.
27. Conspirou contra ele Baasa, filho de
Aías, da casa de Issacar, e o feriu em Gibetom, que pertencia aos filisteus;
pois Nadabe e todo o Israel sitiavam a Gibetom.
28. Matou-o, pois,
Baasa no terceiro ano de Asa, rei de Judá, e reinou em seu lugar.
29.
E logo que começou a reinar, feriu toda a casa de Jeroboão; a ninguém de
Jeroboão que tivesse fôlego deixou de destruir totalmente, conforme a palavra do
Senhor que ele falara por intermédio de seu servo Aías, o
silonita,
30. por causa dos pecados que Jeroboão cometera, e com que
fizera Israel pecar, e por causa da provocação com que provocara à ira o Senhor
Deus de Israel.
31. Quanto ao restante dos atos de Nadabe, e a tudo
quanto fez, porventura não estão escritos no livro das crônicas dos reis de
Israel?
32. Houve guerra entre Asa e Baasa, rei de Israel, todos os
seus dias.
33. No terceiro ano de Asa, rei de Judá, Baasa, filho de
Aías, começou a reinar sobre todo o Israel em Tirza, e reinou vinte e quatro
anos.
34. E fez o que era mau aos olhos do Senhor, andando no caminho
de Jeroboão e no seu pecado com que tinha feito Israel pecar.
[I Reis
16]I Reis 16
1. Então veio a palavra
do Senhor a Jeú, filho de Hanâni, contra Baasa, dizendo:
2. Porquanto
te exaltei do pó, e te constituí chefe sobre o meu povo Israel, e tu tens andado
no caminho de Jeroboão, e tens feito o meu povo Israel pecar, provocando-me à
ira com os seus pecados,
3. eis que exterminarei os descendentes de
Baasa, e os descendentes da casa dele; sim, tornarei a tua casa como a casa de
Jeroboão, filho de Nebate.
4. Quem morrer a Baasa na cidade,
comê-lo-ão os cães; e o que lhe morrer no campo, comê-lo-ão as aves do
céu.
5. Quanto ao restante dos atos de Baasa, e ao que fez, e ao seu
poder, porventura não estão escritos no livro das crônicas dos reis de
Israel?
6. E Baasa dormiu com seus pais, e foi sepultado em Tirza.
Então Elá, seu filho, reinou em seu lugar.
7. Assim veio também a
palavra do Senhor, por intermédio do profeta Jeú, filho de Hanâni, contra Baasa
e contra a casa dele, não somente por causa de todo o mal que fizera aos olhos
do Senhor, de modo a provocá-lo à ira com a obra de suas mãos, tornando-se como
a casa de Jeroboão, mas também porque exterminara a casa de
Jeroboão.
8. No ano vinte e seis de Asa, rei de Judá, Elá, filho de
Baasa, começou a reinar em Tirza sobre Israel, e reinou dois anos.
9.
E Zinri, seu servo, chefe de metade dos carros, conspirou contra ele. Ora, Elá
achava-se em Tirza bebendo e embriagando-se em casa de Arza, que era o seu
mordomo em Tirza.
10. Entrou, pois, Zinri e o feriu, e o matou, no ano
vigésimo sétimo de Asa, rei de Judá, e reinou em seu lugar.
11. Quando
ele começou a reinar, logo que se assentou no seu trono, feriu toda a casa de
Baasa; não lhe deixou homem algum, nem de seus parentes, nem de seus
amigos.
12. Assim destruiu Zinri toda a casa de Baasa, conforme a
palavra do Senhor, que ele falara contra Baasa por intermédio do profeta
Jeú,
13. por causa de todos os pecados de Baasa, e dos pecados de Elá,
seu filho, com que pecaram, e com que fizeram Israel pecar, provocando à ira,
com as suas vaidades, o Senhor Deus de Israel.
14. Quanto ao restante
dos atos de Elá, e a tudo quanto fez, porventura não estão escritos no livro das
crônicas dos reis de Israel?
15. No ano vigésimo sétimo de Asa, rei de
Judá, reinou Zinri sete dias em Tirza. Estava o povo acampado contra Gibetom,
que pertencia aos filisteus.
16. E o povo que estava acampado ouviu
dizer: Zinri conspirou, e matou o rei; pelo que no mesmo dia, no arraial, todo o
Israel constituiu rei sobre Israel a Onri, chefe do exercito.
17.
Então Onri subiu de Gibetom com todo o Israel, e cercaram Tirza.
18.
Vendo Zinri que a cidade era tomada, entrou no castelo da casa do rei, e
queimou-a sobre si; e morreu,
19. por causa dos pecados que cometera,
fazendo o que era mau aos olhos do Senhor, andando no caminho de Jeroboão, e no
pecado que este cometera, fazendo Israel pecar.
20. Quanto ao restante
dos atos de Zinri, e à conspiração que fez, porventura não estão escritos no
livro das crônicas dos reis de Israel?
21. Então o povo de Israel se
dividiu em dois partidos: metade do povo seguia a Tíbni, filho de Ginate, para
fazê-lo rei, e a outra metade seguia a Onri.
22. Mas o povo que seguia
a Onri prevaleceu contra o que seguia a Tíbni, filho de Ginate; de sorte que
Tíbni morreu, e Onri reinou.
23. No trigésimo primeiro ano de Asa, rei
de Judá, Onri começou a reinar sobre Israel, e reinou doze anos. Reinou seis
anos em Tirza.
24. E de Semer comprou o outeiro de Samária por dois
talentos de prata, e edificou nele; e chamou a cidade que edificou Samária, do
nome de Semer, dono do outeiro.
25. E fez Onri o que era mau aos olhos
do Senhor; pior mesmo do que todos os que o antecederam.
26. Pois ele
andou em todos os caminhos de Jeroboão, filho de Nebate, como também nos pecados
com que este fizera Israel pecar, provocando à ira, com as suas vaidades, o
Senhor Deus de Israel.
27. Quanto ao restante dos atos que Onri fez, e
ao poder que manifestou, porventura não estão escritos no livro das crônicas dos
reis de Israel?
28. Onri dormiu com seus pais, e foi sepultado em
Samária. E Acabe, seu filho, reinou em seu lugar.
29. No trigésimo
oitavo ano de Asa, rei de Judá, começou Acabe, filho de Onri, a reinar sobre
Israel; e reinou sobre Israel em Samária vinte e dois anos.
30. E fez
Acabe, filho de Onri, o que era mau aos olhos do Senhor, mais do que todos os
que o antecederam.
31. E, como se fosse pouco andar nos pecados de
Jeroboão, filho de Nebate, ainda tomou por mulher a Jezabel, filha de Etbaal,
rei dos sidônios, e foi e serviu a Baal, e o adorou;
32. e levantou um
altar a Baal na casa de Baal que ele edificara em Samária;
33. também
fez uma asera. De maneira que Acabe fez muito mais para provocar à ira o Senhor
Deus de Israel do que todos os reis de Israel que o antecederam.
34.
Em seus dias Hiel, o betelita, edificou Jericó. Quando lançou os seus alicerces,
morreu-lhe Abirão, seu primogênito; e quando colocou as suas portas, morreu-lhe
Segube, seu filho mais moço; conforme a palavra do Senhor, que ele falara por
intermédio de Josué, filho de Num.
[I Reis 17]I Reis
17
1. Então Elias, o tisbita, que habitava em Gileade,
disse a Acabe: Vive o Senhor, Deus de Israel, em cuja presença estou, que nestes
anos não haverá orvalho nem chuva, senão segundo a minha palavra.
2.
Depois veio a Elias a palavra do Senhor, dizendo:
3. Retira-te daqui,
vai para a banda de oriente, e esconde-te junto ao ribeiro de Querite, que está
ao oriente do Jordão.
4. Beberás do ribeiro; e eu tenho ordenado aos
corvos que ali te sustentem.
5. Partiu, pois, e fez conforme a palavra
do Senhor; foi habitar junto ao ribeiro de Querite, que está ao oriente do
Jordão.
6. E os corvos lhe traziam pão e carne pela manhã, como também
pão e carne à tarde; e ele bebia do ribeiro.
7. Mas, decorridos alguns
dias, o ribeiro secou, porque não tinha havido chuva na terra.
8.
Veio-lhe então a palavra do Senhor, dizendo:
9. Levanta-te, vai para
Sarepta, que pertence a Sidom, e habita ali; eis que eu ordenei a uma mulher
viúva ali que te sustente.
10. Levantou-se, pois, e foi para Sarepta.
Chegando ele à porta da cidade, eis que estava ali uma mulher viúva apanhando
lenha; ele a chamou e lhe disse: Traze-me, peço-te, num vaso um pouco d'água,
para eu beber.
11. Quando ela ia buscá-la, ele a chamou e lhe disse:
Traze-me também um bocado de pão contigo.
12. Ela, porém, respondeu:
Vive o Senhor teu Deus, que não tenho nem um bolo, senão somente um punhado de
farinha na vasilha, e um pouco de azeite na botija; e eis que estou apanhando
uns dois gravetos, para ir prepará-lo para mim e para meu filho, a fim de que o
comamos, e morramos.
13. Ao que lhe disse Elias: Não temas; vai, faze
como disseste; porém, faze disso primeiro para mim um bolo pequeno, e traze-mo
aqui; depois o farás para ti e para teu filho.
14. Pois assim diz o
Senhor Deus de Israel: A farinha da vasilha não se acabará, e o azeite da botija
não faltará, até o dia em que o Senhor dê chuva sobre a terra.
15. Ela
foi e fez conforme a palavra de Elias; e assim comeram, ele, e ela e a sua casa,
durante muitos dias.
16. Da vasilha a farinha não se acabou, e da
botija o azeite não faltou, conforme a palavra do Senhor, que ele falara por
intermédio de Elias.
17. Depois destas coisas aconteceu adoecer o
filho desta mulher, dona da casa; e a sua doença se agravou tanto, que nele não
ficou mais fôlego.
18. Então disse ela a Elias: Que tenho eu contigo,
ó homem de Deus? Vieste tu a mim para trazeres à memória a minha iniqüidade, e
matares meu filho?
19. Respondeu-lhe ele: Dá-me o teu filho. E ele o
tomou do seu regaço, e o levou para cima, ao quarto onde ele mesmo habitava, e o
deitou em sua cama.
20. E, clamando ao Senhor, disse: Ó Senhor meu
Deus, até sobre esta viúva, que me hospeda, trouxeste o mal, matando-lhe o
filho?
21. Então se estendeu sobre o menino três vezes, e clamou ao
Senhor, dizendo: Ó Senhor meu Deus, faze que a vida deste menino torne a entrar
nele.
22. O Senhor ouviu a voz de Elias, e a vida do menino tornou a
entrar nele, e ele reviveu.
23. E Elias tomou o menino, trouxe-o do
quarto à casa, e o entregou a sua mãe; e disse Elias: Vês aí, teu filho
vive:
24. Então a mulher disse a Elias: Agora sei que tu és homem de
Deus, e que a palavra do Senhor na tua boca é verdade.
[I Reis 18]I Reis 18
1. Depois de muitos dias veio a
Elias a palavra do Senhor, no terceiro ano, dizendo: Vai, apresenta-te a Acabe;
e eu mandarei chuva sobre a terra.
2. Então Elias foi apresentar-se a
Acabe. E a fome era extrema em Samária.
3. Acabe chamou a Obadias, o
mordomo (ora, Obadias temia muito ao Senhor;
4. pois sucedeu que,
destruindo Jezabel os profetas do Senhor, Obadias tomou cem profetas e os
escondeu, cinqüenta numa cova e cinqüenta noutra, e os sustentou com pão e
água);
5. e disse Acabe a Obadias: Vai pela terra a todas as fontes de
água, e a todos os rios. Pode ser que achemos erva para salvar a vida dos
cavalos e mulas, de maneira que não percamos todos os animais.
6. E
repartiram entre si a terra, para a percorrerem; e foram a sós, Acabe por um
caminho, e Obadias por outro.
7. Quando, pois, Obadias já estava em
caminho, eis que Elias se encontrou com ele; e Obadias, reconhecendo-o,
prostrou-se com o rosto em terra e disse: És tu, meu senhor Elias?
8.
Respondeu-lhe ele: Sou eu. Vai, dize a teu senhor: Eis que Elias está
aqui.
9. Ele, porém, disse: Em que pequei, para que entregues teu
servo na mão de Acabe, para ele me matar?
10. Vive o Senhor teu Deus,
que não há nação nem reino aonde o meu senhor não tenha mandado em busca de ti;
e dizendo eles: Aqui não está; então fazia-os jurar que não te haviam
achado.
11. Agora tu dizes: Vai, dize a teu senhor: Eis que Elias está
aqui.
12. E será que, apartando-me eu de ti, o Espírito do Senhor te
levará não sei para onde; e, vindo eu dar as novas a Acabe, e não te achando
ele, matar-me-á. Todavia eu, teu servo, temo ao Senhor desde a minha
mocidade.
13. Porventura não disseram a meu senhor o que fiz, quando
Jezabel matava os profetas do Senhor, como escondi cem dos profetas do Senhor,
cinqüenta numa cova e cinqüenta noutra, e os sustentei com pão e
água:
14. E agora tu dizes: Vai, dize a teu senhor: Eis que Elias está
aqui! Ele me matará.
15. E disse Elias: Vive o Senhor dos exércitos,
em cuja presença estou, que deveras hoje hei de apresentar-me a
ele.
16. Então foi Obadias encontrar-se com Acabe, e lho anunciou; e
Acabe foi encontrar-se com Elias.
17. E sucedeu que, vendo Acabe a
Elias, disse-lhe: És tu, perturbador de Israel?
18. Respondeu Elias:
Não sou eu que tenho perturbado a Israel, mas és tu e a casa de teu pai, por
terdes deixado os mandamentos do Senhor, e por teres tu seguido os
baalins.
19. Agora pois manda reunir-se a mim todo o Israel no monte
Carmelo, como também os quatrocentos e cinqüenta profetas de Baal, e os
quatrocentos profetas de Asera, que comem da mesa de Jezabel.
20.
Então Acabe convocou todos os filhos de Israel, e reuniu os profetas no monte
Carmelo.
21. E Elias se chegou a todo o povo, e disse: Até quando
coxeareis entre dois pensamentos? Se o Senhor é Deus, segui-o; mas se Baal,
segui-o. O povo, porém, não lhe respondeu nada.
22. Então disse Elias
ao povo: Só eu fiquei dos profetas do Senhor; mas os profetas de Baal são
quatrocentos e cinqüenta homens.
23. Dêem-se-nos, pois, dois novilhos;
e eles escolham para si um dos novilhos, e o dividam em pedaços, e o ponham
sobre a lenha, porém não lhe metam fogo; e eu prepararei o outro novilho, e o
porei sobre a lenha, e não lhe meterei fogo.
24. Então invocai o nome
do vosso deus, e eu invocarei o nome do Senhor; e há de ser que o deus que
responder por meio de fogo, esse será Deus. E todo o povo respondeu, dizendo: É
boa esta palavra.
25. Disse, pois, Elias aos profetas de Baal:
Escolhei para vós: um dos novilhos, e preparai-o primeiro, porque sois muitos, e
invocai o nome do Senhor, vosso deus, mas não metais fogo ao
sacrifício.
26. E, tomando o novilho que se lhes dera, prepararam-no,
e invocaram o nome de Baal, desde a manhã até o meio-dia, dizendo: Ah Baal,
responde-nos! Porém não houve voz; ninguém respondeu. E saltavam em volta do
altar que tinham feito.
27. Sucedeu que, ao meio-dia, Elias zombava
deles, dizendo: Clamai em altas vozes, porque ele é um deus; pode ser que esteja
falando, ou que tenha alguma coisa que fazer, ou que intente alguma viagem;
talvez esteja dormindo, e necessite de que o acordem.
28. E eles
clamavam em altas vozes e, conforme o seu costume, se retalhavam com facas e com
lancetas, até correr o sangue sobre eles.
29. Também sucedeu que,
passado o meio dia, profetizaram eles até a hora de se oferecer o sacrifício da
tarde. Porém não houve voz; ninguém respondeu, nem atendeu.
30. Então
Elias disse a todo o povo: chegai-vos a mim. E todo o povo se chegou a ele. E
Elias reparou o altar do Senhor, que havia sido derrubado.
31. Tomou
doze pedras, conforme o número das tribos dos filhos de Jacó, ao qual viera a
palavra do Senhor, dizendo: Israel será o teu nome;
32. e com as
pedras edificou o altar em nome do Senhor; depois fez em redor do altar um rego,
em que podiam caber duas medidas de semente.
33. Então armou a lenha,
e dividiu o novilho em pedaços, e o pôs sobre a lenha, e disse: Enchei de água
quatro cântaros, e derramai-a sobre o holocausto e sobre a lenha.
34.
Disse ainda: fazei-o segunda vez; e o fizeram segunda vez. De novo disse:
Fazei-o terceira vez; e o fizeram terceira vez.
35. De maneira que a
água corria ao redor do altar; e ele encheu de água também o rego.
36.
Sucedeu pois que, sendo já hora de se oferecer o sacrifício da tarde, o profeta
Elias se chegou, e disse: Ó Senhor, Deus de Abraão, de Isaque, e de Israel, seja
manifestado hoje que tu és Deus em Israel, e que eu sou teu servo, e que
conforme a tua palavra tenho feito todas estas coisas.
37.
Responde-me, ó Senhor, responde-me para que este povo conheça que tu, ó Senhor,
és Deus, e que tu fizeste voltar o seu coração.
38. Então caiu fogo do
Senhor, e consumiu o holocausto, a lenha, as pedras, e o pó, e ainda lambeu a
água que estava no rego.
39. Quando o povo viu isto, prostraram-se
todos com o rosto em terra e disseram: O senhor é Deus! O Senhor é
Deus!
40. Disse-lhes Elias: Agarrai os profetas de Baal! que nenhum
deles escape: Agarraram-nos; e Elias os fez descer ao ribeiro de Quisom, onde os
matou.
41. Então disse Elias a Acabe: Sobe, come e bebe, porque há
ruído de abundante chuva.
42. Acabe, pois, subiu para comer e beber;
mas Elias subiu ao cume do Carmelo e, inclinando-se por terra, meteu o rosto
entre os joelhos.
43. E disse ao seu moço: Sobe agora, e olha para a
banda do mar. E ele subiu, olhou, e disse: Não há nada. Então disse Elias: Volta
lá sete vezes.
44. Sucedeu que, à sétima vez, disse: Eis que se
levanta do mar uma nuvem, do tamanho da mão dum homem: Então disse Elias: Sobe,
e dize a Acabe: Aparelha o teu carro, e desce, para que a chuva não te
impeça.
45. E sucedeu que em pouco tempo o céu se enegreceu de nuvens
e vento, e caiu uma grande chuva. Acabe, subindo ao carro, foi para
Jizreel:
46. E a mão do Senhor estava sobre Elias, o qual cingiu os
lombos, e veio correndo perante Acabe, até a entrada de Jizreel.
[I Reis
19]I Reis 19
1. Ora, Acabe fez saber a
Jezabel tudo quanto Elias havia feito, e como matara à espada todos os
profetas.
2. Então Jezabel mandou um mensageiro a Elias, a dizer-lhe:
Assim me façam os deuses, e outro tanto, se até amanhã a estas horas eu não
fizer a tua vida como a de um deles.
3. Quando ele viu isto,
levantou-se e, para escapar com vida, se foi. E chegando a Berseba, que pertence
a Judá, deixou ali o seu moço.
4. Ele, porém, entrou pelo deserto
caminho de um dia, e foi sentar-se debaixo de um zimbro; e pediu para si a
morte, dizendo: Já basta, ó Senhor; toma agora a minha vida, pois não sou melhor
do que meus pais.
5. E deitando-se debaixo do zimbro, dormiu; e eis
que um anjo o tocou, e lhe disse: Levanta-te e come.
6. Ele olhou, e
eis que à sua cabeceira estava um pão cozido sobre as brasas, e uma botija de
água. Tendo comido e bebido, tornou a deitar-se.
7. O anjo do Senhor
veio segunda vez, tocou-o, e lhe disse: Levanta-te e come, porque demasiado
longa te será a viagem.
8. Levantou-se, pois, e comeu e bebeu; e com a
força desse alimento caminhou quarenta dias e quarenta noites até Horebe, o
monte de Deus.
9. Ali entrou numa caverna, onde passou a noite. E eis
que lhe veio a palavra do Senhor, dizendo: Que fazes aqui, Elias?
10.
Respondeu ele: Tenho sido muito zeloso pelo Senhor Deus dos exércitos; porque os
filhos de Israel deixaram o teu pacto, derrubaram os teus altares, e mataram os
teus profetas à espada; e eu, somente eu, fiquei, e buscam a minha vida para ma
tirarem.
11. Ao que Deus lhe disse: Vem cá fora, e põe-te no monte
perante o Senhor: E eis que o Senhor passou; e um grande e forte vento fendia os
montes e despedaçava as penhas diante do Senhor, porém o Senhor não estava no
vento; e depois do vento um terremoto, porém o Senhor não estava no
terremoto;
12. e depois do terremoto um fogo, porém o Senhor não
estava no fogo; e ainda depois do fogo uma voz mansa e delicada.
13. E
ao ouvi-la, Elias cobriu o rosto com a capa e, saindo, pôs-se à entrada da
caverna. E eis que lhe veio uma voz, que dizia: Que fazes aqui,
Elias?
14. Respondeu ele: Tenho sido muito zeloso pelo Senhor Deus dos
exércitos; porque os filhos de Israel deixaram o teu pacto, derrubaram os teus
altares, e mataram os teus profetas à espada; e eu, somente eu, fiquei, e buscam
a minha vida para ma tirarem.
15. Então o Senhor lhe disse: Vai, volta
pelo teu caminho para o deserto de Damasco; quando lá chegares, ungirás a Hazael
para ser rei sobre a Síria.
16. E a Jeú, filho de Ninsi, ungirás para
ser rei sobre Israel; bem como a Eliseu, filho de Safate de Abel-Meolá, ungirás
para ser profeta em teu lugar.
17. E há de ser que o que escapar da
espada de Hazael, matá-lo-á Jeú; e o que escapar da espada de Jeú, matá-lo-á
Eliseu.
18. Todavia deixarei em Israel sete mil: todos os joelhos que
não se dobraram a Baal, e toda boca que não o beijou.
19. Partiu,
pois, Elias dali e achou Eliseu, filho de Safate, que andava lavrando com doze
juntas de bois adiante dele, estando ele com a duodécima; chegando-se Elias a
Eliseu, lançou a sua capa sobre ele.
20. Então, deixando este os bois,
correu após Elias, e disse: Deixa-me beijar a meu pai e a minha mãe, e então te
seguirei. Respondeu-lhe Elias: Vai, volta; pois, que te fiz eu?
21.
Voltou, pois, de o seguir, tomou a junta de bois, e os matou, e com os aparelhos
dos bois cozeu a carne, e a deu ao povo, e comeram. Então se levantou e seguiu a
Elias, e o servia.
[I Reis 20]I Reis
20
1. Ora, Ben-Hadade, rei da Síria, ajuntou todo o seu
exército; e havia com ele trinta e dois reis, e cavalos e carros. Então subiu,
cercou a Samária, e pelejou contra ela.
2. E enviou à cidade
mensageiros a Acabe, rei de Israel, a dizer-lhe: Assim diz:
Ben-Hadade:
3. A tua prata e o teu ouro são meus; e também, das tuas
mulheres e dos teus filhos, os melhores são meus.
4. Ao que respondeu
o rei de Israel, dizendo: Conforme a tua palavra, ó rei meu senhor, sou teu, com
tudo quanto tenho.
5. Tornaram a vir os mensageiros, e disseram: Assim
fala Ben-Hadade, dizendo: Enviei-te, na verdade, mensageiros que dissessem: Tu
me hás de entregar a tua prata e o teu ouro, as tuas mulheres e os teus
filhos;
6. todavia amanhã a estas horas te enviarei os meus servos, os
quais esquadrinharão a tua casa, e as casas dos teus servos; e há de ser que
tudo o que de precioso tiveres, eles tomarão consigo e o levarão.
7.
Então o rei de Israel chamou todos os anciãos da terra, e disse: Notai agora, e
vede como esse homem procura o mal; pois mandou pedir-me as minhas mulheres, os
meus filhos, a minha prata e o meu ouro, e não os neguei.
8.
Responderam-lhe todos os anciãos e todo o povo: Não lhe dês ouvidos, nem
consintas.
9. Pelo que disse aos mensageiros de Ben-Hadade: Dizei ao
rei, meu senhor: Tudo o que a princípio mandaste pedir a teu servo, farei; porém
isto não posso fazer. Voltaram os mensageiros, e lhe levaram a
resposta.
10. Tornou Ben-Hadade a enviar-lhe mensageiros, e disse:
Assim me façam os deuses, e outro tanto, se o pó de Samária bastar para encher
as mãos de todo o povo que me segue.
11. O rei de Israel, porém,
respondeu: Dizei-lhe: Não se gabe quem se cinge das armas como aquele que as
depõe.
12. E sucedeu que, ouvindo ele esta palavra, estando a beber
com os reis nas tendas, disse aos seus servos: Ponde-vos em ordem. E eles se
puseram em ordem contra a cidade.
13. E eis que um profeta,
chegando-se a Acabe, rei de Israel, lhe disse: Assim diz o Senhor: Viste toda
esta grande multidão eis que hoje te entregarei nas mãos, e saberás que eu sou o
Senhor.
14. Perguntou Acabe: Por quem? Respondeu ele: Assim diz o
Senhor: Pelos moços dos chefes das províncias. Ainda perguntou Acabe: Quem
começará a peleja? Respondeu ele: Tu.
15. Então contou os moços dos
chefes das províncias, e eram duzentos e trinta e dois; e depois deles contou
todo o povo, a saber, todos os filhos de Israel, e eram sete mil.
16.
Saíram, pois, ao meio-dia. Ben-Hadade, porém, estava bebendo e se embriagando
nas tendas, com os reis, os trinta e dois reis que o ajudavam.
17. E
os moços dos chefes das províncias saíram primeiro; e Ben-Hadade enviou espias,
que lhe deram aviso, dizendo: Saíram de Samária uns homens.
18. Ao que
ele disse: Quer venham eles tratar de paz, quer venham à peleja, tomai-os
vivos.
19. Saíram, pois, da cidade os moços dos chefes das províncias,
e o exército que os seguia.
20. E eles mataram cada um o seu
adversário. Então os sírios fugiram, e Israel os perseguiu; mas Ben-Hadade, rei
da Síria, escapou a cavalo, com alguns cavaleiros.
21. E saindo o rei
de Israel, destruiu os cavalos e os carros, e infligiu aos sírios grande
derrota.
22. Então o profeta chegou-se ao rei de Israel e lhe disse:
Vai, fortalece-te; atenta bem para o que hás de fazer; porque decorrido um ano,
o rei da Síria subirá contra ti.
23. Os servos do rei da Síria lhe
disseram: Seus deuses são deuses dos montes, por isso eles foram mais fortes do
que nós; mas pelejemos com eles na planície, e por certo prevaleceremos contra
eles.
24. Faze, pois, isto: tira os reis, cada um do seu lugar, e
substitui-os por capitães;
25. arregimenta outro exército, igual ao
exército que perdeste, cavalo por cavalo, e carro por carro; pelejemos com eles
na planície, e por certo prevaleceremos contra eles. Ele deu ouvidos ao que
disseram, e assim fez.
26. Passado um ano, Ben-Hadade arregimentou os
sírios, e subiu a Afeque, para pelejar contra Israel.
27. Também os
filhos de Israel foram arregimentados e, providos de víveres, marcharam contra
eles. E os filhos de Israel acamparam-se defronte deles, como dois pequenos
rebanhos de cabras; mas os sírios enchiam a terra.
28. Nisso chegou o
homem de Deus, e disse ao rei de Israel: Assim diz o Senhor: Porquanto os sírios
disseram: O Senhor é Deus dos montes, e não Deus dos vales, entregarei nas tuas
mãos toda esta grande multidão, e saberás que eu sou o Senhor.
29.
Assim, pois, estiveram acampados sete dias, uns defronte dos outros. Ao sétimo
dia a peleja começou, e num só dia os filhos de Israel mataram dos sírios cem
mil homens da infantaria.
30. E os restantes fugiram para Afeque, e
entraram na cidade; e caiu o muro sobre vinte e sete mil homens que restavam.
Ben-Hadade, porém, fugiu, e veio à cidade, onde se meteu numa câmara
interior.
31. Disseram-lhe os seus servos: Eis que temos ouvido dizer
que os reis da casa de Israel são reis clementes; ponhamos, pois, sacos aos
lombos, e cordas aos pescoços, e saiamos ao rei de Israel; pode ser que ele te
poupe a vida.
32. Então cingiram sacos aos lombos e cordas aos
pescoços e, indo ter com o rei de Israel, disseram-lhe: Diz o teu servo
Ben-Hadade: Deixa-me viver, rogo-te. Ao que disse Acabe: Pois ainda vive? É meu
irmão.
33. Aqueles homens, tomando isto por bom presságio,
apressaram-se em apanhar a sua palavra, e disseram: Ben-Hadade é teu irmão!
Respondeu-lhes ele: Ide, trazei-me. Veio, pois, Ben-Hadade à presença de Acabe;
e este o fez subir ao carro.
34. Então lhe disse Ben-Hadade: Eu te
restituirei as cidades que meu pai tomou a teu pai; e farás para ti praças em
Damasco, como meu pai as fez em Samária. E eu, respondeu Acabe, com esta aliança
te deixarei ir. E fez com ele aliança e o deixou ir.
35. Ora, certo
homem dentre os filhos dos profetas disse ao seu companheiro, pela palavra do
Senhor: Fere-me, peço-te. Mas o homem recusou feri-lo.
36. Pelo que
ele lhe disse: Porquanto não obedeceste à voz do Senhor, eis que, em te
apartando de mim, um leão te matará. E logo que se apartou dele um leão o
encontrou e o matou.
37. Depois o profeta encontrou outro homem, e
disse-lhe: Fere-me, peço-te. E aquele homem deu nele e o feriu.
38.
Então foi o profeta, pôs-se a esperar e rei no caminho, e disfarçou-se, cobrindo
os olhos com o seu turbante.
39. E passando o rei, clamou ele ao rei,
dizendo: Teu servo estava no meio da peleja; e eis que um homem, voltando-se, me
trouxe um outro, e disse: Guarda-me este homem; se ele de qualquer maneira vier
a faltar, a tua vida responderá pela vida dele, ou então pagarás um talento de
prata.
40. E estando o teu servo ocupado de uma e de outra parte, eis
que o homem desapareceu. Ao que lhe respondeu o rei de Israel: Esta é a tua
sentença; tu mesmo a pronunciaste.
41. Então ele se apressou, e tirou
o turbante de sobre os seus olhos; e o rei de Israel o reconheceu, que era um
dos profetas.
42. E disse ele ao rei: Assim diz o Senhor: Porquanto
deixaste escapar da mão o homem que eu havia posto para destruição, a tua vida
responderá pela sua vida, e o teu povo pelo seu povo.
43. E o rei de
Israel seguiu para sua casa, desgostoso e indignado, e veio a Samária.
[I
Reis 21]I Reis 21
1. Sucedeu depois
destas coisas que, tendo Nabote, o jizreelita, uma vinha em Jizrreel, junto ao
palácio de Acabe, rei de Samária,
2. falou este a Nabote, dizendo:
Dá-me a tua vinha, para que me sirva de horta, porque está vizinha, ao pé da
minha casa; e te darei por ela outra vinha melhor; ou, se desejares, dar-te-ei o
seu valor em dinheiro.
3. Respondeu, porém, Nabote a Acabe: Guarde-me
o Senhor de que eu te dê a herança de meus pais.
4. Então Acabe veio
para sua casa, desgostoso e indignado, por causa da palavra que Nabote, o
jizreelita, lhe falara; pois este lhe dissera: Não te darei a herança de meus
pais. Tendo-se deitado na sua cama, virou a rosto, e não quis
comer.
5. Mas, vindo a ele Jezabel, sua mulher, lhe disse: Por que
está o teu espírito tão desgostoso que não queres comer?
6. Ele lhe
respondeu: Porque falei a Nabote, o jizreelita, e lhe disse: Dá-me a tua vinha
por dinheiro; ou, se te apraz, te darei outra vinha em seu lugar. Ele, porém,
disse: Não te darei a minha vinha.
7. Ao que Jezabel, sua mulher, lhe
disse: Governas tu agora no reino de Israel? Levanta-te, come, e alegre-se o teu
coração; eu te darei a vinha de Nabote, o jizreelita.
8. Então
escreveu cartas em nome de Acabe e, selando-as com o sinete dele, mandou-as aos
anciãos e aos nobres que habitavam com Nabote na sua cidade.
9. Assim
escreveu nas cartas: Apregoai um jejum, e ponde Nabote diante do
povo.
10. E ponde defronte dele dois homens, filhos de Belial, que
testemunhem contra ele, dizendo: Blasfemaste contra Deus e contra o rei. Depois
conduzi-o para fora, e apedrejai-o até que morra.
11. Pelo que os
homens da cidade dele, isto é, os anciãos e os nobres que habitavam na sua
cidade, fizeram como Jezabel lhes ordenara, conforme estava escrito nas cartas
que ela lhes mandara.
12. Apregoaram um jejum, e puseram Nabote diante
do povo.
13. Também vieram dois homens, filhos de Belial, e
sentaram-se defronte dele; e estes filhos de Belial testemunharam contra Nabote
perante o povo, dizendo: Nabote blasfemou contra Deus e contra o rei. Então o
conduziram para fora da cidade e o apedrejaram, de sorte que
morreu.
14. Depois mandaram dizer a Jezabel : Nabote foi apedrejado e
morreu.
15. Ora, ouvindo Jezabel que Nabote fora apedrejado e morrera,
disse a Acabe: Levanta-te e toma posse da vinha de Nabote, e jizreelita, a qual
ele recusou dar-te por dinheiro; porque Nabote já não vive, mas é
morto.
16. Quando Acabe ouviu que Nabote já era morto, levantou-se
para descer à vinha de Nabote, o jizreelita, a fim de tomar posse
dela.
17. Então veio a palavra do Senhor a Elias, o tisbita,
dizendo:
18. Levanta-te, desce para encontrar-te com Acabe, rei de
Israel, que está em Samária. Eis que está na vinha de Nabote, aonde desceu a fim
de tomar posse dela.
19. E falar-lhe-ás, dizendo: Assim diz o Senhor:
Porventura não mataste e tomaste a herança? Falar-lhe-ás mais, dizendo: Assim
diz o Senhor: No lugar em que os cães lamberam o sangue de Nabote, lamberão
também o teu próprio sangue.
20. Ao que disse Acabe a Elias: Já me
achaste, ó inimigo meu? Respondeu ele: Achei-te; porque te vendeste para fazeres
o que é mau aos olhos do Senhor.
21. Eis que trarei o mal sobre ti;
lançarei fora a tua posteridade, e arrancarei de Acabe todo homem, escravo ou
livre, em Israel;
22. e farei a tua casa como a casa de Jeroboão,
filho de Nebate, e como a casa de Baasa, filho de Aías, por causa da provocação
com que me provocaste à ira, fazendo Israel pecar.
23. Também acerca
de Jezabel falou o Senhor, dizendo: Os cães comerão Jezabel junto ao antemuro de
Jizreel.
24. Quem morrer a Acabe na cidade, os cães o comerão; e o que
lhe morrer no campo, as aves do céu o comerão.
25. (Não houve, porém,
ninguém como Acabe, que se vendeu para fazer o que era mau aos olhos do Senhor,
sendo instigado por Jezabel, sua mulher.
26. E fez grandes
abominações, seguindo os ídolos, conforme tudo o que fizeram os amorreus, os
quais o Senhor lançou fora da sua possessão, de diante dos filhos de
Israel.)
27. Sucedeu, pois, que Acabe, ouvindo estas palavras, rasgou
as suas vestes, cobriu de saco a sua carne, e jejuou; e jazia em saco, e andava
humildemente.
28. Então veio a palavra do Senhor a Elias, o tisbita,
dizendo:
29. Não viste que Acabe se humilha perante mim? Por isso,
porquanto se humilha perante mim, não trarei o mal enquanto ele viver, mas nos
dias de seu filho trarei o mal sobre a sua casa.
[I Reis 22]I Reis 22
1. Passaram-se três anos sem haver
guerra entre a Síria e Israel.
2. No terceiro ano, porém, desceu
Jeosafá, rei de Judá, a ter com o rei de Israel.
3. E o rei de Israel
disse aos seus servos: Não sabeis vós que Ramote-Gileade é nossa, e nós estamos
quietos, sem a tomar da mão do rei da Síria?
4. Então perguntou a
Jeosafá: Irás tu comigo à peleja, a Ramote-Gileade? Respondeu Jeosafá ao rei de
Israel: Como tu és sou eu, o meu povo como o teu povo, e os meus cavalos como os
teus cavalos.
5. Disse mais Jeosafá ao rei de Israel: Rogo-te, porém,
que primeiro consultes a palavra do Senhor.
6. Então o rei de Israel
ajuntou os profetas, cerca de quatrocentos homens, e perguntou-lhes: Irei à
peleja contra Ramote-Gileade, ou deixarei de ir? Responderam eles: Sobe, porque
o Senhor a entregará nas mãos do rei.
7. Disse, porém, Jeosafá: Não há
aqui ainda algum profeta do Senhor, ao qual possamos consultar?
8.
Então disse o rei de Israel a Jeosafá: Ainda há um homem por quem podemos
consultar ao Senhor-Micaías, filho de Inlá; porém eu o odeio, porque nunca
profetiza o bem a meu respeito, mas somente o mal. Ao que disse Jeosafá: Não
fale o rei assim.
9. Então o rei de Israel chamou um eunuco, e disse:
Traze-me depressa Micaías, filho de Inlá.
10. Ora, o rei de Israel e
Jeosafá, rei de Judá, vestidos de seus trajes reais, estavam assentados cada um
no seu trono, na praça à entrada da porta de Samária; e todos os profetas
profetizavam diante deles.
11. E Zedequias, filho de Quenaaná, fez
para si uns chifres de ferro, e disse: Assim diz o Senhor: Com estes ferirás os
sírios, até que sejam consumidos.
12. Do mesmo modo também
profetizavam todos os profetas, dizendo: Sobe a Ramote-Gileade, e serás bem
sucedido; porque o Senhor a entregará nas mãos do rei.
13. O
mensageiro que fora chamar Micaías falou-lhe, dizendo: Eis que as palavras dos
profetas, a uma voz, são favoráveis ao rei; seja, pois, a tua palavra como a de
um deles, e fala o que é bom.
14. Micaías, porém, disse: Vive o
Senhor, que o que o Senhor me disser, isso falarei.
15. Quando ele
chegou à presença do rei, este lhe disse: Micaías, iremos a Ramote-Gileade à
peleja, ou deixaremos de ir? Respondeu-lhe ele: Sobe, e serás bem sucedido,
porque o Senhor a entregará nas mãos do rei.
16. E o rei lhe disse:
Quantas vezes hei de conjurar-te que não me fales senão a verdade em nome do
Senhor?
17. Então disse ele: Vi todo o Israel disperso pelos montes,
como ovelhas que não têm pastor; e disse o Senhor: Estes não têm senhor; torne
cada um em paz para sua casa.
18. Disse o rei de Israel a Jeosafá: Não
te disse eu que ele não profetizaria o bem a meu respeito, mas somente o
mal?
19. Micaías prosseguiu: Ouve, pois, a palavra do Senhor! Vi o
Senhor assentado no seu trono, e todo o exército celestial em pé junto a ele, à
sua direita e à sua esquerda.
20. E o Senhor perguntou: Quem induzirá
Acabe a subir, para que caia em Ramote-Gileade? E um respondia de um modo, e
outro de outro.
21. Então saiu um espírito, apresentou-se diante do
Senhor, e disse: Eu o induzirei. E o Senhor lhe perguntou: De que
modo?
22. Respondeu ele: Eu sairei, e serei um espírito mentiroso na
boca de todos os seus profetas. Ao que disse o Senhor: Tu o induzirás, e
prevalecerás; sai, e faze assim.
23. Agora, pois, eis que o Senhor pôs
um espírito mentiroso na boca dentes da casa dele; sim, tornarei a tua casa como
a casa de respeito de ti.
24. Então Zedequias, filho de Quenaaná,
chegando-se, feriu a Micaías na face e disse: Por onde passou de mim o Espírito
do Senhor para falar a ti?
25. Respondeu Micaías: Eis que tu o verás
naquele dia, quando entrares numa câmara interior, para te
esconderes.
26. Então disse o rei de Israel: Tomai Micaías, e tornai a
levá-lo a Amom, o governador da cidade, e a Joás, filho do rei,
27.
dizendo-lhes: Assim diz o rei: Metei este homem no cárcere, e sustentai-o a pão
e água, até que eu volte em paz.
28. Replicou Micaías: Se tu voltares
em paz, o senhor não tem falado por mim. Disse mais: Ouvi, povos
todos!
29. Assim o rei de Israel e Jeosafá, rei de Judá, subiram a
Ramote-Gileade.
30. E disse o rei de Israel a Jeosafá: Eu me
disfarçarei, e entrarei na peleja; tu, porém, veste os teus trajes reais.
Disfarçou-se, pois, o rei de Israel, e entrou na peleja.
31. Ora, o
rei da Síria tinha ordenado aos capitães dos carros, que eram trinta e dois,
dizendo: Não pelejeis nem contra pequeno nem contra grande, senão só contra o
rei de Israel.
32. E sucedeu que, vendo os capitães dos carros a
Jeosafá, disseram: Certamente este é o rei de Israel. Viraram-se, pois, para
pelejar com ele, e Jeosafá gritou.
33. Vendo os capitães dos carros
que não era o rei de Israel, deixaram de segui-lo.
34. Então um homem
entesou o seu arco, e atirando a esmo, feriu o rei de Israel por entre a couraça
e a armadura abdominal. Pelo que ele disse ao seu carreteiro: Dá volta, e
tira-me do exército, porque estou gravemente ferido.
35. E a peleja
tornou-se renhida naquele dia; contudo o rei foi sustentado no carro contra os
sírios; porém à tarde ele morreu; e o sangue da ferida corria para o fundo do
carro.
36. Ao pôr do sol passou pelo exército a palavra: Cada um para
a sua cidade, e cada um para a sua terra!
37. Morreu, pois, o rei, e o
levaram para Samária, e ali o sepultaram.
38. E lavaram o seu carro
junto ao tanque de Samária, e os cães lamberam-lhe o sangue, conforme a palavra
que o Senhor tinha dito; ora, as prostitutas se banhavam ali.
39.
Quanto ao restante dos atos de Acabe, e a tudo quanto fez, e à casa de marfim
que construiu, e a todas as cidades que edificou, porventura não estão escritos
no livro das crônicas dos reis de Israel?
40. Assim dormiu Acabe com
seus pais. E Acazias, seu filho, reinou em seu lugar.
41. Ora,
Jeosafá, filho de Asa, começou a reinar sobre Judá no quarto ano de Acabe, rei
de Israel.
42. Era Jeosafá da idade de trinta e cinco anos quando
começou a reinar, e reinou vinte e cinco anos em Jerusalém. Era o nome de sua
mãe Azuba, filha de Sili.
43. E andou em todos os caminhos de seu pai
Asa; não se desviou deles, mas fez o que era reto aos olhos do Senhor. Todavia
os altos não foram tirados e o povo ainda sacrificava e queimava incenso nos
altos.
44. E Jeosafá teve paz com o rei de Israel.
45.
Quanto ao restante dos atos de Jeosafá, e ao poder que mostrou, e como guerreou,
porventura não estão escritos no livro das crônicas dos reis de
Judá?
46. Também expulsou da terra o restante dos sodomitas, que
ficaram nos dias de seu pai Asa
47. Nesse tempo não havia rei em Edom;
um vice-rei governava.
48. E Jeosafá construiu navios de Társis para
irem a Ofir em busca de ouro; porém não foram, porque os navios se quebraram em
Eziom-Geber.
49. Então Acazias, filho de Acabe, disse a Jeosafá: Vão
os meus servos com os teus servos nos navios. Jeosafá, porém, não
quis.
50. Depois Jeosafá dormiu com seus pais, e foi sepultado junto a
eles na cidade de Davi, seu pai. E em seu lugar reinou seu filho
Jeorão.
51. Ora, Acazias, filho de Acabe, começou a reinar em Samaria
no ano dezessete de Jeosafá, rei de Judá, e reinou dois anos sobre
Israel.
52. E fez o que era mau aos olhos do Senhor; porque andou no
caminho de seu pai, como também no caminho de sua mãe, e no caminho de Jeroboão,
filho de Nebate, que fez Israel pecar.
53. Serviu a Baal, e o adorou,
provocando à ira o Senhor Deus de Israel, conforme tudo quanto seu pai
fizera.
[II Reis 1]II Reis 1
1.
Depois da morte de Acabe, Moabe se rebelou contra Israel.
2. Ora,
Acazias caiu pela grade do seu quarto alto em Samária, e adoeceu; e enviou
mensageiros, dizendo-lhes: Ide, e perguntai a Baal-Zebube, deus de Ecrom, se
sararei desta doença.
3. O anjo do Senhor, porém, disse a Elias, o
tisbita: Levanta-te, sobe para te encontrares com os mensageiros do rei de
Samária, e dize-lhes: Porventura não há Deus em Israel, para irdes consultar a
Baal-Zebube, deus de Ecrom?
4. Agora, pois, assim diz o Senhor: Da
cama a que subiste não descerás, mas certamente morrerás. E Elias se
foi.
5. Os mensageiros voltaram para Acazias, que lhes perguntou: Que
há, que voltastes?
6. Responderam-lhe eles: Um homem subiu ao nosso
encontro, e nos disse: Ide, voltai para o rei que vos mandou, e dizei-lhe: Assim
diz o Senhor: Porventura não há Deus em Israel, para que mandes consultar a
Baal-Zebube, deus de Ecrom? Portanto, da cama a que subiste não descerás, mas
certamente morrerás.
7. Pelo que ele lhes indagou: Qual era a
aparência do homem que subiu ao vosso encontro e vos falou estas
palavras?
8. Responderam-lhe eles: Era um homem vestido de pelos, e
com os lombos cingidos dum cinto de couro. Então disse ele: É Elias, o
tisbita.
9. Então o rei lhe enviou um chefe de cinqüenta, com os seus
cinqüenta. Este subiu a ter com Elias que estava sentado no cume do monte, e
disse-lhe: Ó homem de Deus, o rei diz: Desce.
10. Mas Elias respondeu
ao chefe de cinqüenta, dizendo-lhe: Se eu, pois, sou homem de Deus, desça fogo
do céu, e te consuma a ti e aos teus cinqüenta. Então desceu fogo do céu, e
consumiu a ele e aos seus cinqüenta.
11. Tornou o rei a enviar-lhe
outro chefe de cinqüenta com os seus cinqüenta. Este lhe falou, dizendo: Ó homem
de Deus, assim diz o rei: Desce depressa.
12. Também a este respondeu
Elias: Se eu sou homem de Deus, desça fogo do céu, e te consuma a ti e aos teus
cinqüenta. Então o fogo de Deus desceu do céu, e consumiu a ele e aos seus
cinqüenta.
13. Ainda tornou o rei a enviar terceira vez um chefe de
cinqüenta com os seus cinqüenta. E o terceiro chefe de cinqüenta, subindo, veio
e pôs-se de joelhos diante de Elias e suplicou-lhe, dizendo: ó homem de Deus,
peço-te que seja preciosa aos teus olhos a minha vida, e a vida destes cinqüenta
teus servos.
14. Eis que desceu fogo do céu, e consumiu aqueles dois
primeiros chefes de cinqüenta, com os seus cinqüenta; agora, porém, seja
preciosa aos teus olhos a minha vida.
15. Então o anjo do Senhor disse
a Elias: Desce com este; não tenhas medo dele. Levantou-se, pois, e desceu com
ele ao rei.
16. E disse-lhe: Assim diz o Senhor: Por que enviaste
mensageiros a consultar a Baal-Zebube, deus de Ecrom? Porventura é porque não há
Deus em Israel, para consultares a sua palavra? Portanto, desta cama a que
subiste não descerás, mas certamente morrerás.
17. Assim, pois, morreu
conforme a palavra do Senhor que Elias falara. E Jorão começou a reinar em seu
lugar no ano segundo de Jeorão, filho de Jeosafá, rei de Judá; porquanto Acazias
não tinha filho.
18. Ora, o restante dos feitos de Acazias, porventura
não está escrito no livro das crônicas dos reis de Israel?
[II Reis
2]II Reis 2
1. Quando o Senhor estava
para tomar Elias ao céu num redemoinho, Elias partiu de Gilgal com
Eliseu.
2. Disse Elias a Eliseu: Fica-te aqui, porque o Senhor me
envia a Betel. Eliseu, porém disse: Vive o Senhor, e vive a tua alma, que não te
deixarei. E assim desceram a Betel.
3. Então os filhos dos profetas
que estavam em Betel saíram ao encontro de Eliseu, e lhe disseram: Sabes que o
Senhor hoje tomará o teu senhor por sobre a tua cabeça? E ele disse: Sim, eu o
sei; calai-vos.
4. E Elias lhe disse: Eliseu, fica-te aqui, porque o
Senhor me envia a Jericó. Ele, porém, disse: Vive o Senhor, e vive a tua alma,
que não te deixarei. E assim vieram a Jericó.
5. Então os filhos dos
profetas que estavam em Jericó se chegaram a Eliseu, e lhe disseram: Sabes que o
Senhor hoje tomará o teu senhor por sobre a tua cabeça? E ele disse: Sim, eu o
sei; calai-vos.
6. E Elias lhe disse: Fica-te aqui, porque o senhor me
envia ao Jordão. Mas ele disse: Vive o Senhor, e vive a tua alma, que não te
deixarei. E assim ambos foram juntos.
7. E foram cinqüenta homens
dentre os filhos dos profetas, e pararam defronte deles, de longe; e eles dois
pararam junto ao Jordão.
8. Então Elias tomou a sua capa e,
dobrando-a, feriu as águas, as quais se dividiram de uma à outra banda; e
passaram ambos a pé enxuto.
9. Havendo eles passado, Elias disse a
Eliseu: Pede-me o que queres que eu te faça, antes que seja tomado de ti. E
disse Eliseu: Peço-te que haja sobre mim dobrada porção de teu
espírito.
10. Respondeu Elias: Coisa difícil pediste. Todavia, se me
vires quando for tomado de ti, assim se te fará; porém, se não, não se
fará.
11. E, indo eles caminhando e conversando, eis que um carro de
fogo, com cavalos de fogo, os separou um do outro; e Elias subiu ao céu num
redemoinho.
12. O que vendo Eliseu, clamou: Meu pai, meu pai! o carro
de Israel, e seus cavaleiros! E não o viu mais. Pegou então nas suas vestes e as
rasgou em duas partes;
13. tomou a capa de Elias, que dele caíra,
voltou e parou à beira do Jordão.
14. Então, pegando da capa de Elias,
que dele caíra, feriu as águas e disse: Onde está o Senhor, o Deus de Elias?
Quando feriu as águas, estas se dividiram de uma à outra banda, e Eliseu
passou.
15. Vendo-o, pois, os filhos dos profetas que estavam defronte
dele em Jericó, disseram: O espírito de Elias repousa sobre Eliseu. E vindo ao
seu encontro, inclinaram-se em terra diante dele.
16. E disseram-lhe:
Eis que entre os teus servos há cinqüenta homens valentes. Deixa-os ir,
pedimos-te, em busca do teu senhor; pode ser que o Espírito do Senhor o tenha
arrebatado e lançado nalgum monte, ou nalgum vale. Ele, porém, disse: Não os
envieis.
17. Mas insistiram com ele, até que se envergonhou; e
disse-lhes: Enviai. E enviaram cinqüenta homens, que o buscaram três dias, porém
não o acharam.
18. Então voltaram para Eliseu, que ficara em Jericó; e
ele lhes disse: Não vos disse eu que não fôsseis?
19. Os homens da
cidade disseram a Eliseu: Eis que a situação desta cidade é agradável, como vê o
meu senhor; porém as águas são péssimas, e a terra é estéril.
20. E
ele disse: Trazei-me um jarro novo, e ponde nele sal. E lho
trouxeram.
21. Então saiu ele ao manancial das águas e, deitando sal
nele, disse: Assim diz o Senhor: Sarei estas águas; não mais sairá delas morte
nem esterilidade.
22. E aquelas águas ficaram sãs, até o dia de hoje,
conforme a palavra que Eliseu disse.
23. Então subiu dali a Betel; e,
subindo ele pelo caminho, uns meninos saíram da cidade, e zombavam dele,
dizendo: Sobe, calvo; sobe, calvo!
24. E, virando-se ele para trás, os
viu, e os amaldiçoou em nome do Senhor. Então duas ursas saíram do bosque, e
despedaçaram quarenta e dois daqueles meninos.
25. E dali foi para o
monte Carmelo, de onde voltou para Samária.
[II Reis 3]II Reis 3
1. Ora, Jorão, filho de Acabe,
começou a reinar sobre Israel, em Samária, no décimo oitavo ano de Jeosafá, rei
de Judá, e reinou doze anos.
2. Fez o que era mau aos olhos do Senhor,
porém não como seu pai, nem como sua mãe; pois tirou a coluna de Baal que seu
pai fizera.
3. Contudo aderiu aos pecados de Jeroboão, filho de
Nebate, com que este fizera Israel pecar, e deles não se apartou.
4.
Ora, Messa, rei dos moabitas, era criador de ovelhas, e pagava de tributo ao rei
de Israel cem mil cordeiros, e cem mil carneiros com a sua lã.
5.
Sucedeu, porém, que, morrendo Acabe, o rei dos moabitas se rebelou contra o rei
de Israel.
6. Por isso, nesse mesmo tempo Jorão saiu de Samária e fez
revista de todo o Israel.
7. E, pondo-se em marcha, mandou dizer a
Jeosafá, rei de Judá: O rei dos moabitas rebelou-se contra mim; irás tu comigo a
guerra contra os moabitas? Respondeu ele: Irei; como tu és sou eu, o meu povo
como o teu povo, e os meus cavalos como os teus cavalos.
8. E
perguntou: Por que caminho subiremos? Respondeu-lhe Jorão: Pelo caminho do
deserto de Edom.
9. Partiram, pois, o rei de Israel, o rei de Judá e o
rei de Edom; e andaram rodeando durante sete dias; e não havia água para o
exército nem para o gado que os seguia.
10. Disse então o rei de
Israel: Ah! o Senhor chamou estes três reis para entregá-los nas mãos dos
moabitas.
11. Perguntou, porém, Jeosafá: Não há aqui algum profeta do
Senhor por quem consultemos ao Senhor? Então respondeu um dos servos do rei de
Israel, e disse: Aqui está Eliseu, filho de Safate, que deitava água sobre as
mãos de Elias.
12. Disse Jeosafá: A palavra do Senhor está com ele.
Então o rei de Israel, e Jeosafá, e o rei de Edom desceram a ter com
ele.
13. Eliseu disse ao rei de Israel: Que tenho eu contigo? Vai ter
com os profetas de teu pai, e com os profetas de tua mãe. O rei de Israel,
porém, lhe disse: Não; porque o Senhor chamou estes três reis para entregá-los
nas mãos dos moabitas.
14. Respondeu Eliseu: Vive o Senhor dos
exércitos, em cuja presença estou, que se eu não respeitasse a presença de
Jeosafá, rei de Judá, não te contemplaria, nem te veria.
15. Agora,
contudo, trazei-me um harpista. E sucedeu que, enquanto o harpista tocava, veio
a mão do Senhor sobre Eliseu.
16. E ele disse: Assim diz o Senhor:
Fazei neste vale muitos poços.
17. Porque assim diz o Senhor: Não
vereis vento, nem vereis chuva; contudo este vale se encherá de água, e bebereis
vós, os vossos servos e os vossos animais.
18. E ainda isso é pouco
aos olhos do Senhor; também entregará ele os moabitas nas vossas
mãos,
19. e ferireis todas as cidades fortes e todas as cidades
escolhidas, cortareis todas as boas árvores, tapareis todas as fontes d'água, e
cobrireis de pedras todos os bons campos.
20. E sucedeu que, pela
manhã, à hora de se oferecer o sacrifício, eis que vinham as águas pelo caminho
de Edom, e a terra se encheu d'água:
21. Ouvindo, pois, todos os
moabitas que os reis tinham subido para pelejarem contra eles, convocaram-se
todos os que estavam em idade de pegar armas, e daí para cima, e puseram-se às
fronteiras.
22. Levantaram-se os moabitas de madrugada e,
resplandecendo o sol sobre as águas, viram diante de si as águas vermelhas como
sangue;
23. e disseram: Isto é sangue; certamente os reis pelejaram
entre si e se mataram um ao outro! Agora, pois, à presa, moabitas!
24.
Quando, porém, chegaram ao arraial de Israel, os israelitas se levantaram, e
bateram os moabitas, os quais fugiram diante deles; e ainda entraram na terra,
ferindo ali também os moabitas.
25. E arrasaram as cidades; e cada um
deles lançou pedras em todos os bons campos, entulhando-os; taparam todas as
fontes d'água, e cortaram todas as boas árvores; somente a Quir-Haresete
deixaram ficar as pedras; contudo os fundeiros a cercaram e a
feriram.
26. Vendo o rei dos moabitas que a peleja prevalecia contra
ele, tomou consigo setecentos homens que arrancavam da espada, para romperem
contra o rei de Edom; porém não puderam.
27. Então tomou a seu filho
primogênito, que havia de reinar em seu lugar, e o ofereceu em holocausto sobre
o muro, pelo que houve grande indignação em Israel; por isso retiraram-se dele,
e voltaram para a sua terra.
[II Reis 4]II Reis
4
1. Ora uma dentre as mulheres dos filhos dos profetas
clamou a Eliseu, dizendo: Meu marido, teu servo, morreu; e tu sabes que o teu
servo temia ao Senhor. Agora acaba de chegar o credor para levar-me os meus dois
filhos para serem escravos.
2. Perguntou-lhe Eliseu: Que te hei de
fazer? Dize-me o que tens em casa. E ela disse: Tua serva não tem nada em casa,
senão uma botija de azeite.
3. Disse-lhe ele: Vai, pede emprestadas
vasilhas a todos os teus vizinhos, vasilhas vazias, não poucas.
4.
Depois entra, e fecha a porta sobre ti e sobre teus filhos; deita azeite em
todas essas vasilhas, e põe à parte a que estiver cheia.
5. Então ela
se apartou dele. Depois, fechada a porta sobre si e sobre seus filhos, estes lhe
chegavam as vasilhas, e ela as enchia.
6. Cheias que foram as
vasilhas, disse a seu filho: Chega-me ainda uma vasilha. Mas ele respondeu: Não
há mais vasilha nenhuma. Então o azeite parou.
7. Veio ela, pois, e o
fez saber ao homem de Deus. Disse-lhe ele: Vai, vende o azeite, e paga a tua
dívida; e tu e teus filhos vivei do resto.
8. Sucedeu também certo dia
que Eliseu foi a Suném, onde havia uma mulher rica que o reteve para comer; e
todas as vezes que ele passava por ali, lá se dirigia para comer.
9. E
ela disse a seu marido: Tenho observado que este que passa sempre por nós é um
santo homem de Deus.
10. Façamos-lhe, pois, um pequeno quarto sobre o
muro; e ponhamos-lhe ali uma cama, uma mesa, uma cadeira e um candeeiro; e há de
ser que, quando ele vier a nós se recolherá ali.
11. Sucedeu que um
dia ele chegou ali, recolheu-se àquele quarto e se deitou.
l2 Então disse ao
seu moço Geazi: Chama esta sunamita. Ele a chamou, e ela se apresentou perante
ele.
13. Pois Eliseu havia dito a Geazi: Dize-lhe: Eis que tu nos tens
tratado com todo o desvelo; que se há de fazer por ti? Haverá alguma coisa de
que se fale por ti ao rei, ou ao chefe do exército? Ao que ela respondera: Eu
habito no meio do meu povo.
14. Então dissera ele: Que se há de fazer,
pois por ela? E Geazi dissera: Ora, ela não tem filho, e seu marido é
velho.
15. Pelo que disse ele: Chama-a. E ele a chamou, e ela se pôs à
porta.
16. E Eliseu disse: Por este tempo, no ano próximo, abraçarás
um filho. Respondeu ela: Não, meu senhor, homem de Deus, não mintas à tua
serva.
17. Mas a mulher concebeu, e deu à luz um filho, no tempo
determinado, no ano seguinte como Eliseu lhe dissera.
18. Tendo o
menino crescido, saiu um dia a ter com seu pai, que estava com os
segadores.
19. Disse a seu pai: Minha cabeça! minha cabeça! Então ele
disse a um moço: Leva-o a sua mãe.
20. Este o tomou, e o levou a sua
mãe; e o menino esteve sobre os joelhos dela até o meio-dia, e então
morreu.
21. Ela subiu, deitou-o sobre a cama do homem de Deus e,
fechando sobre ele a porta, saiu.
22. Então chamou a seu marido, e
disse: Manda-me, peço-te, um dos moços e uma das jumentas, para que eu corra ao
homem de Deus e volte.
23. Disse ele: Por que queres ir ter com ele
hoje? Não é lua nova nem sábado. E ela disse: Tudo vai bem.
24. Então
ela fez albardar a jumenta, e disse ao seu moço: Guia e anda, e não me detenhas
no caminhar, senão quando eu to disser.
25. Partiu pois, e foi ter com
o homem de Deus, ao monte Carmelo; e sucedeu que, vendo-a de longe o homem de
Deus, disse a Geazi, seu moço: Eis aí a sunamita;
26. corre-lhe ao
encontro e pergunta-lhe: Vais bem? Vai bem teu marido? Vai bem teu filho? Ela
respondeu: Vai bem.
27. Chegando ela ao monte, à presença do homem de
Deus, apegou-se-lhe aos pés. Chegou-se Geazi para a retirar, porém, o homem de
Deus lhe disse: Deixa-a, porque a sua alma está em amargura, e o Senhor mo
encobriu, e não mo manifestou.
28. Então disse ela: Pedi eu a meu
senhor algum filho? Não disse eu: Não me enganes?
29. Ao que ele disse
a Geazi: Cinge os teus lombos, toma o meu bordão na mão, e vai. Se encontrares
alguém, não o saúdes; e se alguém te saudar, não lhe respondas; e põe o meu
bordão sobre o rosto do menino.
30. A mãe do menino, porém, disse:
Vive o senhor, e vive a tua alma, que não te hei de deixar. Então ele se
levantou, e a seguiu.
31. Geazi foi adiante deles, e pôs o bordão
sobre o rosto do menino; porém não havia nele voz nem sentidos. Pelo que voltou
a encontrar-se com Eliseu, e o informou, dizendo: O menino não
despertou.
32. Quando Eliseu chegou à casa, eis que o menino jazia
morto sobre a sua cama.
33. Então ele entrou, fechou a porta sobre
eles ambos, e orou ao Senhor.
34. Em seguida subiu na cama e deitou-se
sobre o menino, pondo a boca sobre a boca do menino, os olhos sobre os seus
olhos, e as mãos sobre as suas mãos, e ficou encurvado sobre ele até que a carne
do menino aqueceu.
35. Depois desceu, andou pela casa duma parte para
outra, tornou a subir, e se encurvou sobre ele; então o menino espirrou sete
vezes, e abriu os olhos.
36. Eliseu chamou a Geazi, e disse: Chama
essa sunamita. E ele a chamou. Quando ela se lhe apresentou, disse ele: Toma o
teu filho.
37. Então ela entrou, e prostrou-se a seus pés,
inclinando-se à terra; e tomando seu filho, saiu.
38. Eliseu voltou a
Gilgal. E havia fome na terra; e os filhos dos profetas estavam sentados na sua
presença. E disse ao seu moço: Põe a panela grande ao lume, e faze um caldo de
ervas para os filhos dos profetas.
39. Então um deles saiu ao campo a
fim de apanhar ervas, e achando uma parra brava, colheu dela a sua capa cheia de
colocíntidas e, voltando, cortou-as na panela do caldo, não sabendo o que
era.
40. Assim tiraram de comer para os homens. E havendo eles provado
o caldo, clamaram, dizendo: Ó homem de Deus, há morte na panela! E não puderam
comer.
41. Ele, porém, disse: Trazei farinha. E deitou-a na panela, e
disse: Tirai para os homens, a fim de que comam. E já não havia mal nenhum na
panela.
42. Um homem veio de Baal-Salisa, trazendo ao homem de Deus
pães das primícias, vinte pães de cevada, e espigas verdes no seu alforje.
Eliseu disse: Dá ao povo, para que coma.
43. Disse, porém, seu servo:
Como hei de pôr isto diante de cem homens? Ao que tornou Eliseu: Dá-o ao povo,
para que coma; porque assim diz o Senhor: Comerão e sobejará.
44.
Então lhos pôs diante; e comeram, e ainda sobrou, conforme a palavra do
Senhor.
[II Reis 5]II Reis 5
1.
Ora, Naamã, chefe do exército do rei da Síria, era um grande homem diante do seu
senhor, e de muito respeito, porque por ele o Senhor dera livramento aos sírios;
era homem valente, porém leproso.
2. Os sírios, numa das suas
investidas, haviam levado presa, da terra de Israel, uma menina que ficou ao
serviço da mulher de Naamã.
3. Disse ela a sua senhora: Oxalá que o
meu senhor estivesse diante do profeta que está em Samária! Pois este o curaria
da sua lepra.
4. Então Naamã foi notificar a seu senhor, dizendo:
Assim e assim falou a menina que é da terra de Israel.
5. Respondeu o
rei da Síria: Vai, anda, e enviarei uma carta ao rei de Israel. Foi, pois, e
levou consigo dez talentos de prata, e seis mil siclos de ouro e dez mudas de
roupa.
6. Também levou ao rei de Israel a carta, que dizia: Logo, em
chegando a ti esta carta, saberás que eu te enviei Naamã, meu servo, para que o
cures da sua lepra.
7. Tendo o rei de Israel lido a carta, rasgou as
suas vestes, e disse: Sou eu Deus, que possa matar e vivificar, para que este
envie a mim um homem a fim de que eu o cure da sua lepra? Notai, peço-vos, e
vede como ele anda buscando ocasião contra mim.
8. Quando Eliseu, o
homem de Deus, ouviu que o rei de Israel rasgara as suas vestes, mandou dizer ao
rei: Por que rasgaste as tuas vestes? Deixa-o vir ter comigo, e saberá que há
profeta em Israel.
9. Veio, pois, Naamã com os seus cavalos, e com o
seu carro, e parou à porta da casa de Eliseu.
10. Então este lhe
mandou um mensageiro, a dizer-lhe: Vai, lava-te sete vezes no Jordão, e a tua
carne tornará a ti, e ficarás purificado.
11. Naamã, porém, indignado,
retirou-se, dizendo: Eis que pensava eu: Certamente ele sairá a ter comigo,
pôr-se-á em pé, invocará o nome do Senhor seu Deus, passará a sua mão sobre o
lugar, e curará o leproso.
12. Não são, porventura, Abana e Farpar,
rios de Damasco, melhores do que todas as águas de Israel? não poderia eu
lavar-me neles, e ficar purificado? Assim se voltou e se retirou com
indignação.
13. Os seus servos, porém, chegaram-se a ele e lhe
falaram, dizendo: Meu pai, se o profeta te houvesse indicado alguma coisa
difícil, porventura não a terias cumprido? Quanto mais, dizendo-te ele: Lava-te,
e ficarás purificado.
14. Desceu ele, pois, e mergulhou-se no Jordão
sete vezes, conforme a palavra do homem de Deus; e a sua carne tornou-se como a
carne dum menino, e ficou purificado.
15. Então voltou ao homem de
Deus, ele e toda a sua comitiva; chegando, pôs-se diante dele, e disse: Eis que
agora sei que em toda a terra não há Deus senão em Israel; agora, pois, peço-te
que do teu servo recebas um presente.
16. Ele, porém, respondeu: Vive
o Senhor, em cuja presença estou, que não o receberei. Naamã instou com ele para
que o tomasse; mas ele recusou.
17. Ao que disse Naamã: Seja assim;
contudo dê-se a este teu servo terra que baste para carregar duas mulas; porque
nunca mais oferecerá este teu servo holocausto nem sacrifício a outros deuses,
senão ao Senhor.
18. Nisto perdoe o Senhor ao teu servo: Quando meu
amo entrar na casa de Rimom para ali adorar, e ele se apoiar na minha mão, e eu
também me tenha de encurvar na casa de Rimom; quando assim me encurvar na casa
de Rimom, nisto perdoe o Senhor ao teu servo.
19. Eliseu lhe disse:
Vai em paz.
20. Quando Naamã já ia a uma pequena distância, Geazi,
moço de Eliseu, o homem de Deus, disse: Eis que meu senhor poupou a este sírio
Naamã, não recebendo da mão dele coisa alguma do que trazia; vive o Senhor, que
hei de correr atrás dele, e receber dele alguma coisa.
21. Foi pois,
Geazi em alcance de Naamã. Este, vendo que alguém corria atrás dele, saltou do
carro a encontrá-lo, e perguntou: Vai tudo bem?
22. Respondeu ele:
Tudo vai bem. Meu senhor me enviou a dizer-te: Eis que agora mesmo vieram a mim
dois mancebos dos filhos dos profetas da região montanhosa de Efraim; dá-lhes,
pois, um talento de prata e duas mudas de roupa.
23. Disse Naamã: Sê
servido de tomar dois talentos. E instou com ele, e amarrou dois talentos de
prata em dois sacos, com duas mudas de roupa, e pô-los sobre dois dos seus
moços, os quais os levaram adiante de Geazi.
24. Tendo ele chegado ao
outeiro, tomou-os das mãos deles e os depositou na casa; e despediu aqueles
homens, e eles se foram.
25. Mas ele entrou e pôs-se diante de seu
amo. Então lhe perguntou Eliseu: Donde vens, Geazi? Respondeu ele: Teu servo não
foi a parte alguma.
26. Eliseu porém, lhe disse: Porventura não foi
contigo o meu coração, quando aquele homem voltou do seu carro ao teu encontro?
Era isto ocasião para receberes prata e roupa, olivais e vinhas, ovelhas e bois,
servos e servas?
27. Portanto a lepra de Naamã se pegará a ti e à tua
descendência para sempre. Então Geazi saiu da presença dele leproso, branco como
a neve.
[II Reis 6]II Reis 6
1.
Os filhos dos profetas disseram a Eliseu: Eis que o lugar em que habitamos
diante da tua face é estreito demais para nós.
2. Vamos, pois até o
Jordão, tomemos de lá cada um de nós, uma viga, e ali edifiquemos para nós um
lugar em que habitemos. Respondeu ele: Ide.
3. Disse-lhe um deles:
Digna-te de ir com os teus servos. E ele respondeu: Eu irei.
4. Assim
foi com eles; e, chegando eles ao Jordão, cortavam madeira.
5. Mas
sucedeu que, ao derrubar um deles uma viga, o ferro do machado caiu na água; e
ele clamou, dizendo: Ai, meu senhor! ele era emprestado.
6. Perguntou
o homem de Deus: Onde caiu? E ele lhe mostrou o lugar. Então Eliseu cortou um
pau, e o lançou ali, e fez flutuar o ferro.
7. E disse: Tira-o. E ele
estendeu a mão e o tomou.
8. Ora, o rei da Síria fazia guerra a
Israel; e teve conselho com os seus servos, dizendo: Em tal e tal lugar estará o
meu acampamento.
9. E o homem de Deus mandou dizer ao rei de Israel:
Guarda-te de passares por tal lugar porque os sírios estão descendo
ali.
10. Pelo que o rei de Israel enviou àquele lugar, de que o homem
de Deus lhe falara, e de que o tinha avisado, e assim se salvou. Isso aconteceu
não uma só vez, nem duas.
11. Turbou-se por causa disto o coração do
rei da Síria que chamou os seus servos, e lhes disse: Não me fareis saber quem
dos nossos é pelo rei de Israel?
12. Respondeu um dos seus servos: Não
é assim, ó rei meu senhor, mas o profeta Eliseu que está em Israel, faz saber ao
rei de Israel as palavras que falas na tua câmara de dormir.
13. E ele
disse: Ide e vede onde ele está, para que eu envie e mande trazê-lo. E foi-lhe
dito; Eis que está em Dotã.
14. Então enviou para lá cavalos, e
carros, e um grande exército, os quais vieram de noite e cercaram a
cidade.
15. Tendo o moço do homem de Deus se levantado muito cedo,
saiu, e eis que um exército tinha cercado a cidade com cavalos e carros. Então o
moço disse ao homem de Deus: Ai, meu senhor! que faremos?
16.
Respondeu ele: Não temas; porque os que estão conosco são mais do que os que
estão com eles.
17. E Eliseu orou, e disse: Ó senhor, peço-te que lhe
abras os olhos, para que veja. E o Senhor abriu os olhos do moço, e ele viu; e
eis que o monte estava cheio de cavalos e carros de fogo em redor de
Eliseu.
18. Quando os sírios desceram a ele, Eliseu orou ao Senhor, e
disse: Fere de cegueira esta gente, peço-te. E o Senhor os feriu de cegueira,
conforme o pedido de Eliseu.
19. Então Eliseu lhes disse: Não é este o
caminho, nem é esta a cidade; segui-me, e guiar-vos-ei ao homem que buscais. E
os guiou a Samária.
20. E sucedeu que, chegando eles a Samária, disse
Eliseu: Ó Senhor, abre a estes os olhos para que vejam. O Senhor lhes abriu os
olhos, e viram; e eis que estavam no meio de Samária.
21. Quando o rei
de Israel os viu, disse a Eliseu: Feri-los-ei, feri-los-ei, meu
pai?
22. Respondeu ele: Não os ferirás; feririas tu os que tomasses
prisioneiros com a tua espada e com o teu arco? Põe-lhes diante pão e água, para
que comam e bebam, e se vão para seu senhor.
23. Preparou-lhes, pois,
um grande banquete; e eles comeram e beberam; então ele os despediu, e foram
para seu senhor. E as tropas dos sírios desistiram de invadir a terra de
Israel.
24. Sucedeu, depois disto, que Ben-Hadade, rei da Síria,
ajuntando todo o seu exército, subiu e cercou Samária.
25. E houve
grande fome em Samária, porque mantiveram o cerco até que se vendeu uma cabeça
de jumento por oitenta siclos de prata, e a quarta parte dum cabo de esterco de
pombas por cinco siclos de prata.
26. E sucedeu que, passando o rei de
Israel pelo muro, uma mulher lhe gritou, dizendo: Acode-me, ó rei meu
Senhor.
27. Mas ele lhe disse: Se o Senhor não te acode, donde te
acudirei eu? da eira ou do lagar?
28. Contudo o rei lhe perguntou: Que
tens? E disse ela: Esta mulher me disse: Dá cá o teu filho, para que hoje o
comamos, e amanhã comeremos o meu filho.
29. cozemos, pois, o meu
filho e o comemos; e ao outro dia lhe disse eu: Dá cá o teu filho para que o
comamos; e ela escondeu o seu filho.
30. Ouvindo o rei as palavras
desta mulher, rasgou as suas vestes (ora, ele ia passando pelo muro); e o povo
olhou e viu que o rei trazia saco por dentro, sobre a sua carne.
31.
Então disse ele: Assim me faça Deus, e outro tanto, se a cabeça de Eliseu, filho
de Safate, lhe ficar hoje sobre os ombros.
32. Estava então Eliseu
sentado em sua casa, e também os anciãos estavam sentados com ele, quando o rei
enviou um homem adiante de si; mas, antes que o mensageiro chegasse a Eliseu,
disse este aos anciãos: Vedes como esse filho de homicida mandou tirar-me a
cabeça? Olhai quando vier o mensageiro, fechai a porta, e empurrai-o para fora
com a porta. Porventura não vem após ele o ruído dos pés do seu
senhor?
33. Quando Eliseu ainda estava falando com eles, eis que o
mensageiro desceu a ele; e disse: Eis que este mal vem do Senhor; por que, pois,
esperaria eu mais pelo Senhor ?
[II Reis 7]II Reis
7
1. Então disse Eliseu: Ouvi a palavra do Senhor;
assim diz o Senhor: Amanhã, por estas horas, haverá uma medida de farinha por um
siclo, e duas medidas de cevada por um siclo, à porta de Samária.
2.
porém o capitão em cujo braço o rei se apoiava respondeu ao homem de Deus e
disse: Ainda que o Senhor fizesse janelas no céu, poderia isso suceder? Disse
Eliseu: Eis que o verás com os teus olhos, porém não comeras.
3. Ora,
quatro homens leprosos estavam à entrada da porta; e disseram uns aos outros:
Para que ficamos nós sentados aqui até morrermos?
4. Se dissermos:
Entremos na cidade; há fome na cidade, e morreremos aí; e se ficarmos sentados
aqui, também morreremos. Vamo-nos, pois, agora e passemos para o arraial dos
sírios; se eles nos deixarem viver, viveremos; e se nos matarem, tão somente
morreremos.
5. Levantaram-se, pois, ao crepúsculo, para irem ao
arraial dos sírios; e, chegando eles à entrada do arraial, eis que não havia ali
ninguém.
6. Porque o Senhor fizera ouvir no arraial dos sírios um
ruído de carros e de cavalos, como de um grande exército; de maneira que
disseram uns aos outros: Eis que o rei de Israel alugou contra nós os reis dos
heteus e os reis dos egípcios, para virem sobre nós.
7. Pelo que se
levantaram e fugiram, ao crepúsculo; deixaram as suas tendas, os seus cavalos e
os seus jumentos, isto é, o arraial tal como estava, e fugiram para salvarem as
suas vidas.
8. Chegando, pois, estes leprosos à entrada do arraial,
entraram numa tenda, comeram e beberam; e tomando dali prata, ouro e vestidos,
foram e os esconderam; depois voltaram, entraram em outra tenda, e dali também
tomaram alguma coisa e a esconderam.
9. Então disseram uns aos outros:
Não fazemos bem; este dia é dia de boas novas, e nós nos calamos. Se esperarmos
até a luz da manhã, algum castigo nos sobrevirá; vamos, pois, agora e o
anunciemos à casa do rei.
10. Vieram, pois, bradaram aos porteiros da
cidade, e lhes anunciaram, dizendo: Fomos ao arraial dos sírios e eis que lá não
havia ninguém, nem voz de homem, porém só os cavalos e os jumentos atados, e as
tendas como estavam.
11. Assim chamaram os porteiros, e estes o
anunciaram dentro da casa do rei.
12. E o rei se levantou de noite, e
disse a seus servos: Eu vos direi o que é que os sírios nos fizeram. Bem sabem
eles que estamos esfaimados; pelo que saíram do arraial para se esconderem no
campo, dizendo: Quando saírem da cidade, então os tomaremos vivos, e entraremos
na cidade.
13. Então um dos seus servos respondeu, dizendo: Tomem-se,
pois, cinco dos cavalos do resto que ficou aqui dentro (eis que eles estão como
toda a multidão dos israelitas que ficaram aqui de resto, e que se vêm
extenuando), e enviemo-los, e vejamos.
14. Tomaram pois dois carros
com cavalos; e o rei os enviou com mensageiros após o exército dos sírios,
dizendo-lhe: Ide, e vede.
15. E foram após ele até o Jordão; e eis que
todo o caminho estava cheio de roupas e de objetos que os sírios, na sua
precipitação, tinham lançado fora; e voltaram os mensageiros, e o anunciaram ao
rei.
16. Então saiu o povo, e saqueou o arraial dos sírios. Assim
houve uma medida de farinha por um siclo e duas medidas de cevada por um siclo,
conforme a palavra do Senhor.
17. O rei pusera à porta o capitão em
cujo braço ele se apoiava; e o povo o atropelou na porta, de sorte que morreu,
como falara o homem de Deus quando o rei descera a ter com ele.
18.
Porque, quando o homem de Deus falara ao rei, dizendo: Amanhã, por estas horas,
haverá duas medidas de cevada por um siclo, e uma medida de farinha por um
siclo, à porta de Samária,
19. aquele capitão respondera ao homem de
Deus: Ainda que o Senhor fizesse janelas no céu poderia isso suceder? e ele
dissera: Eis que o verás com os teus olhos, porém não comerás.
20. E
assim foi; pois o povo o atropelou à porta, e ele morreu.
[II Reis
8]II Reis 8
1. Ora Eliseu havia falado
àquela mulher cujo filho ele ressuscitara, dizendo: Levanta-te e vai, tu e a tua
família, e peregrina onde puderes peregrinar; porque o Senhor chamou a fome, e
ela virá sobre a terra por sete anos.
2. A mulher, pois, levantou-se e
fez conforme a palavra do homem de Deus; foi com a sua família, e peregrinou na
terra dos filisteus sete anos.
3. Mas ao cabo dos sete anos, a mulher
voltou da terra dos filisteus, e saiu a clamar ao rei pela sua casa e pelas suas
terras.
4. Ora, o rei falava a Geazi, o moço do homem de Deus,
dizendo: Conta-me, peço-te, todas as grandes obras que Eliseu tem
feito.
5. E sucedeu que, contando ele ao rei como Eliseu ressuscitara
aquele que estava morto, eis que a mulher cujo filho ressuscitara veio clamar ao
rei pela sua casa e pelas suas terras. Então disse Geazi: Ó rei meu senhor, esta
é a mulher, e este o seu filho a quem Eliseu ressuscitou.
6. O rei
interrogou a mulher, e ela lhe contou o caso. Então o rei lhe designou um
oficial, ao qual disse: Faze restituir-lhe tudo quanto era seu, e todas as
rendas das terras desde o dia em que deixou o país até agora.
7.
Depois veio Eliseu a Damasco. E estando Ben-Hadade, rei da Síria, doente, lho
anunciaram, dizendo: O homem de Deus chegou aqui.
8. Então o rei disse
a Hazael: Toma um presente na tua mão, vai encontrar-te com o homem de Deus e
por meio dele consulta ao Senhor, dizendo: Sararei eu desta doença?
9.
Foi, pois, Hazael encontrar-se com ele, e levou consigo um presente, a saber,
quarenta camelos carregados de tudo o que havia de bom em Damasco. Ao chegar,
apresentou-se a ele e disse: Teu filho Ben-Hadade, rei da Síria, enviou-me a ti
para perguntar: sararei eu desta doença?
10. Respondeu-lhe Eliseu: Vai
e dize-lhe: Hás de sarar. Contudo o Senhor me mostrou que ele
morrerá.
11. E olhou para Hazael, fitando nele os olhos até que este
ficou confundido; e o homem de Deus chorou.
12. Então disse Hazael:
Por que meu senhor está chorando? E ele disse: Porque sei o mal que hás de fazer
aos filhos de Israel: Porás fogo às suas fortalezas, matarás à espada os seus
mancebos, despedaçarás os seus pequeninos e fenderás as suas mulheres
grávidas.
13. Ao que disse Hazael: Que é o teu servo, que não é mais
do que um cão, para fazer tão grande coisa? Respondeu Eliseu: O Senhor
mostrou-me que tu hás de ser rei da Síria.
14. Então apartou-se de
Eliseu, e voltou ao seu senhor, o qual lhe perguntou: Que te disse Eliseu?
Respondeu ele: Disse-me que certamente sararás.
15. Ao outro dia
Hazael tomou um cobertor, molhou-o na água e o estendeu sobre o rosto do rei, de
modo que este morreu. E Hazael reinou em seu lugar.
16. Ora, no ano
quinto de Jorão, filho de Acabe, rei de Israel, Jeorão, filho de Jeosafá, rei de
Judá, começou a reinar.
17. Tinha trinta e dois anos quando começou a
reinar, e reinou oito anos em Jerusalém.
18. E andou no caminho dos
reis de Israel, como também fizeram os da casa de Acabe, porque tinha por mulher
a filha de Acabe; e fez o que era mau aos olhos do Senhor.
19. Todavia
o Senhor não quis destruir a Judá, por causa de Davi, seu servo, porquanto lhe
havia prometido que lhe daria uma lâmpada, a ele e a seus filhos, para
sempre.
20. Nos seus dias os edomitas se rebelaram contra o domínio de
Judá, e constituíram um rei para si.
21. Pelo que Jeorão passou a
Zair, com todos os seus carros; e ele se levantou de noite, com os chefes dos
carros, e feriu os edomitas que o haviam cercado; mas o povo fugiu para as suas
tendas.
22. Assim os edomitas ficaram rebelados contra o domínio de
Judá até o dia de hoje. Também Libna se rebelou nesse mesmo tempo.
23.
O restante dos atos de Jeorão, e tudo quanto fez, porventura não estão escritos
no livro das crônicas de Judá?
24. Jeorão dormiu com seus pais, e foi
sepultado junto a eles na cidade de Davi. E Acazias, seu filho, reinou em seu
lugar.
25. No ano doze de Jorão, filho de Acabe, rei de Israel,
começou a reinar Acazias, filho de Jeorão, rei de Judá.
26. Acazias
tinha vinte e dois anos quando começou a reinar, e reinou um ano em Jerusalém. O
nome de sua mãe era Atalia; era neta de Onri, rei de Israel.
27. Ele
andou no caminho da casa de Acabe, e fez o que era mau aos olhos do Senhor, como
a casa de Acabe, porque era genro de Acabe.
28. Ora, ele foi com
Jorão, filho de Acabe, a Ramote-Gileade, a pelejar contra Hazael, rei da Síria;
e os sírios feriram a Jorão.
29. Então voltou o rei Jorão para se
curar em Jizreel das feridas que os sírios lhe fizeram em Ramá, quando pelejou
contra Hazael, rei da Síria; e desceu Acazias, filho de Jeorão, rei de Judá,
para ver Jorão, filho de Acabe, em Jizreel, porquanto estava doente.
[II
Reis 9]II Reis 9
1. Depois o profeta
Eliseu chamou um dos filhos dos profetas, e lhe disse: Cinge os teus lombos,
toma na mão este vaso de azeite e vai a Ramote-Gileade;
2. quando lá
chegares, procura a Jeú, filho de Jeosafá, filho de Ninsi; entra, faze que ele
se levante do meio de seus irmãos, e leva-o para uma câmara
interior.
3. Toma, então, o vaso de azeite, derrama-o sobre a sua
cabeça, e dize: Assim diz o Senhor: Ungi-te rei sobre Israel. Então abre a
porta, foge e não te detenhas.
4. Foi, pois, o jovem profeta, a
Ramote-Gileade.
5. E quando chegou, eis que os chefes do exército
estavam sentados ali; e ele disse: Chefe, tenho uma palavra para te dizer. E Jeú
perguntou: A qual de todos nós? Respondeu ele: A ti, chefe!
6. Então
Jeú se levantou, e entrou na casa; e o mancebo derramou-lhe o azeite sobre a
cabeça, e lhe disse: Assim diz o Senhor Deus de Israel: Ungi-te rei sobre o povo
do Senhor, sobre Israel.
7. Ferirás a casa de Acabe, teu senhor, para
que eu vingue da mão de Jezabel o sangue de meus servos, os profetas, e o sangue
de todos os servos do Senhor.
8. Pois toda a casa de Acabe perecerá; e
destruirei de Acabe todo filho varão, tanto o escravo como o livre em
Israel.
9. Porque hei de fazer a casa de Acabe como a casa de
Jeroboão, filho de Nebate, e como a casa de Baasa, filho de Aías.
10.
Os cães comerão a Jezabel no campo de Jizreel; não haverá quem a enterre. Então
o mancebo abriu a porta e fugiu.
11. Saiu então Jeú aos servos de seu
senhor; e um lhe perguntou: Vai tudo bem? Por que veio a ti esse louco? E ele
lhes respondeu: Bem conheceis o homem e o seu falar.
12. Mas eles
replicaram. É mentira; dize-no-lo, pedimos-te. Ao que disse Jeú: Assim e assim
ele me falou, dizendo: Assim diz o Senhor: Ungi-te rei sobre
Israel.
13. Então se apressaram, e cada um tomou a sua capa e a pôs
debaixo dele, no mais alto degrau; e tocaram a buzina, e disseram: Jeú
reina!
14. Assim Jeú, filho de Jeosafá, filho de Ninsi, conspirou
contra Jorão. (Ora, tinha Jorão cercado a Ramote-Gileade, ele e todo o Israel,
por causa de Hazael, rei da Síria;
15. porém o rei Jorão tinha voltado
para se curar em Jizreel das feridas que os sírios lhe fizeram, quando pelejou
contra Hazael, rei da Síria.) E disse Jeú: Se isto é o vosso parecer, ninguém
escape nem saia da cidade para ir dar a nova em Jizreel.
16. Então Jeú
subiu a um carro, e foi a Jizreel; porque Jorão estava acamado ali; e também
Acazias, rei de Judá, descera para ver Jorão.
17. O atalaia que estava
na torre de Jizreel viu a tropa de Jeú, que vinha e disse: Vejo uma tropa. Disse
Jorão: Toma um cavaleiro, e envia-o ao seu encontro a perguntar: Há
paz?
18. E o cavaleiro lhe foi ao encontro, e disse: Assim diz o rei:
Há paz? Respondeu Jeú: Que tens tu que fazer com a paz? Passa para trás de mim.
E o atalaia deu aviso, dizendo: Chegou a eles o mensageiro, porém não
volta.
19. Então Jorão enviou outro cavaleiro; e, chegando este a
eles, disse Assim diz o rei: Há paz? Respondeu Jeú: Que tens tu que fazer com a
paz? Passa para trás de mim.
20. E o atalaia deu aviso, dizendo:
Também este chegou a eles, porém não volta; e o andar se parece com o andar de
Jeú, filho de Ninsi porque anda furiosamente.
21. Disse Jorão:
Aparelha-me o carro! E lho aparelharam. Saiu Jorão, rei de Israel, com Acazias,
rei de Judá, cada um em seu carro para irem ao encontro de Jeú, e o encontraram
no campo de Nabote, o jizreelita.
22. E sucedeu que, vendo Jorão a
Jeú, perguntou: Há paz, Jeú? Respondeu ele: Que paz, enquanto as prostituições
da tua mãe Jezabel e as suas feitiçarias são tantas?
23. Então Jorão
deu volta, e fugiu, dizendo a Acazias: Há traição, Acazias!
24. Mas
Jeú, entesando o seu arco com toda a força, feriu Jorão entre as espáduas, e a
flecha lhe saiu pelo coração; e ele caiu no seu carro.
25. Disse então
Jeú a Bidcar, seu ajudante: Levanta-o, e lança-o no campo da herança de Nabote,
o jizreelita; pois lembra-te de indo eu e tu juntos a cavalo após seu pai Acabe,
o Senhor pôs sobre ele esta sentença, dizendo:
26. Certamente vi ontem
o sangue de Nabote e o sangue de seus filhos, diz o Senhor; e neste mesmo campo
te retribuirei, diz o Senhor. Agora, pois, levanta-o, e lança-o neste campo,
conforme a palavra do Senhor.
27. Quando Acazias, rei de Judá, viu
isto, fugiu pelo caminho da casa do jardim. E Jeú o perseguiu, dizendo: A este
também! Matai-o! Então o feriram no carro, à subida de Gur, que está junto a
Ibleão; mas ele fugiu para Megido, e ali morreu.
28. E seus servos o
levaram num carro a Jerusalém, e o sepultaram na sua sepultura junto a seus
pais, na cidade de Davi.
29. Ora, Acazias começara a reinar sobre Judá
no ano undécimo de Jorão, filho de Acabe.
30. Depois Jeú veio a
Jizreel; o que ouvindo Jezabel, pintou-se em volta dos olhos, e enfeitou a sua
cabeça, e olhou pela janela.
31. Quando Jeú entrava pela porta, disse
ela: Teve paz Zinri, que matou a seu senhor ?
32. Ao que ele levantou
o rosto para a janela e disse: Quem é comigo? quem? E dois ou três eunucos
olharam para ele.
33. Então disse ele: Lançai-a daí abaixo. E
lançaram-na abaixo; e foram salpicados com o sangue dela a parede e os cavalos;
e ele a atropelou.
34. E tendo ele entrado, comeu e bebeu; depois
disse: Olhai por aquela maldita, e sepultai-a, porque é filha de
rei.
35. Foram, pois, para a sepultar; porém não acharam dela senão a
caveira, os pés e as palmas das mãos.
36. Então voltaram, e lho
disseram. Pelo que ele disse: Esta é a palavra do Senhor, que ele falou por
intermédio de Elias, o tisbita, seu servo, dizendo: No campo de Jizreel os cães
comerão a carne de Jezabel,
37. e o seu cadáver será como esterco
sobre o campo, na herdade de Jizreel; de modo que não se poderá dizer: Esta é
Jezabel.
[II Reis 10]II Reis
10
1. Ora, Acabe tinha setenta filhos em Samária. E Jeú
escreveu cartas, e as enviou a Samária, aos chefes de Jizreel, aos anciãos, e
aos aios dos filhos de Acabe, dizendo:
2. Logo que vos chegar esta
carta, visto que estão convosco os filhos de vosso senhor, como também carros, e
cavalos, e uma cidade fortificada, e armas,
3. escolhei o melhor e
mais reto dos filhos de vosso senhor, ponde-o sobre o trono de seu pai, e
pelejai pela casa de vosso senhor.
4. Eles, porém, temeram muitíssimo,
e disseram: Eis que dois reis não lhe puderam resistir; como, pois, poderemos
nós resistir-lhe?
5. Então o que tinha cargo da casa, o que tinha
cargo da cidade, os anciãos e os aios mandaram dizer a Jeú: Nós somos teus
servos, e tudo quanto nos ordenares faremos; a homem algum constituiremos rei.
Faze o que parecer bem aos teus olhos.
6. Depois lhes escreveu outra
carta, dizendo: Se sois comigo, e se quereis ouvir a minha voz, tomai as cabeças
dos homens, filhos de vosso senhor, e amanhã a estas horas vinde ter comigo a
Jizreel: Ora, os filhos do rei, que eram setenta, estavam com os grandes da
cidade, que os criavam.:
7. Sucedeu pois, que, chegada a eles a carta,
tomaram os setenta filhos do rei e os mataram; puseram as cabeças deles nuns
cestos, e lhas mandaram a Jizreel.
8. Veio um mensageiro e lhe
anunciou, dizendo: Trouxeram as cabeças dos filhos do rei. E ele disse: Ponde-as
em dois montões à entrada da porta, até pela manhã.
9. Ao sair ele
pela manhã, parou, e disse a todo o povo: Vós sois justos; eis que eu conspirei
contra o meu senhor, e o matei; mas quem feriu a todos estes?
10.
Sabei, pois, agora que, da palavra do senhor, que o Senhor falou contra a casa
de Acabe, nada cairá em terra; porque o Senhor tem feito o que falou por
intermédio de seu servo Elias.
11. E Jeú feriu todos os restantes da
casa de Acabe em Jizreel, como também a todos os seus grandes, os seus amigos
íntimos, e os seus sacerdotes, até não lhe deixar ficar nenhum de
resto.
12. Então Jeú se levantou e partiu para ir a Samária. E,
estando no caminho, em Bete-Equede dos pastores,
13. encontrou-se com
os irmãos de Acazias, rei de Judá, e perguntou: Quem sois vós? Responderam eles:
Somos os irmãos de Acazias; e descemos a saudar os filhos do rei e os filhos da
rainha.
14. Então disse ele: Apanhai-os vivos. E eles os apanharam
vivos, quarenta e dois homens, e os mataram junto ao poço de Bete-Equede, e a
nenhum deles deixou de resto.
15. E, partindo dali, encontrou-se com
Jonadabe, filho de Recabe, que lhe vinha ao encontro, ao qual saudou e lhe
perguntou: O teu coração é sincero para comigo como o meu o é para contigo?
Respondeu Jonadabe: É. Então, se é, disse Jeú, dá-me a tua mão. E ele lhe deu a
mão; e Jeú fê-lo subir consigo ao carro,
16. e disse: Vem comigo, e vê
o meu zelo para com o Senhor. E fê-lo sentar consigo no carro.
17.
Quando Jeú chegou a Samária, feriu a todos os que restavam de Acabe em Samária,
até os destruir, conforme a palavra que o Senhor dissera a Elias.
18.
Depois ajuntou Jeú todo o povo, e disse-lhe: Acabe serviu pouco a Baal; Jeú,
porém, muito o servirá.
19. Pelo que chamai agora à minha presença
todos os profetas de Baal, todos os seus servos e todos os seus sacerdotes; não
falte nenhum, porque tenho um grande sacrifício a fazer a Baal; aquele que
faltar não viverá. Jeú, porém, fazia isto com astúcia, para destruir os
adoradores de Baal.
20. Disse mais Jeú: Consagrai a Baal uma
assembléia solene. E eles a apregoaram.
21. Também Jeú enviou
mensageiros por todo o Israel; e vieram todos os adoradores de Baal, de modo que
não ficou deles homem algum que não viesse. E entraram na casa de Baal, e
encheu-se a casa de Baal, de um lado a outro.
22. Então disse ao que
tinha a seu cargo as vestimentas: Tira vestimentas para todos os adoradores de
Baal. E eles lhes tirou para fora as vestimentas.
23. E entrou Jeú com
Jonadabe, filho de Recabe, na casa de Baal, e disse aos adoradores de Baal:
Examinai, e vede bem, que porventura não haja entre vós algum servo do Senhor,
mas somente os adoradores de Baal. dom; porém não puderam.
24. Assim
entraram para oferecer sacrifícios e holocaustos. Ora, Jeú tinha posto de
prontidão do lado de fora oitenta homens, e lhes tinha dito: Aquele que deixar
escapar algum dos homens que eu vos entregar nas mãos, pagará com a própria vida
a vida dele.
25. Sucedeu, pois, que, acabando de fazer o holocausto,
disse Jeú aos da sua guarda, e aos oficiais: Entrai e matai-os! não escape
nenhum! Então os feriram ao fio da espada; e os da guarda e os oficiais os
lançaram fora e, entrando no santuário da casa de Baal,
26. tiraram as
colunas que nela estavam, e as queimaram.
27. Também quebraram a
coluna de Baal, e derrubaram a casa de Baal, fazendo dela uma latrina, como é
até o dia de hoje.
28. Assim Jeú exterminou de Israel a
Baal.
29. Todavia Jeú não se apartou dos pecados de Jeroboão, filho de
Nebate, com que fez Israel pecar, a saber, dos bezerros de ouro, que estavam em
Betel e em Dã.
30. Ora, disse o Senhor a Jeú: Porquanto executaste bem
o que é reto aos meus olhos, e fizeste à casa de Acabe conforme tudo quanto eu
tinha no meu coração, teus filhos até a quarta geração se assentarão no trono de
Israel.
31. Mas Jeú não teve o cuidado de andar de todo o seu coração
na lei do Senhor Deus de Israel, nem se apartou dos pecados de Jeroboão, com os
quais este fez Israel pecar.
32. Naqueles dias começou o Senhor a
diminuir os termos de Israel. Hazael feriu a Israel em todas as suas
fronteiras,
33. desde o Jordão para o nascente do sol, a toda a terra
de Gileade, aos gaditas, aos rubenitas e aos manassitas, desde Aroer, que está
junto ao ribeiro de Arnom, por toda a Gileade e Basã.
34. Ora, o
restante dos atos de Jeú, e tudo quanto fez, e todo o seu poder, porventura não
estão escritos no livro das crônicas dos reis de Israel?
35. Jeú
dormiu com seus pais, e o sepultaram em Samária. Em seu lugar reinou seu filho
Jeoacaz.
36. Os dias que Jeú reinou sobre Israel em Samária foram
vinte e oito anos.
[II Reis 11]II Reis
11
1. Vendo pois Atalia, mãe de Acazias, que seu filho
era morto, levantou-se, e destruiu toda a descendência real.
2. Mas
Jeoseba, filha do rei Jorão, irmã de Acazias, tomou a Joás, filho de Acazias,
furtando-o dentre os filhos do rei, aos quais matavam na recâmara, e o escondeu
de Ataliá, a ele e à sua ama, de sorte que não o mataram.
3. E esteve
com ela escondido na casa do Senhor seis anos; e Atalia reinava sobre o
país.
4. No sétimo ano, porém, Jeoiada mandou chamar os centuriões dos
caritas e os oficiais da guarda, e fê-los entrar consigo na casa do Senhor; e
fez com eles um pacto e, ajuramentando-os na casa do Senhor, mostrou-lhes o
filho do rei.
5. Então lhes ordenou, dizendo: Eis aqui o que haveis de
fazer: uma terça parte de vós, os que entrais no sábado, fará a guarda da casa
do rei;
6. outra terça parte estará à porta Sur; e a outra terça parte
à porta detrás dos da guarda. Assim fareis a guarda desta casa, afastando a
todos.
7. As duas companhias, a saber, todos os que saem no sábado,
farão a guarda da casa do Senhor junto ao rei;
8. e rodeareis o rei,
cada um com as suas armas na mão, e aquele que entrar dentro das fileiras, seja
morto; e estai vós com o rei quando sair e quando entrar.
9. Fizeram,
pois, os centuriões conforme tudo quanto ordenara o sacerdote Jeoiada; e tomando
cada um os seus homens, tanto os que entravam no sábado como os que saíam no
sábado, vieram ter com o sacerdote Jeoiada.
10. O sacerdote entregou
aos centuriões as lanças e os escudos que haviam sido do rei Davi, e que estavam
na casa do Senhor.
11. E os da guarda, cada um com as armas na mão, se
puseram em volta do rei, desde o lado direito da casa até o lado esquerdo, ao
longo do altar e da casa.
12. Então Jeoiada lhes apresentou o filho do
rei, pôs-lhe a coroa, e lhe deu o testemunho; e o fizeram rei e o ungiram e,
batendo palmas, clamaram: Viva o rei!
13. Quando Atalia ouviu o
vozerio da guarda e do povo, foi ter com o povo na casa do Senhor;
14.
e olhou, e eis que o rei estava junto à coluna, conforme o costume, e os
capitães e os trombeteiros junto ao rei; e todo o povo da terra se alegrava e
tocava trombetas. Então Atalia rasgou os seus vestidos, e clamou: Traição!
Traição!
15. Então Jeoiada, o sacerdote, deu ordem aos centuriões que
comandavam as tropas, dizendo-lhes: Tirai-a para fora por entre as fileiras, e a
quem a seguir matai-o à espada. Pois o sacerdote dissera: Não seja ela morta na
casa do Senhor.
16. E lançaram-lhe as mãos e ela foi pelo caminho da
entrada dos cavalos à casa do rei, e ali a mataram.
17. Ora, Jeoiada
firmou um pacto entre o Senhor e o rei e o povo, pelo qual este seria o povo do
Senhor; como também firmou pacto entre o rei e o povo.
18. Então todo
o povo da terra entrou na casa de Baal, e a derrubaram; como também os seus
altares, e as suas imagens, totalmente quebraram; e a Matã, sacerdote de Baal,
mataram diante dos altares. Também o sacerdote pôs vigias sobre a casa do
Senhor.
19. E tomou os centuriões, os caritas, a guarda, e todo o povo
da terra; e conduziram da casa do Senhor o rei, e foram pelo caminho da porta da
guarda, à casa do rei; e ele se assentou no trono dos reis.
20. E todo
o povo da terra se alegrou, e a cidade ficou em paz, depois que mataram Atalia à
espada junto à casa do rei.
21. Joás tinha sete anos quando começou a
reinar.
[II Reis 12]II Reis
12
1. Foi no ano sétimo de Jeú que Joás começou a
reinar, e reinou quarenta anos em Jerusalém. O nome de sua mãe era Zíbia, de
Berseba.
2. E Joás fez o que era reto aos olhos do Senhor todos os
dias em que o sacerdote Jeoiada o instruiu.
3. Contudo os altos não
foram tirados; o povo ainda sacrificava e queimava incenso neles.
4.
Disse Joás aos sacerdotes: Todo o dinheiro das coisas consagradas que se trouxer
à casa do Senhor, o dinheiro daquele que passa o arrolamento, o dinheiro de cada
uma das pessoas, segundo a sua avaliação, e todo o dinheiro que cada um trouxer
voluntariamente para a casa do Senhor,
5. recebam-no os sacerdotes,
cada um dos seus conhecidos, e reparem os estragos da casa, todo estrago que se
achar nela.
6. Sucedeu porém que, no vigésimo terceiro ano do rei
Joás, os sacerdotes ainda não tinham reparado os estragos da casa.
7.
Então o rei Joás chamou o sacerdote Jeoiada e os demais sacerdotes, e lhes
disse: Por que não reparais os estragos da casa? Agora, pois, não tomeis mais
dinheiro de vossos conhecidos, mas entregai-o para o reparo dos estragos da
casa.
8. E consentiram os sacerdotes em não tomarem mais dinheiro do
povo, e em não mais serem os encarregados de reparar os estragos da
casa.
9. Mas o sacerdote Jeoiada tomou uma arca , fez um buraco na
tampa, e a pôs ao pé do altar, à mão direita de quem entrava na casa do Senhor.
E os sacerdotes que guardavam a entrada metiam ali todo o dinheiro que se trazia
à casa do Senhor.
10. Sucedeu pois que, vendo eles que já havia muito
dinheiro na arca, o escrivão do rei e o sumo sacerdote vinham, e ensacavam e
contavam o dinheiro que se achava na casa do Senhor.
11. E entregavam
o dinheiro, depois de pesado, nas mãos dos que faziam a obra e que tinham a seu
cargo a casa do Senhor; e eles o distribuíam aos carpinteiros, e aos
edificadores que reparavam a casa do Senhor;
12. como também aos
pedreiros e aos cabouqueiros; e para se comprar madeira e pedras de cantaria a
fim de repararem os estragos da casa do Senhor, e para tudo quanto exigia
despesa para se reparar a casa.
13. Todavia, do dinheiro que se trazia
à casa do Senhor, não se faziam nem taças de prata, nem espevitadeiras, nem
bacias, nem trombetas, nem vaso algum de ouro ou de prata para a casa do
Senhor;
14. porque o davam aos que faziam a obra, os quais reparavam
com ele a casa do Senhor.
15. E não se tomavam contas aos homens em
cujas mãos entregavam aquele dinheiro para o dar aos que faziam a obra, porque
eles se haviam com fidelidade.
16. Mas o dinheiro das ofertas pela
culpa, e o dinheiro das ofertas pelo pecado, não se trazia à casa do Senhor; era
para os sacerdotes.
17. Então subiu Hazael, rei da Síria, e pelejou
contra Gate, e a tomou. Depois Hazael virou o rosto para marchar contra
Jerusalém.
18. Pelo que Joás, rei de Judá, tomou todas as coisas
consagradas que Jeosafá, Jeorão e Acazias, seus pais, reis de Judá, tinham
consagrado, e tudo o que ele mesmo tinha oferecido, como também todo o ouro que
se achou nos tesouros da casa do Senhor e na casa do rei, e o mandou a Hazael,
rei da Síria, o qual se desviou de Jerusalém.
19. Ora, o restante dos
atos de Joás, e tudo quanto fez, porventura não estão escritos no livro das
crônicas dos reis de Judá?
20. Levantaram-se os servos de Joás e,
conspirando contra ele, o feriram na casa de Milo, junto ao caminho que desce
para Sila.
21. Foram Jozacar, filho de Simeate, e Jeozabade, filho de
Somer, seus servos que o feriram, e ele morreu. Sepultaram-no com seus pais na
cidade de Davi. E Amazias, seu filho, reinou em seu lugar.
[II Reis
13]II Reis 13
1. No vigésimo terceiro
ano de Joás, filho de Acazias, rei de Judá, começou a reinar Jeoacaz, filho de
Jeú, sobre Israel, em Samária, e reinou dezessete anos.
2. E fez o que
era mau aos olhos do Senhor, porque seguiu os pecados de Jeroboão, filho de
Nebate, com os quais ele fizera Israel pecar; não se apartou deles.
3.
Pelo que a ira do Senhor se acendeu contra Israel; e o entregou continuadamente
na mão de Hazael, rei da Síria, e na mão de Ben-Hadade, filho de
Hazael.
4. Jeoacaz, porém, suplicou diante da face do Senhor; e o
senhor o ouviu, porque viu a opressão com que o rei da Síria oprimia a
Israel,
5. (pelo que o Senhor deu um libertador a Israel, de modo que
saiu de sob a mão dos sírios; e os filhos de Israel habitaram nas suas tendas,
como dantes.
6. Contudo não se apartaram dos pecados da casa de
Jeroboão, com os quais ele fizera Israel pecar, porém andaram neles; e também a
Asera ficou em pé em Samária.)
7. porque, de todo o povo, não deixara
a Jeoacaz mais que cinqüenta cavaleiros, dez carros e dez mil homens de
infantaria; porquanto o rei da Síria os tinha destruído e os tinha feito como o
pó da eira.
8. Ora, o restante dos atos de Jeoacaz, e tudo quanto fez,
e o seu poder, porventura não estão escritos no livro das crônicas dos reis de
Israel?
9. E Jeoacaz dormiu com seus pais; e o sepultaram em Samária.
E Jeoás, seu filho, reinou em seu lugar.
10. No ano trinta e sete de
Joás, rei de Judá, começou a reinar Jeoás, filho de Jeoacaz, sobre Israel, em
Samária, e reinou dezesseis anos.
11. E fez o que era mau aos olhos do
Senhor; não se apartou de nenhum dos pecados de Jeroboão filho de Nebate, com os
quais ele fizera Israel pecar, porém andou neles.
12. Ora, o restante
dos atos de Jeoás, e tudo quanto fez, e o seu poder, com que pelejou contra
Amazias, rei de Judá, porventura não estão escritos no livro das crônicas dos
reis de Israel?
13. Jeoás dormiu com seus pais, e Jeroboão se assentou
no seu trono. Jeoás foi sepultado em Samária, junto aos reis de
Israel.
14. Estando Eliseu doente da enfermidade de que morreu, Jeoás,
rei de Israel, desceu a ele e, chorando sobre ele exclamou: Meu pai, meu pai!
carro de Israel, e seus cavaleiros!
15. E Eliseu lhe disse: Toma um
arco e flechas. E ele tomou um arco e flechas.
16. Então Eliseu disse
ao rei de Israel: Põe a mão sobre o arco. E ele o fez. Eliseu pôs as suas mãos
sobre as do rei,
17. e disse: Abre a janela para o oriente. E ele a
abriu. Então disse Eliseu: Atira. E ele atirou. Prosseguiu Eliseu: A flecha do
livramento do Senhor é a flecha do livramento contra os sírios; porque ferirás
os sírios em Afeque até os consumir.
18. Disse mais: Toma as flechas.
E ele as tomou. Então disse ao rei de Israel: Fere a terra. E ele a feriu três
vezes, e cessou.
19. Ao que o homem de Deus se indignou muito contra
ele, e disse: Cinco ou seis vezes a deverias ter ferido; então feririas os
sírios até os consumir; porém agora só três vezes ferirás os
sírios.
20. Depois morreu Eliseu, e o sepultaram. Ora, as tropas dos
moabitas invadiam a terra à entrada do ano.
21. E sucedeu que, estando
alguns a enterrarem um homem, viram uma dessas tropas, e lançaram o homem na
sepultura de Eliseu. Logo que ele tocou os ossos de Eliseu, reviveu e se
levantou sobre os seus pés.
22. Hazael, rei da Síria, oprimiu a Israel
todos os dias de Jeoacaz.
23. O Senhor, porém, teve misericórdia
deles, e se compadeceu deles, e se tornou para eles, por amor do seu pacto com
Abraão, Isaque e Jacó; e não os quis destruir nem lançá-los da sua
presença
24. Ao morrer Hazael, rei da Síria, Ben-Hadade, seu filho,
reinou em seu lugar.
25. E Jeoás, filho de Jeoacaz, retomou das mãos
de Ben-Hadade, filho de Hazael, as cidades que este havia tomado das mãos de
Jeoacaz, seu pai, na guerra; três vezes Jeoás o feriu, e recuperou as cidades de
Israel.
[II Reis 14]II Reis
14
1. No segundo ano de Jeoás, filho de Jeoacaz, rei de
Israel, começou a reinar Amazias, filho de Joás, rei de Judá.
2. Tinha
vinte e cinco anos quando começou a reinar, e reinou vinte e nove anos em
Jerusalém. O nome de sua mãe era Jeoadim, de Jerusalém.
3. E fez o que
era reto aos olhos do Senhor, ainda que não como seu pai Davi; fez, porém,
conforme tudo o que fizera Joás, seu pai.
4. Contudo os altos não
foram tirados; o povo ainda sacrificava e queimava incenso neles.
5.
Sucedeu que, logo que o reino foi confirmado na sua mão matou aqueles seus
servos que haviam matado o rei, seu pai;
6. porém os filhos dos
assassinos não matou, segundo o que está escrito no livro da lei de Moisés,
conforme o Senhor deu ordem, dizendo: Não serão mortos os pais por causa dos
filhos, nem os filhos por causa dos pais; mas cada um será morto pelo seu
próprio pecado.
7. Também matou dez mil edomitas no Vale do Sal, e
tomou em batalha a sela; e chamou o seu nome Jocteel, nome que conserva até
hoje.
8. Então Amazias enviou mensageiros a Jeoás, filho de Jeoacaz,
filho de Jeú, rei de Israel, dizendo: Vem, vejamo-nos face a face.
9.
Mandou, porém, Jeoás, rei de Israel, dizer a Amazias, rei de Judá: O cardo que
estava no Líbano mandou dizer ao cedro que estava no Líbano: Dá tua filha por
mulher a meu filho. Mas uma fera que estava no Líbano passou e pisou o
cardo.
10. Na verdade feriste Edom, e o teu coração se ensoberbeceu;
gloria-te disso, e fica em tua casa; pois, por que te entremeterias no mal, para
caíres tu, e Judá contigo?
11. Amazias, porém, não o quis ouvir. De
modo que Jeoás, rei de Israel, subiu; e ele e Amazias, rei de Judá, viram-se
face a face, em Bete-Semes, que está em Judá.
12. Então Judá foi
derrotado diante de Israel, e fugiu cada um para a sua tenda.
13. E
Jeoás, rei de Israel, aprisionou Amazias, rei de Judá, filho de Joás, filho de
Acazias, em Bete-Semes e, vindo a Jerusalém, rompeu o seu muro desde a porta de
Efraim até a porta da esquina, quatrocentos côvados.
14. E tomou todo
o ouro e a prata e todos os vasos que se achavam na casa do Senhor e nos
tesouros da casa do rei, como também reféns, e voltou para Samária.
l5 Ora, o
restante dos atos de Jeoás, o que fez, e o seu poder, e como pelejou contra
Amazias, rei de Judá, porventura não estão escritos no livro das crônicas dos
reis de Israel?
16. E dormiu Jeoás com seus pais, e foi sepultado em
Samária, junto aos reis de Israel. Jeroboão, seu filho, reinou em seu
lugar.
17. Amazias, filho de Joás, rei de Judá, viveu quinze anos
depois da morte de Jeoás, filho de Jeoacaz, rei de Israel.
18. Ora, o
restante dos atos de Amazias, porventura não está escrito no livro das crônicas
dos reis de Judá?
19. Conspiraram contra ele em Jerusalém, e ele fugiu
para Laquis; porém enviaram após ele até Laquis, e ali o mataram.
20.
Então o trouxeram sobre cavalos; e ele foi sepultado em Jerusalém, junto a seus
pais, na cidade de Davi.
21. E todo o povo de Judá tomou a Azarias,
que tinha dezesseis anos, e fê-lo rei em lugar de Amazias, seu
pai.
22. Ele edificou a Elate, e a restituiu a Judá, depois que o rei
dormiu com seus pais.
23. No décimo quinto ano de Amazias, filho de
Joás, rei de Judá, começou a reinar em Samária, Jeroboão, filho de Jeoás, rei de
Israel, e reinou quarenta e um anos.
24. E fez o que era mau aos olhos
do Senhor; não se apartou de nenhum dos pecados de Jeroboão, filho de Nebate,
com os quais ele fizera Israel pecar.
25. Foi ele que restabeleceu os
termos de Israel, desde a entrada de Hamate até o mar da Arabá, conforme a
palavra que o Senhor, Deus de Israel, falara por intermédio de seu servo Jonas
filho do profeta Amitai, de Gate-Hefer.
26. Porque viu o Senhor que a
aflição de Israel era muito amarga, e que não restava nem escravo, nem livre,
nem quem socorresse a Israel.
27. E ainda não falara o Senhor em
apagar o nome de Israel de debaixo do céu; porém o livrou por meio de Jeroboão,
filho de Jeoás.
28. Ora, o restante dos atos de Jeroboão, e tudo
quanto fez o seu poder, como pelejou e como reconquistou para Israel Damasco e
Hamate, que tinham sido de Judá, porventura não estão escritos no livro das
crônicas de Israel?
29. E Jeroboão dormiu com seus pais, os reis de
Israel. E Zacarias, seu filho, reinou em seu lugar.
[II Reis 15]II Reis 15
1. No ano vinte e sete de
Jeroboão, rei de Israel, começou a reinar Azarias, filho de Amazias, rei de
Judá.
2. Tinha dezesseis anos quando começou a reinar, e reinou
cinqüenta e dois anos, em Jerusalém. O nome de sua mãe era Jecolia, de
Jerusalém.
3. E fez o que era reto aos olhos do Senhor, conforme tudo
o que fizera Amazias, seu pai.
4. Contudo os altos não foram tirados;
o povo ainda sacrificava e queimava incenso neles.
5. E o Senhor feriu
o rei, de modo que ficou leproso até o dia da sua morte; e habitou numa casa
separada; e Jotão, filho do rei, tinha o cargo da casa, julgando o povo da
terra.
6. Ora, o restante dos atos de Azarias, e tudo quanto fez,
porventura não estão escritos no livro das crônicas dos reis de
Judá?
7. E Azarias dormiu com seus pais, e com eles o sepultaram na
cidade de Davi: E Jotão, seu filho, reinou em seu lugar.
8. No ano
trinta e oito de Azarias, rei de Judá, reinou Zacarias, filho de Jeroboão, sobre
Israel, em Samária, seis meses.
9. E fez o que era mau aos olhos do
Senhor, como tinham feito seus pais; nunca se apartou dos pecados de Jeroboão,
filho de Nebate, com os quais ele fizera Israel pecar.
10. Salum,
filho de Jabes, conspirou contra ele; feriu-o diante do povo, matou-o e reinou
em seu lugar.
11. Ora o restante dos atos de Zacarias está escrito no
livro das crônicas dos reis de Israel.
12. Esta foi a palavra do
Senhor, que ele falara a Jeú, dizendo: Teus filhos, até a quarta geração, se
assentarão sobre o trono de Israel. E assim foi.
13. Salum, filho de
Jabes, começou a reinar no ano trinta e nove de Uzias, rei de Judá, e reinou um
mês em Samária.
14. E Menaém, filho de Gadi, subindo de Tirza, veio a
Samária; feriu a Salum, filho de Jabes, em Samária, matou-o e reinou em seu
lugar.
15. Ora, o restante dos atos de Salum, e a conspiração que fez,
estão escritos no livro das crônicas dos reis de Israel.
16. Então
Menaém feriu a Tifsa, e a todos os que nela havia, como também a seus termos
desde Tirza; porque não lha tinham aberto, por isso a feriu; e fendeu a todas as
mulheres grávidas que nela estavam.
17. No ano trinta e nove de
Azarias, rei de Judá, Menaém, filho de Gadi, começou a reinar sobre Israel, e
reinou dez anos em Samária.
18. E fez o que era mau aos olhos do
Senhor; em todos os seus dias nunca se apartou dos pecados de Jeroboão, filho de
Nebate, com os quais ele fizera Israel pecar.
19. Então veio Pul, rei
da Assíria, contra a terra; e Menaém deu a Pul mil talentos de prata, para que
este o ajudasse a firmar o reino na sua mão.
20. Menaém exigiu este
dinheiro de todos os poderosos e ricos em Israel, para o dar ao rei da Assíria,
de cada homem cinqüenta siclos de prata; assim voltou o rei da Assíria, e não se
demorou ali na terra.
21. Ora, o restante dos atos de Menaém, e tudo
quanto fez, porventura não estão escritos no livro das crônicas dos reis de
Israel?
22. Menaém dormiu com seus pais. E Pecaías, seu filho, reinou
em seu lugar.
23. No ano cinqüenta de Azarias, rei de Judá, Pecaías,
filho de Menaém, começou a reinar sobre Israel em Samária, e reinou dois
anos.
24. E fez o que era mau aos olhos do Senhor; nunca se apartou
dos pecados de Jeroboão, filho de Nebate, com os quais ele fizera Israel
pecar.
25. E Peca, chefe das suas tropas, filho de Remalias, conspirou
contra ele, e o feriu em Samária, no castelo da casa do rei, juntamente com
Argobe e com Arié; e com Peca estavam cinqüenta homens dos filhos dos
gileaditas; e o matou, e reinou em seu lugar.
26. Ora, o restante dos
atos de Pecaías, e tudo quanto fez, estão escritos no livro das crônicas dos
reis de Israel.
27. No ano cinqüenta e dois de Azarias, rei de Judá,
Peca, filho de Remalias, começou a reinar sobre Israel, em Samária, e reinou
vinte anos.
28. E fez o que era mau aos olhos do Senhor; nunca se
apartou dos pecados de Jeroboão, filho de Nebate, com os quais ele fizera Israel
pecar.
29. Nos dias de Peca, rei de Israel, veio Tiglate-Pileser rei
da Assíria e tomou Ijom, Abel-Bete-Maacá, Janoa, Quedes, Hazor, Gileade e
Galiléia, toda a terra de Naftali; e levou cativos os habitantes para a
Assiria.
30. E Oséias, filho de Elá, conspirou contra Peca, filho de
Remalias, o feriu e matou, e reinou em seu lugar, no vigésimo ano de Jotão,
filho de Uzias.
31. Ora, o restante dos atos de Peca, e tudo quanto
fez, estão escritos no livro das crônicas dos reis de Israel.
32. No
segundo ano de Peca, filho de Remalias, rei de Israel, começou a reinar Jotão,
filho de Uzias, rei de Judá.
33. Tinha vinte e cinco anos quando
começou a reinar, e reinou dezesseis anos em Jerusalém. O nome de sua mãe era
Jenisa, filha de Zadoque.
34. E fez o que era reto aos olhos do
Senhor; fez conforme tudo quanto fizera seu pai Uzias.
35. Contudo os
altos não foram tirados; o povo ainda sacrificava e queimava incenso neles. Pois
ele que edificou a porta alta da casa do Senhor.
36. Ora, o restante
dos atos de Jotão, e tudo quanto fez, porventura não estão escritos no livro das
crônicas dos reis de Judá?
37. Naqueles dias começou o Senhor a enviar
contra Judá Rezim, rei da Síria, e Peca, filho de Remalias.
38. E
Jotão dormiu com seus pais, e com eles foi, sepultado na cidade de Davi, seu
pai. E Acaz, seu filho, reinou em seu lugar.
[II Reis 16]II Reis 16
1. No ano dezessete de Peca,
filho de Remalia começou a reinar Acaz, filho de Jotão, rei de
Judá.
2. Tinha Acaz vinte anos quando começou a reinar, e reinou
dezesseis anos em Jerusalém; e não fez o que era reto aos olhos do Senhor seu
Deus, como tinha feito Davi, seu pai,
3. mas andou no caminho dos reis
de Israel, e até fez passar pelo fogo o seu filho, segundo as abominações dos
gentios que o Senhor lançara fora de diante dos filhos de Israel.
4.
Também oferecia sacrifícios e queimava incenso nos altos e nos outeiros, como
também debaixo de toda árvore frondosa.
5. Então subiu Rezim, rei da
Síria, com Peca, filho de Remalias, rei de Israel, contra Jerusalém, para lhe
fazer guerra; e cercaram a Acaz, porém não puderam vencê-lo.
6. Nesse
mesmo tempo Rezim, rei da Síria, restituiu Elate a Síria, lançando fora dela os
judeus; e os sírios vieram a Elate, e ficaram habitando ali até o dia de
hoje.
7. Então Acaz enviou mensageiros a Tiglate-Pileser, rei da
Assíria, dizendo: Eu sou teu servo e teu filho; sobe, e livra-me das mãos do rei
da Síria, e das mãos do rei de Israel, os quais se levantaram contra
mim.
8. E tomou Acaz a prata e o ouro que se achou na casa do Senhor e
nos tesouros da casa do rei, e mandou um presente ao rei da
Assíria.
9. E o rei da Assíria lhe deu ouvidos e, subindo contra
Damasco, tomou-a, levou cativo o povo para Quir, e matou Rezim.
10.
Então o rei Acaz foi a Damasco para se encontrar com Tiglate-Pileser, rei da
Assíria; e, vendo o altar que estava em Damasco, enviou ao sacerdote Urias a
figura do altar, e o modelo exato de toda a sua obra.
11. E Urias, o
sacerdote, edificou o altar; conforme tudo o que o rei Acaz lhe tinha enviado de
Damasco, assim o fez o sacerdote Urias, antes que o rei Acaz viesse de
Damasco.
12. Tendo o rei vindo de Damasco, viu o altar; e,
acercando-se do altar, ofereceu sacrifício sobre ele;
13. queimou o
seu holocausto e a sua oferta de cereais, derramou a sua libação, e espargiu o
sangue dos seus sacrifícios pacíficos sobre o altar.
14. E o altar de
bronze, que estava perante o Senhor, ele o tirou da parte fronteira da casa, de
entre o seu altar e a casa do Senhor, e o colocou ao lado setentrional do seu
altar.
15. E o rei Acaz ordenou a Urias, o sacerdote, dizendo: No
grande altar queima o holocausto da manhã, como também a oferta de cereais da
noite, o holocausto do rei e a sua oferta de cereais, o holocausto de todo o
povo da terra, a sua oferta de cereais e as suas libações; e todo o sangue dos
holocaustos, e todo o sangue dos sacrifícios espargirás nele; porém o altar de
bronze ficará ao meu dispor para nele inquirir.
16. Assim fez Urias, o
sacerdote, conforme tudo quanto o rei Acaz lhe ordenara.
17. Também o
rei Acaz cortou as almofadas das bases, e de cima delas removeu a pia; tirou o
mar de sobre os bois de bronze, que estavam debaixo dele, e o colocou sobre um
pavimento de pedra.
18. Também o passadiço coberto para uso no sábado,
que tinham construído na casa, e a entrada real externa, retirou da casa do
Senhor, por causa do rei da Assíria.
19. Ora, o restante dos atos de
Acaz, e o que fez porventura não estão escritos no livro das crônicas dos reis
de Judá?
20. E dormiu Acaz com seus pais, e com eles foi sepultado na
cidade de Davi. E Ezequias, seu filho, reinou em seu lugar.
[II Reis
17]II Reis 17
1. No ano duodécimo de
Acaz, rei de Judá, começou a reinar Oséias, filho de Elá, e reinou sobre Israel,
em Samária nove anos.
2. E fez o que era mau aos olhos do Senhor,
contudo não como os reis de Israel que foram antes dele.
3. Contra ele
subiu Salmanasar, rei da Assiria; e Oséias ficou sendo servo dele e lhe pagava
tributos.
4. O rei da Assíria , porém, achou em Oséias conspiração;
porque ele enviara mensageiros a Sô, rei do Egito, e não pagava, como dantes, os
tributos anuais ao rei da Assíria; então este o encerrou e o pôs em grilhões
numa prisão.
5. E o rei da Assíria subiu por toda a terra, e chegando
a Samária sitiou-a por três anos.
6. No ano nono de Oséias, o rei da
Assíria tomou Samária, e levou Israel cativo para a Assíria; e fê-los habitar em
Hala, e junto a Habor, o rio de Gozã, e nas cidades dos medos.
7.
Assim sucedeu, porque os filhos de Israel tinham pecado contra o Senhor seu Deus
que os fizera subir da terra do Egito, de debaixo da mãe de Faraó, rei do Egito,
e porque haviam temido a outros deuses,
8. e andado segundo os
costumes das nações que o Senhor lançara fora de diante dos filhos de Israel, e
segundo os que os reis de Israel introduziram.
9. Também os filhos de
Israel fizeram secretamente contra o Senhor seu Deus coisas que não eram retas.
Edificaram para si altos em todas as suas cidades, desde a torre das atalaias
até a cidade fortificada;
10. Levantaram para si colunas e aserins em
todos os altos outeiros, e debaixo de todas as árvores frondosas;
11.
queimaram incenso em todos os altos, como as nações que o Senhor expulsara de
diante deles; cometeram ações iníquas, provocando à ira o Senhor,
12.
e serviram os ídolos, dos quais o Senhor lhes dissera: Não fareis
isso.
13. Todavia o Senhor advertiu a Israel e a Judá pelo ministério
de todos os profetas e de todos os videntes, dizendo: Voltai de vossos maus
caminhos, e guardai os meus mandamentos e os meus estatutos, conforme toda a lei
que ordenei a vossos pais e que vos enviei pelo ministério de meus servos, os
profetas.
l4 Eles porém, não deram ouvidos; antes endureceram a sua cerviz,
como fizeram seus pais, que não creram no Senhor seu Deus;
15.
rejeitaram os seus estatutos, e o seu pacto, que fizera com os pais deles, como
também as advertências que lhes fizera; seguiram a vaidade e tornaram-se vãos,
como também seguiram as nações que estavam ao redor deles, a respeito das quais
o Senhor lhes tinha ordenado que não as imitassem.
16. E, deixando
todos os mandamentos do Senhor seu Deus, fizeram para si dois bezerros de
fundição, e ainda uma Asera; adoraram todo o exército do céu, e serviram a
Baal.
17. Fizeram passar pelo fogo seus filhos, suas filhas, e
deram-se a adivinhações e encantamentos; e venderam-se para fazer o que era mau
aos olhos do Senhor, provocando-o à ira.
18. Pelo que o Senhor muito
se indignou contra Israel, e os tirou de diante da sua face; não ficou senão
somente a tribo de Judá.
19. Nem mesmo Judá havia guardado os
mandamentos do Senhor seu Deus; antes andou nos costumes que Israel
introduzira.
20. Pelo que o Senhor rejeitou toda a linhagem de Israel,
e os oprimiu, entregando-os nas mãos dos despojadores, até que os expulsou da
sua presença.
21. Pois rasgara Israel da casa de Davi; e eles fizeram
rei a Jeroboão, filho de Nebate, o qual apartou Israel de seguir o Senhor, e os
fez cometer um grande pecado.
22. Assim andaram os filhos de Israel em
todos os pecados que Jeroboão tinha cometido; nunca se apartaram
deles;
23. até que o Senhor tirou Israel da sua presença, como falara
por intermédio de todos os seus servos os profetas. Assim foi Israel
transportado da sua terra para a Assíria, onde está até o dia de
hoje.
24. Depois o rei da Assíria trouxe gente de Babilônia, de Cuta,
de Ava, de Hamate e de Sefarvaim, e a fez habitar nas cidades de Samária em
lugar dos filhos de Israel; e eles tomaram Samária em herança, e habitaram nas
suas cidades.
25. E sucedeu que, no princípio da sua habitação ali,
não temeram ao Senhor; e o Senhor mandou entre eles leões, que mataram alguns
deles.
26. Pelo que foi dito ao rei da Assíria: A gente que
transportaste, e fizeste habitar nas cidades de Samária, não conhece a lei do
deus da terra; por isso ele tem enviado entre ela leões que a matam, porquanto
não conhece a lei do deus da terra.
27. Então o rei da Assíria mandou
dizer: Levai ali um dos sacerdotes que transportastes de lá para que vá e habite
ali, e lhes ensine a lei do deus da terra.
28. Veio, pois, um dos
sacerdotes que eles tinham transportado de Samária, e habitou em Betel, e lhes
ensinou como deviam temer ao Senhor.
29. Todavia as nações faziam cada
uma o seu próprio deus, e os punham nas casas dos altos que os samaritanos
tinham feito, cada nação nas cidades que habitava.
30. Os de Babilônia
fizeram e Sucote-Benote; os de Cuta fizeram Nergal; os de Hamate fizeram
Asima;
31. os aveus fizeram Nibaz e Tartaque: e os sefarvitas
queimavam seus filhos no fogo e a adrameleque e a Anameleque, deuses de
Sefarvaim.
32. Temiam também ao Senhor, e dentre o povo fizeram para
si sacerdotes dos lugares altos, os quais exerciam o ministério nas casas dos
lugares altos.
33. Assim temiam ao Senhor, mas também serviam a seus
próprios deuses, segundo o costume das nações do meio das quais tinham sido
transportados.
34. Até o dia de hoje fazem segundo os antigos
costumes: não temem ao Senhor; nem fazem segundo os seus estatutos, nem segundo
as suas ordenanças; nem tampouco segundo a lei, nem segundo o mandamento que o
Senhor ordenou aos filhos de Jacó, a quem deu o nome de Israel,
35.
com os quais o Senhor tinha feito um pacto, e lhes ordenara, dizendo: Não
temereis outros deuses, nem vos inclinareis diante deles, nem os servireis, nem
lhes oferecereis sacrifícios;
36. mas sim ao Senhor, que vos fez subir
da terra do Egito com grande poder e com braço estendido, a ele temereis, a ele
vos inclinareis, e a ele oferecereis sacrifícios.
37. Quanto aos
estatutos, às ordenanças, à lei, e ao mandamento, que para vós escreveu, a esses
tereis cuidado de observar todos os dias; e não temereis outros
deuses;
38. e do pacto que fiz convosco não vos esquecereis. Não
temereis outros deuses,
39. mas ao Senhor vosso Deus temereis, e ele
vos livrará das mãos de todos os vossos inimigos.
40. Contudo eles não
ouviram; antes fizeram segundo o seu antigo costume.
41. Assim estas
nações temiam ao Senhor, mas serviam também as suas imagens esculpidas; também
seus filhos, e os filhos de seus filhos fazem até o dia de hoje como fizeram
seus pais.
[II Reis 18]II Reis
18
1. Ora, sucedeu que, no terceiro ano de Oséias,
filho de Elá, rei de Israel, começou a reinar Ezequias, filho de Acaz, rei de
Judá.
2. Tinha vinte e cinco anos quando começou a reinar, e reinou
vinte e nove anos em Jerusalém. O nome de sua mãe era Abi, filha de
Zacarias.
3. Ele fez o que era reto aos olhos do Senhor, conforme tudo
o que fizera Davi, seu pai.
4. Tirou os altos, quebrou as colunas, e
deitou abaixo a Asera; e despedaçou a serpente de bronze que Moisés fizera
(porquanto até aquele dia os filhos de Israel lhe queimavam incenso), e
chamou-lhe Neüstã.
5. Confiou no Senhor Deus de Israel, de modo que
depois dele não houve seu semelhante entre todos os reis de Judá, nem entre os
que foram antes dele.
6. Porque se apegou ao Senhor; não se apartou de
o seguir, e guardou os mandamentos que o Senhor ordenara a Moisés.
7.
Assim o Senhor era com ele; para onde quer que saísse prosperava. Rebelou-se
contra o rei da Assíria, e recusou servi-lo.
8. Feriu os filisteus até
Gaza e os seus termos, desde a torre dos atalaias até a cidade
fortificada.
9. No quarto ano do rei Ezequias que era o sétimo ano de
Oséias, filho de Elá, rei de Israel, Salmanasar, rei da Assíria, subiu contra
Samária, e a cercou
10. e, ao fim de três anos, tomou-a. No ano sexto
de Ezequias, que era o ano nono de Oséias, rei de Israel, Samária foi
tomada.
11. Depois o rei da Assíria levou Israel cativo para a
Assíria, e os colocou em Hala, e junto ao Habor, rio de Gozã, e nas cidades dos
medos;
12. porquanto não obedeceram à voz do senhor seu Deus, mas
violaram o seu pacto, nada ouvindo nem fazendo de tudo quanto Moisés, servo do
Senhor, tinha ordenado.
13. No ano décimo quarto do rei Ezequias,
subiu Senaqueribe, rei da Assíria, contra todas as cidades fortificadas de Judá,
e as tomou.
14. Pelo que Ezequias, rei de Judá, enviou ao rei da
Assíria, a Laquis, dizendo: Pequei; retira-te de mim; tudo o que me impuseres
suportarei. Então o rei da Assíria impôs a Ezequias, rei de Judá, trezentos
talentos de prata e trinta talentos de ouro.
15. Assim deu Ezequias
toda a prata que se achou na casa do Senhor e nos tesouros da casa do
rei.
16. Foi nesse tempo que Ezequias, rei de Judá, cortou das portas
do templo do Senhor, e dos umbrais, o ouro de que ele mesmo os cobrira, e o deu
ao rei da Assíria.
17. Contudo este enviou de Laquis Tartã, Rabe-Sáris
e Rabsaqué, com um grande exército, ao rei Ezequias, a Jerusalém; e subiram, e
vieram a Jerusalém. E, tendo chegado, pararam ao pé do aqueduto da piscina
superior, que está junto ao caminho do campo do lavandeiro.
18.
Havendo eles chamado o rei, saíram-lhes ao encontro Eliaquim, filho de Hilquias,
o mordomo, e Sebna, o escrivão, e Joá, filho de Asafe, o cronista.
19.
E Rabsaqué lhes disse: Dizei a Ezequias: Assim diz o grande rei, o rei da
Assíria: Que confiança é essa em que te estribas?
20. Dizes (são,
porém, palavras vãs): Há conselho e poder para a guerra. Em quem, pois, agora
confias, que contra mim te revoltas?
21. Estás confiando nesse bordão
de cana quebrada, que é o Egito; o qual, se alguém nele se apoiar, entrar-lhe-á
pela mão e a traspassará; assim é Faraó, rei do Egito para com todos os que nele
confiam.
22. Se, porém, me disserdes: No Senhor nosso Deus confiamos;
porventura não é esse aquele cujos altos e altares Ezequias tirou dizendo a Judá
e a Jerusalém: Perante, este altar adorareis em Jerusalém?
23. Ora
pois faze uma aposta com o meu senhor, o rei da Assíria: dar-te-ei dois mil
cavalos, se tu puderes dar cavaleiros para eles.
24. Como, então,
poderias repelir um só príncipe dos menores servos de meu senhor, quando estás
confiando no Egito para obteres carros e cavaleiros?
25. Porventura
teria eu subido sem o Senhor contra este lugar para o destruir? Foi o Senhor que
me disse: sobe contra esta terra e a destrói.
26. Então disseram
Eliaquim, filho de Hilquias, e Sebna, e Joá, a Rabsaqué: Rogamos-te que fales
aos teus servos em aramaico, porque bem o entendemos; e não nos fales na língua
judaica, aos ouvidos do povo que está em cima do muro.
27. Rabsaqué,
porém, lhes disse: Porventura mandou-me meu senhor para falar estas palavras a
teu senhor e a ti, e não aos homens que estão sentados em cima do muro que
juntamente convosco hão de comer o seu excremento e beber a sua urina
?
28. Então pondo-se em pé, Rabsaqué clamou em alta voz, na língua
judaica, dizendo: Ouvi a palavra do grande rei, do rei da Assíria.
29.
Assim diz o rei: Não vos engane Ezequias; porque não vos poderá livrar da minha
mão;
30. nem tampouco vos faça Ezequias confiar no Senhor, dizendo:
Certamente nos livrará o Senhor, e esta cidade não será entregue na mão do rei
da Assíria.
31. Não deis ouvidos a Ezequias; pois assim diz o rei da
Assíria: Fazei paz comigo, e saí a mim; e coma cada um da sua vide e da sua
figueira, e beba cada um a água da sua cisterna;
32. até que eu venha,
e vos leve para uma terra semelhante à vossa, terra de trigo e de mosto, terra
de pão e de vinhas, terra de azeite de oliveiras e de mel; para que vivais e não
morrais. Não deis ouvidos a Ezequias, quando vos envenena, dizendo: O Senhor nos
livrará.
33. Porventura os deuses das nações puderam livrar, cada um a
sua terra, das mãos do rei da Assíria?
36. Que é feito dos deuses de
Hamate e de Arpade? Que é feito dos deuses de Sefarvaim, de Hena e de Iva?
porventura livraram Samária da minha mão?
35. Dentre todos os deuses
das terras, quais são os que livraram a sua terra da minha mão, para que o
Senhor livre Jerusalém da minha mão?
36. O povo, porém, ficou calado,
e não lhe respondeu uma só palavra, porque o rei ordenara, dizendo: Não lhe
respondais.
37. Então Eliaquim, filho de Hilquias, o mordomo, e Sebna,
o escrivão, e Joá, filho de Asafe, o cronista, vieram a Ezequias com as vestes
rasgadas, e lhe fizeram saber as palavras de Rabsaqué.
[II Reis 19]II Reis 19
1. Quando o rei Ezequias ouviu
isto rasgou as suas vestes, cobriu-se de saco, e entrou na casa do
Senhor.
2. Então enviou Eliaquim, o mordomo, e Sebna, o escrivão, e os
anciãos dos sacerdotes, cobertos de sacos, ao profeta Isaías, filho de
Amoz.
3. Eles lhe disseram: Assim diz Ezequias: Este dia é dia de
angústia, de vituperação e de blasfêmia; porque os filhos chegaram ao parto, e
não há força para os dar à luz.
4. Bem pode ser que o Senhor teu Deus
tenha ouvido todas as palavras de Rabsaque, a quem o seu senhor, o rei da
Assiria, enviou para afrontar o Deus vivo, e repreenda as palavras que o senhor
teu Deus ouviu. Faze, pois, oração pelo resto que ainda fica.
5.
Foram, pois, os servos do rei Ezequias ter com Isaias.
6. E Isaías
lhes disse: Assim direis a vosso senhor: Assim diz o Senhor: Não temas as
palavras que ouviste, com as quais os servos do rei da Assíria me
blasfemaram.
7. Eis que meterei nele um espírito, e ele ouvirá uma
nova, e voltará para a sua terra; e à espada o farei cair na sua
terra.
8. Voltou, pois, Rabsaqué e achou o rei da Assíria pelejando
contra Libna, porque soubera que o rei havia partido de Laquis.
9. E o
rei, ouvindo dizer acerca de Tiraca, rei da Etiópia: Eis que saiu para te fazer
guerra, tornou a enviar mensageiros a Ezequias, dizendo:
10. Assim
falareis a Ezequias, rei de Judá: Não te engane o teu Deus, em quem confias,
dizendo: Jerusalém não será entregue na mão do rei da Assíria.
11. Eis
que já tens ouvido o que os reis da Assíria fizeram a todas as terras,
destruindo-as totalmente; e tu serias poupado?
12. Porventura os
deuses das nações a quem meus pais destruíram, puderam livrá-las, a saber, Gozã,
Harã, Rezefe, e os filhos de Eden que estavam em Telassar?
13. Que é
feito do rei de Hamate, do rei de Arpade, do rei da cidade de Sefarvaim, de Hena
e de Iva?
14. Ezequias, pois, tendo recebido a carta das mãos dos
mensageiros, e tendo-a lido, subiu à casa do Senhor, e a estendeu perante o
Senhor.
15. E Ezequias orou perante o Senhor, dizendo: Ó Senhor Deus
de Israel, que estás assentado sobre os querubins, tu mesmo, só tu és Deus de
todos os reinos da terra; tu fizeste o céu e a terra.
16. Inclina, ó
Senhor, o teu ouvido, e ouve; abre, ó Senhor, os teus olhos, e vê; e ouve as
palavras de Senaqueribe, com as quais enviou seu mensageiro para afrontar o Deus
vivo.
17. Verdade é, ó Senhor, que os reis da Assíria têm assolado as
nações e as suas terras,
18. e lançado os seus deuses no fogo
porquanto não eram deuses mas obra de mãos de homens, madeira e pedra; por isso
os destruíram.
19. Agora, pois, Senhor nosso Deus, livra-nos da sua
mão, para que todos os reinos da terra saibam que só tu, Senhor, és
Deus.
20. Então Isaías, filho de Amoz, mandou dizer a Ezequias: Assim
diz o Senhor Deus de Israel: Ouvi o que me pediste no tocante a Senaqueribe, rei
da Assíria.
21. Esta é a palavra que o Senhor falou a respeito dele: A
virgem, a filha de Sião, te despreza e te escarnece; a filha de Jerusalém meneia
a cabeça por detrás de ti.
22. A quem afrontaste e blasfemaste? E
contra quem alçaste a voz, e ergueste os olhos ao alto? Contra o Santo de
Israel!
23. Por meio de teus mensageiros afrontaste o Senhor, e
disseste: Com a multidão de meus carros subi ao alto dos montes, aos lados do
Líbano; cortei os seus altos cedros, e as suas mais formosas faias, e entrei na
sua mais distante pousada, no bosque do seu campo fértil.
24. Eu
cavei, e bebi águas estrangeiras; e com as plantas de meus pés sequei todos os
rios do Egito.
25. Porventura não ouviste que já há muito tempo
determinei isto, e já desde os dias antigos o planejei? Agora, porém, o
executei, para que fosses tu que reduzisses as cidades fortificadas a montões
desertos.
26. Por isso os moradores delas tiveram pouca força, ficaram
pasmados e confundidos; tornaram-se como a erva do campo, como a relva verde, e
como o feno dos telhados, que se queimam antes de amadurecer.
27. Eu,
porém, conheço o teu assentar, o teu sair e o teu entrar, bem como o teu furor
contra mim.
28. Por causa do teu furor contra mim, e porque a tua
arrogância subiu aos meus ouvidos, porei o meu anzol no teu nariz e o meu freio
na tua boca, e te farei voltar pelo caminho por onde vieste.
29. E
isto te será por sinal: Este ano comereis o que nascer por si mesmo, e no ano
seguinte que daí proceder; e no terceiro ano semeai e comei, e plantai vinhas, e
comei os seus frutos.
30. Pois o que escapou da casa de Judá, e ficou
de resto, tornará a lançar raízes para baixo, e dará fruto para
cima.
31. Porque de Jerusalém sairá o restante, e do monte Sião os que
escaparem; o zelo do Senhor fará isto.
32. Portanto, assim diz o
Senhor acerca do rei da Assíria: Não entrará nesta cidade, nem lançará nela
flecha alguma; tampouco virá perante ela com escudo, nem contra ela levantará
tranqueira.
33. Pelo caminho por onde veio, por esse mesmo voltará, e
nesta cidade não entrará, diz o Senhor.
34. Porque eu defenderei esta
cidade para livrá-la, por amor de mim e por amor do meu servo
Davi.
35. Sucedeu, pois, que naquela mesma noite saiu o anjo do
Senhor, e feriu no arraial dos assírios a cento e oitenta e cinco mil deles: e,
levantando-se os assírios pela manhã cedo, eis que aqueles eram todos
cadáveres.
36. Então Senaqueribe, rei da Assíria, se retirou e,
voltando, habitou em Nínive.
37. E quando ele estava adorando na casa
de Nisroque, seu deus, Adrameleque e Sarezer, seus filhos, o mataram à espada e
fugiram para a terra de Arará. E Esar-Hadom, seu filho, reinou em seu
lugar.
[II Reis 20]II Reis
20
1. Por aquele tempo Ezequias ficou doente, à morte.
O profeta Isaías, filho de Amoz, veio ter com ele, e lhe disse: Assim diz, o
Senhor: Põe em ordem a tua casa porque morrerás, e não viverás.
2.
Então o rei virou o rosto para a parede, e orou ao Senhor, dizendo:
3.
Lembra-te agora, ó Senhor, te peço, de como tenho andado diante de ti com
fidelidade e integridade de coração, e tenho feito o que era reto aos teus
olhos. E Ezequias chorou muitíssimo.
4. E sucedeu que, não havendo
Isaías ainda saído do meio do pátio, veio a ele a palavra do Senhor,
dizendo:
5. Volta, e dize a Ezequias, príncipe do meu povo: Assim diz
o Senhor Deus de teu pai Davi: Ouvi a tua oração, e vi as tuas lágrimas. Eis que
eu te sararei; ao terceiro dia subirás à casa do Senhor.
6.
Acrescentarei aos teus dias quinze anos; e das mãos do rei da Assíria te
livrarei, a ti e a esta cidade; e defenderei esta cidade por amor de mim, e por
amor do meu servo Davi.
7. Disse mais Isaías: Tomai uma pasta de figos
e ponde-a sobre a úlcera; e ele sarará.
8. Perguntou, pois, Ezequias a
Isaías: Qual é o sinal de que o Senhor me sarará, e de que ao terceiro dia
subirei à casa do Senhor?
9. Respondeu Isaías: Isto te será sinal, da
parte do Senhor, de que o Senhor cumprirá a palavra que disse: Adiantar-se-á a
sombra dez graus, ou voltará dez graus atrás?
10. Então disse
Ezequias: É fácil que a sombra decline dez graus; não seja assim, antes volte a
sombra dez graus atrás.
11. Então o profeta Isaías clamou ao Senhor,
que fez voltar a sombra dez graus atrás, pelos graus que já tinha declinado no
relógio de sol de Acaz.
12. Naquele tempo Merodaque-Baladã, filho de
Baladã, rei de Babilônia, enviou cartas e um presente a Ezequias, porque ouvira
que Ezequias tinha estado doente.
13. E Ezequias deu audiência aos
mensageiros, e lhes mostrou toda a casa de seu tesouro, a prata e o ouro, as
especiarias e os melhores ungüentos, a sua casa de armas e tudo quanto havia nos
seus tesouros; coisa nenhuma houve que lhes não mostrasse, nem em sua casa, nem
em todo o seu domínio.
14. Então o profeta Isaías veio ao rei
Ezequias, e lhe perguntou: Que disseram aqueles homens, e donde vieram a ti?
Respondeu Ezequias: Vieram de um país mui remoto, de Babilônia.
15. E
disse ele: Que viram em tua casa? E disse Ezequias: Viram tudo quanto há em
minha casa; não há coisa nenhuma nos meus tesouros que eu não lhes
mostrasse.
16. Então disse Isaías a Ezequias: Ouve a palavra do
Senhor:
17. Eis que vêm dias em que será levado para a Babilônia tudo
quanto houver em minha casa, bem como o que os teus pais entesouraram até o dia
de hoje; não ficará coisa alguma, diz o Senhor.
18. E até mesmo alguns
de teus filhos, que procederem de ti, e que tu gerares, levarão; e eles serão
eunucos no paço do rei de Babilônia.
19. Então disse Ezequias a
Isaías: Boa é a palavra do Senhor que disseste. Disse mais: Pois não é assim, se
em meus dias vai haver paz e segurança?
20. Ora, o restante dos atos
de Ezequias, e todo o seu poder, e como fez a piscina e o aqueduto, e como fez
vir a água para a cidade, porventura não estão escritos no livro das crônicas
dos reis de Judá?
21. E Ezequias dormiu com seus pais. E Manassés, seu
filho, reinou em seu lugar.
[II Reis 21]II Reis
21
1. Manassés tinha doze anos quando começou a reinar,
e reinou cinqüenta e cinco anos em Jerusalém. O nome de sua mãe era
Hefzibá.
2. E fez o que era mau aos olhos do Senhor, conforme as
abominações das nações que o Senhor desterrara de diante dos filhos de
Israel.
3. Porque tornou a edificar os altos que Ezequias, seu pai,
tinha destruído, e levantou altares a Baal, e fez uma Asera como a que fizera
Acabe, rei de Israel, e adorou a todo o exército do céu, e os
serviu.
4. E edificou altares na casa do Senhor, da qual o Senhor
tinha dito: Em Jerusalém porei o meu nome.
5. Também edificou altares
a todo o exército do céu em ambos os átrios da casa do Senhor.
6. E
até fez passar seu filho pelo fogo, e usou de augúrios e de encantamentos, e
instituiu adivinhos e feiticeiros; fez muito mal aos olhos do Senhor,
provocando-o à ira.
7. Também pôs a imagem esculpida de Asera, que
tinha feito, na casa de que o Senhor dissera a Davi e a Salomão, seu filho:
Nesta casa e em Jerusalém, que escolhi dentre todas as tribos de Israel, porei o
meu nome para sempre;
8. e não mais farei andar errante o pé de Israel
desta terra que tenho dado a seus pais, contanto que somente tenham cuidado de
fazer conforme tudo o que lhes tenho ordenado, e conforme toda a lei que Moisés,
meu servo, lhes ordenou.
9. Eles, porém, não ouviram; porque Manassés
de tal modo os fez errar, que fizeram pior do que as nações que o Senhor tinha
destruído de diante dos filhos de Israel.
10. Então o Senhor falou por
intermédio de seus servos os profetas, dizendo:
11. Porquanto
Manassés, rei de Judá, cometeu estas abominações, fazendo pior do que tudo
quanto fizeram os amorreus, que foram antes dele, e com os seus ídolos fez Judá
também pecar;
12. por isso assim diz o Senhor Deus de Israel: Eis que
trago tais males sobre Jerusalém e Judá, que a qualquer que deles ouvir lhe
ficarão retinindo ambos os ouvidos.
13. Estenderei sobre Jerusalém o
cordel de Samária e o prumo da casa de Acabe; e limparei Jerusalém como quem
limpa a escudela, limpando-a e virando-a sobre a sua face.
14.
Desampararei os restantes da minha herança, e os entregarei na mão de seus
inimigos. tornar-se-ão presa e despojo para todos os seus
inimigos;
15. porquanto fizeram o que era mau aos meus olhos, e me
provocaram à ira, desde o dia em que seus pais saíram do Egito até
hoje.
16. Além disso, Manassés derramou muitíssimo sangue inocente,
até que encheu Jerusalém de um a outro extremo, afora o seu pecado com que fez
Judá pecar fazendo o que era mau aos olhos do Senhor.
17. Quanto ao
restante dos atos de Manassés, e a tudo quanto fez, e ao pecado que cometeu,
porventura não estão escritos no livro das crônicas dos reis de
Judá?
18. E Manassés dormiu com seus pais, e foi sepultado no jardim
da sua casa, no jardim de Uzá. E Amom, seu filho, reinou em seu
lugar.
19. Amom tinha vinte e dois anos quando começou a reinar, e
reinou dois anos em Jerusalém. O nome de sua mãe era Mesulemete, filha de Haniz,
de Jotba.
20. Ele fez o que era mau aos olhos do Senhor, como fizera
Manassés, seu pai;
21. e andou em todo o caminho em que seu pai
andara, e serviu os ídolos que ele tinha servido, e os adorou.
22.
Assim deixou o Senhor, Deus de seus pais, e não andou no caminho do
Senhor.
23. E os servos de Amom conspiraram contra ele, e o mataram em
sua casa.
24. O povo da terra, porém, matou a todos os que conspiraram
contra o rei Amom, e constituiu Josias, seu filho, rei em seu
lugar.
25. Quanto ao restante dos atos de Amom, porventura não está
escrito no livro das crônicas dos reis de Judá?
26. E o puseram na sua
sepultura, no jardim de Uzá. E Josias, seu filho, reinou em seu
lugar.
[II Reis 22]II Reis
22
1. Josias tinha oito anos quando começou a reinar, e
reinou trinta e um anos em Jerusalém. O nome de sua mãe era Jedida, filha de
Adaías, de Bozcate.
2. Ele fez o que era reto aos olhos do Senhor; e
andou em todo o caminho de Davi, seu pai, não se apartando dele nem para a
direita nem para a esquerda.
3. No ano décimo oitavo do rei Josias, o
rei mandou o escrivão Safã, filho de Azalias, filho de Mesulão, à casa do
Senhor, dizendo-lhe:
4. Sobe a Hilquias, o sumo sacerdote, para que
faça a soma do dinheiro que se tem trazido para a casa do Senhor, o qual os
guardas da entrada têm recebido do povo;
5. e que só entreguem na mão
dos mestres de obra que estão encarregados da casa do Senhor; e que estes o dêem
aos que fazem a obra, aos que estão na casa do Senhor para repararem os estragos
da casa,
6. aos carpinteiros, aos edificadores, e aos pedreiros. e que
comprem madeira e pedras lavradas, a fim de repararem a casa.
7.
Contudo não se tomava conta a eles do dinheiro que se lhes entregava nas mãos,
porquanto se haviam com fidelidade.
8. Então disse o sumo sacerdote
Hilquias ao escrivão Safã: Achei o livro da lei na casa do Senhor. E Hilquias
entregou o livro a Safã, e ele o leu.
9. Depois o escrivão Safã veio
ter com o rei e, dando ao rei o relatório, disse: Teus servos despejaram o
dinheiro que se achou na casa, e o entregaram na mão dos mestres de obra que
estão encarregados da casa do Senhor.
10. Safã, o escrivão, falou
ainda ao rei, dizendo: O sacerdote Hilquias me entregou um livro. E Safã o leu
diante do rei.
11. E sucedeu que, tendo o rei ouvido as palavras do
livro da lei, rasgou as suas vestes.
12. Então o rei deu ordem a
Hilquias, o sacerdote, a Aicão, filho de Safã, a Acbor, filho de Micaías, a
Safã, o escrivão, e Asaías, servo do rei, dizendo:
13. Ide, consultai
ao Senhor por mim, e pelo povo, e por todo o Judá, acerca das palavras deste
livro que se achou; porque grande é o furor do Senhor, que se acendeu contra
nós, porquanto nossos pais não deram ouvidos às palavras deste livro, para
fazerem conforme tudo quanto acerca de nós está escrito.
14. Então o
sacerdote Hilquias, e Aicão, e Acbor, e Safã, e Asaías foram ter com a profetisa
Hulda, mulher de Salum, filho de Ticvá, filho de Harás, o guarda das vestiduras
(ela habitava então em Jerusalém, na segunda parte), e lhe
falaram.
15. E ela lhes respondeu: Assim diz o Senhor, o Deus de
Israel: Dizei ao homem que vos enviou a mim:
16. Assim diz o Senhor:
Eis que trarei males sobre este lugar e sobre os seus habitantes, conforme todas
as palavras do livro que o rei de Judá leu.
17. Porquanto me deixaram,
e queimaram incenso a outros deuses, para me provocarem à ira por todas as obras
das suas mãos, o meu furor se acendeu contra este lugar, e não se
apagará.
18. Todavia ao rei de Judá, que vos enviou para consultar ao
Senhor, assim lhe direis: Assim diz o Senhor, o Deus de Israel: Quanto às
palavras que ouviste,
19. porquanto o teu coração se enterneceu, e te
humilhaste perante o Senhor, quando ouviste o que falei contra este lugar, e
contra os seus habitantes, isto é, que se haviam de tornar em assolação e em
maldição, e rasgaste as tuas vestes, e choraste perante mim, também eu te ouvi,
diz o Senhor.
20. Pelo que eu te recolherei a teus pais, e tu serás
recolhido em paz à tua sepultura, e os teus olhos não verão todo o mal que hei
de trazer sobre este lugar. Então voltaram, levando a resposta ao
rei.
[II Reis 23]II Reis 23
1.
Então o rei deu ordem, e todos os anciãos de Judá e de Jerusalém se ajuntaram a
ele.
2. Subiu o rei à casa do Senhor, e com ele todos os homens de
Judá, todos os habitantes de Jerusalém, os sacerdotes, os profetas, e todo o
povo, desde o menor até o maior; e leu aos ouvidos deles todas as palavras do
livro do pacto, que fora encontrado na casa do Senhor.
3. Então o rei,
pondo-se em pé junto à coluna, fez um pacto perante o Senhor, de andar com o
Senhor, e guardar os seus mandamentos, os seus testemunhos e os seus estatutos,
de todo o coração e de toda a alma, confirmando as palavras deste pacto, que
estavam escritas naquele livro; e todo o povo esteve por este
pacto.
4. Também o rei mandou ao sumo sacerdote Hilquias, e aos
sacerdotes da segunda ordem, e aos guardas da entrada, que tirassem do templo do
Senhor todos os vasos que tinham sido feitos para Baal, e para a Asera, e para
todo o exército do céu; e os queimou fora de Jerusalém, nos campos de Cedrom, e
levou as cinzas deles para Betel.
5. Destituiu os sacerdotes idólatras
que os reis de Judá haviam constituído para queimarem incenso sobre os altos nas
cidades de Judá, e ao redor de Jerusalém, como também os que queimavam incenso a
Baal, ao sol, à lua, aos planetas, e a todo o exército do céu.
6.
Tirou da casa do Senhor a Asera e, levando-a para fora de Jerusalém até o
ribeiro de Cedrom, ali a queimou e a reduziu a pó, e lançou o pó sobre as
sepulturas dos filhos do povo.
7. Derrubou as casas dos sodomitas que
estavam na casa do Senhor, em que as mulheres teciam cortinas para a
Asera.
8. Tirou das cidades de Judá todos os sacerdotes, e profanou os
altos em que os sacerdotes queimavam incenso desde Geba até Berseba; e derrubou
os altos que estavam às portas junto à entrada da porta de Josué, o chefe da
cidade, à esquerda daquele que entrava pela porta da cidade.
9.
Todavia os sacerdotes dos altos não sacrificavam sobre o altar do Senhor em
Jerusalém, porém comiam pães ázimos no meio de seus irmãos.
10.
Profanou a Tofete, que está no vale dos filhos de Hinom, para que ninguém fosse
passar seu filho ou sua filha pelo fogo a Moloque.
11. Tirou os
cavalos que os reis de Judá tinham consagrado ao sol, à entrada da casa do
Senhor, perto da câmara do camareiro Natã-Meleque, a qual estava no recinto; e
os carros do sol queimou a fogo.
12. Também o rei derrubou os altares
que estavam sobre o terraço do cenáculo de Acaz, os quais os reis de Judá tinham
feito, como também os altares que Manassés fizera nos dois átrios da casa do
Senhor; e, tendo-os esmigalhado, os tirou dali e lançou o pó deles no ribeiro de
Cedrom.
13. O rei profanou também os altos que estavam ao oriente de
Jerusalém, à direita do Monte de Corrupção, os quais Salomão, rei de Israel,
edificara a Astarote, abominação dos sidônios, a Quemós, abominação dos
moabitas, e a Milcom, abominação dos filhos de Amom.
14.
Semelhantemente quebrou as colunas, e cortou os aserins, e encheu os seus
lugares de ossos de homens.
15. Igualmente o altar que estava em
Betel, e o alto feito por Jeroboão, filho de Nebate, que fizera Israel pecar,
esse altar e o alto ele os derrubou; queimando o alto, reduziu-o a pó, e queimou
a Asera.
16. E, virando-se Josias, viu as sepulturas que estavam ali
no monte, e mandou tirar os ossos das sepulturas e os queimou sobre aquele
altar, e assim o profanou, conforme a palavra do Senhor proclamada pelo homem de
Deus que predissera estas coisas.
17. Então perguntou: Que monumento é
este que vejo? Responderam-lhe os homens da cidade: É a sepultura do homem de
Deus que veio de Judá e predisse estas coisas que acabas de fazer contra este
altar de Betel.
18. Ao que disse Josias: Deixai-o estar; ninguém mexa
nos seus ossos. Deixaram estar, pois, os seus ossos juntamente com os do profeta
que viera de Samária.
19. Josias tirou também todas as casas dos altos
que havia nas cidades de Samária, e que os reis de Israel tinham feito para
provocarem o Senhor à ira, e lhes fez conforme tudo o que havia feito em
Betel.
20. E a todos os sacerdotes dos altos que encontrou ali, ele os
matou sobre os respectivos altares, onde também queimou ossos de homens; depois
voltou a Jerusalém.
21. Então o rei deu ordem a todo o povo dizendo:
Celebrai a páscoa ao Senhor vosso Deus, como está escrito neste livro do
pacto.
22. Pois não se celebrara tal páscoa desde os dias dos juízes
que julgaram a Israel, nem em todos os dias dos reis de Israel, nem tampouco nos
dias dos reis de Judá.
23. Foi no décimo oitavo ano do rei Josias que
esta páscoa foi celebrada ao Senhor em Jerusalém.
24. Além disso, os
adivinhos, os feiticeiros, os terafins, os ídolos e todas abominações que se
viam na terra de Judá e em Jerusalém, Josias os extirpou, para confirmar as
palavras da lei, que estavam escritas no livro que o sacerdote Hilquias achara
na casa do Senhor.
25. Ora, antes dele não houve rei que lhe fosse
semelhante, que se convertesse ao Senhor de todo o seu coração, e de toda a sua
alma, e de todas as suas forças, conforme toda a lei de Moisés; e depois dele
nunca se levantou outro semelhante.
26. Todavia o Senhor não se
demoveu do ardor da sua grande ira, com que ardia contra Judá por causa de todas
as provocações com que Manassés o provocara.
27. E disse o Senhor:
Também a Judá hei de remover de diante da minha face, como removi a Israel, e
rejeitarei esta cidade de Jerusalém que elegi, como também a casa da qual eu
disse: Estará ali o meu nome.
28. Ora, o restante dos atos de Josias,
e tudo quanto fez, por ventura não estão escritos no livro das crônicas dos reis
de Judá?
29. Nos seus dias subiu Faraó-Neco, rei do Egito, contra o
rei da Assíria, ao rio Eufrates. E o rei Josias lhe foi ao encontro; e
Faraó-Neco o matou em Megido, logo que o viu.
30. De Megido os seus
servos o levaram morto num carro, e o trouxeram a Jerusalém, onde o sepultaram
no seu sepulcro. E o povo da terra tomou a Jeoacaz, filho de Josias, ungiram-no,
e o fizeram rei em lugar de seu pai.
31. Jeoacaz tinha vinte e três
anos quando começou a reinar, e reinou três meses em Jerusalém. O nome de sua
mãe era Hamutal, filha de Jeremias, de Libna.
32. Ele fez o que era
mau aos olhos do Senhor, conforme tudo o que seus pais haviam
feito.
33. Ora, Faraó-Neco mandou prendê-lo em Ribla, na terra de
Hamate, para que não reinasse em Jerusalém; e à terra impôs o tributo de cem
talentos de prata e um talento de ouro.
34. Também Faraó-Neco
constituiu rei a Eliaquim, filho de Josias, em lugar de Josias, seu pai, e lhe
mudou o nome em Jeoiaquim; porém levou consigo a Jeoacaz, que conduzido ao
Egito, ali morreu.
35. E Jeoiaquim deu a Faraó a prata e o ouro; porém
impôs à terra uma taxa, para fornecer esse dinheiro conforme o mandado de Faraó.
Exigiu do povo da terra, de cada um segundo a sua avaliação, prata e ouro, para
o dar a Faraó-Neco.
36. Jeoiaquim tinha vinte e cinco ano quando
começou a reinar, e reinou onze anos em Jerusalém. O nome de sua mãe era Zebida,
filha de Pedaías, de Ruma.
37. Ele fez o que era mau aos olhos do
Senhor, conforme tudo o que seus pais haviam feito.
[II Reis 24]II Reis 24
1. Nos seus dias subiu
Nabucodonosor, rei de Babilônia, e Jeoiaquim ficou sendo seu servo por três
anos; mas depois se rebelou contra ele.
2. Então o Senhor enviou
contra Jeoiaquim tropas dos caldeus, tropas dos sírios, tropas dos moabitas e
tropas dos filhos de Amom; e as enviou contra Judá, para o destruírem, conforme
a palavra que o Senhor falara por intermédio de seus servos os
profetas.
3. Foi, na verdade, por ordem do Senhor que isto veio sobre
Judá para removê-lo de diante da sua face, por causa de todos os pecados
cometidos por Manassés,
4. bem como por causa do sangue inocente que
ele derramou; pois encheu Jerusalém de sangue inocente; e por isso o Senhor não
quis perdoar.
5. Ora, o restante dos atos de Jeoiaquim, e tudo quanto
fez, porventura não estão escritos no livro das crônicas dos reis de
Judá?
6. Jeoiaquim dormiu com seus pais. E Joaquim, seu filho, reinou
em seu lugar.
7. O rei do Egito nunca mais saiu da sua terra, porque o
rei de Babilônia tinha tomado tudo quanto era do rei do Egito desde o rio do
Egito até o rio Eufrates.
8. Tinha Joaquim dezoito anos quando começou
a reinar e reinou três meses em Jerusalém. O nome de sua mãe era Neústa, filha
de Elnatã, de Jerusalém.
9. Ele fez o que era mau aos olhos do Senhor,
conforme tudo o que seu pai tinha feito.
10. Naquele tempo os servos
de Nabucodonosor, rei de Babilônia, subiram contra Jerusalém, e a cidade foi
sitiada.
11. E Nabucodonosor, rei de Babilônia, chegou diante da
cidade quando já os seus servos a estavam sitiando.
12. Então saiu
Joaquim, rei de Judá, ao rei da Babilônia, ele, e sua mãe, e seus servos, e seus
príncipes, e seus oficiais; e, no ano oitavo do seu reinado, o rei de Babilônia
o levou preso.
13. E tirou dali todos os tesouros da casa do Senhor, e
os tesouros da casa do rei; e despedaçou todos os vasos de ouro que Salomão, rei
de Israel, fizera no templo do Senhor, como o Senhor havia dito.
14. E
transportou toda a Jerusalém, como também todos os príncipes e todos os homens
valentes, deu mil cativos, e todos os artífices e ferreiros; ninguém ficou senão
o povo pobre da terra.
15. Assim transportou Joaquim para Babilônia;
como também a mãe do rei, as mulheres do rei, os seus oficiais, e os poderosos
da terra, ele os levou cativos de Jerusalém para Babilônia.
16. Todos
os homens valentes, em número de sete mil, e artífices e ferreiros em número de
mil, todos eles robustos e destros na guerra, a estes o rei de Babilônia levou
cativos para Babilônia.
17. E o rei de Babilônia constituiu rei em
lugar de Joaquim a Matanias, seu tio paterno, e lhe mudou o nome em
Zedequias.
18. Zedequias tinha vinte e um anos quando começou a
reinar, e reinou onze anos em Jerusalém. O nome de sua mãe era Hamutal, filha de
Jeremias, de Libna.
19. Ele fez o que era mau aos olhos do Senhor,
conforme tudo quanto fizera Jeoiaquim.
20. Por causa da ira do Senhor,
assim sucedeu em Jerusalém, e em Judá, até que ele as lançou da sua presença. E
Zedequias se rebelou contra o rei de Babilônia.
[II Reis 25]II Reis 25
1. E sucedeu que, ao nono ano do
seu reinado, no décimo dia do décimo mês, Nabucodonosor, rei de Babilônia, veio
contra Jerusalém com todo o seu exército, e se acampou contra ela; levantaram
contra ela tranqueiras em redor.
2. E a cidade ficou sitiada até o
décimo primeiro ano do rei Zedequias
3. Aos nove do quarto mês, a
cidade se via tão apertada pela fome que não havia mais pão para o povo da
terra.
4. Então a cidade foi arrombada, e todos os homens de guerra
fugiram de noite pelo caminho da porta entre os dois muros, a qual estava junto
ao jardim do rei (porque os caldeus estavam contra a cidade em redor), e o rei
se foi pelo caminho da Arabá.
5. Mas o exército dos caldeus perseguiu
o rei, e o alcançou nas campinas de Jericó; e todo o seu exército se
dispersou.
6. Então prenderam o rei, e o fizeram subir a Ribla ao rei
de Babilônia, o qual pronunciou sentença contra ele.
7. Degolaram os
filhos de Zedequias à vista dele, vasaram-lhe os olhos, ataram-no com cadeias de
bronze e o levaram para Babilônia.
8. Ora, no quinto mês, no sétimo
dia do mês, no ano décimo nono de Nabucodonosor, rei de Babilônia, veio a
Jerusalém Nebuzaradão, capitão da guarda, servo do rei de
Babilônia;
9. e queimou a casa do Senhor e a casa do rei, como também
todas as casas de Jerusalém; todas as casas de importância, ele as
queimou.
10. E todo o exército dos caldeus, que estava com o capitão
da guarda, derrubou os muros em redor de Jerusalém.
11. Então o resto
do povo que havia ficado na cidade, e os que já se haviam rendido ao rei de
babilônia, e o resto da multidão, Nebuzaradão, capitão da guarda, levou
cativos.
12. Mas dos mais pobres da terra deixou o capitão da guarda
ficar alguns para vinheiros e para lavradores.
13. Ademais os caldeus
despedaçaram as colunas de bronze que estavam na casa do Senhor, como também as
bases e o mar de bronze que estavam na casa do senhor e levaram esse bronze para
Babilônia. ,
14. Também tomaram as caldeiras, as pás, as
espevitadeiras, as colheres, e todos os utensílios de bronze, com que se
ministrava,
15. como também os braseiros e as bacias; tudo o que era
de ouro, o capitão da guarda levou em ouro, e tudo o que era de prata, em
prata.
16. As duas colunas, o mar, e as bases, que Salomão fizera para
a casa do Senhor, o bronze de todos esses utensílios era de peso
imensurável.
17. A altura duma coluna era de dezoito côvados, e sobre
ela havia um capitel de bronze, cuja altura era de três côvados; em redor do
capitel havia uma rede e romãs, tudo de bronze; e semelhante a esta era a outra
coluna com a rede.
18. O capitão da guarda tomou também Seraías,
primeiro sacerdote, Sofonias, segundo sacerdote, e os três guardas da
entrada.
19. Da cidade tomou um oficial, que tinha cargo da gente de
guerra, e cinco homens dos que viam a face do rei e que se achavam na cidade,
como também o escrivão-mor do exército, que registrava o povo da terra, e
sessenta homens do povo da terra, que se achavam na cidade.
20.
Tomando-os Nebuzaradão, capitão da guarda, levou-os ao rei de Babilônia, a
Ribla.
21. Então o rei de Babilônia os feriu e matou em Ribla, na
terra de Hamate. Assim Judá foi levado cativo para fora da sua
terra.
22. Quanto ao povo que tinha ficado, na terra de Judá,
Nabucodonosor, rei de Babilônia, que o deixara ficar, pôs por governador sobre
ele Gedalias, filho de Aicão, filho de Safã.
23. Ouvindo, pois, os
chefes das forças, eles e os seus homens, que o rei de Babilônia pusera Gedalias
por governador, vieram ter com Gedalias, a Mizpá, a saber: Ismael, filho de
Netanias, Joanã, filho de Careá, Seraías, filho de Tanumete netofatita, e
Jaazanias, filho do maacatita, eles e os seus homens.
24. E Gedalias
lhe jurou, a eles e aos seus homens, e lhes disse: Não temais ser servos dos
caldeus; ficai na terra, e servi ao rei de Babilônia, e bem vos
irá.
25. Mas no sétimo mês Ismael, filho de Netanias, filho de
Elisama, da descendência real, veio com dez homens, e feriram e mataram
Gedalias, como também os judeus e os caldeus que estavam com ele em
Mizpá.
26. Então todo o povo, tanto pequenos como grandes, e os chefes
das forças, levantando-se, foram para o Egito, porque temiam os
caldeus.
27. Depois disso sucedeu que, no ano trinta e sete do
cativeiro de Joaquim, rei de Judá, no dia vinte e sete do décimo segundo mês,
Evil-Merodaque, rei de Babilônia, no ano em que começou a reinar, levantou a
cabeça de Joaquim, rei de Judá, tirando-o da casa da prisão;
28. e lhe
falou benignamente, e pôs o seu trono acima do trono dos reis que estavam com
ele em Babilônia.
29. Também lhe fez mudar as vestes de prisão; e ele
comeu da mesa real todos os dias da sua vida.
30. E, quanto à sua
subsistência, esta lhe foi dada de contínuo pelo rei, a porção de cada dia no
seu dia, todos os dias da sua vida.
[I Crônicas 1]I
Crônicas 1
1. Adão, Sete, Enos,
2. Quenã,
Maalalel, Jarede,
3. Enoque, Matusalém, Lameque,
4. Noé,
Sem, Cão e Jafé.
5. Os filhos de Jafé: Gomer, Magogue, Madai, Javã,
Tubal, Meseque e Tiras.
6. Os filhos de Gomer: Asquenaz, Rifate e
Togarma.
7. Os filhos de Javã: Elisá, Társis, Quitim e
Dodanim.
8. Os filhos de Cão: Cuche, Mizraim, Pute e
Canaã.
9. Os filhos de Cuche: Seba, Havilá, Sabtá, Raamá e Sabtecá; e
os filhos de Raamá: Sebá e Dedã.
10. Cuche foi pai de Ninrode, o qual
foi o primeiro a ser poderoso na terra:
11. De Mizraim descenderam os
ludeus, os anameus, os leabeus, os naftueus,
12. os patrusins, os
casluins (dos quais procederam os filisteus) e os caftoreus.
13. Canaã
foi pai de Sidom, seu primogênito, e de Hete,
14. e dos jebuseus, dos
amorreus, dos girgaseus,
15. dos heveus, dos arqueus, dos
sineus,
16. dos arvadeus, dos zemareus e dos hamateus.
17.
Os filhos de Sem: Elão, Assur, Arfaxade, Lude, Arã, Uz, Hul, Geter e
Meseque.
18. Arfaxade foi pai de Selá; e Selá foi pai de
Eber.
19. A Eber nasceram dois filhos: o nome dum foi Pelegue, pois
nos seus dias se repartiu a terra; e o nome do seu irmão foi
Joctã.
20. Joctã foi pai de Almodá, Selefe, Hazarmavé,
Jerá,
21. Hadorão, Uzal, Diclá,
22. Ebal, Abimael,
Sebá,
23. Ofir, Havilá e Jobabe; todos esses foram filhos de
Joctã.
24. Sem, Arfaxade, Selá;
25. Eber, Pelegue,
Reú;
26. Serugue, Naor, Tera;
27. Abrão, que é
Abraão.
28. Os filhos de Abraão: Isaque e Ismael.
29. Estas
são as suas gerações: o primogênito de Ismael, Nebaiote; depois Quedar, Adbeel,
Mibsão,
30. Misma, Dumá, Massá, Hadade, Tema,
31. Jetur,
Nafis e Quedemá; esses foram os filhos de Ismael.
32. Quanto aos
filhos de Quetura, concubina de Abraão, esta deu à luz Zinrã, Jocsã, Medã,
Midiã, Isbaque e Suá. Os filhos de Jocsã foram Sebá e Dedã.
33. Os
filhos de Midiã: Efá, Efer, Hanoque, Abidá e Eldá; todos esses foram filhos de
Quetura.
34. Abraão foi pai de Isaque. Os filhos de Isaque: Esaú e
Israel.
35. Os filhos de Esaú: Elifaz, Reuel, Jeús, Jalão e
Corá.
36. Os filhos de Elifaz: Temã, Omar, Zefi, Gatã, Quenaz, Timna e
Amaleque.
37. Os filhos de Reuel: Naate, Zerá, Samá e
Mizá.
38. Os filhos de Seir: Lotã, Sobal, Zibeão, Anás, Disom, Eser e
Disã.
39. Os filhos de Lotã: Hori, e Homã; e a irmã de Lotã foi
Timna.
40. Os filhos de Sobal: Aliã, Manaate, Ebal, Sefi e Onã. Os
filhos de Zibeão: Aías e Anás.
41. Anás foi pai de Disom. Os filhos de
Disom: Hanrão, Esbã, Itrã e Querã.
42. Os filhos de Eser: Bilã, Zaavã
e Jaacã. Os filhos de Disã: Uz e Arã.
43. Estes foram os reis que
reinaram na terra de Edom, antes que houvesse rei sobre os filhos de Israel:
Belá, filho de Beor; e era o nome da sua cidade Dinabá.
44. Morreu
Belá, e reinou em seu lugar Jobabe, filho de Zerá, de Bozra.
45.
Morreu Jobabe, e reinou em seu lugar Husão, da terra dos
temanitas.
46. Morreu Husão, e reinou em seu lugar Hadade, filho de
Bedade, que derrotou os midianitas no campo de Moabe; e era o nome da sua cidade
Avite.
47. Morreu Hadade, e reinou em seu lugar Sâmela, de
Masreca.
48. Morreu Sâmela, e reinou em seu lugar Saul, de Reobote
junto ao rio.
49. Morreu Saul, e reinou em seu lugar Baal-Ranã, filho
de Acbor.
50. Morreu Baal-Hanã, e Hadade reinou em seu lugar; e era o
nome da sua cidade Paí. O nome de sua mulher era Meetabel, filha de Matrede,
filha de Me-Zaabe.
51. E morreu Hadade. Os príncipes de Edom foram: o
príncipe Timna, o príncipe Aliá, o príncipe Jetete,
52. o príncipe
Aolíbama, o príncipe Elá, o príncipe Pinom,
53. o príncipe Quenaz, o
príncipe Temã, o príncipe Mibzar,
54. o príncipe Magdiel, o príncipe
lrã. Estes foram os príncipes de Edom.
[I Crônicas 2]I
Crônicas 2
1. Foram estes os filhos de Israel: Rúben,
Simeão, Levi, Judá, Issacar, Zebulom,
2. Dã, José, Benjamim, Naftali,
Gade e Aser.
3. Os filhos de Judá: Er, Onã e Selá; estes três lhe
nasceram da filha de Suá, a cananéia. E Er, o primogênito de Judá, foi mau aos
olhos do Senhor, que o matou:
4. Tamar, nora de Judá, lhe deu à luz
Pérez e Zerá. Ao todo os filhos de Judá foram cinco.
5. Os filhos de
Perez: Hezrom e Hamul:
6. Os filhos de Zerá: Zinri, Etã, Hemã, Calcol
e Dara; cinco ao todo.
7. Os filhos de Carmi: Acar, o perturbador de
Israel, que pecou no anátema.
8. De Etã foi filho
Azarias.
9. Os filhos que nasceram a Hezrom: Jerameel, Rão e
Quelubai.
10. Rão foi pai de Aminadabe, e Aminadabe de Nasom, príncipe
dos filhos de Judá;
11. Nason foi pai de Salmom, e Salmom de
Boaz;
12. Boaz foi pai de Obede, e Obede de Jessé;
13. a
Jessé nasceram Eliabe, seu primogênito, Abinadabe o segundo, Siméia o
terceiro,
14. Netanel o quarto, Radai o quinto,
15. Ozen o
sexto e Davi o sétimo;
16. e foram suas irmãs Zeruia e Abigail. Os
filhos de Zeruia foram: Abisai, Joabe e Asael, três.
17. Abigail deu à
luz Amasa; o pai de Amasa foi Jeter, o ismaelita.
18. A Calebe, filho
de Hezrom, nasceram filhos de Azuba, sua mulher, e de Jeriote; e os filhos dela
foram estes: Jeser, Sobabe e Ardom.
19. Morreu Azuba; e Calebe tomou
para si Efrata, da qual lhe nasceu Hur.
20. Hur foi pai de îri, e îri
de Bezaleel.
21. Então Hezrom, tendo já sessenta anos, tomou por
mulher a filha de Maquir, pai de Gileade; e conheceu-a, e ela lhe deu à luz
Segube.
22. Segube foi pai de Jair, o qual veio a ter vinte e três
cidades na terra de Gileade.
23. Mas Gesur e Arã tomaram deles
Havote-Jair, e Quenate e suas aldeias, sessenta cidades. Todos estes foram
filhos de Maquir, pai de Gileade.
24. Depois da morte de Hezrom, em
Calebe de Efrata, Abia, mulher de Hezrom, lhe deu Asur, pai de
Tecoa.
25. Os filhos de Jerameel, primogênito de Jezrom, foram: Rão, o
primogênito, Buna, Orem, Ozem e Aías.
26. Jerameel teve outra mulher,
cujo nome era Atara, a qual foi mãe de Onã.
27. Os filhos de Rão,
primogênito de Jerameel, foram: Maaz, Jamim e Equer.
28. Os filhos de
Onã, foram: Samai e Jada; e os filhos de Samai: Nadabe e Abisur.
29. O
nome da mulher de Abisur era Abiail, que lhe deu à luz Abã e
Molide.
30. Os filhos de Nadabe: Selede e Apaim; e Selede morreu sem
filhos.
31. O filho de Apaim: Isi; o filho de Isi: Sesã; o filho de
Sesã: Alai.
32. Os filhos de Jada, irmão de Samai: Jeter e Jônatas; e
Jeter morreu sem filhos.
33. Os filhos de Jônatas: Pelete e Zaza.
Esses foram os filhos de Jerameel.
34. Sesã não teve filhos, mas
filhas. E tinha Sesã um servo egípcio, cujo nome era Jará:
35. Deu,
pois, Sesã sua filha por mulher a Jará, seu servo; e ela lhe deu à luz
Atai.
36. Atai foi pai de Natã, Natã de Zabade,
37. Zabade
de Eflal, Eflal de Obede,
38. Obede de Jeú, Jeú de
Azarias,
39. Azarias de Helez, Helez de Eleasá,
40. Eleasá
de Sismai, Sismai de Salum,
41. Salum de Jecamias, e Jecamias de
Elisama.
42. Os filhos de Calebe, irmão de Jerameel: Messa, seu
primogênito, que foi o pai de Zife, e os filhos de Maressa, pai de
Hebrom.
43. Os filhos de Hebrom: Corá, Tapua, Requem e
Sema.
44. Sema foi pai de Raão, pai de Jorqueão; e Requem foi pai de
Samai.
45. O filho de Samai foi Maom; e Maom foi pai de
Bete-Zur.
46. Efá, a concubina de Calebe, teve Harã, Moza e Gazez; e
Harã foi pai de Gazez.
47. Os filhos de Jadai: Regem, Jotão, Gesã,
Pelete, Efá e Saafe.
48. Maacá, concubina de Calebe, deu à luz Seber e
Tiraná.
49. Deu à luz também Saafe, pai de Madmana, e Seva, pai de
Macbena e de Gibeá; e a filha de Calebe foi Acsa.
50. Estes foram os
filhos de Calebe, filho de Hur, o primogênito de Efrata: Sobal, pai de
Quiriate-Jearim,
51. Salma, pai de Belém, e Harefe, pai de
Bete-Gader.
52. Os filhos de Sobal, pai de Quiriate-Jearim, foram:
Haroé e metade dos menuotes.
53. As famílias de Quiriate-Jearim: os
itreus, os puteus, os sumateus e os misraeus; destes saíram os zorateus e os
estaloeus.
54. Os filhos de Salma: Belém, os netofatitas,
Atarote-Bete-Joabe, metade dos manaatitas e os zoritas.
55. As
famílias dos escribas que habitavam em Jabes: os tiratitas, os simeatitas e os
sucatitas; estes são os queneus que descenderam de Hamate, pai da casa de
Recabe.
[I Crônicas 3]I Crônicas
3
1. Estes foram os filhos de Davi que lhe nasceram em
Hebrom: o primogênito Amnom, de Ainoã, a jizreelita; o segundo Daniel, de
Abigail, a carmelita;
2. O terceiro Absalão, filho de Maacá, filha de
Talmai, rei de Gesur; o quarto Adonias, filho de Hagite;
3. O quinto
Sefatias, de Abital; o sexto Itreão, de Eglá, sua mulher.
4. Seis lhe
nasceram em Hebrom, onde reinou sete anos e seis meses; e reinou trinta e três
anos em Jerusalém.
5. Estes lhe nasceram em Jerusalém: Siméia, Sobabe,
Natã e Salomão; estes quatro lhe nasceram de Bate-Sua, filha de
Amiel.
6. Nasceram-lhe mais: Ibar, Elisama, Elifelete,
7.
Nogá, Nefegue, Jafia,
8. Elisama, Eliadá e Elifelete,
nove.
9. Todos estes foram filhos de Davi, afora os filhos das
concubinas; e Tamar foi irmã deles.
10. Filho de Salomão foi Roboão,
de quem foi filho Abias, de quem foi filho Asa, de quem foi filho
Jeosafá,
11. de quem foi filho Jorão, de quem foi filho Acazias, de
quem foi filho Joás,
12. de quem foi filho Amazias, de quem foi filho
Jotão,
13. de quem foi filho Acaz, de quem foi filho Ezequias, de quem
foi filho Manassés,
14. de quem foi filho Amom, e de quem foi filho
Josias.
15. Os filhos de Josias: o primogênito Joanã, o segundo
Jeoiaquim, o terceiro Zedequias, o quarto Salum.
16. Os filhos de
Jeoiaquim: Jeconias, seu filho, e Zedequias, seu filho.
17. Os filhos
de Jeconias, o deportado: Sealtiel, seu filho,
18. Malquirão, Pedaías,
Senazar, Jecamias, Hosama e Nedabias.
19. Os filhos de Pedaías:
Zorobabel e Simei; e os filhos de Zorobabel: Mesulão e Hananias, e Selomite,
irmã destes;
20. e Hasubá, Oel, Berequias, Hasadias e Jusabe-Hesede,
cinco.
21. Hananias foi pai de Pelatias; Pelatias de Jesaías; Jesaías
de Refaías; Refaías de Arnã; Arnã de Obadias; e Obadias de
Secanias.
22. Os filhos de Secanias: Semaías e os filhos deste: Hatus,
Igal, Bariá, Nearias e Safate, seis.
23. Os filhos de Nearias:
Elioenai, Ezequias e Azricão, três.
24. E os filhos de Elioenai:
Hodavias, Eliasibe, Pelaías, Acube, Joanã, Delaías e Anani, sete.
[I
Crônicas 4]I Crônicas 4
1. Os filhos
de Judá: Pérez, Hezrom, Carmi, Hur e Sobal.
2. Reaías, filho de Sobal,
foi pai de Jaate, e Jaate de Aümai e Laade; estas são as famílias dos
zoratitas.
3. Estes foram os filhos de Etã: Jizreel, Ismá, e Idbás; e
o nome da irmã deles era Hazelelponi;
4. e mais Penuel, pai de Gedor,
e Ézer, pai de Husá; estes foram os filhos de Hur, o primogênito de Efrata, pai
de Belém.
5. Asur, pai de Tecoa, tinha duas mulheres: Helá e
Naará.
6. Naará deu-lhe à luz Aüzão, Hefer, Temêni e Haastári; estes
foram os filhos de Naará.
7. E os filhos de Helá: Zerete, Izar e
Etnã.
8. Coz foi pai de Anube e Zobeba, e das famílias de Acarel,
filho de Harum.
9. Jabes foi mais ilustre do que seus irmãos (sua mãe
lhe pusera o nome de Jabes, dizendo: Porquanto com dores o dei à
luz)..
10. Jabes invocou o Deus de Israel, dizendo: Oxalá que me
abençoes, e estendas os meus termos; que a tua mão seja comigo e faças que do
mal eu não seja afligido! E Deus lhe concedeu o que lhe pedira.
11.
Quelube, irmão de Suá, foi pai de Meir; e este foi pai de Estom.
12.
Estom foi pai de Bete-Rafa, Paséia e Teína, que foi pai de Ir-Naás; estes foram
os homens, de Reca.
13. Os filhos de Quenaz: Otniel e Seraías; e
Otniel foi pai de Hatate
14. e Meonotai, que foi pai de Ofra; Seraías
foi pai de Joabe, fundador de Ge-Harasim, cujos habitantes foram
artífices.
15. Os filhos de Calebe, filho de Jefoné: Íru, Elá e Naã; e
Elá foi pai de Quenaz:
16. Os filhos de Jealelel: Zife, Zifá, Tíria e
Asareel.
17. Os filhos de Ezra: Jeter, Merede, Efer e Jalom; e ela deu
à luz Miriã, Samai, e Isbá, pai de Estemoa,
18. cuja mulher judia deu
à luz Jerede, pai de Gedor, Heber, pai de Socó, e Jecutiel, pai de Zanoa; e
estes foram os filhos de Bitia, filha de Faraó, que Merede tomou.
19.
Os filhos da mulher de Hodias, irmã de Naã, foram os pais de Queila, o garmita,
e Estemoa, o maacatita.
20. Os filhos de Simão: Amnom, Rina, Bene-Hanã
e Tilom; e os filhos de Isi: Zoete e Bene-Zoete.
21. Os filhos de
Selá, filho de Judá: Er, pai de Leca, Lada, pai de Maressa, e as famílias da
casa dos que fabricavam linho, em Bete-Asbéia;
22. como também Joquim,
e os homens de Cozeba, e Joás e Sarafe, os quais dominavam sobre Moabe, e
Jasúbi-Leém. (Estes registros são antigos.)
23. Estes foram os
oleiros, os habitantes de Netaim e de Gedera; e moravam ali com o rei para o seu
serviço.
24. Os filhos de Simeão: Nemuel, Jamim, Jaribe, Zerá e
Saul,
25. de quem foi filho Salum, de quem foi filho Mibsão, de quem
foi filho Misma.
26. Os filhos de Misma: Jamuel, seu filho, de quem
foi filho Zacur, de quem foi filho Simei.
27. Simei teve dezesseis
filhos e seis filhas; porém seus irmãos não tiveram muitos filhos, nem se
multiplicou toda a sua família tanto como as dos filhos de Judá.
28.
Eles habitaram em Berseba, Molada, Hazar-Sual,
29. Bila, Ezem,
Tolade,
30. Betuel, Horma, Ziclague,
31. Bete-Marcabote,
Hazar-Susim, Bete-Biri e Saraim; essas foram as suas cidades até o reinado de
Davi.
32. As suas aldeias foram: Etã, Aim, Rimom, Toquem e Asã, cinco
cidades,
33. com todas as suas aldeias, que estavam em redor destas
cidades, até Baal. Estas foram as suas habitações e as suas
genealogias.
34. Ora, Mesobabe, Jamleque, Josa, filho de
Amazias,
35. Joel, Jeú, filho de Josibias, filho de Seraías, filho de
Asiel,
36. Elioenai, Jaacobá, Jesoaías, Asaías, Adiel, Jesimiel,
Benaías,
37. e Ziza, filho de Sifi, filho de Alom, filho de Jedaías,
filho de Sínri, filho de Semaías
38. estes, registrados por nome,
foram príncipes nas suas famílias; e as famílias de seus pais se multiplicaram
grandemente.
39. Chegaram até a entrada de Gedor, ao lado oriental do
vale, em busca de pasto para os seus rebanhos;
40. e acharam pasto
abundante e bom, e a terra era espaçosa, quieta e pacífica; pois os que antes
habitavam ali eram descendentes de Cão.
41. Estes que estão inscritos
por nome, vieram nos dias de Ezequias, rei de Judá, e destruíram as tendas e os
meunins que se acharam ali, e os exterminaram totalmente até o dia de hoje, e
habitaram em lugar deles; porque ali havia pasto para os seus
rebanhos.
42. Também deles, isto é, dos filhos de Simeão, quinhentos
homens foram ao monte Seir, tendo por capitães Pelatias, Nearias, Refaías e
Uziel, filhos de Isi,
43. e, matando o restante dos amalequitas, que
havia escapado, ficaram habitando ali até o dia de hoje.
[I Crônicas
5]I Crônicas 5
1. Quanto aos filhos de
Rúben, o primogênito de Israel (pois ele era o primogênito; mas, porquanto
profanara a cama de seu pai, deu-se a sua primogenitura aos filhos de José,
filho de Israel, de sorte que a sua genealogia não é contada segundo o direito
da primogenitura;
2. pois Judá prevaleceu sobre seus irmãos, e dele
proveio o príncipe; porém a primogenitura foi de José);
3. os filhos
de Rúben o primogênito de Israel: Hanoque, Palu, Hezrom e Carmi.
4. Os
filhos de Joel: Semaías, de quem foi filho Gogue, de quem foi filho
Simei,
5. de quem foi filho Mica, de quem foi filho Reaías, de quem
foi filho Baal,
6. de quem foi filho Beera, a quem Tilgate-Pilneser
levou cativo; ele foi príncipe dos rubenitas.
7. E seus irmãos, pelas
suas famílias, quando se fez a genealogia das suas gerações, foram: o chefe
Jeiel, Zacarias,
8. Belá, filho de Azaz, filho de Sema, filho de Joel,
que habitou em Aroer até Nebo e Baal-Meom;
9. ao oriente habitou até a
entrada do deserto, desde o rio Eufrates; porque seu gado se tinha multiplicado
na terra de Gileade.
10. E nos dias de Saul fizeram guerra aos
hagarenos, que caíram pela sua mão; e eles habitaram nas suas tendas em toda a
região oriental de Gileade.
11. E os filhos de Gade habitaram defronte
deles na terra de Basã, até Salca:
12. o chefe Joel, Safã o segundo,
Janai e Safate em Basã,
13. e seus irmãos, segundo as suas casas
paternas: Micael, Mesulão, Sebá, Jorai, Jacã, Ziá e Eber, sete.
14.
Estes foram os filhos de Abiail, filho de Huri, filho de Jaroá, filho de
Gileade, filho de Micael, filho de Jesisai, filho de Jado, filho de
Buz;
15. Aí, filho de Abdiel, filho de Guni, chefe das casas
paternas.
16. E habitaram em Gileade, em Basã, e nas suas aldeias,
como também em todos os arrabaldes de Sarom até os seus termos.
17.
Todos estes foram registrados, segundo as suas genealogias, nos dias de Jotão,
rei de Judá, e nos dias de Jeroboão, rei de Israel.
18. Os rubenitas,
os gaditas, e a meia tribo de Manassés tinham homens valentes, que traziam
escudo e espada e entesavam o arco, e que eram destros na guerra, quarenta e
quatro mil setecentos e sessenta, que saíam à peleja.
19. Fizeram
guerra aos hagarenos, bem como a Jetur, a Nafis e a Nodabe,
20. e
foram ajudados contra eles, de sorte que os hagarenos e todos quantos estavam
com eles foram entregues em sua mão; porque clamaram a Deus na peleja, e ele
lhes deu ouvidos, porquanto confiaram nele.
21. E levaram o gado
deles: cinqüenta mil camelos, duzentos e cinqüenta mil ovelhas e dois mil
jumentos; e também cem mil homens,
22. pois muitos caíram mortos,
porque de Deus era a peleja; e ficaram habitando no lugar deles até o
cativeiro.
23. Os filhos da meia tribo de Manassés habitaram naquela
terra; e multiplicaram-se desde Basã até Baal-Hermom, Senir, e o monte
Hermom.
24. E estes foram os cabeças de suas casas paternas, a saber:
Efer, Isi, Eliel, Azriel, Jeremias, Hodavias e Jadiel, homens valentes, homens
de nome, e chefes das suas casas paternas.
25. Cometeram, porém,
transgressões contra o Deus de seus pais, e se prostituíram, seguindo os deuses
dos povos da terra, os quais Deus destruíra de diante deles.
26. Pelo
que o Deus de Israel excitou o espírito de Pul, rei da Assíria, e o espírito de
Tilgate-Pilneser, rei da Assíria, que os levaram cativos, a saber: os rubenitas,
os gaditas, e a meia tribo de Manassés; e os transportaram para Hala, Habor,
Hara, e para o rio de Gozã, onde estão até o dia de hoje.
[I Crônicas
6]I Crônicas 6
1. Os filhos de Levi:
Gérson, Coate e Merári.
2. Os filhos de Coate: Anrão, Izar, Hebrom e
Uziel.
3. Os filhos de Anrão: Arão, Moisés e Miriã; e os filhos de
Arão: Nadabe, Abiú, Eleazar e Itamar.
4. Eleazar foi pai de Finéias,
Finéias de Abisua,
5. Abisua de Buqui, Buqui de Uzi,
6. Uzi
de Zeraías, Zeraías de Meraiote,
7. Meraiote de Amarias, Amarias de
Aitube,
8. Aitube de Zadoque, Zadoque de Aimaaz,
9. Aimaaz
de Azarias, Azarias de Joanã,
10. Joanã de Azarias, que exerceu o
sacerdócio na casa que Salomão edificou em Jerusalém;
11. Azarias foi
pai de Amarias, Amarias de Aitube,
12. Aitube de Zadoque, Zadoque de
Salum,
13. Salum de Hilquias, Hilquias de Azarias,
14.
Azarias de Seraías, Seraías de Jeozadaque;
15. e Jeozadaque foi levado
cativo quando o Senhor levou em cativeiro Judá e Jerusalém por intermédio de
Nabucodonosor.
16. Os filhos de Levi: Gérson, Coate e
Merári.
17. Estes são os nomes dos filhos de Gérson: Líbni e
Simei.
18. Os filhos de Coate: Anrão, Izar, Hebrom e
Uziel.
19. Os filhos de Merári: Mali e Musi. Estas são as famílias dos
levitas, segundo as casas de seus pais.
20. De Gérson: Líbni, de quem
foi filho Jaate, de quem foi filho Zima,
21. de quem foi filho Joá, de
quem foi filho Ido, de quem foi filho Zerá, de quem foi filho
Jeaterai:
22. Os filhos de Coate: Aminadabe, de quem foi filho Corá,
de quem foi filho Assir,
23. de quem foi filho Elcana, de quem foi
filho Ebiasafe, de quem foi filho Assir,
24. de quem foi filho Taate,
de quem foi filho Uriel, de quem foi filho Uzias, de quem foi filho
Saul.
25. Os filhos de Elcana: Amasai e Aimote,
26. de quem
foi filho Elcana, de quem foi filho Zofai, de quem foi filho
Naate,
27. de quem foi filho Eliabe, de quem foi filho Jeroão, de quem
foi filho Elcana.
28. E os filhos de Samuel: Joel, seu primogênito, e
Abias, o segundo.
29. Os filhos de Merári: Mali, de quem foi filho
Líbni, de quem foi filho Simei, de quem foi filho Uzá,
30. de quem foi
filho Siméia, de quem foi filho Hagias, de quem foi filho Asaías.
31.
Estes são os que Davi constituiu sobre o serviço de canto da casa do Senhor,
depois: que a arca teve repouso.
32. Ministravam com cântico diante do
tabernáculo da tenda da revelação, até que Salomão edificou a casa do Senhor em
Jerusalém; e exerciam o seu ministério segundo a sua ordem.
33. São
estes: pois, os que ali estavam com seus filhos: dos filhos dos coatitas, Hemã,
o cantor, filho de Joel, filho de Samuel,
34. filho de Elcana, filho
de Jeroão, filho de Eliel, filho de Toá,
35. filho de Zufe, filho de
Elcana:, filho de Maate, filho de Amasai,
36. filho de Elcana, filho
de Joel, filho de Azarias, filho de Sofonias,
37. filho de Taate,
filho de Assir, filho de Ebiasafe, filho de Corá,
38. filho de Izar,
filho de Coate, filho de Levi, filho de Israel.
39. E seu irmão Asafe
estava à sua direita; e era Asafe filho de Berequias, filho de
Siméia,
40. filho de Micael, filho de Baaséias, filho de
Malquias,
41. filho de Etni, filho de Zerá, filho de
Adaías,
42. filho de Etã, filho de Zima, filho de Simei,
43.
filho de Jaate, filho de Gérson, filho de Levi.
44. E à esquerda
estavam seus irmãos, os filhos de Merári: Etã, filho de Quísi, filho de Abdi,
filho de Maluque,
45. filho de Hasabias, filho de Amazias, filho de
Hilquias,
46. filho de Anzi, filho de Bani, filho de
Semer,
47. filho de Mali, filho de Musi, filho de Merári, filho de
Levi.
48. Mas Arão e seus irmãos, os levitas, foram designados para
todo o serviço do tabernáculo da casa de Deus.
49. Mas Arão e seus
filhos ofereciam os sacrifícios sobre o altar do holocausto e o incenso sobre o
altar do incenso, para todo o serviço do lugar santíssimo, e para fazer expiação
a favor de Israel, conforme tudo quanto Moisés, servo de Deus, havia
ordenado:
50. Estes foram os filhos de Arão: Eleazar, de quem foi
filho Finéias, de quem foi filho Abisua,
51. de quem foi filho Buqui,
de quem foi filho Uzi, de quem foi filho Zeraías,
52. de quem foi
filho Meraiote, de quem foi filho Amarias, de quem foi filho
Aitube,
53. de quem foi filho Zadoque, de quem foi filho
Aimaaz.
54. Ora, estas foram as suas habitações, segundo os seus
acampamentos nos seus termos, a saber: aos filhos de Arão, das famílias dos
coatitas (porque lhes caiu a primeira sorte),
55. deram-lhes Hebrom,
na terra de Judá, e os campos que a rodeiam;
56. porém os campos da
cidade e as suas aldeias, deram-nos a Calebe, filho de Jefone.
57. E
aos filhos de Arão deram as cidades de refúgio: Hebrom, Libna e seus campos,
Jatir, Estemoa e seus campos,
58. Hilem e seus campos, Debir e seus
campos,
59. Asã e seus campos, Bete-Senues e seus
campos;
60. e da tribo de Benjamim: Geba e seus campos, Alemete e seus
campos, Anatote e seus campos; todas as suas cidades, pelas suas famílias, foram
treze.
61. Mas aos filhos de Coate, aos restantes da família da tribo,
por sorte caíram dez cidades da meia tribo, da metade de Manassés;
62.
aos filhos de Gérsom segundo as suas famílias, cairam treze cidades das tribos
de Issacar, Aser, Naftali e Manassés, em Basã;
63. e aos filhos de
Merári, segundo as suas famílias, por sorte caíram doze cidades das tribos de
Rúben Gade e Zebulom.
64. Assim os filhos de Israel deram aos levitas
estas cidades e seus campos.
65. Deram-lhes por sorte, da tribo dos
filhos de Judá, da tribo dos filhos de Simeão, e da tribo dos filhos de
Benjamim, estas cidades que são mencionadas nominalmente.
66. Algumas
das famílias dos filhos de Coate receberam da tribo de Efraim cidades de seus
termos.
67. Deram-lhes as cidades de refúgio: Siquém e seus campos, na
região montanhosa de Efraim, como também Gezer e seus campos.
68.
Jocmeão e seus campos, Bete-Horom e seus campos,
69. Aijalom e seus
campos, e Gate-Rimom e seus campos;
70. e da meia tribo de Manassés,
Aner e seus campos, e Bileã e seus campos, deram-nos aos restantes da família
dos filhos de Coate.
71. Aos filhos de Gérson deram, da família da
meia tribo de Manassés, Golã, em Basã, e seus campos, e Astarote e seus
campos;
72. e da tribo de Issacar: Quedes e seus campos, Daberate e
seus campos,
73. Ramote e seus campos, e Aném e seus
campos;
74. e da tribo de Aser: Masal e seus campos, Abdom e seus
campos,
75. Hucoque e seus campos, e Reobe e seus
campos;
76. e da tribo de Naftali: Quedes, em Galiléia, e seus campos,
Hamom e seus campos, e Quiriataim e seus campos.
77. Aos restantes dos
filhos de Merári deram, da tribo de Zebulom, Rimono e seus campos, Tabor e seus
campos;
78. e dalém do Jordão, na altura de Jericó, ao oriente do
Jordão, deram, da tribo de Rúben Bezer, no deserto, e seus campos, Jaza e seus
campos,
79. Quedemote e seus campos, e Mefaate e seus
campos;
80. e da tribo de Gade, Ramote, em Gileade, e seus campos,
Maanaim e seus campos.
81. Hesbom e seus campos, e Jazer e seus
campos.
[I Crônicas 7]I Crônicas
7
1. Os filhos de Issacar foram: Tola, Pua, Jasube e
Sinrom, quatro.
2. Os filhos de Tola: Uzi, Refaias, Jeriel, Jamai,
lbsão e Semuel, chefes das suas casas paternas, da linhagem de Tola, homens
valentes nas suas gerações; o seu número nos dias de Davi foi de vinte e dois
mil e seiscentos.
3. Os filhos de Uzi: Izraías e mais os filhos de
Izraías: Micael, Obadias, Joel e Issijá, cinco, todos eles chefes.
4.
E houve com eles, nas suas gerações, segundo as suas casas paternas, em tropas
de gente de guerra, trinta e seis mil; pois tiveram muitas mulheres e
filhos.
5. E seus irmãos, em todas as famílias de Issacar, varões
valentes, todos contados pelas suas genealogias, foram oitenta e sete
mil.
6. Os filhos de Benjamim: Beiá, Bequer e Jediael,
três.
7. Os filhos de Belá: Ezbom, Uzi, Uziel; Jerimote e Iri, cinco
chefes de casas paternas, homens valentes, os quais foram contados pelas suas
genealogias vinte e dois:
8. Os filhos de Bequer: Zemira, Joás,
Eliézer, Elioenai, Onri, Jerimote, Abias, Anatote e Alemete; todos estes foram
filhos de Bequer.
9. E foram contados pelas suas genealogias, segundo
as suas gerações, chefes das suas casas paternas, homens valentes, vinte mil e
duzentos.
10. Os filhos de Jediael: Bilã, e mais os filhos de Bilã:
Jeús, Benjamim, Eúde, Quenaaná, Zetã, Társis e Aisaar.
11. Todos estes
filhos de Jediael, segundo os chefes das casas paternas, homens valentes, foram
dezessete mil e duzentos, que podiam sair no exército à peleja.
12. E
também Supim, e Hupim, os filhos de Ir, com Husim, o filho de Aer.
13.
Os filhos de Naftali: Jaziel, Guni, Jezer e salum, filho de Bila.
14.
Os filhos de Manassés: Asriel, que teve da sua mulher; a sua concubina, a sira,
teve a Maquir, pai de Gileade;
15. e Maquir tomou mulheres para Hupim
e Supim; a irmã dele se chamava Maacar. Foi o nome do segundo Zelofeade; e
Zelofeade teve filhas.
16. Maacá, mulher de Maquir, teve um filho, e
chamou o seu nome Peres, e o nome de seu irmão foi Seres; e foram seus filhos:
Ulão e Raquém.
17. De Ulão foi filho Beda. Esses foram os filhos de
Gileade, filho de Maquir, filho de Manassés.
18. Sua irmã Hamolequete
teve Isode, Abiezer e Maclá.
19. E foram os filhos de Semida: Aiã,
Siquém, Líqui e Anião. que
20. Os filhos de Efraim: Sutela, de quem
foi filho Berede, de quem foi filho Taate, de quem foi filho Eleadá, de quem foi
filho Taate,
2l de quem foi filho Zabade, de quem foi filho Sutela; e Ezer e
Eleade, aos quais os homens de Tate, naturais da terra, mataram, por terem
descido para tomar o seu gado.
22. E Efraim, seu pai, os pranteou por
muitos dias, pelo que seus irmãos vieram para o consolar.
23. Depois
juntou-se com sua mulher, e concebendo ela, teve um filho, ao qual ele deu o
nome de Berias, porque as coisas iam mal na sua casa.
24. Sua filha
foi Seerá, que edificou a Bete-Horom, a baixa e a alta, como também a
Uzem-Seerá.
25. Foi seu filho Refa, como também Resefe, de quem foi
filho Tela, de quem foi filho Taã,
26. de quem foi filho Ladã, de quem
foi filho Amiúde, de quem foi filho Elisama,
27. de quem foi filho
Num, de quem foi filho Josué:
28. Ora, as suas possessões e as suas
habitações foram Betel e suas aldeias, e ao oriente Naarã, e ao ocidente Gezer e
suas aldeias, e Siquém e suas aldeias, até Gaza e suas aldeias;
29. e
da banda dos filhos de Manassés, Bete-Seã e suas aldeias, Taanaque e suas
aldeias, Megido e suas aldeias, e Dor e suas aldeias. Nesses lugares habitaram
os filhos de José, filho de Israel.
30. Os filhos de Aser: Imná, Isvá,
Isvi, Berias e Sera, irmã deles:
31. Os filhos de Berias: Heber e
Malquiel; este foi o pai de Birzavite.
32. Heber foi pai de Jaflete,
Somer, Hotão e Suá, irmã deles.
33. Os filhos de Jaflete: Pasaque,
Bimal e Asvate; esses foram os filhos de Jaflete.
34. Os filhos de
Semer: Aí, Roga, Jeubá e Arã:
35. Os filhos de seu irmão Helem: Zofa,
Imna, Seles e Amal.
36. Os filhos de Zofa: Suá, Harnefer, Sual, Beri,
Inra,
37. Bezer, Hode, Samá, Silsa, Itrã e Beera.
38. Os
filhos de Jeter: Jefoné, Pispa e Ara.
39. Os filhos de Ula: Ará,
Haniel e Rízia.
40. Todos esses foram filhos de Aser, chefes das casas
paternas, homens escolhidos e valentes, chefes dos príncipes; e o número deles,
contados segundo as suas genealogias para o serviço de guerra, foi vinte e seis
mil homens.
[I Crônicas 8]I Crônicas
8
1. Benjamim foi pai de Belá, seu primogênito, de
Asbel o segundo, e de Aará o terceiro,
2. de Noá o quarto, e de Rafa o
quinto.
3. Belá teve estes filhos: Adar, Gêra, Abiúde,
4.
Abisua, Naamã, Aoá,
5. Gêra, Sefufã e Hurão.
6. Estes foram
os filhos de Eúde, que foram os chefes das casas paternas dos habitantes de
Geba, e que foram levados cativos para Manaate;
7. Naamã, Aías e Gêra;
este os transportou; foi ele pai de Uzá e Aiúde.
8. Saaraim teve
filhos na terra de Moabe, depois que despedira Husim e Baara, suas
mulheres.
9. E de Hodes, sua mulher, teve Jobabe, Zíbia, Messa,
Malcã,
10. Jeuz, Saquias e Mirma; esses foram seus filhos:, chefes de
casas paternas:
11. De Husim teve Abitube e Elpaal.
12. Os
filhos de Elpaal: Eber, Misã, Semede (este edificou Ono e Lode e suas
aldeias),
l3 Berias e Sema (estes foram chefes de casas paternas dos
habitantes de Aijalom, os quais afugentaram os habitantes de Gatel
,
14. Aiô, Sasaque e Jerimote.
15. Zebadias, Arade,
Eder,
16. Micael, Ispá e Joá foram filhos de Berias;
17.
Zebadias, Mesulão, Hizqui, Heber,
18. Ismerai, Izlias e Jobabe foram
filhos de Elpaal;
19. Jaquim, Zicri, Zabdi,
20. Elienai,
Ziletai, Eliel,
21. Adaías, Beraías e Sinrate foram filhos de
Simei;
22. Ispã, Eber, Eliel,
23. Abdom, Zicri,
Hanã,
24. Hananias, Elão, Antotias,
25. Ifdéias e Penuel
foram filhos de Sasaque;
26. Sanserai, Searias, Atalias,
27.
Jaaresias, Elias e Zicri foram filhos de Jeroão.
28. Estes foram
chefes de casas paternas, segundo as suas gerações, homens principais; e
habitaram em Jerusalém.
29. E em Gibeão habitaram o pai de Gibeão,
cuja mulher se chamava Maacá,
30. e seu filho primogênito Abdom,
depois Zur, Quiz, Baal, Nadabe,
31. Gedor, Aiô, Zequer e
Miclote.
32. Miclote foi pai de Siméia; também estes habitaram em
Jerusalém defronte de seus irmãos.
33. Ner foi pai de Quis, e Quis de
Saul; Saul foi pai de Jônatas, Malquisua, Abinadabe e Es-Baal.
34.
Filho de Jônatas foi Meribe-Baal; e Meribe-Baal foi pai de Mica.
35.
Os filhos de Mica foram: Pitom, Meleque, Tareá e Acaz.
36. Acaz foi
pai de Jeoada; Jeoada foi pai de Alemete, Azmavete e Zinri; Zinri foi pai de
Moza;
37. Moza foi pai de Bineá, de quem foi filho Rafa, de quem foi
filho Eleasá, de quem foi filho Azel.
38. Azel teve seis filhos, cujos
nomes foram: Azricão, Bocru, Ismael, Searias, Obadias e Hanã; todos estes foram
filhos de Azel.
39. Os filhos de Eseque, seu irmão: Ulão, seu
primogênito, Jeús o segundo, e Elifelete o terceiro.
40. Os filhos de
Ulão foram homens heróis, valentes, e flecheiros destros; e tiveram muitos
filhos, e filhos de filhos, cento e cinqüenta. Todos estes foram dos filhos de
Benjamim.
[I Crônicas 9]I Crônicas
9
1. Todo o Israel, pois, foi arrolado por genealogias,
que estão inscritas no livro dos reis de Israel; e Judá foi transportado para
Babilônia, por causa da sua infidelidade.
2. Ora, os primeiros a se
restabelecerem nas suas possessões e nas suas cidades foram de Israel, os
sacerdotes, os levitas, e os netinins.
3. E alguns dos filhos de Judá,
de Benjamim, e de Efraim e Manassés, habitaram em Jerusalém:
4. Utai,
filho de Amiúde, filho de Onri, filho de Inri, filho de Bari, dos filhos de
Pérez, filho de Judá;
5. dos silonitas: Asaías o primogênito, e seus
filhos;
6. dos filhos de Zerá: Jeuel e seus irmãos, seiscentos e
noventa;
7. dos filhos de Benjamim: Salu, filho de Mesulão, filho de
Hodavias, filho de Hassenua;
8. Ibnéias, filho de Jeroão; Elá, filho
de Uzi, filho de Mícri; Mesulão, filho de Sefatias, filho de Reuel, filho de
Ibnijas;
9. e seus irmãos, segundo as suas gerações, novecentos e
cinqüenta e seis. Todos estes homens foram chefes de casas paternas, segundo as
casas de seus pais.
10. E dos sacerdotes: Jedaías, Jeoiaribe e
Jaquim;
11. Azarias, filho de Hilquias, filho de Mesulão, filho de
Zadoque, filho de Meraiote. filho de Aitube, regente da casa de
Deus;
12. Adaías, filho de Jeroão, filho de Pasur, filho de Malquias;
Maasai, filho de Adiel, filho de Jazera, filho de Mesulão, filho de Mesilemite,
filho de Imer;
13. como também seus irmãos, chefes de suas casas
paternas, mil setecentos e sessenta, homens capacitados para o serviço a casa de
Deus.
14. E dos levitas: Semaías, filho de Hassube, filho de Azricão,
filho de Hasabias, dos filhos de Merári:
15. Baquebacar, Heres, Galal,
e Matanias, filho de Mica, filho de Zicri, filho de Asafe;
16.
Obadias, filho de Semaías, filho de Galal, filho de Jedútun; e Berequias, filho
de Asa, filho de Elcana, morador das aldeias dos netofatitas.
17.
Foram porteiros: Salum, Acube, Talmom, Aimã, e seus irmãos, sendo Salum o
chefe;
18. e até aquele tempo estavam de guarda à porta do rei, que
ficava ao oriente. Estes foram os porteiros para os arraiais dos filhos de
Levi.
19. Salum, filho de Coré, filho de Ebiasafe, filho de Corá, e
seus irmãos da casa de seu pai, os coraítas estavam encarregados do serviço como
guardas das entradas do tabernáculo, como seus pais também tinham sido
encarregados do arraial do Senhor, sendo guardas da entrada.
20.
Finéias, filho de Eleazar, dantes era guia entre eles; e o Senhor era com
ele.
21. Zacarias, filho de Meselemias, guardava a porta da tenda da
revelação.
22. Todos estes, escolhidos para serem guardas das
entradas, foram duzentos e doze; e foram contados por suas genealogias, nas suas
aldeias. Davi e Samuel, o vidente, os constituíram nos seus respectivos
cargos.
23. Tinham, pois, eles e seus filhos o cargo das portas da
casa do Senhor, a saber, da casa da tenda, como guardas.
24. Os
porteiros estavam aos quatro lados, ao oriente, ao ocidente, ao norte e ao
sul:
25. Seus irmãos, que moravam nas suas aldeias, deviam de tempo em
tempo vir por sete dias para servirem com eles.
26. pois os quatro
porteiros principais, que eram levitas, estavam encarregados das câmaras e dos
tesouros da casa de Deus.
27. E se alojavam à roda da casa de Deus.
Porque a sua guarda lhes estava entregue, e tinham o encargo de abri-la cada
manhã.
28. Alguns deles estavam encarregados dos utensílios do
serviço, pois estes por conta eram trazidos e por conta eram
tirados.
29. Outros estavam encarregados dos móveis e de todos os
utensílios do santuário, como também da flor de farinha, do vinho, do azeite, do
incenso e das especiarias.
30. Os que confeccionavam as especiarias
eram dos filhos dos sacerdotes.
31. Matitias, um dos levitas, o
primogênito de Salum, o coraíta, estava encarregado de tudo o que se cozia em
sertãs.
32. E seus irmãos, dentre os filhos dos coatitas, alguns
tinham o cargo dos pães da proposição, para os prepararem de sábado em
sábado.
33. Estes são os cantores, chefes de casas paternas dos
levitas, que moravam nas câmaras e estavam isentos de outros serviços, porque de
dia e de noite se ocupavam naquele serviço.
34. Estes foram chefes de
casas paternas dos levitas, em suas gerações; e estes habitaram em
Jerusalém.
35. Em Gibeão habitou Jeiel, pai de Hibeão (e era o nome de
sua mulher Maacá);
36. seu filho primogênito foi Abdom; depois Zur,
Quis, Baal, Ner, Nadabe,
37. Gedor, Aiô, Zacarias e
Miclote.
38. Miclote foi pai de Simeão; também estes habitaram em
Jerusalém defronte d‰ seus irmãos.
39. Ner foi pai de Quis; Quis de
Saul; e Saul de Jônatas, Malquisua, Abinadabe e Es-Baal.
40. Filho de
Jônatas foi Meribe-Baal; Meribe-Baal foi pai de Mica.
41. Os filhos de
Mica: Pitom, Meleque, Tareá, e Acaz.
42. Acaz foi pai de Jará; Jará
foi pai de Alemete, Azmavete e Zinri; Zinri foi pai de Moza;
43. Moza
foi pai de Bineá, de quem foi filho Refaías, de quem foi filho Eleasá, de quem
foi filho Azel.
44. Azel teve seis filhos, cujos nomes são: Azricão,
Bocru, Ismael, Searias, Obadias e Hanã; estes foram os filhos de Azel.
[I
Crônicas 10]I Crônicas 10
1. Ora, os
filisteus pelejaram contra Israel; e os homens de Israel, fugindo de diante dos
filisteus, caíram mortos no monte Gilboa.
2. Os filisteus perseguiram
a Saul e seus filhos, e mataram Jônatas, Abinadabe e Malquisua, filhos de
Saul.
3. A peleja se agravou contra Saul, e os flecheiros o
alcançaram, e ele foi ferido pelos flecheiros.
4. Então disse Saul:
Arranca a tua espada, e atravessa-me com ela, para que não venham estes
incircuncisos e escarneçam de mim. Mas o seu escudeiro não quis, porque temia
muito; então tomou Saul a sua espada, e se lançou sobre ela.
5. Vendo,
pois, o seu escudeiro que Saul estava morto, lançou-se também sobre sua espada,
e morreu.
6. Assim morreram Saul e seus três filhos; morreu toda a sua
casa juntamente.
7. Quando todos os homens de Israel que estavam no
vale viram que Israel havia fugido, e que Saul eram mortos, abandonaram as suas
cidades e fugiram, e vindo os filisteus, habitaram nelas.
8. No dia
seguinte, quando os filisteus vieram para despojar os mortos acharam Saul e seus
filhos estirados no monte Gilboa.
9. Então o despojaram, tomaram a sua
cabeça e as suas armas, e enviaram mensageiros pela terra dos filisteus em
redor, para levarem a boa nova a seus ídolos e ao povo.
10. Puseram as
armas dele na casa de seus deuses, e pregaram-lhe a cabeça na casa de
Dagom.
11. Quando, pois, toda a Jabes-Gileade ouviu tudo quanto os
filisteus haviam feito a Saul,
12. todos os homens valentes se
levantaram e, tomando o corpo de Saul e os corpos de seus filhos, trouxeram-nos:
a Jabes; e sepultaram os seus ossos debaixo o terebinto em Jabes, e jejuaram
sete dias.
13. Assim morreu Saul por causa da sua infidelidade para
com o Senhor, porque não havia guardado a palavra do Senhor; e também porque
buscou a adivinhadora para a consultar,
14. e não buscou ao Senhor;
pelo que ele o matou, e transferiu o reino a Davi, filho de Jessé.
[I
Crônicas 11]I Crônicas 11
1. Então
todo o Israel se ajuntou a Davi em Hebron, dizendo: Eis que somos teus ossos e
tua carne.
2. Já dantes, quando Saul ainda era rei, eras tu o que
fazias Israel sair, e entrar; também o Senhor teu Deus te disse: Tu apascentaras
o meu povo Israel; tu serás príncipe sobre o meu povo Israel.
3. Assim
vieram todos os anciãos de Israel ao rei, a Hebrom; e Davi fez com eles um pacto
em Hebrom, perante o Senhor; e ungiram a Davi rei sobre Israel, conforme a
palavra do Senhor por intermédio de Samuel.
4. Então Davi, com todo o
Israel, partiu para Jerusalém , que é Jebus; e estavam ali os jebuseus,
habitantes da terra.
5. E disseram os habitantes de Jebus a Davi: Tu
não entrarás aqui. Não obstante isso, Davi tomou a fortaleza de Sião, que é a
cidade de Davi.
6. Davi disse: Qualquer que primeiro ferir os jebuseus
será chefe e capitão. E Joabe, filho de Zeruia, subiu primeiro, pelo que foi
feito chefe.
7. Então Davi habitou na fortaleza, e por isso foi
chamada cidade de Davi.
8. E edificou a cidade ao redor, desde Milo em
diante; e Joabe reparou o resto da cidade.
9. Davi tornava-se cada vez
mais forte; porque o Senhor dos exércitos era com ele.
10. São estes
os chefes dos valentes de Davi, que o apoiaram fortemente no seu reino, com todo
o Israel, para o fazerem rei, conforme a palavra do Senhor, no tocante a
Israel.
11. Esta é a relação dos valentes de Davi: Jasobeão, filho dum
hacmonita, o chefe dos trinta, o qual, brandindo a sua lança contra trezentos,
duma só vez os matou.
12. Depois dele, Eleazar, filho de Dodó, o
aoíta; ele estava entre os três valentes.
13. Este esteve com Davi em
Pas-Damim, quando os filisteus ali se ajuntaram à peleja, onde havia um pedaço
de campo cheio de cevada; e o povo fugia de diante dos filisteus.
14.
Mas eles se puseram no meio daquele campo, e o defenderam, e mataram os
filisteus; e o Senhor os salvou com uma grande vitória.
15. Três dos
trinta chefes desceram à penha; a ter com Davi, na caverna de Adulão; e o
exército dos filisteus estará acampado no vale de Refaim.
16. Davi
estava então no lugar forte, e a guarnição dos filisteus estava em
Belém.
17. E Davi, ofegante, exclamou: Quem me dera beber da água do
poço de Belém, que está junto à porta!
18. Então aqueles três romperam
pelo arraial dos filisteus, tiraram água do poço de Belém, que estava junto à
porta, e a trouxeram a Davi; porém Davi não a quis beber, mas a derramou perante
o Senhor,
19. dizendo: Não permita meu Deus que eu faça isso! Beberia
eu o sangue da vida destes homens? Pois com perigo das suas vidas a trouxeram.
Assim, não a quis beber. Isso fizeram aqueles três valentes.
20.
Abisai, irmão de Joabe, era o chefe dos três; o qual, brandindo a sua lança
contra trezentos, os matou, e teve nome entre os três.
21. Ele foi
mais ilustre do que os outros dois, pelo que foi feito chefe deles; todavia não
igualou aos primeiros três.
22. Havia também Benaías, filho de
Jeoiada, filho de um homem valente de Cabzeel, autor de grandes feitos; este
matou dois filhos de Ariel de Moabe; depois desceu e matou um leão dentro duma
cova, no tempo da neve.
23. Matou também um egípcio, homem de grande
altura, de cinco côvados. O egípcio tinha na mão uma lança como o órgão de
tecelão; mas Benaías desceu contra ele com um cajado, arrancou-lhe da mão a
lança e com ela o matou.
24. Estas coisas fez Benaías, filho de
Jeoiada, pelo que teve nome entre os três valentes.
25. e o mais
ilustre, contudo não igualou aos primeiros três; e Davi o pôs sobre os da sua
guarda.
26. Os valentes dos exércitos: Asael, irmão de Joabe; El-Hanã,
filho de Dodó, de Belém;
27. Samote, o harorita; Helez, o
pelonita;
28. Ira, filho de Iques, o tecoíta; Abiezer, o
anatotita;
29. Sibecai, o husatita; Ilai, o aoíta;
30.
Maarai, o netofatita; Helede, filho de Baaná, o netofatita;
31. Itai,
filho de Ribai, de Gibeá, dos filhos de Benjamim; Benaías, o
piratonita;
32. Hurai, dos ribeiros de Gaás; Abiel, o
arbatita;
33. Azmavete, o baarumita; Eliabá, o
saalbonita;
34. dos filhos de Hasem, o gizonita: Jônatas, filho de
Sage, o hararita;
35. Aião, filho de Sacar, o hararita; Elifal, filho
de Ur.
36. Hefer, o mequeratita; Aías, o pelonita;
37.
Hezro, o carmelita; , Naarai, filho de Ebzai;
38. Joel, irmão de Natã;
Mibar, filho de Harri;
39. Zeleque, o amonita; Naarai, o berotita,
escudeiro de Joabe, filho de Zeniia;
40. Ira, o itrita; Garebe, o
itrita;
41. Urias, o heteu; Zabade, filho de Alai;
42.
Adina, filho de Siza, o rubenita, chefe dos rubenitas, e com ele
trinta;
43. Hanã, filho de Maacá; Jeosafá, o mitnita;
44.
Uzias, o asteratita; Sama e Jeiel, filhos de Hotão, o aroerita;
45.
Jediael, filho de Sínri, e Joá, seu irmão, o tizita;
46. Eliel, o
maavita; Jeribai e Josavias, filhos de Elnaão; Itma, o moabita;
47.
Eliel, Obede e Jaasiel, o mezobaíta
[I Crônicas 12]I
Crônicas 12
1. Ora, estes são os que vieram a Davi a
Ziclague, estando ele ainda tolhido nos seus movimentos por causa de Saul, filho
de Quis; e eram dos valentes que o ajudaram na guerra.
2. Eram
archeiros, e usavam tanto da mão direita como da esquerda em atirar pedras com
fundas e em disparar flechas com o arco; eram dos irmãos de Saul,
benjamitas.
3. Aizer, o chefe, e Joás, filhos de Semaá, o Gibeátita;
Jeziel e Pelete, filhos de Azmavete; Beraca e Jeú, o anatotita;
4.
Ismaías, o gibeonita, valente entre os trinta, e chefe deles; Jeremias, Jaaziel,
Joanã e Jozabade, o gederatita;
5. Eluzai, Jerimote, Bealias, Semarias
e Sefatias, o harufita;
6. Elcana, Issias, Azarel, Joezer e Jasobeão,
os coraítas;
7. e Joela e Zebadias, filhos de Jeroão de Ged
or.
8. Dos gaditas se passaram para Davi, ao lugar forte no deserto,
homens valentes adestrados para a guerra, que sabiam manejar escudo e lança;
seus rostos eram como rostos de leões, e eles eram tão ligeiros como corças
sobre os montes.
9. Ezer era o chefe, Obadias o segundo, Eliabe o
terceiro,
10. Mismana o quarto, Jeremias o quinto,
11. Atai
o sexto, Eliel o sétimo,
12. Joanã o oitavo, Elzabade o
nono,
13. Jeremias o décimo, Macbanai o undécimo.
14. Estes,
dos filhos de Gade, foram os chefes do exército; o menor valia por cem, e o
maior por mil.
15. Estes são os que passaram o Jordão no mês primeiro,
quando ele transbordava por todas as suas ribanceiras, e puseram em fuga todos
os dois vales ao oriente e ao ocidente.
16. Igualmente alguns dos
filhos de Benjamim e de Judá vieram a Davi, ao lugar forte.
17. Davi
saiu-lhes ao encontro e lhes disse: Se viestes a mim pacificamente para me
ajudar, o meu coração se unirá convosco; porém se é para me entregar aos meus
inimigos, sem que haja mal nas minhas mãos, o Deus de nossos pais o veja e o
repreenda.
18. Então veio o espírito sobre Amasai, chefe dos trinta,
que disse: Nós somos teus, ó Davi, e contigo estamos, ó filho de Jessé! Paz, paz
contigo, e paz com quem te ajuda! pois que teu Deus te ajuda. E Davi os recebeu,
e os fez chefes de tropas.
19. Também de Manassés alguns se passaram
para Davi; foi quando ele veio com os filisteus para a batalha contra Saul;
todavia não os ajudou, pois os chefes dos filisteus tendo feito conselho, o
despediram, dizendo: Com perigo de nossas cabeças ele se passará para Saul, seu
senhor:
20. Voltando ele, pois, a Ziclague, passaram-se para ele, de
Manassés: Adná, Jozabade, Jediael, Micael, Jozabade, Eliú e Ziletai, chefes de
milhares dos de Manassés.
21. E estes ajudaram a Davi contra a tropa
de saqueadores, pois todos eles eram heróis valentes, e foram chefes no
exército.
22. De dia em dia concorriam a Davi para o ajudar, até que
se fez um grande exército, como o exército de Deus.
23. Ora, estes são
os números dos chefes armados para a peleja, que vieram a Davi em Hebrom, para
transferir a ele o reino de Saul, conforme a palavra do Senhor:
24.
dos filhos de Judá, que traziam escudo e lança, seis mil e oitocentos, armados
para a peleja;
25. dos filhos de Simeão, homens valentes para pelejar,
sete mil e cem;
26. dos filhos de Levi quatro mil e
seiscentos;
27. Jeoiada, que era o chefe da casa de Arão, e com ele
três mil e setecentos;
28. e Zadoque, ainda jovem, homem valente, com
vinte e dois príncipes da casa de seu pai;
29. dos filhos de Benjamim,
irmãos de Saul, três mil, porque até então a maior parte deles se tinha
conservado fiel à casa de Saul;
30. dos filhos de Efraim vinte mil e
oitocentos homens valentes, homens de nome nas casas de seus pais;
31.
da meia tribo de Manassés dezoito mil, que foram designados por nome para virem
fazer Davi rei;
32. dos filhos de Issacar, duzentos de seus chefes,
entendidos na ciência dos tempos para saberem o que Israel devia fazer, e todos
os seus irmãos sob suas ordens;
33. de Zebulom, dos que podiam sair no
exército, cinqüenta mil, ordenados para a peleja com todas as armas de guerra,
como também destros para ordenarem a batalha, e não eram de coração
dobre;
34. de Naftali, mil chefes, e com eles trinta e sete mil com
escudo e lança;
35. dos danitas vinte e oito mil e seiscentos, destros
para ordenarem a batalha;
36. de Aser, dos que podiam sair no exército
e ordenar a batalha, quarenta mil;
37. da outra banda do Jordão, dos
rubenitas e gaditas, e da meia tribo de Manassés, com toda sorte de instrumentos
de guerra para pelejar, cento e vinte mil.
38. Todos estes, homens de
guerra, que sabiam ordenar a batalha, vieram a Hebrom com inteireza de coração,
para constituir Davi rei sobre todo o Israel; e também todo o resto de Israel
estava de um só coração para constituir Davi rei.
39. E estiveram ali
com Davi três dias, comendo e bebendo, pois seus irmãos lhes tinham preparado as
provisões.
40. Também da vizinhança, e mesmo desde Issacar, Zebulom e
Naftali, trouxeram sobre jumentos, e camelos, e mulos e bois, pão, provisões de
farinha, pastas de figos e cachos de passas, vinho e azeite, bois e gado miúdo
em abundância; porque havia alegria em Israel.
[I Crônicas 13]I Crônicas 13
1. Ora, Davi consultou os
chefes dos milhares, e das centenas, a saber, todos os oficiais.
2. E
disse Davi a toda a congregação de Israel: Se bem vos parece, e se isto vem do
Senhor nosso Deus, enviemos mensageiros por toda parte aos nossos outros irmãos
que estão em todas as terras de Israel, e com eles aos sacerdotes e levitas nas
suas cidades, e nos seus campos, para que se reunam conosco,
3. e
tornemos a trazer para nós a arca do nosso Deus; porque não a buscamos nos dias
de Saul.
4. E toda a congregação concordou em que assim se fizesse;
porque isso pareceu reto aos olhos de todo o povo.
5. Convocou, pois,
Davi todo o Israel desde Sior, o ribeiro do Egito, até a entrada de Hamate, para
trazer de Quiriate-Jearim a arca de Deus.
6. E Davi, com todo o
Israel, subiu a Baalá, isto é, a Quiriate-Jearim, que está em Judá, para fazer
subir dali a arca de Deus, a qual se chama pelo nome do Senhor, que habita entre
os querubins.
7. Levaram a arca de Deus sobre um carro novo, tirando-a
da casa de Abinadabe; e Uzá e Aiô guiavam o carro.
8. Davi e todo o
Israel alegravam-se perante Deus com todas as suas forças, cantando e tocando
harpas, alaúdes, tamboris, címbalos e trombetas.
9. Quando chegaram a
eira de Quidom, Uzá estendeu a mão para segurar a arca, porque os bois
tropeçavam.
10. Então se acendeu a ira do Senhor contra Uzá, e o
Senhor o feriu por ter estendido a mão à arca; e ele morreu ali perante
Deus.
11. E Davi se encheu de desgosto porque o Senhor havia irrompido
contra Uzá; pelo que chamou aquele lugar Pérez-Uzá, como se chama até o dia de
hoje.
12. Temeu Davi a Deus naquele dia, e disse: Como trarei a mim a
arca de Deus?
13. Pelo que não trouxe a arca a si para a cidade de
Davi, porém a fez retirar para a casa de Obede-Edom, o giteu.
14.
Assim ficou a arca de Deus com a família de Obede-Edom, três meses em sua casa;
e o Senhor abençoou a casa de Obede-Edom, e tudo o que lhe pertencia.
[I
Crônicas 14]I Crônicas 14
1. Hirão,
rei de Tiro, mandou mensageiros a Davi, e madeira de cedro, pedreiros e
carpinteiros para lhe edificarem uma casa.
2. Então percebeu Davi que
o Senhor o tinha confirmado rei sobre Israel; porque o seu reino tinha sido
muito exaltado por amor do seu povo Israel.
3. Davi tomou em Jerusalém
ainda outras mulheres, e teve ainda filhos e filhas.
4. Estes, pois,
são os nomes dos filhos que lhe nasceram em Jerusalém: Samua, Sobabe, Natã,
Salomão,
5. Ibar, Elisua, Elpelete,
6. Nogá, Nefegue,
Jafia,
7. Elisama, Beeliada e Elifelete.
8. Quando os
filisteus ouviram que Davi havia sido ungido rei sobre todo o Israel, subiram
todos em busca dele; o que ouvindo Davi, logo saiu contra eles.
9.
Ora, os filisteus tinham vindo e feito uma arremetida pelo vale de
Refaim.
10. Então Davi consultou a Deus, dizendo: Subirei contra os
filisteus, e nas minhas mãos os entregarás?: E o Senhor lhe disse: Sobe, porque
os entregarei nas tuas mãos.
11. E subiram os filisteus a
Baal-Perazim, onde Davi os derrotou; e disse Davi: por minha mão Deus fez uma
brecha nos meus inimigos, como uma brecha feita pelas águas. Pelo que chamaram
aquele lugar Baal-Perazim:
12. E deixaram ali os seus deuses, que, por
ordem de Davi, foram queimados a fogo.
13. Mas os filisteus tornaram a
fazer uma arremetida pelo vale.
14. Tornou Davi a consultar a Deus,
que lhe respondeu: Não subirás atrás deles; mas rodeia-os por detrás e vem sobre
eles por defronte dos balsameiros;
15. e será que, ouvindo tu um ruído
de marcha pelas copas dos balsameiros, sairás à peleja; porque Deus terá saído
diante de ti para ferir o exército dos filisteus.
16. E fez Davi como
Deus lhe ordenara; e desbarataram o exército dos filisteus desde Gibeão até
Gezer:
17. Assim a fama de Davi se espalhou por todas aquelas terras,
e o Senhor pôs o temor dele sobre todas aquelas gentes.
[I Crônicas
15]I Crônicas 15
1. Davi fez para si
casas na cidade de Davi; também preparou um lugar para a arca de Deus, e
armou-lhe uma tenda:
2. Então disse Davi: Ninguém deve levar a arca de
Deus, senão os levitas; porque o Senhor os elegeu para levarem a arca de Deus, e
para o servirem para sempre.
3. Convocou, pois, Davi todo o Israel a
Jerusalém, para fazer subir a arca do Senhor ao seu lugar, que lhe tinha
preparado.
4. E reuniu os filhos de Arão e os levitas.
5.
dos filhos de Coate, Uriel, o chefe, e de seus irmãos cento e
vinte;
6. dos filhos de Merári, Asaías, o chefe, e de seus irmãos
duzentos e vinte;
7. dos filhos de Gérson Joel, o chefe, e de seus
irmãos cento e trinta;
8. dos filhos de Elizafã, Semaías, o chefe, e
de seus irmãos duzentos;
9. dos filhos de Hebrom, Eliel, o chefe, e de
seus irmãos oitenta;
10. dos filhos de Uziel, Aminadabe, o chefe, e de
seus irmãos cento e doze.
11. Então chamou Davi os sacerdotes Zadoque
e Abiatar, e os levitas Uriel, Asaías, Joel, Semaías, Eliel e
Aminadabe,
12. e disse-lhes: Vós sois os chefes das casas paternas
entre os levitas; santificai-vos, vós e vossos irmãos, para que façais subir a
arca do Senhor Deus de Israel ao lugar que lhe preparei.
13. Porquanto
da primeira vez vós não a levastes, o Senhor fez uma brecha em nós, porque não o
buscamos segundo a ordenança:
14. Santificaram-se, pois, os sacerdotes
e os levitas para fazerem subir a arca do Senhor Deus de Israel.
15. E
os levitas trouxeram a arca de Deus sobre os seus ombros, pelos varais que nela
havia, como Moisés tinha ordenado, conforme a palavra do Senhor.
16. E
Davi ordenou aos chefes dos levitas que designassem alguns de seus irmãos como
cantores, para tocarem com instrumentos musicais, com alaúdes, harpas e
címbalos, e levantarem a voz com alegria.
17. Designaram, pois, os
levitas a Hemã, filho de Joel; e dos seus irmãos, a Asafe, filho de Berequias; e
dos filhos de Merári, seus irmãos, a Etã, filho de Cusaías;
18. e com
eles a seus irmãos da segunda ordem: Zacarias, Bene, Jaaziel, Semiramote, Jeiel,
Uni, Eliabe, Benaías, Maaséias, Matitias, Elifeleu e Micnéias, e Obede-Edom e
Jeiel, os porteiros.
19. Assim os cantores Hemã, Asafe e Etã se faziam
ouvir com címbalos de bronze;
20. e Zacarias, Aziel, Semiramote,
Jeiel, Uni, Eliabe, Maaséias e Benaías, com alaúdes adaptados ao
soprano;
21. e Matitias, Elifeleu, Micnéias, Obede-Edom, Jeiel e
Azazias, com harpas adaptadas ao baixo, para dirigirem;
22. e
Quenanias, chefe dos levitas, estava encarregado dos cânticos e os dirigia,
porque era entendido;
23. e Berequias e Elcana eram porteiros da
arca;
24. e Sebanias, Jeosafá, Netanel, Amasai, Zacarias, Benaías e
Eliézer, os sacerdotes, tocavam as trombetas perante a arca de Deus; e
Obede-Edom e Jeías eram porteiros da arca.
25. Sucedeu pois que Davi,
os anciãos de Israel, os capitães dos milhares foram, com alegria, para fazer
subir a arca do pacto do Senhor, da casa de Obede-Edem.
26. E sucedeu
que, havendo Deus ajudado os levitas que levavam a arca do pacto dó Senhor,
sacrificaram sete novilhos e sete carneiros.
27. Davi ia vestido de um
manto de linho fino, como também todos os levitas que levavam a arca, e os
cantores, e juntamente com eles Quenanias, diretor do canto; Davi levava também
sobre si um éfode de linho.
28. Assim todo o Israel fez subir a arca
do pacto do Senhor com vozes de júbilo, ao som de buzinas, trombetas e címbalos,
juntamente com alaúdes e harpas.
29. E sucedeu que, chegando a arca do
pacto do Senhor à cidade de Davi, Mical, a filha de Saul, olhou duma janela e,
vendo Davi dançar e saltar, desprezou-o no seu coração.
[I Crônicas
16]I Crônicas 16
1. Trouxeram, pois, a
arca de Deus e a colocaram no meio da tenda que Davi lhe tinha armado; e
ofereceram holocaustos e sacrifícios pacíficos perante Deus.
2. Tendo
Davi acabado de oferecer os holocaustos e sacrifícios pacíficos, abençoou o povo
em nome do Senhor.
3. Então repartiu a todos em Israel, tanto a homens
como a mulheres, a cada um, um pão, um pedaço de carne e um bolo de
passas.
4. Também designou alguns dos levitas por ministros perante a
arca do Senhor, para celebrarem, e para agradecerem e louvarem ao Senhor Deus de
Israel, a saber:
5. Asafe, o chefe, e Zacarias, o segundo depois dele;
Jeiel, Semiramote, Jeiel, Matitias, Eliabe, Benaías, Obede-Edom e Jeiel, com
alaúdes e com harpas; e Asafe se fazia ouvir com címbalos;
6. e
Benaías e Jaaziel, os sacerdotes, tocavam trombetas continuamente perante a arca
do pacto de Deus.
7. Foi nesse mesmo dia que Davi, pela primeira vez,
ordenou que pelo ministério de Asafe e de seus irmãos se dessem ações de graças
ao Senhor, nestes termos:
8. Louvai ao Senhor, invocai o seu nome;
fazei conhecidos entre os povos os seus feitos.
9. Cantai-lhe,
salmodiai-lhe, falai de todas as suas obras maravilhosas.
10.
Gloriai-vos no seu santo nome; alegre-se o coração dos que buscam ao
Senhor.
11. Buscai ao Senhor e a sua força; buscai a sua face
continuamente.
12. Lembrai-vos das obras maravilhosas que ele tem
feito, dos seus prodígios, e dos juízos da sua boca,
13. vós,
descendência de Israel, seus servos, vós, filhos de Jacó, seus
eleitos.
14. Ele é o Senhor nosso Deus; em toda a terra estão os seus
juízos.
15. Lembrai-vos perpetuamente do seu pacto, da palavra que
prescreveu para mil gerações;
16. do pacto que fez com Abraão, do seu
juramento a Isaque,
17. o qual também a Jacó confirmou por estatuto, e
a Israel por pacto eterno,
18. dizendo: A ti te darei a terra de
Canaã, quinhão da vossa herança.
19. Quando eram poucos em número,
sim, mui poucos, e estrangeiros na terra,
20. andando de nação em
nação, e dum reino para outro povo,
21. a ninguém permitiu que os
oprimisse, e por amor deles repreendeu reis,
22. dizendo: Não toqueis
os meus ungidos, e não façais mal aos meus profetas.
23. Cantai ao
Senhor em toda a terra; proclamai de dia em dia a sua salvação.
24.
Publicai entre as nações a sua gloria, entre todos os povos as suas
maravilhas.
25. Porque grande é o Senhor, e mui digno de louvor;
também é mais temível do que todos os deuses.
26. Pois todos os deuses
dos povos são ídolos, porém o Senhor fez os céus.
27. Diante dele há
honra e majestade; há força e alegria no seu lugar.
28. Tributai ao
Senhor, ó famílias dos povos, tributai ao Senhor glória e força.
29.
Tributai ao Senhor a glória devida ao seu nome; trazei presentes, e vinde
perante ele; adorai ao Senhor vestidos de trajes santos.
30. Trema
diante dele toda a terra; o mundo se acha firmado, de modo que se não pode
abalar.
31. Alegre-se o céu, e regozije-se a terra; e diga-se entre as
nações: O Senhor reina.
32. Brama o mar e a sua plenitude; exulte o
campo e tudo o que nele há;
33. então jubilarão as árvores dos bosques
perante o Senhor, porquanto vem julgar a terra.
34. Dai graças ao
Senhor, porque ele é bom; porque a sua benignidade dura para
sempre.
35. E dizei: Salva-nos, ó Deus da nossa salvação, e
ajunta-nos, e livra-nos das nações, para que demos graças ao teu santo nome, e
exultemos no teu louvor.
36. Bendito seja o Senhor Deus de Israel, de
eternidade a eternidade. Então todo o povo disse: Amém! e louvou ao
Senhor.
37. Davi, pois, deixou ali, diante da arca do pacto do Senhor,
Asafe e seus irmãos, para ministrarem continuamente perante a arca, segundo a
exigência de cada dia.
38. Também deixou Obeede-Edom , com seus
irmãos, sessenta e oito; Obede-Edomsa filho de Jedútum e Hosa, para serem
porteiros;
39. e deixou Zadoque, o sacerdote, e seus irmãos, os
sacerdotes, diante do tabernáculo do Senhor, no alto que havia em
Gibeão,
40. para oferecerem holocaustos ao Senhor continuamente, pela
manhã e à tarde, sobre o altar dos holocaustos; e isto segundo tudo o que está
escrito na lei que o Senhor tinha ordenado a Israel;
41. e com eles
Hemã, e Jedútum e os demais escolhidos, que tinham sido nominalmente designados,
para darem graças ao Senhor, porque a sua benignidade dura para
sempre.
42. Estavam Hemã e Jedútun encarregados das trombetas e dos
címbalos para os que os haviam de tocar, e dos outros instrumentos para os
cânticos de Deus; e os filhos de Jedútun estavam à porta.
43. Então
todo o povo se retirou, cada um para a sua casa; e Davi voltou para abençoar a
sua casa.
[I Crônicas 17]I Crônicas
17
1. Tendo Davi começado a morar em sua casa, disse ao
profeta Natã: Eis que eu moro numa casa de cedro, mas a arca do pacto do Senhor
está debaixo de cortinas.
2. Então Natã disse a Davi: Tudo quanto tens
no teu coração faze, porque Deus é contigo.
3. Mas sucedeu, na mesma
noite, que a palavra de Deus veio à Natã, dizendo:
4. Vai e dize a
Davi, meu servo: Assim diz o Senhor: Tu não me edificarás casa para eu
habitar;
5. porque em nenhuma casa morei, desde o dia em que fiz subir
Israel até o dia e hoje, mas fui de tenda em tenda, e de tabernáculo em
tabernáculo.
6. Por todas as partes por onde tenho andado com todo o
Israel, porventura falei eu jamais uma palavra a algum dos juízes de Israel, a
quem ordenei que apascentasse o meu povo, dizendo: Por que não me tendes
edificado uma casa de cedro?
7. Agora, pois, assim dirás a meu servo
Davi: Assim diz o Senhor dos exércitos: Eu te tirei do curral, de detrás das
ovelhas, para que fosses chefe do meu povo Israel;
8. e estive contigo
por onde quer que andavas, e de diante de ti exterminei todos os teus inimigos;
também te farei um nome como o nome dos grandes que estão na terra.
9.
Designarei um lugar para o meu povo Israel, e o plantarei, para que ele habite
no seu lugar, e nunca mais seja perturbado; e nunca mais debilitarão os filhos
da perversidade, como dantes,
10. e como desde os dias em que ordenei
juízes sobre o meu povo Israel; e subjugarei todos os teus inimigos. Também te
declaro que o Senhor te edificará uma casa.
11. Quando forem cumpridos
os teus dias, para ires a teus pais, levantarei a tua descendência depois de ti,
um dos teus filhos, e estabelecerei o seu reino.
12. Esse me edificará
casa, e eu firmarei o seu trono para sempre.
13. Eu lhe serei por pai,
e ele me será por filho; e a minha misericórdia não retirarei dele, como a
retirei daquele que foi antes de ti;
14. mas o confirmarei na minha
casa e no meu reino para sempre, e para sempre o seu trono será
firme.
15. Conforme todas estas palavras, e conforme toda esta visão,
assim falou Natã a Davi.
16. Então entrou o rei Davi, sentou-se
perante o Senhor, e disse: Quem sou eu, ó Senhor Deus, e que é a minha casa,
para que me tenhas trazido até aqui?,
17. E isto foi pouco aos teus
olhos, O Deus; também falaste da casa do teu servo para tempos distantes, e me
consideras como a um homem ilustre, ó Senhor Deus.
18. Que mais te
dirá Davi, acerca da honra feita ao teu servo? pois tu bem conheces o teu
servo.
19. O Senhor! por amor do teu servo, e segundo o teu coração,
fizeste todas estas grandezas, tornando conhecidas todas estas grandes
coisas.
20. O Senhor, ninguém há semelhante a ti, e não há Deus fora
de ti, segundo tudo quanto ouvimos com os nossos ouvi os.
21. Também
quem há como o teu povo Israel, única gente na terra a quem Deus foi remir para
ser seu povo, fazendo-te nome por meio de feitos grandes e terríveis, expulsando
as nações de diante do teu povo, que remiste do Egito?
22. Pois
fizeste o teu povo Israel povo teu para sempre; e tu, Senhor, te fizeste seu
Deus.
23. Agora, ó Senhor, seja confirmada para sempre a palavra que
falaste acerca da teu servo, e acerca da sua casa, e faze como
falaste.
24. E seja o teu nome estabelecido e glorificado para sempre,
e diga-se: O Senhor dos exércitos é o Deus de Israel, sim, é Deus para Israel;
permaneça firme diante de ti a casa de Davi, teu servo.
25. Porque tu,
Deus meu, revelaste ao teu servo que lhe edificarias casa; pelo que o teu servo
achou confiança para orar em tua presença.
26. Agora, pois, ó Senhor,
tu és Deus, e falaste este bem acerca do teu servo.
27. E agora foste
servido abençoar a casa do teu servo, para que permaneça para sempre diante de
ti; porque tu, Senhor, a abençoaste, ficará abençoada para sempre.
[I
Crônicas 18]I Crônicas 18
1. Depois
disto Davi derrotou os filisteus, e os subjugou e tomou das mãos deles Gate e as
suas aldeias.
2. Também derrotou os moabitas, e estes lhe ficaram
sujeitos, pagando-lhe tributos.
3. Davi derrotou também Hadadézer, rei
de Zobá, junto a Hamate, quando foi estabelecer o seu domínio junto ao rio
Eufrates.
4. E Davi lhe tomou mil carros, sete mil cavaleiros e vinte
mil homens de infantaria; e jarretou todos os cavalos dos carros; porém reservou
deles para cem carros.
5. E quando os sírios de Damasco vieram para
ajudar a Hadadézer, rei de Zobá, Davi matou deles vinte e dois mil
homens.
6. Então Davi pôs guarnições entre os sírios de Damasco, e os
sírios lhe ficaram sujeitos, pagando-lhe tributos; e o Senhor dava vitória a
Davi, por onde quer que ia.
7. Davi tomou os escudos de ouro que
tinham sido dos servos de Hadadézer, e os trouxe a Jerusalém.
8.
Também de Tibate, e de Cum, cidades de Hadadézer, Davi tomou muitíssimo bronze,
de que Salomão fez o mar de bronze, as colunas, e os utensílios de
bronze.
9. Ora, quando Toú, rei de Hamate, ouviu que Davi destruíra
todo o exército de Hadadézer, rei de Zobá,
10. mandou seu filho
Hadorão ao rei Davi, para o saudar, e para o felicitar por haver pelejado contra
Hadadézer e por tê-lo destruído (porque Hadadézer fazia guerra a Toú).
Enviou-lhe também toda sorte de utensílios de ouro, de prata e de bronze.
l
11. A estes também o rei Davi consagrou ao Senhor, juntamente com a
prata e o ouro que trouxera de todas as nações dos edomeus, dos moabitas, dos
amonitas, dos filisteus e dos amalequitas.
12. Além disso Abisai,
filho de Zeruia, matou dezoito mil edomeus no Vale do Sal.
13. E pôs
guarnições em Edom, e todos os edomeus ficaram sujeitos a Davi; e o Senhor dava
vitória a Davi, por onde quer que ia.
14. Dari, pois, reinou sobre
todo o Israel; e julgava, e fazia justiça a todo o seu povo.
15.
Joabe, filho de Zeruia, tinha o cargo do exército; Jeosafá, filho de Ailude, era
cronista;
16. Zadoque, filho de Aiuube, e Abimeleque, filho de
Abiatar, eram sacerdotes; Sarsa era escrivão;
17. Benaías, filho de
Jeoiada, tinha o cargo dos quereteus e peleteus; e os filhos de Davi eram os
primeiros junto ao rei.
[I Crônicas 19]I Crônicas
19
1. Aconteceu, depois disto, que Naás, rei dos
amonitas, morreu; e seu filho reinou em seu lugar.
2. Então disse
Davi: usarei de benevolência para com Hanum, filho de Naás, porque seu pai usou
de benevolência para comigo. Pelo que Davi enviou mensageiros para o consolarem
acerca de seu pai. Mas quando os servos de Davi chegaram à terra dos amonitas, a
Hanum, para o consolarem,
3. disseram os príncipes dos amonitas a
Hanum: Pensas que Davi quer honrar a teu pai, porque te mandou consoladores? Não
vieram ter contigo os seus servos a esquadrinhar, a transtornar e a espiar a
terra?
4. Pelo que Hanum tomou os servos de Davi, raspou-lhes a barba,
e lhes cortou as vestes pelo meio até o alto das coxas, e os
despediu.
5. Então foram alguns e avisaram a Davi acerca desses
homens; pelo que ele mandou mensageiros ao seu encontro, pois estavam
sobremaneira envergonhados. Disse o rei: Ficai em Jericó até que vos torne a
crescer a barba, e então voltai.
6. Vendo os amonitas que se tinham
feito odiosos para com Davi, Hanum e os amonitas enviaram mil talentos de prata,
para alugarem para si carros e cavaleiros de Mesopotâmia, de Arã-Maacá e de
Zobá.
7. E alugaram para si trinta e dois mil carros e o rei de Maacá
com a sua gente, os quais vieram e se acamparam diante de Medeba; também os
amonitas se ajuntaram das suas cidades e vieram para a guerra.
8.
Davi, quando soube disto, enviou Joabe e todo o exército de homens
valentes.
9. Os amonitas saíram e ordenaram a batalha à porta da
cidade; porém os reis que tinham vindo se puseram à parte no
campo.
10. Ora, quando Joabe viu que a batalha estava ordenada contra
ele pela frente e pela retaguarda, escolheu os melhores dentre os homens de
Israel, e os pôs em ordem contra os sírios;
11. e o resto do povo
entregou na mão de Abisai, seu irmão; e eles se puseram em ordem de batalha
contra os amonitas.
12. E disse Joabe: Se os sírios forem mais fortes
do que eu, tu virás socorrer-me; e, se os amonitas forem mais fortes do que tu,
então eu te socorrerei a ti.
13. Esforça-te, e pelejemos varonilmente
pelo nosso povo e pelas cidades do nosso Deus; e faça o Senhor o que bem lhe
parecer.
14. Então se chegou Joabe, e o povo que estava com ele,
diante dos sírios, para a batalha; e estes fugiram de diante dele.
15.
Vendo, pois, os amonitas que os sírios tinham fugido, fugiram eles também de
diante de Abisai, irmão de Joabe, e entraram na cidade. Então Joabe voltou para
Jerusalém.
16. Ora, vendo-se os sírios derrotados diante de Israel,
enviaram mensageiros, e fizeram sair os sírios que habitavam além do rio; e
tinham por comandante Sofaque, chefe do exército de Hadadézer.
17.
Avisado disto, Davi ajuntou todo o Israel, passou o Jordão e, indo ao encontro
deles, ordenou contra eles a batalha. Tendo Davi ordenado a batalha contra os
sírios, pelejaram estes contra ele.
18. Mas os sírios fugiram de
diante de Israel; e Davi matou deles os homens de sete mil carros, e quarenta
mil homens da infantaria; matou também Sofaque, chefe do exército.
19.
Vendo, pois, os servos de Hadadézer que tinham sido derrotados diante de Israel,
fizeram paz cem Davi, e serviram; e os sírios nunca mais quiseram socorrer os
amonitas.
[I Crônicas 20]I Crônicas
20
1. Aconteceu pois que, na primavera, no tempo em que
os reis costumam sair para a guerra, Joabe levou a flor do exército, e devastou
a terra dos amonitas, e foi, e pôs cerco a Rabá; porém Davi ficou em Jerusalém.
E Joabe bateu Rabá, e a destruiu.
2. Tirando Davi a coroa da cabeça do
rei deles, achou nela o peso dum talento de ouro, e havia nela pedras preciosas;
e foi posta sobre a cabeça de Davi. E ele levou da cidade mui grande
despojo.
3. Também fez sair o povo que estava nela e o fez trabalhar
com serras, com trilhos de ferro e com machado, e assim fez Davi a todas as
cidades dos amonitas. Então voltou Davi, com todo o povo, para
Jerusalém.
4. Depois disso levantou-se guerra em Gezer com os
filisteus; então Sibecai, o husatita, matou Sipai, dos filhos do gigante; e eles
ficaram subjugados.
5. Tornou a haver guerra com os filisteus; e
El-Hanã, filho de Jair, matou Lami, irmão de Golias, o giteu, cuja lança tinha a
haste como órgão de tecelão,
6. Houve ainda outra guerra em Gate, onde
havia um homem de grande estatura, que tinha vinte e quatro dedos, seis em cada
mão e seis em cada pé, e que também era filho do gigante.
7. Tendo ele
insultado a Israel, Jônatas, filho de Siméia, irmão de Davi, o
matou.
8. Esses nasceram ao gigante em Gate; e caíram pela mão de Davi
e pela mão dos seus servos.
[I Crônicas 21]I Crônicas
21
1. Então Satanás se levantou contra Israel, e
incitou Davi a numerar Israel.
2. E disse Davi a Joabe e aos príncipes
de povo: Ide, cantai a Israel desde Berseba até Dã; e trazei-me a conta, para
que eu saiba o número deles.
3. Então disse Joabe: O Senhor acrescente
ao seu povo cem vezes tanto como ele é! Porventura, é rei meu senhor, não são
teus os servos de meu senhor? Por que requer isto e meu senhor. Por que traria
ele culpa sobre Israel?
4. Todavia a palavra de rei prevaleceu contra
Joabe. Pelo que saiu Joabe, e passou por todo o Israel; depois voltou para
Jerusalém.
5. E Joabe deu a Davi o resultado da numeração do povo. E
era todo o Israel um milhão e cem mil homens que arrancavam da espada; e de Judá
quatrocentos e setenta mil homens que arrancavam da espada.
6. Mas
entre eles Joabe não contou os de Levi e Benjamim, porque a palavra do rei lhe
foi abominável.
7. E este negócio desagradou a Deus, pelo que feriu
Israel.
8. Então disse Davi a Deus: Gravemente pequei em fazer tal
coisa; agora porém, peço-te, tira a iniqüidade de teu servo, porque procedi mui
loucamente.
9. Falou o Senhor a Gade, o vidente de Davi,
dizendo:
10. Vai, e dize a Davi: Assim diz o Senhor: Três coisas te
proponho; escolhe uma delas, para que eu te faça.
11. E Gade veio a
Davi, e lhe disse: Assim diz o Senhor: Escolhe o que quiseres:
12. ou
três anos de fome; ou seres por três meses consumido diante de teus adversários,
enquanto a espada de teus inimigos te alcance; ou que por três dias a espada do
Senhor, isto é, a peste na terra, e o anjo do Senhor façam destruição por todos
os termos de Israel. Vê, pois, agora que resposta hei de levar a quem me
enviou.
13. Então disse Davi a Gade: Estou em grande angústia; caia
eu, pois, nas mãos do Senhor, porque mui grandes são as suas misericórdias; mas
que eu não caia nas mãos dos homens.
14. Mandou, pois, o Senhor a
peste a Israel; e caíram de Israel setenta mil homens.
15. E Deus
mandou um anjo a Jerusalém para a destruir; e, estando ele prestes a destrui-la,
o Senhor olhou e se arrependeu daquele mal, e disse ao anjo destruidor: Basta;
agora retira a tua mão. E o anjo do Senhor estava junto à eira de Ornã, o
jebuseu.
16. E Davi, levantando os olhos, viu o anjo do Senhor, que
estava entre a terra e o céu, tendo na mão uma espada desembainhada estendida
sobre Jerusalém. Então Davi e os anciãos, cobertos de sacos, se prostraram sobre
os seus rostos.
17. E dissemorreram Saul e seus três filhos; morreu
toda a sua o povo? E eu mesmo sou o que pequei, e procedi muito mal; mas estas
ovelhas, que fizeram? Seja tua mão, Senhor Deus meu, contra mim e contra a casa
de meu pai, porem não contra o teu povo para castigá-lo com peste.
18.
Então o anjo do Senhor ordenou a Gade que dissesse a Davi para subir e levantar
um altar ao Senhor na eira de Ornã, o jebuseu.
19. Subiu, pois, Davi,
conforme a palavra que Gade falara em nome do Senhor.
20. E,
virando-se Ornã, viu o anjo; e seus quatro filhos, que estavam com ele, se
esconderam. Ora, Ornã estava debulhando trigo.
21. Quando Davi se
vinha chegando a Ornã, este olhou e o viu e, saindo da terra, prostrou-se diante
dele com o rosto em terra.
22. Então disse Davi a Ornã: Dá-me o lugar
da eira pelo seu valor, para eu edificar nele um altar ao Senhor, para que cesse
esta praga de sobre o povo.
23. Respondeu Ornã a Davi: Toma-o para ti,
e faça o rei meu senhor o que lhe parecer bem. Eis que dou os bois para
holocaustos, os trilhos para lenha, e o trigo para oferta de cereais; tudo
dou.
24. Mas o rei Davi disse a Ornã: Não, antes quero comprá-lo pelo
seu valor; pois não tomarei para o Senhor o que é teu, nem oferecerei holocausto
que não me custe nada.
25. E Davi deu a Ornã por aquele lugar o peso
de seiscentos siclos de ouro.
26. Então Davi edificou ali um altar ao
Senhor, e ofereceu holocaustos e ofertas pacíficas; e invocou o Senhor, o qual
lhe respondeu do céu, com fogo sobre o altar de holocausto.
27. E o
Senhor deu ordem ao anjo, que tomou a meter a sua espada na
bainha.
28. Nesse mesmo tempo, vendo Davi que o Senhor lhe respondera
na eira de Ornã, o jebuseu, ofereceu ali os seus sacrifícios.
29. Pois
o tabernáculo do Senhor que Moisés fizera no deserto, e o altar do holocausto,
estavam naquele tempo no alto de Gibeão;
30. mas Davi não podia ir
perante ele para consultar a Deus, porque estava atemorizado por causa da espada
do anjo do Senhor.
[I Crônicas 22]I Crônicas
22
1. Então disse Davi: Esta é a casa de Senhor Deus, e
este é o altar de holocausto para Israel.
2. Então Davi deu ordem que
se ajuntassem os estrangeiros que estavam na terra de Israel, e encarregou
pedreiros de lavrarem pedras de cantaria para edificar a casa de
Deus,
3. Também aparelhou ferro em abundância, para os pregos das
portas das entradas e para as junturas; como também bronze em abundância, sem
pesá-lo;
4. e madeira de cedro sem conta, porque os sidonios e tírios
traziam a Davi cedro em abundância
5. Porque dizia Davi: Salomão, meu
filho, ainda é moço e tenro, e a casa que se há de edificar para o Senhor deve
ser magnífica em excelência, de renome e glória em todas as terras; eu, pois,
agora lhe farei os preparativos. Assim fez Davi grandes preparativos antes da
sua morte.
6. Então chamou a Salomão, seu filho, e lhe ordenou que
edificasse uma casa ao Senhor Deus de Israel.
7. Disse Davi a Salomão:
Filho meu, quanto a mim, tive em meu coração a propósito de edificar uma casa ao
nome do Senhor meu Deus.
8. A palavra do Senhor, porém, veio a mim,
dizendo: Tu tens derramado muito sangue, e tens feito grandes guerras; não
edificarás casa ao meu nome, porquanto muito sangue tens derramado na terra,
perante mim.
9. Eis que te nascerá um filho, que será homem de
repouso; porque lhe darei repouso de todos os seus inimigos ao redor; portanto
Salomão será o seu nome, e eu darei paz e descanso a Israel nos seus
dias.
10. Ele edificará uma casa ao meu nome. Ele me será por filho, e
eu lhe serei por pai, e confirmarei o trono de seu reino sobre Israel para
sempre.
11. Agora, meu filho, o Senhor seja contigo; prospera, e
edifica a casa de Senhor teu Deus, como ele falou a respeito de
ti.
12. Tão somente te dê o Senhor prudência e entendimento para
governares sobre Israel, e para guardares a lei do Senhor teu
Deus.
13. Então prosperarás, se tiveres cuidado de guardar os
estatutos e os juízos que o Senhor ordenou a Moisés acerca de Israel.
Esforça-te, e tem bem ânimo; não temas, nem te espantes.
14. Com
trabalhos penosas preparei para a casa do Senhor cem mil talentos de ouro, e um
milhão de talentos de prata, e bronze e ferro que por sua abundância, não se
pesou; também madeira e pedras preparei; e tu os aumentarás ainda.
15.
Além disso tens trabalhadores em grande número, canteiros, pedreiros e
carpinteiros, e toda sorte de peritos em toda espécie de obra.
16. Do
ouro, da prata, da bronze e do ferro não há conta. Levanta-te, pois; mãos à
obra! E o Senhor seja contigo!
17. Também Davi deu ordem a todos os
chefes de Israel que ajudassem a Salomão, seu filho, dizendo:
18.
Porventura não está convosco o Senhor vosso Deus, e não vos deu repouso por
todos os lados? Pois entregou na minha mão os habitantes da terra; e a terra foi
subjugada diante do Senhor e diante do seu povo.
19. Disponde, pois,
agora o vosso coração e a vossa alma para buscardes ao Senhor vosso Deus; e
levantai-vos, e edificai o santuário do Senhor Deus, para que a arca do pacto do
Senhor e os vasos sagrados de Deus sejam trazidos, para a casa que se há de
edificar ao nome do Senhor.
[I Crônicas 23]I Crônicas
23
1. Ora, sendo Davi já velho e cheio de dias, fez
Salomão, seu filho, rei sobre Israel.
2. E reuniu todos os chefes de
Israel, como também os sacerdotes e levitas.
3. Foram contados os
levitas de trinta anos para cima; e foi o número deles, segundo o seu registo,
trinta e oito mil homens.
4. Deste número vinte e quatro mil
promoverão a obra da casa do Senhor; seis mil servirão como oficiais e
juízes;
5. quatro mil como porteiros; e quatro mil para louvarem ao
Senhor com os instrumentos, que eu fiz para o louvar, disse Davi.
6.
Davi os repartiu por turmas segundo os filhos de Levi: Gérsom, Coate e
Merári.
7. Dos gersonitas: Ladã e Simei.
8. Os filhos de
Ladã: Jeiel o chefe, Zetão e Joel, três.
9. Os filhos de Simei:
Selomite, Haziel e Arã, três; estes foram os chefes das casas paternas de
Ladã.
10. Os filhos de Simei: Jaate, Zina, Jeús e Berias; estes foram
os filhos de Simei, quatro.
11. Jaate era o chefe, e Ziza o segundo.
Mas Jeús e Berias não tiveram muitos filhos; pelo que estes, contados juntos, se
tornaram uma só casa paterna.
12. Os filhos de Coate: Anrão, Izar,
Hebrom e Uziel, quatro.
13. Os filhos de Anrão: Arão e Moisés. Arão
foi separado para consagrar as coisas santíssimas, ele e seus filhos,
eternamente para queimarem incenso diante do Senhor, e o servirem, e
pronunciarem bênçãos em nome de Deus para sempre.
14. Mas quanto a
Moisés, homem de Deus, seus filhos foram contados entre os da tribo de
Davi.
15. Os filhos de Moisés: Gerson e Eliézer.
16. De
Gérson: Sebuel o chefe.
17. De Eliézer: Reabias o chefe; e Eliézer não
teve outros filhos; porém os filhos de Reabias foram muito
numerosos.
18. De Izar: Selomite o chefe.
19. Os filhos: de
Hebrom: Jerias o chefe, Amarias o segundo, Jaaziel o terceiro, e Jecameão o
quarto.
20. Os filhos de Uziel: Mica o chefe. Issias o
segundo.
21. Os filhos de Merári: Mali e Musi. Os filhos de Mali:
Eleazar e Quis.
22. Eleazar morreu, não tendo filhos, mas tão somente
filhas; e os filhos de Quis, seus irmãos, tomaram-nas por
mulheres.
23. Os filhos de Musi: Mali, Eder e Jerimote,
três.
24. Esses são os filhos de Levi segundo as suas casas paternas,
isto é, segundo os chefes das casas paternas, conforme o número dos que foram
registrados pelos seus: nomes, individualmente, da idade de vinte anos para
cima, os quais trabalhavam no serviço da casa do Senhor.
25. Pois Davi
disse: O Senhor Deus de Israel deu repouso ao seu povo; e ele habita em
Jerusalém para sempre.
26. Também os levitas não terão mais de levar o
tabernáculo e todos os objetos pertencentes ao serviço do mesmo.
27.
Eis porque, segundo as ultimas palavras de Davi, foram contados os levitas da
idade de vinte anos para cima.
28. Porque o seu cargo seria o de
assistirem aos filhos de Arão no serviço da casa do Senhor, nos átrios, e nas
câmaras, e na purificação de todas as coisas sagradas, e em qualquer trabalho
para o serviço da casa de Deus,
29. cuidando dos pães da proposição, e
da flor de farinha para a oferta de cereais, quer seja de bolos ázimos, quer
seja do que se assa na panela, quer seja do que é misturado com azeite, e de
toda sorte de medidas e pesos;
30. e de estarem cada manhã em pé para
render graças e louvor ao Senhor, e semelhantemente à tarde.
31. e
oferecerem continuamente perante o Senhor todos os holocaustos, nos sábados, nas
luas novas e nas festas fixas, segundo o número ordenado.
32. Também
teriam a seu cargo a tenda da revelação, o lugar santo, e os filhos de Arão,
seus irmãos, no serviço da casa do Senhor.
[I Crônicas 24]I Crônicas 24
1. As turmas dos filhos de
Arão foram estas: os filhos de Arão: Nadabe, Abiú, Eleazar e
Itamar.
2. Mas Nadabe e Abiú morreram antes de seu pai, e não tiveram
filhos; por isso Eleazar e Itamar exerciam o sacerdócio.
3. E Davi,
juntamente com Zadoque, dos filhos de Eleazar, e com Aimeleque, dos filhos de
Itamar, os distribuiu segundo os deveres do seu serviço.
4. E
acharam-se mais chefes dentre os filhos de Eleazar do que dentre os filhos de
Itamar; e assim foram distribuídos: dos filhos de Eleazar, chefes das casas
paternas, dezesseis; e dos filhos de Itamar, segundo as suas casas paternas,
oito.
5. Assim foram distribuídos por sortes, tanto uns como os
outros; porque havia príncipes do santuário e príncipes de Deus, tanto dentre os
filhos de Eleazar, como dentre os filhos de Itamar.
6. E os registrou
Semaías, filho de Netanel, o escrivão dentre os levitas, diante do rei, dos
príncipes, de Zadoque, o sacerdote, de Aimeleque, filho de Abiatar, e dos chefes
das casas paternas entre os sacerdotes e entre os levitas, tomando-se uma casa
paterna para Eleazar, e outra para Itamar.
7. Assim a primeira sorte
saiu a Jeoiaribe, a segunda a Jedaías,
8. a terceira a Harim, a quarta
a Seorim,
9. a quinta a Malquias, a sexta a Miamim,
10. a
sétima a Hacoz, a oitava a Abias,
11. a nona a Jesuá, a décima a
Secanias,
12. a undécima a Eliasibe, a duodécima a
Jaquim,
13. a décima terceira a Hupá, a décima quarta a
Jesebeabe,
14. a décima quinta a Bilga, a décima sexta a
Imer,
15. a décima sétima a Hezir, a décima oitava a
Hapizes,
16. a décima nona a Petaías, a vigésima a
Jeezquel,
17. a vigésima primeira a Jaquim, a vigésima segunda a
Gamul,
18. a vigésima terceira a Delaías, a vigésima quarta a
Maazias.
19. Esta foi a distribuição deles no seu serviço, para
entrarem na casa do Senhor, segundo lhes fora ordenado por Arão, seu pai, como o
Senhor Deus de Israel lhe tinha mandado.
20. Do restante dos filhos de
Levi: dos filhos de Anrão, Subael; dos filhos de Subael, Jedeías.
21.
Quanto a Reabias: dos filhos de Reabias, Issijá o chefe;
22. dos
izaritas, Selomote; dos filhos de Selomote, Jaate;
23. dos filhos de
Hebrom: Jerias o chefe, Amarias o segundo, Jaaziel o terceiro, Jecameão o
quarto;
24. dos filhos de Uziel, Mica; dos filhos de Mica,
Samir;
25. o irmão de Mica, Issijá; dos filhos de Issijá,
Zacarias.
26. Os filhos de Merári, Mali e Musi; dos filhos de Jaazias,
Beno;
27. os filhos de Merári: de Jaazias: Beno, Soão, Zacur e
Ibri;
28. de Mali, Eleazar; e este não teve filhos.
29.
Quanto a Quis: dos filhos de Quis, Jerameel;
30. e os filhos de Musi:
Mali, Eder e Jerimote. Esses foram os filhos dos levitas, segundo as suas casas
paternas.
31. Estes também, como seus irmãos, os filhos de Arão,
lançaram sortes diante do rei Davi, de Zadoque, de Aimeleque, e dos chefes das
casas paternas entre os sacerdotes e entre os levitas; assim fizeram, tanto para
o chefe de casa paterna, como para o seu irmão menor.
[I Crônicas
25]I Crônicas 25
1. Também Davi
juntamente com os capitães do exército, separou para o serviço alguns dos filhos
de Asafe, e de Hemã, e de Jedútum para profetizarem com harpas, com alaúdes, e
com címbalos. Este foi o número dos homens que fizeram a obra: segundo o seu
serviço:
2. dos filhos de Asafe: Zacur, José, Netanias e Asarela,
filhos de Asafe, a cargo de Asafe, que profetizava sob as ordens do
rei.
3. De Jedútum os filhos de Jedútun: Gedalias, e Zeri, Jesaías,
Hasabias e Matitias, seis, a cargo de seu pai, Jedútum que profetizava com a
harpa, louvando ao Senhor e dando-lhe graças.
4. De Hemã, os filhos de
Hemã: Buquias, Matanias, Uziel, Sebuel, Jerimote, Hananias, Hanâni, Eliatá,
Gidálti, e Românti-Ezer, Josbecasa, Malóti, Hotir e Maaziote.
5. Todos
estes foram filhos de Hemã, o vidente do rei, segundo a promessa de Deus de
exaltá-lo. Deus dera a Hemã catorze filhos e três filhas.
6. Todos
estes estavam sob a direção de seu pai para a música na casa do Senhor, com
címbalos, alaúdes e harpas para o serviço da casa de Deus. E Asafe, Jedútun e
Hemã estavam sob as ordens do rei.
7. Era o número deles, juntamente
com seus irmãos instruídos em cantar ao Senhor, todos eles mestres, duzentos e
oitenta e oito.
8. E determinaram os seus cargos por sortes, todos
igualmente, tanto o pequeno como o grande, assim o mestre como o
discípulo.
9. A primeira sorte, que era de Asafe, saiu a José; a
segunda a Gedalias, que com seus irmãos e filhos eram doze;
10. a
terceira a Zacur, seus filhos e irmãos, doze;
11. a quarta a Izri,
seus filhos e irmãos, doze;
12. a quinta a Netanias, seus filhos e
irmãos, doze;
13. a sexta a Buquias, seus filhos e irmãos,
doze;
14. a sétima a Jesarela, seus filhos e irmãos,
doze;
15. a oitava a Jesaías, seus filhos e irmãos,
doze;
16. a nona a Matanias, seus filhos e irmãos, doze;
17.
a décima a Simei, seus filhos e irmãos, doze;
18. a undécima a Azarel,
seus filhos e irmãos, doze;
19. a duodécima a Hasabias, seus filhos e
irmãos, doze;
20. a décima terceira a Subael, seus filhos: e irmãos,
doze;
21. a décima quarta a Matitias, seus filhos e irmãos,
doze;
22. a décima quinta a Jerimote, seus filhos e irmãos,
doze;
23. a décima sexta a Hananias, seus filhos e irmãos,
doze;
24. a décima sétima a Josbecasa, seus filhos e irmãos,
doze;
25. a décima oitava a Hanâni, seus filhos e irmãos,
doze;
26. a décima nona a Malóti, seus filhos e irmãos,
doze;
27. a vigésima a Eliatá, seus filhos e irmãos,
doze;
28. a vigésima primeira a Hotir, seus filhos e irmãos,
doze;
29. a vigésima segunda a Gidálti, seus filhos e irmãos,
doze;
30. a vigésima terceira a Maaziote, seus filhos e irmãos,
doze;
31. a vigésima quarta a Românti-Ezer, seus filhos e irmãos,
doze.
[I Crônicas 26]I Crônicas
26
1. Quanto às turmas dos porteiros: Meselemias, filho
de Coré, dos filhos de Asafe.
2. E foram os filhos de Meselemias:
Zacarias o primogênito, Jediael o segundo, Zebadias o terceiro, Jatniel o
quarto,
3. Elão o quinto, Jeoanã o sexto, Elioenai, o
sétimo.
4. Os filhos de Obede-Edom foram: Semaías o primogênito,
Jeozabade o segundo, Joá o terceiro, Sacar o quarto, Netanel o
quinto,
5. Amiel o sexto, Issacar o sétimo, Peuletai o oitavo; porque
Deus o tinha abençoado.
6. Também a seu filho Semaías nasceram filhos,
que dominaram sobre a casa de seu pai porque foram varões valentes.
7.
Os filhos de Semaías: Otni, Rafael, Obede e Elzabade, com seus irmãos, homens
valentes, Eliú e Semaquias.
8. Todos estes foram dos filhos de
Obede-Edom; eles e seus filhos e irmãos, homens capazes e de força para o
serviço, eram sessenta e dois, de Obede-Edom.
9. Os filhos e os irmãos
de Meselemias, homens valentes, foram dezoito.
10. De Hosa, dos filhos
de Merári, foram filhos: Sínri o chefe (ainda que não era o primogênito, contudo
seu pai o constituiu chefe),
11. Hilquias o segundo, Tebalias o
terceiro, e Zacarias o quarto; todos os filhos e irmãos de Hosa foram
treze.
12. Destes se fizeram as turmas dos porteiros, isto é, dos
homens principais, tendo cargos como seus irmãos, para ministrarem na casa do
Senhor.
13. E lançaram sortes, assim os pequenos como os grandes,
segundo as suas casas paternas, para cada porta.
14. E caiu a sorte do
oriente a Selemias. Depois se lançou a sorte por seu filho Zacarias, conselheiro
entendido, e saiu-lhe a do norte.
15. A Obede-Edom a do sul; e a seus
filhos a casa dos depósitos.
16. A Supim e Hosa a do ocidente; perto
da porta Salequete, junto ao caminho da subida, uma guarda defronte de outra
guarda.
17. Ao oriente estavam seis levitas, ao norte quatro por dia,
ao sul quatro por dia, porém para a casa dos depósitos de dois em
dois.
18. Para Parbar, ao ocidente, quatro junto ao caminho, e dois
junto a Parbar.
19. Essas foram as turmas dos porteiros dentre os
filhos dos coraítas, e dentre os filhos de Merári.
20. E dos levitas,
Aías tinha cargo dos tesouros da casa de Deus e dos tesouros das ofertas
dedicadas.
21. Quanto aos filhos de Ladã, os filhos dos gersonitas que
pertencem a Ladã, chefes das casas paternas de Ladã; Jeiéli.
22. Os
filhos de Jeiéli: Zetão e Joel, seu irmão; estes tinham cargo dos tesouros da
casa do Senhor.
23. Dos anramitas, dos izaritas:, dos hebronitas, dos
uzielitas.
24. Sebuel, filho de Gérsom o filho de Moisés, que era
chefe dos tesouros.
25. Seus irmãos: de Eliézer foi filho Reabias, de
quem foi filho Jesaías, de quem foi filho Jorão, de quem foi filho Zicri, de
quem foi filho Selomote.
26. Este Selomote e seus irmãos tinham a seu
cargo todos os tesouros das ofertas dedicadas, que o rei Davi e os chefes das
casas paternas, chefes de milhares, e de centenas, e chefes do exército tinham
dedicado.
27. Dos despojos das guerras dedicaram ofertas para
consertarem a casa do Senhor.
28. Também tudo quanto fora dedicado por
Samuel, o vidente, Saul, filho de Quis, Abner, filho de Ner, e Joabe, filho de
Zeruia, isto é, tudo quanto qualquer havia dedicado estava sob a guarda de
Selomote e seus irmãos.
29. Dos izaritas, Quenanias e seus filhos
foram postos sobre Israel para os negócios de fora, como oficiais e
juízes.
30. Dos hebronitas foram Hasabias e seus irmãos, homens
valentes, mil e setecentos, que tinham a seu cargo Israel, ao ocidente do
Jordão, em todos os negócios do Senhor e no serviço do rei.
31. Jerias
era o chefe dos hebronitas, segundo as suas gerações conforme as casas paternas.
No ano quarenta do reino de Davi foram procurados, e acharam-se entre eles
varões valentes em Jazer de Gileade.
32. A ele e a seus irmãos, dois
mil e setecentos homens valentes, chefes das casas paternas, o rei Davi
constituiu sobre os rubenitas e os gaditas, e a meia tribo dos manassitas, para
todos os serviços de Deus, e para todos os negócios do rei.
[I Crônicas
27]I Crônicas 27
1. Ora, os filhos de
Israel segundo o seu número, os chefes das casas paternas, e os chefes dos
milhares e das centenas, com os seus oficiais, que serviam ao rei em todos os
negócios das turmas que entravam e saíam de mês em mês, em todos os meses do
ano, eram em cada turma vinte e quatro mil.
2. sobre a primeira turma,
no primeiro mês, estava Jasobeão, filho de Zabdiel; e em sua turma havia vinte e
quatro mil.
3. Era ele descendente de Pérez, e chefe de todos os
comandantes do exército para o primeiro mês.
4. Sobre a turma do
segundo mês estava Dodai, o aoíta, com a sua turma, cujo chefe era Miclote; e em
sua turma havia vinte e quatro mil.
5. O terceiro comandante do
exército, para o terceiro mês, era o chefe Benaías, filho do sacerdote Jeoiada;
e em sua turma havia vinte e quatro mil.
6. Este é aquele Benaías que
era o varão valente entre os trinta e comandava os trinta; e da sua turma era
seu filho Amizabade.
7. O quarto, do quarto mês, era Asael, irmão de
Joabe, e depois dele Zebadia; seu filho; e em sua turma havia vinte e quatro
mil.
8. O quinto, do quinto mês:, Samute, o israíta; e em sua turma
havia vinte e quatro mil.
9. O sexto, do sexto mês: Ira, filho de
Iques, o tecoíta; e em sua turma havia vinte e quatro mil.
10. O
sétimo, do sétimo mês:, Helez, o pelonita, descendente de Efraim; e em sua turma
havia vinte e quatro mil.
11. O oitavo, do oitavo mês, Sibecai, o
husatita, dos zeraítas; e em sua turma havia vinte e quatro mil.
12. O
nono, do nono mês, Abiezer, o anatotita, dos benjamitas; e em sua turma havia
vinte e quatro mil.
13. O décimo, do décimo mês, Maarai, o netofatita,
dos zeraítas; e em sua turma havia vinte e quatro mil.
14. O undécimo,
do undécimo mês, Benaías, o piratonita, dos filhos de Efraim; e em sua turma
havia vinte e quatro mil.
15. O duodécimo, do duodécimo mês, Heldai, o
netofatita, de Otniel; e em sua turma havia vinte e quatro mil.
16.
Sobre as tribos de Israel estavam estes: sobre os rubenitas era chefe Eliézer,
filho de Zicri; sobre os simeonitas, Sefatias, filho de Maacá;
17.
sobre os levitas, Hasabias, filho de Quemuel; sobre os aronitas,
Zadoque;
18. sobre Judá, , Eliu:, um dos irmãos de Davi; sobre
Issacar, Onri, filho de Micael;
19. sobre Zebulom, Ismaías, filho de
Obadias; sobre Naftali, Jerimote, filho de Azrriel;
20. sobre os
filhos de Efraim, Oséias, filho de Azazias; sobre a meia tribo de Manassés,
Joel, filho de Pedaías;
21. sobre a meia tribo de Manassés em Gileade,
Ido, filho de Zacarias; sobre Benjamim, Jaasiel, filho de Abner;
22.
sobre Dã, Azarel, filho de Jeroão. Esses eram os chefes das tribos de
Israel.
23. Não tomou, porém, Davi o número dos de vinte anos para
baixo, porquanto o Senhor tinha dito que havia de multiplicar Israel como as
estrelas do céu.
24. Joabe, filho de Zeruia, tinha começado a
numerá-los, porém não acabou, porquanto viera por isso ira sobre Israel; pelo
que o número não foi posto no livro das crônicas do rei Davi.
25.
Sobre os tesouros do rei estava Azmavete, filho de Adiel; sobre os tesouros dos
campos, das cidades, das aldeias e das torres, Jônatas, filho de
Uzias;
26. sobre os que faziam a obra do campo, na lavoura da terra,
Ezri, filho de Quelube;
27. sobre as vinhas, Simei, o ramatita; sobre
o produto das vides nas adegas do vinho, Zabdi, o sifmita;
28. sobre
os olivais e sicômoros que havia nas campinas, Baal-Hanã, o gederita; sobre os
armazéns do azeite, Joás;
29. sobre o gado que pastava em Sarom,
Sitrai, o saronita; sobre o gado dos vales, Safate, filho de
Adlai;
30. sobre os camelos, Obil, o ismaelita; sobre as jumentas,
Jedeías, o meronotita;
31. e sobre o gado miúdo, Jaziz, o hagrita.
Todos esses eram os intendentes dos bens do rei Davi.
32. Jônatas, tio
de Davi, era conselheiro, homem entendido, e escriba; ele e Jeiel, filho de
Hacmôni, assistiam os filhos do rei;
33. Aitofel era conselheiro do
rei; Husai, o arquita, era amigo o rei;
34. depois de Aitotel,
Jeoiada, filho de Benaías, e Abiatar foram conselheiros; e Joabe era chefe do
exército do rei.
[I Crônicas 28]I Crônicas
28
1. Ora, Davi convocou a Jerusalém todos os chefes de
Israel, os chefes das tribos, os chefes das turmas que serviam o rei, os chefes
de mil, e os chefes de cem, e os intendentes de todos os bens e possessões do
rei e de seus filhos, como também os oficiais e os homens mais valorosos e
valentes.
2. Então o rei Davi se pôs em pé, e disse: Ouvi-me, irmãos
meus e povo meu. Em meu coração havia eu proposto edificar uma casa de repouso
para a arca do pacto de Senhor, e para o escabelo dos pés do nosso Deus, e tinha
feito os preparativos para a edificar.
3. Mas Deus me disse: Tu não
edificarás casa ao meu nome, porque és homem de guerra, e tens derramado muito
sangue.
4. Todavia o Senhor Deus de Israel escolheu-me de toda a casa
de meu pai, para ser rei sobre Israel para sempre; porque a Judá escolheu por
príncipe, e na casa de Judá a casa de meu pai, e entre os filhos de meu pai se
agradou de mim para me fazer rei sobre todo o Israel.
5. E, de todos
os meus filhos (porque muitos filhos me deu o Senhor), escolheu ele o meu filho
Salomão para se assentar no trono do reino do Senhor sobre Israel,
6.
e me disse: Teu filho Salomão edificará a minha casa e os meus átrios, porque o
escolhi para me ser por filho, e eu lhe serei por pai.
7.
Estabelecerei o seu reino para sempre, se ele perseverar em cumprir os meus
mandamentos e os meus juízos, como o faz no dia de hoje.
8. Agora,
pois, à vista de todo o Israel, a congregação do Senhor, e em presença de nosso
Deus, que nos ouve, observai e buscai todos os mandamentos do Senhor vosso Deus,
para que possuais esta boa terra, e a deixeis por herança a vossos filhos depois
de, vos, para sempre.
9. E tu, meu filho Salomão, conhece o Deus de
teu pai, e serve-o com coração perfeito e espírito voluntário; porque o Senhor
esquadrinha todos os corações, e penetra todos os desígnios e pensamentos. Se o
buscares, será achado de ti; porém, se o deixares, rejeitar-te-á para
sempre.
10. Agora toma cuidado, porque o Senhor te escolheu para
edificares uma casa para o santuário; esforça-te, e faze a obra.
11.
Então Davi deu a Salomão, seu filho, o modelo do alpendre com as suas casas, as
suas tesourarias, os seus cenáculos e as suas recâmaras interiores, como também
da casa do propiciatório;
12. e também o modelo de tudo o que tinha em
mente para os átrios da casa do Senhor, para todas as câmaras em redor, para os
tesouros da casa de Deus e para os tesouros das coisas sagradas;
13.
também para as turmas dos sacerdotes e dos levitas, para toda a obra do serviço
da casa do Senhor e para todos os vasos do serviço da casa do
Senhor,
14. especificando o peso do ouro para os vasos de ouro, para
todos os vasos de cada espécie de serviço, o peso da prata para todos os vasos
de prata, para todos os vasos de cada espécie de serviço;
15. o peso
para os castiçais de ouro e suas lâmpadas, o peso do ouro para cada castiçal e
as suas lâmpadas, e o peso da prata para os castiçais de prata, para cada
castiçal e as suas lâmpadas, segundo o uso de cada castiçal;
16. o
peso do ouro para as mesas dos pães da proposição, para cada mesa; como também
da prata para as mesas de prata;
17. e o ouro puro para os garfos, as
bacias e os jarros; para as taças de ouro, o peso para cada taça; como também
para as taças de prata, o peso para cada taça,
18. e para o altar do
incenso, o peso de ouro refinado; como também o ouro para o modelo do carro dos
querubins que, de asas estendidas, cobririam a arca do pacto do
Senhor.
19. Tudo isso se me fez entender, disse Davi, por escrito da
mão do Senhor, a saber, todas as obras deste modelo.
20. Disse, pois,
Davi a seu filho Salomão: Esforça-te e tem bom ânimo, e faze a obra; não temas,
nem te desalentes, pois o Senhor Deus, meu Deus, é contigo; não te deixará, nem
te desamparará, até que seja acabada toda a obra para o serviço da casa do
Senhor.
21. Eis aí as turmas dos sacerdotes e dos levitas para todo o
serviço da casa de Deus; e estará contigo para toda a obra todo homem bem
disposto e perito em qualquer espécie de serviço; também os chefes e todo o povo
estarão inteiramente às tuas ordens.
[I Crônicas 29]I
Crônicas 29
1. Disse mais o rei Davi a toda a
congregação: Salomão, meu filho, o único a quem Deus escolheu, é ainda moço e
tenro, e a obra é grande, porque o palácio não é para homem, mas para o Senhor
Deus.
2. Eu, pois, com todas as minhas forças tenho preparado para a
casa de meu Deus o ouro para as obras de ouro, a prata para as de prata, o
bronze para as de bronze, o ferro para as de ferro e a madeira para as de
madeira; pedras de oberilo, pedras de engaste, pedras de ornato, pedras de
várias cores, toda sorte de pedras preciosas, e mármore em
abundância.
3. Além disso, porque pus o meu afeto na casa de meu Deus,
o ouro e prata particular que tenho, eu o dou para a casa do meu Deus, afora
tudo quanto tenho preparado para a casa do santuário:
4. três mil
talentos de ouro, do ouro de Ofir, e sete mil talentos de prata refinada, para
cobrir as paredes das casas;
5. ouro para as obras e ouro, e prata
para as de prata, para toda a obra a ser feita por mão de artífices. Quem, pois,
está disposto a fazer oferta voluntária, consagrando-se hoje ao
Senhor?
6. Então os chefes das casas paternas, os chefes das tribos de
Israel, e os chefes de mil e de cem, juntamente com os intendentes da obra do
rei, fizeram ofertas voluntárias;
7. e deram para o serviço da casa de
Deus cinco mil talentos e dez mil , dracmas de ouro, e dez mil talentos de
prata, dezoito mil talentos de bronze, e cem mil talentos de ferro.
8.
E os que tinham pedras preciosas deram-nas para o tesouro da casa do Senhor, que
estava ao cargo de Jeiel, o gersonita.
9. E o povo se alegrou das
ofertas voluntárias que estes fizeram, pois de um coração perfeito as haviam
oferecido ao Senhor; e também o rei Davi teve grande alegria.
10. Pelo
que Davi bendisse ao Senhor na presença de toda a congregação, dizendo: Bendito
és tu, ó Senhor, Deus de nosso pai Israel, de eternidade em
eternidade.
11. Tua é, ó Senhor, a grandeza, e o poder, e a glória, e
a vitória, e a majestade, porque teu é tudo quanto há no céu e na terra; teu é,
ó Senhor, o reino, e tu te exaltaste como chefe sobre todos.
12. Tanto
riquezas como honra vêm de ti, tu dominas sobre tudo, e na tua mão há força e
poder; na tua mão está o engrandecer e o dar força a tudo.
13. Agora,
pois, ó nosso Deus, graças te damos, e louvamos o teu glorioso
nome.
14. Mas quem sou eu, e quem é o meu povo, para que pudéssemos
fazer ofertas tão voluntariamente? Porque tudo vem de ti, e do que é teu to
damos.
15. Porque somos estrangeiros diante de ti e peregrinos, como o
foram todos os nossos pais; como a sombra são os nossos dias sobre a terra, e
não há permanência:
16. Ó Senhor, Deus nosso, toda esta abundância,
que preparamos para te edificar uma casa ao teu santo nome, vem da tua mão, e é
toda tua.
17. E bem sei, Deus meu, que tu sondas o coração, e que te
agradas da retidão. Na sinceridade de meu coração voluntariamente ofereci todas
estas coisas; e agora vi com alegria que o teu povo, que se acha aqui, ofereceu
voluntariamente.
18. O Senhor, Deus de nossos pais Abraão, Isaque e
Israel, conserva para sempre no coração do teu povo estas disposições e estes
pensamentos, e encaminha o seu coração para ti.
19. E a Salomão, meu
filho, dá um coração perfeito, para guardar os teus mandamentos, os teus
testemunhes e os teus estatuto, e para fazer todas estas coisas, e para edificar
o palácio para o qual tenha providenciado.
20. Então disse Davi a toda
a congregação: Bendizei ao Senhor vosso Deus! E toda a congregação bendisse ao
Senhor Deus de seus pais, e inclinaram-se e prostraram-se perante a Senhor e
perante o rei.
21. E no dia seguinte imolaram sacrifícios ao Senhor e
lhe ofereceram em holocausto mil novilhos, mil carneiros, mil cordeiros, com as
suas libações, e sacrifícios em abundância a favor de todo o
Israel.
22. E comeram e beberam naquele dia perante o Senhor, com
grande gozo. E pela segunda vez proclamaram rei a Salomão, filho de Davi, e o
ungiram ao Senhor para ser príncipe, e a Zadoque para ser
sacerdote.
23. Assim Salomão se assentou no trono do Senhor, como rei
em lugar de seu pai Davi, e prosperou; e todo o Israel lhe prestou
obediência.
24. E todos os chefes, e os homens poderosos, e também
todos os filhos do rei Davi se submeteram ao rei Salomão.
25. E o
Senhor engrandeceu muito a Salomão à vista de todo o Israel, e deu-lhe tal
majestade real qual antes dele não teve nenhum rei em Israel.
26.
Assim Davi, filho de Jessé, reinou sobre todo o Israel.
27. O tempo
que reinou sobre Israel foi quarenta anos; em Hebrom reinou sete anos, e em
Jerusalém trinta e três.
28. E morreu numa boa velhice, cheio de dias,
riquezas e honra; e Salomão, seu filho, reinou em seu lugar.
29. Ora,
os atos do rei Davi, desde os primeiros até os últimos, estão escritos nas
crônicas de Samuel, o vidente, e nas crônicas do profeta Natã, e nas crônicas de
Gade, o vidente,
30. com todo o seu reinado e o seu poder e os
acontecimentos que sobrevieram a ele, a Israel, e a todos os reinos daquelas
terras.
[II Crônicas 1]II Crônicas
1
1. Ora, Salomão, filho de Davi, fortaleceu-se no seu
reino, e o Senhor seu Deus era com ele, e muito o engrandeceu.
2. E
falou Salomão a todo o Israel, aos chefes de mil e de cem, e aos juízes, e a
todos os príncipes em todo o Israel, chefes das casas paternas.
3. E
foi Salomão, e toda a congregação com ele, ao alto que estava em Gibeão porque
ali estava a tenda da revelação de Deus, que Moisés, servo do Senhor, tinha
feito no deserto.
4. Mas Davi tinha feito subir a arca de Deus de
Quiriate-Jearim ao lugar que lhe preparara; pois lhe havia armado uma tenda em
Jerusalém.
5. Também o altar de bronze feito por Bezaleel, filho de
Uri, filho de Hur, estava ali diante do tabernáculo do Senhor; e Salomão e a
congregação o buscavam.
6. E Salomão ofereceu ali sacrifícios perante
o Senhor, sobre o altar de bronze que estava junto à tenda da revelação;
ofereceu sobre ele mil holocaustos.
7. Naquela mesma noite Deus
apareceu a Salomão, e lhe disse: Pede o que queres que eu te dê.
8. E
Salomão disse a Deus: Tu usaste de grande benevolência para com meu pai Davi, e
a mim me fizeste rei em seu lugar.
9. Agora, pois, ó Senhor Deus,
confirme-se a tua promessa, dada a meu pai Davi; porque tu me fizeste rei sobre
um povo numeroso como o pó da terra.
10. Dá-me, pois, agora sabedoria
e conhecimento, para que eu possa sair e entrar perante este povo; pois quem
poderá julgar este teu povo, que é tão grande?
11. Então Deus disse a
Salomão: Porquanto houve isto no teu coração, e não pediste riquezas, bens ou
honra, nem a morte dos que te odeiam, nem tampouco pediste muitos dias de vida,
mas pediste para ti sabedoria e conhecimento para poderes julgar o meu povo,
sobre o qual te fiz reinar,
12. sabedoria e conhecimento te são dados;
também te darei riquezas, bens e honra, quais não teve nenhum rei antes de ti,
nem haverá depois de ti rei que tenha coisas semelhantes.
13. Assim
Salomão veio a Jerusalém, do alto que estava em Gibeão, de diante da tenda da
revelação; e reinou sobre Israel.
14. Salomão ajuntou carros e
cavaleiros; teve mil e quatrocentos carros e doze mil cavaleiros, que colocou
nas cidades dos carros e junto de si em Jerusalém.
15. E o rei tornou
o ouro e a prata tão comuns em Jerusalém como as pedras, e os cedros tantos em
abundância como os sicômoros que há na baixada.
16. Os cavalos que
Salomão tinha eram trazidos do Egito e de Coa; e os mercadores do rei os
recebiam de Coa por preço determinado.
17. E faziam subir e sair do
Egito cada carro por seiscentos siclos de prata, e cada cavalo por cento e
cinqüenta; e assim por meio deles eram exportados para todos os reis dos heteus,
e para os reis da Síria.
[II Crônicas 2]II Crônicas
2
1. Ora, resolveu Salomão edificar uma casa ao nome do
Senhor, como também uma casa real para si.
2. Designou, pois, Salomão
setenta mil homens para servirem de carregadores, e oitenta mil para cortarem
pedras na montanha, e três mil e seiscentos inspetores sobre eles.
3.
E Salomão mandou dizer a Hurão, rei de Tiro: Como fizeste com Davi, meu pai,
mandando-lhe cedros para edificar uma casa em que morasse, assim também fazem
comigo.
4. Eis que vou edificar uma casa ao nome do Senhor meu Deus e
lha consagrar para queimar perante ele incenso aromático, para apresentar
continuamente, o pão da preposição, e para oferecer os holocaustos da manhã e da
tarde, nos sábados, nas luas novas e nas festas fixas do Senhor nosso Deus; o
que é obrigação perpétua de Israel.
5. A casa que vou edificar há de
ser grande, porque o nosso Deus é maior do que todos os deuses.
6. Mas
quem é capaz de lhe edificar uma casa, visto que o céu e até o céu dos céus o
não podem conter? E quem sou eu, para lhe edificar uma casa, a não ser para
queimar incenso perante ele?
7. Agora, pois, envia-me um homem hábil
para trabalhar em ouro, em prata, em bronze, em ferro, em púrpura, em carmesim,
e em azul, e que saiba lavrar ao buril, para estar com os peritos que estão
comigo em Judá e em Jerusalém, os quais Davi, meu pai, escolheu.
8.
Manda-me também madeiras de cedro, de cipreste, e de algumins do Líbano; porque
bem sei eu que os teus servos sabem cortar madeira no Líbano; e eis que os meus
servos estarão com os teus servos,
9. a fim de me prepararem madeiras
em abundância, porque a casa que vou edificar há de ser grande e
maravilhosa.
10. E aos teus servos, os trabalhadores que cortarem a
madeira, darei vinte mil coros de trigo malhado, vinte mil coros de cevada,
vinte mil batos de vinho e vinte mil batos de azeite.
11. Hurão, rei
de Tiro, mandou por escrito resposta a Salomão, dizendo: Porquanto o Senhor ama
o seu povo, te constituiu rei sobre ele.
12. Disse mais Hurão: Bendito
seja o Senhor Deus de Israel, que fez o céu e a terra, que deu ao rei Davi um
filho sábio, de grande prudência e entendimento para edificar uma casa ao
Senhor, e uma casa real para si.
13. Agora, pois, envio um homem
perito, de entendimento, a saber, Hurão-Abi,
14. filho duma mulher das
filhas de Dã, e cujo pai foi um homem de Tiro; este sabe trabalhar em ouro, em
prata, em bronze, em ferro, em pedras e em madeira, em púrpura, em azul, em
linho fino, e em carmesim, e é hábil para toda obra de buril, e para toda
espécie de engenhosas invenções; para que lhe seja designado um lugar juntamente
com os teus peritos, e com os peritos de teu pai Davi, meu senhor.
15.
Agora mande meu senhor para os seus servos o trigo, a cevada, o azeite, e o
vinho, de que falou;
16. e nós cortaremos tanta madeira do Líbano
quanta precisares, e a levaremos em jangadas pelo mar até Jope, e tu mandarás
transportá-la para Jerusalém.
17. Salomão contou todos os estrangeiros
que havia na terra de Israel, segundo o recenseamento que seu pai Davi fizera; e
acharam-se cento e cinqüenta e três mil e seiscentos.
18. E deles
separou setenta mil para servirem de carregadores, e oitenta mil para cortarem
madeira na montanha, como também três mil e seiscentos inspetores para fazerem
trabalhar o povo.
[II Crônicas 3]II Crônicas
3
1. Então Salomão começou a edificar a casa do Senhor
em Jerusalém, no monte Moriá, onde o Senhor aparecera a Davi, seu pai, no lugar
que Davi tinha preparado na eira de Ornã, o jebuseu.
2. Começou a
edificar no segundo dia do segundo mês, no quarto ano do seu
reinado.
3. Estes foram os fundamentos que Salomão pôs para edificar a
casa de Deus. O comprimento em côvados, segundo a primitiva medida, era de
sessenta côvados, e a largura de vinte côvados:
4. O pórtico que
estava na frente tinha vinte côvados de comprimento, correspondendo à largura da
casa, e a altura era de cento e vinte; e por dentro o revestiu de ouro
puro.
5. A câmara maior forrou com madeira de cipreste e a cobriu de
ouro fino, no qual gravou palmas e cadeias.
6. Para ornamento
guarneceu a câmara de pedras preciosas; e o ouro era ouro de
Parvaim.
7. Também revestiu de ouro as traves e os umbrais, bem como
as paredes e portas da câmara, e lavrou querubins nas paredes.
8. Fez
também a câmara santíssima, cujo comprimento era de vinte côvados,
correspondendo à largura da casa, e a sua largura era de vinte côvados; e a
revestiu de ouro fino, do peso de seiscentos talentos.
9. O peso dos
pregos era de cinqüenta siclos de ouro. Também revestiu de ouro os
cenáculos.
10. Também fez na câmara santíssima dois querubins de
madeira, e os cobriu de ouro.
11. As asas dos querubins tinham vinte
côvados de comprimento: uma asa de um deles, tendo cinco côvados, tocava na
parede da casa, e a outra asa, tendo também cinco côvados, tocava na asa do
outro querubim;
12. também a asa deste querubim, tendo cinco côvados,
tocava na parede da casa, e a outra asa, tendo igualmente cinco côvados, estava
unida à asa do primeiro querubim.
13. Assim as asas destes querubins
se estendiam por vinte côvados; eles estavam postos em pé, com os rostos virados
para a câmara.
14. Também fez o véu de azul, púrpura, carmesim e linho
fino; e fez bordar nele querubins.
15. Diante da casa fez duas colunas
de trinta e cinco côvados de altura; e o capitel que estava sobre cada uma era
de cinco côvados.
16. Também fez cadeias no oráculo, e as pôs sobre o
alto das colunas; fez também cem romãs, as quais pôs nas cadeias.
17.
E levantou as colunas diante do templo, uma à direita, e outra à esquerda; e
chamou o nome da que estava à direita Jaquim, e o nome da que estava à esquerda
Boaz.
[II Crônicas 4]II Crônicas
4
1. Além disso fez um altar de bronze de vinte côvados
de comprimento, vinte de largura e dez de altura.
2. Fez também o mar
de fundição; era redondo e media dez côvados duma borda à outra, cinco de altura
e trinta de circunferência.
3. Por baixo da borda figuras de bois que
cingiam o mar ao redor, dez em cada côvado, contornando-o todo; os bois estavam
em duas fileiras e foram fundidos juntamente com o mar.
4. O mar
estava assentado sobre doze bois, três dos quais olhavam para o norte, três para
o ocidente, três para o sul, e três para o oriente; e o mar estava posto sobre
os bois, cujas ancas estavam todas para a banda de dentro.
5. Tinha
quatro dedos de grossura; e a sua borda foi feita como a borda dum copo, como a
flor dum lírio; e cabiam nele mais de três mil batos.
6. Fez também
dez pias; e pôs cinco à direita e cinco à esquerda, para lavarem nelas; isto é,
lavaram nelas o que pertencia ao holocausto. Porém o mar era para os sacerdotes
se lavarem nele.
7. E fez dez castiçais de ouro, segundo o que fora
ordenado a respeito deles, e pô-los no templo, cinco à direita e cinco à
esquerda.
8. Também fez dez mesas, e pô-las no templo, cinco à direita
e cinco à esquerda; e fez ainda cem bacias de ouro.
9. Fez mais o
átrio dos sacerdotes, e o átrio grande, e as suas portas, as quais revestiu de
bronze.
10. E pôs o mar ao lado direito da casa, a
sudeste.
11. Hurão fez ainda as caldeiras, as pás e as bacias. Assim
completou Hurão a obra que fazia para o rei Salomão na casa de
Deus:
12. as duas colunas, os globos, e os dois capitéis no alto das
colunas; as duas redes para cobrir os dois globos dos capitéis que estavam no
alto das colunas;
13. e as quatrocentas romãs para as duas redes, duas
fileiras de romãs para cada rede, para cobrirem os dois globos dos capitéis que
estavam em cima das colunas.
14. Também fez as bases, e as pias sobre
as bases;
15. o mar, e os doze bois debaixo dele.
16.
Semelhantemente as caldeiras, as pás, os garfos e todos os vasos, os fez
Hurão-Abi de bronze luzente para o rei Salomão, para a casa do
Senhor.
17. Na campina do Jordão os fundiu o rei, na terra argilosa
entre Sucote e Zeredá.
18. Salomão fez todos estes vasos em grande
abundância, de sorte que o peso do bronze não se podia averiguar.
19.
Assim fez Salomão todos os vasos que eram para a casa de Deus, o altar de ouro,
as mesas para os pães da proposição,
20. os castiçais com as suas
lâmpadas, de ouro puro, para arderem perante o oráculo, segundo a
ordenança;
21. as flores, as lâmpadas e as tenazes, de ouro
puríssimo,
22. como também as espevitadeiras, as bacias, as colheres e
os braseiros, de ouro puro. Quanto à entrada da casa, tanto as portas internas,
do lugar santíssimo, como as portas da casa, isto é, do santuário, eram de
ouro.
[II Crônicas 5]II Crônicas
5
1. Assim se completou toda a obra que Salomão fez
para a casa do Senhor. Então trouxe Salomão as coisas que seu pai Davi tinha
consagrado, a saber, a prata, e ouro e todos os vasos, e os pôs nos tesouros da
casa de Deus.
2. Então Salomão congregou em Jerusalém os anciãos de
Israel, e todos as cabeças das tribos, os chefes das casas paternas dos filhos
de Israel, para fazerem subir da cidade de Davi, que é Sião, a arca do pacto do
Senhor.
3. E todos os homens de Israel se congregaram ao rei na festa,
no sétimo mês.
4. E, tendo chegado todos os anciãos de Israel; os
levitas levantaram a arca;
5. e fizeram subir a arca, a tenda da
revelação e todos os utensílios sagrados que estavam na tenda; os sacerdotes
levitas os levaram.
6. Então o rei Salomão e toda a congregação de
Israel, que se havia reunido a ele diante da arca, sacrificavam carneiros e
bois, que não se podiam contar nem numerar por causa da sua
multidão.
7. Assim trouxeram os sacerdotes a arca do pacto do Senhor
para o seu lugar, no oráculo da casa, no lugar santíssimo, debaixo das asas dos
querubins.
8. Porque os querubins estendiam as asas sobre o lugar da
arca, cobrindo a arca e os seus varais:
9. Os varais eram tão
compridos que as suas pontas se viam perante o oráculo, mas não se viam de fora;
e ali tem estado a arca até o dia de hoje.
10. Na arca não havia coisa
alguma senão as duas tábuas que Moisés ali tinha posto em Horebe, quando o
Senhor fez um pacto com os filhos de Israel, ao saíram eles do
Egito.
11. Quando os sacerdotes saíram do lugar santo (pois todos os
sacerdotes que se achavam presentes se tinham santificado, sem observarem a
ordem das suas turmas;
12. também os levitas que eram cantores, todos
eles, a saber, Asafe, Remã, Jedútum e seus filhos, e seus irmãos, vestidos de
linho fino, com címbalos, com alaúdes e com harpas, estavam em pé ao lado
oriental do altar, e juntamente com eles cento e vinte sacerdotes, que tocavam
as trombetas) ,
13. quando os trombeteiros e os cantores estavam
acordes em fazerem ouvir uma só voz, louvando ao Senhor e dando-lhe graças, e
quando levantavam a voz com trombetas, e címbalos, e outros instrumentos de
música, e louvavam ao Senhor, dizendo: Porque ele é bom, porque a sua
benignidade dura para sempre; então se encheu duma nuvem a casa, a saber, a casa
do Senhor,
14. de modo que os sacerdotes não podiam ter-se em pé, para
ministrar, por causa da nuvem; porque a glória do Senhor encheu a casa de
Deus.
[II Crônicas 6]II Crônicas
6
1. Então disse Salomão: O Senhor disse que habitaria
nas trevas.
2. E eu te construí uma casa para morada, um lugar para a
tua eterna habitação.
3. Então o rei virou o rosto e abençoou toda a
congregação de Israel; e toda a congregação estava em pé.
4. E ele
disse: Bendito seja o Senhor Deus de Israel, que pelas suas mãos cumpriu o que
falou pela sua boca a Davi, meu pai, dizendo:
5. Desde o dia em que
tirei o meu povo da terra do Egito não escolhi cidade alguma de todas as tribos
de Israel, para edificar nela uma casa em que estivesse o meu nome, nem escolhi
homem algum para ser chefe do meu povo Israel;
6. mas escolhi
Jerusalém para que ali estivesse o meu nome; e escolhi Davi para que estivesse
sobre o meu povo Israel.
7. Davi, meu pai, teve no seu coração o
propósito de edificar uma casa ao nome do Senhor, Deus de Israel.
8.
Mas o Senhor disse a Davi, meu pai: Porquanto tiveste no teu coração o propósito
de edificar uma casa ao meu nome, fizeste bem em ter isto no teu
coração.
9. Contudo tu não edificarás a casa, mas teu filho, que há de
proceder de teus lombos, esse edificará a casa ao meu nome.
10. Assim
cumpriu o Senhor a palavra que falou; pois eu me levantei em lugar de Davi, meu
pai, e me assentei sobre o trono de Israel, como prometeu o Senhor, e edifiquei
a casa ao nome do Senhor, Deus de Israel.
11. E pus nela a arca, em
que está o pacto que o Senhor fez com os filhos de Israel.
12. Depois
Salomão se colocou diante do altar do Senhor, na presença de toda a congregação
de Israel, e estendeu as mãos
13. (pois Salomão tinha feito uma
plataforma de bronze, de cinco côvados de comprimento, cinco de largura e três
de altura, a qual tinha posto no meio do átrio; a ela assomou e, pondo-se de
joelhos perante toda a congregação de Israel, estendeu as mãos para o
céu),
14. e disse: Ó Senhor, Deus de Israel, não há, nem no céu nem na
terra, Deus semelhante a ti, que guardas o pacto e a beneficência para com os
teus servos que andam perante ti de todo o seu coração;
15. que
cumpriste ao teu servo Davi, meu pai, o que lhe falaste; sim, pela tua boca o
disseste, e pela tua mão o cumpriste, como se vê neste dia.
16. Agora,
pois, Senhor, Deus de Israel, cumpre ao teu servo Davi, meu pai, o que lhe
promete-te, dizendo: Nunca te faltará varão diante de mim, que se assente sobre
o trono de Israel; tão somente que teus filhos guardem o seu caminho para
andarem na minha lei, como tu andaste diante de mim.
17. Agora pois,
Senhor, Deus de Israel, confirme-se a tua palavra, que falaste ao teu servo
Davi.
18. Mas, na verdade, habitará Deus com os homens na terra? Eis
que o céu e o céu dos céus não te podem conter; quanto menos esta casa que tenho
edificado!
19. Contudo, atende à oração e à súplica do teu servo, ó
Senhor meu Deus, para ouvires o clamor e a oração que o teu servo faz diante de
ti;
20. que dia e noite estejam os teus olhos abertos para esta casa,
sim, para o lugar de que disseste que ali porias o teu nome; para ouvires a
oração que o teu servo fizer neste lugar.
21. Ouve as súplicas do teu
servo, e do teu povo Israel, que fizerem neste lugar; sim, ouve do lugar da tua
habitação, do céu; e, ouvindo, perdoa.
22. Se alguém pecar contra o
seu próximo, e lhe for exigido que jure, e ele vier jurar perante o teu altar,
nesta casa,
23. ouve então do céu, age, e julga os teus servos: paga
ao culpado, fazendo recair sobre a sua cabeça o seu proceder, e justifica ao
reto, retribuindo-lhe segundo a sua retidão.
24. Se o teu povo Israel
for derrotado diante do inimigo, por ter pecado contra ti; e eles se
converterem, e confessarem o teu nome, e orarem e fizerem súplicas diante de ti
nesta casa,
25. ouve então do céu, e perdoa os pecados do teu povo
Israel, e torna a levá-los para a terra que lhes deste a eles e a seus
pais.
26. Se o céu se fechar e não houver chuva, por terem pecado
contra ti; se orarem, voltados para este lugar, e confessarem o teu nome, e se
converterem dos seus pecados, quando tu os afligires,
27. ouve então
do céu, e perdoa o pecado dos teus servos, e do teu povo Israel, ensinando-lhes
o bom caminho, em que devem andar, envia chuva sobre a tua terra, que deste ao
teu povo em herança.
28. Se houver na terra fome ou peste, se houver
crestamento ou ferrugem, gafanhotos ou lagarta; se os seus inimigos os cercarem
nas suas cidades; seja qual for a praga ou doença que houver;
29. toda
oração e toda súplica que qualquer homem ou todo o teu povo Israel fizer,
conhecendo cada um a sua praga e a sua dor, e estendendo as suas mãos para esta
casa,
30. ouve então do céu, lugar da tua habitação, e perdoa, e dá a
cada um conforme todos os seus caminhos, segundo vires o seu coração (pois tu,
só tu conheces o coração dos filhos dos homens)
31. para que te temam
e andem nos teus caminhos todos os dias que viverem na terra que deste a nossos
pais.
32. Assim também ao estrangeiro, que não é do teu povo Israel,
quando vier de um país remoto por amor do teu grande nome, da tua mão poderosa e
do teu braço estendido, vindo ele e orando nesta casa,
33. ouve então
do céu, lugar da tua habitação, e faze conforme tudo o que o estrangeiro te
suplicar, a fim de que todos os povos da terra conheçam o teu nome, e te temam
como o teu povo Israel, e saibam que pelo teu nome é chamada esta casa que
edifiquei.
34. Se o teu povo sair à guerra contra os seus inimigos,
seja qual for o caminho por que os enviares, e orarem a ti, voltados para esta
cidade que escolheste e para a casa que edifiquei ao teu nome,
35.
ouve então do céu a sua oração e a sua súplica, e defende a sua
causa.
36. Se pecarem contra ti (pois não há homem que não peque), e
tu te indignares contra eles, e os entregares ao inimigo, de modo que os levem
em cativeiro para alguma terra, longínqua ou próxima;
37. se na terra
para onde forem levados em cativeiro caírem em si, e se converterem, e na terra
do seu cativeiro te suplicarem, dizendo: Pecamos, cometemos iniqüidade,
procedemos perversamente;
38. se eles se arrependerem de todo o seu
coração e de toda a sua alma, na terra do seu cativeiro, a que os tenham levado
cativos, e orarem voltados para a sua terra, que deste a seus pais, e para a
cidade que escolheste, e para a casa que edifiquei ao teu nome,
39.
ouve então do céu, lugar da tua habitação, a sua oração e as suas súplicas,
defende a sua causa e perdoa ao teu povo que houver pecado contra
ti.
40. Agora, ó meu Deus, estejam os teus olhos abertos, e os teus
ouvidos atentos à oração que se fizer neste lugar.
41. Levanta-te pois
agora, Senhor Deus, e vem para o lugar do teu repouso, tu e a arca da tua
fortaleza; sejam os teus sacerdotes, ó Senhor Deus, vestidos de salvação, e os
teus santos se regozijem no bem.
42. Senhor Deus, não faças virar o
rosto do teu ungido; lembra-te das tuas misericórdias para com teu servo
Davi!
[II Crônicas 7]II Crônicas
7
1. Tendo Salomão acabado de orar, desceu fogo do céu
e consumiu o holocausto e os sacrifícios; e a glória do Senhor encheu a
casa.
2. E os sacerdotes não podiam entrar na casa do Senhor, porque a
glória do Senhor tinha enchido a sua casa.
3. E todos os filhos de
Israel, vendo descer o fogo, e a glória do Senhor sobre a casa, prostraram-se
com o rosto em terra sobre o pavimento, adoraram ao Senhor e lhe deram graças,
dizendo: Porque ele é bom; porque a sua benignidade dura para
sempre.
4. Então o rei e todo o povo ofereceram sacrifícios perante o
Senhor.
5. E o rei Salomão ofereceu em sacrifício vinte e dois mil
bois e cento e vinte mil ovelhas. Assim o rei e todo o povo consagraram a casa
de Deus.
6. Os sacerdotes estavam em pé nos seus postos, como também
os levitas com os instrumentos musicais do Senhor, que o rei Davi tinha feito
para dar graças ao Senhor (porque a sua benignidade dura para sempre), quando
Davi o louvava pelo ministério deles; e os sacerdotes tocavam trombetas diante
deles; e todo o Israel estava em pé.
7. Salomão consagrou também o
meio do átrio que estava diante da casa do Senhor; porquanto ali ele ofereceu os
holocaustos e a gordura das ofertas pacíficas; pois no altar de bronze que
Salomão tinha feito não cabiam o holocausto, e a oferta de cereais e a
gordura.
8. Assim naquele tempo celebrou Salomão a festa por sete
dias, e todo o Israel com ele, uma grande congregação, vinda desde a entrada de
Hamate e desde o rio do Egito.
9. E no oitavo dia celebraram uma
assembléia solene, pois haviam celebrado por sete dias a dedicação do altar, e
por sete dias a festa.
10. E, no vigésimo terceiro dia do sétimo, mês,
ele despediu o povo para as suas tendas, alegre e de bom ânimo pelo bem que o
Senhor tinha feito a Davi e a Salomão, e a seu povo Israel.
11. Assim
Salomão acabou a casa do Senhor e a casa do rei; tudo quanto Salomão intentara
fazer na casa do Senhor e na sua própria casa, ele o realizou com
êxito.
12. E o Senhor apareceu de noite a Salomão e lhe disse: Eu ouvi
a tua oração e escolhi para mim este lugar para casa de
sacrifício.
13. Se eu cerrar o céu de modo que não haja chuva, ou se
ordenar aos gafanhotos que consumam a terra, ou se enviar a peste entre o meu
povo;
14. e se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e
orar, e buscar a minha face, e se desviar dos seus maus caminhos, então eu
ouvirei do céu, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua
terra.
15. Agora estarão abertos os meus olhos e atentos os meus
ouvidos à oração que se fizer neste lugar.
16. Pois agora escolhi e
consagrei esta casa, para que nela esteja o meu nome para sempre; e nela estarão
fixos os meus olhos e o meu coração perpetuamente.
17. E, quanto a ti,
se andares diante de mim como andou Davi, teu pai, fazendo conforme tudo o que
te ordenei, guardando os meus estatutos e as minhas ordenanças,
18.
então confirmarei o trono do teu reino, conforme o pacto que fiz com Davi, teu
pai, dizendo: Não te faltará varão que governe em Israel.
19. Mas se
vos desviardes, e deixardes os meus estatutos e os meus mandamentos, que vos
tenho proposto, e fordes, e servirdes a outros deuses, e os
adorardes,
20. então vos arrancarei da minha terra que vos dei; e esta
casa que consagrei ao meu nome, lançá-la-ei da minha presença, e farei com que
ela seja por provérbio e motejo entre todos os povos.
21. E desta
casa, que é tão exaltada, se espantará qualquer que por ela passar, e dirá: Por
que fez o Senhor assim a esta terra e a esta casa.
22. E lhe
responderão: Porquanto deixaram ao Senhor Deus de seus pais, que os tirou da
terra do Egito, e se apegaram a outros deuses, e os adoraram e os serviram; por
isso trouxe sobre eles todo este mal
[II Crônicas 8]II
Crônicas 8
1. Ao fim de vinte anos, nos quais Salomão
tinha edificado a casa do Senhor e a sua própria casa
2. Salomão
edificou as casas que Salomão tinha dado, e fez habitar nelas os filhos de
Israel.
3. Depois foi Salomão a Hamate-Zobá, e apoderou-se
dela.
4. E edificou Tadmor no deserto, e todas as cidades-armazéns,
que edificou em Hamate.
5. Edificou também Bete-Horom, tanto a alta
como a baixa, cidades fortes, com muros, portas e ferrolhos;
6. como
também Baalate, e todas as cidades-armazéns que Salomão tinha, e todas as
cidades para os seus carros e as cidades para os seus cavaleiros, e tudo quanto
Salomão desejava edificar em Jerusalém, no Líbano e em toda a terra do seu
domínio.
7. Quanto a todo o povo que tinha ficado dos heteus, dos
amorreus, dos perizeus, dos heveus e dos jebuseus, os quais não eram de
Israel;
8. a seus filhos, que ficaram depois deles na terra, os quais
os filhos de Israel não destruíram, Salomão lhes impôs tributo de trabalho
forçado, até o dia de hoje.
9. Mas dos filhos de Israel Salomão não
fez escravo algum para a sua obra; porém eram homens de guerra, chefes dos seus
capitães, e chefes dos seus carros e dos seus cavaleiros.
10. Estes
eram os chefes dos oficiais que o rei Salomão tinha, duzentos e cinqüenta; que
presidiam sobre o seu povo.
11. E Salomão levou a filha do Faraó da
cidade de Davi para a casa que lhe edificara; pois disse: Minha mulher não
morará na casa de Davi, rei de Israel, porquanto os lugares nos quais entrou a
arca do Senhor são santos.
12. Então Salomão ofereceu holocaustos ao
Senhor, sobre o altar do Senhor, que edificara diante do pórtico;
13.
e isto segundo o dever de cada dia, fazendo ofertas segundo o mandamento de
Moisés, nos sábados e nas luas novas, e nas três festas anuais, a saber: na
festa dos pães ázimos, na festa das semanas, e na festa dos
tabernáculos.
14. Também, conforme a ordem de Davi, seu pai, designou
as turmas dos sacerdotes para os seus cargos, como também os levitas para os
seus cargos, para louvarem a Deus e ministrarem diante dos sacerdotes, como
exigia o dever de cada dia, e ainda os porteiros, pelas suas turmas, a cada
porta; pois assim tinha mandado Davi, o homem de Deus.
15. E os
sacerdotes e os levitas não se desviaram do que lhes mandou o rei, em negócio
nenhum, especialmente no tocante aos tesouros.
16. Assim se executou
toda a obra de Salomão, desde o dia em que se lançaram os fundamentos da casa do
Senhor, até se acabar. Deste modo se completou a casa do Senhor.
17.
Então Salomão foi a Eziom-Geber, e a Elote, à praia do mar, na terra de
Edom.
18. E Hurão, por meio de seus servos, enviou-lhe navios, e
servos práticos do mar; e eles foram com os servos de Salomão a Ofir, e de lá
tomaram quatrocentos e cinqüenta talentos de ouro, e os trouxeram ao rei
Salomão.
[II Crônicas 9]II Crônicas
9
1. Tendo a rainha de Sabá ouvido da fama de Salomão,
veio a Jerusalém para prová-lo por enigmas; trazia consigo uma grande comitiva,
e camelos carregados de especiarias, e ouro em abundância, e pedras preciosas; e
vindo ter com Salomão, falou com ele de tudo o que tinha no seu
coração.
2. E Salomão lhe respondeu a todas as perguntas; não houve
nada que Salomão não lhe soubesse explicar.
3. Vendo, pois, a rainha
de Sabá a sabedoria de Salomão, e a casa que ele edificara,
4. e as
iguarias da sua mesa, e o assentar dos seus oficiais, e as funções e os trajes
dos seus servos, e os seus copeiros e os trajes deles, e os holocaustos que ele
oferecia na casa do Senhor, ficou estupefata.
5. Então disse ao rei:
Era verdade o que ouvi na minha terra acerca dos teus feitos e da tua
sabedoria.
6. Todavia eu não o acreditava, até que vim e os meus olhos
o viram; e eis que não me contaram metade da grandeza da tua sabedoria;
sobrepujaste a fama que ouvi.
7. Bem-aventurados os teus homens!
Bem-aventurados estes teus servos, que estão sempre diante de ti, e ouvem a tua
sabedoria!
8. Bendito seja o Senhor teu Deus, que se agradou de ti,
colocando-te sobre o seu trono, para ser rei pelo Senhor teu Deus! Porque teu
Deus amou a Israel, para o estabelecer perpetuamente, por isso te constituiu rei
sobre eles, para executares juízo e justiça.
9. Então ela deu ao rei
cento e vinte talentos de ouro, e especiarias em grande abundância, e pedras
preciosas; e nunca houve tais especiarias quais a rainha de Sabá deu ao rei
Salomão.
10. Também os servos de Hurão, e os servos de Salomão, que de
Ofir trouxeram ouro, trouxeram madeira de algumins, e pedras
preciosas.
11. E o rei fez, da madeira de algumins, degraus para a
casa do Senhor e para a casa do rei, como também harpas e alaúdes para os
cantores, quais nunca dantes se viram na terra de Judá.
12. E o rei
Salomão deu à rainha de Sabá tudo quanto ela desejou, tudo quanto lhe pediu,
excedendo mesmo o que ela trouxera ao rei. Assim voltou e foi para a sua terra,
ela e os seus servos.
13. Ora, o peso do ouro que se trazia cada ano a
Salomão era de seiscentos e sessenta e seis talentos,
14. afora o que
os mercadores e negociantes traziam; também todos os reis da Arábia, e os
governadores do país traziam a Salomão ouro e prata.
15. E o rei
Salomão fez duzentos paveses de ouro batido, empregando em cada pavês seiscentos
siclos de ouro batido;
16. como também trezentos escudos de ouro
batido, empregando em cada escudo trezentos siclos de ouro. E o rei os depositou
na casa do bosque do Líbano.
17. Fez mais o rei um grande trono de
marfim, e o revestiu de ouro puro.
18. O trono tinha seis degraus e um
estrado de ouro, que eram ligados ao trono, e de ambos os lados tinha braços
junto ao lugar do assento, e dois leões de pé junto aos braços.
19. E
havia doze leões em pé de um e outro lado sobre os seis degraus; outro tal não
se fizera em reino algum.
20. Também todos os vasos de beber do rei
Salomão eram de ouro, e todos os utensílios da casa do bosque do Líbano, de ouro
puro; a prata reputava-se sem valor nos dias de Salomão.
21. Pois o
rei tinha navios que iam a Társis com os servos de Hurão; de três em três anos
os navios voltavam de Társis, trazendo ouro, prata, marfim, bugios e
pavões.
22. Assim excedeu o rei Salomão todos os reis da terra, em
riqueza e em sabedoria.
23. E todos os reis da terra buscavam a
presença de Salomão para ouvirem a sabedoria que Deus lhe tinha posto no
coração.
24. Cada um trazia o seu presente, vasos de prata, vasos de
ouro, vestidos, armaduras, especiarias, cavalos e mulos, uma quota de ano em
ano.
25. Teve também Salomão quatro mil manjedouras para os cavalos de
seus carros, doze mil cavaleiros; e os colocou nas cidades dos carros, e junto
ao rei em Jerusalém.
26. Ele dominava sobre todos os reis, desde o Rio
Eufrates até a terra dos filisteus, e até o termo do Egito.
27. Também
o rei tornou a prata tão comum em Jerusalém como as pedras, e os cedros tantos
em abundância como os sicômoros que há na baixada.
28. E cavalos eram
trazidos a Salomão do Egito e de todas as terras.
29. Ora, o restante
dos atos de Salomão, desde os primeiros até os últimos, porventura não estão
escritos na história de Natã, o profeta, e na profecia de Aías, o silonita, e
nas visões de Ido, o vidente, acerca de Jeroboão, filho de Nebate?
30.
Salomão reinou em Jerusalém quarenta anos sobre todo o Israel.
31. E
dormiu com seus pais, e foi sepultado na cidade de Davi, seu pai. E Roboão, seu
filho, reinou em seu lugar.
[II Crônicas 10]II Crônicas
10
1. Roboão foi a Siquém, pois todo o Israel se
congregara ali para fazê-lo rei.
2. E Jeroboão, filho de Nebate, que
estava então no Egito para onde fugira da presença do rei Salomão, ouvindo isto,
voltou do Egito.
3. E mandaram chamá-lo; Jeroboão e todo o Israel
vieram e falaram a Roboão, dizendo:
4. Teu pai fez duro o nosso jugo;
agora, pois, alivia a dura servidão e o pesado jugo que teu pai nos impôs, e nós
te serviremos.
5. Ele lhes respondeu: Daqui a três dias tornai a mim.
Então o povo se foi.
6. E teve o rei Roboão conselho com os anciãos,
que tinham assistido diante de Salomão, seu pai, quando este ainda vivia, e
perguntou-lhes: Como aconselhais vós que eu responda a este povo?
7.
Eles lhe disseram: Se te fizeres benigno para com este povo, e lhes agradares, e
lhes falares boas palavras, então eles serão teus servos para
sempre.
8. Mas ele deixou o conselho que os anciãos lhe deram, e teve
conselho com os jovens que haviam crescido com ele, e que assistiam diante
dele.
9. Perguntou-lhes: Que aconselhais vós que respondamos a este
povo que me falou, dizendo: Alivia o jugo que teu pai nos impôs?
10. E
os jovens que haviam crescido com ele responderam-lhe Assim dirás a este povo,
que te falou, dizendo: Teu pai fez pesado nosso jugo, mas tu o alivia de sobre
nós; assim lhe falarás: o meu dedo mínimo é mais grosso do que os lombos de meu
pai.
11. Assim que, se meu pai vos carregou dum jugo pesado, eu ainda
aumentarei o vosso jugo; meu pai vos castigou com açoites; eu, porém, vos
castigarei com escorpiões.
12. Veio, pois, Jeroboão com todo o povo a
Roboão, ao terceiro dia, como o rei havia ordenado, dizendo: Voltai a mim ao
terceiro dia.
13. E o rei Roboão lhes respondeu asperamente e,
deixando o conselho dos anciãos,
14. falou-lhes conforme o conselho
dos jovens, dizendo: Meu pai fez pesado o vosso jugo, mas eu lhe acrescentarei
mais; meu pai vos castigou com açoites, mas eu vos castigarei com
escorpiões.
15. O rei, pois, não deu ouvidos ao povo; porque esta
mudança vinha de Deus, para que o Senhor confirmasse a sua palavra, a qual
falara por intermédio de Aías, o silonita, a Jeroboão, filho de
Nebate.
16. Vendo, pois, todo o Israel que o rei não lhe dava ouvidos,
respondeu-lhe dizendo: Que parte temos nós em Davi? Não temos herança no filho
de Jessé: Cada um as suas tendas, ó Israel! Agora olha por tua casa, ó Davi!
Então todo o Israel se foi para as suas tendas:
17. (Mas quanto aos
filhos de Israel que habitavam nas cidades de Judá, sobre eles reinou
Roboão.)
18. Então o rei Roboão enviou-lhes Hadorão, que estava sobre
a leva de tributários servis; mas os filhos de Israel o apedrejaram, de modo que
morreu. E o rei Roboão se apressou a subir para o seu carro, e fugiu para
Jerusalém.
19. Assim se rebelou Israel contra a casa de Davi, até o
dia de hoje.
[II Crônicas 11]II Crônicas
11
1. Tendo Roboão chegado a Jerusalém, convocou da
casa de Judá e Benjamim cento e oitenta mil escolhidos, destros na guerra, para
pelejarem contra Israel a fim de restituírem o reino a Roboão.
2.
Veio, porém, a palavra do Senhor a Semaías, homem de Deus, dizendo:
3.
Fala a Roboão, filho de Salomão, rei de Judá, e a todo o Israel em Judá e
Benjamim, dizendo:
4. Assim diz o Senhor: Não subireis, nem pelejareis
contra os vossos irmãos; volte cada um à sua casa, porque de mim proveio isto.
Ouviram, pois, a palavra do Senhor, e desistiram de ir contra
Jeroboão.
5. E Roboão habitou em Jerusalém, e edificou em Judá cidades
para fortalezas.
6. Edificou, pois, Belém, Etã, Tecoa,
7.
Bete-Zur, Socó, Adulão,
8. Gate, Maressa, Zife,
9. Adoraim,
Laquis, Azeca,
10. Zorá, Aijalom e Hebrom, que estão em Judá e em
Benjamim, cidades fortes.
11. Fortificou estas cidades e pôs nelas
capitães, e armazéns de víveres, de azeite e de vinho.
12. E pôs em
cada cidade paveses e lanças, e fortificou-as grandemente, de sorte que reteve
Judá e Benjamim.
13. Também os sacerdotes e os levitas que havia em
todo o Israel recorreram a ele de todos os seus termos.
14. Pois os
levitas deixaram os seus arrabaldes e a sua possessão, e vieram para Judá e para
Jerusalém, porque Jeroboão e seus filhos os lançaram fora, para que não
exercessem o ofício sacerdotal ao Senhor;
15. e Jeroboão constituiu
para si sacerdotes, para os altos, e para os demônios, e para os bezerros que
fizera.
16. Além desses, de todas as tribos de Israel, os que
determinaram no seu coração buscar ao Senhor Deus de Israel, também vieram a
Jerusalém, para oferecerem sacrifícios ao Senhor Deus de seus
pais.
17. Assim fortaleceram o reino de Judá e corroboraram a Roboão,
filho de Salomão, por três anos; porque durante três anos andaram no caminho de
Davi e Salomão.
18. Roboão tomou para si, por mulher, a Maalate, filha
de Jerimote, filho de Davi; e a Abiail, filha de Eliabe, filho de
Jessé,
19. a qual lhe deu os filhos Jeús, Semarias e
Zaã.
20. Depois dela tomou a Maacá, filha de Absalão; esta lhe deu
Abias, Atai, Ziza e Selomite.
21. Amava Roboão a Maacá, filha de
Absalão, mais do que a todas as suas outras mulheres e concubinas; pois tinha
tomado dezoito mulheres e sessenta concubinas, e gerou vinte e oito filhos e
sessenta filhas.
22. E Roboão designou Abias, filho de Maacá, chefe e
príncipe entre os seus irmãos, porque queria fazê-lo rei.
23. Também
usou de prudência, distribuindo todos os seus filhos por entre todas as terras
de Judá e Benjamim, por todas as cidades fortes; e deu-lhes víveres em
abundância, e procurou para eles muitas mulheres.
[II Crônicas 12]II Crônicas 12
1. E sucedeu que, quando
ficou estabelecido o reino de Roboão, e havendo o rei se tornado forte, ele
deixou a lei do Senhor, e com ele todo o Israel.
2. Pelo que, no
quinto ano da rei Roboão, Sisaque, rei do Egito, subiu contra Jerusalém (porque
eles tinham transgredido contra o Senhor)
3. com mil e duzentos carros
e sessenta mil cavaleiros; era inumerável a gente que vinha com ele do Egito:
líbios, suquitas e etíopes;
4. E tomou as cidades fortificadas de
Judá, e chegou até Jerusalém.
5. Então Semaías, o profeta, foi ter com
Roboão e com os príncipes de Judá que se tinham ajuntado em Jerusalém por causa
de Sisaque, e disse-lhes: Assim diz o Senhor: Vós me deixastes a mim, pelo que
eu também vos deixei na mão de Sisaque.
6. Então se humilharam os
príncipes de Israel e o rei, e disseram: O Senhor é justo.
7. Quando,
pois, o Senhor viu que se humilhavam, veio a palavra do Senhor a Semaías,
dizendo: Humilharam-se, não os destruirei; mas dar-lhes-ei algum socorro, e o
meu furor não será derramado sobre Jerusalém por mão de Sisaque.
8.
Todavia eles lhe serão servos, para que conheçam a diferença entre a minha
servidão e a servidão dos reinos da terra.
9. Subiu, pois, Sisaque,
rei do Egito, contra Jerusalém, e levou os tesouros da casa do Senhor, e os
tesouros da casa do rei; levou tudo. Levou até os escudos de ouro que Salomão
fizera.
10. E o rei Roboão fez em lugar deles escudos de bronze, e os
entregou na mão dos capitães da guarda, que guardavam a porta da casa do
rei.
11. E todas as vezes que o rei entrava na casa do Senhor, vinham
os da guarda e os levavam; depois tornavam a pô-los na câmara da
guarda.
12. E humilhando-se ele, a ira do Senhor se desviou dele, de
modo que não o destruiu de todo; porque ainda havia coisas boas em
Judá.
13. Fortaleceu-se, pois, o rei Roboão em Jerusalém, e reinou.
Roboão tinha quarenta e um anos quando começou a reinar, e reinou dezessete anos
em Jerusalém, a cidade que o Senhor escolhera dentre todas as tribos de Israel,
para pôr ali o seu nome. E era o nome de sua mãe Naamá, a amonita.
14.
Ele fez o que era mau, porquanto não dispôs o seu coração para buscar ao
Senhor.
15. Ora, os atos de Roboão, desde os primeiros até os últimos,
porventura não estão escritos nas histórias de Semaías, o profeta, e de Ido, o
vidente, na relação das genealogias? Houve guerra entre Roboão e Jeroboão por
todos os seus dias.
16. E Roboão dormiu com seus pais, e foi sepultado
na cidade de Davi. E Abias, seu filho, reinou em seu lugar.
[II Crônicas
13]II Crônicas 13
1. No ano décimo
oitavo do rei Jeroboão começou Abias a reinar sobre Judá.
2. Três anos
reinou em Jerusalém; o nome de sua mãe era Micaías, filha de Uriel de Gibeá. E
houve guerra entre Abias e Jeroboão.
3. Abias dispôs-se para a peleja
com um exército de varões valentes, quatrocentos mil homens escolhidos; e
Jeroboão dispôs contra ele a batalha com oitocentos mil homens escolhidos, todos
homens valentes.
4. Então Abias pôs-se em pé em cima do monte
Zemaraim, que está na região montanhosa de Efraim, e disse: Ouvi-me, Jeroboão e
todo o Israel:
5. Porventura não vos convém saber que o Senhor Deus de
Israel deu para sempre a Davi a soberania sobre Israel, a ele e a seus filhos,
por um pacto de sal?
6. Contudo levantou-se Jeroboão, filho de Nebate,
servo de Salomão, filho de Davi, e se rebelou contra seu senhor;
7. e
ajuntaram-se a ele homens vadios filhos de Belial, e fortaleceram-se contra
Roboão, filho de Salomão, sendo Roboão ainda moço e indeciso de coração, e não
podendo resistir-lhes.
8. E agora julgais poder resistir ao reino do
Senhor, que está na mão dos filhos de Davi, visto que sois uma grande multidão,
e tendes convosco os bezerros de ouro que Jeroboão vos fez para
deuses.
9. Não lançastes fora os sacerdotes do Senhor, filhos de Arão,
e os levitas, e não fizestes para vós sacerdotes, como o fazem os povos das
outras terras? Qualquer que vem a consagrar-se, trazendo um novilho e sete
carneiros, logo se faz sacerdote daqueles que não são deuses.
10. Mas,
quanto a nós, o Senhor é nosso Deus, e nunca o deixamos. Temos sacerdotes que
ministram ao Senhor, os quais são filhos de Arão, e os levitas para o seu
serviço.
11. Queimam perante o Senhor cada manhã e cada tarde
holocausto e incenso aromático; também dispõem os pães da proposição sobre a
mesa de ouro puro, e o castiçal de ouro e as suas lâmpadas para se acenderem
cada tarde; porque nós temos guardado os preceitos do Senhor nosso Deus; mas vós
o deixastes.
12. Eis que Deus está conosco, à nossa frente, como
também os seus sacerdotes com as trombetas, para tocarem alarme contra vós. O
filhos de Israel, não pelejeis contra o Senhor Deus de vossos pais; porque não
sereis bem sucedidos.
13. Jeroboão, porém, armou uma emboscada, para
dar sobre Judá pela retaguarda; de maneira que as suas tropas estavam em frente
de Judá e a emboscada por detrás.
14. Então os de Judá olharam para
trás, e eis que tinham de pelejar por diante e pela retaguarda; então clamaram
ao Senhor, e os sacerdotes tocaram as trombetas.
15. E os homens de
Judá deram o brado de guerra; e sucedeu que, bradando eles, Deus feriu Jeroboão
e todo o Israel diante de Abias e de Judá.
16. E os filhos de Israel
fugiram de diante de Judá, e Deus lhos entregou nas suas mãos.
17. De
maneira que Abias e o seu povo fizeram grande matança entre eles; pois que
caíram mortos de Israel quinhentos mil homens escolhidos.
18. Assim
foram humilhados os filhos de Israel naquele tempo, e os filhos de Judá
prevaleceram, porque confiaram no Senhor Deus de seus pais.
19. E
Abias foi perseguindo Jeroboão, e tomou-lhe cidades: Betel e seus arrabaldes,
Jesana e seus arrabaldes, e Efrom e seus arrabaldes.
20. Jeroboão não
recobrou mais a sua força nos dias de Abias; e o Senhor o feriu, e ele
morreu.
21. Abias, porém, se fortaleceu, e tomou para si catorze
mulheres, e teve vinte e dois filhos e dezesseis filhas.
22. O
restante dos atos de Abias, os seus caminhos e as suas palavras, estão escritos
no comentário do profeta Ido.
[II Crônicas 14]II
Crônicas 14
1. Abias dormiu com seus pais, e o
sepultaram na cidade de Davi. E Asa, seu filho, reinou em seu lugar; nos seus
dias a terra esteve em paz por dez anos.
2. E Asa fez o que era bom e
reto aos olhos do Senhor seu Deus;
3. removeu os altares estranhos, e
os altos, quebrou as colunas, cortou os aserins,
4. e mandou a Judá
que buscasse ao Senhor, Deus de seus pais, e que observasse a lei e o
mandamento.
5. Também removeu de todas as cidades de Judá os altos e
os altares de incenso; e sob ele o reino esteve em paz.
6. Edificou
cidades fortificadas em Judá; porque a terra estava em paz, e não havia guerra
contra ele naqueles anos, porquanto o Senhor lhe dera repouso.
7.
Disse, pois, a Judá: Edifiquemos estas cidades, e cerquemo-las de muros e
torres, portas e ferrolhos; a terra ainda é nossa porque buscamos ao Senhor
nosso Deus; nós o buscamos, e ele nos deu repouso de todos os lados. Edificaram,
pois, e prosperaram.
8. Ora, tinha Asa um exército de trezentos mil
homens de Judá, que traziam pavês e lança; e duzentos e oitenta mil de Benjamim,
que traziam escudo e atiravam com arco; todos estes eram homens
valentes.
9. E Zerá, o etíope, saiu contra eles, com um exército de um
milhão de homens, e trezentos carros, e chegou até Maressa.
10. Então
Asa saiu contra ele, e ordenaram a batalha no vale de Zefatá, junto a
Maressa.
11. E Asa clamou ao Senhor seu Deus, dizendo: Ó Senhor, nada
para ti é ajudar, quer o poderoso quer o de nenhuma força. Acuda-nos, pois, o
Senhor nosso Deus, porque em ti confiamos, e no teu nome viemos contra esta
multidão. Ó Senhor, tu és nosso Deus, não prevaleça contra ti o
homem.
12. E o Senhor desbaratou os etíopes diante de Asa e diante de
Judá; e os etíopes fugiram.
13. Asa e o povo que estava com ele os
perseguiram até Gerar; e caíram tantos dos etíopes que já não havia neles
resistência alguma; porque foram quebrantados diante do Senhor, e diante do seu
exército. Os homens de Judá levaram dali mui grande despojo.
14.
Feriram todas as cidades nos arredores de Gerar, porque veio sobre elas o terror
da parte do Senhor; e saquearam todas as cidades, pois havia nelas muito
despojo.
15. Também feriram as malhadas do gado, e levaram ovelhas em
abundância, e camelos, e voltaram para Jerusalém.
[II Crônicas 15]II Crônicas 15
1. Então veio o Espírito de
Deus sobre Azarias, filho de Odede,
2. que saiu ao encontro de Asa e
lhe disse: Ouvi-me, Asa, e todo o Judá e Benjamim: O Senhor está convosco,
enquanto vós estais com ele; se o buscardes, o achareis; mas se o deixardes, ele
vos deixará.
3. Ora, por muito tempo Israel esteve sem o verdadeiro
Deus, sem sacerdote que o ensinasse e sem lei.
4. Quando, porém, na
sua angústia voltaram para o Senhor, Deus de Israel, e o buscaram, o
acharam.
5. E naqueles tempos não havia paz nem para o que saia, nem
para o que entrava, mas grandes perturbações estavam sobre todos os habitantes
daquelas terras.
6. Pois nação contra nação e cidade contra cidade se
despedaçavam, porque Deus as conturbara com toda sorte de aflições.
7.
Vós, porém, esforçai-vos, e não desfaleçam as vossas mãos; porque a vossa obra
terá uma recompensa.
8. Asa, tendo ouvido estas palavras, e a profecia
do profeta filho de Odede, cobrou ânimo e lançou fora as abominações de toda a
terra de Judá e de Benjamim, como também das cidades que tomara na região
montanhosa de Efraim, e renovou o altar do Senhor, que estava diante do pórtico
do Senhor.
9. E congregou todo o Judá e Benjamim, e os de Efraim,
Manassés e Simeão que com eles peregrinavam; pois que muitos e Israel tinham
vindo a ele quando viram que o Senhor seu Deus era com ele.
10.
Ajuntaram-se em Jerusalém no terceiro mês, no décimo quinto ano do reinado de
Asa.
11. E no mesmo dia ofereceram em sacrifício ao Senhor, do despojo
que trouxeram, setecentos bois e sete mil ovelhas.
12. E entraram no
pacto de buscarem ao Senhor, Deus de seus pais, de todo o seu coração e de toda
a sua alma;
13. e de que todo aquele que não buscasse ao Senhor, Deus
de Israel, fosse morto, tanto pequeno como grande, tanto homem como
mulher.
14. E prestaram juramento ao Senhor em alta voz, com júbilo,
ao som de trombetas e buzinas.
15. E todo o Judá se alegrou deste
juramento; porque de todo o seu coração juraram, e de toda a sua vontade
buscaram ao Senhor, e o acharam; e o Senhor lhes deu descanso ao
redor.
16. O rei Asa depôs Maacá, sua mãe, para que não fosse mais
rainha, porquanto ela fizera um abominável ídolo para servir de Asera, ao qual
Asa derrubou e, despedaçando-o, o queimou junto ao ribeiro de
Cedrom.
17. Os altos, porém, não se tiraram de Israel; contudo o
coração de Asa foi perfeito todos os seus dias.
18. E trouxe para a
casa de Deus as coisas que seu pai tinha consagrado, e as que ele mesmo tinha
consagrado: prata, ouro e utensílios.
19. E não mais houve guerra até
o ano trigésimo quinto do reinado de Asa.
[II Crônicas 16]II Crônicas 16
1. No trigésimo sexto ano do
reinado de Asa, Baasa, rei de Israel, subiu contra Judá e edificou a Ramá, para
não deixar ninguém sair nem entrar para Asa, rei de Judá.
2. Então Asa
tirou a prata e o ouro dos tesouros da casa do Senhor, e da casa do rei, e
enviou mensageiros a Ben-Hadade, rei da Síria, que habitava em Damasco,
dizendo:
3. Haja aliança entre mim e ti, como havia entre meu pai e o
teu. Eis que te envio prata e ouro; vai, pois, e rompe a sua aliança com Baasa,
rei de Israel, para que se retire de mim.
4. E Ben-Hadade deu ouvidos
ao rei Asa, e enviou os comandantes dos seus exércitos contra as cidades de
Israel, os quais feriram Ijom, Dã, Abel-Maim e todas as cidades-armazéns de
Naftali.
5. E tendo Baasa notícia disto, cessou de edificar a Ramá, e
não continuou a sua obra.
6. Então o rei Asa tomou todo o Judá, e eles
levaram as pedras de Ramá, e a sua madeira, com que Baasa edificara; e com elas
edificou Geba e Mizpá.
7. Naquele mesmo tempo veio Hanâni, o vidente,
ter com Asa, rei de Judá, e lhe disse: Porque confiaste no rei da Síria, e não
confiaste no Senhor teu Deus, por isso o exército do rei da Síria escapou da tua
mão.
8. Porventura não foram os etíopes e os líbios um grande
exército, com muitíssimos carros e cavaleiros? Confiando tu, porém, no Senhor,
ele os entregou nas mãos.
9. Porque, quanto ao Senhor, seus olhos
passam por toda a terra, para mostrar-se forte a favor daqueles cujo coração é
perfeito para com ele; nisto procedeste loucamente, pois desde agora haverá
guerras contra ti.
10. Então Asa, indignado contra o vidente, lançou-o
na casa do tronco, porque estava enfurecido contra ele por causa disto; também
nesse mesmo tempo Asa oprimiu alguns do povo.
11. Eis que os atos de
Asa, desde os primeiros até os últimos, estão escritos no livro dos reis de Judá
e de Israel.
12. No ano trinta e nove do seu reinado Asa caiu doente
dos pés; e era mui grave a sua enfermidade; e nem mesmo na enfermidade buscou ao
Senhor, mas aos médicos.
13. E Asa dormiu com seus pais, morrendo no
ano quarenta e um do seu reinado.
14. E o sepultaram no sepulcro que
tinha cavado para si na cidade de Davi, havendo-o deitado na cama, que se
enchera de perfumes e de diversas especiarias preparadas segundo a arte dos
perfumistas; e destas coisas fizeram-lhe uma grande queima.
[II Crônicas
17]II Crônicas 17
1. Jeosafá, seu
filho, reinou em seu lugar, e fortaleceu-se contra Israel.
2. Pôs
forças armadas em todas as cidades fortes de Judá e dispôs guarnições na terra
de Judá, como também nas cidades de Efraim que Asa, seu pai, tinha
tomado.
3. E o Senhor era com Jeosafá, porque andou conforme os
primeiros caminhos de Davi, seu pai, e não buscou aos baalins;
4.
antes buscou ao Deus de seu pai, e andou nos seus mandamentos, e não segundo as
obras de Israel.
5. Por isso o Senhor confirmou o reino na sua mão; e
todo o Judá trouxe presentes a Jeosafá; e ele teve riquezas e glória em
abundância.
6. E encorajou-se o seu coração nos caminhos do Senhor; e
ele tirou de Judá os altos e os aserins.
7. No terceiro ano do seu
reinado enviou ele os seus príncipes, Bene-Hail, Obadias, Zacarias, Netanel e
Micaías, para ensinarem nas cidades de Judá;
8. e com eles os levitas
Semaías, Netanias, Zebadias, Asael, Semiramote, Jônatas, Adonias, Tobias e
Tobadonias e, com estes levitas, os sacerdotes Elisama e Jeorão.
9. E
ensinaram em Judá, levando consigo o livro da lei do Senhor; foram por todas as
cidades de Judá, ensinando entre o povo.
10. Então caiu o temor do
Senhor sobre todos os reinos das terras que estavam ao redor de Judá, de modo
que não fizeram guerra contra Jeosafá.
11. Alguns dentre os filisteus
traziam presentes a Jeosafá, e prata como tributo; e os árabes lhe trouxeram
rebanhos: sete mil e setecentos carneiros, e sete mil e setecentos
bodes.
12. Assim Jeosafá ia-se tornando cada vez mais poderoso; e
edificou fortalezas e cidades-armazéns em Judá;
13. e teve grande
quantidade de munições nas cidades de Judá, e soldados, homens valorosos, em
Jerusalém.
14. Este é o número deles segundo as suas casas paternas:
de Judá os comandantes de mil: o comandante Adná, com trezentos mil homens
valorosos;
15. após ele o comandante Jeoanã com duzentos e oitenta
mil;
16. após ele Amasias, filho de Zicri, que voluntariamente se
entregou ao Senhor, e com ele duzentos mil valorosos;
17. e de
Benjamim: Eliadá, homem destemido, com duzentos mil armados de arco e de
escudo;
18. e após ele Jeozabade, com cento e oitenta mil armados para
a guerra.
19. Estes estavam no serviço do rei, afora os que o rei
tinha posto nas cidades fortes por todo o Judá.
[II Cronicas 18]II Cronicas 18
1. Tinha, pois, Jeosafá
riquezas e glória em abundância, e aparentou-se com Acabe.
2. Ao cabo
de alguns anos foi ter com Acabe em Samária. E Acabe matou ovelhas e bois em
abundância, para ele e para o povo que o acompanhava; e o persuadiu a subir com
ele a Ramote-Gileade.
3. Perguntou Acabe, rei de Israel, a Jeosafá,
rei de Judá: Irás tu comigo a Ramote-Gileade? E respondeu-lhe Jeosafá: Como tu
és sou eu, e o meu povo como o teu povo; seremos contigo na guerra.
4.
Disse mais Jeosafá ao rei de Israel: Consulta hoje a palavra do
Senhor.
5. Então o rei de Israel ajuntou os profetas, quatrocentos
homens, e lhes perguntou: Iremos à peleja contra Ramote-Gileade, ou deixarei de
ir? Responderam eles: Sobe, porque Deus a entregará nas mãos do
rei.
6. Disse, porém, Jeosafá: Não há aqui ainda algum profeta do
Senhor a quem possamos consultar?
7. Ao que o rei de Israel respondeu
a Jeosafá: Ainda há um homem por quem podemos consultar ao Senhor; eu, porém, o
odeio, porque nunca profetiza o bem a meu respeito, mas sempre o mal; é Micaías,
filho de Inlá. Mas Jeosafá disse: Não fale o rei assim.
8. Então o rei
de Israel chamou um eunuco, e disse: Traze aqui depressa Micaías, filho de
Inlá.
9. Ora, o rei de Israel e Jeosafá, rei de Judá, vestidos de seus
trajes reais, estavam assentados cada um no seu trono, na praça à entrada da
porta de Samária; e todos os profetas profetizavam diante deles.
10. E
Zedequias, filho de Quenaaná, fez para si uns chifres de ferro, e disse: Assim
diz o Senhor: Com estes ferirás os sírios, até que sejam
consumidos.
11. E todos os profetas profetizavam o mesmo, dizendo:
Sobe a Ramote-Gileade, e serás bem sucedido, pois o Senhor a entregará nas mãos
do rei.
12. O mensageiro que fora chamar Micaías lhe falou, dizendo:
Eis que as palavras dos profetas, a uma voz, são favoráveis ao rei: seja, pois,
também a tua palavra como a de um deles, e fala o que é bom.
13.
Micaías, porém, disse: Vive o Senhor, que o que meu Deus me disser, isso
falarei.
14. Quando ele chegou à presença do rei, este lhe disse:
Micaías, iremos a Ramote-Gileade à peleja, ou deixarei de ir? Respondeu ele:
Subi, e sereis bem sucedidos; e eles serão entregues nas vossas
mãos.
15. Mas o rei lhe disse: Quantas vezes hei de conjurar-te que
não me fales senão a verdade em nome do Senhor?
16. Respondeu ele: Vi
todo o Israel disperso pelos montes, como ovelhas que não têm pastor; e disse o
Senhor: Estes não têm senhor; torne em paz cada um para sua casa.
17.
Então o rei de Israel disse a Jeosafá: Não te disse eu que ele não profetizaria
a respeito de mim o bem, porém o mal?
18. Prosseguiu Micaías: Ouvi,
pois, a palavra do Senhor! Vi o Senhor assentado no seu trono, e todo o exército
celestial em pé à sua direita e à sua esquerda.
19. E o Senhor
perguntou: Quem induzirá Acabe, rei de Israel, a subir, para que caia em
Ramote-Gileade? E um respondia de um modo, e outro de outro.
20. Então
saiu um espírito, apresentou-se diante do Senhor, e disse: Eu o induzirei.
Perguntou-lhe o Senhor: De que modo?
21. E ele disse: Eu sairei, e
serei um espírito mentiroso na boca de todos os seus profetas. Ao que disse o
Senhor. Tu o induzirás, e prevalecerás; sai, e faze assim.
22. Agora,
pois, eis que o Senhor pôs um espírito mentiroso na boca destes teus profetas; o
Senhor é quem falou o mal a respeito de ti.
23. Então Zedequias, filho
de Quenaaná, chegando-se, feriu a Micaías na face e disse: Por que caminho
passou de mim o Espírito do Senhor para falar a ti?
24. Respondeu
Micaías: Eis que tu o verás naquele dia, quando entrares numa câmara interior
para te esconderes.
25. Então disse o rei de Israel: Tomai Micaías, e
tornai a levá-lo a Amom, o governador da cidade, e a Joás, filho do
rei,
26. dizendo-lhes: Assim diz o rei: Metei este homem no cárcere, e
sustentai-o a pão e água até que eu volte em paz.
27. Mas disse
Micaías: se tu voltares em paz, o Senhor não tem falado por mim. Disse mais:
Ouvi, povos todos!
28. Subiram, pois, o rei de Israel e Jeosafá, rei
de Judá, a Ramote-Gileade.
29. E disse o rei de Israel a Jeosafá: Eu
me disfarçarei, e entrarei na peleja; tu, porém, veste os teus trajes reais.
Disfarçou-se, pois, o rei de Israel, e eles entraram na peleja.
30.
Ora, o rei da Síria dera ordens aos capitães dos seus carros, dizendo: Não
pelejareis nem contra pequeno nem contra grande, senão só contra o rei de
Israel.
31. Pelo que os capitães dos carros, quando viram a Jeosafá,
disseram: Este é o rei de Israel. Viraram-se, pois, para pelejar contra ele; mas
Jeosafá clamou, e o Senhor o socorreu, e os desviou dele.
32. Pois
vendo os capitães dos carros que não era o rei de Israel, deixaram de
segui-lo.
33. Então um homem entesou e seu arco e, atirando a esmo,
feriu o rei de Israel por entre a couraça e a armadura abdominal. Pelo que ele
disse ao carreteiro: Dá volta, e tira-me do exército, porque estou gravemente
ferido.
34. E a peleja tornou-se renhida naquele dia; contudo o rei de
Israel foi sustentado no carro contra os sírios até a tarde; porém ao pôr do sol
morreu.
[II Crônicas 19]II Crônicas
19
1. Jeosafá, rei de Judá, voltou em paz à sua casa em
Jerusalém.
2. Mas Jeú, filho de Hanâni, a vidente, saiu ao encontro do
rei Jeosafá e lhe disse: Devias tu ajudar o ímpio, e amar aqueles que odeiam ao
Senhor? Por isso virá sobre ti grande ira da parte do Senhor.
3.
Contudo, alguma virtude se acha em ti, porque tiraste para fora da terra as
aserotes, e dispuseste o teu coração para buscar a Deus.
4. Habitou,
pois, Jeosafá em Jerusalém; e tornou a passar pelo povo desde Berseba até a
região montanhosa de Efraim, fazendo com que voltasse ao Senhor Deus de seus
pais.
5. Estabeleceu juízes na terra, em todas as cidades fortes de
Judá, de cidade em cidade;
6. e disse aos juízes: Vede o que fazeis;
porque não julgais da parte do homem, mas da parte do Senhor, e ele está
convosco no julgamento.
7. Agora, pois, seja o temor do Senhor
convosco; tomai cuidado no que fazeis; porque não há no Senhor nosso Deus
iniqüidade, nem acepção de pessoas, nem aceitação de presentes.
8.
Também em Jerusalém estabeleceu Jeosafá alguns dos levitas e dos sacerdotes e
dos chefes das casas paternas de Israel sobre e juízo da parte do Senhor, e
sobre as causas civis. E voltaram para Jerusalém.
9. E deu-lhes ordem,
dizendo: Assim procedei no temor do Senhor, com fidelidade e com coração
perfeito.
10. Todas as vezes que se vos submeter qualquer controvérsia
da parte de vossos irmãos que habitam nas suas cidades, entre sangue e sangue,
entre lei e mandamento, entre estatutos e juízos, admoestai-os a que se não
façam culpados para com o Senhor, e deste modo venha grande ira sobre vós e
sobre vossos irmãos. Procedei assim, e não vos fareis culpados.
11. E
eis que Amarias, o sumo sacerdote, presidirá sobre vós em todos os negócios do
Senhor; e Zebadias, filho de Ismael, príncipe da casa de Judá, em todos os
negócios do rei; também os levitas serão oficiais perante vós. Procedei
corajosamente e seja o Senhor com os retos.
[II Crônicas 20]II Crônicas 20
1. Depois disto sucedeu que
os moabitas, e os amonitas, e com eles alguns dos meunitas vieram contra Jeosafá
para lhe fazerem guerra.
2. Vieram alguns homens dar notícia a
Jeosafá, dizendo: Vem contra ti uma grande multidão de Edom, dalém do mar; e eis
que já estão em Hazazom-Tamar, que é En-Gedi.
3. Então Jeosafá teve
medo, e pôs-se a buscar ao Senhor, e apregoou jejum em todo o Judá.
4.
E Judá se ajuntou para pedir socorro ao Senhor; de todas as cidades de Judá
vieram para buscarem ao Senhor.
5. Jeosafá pôs-se em pé na congregação
de Judá e de Jerusalém, na casa do Senhor, diante do átrio novo,
6. e
disse: Ó Senhor, Deus de nossos pais, não és tu Deus no céu? e não és tu que
governas sobre todos os reinos das nações? e na tua mão há poder e força, de
modo que não há quem te possa resistir.
7. Ó nosso Deus, não lançaste
fora os moradores desta terra de diante do teu povo Israel, e não a deste para
sempre à descendência de Abraão, teu amigo?
8. E habitaram nela, e
nela edificaram um santuário ao teu nome, dizendo:
9. Se algum mal nos
sobrevier, espada, juízo, peste, ou fome, nós nos apresentaremos diante desta
casa e diante de ti, pois teu nome está nesta casa, e clamaremos a ti em nossa
aflição, e tu nos ouvirás e livrarás.
10. Agora, pois, eis que os
homens de Amom, de Moabe, e do monte Seir, pelos quais não permitiste que
passassem os filhos de Israel, quando vinham da terra do Egito, mas deles se
desviaram e não os destruíram.
11. eis como nos recompensam, vindo
para lançar-nos fora da tua herança, que nos fizeste herdar.
12. Ó
nosso Deus, não os julgarás? Porque nós não temos força para resistirmos a esta
grande multidão que vem contra nós, nem sabemos o que havemos de fazer; porém os
nossos olhos estão postos em ti.
13. E todo o Judá estava em pé diante
do Senhor, como também os seus pequeninos, as suas mulheres, e os seus
filhos.
14. Então veio o Espírito do Senhor no meio da congregação,
sobre Jaaziel, filho de Zacarias, filho de Benaías, filho de Jeiel, filho de
Matanias o levita, dos filhos de Asafe,
15. e disse: Dai ouvidos todo
o Judá, e vós, moradores de Jerusalém, e tu, ó rei Jeosafá. Assim vos diz o
Senhor: Não temais, nem vos assusteis por causa desta grande multidão, porque a
peleja não é vossa, mas de Deus.
16. Amanhã descereis contra eles; eis
que sobem pela ladeira de Ziz, e os achareis na extremidade do vale, defronte do
deserto de Jeruel.
17. Nesta batalha não tereis que pelejar;
postai-vos, ficai parados e vede o livramento que o Senhor vos concederá, ó Judá
e Jerusalém. Não temais, nem vos assusteis; amanhã saí-lhes ao encontro, porque
o Senhor está convosco.
18. Então Jeosafá se prostrou com o rosto em
terra; e todo o Judá e os moradores de Jerusalém se lançaram perante o Senhor,
para o adorarem.
19. E levantaram-se os levitas dos filhos dos
coatitas e dos filhos dos coraítas, para louvarem ao Senhor Deus de Israel, em
alta voz.
20. Pela manhã cedo se levantaram saíram ao deserto de
Tecoa; ao saírem, Jeosafá pôs-se em pé e disse: Ouvi-me, ó Judá, e vós,
moradores de Jerusalém. Crede no Senhor vosso Deus, e estareis seguros; crede
nos seus profetas, e sereis bem sucedidos.
21. Tendo ele tomado
conselho com o povo, designou os que haviam de cantar ao Senhor e louvá-lo
vestidos de trajes santos, ao saírem diante do exército, e dizer: Dai graças ao
Senhor, porque a sua benignidade dura para sempre.
22. Ora, quando
começaram a cantar e a dar louvores, o Senhor pôs emboscadas contra os homens de
Amom, de Moabe e do monte Seir, que tinham vindo contra Judá; e foram
desbaratados.
23. Pois os homens de Amom e de Moabe se levantaram
contra os moradores do monte Seir, para os destruir e exterminar; e, acabando
eles com os moradores do monte Seir, ajudaram a destruir-se uns aos
outros.
24. Nisso chegou Judá à atalaia do deserto; e olharam para a
multidão, e eis que eram cadáveres que jaziam por terra, não havendo ninguém
escapado.
25. Quando Jeosafá e o seu povo vieram para saquear os seus
despojos, acharam entre eles gado em grande número, objetos de valor e roupas,
assim como jóias preciosas, e tomaram para si tanto que não podiam levar mais;
por três dias saquearam o despojo, porque era muito.
26. Ao quarto dia
eles se ajuntaram no vale de Beraca; pois ali louvaram ao Senhor. Por isso
aquele lugar é chamado o vale de Beraca, até o dia de hoje.
27. Então,
voltando dali todos os homens de Judá e de Jerusalém com Jeosafá à frente deles,
retornaram a Jerusalém com alegria; porque o Senhor os fizera regozijar-se,
sobre os seus inimigos.
28. Vieram, pois, a Jerusalém com alaúdes, com
harpas e com trombetas, para a casa do Senhor.
29. Então veio o temor
de Deus sobre todos os reinos daqueles países, quando eles ouviram que o Senhor
havia pelejado contra os inimigos de Israel.
30. Assim o reino de
Jeosafá ficou em paz; pois que o seu Deus lhe deu repouso ao
redor.
31. E Jeosafá reinou sobre Judá; era da idade de trinta e cinco
anos quando começou a reinar, e reinou vinte e cinco anos em Jerusalém. E o nome
de sua mãe era Azuba, filha de Sili.
32. Ele andou no caminho de Asa,
seu pai, e não se desviou dele, fazendo o que era reto aos olhos do
Senhor.
33. Contudo os altos não foram tirados; nem tinha o povo ainda
disposto o seu coração para o Deus de seus pais.
34. Ora, o restante
dos atos de Jeosafá, desde os primeiros até os últimos, eis que está escrito nas
crônicas de Jeú, filho de Hanâni, que estão inseridas no livro dos reis de
Israel.
35. Depois disto Jeosafá, rei de Judá, se aliou com Acazias,
rei de Israel, que procedeu impiamente;
36. aliou-se com ele para
construírem navios que fossem a Társis; e construíram os navios em
Eziom-Geber.
37. Então Eliézer, filho de Dodavaú, de Maressa,
profetizou contra Jeosafá, dizendo: Porquanto te aliaste com Acazias, o Senhor
destruiu as tuas obras. E os navios se despedaçaram e não puderam ir a
Társis.
[II Crônicas 21]II Crônicas
21
1. Depois Jeosafá dormiu com seus pais, e com eles
foi sepultado na cidade de Davi. E Jeorão, seu filho, reinou em seu
lugar.
2. E tinha irmãos, filhos de Jeosafá: Azarias, Jeiel, Zacarias,
Asarias, Micael e Sefatias; todos estes foram filhos de Jeosafá, rei de
Judá.
3. Seu pai lhes dera grandes dádivas, em prata, em ouro e em
objetos preciosos, juntamente com cidades fortes em Judá; mas o reino deu a
Jeorão, porque ele era o primogênito.
4. Ora, tendo Jeorão subido ao
reino de seu pai, e havendo-se fortificado, matou todos os seus irmãos à espada,
como também alguns dos príncipes de Israel.
5. Jeorão tinha trinta e
dois anos quando começou a reinar, e reinou oito anos em Jerusalém.
6.
E andou no caminho dos reis de Israel, como faz Acabe, porque tinha a filha de
Acabe por mulher; e fazia o que parecia mal aos olhos do senhor.
7.
Contudo o Senhor não quis destruir a casa de Davi, em atenção ao pacto que tinha
feito com ele, e porque tinha dito que lhe daria por todos os dias uma lâmpada,
a ele e a seus filhos.
8. Nos dias de Jeorão os edomeus se revoltaram
contra o domínio de Judá, e constituíram para si um rei.
9. Pelo que
Jeorão passou adiante com os seus chefes e com todos os seus carros; e,
levantando-se de noite, desbaratou os edomeus, que tinham cercado a ele e aos
capitães dos carros.
10. Todavia os edomeus ficaram revoltados contra
o domínio de Judá até o dia de hoje. Nesse mesmo tempo Libna também se revoltou
contra o seu domínio, porque ele deixara ao Senhor, Deus de seus
pais.
11. Ele fez também altos nos montes de Judá, induziu os
habitantes de Jerusalém à idolatria e impeliu Judá a prevaricar.
12.
Então lhe veio uma carta da parte de Elias, o profeta, que dizia: Assim diz o
Senhor, Deus de Davi teu pai: Porquanto não andaste nos caminhos de Jeosafá, teu
pai, e nos caminhos de Asa, rei de Judá;
13. mas andaste no caminho
dos reis de Israel e induziste Judá e os habitantes de Jerusalém a idolatria
semelhante à idolatria da casa de Acabe, e também mataste teus irmãos, da casa
de teu pai, os quais eram melhores do que tu;
14. eis que o Senhor
ferirá com uma grande praga o teu povo, os teus filhos, as tuas mulheres e toda
a tua fazenda;
15. e tu terás uma grave enfermidade; a saber, um mal
nas tuas entranhas, ate que elas saiam, de dia em dia, por causa do
mal.
16. E o Senhor despertou contra Jeorão o espírito dos filisteus e
dos árabes que estão da banda dos etíopes.
17. Estes subiram a Judá e,
dando sobre ela, levaram toda a fazenda que se achou na casa do rei, como também
seus filhos e suas mulheres; de modo que não lhe ficou filho algum, senão
Jeoacaz, o mais moço de seus filhos.
18. E depois de tudo isso o
Senhor o feriu nas suas entranhas com uma enfermidade incurável.
19.
No decorrer do tempo, ao fim de dois anos, saíram-lhe as entranhas por causa da
doença, e morreu desta horrível enfermidade. E o seu povo não lhe queimou aromas
como queimara a seus pais.
20. Tinha trinta e dois anos quando começou
a reinar, e reinou oito anos em Jerusalém. Morreu sem deixar de si saudades; e o
sepultaram na cidade de Davi, porém não nos sepulcros dos reis.
[II
Crônicas 22]II Crônicas 22
1. Então os
habitantes de Jerusalém fizeram reinar em seu lugar Acazias, seu filho mais
moço, porque a tropa que viera com os árabes ao arraial tinha matado todos os
mais velhos. Assim reinou Acazias, filho de Jeorão, rei de Judá.
2.
Tinha quarenta e dois anos quando começou a reinar, e reinou um ano em
Jerusalém. E o nome de sua mãe era Atalia, filha de Onri.
3. Ele
também andou nos caminhos da casa de Acabe, porque sua mãe era sua conselheira
para proceder impiamente.
4. E fez o que era mau aos olhos do Senhor,
como fez a casa de Acabe; porque eles eram seus conselheiros depois da morte de
seu pai, para sua perdição.
5. Andando nos conselhos deles foi com
Jorão, filho de Acabe, rei de Israel, a guerrear contra Hazael, rei da Síria,
junto a Ramote-Gileade; e os sírios feriram Jorão,
6. o qual voltou
para curar-se em Jizreel das feridas que lhe fizeram em Ramá, quando ele
pelejava contra Hazael, rei da Síria. E Acazias, filho de Jeorão, rei de Judá,
desceu para visitar Jorão, filho de Acabe, em Jizreel, por estar ele
doente.
7. Foi por vontade de Deus que Acazias, para sua ruína visitou
Jorão; pois, quando chegou, saiu com Jorão contra Jeú, filho de Ninsi, a quem o
Senhor tinha ungido para exterminar a casa de Acabe.
8. E quando Jeú
executava juízo contra a casa de Acabe, achou os príncipes de Judá e os filhos
dos irmãos de Acazias, que o serviam, e os matou.
9. Depois buscou a
Acazias, o qual foi preso quando se escondia em Samária, trouxeram-no a Jeú e o
mataram. Então o sepultaram, pois disseram: É filho de Jeosafá, que buscou ao
Senhor de toda o seu coração. E já não tinha a casa de Acazias ninguém que fosse
capaz de reinar.
10. Vendo Atalia, mãe de Acazias, que seu filho era
morto, levantou-se e destruiu toda a estirpe real da casa de Judá.
11.
Mas Jeosabeate, filha do rei, tomou Joás, filho de Acazias, e o furtou dentre os
filhos do rei, que estavam para ser mortos, e o pôs com a sua ama na câmara dos
leitos. Assim Jeosabeate, filha do rei Jeorão, mulher do sacerdote Jeoiada e
irmã de Acazias, o escondeu de Atalia, de modo que ela não o
matou.
12. E esteve com eles seis anos, escondido na casa de Deus; e
Atalia reinou sobre a terra.
[II Crônicas 23]II Crônicas
23
1. Ora, no sétimo ano Jeoiada, cobrando ânimo, tomou
consigo em aliança os capitães de cem, Azarias, filho de Jeroão, Ismael, filho
de Jeoanã, Azarias, filho de Obede, Maaséias, filho de Adaías, e Elisafaté,
filho de Zicri.
2. Estes percorreram a Judá, ajuntando os levitas de
todas as cidades de Judá e os chefes das casas paternas de Israel; e vieram para
Jerusalém.
3. E toda aquela congregação fez aliança com o rei na casa
de Deus. E Jeoiada lhes disse: Eis que reinará o filho do rei, como o Senhor
falou a respeito dos filhos de Davi.
4. Isto é o que haveis de fazer:
uma terça parte de vós, isto é, dos sacerdotes e dos levitas que entram no
sábado, servirá de porteiros às entradas;
5. outra terça parte estará
junto à casa do rei; e a outra terça parte à porta do Fundamento; e todo o povo
estará nos átrios da casa do Senhor.
6. Não entre, porém, ninguém na
casa da Senhor, senão os sacerdotes e os levitas que ministram; estes entrarão,
porque são santos; mas todo o povo guardará a ordenança do Senhor.
7.
E os levitas cercarão o rei de todos os lados, cada um com as suas armas na mão;
e qualquer que entrar na casa seja morto; mas acompanhai vós o rei, quando
entrar e quando sair.
8. Fizeram, pois, os levitas e todo o Judá
conforme tudo o que ordenara e sacerdote Jeoiada; e tomou cada um os seus
homens, tanto os que haviam de entrar no sábado como os que haviam de sair, pois
o sacerdote Jeoiada não despediu as turmas.
9. Também o sacerdote
Jeoiada deu aos capitães de cem as lanças, os paveses e os escudos que tinham
pertencido ao rei Davi, os quais estavam na casa de Deus.
10. E dispôs
todo o povo, cada um com as suas armas na mão, desde o lado direito até o lado
esquerdo da casa, por entre o altar e a casa, ao redor do rei.
11.
Então tiraram para fora o filho do rei e, pondo-lhe a coroa e o testemunho, o
fizeram rei; e Jeoiada e seus filhos o ungiram, e disseram: Viva o
rei!
12. Ouvindo, pois, Atalia a voz de povo que corria e louvava ao
rei, veio ao povo na casa do Senhor;
13. e quando olhou, eis que o rei
estava junto à sua coluna, à entrada, e os capitães e os trombeteiros perto do
rei; e todo o povo da terra se alegrava, e tocava trombetas; e também os
cantores tocavam instrumentos musicais, e dirigiam os cânticos de louvor. Então
Atalia, rasgando os seus vestidos, clamou: Traição! Traição!
14. Nisso
o sacerdote Jeoiada trouxe para fora os centuriões que estavam sobre o exército
e disse-lhes: Trazei-a por entre as fileiras, e o que a seguir seja morto à
espada. Pois o sacerdote dissera: Não a mateis na casa do Senhor.
15.
Então deitaram as mãos nela; e ela foi até a entrada da porta dos cavalos, que
dá para a casa do rei, e ali a mataram.
16. E Jeoiada firmou um pacto
entre si e o povo todo e o rei, pelo qual seriam o povo do Senhor.
17.
Depois todo o povo entrou na casa de Baal, e a derrubaram; quebraram os seus
altares e as suas imagens, e a Matã, sacerdote de Baal, mataram diante dos
altares.
18. E Jeoiada dispôs guardas na casa do Senhor, sob a direção
dos sacerdotes levíticos a quem Davi designara na casa do Senhor para oferecerem
com alegria e com cânticos os holocaustos do Senhor, como está escrito na lei de
Moisés, e segundo a ordem de Davi.
19. Colocou porteiros às portas da
casa do Senhor, para que não entrasse nela ninguém imundo no tocante a coisa
alguma.
20. E tomou os centuriões, os nobres, os governadores do povo
e todo o povo da terra; e conduziram da casa do Senhor o rei e, passando pela
porta superior para a casa do rei, fizeram-no sentar no trono
real.
21. Assim todo o povo da terra se alegrou, e a cidade ficou em
paz, depois que mataram Atalia à espada.
[II Crônicas 24]II Crônicas 24
1. Tinha Joás sete anos
quando começou a reinar, e reinou quarenta anos em Jerusalém. O nome de sua mãe
era Zíbia, de Berseba.
2. E Joás fez o que era reto aos olhos do
Senhor por todos os dias do sacerdote Jeoiada.
3. E tomou Jeoiada para
ele duas mulheres, das quais teve filhos e filhas.
4. Depois disso
Joás resolveu renovar a casa do Senhor.
5. Reuniu, pois, os sacerdotes
e os levitas e lhes disse: Saí pelas cidades de Judá, e levantai dinheiro de
todo a Israel, anualmente, para reparar a casa do vosso Deus; e vede que
apresseis este negócio: contudo os levitas não o apressaram.
6. Pelo
que o rei chamou Jeoiada, o chefe, e lhe perguntou: Por que não tens obrigado os
levitas a trazerem de Judá e de Jerusalém o imposto ordenado por Moisés, servo
do Senhor, à congregação de Israel, para a tenda do testemunho?
7.
Pois os filhos de Atalia, aquela mulher ímpia, tinham arruinado a casa de Deus;
e até empregaram todas as coisas sagradas da casa do Senhor no serviço dos
baalins.
8. O rei, pois, deu ordem; e fizeram uma arca, e a puseram do
lado de fora, à porta da casa do Senhor.
9. E publicou-se em Judá e em
Jerusalém que trouxessem ao Senhor o imposto que Moisés, o servo de Deus, havia
ordenado a Israel no deserto.
10. Então todos os príncipes e todo o
povo se alegraram, e trouxeram o imposto e o lançaram na arca, até que ficou
cheia.
11. E quando era trazida a arca pelas mãos dos levitas ao
recinto do rei, na ocasião em que viam que havia muito dinheiro, vinham o
escrivão do rei e o deputado do sumo sacerdote, esvaziavam a arca e, tomando-a,
tornavam a levá-la ao seu lugar. Assim faziam dia após dia, e ajuntaram dinheiro
em abundância.
12. E o rei e Jeoiada davam-no aos encarregados da obra
da casa do Senhor; e assalariaram pedreiros e carpinteiros para renovarem a casa
do Senhor, como também os que trabalhavam em ferro e em bronze para repararem a
casa do Senhor.
13. Assim os encarregados da obra faziam com que o
serviço da reparação progredisse nas suas mãos; e restituíram a casa de Deus a
seu estado anterior, e a consolidaram.
14. Depois de acabarem a obra
trouxeram ao rei e a Jeoiada o resto do dinheiro, e dele se fizeram utensílios
para a casa do Senhor, para serem usados no ministério e nos holocaustos, e
colheres, e vasos de ouro e de prata. E se ofereciam holocaustos continuamente
na casa do Senhor, por todos os dias de Jeoiada.
15. Jeoiada, porém,
envelheceu e, cheio de dias, morreu; tinha cento e trinta anos quando
morreu.
16. E o sepultaram na cidade de Davi com os reis, porque tinha
feito o bem em Israel, e para com Deus e sua casa.
17. E depois da
morte de Jeoiada vieram os príncipes de Judá e prostraram-se diante do rei;
então o rei lhes deu ouvidos.
18. E eles, abandonando a casa do
Senhor, Deus de seus pais, serviram aos aserins e aos ídolos; de sorte que veio
grande ira sobre Judá e Jerusalém por causa desta sua culpa.
19.
Contudo Deus enviou profetas entre eles para os fazer tornar ao Senhor, os quais
protestaram contra eles; mas eles não lhes deram ouvidos.
20. E o
Espírito de Deus apoderou-se de Zacarias, filho do sacerdote Jeoiada, o qual se
pôs em pé acima do povo, e lhes disse: Assim diz Deus: Por que transgredis os
mandamentos do Senhor, de modo que não possais prosperar? Porquanto abandonastes
o Senhor, também ele vos abandonou.
21. Mas conspiraram contra ele e
por ordem do rei, o apedrejaram no átrio da casa do Senhor.
22. Assim
o rei Joás não se lembrou da bondade que lhe fizera Jeoiada pai de Zacarias,
antes matou-lhe o filho, o qual morrendo disse: Veja-o o Senhor, e o
retribua.
23. Decorrido um ano, o exército da Síria subiu contra Joás;
e vieram a Judá e a Jerusalém, e destruíram dentre o povo todos os seus
príncipes, e enviaram todo o seu despojo ao rei de Damasco.
24. O
exército dos sírios viera com poucos homens, contudo o Senhor entregou nas suas
mãos um exército mui grande, porquanto abandonaram o Senhor, Deus de seus pais.
Assim executaram juízo contra Joás.
25. Quando os sírios se retiraram
dele, deixaram-no gravemente ferido; então seus servos conspiraram contra ele
por causa do sangue dos filhos do sacerdote Jeoiada, e o mataram na sua cama, e
assim morreu; e o sepultaram na cidade de Davi, porém não nos sepulcros dos
reis.
26. Estes foram os que conspiraram contra ele Zabade, filho de
Simeate a amonita, e Jeozabade, filho de Sinrite a moabita.
27. Ora,
quanto a seus filhos, e ao grande número de oráculos pronunciados contra ele, e
à restauração da casa de Deus, eis que estão escritos no comentário do livro dos
reis. E Amazias, seu filho, reinou em seu lugar.
[II Crônicas 25]II Crônicas 25
1. Amazias tinha vinte e
cinco anos quando começou a reinar, e reinou vinte e nove anos em Jerusalém. E o
nome de sua mãe era Jeoadã, de Jerusalém.
2. Ele fez o que era reto
aos olhos do Senhor, mas não o fez com coração perfeito.
3. Quando o
reino já lhe tinha sido confirmado, ele matou os seus servos que tinham
assassinado o rei seu pai.
4. Contudo não matou os filhos deles mas
fez segundo está escrito na lei: no livro de Moisés, como o Senhor ordenou,
dizendo: Não morrerão os pais pelos filhos nem os filhos pelos pais; mas cada um
morrerá pelo seu pecado.
5. Depois Amazias congregou Judá e o colocou,
segundo as suas casas paternas sob comandantes de milhares e de centenas, por
todo o Judá e Benjamim; e os contou de vinte anos para cima, e achou deles
trezentos mil escolhidos que podiam ir à guerra e sabiam manejar lança e
escudo.
6. Também de Israel tomou a soldo cem mil varões valentes, por
cem talentos de prata.
7. Veio ter com ele, porém, um homem de Deus,
dizendo: Ó rei, não deixes ir contigo o exército de Israel, porque o Senhor não
é com Israel, a saber, com todos os filhos de Efraim.
8. Mas se julgas
que assim serás forte para a peleja, Deus te fará cair diante do inimigo; pois
Deus tem poder para ajudar e para fazer cair.
9. Então perguntou
Amazias ao homem de Deus: Mas que se fará dos cem talentos de prata que dei às
tropas de Israel? Respondeu o homem de Deus: Mais tem o Senhor que te dar do que
isso.
10. Então Amazias separou as tropas que lhe tinham vindo de
Efraim, para que voltassem para a sua terra; pelo que muito se acendeu a ira
deles contra Judá, e voltaram para a sua terra ardendo em ira.
11.
Amazias, cobrando ânimo, conduziu o seu povo, e foi ao Vale do Sal, onde matou
dez mil dos filhos de Seir.
12. Os filhos de Judá prenderam vivos
outros dez mil, e trazendo-os ao cume da rocha, lançaram-nos dali abaixo, de
modo que todos foram despedaçados.
13. Mas os homens das tropas que
Amazias despedira, não deixando que fossem com ele à batalha, deram sobre as
cidades de Judá, desde Samária até Bete-Horom, e dos seus habitantes mataram
três mil, e saquearam grande despojo.
14. Quando Amazias veio da
matança dos edomeus, trouxe consigo os deuses dos filhos de Seir e os elevou
para serem os seus deuses, prostrando-se diante deles e queimando-lhes
incenso.
15. Pelo que o Senhor se irou contra Amazias e lhe enviou um
profeta, que lhe disse: Por que buscaste os deuses deste povo, os quais não
livraram o seu próprio povo da tua mão?
16. Enquanto ele ainda falava
com o rei, este lhe respondeu: Fizemos-te conselheiro do rei? Cala-te! Por que
haverias de ser morto? Então o profeta calou, havendo dito: Sei que Deus
resolveu destruir-te, porquanto fizeste isto, e não deste ouvidos a meu
conselho.
17. Tendo Amazias, rei de Judá, tomado conselho, mandou
dizer a Jeoás, filho de Jeoacaz, filho de Jeú, rei de Israel: Vem, vejamo-nos
face a face.
18. Mas Jeoás, rei de Israel, mandou responder a Amazias,
rei de Judá: O cardo que estava no Líbano mandou dizer ao cedro que estava no
Líbano: Dá tua filha por mulher a meu filho. Mas uma fera que estava no Líbano
passou e pisou o cardo.
19. Tu dizes a ti mesmo: Eis que feri Edom.
Assim o teu coração se eleva para te gloriares. Agora, pois, fica em tua casa;
por que te meterias no mal, para caíres tu e Judá contigo?
20.
Amazias, porém, não lhe deu ouvidos; pois isto vinha de Deus, para entregá-los
na mão dos seus inimigos, porque buscaram os deuses de Edom.
21.
Subiu, pois, Jeoás, rei de Israel; e ele e Amazias, rei de Judá, se viram face a
face em Bete-Semes, que pertence a Judá.
22. E Judá foi desbaratado
diante de Israel, e fugiu cada um para a sua tenda.
23. E Jeoás, rei
de Israel, prendeu Amazias, rei de Judá, filho de Joás, o filho de Jeoacaz, em
Bete-Semes, e o levou a Jerusalém; e derrubou o muro de Jerusalém, desde a porta
de Efraim até a porta da esquina, quatrocentos côvados.
24. Também
tomou todo o ouro, e toda a prata, e todos os utensílios que se acharam na casa
de Deus com Obede-Edom, e os tesouros da casa do rei, e os reféns, e voltou pura
Samária.
25. E Amazias, filho de Joás, rei de Judá, viveu quinze anos
depois da morte de Jeoás, filho de Jeoacaz, rei de Israel.
26. Quanto
ao restante dos atos de Amazias, desde os primeiros até os últimos, não estão
porventura escritos no livro dos reis de Judá e de Israel?
27. Desde o
tempo em que Amazias se desviou do Senhor, conspiraram contra ele em Jerusalém,
e ele fugiu para Laquis; mas perseguiram-no até Laquis, e ali o
mataram.
28. E o trouxeram sobre cavalos e o sepultaram junto a seus
pais na cidade de Davi.
[II Crônicas 26]II Crônicas
26
1. Então todo o povo de Judá tomou a Uzias, que
tinha dezesseis anos, e o fizeram rei em lugar de seu pai Amazias.
2.
Ele edificou Elote, e a restituiu a Judá, depois que o rei dormiu com seus
pais.
3. Tinha Uzias dezesseis anos quando começou a reinar, e reinou
cinqüenta e dois anos em Jerusalém. E o nome de sua mãe era Jecolia, de
Jerusalém.
4. Ele fez o que era reto aos olhos do Senhor, conforme
tudo o que fizera Amazias seu pai.
5. E buscou a Deus enquanto viveu
Zacarias, que o instruiu no temor de Deus; e enquanto buscou ao Senhor, Deus o
fez prosperar.
6. Saiu e guerreou contra os filisteus, e derrubou o
muro de Gate, o muro de Jabné e o muro de Asdode; e edificou cidades no país de
Asdode e entre os filisteus;
7. porque Deus, o ajudou contra os
filisteus e contra os árabes que habitavam em Gur-Baal, e contra os
meunitas.
8. Os amonitas pagaram tributo a Uzias; e a sua fama se
espalhou até a entrada do Egito, pois se tornou muito poderoso.
9.
Também Uzias edificou torres em Jerusalém, à porta da esquina, à porta do vale e
ao ângulo do muro, e as fortificou.
10. Edificou torres no deserto, e
cavou muitos poços, porque tinha muito gado tanto nos vales como nas campinas; e
tinha lavradores e vinhateiros nos montes e nos campos férteis, pois era amigo
da agricultura.
11. Tinha também Uzias um exército de homens destros
nas armas, que saíam à guerra em tropas, segundo o número da sua resenha feita
pelo escrivão Jeiel e o oficial Maaséias, sob as ordens de Hananias, um dos
príncipes do rei.
12. O número total dos chefes das casas paternas,
homens valorosos, era de dois mil e seiscentos.
13. E sob as suas
ordens havia um exército disciplinado de trezentos e sete mil e quinhentos
homens, que guerreavam valorosamente, para ajudarem o rei contra os
inimigos.
14. Uzias proveu o exército inteiro de escudos, lanças,
capacetes, couraças e arcos, e até fundas para atirar pedras.
15. E em
Jerusalém fabricou máquinas, inventadas por peritos, para que fossem colocadas
nas torres e nos cantos das muralhas, a fim de se atirarem com elas flechas e
grandes pedras. E voou a sua fama até muito longe; porque foi maravilhosamente
ajudado, até que se tornou poderoso.
16. Mas, quando ele se havia
tornado poderoso, o seu coração se exaltou de modo que se corrompeu, e cometeu
transgressões contra o Senhor, seu Deus; pois entrou no templo do Senhor para
queimar incenso no altar do incenso.
17. Mas o sacerdote Azarias
entrou após ele, com oitenta sacerdotes do Senhor, homens
valorosos,
18. e se opuseram ao rei Uzias, dizendo-lhe: A ti, Uzias,
não compete queimar incenso perante o Senhor, mas aos sacerdotes, filhos de
Arão, que foram consagrados para queimarem incenso. Sai do santuário, pois
cometeste uma transgressão; e não será isto para honra tua da parte do Senhor
Deus.
19. Então Uzias se indignou; e tinha na mão um incensário para
queimar incenso. Indignando-se ele, pois, contra os sacerdotes, nasceu-lhe a
lepra na testa, perante os sacerdotes, na casa de Senhor, junto ao altar do
incenso.
20. Então o sumo sacerdote Azarias olhou para ele, como
também todos os sacerdotes, e eis que já estava leproso na sua testa. E
apressuradamente o lançaram fora, e ele mesmo se apressou a sair, porque o
Senhor o ferira.
21. Assim ficou leproso o rei Uzias até o dia da sua
morte; e, por ser leproso, morou numa casa separada, pois foi excluído da casa
do Senhor. E Jotão, seu filho, tinha o cargo da casa do rei, julgando o povo da
terra.
22. Quanto ao restante dos atos de Uzias, desde os primeiros
até os últimos, o profeta Isaías, filho de Amoz, o escreveu.
23. Assim
dormiu Uzias com seus pais, e com eles o sepultaram, isto é, no campo de
sepultura que era dos reis; pois disseram: ele é leproso. E Jotão, seu filho,
reinou em seu lugar.
[II Crônicas 27]II Crônicas
27
1. Tinha Jotão vinte e cinco anos quando começou a
reinar, e reinou dezesseis anos em Jerusalém. E o nome de sua mãe era Jerusa,
filha de Zadoque,
2. Ele fez o que era reto aos olhos do Senhor,
conforme tudo o que fizera Uzias, seu pai; todavia não invadiu o templo do
Senhor. Mas o povo ainda se corrompia.
3. Ele construiu a porta
superior da casa do Senhor, e edificou extensivamente sobre o muro de
Ofel.
4. Também edificou cidades na região montanhosa de Judá, e
castelos e torres nos bosques.
5. Guerreou contra o rei dos amonitas e
prevaleceu sobre eles; de modo que os amonitas naquele ano lhe deram cem
talentos de prata, dez mil coros de trigo e dez mil de cevada. Isso lhe
trouxeram os amonitas também no segundo e no terceiro ano.
6. Assim
Jotão se tornou poderoso, porque dirigiu os seus caminhos na presença do Senhor
seu Deus.
7. Ora, o restante dos atos de Jotão, e todas as suas
guerras e os seus caminhos, eis que estão escritos no livro dos reis de Israel e
de Judá.
8. Tinha vinte e cinco anos quando começou a reinar, e reinou
dezesseis anos em Jerusalém.
9. E Jotão dormiu com seus pais, e o
sepultaram na cidade de Davi. E Acaz, seu filho, reinou em seu lugar.
[II
Crônicas 28]II Crônicas 28
1. Tinha
Acaz vinte anos quando começou a reinar, e reinou dezesseis anos em Jerusalém. E
não fez o que era reto aos olhos do Senhor, como Davi, seu pai;
2. mas
andou nos caminhos dos reis de Israel, e até fez imagens de fundição para os
baalins.
3. Também queimava incenso no vale do filho de Hinom, e
queimou seus filhos no fogo, conforme as abominações das nações que o senhor
expulsara de diante dos filhos de Israel.
4. E sacrificava e queimava
incenso nos altos e nos outeiros, como também debaixo de toda árvore
frondosa.
5. Pelo que o Senhor seu Deus o entregou na mão do rei dos
sírios, os quais o derrotaram e tomaram-lhe em cativeiro grande multidão de
presos, que levaram para Damasco. Foi também entregue na mão do rei de Israel, o
qual lhe infligiu grande derrota,
6. pois Peca, filho de Remalias,
matou em Judá, num só dia cento e vinte mil todos homens valentes; porquanto
haviam abandonado o Senhor, Deus de seus pais.
7. E Zicri, varão
poderoso de Efraim matou Maaséias, filho do rei, e Azricão, e mordomo, e Elcana,
o segundo depois do rei.
8. E os filhos de Israel levaram cativos de
seus irmãos duzentos mil, mulheres filhos e filhas; também saquearam deles
grande despojo, que levaram para Samária.
9. Mas estava ali um profeta
do Senhor, cujo nome era Odede, o qual saiu ao encontro do exército que vinha
para Samária, e lhe disse: Eis que, irando-se o Senhor Deus de vossos pais
contra Judá, os entregou na vossa mão, e vós os matastes com uma raiva que
chegou até o céu.
10. E agora vós quereis sujeitar a vós os filhos de
Judá e de Jerusalém, como escravos e escravas; porventura não sois vós mesmos
culpados para com o Senhor vosso Deus?
11. Agora, pois, ouvi-me, e
tornai a enviar os cativos que trouxestes dentre vossos irmãos, pois o ardor da
ira do Senhor está sobre vós.
12. Então alguns dos chefes dos
efraimitas, a saber, Azarias, filho de Joanã, Berequias, filho de Mesilemote,
Jeizquias, filho de Salum, e Amasa, filho de Hadlai, se levantaram contra os que
voltavam da guerra,
13. e lhes disseram: Não fareis entrar aqui estes
cativos; porque, além da nossa culpa contra o Senhor, o que vós quereis fazer
acrescentaria mais a nossos pecados e a nossas culpas; pois já temos grande
culpa, e o ardor da ira do Senhor está sobre Israel.
14. Então os
homens armados deixaram os cativos e o despojo diante dos príncipes e de toda a
congregação.
15. E os homens já mencionados por nome se levantaram e
tomaram os cativos, e vestiram do despojo a todos os que dentre eles estavam
nus; vestiram-nos, e os calçaram, e lhes deram de comer e de beber, e os
ungiram; e, levando sobre jumentos todos os que estavam fracos, conduziram-nos a
Jericó, a cidade das palmeiras, a seus irmãos. Depois voltaram para
Samária.
16. Naquele tempo o rei Acaz mandou pedir socorro ao rei da
Assíria.
17. Pois de novo os edomeus, tendo invadido Judá, a
derrotaram e levaram prisioneiros.
18. Também os filisteus tinham
invadido as cidades da baixada e do sul de Judá, e tinham tomado Bete-Semes,
Aijalom, Gederote, Socó e suas aldeias, Timna e suas aldeias, e Ginzo e suas
aldeias, estabelecendo-se ali.
19. Pois o Senhor humilhou Judá por
causa do rei Acaz, porque este se houve desenfreadamente em Judá, havendo
desprezado ao Senhor.
20. E veio a ele Tilgate-Pilneser, rei da
Assíria, e o pôs em aperto, em vez de fortalecê-lo.
21. Pois Acaz
saqueou a casa do Senhor, e a casa do rei, e dos príncipes, e deu os despojos
por tributo ao rei da Assíria; porém isso não o ajudou.
22. No tempo
da sua angústia houve-se com ainda maior desprezo pelo Senhor, este mesmo rei
Acaz.
23. Pois sacrificou aos deuses de Damasco, que o tinham
derrotado, e disse: Visto que os deuses dos reis da Síria os ajudam, portanto eu
lhes sacrificarei, para que me ajudem a mim. Eles, porém, foram a ruína dele e
de todo o Israel.
24. Ajuntou Acaz os utensílios da casa de Deus,
fê-los em pedaços, e fechou as portas da casa do Senhor; e fez para si altares
em todos os cantos de Jerusalém.
25. Também em cada cidade de Judá fez
altos para queimar incenso a outros deuses, assim provocando à ira o Senhor,
Deus de seus pais.
26. Ora, o restante dos seus atos e de todos os
seus caminhos, desde os primeiros até os últimos, eis que está escrito no livro
dos reis de Judá e de Israel.
27. E Acaz dormiu com seus pais, e o
sepultaram na cidade, em Jerusalém; pois não o puseram nos sepulcros dos reis de
Israel. E Ezequias, seu filho, reinou em seu lugar.
[II Crônicas 29]II Crônicas 29
1. Ezequias começou a reinar
quando tinha vinte e cinco anos; e reinou vinte e nove anos em Jerusalém. E o
nome de sua mãe era Abia, filha de Zacarias.
2. Ele fez o que era reto
aos olhos do Senhor, conforme tudo quanto fizera Davi, seu pai.
3.
Pois ele, no primeiro ano do seu reinado, no primeiro mês, abriu as portas da
casa do Senhor, e as reparou.
4. Fez vir os sacerdotes e os levitas e,
ajuntando-os na praça oriental,
5. disse-lhes: Ouvi-me, ó levitas;
santificai-vos agora, e santificai a casa do Senhor, Deus de vossos pais, e
tirai do santo lugar a imundícia.
6. Porque nossos pais se houveram
traiçoeiramente, e fizeram o que era mau aos olhos do Senhor nosso Deus;
deixaram-no e, desviando os seus rostos da habitação do Senhor, voltaram-lhe as
costas.
7. Também fecharam as portas do alpendre, apagaram as
lâmpadas, e não queimaram incenso nem ofereceram holocaustos no santo lugar ao
Deus de Israel.
8. Pelo que veio a ira do Senhor sobre Judá e
Jerusalém, e ele os entregou para serem motivo de espanto, de admiração e de
escárnio, como vós o estais vendo com os vossos olhos.
9. Porque eis
que nossos pais caíram à espada, e nossos filhos, nossas filhas e nossas
mulheres estão por isso em cativeiro.
10. Agora tenho no coração o
propósito de fazer um pacto com o Senhor, Deus de Israel, para que se desvie de
nós o ardor da sua ira.
11. Filhos meus, não sejais negligentes, pois
o Senhor vos escolheu para estardes diante dele a fim de o servir, e para serdes
seus ministros e queimardes incenso.
12. Então se levantaram os
levitas: Maate, filho de Amasai, e Joel, filho de Azarias, dos filhos dos
coatitas; e dos filhos de Merári: Quis, filho de Abdi, e Azurias, filho de
Jealelel; e dos gersonitas: Joá, filho de Zima, e Edem filho de
Joá;
13. e dos filhos de Elizafã: Sínri e Jeuel; dos filhos de Asafe;
Zacarias e Matanias;
14. e dos filhos de Hemã: Jeuel e Simei; e dos
filhos de Jedutun: Semaías e Uziel.
15. Ajuntaram seus irmãos,
santificaram-se e entraram conforme a ordem do rei, segundo as palavras do
Senhor, para purificarem a casa do Senhor.
16. Também os sacerdotes
entraram na parte interior da casa do Senhor para a limparem, e tirarem para
fora, ao átrio da casa do Senhor, toda a imundícia que acharem no templo do
Senhor; e os levitas a tomaram e a levaram para fora, ao ribeiro de
Cedrom.
17. Começaram a santificá-la no primeiro dia do primeiro mês,
e ao oitavo dia do mês chegaram ao alpendre do Senhor, e santificaram a casa do
Senhor em oito dias; no décimo sexto dia do primeiro mês acabaram.
18.
Então foram ter com o rei Ezequias no palácio, e disseram: Acabamos de limpar
toda a casa do Senhor, como também o altar do holocausto com todos os seus
utensílios, e a mesa dos pães da proposição com todos os seus
utensílios.
19. Todos os utensílios que o rei Acaz, no seu reinado,
lançou fora, na sua infidelidade, já os preparamos e santificamos; e eis que
estão diante do altar do Senhor.
20. Então o rei Ezequias se levantou
de madrugada, e ajuntou os príncipes da cidade e subiu à casa do
Senhor.
21. E trouxeram sete novilhos, sete carneiros, sete cordeiros
e sete bodes, como oferta pelo pecado a favor do reino, e do santuário e de
Judá; e o rei deu ordem aos sacerdotes, filhos de Arão, que os oferecessem sobre
o altar do Senhor.
22. Os sacerdotes pois imolaram os novilhos, e
tomando o sangue o espargiram sobre o altar; também imolaram os carneiros, e
espargiram o sangue sobre o altar; semelhantemente imolaram os cordeiros, e
espargiram o sangue sobre o altar.
23. Então trouxeram os bodes, como
oferta pelo pecado, perante o rei e a congregação, que lhes impuseram as
mãos;
24. e os sacerdotes os imolaram, e com o seu sangue fizeram uma
oferta pelo pecado, sobre o altar, para fazer expiação por todo o Israel. Porque
o rei tinha ordenado que se fizesse aquele holocausto e aquela oferta pelo
pecado por todo o Israel.
25. Também dispôs os levitas na casa do
Senhor com címbalos, alaúdes e harpas conforme a ordem de Davi, e de Gade, o
vidente do rei, e do profeta Natã; porque esta ordem viera do Senhor, por meio
de seus profetas.
26. E os levitas estavam em pé com os instrumentos
de Davi, e os sacerdotes com as trombetas.
27. E Ezequias ordenou que
se oferecesse o holocausto sobre o altar; e quando começou o holocausto, começou
também o canto do Senhor, ao som das trombetas e dos instrumentos de Davi, rei
de Israel.
28. Então toda a congregação adorava, e os cantores
cantavam, e os trombeteiros tocavam; tudo isso continuou até se acabar o
holocausto.
29. Tendo eles acabado de fazer a oferta, o rei e todos os
que estavam com ele se prostraram e adoraram.
30. E o rei Ezequias e
os príncipes ordenaram aos levitas que louvassem ao Senhor com as palavras de
Davi, e de Asafe, o vidente. E eles cantaram louvores com alegria, e se
inclinaram e adoraram.
31. Então Ezequias disse: Agora que vos
consagrastes ao Senhor chegai-vos e trazei sacrifícios e ofertas em ação de
graças a casa do Senhor. E a congregação trouxe sacrifícios e ofertas em ação de
graças, e todos os que estavam dispostos de coração trouxeram
holocaustos.
32. E o número dos holocaustos que a congregação trouxe
foi de setenta novilhos, cem carneiros e duzentos cordeiros, tudo isso em
holocausto ao Senhor.
33. Houve também, de coisas consagradas,
seiscentos bois e três mil ovelhas.
34. Eram, porém, mui poucos os
sacerdotes, de modo que não podiam esfolar todos os holocaustos; pelo que seus
irmãos, os levitas, os ajudaram, até se acabar a obra, e até que os outros
sacerdotes se santificassem, pois os levitas foram mais retos de coração, para
se santificarem, do que os sacerdotes.
35. E houve também holocaustos
em abundância, juntamente com a gordura das ofertas pacíficas, e com as ofertas
de libação para cada holocausto. Assim se restabeleceu o ministério da casa do
Senhor.
36. E Ezequias regozijou-se, e com ele todo o povo, por causa
daquilo que Deus tinha preparado a favor do povo; pois isto se fizera de
improviso.
[II Crônicas 30]II Crônicas
30
1. Depois disso Ezequias enviou mensageiros por todo
o Israel e Judá, e escreveu cartas a Efraim e a Manassés, para que viessem à
casa do Senhor em Jerusalém, a fim de celebrarem a páscoa ao Senhor Deus de
Israel.
2. Pois o rei tivera conselho com os príncipes e com toda a
congregação em Jerusalém, para celebrarem a páscoa no segundo mês.
3.
Pois não a puderam celebrar no tempo próprio porque não se tinham santificado
sacerdotes em número suficiente, e porque o povo não se tinha ajuntado em
Jerusalém.
4. Isto pareceu bem aos olhos do rei e de toda a
congregação.
5. E decretaram que se fizesse proclamação por todo o
Israel, desde Berseba até Dã para que viessem celebrar a páscoa ao Senhor, Deus
de Israel, em Jerusalém; porque muitos não a tinham celebrado como está
escrito.
6. Foram pois, os correios com as cartas, do rei e dos, seus
príncipes, por todo o Israel e Judá, segundo a ordem do rei, dizendo: Filhos de
Israel, voltai para o Senhor, Deus de Abraão, de Isaque e de Israel, para que
ele se volte para o restante de vós que escapastes da mão dos reis da
Assíria.
7. Não sejais como vossos pais e vossos irmãos, que foram
infiéis para com o Senhor, Deus de seus pais, de modo que os entregou à
desolação como vedes.
8. Não endureçais agora a vossa cerviz, como
fizeram vossos pais; mas submetei-vos ao Senhor, e entrai no seu santuário que
ele santificou para sempre, e servi ao Senhor vosso Deus, para que o ardor da
sua ira se desvie de vós.
9. Pois, se voltardes para o Senhor, vossos
irmãos e vossos filhos acharão misericórdia diante dos que os levaram cativos, e
tornarão para esta terra; porque o Senhor vosso Deus é clemente e compassivo, e
não desviará de vós o seu rosto, se voltardes para ele.
10. Os
correios, pois, foram passando de cidade em cidade, pela terra de Efraím e
Manassés, até Zebulom; porém riam-se e zombavam deles.
11. Todavia
alguns de Aser, e de Manassés, e de Zebulom, se humilharam e vieram a
Jerusalém.
12. E a mão de Deus esteve com Judá, dando-lhes um só
coração para cumprirem a ordem do rei e dos príncipes conforme a palavra do
Senhor.
13. E ajuntou-se em Jerusalém muito povo para celebrar a festa
dos pães ázimos no segundo mês, uma congregação mui grande.
14. E,
levantando-se, tiraram os altares que havia em Jerusalém; também tiraram todos
os altares de incenso, e os lançaram no ribeiro de Cedrom.
15. Então
imolaram a páscoa no décimo quarto dia do segundo mês; e os sacerdotes e
levitas, envergonhados, santificaram-se e trouxeram holocaustos à casa do
Senhor.
16. Tomaram os seus lugares, segundo a sua ordem, conforme a
lei de Moisés, homem de Deus; e os sacerdotes espargiram o sangue, que recebiam
da mão dos levitas.
17. Pois havia muitos na congregação que não se
tinham santificado; pelo que os levitas tiveram que imolar os cordeiros da
páscoa por todo aquele que não estava limpo, para o santificarem ao
Senhor.
18. Porque uma multidão do povo, muitos de Efraím e Manassés,
Issacar e Zebulom, não se tinham purificado, contudo comeram a páscoa, ainda que
não segundo o que está escrito; pois Ezequias tinha orado por eles, dizendo: O
Senhor, que é bom, perdoe todo aquele
19. que dispõe o seu coração
para buscar a Deus, o Senhor, o Deus de seus pais, ainda que não esteja
purificado segundo a purificação do santuário.
20. E o Senhor ouviu
Ezequias, e sarou o povo.
21. E os filhos de Israel que se acharam em
Jerusalém celebraram a festa dos pães ázimos por sete dias com grande alegria; e
os levitas e os sacerdotes louvaram ao Senhor de dia em dia com instrumentos
fortemente retinintes, cantando ao Senhor.
22. E Ezequias falou
benignamente a todos os levitas que tinham bom entendimento no serviço do
Senhor. Assim comeram as ofertas da festa por sete dias, sacrificando ofertas
pacíficas, e dando graças ao Senhor, Deus de seus pais.
23. E, tendo
toda a congregação resolvido celebrar outros sete dias, celebraram por mais sete
dias com alegria.
24. Pois Ezequias, rei de Judá, apresentou à
congregação para os sacrifícios mil novilhos e sete mil ovelhas; e os príncipes
apresentaram à congregação mil novilhos e dez mil ovelhas; e os sacerdotes se
santificaram em grande número.
25. E regozijaram-se toda a congregação
de Judá, juntamente com os sacerdotes e levitas, e toda a congregação dos que
vieram de Israel, como também os estrangeiros que vieram da terra de Israel e os
que habitavam em Judá.
26. Assim houve grande alegria em Jerusalém,
pois desde os dias de Salomão, filho de Davi, rei de Israel, não tinha havido
coisa semelhante em Jerusalém.
27. Então os levitas sacerdotes se
levantaram e abençoaram o povo; e a sua voz foi ouvida, porque a sua oração
chegou até a santa habitação de Deus, até o céu.
[II Crônicas 31]II Crônicas 31
1. Acabado tudo isso, todos
os israelitas que ali estavam saíram às cidades de Judá e despedaçaram as
colunas, cortaram os aserins, e derrubaram os altos e altares por toda a Judá e
Benjamim, como também em Efraim e Manassés, até os destruírem de todo. Depois
voltaram todos os filhos de Israel para as suas cidades, cada um para sua
possessão.
2. E Ezequias estabeleceu as turmas dos sacerdotes e
levitas, turma por turma, cada um segundo o seu serviço, tanto os sacerdotes
como os levitas, para os holocaustos e as ofertas pacíficas, para ministrarem,
renderem ações de graças e cantarem louvores nas portas do arraial do
Senhor.
3. A contribuição da fazenda do rei foi designada para os
holocaustos: os holocaustos da manhã e da tarde, e os holocaustos dos sábados,
das luas novas e das festas fixas, como está escrito na lei do
Senhor.
4. Além disso ordenou ao povo que morava em Jerusalém que
desse a porção pertencente aos sacerdotes e aos levitas, para que eles se
dedicassem à lei do Senhor.
5. Logo que esta ordem se divulgou, os
filhos de Israel trouxeram em abundância as primícias de trigo, mosto, azeite,
mel e todo produto do campo; também trouxeram em abundância o dízimo de
tudo.
6. Os filhos de Israel e de Judá que habitavam nas cidades de
Judá também trouxeram o dízimo de bois e de ovelhas, e o dízimo das coisas
dedicadas que foram consagradas ao Senhor seu Deus, e depositaram-nos em
montões.
7. No terceiro mês começaram a formar os montões, e no sétimo
mês acabaram.
8. Vindo, pois, Ezequias e os príncipes, e vendo aqueles
montões, bendisseram ao Senhor e ao seu povo Israel.
9. Então
perguntou Ezequias aos sacerdotes e aos levitas acerca daqueles
montões.
10. Respondeu-lhe Azarias, o sumo sacerdote, que era da casa
de Zadoque, dizendo: Desde que o povo começou a trazer as ofertas para a casa do
Senhor, tem havido o que comer e de que se fartar, e ainda nos tem sobejado
bastante, porque o Senhor abençoou ao seu povo; e os sobejos constituem esta
abastança.
11. Então ordenou Ezequias que se preparassem câmaras na
casa do Senhor; e as prepararam.
12. Ali recolheram fielmente as
ofertas, os dízimos e as coisas dedicadas; e tinha o cargo disto o levita
Conanias, e depois dele Simei, seu irmão.
13. E Jeiel, Azazias, Naate,
Asael, Jerimote, Jozabade, Eliel, Ismaquias, Maate e Benaías eram
superintendentes sob a direção de Conanias e de Simei, seu irmão, por decreto do
rei Ezequias e de Azarias, o chefe da casa de Deus.
14. E o levita
Coré, filho de Imná, e guarda da porta oriental, estava encarregado das ofertas
voluntárias que se faziam a Deus, para distribuir as ofertas do Senhor e as
coisas santíssimas.
15. E debaixo das suas ordens estavam Edem,
Miniamim, Jesuá, Semaías, Amarias e Secanias, nas cidades dos sacerdotes, para
fazerem com fidelidade a distribuição a seus irmãos, segundo as suas turmas,
tanto aos pequenos como aos grandes,
16. exceto os que estavam
contados pelas genealogias, varões da idade de três anos para cima, todos os que
entravam na casa do Senhor, para o seu serviço diário nos seus cargos segundo as
suas turmas.
17. Quanto ao registro dos sacerdotes, era feito segundo
as suas casas paternas; e o dos levitas da idade de vinte anos para cima era
feito segundo os seus cargos nas suas turmas.
18. Os sacerdotes eram
arrolados com todos os seus pequeninos, suas mulheres, seus filhos e suas
filhas, por toda a congregação; porque estes se dedicavam fielmente às coisas
consagradas.
19. Também para os filhos de Arão os sacerdotes que
estavam nos campos dos arrabaldes das suas cidades, em cada cidade, havia homens
designados por nome para distribuírem porções a todo homem entre os sacerdotes e
a todos os arrolados entre os levitas.
20. Assim fez Ezequias em todo
o Judá; e fez o que era bom, e reto, e fiel perante o Senhor seu
Deus.
21. E toda a obra que empreendeu no serviço da casa de Deus, e
de acordo com a lei e os mandamentos, para buscar a seu Deus, ele a fez de todo
o seu coração e foi bem sucedido.
[II Crônicas 32]II
Crônicas 32
1. Depois destas coisas e destes atos de
fidelidade, veio Senaqueribe, rei da Assíria e, entrando em Judá, acampou-se
contra as cidades fortes, a fim de apoderar-se delas.
2. Quando
Ezequias viu que Senaqueribe tinha vindo com o propósito de guerrear contra
Jerusalém,
3. teve conselho com os seus príncipes e os seus poderosos,
para que se tapassem as fontes das águas que havia fora da cidade; e eles o
ajudaram.
4. Assim muito povo se ajuntou e tapou todas as fontes, como
também o ribeiro que corria pelo meio da terra, dizendo: Por que viriam os reis
da Assíria, e achariam tantas águas?
5. Ezequias, cobrando ânimo,
edificou todo o muro que estava demolido, levantando torres sobre ele, fez outro
muro por fora, fortificou a Milo na cidade de Davi, e fez armas e escudos em
abundância.
6. Então pôs oficiais de guerra sobre o povo e,
congregando-os na praça junto à porta da cidade, falou-lhes ao coração,
dizendo:
7. Sede corajosos, e tende bom ânimo; não temais, nem vos
espanteis, por causa do rei da Assíria, nem por causa de toda a multidão que
está com ele, pois há conosco um maior do que o que está com ele.
8.
Com ele está um braço de carne, mas conosco o Senhor nosso Deus, para nos ajudar
e para guerrear por nós. E o povo descansou nas palavras de Ezequias, rei de
Judá.
9. Depois disso Senaqueribe, rei da Assíria, enquanto estava
diante de Laquis, com todas as suas forças, enviou os seus servos a Jerusalém a
Ezequias, rei de Judá, e a todo o Judá que estava em Jerusalém,
dizendo:
10. Assim diz Senaqueribe, rei da Assíria: Em que confiais
vós, para vos deixardes sitiar em Jerusalém?
11. Porventura não vos
engana Ezequias, para vos fazer morrer à fome e à sede, quando diz: O Senhor
nosso Deus nos livrará das mãos do rei da Assíria?
12. Esse mesmo
Ezequias não lhe tirou os altos e os altares, e não ordenou a Judá e a
Jerusalém, dizendo: Diante de um só altar adorareis, e sobre ele queimareis
incenso?
13. Não sabeis vós o que eu e meus pais temos feito a todos
os povos de outras terras? Puderam de qualquer maneira os deuses das nações
daquelas terras livrar a sua terra da minha mão?
14. Qual é, de todos
os deuses daquelas nações que meus pais destruíram, o que pôde livrar o seu povo
da minha mão, para que o vosso Deus vos possa livrar da minha mão?
15.
Agora, pois, não vos engane Ezequias, nem vos incite assim, nem lhe deis
crédito. Porque nenhum deus de nação alguma, nem de reino algum, pôde livrar o
seu povo da minha mão, nem da mão de meus pais; quanto menos o vosso Deus vos
poderá livrar da minha mão?
16. E os servos de Senaqueribe falaram
ainda mais contra o Senhor Deus, e contra o seu servo Ezequias.
17.
Ele também escreveu cartas para blasfemar do Senhor Deus de Israel, dizendo
contra ele: Assim como os deuses das nações das terras não livraram o seu povo
da minha mão, assim também o Deus de Ezequias não livrará o seu povo da minha
mão.
18. E clamaram em alta voz, na língua dos judeus, ao povo de
Jerusalém que estava em cima do muro, para os atemorizarem e os perturbarem, a
fim de tomarem a cidade.
19. E falaram do Deus de Jerusalém como dos
deuses dos povos da terra, que são obras das mãos dos homens.
20. Mas
o rei Ezequias e o profeta Isaías, filho de Amoz, oraram por causa disso, e
clamaram ao céu.
21. Então o Senhor enviou um anjo que destruiu no
arraial do rei da Assíria todos os guerreiros valentes, e os príncipes, e os
chefes. Ele, pois, envergonhado voltou para a sua terra; e, quando entrou na
casa de seu deus, alguns dos seus próprios filhos o mataram ali à
espada.
22. Assim o Senhor salvou Ezequias, e os moradores de
Jerusalém, da mão de Senaqueribe, rei da Assíria, e da mão de todos; e lhes deu
descanso de todos os lados.
23. E muitos trouxeram presentes a
Jerusalém ao Senhor, e coisas preciosas a Ezequias, rei de Judá, de modo que
desde então ele foi exaltado perante os olhos de todas as nações.
24.
Naqueles dias Ezequias, adoecendo, estava à morte: e orou ao Senhor o qual lhe
respondeu, e lhe deu um sinal.
25. Mas Ezequias não correspondeu ao
benefício que lhe fora feito, pois o seu coração se exaltou; pelo que veio
grande ira sobre ele, e sobre Judá e Jerusalém.
26. Todavia Ezequias
humilhou-se pela soberba do seu coração, ele e os habitantes de Jerusalém; de
modo que a grande ira do Senhor não veio sobre eles nos dias de
Ezequias.
27. E teve Ezequias riquezas e honra em grande abundância;
proveu-se de tesourarias para prata, ouro, pedras preciosas, especiarias,
escudos, e toda espécie de objetos desejáveis;
28. também de celeiros
para o aumento de trigo, de vinho, e de azeite; e de estrebarias para toda a
casta de animais, e de currais para os rebanhos.
29. Além disso
edificou para si cidades, e teve rebanhos e manadas em abundância; pois Deus lhe
tinha dado muitíssima fazenda.
30. Também foi Ezequias quem tapou o
manancial superior das águas de Giom, fazendo-as correr em linha reta pelo lado
ocidental da cidade de Davi. Ezequias, pois, prosperou em todas as suas
obras.
31. Contudo, no negócio dos embaixadores dos príncipes de
Babilônia, que lhe foram enviados a perguntarem acerca do prodígio que fora
feito na sua terra, Deus o desamparou para experimentá-lo, e para saber tudo o
que havia no seu coração.
32. Ora, o restante dos atos de Ezequias, e
as suas boas obras, eis que estão escritos na visão do profeta Isaías, filho de
Amoz, no livro dos reis de Judá e de Israel.
33. E Ezequias dormiu com
seus pais, e o sepultaram no mais alto dos sepulcros dos filhos de Davi; e todo
o Judá e os habitantes de Jerusalém lhe renderam honras na sua morte. E
Manassés, seu filho, reinou em seu lugar.
[II Crônicas 33]II Crônicas 33
1. Tinha Manassés doze anos
quando começou a reinar, e reinou cinqüenta e cinco anos em
Jerusalém.
2. E fez o que era mau aos olhos do Senhor, conforme as
abominações dos povos que o Senhor lançara fora de diante dos filhos de
Israel.
3. Pois tornou a edificar os altos que Ezequias, seu pai,
tinha derribado; e levantou altares aos baalins, e fez aserotes, e adorou a todo
o exército do céu, e o serviu.
4. Também edificou altares na casa do
Senhor, da qual o Senhor tinha dito: Em Jerusalém estará o meu nome
eternamente.
5. Edificou altares a todo o exército do céu, nos dois
átrios da casa do Senhor.
6. Além disso queimou seus filhos como
sacrifício no vale do filho de Hinom; e usou de augúrios e de encantamentos, e
dava-se a artes mágicas, e instituiu adivinhos e feiticeiros; sim, fez muito mal
aos olhos do Senhor, para o provocar à ira.
7. Também a imagem
esculpida do ídolo que tinha feito, ele a colocou na casa de Deus, da qual Deus
tinha dito a Davi e a Salomão, seu filho: Nesta casa, e em Jerusalém, que
escolhi de todas as tribos de Israel, porei eu o meu nome para
sempre;
8. e nunca mais removerei o pé de Israel da terra que destinei
a vossos pais; contanto que tenham cuidado de fazer tudo o que eu lhes ordenei,
toda a lei, os estatutos e as ordenanças dados por intermédio de
Moisés.
9. Manassés tanto fez errar a Judá e aos moradores de
Jerusalém, que eles fizeram o mal ainda mais do que as nações que o Senhor tinha
destruído de diante dos filhos de Israel.
10. Falou o Senhor a
Manassés e ao seu povo, porém não deram ouvidos.
11. Pelo que o Senhor
trouxe sobre eles os comandantes do exército do rei da Assíria, os quais
prenderam Manassés com ganchos e, amarrando-o com cadeias de bronze, o levaram
para Babilônia.
12. E estando ele angustiado, suplicou ao Senhor seu
Deus, e humilhou-se muito perante o Deus de seus pais;
13. sim, orou a
ele; e Deus se aplacou para com ele, e ouviu-lhe a súplica, e tornou a trazê-lo
a Jerusalém, ao seu reino. Então conheceu Manassés que o Senhor era
Deus.
14. Ora, depois disso edificou um muro do lado de fora da cidade
de Davi, ao ocidente de Giom, no vale, até a entrada da porta dos peixes; e
fê-lo passar ao redor de Ofel, e o levantou muito alto; também pôs oficiais do
exército em todas as cidades fortificadas de Judá.
15. Tirou da casa
do Senhor os deuses estranhos e o ídolo, como também todos os altares que tinha
edificado no monte da casa do Senhor, e em Jerusalém, e os lançou fora da
cidade.
16. Também reparou o altar do Senhor, e ofereceu sobre ele
sacrifícios de ofertas pacíficas e de ações de graças; e ordenou a Judá que
servisse ao Senhor Deus de Israel.
17. Contudo o povo ainda
sacrificava nos altos, mas somente ao Senhor seu Deus.
18. O restante
dos atos de Manassés, e a sua oração ao seu Deus, e as palavras dos videntes que
lhe falaram em nome do Senhor, Deus de Israel eram os seus altares e as suas
imagens, e a Matã, sacerdote de
19. Também a sua oração, e como Deus
se aplacou para com ele, e todo o seu pecado, e a sua transgressão, e os lugares
onde edificou altos e pôs os aserins e as imagens esculpidas antes de se ter
humilhado, eis que estão escritos nas crônicas dos videntes.
20. E
dormiu Manassés com seus pais, e o sepultaram em sua casa; e Amom, seu filho,
reinou em seu lugar.
21. Tinha Amom vinte e dois anos quando começou a
reinar, e reinou dois anos em Jerusalém.
22. Fez o que era mau aos
olhos do Senhor, como havia feito Manassés, seu pai Amom sacrificou a todas as
imagens esculpidas que Manassés, seu pai, tinha feito, e as
serviu.
23. Mas não se humilhou perante o Senhor, como Manassés, seu
pai, se humilhara; pelo contrário multiplicou Amom os seus
delitos.
24. E conspiraram contra ele os seus servos, e o mataram em
sua casa.
25. Mas o povo da terra matou todos os que conspiraram
contra o rei Amom, e fez reinar em lugar dele seu filho Josias.
[II
Crônicas 34]II Crônicas 34
1. Tinha
Josias oito anos quando começou a reinar, e reinou trinta e um anos em
Jerusalém.
2. Fez o que era reto aos olhos do Senhor, e andou nos
caminhos de Davi, seu pai, sem se desviar deles nem para a direita nem para a
esquerda.
3. Pois no oitavo ano do seu reinado, sendo ainda moço,
começou a buscar o Deus de Davi, seu pai; e no duodécimo ano começou a purificar
Judá e Jerusalém, dos altos, dos aserins e das imagens esculpidas e de
fundição.
4. Foram derribados na presença dele os altares dos baalins;
e ele derribou os altares de incenso que estavam acima deles; os aserins e as
imagens esculpidas e de fundição ele os quebrou e reduziu a pó, que espargiu
sobre as sepulturas dos que lhes tinham sacrificado.
5. E os ossos dos
sacerdotes queimou sobre os seus altares; e purificou Judá e
Jerusalém.
6. E nas cidades de Manassés, de Efraim, de Simeão e ainda
até Naftali, em seus lugares assolados ao redor,
7. derribou os
altares, reduziu a pó os aserins e as imagens esculpidas, e cortou todos os
altares de incenso por toda a terra de Israel. Então, voltou para
Jerusalém.
8. No décimo oitavo ano do seu reinado, havendo já
purificado a terra e a casa, ele enviou Safã, filho de Azalias, Maaséias, o
governador da cidade, e Joá, filho de Joacaz, o cronista, para repararem a casa
do Senhor seu Deus.
9. E foram ter com Hilquias, o sumo sacerdote, e
entregaram o dinheiro que se tinha trazido à casa de Deus, e que os levitas,
guardas da entrada, tinham recebido da mão de Manassés, de Efraim e de todo o
resto de Israel, como também, de todo o Judá e Benjamim, e dos habitantes de
Jerusalém.
10. E eles o entregaram nas mãos dos oficiais que eram
superintendentes da casa do Senhor; estes o deram aos que faziam a obra e que
trabalhavam na casa do Senhor, para consertarem e repararem a
casa.
11. Deram-no aos carpinteiros e aos edificadores, a fim de
comprarem pedras lavradas, e madeiras para as junturas e para servirem de vigas
para as casas que os reis de Judá tinham destruído.
12. E os homens
trabalhavam fielmente na obra; e os superintendentes sobre eles eram Jaate e
Obadias, levitas, dos filhos de Merári, como também Zacarias e Mesulão, dos
filhos dos coatitas, para adiantarem a obra; e todos os levitas que eram
entendidos em instrumentos de música.
13. Estavam sobre os
carregadores e dirigiam todos os que trabalhavam em qualquer sorte de serviço;
também dentre os levitas eram os escrivães, os oficiais e os
porteiros.
14. Ora, quando estavam tirando o dinheiro que se tinha
trazido à casa do Senhor, Hilquias, o sacerdote, achou o livro da lei do Senhor
dada por intermédio de Moisés.
15. Disse Hilquias a Safã, o escrivão:
Achei o livro da lei na casa do Senhor. E entregou o livro a Safã.
16.
Safã levou o livro ao rei, e deu conta também ao rei, dizendo: Teus servos estão
fazendo tudo quanto se lhes encomendou.
17. Tomaram o dinheiro que se
achou na casa do Senhor, e o entregaram nas mãos dos superintendentes e nas mãos
dos que fazem a obra.
18. Safã, o escrivão, falou ainda ao rei,
dizendo: O sacerdote Hilquias entregou-me um livro. E Safã leu nele perante o
rei.
19. Quando o rei ouviu as palavras da lei, rasgou as suas
vestes.
20. E o rei ordenou a Hilquias, a Aicão, filho de Safã, a
Abdom, filho de Mica, a Safã, o escrivão, e a Asaías, servo do rei,
dizendo:
21. Ide, consultai ao Senhor por mim e pelos que restam em
Israel e em Judá, sobre as palavras deste livro que se achou; pois grande é o
furor do Senhor que se tem derramado sobre nos por não terem os nossos pais
guardado a palavra do Senhor, para fazerem conforme tudo quanto está escrito
neste livro.
22. Então Hilquias e os enviados do rei foram ter com a
profetisa Hulda, mulher de Salum, filho de Tocate, filho de Hasra, o guarda das
vestiduras (ela habitava então em Jerusalém na segunda parte); e lhe falaram a
esse respeito.
23. E ela lhes respondeu: Assim diz o Senhor, Deus de
Israel: Dizei ao homem que vos enviou a mim:
24. Assim diz o Senhor:
Eis que trarei o mal sobre este lugar, e sobre os seus habitantes, a saber,
todas as maldições que estão escritas no livro que se leu perante o rei de
Judá.
25. Porque me deixaram, e queimaram incenso a outros deuses,
para me provocarem à ira com todas as obras das suas mãos; portanto o meu furor
se derramará sobre este lugar, e não se apagará.
26. Todavia ao rei de
Judá, que vos enviou para consultar ao Senhor, assim lhe direis: Assim diz o
Senhor, Deus de Israel: Quanto às palavras que ouviste,
27. porquanto
o teu coração se enterneceu, e te humilhaste perante Deus, ouvindo as suas
palavras contra este lugar e contra os seus habitantes, e te humilhaste perante
mim, e rasgaste as tuas vestes, e choraste perante mim, também eu te ouvi, diz o
Senhor.
28. Eis que te ajuntarei a teus pais, e tu serás recolhido ao
teu sepulcro em paz, e os teus olhos não verão todo o mal que hei de trazer
sobre este lugar e sobre os seus habitantes. E voltaram com esta resposta ao
rei.
29. Então o rei mandou reunir todos os anciãos de Judá e de
Jerusalém;
30. e o rei subiu à casa do Senhor, com todos os homens de
Judá, e os habitantes de Jerusalém, e os sacerdotes, e os levitas, e todo o
povo, desde o menor até o maior; e ele leu aos ouvidos deles todas as palavras
do livro do pacto, que fora encontrado na casa do Senhor.
31. E o rei
pôs-se em pé em seu lugar, e fez um pacto perante o Senhor, de andar após o
Senhor, e de guardar os seus mandamentos, e os seus testemunhos, e os seus
estatutos, de todo o coração e de toda a alma, a fim de cumprir as palavras do
pacto, que estavam escritas naquele livro.
32. Também fez com que
todos quantos se achavam em Jerusalém e em Benjamim o firmassem; e os habitantes
de Jerusalém fizeram conforme o pacto de Deus, do Deus de seus
pais.
33. E Josias tirou todas as abominações de todas as terras que
eram dos filhos de Israel; e ainda fez que todos quantos se achavam em Israel
servissem ao Senhor seu Deus. E, enquanto ele viveu, não deixaram de seguir ao
Senhor, Deus de seus pais.
[II Crônicas 35]II Crônicas
35
1. Então Josias celebrou a páscoa ao Senhor em
Jerusalém; imolou-se o cordeiro da páscoa no décimo quarto dia do primeiro
mês.
2. E estabeleceu os sacerdotes nos seus cargos, e os animou a
servirem na casa do Senhor.
3. E disse aos levitas que ensinavam a
todo o Israel e que estavam consagrados ao Senhor: Ponde a arca sagrada na casa
que Salomão, filho de Davi, rei de Israel, edificou; não tereis mais esta carga
sobre os vossos ombros. Agora servi ao Senhor vosso Deus e ao seu povo
Israel;
4. preparai-vos segundo as vossas casas paternas, e segundo as
vossas turmas, conforme o preceito de Davi, rei de Israel, e o de Salomão, seu
filho.
5. E estai no lugar santo segundo as divisões das casas
paternas de vossos irmãos, os filhos do povo, e haja para cada divisão uma parte
de uma família levítica.
6. Também imolai a páscoa, e santificai-vos,
e preparai-a para vossos irmãos, fazendo conforme a palavra do Senhor dada por
intermédio de Moisés.
7. Ora, Josias deu aos filhos do povo, a todos
que ali estavam, cordeiros e cabritos do rebanho em número de trinta mil, todos
para os sacrifícios da páscoa, e três mil novilhos; isto era da fazenda do
rei.
8. Também os seus príncipes fizeram ofertas voluntárias ao povo,
aos sacerdotes e aos levitas; Hilquias, Zacarias e Jeiel, chefes da casa de
Deus, deram aos sacerdotes, para os sacrifícios da páscoa, dois mil e seiscentos
cordeiros e cabritos e trezentos novilhos.
9. Também Conanias, e
Semaías e Netanel, seus irmãos, como também Hasabias, Jeiel e Jozabade, chefes
dos levitas, apresentaram aos levitas, para os sacrifícios da páscoa, cinco mil
cordeiros e cabritos e quinhentos novilhos.
10. Assim se preparou o
serviço, e puseram-se os sacerdotes nos seus postos, e os levitas pelas suas
turmas, conforme a ordem do rei.
11. Então imolaram a páscoa; e os
sacerdotes espargiam o sangue que recebiam das mãos dos levitas, e estes
esfolavam as reses.
12. E puseram à parte os holocaustos para os
distribuírem aos filhos do povo, segundo as divisões das casas paternas, a fim
de que os oferecessem ao Senhor, como está escrito no livro de Moisés; e assim
fizeram com os novilhos.
13. Assaram a páscoa ao fogo, segundo a
ordenança; e as ofertas sagradas cozeram em panelas em caldeirões e em tachos, e
prontamente as repartiram entre todo o povo.
14. Depois prepararam o
que era preciso para si e para os sacerdotes; porque os sacerdotes, filhos de
Arão, se ocuparam até a noite em oferecer os holocaustos e a gordura; pelo que
os levitas prepararam para si e para os sacerdotes, filhos de
Arão.
15. Os cantores, filhos de Asafe, estavam no seu posto, segundo
o mandado de Davi, de Asafe, de Hemã e de Jedútum vidente do rei; como também os
porteiros estavam a cada porta; não precisaram se desviar do seu serviço,
porquanto seus irmãos, os levitas preparavam o necessário para
eles.
16. Assim se estabeleceu todo o serviço do Senhor naquele dia,
para celebrar a páscoa, e para oferecer holocaustos sobre o altar do Senhor,
segundo a ordem do rei Josias.
17. E os filhos de Israel que ali
estavam celebraram a páscoa naquela ocasião e, durante sete dias, a festa dos
pães ázimos.
18. Nunca se celebrara em Israel uma páscoa semelhante a
essa, desde os dias do profeta Samuel; e nenhum dos reis de Israel celebrara tal
páscoa como a que Josias celebrou com os sacerdotes e levitas, e todo o Judá e
Israel que ali estavam, e os habitantes de Jerusalém.
19. Foi no
décimo oitavo ano do reinado de Josias que se celebrou esta
páscoa.
20. Depois de tudo isso, havendo Josias já preparado o templo,
subiu Neco, rei do Egito, para guerrear contra Carquêmis, junto ao Eufrates; e
Josias lhe saiu ao encontro.
21. Neco, porém, mandou-lhe mensageiros,
dizendo: Que tenho eu que fazer contigo, rei de Judá? Não é contra ti que venho
hoje, mas contra a casa à qual faço guerra; e Deus mandou que me apressasse.
Deixa de te opores a Deus, que está comigo, para que ele não te
destrua.
22. Todavia Josias não quis virar dele o seu rosto, mas
disfarçou-se para pelejar contra ele e, não querendo ouvir as palavras de Neco,
que saíram da boca de Deus, veio pelejar no vale de Megido.
23. E os
flecheiros atiraram ao rei Josias. Então o rei disse a seus servos: Tirai-me
daqui, porque estou gravemente ferido.
24. Seus servos o removeram do
carro e pondo-o no seu segundo carro, o trouxeram a Jerusalém. Ele morreu, e foi
sepultado nos sepulcros de seus pais. E todo o Judá e Jerusalém prantearam a
Josias.
25. Também Jeremias fez uma lamentação sobre Josias; e todos
os cantores e cantoras têm falado de Josias nas suas lamentações até o dia de
hoje; e as estabeleceram por costume em Israel; e eis que estão escritas nas
Lamentações.
26. Ora, o restante dos atos de Josias, e as suas boas
obras em conformidade com o que está escrito na lei do Senhor,
27. e
os seus atos, desde os primeiros até os últimos, eis que estão escritos no livro
dos reis de Israel e de Judá.
[II Crônicas 36]II
Crônicas 36
1. O povo da terra tomou Jeoacaz, filho de
Josias, e o constituiu rei em lugar de seu pai, em Jerusalém.
2. Tinha
Jeoacaz vinte e três anos quando começou a reinar, e reinou três meses em
Jerusalém.
3. Porquanto o rei do Egito o depôs em Jerusalém, e
condenou a terra a pagar um tributo de cem talentos de prata e um talento de
ouro.
4. Então o rei do Egito constituiu Eliaquim, irmão de Jeoacaz,
rei sobre Judá e Jerusalém, e mudou-lhe o nome em Jeoiaquim; mas a seu irmão,
Jeoacaz, Neco o tomou e o levou para o Egito.
5. Tinha Jeoiaquim vinte
e cinco anos quando começou a reinar, e reinou onze anos em Jerusalém; e fez o
que era mau aos olhos do Senhor seu Deus.
6. Contra ele subiu
Nabucodonosor, rei de Babilônia, e o amarrou com cadeias a fim de o levar para
Babilônia.
7. Também alguns dos vasos da casa do Senhor levou
Nabucodonosor para Babilônia, e pô-los no seu templo em Babilônia.
8.
Ora, o restante dos atos de Jeoiaquim, e as abominações que praticou, e o que se
achou contra ele, eis que estão escritos no livro dos reis de Israel e de Judá.
E Joaquim, seu filho, reinou em seu lugar.
9. Tinha Joaquim oito anos
quando começou a reinar, e reinou três meses e dez dias em Jerusalém; e fez o
que era mau aos olhos do Senhor.
10. Na primavera seguinte o rei
Nabucodonosor mandou que o levassem para Babilônia, juntamente com os vasos
preciosos da casa do Senhor; e constituiu a Zedequias, irmão de Joaquim, rei
sobre Judá e Jerusalém.
11. Tinha Zedequias vinte e um anos quando
começou a reinar, e reinou onze anos em Jerusalém.
12. E fez o que era
mau aos olhos do Senhor seu Deus: e não se humilhou perante o profeta Jeremias,
que lhe falava da parte do Senhor.
13. Também rebelou-se contra o rei
Nabucodonosor, que o tinha ajuramentado por Deus. Mas endureceu a sua cerviz e
se obstinou no seu coração, para não voltar ao Senhor, Deus de
Israel.
14. Além disso todos os chefes dos sacerdotes e o povo
aumentavam cada vez mais a sua infidelidade, seguindo todas as abominações dos
gentios; e profanaram a casa do Senhor, que ele tinha santificado para si em
Jerusalém.
15. E o Senhor, Deus de seus pais, falou-lhes
persistentemente por intermédio de seus mensageiros, porque se compadeceu do seu
povo e da sua habitação.
16. Eles, porém, zombavam dos mensageiros de
Deus, desprezando as suas palavras e mofando dos seus profetas, até que o furor
do Senhor subiu tanto contra o seu povo, que mais nenhum remédio
houve.
17. Por isso fez vir sobre eles o rei dos caldeus, o qual matou
os seus mancebos à espada, na casa do seu santuário, e não teve piedade nem dos
mancebos, nem das donzelas, nem dos velhos nem dos decrépitos; entregou-lhos
todos nas mãos.
18. E todos os vasos da casa de Deus, grandes e
pequenos, os tesouros da casa do Senhor, e os tesouros do rei e dos seus
príncipes, tudo levou para Babilônia.
19. Também queimaram a casa de
Deus, derribaram os muros de Jerusalém, queimaram a fogo todos os seus palácios,
e destruíram todos os seus vasos preciosos.
20. E aos que escaparam da
espada, a esses levou para Babilônia; e se tornaram servos dele e de seus
filhos, até o tempo do reino da Pérsia,
21. para se cumprir a palavra
do Senhor proferida pela boca de Jeremias, até haver a terra gozado dos seus
sábados; pois por todos os dias da desolação repousou, até que os setenta anos
se cumpriram.
22. Ora, no primeiro ano de Ciro, rei da pérsia, para
que se cumprisse a palavra do Senhor proferida pela boca de Jeremias, despertou
o Senhor o espírito de Ciro, rei da Pérsia, de modo que ele fez proclamar por
todo o seu reino, de viva voz e também por escrito, este decreto:
23.
Assim diz Ciro, rei da Pérsia: O Senhor Deus do céu me deu todos os reinos da
terra, e me encarregou de lhe edificar uma casa em Jerusalém, que é em Judá.
Quem há entre vós de todo o seu povo suba, e o Senhor seu Deus seja com
ele.
[Esdras 1]Esdras 1
1. No
primeiro ano de Ciro, rei da Pérsia, para que se cumprisse a palavra do Senhor
proferida pela boca de Jeremias, despertou o Senhor o espírito de Ciro, rei da
Pérsia, de modo que ele fez proclamar por todo o seu reino, de viva voz e também
por escrito, este decreto:
2. Assim diz Ciro, rei da Pérsia: O Senhor
Deus do céu me deu todos os reinos da terra, e me encarregou de lhe edificar uma
casa em Jerusalém, que é em Judá.
3. Quem há entre vós de todo o seu
povo (seja seu Deus com ele) suba para Jerusalém, que é em Judá, e edifique a
casa do Senhor, Deus de Israel; ele é o Deus que habita em
Jerusalém.
4. E todo remanescente, seja qual for o lugar em que é
peregrino, seja ajudado pelos homens desse lugar com prata, com ouro, com bens e
com animais, afora a oferta voluntária para a casa de Deus, que está em
Jerusalém.
5. Então se levantaram os chefes das casas paternas de Judá
e Benjamim e os sacerdotes, e os levitas, todos aqueles cujo espírito Deus
despertara, para subirem a edificar a casa do Senhor, que está em
Jerusalém.
6. E todos os seus vizinhos os ajudaram com utensílios de
prata, com ouro, com bens, com animais e com coisas preciosas, afora tudo o que
se ofereceu voluntariamente.
7. Também o rei Ciro tirou os utensílios
que pertenciam à casa do Senhor e que Nabucodonosor tinha trazido de Jerusalém e
posto na casa de seus deuses.
8. Ciro, rei da Pérsia, tirou-os pela
mão de Mitredate, o tesoureiro, que os entregou contados a Sesbazar, príncipe de
Judá.
9. Este é o número deles: Trinta bacias de ouro, mil bacias de
prata, vinte e nove incensários,
10. trinta taças de ouro,
quatrocentas e dez taças de prata e mil outros utensílios.
11. Todos
os utensílios de ouro e de prata foram cinco mil e quatrocentos; todos estes
levou Sesbazar, quando os do cativeiro foram conduzidos de Babilônia para
Jerusalém.
[Esdras 2]Esdras
2
1. Estes são os filhos da província que subiram do
cativeiro, dentre os exilados, a quem Nabucodonosor, rei de Babilônia, tinha
levado para Babilônia, e que voltaram para Jerusalém e para Judá, cada um para a
sua cidade;
2. os quais vieram com Zorobabel Jesuá Neemias, Seraías,
Reelaías, Mordecai, Bilsã, Mizpar, Bigvai, Reum e Baaná. O número dos homens do
povo de Israel.
3. Os filhos de Parós, dois mil cento e setenta e
dois.
4. Os filhos de Sefatias, trezentos e setenta e
dois.
5. Os filhos de Ará, setecentos e setenta e cinco.
6.
Os filhos de Paate-Moabe, dos filhos de Jesuá e de Joabe, dois mil oitocentos e
doze.
7. Os filhos de Elão, mil duzentos e cinqüenta e
quatro.
8. Os filhos de Zatu, novecentos e quarenta e
cinco.
9. Os filhos de Zacai, setecentos e sessenta.
10. Os
filhos de Bani, seiscentos e quarenta e dois.
11. Os filhos de Bebai,
seiscentos e vinte e três.
12. Os filhos de Azgade, mil duzentos e
vinte e dois.
13. Os filhos de Adonicão, seiscentos e sessenta e
seis.
14. Os filhos de Bigvai, dois mil e cinqüenta e
seis.
15. Os filhos de Adim, quatrocentos e cinqüenta e
quatro.
16. Os filhos de Ater, de Ezequias, noventa e
oito.
17. Os filhos de Bezai, trezentos e vinte e três.
18.
Os filhos de Jora, cento e doze.
19. Os filhos de Hasum, duzentos e
vinte e três.
20. Os filhos de Gibar, noventa e cinco.
21.
Os filhos de Belém, cento e vinte e três.
22. Os homens de Netofá,
cinqüenta e seis.
23. Os homens de Anatote, cento e vinte e
oito.
24. Os filhos de Azmavete, quarenta e dois.
25. Os
filhos de Quiriate-Arim, de Cefira e de Beerote, setecentos e quarenta e
três
26. Os filhos de Ramá e de Gaba, seiscentos e vinte e
um.
27. Os homens de Micmás, cento e vinte e dois.
28. Os
homens de Betel e de Ai, duzentos e vinte e três.
29. Os filhos de
Nebo, cinqüenta e dois.
30. Os filhos de Magbis, cento e cinqüenta e
seis.
31. Os filhos do outro Elão, mil duzentos e cinqüenta e
quatro.
32. Os filhos de Harim, trezentos e vinte.
33. Os
filhos de Lode, de Hadide e de Ono, setecentos e vinte e cinco.
34. Os
filhos de Jericó, trezentos e quarenta e cinco.
35. Os filhos de
Senaá, três mil seiscentos e trinta.
36. Os sacerdotes: os filhos de
Jedaías, da casa de Jesuá, novecentos e setenta e três.
37. Os filhos
de Imer, mil e cinqüenta e dois.
38. Os filhos de Pasur, mil duzentos
e quarenta e sete.
39. Os filhos de Harim, mil e
dezessete.
40. Os levitas os filhos de Jesuá, e de Cadmiel, dos filhos
de , Hodavias, setenta e quatro.
41. Os cantores: os filhos de Asafe,
cento e vinte e oito.
42. Os filhos dos porteiros: os filhos de Salum,
os filhos de Ater, os filhos de Talmom, os filhos de Acube, os filhos de Hatita,
os filhos de Sobai, ao todo, cento e trinta e nove.
43. Os netinins:
os filhos de Ziá, os filhos de Hasufa, os filhos de Tabaote,
44. os
filhos de Querós, os filhos de Siá, os filhos de Padom,
45. os filhos
de Lebana, os filhos de Hagaba, os filhos de Acube,
46. os filhos de
Hagabe, os filhos de Sanlai, os filhos de Hanã,
47. os filhos de
Gidel, os filhos de Gaar, os filhos de Reaías,
48. os filhos de Rezin,
os filhos de Necoda, os filhos de Gazão,
49. os filhos de Uzá, os
filhos de Paséia, os filhos de Besai,
50. os filhos de Asná, os filhos
de Meunim, os filhos dos nefusins,
51. os filhos de Baquebuque, os
filhos de Hacufa, os filhos de Hurur,
52. os filhos de Bazlute, os
filhos de Meída, os filhos de Harsa,
53. os filhos de Barcos, os
filhos de Sísera, os filhos de Tamá,
54. os filhos de Nezias, os
filhos de Hatifa.
55. Os filhos dos servos de Salomão: os filhos de
Sotai, os filhos de Soferete, os filhos de Peruda,
56. os filhos de
Jaalá, os filhos de Darcom, os filhos de Gidel,
57. os filhos de
Sefatias, os filhos de Hatil, os filhos de Poquerete-Hazebaim os filhos de
Ami.
58. Todos os netinins e os filhos dos servos de Salomão foram
trezentos e noventa e dois.
59. Estes foram os que subiram de
Tel-Mela, de Tel-Harsa, de Querube, de Adã e de Imer; porém não puderam provar
que as suas casas paternas e sua linhagem eram de Israel:
60. os
filhos de Delaías, os filhos de Tobias, os filhos de Necoda, seiscentos e
cinqüenta e dois.
61. E dos filhos dos sacerdotes: os filhos de
Habaías, os filhos de Hacoz, os filhos de Barzilai, que tomou mulher das filhas
de Barzilai, o gileadita, e que foi chamado do seu nome.
62. Estes
procuraram o seu registro entre os que estavam arrolados nas genealogias, mas
não foi encontrado; pelo que, por imundos, foram excluídos do
sacerdócio;
63. e o governador lhes intimou que não comessem das
coisas santíssimas, até que se levantasse um sacerdote com Urim e
Tumim.
64. Toda esta congregação junta somava quarenta e dois mil
trezentos e sessenta,
65. afora os seus servos, e as suas servas, que
foram sete mil trezentos e trinta e sete; também havia duzentos cantores e
cantoras.
66. Os seus cavalos eram setecentos e trinta e seis; os seus
mulos, duzentos e quarenta e cinco;
67. os seus camelos, quatrocentos
e trinta e cinco; os jumentos, seis mil setecentos e vinte.
68. Alguns
dos chefes das casas paternas, vindo à casa do Senhor em Jerusalém, deram
ofertas voluntárias para a casa de Deus, para a edificarem no seu
lugar;
69. conforme as suas posses, deram para a tesouraria da obra,
em ouro sessenta e um mil dáricos, e em prata cinco mil minas, e cem vestes
sacerdotais.
70. Ora, os sacerdotes e os levitas, e alguns do povo,
tanto os cantores como os porteiros e os netinins, habitaram nas suas cidades, e
todo o Israel nas suas cidades.
[Esdras 3]Esdras
3
1. Quando chegou o sétimo mês, estando já os filhos
de Israel nas suas cidades, ajuntou-se o povo, como um só homem, em
Jerusalém.
2. Então se levantou Jesuá, filho de Jozadaque, com seus
irmãos, os sacerdotes, e Zorobabel, filho de Sealtiel, e seus irmãos; e
edificaram o altar do Deus de Israel, para oferecerem sobre ele holocaustos,
como está escrito na lei de Moisés, homem de Deus.
3. Colocaram o
altar sobre a sua base (pois o terror estava sobre eles por causa dos povos das
terras e ofereceram sobre ele holocaustos ao Senhor, holocaustos pela manhã e à
tarde.
4. E celebraram a festa dos tabernáculos como está escrito, e
ofereceram holocaustos diários segundo o número ordenado para cada
dia,
5. e em seguida o holocausto contínuo, e os das luas novas e de
todas as festas fixas do Senhor, como também os de qualquer que fazia oferta
voluntária ao Senhor.
6. Desde o primeiro dia do sétimo mês começaram
a oferecer holocaustos ao Senhor; porém ainda não haviam sido lançados os
alicerces do templo do Senhor.
7. Deram dinheiro aos pedreiros e aos
carpinteiros; como também comida e bebida, e azeite aos sidônios, e aos tírios,
para trazerem do Líbano madeira de cedro ao mar, para Jope, segundo a concessão
que lhes tinha feito Ciro, rei da Pérsia.
8. Ora, no segundo ano da
sua vinda à casa de Deus em Jerusalém, no segundo mês, Zorobabel, filho de
Sealtiel, e Jesuá, filho de Jozadaque, e os outros seus irmãos, os sacerdotes e
os levitas, e todos os que vieram do cativeiro para Jerusalém, deram início à
obra e constituíram os levitas da idade de vinte anos para cima, para
superintenderem a obra da casa do Senhor.
9. Então se levantaram Jesuá
com seus filhos e seus irmãos, Cadmiel e seus filhos, os filhos de Judá, como um
só homem, para superintenderem os que faziam a obra na casa de Deus; como também
os filhos de Henadade, com seus filhos e seus irmãos, os levitas.
10.
Quando os edificadores lançaram os alicerces do templo do Senhor, os sacerdotes
trajando suas vestes, apresentaram-se com trombetas, e os levitas, filhos de
Asafe, com címbalos, para louvarem ao Senhor, segundo a ordem de Davi, rei de
Israel.
11. E cantavam a revezes, louvando ao Senhor e dando-lhe
graças com estas palavras: Porque ele é bom; porque a sua benignidade dura para
sempre sobre Israel. E todo o povo levantou grande brado, quando louvaram ao
Senhor, por se terem lançado os alicerces da casa do Senhor.
12.
Muitos, porém, dos sacerdotes e dos levitas, e dos chefes das casas paternas, os
idosos que tinham visto a primeira casa, choraram em altas vozes quando, a sua
vista, foi lançado o fundamento desta casa; também muitos gritaram de
júbilo;
13. de maneira que não podia o povo distinguir as vozes do
júbilo das vozes do choro do povo; porque o povo bradava em tão altas vozes que
o som se ouvia de mui longe.
[Esdras 4]Esdras
4
1. Ora, ouvindo os adversários de Judá e de Benjamim
que os que tornaram do cativeiro edificavam o templo ao Senhor, Deus de
Israel,
2. chegaram-se a Zorobabel e aos chefes das casas paternas, e
disseram-lhes: Deixai-nos edificar convosco; pois, como vós, buscamos o vosso
Deus; como também nós lhe temos sacrificado desde os dias de Esar-Hadom, rei da
Assíria, que nos fez subir para aqui.
3. Responderam-lhes, porém,
Zorobabel e Jesuá e os outros chefes das casas paternas de Israel: Não convém
que vós e nós edifiquemos casa a nosso Deus: mas nós sozinhos a edificaremos ao
Senhor, Deus de Israel, como nos ordenou o rei Ciro, rei da Pérsia.
4.
Então o povo da terra debilitava as mãos do povo de Judá, e os inquietava,
impedindo-os de edificar;
5. e assalariaram contra eles conselheiros
para frustrarem o seu plano, por todos os dias de Ciro, rei da Pérsia, até o
reinado de Dario, rei da Pérsia.
6. No reinado de Assuero, no
princípio do seu reino, escreveram uma acusação contra os habitantes de Judá e
de Jerusalém.
7. Também nos dias de Artaxerxes escreveram Bislão,
Mitredate, Tabeel, e os companheiros destes, a Artaxerxes, rei da Pérsia; e a
carta foi escrita em caracteres aramaicos, e traduzida na língua
aramaica.
8. Reum, o comandante, e Sinsai, o escrivão, escreveram uma
carta contra Jerusalém, ao rei Artaxerxes, do teor seguinte,
9. isto
é, escreveram Reum, o comandante, Sinsai, o escrivão, e os seus companheiros, os
juízes, os governadores, os oficiais, os persas, os homens de Ereque, os
babilônios, os susanquitas, isto é, os elamitas,
10. e as demais
nações que o grande e afamado Osnapar transportou, e que fez habitar na cidade
de Samária e no restante da província dalém do Rio.
11. Eis, pois, a
cópia da carta que mandaram ao rei Artaxerxes: Teus servos, os homens de além do
Rio, assim escrevem:
12. Saiba o rei que os judeus que subiram de ti a
nós foram a Jerusalém e estão reedificando aquela rebelde e malvada cidade, e
vão restaurando os seus muros e reparando os seus fundamentos.
13.
Agora saiba o rei que, se aquela cidade for reedificada e os muros forem
restaurados, eles não pagarão nem tributo, nem imposto, nem pedágio; e assim se
danificará a fazenda dos reis.
14. Agora, visto que comemos do sal do
palácio, e não nos convém ver a desonra do rei, por isso mandamos dar aviso ao
rei,
15. para que se busque no livro das crônicas de teus pais; e
acharás no livro das crônicas e saberás que aquela é uma cidade rebelde, e
danosa a reis e províncias, e que nela houve rebelião em tempos antigos; por
isso é que ela foi destruída.
16. Nós, pois, estamos avisando ao rei
que, se aquela cidade for reedificada e os seus muros forem restaurados, não
terás porção alguma a oeste do Rio.
17. Então o rei enviou esta
resposta a Reum, o comandante, e a Sinsai, o escrivão, e aos demais seus
companheiros, que habitavam em Samária e no restante do país a oeste do Rio:
Paz.
18. A carta que nos enviastes foi claramente lida na minha
presença.
19. E, ordenando-o eu, buscaram e acharam que desde tempos
antigos aquela cidade se tem levantado contra os reis, e que nela se tem feito
rebelião e sedição.
20. E tem havido reis poderosos sobre Jerusalém,
os quais dominavam igualmente toda a província dalém do Rio; e a eles se pagavam
tributos, impostos e pedágio.
21. Agora, pois, dai ordem para que
aqueles homens parem, a fim de que não seja edificada aquela cidade até que eu
dê ordem.
22. E guardai-vos de serdes remissos nisto; não suceda que o
dano cresça em prejuízo dos reis.
23. Então, logo que a cópia da carta
do rei Artaxerxes foi lida perante Reum e Sinsai, o escrivão, e seus
companheiros, foram eles apressadamente a Jerusalém, aos judeus, e os impediram
à força e com violência.
24. Então cessou a obra da casa de Deus, que
estava em Jerusalém, ficando interrompida até o segundo ano do reinado de Dario,
rei da Pérsia.
[Esdras 5]Esdras
5
1. Ora, os profetas Ageu e Zacarias, filho de Ido,
profetizaram aos judeus que estavam em Judá e em Jerusalém; em nome do Deus de
Israel lhes profetizaram.
2. Então se levantaram Zorobabel, filho de
Sealtiel, e Jesuá, filho de Jozadaque, e começaram a edificar a casa de Deus,
que está em Jerusalém; e com eles estavam os profetas de Deus, que os
ajudavam.
3. Naquele tempo vieram ter com eles Tatenai, o governador
da província a oeste do Rio, e Setar-Bozenai, e os seus companheiros, e assim
lhes perguntaram: Quem vos deu ordem para edificar esta casa, e completar este
muro?
4. Ainda lhes perguntaram: Quais são os nomes dos homens que
constróem este edifício?
5. Os olhos do seu Deus, porém, estavam sobre
os anciãos dos judeus, de modo que eles não os impediram, até que o negócio se
comunicasse a Dario, e então chegasse resposta por carta sobre
isso.
6. A cópia da carta que Tatenai, o governador da província a
oeste do Rio, e Setar-Bozenai, e os seus companheiros, os governadores, que
estavam deste lado do Rio, enviaram ao rei Dario;
7. enviaram-lhe um
relatório, no qual estava escrito: Ao rei Dario toda a paz.
8. Saiba o
rei que nós fomos à província de Judá, à casa do grande Deus, a qual se edifica
com grandes pedras, e já a madeira está sendo posta nas paredes, e esta obra
vai-se fazendo com diligência, e se adianta em suas mãos.
9. Então
perguntamos àqueles anciãos, falando-lhes assim: Quem vos deu ordem para
edificar esta casa, e completar este muro?
10. Além disso lhes
perguntamos pelos seus nomes, para tos declararmos, isto é, para te escrevermos
os nomes dos homens que entre eles são os chefes.
11. E esta é a
resposta que nos deram: Nós somos servos do Deus do céu e da terra, e
reedificamos a casa que há muitos anos foi edificada, a qual um grande rei de
Israel edificou e acabou.
12. Mas depois que nossos pais provocaram à
ira o Deus do céu, ele os entregou na mão de Nabucodonosor, o caldeu, rei de
Babilônia, o qual destruiu esta casa, e transportou o povo para
Babilônia.
13. Porém, no primeiro ano de Ciro, rei de Babilônia, o rei
Ciro baixou decreto para que esta casa de Deus fosse reedificada.
14.
E até os utensílios de ouro e de prata da casa de Deus, que Nabucodonosor tinha
tomado do templo que estava em Jerusalém e levado para o templo de Babilônia, o
rei Siro os tirou do templo de Babilônia, e eles foram entregues a um homem cujo
nome era Sesbazar, a quem ele tinha constituído governador;
15. e
disse-lhe: Toma estes utensílios, vai, e leva-os para o templo que está em
Jerusalém, e reedifique-se a casa de Deus no seu lugar.
16. Então veio
o dito Sesbazar, e lançou os fundamentos da casa de Deus, que está em Jerusalém;
de então para cá ela vem sendo edificada, não estando ainda
concluída.
17. Agora, pois, se parece bem ao rei, busque-se nos
arquivos reais, ali em Babilônia, para ver se é verdade haver um decreto do rei
Ciro para se reedificar esta casa de Deus em Jerusalém, e sobre isto nos faça o
rei saber a sua vontade.
[Esdras 6]Esdras
6
1. Então o rei Dario o decretou, e foi feita uma
busca nos arquivos onde se guardavam os tesouros em Babilônia.
2. E em
Ecbatana, a capital, que está na província da Média, se achou um rolo, e nele
estava escrito um memorial, que dizia assim:
3. No primeiro ano do rei
Ciro, o rei Ciro baixou um decreto com respeito à casa de Deus em Jerusalém:
Seja edificada a casa, o lugar em que se oferecem sacrifícios, e sejam os seus
fundamentos bem firmes; a sua altura será de sessenta côvados, e a sua largura
de sessenta côvados,
4. com três carreiras de grandes pedras, e uma
carreira de madeira nova; e a despesa se fará do tesouro do rei.
5.
Além disso sejam restituídos os utensílios de ouro e de prata da casa de Deus,
que Nabucodonosor tirou do templo em Jerusalém e levou para Babilônia, e que se
tornem a levar para o templo em Jerusalém, cada um para o seu lugar, e tu os
porás na casa de Deus.
6. Agora, pois, Tatenai, governador de além do
Rio, Setar-Bozenai, e os vossos companheiros, os governadores, que estais além
do Rio, retirai-vos desse lugar;
7. deixai de impedir a obra desta
casa de Deus; edifiquem o governador dos judeus e os seus anciãos esta casa de
Deus no seu lugar.
8. Além disso, por mim se decreta o que haveis de
fazer para com esses anciãos dos judeus, para a edificação desta casa de Deus, a
saber, que da fazenda do rei, dos tributos da província dalém do Rio, se pague
prontamente a estes homens toda a despesa.
9. Igualmente o que for
necessário, como novilhos, carneiros e cordeiros, para holocaustos ao Deus do
céu; também trigo, sal, vinho e azeite, segundo a palavra dos sacerdotes que
estão em Jerusalém, dê-se-lhes isso de dia em dia sem falta;
10. para
que ofereçam sacrifícios de cheiro suave ao Deus do céu, e orem pela vida do rei
e de seus filhos.
11. Também por mim se decreta que a todo homem que
alterar este decreto, se arranque uma viga da sua casa e que ele seja pregado
nela; e da sua casa se faça por isso um monturo.
12. O Deus, pois, que
fez habitar ali o seu nome derribe todos os reis e povos que estenderem a mão
para alterar o decreto e para destruir esta casa de Deus, que está em Jerusalém.
Eu, Dario, baixei o decreto. Que com diligência se execute.
13. Então
Tatenai, o governador a oeste do Rio, Setar-Bozenai, e os seus companheiros
executaram com toda a diligência o que mandara o rei Dario.
14. Assim
os anciãos dos judeus iam edificando e prosperando pela profecia de Ageu o
profeta e de Zacarias, filho de Ido. Edificaram e acabaram a casa de acordo com
o mandado do Deus de Israel, e de acordo com o decreto de Ciro, e de Dario, e de
Artaxerxes, rei da Pérsia.
15. E acabou-se esta casa no terceiro dia
do mês de Adar, no sexto ano do reinado do rei Dario.
16. E os filhos
de Israel, os sacerdotes e os levitas, e o resto dos filhos do cativeiro fizeram
a dedicação desta casa de Deus com alegria.
17. Ofereceram para a
dedicação desta casa de Deus cem novilhos, duzentos carneiros e quatrocentos
cordeiros; e como oferta pelo pecado por todo o Israel, doze bodes, segundo o
número das tribos de Israel.
18. E puseram os sacerdotes nas suas
divisões e os levitas nas suas turmas, para o serviço de Deus em Jerusalém,
conforme o que está escrito no livro de Moisés.
19. E os que vieram do
cativeiro celebraram a páscoa no dia catorze do primeiro mês.
20. Pois
os sacerdotes e levitas se tinham purificado como se fossem um só homem; todos
estavam limpos. E imolaram o cordeiro da páscoa para todos os filhos do
cativeiro, e para seus irmãos, os sacerdotes, e para si mesmos.
21.
Assim comeram a páscoa os filhos de Israel que tinham voltado do cativeiro, com
todos os que, unindo-se a eles, se apartaram da imundícia das nações da terra
para buscarem o Senhor, Deus de Israel;
22. e celebraram a festa dos
pães ázimos por sete dias com alegria; porque o Senhor os tinha alegrado, tendo
mudado o coração do rei da Assíria a favor deles, para lhes fortalecer as mãos
na obra da casa de Deus, o Deus de Israel.
[Esdras 7]Esdras 7
1. Ora, depois destas coisas, no
reinado de Artaxerxes, rei da Pérsia, Esdras, filho de Seraías, filho de
Azarias, filho de Hilquias,
2. filho de Salum, filho de Zadoque, filho
de Aitube,
3. filho de Amarias, filho de Azarias, filho de
Meraiote,
4. filho de Zeraías, filho de Uzi, filho de
Buqui,
5. filho de Abisua, filho de Finéias, filho de Eleazar, filho
de Arão, o sumo sacerdote,
6. este Esdras subiu de Babilônia. E ele
era escriba hábil na lei de Moisés, que o Senhor Deus de Israel tinha dado; e
segundo a mão de Senhor seu Deus, que estava sobre ele, o rei lhe deu tudo
quanto lhe pedira.
7. Também subiram a Jerusalém alguns dos filhos de
Israel, dos sacerdotes, dos levitas, dos cantores, dos porteiros e dos netinins,
no sétimo ano do rei Artaxerxes.
8. No quinto mês Esdras chegou a
Jerusalém, no sétimo ano deste rei.
9. Pois no primeiro dia do
primeiro mês ele partiu de Babilônia e no primeiro dia do quinto mês chegou a
Jerusalém, graças à mão benéfica do seu Deus sobre ele.
10. Porque
Esdras tinha preparado o seu coração para buscar e cumprir a lei do Senhor, e
para ensinar em Israel os seus estatutos e as suas ordenanças.
11.
Esta é, pois, a cópia da carta que o rei Artaxerxes deu a Esdras, o sacerdote, o
escriba instruído nas palavras dos mandamentos do Senhor e dos seus estatutos
para Israel:
12. Artaxerxes, rei dos reis, ao sacerdote Esdras,
escriba da lei do Deus do céu: Saudações.
13. Por mim se decreta que
no meu reino todo aquele do povo de Israel, e dos seus sacerdotes e levitas, que
quiser ir a Jerusalém, vá contigo.
14. Porquanto és enviado da parte
do rei e dos seus sete conselheiros para indagares a respeito de Judá e de
Jerusalém, conforme a lei do teu Deus, a qual está na tua mão;
15. e
para levares a prata e o ouro que o rei e os seus conselheiros voluntariamente
deram ao Deus de Israel cuja habitação está em Jerusalém,
16. com toda
a prata e o ouro que achares em toda a província de Babilônia, e com as ofertas
voluntárias do povo e dos sacerdotes, que voluntariamente as oferecerem para a
casa do seu Deus, que está em Jerusalém;
17. portanto com toda a
diligência comprarás com este dinheiro novilhos, carneiros, e cordeiros, com as
suas ofertas de cereais e as suas ofertas de libações, e os oferecerás sobre o
altar da casa do vosso Deus, que está em Jerusalém.
18. Também o que a
ti e a teus irmãos parecer bem fazerdes do resto da prata e do ouro, o fareis
conforme a vontade do vosso Deus.
19. Os vasos que te foram dados para
o serviço da casa do teu Deus, entrega-os todos perante ele, o Deus de
Jerusalém.
20. E tudo o mais que for necessário para a casa do teu
Deus, e que te convenha dar, o darás da casa dos tesouros do rei.
21.
E eu, o rei Artaxerxes, decreto a todos os tesoureiros que estão na província
dalém do Rio, que tudo quanto vos exigir o sacerdote Esdras, escriba da lei do
Deus do céu, prontamente se lhe conceda,
22. até cem talentos de prata
cem coros de trigo, cem batos de vinho, cem batos de azeite, e sal à
vontade.
23. Tudo quanto for ordenado pelo Deus do céu, isso
precisamente se faça para a casa do Deus do céu; pois, por que haveria ira sobre
o reino do rei e de seus filhos?
24. Também vos notificamos acerca de
todos os sacerdotes e levitas, cantores, porteiros, netinins, e outros servos
desta casa de Deus, que não será lícito exigir-lhes nem tributo, nem imposto,
nem pedágio.
25. E tu, Esdras, conforme a sabedoria do teu Deus, que
possuis, constitui magistrados e juízes, que julguem todo o povo que está na
província dalém do Rio, isto é, todos os que conhecem as leis do teu Deus; e
ensina-as ao que não as conhece.
26. E todo aquele que não observar a
lei do teu Deus e a lei do rei, com zelo se lhe execute a justiça: quer seja
morte, quer desterro, quer confiscação de bens, quer prisão.
27.
Bendito seja o Senhor Deus de nossos pais, que pôs no coração do rei este desejo
de ornar a casa do Senhor, que está em Jerusalém;
28. e que estendeu
sobre mim a sua benevolência perante o rei e os seus conselheiros e perante
todos os príncipes poderosos do rei. Assim encorajado pela mão do Senhor, meu
Deus, que estava sobre mim, ajuntei dentre Israel alguns dos homens principais
para subirem comigo.
[Esdras 8]Esdras
8
1. Estes, pois, são os chefes de suas casas paternas,
e esta é a genealogia dos que subiram comigo de Babilônia no reinado do rei
Artaxerxes:
2. Dos filhos de Finéias, Gérson; dos filhos de Itamar,
Daniel; dos filhos de Davi, Hatus;
3. dos filhos de Secanias, dos
filhos de Parós, Zacarias; e com ele, segundo as genealogias dos varões, se
contaram cento e cinqüenta;
4. dos filhos de Paate-Moabe, Elioenai,
filho de Zeraías, e com ele duzentos homens;
5. dos filhos de Zatu,
Secanias, o filho de Jaaziel, e com ele trezentos homens;
6. dos
filhos de Adim, Ebede, filho de Jônatas, e com ele cinqüenta
homens;
7. dos filhos de Elão, Jesaías, filho de Atalias, e com ele
setenta homens;
8. dos filhos de Sefatias, Zebadias, filho de Micael,
e com ele oitenta homens; e
9. dos filhos de Joabe, Obadias, filho de
Jeiel, e com ele duzentos e dezoito homens;
10. dos filhos de Bani,
Selomite, o filho de Josifias, e com ele cento e sessenta homens;
11.
dos filhos de Bebai, Zacarias, o filho de Bebai, e com ele vinte e oito
homens;
12. dos filhos de Azgade, Joanã, o filho de Hacatã, e com ele
cento e dez homens;
13. dos filhos de Adonicão, que eram os últimos,
eis os seus nomes: Elifelete, Jeuel e Semaías, e com eles sessenta
homens;
14. e dos filhos de Bigvai, Utai e Zabude, e com eles setenta
homens.
15. Ajuntei-os à margem do rio que corre para Ava; e ficamos
ali acampados três dias. Então passei em revista o povo e os sacerdotes, e não
achei ali nenhum dos filhos de Levi.
16. Mandei, pois, chamar Eliézer,
Ariel, Semaías, Elnatã, Jaribe, Elnatã, Natã, Zacarias e Mesulão, os chefes,
como também, Joiaribe e Elnatã, que eram mestres.
17. E os enviei a
Ido, chefe em Casífia, e lhes pus na boca palavras para dizerem a Ido e aos seus
irmãos, os netinins, em Casífia, que nos trouxessem ministros para a casa do
nosso Deus.
18. E, pela boa mão de nosso Deus sobre nós, trouxeram-nos
um homem entendido, dos filhos de Mali, filho de Levi, filho de Israel; e
Serebias, com os seus filhos e irmãos, dezoito;
19. e Hasabias, e com
ele Jesaías, dos filhos de Merári, com seus irmãos e os filhos deles,
vinte;
20. e dos netinins, que Davi e os príncipes tinham dado para o
serviço dos levitas, duzentos e vinte, todos eles mencionados por
nome.
21. Então proclamei um jejum ali junto ao rio Ava, para nos
humilharmos diante do nosso Deus, a fim de lhe pedirmos caminho seguro para nós,
para nossos pequeninos, e para toda a nossa fazenda.
22. Pois tive
vergonha de pedir ao rei uma escolta de soldados, e cavaleiros para nos
defenderem do inimigo pelo caminho, porquanto havíamos dito ao rei: A mão do
nosso Deus é sobre todos os que o buscam, para o bem deles; mas o seu poder e a
sua ira estão contra todos os que o deixam.
23. Nós, pois, jejuamos, e
pedimos isto ao nosso Deus; e ele atendeu às nossas orações.
24. Então
separei doze dos principais dentre os sacerdotes: Serebias e Hasabias, e com
eles dez dos seus irmãos;
25. e pesei-lhes a prata, o ouro e os vasos,
a oferta para a casa do nosso Deus, que o rei, os seus conselheiros, os seus
príncipes e todo o Israel que estava ali haviam oferecido;
26.
entreguei-lhes nas mãos seiscentos e cinqüenta talentos de prata, e em vasos de
prata cem talentos; e cem talentos de ouro;
27. e vinte taças de ouro
no valor de mil dáricos, e dois vasos de bronze claro e brilhante, tão precioso
como o ouro.
28. E disse-lhes: Vós sois santos ao Senhor, e santos são
estes vasos; como também esta prata e este ouro são ofertas voluntárias,
oferecidas ao Senhor, Deus de vossos pais.
29. Vigiai, pois, e
guardai-os até que os peseis na presença dos principais dos sacerdotes e dos
levitas, e dos príncipes das casas paternas de Israel, em Jerusalém, nas câmaras
da casa do Senhor.
30. Então os sacerdotes e os levitas receberam o
peso da prata, e do ouro, e dos vasos, a fim de os trazerem para Jerusalém, para
a casa do nosso Deus.
31. Então partimos do rio Ava, no dia doze do
primeiro mês, a fim de irmos para Jerusalém; e a mão do nosso Deus estava sobre
nós, e ele nos livrou da mão dos inimigos, e dos que nos armavam ciladas pelo
caminho.
32. Chegamos, pois, a Jerusalém, e repousamos ali três
dias.
33. No quarto dia se pesou a prata, e o ouro, e os vasos, na
casa do nosso Deus, para as mãos de Meremote filho do sacerdote Urias; e com ele
estava Eleazar, filho de Finéias, e com eles os levitas Jozabade, filho de
Jesuá, e Noadias, filho de Binuí.
34. Tudo foi entregue por número e
peso; e o peso de tudo foi registrado na ocasião.
35. Os exilados que
tinham voltado do cativeiro ofereceram holocaustos ao Deus de Israel: doze
novilhos por todo o Israel, noventa e seis carneiros, setenta e sete cordeiros,
e doze bodes em oferta pelo pecado; tudo em holocausto ao Senhor.
36.
Então entregaram os editos do rei aos sátrapas do rei, e aos governadores a
oeste do Rio; e estes ajudaram o povo e a casa de Deus.
[Esdras 9]Esdras 9
1. Ora, logo que essas coisas foram
terminadas, vieram ter comigo os príncipes, dizendo: O povo de Israel, e os
sacerdotes, e os levitas, não se têm separado dos povos destas terras, das
abominações dos cananeus, dos heteus, dos perizeus, dos jebuseus, dos amonitas,
dos moabitas, dos egípcios e dos amorreus;
2. pois tomaram das suas
filhas para si e para seus filhos; de maneira que a raça santa se tem misturado
com os povos de outras terras; e até os oficiais e magistrados foram os
primeiros nesta transgressão.
3. Ouvindo eu isto, rasguei a minha
túnica e o meu manto, e arranquei os cabelos da minha cabeça e da minha barba, e
me sentei atônito.
4. Então se ajuntaram a mim todos os que tremiam
das palavras do Deus de Israel por causa da transgressão dos do cativeiro; porém
eu permaneci sentado atônito até a oblação da tarde.
5. A hora da
oblação da tarde levantei-me da minha humilhação, e com a túnica e o manto
rasgados, pus-me de joelhos, estendi as mãos ao Senhor meu Deus,
6. e
disse: Ó meu Deus! Estou confuso e envergonhado, para levantar o meu rosto a ti,
meu Deus; porque as nossas iniqüidades se multiplicaram sobre a nossa cabeça, e
a nossa culpa tem crescido até o céu.
7. Desde os dias de nossos pais
até o dia de hoje temos estado em grande culpa, e por causa das nossas
iniqüidades fomos entregues, nós, os nossos reis e os nossos sacerdotes, na mão
dos reis das terras, à espada, ao cativeiro, à rapina e à confusão do rosto,
como hoje se vê.
8. Agora, por um pequeno momento se manifestou a
graça da parte do Senhor, nosso Deus, para nos deixar um restante que escape, e
para nos dar estabilidade no seu santo lugar, a fim de que o nosso Deus nos
alumie os olhos, e nos dê um pouco de refrigério em nossa
escravidão;
9. pois somos escravos; contudo o nosso Deus não nos
abandonou em nossa escravidão, mas estendeu sobre nós a sua benevolência perante
os reis da Pérsia, para nos dar a vida, a fim de levantarmos a casa do nosso
Deus e repararmos as suas assolações, e para nos dar um abrigo em Judá e em
Jerusalém.
10. Agora, ó nosso Deus, que diremos depois disto? Pois
temos deixado os teus mandamentos,
11. os quais ordenaste por
intermédio de teus servos, os profetas, dizendo: A terra em que estais entrando
para a possuir, é uma terra imunda pelas imundícias dos povos das terras, pelas
abominações com que, na sua corrupção, a encheram duma extremidade à
outra.
12. Por isso não deis vossas filhas a seus filhos, e não tomeis
suas filhas para vossos filhos, nem procureis jamais a sua paz ou a sua
prosperidade; para que sejais fortes e comais o bem da terra, e a deixeis por
herança a vossos filhos para sempre.
13. E depois de tudo o que nos
tem sucedido por causa das nossas más obras, e da nossa grande culpa, ainda
assim tu, ó nosso Deus, nos tens castigado menos do que merecem as nossas
iniqüidades, e ainda nos deixaste este remanescente;
14. tornaremos,
pois, agora a violar os teus mandamentos, e a aparentar-nos com os povos que
cometem estas abominações? Não estarias tu indignado contra nós até de todo nos
consumires, de modo que não ficasse restante, nem quem escapasse?
15.
Ó Senhor Deus de Israel, justo és, pois ficamos qual um restante que escapou,
como hoje se vê. Eis que estamos diante de ti em nossa culpa; e, por causa
disto, ninguém há que possa subsistir na tua presença.
[Esdras 10]Esdras 10
1. Ora, enquanto Esdras orava e
fazia confissão, chorando e prostrando-se diante da casa de Deus, ajuntou-se a
ele, de Israel, uma grande congregação de homens, mulheres, e crianças; pois o
povo chorava amargamente.
2. Então Seeanias, filho de Jeiel, um dos
filhos de Elão, dirigiu-se a Esdras, dizendo: Nós temos sido infiéis para com o
nosso Deus, e casamos com mulheres estrangeiras dentre os povos da terra;
contudo, no tocante a isto, ainda há esperança para Israel.
3. Agora,
pois, façamos um pacto com o nosso Deus, de que despediremos todas as mulheres e
os que delas são nascidos, conforme o conselho do meu Senhor, e dos que tremem
ao mandamento do nosso Deus; e faça-se conforme a lei.
4. Levanta-te;
pois a ti pertence este negócio, e nós somos contigo; tem bom ânimo, e
faze-o.
5. Então Esdras se levantou, e ajuramentou os principais dos
sacerdotes, os levitas, e todo o Israel, de que fariam conforme esta palavra; e
eles juraram.
6. Em seguida Esdras se levantou de diante da casa de
Deus, e entrou na câmara de Joanã, filho de Eliasibe; e, chegando lá, não comeu
pão, nem bebeu água, porque pranteava por causa da infidelidade dos do
cativeiro.
7. E fizeram passar pregão por Judá e Jerusalém, a todos os
que vieram do cativeiro, para que se ajuntassem em Jerusalém;
8. e que
todo aquele que dentro de três dias não viesse, segundo o conselho dos oficiais
e dos anciãos, toda a sua fazenda se pusesse em interdito, e fosse ele excluído
da congregação dos que voltaram do cativeiro.
9. Pelo que todos os
homens de Judá e de Benjamim dentro de três dias se ajuntaram em Jerusalém. Era
o nono mês, aos vinte dias do mês; e todo o povo se assentou na praça diante da
casa de Deus, tremendo por causa deste negócio e por causa das grandes
chuvas.
10. Então se levantou Esdras, o sacerdote, e disse-lhes: Vós
tendes transgredido, e casastes com mulheres estrangeiras, aumentando a culpa de
Israel.
11. Agora, pois, fazei confissão ao Senhor, Deus de vossos
pais, e fazei o que é do seu agrado; separai-vos dos povos das terras, e das
mulheres estrangeiras.
12. E toda a congregação respondeu em alta voz:
Conforme as tuas palavras havemos de fazer.
13. Porém o povo é muito;
também é tempo de grandes chuvas, e não se pode estar aqui fora. Isso não é obra
de um dia nem de dois, pois somos muitos os que transgredimos neste
negócio.
14. Ponham-se os nossos oficiais por toda a congregação, e
todos os que em nossas cidades casaram com mulheres estrangeiras venham em
tempos apontados, e com eles os anciãos e juízes de cada cidade, até que se
desvie de nós o ardor da ira do nosso Deus no tocante a este
negócio.
15. (Somente Jônatas, filho de Asael, e, filho de Ticvá, se
opuseram a isso; e Mesulão, e Sabetai, o levita, os apoiaram.)
16.
Assim o fizeram os que tornaram do cativeiro: foram indicados o sacerdote Esdras
e certos homens, cabeças de casas paternas, segundo as suas casas paternas, cada
um designado por nome; e assentaram-se no primeiro dia do décimo mês, para
averiguar este negócio.
17. E no primeiro dia do primeiro mês acabaram
de tratar de todos os homens que tinham casado com mulheres
estrangeiras.
18. Entre os filhos dos sacerdotes acharam-se estes que
tinham casado com mulheres estrangeiras: dos filhos de Jesuá, filho de
Jozadaque, e seus irmãos, Maaséias, Eliézer, Jaribe e Gedalias.
19. E
deram a sua mão, comprometendo-se a despedirem suas mulheres; e, achando-se
culpados, ofereceram um carneiro do rebanho pela sua culpa.
20. Dos
filhos de Imer: Hanâni e Zebadias.
21. Dos filhos de Harim: Maaséias,
Elias, Semaías, Jeiel e Uzias.
22. E dos filhos de Pasur: Elioenai,
Maaséias, Ismael, Netanel, Jozabade e Elasa.
23. Dos levitas:
Jozabade, Simei, Quelaías (este é Quelita) , Petaías, Judá e
Eliézer.
24. Dos cantores: Eliasibe. Dos porteiros: Salum, Telem e
îri.
25. E de Israel, dos filhos de Parós: Ramias, Izias, Malquias,
Miamim, Eleazar, Hasabias e Benaías.
26. Dos filhos de Elão: Matanias,
Zacarias, Jeiel, Abdi, Jerimote e Elias.
27. Dos filhos de Zatu:
Elioenai, Eliasibe, Matanias, Jerimote, Zabade e Aziza.
28. Dos filhos
de Bebai: Jeoanã, Hananias, Zabai e Atlai.
29. Dos filhos de Bani:
Mesulão, Maluque, Adaías, Jasube, Seal e Jerimote.
30. Dos filhos de
Paate-Moabe: Adná, Quelal, Benaías, Maaséias, Matanias, Bezaleel, Binuí e
Manassés.
31. Dos filhos de Harim: Eliézer, Issijá, Malquias, Semaías,
Simeão,
32. Benjamim, Maluque e Semarias.
33. Dos filhos de
Hasum: Matenai, Matatá, Zabade, Elifelete, Jeremai, Manassés e
Simei.
34. Dos filhos de Bani: Maadai, Anrão e Uel,
35.
Benaías, Bedéias, Queluí,
36. Vanias, Meremote,
Eliasibe,
37. Matanias, Matenai e Jaasu.
38. Dos filhos de
Binuí: Simei,
39. Selemias, Natã, Adaías,
40. Macnadbai,
Sasai, Sarai,
41. Azarel, Selemias, Semarias,
42. Salum,
Amarias e José.
43. Dos filhos de Nebo: Jeiel, Matitias, Zabade,
Zebina, Jadai, Joel e Benaías.
44. Todos estes tinham tomado mulheres
estrangeiras; e se despediram das mulheres e dos filhos.
[Neemias 1]Neemias 1
1. Palavras de Neemias, filho de
Hacalias. Ora, sucedeu no mês de quisleu, no ano vigésimo, estando eu em Susã, a
capital,
2. que veio Hanâni, um de meus irmãos, com alguns de Judá; e
perguntei-lhes pelos judeus que tinham escapado e que restaram do cativeiro, e
acerca de Jerusalém.
3. Eles me responderam: Os restantes que ficaram
do cativeiro, lá na província estão em grande aflição e opróbrio; também está
derribado o muro de Jerusalém, e as suas portas queimadas a fogo.
4.
Tendo eu ouvido estas palavras, sentei-me e chorei, e lamentei por alguns dias;
e continuei a jejuar e orar perante o Deus do céu,
5. e disse: Ó
Senhor, Deus do céu, Deus grande e temível, que guardas o pacto e usas de
misericórdia para com aqueles que te amam e guardam os teus
mandamentos:
6. Estejam atentos os teus ouvidos e abertos os teus
olhos, para ouvires a oração do teu servo, que eu hoje faço perante ti, dia e
noite, pelos filhos de Israel, teus servos, confessando eu os pecados dos filhos
de Israel, que temos cometido contra ti; sim, eu e a casa de meu pai
pecamos;
7. na verdade temos procedido perversamente contra ti, e não
temos guardado os mandamentos, nem os estatutos, nem os juízos, que ordenaste a
teu servo Moisés.
8. Lembra-te, pois, da palavra que ordenaste a teu
servo Moisés, dizendo: Se vós transgredirdes, eu vos espalharei por entre os
povos;
9. mas se vos converterdes a mim, e guardardes os meus
mandamentos e os cumprirdes, ainda que os vossos rejeitados estejam na
extremidade do céu, de lá os ajuntarei e os trarei para o lugar que tenho
escolhido para ali fazer habitar o meu nome.
10. Eles são os teus
servos e o teu povo, que resgataste com o teu grande poder e com a tua mão
poderosa.
11. Ó Senhor, que estejam atentos os teus ouvidos à oração
do teu servo, e à oração dos teus servos que se deleitam em temer o teu nome; e
faze prosperar hoje o teu servo, e dá-lhe graça perante este homem. (Era eu
então copeiro do rei.)
[Neemias 2]Neemias
2
1. Sucedeu, pois, no mês de nisã, no ano vigésimos do
rei Artaxerxes, quando o vinho estava posto diante dele, que eu apanhei o vinho
e o dei ao rei. Ora, eu nunca estivera triste na sua presença.
2. E o
rei me disse: Por que está triste o teu rosto, visto que não estás doente? Não é
isto senão tristeza de coração. Então temi sobremaneira.
3. e disse ao
rei: Viva o rei para sempre! Como não há de estar triste o meu rosto, estando na
cidade, o lugar dos sepulcros de meus pais, assolada, e tendo sido consumidas as
suas portas pelo fogo?
4. Então o rei me perguntou: Que me pedes
agora? Orei, pois, ao Deus do céu,
5. e disse ao rei: Se for do agrado
do rei, e se teu servo tiver achado graça diante de ti, peço-te que me envies a
Judá, à cidade dos sepulcros de meus pais, para que eu a
reedifique.
6. Então o rei, estando a rainha assentada junto a ele, me
disse: Quanto durará a tua viagem, e quando voltarás? E aprouve ao rei
enviar-me, apontando-lhe eu certo prazo.
7. Eu disse ainda ao rei: Se
for do agrado do rei, dêem-se-me cartas para os governadores dalém do Rio, para
que me permitam passar até que eu chegue a Judá;
8. como também uma
carta para Asafe, guarda da floresta do rei, a fim de que me dê madeira para as
vigas das portas do castelo que pertence à casa, e para o muro da cidade, e para
a casa que eu houver de ocupar. E o rei mas deu, graças à mão benéfica do meu
Deus sobre mim.
9. Então fui ter com os governadores dalém do Rio, e
lhes entreguei as cartas do rei. Ora, o rei tinha enviado comigo oficiais do
exército e cavaleiros.
10. O que ouvindo Sambalate, o horonita, e
Tobias, o servo amonita, ficaram extremamente agastados de que alguém viesse a
procurar o bem dos filhos de Israel.
11. Cheguei, pois, a Jerusalém, e
estive ali três dias.
12. Então de noite me levantei, eu e uns poucos
homens comigo; e não declarei a ninguém o que o meu deus pusera no coração para
fazer por Jerusalém. Não havia comigo animal algum, senão aquele que eu
montava.
13. Assim saí de noite pela porta do vale, até a fonte do
dragão, e até a porta do monturo, e contemplei os muros de Jerusalém, que
estavam demolidos, e as suas portas, que tinham sido consumidas pelo
fogo.
14. E passei adiante até a porta da fonte, e à piscina do rei;
porém não havia lugar por onde pudesse passar o animal que eu
montava.
15. Ainda de noite subi pelo ribeiro, e contemplei o muro; e
virando, entrei pela porta do vale, e assim voltei.
16. E não souberam
os magistrados aonde eu fora nem o que eu fazia; pois até então eu não havia
declarado coisa alguma, nem aos judeus, nem aos sacerdotes, nem aos nobres, nem
aos magistrados, nem aos demais que faziam a obra.
17. Então eu lhes
disse: Bem vedes vós o triste estado em que estamos, como Jerusalém está
assolada, e as suas portas queimadas a fogo; vinde, pois, e edifiquemos o muro
de Jerusalém, para que não estejamos mais em opróbrio.
18. Então lhes
declarei como a mão do meu Deus me fora favorável, e bem assim as palavras que o
rei me tinha dito. Eles disseram: Levantemo-nos, e edifiquemos. E fortaleceram
as mãos para a boa obra.
19. O que ouvindo Sambalate, o horonita, e
Tobias, o servo amonita, e Gesem, o arábio, zombaram de nós, desprezaram-nos e
disseram: O que é isso que fazeis? Quereis rebelar-vos contra o
rei?
20. Então lhes respondi: O Deus do céu é que nos fará prosperar;
e nós, seus servos, nos levantaremos e edificaremos: mas vós não tendes parte,
nem direito, nem memorial em Jerusalém.
[Neemias 3]Neemias 3
1. Então se levantou Eliasibe, o
sumo sacerdote, juntamente com os seus irmãos, os sacerdotes, e edificaram a
porta das ovelhas, a qual consagraram, e lhe assentaram os batentes.
Consagraram-na até a torre dos cem, até a torre de Henanel.
2. E junto
a ele edificaram os homens de Jericó; também ao lado destes edificou Zacur, o
filho de Inri.
3. Os filhos de Hassenaá edificaram a porta dos peixes,
colocaram-lhe as vigas, e lhe assentaram os batentes, com seus ferrolhos e
trancas.
4. Ao seu lado fez os reparos Meremote, filho de Urias, filho
de Hacoz; ao seu lado Mesulão, filho de Berequias, filho de Mesezabel; ao seu
lado Zadoque, filho de Baaná;
5. ao lado destes repararam os tecoítas;
porém os seus nobres não meteram o pescoço os serviço do Senhor.
6.
Joiada, filho de Paséia, e Mesulão, filho de Besodéias, repararam a porta velha,
colocaram-lhe as vigas, e lhe assentaram os batentes com seus ferrolhos e
trancas.
7. Junto deles fizeram os reparos Melatias, o gibeonita, e
Jadom, o meronotita, homens de Gibeão e de Mizpá, que pertenciam ao domínio do
governador dalém do Rio;
8. ao seu lado Uziel, filho de Haraías, um
dos ourives; ao lado dele Hananias, um dos perfumistas; e fortificaram Jerusalém
até o muro largo.
9. Ao seu lado fez os reparos Refaías, filho de Hur,
governador da metade do distrito de Jerusalém;
10. ao seu lado
Jedaías, filho de Harumafe, defronte de sua casa; ao seu lado Hatus, filho de
Hasabnéias.
11. Malquias, filho de Harim, e Hassube, filho de
Paate-Moabe, repararam outra parte, como também a torre dos
fornos;
12. e ao seu lado Salum, filho de Haloés, governador da outra
metade do distrito de Jerusalém, ele e as suas filhas.
13. A porta do
vale, repararam-na Hanum e os moradores de Zanoa; estes a edificaram, e lhe
assentaram os batentes, com seus ferrolhos e trancas, como também mil côvados de
muro até a porto do monturo.
14. A porta do monturo, reparou-a
Malquias, filho de Recabe, governador do distrito Bete-Haquerem; este a
edificou, e lhe assentou os batentes com seus ferrolhos e trancas.
15.
A porta da fonte, reparou-a Salum, filho de Col-Hoze, governador do distrito de
Mizpá; edificou-a e a cobriu, e lhe assentou os batentes, com seus ferrolhos e
trancas; edificou também o muro da piscina de Selá, do jardim do rei, até os
degraus que descem da cidade de Davi.
16. Depois dele Neemias, filho
de Azbuque, governador da metade do distrito de Bete-Zur, fez os reparos até
defronte dos sepulcros de Davi, até a piscina artificial, e até a casa dos
homens poderosos.
17. Depois dele fizeram os reparos os levitas: Reum,
filho de Bani, e ao seu lado, Hasabias, governador da metade do distrito de
Queila, por seu distrito;
18. depois dele seus irmãos, Bavai, filho de
Henadade, governador da outra metade do distrito de Queila.
19. Ao seu
lado Ézer, filho de Jesuá, governador de Mizpá, reparou outra parte, defronte da
subida para a casa das armas, no ângulo.
20. Depois dele reparou
Baruque, filho de Zabai, outra parte, desde o ângulo até a porta da casa de
Eliasibe, o sumo sacerdote.
21. Depois dele reparou Meremote, filho de
Urias, filho de Hacoz, outra parte, deste a porta da casa de Eliasibe até a
extremidade da mesma.
22. Depois dele fizeram os reparos os sacerdotes
que habitavam na campina;
23. depois Benjamim e Hassube, defronte da
sua casa; depois deles Azarias, filho de Maaséias, filho de Ananias, junto à sua
casa.
24. Depois dele reparou Binuí, filho de Henadade, outra porte,
desde a casa de Azarias até o ângulo e até a esquina.
25. Palal, filho
de Uzai, reparou defronte do ângulo, e a torre que se projeta da casa real
superior, que está junto ao átrio da guarda; depois dele Pedaías, filho de
Parós.
26. (Ora, os netinins habitavam em Ofel, até defronte da porta
das águas, para o oriente, e até a torre que se projeta.)
27. Depois
repararam os tecoítas outra parte, defronte da grande torre que se projeta, e
até o muro de Ofel.
28. Para cima da porta dos cavalos fizeram os
reparos os sacerdotes, cada um defronte da sua casa;
29. depois dele
Zadoque, filho de Imer, defronte de sua casa; e depois dele Semaías, filho de
Secanias, guarda da porta oriental.
30. Depois dele repararam outra
parte Hananias, filho de Selemias, e Hanum, o sexto filho de Zalafe. Depois dele
reparou Mesulão, filho de Berequias, uma parte defronte da sua
câmara.
31. Depois dele reparou Malquias, um dos ourives, uma parte
até a casa dos netinins e dos mercadores, defronte da porta da guarda, e até a
câmara superior da esquina.
32. E entre a câmara da esquina e a porta
das ovelhas repararam os ourives e os mercadores.
[Neemias 4]Neemias 4
1. Ora, quando Sambalate ouviu que
edificávamos o muro, ardeu em ira, indignou-se muito e escarneceu dos
judeus;
2. e falou na presença de seus irmãos e do exército de
Samária, dizendo: Que fazem estes fracos judeus? Fortificar-se-ão? Oferecerão
sacrifícios? Acabarão a obra num só dia? Vivificarão dos montões de pó as pedras
que foram queimadas?
3. Ora, estava ao lado dele Tobias, o amonita,
que disse: Ainda que edifiquem, vindo uma raposa derrubará o seu muro de
pedra.
4. Ouve, ó nosso Deus, pois somos tão desprezados; faze recair
o opróbrio deles sobre as suas cabaças, e faze com que eles sejam um despojo
numa terra de cativeiro.
5. Não cubras a sua iniquidade, e não se
risque de diante de ti o seu pecado, pois que te provocaram à ira na presença
dos edificadores.
6. Assim edificamos o muro; e todo o muro se
completou até a metade da sua altura; porque o coração do povo se inclinava a
trabalhar.
7. Mas, ouvindo Sambalate e Tobias, e os arábios, o
amonitas e os asdoditas, que ia avante a reparação dos muros de Jerusalém e que
já as brechas se começavam a fechar, iraram-se sobremodo;
8. e
coligaram-se todos, para virem guerrear contra Jerusalém e fazer confusão
ali.
9. Nós, porém, oramos ao nosso Deus, e pusemos guarda contra eles
de dia e de noite.
10. Então disse Judá: Desfalecem as forças dos
carregadores, e há muito escombro; não poderemos edificar o muro.
11.
E os nossos inimigos disseram: Nada saberão nem verão, até que entremos no meio
deles, e os matemos, e façamos cessar a obra.
12. Mas sucedeu que,
vindo os judeus que habitavam entre eles, dez vezes nos disseram: De todos os
lugares de onde moram subirão contra nós.
13. Pelo que nos lugares
baixos por detrás do muro e nos lugares abertos, dispus o povo segundo suas
famílias com as suas espadas, com as suas lanças, e com os seus
arcos.
14. Olhei, levantei-me, e disse aos nobres, aos magistrados e
ao resto do povo: Não os temais! Lembrai-vos do Senhor, grande e temível, e
pelejai por vossos irmãos, vossos filhos, vossas filhas, vossas mulheres e
vossas casas.
15. Quando os nossos inimigos souberam que nós tínhamos
sido avisados, e que Deus tinha dissipado o conselho deles, todos voltamos ao
muro, cada um para a sua obra.
16. Desde aquele dia metade dos meus
moços trabalhavam na obra, e a outra metade empunhava as lanças, os escudos, os
arcos, e as couraças; e os chefes estavam por detrás de toda a casa de
Judá.
17. Os que estavam edificando o muro, e os carregadores que
levavam as cargas, cada um com uma das mãos fazia a obra e com a outra segurava
a sua arma;
18. e cada um dos edificadores trazia a sua espada à
cinta, e assim edificavam. E o que tocava a trombeta estava no meu
lado.
19. Disse eu aos nobres, aos magistrados e ao resto do povo:
Grande e extensa é a obra, e nós estamos separados no muro, longe uns dos
outros;
20. em qualquer lugar em que ouvirdes o som da trombeta, ali
vos ajuntareis conosco. O nosso Deus pelejará por nós.
21. Assim
trabalhávamos na obra; e metade deles empunhava as lanças desde a subida da alva
até o sair das estrelas.
22. Também nesse tempo eu disse ao povo: Cada
um com o seu moço pernoite em Jerusalém, para que de noite nos sirvam de
guardas, e de dia trabalhem.
23. Desta maneira nem eu, nem meus
irmãos, nem meus moços, nem os homens da guarda que me acompanhavam largávamos
as nossas vestes; cada um ia com a arma à sua direita.
[Neemias 5]Neemias 5
1. Então se levantou um grande
clamor do povo e de duas mulheres contra os judeus, seus irmãos.
2.
Pois havia alguns que diziam: Nós, nossos filhos e nossas filhas somos muitos;
que se nos dê trigo, para que comamos e vivamos.
3. Também havia os
que diziam: Estamos empenhando nossos campos, as nossas vinhas e as nossas
casas, para conseguirmos trigo durante esta fome.
4. Havia ainda
outros que diziam: Temos tomado dinheiro emprestado até para o tributo do rei
sobre os nossos campos e as nossas vinhas.
5. Ora, a nossa carne é
como a carne de nossos irmãos, e nossos filhos como os filhos deles; e eis que
estamos sujeitando nossos filhos e nossas filhas para serem servos, e algumas de
nossas filhas já estão reduzidas à escravidão. Não está em nosso poder evitá-lo,
pois outros têm os nossos campos e as nossas vinhas.
6. Ouvindo eu,
pois, o seu clamor, e estas palavras, muito me indignei.
7. Então
consultei comigo mesmo; depois contendi com do nobres e com os magistrados, e
disse-lhes: Estais tomando juros, cada um de seu irmão. E ajuntei contra eles
uma grande assembléia.
8. E disse-lhes: Nós, segundo as nossas posses,
temos resgatado os judeus, nossos irmãos, que foram vendidos às nações; e vós
venderíeis os vossos irmãos, ou seriam vendidos a nós? Então se calaram, e não
acharam o que responder.
9. Disse mais: Não é bom o que fazeis;
porventura não devíeis andar no temor do nosso Deus, por causa do opróbrio dos
povos, os nosso inimigos?
10. Também eu, meus irmãos e meus moços lhes
temos emprestado dinheiro e trigo. Deixemos, peço-vos este ganho.
11.
Restituí-lhes hoje os seus campos, as suas vinhas, os seus olivais e as suas
casas, como também a centésima parte do dinheiro, do trigo, do mosto e do
azeite, que deles tendes exigido.
12. Então disseram: Nós lho
restituiremos, e nada lhes pediremos; faremos assim como dizes. Então, chamando
os sacerdotes, fi-los jurar que fariam conforme prometeram.
13. Também
sacudi as minhas vestes, e disse: Assim sacuda Deus da sua casa e do seu
trabalho todo homem que não cumprir esta promessa; assim mesmo seja ele sacudido
e despojado. E toda a congregação disse: Amém! E louvaram ao Senhor; e o povo
fez conforme a sua promessa.
14. Além disso, desde o dia em que fui
nomeado seu governador na terra de Judá, desde o ano vinte até o anos trinta e
dois do rei Artaxerxes, isto é, por doze anos, nem eu nem meus irmãos comemos o
pão devido ao governador.
15. Mas os primeiros governadores, que foram
antes de mim, oprimiram o povo, e tomaram-lhe pão e vinho e, além disso,
quarenta siclos de prata; e até os seus moços dominavam sobre o povo. Porém eu
assim não fiz, por causa do temor de Deus.
16. Também eu prossegui na
obra deste muro, e terra nenhuma compramos; e todos os meus moços se ajuntaram
ali para a obra.
17. Sentavam-se à minha mesa cento e cinqüenta homens
dentre os judeus e os magistrados, além dos que vinham ter conosco dentre as
nações que estavam ao redor de nós.
18. Ora, o que se preparava para
cada dia era um boi e seis ovelhas escolhidas; também se preparavam aves e, de
dez em dez dias, provisão de toda qualidade de vinho. Todavia, nem por isso
exigi o pão devido ao governador, porquanto a servidão deste povo era
pesada.
19. Lembra-te de mim para teu bem, ó meu Deus, e de tudo
quanto tenho feito em prol deste povo.
[Neemias 6]Neemias 6
1. Quando Sambalate, Tobias e
Gesem, o arábio, e o resto dos nossos inimigos souberam que eu já tinha
edificado o muro e que nele já não havia brecha alguma, ainda que até este tempo
não tinha posto as portas nos portais,
2. Sambalate e Gesem mandaram
dizer-me: Vem, encontremo-nos numa das aldeias da planície de Ono. Eles, porém,
intentavam fazer-me mal.
3. E enviei-lhes mensageiros a dizer: Estou
fazendo uma grande obra, de modo que não poderei descer. Por que cessaria esta
obra, enquanto eu a deixasse e fosse ter convosco?
4. Do mesmo modo
mandaram dizer-se quatro vezes; e do mesmo modo lhes respondi.
5.
Então Sambalate, ainda pela quinta vez, me enviou o seu moço com uma carta
aberta na mão,
6. na qual estava escrito: Entre as nações se ouviu, e
Gesem o diz, que tu e os judeus intentais revoltar-vos, e por isso tu estás
edificando o muro, e segundo se diz, queres fazer-te rei deles;
7. e
que constituíste profetas para proclamarem a respeito de ti em Jerusalém: Há rei
em Judá. Ora, estas coisas chegarão aos ouvidos do rei; vem pois, agora e
consultemos juntamente.
8. Então mandei dizer-lhe: De tudo o que
dizes, coisa nenhuma sucedeu, mas tu mesmo o inventas.
9. Pois todos
eles nos procuravam atemorizar, dizendo: As suas mãos hão de largar a obra, e
não se efetuará. Mas agora, ó Deus, fortalece as minhas mãos.
10. Fui
à casa de Semaías, filho de Delaías, filho de Meetabel, que estava em
recolhimento; e disse ele: Ajuntemo-nos na casa de Deus, dentro do templo, e
fechemos as suas portas, pois virão matar-te; sim, de noite virão
matar-te.
11. Eu, porém, respondi: Um homem como eu fugiria? e quem há
que, sendo tal como eu, possa entrar no templo e viver? De maneira nenhuma
entrarei.
12. E percebi que não era Deus que o enviara; mas ele
pronunciou essa profecia contra mim, porquanto Tobias e Sambalate o haviam
subornado.
13. Eles o subornaram para me atemorizar, a fim de que eu
assim fizesse, e pecasse, para que tivessem de que me infamar, e assim
vituperassem.
14. Lembra-te, meu Deus, de Tobias e de Sambalate,
conforme estas suas obras, e também da profetisa Noadias, e dos demais profetas
que procuravam atemorizar-me.
15. Acabou-se, pois, o muro aos vinte e
cinco do mês de elul, em cinqüenta e dois dias.
16. Quando todos os
nosso inimigos souberam disso, todos os povos que havia em redor de nós temeram,
e abateram-se muito em seu próprio conceito; pois perceberam que fizemos esta
obra com o auxílio do nosso Deus.
17. Além disso, naqueles dias o
nobres de Judá enviaram muitas cartas a Tobias, e as cartas de Tobias vinham
para eles.
18. Pois muitos em Judá estavam ligados a ele por
juramento, por ser ele genro de Secanias, filho de Ará, e por haver seu filho
Joanã casado com a filha de Mesulão, filho de Berequias.
19. Também as
boas ações dele contavam perante mim, e as minhas palavras transmitiam a ele.
Tobias, pois, escrevia cartas para me atemorizar.
[Neemias 7]Neemias 7
1. Ora, depois que o muro foi
edificado, tendo eu assentado as portas, e havendo sido designados os porteiros,
os cantores e os levitas,
2. pus Hanâni, meu irmão, e Hananias,
governador do castelo, sobre Jerusalém; pois ele era homem fiel e temente a
Deus, mais do que muitos;
3. e eu lhes disse: Não se abram as portas
de Jerusalém até que o sol aqueça; e enquanto os guardas estiverem nos postos se
fechem e se tranquem as portas; e designei dentre os moradores de Jerusalém
guardas, cada um por seu turno, e cada um diante da sua casa.
4. Ora,
a cidade era larga e grande, mas o povo dentro dela era pouco, e ainda as casa
não estavam edificadas.
5. Então o meu Deus me pôs no coração que
ajuntasse os nobres, os magistrados e o povo, para registrar as genealogias. E
achei o livro da genealogia dos que tinham subido primeiro e achei escrito nele
o seguinte:
6. Este são os filhos da província que subiram do
cativeiro dentre os exilados, que Nabucodonosor, rei da Babilônia, transportara
e que voltaram para Jerusalém e para Judá, cada um para a sua
cidade,
7. os quais vieram com Zorobabel, Jesuá, Neemias, Azarias,
Raamias, Naamâni, Mordecai, Bilsã, Misperete, Bigvai, Neum e Baaná. Este é o
número dos homens do povo de Israel:
8. foram os filhos de Parós, dois
mil cento e setenta e dois;
9. os filhos de Sefatias, trezentos e
setenta e dois;
10. os filhos de Ará, seiscentos e cinqüenta e
dois;
11. os filhos de Paate-Moabe, dos filhos de Jesuá e de Joabe,
dois mil oitocentos e dezoito;
12. os filhos de Elão, mil duzentos e
cinqüenta e quatro;
13. os filhos de Zatu, oitocentos e quarenta e
cinco;
14. os filhos de Zacai, setecentos e sessenta;
15. os
filhos de Binuí, seiscentos e quarenta e oito;
16. os filhos de Bebai,
seiscentos e vinte e oito;
17. os filhos de Azgade, dois mil trezentos
e vinte e dois;
18. os filhos de Adonicão, seiscentos e sessenta e
sete;
19. os filhos de Bigvai, dois mil e sessenta e
sete;
20. os filhos de Adim, seiscentos e cinqüenta e
cinco;
21. os filhos de Ater, de Ezequias, noventa e
oito;
22. os filhos de Hasum, trezentos e vinte e oito;
23.
os filhos de Bezai, trezentos e vinte e quatro;
24. os filhos de
Harife, cento e doze;
25. os filhos de Gibeão, noventa e
cinco;
26. os filhos de Belém e de Netofá, cento e oitenta e
oito;
27. os homens de Anatote, cento e vinte e oito;
28. os
homens de Bete-Azmavete, quarenta e dois;
29. os homens de
Quiriate-Jeriam, de Cefira, e de Beerote, setecentos e quarenta e
três;
30. os homens de Ramá e Gaba, seiscentos e vinte e
um;
31. os homens de Micmás, cento e vinte e dois;
32. os
homens de Betel e Ai, cento e vinte e três;
33. os homens do outro
Nebo, cinqüenta e dois;
34. os filhos do outro Elão, mil duzentos e
cinqüenta e quatro;
35. os filhos de Harim, trezentos e
vinte;
36. os filhos de Jericó, trezentos e quarenta e
cinco;
37. os filhos de Lode, de hadide e de Ono, setecentos e vinte e
um;
38. os filhos de Senaá, três mil novecentos e
trinta.
39. Os sacerdotes: os filhos de Jedaías, da casa de Jesuá,
novecentos e setenta e três;
40. os filhos de Imer, mil e cinqüenta e
dois;
41. os filhos de Pasur, mil duzentos e quarenta e
sete;
42. os filhos de Harim, mil e dezessete;
43. Os
levitas: os filhos de Jesuá, de Cadmiel, dos filhos de Hodevá, setenta e
quatro.
44. Os cantores: os filhos de Asafe, cento e quarenta e
oito.
45. Os porteiros: os filhos de Salum, os filhos de Ater, os
filhos de Talmom, os filhos de Acube, os filhos de Hatita, os filhos de Sobai,
cento e trinta e oito.
46. Os netinis: os filhos de Ziá, os filhos de
Hasufa, os filhos de Tabaote,
47. os filhos de Querós, os filhos de
Siá, os filhos de Padom,
48. os filhos de Lebana, os filhos de Hagaba,
os filhos de Salmai,
49. os filhos de Hanã, os filhos de Gidel, os
filhos de Gaar,
50. os filhos de Recaías, os filhos de Rezim, os
filhos de Necoda,
51. os filhos de Gazão, os filhos de Uzá, os filhos
de Paséia,
52. os filhos de Besai, os filhos de Meunim, os filhos de
Nefusesim,
53. os filhos de Baquebuque, os filhos de Hacufa, os filhos
de Hacur,
54. os filhos de Bazlite, os filhos de Meída, os filhos de
Harsa,
55. os filhos de Barcos, os filhos de Sísera, os filhos de
Tamá,
56. os filhos de Nezias, os filhos de Hatifa,
57. os
filhos dos servos de Salomão: os filhos de Sotai, os filhos de Soforete, os
filhos de Perida,
58. os filhos de Jaala, os filhos de Darcom, os
filhos de Gidel,
59. os filhos de Sefatias, os filhos de Hatil, os
filhos de Paquerete-Hazebaim e os filhos de Amom.
60. Todos os
netinins e os filhos dos servos de Salomão, eram trezentos e noventa e
dois.
61. Estes foram os que subiram de Tel-Mela, Tel-Harsa, Querube,
Adom, e Imer; porém não puderam provar que as suas casas paternas e as sua
linhagem eram de Israel:
62. os filhos de Dalaías, os filhos de
Tobias, os filhos de Necoda, seiscentos e quarenta e dois.
63. E dos
sacerdotes: os filhos de Hobaías, os filhos Hacoz, os filhos de Barzilai, que
tomara por mulher uma das filhas Barzilai, o gileadita, e que foi chamado do seu
nome.
64. Estes buscaram o seu registro entre os arrolados nos
registros genealógicos, mas não foi encontrado; pelo que, tidos por imundos,
foram excluídos do sacerdócio.
65. E o governador lhes disse que não
comesse das coisas sagradas, até que se levantasse um sacerdote com Urim e
Tumim.
66. Toda esta congregação junta somava quarenta e dois mil
trezentos e sessenta;
67. afora os seus servos e as suas servas, que
foram sete mil trezentos e trinta e sete; e tinham duzentos e quarenta e cinco
cantores e cantoras.
68. Os seus cavalos foram setecentos e trinta e
seis; os seus mulos, duzentos e quarenta e cinco;
69. os seus camelos,
quatrocentos e trinta e cinco; e os seus jumentos, seis mil setecentos e
vinte.
70. Ora, alguns dos cabeças das casas paternas contribuíram
para a obra. O governador deu para a tesouraria mil dários de ouro, cinqüenta
bacias, e quinhentas e trinta vestes sacerdotais.
71. E alguns dos
cabeças das casas paternas deram para a tesouraria da obra vinte mil dáricos de
ouro, e duas mil e duzentas minas de prata.
72. O que o resto do povo
deu foram vinte mil dáricos de ouro, duas mil minas de prata, e sessenta e sete
vestes sacerdotais.
73. Os sacerdotes, os levitas, os porteiros, os
cantores, alguns dentre o povo, os netinins e todo o Israel habitaram nas suas
cidades. Quando chegou o sétimo mês, já se achavam os filhos de Israel nas suas
cidades.
[Neemias 8]Neemias
8
1. Então todo o povo se ajuntou como um só homem, na
praça diante da porta das águas; e disseram a Esdras, o escriba, que trouxesse o
livro da lei de Moisés, que o Senhor tinha ordenado a Israel.
2. E
Esdras, o sacerdote, trouxe a lei perante a congregação, tanto de homens como de
mulheres, e de todos os que podiam ouvir com entendimento, no primeiro dia do
sétimo mês.
3. E leu nela diante da praça que está fronteira à porta
das águas, desde a alva até o meio-dia, na presença dos homens e das mulheres, e
dos que podiam entender; e os ouvidos de todo o povo estavam atentos ao livro da
lei.
4. Esdras, o escriba, ficava em pé sobre um estrado de madeira,
que fizeram para esse fim e estavam em pé junto a ele, à sua direita, Matitias,
Sema, Ananías, Urias, Hilquias e Maaséias; e à sua esquerda, Pedaías, Misael,
Malquias, Hasum, Hasbadana, Zacarias e Mesulão.
5. E Esdras abriu o
livro à vista de todo o povo (pois estava acima de todo o povo); e, abrindo-o
ele, todo o povo se pôs em pé.
6. Então Esdras bendisse ao Senhor, o
grande Deus; e todo povo, levantando as mãos, respondeu: Amém! amém! E,
inclinando-se, adoraram ao Senhor, com os rostos em terra.
7. Também
Jesuá, Bani, Serebias, Jamim, Acube; Sabetai, Hodias, Maaséias, Quelita,
Azarias, Jozabade, Hanã, Pelaías e os levitas explicavam ao povo a lei; e o povo
estava em pé no seu lugar.
8. Assim leram no livro, na lei de Deus,
distintamente; e deram o sentido, de modo que se entendesse a
leitura.
9. E Neemias, que era o governador, e Esdras, sacerdote e
escriba, e os levitas que ensinavam o povo, disseram a todo o povo: Este dia é
consagrado ao Senhor vosso Deus; não pranteeis nem choreis. Pois todo o povo
chorava, ouvindo as palavras da lei.
10. Disse-lhes mais: Ide, comei
as gorduras, e bebei as doçuras, e enviai porções aos que não têm nada preparado
para si; porque este dia é consagrado ao nosso Senhor. Portanto não vos
entristeçais, pois a alegria do Senhor é a vossa força.
11. Os
levitas, pois, fizeram calar todo o povo, dizendo: Calai-vos, porque este dia é
santo; por isso não vos entristeçais.
12. Então todo o povo se foi
para comer e beber, e para enviar porções, e para fazer grande regozijo, porque
tinha entendido as palavras que lhe foram referidas.
13. Ora, no dia
seguinte ajuntaram-se os cabeças das casas paternas de todo o povo, os
sacerdotes e os levitas, na presença de Esdras, o escriba, para examinarem as
palavras da lei;
14. e acharam escrito na lei que o Senhor, por
intermédio de Moisés, ordenara que os filhos de Israel habitassem em cabanas
durante a festa do sétimo mês;
15. e que publicassem e fizessem passar
pregão por todas as suas cidades, e em ramos de oliveiras, de zambujeiros e de
murtas, folhas de palmeiras, e ramos de outras árvores frondosas, para fazerdes
cabanas, como está escrito.
16. Saiu, pois, o povo e trouxe os ramos;
e todos fizeram para si cabanas, cada um no eirado da sua casa, nos seus pátios,
nos átrios da casa de Deus, na praça da porta das águas, e na praça da porta de
Efraim.
17. E toda a comunidade dos que tinham voltado do cativeiro
fez cabanas, e habitaram nelas; pois não tinham feito assim os filhos de Israel
desde os dias de Josué, filho de Num, até aquele dia. E houve mui grande
regozijo.
18. E Esdras leu no livro da lei de Deus todos os dias,
desde o primeiro até o último; e celebraram a festa por sete dias, e no oitavo
dia houve uma assembléia solene, segundo a ordenança.
[Neemias 9]Neemias 9
1. Ora, no dia vinte e quatro
desse mês, se ajuntaram os filhos de Israel em jejum, vestidos de sacos e com
terra sobre as cabeças.
2. E os da linhagem de Israel se apartaram de
todos os estrangeiros, puseram-se em pé e confessaram os seus pecados e as
iniquidades de seus pais.
3. E, levantando-se no seu lugar, leram no
livro da lei do Senhor seu Deus, uma quarta parte do dia; e outra quarta parte
fizeram confissão, e adoraram ao Senhor seu Deus.
4. Então Jesuá,
Bani, Cadmiel, Sebanias, Buni, Serebias, Bani e Quenâni se puseram em pé sobre
os degraus dos levitas, e clamaram em alta voz ao Senhor seu Deus.
5.
E os levitas Jesuá, Cadmiel, Bani, Hasabnéias, Serebias, Hodias, Sebanias e
Petaías disseram: Levantai-vos, bendizei ao Senhor vosso Deus de eternidade em
eternidade. Bendito seja o teu glorioso nome, que está exaltado sobre toda
benção e louvor.
6. Tu, só tu, és Senhor; tu fizeste o céu e o céu dos
céus, juntamente com todo o seu exército, a terra e tudo quanto nela existe, os
mares e tudo quanto neles já, e tu os conservas a todos, e o exército do céu te
adora.
7. Tu és o Senhor, o Deus que elegeste a Abrão, e o tiraste de
Ur dos caldeus, e lhe puseste por nome Abraão;
8. e achaste o seu
coração fiel perante ti, e fizeste com ele o pacto de que darias à sua
descendência a terra dos cananeus, dos heteus, dos amorreus, dos perizeus, dos
jebuseus e dos girgaseus; e tu cumpriste as tuas palavras, pois és
justo.
9. Também viste a aflição de nossos pais no Egito, e ouviste o
seu clamor junto ao Mar Vermelho;
10. e o operaste sinais e prodígios
contra Faraó; e contra todos os seus servos, e contra todo o povo da sua terra;
pois sabias com que soberba eles os haviam tratado; e assim adquiriste renome,
como hoje se vê.
11. Fendente o mar diante deles, de modo que passaram
pelo meio do mar, em seco; e lançaste os seus perseguidores nas profundezas,
como uma pedra nas águas impetuosas.
12. Além disso tu os guiaste de
dia por uma coluna de nuvem e de noite por uma coluna de fogo, para os alumiares
no caminho por onde haviam de ir.
13. Desceste sobre o monte Sinai, do
céu falaste com eles, e lhes deste juízos retos e leis verdadeiras, bons
estatutos e mandamentos;
14. o teu santo sábado lhes fizeste conhecer;
e lhes ordenaste mandamentos e estatutos e uma lei, por intermédio de teu servo
Moisés.
15. Do céu lhes deste pão quando tiveram fome, e da rocha
fizeste brotar água quando tiveram sede; e lhes ordenaste que entrassem para
possuir a terra que com juramento lhes havias prometido dar.
16. Eles,
porém, os nossos pais, se houveram soberbamente e endureceram a cerviz, e não
deram ouvidos aos teus mandamentos,
17. recusando ouvir-te e não se
lembrando das tuas maravilhas, que fizeste no meio deles; antes endureceram a
cerviz e, na sua rebeldia, levantaram um chefe, a fim de voltarem para sua
servidão. Tu, porém, és um Deus pronto para perdoar, clemente e misericordioso,
tardio em irar-te e grande em beneficência, e não os abandonaste.
18.
Ainda mesmo quando eles fizeram para si um bezerro de fundição, e disseram: Este
é o teu Deus, que te tirou do Egito, e cometeram grandes
blasfêmias,
19. todavia tu, pela multidão das tuas misericórdias, não
os abandonaste no deserto. A coluna de nuvem não se apartou deles de dia, para
os guiar pelo caminho, nem a coluna de fogo de noite, para lhes alumiar o
caminho por onde haviam de ir.
20. Também lhes deste o teu bom
espírito para os ensinar, e o teu maná não retiraste da tua boca, e água lhes
deste quando tiveram sede.
21. Sim, por quarenta anos os sustentaste
no deserto; não lhes faltou coisa alguma; a sua roupa não envelheceu, e o seus
pés não se incharam.
22. Além disso lhes deste reinos e povos, que
lhes repartiste em porções; assim eles possuíram a terra de Siom, a saber; a
terra do rei de Hesbom, e a terra de Ogue, rei de Basã.
23. Outrossim
mulplicaste os seus filhos como as estrelas do céu, e os introduziste na terra
de que tinhas dito a seus pais que nela entrariam para a
possuírem.
24. Os filhos, pois, entraram e possuíram a terra; e
abateste perante eles, os moradores da terra, os cananeus, e lhos entregaste nas
mãos, como também os seus reis, e os povos da terra, para fazerem deles conforme
a sua vontade.
25. Tomaram cidades fortificadas e uma terra fértil, e
possuíram casas cheias de toda sorte de coisas boas, cisternas cavadas, vinhas e
olivais, e árvores frutíferas em abundância; comeram, pois, fartaram-se e
engordaram, e viveram em delícias, pela tua grande bondade.
26. Não
obstante foram desobedientes, e se rebelaram contra ti; lançaram a tua lei para
trás das costas, e mataram os teus profetas que protestavam contra eles para que
voltassem a ti; assim cometeram grandes provocações.
27. Pelo que os
entregaste nas mãos dos seus adversários, que os afligiram; mas no templo da sua
angústia, quando eles clamaram a ti, tu os ouviste do céu; e segundo a multidão
das tuas misericórdias lhes deste libertadores que os libertaram das mãos de
seus adversários.
28. Mas, tendo alcançado repouso, tornavam a fazer o
mal diante de ti,; portanto tu os deixavas nas mãos dos seus inimigos, de modo
que estes dominassem sobre eles; todavia quando eles voltavam e clamavam a ti,
tu os ouvias do céu, e segundo a tua misericórdia os livraste muitas
vezes;
29. e testemunhaste contra eles, para os fazerdes voltar para a
tua lei; contudo eles se houveram soberbamente, e não deram ouvidos aos teus
mandamentos, mas pecaram contra os teus juízos, pelos quais viverá o homem que
os cumprir; viraram o ombro, endureceram a cerviz e não quiseram
ouvir.
30. Não obstante, por muitos anos os aturaste, e testemunhaste
contra eles pelo teu Espírito, por intermédio dos teus profetas;
todavia eles
não quiseram dar ouvidos; pelo que os entregaste nas mãos dos povos de outras
terras.
31. Contudo pela tua grande misericórdia não os destruíste de
todo, nem os abandonaste, porque és um Deus clemente e
misericordioso.
32. Agora, pois, ó nosso Deus, Deus grande, poderoso e
temível, que guardas o pacto e a beneficência, não tenhas em pouca conta toda a
aflição que nos alcançou a nós, a nossos reis, a nossos príncipes, a nossos
sacerdotes, a nossos profetas, a nossos pais e a todo o teu povo, desde os dias
dos reis da Assíria até o dia de hoje.
33. Tu, porém, és justo em tudo
quanto tem vindo sobre nós; pois tu fielmente procedeste, mas nós
perversamente.
34. Os nossos reis, os nossos príncipes, os nossos
sacerdotes, e os nossos pais não têm guardado a tua lei, nem têm dado ouvidos
aos teus mandamentos e aos teus testemunhos, com que testificaste contra
eles.
35. Porque eles, no seu reino, na muita abundância de bens que
lhes deste, na terra espaçosa e fértil que puseste diante deles, não te
serviram, nem se converteram de suas más obras.
36. Eis que hoje somo
escravos; e quanto à terra que deste a nossos pais, para comerem o seu fruto e o
seu bem, eis que somos escravos nela.
37. E ela multiplica os seus
produtos para os reis que puseste sobre nós por causa dos nossos pecados; também
eles dominam sobre os nossos corpos e sobre o nosso gado como bem lhes apraz, e
estamos em grande angústia.
38. Contudo, por causa de tudo isso
firmamos um pacto e o escrevemos; e selam-no os nossos príncipes, os nossos
levitas e os nossos sacerdotes.
[Neemias 10]Neemias
10
1. Os que selaram foram: Neemias, o governador,
filho de Hacalias, Zedequias,
2. Seraías, Azarias,
Jeremias,
3. Pasur, Amarias, Malquias,
4. Hatus, Sebanias,
Maluque,
5. Harim, Meremote, Obadias,
6. Daniel, Ginetom,
Baruque,
7. Mesulão, Abias, Miamim,
8. Maazias, Bilgai e
Semaías; estes foram os sacerdotes.
9. E os levitas: Jesuá, filho de
Azanias, Binuí, dos filhos de Henadade, Cadmiel,
10. e seus irmãos,
Sebanias, Hodias, Quelita, Pelaías, Hanã,
11. Mica, Reobe,
Hasabias,
12. Zacur, Serebias, Sebanias,
13. Hodias, Bani e
Benínu.
14. Os chefes do povo: Parós, Paate-Moabe, Elão, Zatu,
Bani,
15. Buni, Azgade, Bebai,
16. Adonias, Bigvai,
Adim,
17. Ater, Ezequias, Azur,
18. Hodias, Asum,
Bezai,
19. Harife, Anotote, Nobai,
20. Magpias, Mesulão,
Hezir,
21. Mesezabel, Zadoque, Jadua,
22. Pelatias, Hanã,
Anaías,
23. Oséias, Hananias, Ananías,
24. Haloés, Pilá,
Sobeque,
25. Reum, Hasabna, Maaséias,
26. Aías, Hanã,
Anã,
27. Maluque, Harim e Baaná.
28. E o resto do povo, os
sacerdotes, os porteiros, os cantores, os netinins, e todos os que se tinham
separado dos povos de outras terras para seguir a lei de Deus, suas mulheres,
seus filhos e suas filhas, todos os que tinham conhecimento e
entendimento,
29. aderiram a seus irmãos, os seus nobres, e convieram
num juramento sob pena de maldição de que andariam na lei de Deus, a qual foi
dada por intermédio de Moisés, servo de Deus, e de que guardariam e cumpririam
todos os mandamentos do Senhor, nosso Senhor, e os seus juízos e os seus
estatutos;
30. de que não daríamos as nossas filhas aos povos da
terra, nem tomaríamos as filhas deles para os nossos filhos;
31. de
que, se os povos da terra trouxessem no dia de sábado qualquer mercadoria ou
quaisquer cereais para venderem, nada lhes compraríamos no sábado, nem em dia
santificado; e de que abriríamos mão do produto do sétimo ano e da cobrança nele
de todas as dívidas.
32. Também sobre nós impusemos ordenanças,
obrigando-nos a dar a cada ano a terça parte dum siclo para o serviço da casa do
nosso Deus;
33. para os pães da proposição, para a contínua oferta de
cereais, para o contínuo holocausto dos sábados e das luas novas, para as festas
fixas, para as coisas sagradas, para as ofertas pelo pecado a fim de fazer
expiação por Israel, e para toda a obra da casa do nosso Deus.
34. E
nós, os sacerdotes, os levitas e o povo lançamos sortes acerca da oferta da
lenha que havíamos de trazer à casa do nosso Deus, segundo as nossas casas
paternas, a tempos determinados, de ano em ano, para se queimar sobre o altar do
Senhor nosso Deus, como está escrito na lei.
35. Também nos obrigamos
a trazer de ano em ano à casa do Senhor as primícias de todos os frutos de todas
as árvores;
36. e a trazer os primogênitos dos nossos filhos, e os do
nosso gado, como está escrito na lei, e os primogênitos das nossas manadas e dos
nossos rebanhos à casa do nosso Deus, aos sacerdotes que ministram na casa do
nosso Deus;
37. e as primícias da nossa mas, e as nossas ofertas
alçadas, e o fruto de toda sorte de árvores, para as câmaras da casa de nosso
Deus; e os dízimos da nossa terra aos levitas; pois eles, os levitas, recebem os
dízimos em todas as cidades por onde temos lavoura.
38. E o sacerdote,
filho de Arão, deve estar com os levitas quando estes receberem os dízimos; e os
levitas devem trazer o dízimo dos dízimos à casa do nosso Deus, para as câmaras,
dentro da tesouraria.
39. Pois os filhos de Israel e os filhos de Levi
devem trazer ofertas alçadas dos cereais, do mosto e do azeite para aquelas
câmaras, em que estão os utensílios do santuário, como também os sacerdotes que
ministram, e os porteiros, e os cantores; e assim não negligenciarmos a casa do
nosso Deus.
[Neemias 11]Neemias
11
1. Ora, os príncipes do povo habitaram em Jerusalém;
e o restante do povo lançou sortes, para atirar um de cada dez que habitasse na
santa cidade de Jerusalém, ficando nove nas outras cidades.
2. E o
povo bendisse todos os homens que voluntariamente se ofereceram para habitar em
Jerusalém.
3. Estes, pois, são os chefes da província que habitaram em
Jerusalém; porém nas cidades de Judá habitou cada um na sua possessão, nas suas
cidades, a saber, Israel, os sacerdotes, os levitas, os netinins e os filhos dos
servos de Salomão.
4. E habitaram em Jerusalém alguns dos filhos de
Judá e dos filhos de Benjamim. Dos filhos de Judá: Ataías, filho de Uzias, filho
de Zacarias, filho de Amarias, filho de Sefatias, filho de Maalelel, dos filhos
de Pérez;
5. e Maaséias, filho de Baruque, filho de Col-Hoze, filho de
Hazaías, filho de Adaías, filho de Joiaribe, filho de Zacarias, filho de
Silôni.
6. Todos os filhos de Pérez que habitaram em Jerusalém foram
quatrocentos e sessenta e oito homens valentes.
7. São estes os filhos
de Benjamim: Salu, filho de Mesulão, filho de Joede, filho de Pedaías, filho de
Colaías, filho de Maaséias, filho de Itiel, filho de Jesaías.
8. E
depois dele Gabai, Salai, ...novecentos e vinte e oito.
9. Joel, filho
de Zicri, superintendente sobre eles; e Judá, filho de Senua, o segundo sobre a
cidade.
10. Dos sacerdotes: Jedaías, filho de Joiaribe,
Jaquim,
11. Seraías, filho de Hilquias, filho de Mesulão, filho de
Zadoque, filho de Meraiote, filho de Altube, príncipe sobre a casa de
Deus;
12. e seus irmãos que faziam a obra da casa, oitocentos e vinte
e dois; e Adaías, filho de Jeroão, filho de Pelalias, filho de Anzi, filho de
Zacarias, filha de Pasur, filho de Malquias,
13. e seus irmãos,
cabeças de casas paternas, duzentos e quarenta e dois; e Amassai, filho de
Azarel, filho de Aazai, filho de Mesilemote, filho de Imer,
14. e os
irmãos deles, homens valentes, cento e vinte e oito; e o superintendente sobre
eles era Zabdiel, filho de Hagedolim.
15. Dos levitas: Semaías, filho
de Hassube, filho de Azricão, filho de Hasabias, filho de Buni;
16.
Sabetai e Jozabade, dos cabeças dos levitas, presidiam o serviço externo da casa
de Deus;
17. Matanias, filho de Mica, filho de Zabdi, filho de Asafe,
o dirigente que iniciava as ações de graças na oração, e Baquebuquias, o segundo
entre seus irmãos; depois Abda, filho de Samua, filho de Galal, filho de
Jedútun.
18. Todos os levitas na santa cidade foram duzentos e oitenta
e quatro.
19. Também os porteiros, Acube, Talmom, e seus irmãos, os
guardas das portas, foram cento e sessenta e dois.
20. O resto de
Israel e dos sacerdotes e levitas, habitou em todas as cidades de Judá, cada um
na sua herança.
21. Os netinins, porém, habitaram em Ofel; e Ziá e
Gispa presidiram sobre eles.
22. O superintendente dos levitas em
Jerusalém era Uzi, filho de Bani, filho de Hasabias, filho de Matanias, filho de
Mica, dos filhos de Asafe, os cantores; ele estava encarregado do serviço da
casa de Deus.
23. Pois havia uma ordem da parte do rei acerca deles, e
uma norma para os cantores, estabelecendo o dever de cada dia.
24. E
Petaías, filho de Mesezabel, dos filhos de Zerá, filho de Judá, estava às ordens
do rei, em todos os negócios concernentes ao povo.
25. E quanto às
aldeias com os seus campos, alguns dos filhos de Judá habitaram em Quiriate-Arba
e seus arrabaldes, em Dibom e seus arrabaldes, e em Jecabzeel e suas
aldeias;
26. em Jesuá, em Molada, em Bete-Pelete,
27. Em
Hazar-Sual, em Berseba e seus arrabaldes,
28. em Ziclague, em Mecona e
seus arrabaldes,
29. em En-Rimom, em Zorá, em Jarmute,
30.
em Zanoa, em Adulão e suas aldeias, em Laquis e seus campos, e em Azeca e seus
arrabaldes. Acamparam-se, pois, desde Berseba até o vale do Hinom.
31.
Os filhos de Benjamim também habitaram desde Geba em diante, em Micmás e Aíja,
em Betel e seus arrabaldes,
32. em Anatote, em Nobe, em
Ananias,
33. em Hazor, em Ramá, em Gitaim,
34. em Hadide, em
Zeboim, em Nebalate,
35. em Lode, e em Ono, vale dos
artífices.
36. E dos levitas que habitavam em Judá, algumas turmas
foram unidas a Benjamim.
[Neemias 12]Neemias
12
1. Ora, estes são os sacerdotes e os levitas que
subiram com Zorobabel, filho de Sealtiel, e com Jesuá: Seraías, Jeremias,
Esdras,
2. Amarias, Maluque, Hatus,
3. Ido, Ginetói, Abias,
4. Secanias, Reum, Meremote,
5. Miamim, Maadias,
Bilga,
6. Semaías, Joiaribe, Jedaías,
7. Salu, Amoque,
Hilquias e Jedaías; estes foram os chefes dos sacerdotes e de seus irmãos, nos
dias de Jesuá.
8. E os levitas: Jesuá, Binuí, Cadmiel, Serebias, Judá,
Matanias; este e seus irmãos dirigiam os louvores.
9. E Baquebuquias e
Uni, seus irmãos, estavam defronte deles segundo os seus cargos.
10.
Jesuá foi pai de Joiaquim, Joiaquim de Eliasibe, Eliasibe de
Joiada,
11. Joiada de Jonatã, e Jonatã de Jadua.
12. E nos
dias de Joiaquim foram sacerdotes, chefes das casas paternas: por Seraías,
Meraías; por Jeremias, Hananias;
13. por Esdras, Mesulão; por Amarias,
Jeoanã;
14. por Malúqui, Jonatã; por Sebanias, José;
15. por
Harim, Adná; por Meraiote, Helcai;
16. por Ido, Zacarias; por Gineton,
Mesulão;
17. por Abias, Zicri; por Miniamim, por Moadias,
Piltai;
18. por Bilga, Samua; por Semaías, Jeonatã;
19. por
Joiaribe, Matenai; por Jedaías, Uzi;
20. por Salai, Calai; por Amoque,
Eber;
21. por Hilquias, Hasabias; por Jedaías, Netanel.
22.
Nos dias de Eliasibe, Joiada, Joanã e Jadua foram inscritos, dos levitas, os
chefes das casas paternas; e assim também os dos sacerdotes, no reinado de
Dário, o persa.
23. Os filhos de Levi, chefes de casas paternas, foram
inscritos no livro das crônicas, até os dias de Joanã, filho de
Eliasibe.
24. Foram, pois, os chefes dos levitas: Hasabias, Serebias,
Jesuá, filho de Cadmiel, e seus irmãos que ficavam defronte deles, turma contra
turma, para louvarem e darem graças, segundo a ordem de Davi, homem de
Deus.
25. Matanias, Baquebuquias, Obadias, Mesulão, Talmom, e Acube
eram porteiros, e faziam a guarda junto aos celeiros das portas.
26.
Estes viveram nos dias de Joiaquim, filho de Jesuá, filho de Jozadaque, como
também nos dias de Neemias, o governador, e do sacerdote Esdras, o
escriba.
27. Ora, na dedicação dos muros de Jerusalém buscaram os
levitas de todos os lugares, para os trazerem a Jerusalém, a fim de celebrarem a
dedicação com alegria e com ações de graças, e com canto, címbalos, alaúdes e
harpas.
28. Ajuntaram-se os filhos dos cantores, tanto da campina dos
arredores de Jerusalém, como das aldeias do netofatitas;
29. como
também de Bete-Gilgal, e dos campos de Geba e Azmavete; pois os cantores tinham
edificado para si aldeias ao redor de Jerusalém.
30. E os sacerdotes e
os levitas se purificaram, e purificaram o povo, as portas e o
muro.
31. Então fiz subir os príncipes de Judá sobre o muro, e
constituí duas grandes companhias para darem graças e andarem em procissão, uma
das quais foi para a direita sobre o muro, em direção à porta do
monturo;
32. e após ela seguiam Hosaías, e a metade dos príncipes de
Judá,
33. e Azarias, Esdras, Mesulão,
34. Judá, Benjamim,
Semaías, e Jeremias;
35. e dos filhos dos sacerdotes, levando
trombetas, Zacarias, filho de Jonatã, filho de Semaías, filho de Matanias, filho
de Micaías, filho de Zacur, filho de Asafe.
36. e seus irmãos,
Semaías, Azarel, Milalai, Gilalai, Maai, Netanel, Judá e Hanâni, com os
instrumento musicais de Davi, homem de Deus; e Esdras, o escriba, ia adiante
deles.
37. À entrada da porta da fonte subiram diretamente as escadas
da cidade de Davi onde começa a subida do muro, acima da casa de Davi, até a
porta das águas a leste.
38. A outra companhia dos que davam graças
foi para a esquerda, seguindo-os eu com a metade do povo, sobre o muro, passando
pela torre dos fornos até a muralha larga,
39. e seguindo por cima da
porta de Efraim, e da porta velha, e da porta dos peixes, e pela torre de
Hananel, e a torre dos Cem até a porta das ovelhas; e pararam à porta da
guarda.
40. Assim as duas companhias dos que davam graças pararam na
casa de Deus, como também eu e a metade dos magistrados que estavam
comigo,
41. e os sacerdotes Eliaquim, Maaséias, Miniamim, Micaías,
Elioenai, Zacarias e Hananias, com trombetas,
42. com também Maaséias,
Semaías, Eleazar, Uzi, Jeoanã, Malquias, Elão, e Ézer; e os cantores cantavam,
tendo Jezraías por dirigente.
43. Naquele dia ofereceram grandes
sacrifícios, e se alegraram, pois Deus lhes dera motivo de grande alegria;
também as mulheres e as crianças se alegraram, de modo que o júbilo de Jerusalém
se fez ouvir longe.
44. No mesmo dia foram nomeados homens sobre as
câmaras do tesouro para as ofertas alçadas, as primícias e os dízimos, para
nelas recolherem, dos campos, das cidades, os quinhões designados pela lei para
os sacerdotes e para os levitas; pois Judá se alegrava por estarem os sacerdotes
e os levitas no seu posto,
45. observando os preceitos do seu Deus, e
os da purificação, como também o fizeram os cantores e porteiros, conforme a
ordem de Davi e de seu filho Salomão.
46. Pois desde a antigüidade, já
nos dias de Davi e de Asafe, havia um chefe dos cantores, e havia cânticos de
louvor e de ação de graça a Deus.
47. Pelo que todo o Israel, nos dias
de Zorobabel e nos dias de Neemias, dava aos cantores e aos porteiros as suas
porções destinadas aos levitas, e os levitas separavam as porções destinadas aos
filhos de Arão.
[Neemias 13]Neemias
13
1. Naquele dia leu-se o livro de Moisés, na presença
do povo, e achou-se escrito nele que os amonitas e os moabitas não entrassem
jamais na assembléias de Deus;
2. porquanto não tinham saído ao
encontro dos filhos de Israel com pão e água, mas contra eles assalariaram
Balaão para os amaldiçoar; contudo o nosso Deus converteu a maldição em
benção.
3. Ouvindo eles esta lei, apartaram de Israel toda a multidão
mista.
4. Ora, antes disto Eliasibe, sacerdote, encarregado das
câmaras da casa de nosso Deus, se aparentara com Tobias,
5. e lhe
fizera uma câmara grande, onde dantes se recolhiam as ofertas de cereais, o
incenso, os utensílios, os dízimos dos cereais, do mosto e do azeite, que eram
dados por ordenança aos levitas, aos cantores e aos porteiros, como também as
ofertas alçadas para os sacerdotes.
6. Mas durante todo este tempo não
estava eu em Jerusalém, porque no ano trinta e dois de Artaxerxes, rei da
Babilônia, fui ter com o rei; mas a cabo de alguns dias pedi licença ao
rei,
7. e vim a Jerusalém; e soube do mal que Eliasibe fizera em
servir a Tobias, preparando-lhe uma câmara nos átrios da casa de
Deus.
8. Isso muito me desagradou; pelo que lancei todos os móveis da
casa de Tobias fora da câmara.
9. Então, por minha ordem purificaram
as câmaras; e tornei a trazer para ali os utensílios da casa de Deus, juntamente
com as ofertas de cereais e o incenso.
10. Também soube que os
quinhões dos levitas não se lhes davam, de maneira que os levitas e os cantores,
que faziam o serviço, tinham fugido cada um para o seu campo.
11.
Então contendi com os magistrados e disse: Por que se abandonou a casa de Deus?
Eu, pois, ajuntei os levitas e os cantores e os restaurei no seu
posto.
12. Então todo o Judá trouxe para os celeiros os dízimos dos
cereais, do mosto e do azeite.
13. E por tesoureiros pus sobre os
celeiros Selemias, o sacerdote, e Zadoque, o escrivão, e Pedaías, dentre os
levitas, e como ajudante deles Hanã, filho de Zacur, filho de Matanias, porque
foram achados fiéis; e se lhes encarregou de fazerem a distribuição entre seus
irmãos.
14. Por isto, Deus meu, lembra-te de mim, e não risques as
beneficências que eu tenho feito para a casa do meu Deus e para o serviço
dela.
15. Naqueles dias vi em Judá homens que pisavam lugares no
sábado, e traziam molhos, que carregavam sobre jumentos; vi também vinho, uvas e
figos, e toda sorte de cargas, que eles traziam a Jerusalém no dia de sábado; e
protestei contra eles quanto ao dia em que estavam vendendo
mantimentos.
16. E em Jerusalém habitavam homens de Tiro, os quais
traziam peixes e toda sorte de mercadorias, que vendiam no sábado aos filhos de
Judá, e em Jerusalém.
17. Então contendi com os nobres de Judá, e lhes
disse: Que mal é este que fazeis, profanando o dia de sábado?
18.
Porventura não fizeram vossos pais assim, e não trouxe nosso Deus todo este mal
sobre nós e sobre esta cidade? Contudo vós ainda aumentais a ira sobre Israel,
profanando o sábado.
19. E sucedeu que, ao começar a fazer-se escuro
nas portas de Jerusalém, antes do sábado, eu ordenei que elas fossem fechadas, e
mandei que não as abrissem até passar o sábado e pus às portas alguns de meus
moços, para que nenhuma carga entrasse no dia de sábado.
20. Então os
negociantes e os vendedores de toda sorte de mercadorias passaram a noite fora
de Jerusalém, uma ou duas vezes.
21. Protestei, pois, contra eles,
dizendo-lhes: Por que passais a noite defronte do muro? Se outra vez o fizerdes,
hei de lançar mão em vós. Daquele tempo em diante não vieram no
sábado.
22. Também ordenei aos levitas que se purificassem, e viessem
guardar as portas, para santificar o sábado. Nisso também, Deus meu, lembra-te
de mim, e perdoa-me segundo a abundância da tua misericórdia.
23. Vi
também naqueles dias judeus que tinham casado com mulheres asdoditas, amonitas,
e moabitas;
24. e seus filhos falavam no meio asdodita, e não podiam
falar judaico, senão segundo a língua de seu povo.
25. Contendi com
eles, e os amaldiçoei; espanquei alguns deles e, arrancando-lhes os cabelos, os
fiz jurar por Deus, e lhes disse: Não darei vossas filhas a seus filhos, e não
tomareis suas filhas para vossos filhos, nem para vós mesmos.
26. Não
pecou nisso Salomão, rei de Israel? Entre muitas nações não havia rei semelhante
a ele, e ele era amado de seu Deus, e Deus o constituiu rei sobre todo o Israel.
Contudo mesmo a ele as mulheres estrangeiras o fizeram pecar.
27. E
dar-vos-íamos nós ouvidos, para fazermos todo este grande mal, esta infidelidade
contra o nosso Deus, casando com mulheres estrangeiras?
28. Também um
dos filhos de Joiada, filho do sumo sacerdote Eliasibe, era genro de Sambalate,
o horonita, pelo que o afugentei de mim.
30. Assim os purifiquei de
tudo que era estrangeiro, e determinei os cargos para os sacerdotes e para os
levitas, cada um na sua função;
31. como também o que diz respeito à
oferta da lenha em tempos determinados, e bem assim às primícias. Lembra-te de
mim, Deus meu, para o meu bem.
[Ester 1]Ester
1
1. Sucedeu nos dias de Assuero, o Assuero que reinou
desde a Índia até a Etiópia, sobre cento e vinte e seis províncias,
2.
que, estando o rei Assuero assentado no seu trono do seu reino em Susã, a
capital,
3. no terceiro ano de seu reinado, deu um banquete a todos os
seus príncipes e seus servos, estando assim perante ele o poder da Pérsia e da
Média, os nobres e os oficiais das províncias.
4. Nessa ocasião
ostentou as riquezas do seu glorioso reino, e o esplendor da sua excelente
grandeza, por muitos dias, a saber cento e oitenta dias.
5. E, acabado
aqueles dias, deu o rei um banquete a todo povo que se achava em Susã, a
capital, tanto a grandes como a pequenos, por sete dias, no pátio do jardim do
palácio real.
6. As cortinas eram de pano branco verde e azul celeste,
atadas com cordões de linho fino e de púrpura a argola de prata e a colunas de
mármore; os leitos eram de ouro e prata sobre um pavimento mosaico de pórfiro,
de mármore, de madrepérola e de pedras preciosas.
7. Dava-se de beber
em copos de ouro, os quais eram diferentes uns dos outros; e havia vinho real em
abundância, segundo a generosidade do rei.
8. E bebiam como estava
prescrito, sem constrangimento; pois o rei tinha ordenado a todos os oficiais do
palácio que fizessem conforme a vontade de cada um.
9. Também a rainha
Vasti deu um banquete às mulheres no palácio do rei Assuero.
10. Ao
sétimo dia, o rei, estando já o seu coração alegre do vinho, mandou a Meumã,
Bizta, Harbona, Bigta, Abagta, Zétar e Carcás, os sete eunucos que serviam na
presença do rei Assuero,
11. que introduzissem à presença do rei a
rainha Vasti, com a coroa real, para mostrar aos povos e aos príncipes a sua
formosura, pois era formosíssima.
12. A rainha Vasti, porém, recusou
atender à ordem do rei dada por intermédio dos eunucos; pelo que o rei muito se
enfureceu, e se inflamou de ira.
13. Então perguntou o rei aos sábios
que conheciam os tempos (pois assim se tratavam os negócios do rei, na presença
de todos os que sabiam a lei e o direito;
14. e os mais chegados a ele
eram: Carsena, Setar, Admata, Társis, Meres, Marsena, Memucã, os sete príncipes
da Pérsia e da Média, que viam o rosto do rei e ocupavam os primeiros assentos
no reino)
15. o que se devia fazer, segundo a lei, à rainha Vasti, por
não haver cumprido a ordem do rei Assuero dada por intermédio dos
eunucos.
16. Respondeu Memucã na presença do rei e dos príncipes: Não
somente contra o rei pecou a rainha Vasti, mas também contra todos os príncipes,
e contra todos os povos que há em todas as províncias do rei
Assuero.
17. Pois o que a rainha fez chegará ao conhecimento de todas
as mulheres, induzindo-as a desprezarem seus maridos quando se disser: O rei
Assuero mandou que introduzissem à sua presença a rainha Vasti, e ela não
veio.
18. E neste mesmo dia as princesas da Pérsia e da Média, sabendo
do que fez a rainha, dirão o mesmo a todos os príncipes do rei; e assim haverá
muito desprezo e indignação.
19. Se bem parecer ao rei, saia da sua
parte um edito real, e escreva-se entre as leis dos persas e dos medos para que
não seja alterado, que Vasti não entre mais na presença do rei Assuero, e dê o
rei os seus direitos de rainha a outra que seja melhor do que ela.
20.
E quando o decreto que o rei baixar for publicado em todo o seu reino, grande
como é, todas as mulheres darão honra a seus maridos, tanto aos nobres como aos
humildes.
21. Pareceu bem este conselho ao rei e aos príncipes; e o
rei fez conforme a palavra de Memucã,
22. enviando cartas a todas as
províncias do rei, a cada província segundo o seu modo de escrever e a cada povo
segundo a sua língua, mandando que cada homem fosse senhor em sua casa, e que
falasse segundo a língua de seu povo.
[Ester 2]Ester
2
1. Passadas estas coisas e aplacada a ira do rei
Assuero, lembrou-se ele de Vasti, do que ela fizera e do que se decretara a seu
respeito.
2. Então disseram os servos do rei que lhe ministravam:
Busquem-se para o rei moças virgens e formosas.
3. Ponha o rei em
todas as províncias do seu reino oficiais que ajuntem todas as moças virgens e
formosas em Susã, a capital, na casa das mulheres, sob a custódia de Hegai,
eunuco do rei, guarda das mulheres; e dêem-se-lhes os seus
cosméticos.
4. E a donzela que agradar ao rei seja rainha em lugar de
Vasti. E isso pareceu bem ao rei; e ele assim fez.
5. Havia então em
Susã, a capital, certo judeu, benjamita, cujo nome era Mordecai, filho de Jair,
filho de Simei, filho de Quis,
6. que tinha sido levado de Jerusalém
com os cativos que foram deportados com Jeconias, rei de Judá, o qual
Nabucodonosor, rei de Babilônia, transportara.
7. Criara ele Hadassa,
isto é, Ester, filha de seu tio, pois não tinha ela nem pai nem mãe; e era
donzela esbelta e formosa; e, morrendo seu pai e sua mãe, Mordecai a tomara por
filha.
8. Tendo se divulgado a ordem do rei e o seu edito, e
ajuntando-se muitas donzelas em Susã, a capital, sob a custódia de Hegai,
levaram também Ester ao palácio do rei, à custódia de Hegai, guarda das
mulheres.
9. E a donzela gradou-lhe, e alcançou o favor dele; pelo que
ele se apressou em dar-lhe os cosméticos e os devidos alimentos, como também
sete donzelas escolhidas do palácio do rei; e a fez passar com as suas donzelas
ao melhor lugar na casa das mulheres.
10. Ester, porém, não tinha
declarado o seu povo nem a sua parentela, pois Mordecai lhe tinha ordenado que
não o declarasse.
11. E cada dia Mordecai passeava diante do pátio da
casa das mulheres, para lhe informar como Ester passava e do que lhe
sucedia.
12. Ora, quando chegava a vez de cada donzela vir ao Rei
Assuero, depois que fora feito a cada uma segundo prescrito para as mulheres,
por doze meses (pois assim se cumpriam os dias de seus preparativos, a saber,
seis meses com óleo de mirra, e seis meses com especiarias e ungüentos em uso
entre as mulheres);
13. desta maneira vinha a donzela ao rei: dava-lhe
tudo quanto ela quisesse para levar consigo da casa das mulheres para o palácio
do rei;
14. à tarde ela entrava, e pela manhã voltava para a segunda
casa das mulheres, à custódia de Saasgaz, eunuco do rei, guarda das concubinas;
ela não tornava mais ao rei, salvo se o rei desejasse, e fosse ela chamada por
nome.
15. Ora, quando chegou a vez de Ester, filha de Abiail, tio de
Mordecai, que a tomara por sua filha, para ir ao rei, coisa nenhuma pediu senão
o que indicou Hegai, eunuco do rei, guarda das mulheres. Mas Ester alcançava
graça aos olhos de todos quantos a viam.
16. Ester foi levada ao rei
Assuero, ao palácio real, no décimo mês, que é o mês de tebete, no sétimo ano de
seu reinado.
17. E o rei amou a Ester mais do que a todas mulheres, e
ela alcançou graça e favor diante dele mais do que todas as virgens; de sorte
que lhe pôs sobre a cabeça a coroa real, e afez rainha em lugar de
Vasti.
18. Então o rei deu um grande banquete a todos os seus
príncipes e aos seus servos; era um banquete em honra de Ester; e concedeu
alívio às províncias, e fez presentes com régia liberalidade.
19.
Quando pela segunda vez se ajuntavam as virgens, Mordecai estava sentado à porta
do rei.
20. Ester, porém, como Mordecai lhe ordenara, não tinha
declarado a sua parentela nem o seu povo: porque obedecia as ordens de Mordecai
como quando estava sendo criada em casa dele.
21. Naqueles dias,
estando Mordecai sentado à porta do rei, dois eunucos do rei, os guardas da
porta, Bigtã e Teres, se indignaram e procuravam tirar a vida ao rei
Assuero.
22. E veio isto ao conhecimento de Mordecai, que revelou à
rainha Ester; e Ester o disse ao rei em nome de Mordecai.
23. Quando
se investigou o negócio e se achou ser verdade, ambos foram enforcados; e isso
foi escrito no livro das crônicas perante o rei.
[Ester 3]Ester 3
1. Depois destas coisas o rei
Assuero engrandeceu a Hamã, filho de Hamedata, o agagita, e o exaltou, pondo-lhe
o assento acima dos de todos os príncipes que estavam com ele.
2. E
todos os servos do rei que estavam à porta do rei se inclinavam e se prostravam
perante Hamã, porque assim ordenara o rei a seu respeito: porém Mordecai não se
inclinava nem se prostrava.
3. Então os servos do rei que estavam à
porta do rei disseram a Mordecai: Por que transgrides a ordem do
rei?
4. E sucedeu que, dizendo-lhe eles isso dia após dia, e não lhes
dando ele ouvidos, o fizeram saber a Hamã, para verem se o procedimento de
Mordecai seria tolerado; pois ele lhes tinha declarado que era
judeu.
5. Vendo, pois, Hamã que Mordecai não se inclinava nem se
prostrava diante dele, encheu-se de furor.
6. Mas, achou pouco tirar a
vida somente a Mordecai; porque lhe haviam declarado o povo de Mordecai. Por
esse motivo Hamã procurou destruir todos os judeus, o povo de Mordecai, que
havia em todo o reino de Assuero.
7. No primeiro mês, que é o mês de
nisã, no ano duodécimo do rei Assuero, se lançou Pur, isto é, a sorte, perante
Hamã, para cada dia e para mês, até o duodécimo, que é o mês de
adar.
8. E Hamã disse ao rei Assuero: Existe espalhado e disperso
entre os povos em todas as províncias do teu reino um povo, cujas leis são
diferentes das leis de todos os povos, e que não cumprem as leis do rei; pelo
que não convém ao rei tolerá-lo.
9. Se bem parecer ao rei, decrete-se
que seja destruído; e eu pagarei dez mil talentos de prata aos encarregados dos
negócios do rei, para os recolherem ao tesouro do rei.
10. Então o rei
tirou do seu dedo o anel, e o deu a Hamã, filho de Hamedata, o agagita, o
inimigo dos judeus;
11. e disse o rei a Hamã: Essa prata te é dada,
como também esse povo, para fazeres dele o que bem parecer aos teus
olhos.
12. Então foram chamados os secretários do rei no primeiro mês,
no dia treze do mesmo e, conforme tudo, quando Hamã ordenou, se escreveu aos
sátrapas do rei, e aos governadores que havia sobre todas as províncias, e aos
príncipes de todos os povos; a cada província segundo o seu modo de escrever, e
a cada povo segundo a sua língua; em nome do rei Assuero se escreveu, e com o
anel do rei se selou.
13. Entiaram-se as cartas pelos correios a todas
províncias do rei, para que destruíssem, matassem, e fizessem perecer todos os
judeus, moços e velhos, crianças e mulheres, em um mesmo dia, a treze do
duodécimo mês, que é o mês de adar, e para que lhes saqueassem os
bens.
14. Uma cópia do documento havia de ser publicada como decreto
em cada província, para que todos os povos estivessem preparados para aquele
dia.
15. Os correios saíram às pressas segundo a ordem do rei, e o
decreto foi proclamado em Susã, a capital. Então, o rei e Hamã se assentaram a
beber, mas a cidade de Susã estava perplexa.
[Ester 4]Ester 4
1. Quando Mordecai soube tudo quanto
se havia passado, rasgou as suas vestes, vestiu-se de saco e de cinza, e saiu
pelo meio da cidade, clamando com grande e amargo clamor;
2. e chegou
até diante da porta do rei, pois ninguém vestido de saco podia entrar elas
portas do rei.
3. Em todas as províncias aonde chegava a ordem do rei,
e o seu decreto, havia entre os judeus grande pranto, com jejum, e choro, e
lamentação; e muitos se deitavam em saco e em cinza.
4. Quando vieram
as moças de Ester e os eunucos lho fizeram saber, a rainha muito se entristeceu;
e enviou roupa para Mordecai, a fim de que, despindo-lhe o saco, lha vestissem;
ele, porém, não a aceitou.
5. Então Ester mandou chamar Hataque, um
dos eunucos do rei, que este havia designado para a servir, e o mandou ir ter
com Mordecai para saber que era aquilo, e por que era.
6. Hataque,
pois, saiu a ter com Mordecai à praça da cidade, diante da porta do
rei;
7. e Mordecai lhe fez saber tudo quanto lhe tinha sucedido, como
também a soma exata do dinheiro que Hamã prometera pagar ao tesouro do rei pela
destruição dos judeus.
8. Também lhe deu a cópia do decreto escrito
que se publicara em Susã para os destruir, para que a mostrasse a Ester, e lha
explicasse, ordenando-lhe que fosse ter com o rei, e lhe pedisse misericórdia e
lhe fizesse súplica ao seu povo.
9. Veio, pois, Hataque, e referiu a
Ester as palavras de Mordecai.
10. Então falou Ester a Hataque,
mandando-o dizer a Mordecai:
11. Todos os servos do rei, e o povo das
províncias do rei, bem sabem que, para todo homem ou mulher que entrar à
presença do rei no pátio interior sem ser chamado, não há senão uma sentença, a
de morte, a menos que o rei estenda para ele o cetro de ouro, para que viva; mas
eu já há trinta dias não sou chamada para entrar a ter com o rei.
12.
E referiram a Mordecai as palavras de Ester.
13. Então Mordecai mandou
que respondessem a Ester: Não imagines que, por estares no palácio do rei, terás
mais sorte para escapar do que todos os outros judeus.
14. Pois, se de
todo te calares agora, de outra parte se levantarão socorro e livramento para os
judeus, mas tu e a casa de teu pai perecereis; e quem sabe se não foi para tal
tempo como este que chegaste ao reino?
15. De novo Ester mandou-os
responder a Mordecai:
16. Vai, ajunta todos os judeus que se acham em
Susã, e jejuai por mim, e não comais nem bebais por três dias, nem de noite nem
de dia; e eu e as minhas moças também assim jejuaremos. Depois irei ter com o
rei, ainda que isso não é segundo a lei; e se eu perecer, pereci.
17.
Então Mordecai foi e fez conforme tudo quanto Ester lhe ordenara.
[Ester
5]Ester 5
1. Ao terceiro dia Ester se
vestiu de trajes reais, e se pôs no pátio interior do palácio do rei, defronte
da sala do rei; e o rei estava assentado sobre o seu trono, na sala real,
defronte da entrada.
2. E sucedeu que, vendo o rei à rainha Ester, que
estava em pé no pátio, ela alcançou favor dele; e o rei estendeu para Ester o
cetro de ouro que tinha na sua mão. Ester, pois, chegou-se e tocou na ponta do
cetro.
3. Então o rei lhe disse: O que é, rainha Ester? qual é a tua
petição? Até metade do reino se te dará.
4. Ester respondeu: Se
parecer bem ao rei, venha hoje com Hamã ao banquete que tenho preparado para o
rei.
5. Então disse o rei: Fazei Hamã apressar-se para que se cumpra a
vontade de Ester. Vieram, pois, o rei e Hamã ao banquete que Ester tinha
preparado.
6. De novo disse o rei a Ester, no banquete do vinho: Qual
é a tua petição? e ser-te-á concedida; e qual é o teu rogo? e se te dará, ainda
que seja metade do reino.
7. Ester respondeu, dizendo; Eis a minha
petição e o meu rogo:
8. Se tenho alcançado favor do rei, e se parecer
bem ao rei concerder-me a minha petição e cumprir o meu rogo, venha o rei com
Hamã ao banquete que lhes hei de preparar, e amanhã farei conforme a palavra do
rei.
9. Então naquele dia Hamã saiu alegre e de bom ânimo; porém,
vendo Mordecai à porta do rei, e que ele não se levantava nem tremia diante
dele, Hamã se encheu de furor contra Mordecai.
10. Contudo Hamã se
refreou, e foi para casa; enviou e mandou vir os seus amigos, e Zéres, sua
mulher.
11. E contou-lhes Hamã a glória de suas riquezas, a multidão
de seus filhos, e tudo em que o rei o tinha engrandecido, e como o havia
exaltado sobre os príncipes e servos do rei.
12. E acrescentou:
Tampouco a rainha Ester a ninguém fez vir com o rei ao banquete que preparou,
senão a mim; e também para amanhã estou convidado por ela juntamente com o
rei.
13. Todavia tudo isso não me satisfaz, enquanto eu vir o judeu
Mordecai sentado à porta do rei.
14. Então lhe disseram Zéres, sua
mulher, e todos os seus amigos: Faça-se uma forca de cinqüenta côvados de
altura, e pela manhã dize ao rei que nela seja enforcado Mordecai; e então entra
alegre com o rei para o banquete. E este conselho agradou a Hamã, que mandou
fazer a forca.
[Ester 6]Ester
6
1. Naquela mesma noite fugiu do rei o sono; então ele
mandou trazer o livro de registro das crônicas, as quais se leram diante do
rei.
2. E achou-se escrito que Mordecai tinha denunciado Bigtã e
Teres, dois dos eunucos do rei, guardas da porta, que tinham procurado tirar a
vida ao rei Assuero.
3. E o rei perguntou: Que honra, ou dignidade,
foi conferida a Mordecai por Isso? Responderam os moços do rei que o serviam:
Coisa nenhuma se lhe fez.
4. Então disse o rei: Quem está no pátio?
Ora, Hamã acabara de entrar no pátio exterior do palácio real para falar com o
rei, a fim de que se enforcasse Mordecai na forca que lhe tinha
preparado.
5. E os servos do rei lhe responderam: Eis que Hamã está
esperando no pátio. E disse o rei que entrasse.
6. Hamã, pois, entrou.
Perguntou-lhe o rei: Que se fará ao homem a quem o rei se agrada honrar? Então
Hamã disse consigo mesmo: A quem se agradaria o rei honrar mais do que a
mim?
7. Pelo que disse Hamã ao rei: Para o homem a quem o rei se
agrada honrar,
8. sejam trazidos trajes reais que o rei tenha usado, e
o cavalo em que o rei costuma andar, e ponha-se-lhe na cabeça uma coroa
real;
9. sejam entregues os trajes e o cavalo à mão dum dos príncipes
mais nobres do rei, e vistam deles aquele homem a quem o rei se agrada honrar, e
façam-no andar montado pela praça da cidade, e proclamem diante dele: Assim se
faz ao homem a quem o rei se agrada honrar!
10. Então disse o rei a
Hamã: Apressa-te, toma os trajes e o cavalo como disseste, e faze assim para com
o judeu Mordecai, que está sentado à porta do rei; e não deixes falhar coisa
alguma de tudo quanto disseste.
11. Hamã, pois, tomou os trajes e o
cavalo e vestiu a Mordecai, e o fez andar montado pela praça da cidade, e
proclamou diante dele: Assim se faz ao homem a quem o rei se agrada
honrar!
12. Depois disto Mordecai voltou para a porta do rei; porém
Hamã se recolheu a toda pressa para sua casa, lamentando-se e de cabeça
coberta.
13. E contou Hamã a Zerés, sua mulher, e a todos os seus
amigos tudo quanto lhe tinha sucedido. Então os seus sábios e Zerés, sua mulher,
lhe disseram: Se Mordecai, diante de quem já começaste a cair, é da linhagem dos
judeus, não prevalecerás contra ele, antes certamente cairás diante
dele.
14. Enquanto estes ainda falavam com ele, chegaram os eunucos do
rei, e se apressaram a levar Hamã ao banquete que Ester preparara.
[Ester
7]Ester 7
1. Entraram, pois, o rei e
Hamã para se banquetearem com a rainha Ester.
2. Ainda outra vez disse
o rei a Ester, no segundo dia, durante o banquete do vinho: Qual é a tua
petição, rainha Ester? e ser-te-á concedida; e qual é o teu rogo? Até metade do
reino se te dará.
3. Então respondeu a rainha Ester, e disse: Ó rei!
se eu tenho alcançado o teu favor, e se parecer bem ao rei, seja-me concedida a
minha vida, eis a minha petição, e o meu povo, eis o meu rogo;
4.
porque fomos vendidos, eu e o meu povo, para sermos destruídos, mortos e
exterminados; se ainda por servos e por servas nos tivessem vendido, eu teria me
calado, ainda que o adversário não poderia ter compensado a perda do
rei.
5. Então falou o rei Assuero, e disse à rainha Ester: Quem é e
onde está esse, cujo coração o instigou a fazer assim?
6. Respondeu
Ester: Um adversário e inimigo, este perverso Hamã! Então Hamã ficou
aterrorizado perante o rei e a rainha.
7. E o rei, no seu furor, se
levantou do banquete do vinho e entrou no jardim do palácio; Hamã, porém, ficou
para rogar à rainha Ester pela sua vida, porque viu que já o mal lhe estava
determinado pelo rei.
8. Ora, o rei voltou do jardim do palácio à sala
do banquete do vinho; e Hamã havia caído prostrado sobre o leito em que estava
Ester. Então disse o rei: Porventura quereria ele também violar a rainha perante
mim na minha própria casa? Ao sair essa palavra da boca do rei, cobriram a Hamã
o rosto.
9. Então disse Harbona, um dos eunucos que serviam diante do
rei: Eis que a forca de cinqüenta côvados de altura que Hamã fizera para
Mordecai, que falara em defesa do rei, está junto à casa de Hamã. Então disse o
rei: Enforcai-o nela.
10. Enforcaram-no, pois, na forca que ele tinha
preparado para Mordecai. Então o furor do rei se aplacou.
[Ester 8]Ester 8
1. Naquele mesmo dia deu o rei
Assuero à rainha Ester a casa de Hamã, o inimigo dos judeus. E Mordecai
apresentou-se perante o rei, pois Ester tinha declarado o que ele
era.
2. O rei tirou o seu anel que ele havia tomado a Hamã, e o deu a
Mordecai. E Ester encarregou Mordecai da casa de Hamã.
3. Tornou Ester
a falar perante o rei e, lançando-se-lhe aos pés, com lágrimas suplicou que
revogasse a maldade de Hamã, o agagita, e o intento que este projetara contra os
judeus.
4. Então o rei estendeu para Ester o cetro de ouro. Ester,
pois, levantou-se e, pondo-se em pé diante do rei,
5. disse: Se
parecer bem ao rei, e se eu tenho alcançado o seu favor, e se este negócio é
reto diante do rei, e se eu lhe agrado, escreva-se que se revoguem as cartas
concebidas por Hamã, filho de Hamedata, o agagita, as quais ele escreveu para
destruir os judeus que há em todas as províncias do rei.
6. Pois como
poderei ver a calamidade que sobrevirá ao meu povo? ou como poderei ver a
destruição da minha parentela?
7. Então disse o rei Assuero à rainha
Ester e ao judeu Mordecai: Eis que dei a Ester a casa de Hamã, e a ele
enforcaram, porquanto estenderá as mãos contra os judeus.
8. Escrevei
vós também a respeito dos judeus, em nome do rei, como vos parecer bem, e
selai-o com o anel do rei; pois um documento escrito em nome do rei e selado com
o anel do rei não se pode revogar.
9. Então foram chamados os
secretários do rei naquele mesmo tempo, no terceiro mês, que é o mês de sivã, no
vigésimo terceiro dia; e se escreveu conforme tudo quanto Mordecai ordenou a
respeito dos judeus, aos sátrapas, aos governadores e aos príncipes das
províncias, que se estendem da Índia até a Etiópia, cento e vinte e sete
províncias, a cada província segundo o seu modo de escrever, e a cada povo
conforme a sua língua; como também aos judeus segundo o seu modo de escrever e
conforme a tua língua.
10. Mordecai escreveu as cartas em nome do rei
Assuero e, selando-as com anel do rei, enviou-as pela mão dos correios montados,
que cavalgavam sobre ginetes que se usavam no serviço real e que eram da
coudelaria do rei.
11. Nestas cartas o rei concedia aos judeus que
havia em cada cidade que se reunissem e se dispusessem para defenderem as suas
vidas, e para destruírem, matarem e esterminarem todas as forças do povo e da
província que os quisessem assaltar, juntamente com os seus pequeninos e as suas
mulheres, e que saqueassem os seus bens,
12. num mesmo dia, em todas
as províncias do rei Assuero, do dia treze do duodécimo mês, que é o mês de
adar.
13. E uma cópia da carta, que seria divulgada como decreto em
todas as províncias, foi publicada entre todos os povos, para que os judeus
estivessem preparados para aquele dia, a fim de se vingarem de seus
inimigos.
14. Partiram, pois, os correios montados em ginetes que se
usavam no serviço real, apressados e impelidos pela ordem do rei; e foi
proclamado o decreto em Susã, a capital.
15. Então Mordecai saiu da
presença do rei, vestido de um traje real azul celeste e branco, trazendo uma
grande coroa de ouro, e um manto de linho fino e de púrpura, e a cidade de Susã
exultou e se alegrou.
16. E para os judeus houve luz e alegria, gozo e
honra.
17. Também em toda a província, e em toda cidade, aonde chegava
a ordem do rei ao seu decreto, havia entre os judeus alegria e gozo, banquetes e
festas; e muitos, dentre os povos da terra, se fizeram judeus, pois o medo dos
judeus tinha caído sobre eles.
[Ester 9]Ester
9
1. Ora, no duodécimo mês que é o mês de adar, no dia
treze do mês, em que a ordem do rei e o seu decreto estavam para se executar, no
dia em que os inimigos dos judeus esperavam assenhorar-se deles, sucedeu o
contrário, de modo que os judeus foram os que se assenhorearam do que os
odiavam.
2. Ajuntaram-se, pois os judeus nas suas cidades, em todas as
províncias do rei Assuero, para pôr as mãos naqueles que procuravam o seu mal; e
ninguém podia resistir-lhes, porque o medo deles caíra sobre todos aqueles
povos.
3. E todos os príncipes das províncias, os sátrapas, os
governadores e os que executavam os negócios do rei auxiliavam aos judeus,
porque tinha caído sobre eles o medo de Mordecai.
4. Pois Mordecai era
grande na casa do rei, e a sua fama se espalhava por todas as províncias, porque
o homem ia se tornando cada vez mais poderoso.
5. Feriram, pois, os
judeus a todos os seus inimigos a golpes de espada, matando-os e destruindo-os;
e aos que os odiavam trataram como quiseram.
6. E em Susã, a capital,
os judeus mataram e destruíram quinhentos homens;
7. como também
mataram Parsandata, Dalfom, Aspata,
8. Parmasta, Arisai, Aridai e
Vaizata,
10. os dez filhos de Hamã, filho de Hamedata, o inimigo dos
judeus; porém ao despojo não estenderam a mão.
11. Nesse mesmo dia
veio ao conhecimento do rei o número dos mortos em Susã, a
capital.
12. E disse o rei à rainha Ester: Em Susã, a capital, os
judeus mataram e destruíram quinhentos homens e os dez filhos de Hamã; que não
teriam feito nas demais províncias do rei? Agora, qual é a tua petição? e te
será concedida; e qual é ainda o teu rogo? e atender-se-á.
13.
Respondeu Ester: Se parecer bem ao rei, conceda aos judeus se acham em Susã que
façam ainda amanhã conforme o decreto de hoje; e que os dez filhos de Hamã sejam
pendurados na forca.
14. Então o rei mandou que assim se fizesse; e
foi publicado em edito em Susã, e os dez filhos de Hamã foram
dependurados.
15. Os judeus que se achavam em Susã reuniram-se também
no dia catorze do mês de adar, e mataram em Susã trezentos homens; porém ao
despojo não estenderam a mão.
16. Da mesma sorte os demais judeus que
se achavam nas províncias do rei se reuniram e se dispuseram em defesa das suas
vidas, e tiveram repouso dos seus inimigos, matando dos que os odiavam setenta e
cinco mil; porém ao despojo não estenderam a mão.
17. Sucedeu isso no
dia treze do mês de adar e no dia catorze descansaram, e o fizeram dia de
banquetes e de alegria.
18. Mas os judeus que se achavam em Susã se
ajuntaram no dia treze como também no dia catorze; e descansaram no dia quinze,
fazendo-o dia de banquetes e de alegria.
19. Portanto os judeus das
aldeias, que habitam nas cidades não muradas, fazem do dia catorze do mês de
adar dia de alegria e de banquetes, e de festas, e dia de mandarem porções
escolhidas uns aos outros.
20. Mordecai escreveu estas coisas, e
enviou cartas a todos os judeus que se achavam em todas as províncias do rei
Assuero, aos de perto e aos de longe,
21. ordenando-lhes que
guardassem o dia catorze do mês de adar e o dia quinze do mesmo, todos os
anos,
22. como os dias em que os judeus tiveram repouso dos seus
inimigos, e o mês em que se lhes mudou a tristeza em alegria, e o pranto em dia
de festa, a fim de que os fizessem dias de banquetes e de alegria, e de mandarem
porções escolhidas uns aos outros, e dádivas aos pobres.
23. E os
judeus se comprometeram a fazer como já tinham começado, e como Mordecai lhes
tinha escrito;
24. porque Hamã, filho de Hamedata, o agagita, o
inimigo de todos os judeus, tinha intentado destruir os judeus, e tinha lançado
Pur, isto é, a sorte, para os assolar e destruir;
25. mas quando isto
veio perante o rei, ordenou ele por cartas que o mau intento que Hamã formara
contra os judeus recaísse sobre a sua cabeça, e que ele e seus filhos fossem
pendurados na forca.
26. Por isso aqueles dias se chamaram Purim,
segundo o nome Pur. portanto, por causa de todas as palavras daquela carta, e do
que tinham testemunhado nesse sentido, e do que lhes havia sucedido,
27. os judeus concordaram e se comprometeram por si, sua
descendência, e por todos os que haviam de unir-se com eles, a não deixarem de
guardar estes dois dias, conforme o que se escreveras a respeito deles, e
segundo o seu tempo determinado, todos os anos;
28. e a fazerem com
que esses dias fossem lembrados e guardados por toda geração, família, província
e cidade; e que esses dias de Purim não fossem revogados entre os judeus, e que
a memória deles nunca perecesse dentre a sua descendência.
29. Então a
rainha Ester, filha de Abiail, e o judeu Mordecai escreveram cartas com toda a
autoridade para confirmar esta segunda carta a respeito de Purim,
30.
e enviaram-nas a todos os judeus, às cento e vinte e sete províncias do reino de
Assuero, com palavras de paz e de verdade,
31. para confirmar esses
dias de Purim nos seus tempos determinados, como o judeu Mordecai e a rainha
Ester lhes tinham ordenado, e como eles se haviam obrigado por si e pela sua
descendência no tocante a seus jejuns e suas lamentações.
32. A ordem
de Ester confirmou o que dizia respeito ao Purim; e foi isso registrado nos
anais.
[Ester 10]Ester 10
1. O
rei Assuero impôs tributo à terra e às ilhas do mar.
2. Quanto a todos
os atos do seu poder e do seu valor, e a narrativa completa da grandeza de
Mordecai, com que o rei o exaltou, porventura não estão eles escritos no livro
dos anais dos reis da Média e da Pérsia?
3. Pois o judeu Mordecai foi
o segundo depois do rei Assuero, e grande entre os judeus, e estimado pela
multidão de seus irmãos, porque procurava o bem-estar do seu povo, e falava pela
paz de toda sua nação.
[Jó 1]Jó
1
1. Havia um homem na terra de Uz, cujo nome era Jó.
Era homem íntegro e reto, que temia a Deus e se desviava do mal.
2.
Nasceram-lhe sete filhos e três filhas.
3. Possuía ele sete mil
ovelhas, três mil camelos, quinhentas juntas de bois e quinhentas jumentas,
tendo também muitíssima gente ao seu serviço; de modo que este homem era o maior
de todos os do Oriente.
4. Iam seus filhos à casa uns dos outros e
faziam banquetes cada um por sua vez; e mandavam convidar as suas três irmãs
para comerem e beberem com eles.
5. E sucedia que, tendo decorrido o
turno de dias de seus banquetes, enviava Jó e os santificava; e, levantando-se
de madrugada, oferecia holocaustos segundo o número de todos eles; pois dizia
Jó: Talvez meus filhos tenham pecado, e blasfemado de Deus no seu coração. Assim
o fazia Jó continuamente.
6. Ora, chegado o dia em que os filhos de
Deus vieram apresentar-se perante o Senhor, veio também Satanás entre
eles.
7. O Senhor perguntou a Satanás: Donde vens? E Satanás respondeu
ao Senhor, dizendo: De rodear a terra, e de passear por ela.
8. Disse
o Senhor a Satanás: Notaste porventura o meu servo Jó, que ninguém há na terra
semelhante a ele, homem íntegro e reto, que teme a Deus e se desvia do
mal?
9. Então respondeu Satanás ao Senhor, e disse: Porventura Jó teme
a Deus debalde?
10. Não o tens protegido de todo lado a ele, a sua
casa e a tudo quanto tem? Tens abençoado a obra de suas mãos, e os seus bens se
multiplicam na terra.
11. Mas estende agora a tua mão, e toca-lhe em
tudo quanto tem, e ele blasfemará de ti na tua face!
12. Ao que disse
o Senhor a Satanás: Eis que tudo o que ele tem está no teu poder; somente contra
ele não estendas a tua mão. E Satanás saiu da presença do Senhor.
13.
Certo dia, quando seus filhos e suas filhas comiam e bebiam vinho em casa do
irmão mais velho,
14. veio um mensageiro a Jó e lhe disse: Os bois
lavravam, e as jumentas pasciam junto a eles;
15. e deram sobre eles
os sabeus, e os tomaram; mataram os moços ao fio da espada, e só eu escapei para
trazer-te a nova.
16. Enquanto este ainda falava, veio outro e disse:
Fogo de Deus caiu do céu e queimou as ovelhas e os moços, e os consumiu; e só eu
escapei para trazer-te a nova.
17. Enquanto este ainda falava, veio
outro e disse: Os caldeus, dividindo-se em três bandos, deram sobre os camelos e
os tomaram; e mataram os moços ao fio da espada; e só eu escapei para trazer-te
a nova.
18. Enquanto este ainda falava, veio outro e disse: Teus
filhos e tuas filhas estavam comendo e bebendo vinho em casa do irmão mais
velho;
19. e eis que sobrevindo um grande vento de além do deserto,
deu nos quatro cantos da casa, e ela caiu sobre os mancebos, de sorte que
morreram; e só eu escapei para trazer-te a nova.
20. Então Jó se
levantou, rasgou o seu manto, rapou a sua cabeça e, lançando-se em terra,
adorou;
21. e disse: Nu saí do ventre de minha mãe, e nu tornarei para
lá. O Senhor deu, e o Senhor tirou; bendito seja o nome do Senhor.
22.
Em tudo isso Jó não pecou, nem atribuiu a Deus falta alguma.
[Jó 2]Jó 2
1. Chegou outra vez o dia em que os
filhos de Deus vieram apresentar-se perante o Senhor; e veio também Satanás
entre eles apresentar-se perante o Senhor.
2. Então o Senhor perguntou
a Satanás: Donde vens? Respondeu Satanás ao Senhor, dizendo: De rodear a terra,
e de passear por ela.
3. Disse o Senhor a Satanás: Notaste porventura
o meu servo Jó, que ninguém há na terra semelhante a ele, homem íntegro e reto,
que teme a Deus e se desvia do mal? Ele ainda retém a sua integridade, embora me
incitasses contra ele, para o consumir sem causa.
4. Então Satanás
respondeu ao Senhor: Pele por pele! Tudo quanto o homem tem dará pela sua
vida.
5. Estende agora a mão, e toca-lhe nos ossos e na carne, e ele
blasfemará de ti na tua face!
6. Disse, pois, o Senhor a Satanás: Eis
que ele está no teu poder; somente poupa-lhe a vida.
7. Saiu, pois,
Satanás da presença do Senhor, e feriu Jó de úlceras malignas, desde a planta do
pé até o alto da cabeça.
8. E Jó, tomando um caco para com ele se
raspar, sentou-se no meio da cinza.
9. Então sua mulher lhe disse:
Ainda reténs a tua integridade? Blasfema de Deus, e morre.
10. Mas ele
lhe disse: Como fala qualquer doida, assim falas tu; receberemos de Deus o bem,
e não receberemos o mal? Em tudo isso não pecou Jó com os seus
lábios.
11. Ouvindo, pois, três amigos de Jó todo esse mal que lhe
havia sucedido, vieram, cada um do seu lugar: Elifaz o temanita, Bildade o suíta
e Zofar o naamatita; pois tinham combinado para virem condoer-se dele e
consolá-lo.
12. E, levantando de longe os olhos e não o reconhecendo,
choraram em alta voz; e, rasgando cada um o seu manto, lançaram pó para o ar
sobre as suas cabeças.
13. E ficaram sentados com ele na terra sete
dias e sete noites; e nenhum deles lhe dizia palavra alguma, pois viam que a dor
era muito grande.
[Jó 3]Jó 3
1.
Depois disso abriu Jó a sua boca, e amaldiçoou o seu dia.
2. E Jó
falou, dizendo:
3. Pereça o dia em que nasci, e a noite que se disse:
Foi concebido um homem!
4. Converta-se aquele dia em trevas; e Deus,
lá de cima, não tenha cuidado dele, nem resplandeça sobre ele a
luz.
5. Reclamem-no para si as trevas e a sombra da morte; habitem
sobre ele nuvens; espante-o tudo o que escurece o dia.
6. Quanto
àquela noite, dela se apodere a escuridão; e não se regozije ela entre os dias
do ano; e não entre no número dos meses.
7. Ah! que estéril seja
aquela noite, e nela não entre voz de regozijo.
8. Amaldiçoem-na
aqueles que amaldiçoam os dias, que são peritos em suscitar o
leviatã.
9. As estrelas da alva se lhe escureçam; espere ela em vão a
luz, e não veja as pálpebras da manhã;
10. porquanto não fechou as
portas do ventre de minha mãe, nem escondeu dos meus olhos a
aflição.
11. Por que não morri ao nascer? por que não expirei ao vir à
luz?
12. Por que me receberam os joelhos? e por que os seios, para que
eu mamasse?
13. Pois agora eu estaria deitado e quieto; teria dormido
e estaria em repouso,
14. com os reis e conselheiros da terra, que
reedificavam ruínas para si,
15. ou com os príncipes que tinham ouro,
que enchiam as suas casas de prata;
16. ou, como aborto oculto, eu não
teria existido, como as crianças que nunca viram a luz.
17. Ali os
ímpios cessam de perturbar; e ali repousam os cansados.
18. Ali os
presos descansam juntos, e não ouvem a voz do exator.
19. O pequeno e
o grande ali estão e o servo está livre de seu senhor.
20. Por que se
concede luz ao aflito, e vida aos amargurados de alma;
21. que anelam
pela morte sem que ela venha, e cavam em procura dela mais do que de tesouros
escondidos;
22. que muito se regozijam e exultam, quando acham a
sepultura?
23. Sim, por que se concede luz ao homem cujo caminho está
escondido, e a quem Deus cercou de todos os lados?
24. Pois em lugar
de meu pão vem o meu suspiro, e os meus gemidos se derramam como
água.
25. Porque aquilo que temo me sobrevém, e o que receio me
acontece.
26. Não tenho repouso, nem sossego, nem descanso; mas vem a
perturbação.
[Jó 4]Jó 4
1.
Então respondeu Elifaz, o temanita, e disse:
2. Se alguém intentar
falar-te, enfadarte-ás? Mas quem poderá conter as palavras?
3. Eis que
tens ensinado a muitos, e tens fortalecido as mãos fracas.
4. As tuas
palavras têm sustentado aos que cambaleavam, e os joelhos desfalecentes tens
fortalecido.
5. Mas agora que se trata de ti, te enfadas; e,
tocando-te a ti, te desanimas.
6. Porventura não está a tua confiança
no teu temor de Deus, e a tua esperança na integridade dos teus
caminhos?
7. Lembra-te agora disto: qual o inocente que jamais
pereceu? E onde foram os retos destruídos?
8. Conforme tenho visto, os
que lavram iniquidade e semeiam o mal segam o mesmo.
9. Pelo sopro de
Deus perecem, e pela rajada da sua ira são consumidos.
10. Cessa o
rugido do leão, e a voz do leão feroz; os dentes dos leõezinhos se
quebram.
11. Perece o leão velho por falta de presa, e os filhotes da
leoa andam dispersos.
12. Ora, uma palavra se me disse em segredo, e
os meus ouvidos perceberam um sussurro dela.
13. Entre pensamentos
nascidos de visões noturnas, quando cai sobre os homens o sono
profundo,
14. sobrevieram-me o espanto e o tremor, que fizeram
estremecer todos os meus ossos.
15. Então um espírito passou por
diante de mim; arrepiaram-se os cabelos do meu corpo.
16. Parou ele,
mas não pude discernir a sua aparência; um vulto estava diante dos meus olhos;
houve silêncio, então ouvi uma voz que dizia:
17. Pode o homem mortal
ser justo diante de Deus? Pode o varão ser puro diante do seu
Criador?
18. Eis que Deus não confia nos seus servos, e até a seus
anjos atribui loucura;
19. quanto mais aos que habitam em casas de
lodo, cujo fundamento está no pó, e que são esmagados pela traça!
20.
Entre a manhã e a tarde são destruídos; perecem para sempre sem que disso se
faça caso.
21. Se dentro deles é arrancada a corda da sua tenda,
porventura não morrem, e isso sem atingir a sabedoria?
[Jó 5]Jó 5
1. Chama agora; há alguém que te
responda; E a qual dentre os entes santos te dirigirás?
2. Pois a dor
destrói o louco, e a inveja mata o tolo.
3. Bem vi eu o louco lançar
raízes; mas logo amaldiçoei a sua habitação:
4. Seus filhos estão
longe da segurança, e são pisados nas portas, e não há quem os
livre.
5. A sua messe é devorada pelo faminto, que até dentre os
espinhos a tira; e o laço abre as fauces para a fazenda deles.
6.
Porque a aflição não procede do pó, nem a tribulação brota da
terra;
7. mas o homem nasce para a tribulação, como as faíscas voam
para cima.
8. Mas quanto a mim eu buscaria a Deus, e a Deus entregaria
a minha causa;
9. o qual faz coisas grandes e inescrutáveis,
maravilhas sem número.
10. Ele derrama a chuva sobre a terra, e envia
águas sobre os campos.
11. Ele põe num lugar alto os abatidos; e os
que choram são exaltados à segurança.
12. Ele frustra as maquinações
dos astutos, de modo que as suas mãos não possam levar coisa alguma a
efeito.
13. Ele apanha os sábios na sua própria astúcia, e o conselho
dos perversos se precipita.
14. Eles de dia encontram as trevas, e ao
meio-dia andam às apalpadelas, como de noite.
15. Mas Deus livra o
necessitado da espada da boca deles, e da mão do poderoso.
16. Assim
há esperança para o pobre; e a iniqüidade tapa a boca.
17. Eis que
bem-aventurado é o homem a quem Deus corrige; não desprezes, pois, a correção do
Todo-Poderoso.
18. Pois ele faz a ferida, e ele mesmo a liga; ele
fere, e as suas mãos curam.
19. Em seis angústias te livrará, e em
sete o mal não te tocará.
20. Na fome te livrará da morte, e na guerra
do poder da espada.
21. Do açoite da língua estarás abrigado, e não
temerás a assolação, quando chegar.
22. Da assolação e da fome te
rirás, e dos animais da terra não terás medo.
23. Pois até com as
pedras do campo terás a tua aliança, e as feras do campo estarão em paz
contigo.
24. Saberás que a tua tenda está em paz; visitarás o teu
rebanho, e nada te faltará.
25. Também saberás que se multiplicará a
tua descendência e a tua posteridade como a erva da terra.
26. Em boa
velhice irás à sepultura, como se recolhe o feixe de trigo a seu
tempo.
27. Eis que isso já o havemos inquirido, e assim o é; ouve-o, e
conhece-o para teu bem.
[Jó 6]Jó
6
1. Então Jó, respondendo, disse:
2. Oxalá
de fato se pesasse a minha mágoa, e juntamente na balança se pusesse a minha
calamidade!
3. Pois, na verdade, seria mais pesada do que a areia dos
mares; por isso é que as minhas palavras têm sido temerárias.
4.
Porque as flechas do Todo-Poderoso se cravaram em mim, e o meu espírito suga o
veneno delas; os terrores de Deus se arregimentam contra mim.
5.
Zurrará o asno montês quando tiver erva? Ou mugirá o boi junto ao seu
pasto?:
6. Pode se comer sem sal o que é insípido? Ou há gosto na
clara do ovo?
7. Nessas coisas a minha alma recusa tocar, pois são
para mim qual comida repugnante.
8. Quem dera que se cumprisse o meu
rogo, e que Deus me desse o que anelo!
9. que fosse do agrado de Deus
esmagar-me; que soltasse a sua mão, e me exterminasse!
10. Isto ainda
seria a minha consolação, e exultaria na dor que não me poupa; porque não tenho
negado as palavras do Santo.
11. Qual é a minha força, para que eu
espere? Ou qual é o meu fim, para que me porte com paciência?
12. É a
minha força a força da pedra? Ou é de bronze a minha carne?
13. Na
verdade não há em mim socorro nenhum. Não me desamparou todo o auxílio
eficaz?
14. Ao que desfalece devia o amigo mostrar compaixão; mesmo ao
que abandona o temor do Todo-Poderoso.
15. Meus irmãos houveram-se
aleivosamente, como um ribeiro, como a torrente dos ribeiros que
passam,
16. os quais se turvam com o gelo, e neles se esconde a
neve;
17. no tempo do calor vão minguando; e quando o calor vem,
desaparecem do seu lugar.
18. As caravanas se desviam do seu curso;
sobem ao deserto, e perecem.
19. As caravanas de Tema olham; os
viandantes de Sabá por eles esperam.
20. Ficam envergonhados por terem
confiado; e, chegando ali, se confundem.
21. Agora, pois, tais vos
tornastes para mim; vedes a minha calamidade e temeis.
22. Acaso disse
eu: Dai-me um presente? Ou: Fazei-me uma oferta de vossos bens?
23.
Ou: Livrai-me das mãos do adversário? Ou: Resgatai-me das mãos dos opressores
?
24. Ensinai-me, e eu me calarei; e fazei-me entender em que
errei.
25. Quão poderosas são as palavras da boa razão! Mas que é o
que a vossa argüição reprova?
26. Acaso pretendeis reprovar palavras,
embora sejam as razões do desesperado como vento?
27. Até quereis
lançar sortes sobre o órfão, e fazer mercadoria do vosso amigo.
28.
Agora, pois, por favor, olhai para, mim; porque de certo à vossa face não
mentirei.
29. Mudai de parecer, peço-vos, não haja injustiça; sim,
mudai de parecer, que a minha causa é justa.
30. Há iniqüidade na
minha língua? Ou não poderia o meu paladar discernir coisas
perversas?
[Jó 7]Jó 7
1.
Porventura não tem o homem duro serviço sobre a terra? E não são os seus dias
como os do jornaleiro?
2. Como o escravo que suspira pela sombra, e
como o jornaleiro que espera pela sua paga,
3. assim se me deram meses
de escassez, e noites de aflição se me ordenaram.
4. Havendo-me
deitado, digo: Quando me levantarei? Mas comprida é a noite, e farto-me de me
revolver na cama até a alva.
5. A minha carne se tem vestido de vermes
e de torrões de pó; a minha pele endurece, e torna a rebentar-se.
6.
Os meus dias são mais velozes do que a lançadeira do tecelão, e chegam ao fim
sem esperança.
7. Lembra-te de que a minha vida é um sopro; os meus
olhos não tornarão a ver o bem.
8. Os olhos dos que agora me vêem não
me verão mais; os teus olhos estarão sobre mim, mas não serei mais.
9.
Tal como a nuvem se desfaz e some, aquele que desce à sepultura nunca tornará a
subir.
10. Nunca mais tornará à sua casa, nem o seu lugar o conhecerá
mais.
11. Por isso não reprimirei a minha boca; falarei na angústia do
meu espírito, queixar-me-ei na amargura da minha alma.
12. Sou eu o
mar, ou um monstro marinho, para que me ponhas uma guarda?
13. Quando
digo: Confortar-me-á a minha cama, meu leito aliviará a minha
queixa,
14. então me espantas com sonhos, e com visões me
atemorizas;
15. de modo que eu escolheria antes a estrangulação, e a
morte do que estes meus ossos.
16. A minha vida abomino; não quero
viver para sempre; retira-te de mim, pois os meus dias são
vaidade.
17. Que é o homem, para que tanto o engrandeças, e ponhas
sobre ele o teu pensamento,
18. e cada manhã o visites, e cada momento
o proves?
19. Até quando não apartarás de mim a tua vista, nem me
largarás, até que eu possa engolir a minha saliva?
20. Se peco, que te
faço a ti, ó vigia dos homens? Por que me fizeste alvo dos teus dardos? Por que
a mim mesmo me tornei pesado?
21. Por que me não perdoas a minha
transgressão, e não tiras a minha iniqüidade? Pois agora me deitarei no pó; tu
me buscarás, porém eu não serei mais.
[Jó 8]Jó
8
1. Então respondeu Bildade, o suíta,
dizendo:
2. Até quando falarás tais coisas, e até quando serão as
palavras da tua boca qual vento impetuoso?
3. Perverteria Deus o
direito? Ou perverteria o Todo-Poderoso a justiça?
4. Se teus filhos
pecaram contra ele, ele os entregou ao poder da sua transgressão.
5.
Mas, se tu com empenho buscares a Deus, e ,ao Todo-Poderoso fizeres a tua
súplica,
6. se fores puro e reto, certamente mesmo agora ele
despertará por ti, e tornará segura a habitação da tua justiça.
7.
Embora tenha sido pequeno o teu princípio, contudo o teu último estado aumentará
grandemente.
8. Indaga, pois, eu te peço, da geração passada, e
considera o que seus pais descobriram.
9. Porque nós somos de ontem, e
nada sabemos, porquanto nossos dias sobre a terra, são uma sombra.
10.
Não te ensinarão eles, e não te falarão, e do seu entendimento não proferirão
palavras?
11. Pode o papiro desenvolver-se fora de um pântano. Ou pode
o junco crescer sem água?
12. Quando está em flor e ainda não cortado,
seca-se antes de qualquer outra erva.
13. Assim são as veredas de
todos quantos se esquecem de Deus; a esperança do ímpio perecerá,
14.
a sua segurança se desfará, e a sua confiança será como a teia de
aranha.
15. Encostar-se-á à sua casa, porém ela não subsistirá;
apegar-se-lhe-á, porém ela não permanecerá.
16. Ele está verde diante
do sol, e os seus renovos estendem-se sobre o seu jardim;
17. as suas
raízes se entrelaçam junto ao monte de pedras; até penetra o
pedregal.
18. Mas quando for arrancado do seu lugar, então este o
negará, dizendo: Nunca te vi.
19. Eis que tal é a alegria do seu
caminho; e da terra outros brotarão.
20. Eis que Deus não rejeitará ao
reto, nem tomará pela mão os malfeitores;
21. ainda de riso te encherá
a boca, e os teus lábios de louvor.
22. Teus aborrecedores se vestirão
de confusão; e a tenda dos ímpios não subsistirá.
[Jó 9]Jó 9
1. Então Jó respondeu,
dizendo:
2. Na verdade sei que assim é; mas como pode o homem ser
justo para com Deus?
3. Se alguém quisesse contender com ele, não lhe
poderia responder uma vez em mil.
4. Ele é sábio de coração e poderoso
em forças; quem se endureceu contra ele, e ficou seguro?
5. Ele é o
que remove os montes, sem que o saibam, e os transtorna no seu
furor;
6. o que sacode a terra do seu lugar, de modo que as suas
colunas estremecem;
7. o que dá ordens ao sol, e ele não nasce; o que
sela as estrelas;
8. o que sozinho estende os céus, e anda sobre as
ondas do mar;
9. o que fez a ursa, o Oriom, e as Plêiades, e as
recâmaras do sul;
10. o que faz coisas grandes e insondáveis, e
maravilhas que não se podem contar.
11. Eis que ele passa junto a mim,
e, não o vejo; sim, vai passando adiante, mas não o percebo.
12. Eis
que arrebata a presa; quem o pode impedir? Quem lhe dirá: Que é o que
fazes?
13. Deus não retirará a sua ira; debaixo dele se curvaram os
aliados de Raabe;
14. quanto menos lhe poderei eu responder ou
escolher as minhas palavras para discutir com ele?
15. Embora, eu seja
justo, não lhe posso responder; tenho de pedir misericórdia ao meu
juiz.
16. Ainda que eu chamasse, e ele me respondesse, não poderia
crer que ele estivesse escutando a minha voz.
17. Pois ele me
quebranta com uma tempestade, e multiplica as minhas chagas sem
causa.
18. Não me permite respirar, antes me farta de
amarguras.
19. Se fosse uma prova de força, eis-me aqui, diria ele; e
se fosse questão de juízo, quem o citaria para comparecer?
20. Ainda
que eu fosse justo, a minha própria boca me condenaria; ainda que eu fosse
perfeito, então ela me declararia perverso:
21. Eu sou inocente; não
estimo a mim mesmo; desprezo a minha vida.
22. Tudo é o mesmo,
portanto digo: Ele destrói o reto e o ímpio.
23. Quando o açoite mata
de repente, ele zomba da calamidade dos inocentes.
24. A terra está
entregue nas mãos do ímpio. Ele cobre o rosto dos juízes; se não é ele, quem é,
logo?
25. Ora, os meus dias são mais velozes do que um correio; fogem,
e não vêem o bem.
26. Eles passam como balsas de junco, como águia que
se lança sobre a presa.
27. Se eu disser: Eu me esquecerei da minha
queixa, mudarei o meu aspecto, e tomarei alento;
28. então tenho pavor
de todas as minhas dores; porque bem sei que não me terás por
inocente.
29. Eu serei condenado; por que, pois, trabalharei em
vão?
30. Se eu me lavar com água de neve, e limpar as minhas mãos com
sabão,
31. mesmo assim me submergirás no fosso, e as minhas próprias
vestes me abominarão.
32. Porque ele não é homem, como eu, para eu lhe
responder, para nos encontrarmos em juízo.
33. Não há entre nós
árbitro para pôr a mão sobre nós ambos.
34. Tire ele a sua vara de
cima de mim, e não me amedronte o seu terror;
35. então falarei, e não
o temerei; pois eu não sou assim em mim mesmo.
[Jó 10]Jó
10
1. Tendo tédio à minha vida; darei livre curso à
minha queixa, falarei na amargura da minha alma:
2. Direi a Deus: Não
me condenes; faze-me saber por que contendes comigo.
3. Tens prazer em
oprimir, em desprezar a obra das tuas mãos e favorecer o desígnio dos
ímpios?
4. Tens tu olhos de carne? Ou vês tu como vê o
homem?
5. São os teus dias como os dias do homem? Ou são os teus anos
como os anos de um homem,
6. para te informares da minha iniqüidade, e
averiguares o meu pecado,
7. ainda que tu sabes que eu não sou ímpio,
e que não há ninguém que possa livrar-me da tua mão?
8. As tuas mãos
me fizeram e me deram forma; e te voltas agora para me consumir?
9.
Lembra-te, pois, de que do barro me formaste; e queres fazer-me tornar ao
pó?
10. Não me vazaste como leite, e não me coalhaste como
queijo?
11. De pele e carne me vestiste, e de ossos e nervos me
teceste.
12. Vida e misericórdia me tens concedido, e a tua
providência me tem conservado o espírito.
13. Contudo ocultaste estas
coisas no teu coração; bem sei que isso foi o teu desígnio.
14. Se eu
pecar, tu me observas, e da minha iniqüidade não me absolverás.
15. Se
for ímpio, ai de mim! Se for justo, não poderei levantar a minha cabeça, estando
farto de ignomínia, e de contemplar a minha miséria.
16. Se a minha
cabeça se exaltar, tu me caças como a um leão feroz; e de novo fazes maravilhas
contra mim.
17. Tu renovas contra mim as tuas testemunhas, e
multiplicas contra mim a tua ira; reveses e combate estão comigo.
18.
Por que, pois, me tiraste da madre? Ah! se então tivera expirado, e olhos
nenhuns me vissem!
19. Então fora como se nunca houvera sido; e da
madre teria sido levado para a sepultura.
20. Não são poucos os meus
dias? Cessa, pois, e deixa-me, para que por um pouco eu tome
alento;
21. antes que me vá para o lugar de que não voltarei, para a
terra da escuridão e das densas trevas,
22. terra escuríssima, como a
própria escuridão, terra da sombra trevosa e do caos, e onde a própria luz é
como a escuridão.
[Jó 11]Jó
11
1. Então respondeu Zofar, o naamatita,
dizendo:
2. Não se dará resposta à multidão de palavras? ou será
justificado o homem falador?
3. Acaso as tuas jactâncias farão calar
os homens? e zombarás tu sem que ninguém te envergonhe?
4. Pois dizes:
A minha doutrina é pura, e limpo sou aos teus olhos.
5. Mas, na
verdade, oxalá que Deus falasse e abrisse os seus lábios contra ti,
6.
e te fizesse saber os segredos da sabedoria, pois é multiforme o seu
entendimento; sabe, pois, que Deus exige de ti menos do que merece a tua
iniqüidade.
7. Poderás descobrir as coisas profundas de Deus, ou
descobrir perfeitamente o Todo-Poderoso?
8. Como as alturas do céu é a
sua sabedoria; que poderás tu fazer? Mais profunda é ela do que o Seol; que
poderás tu saber?
9. Mais comprida é a sua medida do que a terra, e
mais larga do que o mar.
10. Se ele passar e prender alguém, e chamar
a juízo, quem o poderá impedir?
11. Pois ele conhece os homens vãos; e
quando vê a iniqüidade, não atentará para ela?
12. Mas o homem vão
adquirirá entendimento, quando a cria do asno montês nascer homem.
13.
Se tu preparares o teu coração, e estenderes as mãos para ele;
14. se
há iniqüidade na tua mão, lança-a para longe de ti, e não deixes a perversidade
habitar nas tuas tendas;
15. então levantarás o teu rosto sem mácula,
e estarás firme, e não temerás.
16. Pois tu te esquecerás da tua
miséria; apenas te lembrarás dela como das águas que já passaram.
17.
E a tua vida será mais clara do que o meio-dia; a escuridão dela será como a
alva.
18. E terás confiança, porque haverá esperança; olharás ao redor
de ti e repousarás seguro.
19. Deitar-te-ás, e ninguém te amedrontará;
muitos procurarão obter o teu favor.
20. Mas os olhos dos ímpios
desfalecerão, e para eles não haverá refúgio; a sua esperança será o
expirar.
[Jó 12]Jó 12
1. Então
Jó respondeu, dizendo:
2. Sem dúvida vós sois o povo, e convosco
morrerá a sabedoria.
3. Mas eu tenho entendimento como, vos; eu não
vos sou inferior. Quem não sabe tais coisas como essas?
4. Sou motivo
de riso para os meus amigos; eu, que invocava a Deus, e ele me respondia: o
justo e reto servindo de irrisão!
5. No pensamento de quem está seguro
há desprezo para a desgraça; ela está preparada para aquele cujos pés
resvalam.
6. As tendas dos assoladores têm descanso, e os que provocam
a Deus estão seguros; os que trazem o seu deus na mão!
7. Mas,
pergunta agora às alimárias, e elas te ensinarão; e às aves do céu, e elas te
farão saber;
8. ou fala com a terra, e ela te ensinará; até os peixes
o mar to declararão.
9. Qual dentre todas estas coisas não sabe que a
mão do Senhor fez isto?
10. Na sua mão está a vida de todo ser
vivente, e o espírito de todo o gênero humano.
11. Porventura o ouvido
não prova as palavras, como o paladar prova o alimento?
12. Com os
anciãos está a sabedoria, e na longura de dias o entendimento.
13. Com
Deus está a sabedoria e a força; ele tem conselho e entendimento.
14.
Eis que ele derriba, e não se pode reedificar; ele encerra na prisão, e não se
pode abrir.
15. Ele retém as águas, e elas secam; solta-as, e elas
inundam a terra.
16. Com ele está a força e a sabedoria; são dele o
enganado e o enganador.
17. Aos conselheiros leva despojados, e aos
juízes faz desvairar.
18. Solta o cinto dos reis, e lhes ata uma corda
aos lombos.
19. Aos sacerdotes leva despojados, e aos poderosos
transtorna.
20. Aos que são dignos da confiança emudece, e tira aos
anciãos o discernimento.
21. Derrama desprezo sobre os príncipes, e
afrouxa o cinto dos fortes.
22. Das trevas descobre coisas profundas,
e traz para a luz a sombra da morte.
23. Multiplica as nações e as faz
perecer; alarga as fronteiras das nações, e as leva cativas.
24. Tira
o entendimento aos chefes do povo da terra, e os faz vaguear pelos desertos, sem
caminho.
25. Eles andam nas trevas às apalpadelas, sem luz, e ele os
faz cambalear como um ébrio.
[Jó 13]Jó
13
1. Eis que os meus olhos viram tudo isto, e os meus
ouvidos o ouviram e entenderam.
2. O que vós sabeis também eu o sei;
não vos sou inferior.
3. Mas eu falarei ao Todo-Poderoso, e quero
defender-me perante Deus.
4. Vós, porém, sois forjadores de mentiras,
e vós todos, médicos que não valem nada.
5. Oxalá vos calásseis de
todo, pois assim passaríeis por sábios.
6. Ouvi agora a minha defesa,
e escutai os argumentos dos meus lábios.
7. Falareis falsamente por
Deus, e por ele proferireis mentiras?
8. Fareis aceitação da sua
pessoa? Contendereis a favor de Deus?
9. Ser-vos-ia bom, se ele vos
esquadrinhasse? Ou zombareis dele, como quem zomba de um homem?
10.
Certamente vos repreenderá, se em oculto vos deixardes levar de respeitos
humanos.
11. Não vos amedrontará a sua majestade? E não cairá sobre
vós o seu terror?
12. As vossas máximas são provérbios de cinza; as
vossas defesas são torres de barro.
13. Calai-vos perante mim, para
que eu fale, e venha sobre mim o que vier.
14. Tomarei a minha carne
entre os meus dentes, e porei a minha vida na minha mão.
15. Eis que
ele me matará; não tenho esperança; contudo defenderei os meus caminhos diante
dele.
16. Também isso será a minha salvação, pois o ímpio não virá
perante ele.
17. Ouvi atentamente as minhas palavras, e chegue aos
vossos ouvidos a minha declaração.
18. Eis que já pus em ordem a minha
causa, e sei que serei achado justo:
19. Quem é o que contenderá
comigo? Pois então me calaria e renderia o espírito.
20. Concede-me
somente duas coisas; então não me esconderei do teu rosto:
21. desvia
a tua mão rara longe de mim, e não me amedronte o teu terror.
22.
Então chama tu, e eu responderei; ou eu falarei, e me responde tu.
23.
Quantas iniqüidades e pecados tenho eu? Faze-me saber a minha transgressão e o
meu pecado.
24. Por que escondes o teu rosto, e me tens por teu
inimigo?
25. Acossarás uma folha arrebatada pelo vento? E perseguirás
o restolho seco?
26. Pois escreves contra mim coisas amargas, e me
fazes herdar os erros da minha mocidade;
27. também pões no tronco os
meus pés, e observas todos os meus caminhos, e marcas um termo ao redor dos meus
pés,
28. apesar de eu ser como uma coisa podre que se consome, e como
um vestido, ao qual rói a traça.
[Jó 14]Jó
14
1. O homem, nascido da mulher, é de poucos dias e
cheio de inquietação.
2. Nasce como a flor, e murcha; foge também como
a sombra, e não permanece.
3. Sobre esse tal abres os teus olhos, e a
mim me fazes entrar em juízo contigo?
4. Quem do imundo tirará o puro?
Ninguém.
5. Visto que os seus dias estão determinados, contigo está o
número dos seus meses; tu lhe puseste limites, e ele não poderá passar além
deles.
6. Desvia dele o teu rosto, para que ele descanse e, como o
jornaleiro, tenha contentamento no seu dia.
7. Porque há esperança
para a árvore, que, se for cortada, ainda torne a brotar, e que não cessem os
seus renovos.
8. Ainda que envelheça a sua raiz na terra, e morra o
seu tronco no pó,
9. contudo ao cheiro das águas brotará, e lançará
ramos como uma planta nova.
10. O homem, porém, morre e se desfaz;
sim, rende o homem o espírito, e então onde está?
11. Como as águas se
retiram de um lago, e um rio se esgota e seca,
12. assim o homem se
deita, e não se levanta; até que não haja mais céus não acordará nem será
despertado de seu sono.
13. Oxalá me escondesses no Seol, e me
ocultasses até que a tua ira tenha passado; que me determinasses um tempo, e te
lembrasses de mim!
14. Morrendo o homem, acaso tornará a viver? Todos
os dias da minha lida esperaria eu, até que viesse a minha
mudança.
15. Chamar-me-ias, e eu te responderia; almejarias a obra de
tuas mãos.
16. Então contarias os meus passos; não estarias a vigiar
sobre o meu pecado;
17. a minha transgressão estaria selada num saco,
e ocultarias a minha iniqüidade.
18. Mas, na verdade, a montanha cai e
se desfaz, e a rocha se remove do seu lugar.
19. As águas gastam as
pedras; as enchentes arrebatam o solo; assim tu fazes perecer a esperança do
homem.
20. Prevaleces para sempre contra ele, e ele passa; mudas o seu
rosto e o despedes.
21. Os seus filhos recebem honras, sem que ele o
saiba; são humilhados sem que ele o perceba.
22. Sente as dores do seu
próprio corpo somente, e só por si mesmo lamenta.
[Jó 15]Jó 15
1. Então respondeu Elifaz, o
temanita:
2. Porventura responderá o sábio com ciência de vento? E
encherá do vento oriental o seu ventre,
3. argüindo com palavras que
de nada servem, ou com razões com que ele nada aproveita?
4. Na
verdade tu destróis a reverência, e impedes a meditação diante de
Deus.
5. Pois a tua iniqüidade ensina a tua boca, e escolhes a língua
dos astutos.
6. A tua própria boca te condena, e não eu; e os teus
lábios testificam contra ti.
7. És tu o primeiro homem que nasceu? Ou
foste dado à luz antes dos outeiros?
8. Ou ouviste o secreto conselho
de Deus? E a ti só reservas a sabedoria?
9. Que sabes tu, que nós não
saibamos; que entendes, que não haja em nós?
10. Conosco estão os
encanecidos e idosos, mais idosos do que teu pai.
11. Porventura fazes
pouco caso das consolações de Deus, ou da palavra que te trata
benignamente?
12. Por que te arrebata o teu coração, e por que
flamejam os teus olhos,
13. de modo que voltas contra Deus o teu
espírito, e deixas sair tais palavras da tua boca?
14. Que é o homem,
para que seja puro? E o que nasce da mulher, para que fique justo?
15.
Eis que Deus não confia nos seus santos, e nem o céu é puro aos seus
olhos;
16. quanto menos o homem abominável e corrupto, que bebe a
iniqüidade como a água?
17. Escuta-me e to mostrarei; contar-te-ei o
que tenho visto
18. (o que os sábios têm anunciado e seus pais não o
ocultaram;
19. aos quais somente era dada a terra, não havendo
estranho algum passado por entre eles);
20. Todos os dias passa o
ímpio em angústia, sim, todos os anos que estão reservados para o
opressor.
21. O sonido de terrores está nos seus ouvidos; na
prosperidade lhe sobrevém o assolador.
22. Ele não crê que tornará das
trevas, mas que o espera a espada.
23. Anda vagueando em busca de pão,
dizendo: Onde está? Bem sabe que o dia das trevas lhe está perto, à
mão.
24. Amedrontam-no a angústia e a tribulação; prevalecem contra
ele, como um rei preparado para a peleja.
25. Porque estendeu a sua
mão contra Deus, e contra o Todo-Poderoso se porta com soberba;
26.
arremete contra ele com dura cerviz, e com as saliências do seu
escudo;
27. porquanto cobriu o seu rosto com a sua gordura, e criou
carne gorda nas ilhargas;
28. e habitou em cidades assoladas, em casas
em que ninguém deveria morar, que estavam a ponto de tornar-se em montões de
ruínas;
29. não se enriquecerá, nem subsistirá a sua fazenda, nem se
estenderão pela terra as suas possessões.
30. Não escapará das trevas;
a chama do fogo secará os seus ramos, e ao sopro da boca de Deus
desaparecerá.
31. Não confie na vaidade, enganando-se a si mesmo; pois
a vaidade será a sua recompensa.
32. Antes do seu dia se cumprirá, e o
seu ramo não reverdecerá.
33. Sacudirá as suas uvas verdes, como a
vide, e deixará cair a sua flor como a oliveira.
34. Pois a assembléia
dos ímpios é estéril, e o fogo consumirá as tendas do suborno.
35.
Concebem a malícia, e dão à luz a iniqüidade, e o seu coração prepara
enganos.
[Jó 16]Jó 16
1. Então
Jó respondeu, dizendo:
2. Tenho ouvido muitas coisas como essas; todos
vós sois consoladores molestos.
3. Não terão fim essas palavras de
vento? Ou que é o que te provoca, para assim responderes?
4. Eu também
poderia falar como vós falais, se vós estivésseis em meu lugar; eu poderia
amontoar palavras contra vós, e contra vós menear a minha cabeça;
5.
poderia fortalecer-vos com a minha boca, e a consolação dos meus lábios poderia
mitigar a vossa dor.
6. Ainda que eu fale, a minha dor não se mitiga;
e embora me cale, qual é o meu alívio?
7. Mas agora, ó Deus, me
deixaste exausto; assolaste toda a minha companhia.
8. Tu me
emagreceste, e isso constitui uma testemunha contra mim; contra mim se levanta a
minha magreza, e o meu rosto testifica contra mim.
9. Na sua ira ele
me despedaçou, e me perseguiu; rangeu os dentes contra mim; o meu adversário
aguça os seus olhos contra mim.
10. Os homens abrem contra mim a boca;
com desprezo me ferem nas faces, e contra mim se ajuntam à uma.
11.
Deus me entrega ao ímpio, nas mãos dos iníquos me faz cair.
12.
Descansado estava eu, e ele me quebrantou; e pegou-me pelo pescoço, e me
despedaçou; colocou-me por seu alvo;
13. cercam-me os seus flecheiros.
Atravessa-me os rins, e não me poupa; derrama o meu fel pela
terra.
14. Quebranta-me com golpe sobre golpe; arremete contra mim
como um guerreiro.
15. Sobre a minha pele cosi saco, e deitei a minha
glória no pó.
16. O meu rosto todo está inflamado de chorar, e há
sombras escuras sobre as minhas pálpebras,
17. embora não haja
violência nas minhas mãos, e seja pura a minha oração.
18. Ó terra,
não cubras o meu sangue, e não haja lugar em que seja abafado o meu
clamor!
19. Eis que agora mesmo a minha testemunha está no céu, e o
meu fiador nas alturas.
20. Os meus amigos zombam de mim; mas os meus
olhos se desfazem em lágrimas diante de Deus,
21. para que ele defenda
o direito que o homem tem diante de Deus e o que o filho do homem tem perante, o
seu próximo.
22. Pois quando houver decorrido poucos anos, eu seguirei
o caminho por onde não tornarei.
[Jó 17]Jó
17
1. O meu espírito está quebrantado, os meus dias se
extinguem, a sepultura me está preparada!
2. Deveras estou cercado de
zombadores, e os meus olhos contemplam a sua provocação!
3. Dá-me,
peço-te, um penhor, e sê o meu fiador para contigo; quem mais há que me dê a
mão?
4. Porque aos seus corações encobriste o entendimento, pelo que
não os exaltarás.
5. Quem entrega os seus amigos como presa, os olhos
de seus filhos desfalecerão.
6. Mas a mim me pôs por motejo dos povos;
tornei-me como aquele em cujo rosto se cospe.
7. De mágoa se
escureceram os meus olhos, e todos os meus membros são como a
sombra.
8. Os retos pasmam disso, e o inocente se levanta contra o
ímpio.
9. Contudo o justo prossegue no seu caminho e o que tem mãos
puras vai crescendo em força.
10. Mas tornai vós todos, e vinde, e
sábio nenhum acharei entre vós.
11. Os meus dias passaram,
malograram-se os meus propósitos, as aspirações do meu coração.
12.
Trocam a noite em dia; dizem que a luz está perto das trevas.
13. Se
eu olhar o Seol como a minha casa, se nas trevas estender a minha
cama,
14. se eu clamar à cova: Tu és meu pai; e aos vermes: Vós sois
minha mãe e minha irmã;
15. onde está então a minha esperança? Sim, a
minha esperança, quem a poderá ver?
16. Acaso descerá comigo até os
ferrolhos do Seol? Descansaremos juntos no pó?
[Jó 18]Jó
18
1. Então respondeu Bildade, o suíta:
2.
Até quando estareis à procura de palavras? considerai bem, e então
falaremos.
3. Por que somos tratados como gado, e como estultos aos
vossos olhos?
4. Oh tu, que te despedaças na tua ira, acaso por amor
de ti será abandonada a terra, ou será a rocha removida do seu
lugar?
5. Na verdade, a luz do ímpio se apagará, e não resplandecerá a
chama do seu fogo.
6. A luz se escurecerá na sua tenda, e a lâmpada
que está sobre ele se apagará.
7. Os seus passos firmes se
estreitarão, e o seu próprio conselho o derribará.
8. Pois por seus
próprios pés é ele lançado na rede, e pisa nos laços armados.
9. A
armadilha o apanha pelo calcanhar, e o laço o prende;
10. a corda do
mesmo está-lhe escondida na terra, e uma armadilha na vereda.
11.
Terrores o amedrontam de todos os lados, e de perto lhe perseguem os
pés.
12. O seu vigor é diminuído pela fome, e a destruição está pronta
ao seu lado.
13. São devorados os membros do seu corpo; sim, o
primogênito da morte devora os seus membros.
14. Arrancado da sua
tenda, em que confiava, é levado ao rei dos terrores.
15. Na sua tenda
habita o que não lhe pertence; espalha-se enxofre sobre a sua
habitação.
16. Por baixo se secam as suas raízes, e por cima são
cortados os seus ramos.
17. A sua memória perece da terra, e pelas
praças não tem nome.
18. É lançado da luz para as trevas, e afugentado
do mundo.
19. Não tem filho nem neto entre o seu povo, e descendente
nenhum lhe ficará nas moradas.
20. Do seu dia pasmam os do ocidente,
assim como os do oriente ficam sobressaltados de horror.
21. Tais são,
na verdade, as moradas do, ímpio, e tal é o lugar daquele que não conhece a
Deus.
[Jó 19]Jó 19
1. Então Jó
respondeu:
2. Até quando afligireis a minha alma, e me atormentareis
com palavras?
3. Já dez vezes me haveis humilhado; não vos
envergonhais de me maltratardes?
4. Embora haja eu, na verdade,
errado, comigo fica o meu erro.
5. Se deveras vos quereis engrandecer
contra mim, e me incriminar pelo meu opróbrio,
6. sabei então que Deus
é o que transtornou a minha causa, e com a sua rede me cercou.
7. Eis
que clamo: Violência! mas não sou ouvido; grito: Socorro! mas não há
justiça.
8. com muros fechou ele o meu caminho, de modo que não posso
passar; e pôs trevas nas minhas veredas.
9. Da minha honra me
despojou, e tirou-me da cabeça a coroa.
10. Quebrou-me de todos os
lados, e eu me vou; arrancou a minha esperança, como a, uma
árvore.
11. Acende contra mim a sua ira, e me considera como um de
seus adversários.
12. Juntas as suas tropas avançam, levantam contra
mim o seu caminho, e se acampam ao redor da minha tenda.
13. Ele pôs
longe de mim os meus irmãos, e os que me conhecem tornaram-se estranhos para
mim.
14. Os meus parentes se afastam, e os meus conhecidos se esquecem
de, mim.
15. Os meus domésticos e as minhas servas me têm por
estranho; vim a ser um estrangeiro aos seus olhos.
16. Chamo ao meu
criado, e ele não me responde; tenho que suplicar-lhe com a minha
boca.
17. O meu hálito é intolerável à minha mulher; sou repugnante
aos filhos de minha mãe.
18. Até os pequeninos me desprezam; quando me
levanto, falam contra mim.
19. Todos os meus amigos íntimos me
abominam, e até os que eu amava se tornaram contra mim.
20. Os meus
ossos se apegam à minha pele e à minha carne, e só escapei com a pele dos meus
dentes.
21. Compadecei-vos de mim, amigos meus; compadecei-vos de mim;
pois a mão de Deus me tocou.
22. Por que me perseguis assim como Deus,
e da minha carne não vos fartais?
23. Oxalá que as minhas palavras
fossem escritas! Oxalá que fossem gravadas num livro!
24. Que, com
pena de ferro, e com chumbo, fossem para sempre esculpidas na
rocha!
25. Pois eu sei que o meu Redentor vive, e que por fim se
levantará sobre a terra.
26. E depois de consumida esta minha pele,
então fora da minha carne verei a Deus;
27. vê-lo-ei ao meu lado, e os
meus olhos o contemplarão, e não mais como adversário. O meu coração desfalece
dentro de mim!
28. Se disserdes: Como o havemos de perseguir! e que a
causa deste mal se acha em mim,
29. temei vós a espada; porque o furor
traz os castigos da espada, para saberdes que há um juízo.
[Jó 20]Jó 20
1. Então respondeu Zofar, o
naamatita:
2. Ora, os meus pensamentos me fazem responder, e por isso
eu me apresso.
3. Estou ouvindo a tua repreensão, que me envergonha,
mas o espírito do meu entendimento responde por mim.
4. Não sabes tu
que desde a antigüidade, desde que o homem foi posto sobre a terra,
5.
o triunfo dos iníquos é breve, e a alegria dos ímpios é apenas dum
momento?
6. Ainda que a sua exaltação suba até o céu, e a sua cabeça
chegue até as nuvens,
7. contudo, como o seu próprio esterco, perecerá
para sempre; e os que o viam perguntarão: Onde está?
8. Dissipar-se-á
como um sonho, e não será achado; será afugentado qual uma visão da
noite.
9. Os olhos que o viam não o verão mais, nem o seu lugar o
contemplará mais.
10. Os seus filhos procurarão o favor dos pobres, e
as suas mãos restituirão os seus lucros ilícitos.
11. Os seus ossos
estão cheios do vigor da sua juventude, mas este se deitará com ele no
pó.
12. Ainda que o mal lhe seja doce na boca, ainda que ele o esconda
debaixo da sua língua,
13. ainda que não o queira largar, antes o
retenha na sua boca,
14. contudo a sua comida se transforma nas suas
entranhas; dentro dele se torna em fel de áspides.
15. Engoliu
riquezas, mas vomitá-las-á; do ventre dele Deus as lançará.
16. Veneno
de áspides sorverá, língua de víbora o matará.
17. Não verá as
correntes, os rios e os ribeiros de mel e de manteiga.
18. O que
adquiriu pelo trabalho, isso restituirá, e não o engolirá; não se regozijará
conforme a fazenda que ajuntou.
19. Pois que oprimiu e desamparou os
pobres, e roubou a casa que não edificou.
20. Porquanto não houve
limite à sua cobiça, nada salvará daquilo em que se deleita.
21. Nada
escapou à sua voracidade; pelo que a sua prosperidade não
perdurará.
22. Na plenitude da sua abastança, estará angustiado; toda
a força da miséria virá sobre ele.
23. Mesmo estando ele a encher o
seu estômago, Deus mandará sobre ele o ardor da sua ira, que fará chover sobre
ele quando for comer.
24. Ainda que fuja das armas de ferro, o arco de
bronze o atravessará.
25. Ele arranca do seu corpo a flecha, que sai
resplandecente do seu fel; terrores vêm sobre ele.
26. Todas as trevas
são reservadas paro os seus tesouros; um fogo não assoprado o consumirá, e
devorará o que ficar na sua tenda.
27. Os céus revelarão a sua
iniqüidade, e contra ele a terra se levantará.
28. As rendas de sua
casa ir-se-ão; no dia da ira de Deus todas se derramarão.
29. Esta, da
parte de Deus, é a porção do ímpio; esta é a herança que Deus lhe
reserva.
[Jó 21]Jó 21
1. Então
Jó respondeu:
2. Ouvi atentamente as minhas palavras; seja isto a
vossa consolação.
3. Sofrei-me, e eu falarei; e, havendo eu falado,
zombai.
4. É porventura do homem que eu me queixo? Mas, ainda que
assim fosse, não teria motivo de me impacientar?
5. Olhai para mim, e
pasmai, e ponde a mão sobre a boca.
6. Quando me lembro disto, me
perturbo, e a minha carne estremece de horror.
7. Por que razão vivem
os ímpios, envelhecem, e ainda se robustecem em poder?
8. Os seus
filhos se estabelecem à vista deles, e os seus descendentes perante os seus
olhos.
9. As suas casas estão em paz, sem temor, e a vara de Deus não
está sobre eles.
10. O seu touro gera, e não falha; pare a sua vaca, e
não aborta.
11. Eles fazem sair os seus pequeninos, como a um rebanho,
e suas crianças andam saltando.
12. Levantam a voz, ao som do tamboril
e da harpa, e regozijam-se ao som da flauta.
13. Na prosperidade
passam os seus dias, e num momento descem ao Seol.
14. Eles dizem a
Deus: retira-te de nós, pois não desejamos ter conhecimento dos teus
caminhos.
15. Que é o Todo-Poderoso, para que nós o sirvamos? E que
nos aproveitará, se lhe fizermos orações?
16. Vede, porém, que eles
não têm na mão a prosperidade; esteja longe de mim o conselho dos
ímpios!
17. Quantas vezes sucede que se apague a lâmpada dos ímpios?
que lhes sobrevenha a sua destruição? que Deus na sua ira lhes reparta
dores?
18. que eles sejam como a palha diante do vento, e como a
pragana, que o redemoinho arrebata?
19. Deus, dizeis vós, reserva a
iniqüidade do pai para seus filhos, mas é a ele mesmo que Deus deveria punir,
para que o conheça.
20. Vejam os seus próprios olhos a sua ruína, e
beba ele do furor do Todo-Poderoso.
21. Pois, que lhe importa a sua
casa depois de morto, quando lhe for cortado o número dos seus
meses?
22. Acaso se ensinará ciência a Deus, a ele que julga os
excelsos?
23. Um morre em plena prosperidade, inteiramente sossegado e
tranqüilo;
24. com os seus baldes cheios de leite, e a medula dos seus
ossos umedecida.
25. Outro, ao contrário, morre em amargura de alma,
não havendo provado do bem.
26. Juntamente jazem no pó, e os vermes os
cobrem.
27. Eis que conheço os vossos pensamentos, e os maus intentos
com que me fazeis injustiça.
28. Pois dizeis: Onde está a casa do
príncipe, e onde a tenda em que morava o ímpio?
29. Porventura não
perguntastes aos viandantes? e não aceitais o seu testemunho,
30. de
que o mau é preservado no dia da destruição, e poupado no dia do
furor?
31. Quem acusará diante dele o seu caminho? e quem lhe dará o
pago do que fez?
32. Ele é levado para a sepultura, e vigiam-lhe o
túmulo.
33. Os torrões do vale lhe são doces, e o seguirão todos os
homens, como ele o fez aos inumeráveis que o precederam.
34. Como,
pois, me ofereceis consolações vãs, quando nas vossas respostas só resta
falsidade?
[Jó 22]Jó 22
1.
Então respondeu Elifaz, o temanita:
2. Pode o homem ser de algum
proveito a Deus? Antes a si mesmo é que o prudente será proveitoso.
3.
Tem o Todo-Poderoso prazer em que tu sejas justo, ou lucro em que tu faças
perfeitos os teus caminhos?
4. É por causa da tua reverência que te
repreende, ou que entra contigo em juízo?
5. Não é grande a tua
malícia, e sem termo as tuas iniqüidades?
6. Pois sem causa tomaste
penhores a teus irmãos e aos nus despojaste dos vestidos.
7. Não deste
ao cansado água a beber, e ao faminto retiveste o pão.
8. Mas ao
poderoso pertencia a terra, e o homem acatado habitava nela.
9.
Despediste vazias as viúvas, e os braços dos órfãos foram
quebrados.
10. Por isso é que estás cercado de laços, e te perturba um
pavor repentino,
11. ou trevas de modo que nada podes ver, e a
inundação de águas te cobre.
12. Não está Deus na altura do céu? Olha
para as mais altas estrelas, quão elevadas estão!
13. E dizes: Que
sabe Deus? Pode ele julgar através da escuridão?
14. Grossas nuvens o
encobrem, de modo que não pode ver; e ele passeia em volta da abóbada do
céu.
15. Queres seguir a vereda antiga, que pisaram os homens
iníquos?
16. Os quais foram arrebatados antes do seu tempo; e o seu
fundamento se derramou qual um rio.
17. Diziam a Deus: retira-te de
nós; e ainda: Que é que o Todo-Poderoso nos pode fazer?
18. Contudo
ele encheu de bens as suas casas. Mas longe de mim estejam os conselhos dos
ímpios!
19. Os justos o vêem, e se alegram: e os inocentes escarnecem
deles,
20. dizendo: Na verdade são exterminados os nossos adversários,
e o fogo consumiu o que deixaram.
21. Apega-te, pois, a Deus, e tem
paz, e assim te sobrevirá o bem.
22. Aceita, peço-te, a lei da sua
boca, e põe as suas palavras no teu coração.
23. Se te voltares para o
Todo-Poderoso, serás edificado; se lançares a iniqüidade longe da tua
tenda,
24. e deitares o teu tesouro no pó, e o ouro de Ofir entre as
pedras dos ribeiros,
25. então o Todo-Poderoso será o teu tesouro, e a
tua prata preciosa.
26. Pois então te deleitarás no Todo-Poderoso, e
levantarás o teu rosto para Deus.
27. Tu orarás a ele, e ele te
ouvirá; e pagarás os teus votos.
28. Também determinarás algum
negócio, e ser-te-á firme, e a luz brilhará em teus caminhos.
29.
Quando te abaterem, dirás: haja exaltação! E Deus salvará ao
humilde.
30. E livrará até o que não é inocente, que será libertado
pela pureza de tuas mãos.
[Jó 23]Jó
23
1. Então Jó respondeu:
2. Ainda hoje a
minha queixa está em amargura; o peso da mão dele é maior do que o meu
gemido.
3. Ah, se eu soubesse onde encontrá-lo, e pudesse chegar ao
seu tribunal!
4. Exporia ante ele a minha causa, e encheria a minha
boca de argumentos.
5. Saberia as palavras com que ele me respondesse,
e entenderia o que me dissesse.
6. Acaso contenderia ele comigo
segundo a grandeza do seu poder? Não; antes ele me daria ouvidos.
7.
Ali o reto pleitearia com ele, e eu seria absolvido para sempre por meu
Juiz.
8. Eis que vou adiante, mas não está ali; volto para trás, e não
o percebo;
9. procuro-o à esquerda, onde ele opera, mas não o vejo;
viro-me para a direita, e não o diviso.
10. Mas ele sabe o caminho por
que eu ando; provando-me ele, sairei como o ouro.
11. Os meus pés se
mantiveram nas suas pisadas; guardei o seu caminho, e não me desviei
dele.
12. Nunca me apartei do preceito dos seus lábios, e escondi no
meu peito as palavras da sua boca.
13. Mas ele está resolvido; quem
então pode desviá-lo? E o que ele quiser, isso fará.
14. Pois cumprirá
o que está ordenado a meu respeito, e muitas coisas como estas ainda tem
consigo.
15. Por isso me perturbo diante dele; e quando considero,
tenho medo dele.
16. Deus macerou o meu coração; o Todo-Poderoso me
perturbou.
17. Pois não estou desfalecido por causa das trevas, nem
porque a escuridão cobre o meu rosto.
[Jó 24]Jó
24
1. Por que o Todo-Poderoso não designa tempos? e por
que os que o conhecem não vêem os seus dias?
2. Há os que removem os
limites; roubam os rebanhos, e os apascentam.
3. Levam o jumento do
órfão, tomam em penhor o boi da viúva.
4. Desviam do caminho os
necessitados; e os oprimidos da terra juntos se escondem.
5. Eis que,
como jumentos monteses no deserto, saem eles ao seu trabalho, procurando no ermo
a presa que lhes sirva de sustento para seus filhos.
6. No campo segam
o seu pasto, e vindimam a vinha do ímpio.
7. Passam a noite nus, sem
roupa, não tendo coberta contra o frio.
8. Pelas chuvas das montanhas
são molhados e, por falta de abrigo, abraçam-se com as rochas.
9. Há
os que arrancam do peito o órfão, e tomam o penhor do pobre;
10. fazem
que estes andem nus, sem roupa, e, embora famintos, carreguem os
molhos.
11. Espremem o azeite dentro dos muros daqueles homens; pisam
os seus lagares, e ainda têm sede.
12. Dentro das cidades gemem os
moribundos, e a alma dos feridos clama; e contudo Deus não considera o seu
clamor.
13. Há os que se revoltam contra a luz; não conhecem os
caminhos dela, e não permanecem nas suas veredas.
14. O homicida se
levanta de madrugada, mata o pobre e o necessitado, e de noite torna-se
ladrão.
15. Também os olhos do adúltero aguardam o crepúsculo,
dizendo: Ninguém me verá; e disfarça o rosto.
16. Nas trevas minam as
casas; de dia se conservam encerrados; não conhecem a luz.
17. Pois
para eles a profunda escuridão é a sua manhã; porque são amigos das trevas
espessas.
18. São levados ligeiramente sobre a face das águas; maldita
é a sua porção sobre a terra; não tornam pelo caminho das vinhas.
19.
A sequidão e o calor desfazem as, águas da neve; assim faz o Seol aos que
pecaram.
20. A madre se esquecerá dele; os vermes o comerão
gostosamente; não será mais lembrado; e a iniqüidade se quebrará como
árvore.
21. Ele despoja a estéril que não dá à luz, e não faz bem à
viúva.
22. Todavia Deus prolonga a vida dos valentes com a sua força;
levantam-se quando haviam desesperado da vida.
23. Se ele lhes dá
descanso, estribam-se, nisso; e os seus olhos estão sobre os caminhos
deles.
24. Eles se exaltam, mas logo desaparecem; são abatidos,
colhidos como os demais, e cortados como as espigas do trigo.
25. Se
não é assim, quem me desmentirá e desfará as minhas palavras?
[Jó
25]Jó 25
1. Então respondeu Bildade, o
suíta:
2. Com Deus estão domínio e temor; ele faz reinar a paz nas
suas alturas.
3. Acaso têm número os seus exércitos? E sobre quem não
se levanta a sua luz?
4. Como, pois, pode o homem ser justo diante de
Deus, e como pode ser puro aquele que nasce da mulher?
5. Eis que até
a lua não tem brilho, e as estrelas não são puras aos olhos dele;
6.
quanto menos o homem, que é um verme, e o filho do homem, que é um
vermezinho!
[Jó 26]Jó 26
1.
Então Jó respondeu:
2. Como tens ajudado ao que não tem força e
sustentado o braço que não tem vigor!
3. como tens aconselhado ao que
não tem sabedoria, e plenamente tens revelado o verdadeiro
conhecimento!
4. Para quem proferiste palavras? E de quem é o espírito
que saiu de ti?
5. Os mortos tremem debaixo das águas, com os que ali
habitam.
6. O Seol está nu perante Deus, e não há coberta para o
Abadom.
7. Ele estende o norte sobre o vazio; suspende a terra sobre o
nada.
8. Prende as águas em suas densas nuvens, e a nuvem não se rasga
debaixo delas.
9. Encobre a face do seu trono, e sobre ele estende a
sua nuvem.
10. Marcou um limite circular sobre a superfície das águas,
onde a luz e as trevas se confinam.
11. As colunas do céu tremem, e se
espantam da sua ameaça.
12. Com o seu poder fez sossegar o mar, e com
o seu entendimento abateu a Raabe.
13. Pelo seu sopro ornou o céu; a
sua mão traspassou a serpente veloz.
14. Eis que essas coisas são
apenas as orlas dos seus caminhos; e quão pequeno é o sussurro que dele,
ouvimos! Mas o trovão do seu poder, quem o poderá entender?
[Jó 27]Jó 27
1. E prosseguindo Jó em seu discurso,
disse:
2. Vive Deus, que me tirou o direito, e o Todo-Poderoso, que me
amargurou a alma;
3. enquanto em mim houver alento, e o sopro de Deus
no meu nariz,
4. não falarão os meus lábios iniqüidade, nem a minha
língua pronunciará engano.
5. Longe de mim que eu vos dê razão; até
que eu morra, nunca apartarei de mim a minha integridade.
6. À minha
justiça me apegarei e não a largarei; o meu coração não reprova dia algum da
minha vida.
7. Seja como o ímpio o meu inimigo, e como o perverso
aquele que se levantar contra mim.
8. Pois qual é a esperança do
ímpio, quando Deus o cortar, quando Deus lhe arrebatar a alma?
9.
Acaso Deus lhe ouvirá o clamor, sobrevindo-lhe a tribulação?
10.
Deleitar-se-á no Todo-Poderoso, ou invocará a Deus em todo o
tempo?
11. Ensinar-vos-ei acerca do poder de Deus, e não vos
encobrirei o que está com o Todo-Poderoso.
12. Eis que todos vós já
vistes isso; por que, pois, vos entregais completamente à vaidade?
13.
Esta é da parte de Deus a porção do ímpio, e a herança que os opressores recebem
do Todo-Poderoso:
14. Se os seus filhos se multiplicarem, será para a
espada; e a sua prole não se fartará de pão.
15. Os que ficarem dele,
pela peste serão sepultados, e as suas viúvas não chorarão.
16. Embora
amontoe prata como pó, e acumule vestes como barro,
17. ele as pode
acumular, mas o justo as vestirá, e o inocente repartirá a prata.
18.
A casa que ele edifica é como a teia da aranha, e como a cabana que o guarda
faz.
19. Rico se deita, mas não o fará mais; abre os seus olhos, e já
se foi a sua riqueza.
20. Pavores o alcançam como um dilúvio; de noite
o arrebata a tempestade.
21. O vento oriental leva-o, e ele se vai;
sim, varre-o com ímpeto do seu lugar:
22. Pois atira contra ele, e não
o poupa, e ele foge precipitadamente do seu poder.
23. Bate palmas
contra ele, e assobia contra ele do seu lugar.
[Jó 28]Jó
28
1. Na verdade, há minas donde se extrai a prata, e
também lugar onde se refina o ouro:
2. O ferro tira-se da terra, e da
pedra se funde o cobre.
3. Os homens põem termo às trevas, e até os
últimos confins exploram as pedras na escuridão e nas trevas mais
densas.
4. Abrem um poço de mina longe do lugar onde habitam; são
esquecidos pelos viajantes, ficando pendentes longe dos homens, e oscilam de um
lado para o outro.
5. Quanto à terra, dela procede o pão, mas por
baixo é revolvida como por fogo.
6. As suas pedras são o lugar de
safiras, e têm pó de ouro.
7. A ave de rapina não conhece essa vereda,
e não a viram os olhos do falcão.
8. Nunca a pisaram feras altivas,
nem o feroz leão passou por ela.
9. O homem estende a mão contra a
pederneira, e revolve os montes desde as suas raízes.
10. Corta canais
nas pedras, e os seus olhos descobrem todas as coisas preciosas.
11.
Ele tapa os veios d'água para que não gotejem; e tira para a luz o que estava
escondido.
12. Mas onde se achará a sabedoria? E onde está o lugar do
entendimento?
13. O homem não lhe conhece o caminho; nem se acha ela
na terra dos viventes.
14. O abismo diz: Não está em mim; e o mar diz:
Ela não está comigo.
15. Não pode ser comprada com ouro fino, nem a
peso de prata se trocará.
16. Nem se pode avaliar em ouro fino de
Ofir, nem em pedras preciosas de berilo, ou safira.
17. Com ela não se
pode comparar o ouro ou o vidro; nem se trocara por jóias de ouro
fino.
18. Não se fará menção de coral nem de cristal; porque a
aquisição da sabedoria é melhor que a das pérolas.
19. Não se lhe
igualará o topázio da Etiópia, nem se pode comprar por ouro puro.
20.
Donde, pois, vem a sabedoria? Onde está o lugar do entendimento?
21.
Está encoberta aos olhos de todo vivente, e oculta às aves do céu.
22.
O Abadom e a morte dizem: Ouvimos com os nossos ouvidos um rumor
dela.
23. Deus entende o seu caminho, e ele sabe o seu
lugar.
24. Porque ele perscruta até as extremidades da terra, sim, ele
vê tudo o que há debaixo do céu.
25. Quando regulou o peso do vento, e
fixou a medida das águas;
26. quando prescreveu leis para a chuva e
caminho para o relâmpago dos trovões;
27. então viu a sabedoria e a
manifestou; estabeleceu-a, e também a esquadrinhou.
28. E disse ao
homem: Eis que o temor do Senhor é a sabedoria, e o apartar-se do mal é o
entendimento.
[Jó 29]Jó 29
1. E
prosseguindo Jó no seu discurso, disse:
2. Ah! quem me dera ser como
eu fui nos meses do passado, como nos dias em que Deus me guardava;
3.
quando a sua lâmpada luzia sobre o minha cabeça, e eu com a sua luz caminhava
através das trevas;
4. como era nos dias do meu vigor, quando o íntimo
favor de Deus estava sobre a minha tenda;
5. quando o Todo-Poderoso
ainda estava comigo, e os meus filhos em redor de mim;
6. quando os
meus passos eram banhados em leite, e a rocha me deitava ribeiros de
azeite!
7. Quando eu saía para a porta da cidade, e na praça preparava
a minha cadeira,
8. os moços me viam e se escondiam, e os idosos se
levantavam e se punham em pé;
9. os príncipes continham as suas
palavras, e punham a mão sobre a sua boca;
10. a voz dos nobres
emudecia, e a língua se lhes pegava ao paladar.
11. Pois, ouvindo-me
algum ouvido, me tinha por bem-aventurado; e vendo-me algum olho, dava
testemunho de mim;
12. porque eu livrava o miserável que clamava, e o
órfão que não tinha quem o socorresse.
13. A bênção do que estava a
perecer vinha sobre mim, e eu fazia rejubilar-se o coração da
viúva.
14. vestia-me da retidão, e ela se vestia de mim; como manto e
diadema era a minha justiça.
15. Fazia-me olhos para o cego, e pés
para o coxo;
16. dos necessitados era pai, e a causa do que me era
desconhecido examinava com diligência.
17. E quebrava os caninos do
perverso, e arrancava-lhe a presa dentre os dentes.
18. Então dizia
eu: No meu ninho expirarei, e multiplicarei os meus dias como a
areia;
19. as minhas raízes se estendem até as águas, e o orvalho fica
a noite toda sobre os meus ramos;
20. a minha honra se renova em mim,
e o meu arco se revigora na minha mão.
21. A mim me ouviam e
esperavam, e em silêncio atendiam ao meu conselho.
22. Depois de eu
falar, nada replicavam, e minha palavra destilava sobre eles;
23.
esperavam-me como à chuva; e abriam a sua boca como à chuva
tardia.
24. Eu lhes sorria quando não tinham confiança; e não
desprezavam a luz do meu rosto;
25. eu lhes escolhia o caminho,
assentava-me como chefe, e habitava como rei entre as suas tropas, como aquele
que consola os aflitos.
[Jó 30]Jó
30
1. Mas agora zombam de mim os de menos idade do que
eu, cujos pais teria eu desdenhado de pôr com os cães do meu
rebanho.
2. Pois de que me serviria a força das suas mãos, homens nos
quais já pereceu o vigor?
3. De míngua e fome emagrecem; andam roendo
pelo deserto, lugar de ruínas e desolação.
4. Apanham malvas junto aos
arbustos, e o seu mantimento são as raízes dos zimbros.
5. São
expulsos do meio dos homens, que gritam atrás deles, como atrás de um
ladrão.
6. Têm que habitar nos desfiladeiros sombrios, nas cavernas da
terra e dos penhascos.
7. Bramam entre os arbustos, ajuntam-se debaixo
das urtigas.
8. São filhos de insensatos, filhos de gente sem nome; da
terra foram enxotados.
9. Mas agora vim a ser a sua canção, e lhes
sirvo de provérbio.
10. Eles me abominam, afastam-se de mim, e no meu
rosto não se privam de cuspir.
11. Porquanto Deus desatou a minha
corda e me humilhou, eles sacudiram de si o freio perante o meu
rosto.
12. À direita levanta-se gente vil; empurram os meus pés, e
contra mim erigem os seus caminhos de destruição.
13. Estragam a minha
vereda, promovem a minha calamidade; não há quem os detenha.
14. Vêm
como por uma grande brecha, por entre as ruínas se precipitam.
15.
Sobrevieram-me pavores; é perseguida a minha honra como pelo vento; e como nuvem
passou a minha felicidade.
16. E agora dentro de mim se derrama a
minha alma; os dias da aflição se apoderaram de mim.
17. De noite me
são traspassados os ossos, e o mal que me corrói não descansa.
18.
Pela violência do mal está desfigurada a minha veste; como a gola da minha
túnica, me aperta.
19. Ele me lançou na lama, e fiquei semelhante ao
pó e à cinza.
20. Clamo a ti, e não me respondes; ponho-me em pé, e
não atentas para mim.
21. Tornas-te cruel para comigo; com a força da
tua mão me persegues.
22. Levantas-me sobre o vento, fazes-me cavalgar
sobre ele, e dissolves-me na tempestade.
23. Pois eu sei que me
levarás à morte, e à casa do ajuntamento destinada a todos os
viventes.
24. Contudo não estende a mão quem está a cair? ou não clama
por socorro na sua calamidade?
25. Não chorava eu sobre aquele que
estava aflito? ou não se angustiava a minha alma pelo necessitado?
26.
Todavia aguardando eu o bem, eis que me veio o mal, e esperando eu a luz, veio a
escuridão.
27. As minhas entranhas fervem e não descansam; os dias da
aflição me surpreenderam.
28. Denegrido ando, mas não do sol;
levanto-me na congregação, e clamo por socorro.
29. Tornei-me irmão
dos chacais, e companheiro dos avestruzes.
30. A minha pele enegrece e
se me cai, e os meus ossos estão queimados do calor.
31. Pelo que se
tornou em pranto a minha harpa, e a minha flauta em voz dos que
choram.
[Jó 31]Jó 31
1. Fiz
pacto com os meus olhos; como, pois, os fixaria numa virgem?
2. Pois
que porção teria eu de Deus lá de cima, e que herança do Todo-Poderoso lá do
alto?
3. Não é a destruição para o perverso, e o desastre para os
obradores da iniqüidade?
4. Não vê ele os meus caminhos, e não conta
todos os meus passos?
5. Se eu tenho andado com falsidade, e se o meu
pé se tem apressado após o engano
6. (pese-me Deus em balanças fiéis,
e conheça a minha integridade);
7. se os meus passos se têm desviado
do caminho, e se o meu coração tem seguido os meus olhos, e se qualquer mancha
se tem pegado às minhas mãos;
8. então semeie eu e outro coma, e seja
arrancado o produto do meu campo.
9. Se o meu coração se deixou
seduzir por causa duma mulher, ou se eu tenho armado traição à porta do meu
próximo,
10. então moa minha mulher para outro, e outros se encurvem
sobre ela.
11. Pois isso seria um crime infame; sim, isso seria uma
iniqüidade para ser punida pelos juízes;
12. porque seria fogo que
consome até Abadom, e desarraigaria toda a minha renda.
13. Se
desprezei o direito do meu servo ou da minha serva, quando eles pleitearam
comigo,
14. então que faria eu quando Deus se levantasse? E quando ele
me viesse inquirir, que lhe responderia?
15. Aquele que me formou no
ventre não o fez também a meu servo? E não foi um que nos plasmou na
madre?
16. Se tenho negado aos pobres o que desejavam, ou feito
desfalecer os olhos da viúva,
17. ou se tenho comido sozinho o meu
bocado, e não tem comido dele o órfão também
18. (pois desde a minha
mocidade o órfão cresceu comigo como com seu pai, e a viúva, tenho-a guiado
desde o ventre de minha mãe);
19. se tenho visto alguém perecer por
falta de roupa, ou o necessitado não ter com que se cobrir;
20. se os
seus lombos não me abençoaram, se ele não se aquentava com os velos dos meus
cordeiros;
21. se levantei a minha mão contra o órfão, porque na porta
via a minha ajuda;
22. então caia do ombro a minha espádua, e
separe-se o meu braço da sua juntura.
23. Pois a calamidade vinda de
Deus seria para mim um horror, e eu não poderia suportar a sua
majestade.
24. Se do ouro fiz a minha esperança, ou disse ao ouro
fino: Tu és a minha confiança;
25. se me regozijei por ser grande a
minha riqueza, e por ter a minha mão alcança o muito;
26. se olhei
para o sol, quando resplandecia, ou para a lua, quando ela caminhava em
esplendor,
27. e o meu coração se deixou enganar em oculto, e a minha
boca beijou a minha mão;
28. isso também seria uma iniqüidade para ser
punida pelos juízes; pois assim teria negado a Deus que está lá em
cima.
29. Se me regozijei com a ruína do que me tem ódio, e se exultei
quando o mal lhe sobreveio
30. (mas eu não deixei pecar a minha boca,
pedindo com imprecação a sua morte);
31. se as pessoas da minha tenda
não disseram: Quem há que não se tenha saciado com carne provida por
ele?
32. O estrangeiro não passava a noite na rua; mas eu abria as
minhas portas ao viandante;
33. se, como Adão, encobri as minhas
transgressões, ocultando a minha iniqüidade no meu seio,
34. porque
tinha medo da grande multidão, e o desprezo das famílias me aterrorizava, de
modo que me calei, e não saí da porta...
35. Ah! quem me dera um que
me ouvisse! Eis a minha defesa, que me responda o Todo-Poderoso! Oxalá tivesse
eu a acusação escrita pelo meu adversário!
36. Por certo eu a levaria
sobre o ombro, sobre mim a ataria como coroa.
37. Eu lhe daria conta
dos meus passos; como príncipe me chegaria a ele
38. Se a minha terra
clamar contra mim, e se os seus sulcos juntamente chorarem;
39. se
comi os seus frutos sem dinheiro, ou se fiz que morressem os seus
donos;
40. por trigo me produza cardos, e por cevada joio. Acabaram-se
as palavras de Jó.
[Jó 32]Jó
32
1. E aqueles três homens cessaram de responder a Jó;
porque era justo aos seus próprios olhos.
2. Então se acendeu a ira de
Eliú, filho de Baraquel, o buzita, da família de Rão; acendeu-se a sua ira
contra Jó, porque este se justificava a si mesmo, e não a Deus.
3.
Também contra os seus três amigos se acendeu a sua ira, porque não tinham achado
o que responder, e contudo tinham condenado a Jó.
4. Ora, Eliú havia
esperado para falar a Jó, porque eles eram mais idosos do que ele.
5.
Quando, pois, Eliú viu que não havia resposta na boca daqueles três homens,
acendeu-se-lhe a ira.
6. Então respondeu Eliú, filho de Baraquel, o
buzita, dizendo: Eu sou de pouca idade, e vós sois, idosos; arreceei-me e temi
de vos declarar a minha opinião.
7. Dizia eu: Falem os dias, e a
multidão dos anos ensine a sabedoria.
8. Há, porém, um espírito no
homem, e o sopro do Todo-Poderoso o faz entendido.
9. Não são os
velhos que são os sábios, nem os anciãos que entendem o que é
reto.
10. Pelo que digo: Ouvi-me, e também eu declararei a minha
opinião.
11. Eis que aguardei as vossas palavras, escutei as vossas
considerações, enquanto buscáveis o que dizer.
12. Eu, pois, vos
prestava toda a minha atenção, e eis que não houve entre vós quem convencesse a
Jó, nem quem respondesse às suas palavras;
13. pelo que não digais:
Achamos a sabedoria; Deus é que pode derrubá-lo, e não o homem.
14.
Ora ele não dirigiu contra mim palavra alguma, nem lhe responderei com as vossas
palavras.
15. Estão pasmados, não respondem mais; faltam-lhes as
palavras.
16. Hei de eu esperar, porque eles não falam, porque já
pararam, e não respondem mais?
17. Eu também darei a minha resposta;
eu também declararei a minha opinião.
18. Pois estou cheio de
palavras; o espírito dentro de mim me constrange.
19. Eis que o meu
peito é como o mosto, sem respiradouro, como odres novos que estão para
arrebentar.
20. Falarei, para que ache alívio; abrirei os meus lábios
e responderei:
21. Que não faça eu acepção de pessoas, nem use de
lisonjas para com o homem.
22. Porque não sei usar de lisonjas; do
contrário, em breve me levaria o meu Criador.
[Jó 33]Jó
33
1. Ouve, pois, as minhas palavras, ó Jó, e dá
ouvidos a todas as minhas declarações.
2. Eis que já abri a minha
boca; já falou a minha língua debaixo do meu paladar.
3. As minhas
palavras declaram a integridade do meu coração, e os meus lábios falam com
sinceridade o que sabem.
4. O Espírito de Deus me fez, e o sopro do
Todo-Poderoso me dá vida.
5. Se podes, responde-me; põe as tuas
palavras em ordem diante de mim; apresenta-te.
6. Eis que diante de
Deus sou o que tu és; eu também fui formado do barro.
7. Eis que não
te perturbará nenhum medo de mim, nem será pesada sobre ti a minha
mão.
8. Na verdade tu falaste aos meus ouvidos, e eu ouvi a voz das
tuas palavras. Dizias:
9. Limpo estou, sem transgressão; puro sou, e
não há em mim iniqüidade.
10. Eis que Deus procura motivos de
inimizade contra mim, e me considera como o seu inimigo.
11. Põe no
tronco os meus pés, e observa todas as minhas veredas.
12. Eis que
nisso não tens razão; eu te responderei; porque Deus e maior do que o
homem.
13. Por que razão contendes com ele por não dar conta dos seus
atos?
14. Pois Deus fala de um modo, e ainda de outro se o homem não
lhe atende.
15. Em sonho ou em visão de noite, quando cai sono
profundo sobre os homens, quando adormecem na cama;
16. então abre os
ouvidos dos homens, e os atemoriza com avisos,
17. para apartar o
homem do seu desígnio, e esconder do homem a soberba;
18. para reter a
sua alma da cova, e a sua vida de passar pela espada.
19. Também é
castigado na sua cama com dores, e com incessante contenda nos seus
ossos;
20. de modo que a sua vida abomina o pão, e a sua alma a comida
apetecível.
21. Consome-se a sua carne, de maneira que desaparece, e
os seus ossos, que não se viam, agora aparecem.
22. A sua alma se vai
chegando à cova, e a sua vida aos que trazem a morte.
23. Se com ele,
pois, houver um anjo, um intérprete, um entre mil, para declarar ao homem o que
lhe é justo,
24. então terá compaixão dele, e lhe dirá: Livra-o, para
que não desça à cova; já achei resgate.
25. Sua carne se reverdecerá
mais do que na sua infância; e ele tornará aos dias da sua
juventude.
26. Deveras orará a Deus, que lhe será propício, e o fará
ver a sua face com júbilo, e restituirá ao homem a sua justiça.
27.
Cantará diante dos homens, e dirá: Pequei, e perverti o direito, o que de nada
me aproveitou.
28. Mas Deus livrou a minha alma de ir para a cova, e a
minha vida verá a luz.
29. Eis que tudo isto Deus faz duas e três
vezes para com o homem,
30. para reconduzir a sua alma da cova, a fim
de que seja iluminado com a luz dos viventes.
31. Escuta, pois, ó Jó,
ouve-me; cala-te, e eu falarei.
32. Se tens alguma coisa que dizer,
responde-me; fala, porque desejo justificar-te.
33. Se não, escuta-me
tu; cala-te, e ensinar-te-ei a sabedoria.
[Jó 34]Jó
34
1. Prosseguiu Eliú, dizendo:
2. Ouvi, vós,
sábios, as minhas palavras; e vós, entendidos, inclinai os ouvidos para
mim.
3. Pois o ouvido prova as palavras, como o paladar experimenta a
comida.
4. O que é direito escolhamos para nós; e conheçamos entre nós
o que é bom.
5. Pois Jó disse: Sou justo, e Deus tirou-me o
direito.
6. Apesar do meu direito, sou considerado mentiroso; a minha
ferida é incurável, embora eu esteja sem transgressão.
7. Que homem há
como Jó, que bebe o escárnio como água,
8. que anda na companhia dos
malfeitores, e caminha com homens ímpios?
9. Porque disse: De nada
aproveita ao homem o comprazer-se em Deus.
10. Pelo que ouvi-me, vós
homens de entendimento: longe de Deus o praticar a maldade, e do Todo-Poderoso o
cometer a iniqüidade!
11. Pois, segundo a obra do homem, ele lhe
retribui, e faz a cada um segundo o seu caminho.
12. Na verdade, Deus
não procederá impiamente, nem o Todo-Poderoso perverterá o juízo.
13.
Quem lhe entregou o governo da terra? E quem lhe deu autoridade sobre o mundo
todo?
14. Se ele retirasse para si o seu espírito, e recolhesse para
si o seu fôlego,
15. toda a carne juntamente expiraria, e o homem
voltaria para o pó.
16. Se, pois, há em ti entendimento, ouve isto,
inclina os ouvidos às palavras que profiro.
17. Acaso quem odeia o
direito governará? Quererás tu condenar aquele que é justo e
poderoso?
18. aquele que diz a um rei: Ó vil? e aos príncipes: Ó
ímpios?
19. que não faz acepção das pessoas de príncipes, nem estima o
rico mais do que o pobre; porque todos são obra de suas mãos?
20. Eles
num momento morrem; e à meia-noite os povos são perturbados, e passam, e os
poderosos são levados não por mão humana.
21. Porque os seus olhos
estão sobre os caminhos de cada um, e ele vê todos os seus passos.
22.
Não há escuridão nem densas trevas, onde se escondam os obradores da
iniqüidade.
23. Porque Deus não precisa observar por muito tempo o
homem para que este compareça perante ele em juízo.
24. Ele quebranta
os fortes, sem inquirição, e põe outros em lugar deles.
25. Pois
conhecendo ele as suas obras, de noite os transtorna, e ficam
esmagados.
26. Ele os fere como ímpios, à vista dos
circunstantes;
27. porquanto se desviaram dele, e não quiseram
compreender nenhum de seus caminhos,
28. de sorte que o clamor do
pobre subisse até ele, e que ouvisse o clamor dos aflitos.
29. Se ele
dá tranqüilidade, quem então o condenará? Se ele encobrir o rosto, quem então o
poderá contemplar, quer seja uma nação, quer seja um homem só?
30.
para que o ímpio não reine, e não haja quem iluda o povo.
31. Pois,
quem jamais disse a Deus: Sofri, ainda que não pequei;
32. o que não
vejo, ensina-me tu; se fiz alguma maldade, nunca mais a hei de
fazer?
33. Será a sua recompensa como queres, para que a recuses? Pois
tu tens que fazer a escolha, e não eu; portanto fala o que sabes.
34.
Os homens de entendimento dir-me-ão, e o varão sábio, que me
ouvir:
35. Jó fala sem conhecimento, e às suas palavras falta
sabedoria.
36. Oxalá que Jó fosse provado até o fim; porque responde
como os iníquos.
37. Porque ao seu pecado acrescenta a rebelião; entre
nós bate as palmas, e multiplica contra Deus as suas palavras.
[Jó
35]Jó 35
1. Disse mais
Eliú:
2. Tens por direito dizeres: Maior é a minha justiça do que a de
Deus?
3. Porque dizes: Que me aproveita? Que proveito tenho mais do
que se eu tivera pecado?
4. Eu te darei respostas, a ti e aos teus
amigos contigo.
5. Atenta para os céus, e vê; e contempla o firmamento
que é mais alto do que tu.
6. Se pecares, que efetuarás contra ele? Se
as tuas transgressões se multiplicarem, que lhe farás com isso?
7. Se
fores justo, que lhe darás, ou que receberá ele da tua mão?
8. A tua
impiedade poderia fazer mal a outro tal como tu; e a tua justiça poderia
aproveitar a um filho do homem.
9. Por causa da multidão das opressões
os homens clamam; clamam por socorro por causa do braço dos
poderosos.
10. Mas ninguém diz: Onde está Deus meu Criador, que
inspira canções durante a noite;
11. que nos ensina mais do que aos
animais da terra, e nos faz mais sábios do que as aves do céu?
12. Ali
clamam, porém ele não responde, por causa da arrogância os maus.
13.
Certo é que Deus não ouve o grito da vaidade, nem para ela atentará o
Todo-Poderoso.
14. Quanto menos quando tu dizes que não o vês. A causa
está perante ele; por isso espera nele.
15. Mas agora, porque a sua
ira ainda não se exerce, nem grandemente considera ele a
arrogância,
16. por isso abre Jó em vão a sua boca, e sem conhecimento
multiplica palavras.
[Jó 36]Jó
36
1. Prosseguiu ainda Eliú e disse:
2.
Espera-me um pouco, e mostrar-te-ei que ainda há razões a favor de
Deus.
3. De longe trarei o meu conhecimento, e ao meu criador
atribuirei a justiça.
4. Pois, na verdade, as minhas palavras não
serão falsas; contigo está um que tem perfeito conhecimento.
5. Eis
que Deus é mui poderoso, contudo a ninguém despreza; grande é no poder de
entendimento.
6. Ele não preserva a vida do ímpio, mas faz justiça aos
aflitos.
7. Do justo não aparta os seus olhos; antes com os reis no
trono os faz sentar para sempre, e assim são exaltados.
8. E se estão
presos em grilhões, e amarrados com cordas de aflição,
9. então lhes
faz saber a obra deles, e as suas transgressões, porquanto se têm portado com
soberba.
10. E abre-lhes o ouvido para a instrução, e ordena que se
convertam da iniqüidade.
11. Se o ouvirem, e o servirem, acabarão seus
dias em prosperidade, e os seus anos em delícias.
12. Mas se não o
ouvirem, à espada serão passados, e expirarão sem conhecimento.
13.
Assim os ímpios de coração amontoam, a sua ira; e quando Deus os põe em
grilhões, não clamam por socorro.
14. Eles morrem na mocidade, e a sua
vida perece entre as prostitutas.
15. Ao aflito livra por meio da sua
aflição, e por meio da opressão lhe abre os ouvidos.
16. Assim também
quer induzir-te da angústia para um lugar espaçoso, em que não há aperto; e as
iguarias da tua mesa serão cheias de gordura.
17. Mas tu estás cheio
do juízo do ímpio; o juízo e a justiça tomam conta de ti.
18. Cuida,
pois, para que a ira não te induza a escarnecer, nem te desvie a grandeza do
resgate.
19. Prevalecerá o teu clamor, ou todas as forças da tua
fortaleza, para que não estejas em aperto?
20. Não suspires pela
noite, em que os povos sejam tomados do seu lugar.
21. Guarda-te, e
não declines para a iniqüidade; porquanto isso escolheste antes que a
aflição.
22. Eis que Deus é excelso em seu poder; quem é ensinador
como ele?
23. Quem lhe prescreveu o seu caminho? Ou quem poderá dizer:
Tu praticaste a injustiça?
24. Lembra-te de engrandecer a sua obra, de
que têm cantado os homens.
25. Todos os homens a vêem; de longe a
contempla o homem.
26. Eis que Deus é grande, e nós não o conhecemos,
e o número dos seus anos não se pode esquadrinhar.
27. Pois atrai a si
as gotas de água, e do seu vapor as destila em chuva,
28. que as
nuvens derramam e gotejam abundantemente sobre o homem.
29. Poderá
alguém entender as dilatações das nuvens, e os trovões do seu
pavilhão?
30. Eis que ao redor de si estende a sua luz, e cobre o
fundo do mar.
31. Pois por estas coisas julga os povos e lhes dá
mantimento em abundância.
32. Cobre as mãos com o relâmpago, e dá-lhe
ordem para que fira o alvo.
33. O fragor da tempestade dá notícia
dele; até o gado pressente a sua aproximação.
[Jó 37]Jó
37
1. Sobre isso também treme o meu coração, e salta do
seu lugar.
2. Dai atentamente ouvidos ao estrondo da voz de Deus e ao
sonido que sai da sua boca.
3. Ele o envia por debaixo de todo o céu,
e o seu relâmpago até os confins da terra.
4. Depois do relâmpago ruge
uma grande voz; ele troveja com a sua voz majestosa; e não retarda os raios,
quando é ouvida a sua voz.
5. Com a sua voz troveja Deus
maravilhosamente; faz grandes coisas, que nós não compreendemos.
6.
Pois à neve diz: Cai sobre a terra; como também às chuvas e aos aguaceiros: Sede
copiosos.
7. Ele sela as mãos de todo homem, para que todos saibam que
ele os fez.
8. E as feras entram nos esconderijos e ficam nos seus
covis.
9. Da recâmara do sul sai o tufão, e do norte o
frio.
10. Ao sopro de Deus forma-se o gelo, e as largas águas são
congeladas.
11. Também de umidade carrega as grossas nuvens; as nuvens
espalham relâmpagos.
12. Fazem evoluções sob a sua direção, para
efetuar tudo quanto lhes ordena sobre a superfície do mundo
habitável:
13. seja para disciplina, ou para a sua terra, ou para
beneficência, que as faça vir.
14. A isto, Jó, inclina os teus
ouvidos; pára e considera as obras maravilhosas de Deus.
15. Sabes tu
como Deus lhes dá as suas ordens, e faz resplandecer o relâmpago da sua
nuvem?
16. Compreendes o equilíbrio das nuvens, e as maravilhas
daquele que é perfeito nos conhecimentos;
17. tu cujas vestes são
quentes, quando há calma sobre a terra por causa do vento sul?
18.
Acaso podes, como ele, estender o firmamento, que é sólido como um espelho
fundido?
19. Ensina-nos o que lhe diremos; pois nós nada poderemos pôr
em boa ordem, por causa das trevas.
20. Contar-lhe-ia alguém que eu
quero falar. Ou desejaria um homem ser devorado?
21. E agora o homem
não pode olhar para o sol, que resplandece no céu quando o vento, tendo passado,
o deixa limpo.
22. Do norte vem o áureo esplendor; em Deus há tremenda
majestade.
23. Quanto ao Todo-Poderoso, não o podemos compreender;
grande é em poder e justiça e pleno de retidão; a ninguém, pois,
oprimirá.
24. Por isso o temem os homens; ele não respeita os que se
julgam sábios.
[Jó 38]Jó 38
1.
Depois disso o Senhor respondeu a Jó dum redemoinho, dizendo:
2. Quem
é este que escurece o conselho com palavras sem conhecimento?
3. Agora
cinge os teus lombos, como homem; porque te perguntarei, e tu me
responderás.
4. Onde estavas tu, quando eu lançava os fundamentos da
terra? Faze-mo saber, se tens entendimento.
5. Quem lhe fixou as
medidas, se é que o sabes? ou quem a mediu com o cordel?
6. Sobre que
foram firmadas as suas bases, ou quem lhe assentou a pedra de
esquina,
7. quando juntas cantavam as estrelas da manhã, e todos os
filhos de Deus bradavam de júbilo?
8. Ou quem encerrou com portas o
mar, quando este rompeu e saiu da madre;
9. quando eu lhe pus nuvens
por vestidura, e escuridão por faixas,
10. e lhe tracei limites,
pondo-lhe portas e ferrolhos,
11. e lhe disse: Até aqui virás, porém
não mais adiante; e aqui se quebrarão as tuas ondas orgulhosas?
12.
Desde que começaram os teus dias, deste tu ordem à madrugada, ou mostraste à
alva o seu lugar,
13. para que agarrasse nas extremidades da terra, e
os ímpios fossem sacudidos dela?
14. A terra se transforma como o
barro sob o selo; e todas as coisas se assinalam como as cores dum
vestido.
15. E dos ímpios é retirada a sua luz, e o braço altivo se
quebranta.
16. Acaso tu entraste até os mananciais do mar, ou
passeaste pelos recessos do abismo?
17. Ou foram-te descobertas as
portas da morte, ou viste as portas da sombra da morte?
18.
Compreendeste a largura da terra? Faze-mo saber, se sabes tudo
isso.
19. Onde está o caminho para a morada da luz? E, quanto às
trevas, onde está o seu lugar,
20. para que às tragas aos seus
limites, e para que saibas as veredas para a sua casa?
21. De certo tu
o sabes, porque já então eras nascido, e porque é grande o número dos teus
dias!
22. Acaso entraste nos tesouros da neve, e viste os tesouros da
saraiva,
23. que eu tenho reservado para o tempo da angústia, para o
dia da peleja e da guerra?
24. Onde está o caminho para o lugar em que
se reparte a luz, e se espalha o vento oriental sobre a terra?
25.
Quem abriu canais para o aguaceiro, e um caminho para o relâmpago do
trovão;
26. para fazer cair chuva numa terra, onde não há ninguém, e
no deserto, em que não há gente;
27. para fartar a terra deserta e
assolada, e para fazer crescer a tenra relva?
28. A chuva porventura
tem pai? Ou quem gerou as gotas do orvalho?
29. Do ventre de quem saiu
o gelo? E quem gerou a geada do céu?
30. Como pedra as águas se
endurecem, e a superfície do abismo se congela.
31. Podes atar as
cadeias das Plêiades, ou soltar os atilhos do Oriom?
32. Ou fazer sair
as constelações a seu tempo, e guiar a ursa com seus filhos?
33. Sabes
tu as ordenanças dos céus, ou podes estabelecer o seu domínio sobre a
terra?
34. Ou podes levantar a tua voz até as nuvens, para que a
abundância das águas te cubra?
35. Ou ordenarás aos raios de modo que
saiam? Eles te dirão: Eis-nos aqui?
36. Quem pôs sabedoria nas densas
nuvens, ou quem deu entendimento ao meteoro?
37. Quem numerará as
nuvens pela sabedoria? Ou os odres do céu, quem os esvaziará,
38.
quando se funde o pó em massa, e se pegam os torrões uns aos
outros?
39. Podes caçar presa para a leoa, ou satisfazer a fome dos
filhos dos leões,
40. quando se agacham nos covis, e estão à espreita
nas covas?
41. Quem prepara ao corvo o seu alimento, quando os seus
pintainhos clamam a Deus e andam vagueando, por não terem o que
comer?
[Jó 39]Jó 39
1. Sabes tu
o tempo do parto das cabras montesas, ou podes observar quando é que parem as
corças?
2. Podes contar os meses que cumprem, ou sabes o tempo do seu
parto?
3. Encurvam-se, dão à luz as suas crias, lançam de si a sua
prole.
4. Seus filhos enrijam, crescem no campo livre; saem, e não
tornam para elas:
5. Quem despediu livre o jumento montês, e quem
soltou as prisões ao asno veloz,
6. ao qual dei o ermo por casa, e a
terra salgada por morada?
7. Ele despreza o tumulto da cidade; não
obedece os gritos do condutor.
8. O circuito das montanhas é o seu
pasto, e anda buscando tudo o que está verde.
9. Quererá o boi
selvagem servir-te? ou ficará junto à tua manjedoura?
10. Podes
amarrar o boi selvagem ao arado com uma corda, ou esterroará ele após ti os
vales?
11. Ou confiarás nele, por ser grande a sua força, ou deixarás
a seu cargo o teu trabalho?
12. Fiarás dele que te torne o que
semeaste e o recolha à tua eira?
13. Movem-se alegremente as asas da
avestruz; mas é benigno o adorno da sua plumagem?
14. Pois ela deixa
os seus ovos na terra, e os aquenta no pó,
15. e se esquece de que
algum pé os pode pisar, ou de que a fera os pode calcar.
16.
Endurece-se para com seus filhos, como se não fossem seus; embora se perca o seu
trabalho, ela está sem temor;
17. porque Deus a privou de sabedoria, e
não lhe repartiu entendimento.
18. Quando ela se levanta para correr,
zomba do cavalo, e do cavaleiro.
19. Acaso deste força ao cavalo, ou
revestiste de força o seu pescoço?
20. Fizeste-o pular como o
gafanhoto? Terrível é o fogoso respirar das suas ventas.
21. Escarva
no vale, e folga na sua força, e sai ao encontro dos armados.
22.
Ri-se do temor, e não se espanta; e não torna atrás por causa da
espada.
23. Sobre ele rangem a aljava, a lança cintilante e o
dardo.
24. Tremendo e enfurecido devora a terra, e não se contém ao
som da trombeta.
25. Toda vez que soa a trombeta, diz: Eia! E de longe
cheira a guerra, e o trovão dos capitães e os gritos.
26. É pelo teu
entendimento que se eleva o gavião, e estende as suas asas para o
sul?
27. Ou se remonta a águia ao teu mandado, e põe no alto o seu
ninho?
28. Mora nas penhas e ali tem a sua pousada, no cume das
penhas, no lugar seguro.
29. Dali descobre a presa; seus olhos a
avistam de longe.
30. Seus filhos chupam o sangue; e onde há mortos,
ela aí está.
[Jó 40]Jó 40
1.
Disse mais o Senhor a Jó:
2. Contenderá contra o Todo-Poderoso o
censurador? Quem assim argüi a Deus, responda a estas coisas.
3. Então
Jó respondeu ao Senhor, e disse:
4. Eis que sou vil; que te
responderia eu? Antes ponho a minha mão sobre a boca.
5. Uma vez tenho
falado, e não replicarei; ou ainda duas vezes, porém não
prosseguirei.
6. Então, do meio do redemoinho, o Senhor respondeu a
Jó:
7. Cinge agora os teus lombos como homem; eu te perguntarei a ti,
e tu me responderás.
8. Farás tu vão também o meu juízo, ou me
condenarás para te justificares a ti?
9. Ou tens braço como Deus; ou
podes trovejar com uma voz como a dele?
10. Orna-te, pois, de
excelência e dignidade, e veste-te de glória e de esplendor.
11.
Derrama as inundações da tua ira, e atenta para todo soberbo, e
abate-o.
12. Olha para todo soberbo, e humilha-o, e calca aos pés os
ímpios onde estão.
13. Esconde-os juntamente no pó; ata-lhes os rostos
no lugar escondido.
14. Então também eu de ti confessarei que a tua
mão direita te poderá salvar.
15. Contempla agora o hipopótamo, que eu
criei como a ti, que come a erva como o boi.
16. Eis que a sua força
está nos seus lombos, e o seu poder nos músculos do seu ventre.
17.
Ele enrija a sua cauda como o cedro; os nervos das suas coxas são
entretecidos.
18. Os seus ossos são como tubos de bronze, as suas
costelas como barras de ferro.
19. Ele é obra prima dos caminhos de
Deus; aquele que o fez o proveu da sua espada.
20. Em verdade os
montes lhe produzem pasto, onde todos os animais do campo folgam.
21.
Deita-se debaixo dos lotos, no esconderijo dos canaviais e no
pântano.
22. Os lotos cobrem-no com sua sombra; os salgueiros do
ribeiro o cercam.
23. Eis que se um rio trasborda, ele não treme;
sente-se seguro ainda que o Jordão se levante até a sua boca.
24.
Poderá alguém apanhá-lo quando ele estiver de vigia, ou com laços lhe furar o
nariz?
[Jó 41]Jó 41
1. Poderás
tirar com anzol o leviatã, ou apertar-lhe a língua com uma corda?
2.
Poderás meter-lhe uma corda de junco no nariz, ou com um gancho furar a sua
queixada?
3. Porventura te fará muitas súplicas, ou brandamente te
falará?
4. Fará ele aliança contigo, ou o tomarás tu por servo para
sempre?
5. Brincarás com ele, como se fora um pássaro, ou o prenderás
para tuas meninas?
6. Farão os sócios de pesca tráfico dele, ou o
dividirão entre os negociantes?
7. Poderás encher-lhe a pele de
arpões, ou a cabeça de fisgas?
8. Põe a tua mão sobre ele; lembra-te
da peleja; nunca mais o farás!
9. Eis que é vã a esperança de
apanhá-lo; pois não será um homem derrubado só ao vê-lo?
10. Ninguém
há tão ousado, que se atreva a despertá-lo; quem, pois, é aquele que pode
erguer-se diante de mim?
11. Quem primeiro me deu a mim, para que eu
haja de retribuir-lhe? Pois tudo quanto existe debaixo de todo céu é
meu.
12. Não me calarei a respeito dos seus membros, nem da sua grande
força, nem da graça da sua estrutura.
13. Quem lhe pode tirar o
vestido exterior? Quem lhe penetrará a couraça dupla?
14. Quem jamais
abriu as portas do seu rosto? Pois em roda dos seus dentes está o
terror.
15. As suas fortes escamas são o seu orgulho, cada uma fechada
como por um selo apertado.
16. Uma à outra se chega tão perto, que nem
o ar passa por entre elas.
17. Umas às outras se ligam; tanto aderem
entre si, que não se podem separar.
18. Os seus espirros fazem
resplandecer a luz, e os seus olhos são como as pestanas da alva.
19.
Da sua boca saem tochas; faíscas de fogo saltam dela.
20. Dos seus
narizes procede fumaça, como de uma panela que ferve, e de juncos que
ardem.
21. O seu hálito faz incender os carvões, e da sua boca sai uma
chama.
22. No seu pescoço reside a força; e diante dele anda saltando
o terror.
23. Os tecidos da sua carne estão pegados entre si; ela é
firme sobre ele, não se pode mover.
24. O seu coração é firme como uma
pedra; sim, firme como a pedra inferior duma mó.
25. Quando ele se
levanta, os valentes são atemorizados, e por causa da consternação ficam fora de
si.
26. Se alguém o atacar com a espada, essa não poderá penetrar; nem
tampouco a lança, nem o dardo, nem o arpão.
27. Ele considera o ferro
como palha, e o bronze como pau podre.
28. A seta não o poderá fazer
fugir; para ele as pedras das fundas se tornam em restolho.
29. Os
bastões são reputados como juncos, e ele se ri do brandir da
lança.
30. Debaixo do seu ventre há pontas agudas; ele se estende como
um trilho sobre o lodo.
31. As profundezas faz ferver, como uma
panela; torna o mar como uma vasilha de ungüento.
32. Após si deixa
uma vereda luminosa; parece o abismo tornado em brancura de cãs.
33.
Na terra não há coisa que se lhe possa comparar; pois foi feito para estar sem
pavor.
34. Ele vê tudo o que é alto; é rei sobre todos os filhos da
soberba.
[Jó 42]Jó 42
1. Então
respondeu Jó ao Senhor:
2. Bem sei eu que tudo podes, e que nenhum dos
teus propósitos pode ser impedido.
3. Quem é este que sem conhecimento
obscurece o conselho? por isso falei do que não entendia; coisas que para mim
eram demasiado maravilhosas, e que eu não conhecia.
4. Ouve, pois, e
eu falarei; eu te perguntarei, e tu me responderas.
5. Com os ouvidos
eu ouvira falar de ti; mas agora te vêem os meus olhos.
6. Pelo que me
abomino, e me arrependo no pó e na cinza.
7. Sucedeu pois que,
acabando o Senhor de dizer a Jó aquelas palavras, o Senhor disse a Elifaz, o
temanita: A minha ira se acendeu contra ti e contra os teus dois amigos, porque
não tendes falado de mim o que era reto, como o meu servo Jó.
8.
Tomai, pois, sete novilhos e sete carneiros, e ide ao meu servo Jó, e oferecei
um holocausto por vós; e o meu servo Jó orará por vós; porque deveras a ele
aceitarei, para que eu não vos trate conforme a vossa estultícia; porque vós não
tendes falado de mim o que era reto, como o meu servo Jó.
9. Então
foram Elifaz o temanita, e Bildade o suíta, e Zofar o naamatita, e fizeram como
o Senhor lhes ordenara; e o Senhor aceitou a Jó.
10. O Senhor, pois,
virou o cativeiro de Jó, quando este orava pelos seus amigos; e o Senhor deu a
Jó o dobro do que antes possuía.
11. Então vieram ter com ele todos os
seus irmãos, e todas as suas irmãs, e todos quantos dantes o conheceram, e
comeram com ele pão em sua casa; condoeram-se dele, e o consolaram de todo o mal
que o Senhor lhe havia enviado; e cada um deles lhe deu uma peça de dinheiro e
um pendente de ouro.
12. E assim abençoou o Senhor o último estado de
Jó, mais do que o primeiro; pois Jó chegou a ter catorze mil ovelhas, seis mil
camelos, mil juntas de bois e mil jumentas.
13. Também teve sete
filhos e três filhas.
14. E chamou o nome da primeira Jemima, e o nome
da segunda Quezia, e o nome da terceira Quéren-Hapuque.
15. E em toda
a terra não se acharam mulheres tão formosas como as filhas de Jó; e seu pai
lhes deu herança entre seus irmãos.
16. Depois disto viveu Jó cento e
quarenta anos, e viu seus filhos, e os filhos de seus filhos: até a quarta
geração.
17. Então morreu Jó, velho e cheio de dias.
[Salmos
1]Salmos 1
1. Bem-aventurado o homem
que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos
pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores;
2. antes tem seu
prazer na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e noite.
3. Pois
será como a árvore plantada junto às correntes de águas, a qual dá o seu fruto
na estação própria, e cuja folha não cai; e tudo quanto fizer
prosperará.
4. Não são assim os ímpios, mas são semelhantes à moinha
que o vento espalha.
5. Pelo que os ímpios não subsistirão no juízo,
nem os pecadores na congregação dos justos;
6. porque o Senhor conhece
o caminho dos justos, mas o caminho dos ímpios conduz à ruína.
[Salmos
2]Salmos 2
1. Por que se amotinam as
nações, e os povos tramam em vão?
2. Os reis da terra se levantam, e
os príncipes juntos conspiram contra o Senhor e contra o seu ungido,
dizendo:
3. Rompamos as suas ataduras, e sacudamos de nós as suas
cordas.
4. Aquele que está sentado nos céus se rirá; o Senhor zombará
deles.
5. Então lhes falará na sua ira, e no seu furor os confundirá,
dizendo:
6. Eu tenho estabelecido o meu Rei sobre Sião, meu santo
monte.
7. Falarei do decreto do Senhor; ele me disse: Tu és meu Filho,
hoje te gerei.
8. Pede-me, e eu te darei as nações por herança, e as
extremidades da terra por possessão.
9. Tu os quebrarás com uma vara
de ferro; tu os despedaçarás como a um vaso de oleiro.
10. Agora,
pois, ó reis, sede prudentes; deixai-vos instruir, juízes da
terra.
11. Servi ao Senhor com temor, e regozijai-vos com
tremor.
12. Beijai o Filho, para que não se ire, e pereçais no
caminho; porque em breve se inflamará a sua ira. Bem-aventurados todos aqueles
que nele confiam.
[Salmos 3]Salmos
3
1. Senhor, como se têm multiplicado os meus
adversários! Muitos se levantam contra mim.
2. Muitos são os que dizem
de mim: Não há socorro para ele em Deus.
3. Mas tu, Senhor, és um
escudo ao redor de mim, a minha glória, e aquele que exulta a minha
cabeça.
4. Com a minha voz clamo ao Senhor, e ele do seu santo monte
me responde.
5. Eu me deito e durmo; acordo, pois o Senhor me
sustenta.
6. Não tenho medo dos dez milhares de pessoas que se puseram
contra mim ao meu redor.
7. Levanta-te, Senhor! salva-me, Deus meu!
pois tu feres no queixo todos os meus inimigos; quebras os dentes aos
ímpios.
8. A salvação vem do Senhor; sobre o teu povo seja a tua
bênção.
[Salmos 4]Salmos 4
1.
Responde-me quando eu clamar, ó Deus da minha justiça! Na angústia me deste
largueza; tem misericórdia de mim e ouve a minha oração.
2. Filhos dos
homens, até quando convertereis a minha glória em infâmia? Até quando amareis a
vaidade e buscareis a mentira?
3. Sabei que o Senhor separou para si
aquele que é piedoso; o Senhor me ouve quando eu clamo a ele.
4.
Irai-vos e não pequeis; consultai com o vosso coração em vosso leito, e
calai-vos.
5. Oferecei sacrifícios de justiça, e confiai no
Senhor.
6. Muitos dizem: Quem nos mostrará o bem? Levanta, Senhor,
sobre nós a luz do teu rosto.
7. Puseste no meu coração mais alegria
do que a deles no tempo em que se lhes multiplicam o trigo e o
vinho.
8. Em paz me deitarei e dormirei, porque só tu, Senhor, me
fazes habitar em segurança.
[Salmos 5]Salmos
5
1. Dá ouvidos às minhas palavras, ó Senhor; atende
aos meus gemidos.
2. Atende à voz do meu clamor, Rei meu e Deus meu,
pois é a ti que oro.
3. Pela manhã ouves a minha voz, ó Senhor; pela
manhã te apresento a minha oração, e vigio.
4. Porque tu não és um
Deus que tenha prazer na iniqüidade, nem contigo habitará o mal.
5. Os
arrogantes não subsistirão diante dos teus olhos; detestas a todos os que
praticam a maldade.
6. Destróis aqueles que proferem a mentira; ao
sanguinário e ao fraudulento o Senhor abomina.
7. Mas eu, pela
grandeza da tua benignidade, entrarei em tua casa; e em teu temor me inclinarei
para o teu santo templo.
8. Guia-me, Senhor, na tua justiça, por causa
dos meus inimigos; aplana diante de mim o teu caminho.
9. Porque não
há fidelidade na boca deles; as suas entranhas são verdadeiras maldades, a sua
garganta é um sepulcro aberto; lisonjeiam com a sua língua.
10.
Declara-os culpados, ó Deus; que caiam por seus próprios conselhos; lança-os
fora por causa da multidão de suas transgressões, pois se revoltaram contra
ti.
11. Mas alegrem-se todos os que confiam em ti; exultem
eternamente, porquanto tu os defendes; sim, gloriem-se em ti os que amam o teu
nome.
12. Pois tu, Senhor, abençoas o justo; tu o circundas do teu
favor como de um escudo.
[Salmos 6]Salmos
6
1. Senhor, não me repreendas na tua ira, nem me
castigues no teu furor.
2. Tem compaixão de mim, Senhor, porque sou
fraco; sara-me, Senhor, porque os meus ossos estão perturbados.
3.
Também a minha alma está muito perturbada; mas tu, Senhor, até
quando?...
4. Volta-te, Senhor, livra a minha alma; salva-me por tua
misericórdia.
5. Pois na morte não há lembrança de ti; no Seol quem te
louvará?
6. Estou cansado do meu gemido; toda noite faço nadar em
lágrimas a minha cama, inundo com elas o meu leito.
7. Os meus olhos
estão consumidos pela mágoa, e enfraquecem por causa de todos os meus
inimigos.
8. Apartai-vos de mim todos os que praticais a iniquidade;
porque o Senhor já ouviu a voz do meu pranto.
9. O Senhor já ouviu a
minha súplica, o Senhor aceita a minha oração.
10. Serão envergonhados
e grandemente perturbados todos os meus inimigos; tornarão atrás e subitamente
serão envergonhados.
[Salmos 7]Salmos
7
1. Senhor, Deus meu, confio, salva-me de todo o que
me persegue, e livra-me;
2. para que ele não me arrebate, qual leão,
despedaçando-me, sem que haja quem acuda.
3. Senhor, Deus meu, se eu
fiz isto, se há perversidade nas minhas mãos,
4. se paguei com o mal
àquele que tinha paz comigo, ou se despojei o meu inimigo sem
causa.
5. persiga-me o inimigo e alcance-me; calque aos pés a minha
vida no chão, e deite no pó a minha glória.
6. Ergue-te, Senhor, na
tua ira; levanta-te contra o furor dos meus inimigos; desperta-te, meu Deus,
pois tens ordenado o juízo.
7. Reúna-se ao redor de ti a assembléia
dos povos, e por cima dela remonta-te ao alto.
8. O Senhor julga os
povos; julga-me, Senhor, de acordo com a minha justiça e conforme a integridade
que há em mim.
9. Cesse a maldade dos ímpios, mas estabeleça-se o
justo; pois tu, ó justo Deus, provas o coração e os rins.
10. O meu
escudo está em Deus, que salva os retos de coração.
11. Deus é um juiz
justo, um Deus que sente indignação todos os dias.
12. Se o homem não
se arrepender, Deus afiará a sua espada; armado e teso está o seu
arco;
13. já preparou armas mortíferas, fazendo suas setas
inflamadas.
14. Eis que o mau está com dores de perversidade; concedeu
a malvadez, e dará à luz a falsidade.
15. Abre uma cova,
aprofundando-a, e cai na cova que fez.
16. A sua malvadez recairá
sobre a sua cabeça, e a sua violência descerá sobre o seu crânio.
17.
Eu louvarei ao Senhor segundo a sua justiça, e cantarei louvores ao nome do
Senhor, o Altíssimo.
[Salmos 8]Salmos
8
1. Ó Senhor, Senhor nosso, quão admirável é o teu
nome em toda a terra, tu que puseste a tua glória dos céus!
2. Da boca
das crianças e dos que mamam tu suscitaste força, por causa dos teus adversários
para fazeres calar o inimigo e vingador.
3. Quando contemplo os teus
céus, obra dos teus dedos, a lua e as estrelas que estabeleceste,
4.
que é o homem, para que te lembres dele? e o filho do homem, para que o
visites?
5. Contudo, pouco abaixo de Deus o fizeste; de glória e de
honra o coroaste.
6. Deste-lhe domínio sobre as obras das tuas mãos;
tudo puseste debaixo de seus pés:
7. todas as ovelhas e bois, assim
como os animais do campo,
8. as aves do céu, e os peixes do mar, tudo
o que passa pelas veredas dos mares.
9. Ó Senhor, Senhor nosso, quão
admirável é o teu nome em toda a terra!
[Salmos 9]Salmos
9
1. Eu te louvarei, Senhor, de todo o meu coração;
contarei todas as tuas maravilhas.
2. Em ti me alegrarei e exultarei;
cantarei louvores ao teu nome, ó Altíssimo;
3. porquanto os meus
inimigos retrocedem, caem e perecem diante de ti.
4. Sustentaste o meu
direito e a minha causa; tu te assentaste no tribunal, julgando
justamente.
5. Repreendeste as nações, destruíste os ímpios; apagaste
o seu nome para sempre e eternamente.
6. Os inimigos consumidos estão;
perpétuas são as suas ruínas.
7. Mas o Senhor está entronizado para
sempre; preparou o seu trono para exercer o juízo.
8. Ele mesmo julga
o mundo com justiça; julga os povos com eqüidade.
9. O Senhor é também
um alto refúgio para o oprimido, um alto refúgio em tempos de
angústia.
10. Em ti confiam os que conhecem o teu nome; porque tu,
Senhor, não abandonas aqueles que te buscam.
11. Cantai louvores ao
Senhor, que habita em Sião; anunciai entre os povos os seus
feitos.
12. Pois ele, o vingador do sangue, se lembra deles; não se
esquece do clamor dos aflitos.
13. Tem misericórdia de mim, Senhor;
olha a aflição que sofro daqueles que me odeiam, tu que me levantas das portas
da morte.
14. para que eu conte todos os teus louvores nas portas da
filha de Sião e me alegre na tua salvação.
15. Afundaram-se as nações
na cova que abriram; na rede que ocultaram ficou preso o seu pé.
16. O
Senhor deu-se a conhecer, executou o juízo; enlaçado ficou o ímpio nos seus
próprios feitos.
17. Os ímpios irão para o Seol, sim, todas as nações
que se esquecem de Deus.
18. Pois o necessitado não será esquecido
para sempre, nem a esperança dos pobres será frustrada
perpetuamente.
19. Levanta-te, Senhor! Não prevaleça o homem; sejam
julgadas as nações na tua presença!
20. Senhor, incute-lhes temor! Que
as nações saibam que não passam de meros homens!
[Salmos 10]Salmos 10
1. Por que te conservas ao longe,
Senhor? Por que te escondes em tempos de angústia?
2. Os ímpios, na
sua arrogância, perseguem furiosamente o pobre; sejam eles apanhados nas ciladas
que maquinaram.
3. Pois o ímpio gloria-se do desejo do seu coração, e
o que é dado à rapina despreza e maldiz o Senhor.
4. Por causa do seu
orgulho, o ímpio não o busca; todos os seus pensamentos são: Não há
Deus.
5. Os seus caminhos são sempre prósperos; os teus juízos estão
acima dele, fora da sua vista; quanto a todos os seus adversários, ele os trata
com desprezo.
6. Diz em seu coração: Não serei abalado; nunca me verei
na adversidade.
7. A sua boca está cheia de imprecações, de enganos e
de opressão; debaixo da sua língua há malícia e iniqüidade.
8. Põe-se
de emboscada nas aldeias; nos lugares ocultos mata o inocente; os seus olhos
estão de espreita ao desamparado.
9. Qual leão no seu covil, está ele
de emboscada num lugar oculto; está de emboscada para apanhar o pobre; apanha-o,
colhendo-o na sua rede.
10. Abaixa-se, curva-se; assim os desamparados
lhe caem nas fortes garras.
11. Diz ele em seu coração: Deus se
esqueceu; cobriu o seu rosto; nunca verá isto.
12. Levanta-te, Senhor;
ó Deus, levanta a tua mão; não te esqueças dos necessitados.
13. Por
que blasfema de Deus o ímpio, dizendo no seu coração: Tu não
inquirirás?
14. Tu o viste, porque atentas para o trabalho e enfado,
para o tomares na tua mão; a ti o desamparado se entrega; tu és o amparo do
órfão.
15. Quebra tu o braço do ímpio e malvado; esquadrinha a sua
maldade, até que a descubras de todo.
16. O Senhor é Rei sempre e
eternamente; da sua terra perecerão as nações.
17. Tu, Senhor, ouvirás
os desejos dos mansos; confortarás o seu coração; inclinarás o teu
ouvido,
18. para fazeres justiça ao órfão e ao oprimido, a fim de que
o homem, que é da terra, não mais inspire terror.
[Salmos 11]Salmos 11
1. No Senhor confio. Como, pois,
me dizeis: Foge para o monte, como um pássaro?
2. Pois eis que os
ímpios armam o arco, põem a sua flecha na corda, para atirarem, às ocultas, aos
retos de coração.
3. Quando os fundamentos são destruídos, que pode
fazer o justo?
4. O Senhor está no seu santo templo, o trono do Senhor
está nos céus; os seus olhos contemplam, as suas pálpebras provam os filhos dos
homens.
5. O Senhor prova o justo e o ímpio; a sua alma odeia ao que
ama a violência.
6. Sobre os ímpios fará chover brasas de fogo e
enxofre; um vento abrasador será a porção do seu copo.
7. Porque o
Senhor é justo; ele ama a justiça; os retos, pois, verão o seu
rosto.
[Salmos 12]Salmos 12
1.
Salva-nos, Senhor, pois não existe mais o piedoso; os fiéis desapareceram dentre
os filhos dos homens.
2. Cada um fala com falsidade ao seu próximo;
falam com lábios lisonjeiros e coração dobre.
3. Corte o Senhor todos
os lábios lisonjeiros e a língua que fala soberbamente,
4. os que
dizem: Com a nossa língua prevaleceremos; os nossos lábios a nós nos pertencem;
quem sobre nós é senhor?
5. Por causa da opressão dos pobres, e do
gemido dos necessitados, levantar-me-ei agora, diz o Senhor; porei em segurança
quem por ela suspira.
6. As palavras do Senhor são palavras puras,
como prata refinada numa fornalha de barro, purificada sete vezes.
7.
Guarda-nos, ó Senhor; desta geração defende-nos para sempre.
8. Os
ímpios andam por toda parte, quando a vileza se exalta entre os filhos dos
homens.
[Salmos 13]Salmos 13
1.
Até quando, ó Senhor, te esquecerás de mim? para sempre? Até quando esconderás
de mim o teu rosto?
2. Até quando encherei de cuidados a minha alma,
tendo tristeza no meu coração cada dia? Até quando o meu inimigo se exaltará
sobre mim?
3. Considera e responde-me, ó Senhor, Deus meu; alumia os
meus olhos para que eu não durma o sono da morte;
4. para que o meu
inimigo não diga: Prevaleci contra ele; e os meus adversários não se alegrem, em
sendo eu abalado.
5. Mas eu confio na tua benignidade; o meu coração
se regozija na tua salvação.
6. Cantarei ao Senhor, porquanto me tem
feito muito bem.
[Salmos 14]Salmos
14
1. Diz o néscio no seu coração: Não há Deus. Os
homens têm-se corrompido, fazem-se abomináveis em suas obras; não há quem faça o
bem.
2. O Senhor olhou do céu para os filhos dos homens, para ver se
havia algum que tivesse entendimento, que buscasse a Deus.
3.
Desviaram-se todos e juntamente se fizeram imundos; não há quem faça o bem, não
há sequer um.
4. Acaso não tem conhecimento nem sequer um dos que
praticam a iniqüidade, que comem o meu povo como se comessem pão, e que não
invocam o Senhor?
5. Achar-se-ão ali em grande pavor, porque Deus está
na geração dos justos.
6. Vós quereis frustar o conselho dos pobres,
mas o Senhor é o seu refúgio.
7. Oxalá que de Sião viesse a salvação
de Israel! Quando o Senhor fizer voltar os cativos do seu povo, então se
regozijará Jacó e se alegrará Israel.
[Salmos 15]Salmos
15
1. Quem, Senhor, habitará na tua tenda? quem morará
no teu santo monte?
2. Aquele que anda irrepreensivelmente e pratica a
justiça, e do coração fala a verdade;
3. que não difama com a sua
língua, nem faz o mal ao seu próximo, nem contra ele aceita nenhuma
afronta;
4. aquele a cujos olhos o réprobo é desprezado, mas que honra
os que temem ao Senhor; aquele que, embora jure com dano seu, não
muda;
5. que não empresta o seu dinheiro a juros, nem recebe peitas
contra o inocente. Aquele que assim procede nunca será abalado.
[Salmos
16]Salmos 16
1. Guarda-me, ó Deus,
porque em ti me refugio.
2. Digo ao Senhor: Tu és o meu Senhor; além
de ti não tenho outro bem.
3. Quanto aos santos que estão na terra,
eles são os ilustres nos quais está todo o meu prazer.
4. Aqueles que
escolhem a outros deuses terão as suas dores multiplicadas; eu não oferecerei as
suas libações de sangue, nem tomarei os seus nomes nos meus lábios.
5.
Tu, Senhor, és a porção da minha herança e do meu cálice; tu és o sustentáculo
do meu quinhão.
6. As sortes me caíram em lugares deliciosos; sim,
coube-me uma formosa herança.
7. Bendigo ao Senhor que me aconselha;
até os meus rins me ensinam de noite.
8. Tenho posto o Senhor
continuamente diante de mim; porquanto ele está à minha mão direita, não serei
abalado.
9. Porquanto está alegre o meu coração e se regozija a minha
alma; também a minha carne habitará em segurança.
10. Pois não
deixarás a minha alma no Seol, nem permitirás que o teu Santo veja
corrupção.
11. Tu me farás conhecer a vereda da vida; na tua presença
há plenitude de alegria; à tua mão direita há delícias
perpetuamente.
[Salmos 17]Salmos
17
1. Ouve, Senhor, a justa causa; atende ao meu
clamor; dá ouvidos à minha oração, que não procede de lábios
enganosos.
2. Venha de ti a minha sentença; atendam os teus olhos à
eqüidade.
3. Provas-me o coração, visitas-me de noite; examinas-me e
não achas iniqüidade; a minha boca não transgride.
4. Quanto às obras
dos homens, pela palavra dos teus lábios eu me tenho guardado dos caminhos do
homem violento.
5. Os meus passos apegaram-se às tuas veredas, não
resvalaram os meus pés.
6. A ti, ó Deus, eu clamo, pois tu me ouvirás;
inclina para mim os teus ouvidos, e ouve as minhas palavras.
7. Faze
maravilhosas as tuas beneficências, ó Salvador dos que à tua destra se refugiam
daqueles que se levantam contra eles.
8. Guarda-me como à menina do
olho; esconde-me, à sombra das tuas asas,
9. dos ímpios que me
despojam, dos meus inimigos mortais que me cercam.
10. Eles fecham o
seu coração; com a boca falam soberbamente.
11. Andam agora rodeando
os meus passos; fixam em mim os seus olhos para me derrubarem por
terra.
12. Parecem-se com o leão que deseja arrebatar a sua presa, e
com o leãozinho que espreita em esconderijos.
13. Levanta-te, Senhor,
detém-nos, derruba-os; livra-me dos ímpios, pela tua espada,
14. dos
homens, pela tua mão, Senhor, dos homens do mundo, cujo quinhão está nesta vida.
Enche-lhes o ventre da tua ira entesourada. Fartem-se dela os seus filhos, e
dêem ainda os sobejos por herança aos seus pequeninos.
15. Quanto a
mim, em retidão contemplarei a tua face; eu me satisfarei com a tua semelhança
quando acordar.
[Salmos 18]Salmos
18
1. Eu te amo, ó Senhor, força minha.
2. O
Senhor é a minha rocha, a minha fortaleza e o meu libertador; o meu Deus, o meu
rochedo, em quem me refúgio; o meu escudo, a força da minha salvação, e o meu
alto refúgio.
3. Invoco o Senhor, que é digno de louvor, e sou salvo
dos meus inimigos.
4. Cordas de morte me cercaram, e torrentes de
perdição me amedrontaram.
5. Cordas de Seol me cingiram, laços de
morte me surpreenderam.
6. Na minha angústia invoquei o Senhor, sim,
clamei ao meu Deus; do seu templo ouviu ele a minha voz; o clamor que eu lhe fiz
chegou aos seus ouvidos.
7. Então a terra se abalou e tremeu, e os
fundamentos dos montes também se moveram e se abalaram, porquanto ele se
indignou.
8. Das suas narinas subiu fumaça, e da sua boca saiu fogo
devorador; dele saíram brasas ardentes.
9. Ele abaixou os céus e
desceu; trevas espessas havia debaixo de seus pés.
10. Montou num
querubim, e voou; sim, voou sobre as asas do vento.
11. Fez das trevas
o seu retiro secreto; o pavilhão que o cercava era a escuridão das águas e as
espessas nuvens do céu.
12. Do resplendor da sua presença saíram,
pelas suas espessas nuvens, saraiva e brasas de fogo.
13. O Senhor
trovejou a sua voz; e havia saraiva e brasas de fogo.
14. Despediu as
suas setas, e os espalhou; multiplicou raios, e os perturbou.
15.
Então foram vistos os leitos das águas, e foram descobertos os fundamentos do
mundo, à tua repreensão, Senhor, ao sopro do vento das tuas
narinas.
16. Do alto estendeu o braço e me tomou; tirou-me das muitas
águas.
17. Livrou-me do meu inimigo forte e daqueles que me odiavam;
pois eram mais poderosos do que eu.
18. Surpreenderam-me eles no dia
da minha calamidade, mas o Senhor foi o meu amparo.
19. Trouxe-me para
um lugar espaçoso; livrou-me, porque tinha prazer em mim.
20.
Recompensou-me o Senhor conforme a minha justiça, retribuiu-me conforme a pureza
das minhas mãos.
21. Pois tenho guardado os caminhos do Senhor, e não
me apartei impiamente do meu Deus.
22. Porque todas as suas ordenanças
estão diante de mim, e nunca afastei de mim os seus estatutos.
23.
Também fui irrepreensível diante dele, e me guardei da iniqüidade.
24.
Pelo que o Senhor me recompensou conforme a minha justiça, conforme a pureza de
minhas mãos perante os seus olhos.
25. Para com o benigno te mostras
benigno, e para com o homem perfeito te mostras perfeito.
26. Para com
o puro te mostras puro, e para com o perverso te mostras
contrário.
27. Porque tu livras o povo aflito, mas os olhos altivos tu
os abates.
28. Sim, tu acendes a minha candeia; o Senhor meu Deus
alumia as minhas trevas.
29. Com o teu auxílio dou numa tropa; com o
meu Deus salto uma muralha.
30. Quanto a Deus, o seu caminho é
perfeito; a promessa do Senhor é provada; ele é um escudo para todos os que nele
confiam.
31. Pois, quem é Deus senão o Senhor? e quem é rochedo senão
o nosso Deus?
32. Ele é o Deus que me cinge de força e torna perfeito
o meu caminho;
33. faz os meus pés como os das corças, e me coloca em
segurança nos meus lugares altos.
34. Adestra as minhas mãos para a
peleja, de sorte que os meus braços vergam um arco de bronze.
35.
Também me deste o escudo da tua salvação; a tua mão direita me sustém, e a tua
clemência me engrandece.
36. Alargas o caminho diante de mim, e os
meus pés não resvalam.
37. Persigo os meus inimigos, e os alcanço; não
volto senão depois de os ter consumido.
38. Atravesso-os, de modo que
nunca mais se podem levantar; caem debaixo dos meus pés.
39. Pois me
cinges de força para a peleja; prostras debaixo de mim aqueles que contra mim se
levantam.
40. Fazes também que os meus inimigos me dêem as costas; aos
que me odeiam eu os destruo.
41. Clamam, porém não há libertador;
clamam ao Senhor, mas ele não lhes responde.
42. Então os esmiuço como
o pó diante do vento; lanço-os fora como a lama das ruas.
43.
Livras-me das contendas do povo, e me fazes cabeça das nações; um povo que eu
não conhecia se me sujeita.
44. Ao ouvirem de mim, logo me obedecem;
com lisonja os estrangeiros se me submetem.
45. Os estrangeiros
desfalecem e, tremendo, saem dos seus esconderijos.
46. Vive o Senhor;
bendita seja a minha rocha, e exaltado seja o Deus da minha
salvação,
47. o Deus que me dá vingança, e sujeita os povos debaixo de
mim,
48. que me livra de meus inimigos; sim, tu me exaltas sobre os
que se levantam contra mim; tu me livras do homem violento.
49. Pelo
que, ó Senhor, te louvarei entre as nações, e entoarei louvores ao teu
nome.
50. Ele dá grande livramento ao seu rei, e usa de benignidade
para com o seu ungido, para com Davi e sua posteridade, para
sempre.
[Salmos 19]Salmos 19
1.
Os céus proclamam a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas
mãos.
2. Um dia faz declaração a outro dia, e uma noite revela
conhecimento a outra noite.
3. Não há fala, nem palavras; não se lhes
ouve a voz.
4. Por toda a terra estende-se a sua linha, e as suas
palavras até os consfins do mundo. Neles pôs uma tenda para o sol,
5.
que é qual noivo que sai do seu tálamo, e se alegra, como um herói, a correr a
sua carreira.
6. A sua saída é desde uma extremidade dos céus, e o seu
curso até a outra extremidade deles; e nada se esconde ao seu
calor.
7. A lei do Senhor é perfeita, e refrigera a alma; o testemunho
do Senhor é fiel, e dá sabedoria aos simples.
8. Os preceitos do
Senhor são retos, e alegram o coração; o mandamento do Senhor é puro, e alumia
os olhos.
9. O temor do Senhor é limpo, e permanece para sempre; os
juízos do Senhor são verdadeiros e inteiramente justos.
10. Mais
desejáveis são do que o ouro, sim, do que muito ouro fino; e mais doces do que o
mel e o que goteja dos favos.
11. Também por eles o teu servo é
advertido; e em os guardar há grande recompensa.
12. Quem pode
discernir os próprios erros? Purifica-me tu dos que me são
ocultos.
13. Também de pecados de presunção guarda o teu servo, para
que não se assenhoreiem de mim; então serei perfeito, e ficarei limpo de grande
transgressão.
14. Sejam agradáveis as palavras da minha boca e a
meditação do meu coração perante a tua face, Senhor, Rocha minha e Redentor
meu!
[Salmos 20]Salmos 20
1. O
Senhor te ouça no dia da angústia; o nome do Deus de Jacó te
proteja.
2. Envie-te socorro do seu santuário, e te sustenha de
Sião.
3. Lembre-se de todas as tuas ofertas, e aceite os teus
holocaustos.
4. Conceda-te conforme o desejo do teu coração, e cumpra
todo o teu desígnio.
5. Nós nos alegraremos pela tua salvação, e em
nome do nosso Deus arvoraremos pendões; satisfaça o Senhor todas as tuas
petições.
6. Agora sei que o Senhor salva o seu ungido; ele lhe
responderá lá do seu santo céu, com a força salvadora da sua
destra.
7. Uns confiam em carros e outros em cavalos, mas nós faremos
menção do nome do Senhor nosso Deus.
8. Uns encurvam-se e caem, mas
nós nos erguemos e ficamos de pé.
9. Salva-nos, Senhor; ouça-nos o Rei
quando clamarmos.
[Salmos 21]Salmos
21
1. Na tua força, ó Senhor, o rei se alegra; e na tua
salvação quão grandemente se regozija!
2. Concedeste-lhe o desejo do
seu coração, e não lhe negaste a petição dos seus lábios.
3. Pois o
proveste de bênçãos excelentes; puseste-lhe na cabeça uma coroa de ouro
fino.
4. Vida te pediu, e lha deste, longura de dias para sempre e
eternamente.
5. Grande é a sua glória pelo teu socorro; de honra e de
majestade o revestes.
6. Sim, tu o fazes para sempre abençoado; tu o
enches de gozo na tua presença.
7. Pois o rei confia no Senhor; e pela
bondade do Altíssimo permanecerá inabalável.
8. A tua mão alcançará
todos os teus inimigos, a tua destra alcançará todos os que te
odeiam.
9. Tu os farás qual fornalha ardente quando vieres; o Senhor
os consumirá na sua indignação, e o fogo os devorará.
10. A sua prole
destruirás da terra, e a sua descendência dentre os filhos dos
homens.
11. Pois intentaram o mal contra ti; maquinaram um ardil, mas
não prevalecerão.
12. Porque tu os porás em fuga; contra os seus
rostos assestarás o teu arco.
13. Exalta-te, Senhor, na tua força;
então cantaremos e louvaremos o teu poder.
[Salmos 22]Salmos 22
1. Deus meu, Deus meu, por que me
desamparaste? por que estás afastado de me auxiliar, e das palavras do meu
bramido?
2. Deus meu, eu clamo de dia, porém tu não me ouves; também
de noite, mas não acho sossego.
3. Contudo tu és santo, entronizado
sobre os louvores de Israel.
4. Em ti confiaram nossos pais;
confiaram, e tu os livraste.
5. A ti clamaram, e foram salvos; em ti
confiaram, e não foram confundidos.
6. Mas eu sou verme, e não homem;
opróbrio dos homens e desprezado do povo.
7. Todos os que me vêem
zombam de mim, arreganham os beiços e meneiam a cabeça, dizendo:
8.
Confiou no Senhor; que ele o livre; que ele o salve, pois que nele tem
prazer.
9. Mas tu és o que me tiraste da madre; o que me preservaste,
estando eu ainda aos seios de minha mãe.
10. Nos teus braços fui
lançado desde a madre; tu és o meu Deus desde o ventre de minha
mãe.
11. Não te alongues de mim, pois a angústia está perto, e não há
quem acuda.
12. Muitos touros me cercam; fortes touros de Basã me
rodeiam.
13. Abrem contra mim sua boca, como um leão que despedaça e
que ruge.
14. Como água me derramei, e todos os meus ossos se
desconjuntaram; o meu coração é como cera, derreteu-se no meio das minhas
entranhas.
15. A minha força secou-se como um caco e a língua se me
pega ao paladar; tu me puseste no pó da morte.
16. Pois cães me
rodeiam; um ajuntamento de malfeitores me cerca; transpassaram-me as mãos e os
pés.
17. Posso contar todos os meus ossos. Eles me olham e ficam a
mirar-me.
18. Repartem entre si as minhas vestes, e sobre a minha
túnica lançam sortes.
19. Mas tu, Senhor, não te alongues de mim;
força minha, apressa-te em socorrer-me.
20. Livra-me da espada, e a
minha vida do poder do cão.
21. Salva-me da boca do leão, sim,
livra-me dos chifres do boi selvagem.
22. Então anunciarei o teu nome
aos meus irmãos; louvar-te-ei no meio da congregação.
23. Vós, que
temeis ao Senhor, louvai-o; todos vós, filhos de Jacó, glorificai-o; temei-o
todos vós, descendência de Israel.
24. Porque não desprezou nem
abominou a aflição do aflito, nem dele escondeu o seu rosto; antes, quando ele
clamou, o ouviu.
25. De ti vem o meu louvor na grande congregação;
pagarei os meus votos perante os que o temem.
26. Os mansos comerão e
se fartarão; louvarão ao Senhor os que o buscam. Que o vosso coração viva
eternamente!
27. Todos os limites da terra se lembrarão e se
converterão ao Senhor, e diante dele adorarão todas as famílias das
nações.
28. Porque o domínio é do Senhor, e ele reina sobre as
nações.
29. Todos os grandes da terra comerão e adorarão, e todos os
que descem ao pó se prostrarão perante ele, os que não podem reter a sua
vida.
30. A posteridade o servirá; falar-se-á do Senhor à geração
vindoura.
31. Chegarão e anunciarão a justiça dele; a um povo que há
de nascer contarão o que ele fez.
[Salmos 23]Salmos
23
1. O Senhor é o meu pastor; nada me
faltará.
2. Deitar-me faz em pastos verdejantes; guia-me mansamente a
águas tranqüilas.
3. Refrigera a minha alma; guia-me nas veredas da
justiça por amor do seu nome.
4. Ainda que eu ande pelo vale da sombra
da morte, não temerei mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu
cajado me consolam.
5. Preparas uma mesa perante mim na presença dos
meus inimigos; unges com óleo a minha cabeça, o meu cálice
transborda.
6. Certamente que a bondade e a misericórdia me seguirão
todos os dias da minha vida, e habitarei na casa do Senhor por longos
dias.
[Salmos 24]Salmos 24
1.
Do Senhor é a terra e a sua plenitude; o mundo e aqueles que nele
habitam.
2. Porque ele a fundou sobre os mares, e a firmou sobre os
rios.
3. Quem subirá ao monte do Senhor, ou quem estará no seu lugar
santo?
4. Aquele que é limpo de mãos e puro de coração; que não
entrega a sua alma à vaidade, nem jura enganosamente.
5. Este receberá
do Senhor uma bênção, e a justiça do Deus da sua salvação.
6. Tal é a
geração daqueles que o buscam, daqueles que buscam a tua face, ó Deus de
Jacó.
7. Levantai, ó portas, as vossas cabeças; levantai-vos, ó
entradas eternas, e entrará o Rei da Glória.
8. Quem é o Rei da
Glória? O Senhor forte e poderoso, o Senhor poderoso na batalha.
9.
Levantai, ó portas, as vossas cabeças; levantai-vos, ó entradas eternas, e
entrará o Rei da Glória.
10. Quem é esse Rei da Glória? O Senhor dos
exércitos; ele é o Rei da Glória.
[Salmos 25]Salmos
25
1. A ti, Senhor, elevo a minha alma.
2.
Deus meu, em ti confio; não seja eu envergonhado; não triunfem sobre mim os meus
inimigos.
3. Não seja envergonhado nenhum dos que em ti esperam;
envergonhados sejam os que sem causa procedem traiçoeiramente.
4.
Faze-me saber os teus caminhos, Senhor; ensina-me as tuas veredas.
5.
Guia-me na tua verdade, e ensina-me; pois tu és o Deus da minha salvação; por ti
espero o dia todo.
6. Lembra-te, Senhor, da tua compaixão e da tua
benignidade, porque elas são eternas.
7. Não te lembres dos pecado da
minha mocidade, nem das minhas transgressões; mas, segundo a tua misericórdia,
lembra-te de mim, pela tua bondade, ó Senhor.
8. Bom e reto é o
Senhor; pelo que ensina o caminho aos pecadores.
9. Guia os mansos no
que é reto, e lhes ensina o seu caminho.
10. Todas as veredas do
Senhor são misericórdia e verdade para aqueles que guardam o seu pacto e os seus
testemunhos.
11. Por amor do teu nome, Senhor, perdoa a minha
iniqüidade, pois é grande.
12. Qual é o homem que teme ao Senhor? Este
lhe ensinará o caminho que deve escolher.
13. Ele permanecerá em
prosperidade, e a sua descendência herdará a terra.
14. O conselho do
Senhor é para aqueles que o temem, e ele lhes faz saber o seu
pacto.
15. Os meus olhos estão postos continuamente no Senhor, pois
ele tirará do laço os meus pés.
16. Olha para mim, e tem misericórdia
de mim, porque estou desamparado e aflito.
17. Alivia as tribulações
do meu coração; tira-me das minhas angústias.
18. Olha para a minha
aflição e para a minha dor, e perdoa todos os meus pecados.
19. Olha
para os meus inimigos, porque são muitos e me odeiam com ódio
cruel.
20. Guarda a minha alma, e livra-me; não seja eu envergonhado,
porque em ti me refúgio.
21. A integridade e a retidão me protejam,
porque em ti espero.
22. Redime, ó Deus, a Israel de todas as suas
angústias.
[Salmos 26]Salmos
26
1. Julga-me, ó Senhor, pois tenho andado na minha
integridade; no Senhor tenho confiado sem vacilar.
2. Examina-me,
Senhor, e prova-me; esquadrinha o meu coração e a minha mente.
3. Pois
a tua benignidade está diante dos meus olhos, e tenho andado na tua
verdade.
4. Não me tenho assentado com homens falsos, nem associo com
dissimuladores.
5. Odeio o ajuntamento de malfeitores; não me sentarei
com os ímpios.
6. Lavo as minhas mãos na inocência; e assim, ó Senhor,
me acerco do teu altar,
7. para fazer ouvir a voz de louvor, e contar
todas as tuas maravilhas.
8Senhor, eu amo o recinto da tua casa e o lugar
onde permanece a tua glória.
9. Não colhas a minha alma com a dos
pecadores, nem a minha vida a dos homens sanguinolentos,
10. em cujas
mãos há malefício, e cuja destra está cheia de subornos.
11. Quanto a
mim, porém, ando na minha integridade; resgata-me e tem compaixão de
mim.
12. O meu pé está firme em terreno plano; nas congregações
bendirei ao Senhor.
[Salmos 27]Salmos
27
1. O Senhor é a minha luz e a minha salvação; a quem
temerei? O Senhor é a força da minha vida; de quem me recearei?
2.
Quando os malvados investiram contra mim, para comerem as minhas carnes, eles,
meus adversários e meus inimigos, tropeçaram e caíram.
3. Ainda que um
exército se acampe contra mim, o meu coração não temerá; ainda que a guerra se
levante contra mim, conservarei a minha confiança.
4. Uma coisa pedi
ao Senhor, e a buscarei: que possa morar na casa do Senhor todos os dias da
minha vida, para contemplar a formosura do Senhor, e inquirir no seu
templo.
5. Pois no dia da adversidade me esconderá no seu pavilhão; no
recôndito do seu tabernáculo me esconderá; sobre uma rocha me
elevará.
6. E agora será exaltada a minha cabeça acima dos meus
inimigos que estão ao redor de mim; e no seu tabernáculo oferecerei sacrifícios
de júbilo; cantarei, sim, cantarei louvores ao Senhor.
7. Ouve, ó
Senhor, a minha voz quando clamo; compadece-te de mim e
responde-me.
8. Quando disseste: Buscai o meu rosto; o meu coração te
disse a ti: O teu rosto, Senhor, buscarei.
9. Não escondas de mim o
teu rosto, não rejeites com ira o teu servo, tu que tens sido a minha ajuda. Não
me enjeites nem me desampares, ó Deus da minha salvação.
10. Se meu
pai e minha mãe me abandonarem, então o Senhor me acolherá.
11.
Ensina-me, ó Senhor, o teu caminho, e guia-me por uma vereda plana, por causa
dos que me espreitam.
12. Não me entregues à vontade dos meus
adversários; pois contra mim se levantaram falsas testemunhas e os que respiram
violência.
13. Creio que hei de ver a bondade do Senhor na terra dos
viventes.
14. Espera tu pelo Senhor; anima-te, e fortalece o teu
coração; espera, pois, pelo Senhor.
[Salmos 28]Salmos
28
1. A ti clamo, ó Senhor; rocha minha, não emudeças
para comigo; não suceda que, calando-te a meu respeito, eu me torne semelhante
aos que descem à cova.
2. Ouve a voz das minhas súplicas, quando a ti
clamo, quando levanto as minhas mãos para o teu santo templo.
3. Não
me arrastes juntamente com os ímpios e com os que praticam a iniqüidade, que
falam de paz ao seu próximo, mas têm o mal no seu coração.
4.
Retribui-lhes segundo as suas obras e segundo a malícia dos seus feitos; dá-lhes
conforme o que fizeram as suas mãos; retribui-lhes o que eles
merecem.
5. Porquanto eles não atentam para as obras do Senhor, nem
para o que as suas mãos têm feito, ele os derrubará e não os
reedificará
6. Bendito seja o Senhor, porque ouviu a voz das minhas
súplicas.
7. O Senhor é a minha força e o meu escudo; nele confiou o
meu coração, e fui socorrido; pelo que o meu coração salta de prazer, e com o
meu cântico o louvarei.
8. O Senhor é a força do seu povo; ele é a
fortaleza salvadora para o seu ungido.
9. Salva o teu povo, e abençoa
a tua herança; apascenta-os e exalta-os para sempre.
[Salmos 29]Salmos 29
1. Tributai ao Senhor, ó filhos
dos poderosos, tributai ao Senhor glória e força.
2. Tributai ao
Senhor a glória devida ao seu nome; adorai o Senhor vestidos de trajes
santos.
3. A voz do Senhor ouve-se sobre as águas; o Deus da glória
troveja; o Senhor está sobre as muitas águas.
4. A voz do Senhor é
poderosa; a voz do Senhor é cheia de majestade.
5. A voz do Senhor
quebra os cedros; sim, o Senhor quebra os cedros do Líbano.
6. Ele faz
o Líbano saltar como um bezerro; e Siriom, como um filhote de boi
selvagem.
7. A voz do Senhor lança labaredas de fogo.
8. A
voz do Senhor faz tremer o deserto; o Senhor faz tremer o deserto de
Cades.
9. A voz do Senhor faz as corças dar à luz, e desnuda as
florestas; e no seu templo todos dizem: Glória!
10. O Senhor está
entronizado sobre o dilúvio; o Senhor se assenta como rei,
perpetuamente.
11. O Senhor dará força ao seu povo; o Senhor abençoará
o seu povo com paz.
[Salmos 30]Salmos
30
1. Exaltar-te-ei, ó Senhor, porque tu me levantaste,
e não permitiste que meus inimigos se alegrassem sobre mim.
2. Ó
Senhor, Deus meu, a ti clamei, e tu me curaste.
3. Senhor, fizeste
subir a minha alma do Seol, conservaste-me a vida, dentre os que descem à
cova.
4. Cantai louvores ao Senhor, vós que sois seus santos, e louvai
o seu santo nome.
5. Porque a sua ira dura só um momento; no seu favor
está a vida. O choro pode durar uma noite; pela manhã, porém, vem o cântico de
júbilo.
6. Quanto a mim, dizia eu na minha prosperidade: Jamais serei
abalado.
7. Tu, Senhor, pelo teu favor fizeste que a minha montanha
permanecesse forte; ocultaste o teu rosto, e fiquei conturbado.
8. A
ti, Senhor, clamei, e ao Senhor supliquei:
9. Que proveito haverá no
meu sangue, se eu descer à cova? Porventura te louvará o pó? Anunciará ele a tua
verdade?
10. Ouve, Senhor, e tem compaixão de mim! O Senhor, sê o meu
ajudador!
11. Tornaste o meu pranto em regozijo, tiraste o meu
cilício, e me cingiste de alegria;
12. para que a minha alma te cante
louvores, e não se cale. Senhor, Deus meu, eu te louvarei para
sempre.
[Salmos 31]Salmos 31
1.
Em ti, Senhor, me refugio; nunca seja eu envergonhado; livra-me pela tua
justiça!
2. Inclina para mim os teus ouvidos, livra-me depressa! Sê
para mim uma rocha de refúgio, uma casa de defesa que me salve!
3.
Porque tu és a minha rocha e a minha fortaleza; pelo que, por amor do teu nome,
guia-me e encaminha-me.
4. Tira-me do laço que me armaram, pois tu és
o meu refúgio.
5. Nas tuas mãos entrego o meu espírito; tu me remiste,
ó Senhor, Deus da verdade.
6. Odeias aqueles que atentam para ídolos
vãos; eu, porém, confio no Senhor.
7. Eu me alegrarei e regozijarei na
tua benignidade, pois tens visto a minha aflição. Tens conhecido as minhas
angústias,
8. e não me entregaste nas mãos do inimigo; puseste os meus
pés num lugar espaçoso.
9. Tem compaixão de mim, ó Senhor, porque
estou angustiado; consumidos estão de tristeza os meus olhos, a minha alma e o
meu corpo.
10. Pois a minha vida está gasta de tristeza, e os meus
anos de suspiros; a minha força desfalece por causa da minha iniqüidade, e os
meus ossos se consomem.
11. Por causa de todos os meus adversários
tornei-me em opróbrio, sim, sobremodo o sou para os meus vizinhos, e horror para
os meus conhecidos; os que me vêem na rua fogem de mim.
12. Sou
esquecido como um morto de quem não há memória; sou como um vaso
quebrado.
13. Pois tenho ouvido a difamação de muitos, terror por
todos os lados; enquanto juntamente conspiravam contra mim, maquinaram tirar-me
a vida.
14. Mas eu confio em ti, ó Senhor; e digo: Tu és o meu
Deus.
15. Os meus dias estão nas tuas mãos; livra-me das mãos dos meus
inimigos e dos que me perseguem.
16. Faze resplandecer o teu rosto
sobre o teu servo; salva-me por tua bondade.
17. Não seja eu
envergonhado, ó Senhor, porque te invoco; envergonhados sejam os ímpios,
emudeçam no Seol.
18. Emudeçam os lábios mentirosos, que falam
insolentemente contra o justo, com arrogância e com desprezo.
19. Oh!
quão grande é a tua bondade, que guardaste para os que te temem, a qual na
presença dos filhos dos homens preparaste para aqueles que em ti se
refugiam!
20. No abrigo da tua presença tu os escondes das intrigas
dos homens; em um pavilhão os ocultas da contenda das línguas.
21.
Bendito seja o Senhor, pois fez maravilhosa a sua bondade para comigo numa
cidade sitiada.
22. Eu dizia no meu espanto: Estou cortado de diante
dos teus olhos; não obstante, tu ouviste as minhas súplicas quando eu a ti
clamei.
23. Amai ao Senhor, vós todos os que sois seus santos; o
Senhor guarda os fiéis, e retribui abundantemente ao que usa de
soberba.
24. Esforçai-vos, e fortaleça-se o vosso coração, vós todos
os que esperais no Senhor.
[Salmos 32]Salmos
32
1. Bem-aventurado aquele cuja transgressão é
perdoada, e cujo pecado é coberto.
2. Bem-aventurado o homem a quem o
Senhor não atribui a iniqüidade, e em cujo espírito não há dolo.
3.
Enquanto guardei silêncio, consumiram-se os meus ossos pelo meu bramido durante
o dia todo.
4. Porque de dia e de noite a tua mão pesava sobre mim; o
meu humor se tornou em sequidão de estio.
5. Confessei-te o meu
pecado, e a minha iniqüidade não encobri. Disse eu: Confessarei ao Senhor as
minhas transgressões; e tu perdoaste a culpa do meu pecado.
6. Pelo
que todo aquele é piedoso ore a ti, a tempo de te poder achar; no trasbordar de
muitas águas, estas e ele não chegarão.
7. Tu és o meu esconderijo;
preservas-me da angústia; de alegres cânticos de livramento me
cercas.
8. Instruir-te-ei, e ensinar-te-ei o caminho que deves seguir;
aconselhar-te-ei, tendo-te sob a minha vista.
9. Não sejais como o
cavalo, nem como a mula, que não têm entendimento, cuja boca precisa de cabresto
e freio; de outra forma não se sujeitarão.
10. O ímpio tem muitas
dores, mas aquele que confia no Senhor, a misericórdia o cerca.
11.
Alegrai-vos no Senhor, e regozijai-vos, vós justos; e cantai de júbilo, todos
vós que sois retos de coração.
[Salmos 33]Salmos
33
1. Regozijai-vos no Senhor, vós justos, pois aos
retos fica bem o louvor.
2. Louvai ao Senhor com harpa, cantai-lhe
louvores com saltério de dez cordas.
3. Cantai-lhe um cântico novo;
tocai bem e com júbilo.
4. Porque a palavra do Senhor é reta; e todas
as suas obras são feitas com fidelidade.
5. Ele ama a retidão e a
justiça; a terra está cheia da benignidade do Senhor.
6. Pela palavra
do Senhor foram feitos os céus, e todo o exército deles pelo sopro da sua
boca.
7. Ele ajunta as águas do mar como num montão; põe em tesouros
os abismos.
8. Tema ao Senhor a terra toda; temam-no todos os
moradores do mundo.
9. Pois ele falou, e tudo se fez; ele mandou, e
logo tudo apareceu.
10. O Senhor desfaz o conselho das nações, anula
os intentos dos povos.
11. O conselho do Senhor permanece para sempre,
e os intentos do seu coração por todas as gerações.
12. Bem-aventurada
é a nação cujo Deus é o Senhor, o povo que ele escolheu para sua
herança.
13. O Senhor olha lá do céu; vê todos os filhos dos
homens;
14. da sua morada observa todos os moradores da
terra,
15. aquele que forma o coração de todos eles, que contempla
todas as suas obras.
16. Um rei não se salva pela multidão do seu
exército; nem o homem valente se livra pela muita força.
17. O cavalo
é vã esperança para a vitória; não pode livrar ninguém pela sua grande
força.
18. Eis que os olhos do Senhor estão sobre os que o temem,
sobre os que esperam na sua benignidade,
19. para os livrar da morte,
e para os conservar vivos na fome.
20. A nossa alma espera no Senhor;
ele é o nosso auxílio e o nosso escudo.
21. Pois nele se alegra o
nosso coração, porquanto temos confiado no seu santo nome.
22. Seja a
tua benignidade, Senhor, sobre nós, assim como em ti esperamos.
[Salmos
34]Salmos 34
1. Bendirei ao Senhor em
todo o tempo; o seu louvor estará continuamente na minha boca.
2. No
Senhor se gloria a minha alma; ouçam-no os mansos e se alegrem.
3.
Engrandeci ao Senhor comigo, e juntos exaltemos o seu nome.
4. Busquei
ao Senhor, e ele me respondeu, e de todos os meus temores me
livrou.
5. Olhai para ele, e sede iluminados; e os vossos rostos
jamais serão confundidos.
6. Clamou este pobre, e o Senhor o ouviu, e
o livrou de todas as suas angústias.
7. O anjo do Senhor acampa-se ao
redor dos que o temem, e os livra.
8. Provai, e vede que o Senhor é
bom; bem-aventurado o homem que nele se refugia.
9. Temei ao Senhor,
vós, seus santos, porque nada falta aos que o temem.
10. Os leõezinhos
necessitam e sofrem fome, mas àqueles que buscam ao Senhor, bem algum lhes
faltará.
11. Vinde, filhos, ouvi-me; eu vos ensinarei o temor do
Senhor.
12. Quem é o homem que deseja a vida, e quer longos dias para
ver o bem?
13. Guarda a tua língua do mal, e os teus lábios de falarem
dolosamente.
14. Aparta-te do mal, e faze o bem: busca a paz, e
segue-a.
15. Os olhos do Senhor estão sobre os justos, e os seus
ouvidos atentos ao seu clamor.
16. A face do Senhor está contra os que
fazem o mal, para desarraigar da terra a memória deles.
17. Os justos
clama, e o Senhor os ouve, e os livra de todas as suas angústias.
18.
Perto está o Senhor dos que têm o coração quebrantado, e salva os contritos de
espírito.
19. Muitas são as aflições do justo, mas de todas elas o
Senhor o livra.
20. Ele lhe preserva todos os ossos; nem sequer um
deles se quebra.
21. A malícia matará o ímpio, e os que odeiam o justo
serão condenados.
22. O Senhor resgata a alma dos seus servos, e
nenhum dos que nele se refugiam será condenado.
[Salmos 35]Salmos 35
1. Contende, Senhor, com aqueles
que contendem comigo; combate contra os que me combatem.
2. Pega do
escudo e do pavês, e levanta-te em meu socorro.
3. Tira da lança e do
dardo contra os que me perseguem. Dize à minha alma: Eu sou a tua
salvação.
4. Sejam envergonhados e confundidos os que buscam a minha
vida; voltem atrás e se confudam os que contra mim intentam o mal.
5.
Sejam como a moinha diante do vento, e o anjo do Senhor os faça
fugir.
6. Seja o seu caminho tenebroso e escorregadio, e o anjo do
Senhor os persiga.
7. Pois sem causa me armaram ocultamente um laço;
sem razão cavaram uma cova para a minha vida.
8. Sobrevenha-lhes
inesperadamente a destruição, e prenda-os o laço que ocultaram; caiam eles nessa
mesma destruição.
9. Então minha alma se regozijará no Senhor;
exultará na sua salvação.
10. Todos os meus ossos dirão: Ó Senhor,
quem é como tu, que livras o fraco daquele que é mais forte do que ele? sim, o
pobre e o necessitado, daquele que o rouba.
11. Levantam-se
testemunhas maliciosas; interrogam-me sobre coisas que eu ignoro.
12.
Tornam-me o mal pelo bem, causando-me luto na alma.
13. Mas, quanto a
mim, estando eles enfermos, vestia-me de cilício, humilhava-me com o jejum, e
orava de cabeça sobre o peito.
14. Portava-me como o faria por meu
amigo ou meu irmão; eu andava encurvado e lamentando-me, como quem chora por sua
mãe.
15. Mas, quando eu tropeçava, eles se alegravam e se congregavam;
congregavam-se contra mim, homens miseráveis que eu não conhecia; difamavam-me
sem cessar.
16. Como hipócritas zombadores nas festas, rangiam os
dentes contra mim.
17. Ó Senhor, até quando contemplarás isto?
Livra-me das suas violências; salva a minha vida dos leões!
18. Então
te darei graças na grande assembléia; entre muitíssimo povo te
louvarei.
19. Não se alegrem sobre mim os que são meus inimigos sem
razão, nem pisquem os olhos aqueles que me odeiam sem causa.
20. Pois
não falaram de paz, antes inventam contra os quietos da terra palavras
enganosas.
21. Escancararam contra mim a sua boca, e dizem: Ah! Ah! os
nossos olhos o viram.
22. Tu, Senhor, o viste, não te cales; Senhor,
não te alongues de mim.
23. Acorda e desperta para o meu julgamento,
para a minha causa, Deus meu, e Senhor meu.
24. Justifica-me segundo a
tua justiça, Senhor Deus meu, e não se regozijem eles sobre mim.
25.
Não digam em seu coração: Eia! cumpriu-se o nosso desejo! Não digam: Nós o
havemos devorado.
26. Envergonhem-se e confundam-se à uma os que se
alegram com o meu mal; vistam-se de vergonha e de confusão os que se engrandecem
contra mim.
27. Bradem de júbilo e se alegrem os que desejam a minha
justificação, e digam a minha justificação, e digam continuamente: Seja
engrandecido o Senhor, que se deleita na prosperidade do seu
servo.
28. Então a minha língua falará da tua justiça e do teu louvor
o dia todo.
[Salmos 36]Salmos
36
1. A transgressão fala ao ímpio no íntimo do seu
coração; não há temor de Deus perante os seus olhos.
2. Porque em seus
próprios olhos se lisonjeia, cuidando que a sua iniqüidade não será descoberta e
detestada.
3. As palavras da sua boca são malícia e engano; deixou de
ser prudente e de fazer o bem.
4. Maquina o mal na sua cama; põe-se em
caminho que não é bom; não odeia o mal.
5. A tua benignidade, Senhor,
chega até os céus, e a tua fidelidade até as nuvens.
6. A tua justiça
é como os montes de Deus, os teus juízos são como o abismo profundo. Tu, Senhor,
preservas os homens e os animais.
7. Quão preciosa é, ó Deus, a tua
benignidade! Os filhos dos homens se refugiam à sombra das tuas
asas.
8. Eles se fartarão da gordura da tua casa, e os farás beber da
corrente das tuas delícias;
9. pois em ti está o manancial da vida; na
tua luz vemos a luz.
10. Continua a tua benignidade aos que te
conhecem, e a tua justiça aos retos de coração.
11. Não venha sobre
mim o pé da soberba, e não me mova a mão dos ímpios.
12. Ali caídos
estão os que praticavam a iniqüidade; estão derrubados, e não se podem
levantar.
[Salmos 37]Salmos
37
1. Não te enfades por causa dos malfeitores, nem
tenhas inveja dos que praticam a iniqüidade.
2. Pois em breve
murcharão como a relva, e secarão como a erva verde.
3. Confia no
Senhor e faze o bem; assim habitarás na terra, e te alimentarás em
segurança.
4. Deleita-te também no Senhor, e ele te concederá o que
deseja o teu coração.
5. Entrega o teu caminho ao Senhor; confia nele,
e ele tudo fará.
6. E ele fará sobressair a tua justiça como a luz, e
o teu direito como o meio-dia.
7. Descansa no Senhor, e espera nele;
não te enfades por causa daquele que prospera em seu caminho, por causa do homem
que executa maus desígnios.
8. Deixa a ira, e abandona o furor; não te
enfades, pois isso só leva à prática do mal.
9. Porque os malfeitores
serão exterminados, mas aqueles que esperam no Senhor herdarão a
terra.
10. Pois ainda um pouco, e o ímpio não existirá; atentarás para
o seu lugar, e ele ali não estará.
11. Mas os mansos herdarão a terra,
e se deleitarão na abundância de paz.
12. O ímpio maquina contra o
justo, e contra ele range os dentes,
13. mas o Senhor se ri do ímpio,
pois vê que vem chegando o seu dia.
14. Os ímpios têm puxado da espada
e têm entesado o arco, para derrubarem o poder e necessitado, e para matarem os
que são retos no seu caminho.
15. Mas a sua espada lhes entrará no
coração, e os seus arcos quebrados.
16. Mais vale o pouco que o justo
tem, do que as riquezas de muitos ímpios.
17. Pois os braços dos
ímpios serão quebrados, mas o Senhor sustém os justos.
18. O Senhor
conhece os dias dos íntegros, e a herança deles permanecerá para
sempre.
19. Não serão envergonhados no dia do mal, e nos dias da fome
se fartarão.
20. Mas os ímpios perecerão, e os inimigos do Senhor
serão como a beleza das pastagens; desaparecerão, em fumaça se
desfarão.
21. O ímpio toma emprestado, e não paga; mas o justo se
compadece e dá.
22. Pois aqueles que são abençoados pelo Senhor
herdarão a terra, mas aqueles que são por ele amaldiçoados serão
exterminados.
23. Confirmados pelo Senhor são os passos do homem em
cujo caminho ele se deleita;
24. ainda que caia, não ficará prostrado,
pois o Senhor lhe segura a mão.
25. Fui moço, e agora sou velho; mas
nunca vi desamparado o justo, nem a sua descendência a mendigar o
pão.
26. Ele é sempre generoso, e empresta, e a sua descendência é
abençoada.
27. Aparta-te do mal e faze o bem; e terás morada
permanente.
28. Pois o Senhor ama a justiça e não desampara os seus
santos. Eles serão preservados para sempre, mas a descendência dos ímpios será
exterminada.
29. Os justos herdarão a terra e nela habitarão para
sempre.
30. A boca do justo profere sabedoria; a sua língua fala o que
é reto.
31. A lei do seu Deus está em seu coração; não resvalarão os
seus passos.
32. O ímpio espreita o justo, e procura
matá-lo.
33. O Senhor não o deixará nas mãos dele, nem o condenará
quando for julgado.
34. Espera no Senhor, e segue o seu caminho, e ele
te exaltará para herdares a terra; tu o verás quando os ímpios forem
exterminados.
35. Vi um ímpio cheio de prepotência, e a espalhar-se
como a árvore verde na terra natal.
36. Mas eu passei, e ele já não
era; procurei-o, mas não pôde ser encontrado.
37. Nota o homem
íntegro, e considera o reto, porque há para o homem de paz um porvir
feliz.
38. Quanto aos transgressores, serão à uma destruídos, e a
posteridade dos ímpios será exterminada.
39. Mas a salvação dos justos
vem do Senhor; ele é a sua fortaleza no tempo da angústia.
40. E o
Senhor os ajuda e os livra; ele os livra dos ímpios e os salva, porquanto nele
se refugiam.
[Salmos 38]Salmos
38
1. Ó Senhor, não me repreendas na tua ira, nem me
castigues no teu furor.
2. Porque as tuas flechas se cravaram em mim,
e sobre mim a tua mão pesou.
3. Não há coisa sã na minha carne, por
causa da tua cólera; nem há saúde nos meus ossos, por causa do meu
pecado.
4. Pois já as minhas iniqüidades submergem a minha cabeça;
como carga pesada excedem as minhas forças.
5. As minhas chagas se
tornam fétidas e purulentas, por causa da minha loucura.
6. Estou
encurvado, estou muito abatido, ando lamentando o dia todo.
7. Pois os
meus lombos estão cheios de ardor, e não há coisa sã na minha
carne.
8. Estou gasto e muito esmagado; dou rugidos por causa do
desassossego do meu coração.
9. Senhor, diante de ti está todo o meu
desejo, e o meu suspirar não te é oculto.
10. O meu coração está
agitado; a minha força me falta; quanto à luz dos meus olhos, até essa me
deixou.
11. Os meus amigos e os meus companheiros afastaram-se da
minha chaga; e os meus parentes se põem à distância.
12. Também os que
buscam a minha vida me armam laços, e os que procuram o meu mal dizem coisas
perniciosas,
13. Mas eu, como um surdo, não ouço; e sou qual um mudo
que não abre a boca.
14. Assim eu sou como homem que não ouve, e em
cuja boca há com que replicar.
15. Mas por ti, Senhor, espero; tu,
Senhor meu Deus, responderás.
16. Rogo, pois: Ouve-me, para que eles
não se regozijem sobre mim e não se engrandeçam contra mim quando resvala o meu
pé.
17. Pois estou prestes a tropeçar; a minha dor está sempre
comigo.
18. Confesso a minha iniqüidade; entristeço-me por causa do
meu pecado.
19. Mas os meus inimigos são cheios de vida e são fortes,
e muitos são os que sem causa me odeiam.
20. Os que tornam o mal pelo
bem são meus adversários, porque eu sigo o que é bom.
21. Não me
desampares, ó Senhor; Deus meu, não te alongues de mim.
22. Apressa-te
em meu auxílio, Senhor, minha salvação.
[Salmos 39]Salmos 39
1. Disse eu: Guardarei os meus
caminhos para não pecar com a minha língua; guardarei a minha boca com uma
mordaça, enquanto o ímpio estiver diante de mim.
2. Com silêncio
fiquei qual um mundo; calava-me mesmo acerca do bem; mas a minha dor se
agravou.
3. Acendeu-se dentro de mim o meu coração; enquanto eu
meditava acendeu-se o fogo; então com a minha língua, dizendo;
4.
Faze-me conhecer, ó Senhor, o meu fim, e qual a medida dos meus dias, para que
eu saiba quão frágil sou.
5. Eis que mediste os meus dias a palmos; o
tempo da minha vida é como que nada diante de ti. Na verdade, todo homem, por
mais firme que esteja, é totalmente vaidade.
6. Na verdade, todo homem
anda qual uma sombra; na verdade, em vão se inquieta, amontoa riquezas, e não
sabe quem as levará.
7. Agora, pois, Senhor, que espero eu? a minha
esperança está em ti.
8. Livra-me de todas as minhas transgressões;
não me faças o opróbrio do insensato.
9. Emudecido estou, não abro a
minha boca; pois tu és que agiste,
10. Tira de sobre mim o teu
flagelo; estou desfalecido pelo golpe da tua mão.
11. Quando com
repreensões castigas o homem por causa da iniquidade, destróis, como traça, o
que ele tem de precioso; na verdade todo homem é vaidade.
12. Ouve,
Senhor, a minha oração, e inclina os teus ouvidos ao meu clamor; não te cales
perante as minhas lágrimas, porque sou para contigo como um estranho, um
peregrino como todos os meus pais.
13. Desvia de mim o teu olhar, para
que eu tome alento, antes que me vá e não exista mais.
[Salmos 40]Salmos 40
1. Esperei com paciência pelo
Senhor, e ele se inclinou para mim e ouviu o meu clamor.
2. Também me
tirou duma cova de destruição, dum charco de lodo; pôs os meus pés sobre uma
rocha, firmou os meus passos.
3. Pôs na minha boca um cântico novo, um
hino ao nosso Deus; muitos verão isso e temerão, e confiarão no
Senhor.
4. Bem-aventurado o homem que faz do Senhor a sua confiança, e
que não atenta para os soberbos nem para os apóstatas mentirosos.
5.
Muitas são, Senhor, Deus meu, as maravilhas que tens operado e os teus
pensamentos para conosco; ninguém há que se possa comparar a ti; eu quisera
anunciá-los, e manifestá-los, mas são mais do que se podem contar.
6.
Sacrifício e oferta não desejas; abriste-me os ouvidos; holocausto e oferta de
expiação pelo pecado não reclamaste.
7. Então disse eu: Eis aqui
venho; no rolo do livro está escrito a meu respeito:
8. Deleito-me em
fazer a tua vontade, ó Deus meu; sim, a tua lei está dentro do meu
coração.
9. Tenho proclamado boas-novas de justiça na grande
congregação; eis que não retive os meus lábios;
10. Não ocultei dentro
do meu coração a tua justiça; apregoei a tua fidelidade e a tua salvação; não
escondi da grande congregação a tua benignidade e a tua verdade.
11.
Não detenhas para comigo, Senhor a tua compaixão; a tua benignidade e a tua
fidelidade sempre me guardem.
12. Pois males sem número me têm
rodeado; as minhas iniqüidades me têm alcançado, de modo que não posso ver; são
mais numerosas do que os cabelos da minha cabeça, pelo que desfalece o meu
coração.
13. Digna-te, Senhor, livra-me; Senhor, apressa-te em meu
auxílio.
14. Sejam à uma envergonhados e confundidos os que buscam a
minha vida para destruí-la; tornem atrás e confundam-se os que me desejam o
mal.
15. Desolados sejam em razão da sua afronta os que me dizem: Ah!
Ah!
16. Regozijem-se e alegrem-se em ti todos os que te buscam. Digam
continuamente os que amam a tua salvação: Engrandecido seja o
Senhor.
17. Eu, na verdade, sou pobre e necessitado, mas o Senhor
cuida de mim. Tu és o meu auxílio e o meu libertador; não te detenhas, ó Deus
meu.
[Salmos 41]Salmos 41
1.
Bem-aventurado é aquele que considera o pobre; o Senhor o livrará no dia do
mal.
2. O Senhor o guardará, e o conservará em vida; será abençoado na
terra; tu, Senhor não o entregarás à vontade dos seus inimigos.
3. O
Senhor o sustentará no leito da enfermidade; tu lhe amaciarás a cama na sua
doença.
4. Disse eu da minha parte: Senhor, compadece-te de mim, sara
a minha alma, pois pequei contra ti.
5. Os meus inimigos falam mal de
mim, dizendo: Quando morrerá ele, e perecerá o seu nome?
6. E, se
algum deles vem ver-me, diz falsidades; no seu coração amontoa a maldade; e
quando ele sai, é disso que fala.
7. Todos os que me odeiam cochicham
entre si contra mim; contra mim maquinam o mal, dizendo:
8. Alguma
coisa ruim se lhe apega; e agora que está deitado, não se levantará
mais.
9. Até o meu próprio amigo íntimo em quem eu tanto confiava, e
que comia do meu pão, levantou contra mim o seu calcanhar.
10. Mas tu,
Senhor, compadece-te de mim e levanta-me, para que eu lhes
retribua.
11. Por isso conheço eu que te deleitas em mim, por não
triunfar de mim o meu inimigo
12. Quanto a mim, tu me sustentas na
minha integridade, e me colocas diante da tua face para sempre.
13.
Bendito seja o Senhor Deus de Israel de eternidade a eternidade. Amém e
amém.
[Salmos 42]Salmos 42
1.
Como o cervo anseia pelas correntes das águas, assim a minha alma anseia por ti,
ó Deus!
2. A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando
entrarei e verei a face de Deus?
3. As minhas lágrimas têm sido o meu
alimento de dia e de noite, porquanto se me diz constantemente: Onde está o teu
Deus?
4. Dentro de mim derramo a minha alma ao lembrar-me de como eu
ia com a multidão, guiando-a em procissão à casa de Deus, com brados de júbilo e
louvor, uma multidão que festejava.
5. Por que estás abatida, ó minha
alma, e por que te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o
louvarei pela salvação que há na sua presença.
6. Ó Deus meu, dentro
de mim a minha alma está abatida; porquanto me lembrarei de ti desde a terra do
Jordão, e desde o Hermom, desde o monte Mizar.
7. Um abismo chama
outro abismo ao ruído das tuas catadupas; todas as tuas ondas e vagas têm
passado sobre mim.
8. Contudo, de dia o Senhor ordena a sua bondade, e
de noite a sua canção está comigo, uma oração ao Deus da minha
vida.
9. A Deus, a minha rocha, digo: Por que te esqueceste de mim?
por que ando em pranto por causa da opressão do inimigo?
10. Como com
ferida mortal nos meus ossos me afrontam os meus adversários, dizendo-me
continuamente: Onde está o teu Deus?
11. Por que estás abatida, ó
minha alma, e por que te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o
louvarei, a ele que é o meu socorro, e o meu Deus.
[Salmos 43]Salmos 43
1. Faze-me justiça, ó Deus, e
pleiteia a minha causa contra uma nação ímpia; livra-me do homem fraudulento e
iníquo.
2. Pois tu és o Deus da minha fortaleza; por que me
rejeitaste? por que ando em pranto por causa da opressão do
inimigo?
3. Envia a tua luz e a tua verdade, para que me guiem;
levem-me elas ao teu santo monte, e à tua habitação.
4. Então irei ao
altar de Deus, a Deus, que é a minha grande alegria; e ao som da harpa te
louvarei, ó Deus, Deus meu.
5. Por que estás abatida, ó minha alma? e
por que te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei, a ele
que é o meu socorro, e o meu Deus.
[Salmos 44]Salmos
44
1. Ó Deus, nós ouvimos com os nossos ouvidos, nossos
pais nos têm contado os feitos que realizaste em seus dias, nos tempos da
antigüidade.
2. Tu expeliste as nações com a tua mão, mas a eles
plantaste; afligiste os povos, mas a eles estendes-te largamente.
3.
Pois não foi pela sua espada que conquistaram a terra, nem foi o seu braço que
os salvou, mas a tua destra e o teu braço, e a luz do teu rosto, porquanto te
agradaste deles.
4. Tu és o meu Rei, ó Deus; ordena livramento para
Jacó.
5. Por ti derrubamos os nossos adversários; pelo teu nome
pisamos os que se levantam contra nós.
6. Pois não confio no meu arco,
nem a minha espada me pode salvar.
7. Mas tu nos salvaste dos nossos
adversários, e confundiste os que nos odeiam.
8. Em Deus é que nos
temos gloriado o dia todo, e sempre louvaremos o teu nome.
9. Mas
agora nos rejeitaste e nos humilhaste, e não sais com os nossos
exércitos.
10. Fizeste-nos voltar as costas ao inimigo e aqueles que
nos odeiam nos despojam à vontade.
11. Entregaste-nos como ovelhas
para alimento, e nos espalhaste entre as nações.
12. Vendeste por nada
o teu povo, e não lucraste com o seu preço.
13. Puseste-nos por
opróbrio aos nossos vizinhos, por escárnio e zombaria àqueles que estão à roda
de nós.
14. Puseste-nos por provérbio entre as nações, por ludíbrio
entre os povos.
15. A minha ignomínia está sempre diante de mim, e a
vergonha do meu rosto me cobre,
16. à voz daquele que afronta e
blasfema, à vista do inimigo e do vingador.
17. Tudo isto nos
sobreveio; todavia não nos esquecemos de ti, nem nos houvemos falsamente contra
o teu pacto.
18. O nosso coração não voltou atrás, nem os nossos
passos se desviaram das tuas veredas,
19. para nos teres esmagado onde
habitam os chacais, e nos teres coberto de trevas profundas.
20. Se
nos tivéssemos esquecido do nome do nosso Deus, e estendido as nossas mãos para
um deus estranho,
21. porventura Deus não haveria de esquadrinhar
isso? pois ele conhece os segredos do coração.
22. Mas por amor de ti
somos entregues à morte o dia todo; somos considerados como ovelhas para o
matadouro.
23. Desperta! por que dormes, Senhor? Acorda! não nos
rejeites para sempre.
24. Por que escondes o teu rosto, e te esqueces
da nossa tribulação e da nossa angústia?
25. Pois a nossa alma está
abatida até o pó; o nosso corpo pegado ao chão.
26. Levanta-te em
nosso auxílio, e resgata-nos por tua benignidade.
[Salmos 45]Salmos 45
1. O meu coração trasborda de boas
palavras; dirijo os meus versos ao rei; a minha língua é qual pena de um hábil
escriba.
2. Tu és o mais formoso dos filhos dos homens; a graça se
derramou nos teus lábios; por isso Deus te abençoou para sempre.
3.
Cinge a tua espada à coxa, ó valente, na tua glória e majestade.
4. E
em tua majestade cavalga vitoriosamente pela causa da verdade, da mansidão e da
justiça, e a tua destra te ensina coisas terríveis.
5. As tuas flechas
são agudas no coração dos inimigos do rei; os povos caem debaixo de
ti.
6. O teu trono, ó Deus, subsiste pelos séculos dos séculos; cetro
de eqüidade é o cetro do teu reino.
7. Amaste a justiça e odiaste a
iniqüidade; por isso Deus, o teu Deus, te ungiu com óleo de alegria, mais do que
a teus companheiros.
8. Todas as tuas vestes cheiram a mirra a aloés e
a cássia; dos palácios de marfim os instrumentos de cordas e te
alegram.
9. Filhas de reis estão entre as tuas ilustres donzelas; à
tua mão direita está a rainha, ornada de ouro de Ofir.
10. Ouve,
filha, e olha, e inclina teus ouvidos; esquece-te do teu povo e da casa de teu
pai.
11. Então o rei se afeiçoará à tua formosura. Ele é teu senhor,
presta-lhe, pois, homenagem.
12. A filha de Tiro estará ali com
presentes; os ricos do povo suplicarão o teu favor.
13. A filha do rei
está esplendente lá dentro do palácio; as suas vestes são entretecidas de
ouro.
14. Em vestidos de cores brilhantes será conduzida ao rei; as
virgens, suas companheiras que a seguem, serão trazidas à tua
presença.
15. Com alegria e regozijo serão trazidas; elas entrarão no
palácio do rei.
16. Em lugar de teus pais estarão teus filhos; tu os
farás príncipes sobre toda a terra.
17. Farei lembrado o teu nome de
geração em geração; pelo que os povos te louvarão eternamente.
[Salmos
46]Salmos 46
1. Deus é o nosso refúgio
e fortaleza, socorro bem presente na angústia.
2. Pelo que não
temeremos, ainda que a terra se mude, e ainda que os montes se projetem para o
meio dos mares;
3. ainda que as águas rujam e espumem, ainda que os
montes se abalem pela sua braveza.
4. Há um rio cujas correntes
alegram a cidade de Deus, o lugar santo das moradas do Altíssimo.
5.
Deus está no meio dela; não será abalada; Deus a ajudará desde o raiar da
alva.
6. Bramam nações, reinos se abalam; ele levanta a sua voz, e a
terra se derrete.
7. O Senhor dos exércitos está conosco; o Deus de
Jacó é o nosso refúgio.
8. Vinde contemplai as obras do Senhor, as
desolações que tem feito na terra.
9. Ele faz cessar as guerras até os
confins da terra; quebra o arco e corta a lança; queima os carros no
fogo.
10. Aquietai-vos, e sabei que eu sou Deus; sou exaltado entre as
nações, sou exaltado na terra.
11. O Senhor dos exércitos está
conosco; o Deus de Jacó é o nosso refúgio.
[Salmos 47]Salmos 47
1. Batei palmas, todos os povos;
aclamai a Deus com voz de júbilo.
2. Porque o Senhor Altíssimo é
tremendo; é grande Rei sobre toda a terra.
3. Ele nos sujeitou povos e
nações sob os nossos pés.
4. Escolheu para nós a nossa herança, a
glória de Jacó, a quem amou.
5. Deus subiu entre aplausos, o Senhor
subiu ao som de trombeta.
6. Cantai louvores a Deus, cantai louvores;
cantai louvores ao nosso Rei, cantai louvores.
7. Pois Deus é o Rei de
toda a terra; cantai louvores com salmo.
8. Deus reina sobre as
nações; Deus está sentado sobre o seu santo trono.
9. Os príncipes dos
povos se reúnem como povo do Deus de Abraão, porque a Deus pertencem os escudos
da terra; ele é sumamente exaltado.
[Salmos 48]Salmos
48
1. Grande é o Senhor e mui digno de ser louvado, na
cidade do nosso Deus, no seu monte santo.
2. De bela e alta situação,
alegria de toda terra é o monte Sião aos lados do norte, a cidade do grande
Rei.
3. Nos palácios dela Deus se fez conhecer como alto
refúgio.
4. Pois eis que os reis conspiraram; juntos vieram
chegando.
5. Viram-na, e então ficaram maravilhados; ficaram
assombrados e se apressaram em fugir.
6. Aí se apoderou deles o
tremor, sentiram dores como as de uma parturiente.
7. Com um vento
oriental quebraste as naus de Társis.
8. Como temos ouvido, assim
vimos na cidade do Senhor dos exércitos, na cidade do nosso Deus; Deus a
estabelece para sempre.
9. Temos meditado, ó Deus, na tua benignidade
no meio do teu templo.
10. Como é o teu nome, ó Deus, assim é o teu
louvor até os confins da terra; de retidão está cheia a tua
destra.
11. Alegre-se o monte Sião, regozijem-se as filhas de Judá,
por causa dos teus juízos.
12. Dai voltas a Sião, ide ao redor dela;
contai as suas torres.
13. Notai bem os seus antemuros, percorrei os
seus palácios, para que tudo narreis à geração seguinte.
14. Porque
este Deus é o nosso Deus para todo o sempre; ele será nosso guia até a
morte.
[Salmos 49]Salmos 49
1.
Ouvi isto, vós todos os povos; inclinai os ouvidos, todos os habitantes do
mundo,
2. quer humildes quer grandes, tanto ricos como
pobres.
3. A minha boca falará a sabedoria, e a meditação do meu
coração será de entendimento.
4. Inclinarei os meus ouvidos a uma
parábola; decifrarei o meu enigma ao som da harpa.
5. Por que temeria
eu nos dias da adversidade, ao cercar-me a iniqüidade dos meus
perseguidores,
6. dos que confiam nos seus bens e se gloriam na
multidão das suas riquezas?
7. Nenhum deles de modo algum pode remir a
seu irmão, nem por ele dar um resgate a Deus,
8. (pois a redenção da
sua vida é caríssima, de sorte que os seus recursos não dariam;)
9.
para que continuasse a viver para sempre, e não visse a cova.
10. Sim,
ele verá que até os sábios morrem, que perecem igualmente o néscio e o estúpido,
e deixam a outros os seus bens.
11. O pensamento íntimo deles é que as
suas casas são perpétuas e as suas habitações de geração em geração; dão às suas
terras os seus próprios nomes.
12. Mas o homem, embora esteja em
honra, não permanece; antes é como os animais que perecem.
13. Este é
o destino dos que confiam em si mesmos; o fim dos que se satisfazem com as suas
próprias palavras.
14. Como ovelhas são arrebanhados ao Seol; a morte
os pastoreia; ao romper do dia os retos terão domínio sobre eles; e a sua
formosura se consumirá no Seol, que lhes será por habitação.
15. Mas
Deus remirá a minha alma do poder do Seol, pois me receberá.
16. Não
temas quando alguém se enriquece, quando a glória da sua casa
aumenta.
17. Pois, quando morrer, nada levará consigo; a sua glória
não descerá após ele.
18. Ainda que ele, enquanto vivo, se considera
feliz e os homens o louvam quando faz o bem a si mesmo,
19. ele irá
ter com a geração de seus pais; eles nunca mais verão a luz
20. Mas o
homem, embora esteja em honra, não permanece; antes é como os animais que
perecem.
[Salmos 50]Salmos
50
1. O Poderoso, o Senhor Deus, fala e convoca a terra
desde o nascer do sol até o seu ocaso.
2. Desde Sião, a perfeição da
formosura. Deus resplandece.
3. O nosso Deus vem, e não guarda
silêncio; diante dele há um fogo devorador, e grande tormenta ao seu
redor.
4. Ele intima os altos céus e a terra, para o julgamento do seu
povo:
5. Congregai os meus santos, aqueles que fizeram comigo um pacto
por meio de sacrifícios.
6. Os céus proclamam a justiça dele, pois
Deus mesmo é Juiz.
7. Ouve, povo meu, e eu falarei; ouve, ó Israel, e
eu te protestarei: Eu sou Deus, o teu Deus.
8. Não te repreendo pelos
teus sacrifícios, pois os teus holocaustos estão de contínuo perante
mim.
9. Da tua casa não aceitarei novilho, nem bodes dos teus
currais.
10. Porque meu é todo animal da selva, e o gado sobre
milhares de outeiros.
11. Conheço todas as aves dos montes, e tudo o
que se move no campo é meu.
12. Se eu tivesse fome, não to diria pois
meu é o mundo e a sua plenitude.
13. Comerei eu carne de touros? ou
beberei sangue de bodes?
14. Oferece a Deus por sacrifício ações de
graças, e paga ao Altíssimo os teus votos;
15. e invoca-me no dia da
angústia; eu te livrarei, e tu me glorificarás.
16. Mas ao ímpio diz
Deus: Que fazes tu em recitares os meus estatutos, e em tomares o meu pacto na
tua boca,
17. visto que aborreces a correção, e lanças as minhas
palavras para trás de ti?
18. Quando vês um ladrão, tu te comprazes
nele; e tens parte com os adúlteros.
19. Soltas a tua boca para o mal,
e a tua língua trama enganos.
20. Tu te sentas a falar contra teu
irmão; difamas o filho de tua mãe.
21. Estas coisas tens feito, e eu
me calei; pensavas que na verdade eu era como tu; mas eu te argüirei, e tudo te
porei à vista.
22. Considerai pois isto, vós que vos esqueceis de
Deus, para que eu não vos despedace, sem que haja quem vos livre.
23.
Aquele que oferece por sacrifício ações de graças me glorifica; e àquele que bem
ordena o seu caminho eu mostrarei a salvação de Deus.
[Salmos 51]Salmos 51
1. Compadece-te de mim, ó Deus,
segundo a tua benignidade; apaga as minhas tansgressões, segundo a multidão das
tuas misericórdias.
2. Lava-me completamente da minha iniqüidade, e
purifica-me do meu pecado.
3. Pois eu conheço as minhas transgressões,
e o meu pecado está sempre diante de mim.
4. Contra ti, contra ti
somente, pequei, e fiz o que é mau diante dos teus olhos; de sorte que és
justificado em falares, e inculpável em julgares.
5. Eis que eu nasci
em iniqüidade, e em pecado me concedeu minha mãe.
6. Eis que desejas
que a verdade esteja no íntimo; faze-me, pois, conhecer a sabedoria no secreto
da minha alma.
7. Purifica-me com hissopo, e ficarei limpo; lava-me, e
ficarei mais alvo do que a neve.
8. Faze-me ouvir júbilo e alegria,
para que se regozijem os ossos que esmagaste.
9. Esconde o teu rosto
dos meus pecados, e apaga todas as minhas iniqüidades.
10. Cria em
mim, ó Deus, um coração puro, e renova em mim um espírito estável.
11.
Não me lances fora da tua presença, e não retire de mim o teu santo
Espírito.
12. Restitui-me a alegria da tua salvação, e sustém-me com
um espírito voluntário.
13. Então ensinarei aos transgressores os teus
caminhos, e pecadores se converterão a ti.
14. Livra-me dos crimes de
sangue, ó Deus, Deus da minha salvação, e a minha língua cantará alegremente a
tua justiça.
15. Abre, Senhor, os meus lábios, e a minha boca
proclamará o teu louvor.
16. Pois tu não te comprazes em sacrifícios;
se eu te oferecesse holocaustos, tu não te deleitarias.
17. O
sacrifício aceitável a Deus é o espírito quebrantado; ao coração quebrantado e
contrito não desprezarás, ó Deus.
18. Faze o bem a Sião, segundo a tua
boa vontade; edifica os muros de Jerusalém.
19. Então te agradarás de
sacrifícios de justiça dos holocaustos e das ofertas queimadas; então serão
oferecidos novilhos sobre o teu altar.
[Salmos 52]Salmos
52
1. Por que te glorias na malícia, ó homem poderoso?
pois a bondade de Deus subsiste em todo o tempo.
2. A tua língua
maquina planos de destruição, como uma navalha afiada, ó tu que usas de
dolo.
3. Tu amas antes o mal do que o bem, e o mentir do que o falar a
verdade.
4. Amas todas as palavras devoradoras, ó língua
fraudulenta.
5. Também Deus te esmagará para sempre; arrebatar-te-á e
arrancar-te-á da tua habitação, e desarraigar-te-á da terra dos
viventes.
6. Os justos o verão e temerão; e se rirão dele,
dizendo:
7. Eis aqui o homem que não tomou a Deus por sua fortaleza;
antes confiava na abundância das suas riquezas, e se fortalecia na sua
perversidade.
8. Mas eu sou qual oliveira verde na casa de Deus;
confio na bondade de Deus para sempre e eternamente.
9. Para sempre te
louvarei, porque tu isso fizeste, e proclamarei o teu nome, porque é bom diante
de teus santos.
[Salmos 53]Salmos
53
1. Diz o néscio no seu coração: Não há Deus.
Corromperam-se e cometeram abominável iniqüidade; não há quem faça o
bem.
2. Deus olha lá dos céus para os filhos dos homens, para ver se
há algum que tenha entendimento, que busque a Deus.
3. Desviaram-se
todos, e juntamente se fizeram imundos; não há quem faça o bem, não há sequer
um.
4. Acaso não têm conhecimento os que praticam a iniqüidade, os
quais comem o meu povo como se comessem pão, e não invocam a Deus?
5.
Eis que eles se acham em grande pavor onde não há motivo de pavor, porque Deus
espalhará os ossos daqueles que se acampam contra ti; tu os confundirás, porque
Deus os rejeitou.
6. Oxalá que de Sião viesse a salvação de Israel!
Quando Deus fizer voltar os cativos do seu povo, então se regozijará Jacó e se
alegrará Israel.
[Salmos 54]Salmos
54
1. Salva-me, ó Deus, pelo teu nome, e faze-me
justiça pelo teu poder.
2. Ó Deus, ouve a minha oração, dá ouvidos às
palavras da minha boca.
3. Porque homens insolentes se levantam contra
mim, e violentos procuram a minha vida; eles não põem a Deus diante de
si.
4. Eis que Deus é o meu ajudador; o Senhor é quem sustenta a minha
vida.
5. Faze recair o mal sobre os meus inimigos; destrói-os por tua
verdade.
6. De livre vontade te oferecerei sacrifícios; louvarei o teu
nome, ó Senhor, porque é bom.
7. Porque tu me livraste de toda a
angústia; e os meus olhos viram a ruína dos meus inimigos.
[Salmos
55]Salmos 55
1. Dá ouvidos, ó Deus, à
minha oração, e não te escondas da minha súplica.
2. Atende-me, e
ouve-me; agitado estou, e ando perplexo,
3. por causa do clamor do
inimigo e da opressão do ímpio; pois lançam sobre mim iniqüidade, e com furor me
perseguem.
4. O meu coração confrange-se dentro de mim, e terrores de
morte sobre mim caíram.
5. Temor e tremor me sobrevêm, e o horror me
envolveu.
6. Pelo que eu disse: Ah! quem me dera asas como de pomba!
então voaria, e encontraria descanso.
7. Eis que eu fugiria para
longe, e pernoitaria no deserto.
8. Apressar-me-ia a abrigar-me da
fúria do vento e da tempestade.
9. Destrói, Senhor, confunde as suas
línguas, pois vejo violência e contenda na cidade.
10. Dia e noite
andam ao redor dela, sobre os seus muros; também iniqüidade e malícia estão no
meio dela.
11. Há destruição lá dentro; opressão e fraude não se
apartam das suas ruas.
12. Pois não é um inimigo que me afronta, então
eu poderia suportá-lo; nem é um adversário que se exalta contra mim, porque dele
poderia esconder-me;
13. mas és tu, homem meu igual, meu companheiro e
meu amigo íntimo.
14. Conservávamos juntos tranqüilamente, e em
companhia andávamos na casa de Deus.
15. A morte os assalte, e vivos
desçam ao Seol; porque há maldade na sua morada, no seu próprio
íntimo.
16. Mas eu invocarei a Deus, e o Senhor me
salvará.
17. De tarde, de manhã e ao meio-dia me queixarei e me
lamentarei; e ele ouvirá a minha voz.
18. Livrará em paz a minha vida,
de modo que ninguém se aproxime de mim; pois há muitos que contendem contra
mim.
19. Deus ouvirá; e lhes responderá aquele que está entronizado
desde a antigüidade; porque não há neles nenhuma mudança, e tampouco temem a
Deus.
20. Aquele meu companheiro estendeu a sua mão contra os que
tinham paz com ele; violou o seu pacto.
21. A sua fala era macia como
manteiga, mas no seu coração havia guerra; as suas palavras eram mais brandas do
que o azeite, todavia eram espadas desembainhadas.
22. Lança o teu
fardo sobre o Senhor, e ele te susterá; nunca permitirá que o justo seja
abalado.
23. Mas tu, ó Deus, os farás descer ao poço da perdição;
homens de sangue e de traição não viverão metade dos seus dias; mas eu em ti
confiarei.
[Salmos 56]Salmos
56
1. Compadece-te de mim, ó Deus, pois homens me
calcam aos pés e, pelejando, me aflingem o dia todo.
2. Os meus
inimigos me calcam aos pés o dia todo, pois são muitos os que insolentemente
pelejam contra mim.
3. No dia em que eu temer, hei de confiar em
ti.
4. Em Deus, cuja palavra eu louvo, em Deus ponho a minha confiança
e não terei medo;
5. Todos os dias torcem as minhas palavras; todos os
seus pensamentos são contra mim para o mal.
6. Ajuntam-se,
escondem-se, espiam os meus passos, como que aguardando a minha
morte.
7. Escaparão eles por meio da sua iniqüidade? Ó Deus, derruba
os povos na tua ira!
8. Tu contaste as minhas aflições; põe as minhas
lágrimas no teu odre; não estão elas no teu livro?
9. No dia em que eu
te invocar retrocederão os meus inimigos; isto eu sei, que Deus está
comigo.
10. Em Deus, cuja palavra eu louvo, no Senhor, cuja palavra eu
louvo,
11. em Deus ponho a minha confiança, e não terei medo; que me
pode fazer o homem?
12. Sobre mim estão os votos que te fiz, ó Deus;
eu te oferecerei ações de graças;
13. pois tu livraste a minha alma da
morte. Não livraste também os meus pés de tropeçarem, para que eu ande diante de
Deus na luz da vida?
[Salmos 57]Salmos
57
1. Compadece-te de mim, ó Deus, compadece-te de mim,
pois em ti se refugia a minha alma; à sombra das tuas asas me refugiarei, até
que passem as calamidades.
2. Clamarei ao Deus altíssimo, ao Deus que
por mim tudo executa.
3. Ele do céu enviará seu auxílio , e me
salvará, quando me ultrajar aquele que quer calçar-me aos pés. Deus enviará a
sua misericórdia e a sua verdade.
4. Estou deitado no meio de leões;
tenho que deitar-me no meio daqueles que respiram chamas, filhos dos homens,
cujos dentes são lanças e flechas, e cuja língua é espada afiada.
5.
Sê exaltado, ó Deus, acima dos céus; seja a tua glória sobre toda a
terra.
6. Armaram um laço para os meus passos, a minha alma ficou
abatida; cavaram uma cova diante de mim, mas foram eles que nela
caíram.
7. Resoluto está o meu coração, ó Deus, resoluto está o meu
coração; cantarei, sim, cantarei louvores.
8. Desperta, minha alma;
despertai, alaúde e harpa; eu mesmo despertarei a aurora.
9.
Louvar-te-ei, Senhor, entre os povos; cantar-te-ei louvores entre as
nações.
10. Pois a tua benignidade é grande até os céus, e a tua
verdade até as nuvens.
11. Sê exaltado, ó Deus, acima dos céus; e seja
a tua glória sobre a terra.
[Salmos 58]Salmos
58
1. Falais deveras o que é reto, vós os poderosos?
Julgais retamente, ó filhos dos homens?
2. Não, antes no coração
forjais iniqüidade; sobre a terra fazeis pesar a violência das vossas
mãos.
3. Alienam-se os ímpios desde a madre; andam errados desde que
nasceram, proferindo mentiras.
4. Têm veneno semelhante ao veneno da
serpente; são como a víbora surda, que tapa os seus ouvidos,
5. de
sorte que não ouve a voz dos encantadores, nem mesmo do encantador perito em
encantamento.
6. Ó Deus, quebra-lhes os dentes na sua boca; arranca,
Senhor, os caninos aos filhos dos leões.
7. Sumam-se como águas que se
escoam; sejam pisados e murcham como a relva macia.
8. Sejam como a
lesma que se derrete e se vai; como o aborto de mulher, que nunca viu o
sol.
9. Que ele arrebate os espinheiros antes que cheguem a aquecer as
vossas panelas, assim os verdes, como os que estão ardendo.
10. O
justo se alegrará quando vir a vingança; lavará os seus pés no sangue do
ímpio.
11. Então dirão os homens: Deveras há uma recompensa para o
justo; deveras há um Deus que julga na terra.
[Salmos 59]Salmos 59
1. Livra-me, Deus meu, dos meus
inimigos; protege-me daqueles que se levantam contra mim.
2. Livra-me
do que praticam a iniqüidade, e salva-me dos homens sanguinários.
3.
Pois eis que armam ciladas à minha alma; os fortes se ajuntam contra mim, não
por transgressão minha nem por pecado meu, ó Senhor.
4. Eles correm, e
se preparam, sem culpa minha; desperta para me ajudares, e olha.
5.
Tu, ó Senhor, Deus dos exércitos, Deus de Israel, desperta para punir todas as
nações; não tenhas misericórdia de nenhum dos pérfidos que praticam a
iniqüidade.
6. Eles voltam à tarde, uivam como cães, e andam rodeando
a cidade.
7. Eis que eles soltam gritos; espadas estão nos seus
lábios; porque (pensam eles), quem ouve?
8. Mas tu, Senhor, te rirás
deles; zombarás de todas as nações.
9. Em ti, força minha, esperarei;
pois Deus é o meu alto refúgio.
10. O meu Deus com a sua benignidade
virá ao meu encontro; Deus me fará ver o meu desejo sobre os meus
inimigos.
11. Não os mates, para que meu povo não se esqueça;
espalha-os pelo teu poder, e abate-os ó Senhor, escudo nosso.
12. Pelo
pecado da sua boca e pelas palavras dos seus lábios fiquem presos na sua
soberba. Pelas maldições e pelas mentiras que proferem,
13. consome-os
na tua indignação; consome-os, de modo que não existem mais; para que saibam que
Deus reina sobre Jacó, até os confins da terra.
14. Eles tornam a vir
à tarde, uivam como cães, e andam rodeando a cidade;
15. vagueiam
buscando o que comer, e resmungam se não se fartarem.
16. Eu, porém,
cantarei a tua força; pela manhã louvarei com alegria a tua benignidade,
porquanto tens sido para mim uma fortaleza, e refúgio no dia da minha
angústia.
17. A ti, ó força minha, cantarei louvores; porque Deus é a
minha fortaleza, é o Deus que me mostra benignidade.
[Salmos 60]Salmos 60
1. Ó Deus, tu nos rejeitaste, tu
nos esmagaste, tu tens estado indignado; oh, restabelece-nos.
2.
Abalaste a terra, e a fendeste; sara as suas fendas, pois ela
treme.
3. Ao teu povo fizeste ver duras coisas; fizeste-nos beber o
vinho de aturdimento.
4. Deste um estandarte aos que te temem, para o
qual possam fugir de diante do arco.
5. Para que os teus amados sejam
livres, salva-nos com a tua destra, e responde-nos.
6. Deus falou na
sua santidade: Eu exultarei; repartirei Siquém e medirei o vale de
Sucote.
7. Meu é Gileade, e meu é Manassés; Efraim é o meu capacete;
Judá é o meu cetro.
8. Moabe é a minha bacia de lavar; sobre Edom
lançarei o meu sapato; sobre a Filístia darei o brado de vitória.
9.
Quem me conduzirá à cidade forte? Quem me guiará até Edom?
10. Não nos
rejeitaste, ó Deus? e tu, ó Deus, não deixaste de sair com os nossos
exércitos?
11. Dá-nos auxílio contra o adversário, pois vão é o
socorro da parte do homem.
12. Em Deus faremos proezas; porque é ele
quem calcará aos pés os nossos inimigos.
[Salmos 61]Salmos 61
1. Ouve, ó Deus, o meu clamor;
atende à minha oração.
2. Desde a extremidade da terra clamo a ti,
estando abatido o meu coração; leva-me para a rocha que é mais alta do que
eu.
3. Pois tu és o meu refúgio, uma torre forte contra o
inimigo.
4. Deixa-me habitar no teu tabernáculo para sempre; dá que me
abrigue no esconderijo das tuas asas.
5. Pois tu, ó Deus, ouviste os
meus votos; deste-me a herança dos que temem o teu nome.
6.
Prolongarás os dias do rei; e os seus anos serão como muitas
gerações.
7. Ele permanecerá no trono diante de Deus para sempre; faze
que a benignidade e a fidelidade o preservem.
8. Assim cantarei
louvores ao teu nome perpetuamente, para pagar os meus votos de dia em
dia.
[Salmos 62]Salmos 62
1.
Somente em Deus espera silenciosa a minha alma; dele vem a minha
salvação.
2. Só ele é a minha rocha e a minha salvação; é ele a minha
fortaleza; não serei grandemente abalado.
3. Até quando acometereis um
homem, todos vós, para o derrubardes, como a um muro pendido, uma cerca prestes
a cair?
4. Eles somente consultam como derrubá-lo da sua alta posição;
deleitam-se em mentiras; com a boca bendizem, mas no íntimo
maldizem.
5. Ó minha alma, espera silenciosa somente em Deus, porque
dele vem a minha esperança.
6. Só ele é a minha rocha e a minha
salvação; é a minha fortaleza; não serei abalado.
7. Em Deus está a
minha salvação e a minha glória; Deus é o meu forte rochedo e o meu
refúgio.
8. Confiai nele, ó povo, em todo o tempo; derramai perante
ele o vosso coração; Deus é o nosso refúgio.
9. Certamente que os
filhos de Adão são vaidade, e os filhos dos homens são desilusão; postos na
balança, subiriam; todos juntos são mais leves do que um sopro.
10.
Não confieis na opressão, nem vos vanglorieis na rapina; se as vossas riquezas
aumentarem, não ponhais nelas o coração.
11. Uma vez falou Deus, duas
vezes tenho ouvido isto: que o poder pertence a Deus.
12. A ti também,
Senhor, pertence a benignidade; pois retribuis a cada um segundo a sua
obra.
[Salmos 63]Salmos 63
1. Ó
Deus, tu és o meu Deus; ansiosamente te busco. A minha alma tem sede de ti; a
minha carne te deseja muito em uma terra seca e cansada, onde não há
água.
2. Assim no santuário te contemplo, para ver o teu poder e a tua
glória.
3. Porquanto a tua benignidade é melhor do que a vida, os meus
lábios te louvarão.
4. Assim eu te bendirei enquanto viver; em teu
nome levantarei as minhas mãos.
5. A minha alma se farta, como de
tutano e de gordura; e a minha boca te louva com alegres lábios.
6.
quando me lembro de ti no meu leito, e medito em ti nas vigílias da
noite,
7. pois tu tens sido o meu auxílio; de júbilo canto à sombra
das tuas asas.
8. A minha alma se apega a ti; a tua destra me
sustenta.
9. Mas aqueles que procuram a minha vida para a destruírem,
irão para as profundezas da terra.
10. Serão entregues ao poder da
espada, servidão de pasto aos chacais.
11. Mas o rei se regozijará em
Deus; todo o que por ele jura se gloriará, porque será tapada a boca aos que
falam a mentira.
[Salmos 64]Salmos
64
1. Ouve, ó Deus, a minha voz na minha queixa;
preserva a minha voz na minha queixa; preserva a minha vida do horror do
inimigo.
2. Esconde-me do secreto conselho dos maus, e do ajuntamento
dos que praticam a iniqüidade,
3. os quais afiaram a sua língua como
espada, e armaram por suas flechas palavras amargas.
4. Para em
lugares ocultos atirarem sobre o íntegro; disparam sobre ele repentinamente, e
não temem.
5. Firmam-se em mau intento; falam de armar laços
secretamente, e dizem: Quem nos verá?
6. Planejam iniqüidades; ocultam
planos bem traçados; pois o íntimo e o coração do homem são
inescrutáveis.
7. Mas Deus disparará sobre eles uma seta, e de repente
ficarão feridos.
8. Assim serão levados a tropeçar, por causa das suas
próprias línguas; todos aqueles que os virem fugirão.
9. E todos os
homens temerão, e anunciarão a obra de Deus, e considerarão a obra de Deus, e
considerarão prudentemente os seus feitos.
10. O justo se alegrará no
Senhor e confiará nele, e todos os de coração reto cantarão
louvores.
[Salmos 65]Salmos
65
1. A ti, ó Deus, é devido o louvor em Sião; e a ti
se pagará o voto.
2. Ó tu que ouves a oração! a ti virá toda a
carne.
3. Prevalecem as iniqüidades contra mim; mas as nossas
transgressões, tu as perdoarás.
4. Bem-aventurado aquele a quem tu
escolhes, e fazes chegar a ti, para habitar em teus átrios! Nós seremos
satisfeitos com a bondade da tua casa, do teu santo templo.
5. Com
prodígios nos respondes em justiça, ó Deus da nossa salvação, a esperança de
todas as extremidades da terra, e do mais remoto mar;
6. tu que pela
tua força consolidas os montes, cingido de poder;
7. que aplacas o
ruído dos mares, o ruído das suas ondas, e o tumulto dos povos.
8. Os
que habitam os confins da terra são tomados de medo à vista dos teus sinais; tu
fazes exultar de júbilo as saídas da manhã e da tarde.
9. Tu visitas a
terra, e a regas; grandemente e enriqueces; o rio de Deus está cheio d'água; tu
lhe dás o trigo quando assim a tens preparado;
10. enches d'água os
seus sulcos, aplanando-lhes as leivas, amolecendo-a com a chuva, e abençoando as
suas novidades.
11. Coroas o ano com a tua bondade, e as tuas veredas
destilam gordura;
12. destilam sobre as pastagens do deserto, e os
outeiros se cingem de alegria.
13. As pastagens revestem-se de
rebanhos, e os vales se cobrem de trigo; por isso eles se regozijam, por isso
eles cantam.
[Salmos 66]Salmos
66
1. Louvai a Deus com brados de júbilo, todas as
terras.
2. Cantai a glória do seu nome, dai glória em seu
louvor.
3. Dizei a Deus: Quão tremendas são as tuas obras! pela
grandeza do teu poder te lisonjeiam os teus inimigos.
4. Toda a terra
te adorará e te cantará louvores; eles cantarão o teu nome.
5. Vinde,
e vede as obras de Deus; ele é tremendo nos seus feitos para com os filhos dos
homens.
6. Converteu o mar em terra seca; passaram o rio a pé; ali nos
alegramos nele.
7. Ele governa eternamente pelo seu poder; os seus
olhos estão sobre as nações; não se exaltem os rebeldes.
8. Bendizei,
povos, ao nosso Deus, e fazei ouvir a voz do seu louvor;
9. ao que nos
conserva em vida, e não consente que resvalem os nossos pés.
10. Pois
tu, ó Deus, nos tens provado; tens nos refinado como se refina a
prata.
11. Fizeste-nos entrar no laço; pesada carga puseste sobre os
nossos lombos.
12. Fizeste com que os homens cavalgassem sobre as
nossas cabeças; passamos pelo fogo e pela água, mas nos trouxeste a um lugar de
abundância.
13. Entregarei em tua casa com holocaustos; pagar-te-ei os
meus votos,
14. votos que os meus lábios pronunciaram e a minha boca
prometeu, quando eu estava na angústia.
15. Oferecer-te-ei holocausto
de animais nédios, com incenso de carneiros; prepararei novilhos com
cabritos.
16. Vinde, e ouvi, todos os que temeis a Deus, e eu contarei
o que ele tem feito por mim.
17. A ele clamei com a minha boca, e ele
foi exaltado pela minha língua.
18. Se eu tivesse guardado iniqüidade
no meu coração, o Senhor não me teria ouvido;
19. mas, na verdade,
Deus me ouviu; tem atendido à voz da minha oração.
20. Bendito seja
Deus, que não rejeitou a minha oração, nem retirou de mim a sua
benignidade.
[Salmos 67]Salmos
67
1. Deus se compadeça de nós e nos abençoe, e faça
resplandecer o seu rosto sobre nós,
2. para que se conheça na terra o
seu caminho e entre todas as nações a sua salvação.
3. Louvem-te, ó
Deus, os povos; louvem-te os povos todos.
4. Alegrem-se e regozijem-se
as nações, pois julgas os povos com eqüidade, e guias as nações sobre a
terra.
5. Louvem-te, ó Deus, os povos; louvem os povos
todos.
6. A terra tem produzido o seu fruto; e Deus, o nosso Deus, tem
nos abençoado.
7. Deus nos tem abençoado; temam-no todas as
extremidades da terra!
[Salmos 68]Salmos
68
1. Levanta-se Deus! Sejam dispersos os seus
inimigos; fujam de diante dele os que o odeiam!
2. Como é impelida a
fumaça, assim tu os impeles; como a cera se derrete diante do fogo, assim
pereçam os ímpios diante de Deus.
3. Mas alegrem-se os justos, e se
regozijem na presença de Deus, e se encham de júbilo.
4. Cantai a
Deus, cantai louvores ao seu nome; louvai aquele que cavalga sobre as nuvens,
pois o seu nome é Já; exultai diante dele.
5. Pai de órfãos e juiz de
viúvas é Deus na sua santa morada.
6. Deus faz que o solitário viva em
família; liberta os presos e os faz prosperar; mas os rebeldes habitam em terra
árida.
7. Ó Deus! quando saías à frente do teu povo, quando caminhavas
pelo deserto,
8. a terra se abalava e os céus gotejavam perante a face
de Deus; o próprio Sinai tremeu na presença de Deus, do Deus de
Israel.
9. Tu, ó Deus, mandaste copiosa chuva; restauraste a tua
herança, quando estava cansada.
10. Nela habitava o teu rebanho; da
tua bondade, ó Deus, proveste o pobre.
11. O Senhor proclama a
palavra; grande é a companhia dos que anunciam as boas-novas.
12. Reis
de exércitos fogem, sim, fogem; as mulheres em casa repartem os
despojos.
13. Deitados entre redis, sois como as asas da pomba
cobertas de prata, com as suas penas de ouro amarelo.
14. Quando o
Todo-Poderoso ali dispersou os reis, caiu neve em Zalmom.
15. Monte
grandíssimo é o monte de Basã; monte de cimos numerosos é o monte de
Basã!
16. Por que estás, ó monte de cimos numerosos, olhando com
inveja o monte que Deus desejou para sua habitação? Na verdade o Senhor habitará
nele eternamente.
17. Os carros de Deus são miríades, milhares de
milhares. O Senhor está no meio deles, como em Sinai no santuário.
18.
Tu subiste ao alto, levando os teus cativos; recebeste dons dentre os homens, e
até dentre os rebeldes, para que o Senhor Deus habitasse entre
eles.
19. Bendito seja o Senhor, que diariamente leva a nossa carga, o
Deus que é a nossa salvação.
20. Deus é para nós um Deus de
libertação; a Jeová, o Senhor, pertence o livramento da morte.
21. Mas
Deus esmagará a cabeça de seus inimigos, o crânio cabeludo daquele que prossegue
em suas culpas.
22. Disse o Senhor: Eu os farei voltar de Basã;
fá-los-ei voltar das profundezas do mar;
23. para que mergulhes o teu
pé em sangue, e para que a língua dos teus cães tenha dos inimigos o seu
quinhão.
24. Viu-se, ó Deus, a tua entrada, a entrada do meu Deus, meu
Rei, no santuário.
25. Iam na frente os cantores, atrás os tocadores
de instrumentos, no meio as donzelas que tocavam adufes.
26. Bendizei
a Deus nas congregações, ao Senhor, vós que sois da fonte de
Israel.
27. Ali está Benjamim, o menor deles, na frente; os chefes de
Judá com o seu ajuntamento; os chefes de Judá com o seu ajuntamento; os chefes
de Zebulom e os chefes de Naftali.
28. Ordena, ó Deus, a tua força;
confirma, ó Deus, o que já fizeste por nós.
29. Por amor do teu templo
em Jerusalém, os reis te trarão presentes.
30. Repreende as feras dos
caniçais, a multidão dos touros, com os bezerros dos povos. Calca aos pés as
suas peças de prata; dissipa os povos que se deleitam na guerra.
31.
Venham embaixadores do Egito; estenda a Etiópia ansiosamente as mãos para
Deus.
32. Reinos da terra, cantai a Deus, cantai louvores ao
Senhor,
33. àquele que vai montado sobre os céus dos céus, que são
desde a antigüidade; eis que faz ouvir a sua voz, voz veemente.
34.
Atribuí a Deus força; sobre Israel está a sua excelência, e a sua força nos
firmamento.
35. Ó Deus, tu és tremendo desde o teu santuário; o Deus
de Israel, ele dá força e poder ao seu povo. Bendito seja Deus!
[Salmos
69]Salmos 69
1. Salva-me, ó Deus, pois
as águas me sobem até o pescoço.
2. Atolei-me em profundo lamaçal,
onde não se pode firmar o pé; entrei na profundeza das águas, onde a corrente me
submerge.
3. Estou cansado de clamar; secou-se-me a garganta; os meus
olhos desfalecem de esperar por meu Deus.
4. Aqueles que me odeiam sem
causa são mais do que os cabelos da minha cabeça; poderosos são aqueles que
procuram destruir-me, que me atacam com mentiras; por isso tenho de restituir o
que não extorqui.
5. Tu, ó Deus, bem conheces a minha estultícia, e as
minhas culpas não são ocultas.
6. Não sejam envergonhados por minha
causa aqueles que esperam em ti, ó Senhor Deus dos exércitos; não sejam
confundidos por minha causa aqueles que te buscam, ó Deus de
Israel.
7. Porque por amor de ti tenho suportado afrontas; a confusão
me cobriu o rosto.
8. Tornei-me como um estranho para os meus irmãos,
e um desconhecido para os filhos de minha mãe.
9. Pois o zelo da tua
casa me devorou, e as afrontas dos que te afrontam caíram sobre
mim.
10. Quando chorei e castiguei com jejum a minha alma, isto se me
tornou em afrontas.
11. Quando me vesti de cilício, fiz-me para eles
um provérbio.
12. Aqueles que se sentem à porta falam de mim; e sou
objeto das cantigas dos bêbedos.
13. Eu, porém, faço a minha oração a
ti, ó Senhor, em tempo aceitável; ouve-me, ó Deus, segundo a grandeza da tua
benignidade, segundo a fidelidade da tua salvação.
14. Tira-me do
lamaçal, e não me deixes afundar; seja eu salvo dos meus inimigos, e das
profundezas das águas.
15. Não me submerja a corrente das águas e não
me trague o abismo, nem cerre a cova a sua boca sobre mim.
16.
Ouve-me, Senhor, pois grande é a tua benignidade; volta-te para mim segundo a
tua muitíssima compaixão.
17. Não escondas o teu rosto do teu servo;
ouve-me depressa, pois estou angustiado.
18. Aproxima-te da minha
alma, e redime-a; resgata-me por causa dos meus inimigos.
19. Tu
conheces o meu opróbrio, a minha vergonha, e a minha ignomínia; diante de ti
estão todos os meus adversários.
20. Afrontas quebrantaram-me o
coração, e estou debilitado. Esperei por alguém que tivesse compaixão, mas não
houve nenhum; e por consoladores, mas não os achei.
21. Deram-me fel
por mantimento, e na minha sede me deram a beber vinagre.
22. Torne-se
a sua mesa diante deles em laço, e sejam-lhes as suas ofertas pacíficas uma
armadilha.
23. Obscureçam-se-lhes os olhos, para que não vejam, e faze
com que os seus lombos tremam constantemente.
24. Derrama sobre eles a
tua indignação, e apanhe-os o ardor da tua ira.
25. Fique desolada a
sua habitação, e não haja quem habite nas suas tendas.
26. Pois
perseguem a quem afligiste, e aumentam a dor daqueles a quem
feriste.
27. Acrescenta iniqüidade à iniqüidade deles, e não encontrem
eles absolvição na tua justiça.
28. Sejam riscados do livro da vida, e
não sejam inscritos com os justos.
29. Eu, porém, estou aflito e
triste; a tua salvação, ó Deus, me ponha num alto retiro.
30. Louvarei
o nome de Deus com um cântico, e engrandecê-lo-ei com ação de
graças.
31. Isto será mais agradável ao Senhor do que um boi, ou um
novilho que tem pontas e unhas.
32. Vejam isto os mansos, e se
alegrem; vós que buscais a Deus reviva o vosso coração.
33. Porque o
Senhor ouve os necessitados, e não despreza os seus, embora sejam
prisioneiros.
34. Louvem-no os céus e a terra, os mares e tudo quanto
neles se move.
35. Porque Deus salvará a Sião, e edificará as cidades
de Judá, e ali habitarão os seus servos e a possuirão.
36. E
herdá-la-á a descendência de seus servos, e os que amam o seu nome habitarão
nela.
[Salmos 70]Salmos 70
1.
Apressa-te, ó Deus, em me livrar; Senhor, apressa-te em
socorrer-me.
2. Fiquem envergonhados e confundidos os que procuram
tirar-me a vida; tornem atrás e confundam-se os que me desejam o
mal.
3. Sejam cobertos de vergonha os que dizem: Ah! Ah!
4.
Folguem e alegrem-se em ti todos os que te buscam; e aqueles que amam a tua
salvação digam continuamente: engrandecido seja Deus.
5. Eu, porém,
estou aflito e necessitado; apressa-te em me valer, ó Deus. Tu és o meu amparo e
o meu libertador; Senhor, não te detenhas.
[Salmos 71]Salmos 71
1. Em ti, Senhor, me refugio;
nunca seja eu confundido.
2. Na tua justiça socorre-me e livra-me;
inclina os teus ouvidos para mim, e salva-me.
3. Sê tu para mim uma
rocha de refúgio a que sempre me acolha; deste ordem para que eu seja salvo,
pois tu és a minha rocha e a minha fortaleza.
4. Livra-me, Deus meu,
da mão do ímpio, do poder do homem injusto e cruel,
5. Pois tu és a
minha esperança, Senhor Deus; tu és a minha confiança desde a minha
mocidade.
6. Em ti me tenho apoiado desde que nasci; tu és aquele que
me tiraste das entranhas de minha mãe. O meu louvor será teu
constantemente.
7. Sou para muitos um assombro, mas tu és o meu
refúgio forte.
8. A minha boca se enche do teu louvor e da tua glória
continuamente.
9. Não me enjeites no tempo da velhice; não me
desampares, quando se forem acabando as minhas forças.
10. Porque os
meus inimigos falam de mim, e os que espreitam a minha vida consultam
juntos,
11. dizendo: Deus o desamparou; persegui-o e prendei-o, pois
não há quem o livre.
12. Ó Deus, não te alongues de mim; meu Deus,
apressa-te em socorrer-me.
13. Sejam envergonhados e consumidos os
meus adversários; cubram-se de opróbrio e de confusão aqueles que procuram o meu
mal.
14. Mas eu esperarei continuamente, e te louvarei cada vez
mais.
15. A minha boca falará da tua justiça e da tua salvação todo o
dia, posto que não conheça a sua grandeza.
16. Virei na força do
Senhor Deus; farei menção da tua justiça, da tua tão somente.
17.
Ensinaste-me, ó Deus, desde a minha mocidade; e até aqui tenho anunciado as tuas
maravilhas.
18. Agora, quando estou velho e de cabelos brancos, não me
desampares, ó Deus, até que tenha anunciado a tua força a esta geração, e o teu
poder a todos os vindouros.
19. A tua justiça, ó Deus, atinge os altos
céus; tu tens feito grandes coisas; ó Deus, quem é semelhante a
ti?
20. Tu, que me fizeste ver muitas e penosas tribulações, de novo
me restituirás a vida, e de novo me tirarás dos abismos da terra.
21.
Aumentarás a minha grandeza, e de novo me consolarás.
22. Também eu te
louvarei ao som do saltério, pela tua fidelidade, ó meu Deus; cantar-te-ei ao
som da harpa, ó Santo de Israel.
23. Os meus lábios exultarão quando
eu cantar os teus louvores, assim como a minha alma, que tu
remiste.
24. Também a minha língua falará da tua justiça o dia todo;
pois estão envergonhados e confundidos aqueles que procuram o meu
mal.
[Salmos 72]Salmos 72
1. Ó
Deus, dá ao rei os teus juízes, e a tua justiça ao filho do rei.
2.
Julgue ele o teu povo com justiça, e os teus pobres com eqüidade.
3.
Que os montes tragam paz ao povo, como também os outeiros, com
justiça.
4. Julgue ele os aflitos do povo, salve os filhos do
necessitado, e esmague o opressor.
5. Viva ele enquanto existir o sol,
e enquanto durar a lua, por todas as gerações.
6. Desça como a chuva
sobre o prado, como os chuveiros que regam a terra.
7. Nos seus dias
floresça a justiça, e haja abundância de paz enquanto durar a lua.
8.
Domine de mar a mar, e desde o Rio até as extremidades da terra.
9.
Inclinem-se diante dele os seus adversários, e os seus inimigos lambam o
pó.
10. Paguem-lhe tributo os reis de Társis e das ilhas; os reis de
Sabá e de Seba ofereçam-lhe dons.
11. Todos os reis se prostrem
perante ele; todas as nações o sirvam.
12. Porque ele livra ao
necessitado quando clama, como também ao aflito e ao que não tem quem o
ajude.
13. Compadece-se do pobre e do necessitado, e a vida dos
necessitados ele salva.
14. Ele os liberta da opressão e da violência,
e precioso aos seus olhos é o sangue deles.
15. Viva, pois, ele; e se
lhe dê do ouro de Sabá; e continuamente se faça por ele oração, e o bendigam em
todo o tempo.
16. Haja abundância de trigo na terra sobre os cumes dos
montes; ondule o seu fruto como o Líbano, e das cidades floresçam homens como a
erva da terra.
17. Permaneça o seu nome eternamente; continue a sua
fama enquanto o sol durar, e os homens sejam abençoados nele; todas as nações o
chamem bem-aventurado.
18. Bendito seja o Senhor Deus, o Deus de
Israel, o único que faz maravilhas.
19. Bendito seja para sempre o seu
nome glorioso, e encha-se da sua glória toda a terra. Amém e amém.
20.
Findam aqui as orações de Davi, filho de Jessé.
[Salmos 73]Salmos 73
1. Verdadeiramente bom é Deus para
com Israel, para com os limpos de coração.
2. Quanto a mim, os meus
pés quase resvalaram; pouco faltou para que os meus passos
escorregassem.
3. Pois eu tinha inveja dos soberbos, ao ver a
prosperidade dos ímpios.
4. Não há apertos na sua morte; o seu corpo é
forte e sadio.
5. Não se acham em tribulações como outra gente, nem
são afligidos como os demais homens.
6. Pelo que a soberba lhes cinge
o pescoço como um colar; a violência os cobre como um vestido.
7. Os
olhos deles estão inchados de gordura; trasbordam as fantasias do seu
coração.
8. Motejam e falam maliciosamente; falam arrogantemente da
opressão.
9. Põem a sua boca contra os céus, e a sua língua percorre a
terra.
10. Pelo que o povo volta para eles e não acha neles falta
alguma.
11. E dizem: Como o sabe Deus? e: Há conhecimento no
Altíssimo?
12. Eis que estes são ímpios; sempre em segurança, aumentam
as suas riquezas.
13. Na verdade que em vão tenho purificado o meu
coração e lavado as minhas mãos na inocência,
14. pois todo o dia
tenho sido afligido, e castigado cada manhã.
15. Se eu tivesse dito:
Também falarei assim; eis que me teria havido traiçoeiramente para com a geração
de teus filhos.
16. Quando me esforçava para compreender isto, achei
que era tarefa difícil para mim,
17. até que entrei no santuário de
Deus; então percebi o fim deles.
18. Certamente tu os pões em lugares
escorregadios, tu os lanças para a ruína.
19. Como caem na desolação
num momento! ficam totalmente consumidos de terrores.
20. Como faz com
um sonho o que acorda, assim, ó Senhor, quando acordares, desprezarás as suas
fantasias.
21. Quando o meu espírito se amargurava, e sentia picadas
no meu coração,
22. estava embrutecido, e nada sabia; era como animal
diante de ti.
23. Todavia estou sempre contigo; tu me seguras a mão
direita.
24. Tu me guias com o teu conselho, e depois me receberás em
glória.
25. A quem tenho eu no céu senão a ti? e na terra não há quem
eu deseje além de ti.
26. A minha carne e o meu coração desfalecem; do
meu coração, porém, Deus é a fortaleza, e o meu quinhão para
sempre.
27. Pois os que estão longe de ti perecerão; tu exterminas
todos aqueles que se desviam de ti.
28. Mas para mim, bom é
aproximar-me de Deus; ponho a minha confiança no Senhor Deus, para anunciar
todas as suas obras.
[Salmos 74]Salmos
74
1. Ó Deus, por que nos rejeitaste para sempre? Por
que se acende a tua ira contra o rebanho do teu pasto?
2. Lembra-te da
tua congregação, que compraste desde a antigüidade, que remiste para ser a tribo
da tua herança, e do monte Sião, em que tens habitado.
3. Dirige os
teus passos para as perpétuas ruínas, para todo o mal que o inimigo tem feito no
santuário.
4. Os teus inimigos bramam no meio da tua assembléia; põem
nela as suas insígnias por sinais.
5. A entrada superior cortaram com
machados a grade de madeira.
6. Eis que toda obra entalhada, eles a
despedaçaram a machados e martelos.
7. Lançaram fogo ao teu santuário;
profanaram, derrubando-a até o chão, a morada do teu nome.
8. Disseram
no seu coração: Despojemo-la duma vez. Queimaram todas as sinagogas de Deus na
terra.
9. Não vemos mais as nossas insígnias, não há mais profeta; nem
há entre nós alguém que saiba até quando isto durará.
10. Até quando,
ó Deus, o adversário afrontará? O inimigo ultrajará o teu nome para
sempre?
11. Por que reténs a tua mão, sim, a tua destra? Tira-a do teu
seio, e consome-os.
12. Todavia, Deus é o meu Rei desde a antigüidade,
operando a salvação no meio da terra.
13. Tu dividiste o mar pela tua
força; esmigalhaste a cabeça dos monstros marinhos sobre as águas.
14.
Tu esmagaste as cabeças do leviatã, e o deste por mantimento aos habitantes do
deserto.
15. Tu abriste fontes e ribeiros; tu secaste os rios
perenes.
16. Teu é o dia e tua é a noite: tu preparaste a luz e o
sol.
17. Tu estabeleceste todos os limites da terra; verão e inverno,
tu os fizeste.
18. Lembra-te disto: que o inimigo te afrontou, ó
Senhor, e que um povo insensato ultrajou o teu nome.
19. Não entregues
às feras a alma da tua rola; não te esqueça para sempre da vida dos teus
aflitos.
20. Atenta para o teu pacto, pois os lugares tenebrosos da
terra estão cheios das moradas de violência.
21. Não volte
envergonhado o oprimido; louvem o teu nome o aflito e o
necessitado.
22. Levanta-te, ó Deus, pleiteia a tua própria causa;
lembra-te da afronta que o insensato te faz continuamente.
23. Não te
esqueças da gritaria dos teus adversários; o tumulto daqueles que se levantam
contra ti sobe continuamente.
[Salmos 75]Salmos
75
1. Damos-te graças, ó Deus, damos-te graças, pois o
teu nome está perto; os que invocam o teu nome anunciam as tuas
maravilhas.
2. Quando chegar o tempo determinado, julgarei
retamente.
3. Dissolve-se a terra e todos os seus moradores, mas eu
lhe fortaleci as colunas.
4. Digo eu aos arrogantes: Não sejais
arrogantes; e aos ímpios: Não levanteis a fronte;
5. não levanteis ao
alto a vossa fronte, nem faleis com arrogância.
6. Porque nem do
oriente, nem do ocidente, nem do deserto vem a exaltação.
7. Mas Deus
é o que julga; a um abate, e a outro exalta.
8. Porque na mão do
Senhor há um cálice, cujo vinho espuma, cheio de mistura, do qual ele dá a
beber; certamente todos os ímpios da terra sorverão e beberão as suas
fezes.
9. Mas, quanto a mim, exultarei para sempre, cantarei louvores
ao Deus de Jacó.
10. E quebrantarei todas as forças dos ímpios, mas as
forças dos justos serão exaltadas.
[Salmos 76]Salmos
76
1. Conhecido é Deus em Judá, grande é o seu nome em
Israel.
2. Em Salém está a sua tenda, e a sua morada em
Sião.
3. Ali quebrou ele as flechas do arco, o escudo, a espada, e a
guerra.
4. Glorioso és tu, mais majestoso do que os montes
eternos.
5. Os ousados de coração foram despojados; dormiram o seu
último sono; nenhum dos homens de força pôde usar as mãos.
6. À tua
repreensão, ó Deus de Jacó, cavaleiros e cavalos ficaram estirados sem
sentidos.
7. Tu, sim, tu és tremendo; e quem subsistirá à tua vista,
quando te irares?
8. Desde o céu fizeste ouvir o teu juízo; a terra
tremeu e se aquietou,
9. quando Deus se levantou para julgar, para
salvar a todos os mansos da terra.
10. Na verdade a cólera do homem
redundará em teu louvor, e do restante da cólera tu te cingirás.
11.
Fazei votos, e pagai-os ao Senhor, vosso Deus; tragam presentes, os que estão em
redor dele, àquele que deve ser temido.
12. Ele ceifará o espírito dos
príncipes; é tremendo para com os reis da terra.
[Salmos 77]Salmos 77
1. Levanto a Deus a minha voz; a
Deus levanto a minha voz, para que ele me ouça.
2. No dia da minha
angústia busco ao Senhor; de noite a minha mão fica estendida e não se cansa; a
minha alma recusa ser consolada.
3. Lembro-me de Deus, e me lamento;
queixo-me, e o meu espírito desfalece.
4. Conservas vigilantes os meus
olhos; estou tão perturbado que não posso falar.
5. Considero os dias
da antigüidade, os anos dos tempos passados.
6. De noite lembro-me do
meu cântico; consulto com o meu coração, e examino o meu espírito.
7.
Rejeitará o Senhor para sempre e não tornará a ser favorável?
8.
Cessou para sempre a sua benignidade? Acabou-se a sua promessa para todas as
gerações
9. Esqueceu-se Deus de ser compassivo? Ou na sua ira encerrou
ele as suas ternas misericórdias?
10. E eu digo: Isto é minha
enfermidade; acaso se mudou a destra do Altíssimo?
11. Recordarei os
feitos do Senhor; sim, me lembrarei das tuas maravilhas da
antigüidade.
12. Meditarei também em todas as tuas obras, e ponderarei
os teus feitos poderosos
13. O teu caminho, ó Deus, é em santidade;
que deus é grande como o nosso Deus?
14. Tu és o Deus que fazes
maravilhas; tu tens feito notória a tua força entre os povos.
15. Com
o teu braço remiste o teu povo, os filhos de Jacó e de José.
16. As
águas te viram, ó Deus, as águas te viram, e tremeram; os abismos também se
abalaram.
17. As nuvens desfizeram-se em água; os céus retumbaram; as
tuas flechas também correram de uma para outra parte.
18. A voz do teu
trovão estava no redemoinho; os relâmpagos alumiaram o mundo; a terra se abalou
e tremeu.
19. Pelo mar foi teu caminho, e tuas veredas pelas grandes
águas; e as tuas pegadas não foram conhecidas.
20. Guiaste o teu povo,
como a um rebanho, pela mão de Moisés e de Arão.
[Salmos 78]Salmos 78
1. Escutai o meu ensino, povo meu;
inclinai os vossos ouvidos às palavras da minha boca.
2. Abrirei a
minha boca numa parábola; proporei enigmas da antigüidade,
3. coisas
que temos ouvido e sabido, e que nossos pais nos têm contado.
4. Não
os encobriremos aos seus filhos, cantaremos às gerações vindouras os louvores do
Senhor, assim como a sua força e as maravilhas que tem feito.
5.
Porque ele estabeleceu um testemunho em Jacó, e instituiu uma lei em Israel, as
quais coisas ordenou aos nossos pais que as ensinassem a seus
filhos;
6. para que as soubesse a geração vindoura, os filhos que
houvesse de nascer, os quais se levantassem e as contassem a seus
filhos,
7. a fim de que pusessem em Deus a sua esperança, e não se
esquecessem das obras de Deus, mas guardassem os seus mandamentos;
8.
e que não fossem como seus pais, geração contumaz e rebelde, geração de coração
instável, cujo espírito não foi fiel para com Deus.
9. Os filhos de
Efraim, armados de arcos, retrocederam no dia da peleja.
10. Não
guardaram o pacto de Deus, e recusaram andar na sua lei;
11.
esqueceram-se das suas obras e das maravilhas que lhes fizera ver.
12.
Maravilhas fez ele à vista de seus pais na terra do Egito, no campo de
Zoã.
13. Dividiu o mar, e os fez passar por ele; fez com que as águas
parassem como um montão.
14. Também os guiou de dia por uma nuvem, e a
noite toda por um clarão de fogo.
15. Fendeu rochas no deserto, e
deu-lhes de beber abundantemente como de grandes abismos.
16. Da penha
fez sair fontes, e fez correr águas como rios.
17. Todavia ainda
prosseguiram em pecar contra ele, rebelando-se contra o Altíssimo no
deserto.
18. E tentaram a Deus nos seus corações, pedindo comida
segundo o seu apetite.
19. Também falaram contra Deus, dizendo: Poderá
Deus porventura preparar uma mesa no deserto? Acaso fornecerá carne para o seu
povo?
20. Pelo que o Senhor, quando os ouviu, se indignou; e acendeu
um fogo contra Jacó, e a sua ira subiu contra Israel;
21. Pelo que o
Senhor, quando os ouviu, se indignou; e acendeu um fogo contra Jacó, e a sua ira
subiu contra Israel;
22. porque não creram em Deus nem confiaram na
sua salvação.
23. Contudo ele ordenou às nuvens lá em cima, e abriu as
portas dos céus;
24. fez chover sobre eles maná para comerem, e
deu-lhes do trigo dos céus.
25. Cada um comeu o pão dos poderosos; ele
lhes mandou comida em abundância.
26. Fez soprar nos céus o vento do
oriente, e pelo seu poder trouxe o vento sul.
27. Sobre eles fez
também chover carne como poeira, e aves de asas como a areia do
mar;
28. e as fez cair no meio do arraial deles, ao redor de suas
habitações.
29. Então comeram e se fartaram bem, pois ele lhes trouxe
o que cobiçavam.
30. Não refrearam a sua cobiça. Ainda lhes estava a
comida na boca,
31. quando a ira de Deus se levantou contra eles, e
matou os mais fortes deles, e prostrou os escolhidos de Israel.
32.
Com tudo isso ainda pecaram, e não creram nas suas maravilhas.
33.
Pelo que consumiu os seus dias como um sopro, e os seus anos em repentino
terror.
34. Quando ele os fazia morrer, então o procuravam;
arrependiam-se, e de madrugada buscavam a Deus.
35. Lembravam-se de
que Deus era a sua rocha, e o Deus Altíssimo o seu Redentor.
36.
Todavia lisonjeavam-no com a boca, e com a língua lhe mentiam.
37.
Pois o coração deles não era constante para com ele, nem foram eles fiéis ao seu
pacto.
38. Mas ele, sendo compassivo, perdoou a sua iniqüidade, e não
os destruiu; antes muitas vezes desviou deles a sua cólera, e não acendeu todo o
seu furor.
39. Porque se lembrou de que eram carne, um vento que passa
e não volta.
40. Quantas vezes se rebelaram contra ele no deserto, e o
ofenderam no ermo!
41. Voltaram atrás, e tentaram a Deus; e provocaram
o Santo de Israel.
42. Não se lembraram do seu poder, nem do dia em
que os remiu do adversário,
43. nem de como operou os seus sinais no
Egito, e as suas maravilhas no campo de Zoã,
44. convertendo em sangue
os seus rios, para que não pudessem beber das suas correntes.
45.
Também lhes mandou enxames de moscas que os consumiram, e rãs que os
destruíram.
46. Entregou às lagartas as novidades deles, e o fruto do
seu trabalho aos gafanhotos.
47. Destruiu as suas vinhas com saraiva,
e os seus sicômoros com chuva de pedra.
48. Também entregou à saraiva
o gado deles, e aos coriscos os seus rebanhos.
49. E atirou sobre eles
o ardor da sua ira, o furor, a indignação, e a angústia, qual companhia de anjos
destruidores.
50. Deu livre curso à sua ira; não os poupou da morte,
mas entregou a vida deles à pestilência.
51. Feriu todo primogênito no
Egito, primícias da força deles nas tendas de Cão.
52. Mas fez sair o
seu povo como ovelhas, e os guiou pelo deserto como a um rebanho.
53.
Guiou-os com segurança, de sorte que eles não temeram; mas aos seus inimigos, o
mar os submergiu.
54. Sim, conduziu-os até a sua fronteira santa, até
o monte que a sua destra adquirira.
55. Expulsou as nações de diante
deles; e dividindo suas terras por herança, fez habitar em suas tendas as tribos
de Israel.
56. Contudo tentaram e provocaram o Deus Altíssimo, e não
guardaram os seus testemunhos.
57. Mas tornaram atrás, e portaram-se
aleivosamente como seus pais; desviaram-se como um arco
traiçoeiro.
58. Pois o provocaram à ira com os seus altos, e o
incitaram a zelos com as suas imagens esculpidas.
59. Ao ouvir isso,
Deus se indignou, e sobremodo abominou a Israel.
60. Pelo que
desamparou o tabernáculo em Siló, a tenda da sua morada entre os
homens,
61. dando a sua força ao cativeiro, e a sua glória à mão do
inimigo.
62. Entregou o seu povo à espada, e encolerizou-se contra a
sua herança.
63. Aos seus mancebos o fogo devorou, e suas donzelas não
tiveram cântico nupcial.
64. Os seus sacerdotes caíram à espada, e
suas viúvas não fizeram pranto.
65. Então o Senhor despertou como dum
sono, como um valente que o vinho excitasse.
66. E fez recuar a golpes
os seus adversários; infligiu-lhes eterna ignomínia.
67. Além disso,
rejeitou a tenda de José, e não escolheu a tribo de Efraim;
68. antes
escolheu a tribo de Judá, o monte Sião, que ele amava.
69. Edificou o
seu santuário como os lugares elevados, como a terra que fundou para
sempre.
70. Também escolheu a Davi, seu servo, e o tirou dos apriscos
das ovelhas;
71. de após as ovelhas e suas crias o trouxe, para
apascentar a Jacó, seu povo, e a Israel, sua herança.
72. E ele os
apascentou, segundo a integridade do seu coração, e os guiou com a perícia de
suas mãos.
[Salmos 79]Salmos
79
1. Ó Deus, as nações invadiram a tua herança;
contaminaram o teu santo templo; reduziram Jerusalém a ruínas.
2.
Deram os cadáveres dos teus servos como pastos às aves dos céus, e a carne dos
teus santos aos animais da terra.
3. Derramaram o sangue deles como
água ao redor de Jerusalém, e não houve quem os sepultasse.
4. Somos
feitos o opróbrio dos nossos vizinhos, o escárnio e a zombaria dos que estão em
redor de nós.
5. Até quando, Senhor? Indignar-te-ás para sempre?
Arderá o teu zelo como fogo?
6. Derrama o teu furor sobre as nações
que não te conhecem, e sobre os reinos que não invocam o teu nome;
7.
porque eles devoraram a Jacó, e assolaram a sua morada.
8. Não te
lembres contra nós das iniqüidades de nossos pais; venha depressa ao nosso
encontro a tua compaixão, pois estamos muito abatidos.
9. Ajuda-nos, ó
Deus da nossa salvação, pela glória do teu nome; livra-nos, e perdoa os nossos
pecados, por amor do teu nome.
10. Por que diriam as nações: Onde está
o seu Deus? Torne-se manifesta entre as nações, à nossa vista, a vingança do
sangue derramado dos teus servos.
11. Chegue à tua presença o gemido
dos presos; segundo a grandeza do teu braço, preserva aqueles que estão
condenados à morte.
12. E aos nossos vizinhos, deita-lhes no regaço,
setuplicadamente, a injúria com que te injuriaram, Senhor.
13. Assim
nós, teu povo ovelhas de teu pasto, te louvaremos eternamente; de geração em
geração publicaremos os teus louvores.
[Salmos 80]Salmos
80
1. Ó pastor de Israel, dá ouvidos; tu, que guias a
José como a um rebanho, que estás entronizado sobre os querubins,
resplandece.
2. Perante Efraim, Benjamim e Manassés, desperta o teu
poder, e vem salvar-nos.
3. Reabilita-nos, ó Deus; faze resplandecer o
teu rosto, para que sejamos salvos.
4. Ó Senhor Deus dos exércitos,
até quando te indignarás contra a oração do teu povo?
5. Tu os
alimentaste com pão de lágrimas, e lhes deste a beber lágrimas em
abundância.
6. Tu nos fazes objeto de escárnio entre os nossos
vizinhos; e os nossos inimigos zombam de nós entre si.
7.
Reabilita-nos, ó Deus dos exércitos; faze resplandecer o teu rosto, para que
sejamos salvos.
8. Trouxeste do Egito uma videira; lançaste fora as
nações, e a plantaste.
9. Preparaste-lhe lugar; e ela deitou profundas
raízes, e encheu a terra.
10. Os montes cobriram-se com a sua sombra,
e os cedros de Deus com os seus ramos.
11. Ela estendeu a sua ramagem
até o mar, e os seus rebentos até o Rio.
12. Por que lhe derrubaste as
cercas, de modo que a vindimam todos os que passam pelo caminho?
13. O
javali da selva a devasta, e as feras do campo alimentam-se dela.
14.
Ó Deus dos exércitos, volta-te, nós te rogamos; atende do céu, e vê, e visita
esta videira,
15. a videira que a tua destra plantou, e o sarmento que
fortificaste para ti.
16. Está queimada pelo fogo, está cortada; eles
perecem pela repreensão do teu rosto.
17. Seja a tua mão sobre o varão
da tua destra, sobre o filho do homem que fortificaste para ti.
18. E
não nos afastaremos de ti; vivifica-nos, e nós invocaremos o teu
nome.
19. Reabilita-nos, Senhor Deus dos exércitos; faze resplandecer
o teu rosto, para que sejamos salvos.
[Salmos 81]Salmos
81
1. Cantai alegremente a Deus, nossa fortaleza;
erguei alegres vozes ao Deus de Jacó.
2. Entoai um salmo, e fazei soar
o adufe, a suave harpa e o saltério.
3. Tocai a trombeta pela lua
nova, pela lua cheia, no dia da nossa festa.
4. Pois isso é um
estatuto para Israel, e uma ordenança do Deus de Jacó.
5. Ordenou-o
por decreto em José, quando saiu contra a terra do Egito. Ouvi uma voz que não
conhecia, dizendo:
6. Livrei da carga o seu ombro; as suas mãos
ficaram livres dos cestos.
7. Na angústia clamaste e te livrei;
respondi-te no lugar oculto dos trovões; provei-te junto às águas de
Meribá.
8. Ouve-me, povo meu, e eu te admoestarei; ó Israel, se me
escutasses!
9. não haverá em ti deus estranho, nem te prostrarás ante
um deus estrangeiro.
10. Eu sou o Senhor teu Deus, que te tirei da
terra do Egito; abre bem a tua boca, e eu a encherei.
11. Mas o meu
povo não ouviu a minha voz, e Israel não me quis.
12. Pelo que eu os
entreguei à obstinação dos seus corações, para que andassem segundo os seus
próprios conselhos.
13. Oxalá me escutasse o meu povo! oxalá Israel
andasse nos meus caminhos!
14. Em breve eu abateria os seus inimigos,
e voltaria a minha mão contra os seus adversários.
15. Os que odeiam
ao Senhor o adulariam, e a sorte deles seria eterna.
16. E eu te
sustentaria com o trigo mais fino; e com o mel saído da rocha eu te
saciaria.
[Salmos 82]Salmos
82
1. Deus está na assembléia divina; julga no meio dos
deuses:
2. Até quando julgareis injustamente, e tereis respeito às
pessoas dos ímpios?
3. Fazei justiça ao pobre e ao órfão; procedei
retamente com o aflito e o desamparado.
4. Livrai o pobre e o
necessitado, livrai-os das mãos dos ímpios.
5. Eles nada sabem, nem
entendem; andam vagueando às escuras; abalam-se todos os fundamentos da
terra.
6. Eu disse: Vós sois deuses, e filhos do Altíssimo, todos
vós.
7. Todavia, como homens, haveis de morrer e, como qualquer dos
príncipes, haveis de cair.
8. Levanta-te, ó Deus, julga a terra; pois
a ti pertencem todas as nações.
[Salmos 83]Salmos
83
1. Ó Deus, não guardes silêncio; não te cales nem
fiques impassível, ó Deus.
2. Pois eis que teus inimigos se alvoroçam,
e os que te odeiam levantam a cabeça.
3. Astutamente formam conselho
contra o teu povo, e conspiram contra os teus protegidos.
4. Dizem
eles: Vinde, e apaguemo-los para que não sejam nação, nem seja lembrado mais o
nome de Israel.
5. Pois à uma se conluiam; aliam-se contra
ti
6. as tendas de Edom e os ismaelitas, Moabe e os
hagarenos,
7. Gebal, Amom e Amaleque, e a Filístia com os habitantes
de tiro.
8. Também a Assíria se ligou a eles; eles são o braço forte
dos filhos de Ló.
9. Faze-lhes como fizeste a Midiã, como a Sísera,
como a Jabim junto ao rio Quisom,
10. os quais foram destruídos em
En-Dor; tornaram-se esterco para a terra.
11. Faze aos seus nobres
como a Orebe e a Zeebe; e a todos os seus príncipes como a Zebá e a
Zalmuna,
12. que disseram: Tomemos para nós as pastagens de
Deus.
13. Deus meu, faze-os como um turbilhão de pó, como a palha
diante do vento.
14. Como o fogo queima um bosque, e como a chama
incedeia as montanhas,
15. assim persegue-os com a tua tempestade, e
assombra-os com o teu furacão.
16. Cobre-lhes o rosto de confusão, de
modo que busquem o teu nome, Senhor.
17. Sejam envergonhados e
conturbados perpetuamente; sejam confundidos, e pereçam,
18. para que
saibam que só tu, cujo nome é o Senhor, és o Altíssimo sobre toda a
terra.
[Salmos 84]Salmos 84
1.
Quão amável são os teus tabernáculos, ó Senhor dos exércitos!
2. A
minha alma suspira! sim, desfalece pelos átrios do Senhor; o meu coração e a
minha carne clamam pelo Deus vivo.
3. Até o pardal encontrou casa, e a
andorinha ninho para si, onde crie os seus filhotes, junto aos teus altares, ó
Senhor dos exércitos, Rei meu e Deus meu.
4. Bem-aventurados os que
habitam em tua casa; louvar-te-ão continuamente.
5. Bem-aventurados os
homens cuja força está em ti, em cujo coração os caminhos altos.
6.
Passando pelo vale de Baca, fazem dele um lugar de fontes; e a primeira chuva o
cobre de bênçãos.
7. Vão sempre aumentando de força; cada um deles
aparece perante Deus em Sião.
8. Senhor Deus dos exércitos, escuta a
minha oração; inclina os ouvidos, ó Deus de Jacó!
9. Olha, ó Deus,
escudo nosso, e contempla o rosto do teu ungido.
10. Porque vale mais
um dia nos teus átrios do que em outra parte mil. Preferiria estar à porta da
casa do meu Deus, a habitar nas tendas da perversidade.
11. Porquanto
o Senhor Deus é sol e escudo; o Senhor dará graça e glória; não negará bem algum
aos que andam na retidão.
12. Ó Senhor dos exércitos, bem-aventurado o
homem que em ti põe a sua confiança.
[Salmos 85]Salmos
85
1. Mostraste favor, Senhor, à tua terra; fizeste
regressar os cativos de Jacó.
2. Perdoaste a iniqüidade do teu povo;
cobriste todos os seus pecados.
3. Retraíste toda a tua cólera;
refreaste o ardor da tua ira.
4. Restabelece-nos, ó Deus da nossa
salvação, e faze cessar a tua indignação contra nós.
5. Estarás para
sempre irado contra nós? estenderás a tua ira a todas as gerações?
6.
Não tornarás a vivificar-nos, para que o teu povo se regozije em
ti?
7. Mostra-nos, Senhor, a tua benignidade, e concede-nos a tua
salvação.
8. Escutarei o que Deus, o Senhor, disser; porque falará de
paz ao seu povo, e aos seus santos, contanto que não voltem à
insensatez.
9. Certamente que a sua salvação está perto daqueles que o
temem, para que a glória habite em nossa terra.
10. A benignidade e a
fidelidade se encontraram; a justiça e a paz se beijaram.
11. A
fidelidade brota da terra, e a justiça olha desde o céu.
12. O Senhor
dará o que é bom, e a nossa terra produzirá o seu fruto.
13. A justiça
irá adiante dele, marcando o caminho com as suas pegadas.
[Salmos
86]Salmos 86
1. Inclina, Senhor, os
teus ouvidos, e ouve-me, porque sou pobre e necessitado.
2. Preserva a
minha vida, pois sou piedoso; o Deus meu, salva o teu servo, que em ti
confia.
3. Compadece-te de mim, ó Senhor, pois a ti clamo o dia
todo.
4. Alegra a alma do teu servo, pois a ti, Senhor, elevo a minha
alma.
5. Porque tu, Senhor, és bom, e pronto a perdoar, e abundante em
benignidade para com todos os que te invocam.
6. Dá ouvidos, Senhor, à
minha oração, e atende à voz das minhas súplicas.
7. No dia da minha
angústia clamo a ti, porque tu me respondes.
8. Entre os deuses nenhum
há semelhante a ti, Senhor, nem há obras como as tuas.
9. Todas as
nações que fizeste virão e se prostrarão diante de ti, Senhor, e glorificarão o
teu nome.
10. Ensina-me, Senhor, o teu caminho, e andarei na tua
verdade; dispõe o meu coração para temer o teu nome.
11. Louvar-te-ei,
Senhor Deus meu, de todo o meu coração, e glorificarei o teu nome para
sempre.
12. Pois grande é a tua benignidade para comigo, e livraste a
minha alma das profundezas do Seol.
13. Pois grande é a tua
benignidade para comigo, e livraste a minha alma das profundezas do
Seol.
14. Ó Deus, os soberbos têm-se levantado contra mim, e um bando
de homens violentos procura tirar-me a vida; eles não te puseram diante dos seus
olhos.
15. Mas tu, Senhor, és um Deus compassivo e benigno, longânimo,
e abundante em graça e em fidelidade.
16. Volta-te para mim, e
compadece-te de mim; dá a tua força ao teu servo, e a salva o filho da tua
serva.
17. Mostra-me um sinal do teu favor, para que o vejam aqueles
que me odeiam, e sejam envergonhados, por me haveres tu, Senhor, ajuntado e
confortado.
[Salmos 87]Salmos
87
1. O fundamento dela está nos montes
santos.
2. O Senhor ama as portas de Sião mais do que todas as
habitações de Jacó.
3. Coisas gloriosas se dizem de ti, ó cidade de
Deus.
4. Farei menção de Raabe e de Babilônia dentre os que me
conhecem; eis que da Filístia, e de Tiro, e da Etiópia, se dirá: Este nasceu
ali.
5. Sim, de Sião se dirá: Este e aquele nasceram ali; e o próprio
Altíssimo a estabelecerá.
6. O Senhor, ao registrar os povos, dirá:
Este nasceu ali.
7. Tanto os cantores como os que tocam instrumentos
dirão: Todas as minhas fontes estão em ti.
[Salmos 88]Salmos 88
1. Ó Senhor, Deus da minha
salvação, dia e noite clamo diante de ti.
2. Chegue à tua presença a
minha oração, inclina os teus ouvidos ao meu clamor;
3. porque a minha
alma está cheia de angústias, e a minha vida se aproxima do Seol.
4.
Já estou contado com os que descem à cova; estou como homem sem
forças,
5. atirado entre os finados; como os mortos que jazem na
sepultura, dos quais já não te lembras, e que são desamparados da tua
mão.
6. Puseste-me na cova mais profunda, em lugares escuros, nas
profundezas.
7. Sobre mim pesa a tua cólera; tu me esmagaste com todas
as tuas ondas.
8. Apartaste de mim os meus conhecidos, fizeste-me
abominável para eles; estou encerrado e não posso sair.
9. Os meus
olhos desfalecem por causa da aflição. Clamo a ti todo dia, Senhor,
estendendo-te as minhas mãos.
10. Mostrarás tu maravilhas aos mortos?
ou levantam-se os mortos para te louvar?
11. Será anunciada a tua
benignidade na sepultura, ou a tua fidelidade no Abadom?
12. Serão
conhecidas nas trevas as tuas maravilhas, e a tua justiça na terra do
esquecimento?
13. Eu, porém, Senhor, clamo a ti; de madrugada a minha
oração chega à tua presença.
14. Senhor, por que me rejeitas? por que
escondes de mim a tua face?
15. Estou aflito, e prestes a morrer desde
a minha mocidade; sofro os teus terrores, estou desamparado.
16. Sobre
mim tem passado a tua ardente indignação; os teus terrores deram cabo de
mim.
17. Como águas me rodeiam todo o dia; cercam-me todos
juntos.
18. Aparte de mim amigos e companheiros; os meus conhecidos se
acham nas trevas.
[Salmos 89]Salmos
89
1. Cantarei para sempre as benignidades do Senhor;
com a minha boca proclamarei a todas as gerações a tua fidelidade.
2.
Digo, pois: A tua benignidade será renovada para sempre; tu confirmarás a tua
fidelidade até nos céus, dizendo:
3. Fiz um pacto com o meu escolhido;
jurei ao meu servo Davi:
4. Estabelecerei para sempre a tua
descendência, e firmarei o teu trono por todas as gerações.
5. Os céus
louvarão as tuas maravilhas, ó Senhor, e a tua fidelidade na assembléia dos
santos.
6. Pois quem no firmamento se pode igualar ao Senhor? Quem
entre os filhos de Deus é semelhante ao Senhor,
7. um Deus sobremodo
tremendo na assembléia dos santos, e temível mais do que todos os que estão ao
seu redor?
8. Ó Senhor, Deus dos exércitos, quem é poderoso como tu,
Senhor, com a tua fidelidade ao redor de ti?
9. Tu dominas o ímpio do
mar; quando as suas ondas se levantam tu as fazes aquietar.
10. Tu
abateste a Raabe como se fora ferida de morte; com o teu braço poderoso
espalhaste os teus inimigos.
11. São teus os céus, e tua é a terra; o
mundo e a sua plenitude, tu os fundaste.
12. O norte e o sul, tu os
criaste; o Tabor e o Hermom regozijam-se em teu nome.
13. Tu tens um
braço poderoso; forte é a tua mão, e elevado a tua destra.
14. Justiça
e juízo são a base do teu trono; benignidade e verdade vão adiante de
ti.
15. Bem-aventurado o povo que conhece o som festivo, que anda, ó
Senhor, na luz da tua face,
16. que se regozija em teu nome todo o
dia, e na tua justiça é exaltado.
17. Pois tu és a glória da sua
força; e pelo teu favor será exaltado o nosso poder.
18. Porque o
Senhor é o nosso escudo, e o Santo de Israel é o nosso Rei.
19.
Naquele tempo falaste em visão ao teu santo, e disseste: Coloquei a coroa num
homem poderoso; exaltei um escolhido dentre o povo.
20. Achei Davi,
meu servo; com o meu santo óleo o ungi.
21. A minha mão será sempre
com ele, e o meu braço o fortalecerá.
22. O inimigo não o
surpreenderá, nem o filho da perversidade o afligirá.
23. Eu esmagarei
diante dele os seus adversários, e aos que o odeiam abaterei.
24. A
minha fidelidade, porém, e a minha benignidade estarão com ele, e em meu nome
será exaltado o seu poder.
25. Porei a sua mão sobre o mar, e a sua
destra sobre os rios.
26. Ele me invocará, dizendo: Tu és meu pai, meu
Deus, e a rocha da minha salvação.
27. Também lhe darei o lugar de
primogênito; fá-lo-ei o mais excelso dos reis da terra.
28.
Conservar-lhe-ei para sempre a minha benignidade, e o meu pacto com ele ficará
firme.
29. Farei que subsista para sempre a sua descendência, e o seu
trono como os dias dos céus.
30. Se os seus filhos deixarem a minha
lei, e não andarem nas minhas ordenanças,
31. se profanarem os meus
preceitos, e não guardarem os meus mandamentos,
32. então visitarei
com vara a sua transgressão, e com açoites a sua iniqüidade.
33. Mas
não lhe retirarei totalmente a minha benignidade, nem faltarei com a minha
fidelidade.
34. Não violarei o meu pacto, nem alterarei o que saiu dos
meus lábios.
35. Uma vez para sempre jurei por minha santidade; não
mentirei a Davi.
36. A sua descendência subsistirá para sempre, e o
seu trono será como o sol diante de mim;
37. será estabelecido para
sempre como a lua, e ficará firme enquanto o céu durar.
38. Mas tu o
repudiaste e rejeitaste, tu estás indignado contra o teu ungido.
39.
Desprezaste o pacto feito com teu servo; profanaste a sua coroa, arrojando-a por
terra.
40. Derribaste todos os seus muros; arruinaste as suas
fortificações.
41. Todos os que passam pelo caminho o despojam;
tornou-se objeto de opróbrio para os seus vizinhos.
42. Exaltaste a
destra dos seus adversários; fizeste com que todos os seus inimigos se
regozijassem.
43. Embotaste o fio da sua espada, e não o sustentaste
na peleja;
44. fizeste cessar o seu esplendor, e arrojaste por terra o
seu trono;
45. abreviaste os dias da sua mocidade; cobriste-o de
vergonha.
46. Até quando, Senhor? Esconder-te-ás para sempre? Até
quando arderá a tua ira como fogo?
47. Lembra-te de quão breves são os
meus dias; de quão efêmeros criaste todos os filhos dos homens!
48.
Que homem há que viva e não veja a morte? ou que se livre do poder do
Seol?
49. Senhor, onde estão as tuas antigas benignidades, que juraste
a Davi na tua fidelidade?
50. Lembre-te, Senhor, do opróbrio dos teus
servos; e de como trago no meu peito os insultos de todos os povos
poderosos,
51. com que os teus inimigos, ó Senhor, têm difamado, com
que têm difamado os passos do teu ungido.
52. Bendito seja o Senhor
para sempre. Amém e amém.
[Salmos 90]Salmos
90
1. Senhor, tu tens sido o nosso refúgio de geração
em geração.
2. Antes que nascessem os montes, ou que tivesses formado
a terra e o mundo, sim, de eternidade a eternidade tu és Deus.
3. Tu
reduzes o homem ao pó, e dizes: Voltai, filhos dos homens!
4. Porque
mil anos aos teus olhos são como o dia de ontem que passou, e como uma vigília
da noite.
5. Tu os levas como por uma torrente; são como um sono; de
manhã são como a erva que cresce;
6. de manhã cresce e floresce; à
tarde corta-se e seca.
7. Pois somos consumidos pela tua ira, e pelo
teu furor somos conturbados.
8. Diante de ti puseste as nossas
iniqüidades, à luz do teu rosto os nossos pecados ocultos.
9. Pois
todos os nossos dias vão passando na tua indignação; acabam-se os nossos anos
como um suspiro.
10. A duração da nossa vida é de setenta anos; e se
alguns, pela sua robustez, chegam a oitenta anos, a medida deles é canseira e
enfado; pois passa rapidamente, e nós voamos.
11. Quem conhece o poder
da tua ira? e a tua cólera, segundo o temor que te é devido?
12.
Ensina-nos a contar os nossos dias de tal maneira que alcancemos corações
sábios.
13. Volta-te para nós, Senhor! Até quando? Tem compaixão dos
teus servos.
14. Sacia-nos de manhã com a tua benignidade, para que
nos regozijemos e nos alegremos todos os nossos dias.
15. Alegra-nos
pelos dias em que nos afligiste, e pelos anos em que vimos o mal.
16.
Apareça a tua obra aos teus servos, e a tua glória sobre seus
filhos.
17. Seja sobre nós a graça do Senhor, nosso Deus; e confirma
sobre nós a obra das nossas mãos; sim, confirma a obra das nossas
mãos.
[Salmos 91]Salmos 91
1.
Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, à sombra do Todo-Poderoso
descansará.
2. Direi do Senhor: Ele é o meu refúgio e a minha
fortaleza, o meu Deus, em quem confio.
3. Porque ele te livra do laço
do passarinho, e da peste perniciosa.
4. Ele te cobre com as suas
penas, e debaixo das suas asas encontras refúgio; a sua verdade é escudo e
broquel.
5. Não temerás os terrores da noite, nem a seta que voe de
dia,
6. nem peste que anda na escuridão, nem mortandade que assole ao
meio-dia.
7. Mil poderão cair ao teu lado, e dez mil à tua direita;
mas tu não serás atingido.
8. Somente com os teus olhos contemplarás,
e verás a recompensa dos ímpios.
9. Porquanto fizeste do Senhor o teu
refúgio, e do Altíssimo a tua habitação,
10. nenhum mal te sucederá,
nem praga alguma chegará à tua tenda.
11. Porque aos seus anjos dará
ordem a teu respeito, para te guardarem em todos os teus caminhos.
12.
Eles te susterão nas suas mãos, para que não tropeces em alguma
pedra.
13. Pisarás o leão e a áspide; calcarás aos pés o filho do leão
e a serpente.
14. Pois que tanto me amou, eu o livrarei; pô-lo-ei num
alto retiro, porque ele conhece o meu nome.
15. Quando ele me invocar,
eu lhe responderei; estarei com ele na angústia, livrá-lo-ei, e o
honrarei.
16. Com longura de dias fartá-lo-ei, e lhe mostrarei a minha
salvação.
[Salmos 92]Salmos
92
1. Bom é render graças ao Senhor, e cantar louvores
ao teu nome, ó Altíssimo,
2. anunciar de manhã a tua benignidade, e à
noite a tua fidelidade,
3. sobre um instrumento de dez cordas, e sobre
o saltério, ao som solene da harpa.
4. Pois me alegraste, Senhor,
pelos teus feitos; exultarei nas obras das tuas mãos.
5. Quão grandes
são, ó Senhor, as tuas obras! quão profundos são os teus
pensamentos!
6. O homem néscio não sabe, nem o insensato entende
isto:
7. quando os ímpios brotam como a erva, e florescem todos os que
praticam a iniqüidade, é para serem destruídos para sempre.
8. Mas tu,
Senhor, estás nas alturas para sempre.
9. Pois eis que os teus
inimigos, Senhor, eis que os teus inimigos perecerão; serão dispersos todos os
que praticam a iniqüidade.
10. Mas tens exaltado o meu poder, como o
do boi selvagem; fui ungido com óleo fresco.
11. Os meus olhos já
viram o que é feito dos que me espreitam, e os meus ouvidos já ouviram o que
sucedeu aos malfeitores que se levantam contra mim.
12. Os justos
florescerão como a palmeira, crescerão como o cedro no Líbano.
13.
Estão plantados na casa do Senhor, florescerão nos átrios do nosso
Deus.
14. Na velhice ainda darão frutos, serão viçosos e
florescentes,
15. para proclamarem que o Senhor é reto. Ele é a minha
rocha, e nele não há injustiça.
[Salmos 93]Salmos
93
1. O Senhor reina; está vestido de majestade. O
Senhor se revestiu, cingiu-se de fortaleza; o mundo também está estabelecido, de
modo que não pode ser abalado.
2. O teu trono está firme desde a
antigüidade; desde a eternidade tu existes.
3. Os rios levantaram, ó
Senhor, os rios levantaram o seu ruído, os rios levantam o seu
fragor.
4. Mais que o ruído das grandes águas, mais que as vagas
estrondosas do mar, poderoso é o Senhor nas alturas.
5. Mui fiéis são
os teus testemunhos; a santidade convém à tua casa, Senhor, para
sempre.
[Salmos 94]Salmos 94
1.
Ó Senhor, Deus da vingança, ó Deus da vingança, resplandece!
2.
Exalta-te, ó juiz da terra! dá aos soberbos o que merecem.
3. Até
quando os ímpios, Senhor, até quando os ímpios exultarão?
4. Até
quando falarão, dizendo coisas arrogantes, e se gloriarão todos os que praticam
a iniqüidade?
5. Esmagam o teu povo, ó Senhor, e afligem a tua
herança.
6. Matam a viúva e o estrangeiro, e tiram a vida ao
órfão.
7. E dizem: O Senhor não vê; o Deus de Jacó não o
percebe.
8. Atendei, ó néscios, dentre o povo; e vós, insensatos,
quando haveis de ser sábios?
9. Aquele que fez ouvido, não ouvirá? ou
aquele que formou o olho, não verá?
10. Porventura aquele que
disciplina as nações, não corrigirá? Aquele que instrui o homem no
conhecimento,
11. o Senhor, conhece os pensamentos do homem, que são
vaidade.
12. Bem-aventurado é o homem a quem tu repreendes, ó Senhor,
e a quem ensinas a tua lei,
13. para lhe dares descanso dos dias da
adversidade, até que se abra uma cova para o ímpio.
14. Pois o Senhor
não rejeitará o seu povo, nem desamparará a sua herança.
15. Mas o
juízo voltará a ser feito com justiça, e hão de segui-lo todos os retos de
coração.
16. Quem se levantará por mim contra os malfeitores? quem se
porá ao meu lado contra os que praticam a iniqüidade?
17. Se o Senhor
não tivesse sido o meu auxílio, já a minha alma estaria habitando no lugar do
silêncio.
18. Quando eu disse: O meu pé resvala; a tua benignidade,
Senhor, me susteve.
19. Quando os cuidados do meu coração se
multiplicam, as tuas consolações recreiam a minha alma.
20. Pode acaso
associar-se contigo o trono de iniqüidade, que forja o mal tendo a lei por
pretexto?
21. Acorrem em tropel contra a vida do justo, e condenam o
sangue inocente.
22. Mas o Senhor tem sido o meu alto retiro, e o meu
Deus a rocha do meu alto retiro, e o meu Deus a rocha do meu
refúgio.
23. Ele fará recair sobre eles a sua própria iniqüidade, e os
destruirá na sua própria malícia; o Senhor nosso Deus os
destruirá.
[Salmos 95]Salmos
95
1. Vinde, cantemos alegremente ao Senhor, cantemos
com júbilo à rocha da nossa salvação.
2. Apresentemo-nos diante dele
com ações de graças, e celebremo-lo com salmos de louvor.
3. Porque o
Senhor é Deus grande, e Rei grande acima de todos os deuses.
4. Nas
suas mãos estão as profundezas da terra, e as alturas dos montes são
suas.
5. Seu é o mar, pois ele o fez, e as suas mãos formaram a serra
terra seca.
6. Oh, vinde, adoremos e prostremo-nos; ajoelhemos diante
do Senhor, que nos criou.
7. Porque ele é o nosso Deus, e nós povo do
seu pasto e ovelhas que ele conduz. Oxalá que hoje ouvísseis a sua
voz:
8. Não endureçais o vosso coração como em Meribá, como no dia de
Massá no deserto,
9. quando vossos pais me tentaram, me provaram e
viram a minha obra.
10. Durante quarenta anos estive irritado com
aquela geração, e disse: É um povo que erra de coração, e não conhece os meus
caminhos;
11. por isso jurei na minha ira: Eles não entrarão no meu
descanso.
[Salmos 96]Salmos
96
1. Cantai ao Senhor um cântico novo, cantai ao
Senhor, todos os moradores da terra.
2. Cantai ao Senhor, bendizei o
seu nome; anunciai de dia em dia a sua salvação.
3. Anunciai entre as
nações a sua glória, entre todos os povos as suas maravilhas.
4.
Porque grande é o Senhor, e digno de ser louvado; ele é mais temível do que
todos os deuses.
5. Porque todos os deuses dos povos são ídolos; mas o
Senhor fez os céus.
6. Glória e majestade estão diante dele, força e
formosura no seu santuário.
7. Tributai ao Senhor, ó famílias dos
povos, tributai ao Senhor glória e força.
8. Tributai ao Senhor a
glória devida ao seu nome; trazei oferendas, e entrai nos seus
átrios.
9. Adorai ao Senhor vestidos de trajes santos; tremei diante
dele, todos os habitantes da terra.
10. Dizei entre as nações: O
Senhor reina; ele firmou o mundo, de modo que não pode ser abalado. Ele julgará
os povos com retidão.
11. Alegrem-se os céus, e regozije-se a terra;
brame o mar e a sua plenitude.
12. Exulte o campo, e tudo o que nele
há; então cantarão de júbilo todas as árvores do bosque
13. diante do
Senhor, porque ele vem, porque vem julgar a terra: julgará o mundo com justiça e
os povos com a sua fidelidade.
[Salmos 97]Salmos
97
1. O Senhor reina, regozije-se a terra; alegrem-se
as numerosas ilhas.
2. Nuvens e escuridão estão ao redor dele; justiça
e eqüidade são a base do seu trono.
3. Adiante dele vai um fogo que
abrasa os seus inimigos em redor.
4. Os seus relâmpagos alumiam o
mundo; a terra os vê e treme.
5. Os montes, como cerca, se derretem na
presença do Senhor, na presença do Senhor de toda a terra.
6. Os céus
anunciam a sua justiça, e todos os povos vêem a sua glória.
7.
Confundidos são todos os que servem imagens esculpidas, que se gloriam de
ídolos; prostrai-vos diante dele, todos os deuses.
8. Sião ouve e se
alegra, e regozijam-se as filhas de Judá por causa dos teus juízos,
Senhor.
9. Pois tu, Senhor, és o Altíssimo sobre toda a terra; tu és
sobremodo exaltado acima de todos os deuses.
10. O Senhor ama aos que
odeiam o mal; ele preserva as almas dos seus santos, ele os livra das mãos dos
ímpios.
11. A luz é semeada para o justo, e a alegria para os retos de
coração.
12. Alegrai-vos, ó justos, no Senhor, e rendei graças ao seu
santo nome.
[Salmos 98]Salmos
98
1. Cantai ao Senhor um cântico novo, porque ele tem
feito maravilhas; a sua destra e o seu braço santo lhe alcançaram a
vitória.
2. O Senhor fez notória a sua salvação, manifestou a sua
justiça perante os olhos das nações.
3. Lembrou-se da sua misericórdia
e da sua fidelidade para com a casa de Israel; todas as extremidades da terra
viram a salvação do nosso Deus.
4. Celebrai com júbilo ao Senhor,
todos os habitantes da terra; dai brados de alegria, regozijai-vos, e cantai
louvores.
5. Louvai ao Senhor com a harpa; com a harpa e a voz de
canto.
6. Com trombetas, e ao som de buzinas, exultai diante do Rei, o
Senhor.
7. Brame o mar e a sua plenitude, o mundo e os que nele
habitam;
8. batam palmas os rios; à uma regozijem-se os
montes
9. diante do Senhor, porque vem julgar a terra; com justiça
julgará o mundo, e os povos com eqüidade.
[Salmos 99]Salmos 99
1. O Senhor reina, tremam os
povos; ele está entronizado sobre os querubins, estremeça a terra.
2.
O Senhor é grande em Sião, e exaltado acima de todos os povos.
3.
Louvem o teu nome, grande e tremendo; pois é santo.
4. És Rei poderoso
que amas a justiça; estabeleces a eqüidade, executas juízo e justiça em
Jacó.
5. Exaltai o Senhor nosso Deus, e prostrai-vos diante do
escabelo de seus pés; porque ele é santo.
6. Moisés e Arão entre os
seus sacerdotes, e Samuel entre os que invocavam o seu nome, clamavam ao Senhor,
e ele os ouvia.
7. Na coluna de nuvem lhes falava; eles guardavam os
seus testemunhos, e os estatutos que lhes dera.
8. Tu os ouviste,
Senhor nosso Deus; tu foste para eles um Deus perdoador, embora vingador dos
seus atos.
9. Exaltai o Senhor nosso Deus e adorai-o no seu santo
monte, porque o Senhor nosso Deus é santo.
[Salmos 100]Salmos 100
1. Celebrai com júbilo ao Senhor,
todos os habitantes da terra.
2. Servi ao Senhor com alegria, e
apresentai-vos a ele com cântico.
3. Sabei que o Senhor é Deus! Foi
ele quem nos fez, e somos dele; somos o seu povo e ovelhas do seu
pasto.
4. Entrai pelas suas portas com ação de graças, e em seus
átrios com louvor; dai-lhe graças e bendizei o seu nome.
5. Porque o
Senhor é bom; a sua benignidade dura para sempre, e a sua fidelidade de geração
em geração.
[Salmos 101]Salmos
101
1. Cantarei a benignidade e o juízo; a ti, Senhor,
cantarei.
2. Portar-me-ei sabiamente no caminho reto. Oh, quando virás
ter comigo? Andarei em minha casa com integridade de coração.
3. Não
porei coisa torpe diante dos meus olhos; aborreço as ações daqueles que se
desviam; isso não se apagará a mim.
4. Longe de mim estará o coração
perverso; não conhecerei o mal.
5. Aquele que difama o seu próximo às
escondidas, eu o destruirei; aquele que tem olhar altivo e coração soberbo, não
o tolerarei.
6. Os meus olhos estão sobre os fiéis da terra, para que
habitem comigo; o que anda no caminho perfeito, esse me servirá.
7. O
que usa de fraude não habitará em minha casa; o que profere mentiras não estará
firme perante os meus olhos.
8. De manhã em manhã destruirei todos os
ímpios da terra, para desarraigar da cidade do Senhor todos os que praticam a
iniqüidade.
[Salmos 102]Salmos
102
1. Ó Senhor, ouve a minha oração, e chegue a ti o
meu clamor.
2. Não escondas de mim o teu rosto no dia da minha
angústia; inclina para mim os teus ouvidos; no dia em que eu clamar, ouve-me
depressa.
3. Pois os meus dias se desvanecem como fumaça, e os meus
ossos ardem como um tição.
4. O meu coração está ferido e seco como a
erva, pelo que até me esqueço de comer o meu pão.
5. Por causa do meu
doloroso gemer, os meus ossos se apegam à minha carne.
6. Sou
semelhante ao pelicano no deserto; cheguei a ser como a coruja das
ruínas.
7. Vigio, e tornei-me como um passarinho solitário no
telhado.
8. Os meus inimigos me afrontam todo o dia; os que contra mim
se enfurecem, me amaldiçoam.
9. Pois tenho comido cinza como pão, e
misturado com lágrimas a minha bebida,
10. por causa da tua indignação
e da tua ira; pois tu me levantaste e me arrojaste de ti.
11. Os meus
dias são como a sombra que declina, e eu, como a erva, me vou
secando.
12. Mas tu, Senhor, estás entronizado para sempre, e o teu
nome será lembrado por todas as gerações.
13. Tu te levantarás e terás
piedade de Sião; pois é o tempo de te compadeceres dela, sim, o tempo
determinado já chegou.
14. Porque os teus servos têm prazer nas pedras
dela, e se compadecem do seu pó.
15. As nações, pois, temerão o nome
do Senhor, e todos os reis da terra a tua glória,
16. quando o Senhor
edificar a Sião, e na sua glória se manifestar,
17. atendendo à oração
do desamparado, e não desprezando a sua súplica.
18. Escreva-se isto
para a geração futura, para que um povo que está por vir louve ao
Senhor.
19. Pois olhou do alto do seu santuário; dos céus olhou o
Senhor para a terra,
20. para ouvir o gemido dos presos, para libertar
os sentenciados à morte;
21. a fim de que seja anunciado em Sião o
nome do Senhor, e o seu louvor em Jerusalém,
22. quando se congregarem
os povos, e os reinos, para servirem ao Senhor.
23. Ele abateu a minha
força no caminho; abreviou os meus dias.
24. Eu clamo: Deus meu, não
me leves no meio dos meus dias, tu, cujos anos alcançam todas as
gerações.
25. Desde a antigüidade fundaste a terra; e os céus são obra
das tuas mãos.
26. Eles perecerão, mas tu permanecerás; todos eles,
como um vestido, envelhecerão; como roupa os mudarás, e ficarão
mudados.
27. Mas tu és o mesmo, e os teus anos não
acabarão.
28. Os filhos dos teus servos habitarão seguros, e a sua
descendência ficará firmada diante de ti.
[Salmos 103]Salmos 103
1. Bendize, ó minha alma, ao
Senhor, e tudo o que há em mim bendiga o seu santo nome.
2. Bendize, ó
minha alma, ao Senhor, e não te esqueças de nenhum dos seus
benefícios.
3. É ele quem perdoa todas as tuas iniqüidades, quem sara
todas as tuas enfermidades,
4. quem redime a tua vida da cova, quem te
coroa de benignidade e de misericórdia,
5. quem te supre de todo o
bem, de sorte que a tua mocidade se renova como a da águia.
6. O
Senhor executa atos de justiça, e juízo a favor de todos os
oprimidos.
7. Fez notórios os seus caminhos a Moisés, e os seus feitos
aos filhos de Israel.
8. Compassivo e misericordioso é o Senhor;
tardio em irar-se e grande em benignidade.
9. Não repreenderá
perpetuamente, nem para sempre conservará a sua ira.
10. Não nos trata
segundo os nossos pecados, nem nos retribui segundo as nossas
iniqüidades.
11. Pois quanto o céu está elevado acima da terra, assim
é grande a sua benignidade para com os que o temem.
12. Quanto o
oriente está longe do ocidente, tanto tem ele afastado de nós as nossas
transgressões.
13. Como um pai se compadece de seus filhos, assim o
Senhor se compadece daqueles que o temem.
14. Pois ele conhece a nossa
estrutura; lembra-se de que somos pó.
15. Quanto ao homem, os seus
dias são como a erva; como a flor do campo, assim ele floresce.
16.
Pois, passando por ela o vento, logo se vai, e o seu lugar não a conhece
mais.
17. Mas é de eternidade a eternidade a benignidade do Senhor
sobre aqueles que o temem, e a sua justiça sobre os filhos dos
filhos,
18. sobre aqueles que guardam o seu pacto, e sobre os que se
lembram dos seus preceitos para os cumprirem.
19. O Senhor estabeleceu
o seu trono nos céus, e o seu reino domina sobre tudo.
20. Bendizei ao
Senhor, vós anjos seus, poderosos em força, que cumpris as suas ordens,
obedecendo à voz da sua palavra!
21. Bendizei ao Senhor, vós todos os
seus exércitos, vós ministros seus, que executais a sua vontade!
22.
Bendizei ao Senhor, vós todas as suas obras, em todos os lugares do seu domínio!
Bendizei, ó minha alma ao Senhor!
[Salmos 104]Salmos
104
1. Bendize, ó minha alma, ao Senhor! Senhor, Deus
meu, tu és magnificentíssimo! Estás vestido de honra e de
majestade,
2. tu que te cobres de luz como de um manto, que estendes
os céus como uma cortina.
3. És tu que pões nas águas os vigamentos da
tua morada, que fazes das nuvens o teu carro, que andas sobre as asas do
vento;
4. que fazes dos ventos teus mensageiros, dum fogo abrasador os
teus ministros.
5. Lançaste os fundamentos da terra, para que ela não
fosse abalada em tempo algum.
6. Tu a cobriste do abismo, como dum
vestido; as águas estavam sobre as montanhas.
7. À tua repreensão
fugiram; à voz do teu trovão puseram-se em fuga.
8. Elevaram-se as
montanhas, desceram os vales, até o lugar que lhes determinaste.
9.
Limite lhes traçaste, que não haviam de ultrapassar, para que não tornassem a
cobrir a terra.
10. És tu que nos vales fazes rebentar nascentes, que
correm entre as colinas.
11. Dão de beber a todos os animais do campo;
ali os asnos monteses matam a sua sede.
12. Junto delas habitam as
aves dos céus; dentre a ramagem fazem ouvir o seu canto.
13. Da tua
alta morada regas os montes; a terra se farta do fruto das tuas
obras.
14. Fazes crescer erva para os animais, e a verdura para uso do
homem, de sorte que da terra tire o alimento,
15. o vinho que alegra o
seu coração, o azeite que faz reluzir o seu rosto, e o pão que lhe fortalece o
coração.
16. Saciam-se as árvores do Senhor, os cedros do Líbano que
ele plantou,
17. nos quais as aves se aninham, e a cegonha, cuja casa
está nos ciprestes.
18. Os altos montes são um refúgio para as cabras
montesas, e as rochas para os querogrilos.
19. Designou a lua para
marcar as estações; o sol sabe a hora do seu ocaso.
20. Fazes as
trevas, e vem a noite, na qual saem todos os animais da selva.
21. Os
leões novos os animais bramam pela presa, e de Deus buscam o seu
sustento.
22. Quando nasce o sol, logo se recolhem e se deitam nos
seus covis.
23. Então sai o homem para a sua lida e para o seu
trabalho, até a tarde.
24. Ó Senhor, quão multiformes são as tuas
obras! Todas elas as fizeste com sabedoria; a terra está cheia das tuas
riquezas.
25. Eis também o vasto e espaçoso mar, no qual se movem
seres inumeráveis, animais pequenos e grandes.
26. Ali andam os
navios, e o leviatã que formaste para nele folgar.
27. Todos esperam
de ti que lhes dês o sustento a seu tempo.
28. Tu lho dás, e eles o
recolhem; abres a tua mão, e eles se fartam de bens.
29. Escondes o
teu rosto, e ficam perturbados; se lhes tiras a respiração, morrem, e voltam
para o seu pó.
30. Envias o teu fôlego, e são criados; e assim renovas
a face da terra.
31. Permaneça para sempre a glória do Senhor;
regozije-se o Senhor nas suas obras;
32. ele olha para a terra, e ela
treme; ele toca nas montanhas, e elas fumegam.
33. Cantarei ao Senhor
enquanto eu viver; cantarei louvores ao meu Deus enquanto eu
existir.
34. Seja-lhe agradável a minha meditação; eu me regozijarei
no Senhor.
35. Sejam extirpados da terra os pecadores, e não subsistam
mais os ímpios. Bendize, ó minha alma, ao Senhor. Louvai ao
Senhor.
[Salmos 105]Salmos
105
1. Dai graças ao Senhor; invocai o seu nome; fazei
conhecidos os seus feitos entre os povos.
2. Cantai-lhe, cantai-lhe
louvores; falai de todas as suas maravilhas.
3. Gloriai-vos no seu
santo nome; regozije-se o coração daqueles que buscam ao Senhor.
4.
Buscai ao Senhor e a sua força; buscai a sua face continuamente.
5.
Lembrai-vos das maravilhas que ele tem feito, dos seus prodígios e dos juízos da
sua boca,
6. vós, descendência de Abraão, seu servo, vós, filhos de
Jacó, seus escolhidos.
7. Ele é o Senhor nosso Deus; os seus juízos
estão em toda a terra.
8. Lembra-se perpetuamente do seu pacto, da
palavra que ordenou para mil gerações;
9. do pacto que fez com Abraão,
e do seu juramento a Isaque;
10. o qual ele confirmou a Jacó por
estatuto, e a Israel por pacto eterno,
11. dizendo: A ti darei a terra
de Canaã, como porção da vossa herança.
12. Quando eles eram ainda
poucos em número, de pouca importância, e forasteiros nela,
13.
andando de nação em nação, dum reino para outro povo,
14. não permitiu
que ninguém os oprimisse, e por amor deles repreendeu reis,
dizendo:
15. Não toqueis nos meus ungidos, e não maltrateis os meus
profetas.
16. Chamou a fome sobre a terra; retirou-lhes todo o
sustento do pão.
17. Enviou adiante deles um varão; José foi vendido
como escravo;
18. feriram-lhe os pés com grilhões; puseram-no a
ferro,
19. até o tempo em que a sua palavra se cumpriu; a palavra do
Senhor o provou.
20. O rei mandou, e fez soltá-lo; o governador dos
povos o libertou.
21. Fê-lo senhor da sua casa, e governador de toda a
sua fazenda,
22. para, a seu gosto, dar ordens aos príncipes, e
ensinar aos anciãos a sabedoria.
23. Então Israel entrou no Egito, e
Jacó peregrinou na terra de Cão.
24. E o Senhor multiplicou sobremodo
o seu povo, e o fez mais poderoso do que os seus inimigos.
25. Mudou o
coração destes para que odiassem o seu povo, e tratassem astutamente aos seus
servos.
26. Enviou Moisés, seu servo, e Arão, a quem
escolhera,
27. os quais executaram entre eles os seus sinais e
prodígios na terra de Cão.
28. Mandou à escuridão que a escurecesse; e
foram rebeldes à sua palavra.
29. Converteu-lhes as águas em sangue, e
fez morrer os seus peixes.
30. A terra deles produziu rãs em
abundância, até nas câmaras dos seus reis.
31. Ele falou, e vieram
enxames de moscas em todo o seu termo.
32. Deu-lhes saraiva por chuva,
e fogo abrasador na sua terra.
33. Feriu-lhes também as vinhas e os
figueirais, e quebrou as árvores da sua terra.
34. Ele falou, e vieram
gafanhotos, e pulgões em quantidade inumerável,
35. que comeram toda a
erva da sua terra, e devoraram o fruto dos seus campos.
36. Feriu
também todos os primogênitos da terra deles, as primícias de toda a sua
força.
37. E fez sair os israelitas com prata e ouro, e entre as suas
tribos não havia quem tropeçasse.
38. O Egito alegrou-se quando eles
saíram, porque o temor deles o dominara.
39. Estendeu uma nuvem para
os cobrir, e um fogo para os alumiar de noite.
40. Eles pediram, e ele
fez vir codornizes, e os saciou com pão do céu.
41. Fendeu a rocha, e
dela brotaram águas, que correram pelos lugares áridos como um
rio.
42. Porque se lembrou da sua santa palavra, e de Abraão, seu
servo.
43. Fez sair com alegria o seu povo, e com cânticos de júbilo
os seus escolhidos.
44. Deu-lhes as terras das nações, e eles herdaram
o fruto do trabalho dos povos,
45. para que guardassem os seus
preceitos, e observassem as suas leis. Louvai ao Senhor
[Salmos 106]Salmos 106
1. Louvai ao Senhor. Louvai ao
Senhor, porque ele é bom; porque a sua benignidade dura para
sempre.
2. Quem pode referir os poderosos feitos do Senhor, ou
anunciar todo o seu louvor?
3. Bem-aventurados os que observam o
direito, que praticam a justiça em todos os tempos.
4. Lembra-te de
mim, Senhor, quando mostrares favor ao teu povo; visita-me com a tua
salvação,
5. para que eu veja a prosperidade dos teus escolhidos, para
que me alegre com a alegria da tua nação, e me glorie juntamente com a tua
herança.
6. Nós pecamos, como nossos pais; cometemos a iniqüidade,
andamos perversamente.
7. Nossos pais não atentaram para as tuas
maravilhas no Egito, não se lembraram da multidão das tuas benignidades; antes
foram rebeldes contra o Altíssimo junto ao Mar Vermelho.
8. Não
obstante, ele os salvou por amor do seu nome, para fazer conhecido o seu
poder.
9. Pois repreendeu o Mar Vermelho e este se secou; e os fez
caminhar pelos abismos como pelo deserto.
10. Salvou-os da mão do
adversário, livrou-os do poder do inimigo.
11. As águas, porém,
cobriram os seus adversários; nem um só deles ficou.
12. Então creram
nas palavras dele e cantaram-lhe louvor.
13. Cedo, porém, se
esqueceram das suas obras; não esperaram pelo seu conselho;
14. mas
deixaram-se levar pela cobiça no deserto, e tentaram a Deus no
ermo.
15. E ele lhes deu o que pediram, mas fê-los definhar de
doença.
16. Tiveram inveja de Moisés no acampamento, e de Arão, o
santo do Senhor.
17. Abriu-se a terra, e engoliu a Datã, e cobriu a
companhia de Abirão;
18. ateou-se um fogo no meio da congregação; e
chama abrasou os ímpios.
19. Fizeram um bezerro em Horebe, e adoraram
uma imagem de fundição.
20. Assim trocaram a sua glória pela figura de
um boi que come erva.
21. Esqueceram-se de Deus seu Salvador, que
fizera grandes coisas no Egito,
22. maravilhas na terra de Cão, coisas
tremendas junto ao Mar Vermelho.
23. Pelo que os teria destruído, como
dissera, se Moisés, seu escolhido, não se tivesse interposto diante dele, para
desviar a sua indignação, a fim de que não os destruísse.
24. Também
desprezaram a terra aprazível; não confiaram na sua promessa;
25.
antes murmuraram em suas tendas e não deram ouvidos à voz do
Senhor.
26. Pelo que levantou a sua mão contra eles, afirmando que os
faria cair no deserto;
27. que dispersaria também a sua descendência
entre as nações, e os espalharia pelas terras.
28. Também se apegaram
a Baal-Peor, e comeram sacrifícios oferecidos aos mortos.
29. Assim o
provocaram à ira com as suas ações; e uma praga rebentou entre
eles.
30. Então se levantou Finéias, que executou o juízo; e cessou
aquela praga.
31. E isto lhe foi imputado como justiça, de geração em
geração, para sempre.
32. Indignaram-no também junto às águas de
Meribá, de sorte que sucedeu mal a Moisés por causa deles;
33. porque
amarguraram o seu espírito; e ele falou imprudentemente com seus
lábios.
34. Não destruíram os povos, como o Senhor lhes
ordenara;
35. antes se misturaram com as nações, e aprenderam as suas
obras.
36. Serviram aos seus ídolos, que vieram a ser-lhes um
laço;
37. sacrificaram seus filhos e suas filhas aos
demônios;
38. e derramaram sangue inocente, o sangue de seus filhos e
de suas filhas, que eles sacrificaram aos ídolos de Canaã; e a terra foi
manchada com sangue.
39. Assim se contaminaram com as suas obras, e se
prostituíram pelos seus feitos.
40. Pelo que se acendeu a ira do
Senhor contra o seu povo, de modo que abominou a sua herança;
41.
entregou-os nas mãos das nações, e aqueles que os odiavam dominavam sobre
eles.
42. Os seus inimigos os oprimiram, e debaixo das mãos destes
foram eles humilhados.
43. Muitas vezes os livrou; mas eles foram
rebeldes nos seus desígnios, e foram abatidos pela sua iniqüidade.
44.
Contudo, atentou para a sua aflição, quando ouviu o seu clamor;
45. e
a favor deles lembrou-se do seu pacto, e aplacou-se, segundo a abundância da sua
benignidade.
46. Por isso fez com que obtivessem compaixão da parte
daqueles que os levaram cativos.
47. Salva-nos, Senhor, nosso Deus, e
congrega-nos dentre as nações, para que louvemos o teu santo nome, e nos
gloriemos no teu louvor.
48. Bendito seja o Senhor, Deus de Israel, de
eternidade em eternidade! E diga todo o povo: Amém. Louvai ao
Senhor.
[Salmos 107]Salmos
107
1. Dai graças ao Senhor, porque ele é bom; porque a
sua benignidade dura para sempre;
2. digam-no os remidos do Senhor, os
quais ele remiu da mão do inimigo,
3. e os que congregou dentre as
terras, do Oriente e do Ocidente, do Norte e do Sul.
4. Andaram
desgarrados pelo deserto, por caminho ermo; não acharam cidade em que
habitassem.
5. Andavam famintos e sedentos; desfalecia-lhes a
alma.
6. E clamaram ao Senhor na sua tribulação, e ele os livrou das
suas angústias;
7. conduziu-os por um caminho direito, para irem a uma
cidade em que habitassem.
8. Dêem graças ao Senhor pela sua
benignidade, e pelas suas maravilhas para com os filhos dos homens!
9.
Pois ele satisfaz a alma sedenta, e enche de bens a alma faminta.
10.
Quanto aos que se assentavam nas trevas e sombra da morte, presos em aflição e
em ferros,
11. por se haverem rebelado contra as palavras de Deus, e
desprezado o conselho do Altíssimo,
12. eis que lhes abateu o coração
com trabalho; tropeçaram, e não houve quem os ajudasse.
13. Então
clamaram ao Senhor na sua tribulação, e ele os livrou das suas
angústias.
14. Tirou-os das trevas e da sombra da morte, e
quebrou-lhes as prisões.
15. Dêem graças ao Senhor pela sua
benignidade, e pelas suas maravilhas para com os filhos dos
homens!
16. Pois quebrou as portas de bronze e despedaçou as trancas
de ferro.
17. Os insensatos, por causa do seu caminho de transgressão,
e por causa das suas iniqüidades, são afligidos.
18. A sua alma
aborreceu toda sorte de comida, e eles chegaram até as portas da
morte.
19. Então clamaram ao Senhor na sua tribulação, e ele os livrou
das suas angústias.
20. Enviou a sua palavra, e os sarou, e os livrou
da destruição.
21. Dêem graças ao Senhor pela sua benignidade, e pelas
suas maravilhas para com os filhos dos homens!
22. Ofereçam
sacrifícios de louvor, e relatem as suas obras com regozijo!
23. Os
que descem ao mar em navios, os que fazem comércio nas grandes
águas,
24. esses vêem as obras do Senhor, e as suas maravilhas no
abismo.
25. Pois ele manda, e faz levantar o vento tempestuoso, que
eleva as ondas do mar.
26. Eles sobem ao céu, descem ao abismo;
esvaece-lhes a alma de aflição.
27. Balançam e cambaleiam como ébrios,
e perdem todo o tino.
28. Então clamam ao Senhor na sua tribulação, e
ele os livra das suas angústias.
29. Faz cessar a tormenta, de modo
que se acalmam as ondas.
30. Então eles se alegram com a bonança; e
assim ele os leva ao porto desejado.
31. Dêem graças ao Senhor pela
sua benignidade, e pelas suas maravilhas para com os filhos dos
homens!
32. Exaltem-no na congregação do povo, e louvem-no na
assembléia dos anciãos!
33. Ele converte rios em deserto, e nascentes
em terra sedenta;
34. a terra frutífera em deserto salgado, por causa
da maldade dos que nela habitam.
35. Converte o deserto em lagos, e a
terra seca em nascentes.
36. E faz habitar ali os famintos, que
edificam uma cidade para sua habitação;
37. semeiam campos e plantam
vinhas, que produzem frutos abundantes.
38. Ele os abençoa, de modo
que se multiplicam sobremaneira; e não permite que o seu gado
diminua.
39. Quando eles decrescem e são abatidos pela opressão,
aflição e tristeza,
40. ele lança o desprezo sobre os príncipes, e os
faz desgarrados pelo deserto, onde não há caminho.
41. Mas levanta da
opressão o necessitado para um alto retiro, e dá-lhe famílias como um
rebanho.
42. Os retos o vêem e se regozijam, e toda a iniqüidade tapa
a sua própria boca.
43. Quem é sábio observe estas coisas, e considere
atentamente as benignidades do Senhor.
[Salmos 108]Salmos 108
1. Preparado está o meu coração,
ó Deus; cantarei, sim, cantarei louvores, com toda a minha alma.
2.
Despertai, saltério e harpa; eu mesmo despertarei a aurora.
3.
Louvar-te-ei entre os povos, Senhor, cantar-te-ei louvores entre as
nações.
4. Pois grande, acima dos céus, é a tua benignidade, e a tua
verdade ultrapassa as mais altas nuvens.
5. Sê exaltado, ó Deus, acima
dos céus, e seja a tua glória acima de toda a terra!
6. Para que sejam
livres os teus amados, salva-nos com a tua destra, e ouve-nos.
7. Deus
falou no seu santuário: Eu me regozijarei; repartirei Siquém, e medirei o vale
de Sucote.
8. Meu é Gileade, meu é Manassés; também Efraim é o meu
capacete; Judá o meu cetro.
9. Moabe a minha bacia de lavar; sobre
Edom lançarei o meu sapato; sobre a Filístia bradarei em triunfo.
10.
Quem me conduzirá à cidade fortificada? Quem me guiará até Edom?
11.
Porventura não nos rejeitaste, ó Deus? Não sais, ó Deus, com os nossos
exércitos.
12. Dá-nos auxílio contra o adversário, pois vão é o
socorro da parte do homem.
13. Em Deus faremos proezas; porque é ele
quem calcará aos pés os nossos inimigos.
[Salmos 109]Salmos 109
1. Ó Deus do meu louvor, não te
cales;
2. pois a boca do ímpio e a boca fraudulenta se abrem contra
mim; falam contra mim com uma língua mentirosa.
3. Eles me cercam com
palavras de ódio, e pelejam contra mim sem causa.
4. Em paga do meu
amor são meus adversários; mas eu me dedico à oração.
5. Retribuem-me
o mal pelo bem, e o ódio pelo amor.
6. Põe sobre ele um ímpio, e
esteja à sua direita um acusador.
7. Quando ele for julgado, saia
condenado; e em pecado se lhe torne a sua oração!
8. Sejam poucos os
seus dias, e outro tome o seu ofício!
9. Fiquem órfãos os seus filhos,
e viúva a sua mulher!
10. Andem errantes os seus filhos, e mendiguem;
esmolem longe das suas habitações assoladas.
11. O credor lance mão de
tudo quanto ele tenha, e despojem-no os estranhos do fruto do seu
trabalho!
12. Não haja ninguém que se compadeça dele, nem haja quem
tenha pena dos seus órfãos!
13. Seja extirpada a sua posteridade; o
seu nome seja apagado na geração seguinte!
14. Esteja na memória do
Senhor a iniqüidade de seus pais; e não se apague o pecado de sua
mãe!
15. Antes estejam sempre perante o Senhor, para que ele faça
desaparecer da terra a memória deles!
16. Porquanto não se lembrou de
usar de benignidade; antes perseguiu o varão aflito e o necessitado, como também
o quebrantado de coração, para o matar.
17. Visto que amou a maldição,
que ela lhe sobrevenha! Como não desejou a bênção, que ela se afaste
dele!
18. Assim como se vestiu de maldição como dum vestido, assim
penetre ela nas suas entranhas como água, e em seus ossos como
azeite!
19. Seja para ele como o vestido com que ele se cobre, e como
o cinto com que sempre anda cingido!
20. Seja este, da parte do
Senhor, o galardão dos meus adversários, e dos que falam mal contra
mim!
21. Mas tu, ó Deus, meu Senhor age em meu favor por amor do teu
nome; pois que é boa a tua benignidade, livra-me;
22. pois sou pobre e
necessitado, e dentro de mim está ferido o meu coração.
23. Eis que me
vou como a sombra que declina; sou arrebatado como o gafanhoto.
24. Os
meus joelhos estão enfraquecidos pelo jejum, e a minha carne perde a sua
gordura.
25. Eu sou para eles objeto de opróbrio; ao me verem, meneiam
a cabeça.
26. Ajuda-me, Senhor, Deus meu; salva-me segundo a tua
benignidade.
27. Saibam que nisto está a tua mão, e que tu, Senhor, o
fizeste.
28. Amaldiçoem eles, mas abençoa tu; fiquem confundidos os
meus adversários; mas alegre-se o teu servo!
29. Vistam-se de
ignomínia os meus acusadores, e cubram-se da sua própria vergonha como dum
manto!
30. Muitas graças darei ao Senhor com a minha
boca;
31. Pois ele se coloca à direita do poder, para o salvar dos que
o condenam.
[Salmos 110]Salmos
110
1. Disse o Senhor ao meu Senhor: Assenta-te à minha
direita, até que eu ponha os teus inimigos por escabelo dos teus
pés.
2. O Senhor enviará de Sião o cetro do teu poder. Domina no meio
dos teus inimigos.
3. O teu povo apresentar-se-á voluntariamente no
dia do teu poder, em trajes santos; como vindo do próprio seio da alva, será o
orvalho da tua mocidade.
4. Jurou o Senhor, e não se arrependerá: Tu
és sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque.
5. O
Senhor, à tua direita, quebrantará reis no dia da sua ira.
6. Julgará
entre as nações; enchê-las-á de cadáveres; quebrantará os cabeças por toda a
terra.
7. Pelo caminho beberá da corrente, e prosseguirá de cabeça
erguida.
[Salmos 111]Salmos
111
1. Louvai ao Senhor. De todo o coração darei graças
ao Senhor, no concílio dos retos e na congregação.
2. Grandes são as
obras do Senhor, e para serem estudadas por todos os que nelas se
comprazem.
3. Glória e majestade há em sua obra; e a sua justiça
permanece para sempre.
4. Ele fez memoráveis as suas maravilhas;
compassivo e misericordioso é o Senhor.
5. Dá mantimento aos que o
temem; lembra-se sempre do seu pacto.
6. Mostrou ao seu povo o poder
das suas obras, dando-lhe a herança das nações.
7. As obras das suas
mãos são verdade e justiça; fiéis são todos os seus preceitos;
8.
firmados estão para todo o sempre; são feitos em verdade e retidão.
9.
Enviou ao seu povo a redenção; ordenou para sempre o seu pacto; santo e tremendo
é o seu nome.
10. O temor do Senhor é o princípio da sabedoria; têm
bom entendimento todos os que cumprem os seus preceitos; o seu louvor subsiste
para sempre.
[Salmos 112]Salmos
112
1. Louvai ao Senhor. Bem-aventurado o homem que
teme ao Senhor, que em seus mandamentos tem grande prazer!
2. A sua
descendência será poderosa na terra; a geração dos retos será
abençoada.
3. Bens e riquezas há na sua casa; e a sua justiça
permanece para sempre.
4. Aos retos nasce luz nas trevas; ele é
compassivo, misericordioso e justo.
5. Ditoso é o homem que se
compadece, e empresta, que conduz os seus negócios com justiça;
6.
pois ele nunca será abalado; o justo ficará em memória eterna.
7. Ele
não teme más notícias; o seu coração está firme, confiando no
Senhor.
8. O seu coração está bem firmado, ele não terá medo, até que
veja cumprido o seu desejo sobre os seus adversários.
9. Espalhou, deu
aos necessitados; a sua justiça subsiste para sempre; o seu poder será exaltado
em honra.
10. O ímpio vê isto e se enraivece; range os dentes e se
consome; o desejo dos ímpios perecerá.
[Salmos 113]Salmos 113
1. Louvai ao Senhor. Louvai,
servos do Senhor, louvai o nome do Senhor.
2. Bendito seja o nome do
Senhor, desde agora e para sempre.
3. Desde o nascimento do sol até o
seu ocaso, há de ser louvado o nome do Senhor.
4. Exaltado está o
Senhor acima de todas as nações, e a sua glória acima dos céus.
5.
Quem é semelhante ao Senhor nosso Deus, que tem o seu assento nas
alturas,
6. que se inclina para ver o que está no céu e na
terra?
7. Ele levanta do pó o pobre, e do monturo ergue o
necessitado,
8. para o fazer sentar com os príncipes, sim, com os
príncipes do seu povo.
9. Ele faz com que a mulher estéril habite em
família, e seja alegre mãe de filhos. Louvai ao Senhor.
[Salmos 114]Salmos 114
1. Quando Israel saiu do Egito, e
a casa de Jacó dentre um povo de língua estranha,
2. Judá tornou-lhe o
santuário, e Israel o seu domínio.
3. O mar viu isto, e fugiu; o
Jordão tornou atrás.
4. Os montes saltaram como carneiros, e os
outeiros como cordeiros do rebanho.
5. Que tens tu, ó mar, para
fugires? e tu, ó Jordão, para tornares atrás?
6. E vós, montes, que
saltais como carneiros, e vós outeiros, como cordeiros do rebanho?
7.
Treme, ó terra, na presença do Senhor, na presença do Deus de Jacó,
8.
o qual converteu a rocha em lago de águas, a pederneira em
manancial.
[Salmos 115]Salmos
115
1. Não a nós, Senhor, não a nós, mas ao teu nome dá
glória, por amor da tua benignidade e da tua verdade.
2. Por que
perguntariam as nações: Onde está o seu Deus?
3. Mas o nosso Deus está
nos céus; ele faz tudo o que lhe apraz.
4. Os ídolos deles são prata e
ouro, obra das mãos do homem.
5. Têm boca, mas não falam; têm olhos,
mas não vêem;
6. têm ouvidos, mas não ouvem; têm nariz, mas não
cheiram;
7. têm mãos, mas não apalpam; têm pés, mas não andam; nem som
algum sai da sua garganta.
8. Semelhantes a eles sejam os que fazem, e
todos os que neles confiam.
9. Confia, ó Israel, no Senhor; ele é seu
auxílio e seu escudo.
10. Casa de Arão, confia no Senhor; ele é seu
auxílio e seu escudo.
11. Vós, os que temeis ao Senhor, confiai no
Senhor; ele é seu auxílio e seu escudo.
12. O Senhor tem-se lembrado
de nós, abençoar-nos-á; abençoará a casa de Israel; abençoará a casa de
Arão;
13. abençoará os que temem ao Senhor, tanto pequenos como
grandes.
14. Aumente-vos o Senhor cada vez mais, a vós e a vossos
filhos.
15. Sede vós benditos do Senhor, que fez os céus e a
terra.
16. Os céus são os céus do Senhor, mas a terra, deu-a ele aos
filhos dos homens.
17. Os mortos não louvam ao Senhor, nem os que
descem ao silêncio;
18. nós, porém, bendiremos ao Senhor, desde agora
e para sempre. Louvai ao Senhor.
[Salmos 116]Salmos
116
1. Amo ao Senhor, porque ele ouve a minha voz e a
minha súplica.
2. Porque inclina para mim o seu ouvido, invocá-lo-ei
enquanto viver.
3. Os laços da morte me cercaram; as angústias do Seol
se apoderaram de mim; sofri tribulação e tristeza.
4. Então invoquei o
nome do Senhor, dizendo: Ó Senhor, eu te rogo, livra-me.
5. Compassivo
é o Senhor, e justo; sim, misericordioso é o nosso Deus.
6. O Senhor
guarda os simples; quando me acho abatido, ele me salva.
7. Volta,
minha alma, ao teu repouso, pois o Senhor te fez bem.
8. Pois livraste
a minha alma da morte, os meus olhos das lágrimas, e os meus pés de
tropeçar.
9. Andarei perante o Senhor, na terra dos
viventes.
10. Cri, por isso falei; estive muito aflito.
11.
Eu dizia na minha precipitação: Todos os homens são mentirosos.
12.
Que darei eu ao Senhor por todos os benefícios que me tem feito?
13.
Tomarei o cálice da salvação, e invocarei o nome do Senhor.
14.
Pagarei os meus votos ao Senhor, na presença de todo o seu povo.
15.
Preciosa é à vista do Senhor a morte dos seus santos.
16. Ó Senhor,
deveras sou teu servo; sou teu servo, filho da tua serva; soltaste as minhas
cadeias.
17. Oferecer-te-ei sacrifícios de ação de graças, e invocarei
o nome do Senhor.
18. Pagarei os meus votos ao Senhor, na presença de
todo o seu povo,
19. nos átrios da casa do Senhor, no meio de ti, ó
Jerusalém! Louvai ao Senhor.
[Salmos 117]Salmos
117
1. Louvai ao Senhor todas as nações, exaltai-o
todos os povos.
2. Porque a sua benignidade é grande para conosco, e a
verdade do Senhor dura para sempre. Louvai ao Senhor.
[Salmos 118]Salmos 118
1. Dai graças ao Senhor, porque
ele é bom; porque a sua benignidade dura para sempre.
2. Diga, pois,
Israel: A sua benignidade dura para sempre.
3. Diga, pois, a casa de
Arão: A sua benignidade dura para sempre.
4. Digam, pois, os que temem
ao Senhor: A sua benignidade dura para sempre.
5. Do meio da angústia
invoquei o Senhor; o Senhor me ouviu, e me pôs em um lugar largo.
6. O
Senhor é por mim, não recearei; que me pode fazer o homem?
7. O Senhor
é por mim entre os que me ajudam; pelo que verei cumprido o meu desejo sobre os
que me odeiam.
8. É melhor refugiar-se no Senhor do que confiar no
homem.
9. É melhor refugiar-se no Senhor do que confiar nos
príncipes.
10. Todas as nações me cercaram, mas em nome do Senhor eu
as exterminei.
11. Cercaram-me, sim, cercaram-me; mas em nome do
Senhor eu as exterminei.
12. Cercaram-me como abelhas, mas apagaram-se
como fogo de espinhos; pois em nome do Senhor as exterminei.
13. Com
força me impeliste para me fazeres cair, mas o Senhor me ajudou.
14. O
Senhor é a minha força e o meu cântico; tornou-se a minha
salvação.
15. Nas tendas dos justos há jubiloso cântico de vitória; a
destra do Senhor faz proezas.
16. A destra do Senhor se exalta, a
destra do Senhor faz proezas.
17. Não morrerei, mas viverei, e
contarei as obras do Senhor.
18. O Senhor castigou-me muito, mas não
me entregou à morte.
19. Abre-me as portas da justiça, para que eu
entre por elas e dê graças ao Senhor.
20. Esta é a porta do Senhor;
por ela os justos entrarão.
21. Graças te dou porque me ouviste, e te
tornaste a minha salvação.
22. A pedra que os edificadores rejeitaram,
essa foi posta como pedra angular.
23. Foi o Senhor que fez isto e é
maravilhoso aos nossos olhos.
24. Este é o dia que o Senhor fez;
regozijemo-nos, e alegremo-nos nele.
25. Ó Senhor, salva, nós te
pedimos; ó Senhor, nós te pedimos, envia-nos a prosperidade.
26.
Bendito aquele que vem em nome do Senhor; da casa do Senhor vos
bendizemos.
27. O Senhor é Deus, e nos concede a luz; atai a vítima da
festa com cordas às pontas do altar.
28. Tu és o meu Deus, e eu te
darei graças; tu és o meu Deus, e eu te exaltarei.
29. Dai graças ao
Senhor, porque ele é bom; porque a sua benignidade dura para sempre. a tua
palavra.
[Salmos 119]Salmos
119
1. Bem-aventurados os que trilham com integridade o
seu caminho, os que andam na lei do Senhor!
2. Bem-aventurados os que
guardam os seus testemunhos, que o buscam de todo o coração,
3. que
não praticam iniqüidade, mas andam nos caminhos dele!
4. Tu ordenaste
os teus preceitos, para que fossem diligentemente observados.
5. Oxalá
sejam os meus caminhos dirigidos de maneira que eu observe os teus
estatutos!
6. Então não ficarei confundido, atentando para todos os
teus mandamentos.
7. Louvar-te-ei com retidão de coração, quando tiver
aprendido as tuas retas ordenanças.
8. Observarei os teus estatutos;
não me desampares totalmente!
9. Como purificará o jovem o seu
caminho? Observando-o de acordo com a tua palavra.
10. De todo o meu
coração tenho te buscado; não me deixes desviar dos teus
mandamentos.
11. Escondi a tua palavra no meu coração, para não pecar
contra ti.
12. Bendito és tu, ó Senhor; ensina-me os teus
estatutos.
13. Com os meus lábios declaro todas as ordenanças da tua
boca.
14. Regozijo-me no caminho dos teus testemunhos, tanto como em
todas as riquezas.
15. Em teus preceitos medito, e observo os teus
caminhos.
16. Deleitar-me-ei nos teus estatutos; não me esquecerei da
tua palavra.
17. Faze bem ao teu servo, para que eu viva; assim
observarei a tua palavra.
18. Desvenda os meus olhos, para que eu veja
as maravilhas da tua lei.
19. Sou peregrino na terra; não escondas de
mim os teus mandamentos.
20. A minha alma se consome de anelos por
tuas ordenanças em todo o tempo.
21. Tu repreendeste os soberbos, os
malditos, que se desviam dos teus mandamentos.
22. Tira de sobre mim o
opróbrio e o desprezo, pois tenho guardado os teus testemunhos.
23.
Príncipes sentaram-se e falavam contra mim, mas o teu servo meditava nos teus
estatutos.
24. Os teus testemunhos são o meu prazer e os meus
conselheiros.
25. A minha alma apega-se ao pó; vivifica-me segundo a
tua palavra.
26. Meus caminhos te descrevi, e tu me ouviste; ensina-me
os teus estatutos.
27. Faze-me entender o caminho dos teus preceitos;
assim meditarei nas tuas maravilhas.
28. A minha alma se consome de
tristeza; fortalece-me segundo a tua palavra.
29. Desvia de mim o
caminho da falsidade, e ensina-me benignidade a tua lei.
30. Escolhi o
caminho da fidelidade; diante de mim pus as tuas ordenanças.
31.
Apego-me aos teus testemunhos, ó Senhor; não seja eu envergonhado.
32.
Percorrerei o caminho dos teus mandamentos, quando dilatares o meu
coração.
33. Ensina-me, ó Senhor, o caminho dos teus estatutos, e eu o
guardarei até o fim.
34. Dá-me entendimento, para que eu guarde a tua
lei, e a observe de todo o meu coração.
35. Faze-me andar na vereda
dos teus mandamentos, porque nela me comprazo.
36. Inclina o meu
coração para os teus testemunhos, e não para a cobiça.
37. Desvia os
meus olhos de contemplarem a vaidade, e vivifica-me no teu
caminho.
38. Confirma a tua promessa ao teu servo, que se inclina ao
teu temor.
39. Desvia de mim o opróbrio que temo, pois as tuas
ordenanças são boas.
40. Eis que tenho anelado os teus preceitos;
vivifica-me por tua justiça.
41. Venha também sobre mim a tua
benignidade, ó Senhor, e a tua salvação, segundo a tua palavra.
42.
Assim terei o que responder ao que me afronta, pois confio na tua
palavra.
43. De minha boca não tires totalmente a palavra da verdade,
pois tenho esperado nos teus juízos.
44. Assim observarei de contínuo
a tua lei, para sempre e eternamente;
45. e andarei em liberdade, pois
tenho buscado os teus preceitos.
46. Falarei dos teus testemunhos
perante os reis, e não me envergonharei.
47. Deleitar-me-ei em teus
mandamentos, que eu amo.
48. Também levantarei as minhas mãos para os
teus mandamentos, que amo, e meditarei nos teus estatutos.
49.
Lembra-te da palavra dada ao teu servo, na qual me fizeste
esperar.
50. Isto é a minha consolação na minha angústia, que a tua
promessa me vivifica.
51. Os soberbos zombaram grandemente de mim;
contudo não me desviei da tua lei.
52. Lembro-me dos teus juízos
antigos, ó Senhor, e assim me consolo.
53. Grande indignação
apoderou-se de mim, por causa dos ímpios que abandonam a tua lei.
54.
Os teus estatutos têm sido os meus cânticos na casa da minha
peregrinação.
55. De noite me lembrei do teu nome, ó Senhor, e
observei a tua lei.
56. Isto me sucedeu, porque tenho guardado os teus
preceitos.
57. O Senhor é o meu quinhão; prometo observar as tuas
palavras.
58. De todo o meu coração imploro o teu favor; tem piedade
de mim, segundo a tua palavra.
59. Quando considero os meus caminhos,
volto os meus pés para os teus testemunhos.
60. Apresso-me sem detença
a observar os teus mandamentos.
61. Enleiam-me os laços dos ímpios;
mas eu não me esqueço da tua lei.
62. À meia-noite me levanto para
dar-te graças, por causa dos teus retos juízos.
63. Companheiro sou de
todos os que te temem, e dos que guardam os teus preceitos.
64. A
terra, ó Senhor, está cheia da tua benignidade; ensina-me os teus
estatutos.
65. Tens usado de bondade para com o teu servo, Senhor,
segundo a tua palavra.
66. Ensina-me bom juízo e ciência, pois creio
nos teus mandamentos.
67. Antes de ser afligido, eu me extraviava; mas
agora guardo a tua palavra.
68. Tu és bom e fazes o bem; ensina-me os
teus estatutos.
69. Os soberbos forjam mentiras contra mim; mas eu de
todo o coração guardo os teus preceitos.
70. Torna-se-lhes insensível
o coração como a gordura; mas eu me deleito na tua lei.
71. Foi-me bom
ter sido afligido, para que aprendesse os teus estatutos.
72. Melhor é
para mim a lei da tua boca do que milhares de ouro e prata.
73. As
tuas mãos me fizeram e me formaram; dá-me entendimento para que aprenda os teus
mandamentos.
74. Os que te temem me verão e se alegrarão, porque tenho
esperado na tua palavra.
75. Bem sei eu, ó Senhor, que os teus juízos
são retos, e que em tua fidelidade me afligiste.
76. Sirva, pois, a
tua benignidade para me consolar, segundo a palavra que deste ao teu
servo.
77. Venham sobre mim as tuas ternas misericórdias, para que eu
viva, pois a tua lei é o meu deleite.
78. Envergonhados sejam os
soberbos, por me haverem subvertido sem causa; mas eu meditarei nos teus
preceitos.
79. Voltem-se para mim os que te temem, para que conheçam
os teus testemunhos.
80. Seja perfeito o meu coração nos teus
estatutos, para que eu não seja envergonhado.
81. Desfalece a minha
alma, aguardando a tua salvação; espero na tua palavra.
82. Os meus
olhos desfalecem, esperando por tua promessa, enquanto eu pergunto: Quando me
consolarás tu?
83. Pois tornei-me como odre na fumaça, mas não me
esqueci dos teus estatutos.
84. Quantos serão os dias do teu servo?
Até quando não julgarás aqueles que me perseguem?
85. Abriram covas
para mim os soberbos, que não andam segundo a tua lei.
86. Todos os
teus mandamentos são fiéis. Sou perseguido injustamente; ajuda-me!
87.
Quase que me consumiram sobre a terra, mas eu não deixei os teus
preceitos.
88. Vivifica-me segundo a tua benignidade, para que eu
guarde os testemunhos da tua boca.
89. Para sempre, ó Senhor, a tua
palavra está firmada nos céus.
90. A tua fidelidade estende-se de
geração a geração; tu firmaste a terra, e firme permanece.
91.
Conforme a tua ordenança, tudo se mantém até hoje, porque todas as coisas te
obedecem.
92. Se a tua lei não fora o meu deleite, então eu teria
perecido na minha angústia.
93. Nunca me esquecerei dos teus
preceitos, pois por eles me tens vivificado.
94. Sou teu, salva-me;
pois tenho buscado os teus preceitos.
95. Os ímpios me espreitam para
me destruírem, mas eu atento para os teus testemunhos.
96. A toda
perfeição vi limite, mas o teu mandamento é ilimitado.
97. Oh! quanto
amo a tua lei! ela é a minha meditação o dia todo.
98. O teu
mandamento me faz mais sábio do que meus inimigos, pois está sempre
comigo.
99. Tenho mais entendimento do que todos os meus mestres,
porque os teus testemunhos são a minha meditação.
100. Sou mais
entendido do que os velhos, porque tenho guardado os teus
preceitos.
101. Retenho os meus pés de todo caminho mau, a fim de
observar a tua palavra.
102. Não me aperto das tuas ordenanças, porque
és tu quem me instrui.
103. Oh! quão doces são as tuas palavras ao meu
paladar! mais doces do que o mel à minha boca.
104. Pelos teus
preceitos alcanço entendimento, pelo que aborreço toda vereda de
falsidade.
105. Lâmpada para os meus pés é a tua palavra, e luz para o
meu caminho.
106. Fiz juramento, e o confirmei, de guardar as tuas
justas ordenanças.
107. Estou aflitíssimo; vivifica-me, ó Senhor,
segundo a tua palavra.
108. Aceita, Senhor, eu te rogo, as oferendas
voluntárias da minha boca, e ensina-me as tuas ordenanças.
109. Estou
continuamente em perigo de vida; todavia não me esqueço da tua
lei.
110. Os ímpios me armaram laço, contudo não me desviei dos teus
preceitos.
111. Os teus testemunhos são a minha herança para sempre,
pois são eles o gozo do meu coração.
112. Inclino o meu coração a
cumprir os teus estatutos, para sempre, até o fim.
113. Aborreço a
duplicidade, mas amo a tua lei.
114. Tu és o meu refúgio e o meu
escudo; espero na tua palavra.
115. Apartai-vos de mim, malfeitores,
para que eu guarde os mandamentos do meu Deus.
116. Ampara-me conforme
a tua palavra, para que eu viva; e não permitas que eu seja envergonhado na
minha esperança.
117. Sustenta-me, e serei salvo, e de contínuo terei
respeito aos teus estatutos.
118. Desprezas todos os que se desviam
dos teus estatutos, pois a astúcia deles é falsidade.
119. Deitas
fora, como escória, todos os ímpios da terra; pelo que amo os teus
testemunhos.
120. Arrepia-se-me a carne com temor de ti, e tenho medo
dos teus juízos.
121. Tenho praticado a retidão e a justiça; não me
abandones aos meus opressores.
122. Fica por fiador do teu servo para
o bem; não me oprimem os soberbos.
123. Os meus olhos desfalecem à
espera da tua salvação e da promessa da tua justiça.
124. Trata com o
teu servo segundo a tua benignidade, e ensina-me os teus
estatutos.
125. Sou teu servo; dá-me entendimento, para que eu conheça
os teus testemunhos.
126. É tempo de agires, ó Senhor, pois eles
violaram a tua lei.
127. Pelo que amo os teus mandamentos mais do que
o ouro, sim, mais do que o ouro fino.
128. Por isso dirijo os meus
passos por todos os teus preceitos, e aborreço toda vereda de
falsidade.
129. Maravilhosos são os teus testemunhos, por isso a minha
alma os guarda.
130. A exposição das tuas palavras dá luz; dá
entendimento aos simples.
131. Abro a minha boca e arquejo, pois estou
anelante pelos teus mandamentos.
132. Volta-te para mim, e
compadece-te de mim, conforme usas para com os que amam o teu
nome.
133. Firma os meus passos na tua palavra; e não se apodere de
mim iniqüidade alguma.
134. Resgata-me da opressão do homem; assim
guardarei os teus preceitos.
135. Faze resplandecer o teu rosto sobre
o teu servo, e ensina-me os teus estatutos.
136. Os meus olhos
derramam rios de lágrimas, porque os homens não guardam a tua
lei.
137. Justo és, ó Senhor, e retos são os teus
juízos.
138. Ordenaste os teus testemunhos com retidão, e com toda a
fidelidade.
139. O meu zelo me consome, porque os meus inimigos se
esquecem da tua palavra.
140. A tua palavra é fiel a toda prova, por
isso o teu servo a ama.
141. Pequeno sou e desprezado, mas não me
esqueço dos teus preceitos.
142. A tua justiça é justiça eterna, e a
tua lei é a verdade.
143. Tribulação e angústia se apoderaram de mim;
mas os teus mandamentos são o meu prazer.
144. Justos são os teus
testemunhos para sempre; dá-me entendimento, para que eu viva.
145.
Clamo de todo o meu coração; atende-me, Senhor! Eu guardarei os teus
estatutos.
146. A ti clamo; salva-me, para que guarde os teus
testemunhos.
147. Antecipo-me à alva da manhã e clamo; aguardo com
esperança as tuas palavras.
148. Os meus olhos se antecipam às
vigílias da noite, para que eu medite na tua palavra.
149. Ouve a
minha voz, segundo a tua benignidade; vivifica-me, ó Senhor, segundo a tua
justiça.
150. Aproximam-se os que me perseguem maliciosamente; andam
afastados da tua lei.
151. Tu estás perto, Senhor, e todos os teus
mandamentos são verdade.
152. Há muito sei eu dos teus testemunhos que
os fundaste para sempre.
153. Olha para a minha aflição, e livra-me,
pois não me esqueço da tua lei.
154. Pleiteia a minha causa, e
resgata-me; vivifica-me segundo a tua palavra.
155. A salvação está
longe dos ímpios, pois não buscam os teus estatutos.
156. Muitas são,
Senhor, as tuas misericórdias; vivifica-me segundo os teus
juízos.
157. Muitos são os meus perseguidores e os meus adversários,
mas não me desvio dos teus testemunhos.
158. Vi os pérfidos, e me
afligi, porque não guardam a tua palavra.
159. Considera como amo os
teus preceitos; vivifica-me, Senhor, segundo a tua benignidade.
160. A
soma da tua palavra é a verdade, e cada uma das tuas justas ordenanças dura para
sempre.
161. Príncipes me perseguem sem causa, mas o meu coração teme
as tuas palavras.
162. Regozijo-me com a tua palavra, como quem acha
grande despojo.
163. Odeio e abomino a falsidade; amo, porém, a tua
lei.
164. Sete vezes no dia te louvo pelas tuas justas
ordenanças.
165. Muita paz têm os que amam a tua lei, e não há nada
que os faça tropeçar.
166. Espero, Senhor, na tua salvação, e cumpro
os teus mandamentos.
167. A minha alma observa os teus testemunhos;
amo-os extremamente.
168. Observo os teus preceitos e os teus
testemunhos, pois todos os meus caminhos estão diante de ti.
169.
Chegue a ti o meu clamor, ó Senhor; dá-me entendimento conforme a tua
palavra.
170. Chegue à tua presença a minha súplica; livra-me segundo
a tua palavra.
171. Profiram louvor os meus lábios, pois me ensinas os
teus estatutos.
172. Celebre a minha língua a tua palavra, pois todos
os teus mandamentos são justos.
173. Esteja pronta a tua mão para me
socorrer, pois escolhi os teus preceitos.
174. Anelo por tua salvação,
ó Senhor; a tua lei é o meu prazer.
175. Que minha alma viva, para que
te louve; ajudem-me as tuas ordenanças.
176. Desgarrei-me como ovelha
perdida; busca o teu servo, pois não me esqueço dos teus
mandamentos.
[Salmos 120]Salmos
120
1. Na minha angústia clamei ao Senhor, e ele me
ouviu.
2. Senhor, livra-me dos lábios mentirosos e da língua
enganadora.
3. Que te será dado, ou que te será acrescentado, língua
enganadora?
4. Flechas agudas do valente, com brasas vivas de
zimbro!
5. Ai de mim, que peregrino em Meseque, e habito entre as
tendas de Quedar!
6. Há muito que eu habito com aqueles que odeiam a
paz.
7. Eu sou pela paz; mas quando falo, eles são pela
guerra.
[Salmos 121]Salmos
121
1. Elevo os meus olhos para os montes; de onde me
vem o socorro?
2. O meu socorro vem do Senhor, que fez os céus e a
terra.
3. Não deixará vacilar o teu pé; aquele que te guarda não
dormitará.
4. Eis que não dormitará nem dormirá aquele que guarda a
Israel.
5. O Senhor é quem te guarda; o Senhor é a tua sombra à tua
mão direita.
6. De dia o sol não te ferirá, nem a lua de
noite.
7. O Senhor te guardará de todo o mal; ele guardará a tua
vida.
8. O Senhor guardará a tua saída e a tua entrada, desde agora e
para sempre.
[Salmos 122]Salmos
122
1. Alegrei-me quando me disseram: Vamos à casa do
Senhor.
2. Os nossos pés estão parados dentro das tuas portas, ó
Jerusalém!
3. Jerusalém, que és edificada como uma cidade
compacta,
4. aonde sobem as tribos, as tribos do Senhor, como
testemunho para Israel, a fim de darem graças ao nome do Senhor.
5.
Pois ali estão postos os tronos de julgamento, os tronos da casa de
Davi.
6. Orai pela paz de Jerusalém; prosperem aqueles que te
amam.
7. Haja paz dentro de teus muros, e prosperidade dentro dos teus
palácios.
8. Por causa dos meus irmãos e amigos, direi: Haja paz
dentro de ti.
9. Por causa da casa do Senhor, nosso Deus, buscarei o
teu bem.
[Salmos 123]Salmos
123
1. A ti levanto os meus olhos, ó tu que estás
entronizado nos céus.
2. Eis que assim como os olhos dos servos
atentam para a mão do seu senhor, e os olhos da serva para a mão de sua senhora,
assim os nossos olhos atentam para o Senhor nosso Deus, até que ele se compadeça
de nós.
3. Compadece-te de nós, ó Senhor, compadece-te de nós, pois
estamos sobremodo fartos de desprezo.
4. A nossa alma está sobremodo
farta da zombaria dos arrogantes, e do desprezo dos soberbos.
[Salmos
124]Salmos 124
1. Se não fora o
Senhor, que esteve ao nosso lado, ora diga Israel:
2. Se não fora o
Senhor, que esteve ao nosso lado, quando os homens se levantaram contra
nós,
3. eles nos teriam tragado vivos, quando a sua ira se acendeu
contra nós;
4. as águas nos teriam submergido, e a torrente teria
passado sobre nós;
5. sim, as águas impetuosas teriam passado sobre
nós.
6. Bendito seja o Senhor, que não nos entregou, como presa, aos
dentes deles.
7. Escapamos, como um pássaro, do laço dos
passarinheiros; o laço quebrou-se, e nós escapamos.
8. O nosso socorro
está no nome do Senhor, que fez os céus e a terra.
[Salmos 125]Salmos 125
1. Aqueles que confiam no Senhor
são como o monte Sião, que não pode ser abalado, mas permanece para
sempre.
2. Como estão os montes ao redor de Jerusalém, assim o Senhor
está ao redor do seu povo, desde agora e para sempre.
3. Porque o
cetro da impiedade não repousará sobre a sorte dos justos, para que os justos
não estendam as suas mãos para cometer a iniqüidade.
4. Faze o bem, ó
Senhor, aos bons e aos que são retos de coração.
5. Mas aos que se
desviam para os seus caminhos tortuosos, levá-los-á o Senhor juntamente com os
que praticam a maldade. Que haja paz sobre Israel.
[Salmos 126]Salmos 126
1. Quando o Senhor trouxe do
cativeiro os que voltaram a Sião, éramos como os que estão
sonhando.
2. Então a nossa boca se encheu de riso e a nossa língua de
cânticos. Então se dizia entre as nações: Grandes coisas fez o Senhor por
eles.
3. Sim, grandes coisas fez o Senhor por nós, e por isso estamos
alegres.
4. Faze regressar os nossos cativos, Senhor, como as
correntes no sul.
5. Os que semeiam em lágrimas, com cânticos de
júbilo segarão.
6. Aquele que sai chorando, levando a semente para
semear, voltará com cânticos de júbilo, trazendo consigo os seus
molhos.
[Salmos 127]Salmos
127
1. Se o Senhor não edificar a casa, em vão
trabalham os que a edificam; se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a
sentinela.
2. Inútil vos será levantar de madrugada, repousar tarde,
comer o pão de dores, pois ele supre aos seus amados enquanto
dormem.
3. Eis que os filhos são herança da parte do Senhor, e o fruto
do ventre o seu galardão.
4. Como flechas na mão dum homem valente,
assim os filhos da mocidade.
5. Bem-aventurado o homem que enche deles
a sua aljava; não serão confundidos, quando falarem com os seus inimigos à
porta.
[Salmos 128]Salmos
128
1. Bem-aventurado todo aquele que teme ao Senhor e
anda nos seus caminhos.
2. Pois comerás do trabalho das tuas mãos;
feliz serás, e te irá bem.
3. A tua mulher será como a videira
frutífera, no interior da tua casa; os teus filhos como plantas de oliveira, ao
redor da tua mesa.
4. Eis que assim será abençoado o homem que teme ao
Senhor.
5. De Sião o Senhor te abençoará; verás a prosperidade de
Jerusalém por todos os dias da tua vida,
6. e verás os filhos de teus
filhos. A paz seja sobre Israel.
[Salmos 129]Salmos
129
1. Gravemente me angustiaram desde a minha
mocidade, diga agora Israel;
2. gravemente me angustiaram desde a
minha mocidade, todavia não prevaleceram contra mim.
3. Os lavradores
araram sobre as minhas costas; compridos fizeram os seus sulcos.
4. O
Senhor é justo; ele corta as cordas dos ímpios.
5. Sejam envergonhados
e repelidos para trás todos os que odeiam a Sião.
6. Sejam como a erva
dos telhados, que seca antes de florescer;
7. com a qual o segador não
enche a mão, nem o regaço o que ata os feixes;
8. nem dizem os que
passam: A bênção do Senhor seja sobre vós; nós vos abençoamos em nome do
Senhor.
[Salmos 130]Salmos
130
1. Das profundezas clamo a ti, ó
Senhor.
2. Senhor, escuta a minha voz; estejam os teus ouvidos atentos
à voz das minhas súplicas.
3. Se tu, Senhor, observares as
iniqüidades, Senhor, quem subsistirá?
4. Mas contigo está o perdão,
para que sejas temido.
5. Aguardo ao Senhor; a minha alma o aguarda, e
espero na sua palavra.
6. A minha alma anseia pelo Senhor, mais do que
os guardas pelo romper da manhã, sim, mais do que os guardas pela
manhã.
7. Espera, ó Israel, no Senhor! pois com o Senhor há
benignidade, e com ele há copiosa redenção;
8. e ele remirá a Israel
de todas as suas iniqüidades.
[Salmos 131]Salmos
131
1. Senhor, o meu coração não é soberbo, nem os meus
olhos são altivos; não me ocupo de assuntos grandes e maravilhosos demais para
mim.
2. Pelo contrário, tenho feito acalmar e sossegar a minha alma;
qual criança desmamada sobre o seio de sua mãe, qual criança desmamada está a
minha alma para comigo.
3. Espera, ó Israel, no Senhor, desde agora e
para sempre.
[Salmos 132]Salmos
132
1. Lembra-te, Senhor, a bem de Davi, de todas as
suas aflições;
2. como jurou ao Senhor, e fez voto ao Poderoso de
Jacó, dizendo:
3. Não entrarei na casa em que habito, nem subirei ao
leito em que durmo;
4. não darei sono aos meus olhos, nem
adormecimento às minhas pálpebras,
5. até que eu ache um lugar para o
Senhor uma morada para o Poderoso de Jacó.
6. Eis que ouvimos falar
dela em Efrata, e a achamos no campo de Jaar.
7. Entremos nos seus
tabernáculos; prostremo-nos ante o escabelo de seus pés.
8.
Levanta-te, Senhor, entra no lugar do teu repouso, tu e a arca da tua
força.
9. Vistam-se os teus sacerdotes de justiça, e exultem de júbilo
os teus santos.
10. Por amor de Davi, teu servo, não rejeites a face
do teu ungido.
11. O Senhor jurou a Davi com verdade, e não se
desviará dela: Do fruto das tuas entranhas porei sobre o teu
trono.
12. Se os teus filhos guardarem o meu pacto, e os meus
testemunhos, que eu lhes hei de ensinar, também os seus filhos se assentarão
perpetuamente no teu trono.
13. Porque o Senhor escolheu a Sião;
desejou-a para sua habitação, dizendo:
14. Este é o lugar do meu
repouso para sempre; aqui habitarei, pois o tenho desejado.
15.
Abençoarei abundantemente o seu mantimento; fartarei de pão os seus
necessitados.
16. Vestirei de salvação os seus sacerdotes; e de júbilo
os seus santos exultarão
17. Ali farei brotar a força de Davi;
preparei uma lâmpada para o meu ungido.
18. Vestirei de confusão os
seus inimigos; mas sobre ele resplandecerá a sua coroa.
[Salmos 133]Salmos 133
1. Oh! quão bom e quão suave é
que os irmãos vivam em união!
2. É como o óleo precioso sobre a
cabeça, que desceu sobre a barba, a barba de Arão, que desceu sobre a gola das
suas vestes;
3. como o orvalho de Hermom, que desce sobre os montes de
Sião; porque ali o Senhor ordenou a bênção, a vida para sempre.
[Salmos
134]Salmos 134
1. Eis aqui, bendizei
ao Senhor, todos vós, servos do Senhor, que de noite assistis na casa do
Senhor.
2. Erguei as mãos para o santuário, e bendizei ao
Senhor.
3. Desde Sião te abençoe o Senhor, que fez os céus e a
terra.
[Salmos 135]Salmos
135
1. Louvai ao Senhor. Louvai o nome do Senhor;
louvai-o, servos do Senhor,
2. vós que assistis na casa do Senhor, nos
átrios da casa do nosso Deus.
3. Louvai ao Senhor, porque o Senhor é
bom; cantai louvores ao seu nome, porque ele é bondoso.
4. Porque o
Senhor escolheu para si a Jacó, e a Israel para seu tesouro
peculiar.
5. Porque eu conheço que o Senhor é grande e que o nosso
Senhor está acima de todos os deuses.
6. Tudo o que o Senhor deseja
ele o faz, no céu e na terra, nos mares e em todos os abismos.
7. Faz
subir os vapores das extremidades da terra; faz os relâmpagos para a chuva; tira
os ventos dos seus tesouros.
8. Foi ele que feriu os primogênitos do
Egito, desde os homens até os animais;
9. que operou sinais e
prodígios no meio de ti, ó Egito, contra Faraó e contra os seus
servos;
10. que feriu muitas nações, e matou reis
poderosos:
11. a Siom, rei dos amorreus, e a Ogue, rei de Basã, e a
todos os reinos de Canaã;
12. e deu a terra deles em herança, em
herança a Israel, seu povo.
13. O teu nome, ó Senhor, subsiste para
sempre; e a tua memória, ó Senhor, por todas as gerações.
14. Pois o
Senhor julgará o seu povo, e se compadecerá dos seus servos.
15. Os
ídolos das nações são prata e ouro, obra das mãos dos homens;
16. têm
boca, mas não falam; têm olhos, mas não vêem;
17. têm ouvidos, mas não
ouvem; nem há sopro algum na sua boca.
18. Semelhantemente a eles se
tornarão os que os fazem, e todos os que neles confiam.
19. Ó casa de
Israel, bendizei ao Senhor; ó casa de Arão, bendizei ao Senhor;
20. ó
casa de Levi, bendizei ao Senhor; vós, os que temeis ao Senhor, bendizei ao
Senhor.
21. Desde Sião seja bendito o Senhor, que habita em Jerusalém.
Louvai ao Senhor.
[Salmos 136]Salmos
136
1. Dai graças ao Senhor, porque ele é bom; porque a
sua benignidade dura para sempre.
2. Dai graças ao Deus dos deuses,
porque a sua benignidade dura para sempre
3. Dai graças ao Senhor dos
senhores, porque a sua benignidade dura para sempre;
4. ao único que
faz grandes maravilhas, porque a sua benignidade dura para sempre;
5.
àquele que com entendimento fez os céus, porque a sua benignidade dura para
sempre;
6. àquele que estendeu a terra sobre as águas, porque a sua
benignidade dura para sempre;
7. àquele que fez os grandes luminares,
porque a sua benignidade dura para sempre;
8. o sol para governar de
dia, porque a sua benignidade dura para sempre;
9. a lua e as estrelas
para presidirem a noite, porque a sua benignidade dura para
sempre;
10. àquele que feriu o Egito nos seus primogênitos, porque a
sua benignidade dura para sempre;
11. e que tirou a Israel do meio
deles, porque a sua benignidade dura para sempre;
12. com mão forte, e
com braço estendido, porque a sua benignidade dura para sempre;
13.
àquele que dividiu o Mar Vermelho em duas partes, porque a sua benignidade dura
para sempre;
14. e fez passar Israel pelo meio dele, porque a sua
benignidade dura para sempre;
15. mas derrubou a Faraó com o seu
exército no Mar Vermelho, porque a sua benignidade dura para
sempre;
16. àquele que guiou o seu povo pelo deserto, porque a sua
benignidade dura para sempre;
17. àquele que feriu os grandes reis,
porque a sua benignidade dura para sempre;
18. e deu a morte a reis
famosos, porque a sua benignidade dura para sempre.
19. a Siom, rei
dos amorreus, porque a sua benignidade dura para sempre;
20. e a Ogue,
rei de Basã, porque a sua benignidade dura para sempre;
21. e deu a
terra deles em herança, porque a sua benignidade dura para sempre;
22.
sim, em herança a Israel, seu servo, porque a sua benignidade dura para
sempre;
23. que se lembrou de nós em nossa humilhação, porque a sua
benignidade dura para sempre;
24. e nos libertou dos nossos inimigos,
porque a sua benignidade dura para sempre;
25. que dá alimento a toda
a carne, porque a sua benignidade dura para sempre.
26. Dai graças ao
Deus dos céus, porque a sua benignidade dura para sempre.
[Salmos
137]Salmos 137
1. Junto aos rios de
Babilônia, ali nos assentamos e nos pusemos a chorar, recordando-nos de
Sião.
2. Nos salgueiros que há no meio dela penduramos as nossas
harpas,
3. pois ali aqueles que nos levaram cativos nos pediam
canções; e os que nos atormentavam, que os alegrássemos, dizendo: Cantai-nos um
dos cânticos de Sião.
4. Mas como entoaremos o cântico do Senhor em
terra estrangeira?
5. Se eu me esquecer de ti, ó Jerusalém, esqueça-se
a minha destra da sua destreza.
6. Apegue-se-me a língua ao céu da
boca, se não me lembrar de ti, se eu não preferir Jerusalém à minha maior
alegria.
7. Lembra-te, Senhor, contra os edomitas, do dia de
Jerusalém, porque eles diziam: Arrasai-a, arrasai-a até os seus
alicerces.
8. Ah! filha de Babilônia, devastadora; feliz aquele que te
retribuir consoante nos fizeste a nós;
9. feliz aquele que pegar em
teus pequeninos e der com eles nas pedra.
[Salmos 138]Salmos 138
1. Graças te dou de todo o meu
coração; diante dos deuses a ti canto louvores.
2. Inclino-me para o
teu santo templo, e louvo o teu nome pela tua benignidade, e pela tua
fidelidade; pois engrandeceste acima de tudo o teu nome e a tua
palavra.
3. No dia em que eu clamei, atendeste-me; alentaste-me,
fortalecendo a minha alma.
4. Todos os reis da terra de louvarão, ó
Senhor, quando ouvirem as palavras da tua boca;
5. e cantarão os
caminhos do Senhor, pois grande é a glória do Senhor.
6. Ainda que o
Senhor é excelso, contudo atenta para o humilde; mas ao soberbo, conhece-o de
longe.
7. Embora eu ande no meio da angústia, tu me revivificas;
contra a ira dos meus inimigos estendes a tua mão, e a tua destra me
salva.
8. O Senhor aperfeiçoará o que me diz respeito. A tua
benignidade, ó Senhor, dura para sempre; não abandones as obras das tuas
mãos.
[Salmos 139]Salmos 139
1.
Senhor, tu me sondas, e me conheces.
2. Tu conheces o meu sentar e o
meu levantar; de longe entendes o meu pensamento.
3. Esquadrinhas o
meu andar, e o meu deitar, e conheces todos os meus caminhos.
4. Sem
que haja uma palavra na minha língua, eis que, ó Senhor, tudo
conheces.
5. Tu me cercaste em volta, e puseste sobre mim a tua
mão.
6. Tal conhecimento é maravilhoso demais para mim; elevado é, não
o posso atingir.
7. Para onde me irei do teu Espírito, ou para onde
fugirei da tua presença?
8. Se subir ao céu, tu aí estás; se fizer no
Seol a minha cama, eis que tu ali estás também.
9. Se tomar as asas da
alva, se habitar nas extremidades do mar,
10. ainda ali a tua mão me
guiará e a tua destra me susterá.
11. Se eu disser: Ocultem-me as
trevas; torne-se em noite a luz que me circunda;
12. nem ainda as
trevas são escuras para ti, mas a noite resplandece como o dia; as trevas e a
luz são para ti a mesma coisa.
13. Pois tu formaste os meus rins;
entreteceste-me no ventre de minha mãe.
14. Eu te louvarei, porque de
um modo tão admirável e maravilhoso fui formado; maravilhosas são as tuas obras,
e a minha alma o sabe muito bem.
15. Os meus ossos não te foram
encobertos, quando no oculto fui formado, e esmeradamente tecido nas profundezas
da terra.
16. Os teus olhos viram a minha substância ainda informe, e
no teu livro foram escritos os dias, sim, todos os dias que foram ordenados para
mim, quando ainda não havia nem um deles.
17. E quão preciosos me são,
ó Deus, os teus pensamentos! Quão grande é a soma deles!
18. Se eu os
contasse, seriam mais numerosos do que a areia; quando acordo ainda estou
contigo.
19. Oxalá que matasses o perverso, ó Deus, e que os homens
sanguinários se apartassem de mim,
20. homens que se rebelam contra
ti, e contra ti se levantam para o mal.
21. Não odeio eu, ó Senhor,
aqueles que te odeiam? e não me aflijo por causa dos que se levantam contra
ti?
22. Odeio-os com ódio completo; tenho-os por
inimigos.
23. Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me, e
conhece os meus pensamentos;
24. vê se há em mim algum caminho
perverso, e guia-me pelo caminho eterno.
[Salmos 140]Salmos 140
1. Livra-me, ó Senhor, dos homens
maus; guarda-me dos homens violentos,
2. os quais maquinam maldades no
coração; estão sempre projetando guerras.
3. Aguçaram as línguas como
a serpente; peçonha de áspides está debaixo dos seus lábios.
4.
Guarda-me, ó Senhor, das mãos dos ímpios; preserva-me dos homens violentos, os
quais planejaram transtornar os meus passos.
5. Os soberbos armaram-me
laços e cordas; estenderam uma rede à beira do caminho; puseram-me
armadilhas.
6. Eu disse, ao Senhor: Tu és o meu Deus; dá ouvidos, ó
Senhor, à voz das minhas súplicas.
7. Ó Senhor, meu Senhor, meu forte
libertador, tu cobriste a minha cabeça no dia da batalha.
8. Não
concedas, ó Senhor, aos ímpios os seus desejos; não deixes ir por diante o seu
mau propósito.
9. Não levantem a cabeça os que me cercam; cubra-os a
maldade dos seus lábios.
10. Caiam sobre eles brasas vivas; sejam
lançados em covas profundas, para que não se tornem a levantar!
11.
Não se estabeleça na terra o caluniador; o mal persiga o homem violento com
golpe sobre golpe.
12. Sei que o Senhor manterá a causa do aflito, e o
direito do necessitado.
13. Decerto os justos louvarão o teu nome; os
retos habitarão na tua presença.
[Salmos 141]Salmos
141
1. Ó Senhor, a ti clamo; dá-te pressa em me acudir!
Dá ouvidos à minha voz, quando a ti clamo!
2. Suba a minha oração,
como incenso, diante de ti, e seja o levantar das minhas mãos como o sacrifício
da tarde!
3. Põe, ó Senhor, uma guarda à minha boca; vigia a porta dos
meus lábios!
4. Não inclines o meu coração para o mal, nem para se
ocupar de coisas más, com aqueles que praticam a iniqüidade; e não coma eu das
suas gulodices!
5. Fira-me o justo, será isso uma benignidade; e
repreenda-me, isso será como óleo sobre a minha cabeça; não o recuse a minha
cabeça; mas continuarei a orar contra os feitos dos ímpios.
6. Quando
os seus juízes forem arremessados duma penha abaixo, saberão que as palavras do
Senhor são verdadeiras.
7. Como quando alguém lavra e sulca a terra,
são os nossos ossos espalhados à boca do Seol.
8. Mas os meus olhos te
contemplam, ó Senhor, meu Senhor; em ti tenho buscado refúgio; não me deixes sem
defesa!
9. Guarda-me do laço que me armaram, e das armadilhas dos que
praticam a iniqüidade.
10. Caiam os ímpios nas suas próprias redes,
até que eu tenha escapado inteiramente.
[Salmos 142]Salmos 142
1. Com a minha voz clamo ao
Senhor; com a minha voz ao Senhor suplico.
2. Derramo perante ele a
minha queixa; diante dele exponho a minha tribulação.
3. Quando dentro
de mim esmorece o meu espírito, então tu conheces a minha vereda; no caminho em
que eu ando ocultaram-me um laço.
4. Olha para a minha mão direita, e
vê, pois não há quem me conheça; refúgio me faltou; ninguém se interessa por
mim.
5. A ti, ó Senhor, clamei; eu disse: Tu és o meu refúgio, o meu
quinhão na terra dos viventes.
6. Atende ao meu clamor, porque estou
muito abatido; livra-me dos meus perseguidores, porque são mais fortes do que
eu.
7. Tira-me da prisão, para que eu louve o teu nome; os justos me
rodearão, pois me farás muito bem.
[Salmos 143]Salmos
143
1. Ó Senhor, ouve a minha oração, dá ouvidos às
minhas súplicas! Atende-me na tua fidelidade, e na tua retidão;
2. e
não entres em juízo com o teu servo, porque à tua vista não se achará justo
nenhum vivente.
3. Pois o inimigo me perseguiu; abateu-me até o chão;
fez-me habitar em lugares escuros, como aqueles que morreram há
muito.
4. Pelo que dentro de mim esmorece o meu espírito, e em mim
está desolado o meu coração.
5. Lembro-me dos dias antigos; considero
todos os teus feitos; medito na obra das tuas mãos.
6. A ti estendo as
minhas mãos; a minha alma, qual terra sedenta, tem sede de ti.
7.
Atende-me depressa, ó Senhor; o meu espírito desfalece; não escondas de mim o
teu rosto, para que não me torne semelhante aos que descem à cova.
8.
Faze-me ouvir da tua benignidade pela manhã, pois em ti confio; faze-me saber o
caminho que devo seguir, porque a ti elevo a minha alma.
9. Livra-me,
ó Senhor, dos meus inimigos; porque em ti é que eu me refugio.
10.
Ensina-me a fazer a tua vontade, pois tu és o meu Deus; guie-me o teu bom
Espírito por terreno plano.
11. Vivifica-me, ó Senhor, por amor do teu
nome; por amor da tua justiça, tira-me da tribulação.
12. E por tua
benignidade extermina os meus inimigos, e destrói todos os meus adversários,
pois eu sou servo.
[Salmos 144]Salmos
144
1. Bendito seja o Senhor, minha rocha, que adestra
as minhas mãos para a peleja e os meus dedos para a guerra;
2. meu
refúgio e minha fortaleza, meu alto retiro e meu e meu libertador, escudo meu,
em quem me refugio; ele é quem me sujeita o meu povo.
3. Ó Senhor, que
é o homem, para que tomes conhecimento dele, e o filho do homem, para que o
consideres?
4. O homem é semelhante a um sopro; os seus dias são como
a sombra que passa.
5. Abaixa, ó Senhor, o teu céu, e desce! Toca os
montes, para que fumeguem!
6. Arremessa os teus raios, e dissipa-os;
envia as tuas flechas, e desbarata-os!
7. Estende as tuas mãos desde o
alto; livra-me, e arrebata-me das poderosas águas e da mão do
estrangeiro,
8. cuja boca fala vaidade, e cuja mão direita é a destra
da falsidade.
9. A ti, ó Deus, cantarei um cântico novo; com a harpa
de dez cordas te cantarei louvores,
10. sim, a ti que dás a vitória
aos reis, e que livras da espada maligna a teu servo Davi.
11.
Livra-me, e tira-me da mão do estrangeiro, cuja boca fala mentiras, e cuja mão
direita é a destra da falsidade.
12. Sejam os nossos filhos, na sua
mocidade, como plantas bem desenvolvidas, e as nossas filhas como pedras
angulares lavradas, como as de um palácio.
13. Estejam repletos os
nossos celeiros, fornecendo toda sorte de provisões; as nossas ovelhas produzam
a milhares e a dezenas de milhares em nossos campos;
14. os nossos
bois levem ricas cargas; e não haja assaltos, nem sortidas, nem clamores em
nossas ruas!
15. Bem-aventurado o povo a quem assim sucede!
Bem-aventurado o povo cujo Deus é o Senhor.
[Salmos 145]Salmos 145
1. Eu te exaltarei, ó Deus, rei
meu; e bendirei o teu nome pelos séculos dos séculos.
2. Cada dia te
bendirei, e louvarei o teu nome pelos séculos dos séculos.
3. Grande é
o Senhor, e mui digno de ser louvado; e a sua grandeza é
insondável.
4. Uma geração louvará as tuas obras à outra geração, e
anunciará os teus atos poderosos.
5. Na magnificência gloriosa da tua
majestade e nas tuas obras maravilhosas meditarei;
6. falar-se-á do
poder dos teus feitos tremendos, e eu contarei a tua grandeza.
7.
Publicarão a memória da tua grande bondade, e com júbilo celebrarão a tua
justiça.
8. Bondoso e compassivo é o Senhor, tardio em irar-se, e de
grande benignidade.
9. O Senhor é bom para todos, e as suas
misericórdias estão sobre todas as suas obras.
10. Todas as tuas obras
te louvarão, ó Senhor, e os teus santos te bendirão.
11. Falarão da
glória do teu reino, e relatarão o teu poder,
12. para que façam saber
aos filhos dos homens os teus feitos poderosos e a glória do esplendor do teu
reino.
13. O teu reino é um reino eterno; o teu domínio dura por todas
as gerações.
14. O Senhor sustém a todos os que estão a cair, e
levanta a todos os que estão abatidos.
15. Os olhos de todos esperam
em ti, e tu lhes dás o seu mantimento a seu tempo;
16. abres a mão, e
satisfazes o desejo de todos os viventes.
17. Justo é o Senhor em
todos os seus caminhos, e benigno em todas as suas obras.
18. Perto
está o Senhor de todos os que o invocam, de todos os que o invocam em
verdade.
19. Ele cumpre o desejo dos que o temem; ouve o seu clamor, e
os salva.
20. O Senhor preserva todos os que o amam, mas a todos os
ímpios ele os destrói.
21. Publique a minha boca o louvor do Senhor; e
bendiga toda a carne o seu santo nome para todo o sempre.
[Salmos
146]Salmos 146
1. Louvai ao Senhor. Ó
minha alma, louva ao Senhor.
2. Louvarei ao Senhor durante a minha
vida; cantarei louvores ao meu Deus enquanto viver.
3. Não confieis em
príncipes, nem em filho de homem, em quem não há auxílio.
4. Sai-lhe o
espírito, e ele volta para a terra; naquele mesmo dia perecem os seus
pensamentos.
5. Bem-aventurado aquele que tem o Deus de Jacó por seu
auxílio, e cuja esperança está no Senhor seu Deus
6. que fez os céus e
a terra, o mar e tudo quanto neles há, e que guarda a verdade para
sempre;
7. que faz justiça aos oprimidos, que dá pão aos famintos. O
Senhor solta os encarcerados;
8. o Senhor abre os olhos aos cegos; o
Senhor levanta os abatidos; o Senhor ama os justos.
9. O Senhor
preserva os peregrinos; ampara o órfão e a viúva; mas transtorna o caminho dos
ímpios.
10. O Senhor reinará eternamente: o teu Deus, ó Sião, reinará
por todas as gerações. Louvai ao Senhor!
[Salmos 147]Salmos 147
1. Louvai ao Senhor; porque é bom
cantar louvores ao nosso Deus; pois isso é agradável, e decoroso é o
louvor.
2. O Senhor edifica Jerusalém, congrega os dispersos de
Israel;
3. sara os quebrantados de coração, e cura-lhes as
feridas;
4. conta o número das estrelas, chamando-as a todas pelos
seus nomes.
5. Grande é o nosso Senhor, e de grande poder; não há
limite ao seu entendimento.
6. O Senhor eleva os humildes, e humilha
os perversos até a terra.
7. Cantai ao Senhor em ação de graças; com a
harpa cantai louvores ao nosso Deus.
8. Ele é que cobre o céu de
nuvens, que prepara a chuva para a terra, e que faz produzir erva sobre os
montes;
9. que dá aos animais o seu alimento, e aos filhos dos corvos
quando clamam.
10. Não se deleita na força do cavalo, nem se compraz
nas pernas do homem.
11. O Senhor se compraz nos que o temem, nos que
esperam na sua benignidade.
12. Louva, ó Jerusalém, ao Senhor; louva,
ó Sião, ao teu Deus.
13. Porque ele fortalece as trancas das tuas
portas; abençoa aos teus filhos dentro de ti.
14. Ele é quem
estabelece a paz nas tuas fronteiras; quem do mais fino trigo te
farta;
15. quem envia o seu mandamento pela terra; a sua palavra corre
mui velozmente.
16. Ele dá a neve como lã, esparge a geada como
cinza,
17. e lança o seu gelo em pedaços; quem pode resistir ao seu
frio?
18. Manda a sua palavra, e os derrete; faz soprar o vento, e
correm as águas;
19. ele revela a sua palavra a Jacó, os seus
estatutos e as suas ordenanças a Israel.
20. Não fez assim a nenhuma
das outras nações; e, quanto às suas ordenanças, elas não as conhecem. Louvai ao
Senhor!
[Salmos 148]Salmos
148
1. Louvai ao Senhor! Louvai ao Senhor desde o céu,
louvai-o nas alturas!
2. Louvai-o, todos os seus anjos; louvai-o,
todas as suas hostes!
3. Louvai-o, sol e lua; louvai-o, todas as
estrelas luzentes!
4. Louvai-o, céus dos céus, e as águas que estão
sobre os céus!
5. Louvem eles o nome do Senhor; pois ele deu ordem, e
logo foram criados.
6. Também ele os estabeleceu para todo sempre; e
lhes fixou um limite que nenhum deles ultrapassará.
7. Louvai ao
Senhor desde a terra, vós, monstros marinhos e todos os abismos;
8.
fogo e saraiva, neve e vapor; vento tempestuoso que escuta a sua
palavra;
9. montes e todos os outeiros; árvores frutíferas e todos os
cedros;
10. feras e todo o gado; répteis e aves
voadoras;
11. reis da terra e todos os povos; príncipes e todos os
juízes da terra;
12. mancebos e donzelas; velhos e
crianças!
13. Louvem eles o nome do Senhor, pois só o seu nome é
excelso; a sua glória é acima da terra e do céu.
14. Ele também exalta
o poder do seu povo, o louvor de todos os seus santos, dos filhos de Israel, um
povo que lhe é chegado. Louvai ao Senhor!
[Salmos 149]Salmos 149
1. Louvai ao Senhor! Cantai ao
Senhor um cântico novo, e o seu louvor na assembléia dos santos!
2.
Alegre-se Israel naquele que o fez; regozijem-se os filhos de Sião no seu
Rei.
3. Louvem-lhe o nome com danças, cantem-lhe louvores com adufe e
harpa.
4. Porque o Senhor se agrada do seu povo; ele adorna os mansos
com a salvação.
5. Exultem de glória os santos, cantem de alegria nos
seus leitos.
6. Estejam na sua garganta os altos louvores de Deus, e
na sua mão espada de dois gumes,
7. para exercerem vingança sobre as
nações, e castigos sobre os povos;
8. para prenderem os seus reis com
cadeias, e os seus nobres com grilhões de ferro;
9. para executarem
neles o juízo escrito; esta honra será para todos os santos. Louvai ao
Senhor!
[Salmos 150]Salmos
150
1. Louvai ao Senhor! Louvai a Deus no seu
santuário; louvai-o no firmamento do seu poder!
2. Louvai-o pelos seus
atos poderosos; louvai-o conforme a excelência da sua grandeza!
3.
Louvai-o ao som de trombeta; louvai-o com saltério e com harpa!
4.
Louvai-o com adufe e com danças; louvai-o com instrumentos de cordas e com
flauta!
5. Louvai-o com címbalos sonoros; louvai-o com címbalos
altissonantes!
6. Tudo quanto tem fôlego louve ao Senhor. Louvai ao
Senhor!
[Provérbios 1]Provérbios
1
1. Provérbios de Salomão, filho de Davi, rei de
Israel:
2. Para se conhecer a sabedoria e a instrução; para se
entenderem as palavras de inteligência;
3. para se instruir em sábio
procedimento, em retidão, justiça e eqüidade;
4. para se dar aos
simples prudência, e aos jovens conhecimento e bom siso.
5. Ouça
também, o sábio e cresça em ciência, e o entendido adquira
habilidade,
6. para entender provérbios e parábolas, as palavras dos
sábios, e seus enigmas.
7. O temor do Senhor é o princípio do
conhecimento; mas os insensatos desprezam a sabedoria e a
instrução.
8. Filho meu, ouve a instrução de teu pai, e não deixes o
ensino de tua mãe.
9. Porque eles serão uma grinalda de graça para a
tua cabeça, e colares para o teu pescoço.
10. Filho meu, se os
pecadores te quiserem seduzir, não consintas.
11. Se disserem: Vem
conosco; embosquemo-nos para derramar sangue; espreitemos sem razão o
inocente;
12. traguemo-los vivos, como o Seol, e inteiros como os que
descem à cova;
13. acharemos toda sorte de bens preciosos; encheremos
as nossas casas de despojos;
14. lançarás a tua sorte entre nós;
teremos todos uma só bolsa;
15. filho meu, não andes no caminho com
eles; guarda da sua vereda o teu pé,
16. porque os seus pés correm
para o mal, e eles se apressam a derramar sangue.
17. Pois debalde se
estende a rede à vista de qualquer ave.
18. Mas estes se põem em
emboscadas contra o seu próprio sangue, e as suas próprias vidas
espreitam.
19. Tais são as veredas de todo aquele que se entrega à
cobiça; ela tira a vida dos que a possuem.
20. A suprema sabedoria
altissonantemente clama nas ruas; nas praças levanta a sua voz.
21. Do
alto dos muros clama; às entradas das portas e na cidade profere as suas
palavras:
22. Até quando, ó estúpidos, amareis a estupidez? e até
quando se deleitarão no escárnio os escarnecedores, e odiarão os insensatos o
conhecimento?
23. Convertei-vos pela minha repreensão; eis que
derramarei sobre vós o meu; espírito e vos farei saber as minhas
palavras.
24. Mas, porque clamei, e vós recusastes; porque estendi a
minha mão, e não houve quem desse atenção;
25. antes desprezastes todo
o meu conselho, e não fizestes caso da minha repreensão;
26. também eu
me rirei no dia da vossa calamidade; zombarei, quando sobrevier o vosso
terror,
27. quando o terror vos sobrevier como tempestade, e a vossa
calamidade passar como redemoinho, e quando vos sobrevierem aperto e
angústia.
28. Então a mim clamarão, mas eu não responderei;
diligentemente me buscarão, mas não me acharão.
29. Porquanto
aborreceram o conhecimento, e não preferiram o temor do Senhor;
30.
não quiseram o meu conselho e desprezaram toda a minha repreensão;
31.
portanto comerão do fruto do seu caminho e se fartarão dos seus próprios
conselhos.
32. Porque o desvio dos néscios os matará, e a prosperidade
dos loucos os destruirá.
33. Mas o que me der ouvidos habitará em
segurança, e estará tranqüilo, sem receio do mal.
[Provérbios 2]Provérbios 2
1. Filho meu, se aceitares as
minhas palavras, e entesourares contigo os meus mandamentos,
2. para
fazeres atento à sabedoria o teu ouvido, e para inclinares o teu coração ao
entendimento;
3. sim, se clamares por discernimento, e por
entendimento alçares a tua voz;
4. se o buscares como a prata e o
procurares como a tesouros escondidos;
5. então entenderás o temor do
Senhor, e acharás o conhecimento de Deus.
6. Porque o Senhor dá a
sabedoria; da sua boca procedem o conhecimento e o entendimento;
7.
ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos; e escudo para os que caminham
em integridade,
8. guardando-lhes as veredas da justiça, e preservando
o caminho dos seus santos.
9. Então entenderás a retidão, a justiça, a
eqüidade, e todas as boas veredas.
10. Pois a sabedoria entrará no teu
coração, e o conhecimento será aprazível à tua alma;
11. o bom siso te
protegerá, e o discernimento e guardará;
12. para te livrar do mau
caminho, e do homem que diz coisas perversas;
13. dos que deixam as
veredas da retidão, para andarem pelos caminhos das trevas;
14. que se
alegram de fazer o mal, e se deleitam nas perversidades dos maus;
15.
dos que são tortuosos nas suas veredas; e iníquos nas suas
carreiras;
16. e para te livrar da mulher estranha, da estrangeira que
lisonjeia com suas palavras;
17. a qual abandona o companheiro da sua
mocidade e se esquece do concerto do seu Deus;
18. pois a sua casa se
inclina para a morte, e as suas veredas para as sombras.
19. Nenhum
dos que se dirigirem a ela, tornara a sair, nem retomará as veredas da
vida.
20. Assim andarás pelo caminho dos bons, e guardarás as veredas
dos justos.
21. Porque os retos habitarão a terra, e os íntegros
permanecerão nela.
22. Mas os ímpios serão exterminados da terra, e
dela os aleivosos serão desarraigados.
[Provérbios 3]Provérbios 3
1. Filho meu, não te esqueças
da minha instrução, e o teu coração guarde os meus mandamentos;
2.
porque eles te darão longura de dias, e anos de vida e paz.
3. Não se
afastem de ti a benignidade e a fidelidade; ata-as ao teu pescoço, escreve-as na
tábua do teu coração;
4. assim acharás favor e bom entendimento à
vista de Deus e dos homens.
5. Confia no Senhor de todo o teu coração,
e não te estribes no teu próprio entendimento.
6. Reconhece-o em todos
os teus caminhos, e ele endireitará as tuas veredas.
7. Não sejas
sábio a teus próprios olhos; teme ao Senhor e aparta-te do mal.
8.
Isso será saúde para a tua carne; e refrigério para os teus ossos.
9.
Honra ao Senhor com os teus bens, e com as primícias de toda a tua
renda;
10. assim se encherão de fartura os teus celeiros, e
trasbordarão de mosto os teus lagares.
11. Filho meu, não rejeites a
disciplina do Senhor, nem te enojes da sua repreensão;
12. porque o
Senhor repreende aquele a quem ama, assim como o pai ao filho a quem quer
bem.
13. Feliz é o homem que acha sabedoria, e o homem que adquire
entendimento;
14. pois melhor é o lucro que ela dá do que o lucro da
prata, e a sua renda do que o ouro.
15. Mais preciosa é do que as
jóias, e nada do que possas desejar é comparável a ela.
16. Longura de
dias há na sua mão direita; na sua esquerda riquezas e honra.
17. Os
seus caminhos são caminhos de delícias, e todas as suas veredas são
paz.
18. É árvore da vida para os que dela lançam mão, e
bem-aventurado é todo aquele que a retém.
19. O Senhor pela sabedoria
fundou a terra; pelo entendimento estabeleceu o céu.
20. Pelo seu
conhecimento se fendem os abismos, e as nuvens destilam o orvalho.
21.
Filho meu, não se apartem estas coisas dos teus olhos: guarda a verdadeira
sabedoria e o bom siso;
22. assim serão elas vida para a tua alma, e
adorno para o teu pescoço.
23. Então andarás seguro pelo teu caminho,
e não tropeçará o teu pé.
24. Quando te deitares, não temerás; sim, tu
te deitarás e o teu sono será suave.
25. Não temas o pavor repentino,
nem a assolação dos ímpios quando vier.
26. Porque o Senhor será a tua
confiança, e guardará os teus pés de serem presos.
27. Não negues o
bem a quem de direito, estando no teu poder fazê-lo.
28. Não digas ao
teu próximo: Vai, e volta, amanhã to darei; tendo-o tu contigo.
29.
Não maquines o mal contra o teu próximo, que habita contigo
confiadamente.
30. Não contendas com um homem, sem motivo, não te
havendo ele feito o mal.
31. Não tenhas inveja do homem violento, nem
escolhas nenhum de seus caminhos.
32. Porque o perverso é abominação
para o Senhor, mas com os retos está o seu segredo.
33. A maldição do
Senhor habita na casa do ímpio, mas ele abençoa a habitação dos
justos.
34. Ele escarnece dos escarnecedores, mas dá graça aos
humildes.
35. Os sábios herdarão honra, mas a exaltação dos loucos se
converte em ignomínia.
[Provérbios 4]Provérbios
4
1. Ouvi, filhos, a instrução do pai, e estai atentos
para conhecerdes o entendimento.
2. Pois eu vos dou boa doutrina; não
abandoneis o meu ensino.
3. Quando eu era filho aos pés de meu, pai,
tenro e único em estima diante de minha mãe,
4. ele me ensinava, e me
dizia: Retenha o teu coração as minhas palavras; guarda os meus mandamentos, e
vive.
5. Adquire a sabedoria, adquire o entendimento; não te esqueças
nem te desvies das palavras da minha boca.
6. Não a abandones, e ela
te guardará; ama-a, e ela te preservará.
7. A sabedoria é a coisa
principal; adquire, pois, a sabedoria; sim, com tudo o que possuis adquire o
entendimento.
8. Estima-a, e ela te exaltará; se a abraçares, ela te
honrará.
9. Ela dará à tua cabeça uma grinalda de graça; e uma coroa
de glória te entregará.
10. Ouve, filho meu, e aceita as minhas
palavras, para que se multipliquem os anos da tua vida.
11. Eu te
ensinei o caminho da sabedoria; guiei-te pelas veredas da retidão.
12.
Quando andares, não se embaraçarão os teus passos; e se correres, não
tropeçarás.
13. Apega-te à instrução e não a largues; guarda-a, porque
ela é a tua vida.
14. Não entres na vereda dos ímpios, nem andes pelo
caminho dos maus.
15. Evita-o, não passes por ele; desvia-te dele e
passa de largo.
16. Pois não dormem, se não fizerem o mal, e foge
deles o sono se não fizerem tropeçar alguém.
17. Porque comem o pão da
impiedade, e bebem o vinho da violência.
18. Mas a vereda dos justos é
como a luz da aurora que vai brilhando mais e mais até ser dia
perfeito.
19. O caminho dos ímpios é como a escuridão: não sabem eles
em que tropeçam.
20. Filho meu, atenta para as minhas palavras;
inclina o teu ouvido às minhas instruções.
21. Não se apartem elas de
diante dos teus olhos; guarda-as dentro do teu coração.
22. Porque são
vida para os que as encontram, e saúde para todo o seu corpo.
23.
Guarda com toda a diligência o teu coração, porque dele procedem as fontes da
vida.
24. Desvia de ti a malignidade da boca, e alonga de ti a
perversidade dos lábios.
25. Dirijam-se os teus olhos para a frente, e
olhem as tuas pálpebras diretamente diante de ti.
26. Pondera a vereda
de teus pés, e serão seguros todos os teus caminhos.
27. Não declines
nem para a direita nem para a esquerda; retira o teu pé do
mal.
[Provérbios 5]Provérbios
5
1. Filho meu, atende à minha sabedoria; inclinam teu
ouvido à minha prudência;
2. para que observes a discrição, e os teus
lábios guardem o conhecimento.
3. Porque os lábios da mulher
licenciosa destilam mel, e a sua boca e mais macia do que o azeite;
4.
mas o seu fim é amargoso como o absinto, agudo como a espada de dois
gumes.
5. Os seus pés descem à morte; os seus passos seguem no caminho
do Seol.
6. Ela não pondera a vereda da vida; incertos são os seus
caminhos, e ela o ignora.
7. Agora, pois, filhos, dai-me ouvidos, e
não vos desvieis das palavras da minha boca.
8. Afasta para longe dela
o teu caminho, e não te aproximes da porta da sua casa;
9. para que
não dês a outros a tua honra, nem os teus anos a cruéis;
10. para que
não se fartem os estranhos dos teus bens, e não entrem os teus trabalhos na casa
do estrangeiro,
11. e gemas no teu fim, quando se consumirem a tua
carne e o teu corpo,
12. e digas: Como detestei a disciplina! e
desprezou o meu coração a repreensão!
13. e não escutei a voz dos que
me ensinavam, nem aos que me instruíam inclinei o meu ouvido!
14.
Quase cheguei à ruína completa, no meio da congregação e da
assembléia.
15. Bebe a água da tua própria cisterna, e das correntes
do teu poço.
16. Derramar-se-iam as tuas fontes para fora, e pelas
ruas os ribeiros de águas?
17. Sejam para ti só, e não para os
estranhos juntamente contigo.
18. Seja bendito o teu manancial; e
regozija-te na mulher da tua mocidade.
19. Como corça amorosa, e
graciosa cabra montesa saciem-te os seus seios em todo o tempo; e pelo seu amor
sê encantado perpetuamente.
20. E por que, filho meu, andarias atraído
pela mulher licenciosa, e abraçarias o seio da adúltera?
21. Porque os
caminhos do homem estão diante dos olhos do Senhor, o qual observa todas as suas
veredas.
22. Quanto ao ímpio, as suas próprias iniqüidades o
prenderão, e pelas cordas do seu pecado será detido.
23. Ele morre
pela falta de disciplina; e pelo excesso da sua loucura anda
errado.
[Provérbios 6]Provérbios
6
1. Filho meu, se ficaste por fiador do teu próximo,
se te empenhaste por um estranho,
2. estás enredado pelos teus lábios;
estás preso pelas palavras da tua boca.
3. Faze pois isto agora, filho
meu, e livra-te, pois já caíste nas mãos do teu próximo; vai, humilha-te, e
importuna o teu próximo;
4. não dês sono aos teus olhos, nem
adormecimento às tuas pálpebras;
5. livra-te como a gazela da mão do
caçador, e como a ave da mão do passarinheiro.
6. Vai ter com a
formiga, ó preguiçoso, considera os seus caminhos, e sê sábio;
7. a
qual, não tendo chefe, nem superintendente, nem governador,
8. no
verão faz a provisão do seu mantimento, e ajunta o seu alimento no tempo da
ceifa.
9. o preguiçoso, até quando ficarás deitador? quando te
levantarás do teu sono?
10. um pouco para dormir, um pouco para
toscanejar, um pouco para cruzar as mãos em repouso;
11. assim te
sobrevirá a tua pobreza como um ladrão, e a tua necessidade como um homem
armado.
12. O homem vil, o homem iníquo, anda com a perversidade na
boca,
13. pisca os olhos, faz sinais com os pés, e acena com os
dedos;
14. perversidade há no seu coração; todo o tempo maquina o mal;
anda semeando contendas.
15. Pelo que a sua destruição virá
repentinamente; subitamente será quebrantado, sem que haja cura.
16.
Há seis coisas que o Senhor detesta; sim, há sete que ele abomina:
17.
olhos altivos, língua mentirosa, e mãos que derramam sangue
inocente;
18. coração que maquina projetos iníquos, pés que se
apressam a correr para o mal;
19. testemunha falsa que profere
mentiras, e o que semeia contendas entre irmãos.
20. Filho meu, guarda
o mandamento de, teu pai, e não abandones a instrução de tua mãe;
21.
ata-os perpetuamente ao teu coração, e pendura-os ao teu pescoço.
22.
Quando caminhares, isso te guiará; quando te deitares, te guardará; quando
acordares, falará contigo.
23. Porque o mandamento é uma lâmpada, e a
instrução uma luz; e as repreensões da disciplina são o caminho da
vida,
24. para te guardarem da mulher má, e das lisonjas da língua da
adúltera.
25. Não cobices no teu coração a sua formosura, nem te
deixes prender pelos seus olhares.
26. Porque o preço da prostituta é
apenas um bocado de pão, mas a adúltera anda à caça da própria vida do
homem.
27. Pode alguém tomar fogo no seu seio, sem que os seus
vestidos se queimem?
28. Ou andará sobre as brasas sem que se queimem
os seus pés?
29. Assim será o que entrar à mulher do seu próximo; não
ficará inocente quem a tocar.
30. Não é desprezado o ladrão, mesmo
quando furta para saciar a fome?
31. E, se for apanhado, pagará sete
vezes tanto, dando até todos os bens de sua casa.
32. O que adultera
com uma mulher é falto de entendimento; destrói-se a si mesmo, quem assim
procede.
33. Receberá feridas e ignomínia, e o seu opróbrio nunca se
apagará;
34. porque o ciúme enfurece ao marido, que de maneira nenhuma
poupará no dia da vingança.
35. Não aceitará resgate algum, nem se
aplacará, ainda que multipliques os presentes.
[Provérbios 7]Provérbios 7
1. Filho meu, guarda as minhas
palavras, e entesoura contigo os meus mandamentos.
2. Observa os meus
mandamentos e vive; guarda a minha lei, como a menina dos teus
olhos.
3. Ata-os aos teus dedos, escreve-os na tábua do teu
coração.
4. Dize à sabedoria: Tu és minha irmã; e chama ao
entendimento teu amigo íntimo,
5. para te guardarem da mulher alheia,
da adúltera, que lisonjeia com as suas palavras.
6. Porque da janela
da minha casa, por minhas grades olhando eu,
7. vi entre os simples,
divisei entre os jovens, um mancebo falto de juízo,
8. que passava
pela rua junto à esquina da mulher adúltera e que seguia o caminho da sua
casa,
9. no crepúsculo, à tarde do dia, à noite fechada e na
escuridão;
10. e eis que uma mulher lhe saiu ao encontro, ornada à
moda das prostitutas, e astuta de coração.
11. Ela é turbulenta e
obstinada; não param em casa os seus pés;
12. ora está ela pelas ruas,
ora pelas praças, espreitando por todos os cantos.
13. Pegou dele,
pois, e o beijou; e com semblante impudico lhe disse:
14. Sacrifícios
pacíficos tenho comigo; hoje paguei os meus votos.
15. Por isso saí ao
teu encontro a buscar-te diligentemente, e te achei.
16. Já cobri a
minha cama de cobertas, de colchas de linho do Egito.
17. Já perfumei
o meu leito com mirra, aloés e cinamomo.
18. Vem, saciemo-nos de
amores até pela manhã; alegremo-nos com amores.
19. Porque meu marido
não está em casa; foi fazer uma jornada ao longe;
20. um saquitel de
dinheiro levou na mão; só lá para o dia da lua cheia voltará para
casa.
21. Ela o faz ceder com a multidão das suas palavras sedutoras,
com as lisonjas dos seus lábios o arrasta.
22. Ele a segue logo, como
boi que vai ao matadouro, e como o louco ao castigo das prisões;
23.
até que uma flecha lhe atravesse o fígado, como a ave que se apressa para o
laço, sem saber que está armado contra a sua vida.
24. Agora, pois,
filhos, ouvi-me, e estai atentos às palavras da minha boca.
25. Não se
desvie para os seus caminhos o teu coração, e não andes perdido nas suas
veredas.
26. Porque ela a muitos tem feito cair feridos; e são
muitíssimos os que por ela foram mortos.
27. Caminho de Seol é a sua
casa, o qual desce às câmaras da morte.
[Provérbios 8]Provérbios 8
1. Não clama porventura a
sabedoria, e não faz o entendimento soar a sua voz?
2. No cume das
alturas, junto ao caminho, nas encruzilhadas das veredas ela se
coloca.
3. Junto às portas, à entrada da cidade, e à entrada das
portas está clamando:
4. A vós, ó homens, clamo; e a minha voz se
dirige aos filhos dos homens.
5. Aprendei, ó simples, a prudência;
entendei, ó loucos, a sabedoria.
6. Ouvi vós, porque profiro coisas
excelentes; os meus lábios se abrem para a eqüidade.
7. Porque a minha
boca profere a verdade, os meus lábios abominam a impiedade.
8. Justas
são todas as palavras da minha boca; não há nelas nenhuma coisa tortuosa nem
perversa.
9. Todas elas são retas para o que bem as entende, e justas
para os que acham o conhecimento.
10. Aceitai antes a minha correção,
e não a prata; e o conhecimento, antes do que o ouro escolhido.
11.
Porque melhor é a sabedoria do que as jóias; e de tudo o que se deseja nada se
pode comparar com ela.
12. Eu, a sabedoria, habito com a prudência, e
possuo o conhecimento e a discrição.
13. O temor do Senhor é odiar o
mal; a soberba, e a arrogância, e o mau caminho, e a boca perversa, eu os
odeio.
14. Meu é o conselho, e a verdadeira sabedoria; eu sou o
entendimento; minha é a fortaleza.
15. Por mim reinam os reis, e os
príncipes decretam o que justo.
16. Por mim governam os príncipes e os
nobres, sim, todos os juízes da terra.
17. Eu amo aos que me amam, e
os que diligentemente me buscam me acharão.
18. Riquezas e honra estão
comigo; sim, riquezas duráveis e justiça.
19. Melhor é o meu fruto do
que o ouro, sim, do que o ouro refinado; e a minha renda melhor do que a prata
escolhida.
20. Ando pelo caminho da retidão, no meio das veredas da
justiça,
21. dotando de bens permanentes os que me amam, e enchendo os
seus tesouros.
22. O Senhor me criou como a primeira das suas obras, o
princípio dos seus feitos mais antigos.
23. Desde a eternidade fui
constituída, desde o princípio, antes de existir a terra.
24. Antes de
haver abismos, fui gerada, e antes ainda de haver fontes cheias
d'água.
25. Antes que os montes fossem firmados, antes dos outeiros eu
nasci,
26. quando ele ainda não tinha feito a terra com seus campos,
nem sequer o princípio do pó do mundo.
27. Quando ele preparava os
céus, aí estava eu; quando traçava um círculo sobre a face do
abismo,
28. quando estabelecia o firmamento em cima, quando se
firmavam as fontes do abismo,
29. quando ele fixava ao mar o seu
termo, para que as águas não traspassassem o seu mando, quando traçava os
fundamentos da terra,
30. então eu estava ao seu lado como arquiteto;
e era cada dia as suas delícias, alegrando-me perante ele em todo o
tempo;
31. folgando no seu mundo habitável, e achando as minhas
delícias com os filhos dos homens.
32. Agora, pois, filhos, ouvi-me;
porque felizes são os que guardam os meus caminhos.
33. Ouvi a
correção, e sede sábios; e não a rejeiteis.
34. Feliz é o homem que me
dá ouvidos, velando cada dia às minhas entradas, esperando junto às ombreiras da
minha porta.
35. Porque o que me achar achará a vida, e alcançará o
favor do Senhor.
36. Mas o que pecar contra mim fará mal à sua própria
alma; todos os que me odeiam amam a morte.
[Provérbios 9]Provérbios 9
1. A sabedoria já edificou a
sua casa, já lavrou as suas sete colunas;
2. já imolou as suas
vítimas, misturou o seu vinho, e preparou a sua mesa.
3. Já enviou as
suas criadas a clamar sobre as alturas da cidade, dizendo:
4. Quem é
simples, volte-se para cá. Aos faltos de entendimento diz:
5. Vinde,
comei do meu pão, e bebei do vinho que tenho misturado.
6. Deixai a
insensatez, e vivei; e andai pelo caminho do entendimento.
7. O que
repreende ao escarnecedor, traz afronta sobre si; e o que censura ao ímpio,
recebe a sua mancha.
8. Não repreendas ao escarnecedor, para que não
te odeie; repreende ao sábio, e amar-te-á.
9. Instrui ao sábio, e ele
se fará mais, sábio; ensina ao justo, e ele crescerá em
entendimento.
10. O temor do Senhor é o princípio sabedoria; e o
conhecimento do Santo é o entendimento.
11. Porque por mim se
multiplicam os teus dias, e anos de vida se te acrescentarão.
12. Se
fores sábio, para ti mesmo o serás; e, se fores escarnecedor, tu só o
suportarás.
13. A mulher tola é alvoroçadora; é insensata, e não
conhece o pudor.
14. Senta-se à porta da sua casa ou numa cadeira, nas
alturas da cidade,
15. chamando aos que passam e seguem direitos o seu
caminho:
16. Quem é simples, volte-se para cá! E aos faltos de
entendimento diz:
17. As águas roubadas são doces, e o pão comido às
ocultas é agradável.
18. Mas ele não sabe que ali estão os mortos; que
os seus convidados estão nas profundezas do Seol.
[Provérbios 10]Provérbios 10
1. Provérbios de Salomão. Um
filho sábio alegra a seu pai; mas um filho insensato é a tristeza de sua
mãe.
2. Os tesouros da impiedade de nada aproveitam; mas a justiça
livra da morte.
3. O Senhor não deixa o justo passar fome; mas o
desejo dos ímpios ele rechaça.
4. O que trabalha com mão remissa
empobrece; mas a mão do diligente enriquece.
5. O que ajunta no verão
é filho prudente; mas o que dorme na sega é filho que envergonha.
6.
Bênçãos caem sobre a cabeça do justo; porém a boca dos ímpios esconde a
violência.
7. A memória do justo é abençoada; mas o nome dos ímpios
apodrecerá.
8. O sábio de coração aceita os mandamentos; mas o
insensato palra dor cairá.
9. Quem anda em integridade anda seguro;
mas o que perverte os seus caminhos será conhecido.
10. O que acena
com os olhos dá dores; e o insensato palrador cairá.
11. A boca do
justo é manancial de vida, porém a boca dos ímpios esconde a
violência.
12. O ódio excita contendas; mas o amor cobre todas as
transgressões.
13. Nos lábios do entendido se acha a sabedoria; mas a
vara é para as costas do que é falto de entendimento.
14. Os sábios
entesouram o conhecimento; porém a boca do insensato é uma destruição
iminente.
15. Os bens do rico são a sua cidade forte; a ruína dos
pobres é a sua pobreza.
16. O trabalho do justo conduz à vida; a renda
do ímpio, para o pecado.
17. O que atende à instrução está na vereda
da vida; mas o que rejeita a repreensão anda errado.
18. O que encobre
o ódio tem lábios falsos; e o que espalha a calúnia é um
insensato.
19. Na multidão de palavras não falta transgressão; mas o
que refreia os seus lábios é prudente.
20. A língua do justo é prata
escolhida; o coração dos ímpios é de pouco valor.
21. Os lábios do
justo apascentam a muitos; mas os insensatos, por falta de entendimento,
morrem.
22. A bênção do Senhor é que enriquece; e ele não a faz seguir
de dor alguma.
23. E um divertimento para o insensato o praticar a
iniqüidade; mas a conduta sábia é o prazer do homem entendido.
24. O
que o ímpio teme, isso virá sobre ele; mas aos justos se lhes concederá o seu
desejo.
25. Como passa a tempestade, assim desaparece o ímpio; mas o
justo tem fundamentos eternos.
26. Como vinagre para os dentes, como
fumaça para os olhos, assim é o preguiçoso para aqueles que o
mandam.
27. O temor do Senhor aumenta os dias; mas os anos os ímpios
serão abreviados.
28. A esperança dos justos é alegria; mas a
expectação dos ímpios perecerá.
29. O caminho do Senhor é fortaleza
para os retos; mas é destruição para os que praticam a iniqüidade.
30.
O justo nunca será abalado; mas os ímpios não habitarão a terra.
31. A
boca do justo produz sabedoria; porém a língua perversa será
desarraigada.
32. Os lábios do justo sabem o que agrada; porém a boca
dos ímpios fala perversidades.
[Provérbios 11]Provérbios
11
1. A balança enganosa é abominação para o Senhor;
mas o peso justo é o seu prazer.
2. Quando vem a soberba, então vem a
desonra; mas com os humildes está a sabedoria.
3. A integridade dos
retos os guia; porém a perversidade dos desleais os destrói.
4. De
nada aproveitam as riquezas no dia da ira; porém a justiça livra da
morte.
5. A justiça dos perfeitos endireita o seu caminho; mas o ímpio
cai pela sua impiedade.
6. A justiça dos retos os livra; mas os
traiçoeiros são apanhados nas, suas próprias cobiças.
7. Morrendo o
ímpio, perece a sua esperança; e a expectativa da iniqüidade.
8. O
justo é libertado da angústia; e o ímpio fica em seu lugar.
9. O
hipócrita com a boca arruina o seu próximo; mas os justos são libertados pelo
conhecimento.
10. Quando os justos prosperam, exulta a cidade; e
quando perecem os ímpios, há júbilo.
11. Pela bênção dos retos se
exalta a cidade; mas pela boca dos ímpios é derrubada.
12. Quem
despreza o seu próximo é falto de senso; mas o homem de entendimento se
cala.
13. O que anda mexericando revela segredos; mas o fiel de
espírito encobre o negócio.
14. Quando não há sábia direção, o povo
cai; mas na multidão de conselheiros há segurança.
15. Decerto sofrerá
prejuízo aquele que fica por fiador do estranho; mas o que aborrece a fiança
estará seguro.
16. A mulher aprazível obtém honra, e os homens
violentos obtêm riquezas.
17. O homem bondoso faz bem à sua, própria
alma; mas o cruel faz mal a si mesmo.
18. O ímpio recebe um salário
ilusório; mas o que semeia justiça recebe galardão seguro.
19. Quem é
fiel na retidão encaminha, para a vida, e aquele que segue o mal encontra a
morte.
20. Abominação para o Senhor são os perversos de coração; mas
os que são perfeitos em seu caminho são o seu deleite.
21. Decerto o
homem mau não ficará sem castigo; porém a descendência dos justos será
livre.
22. Como jóia de ouro em focinho de porca, assim é a mulher
formosa que se aparta da discrição.
23. O desejo dos justos é somente
o bem; porém a expectativa dos ímpios é a ira.
24. Um dá liberalmente,
e se torna mais rico; outro retém mais do que é justo, e se
empobrece.
25. A alma generosa prosperará, e o que regar também será
regado.
26. Ao que retém o trigo o povo o amaldiçoa; mas bênção haverá
sobre a cabeça do que o vende.
27. O que busca diligentemente o bem,
busca favor; mas ao que procura o mal, este lhe sobrevirá.
28. Aquele
que confia nas suas riquezas, cairá; mas os justos reverdecerão como a
folhagem.
29. O que perturba a sua casa herdará o vento; e o insensato
será servo do entendido de coração.
30. O fruto do justo é árvore de
vida; e o que ganha almas sábio é.
31. Eis que o justo é castigado na
terra; quanto mais o ímpio e o pecador!
[Provérbios 12]Provérbios 12
1. O que ama a correção ama o
conhecimento; mas o que aborrece a repreensão é insensato.
2. O homem
de bem alcançará o favor do Senhor; mas ao homem de perversos desígnios ele
condenará.
3. O homem não se estabelece pela impiedade; a raiz dos
justos, porém, nunca será, removida.
4. A mulher virtuosa é a coroa do
seu marido; porém a que procede vergonhosamente é como apodrecimento nos seus
ossos.
5. Os pensamentos do justo são retos; mas os conselhos do ímpio
são falsos.
6. As palavras dos ímpios são emboscadas para derramarem
sangue; a boca dos retos, porém, os livrará.
7. Transtornados serão os
ímpios, e não serão mais; porém a casa dos justos permanecerá.
8.
Segundo o seu entendimento é louvado o homem; mas o perverso decoração é
desprezado.
9. Melhor é o que é estimado em pouco e tem servo, do que
quem se honra a si mesmo e tem falta de pão.
10. O justo olha pela
vida dos seus animais; porém as entranhas dos ímpios são cruéis.
11. O
que lavra a sua terra se fartará de pão; mas o que segue os ociosos é falto de
entendimento.
12. Deseja o ímpio o despojo dos maus; porém a raiz dos
justos produz o seu próprio fruto.
13. Pela transgressão dos lábios se
enlaça o mau; mas o justo escapa da angústia.
14. Do fruto das suas
palavras o homem se farta de bem; e das obras das suas mãos se lhe
retribui.
15. O caminho do insensato é reto aos seus olhos; mas o que
dá ouvidos ao conselho é sábio.
16. A ira do insensato logo se revela;
mas o prudente encobre a afronta.
17. Quem fala a verdade manifesta a
justiça; porém a testemunha falsa produz a fraude.
18. Há palrador
cujas palavras ferem como espada; porém a língua dos sábios traz
saúde.
19. O lábio veraz permanece para sempre; mas a língua mentirosa
dura só um momento.
20. Engano há no coração dos que maquinam o mal;
mas há gozo para os que aconselham a paz.
21. Nenhuma desgraça
sobrevém ao justo; mas os ímpios ficam cheios de males.
22. Os lábios
mentirosos são abomináveis ao Senhor; mas os que praticam a verdade são o seu
deleite.
23. O homem prudente encobre o conhecimento; mas o coração
dos tolos proclama a estultícia.
24. A mão dos diligentes dominará;
mas o indolente será tributário servil.
25. A ansiedade no coração do
homem o abate; mas uma boa palavra o alegra.
26. O justo é um guia
para o seu próximo; mas o caminho dos ímpios os faz errar.
27. O
preguiçoso não apanha a sua caça; mas o bem precioso do homem é para o
diligente.
28. Na vereda da justiça está a vida; e no seu caminho não
há morte.
[Provérbios 13]Provérbios
13
1. O filho sábio ouve a instrução do pai; mas o
escarnecedor não escuta a repreensão.
2. Do fruto da boca o homem come
o bem; mas o apetite dos prevaricadores alimenta-se da violência.
3. O
que guarda a sua boca preserva a sua vida; mas o que muito abre os seus lábios
traz sobre si a ruína.
4. O preguiçoso deseja, e coisa nenhuma
alcança; mas o desejo do diligente será satisfeito.
5. O justo odeia a
palavra mentirosa, mas o ímpio se faz odioso e se cobre de
vergonha.
6. A justiça guarda ao que é reto no seu caminho; mas a
perversidade transtorna o pecador.
7. Há quem se faça rico, não tendo
coisa alguma; e quem se faça pobre, tendo grande riqueza.
8. O resgate
da vida do homem são as suas riquezas; mas o pobre não tem meio de se
resgatar.
9. A luz dos justos alegra; porem a lâmpada dos ímpios se
apagará.
10. Da soberba só provém a contenda; mas com os que se
aconselham se acha a sabedoria.
11. A riqueza adquirida às pressas
diminuíra; mas quem a ajunta pouco a pouco terá aumento.
12. A
esperança adiada entristece o coração; mas o desejo cumprido é árvore
devida.
13. O que despreza a palavra traz sobre si a destruição; mas o
que teme o mandamento será galardoado.
14. O ensino do sábio é uma
fonte devida para desviar dos laços da morte.
15. O bom senso alcança
favor; mas o caminho dos prevaricadores é áspero:
16. Em tudo o homem
prudente procede com conhecimento; mas o tolo espraia a sua
insensatez.
17. O mensageiro perverso faz cair no mal; mas o
embaixador fiel traz saúde.
18. Pobreza e afronta virão ao que rejeita
a correção; mas o que guarda a repreensão será honrado.
19. O desejo
que se cumpre deleita a alma; mas apartar-se do ma e abominação para os
tolos.
20. Quem anda com os sábios será sábio; mas o companheiro dos
tolos sofre aflição.
21. O mal persegue os pecadores; mas os justos
são galardoados com o bem.
22. O homem de bem deixa uma herança aos
filhos de seus filhos; a riqueza do pecador, porém, é reservada para o
justo.
23. Abundância de mantimento há, na lavoura do pobre; mas se
perde por falta de juízo.
24. Aquele que poupa a vara aborrece a seu
filho; mas quem o ama, a seu tempo o castiga.
25. O justo come e fica
satisfeito; mas o apetite dos ímpios nunca se satisfaz.
[Provérbios
14]Provérbios 14
1. Toda mulher sábia
edifica a sua casa; a insensata, porém, derruba-a com as suas mãos.
2.
Quem anda na sua retidão teme ao Senhor; mas aquele que é perverso nos seus
caminhos despreza-o.
3. Na boca do tolo está a vara da soberba, mas os
lábios do sábio preservá-lo-ão.
4. Onde não há bois, a manjedoura está
vazia; mas pela força do boi há abundância de colheitas.
5. A
testemunha verdadeira não mentirá; a testemunha falsa, porém, se desboca em
mentiras.
6. O escarnecedor busca sabedoria, e não a encontra; mas
para o prudente o conhecimento é fácil.
7. Vai-te da presença do homem
insensato, pois nele não acharás palavras de ciência.
8. A sabedoria
do prudente é entender o seu caminho; porém a estultícia dos tolos é
enganar.
9. A culpa zomba dos insensatos; mas os retos têm o favor de
Deus.
10. O coração conhece a sua própria amargura; e o estranho não
participa da sua alegria.
11. A casa dos ímpios se desfará; porém a
tenda dos retos florescerá.
12. Há um caminho que ao homem parece
direito, mas o fim dele conduz à morte.
13. Até no riso terá dor o
coração; e o fim da alegria é tristeza.
14. Dos seus próprios caminhos
se fartará o infiel de coração, como também o homem bom se contentará dos
seus.
15. O simples dá crédito a tudo; mas o prudente atenta para os
seus passos.
16. O sábio teme e desvia-se do mal, mas o tolo é
arrogante e dá-se por seguro.
17. Quem facilmente se ira fará
doidices; mas o homem discreto é paciente;
18. Os simples herdam a
estultícia; mas os prudentes se coroam de conhecimento.
19. Os maus
inclinam-se perante os bons; e os ímpios diante das portas dos
justos.
20. O pobre é odiado até pelo seu vizinho; mas os amigos dos
ricos são muitos.
21. O que despreza ao seu vizinho peca; mas feliz é
aquele que se compadece dos pobres.
22. Porventura não erram os que
maquinam o mal? mas há beneficência e fidelidade para os que planejam o
bem.
23. Em todo trabalho há proveito; meras palavras, porém, só
encaminham para a penúria.
24. A coroa dos sábios é a sua riqueza;
porém a estultícia dos tolos não passa de estultícia.
25. A testemunha
verdadeira livra as almas; mas o que fala mentiras é traidor.
26. No
temor do Senhor há firme confiança; e os seus filhos terão um lugar de
refúgio.
27. O temor do Senhor é uma fonte de vida, para o homem se
desviar dos laços da morte.
28. Na multidão do povo está a glória do
rei; mas na falta de povo está a ruína do príncipe.
29. Quem é tardio
em irar-se é grande em entendimento; mas o que é de ânimo precipitado exalta a
loucura.
30. O coração tranqüilo é a vida da carne; a inveja, porém, é
a podridão dos ossos.
31. O que oprime ao pobre insulta ao seu
Criador; mas honra-o aquele que se compadece do necessitado.
32. O
ímpio é derrubado pela sua malícia; mas o justo até na sua morte acha
refúgio.
33. No coração do prudente repousa a sabedoria; mas no
coração dos tolos não é conhecida.
34. A justiça exalta as nações; mas
o pecado é o opróbrio dos povos.
35. O favor do rei é concedido ao
servo que procede sabiamente; mas sobre o que procede indignamente cairá o seu
furor.
[Provérbios 15]Provérbios
15
1. A resposta branda desvia o furor, mas a palavra
dura suscita a ira.
2. A língua dos sábios destila o conhecimento;
porém a boca dos tolos derrama a estultícia.
3. Os olhos do Senhor
estão em todo lugar, vigiando os maus e os bons.
4. Uma língua suave é
árvore de vida; mas a língua perversa quebranta o espírito.
5. O
insensato despreza a correção e seu pai; mas o que atende à admoestação
prudentemente se haverá.
6. Na casa do justo há um grande tesouro; mas
nos lucros do ímpio há perturbação.
7. Os lábios dos sábios difundem
conhecimento; mas não o faz o coração dos tolos.
8. O sacrifício dos
ímpios é abominável ao Senhor; mas a oração dos retos lhe é
agradável.
9. O caminho do ímpio é abominável ao Senhor; mas ele ama
ao que segue a justiça.
10. Há disciplina severa para o que abandona a
vereda; e o que aborrece a repreensão morrerá.
11. O Seol e o Abadom
estão abertos perante o Senhor; quanto mais o coração dos filhos dos
homens!
12. O escarnecedor não gosta daquele que o repreende; não irá
ter com os sábios.
13. O coração alegre aformoseia o rosto; mas pela
dor do coração o espírito se abate.
14. O coração do inteligente busca
o conhecimento; mas a boca dos tolos se apascenta de estultícia.
15.
Todos os dias do aflito são maus; mas o coração contente tem um banquete
contínuo.
16. Melhor é o pouco com o temor do Senhor, do que um grande
tesouro, e com ele a inquietação.
17. Melhor é um prato de hortaliça,
onde há amor, do que o boi gordo, e com ele o ódio.
18. O homem
iracundo suscita contendas; mas o longânimo apazigua a luta.
19. O
caminho do preguiçoso é como a sebe de espinhos; porém a vereda dos justos é uma
estrada real.
20. O filho sábio alegra a seu pai; mas o homem
insensato despreza a sua mãe.
21. A estultícia é alegria para o
insensato; mas o homem de entendimento anda retamente.
22. Onde não há
conselho, frustram-se os projetos; mas com a multidão de conselheiros se
estabelecem.
23. O homem alegra-se em dar uma resposta adequada; e a
palavra a seu tempo quão boa é!
24. Para o sábio o caminho da vida é
para cima, a fim de que ele se desvie do Seol que é em baixo.
25. O
Senhor desarraiga a casa dos soberbos, mas estabelece a herança da
viúva.
26. Os desígnios dos maus são abominação para o Senhor; mas as
palavras dos limpos lhe são aprazíveis.
27. O que se dá à cobiça
perturba a sua própria casa; mas o que aborrece a peita viverá.
28. O
coração do justo medita no que há de responder; mas a boca dos ímpios derrama
coisas más.
29. Longe está o Senhor dos ímpios, mas ouve a oração dos
justos.
30. A luz dos olhos alegra o coração, e boas-novas engordam os
ossos.
31. O ouvido que escuta a advertência da vida terá a sua morada
entre os sábios.
32. Quem rejeita a correção menospreza a sua alma;
mas aquele que escuta a advertência adquire entendimento.
33. O temor
do Senhor é a instrução da sabedoria; e adiante da honra vai a
humildade.
[Provérbios 16]Provérbios
16
1. Ao homem pertencem os planos do coração; mas a
resposta da língua é do Senhor.
2. Todos os caminhos do homem são
limpos aos seus olhos; mas o Senhor pesa os espíritos.
3. Entrega ao
Senhor as tuas obras, e teus desígnios serão estabelecidos.
4. O
Senhor fez tudo para um fim; sim, até o ímpio para o dia do mal.
5.
Todo homem arrogante é abominação ao Senhor; certamente não ficará
impune.
6. Pela misericórdia e pela verdade expia-se a iniqüidade; e
pelo temor do Senhor os homens se desviam do mal.
7. Quando os
caminhos do homem agradam ao Senhor, faz que até os seus inimigos tenham paz com
ele.
8. Melhor é o pouco com justiça, do que grandes rendas com
injustiça.
9. O coração do homem propõe o seu caminho; mas o Senhor
lhe dirige os passos.
10. Nos lábios do rei acham-se oráculos; em
juízo a sua boca não prevarica.
11. O peso e a balança justos são do
Senhor; obra sua são todos os pesos da bolsa.
12. Abominação é para os
reis o praticarem a impiedade; porque com justiça se estabelece o
trono.
13. Lábios justos são o prazer dos reis; e eles amam aquele que
fala coisas retas.
14. O furor do rei é mensageiro da morte; mas o
homem sábio o aplacará.
15. Na luz do semblante do rei está a vida; e
o seu favor é como a nuvem de chuva serôdia.
16. Quanto melhor é
adquirir a sabedoria do que o ouro! e quanto mais excelente é escolher o
entendimento do que a prata!
17. A estrada dos retos desvia-se do mal;
o que guarda o seu caminho preserva a sua vida.
18. A soberba precede
a destruição, e a altivez do espírito precede a queda.
19. Melhor é
ser humilde de espírito com os mansos, do que repartir o despojo com os
soberbos.
20. O que atenta prudentemente para a palavra prosperará; e
feliz é aquele que confia no Senhor.
21. O sábio de coração será
chamado prudente; e a doçura dos lábios aumenta o saber.
22. O
entendimento, para aquele que o possui, é uma fonte de vida, porém a estultícia
é o castigo dos insensatos.
23. O coração do sábio instrui a sua boca,
e aumenta o saber nos seus lábios.
24. Palavras suaves são como favos
de mel, doçura para a alma e saúde para o corpo.
25. Há um caminho que
ao homem parece direito, mas o fim dele conduz à morte.
26. O apetite
do trabalhador trabalha por ele, porque a sua fome o incita a
isso.
27. O homem vil suscita o mal; e nos seus lábios há como que um
fogo ardente.
28. O homem perverso espalha contendas; e o difamador
separa amigos íntimos.
29. O homem violento alicia o seu vizinho, e
guia-o por um caminho que não é bom.
30. Quando fecha os olhos fá-lo
para maquinar perversidades; quando morde os lábios, efetua o mal.
31.
Coroa de honra são as cãs, a qual se obtém no caminho da justiça.
32.
Melhor é o longânimo do que o valente; e o que domina o seu espírito do que o
que toma uma cidade.
33. A sorte se lança no regaço; mas do Senhor
procede toda a disposição dela.
[Provérbios 17]Provérbios 17
1. Melhor é um bocado seco, e
com ele a tranqüilidade, do que a casa cheia de festins, com rixas.
2.
O servo prudente dominará sobre o filho que procede indignamente; e entre os
irmãos receberá da herança.
3. O crisol é para a prata, e o forno para
o ouro; mas o Senhor é que prova os corações.
4. O malfazejo atenta
para o lábio iníquo; o mentiroso inclina os ouvidos para a língua
maligna.
5. O que escarnece do pobre insulta ao seu Criador; o que se
alegra da calamidade não ficará impune.
6. Coroa dos velhos são os
filhos dos filhos; e a glória dos filhos são seus pais.
7. Não convém
ao tolo a fala excelente; quanto menos ao príncipe o lábio
mentiroso!
8. Pedra preciosa é a peita aos olhos de quem a oferece;
para onde quer que ele se volte, serve-lhe de proveito.
9. O que
perdoa a transgressão busca a amizade; mas o que renova a questão, afastam
amigos íntimos.
10. Mais profundamente entra a repreensão no prudente,
do que cem açoites no insensato.
11. O rebelde não busca senão o mal;
portanto um mensageiro cruel será enviado contra ele.
12. Encontre-se
o homem com a ursa roubada dos filhotes, mas não com o insensato na sua
estultícia.
13. Quanto àquele que torna mal por bem, não se apartará o
mal da sua casa.
14. O princípio da contenda é como o soltar de águas
represadas; deixa por isso a porfia, antes que haja rixas.
15. O que
justifica o ímpio, e o que condena o justo, são abomináveis ao Senhor, tanto um
como o outro.
16. De que serve o preço na mão do tolo para comprar a
sabedoria, visto que ele não tem entendimento?
17. O amigo ama em todo
o tempo; e para a angústia nasce o irmão.
18. O homem falto de
entendimento compromete-se, tornando-se fiador na presença do seu
vizinho.
19. O que ama a contenda ama a transgressão; o que faz alta a
sua porta busca a ruína.
20. O perverso de coração nunca achará o bem;
e o que tem a língua dobre virá a cair no mal.
21. O que gera um tolo,
para sua tristeza o faz; e o pai do insensato não se alegrará.
22. O
coração alegre serve de bom remédio; mas o espírito abatido seca os
ossos.
23. O ímpio recebe do regaço a peita, para perverter as veredas
da justiça.
24. O alvo do inteligente é a sabedoria; mas os olhos do
insensato estão nas extremidades da terra.
25. O filho insensato é
tristeza para seu, pai, e amargura para quem o deu à luz.
26. Não é
bom punir ao justo, nem ferir aos nobres por causa da sua retidão.
27.
Refreia as suas palavras aquele que possui o conhecimento; e o homem de
entendimento é de espírito sereno.
28. Até o tolo, estando calado, é
tido por sábio; e o que cerra os seus lábios, por entendido.
[Provérbios
18]Provérbios 18
1. Aquele que vive
isolado busca seu próprio desejo; insurge-se contra a verdadeira
sabedoria.
2. O tolo não toma prazer no entendimento, mas tão somente
em revelar a sua opinião.
3. Quando vem o ímpio, vem também o
desprezo; e com a desonra vem o opróbrio.
4. Águas profundas são as
palavras da boca do homem; e a fonte da sabedoria é um ribeiro que
corre.
5. Não é bom ter respeito à pessoa do ímpio, nem privar o justo
do seu direito.
6. Os lábios do tolo entram em contendas, e a sua boca
clama por açoites.
7. A boca do tolo é a sua própria destruição, e os
seus lábios um laço para a sua alma.
8. As palavras do difamador são
como bocados doces, que penetram até o íntimo das entranhas.
9. Aquele
que é remisso na sua obra é irmão do que é destruidor.
10. Torre forte
é o nome do Senhor; para ela corre o justo, e está seguro.
11. Os bens
do rico são a sua cidade forte, e como um muro alto na sua
imaginação.
12. Antes da ruína eleva-se o coração do homem; e adiante
da honra vai a humildade.
13. Responder antes de ouvir, é estultícia e
vergonha.
14. O espírito do homem o sustentará na sua enfermidade; mas
ao espírito abatido quem o levantará?
15. O coração do entendido
adquire conhecimento; e o ouvido dos sábios busca conhecimento;
16. O
presente do homem alarga-lhe o caminho, e leva-o à presença dos
grandes.
17. O que primeiro começa o seu pleito parece justo; até que
vem o outro e o examina.
18. A sorte faz cessar os pleitos, e decide
entre os poderosos.
19. um irmão ajudado pelo irmão é como uma cidade
fortificada; é forte como os ferrolhos dum castelo.
20. O homem se
fartará do fruto da sua boca; dos renovos dos seus lábios se
fartará.
21. A morte e a vida estão no poder da língua; e aquele que a
ama comerá do seu fruto.
22. Quem encontra uma esposa acha uma coisa
boa; e alcança o favor do Senhor.
23. O pobre fala com rogos; mas o
rico responde com durezas.
24. O homem que tem muitos amigos, tem-nos
para a sua ruína; mas há um amigo que é mais chegado do que um
irmão.
[Provérbios 19]Provérbios
19
1. Melhor é o pobre que anda na sua integridade, do
que aquele que é perverso de lábios e tolo.
2. Não é bom agir sem
refletir; e o que se apressa com seus pés erra o caminho.
3. A
estultícia do homem perverte o seu caminho, e o seu coração se irrita contra o
Senhor.
4. As riquezas granjeiam muitos amigos; mas do pobre o seu
próprio amigo se separa.
5. A testemunha falsa não ficará impune; e o
que profere mentiras não escapará.
6. Muitos procurarão o favor do
liberal; e cada um é amigo daquele que dá presentes.
7. Todos os
irmãos do pobre o aborrecem; quanto mais se afastam dele os seus amigos!
persegue-os com súplicas, mas eles já se foram.
8. O que adquire a
sabedoria é amigo de si mesmo; o que guarda o entendimento
prosperará.
9. A testemunha falsa não ficará impune, e o que profere
mentiras perecerá.
10. Ao tolo não convém o luxo; quanto menos ao
servo dominar os príncipes!
11. A discrição do homem fá-lo tardio em
irar-se; e sua glória está em esquecer ofensas.
12. A ira do rei é
como o bramido o leão; mas o seu favor é como o orvalho sobre a
erva.
13. O filho insensato é a calamidade do pai; e as rixas da
mulher são uma goteira contínua.
14. Casa e riquezas são herdadas dos
pais; mas a mulher prudente vem do Senhor.
15. A preguiça faz cair em
profundo sono; e o ocioso padecerá fome.
16. Quem guarda o mandamento
guarda a sua alma; mas aquele que não faz caso dos seus caminhos
morrerá.
17. O que se compadece do pobre empresta ao Senhor, que lhe
retribuirá o seu benefício.
18. Corrige a teu filho enquanto há
esperança; mas não te incites a destruí-lo.
19. Homem de grande ira
tem de sofrer o castigo; porque se o livrares, terás de o fazer de
novo.
20. Ouve o conselho, e recebe a correção, para que sejas sábio
nos teus últimos dias.
21. Muitos são os planos no coração do homem;
mas o desígnio do Senhor, esse prevalecerá.
22. O que faz um homem
desejável é a sua benignidade; e o pobre é melhor do que o
mentiroso.
23. O temor do Senhor encaminha para a vida; aquele que o
tem ficará satisfeito, e mal nenhum o visitará.
24. O preguiçoso
esconde a sua mão no prato, e nem ao menos quer levá-la de novo à
boca.
25. Fere ao escarnecedor, e o simples aprenderá a prudência;
repreende ao que tem entendimento, e ele crescerá na ciência.
26. O
que aflige a seu pai, e faz fugir a sua mãe, é filho que envergonha e
desonra.
27. Cessa, filho meu, de ouvir a instrução, e logo te
desviarás das palavras do conhecimento.
28. A testemunha vil escarnece
da justiça; e a boca dos ímpios engole a iniqüidade.
29. A condenação
está preparada para os escarnecedores, e os açoites para as costas dos
tolos.
[Provérbios 20]Provérbios
20
1. O vinho é escarnecedor, e a bebida forte
alvoroçadora; e todo aquele que neles errar não e sábio.
2. Como o
bramido do leão é o terror do rei; quem o provoca a ira peca contra a sua
própria vida.
3. Honroso é para o homem o desviar-se de questões; mas
todo insensato se entremete nelas.
4. O preguiçoso não lavra no
outono; pelo que mendigará na sega, e nada receberá.
5. Como águas
profundas é o propósito no coração do homem; mas o homem inteligente o
descobrirá.
6. Muitos há que proclamam a sua própria bondade; mas o
homem fiel, quem o achará?
7. O justo anda na sua integridade;
bem-aventurados serão os seus filhos depois dele.
8. Assentando-se o
rei no trono do juízo, com os seus olhos joeira a todo malfeitor.
9.
Quem pode dizer: Purifiquei o meu coração, limpo estou de meu
pecado?
10. O peso fraudulento e a medida falsa são abominação ao
Senhor, tanto uma como outra coisa.
11. Até a criança se dá a conhecer
pelas suas ações, se a sua conduta é pura e reta.
12. O ouvido que
ouve, e o olho que vê, o Senhor os fez a ambos.
13. Não ames o sono,
para que não empobreças; abre os teus olhos, e te fartarás de pão.
14.
Nada vale, nada vale, diz o comprador; mas, depois de retirar-se, então se
gaba.
15. Há ouro e abundância de pedras preciosas; mas os lábios do
conhecimento são jóia de grande valor.
16. Tira a roupa àquele que
fica por fiador do estranho; e toma penhor daquele que se obriga por
estrangeiros.
17. Suave é ao homem o pão da mentira; mas depois a sua
boca se enche de pedrinhas.
18. Os projetos se confirmam pelos
conselhos; assim, pois, com prudência faze a guerra.
19. O que anda
mexericando revela segredos; pelo que não te metas com quem muito abre os seus
lábios.
20. O que amaldiçoa a seu pai ou a sua mãe, apagar-se-lhe-á a
sua lâmpada nas, mais densas trevas.
21. A herança que no princípio é
adquirida às pressas, não será abençoada no seu fim.
22. Não digas:
vingar-me-ei do mal; espera pelo Senhor e ele te livrará.
23. Pesos
fraudulentos são abomináveis ao Senhor; e balanças enganosas não são
boas.
24. Os passos do homem são dirigidos pelo Senhor; como, pois,
poderá o homem entender o seu caminho?
25. Laço é para o homem dizer
precipitadamente: É santo; e, feitos os votos, então refletir.
26. O
rei sábio joeira os ímpios e faz girar sobre eles a roda.
27. O
espírito do homem é a lâmpada do Senhor, a qual esquadrinha todo o mais íntimo
do coração.
28. A benignidade e a verdade guardam o rei; e com a
benignidade sustém ele o seu trono.
29. A glória dos jovens é a sua
força; e a beleza dos velhos são as cãs.
30. Os açoites que ferem
purificam do mal; e as feridas penetram até o mais íntimo do
corpo.
[Provérbios 21]Provérbios
21
1. Como corrente de águas é o coração do rei na mão
do Senhor; ele o inclina para onde quer.
2. Todo caminho do homem é
reto aos seus olhos; mas o Senhor pesa os corações.
3. Fazer justiça e
julgar com retidão é mais aceitável ao Senhor do que oferecer-lhe
sacrifício.
4. Olhar altivo e coração orgulhoso, tal lâmpada dos
ímpios é pecado.
5. Os planos do diligente conduzem à abundância; mas
todo precipitado apressa-se para a penúria.
6. Ajuntar tesouros com
língua falsa é uma vaidade fugitiva; aqueles que os buscam, buscam a
morte.
7. A violência dos ímpios arrebatá-los-á, porquanto recusam
praticar a justiça.
8. O caminho do homem perverso é tortuoso; mas o
proceder do puro é reto.
9. Melhor é morar num canto do eirado, do que
com a mulher rixosa numa casa ampla.
10. A alma do ímpio deseja o mal;
o seu próximo não agrada aos seus olhos.
11. Quando o escarnecedor é
castigado, o simples torna-se sábio; e, quando o sábio é instruído, recebe o
conhecimento.
12. O justo observa a casa do ímpio; precipitam-se os
ímpios na ruína.
13. Quem tapa o seu ouvido ao clamor do pobre, também
clamará e não será ouvido.
14. O presente que se dá em segredo aplaca
a ira; e a dádiva às escondidas, a forte indignação.
15. A execução da
justiça é motivo de alegria para o justo; mas é espanto para os que praticam a
iniqüidade.
16. O homem que anda desviado do caminho do entendimento
repousará na congregação dos mortos.
17. Quem ama os prazeres
empobrecerá; quem ama o vinho e o azeite nunca enriquecera.
18.
Resgate para o justo é o ímpio; e em lugar do reto ficará o
prevaricador.
19. Melhor é morar numa terra deserta do que com a
mulher rixosa e iracunda.
20. Há tesouro precioso e azeite na casa do
sábio; mas o homem insensato os devora.
21. Aquele que segue a justiça
e a bondade achará a vida, a justiça e a honra.
22. O sábio escala a
cidade dos valentes, e derriba a fortaleza em que ela confia.
23. O
que guarda a sua boca e a sua língua, guarda das angústias a sua
alma.
24. Quanto ao soberbo e presumido, zombador é seu nome; ele
procede com insolente orgulho.
25. O desejo do preguiçoso o mata;
porque as suas mãos recusam-se a trabalhar.
26. Todo o dia o ímpio
cobiça; mas o justo dá, e não retém.
27. O sacrifício dos ímpios é
abominação; quanto mais oferecendo-o com intenção maligna!
28. A
testemunha mentirosa perecerá; mas o homem que ouve falará sem ser
contestado.
29. O homem ímpio endurece o seu rosto; mas o reto
considera os seus caminhos.
30. Não há sabedoria, nem entendimento,
nem conselho contra o Senhor.
31. O cavalo prepara-se para o dia da
batalha; mas do Senhor vem a vitória.
[Provérbios 22]Provérbios 22
1. Mais digno de ser escolhido
é o bom nome do que as muitas riquezas; e o favor é melhor do que a prata e o
ouro.
2. O rico e o pobre se encontram; quem os faz a ambos é o
Senhor.
3. O prudente vê o perigo e esconde-se; mas os simples passam
adiante e sofrem a pena.
4. O galardão da humildade e do temor do
Senhor é riquezas, e honra e vida.
5. Espinhos e laços há no caminho
do perverso; o que guarda a sua alma retira-se para longe deles.
6.
Instrui o menino no caminho em que deve andar, e até quando envelhecer não se
desviará dele.
7. O rico domina sobre os pobres; e o que toma
emprestado é servo do que empresta.
8. O que semear a perversidade
segará males; e a vara da sua indignação falhará.
9. Quem vê com olhos
bondosos será abençoado; porque dá do seu pão ao pobre.
10. Lança fora
ao escarnecedor, e a contenda se irá; cessarão a rixa e a injúria.
11.
O que ama a pureza do coração, e que tem graça nos seus lábios, terá por seu
amigo o rei.
12. Os olhos do Senhor preservam o que tem conhecimento;
mas ele transtorna as palavras do prevaricador.
13. Diz o preguiçoso:
um leão está lá fora; serei morto no meio das ruas.
14. Cova profunda
é a boca da adúltera; aquele contra quem o Senhor está irado cairá
nela.
15. A estultícia está ligada ao coração do menino; mas a vara da
correção a afugentará dele.
16. O que para aumentar o seu lucro oprime
o pobre, e dá ao rico, certamente chegará à: penúria.
17. Inclina o
teu ouvido e ouve as palavras dos sábios, e aplica o teu coração ao meu
conhecimento.
18. Porque será coisa suave, se os guardares no teu
peito, se estiverem todos eles prontos nos teus lábios.
19. Para que a
tua confiança esteja no senhor, a ti tos fiz saber hoje, sim, a ti
mesmo.
20. Porventura não te escrevi excelentes coisas acerca dos
conselhos e do conhecimento,
21. para te fazer saber a certeza das
palavras de verdade, para que possas responder com palavras de verdade aos que
te enviarem?
22. Não roubes ao pobre, porque é pobre; nem oprimas ao
aflito na porta;
23. porque o Senhor defenderá a sua causa em juízo, e
aos que os roubam lhes tirará a vida.
24. Não faças amizade com o
iracundo; nem andes com o homem colérico;
25. para que não aprendas as
suas veredas, e tomes um laço para a tua alma.
26. Não estejas entre
os que se comprometem, que ficam por fiadores de dívidas.
27. Se não
tens com que pagar, por que tirariam a tua cama de debaixo de ti?
28.
Não removas os limites antigos que teus pais fixaram.
29. Vês um homem
hábil na sua obrar? esse perante reis assistirá; e não assistirá perante homens
obscuros.
[Provérbios 23]Provérbios
23
1. Quando te assentares a comer com um governador,
atenta bem para aquele que está diante de ti;
2. e põe uma faca à tua
garganta, se fores homem de grande apetite.
3. Não cobices os seus
manjares gostosos, porque é comida enganadora.
4. Não te fatigues para
seres rico; dá de mão à tua própria sabedoria:
5. Fitando tu os olhos
nas riquezas, elas se vão; pois fazem para si asas, como a águia, voam para o
céu.
6. Não comas o pão do avarento, nem cobices os seus manjares
gostosos.
7. Porque, como ele pensa consigo mesmo, assim é; ele te
diz: Come e bebe; mas o seu coração não está contigo.
8. Vomitarás o
bocado que comeste, e perderás as tuas suaves palavras.
9. Não fales
aos ouvidos do tolo; porque desprezará a sabedoria das tuas
palavras.
10. Não removas os limites antigos; nem entres nos campos
dos órfãos,
11. porque o seu redentor é forte; ele lhes pleiteará a
causa contra ti.
12. Aplica o teu coração à instrução, e os teus
ouvidos às palavras do conhecimento.
13. Não retires da criança a
disciplina; porque, fustigando-a tu com a vara, nem por isso
morrerá.
14. Tu a fustigarás com a vara e livrarás a sua alma do
Seol.
15. Filho meu, se o teu coração for sábio, alegrar-se-á o meu
coração, sim, ó, meu próprio;
16. e exultará o meu coração, quando os
teus lábios falarem coisas retas.
17. Não tenhas inveja dos pecadores;
antes conserva-te no temor do Senhor todo o dia.
18. Porque deveras
terás uma recompensa; não será malograda a tua esperança.
19. Ouve tu,
filho meu, e sê sábio; e dirige no caminho o teu coração.
20. Não
estejas entre os beberrões de vinho, nem entre os comilões de
carne.
21. Porque o beberrão e o comilão caem em pobreza; e a
sonolência cobrirá de trapos o homem.
22. Ouve a teu pai, que te
gerou; e não desprezes a tua mãe, quando ela envelhecer.
23. Compra a
verdade, e não a vendas; sim, a sabedoria, a disciplina, e o
entendimento.
24. Grandemente se regozijará o pai do justo; e quem
gerar um filho sábio, nele se alegrará.
25. Alegrem-se teu pai e tua
mãe, e regozije-se aquela que te deu à luz.
26. Filho meu, dá-me o teu
coração; e deleitem-se os teus olhos nos meus caminhos.
27. Porque
cova profunda é a prostituta; e poço estreito é a aventureira.
28.
Também ela, como o salteador, se põe a espreitar; e multiplica entre os homens
os prevaricadores.
29. Para quem são os ais? para quem os pesares?
para quem as pelejas, para quem as queixas? para quem as feridas sem causa? e
para quem os olhos vermelhos?
30. Para os que se demoram perto do
vinho, para os que andam buscando bebida misturada.
31. Não olhes para
o vinho quando se mostra vermelho, quando resplandece no copo e se escoa
suavemente.
32. No seu fim morderá como a cobra, e como o basilisco
picará.
33. Os teus olhos verão coisas estranhas, e tu falarás
perversidades.
34. o serás como o que se deita no meio do mar, e como
o que dorme no topo do mastro.
35. E dirás: Espancaram-me, e não me
doeu; bateram-me, e não o senti; quando virei a despertar? ainda tornarei a
buscá-lo outra vez.
[Provérbios 24]Provérbios
24
1. Não tenhas inveja dos homens malignos; nem
desejes estar com eles;
2. porque o seu coração medita a violência; e
os seus lábios falam maliciosamente.
3. Com a sabedoria se edifica a
casa, e com o entendimento ela se estabelece;
4. e pelo conhecimento
se encherão as câmaras de todas as riquezas preciosas e
deleitáveis.
5. O sábio é mais poderoso do que o forte; e o
inteligente do que o que possui a força.
6. Porque com conselhos
prudentes tu podes fazer a guerra; e há vitória na multidão dos
conselheiros.
7. A sabedoria é alta demais para o insensato; ele não
abre a sua boca na porta.
8. Aquele que cuida em fazer o mal, mestre
de maus intentos o chamarão.
9. O desígnio do insensato é pecado; e
abominável aos homens é o escarnecedor.
10. Se enfraqueces no dia da
angústia, a tua força é pequena.
11. Livra os que estão sendo levados
à morte, detém os que vão tropeçando para a matança.
12. Se disseres:
Eis que não o sabemos; porventura aquele que pesa os corações não o percebe? e
aquele que guarda a tua vida não o sabe? e não retribuirá a cada um conforme a
sua obra?
13. Come mel, filho meu, porque é bom, e do favo de mel, que
é doce ao teu paladar.
14. Sabe que é assim a sabedoria para a tua
alma: se a achares, haverá para ti recompensa, e não será malograda a tua
esperança.
15. Não te ponhas de emboscada, ó ímpio, contra a habitação
do justo; nem assoles a sua pousada.
16. Porque sete vezes cai o
justo, e se levanta; mas os ímpios são derribados pela calamidade.
17.
Quando cair o teu inimigo, não te alegres, e quando tropeçar, não se regozije o
teu coração;
18. para que o Senhor não o veja, e isso seja mau aos
seus olhos, e desvie dele, a sua ira.
19. Não te aflijas por causa dos
malfeitores; nem tenhas inveja dos ímpios;
20. porque o maligno não
tem futuro; e a lâmpada dos ímpios se apagará.
21. Filho meu, teme ao
Senhor, e ao rei; e não te entremetas com os que gostam de
mudanças.
22. Porque de repente se levantará a sua calamidade; e a
ruína deles, quem a conhecerá?
23. Também estes são provérbios dos
sábios: Fazer acepção de pessoas no juízo não é bom.
24. Aquele que
disser ao ímpio: Justo és; os povos o amaldiçoarão, as nações o
detestarão;
25. mas para os que julgam retamente haverá delícias, e
sobre eles virá copiosa bênção.
26. O que responde com palavras retas
beija os lábios.
27. Prepara os teus trabalhos de fora, apronta bem o
teu campo; e depois edifica a tua casa.
28. Não sejas testemunha sem
causa contra o teu próximo; e não enganes com os teus lábios.
29. Não
digas: Como ele me fez a mim, assim lhe farei a ele; pagarei a cada um segundo a
sua obra.
30. Passei junto ao campo do preguiçoso, e junto à vinha do
homem falto de entendimento;
31. e eis que tudo estava cheio de
cardos, e a sua superfície coberta de urtigas, e o seu muro de pedra estava
derrubado.
32. O que tendo eu visto, o considerei; e, vendo-o, recebi
instrução.
33. Um pouco para dormir, um pouco para toscanejar, um
pouco para cruzar os braços em repouso;
34. assim sobrevirá a tua
pobreza como um salteador, e a tua necessidade como um homem
armado.
[Provérbios 25]Provérbios
25
1. Também estes são provérbios de Salomão, os quais
transcreveram os homens de Ezequias, rei de Judá.
2. A glória de Deus
é encobrir as coisas; mas a glória dos reis é esquadrinhá-las.
3. Como
o céu na sua altura, e como a terra na sua profundidade, assim o coração dos
reis é inescrutável.
4. Tira da prata a escória, e sairá um vaso para
o fundidor.
5. Tira o ímpio da presença do rei, e o seu trono se
firmará na justiça.
6. Não reclames para ti honra na presença do rei,
nem te ponhas no lugar dos grandes;
7. porque melhor é que te digam:
Sobe, para aqui; do que seres humilhado perante o príncipe.
8. O que
os teus olhos viram, não te apresses a revelar, para depois, ao fim, não saberes
o que hás de fazer, podendo-te confundir o teu próximo.
9. Pleiteia a
tua causa com o teu próximo mesmo; e não reveles o segredo de
outrem;
10. para que não te desonre aquele que o ouvir, não se
apartando de ti a infâmia.
11. Como maçãs de ouro em salvas de prata,
assim é a palavra dita a seu tempo.
12. Como pendentes de ouro e
gargantilhas de ouro puro, assim é o sábio repreensor para o ouvido
obediente.
13. Como o frescor de neve no tempo da sega, assim é o
mensageiro fiel para com os que o enviam, porque refrigera o espírito dos seus
senhores.
14. como nuvens e ventos que não trazem chuva, assim é o
homem que se gaba de dádivas que não fez.
15. Pela longanimidade se
persuade o príncipe, e a língua branda quebranta os ossos.
16. Se
achaste mel, come somente o que te basta, para que porventura não te fartes
dele, e o venhas a vomitar.
17. Põe raramente o teu pé na casa do teu
próximo, para que não se enfade de ti, e te aborreça.
18. Malho, e
espada, e flecha aguda é o homem que levanta falso testemunho contra o seu
próximo.
19. Como dente quebrado, e pé deslocado, é a confiança no
homem desleal, no dia da angústia.
20. O que entoa canções ao coração
aflito é como aquele que despe uma peça de roupa num dia de frio, e como vinagre
sobre a chaga.
21. Se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe pão para comer,
e se tiver sede, dá-lhe água para beber;
22. porque assim lhe
amontoarás brasas sobre a cabeça, e o Senhor te recompensará.
23. O
vento norte traz chuva, e a língua caluniadora, o rosto irado.
24.
Melhor é morar num canto do eirado, do que com a mulher rixosa numa casa
ampla.
25. Como água fresca para o homem sedento, tais são as
boas-novas de terra remota.
26. Como fonte turva, e manancial poluído,
assim é o justo que cede lugar diante do ímpio.
27. comer muito mel
não é bom; não multipliques, pois, as palavras de lisonja.
28. Como a
cidade derribada, que não tem muros, assim é o homem que não pode conter o seu
espírito.
[Provérbios 26]Provérbios
26
1. Como a neve no verão, e como a chuva no tempo da
ceifa, assim não convém ao tolo a honra.
2. Como o pássaro no seu
vaguear, como a andorinha no seu voar, assim a maldição sem causa não encontra
pouso.
3. O açoite é para o cavalo, o freio para o jumento, e a vara
para as costas dos tolos.
4. Não respondas ao tolo segundo a sua
estultícia, para que também não te faças semelhante a ele.
5. Responde
ao tolo segundo a sua estultícia, para que ele não seja sábio aos seus próprios
olhos.
6. Os pés decepa, e o dano bebe, quem manda mensagens pela mão
dum tolo.
7. As pernas do coxo pendem frouxas; assim é o provérbio na
boca dos tolos.
8. Como o que ata a pedra na funda, assim é aquele que
dá honra ao tolo.
9. Como o espinho que entra na mão do ébrio, assim é
o provérbio na mão dos tolos.
10. Como o flecheiro que fere a todos,
assim é aquele que assalaria ao transeunte tolo, ou ao ébrio.
11. Como
o cão que torna ao seu vômito, assim é o tolo que reitera a sua
estultícia.
12. Vês um homem que é sábio a seus próprios olhos? Maior
esperança há para o tolo do que para ele.
13. Diz o preguiçoso: Um
leão está no caminho; um leão está nas ruas.
14. Como a porta se
revolve nos seus gonzos, assim o faz o preguiçoso na sua cama.
15. O
preguiçoso esconde a sua mão no prato, e nem ao menos quer levá-la de novo à
boca.
16. Mais sábio é o preguiçoso a seus olhos do que sete homens
que sabem responder bem.
17. O que, passando, se mete em questão
alheia é como aquele que toma um cão pelas orelhas.
18. Como o louco
que atira tições, flechas, e morte,
19. assim é o homem que engana o
seu próximo, e diz: Fiz isso por brincadeira.
20. Faltando lenha,
apaga-se o fogo; e não havendo difamador, cessa a contenda.
21. Como o
carvão para as brasas, e a lenha para o fogo, assim é o homem contencioso para
acender rixas.
22. As palavras do difamador são como bocados
deliciosos, que descem ao íntimo do ventre.
23. Como o vaso de barro
coberto de escória de prata, assim são os lábios ardentes e o coração
maligno.
24. Aquele que odeia dissimula com os seus lábios; mas no seu
interior entesoura o engano.
25. Quando te suplicar com voz suave, não
o creias; porque sete abominações há no teu coração.
26. Ainda que o
seu ódio se encubra com dissimulação, na congregação será revelada a sua
malícia.
27. O que faz uma cova cairá nela; e a pedra voltará sobre
aquele que a revolve.
28. A língua falsa odeia aqueles a quem ela
tenha ferido; e a boca lisonjeira opera a ruína.
[Provérbios 27]Provérbios 27
1. Não te glories do dia de
amanhã; porque não sabes o que produzirá o dia.
2. Seja outro o que te
louve, e não a tua boca; o estranho, e não os teus lábios.
3. Pesada é
a pedra, e a areia também; mas a ira do insensato é mais pesada do que elas
ambas.
4. Cruel é o furor, e impetuosa é a ira; mas quem pode resistir
à inveja?
5. Melhor é a repreensão aberta do que o amor
encoberto.
6. Fiéis são as feridas dum amigo; mas os beijos dum
inimigo são enganosos.
7. O que está farto despreza o favo de mel; mas
para o faminto todo amargo é doce.
8. Qual a ave que vagueia longe do
seu ninho, tal é o homem que anda vagueando longe do seu lugar.
9. O
óleo e o perfume alegram o coração; assim é o doce conselho do homem para o seu
amigo.
10. Não abandones o teu amigo, nem o amigo de teu pai; nem
entres na casa de teu irmão no dia de tua adversidade. Mais vale um vizinho que
está perto do que um irmão que está longe.
11. Sê sábio, filho meu, e
alegra o meu coração, para que eu tenha o que responder àquele que me
vituperar.
12. O prudente vê o mal e se esconde; mas os insensatos
passam adiante e sofrem a pena.
13. Tira a roupa àquele que fica por
fiador do estranho, e toma penhor daquele que se obriga por uma
estrangeira.
14. O que bendiz ao seu amigo em alta voz, levantando-se
de madrugada, isso lhe será contado como maldição.
15. A goteira
contínua num dia chuvoso e a mulher rixosa são semelhantes;
16.
retê-la é reter o vento, ou segurar o óleo com a destra.
17. Afia-se o
ferro com o ferro; assim o homem afia o rosto do seu amigo.
18. O que
cuida da figueira comerá do fruto dela; e o que vela pelo seu senhor será
honrado.
19. Como na água o rosto corresponde ao rosto, assim o
coração do homem ao homem.
20. O Seol e o Abadom nunca se fartam, e os
olhos do homem nunca se satisfazem.
21. O crisol é para a prata, e o
forno para o ouro, e o homem é provado pelos louvores que recebe.
22.
Ainda que pisasses o insensato no gral entre grãos pilados, contudo não se
apartaria dele a sua estultícia.
23. Procura conhecer o estado das
tuas ovelhas; cuida bem dos teus rebanhos;
24. porque as riquezas não
duram para sempre; e duraria a coroa de geração em geração?
25. Quando
o feno é removido, e aparece a erva verde, e recolhem-se as ervas dos
montes,
26. os cordeiros te proverão de vestes, e os bodes, do preço
do campo.
27. E haverá bastante leite de cabras para o teu sustento,
para o sustento da tua casa e das tuas criadas.
[Provérbios 28]Provérbios 28
1. Fogem os ímpios, sem que
ninguém os persiga; mas os justos são ousados como o leão.
2. Por
causa da transgressão duma terra são muitos os seus príncipes; mas por virtude
de homens prudentes e entendidos, ela subsistirá por longo tempo.
3. O
homem pobre que oprime os pobres, é como chuva impetuosa, que não deixa trigo
nenhum.
4. Os que abandonam a lei louvam os ímpios; mas os que guardam
a lei pelejam contra eles.
5. Os homens maus não entendem a justiça;
mas os que buscam ao Senhor a entendem plenamente.
6. Melhor é o pobre
que anda na sua integridade, do que o rico perverso nos seus
caminhos.
7. O que guarda a lei é filho sábio; mas o companheiro dos
comilões envergonha a seu pai.
8. O que aumenta a sua riqueza com
juros e usura, ajunta-a para o que se compadece do pobre.
9. O que
desvia os seus ouvidos de ouvir a lei, até a sua oração é
abominável.
10. O que faz com que os retos se desviem para um mau
caminho, ele mesmo cairá na cova que abriu; mas os inocentes herdarão o
bem.
11. O homem rico é sábio aos seus próprios olhos; mas o pobre que
tem entendimento o esquadrinha.
12. Quando os justos triunfam há
grande, glória; mas quando os ímpios sobem, escondem-se os homens.
13.
O que encobre as suas transgressões nunca prosperará; mas o que as confessa e
deixa, alcançará misericórdia.
14. Feliz é o homem que teme ao Senhor
continuamente; mas o que endurece o seu coração virá a cair no
mal.
15. Como leão bramidor, e urso faminto, assim é o ímpio que
domina sobre um povo pobre.
16. O príncipe falto de entendimento é
também opressor cruel; mas o que aborrece a avareza prolongará os seus
dias.
17. O homem culpado do sangue de qualquer pessoa será fugitivo
até a morte; ninguém o ajude.
18. O que anda retamente salvar-se-á;
mas o perverso em seus caminhos cairá de repente.
19. O que lavra a
sua terra se fartará de pão; mas o que segue os ociosos se encherá de
pobreza.
20. O homem fiel gozará de abundantes bênçãos; mas o que se
apressa a enriquecer não ficará impune.
21. Fazer acepção de pessoas
não é bom; mas até por um bocado de pão prevaricará o homem.
22.
Aquele que é cobiçoso corre atrás das riquezas; e não sabe que há de vir sobre
ele a penúria.
23. O que repreende a um homem achará depois mais favor
do que aquele que lisonjeia com a língua.
24. O que rouba a seu pai,
ou a sua mãe, e diz: Isso não é transgressão; esse é companheiro do
destruidor.
25. O cobiçoso levanta contendas; mas o que confia no
senhor prosperará.
26. O que confia no seu próprio coração é
insensato; mas o que anda sabiamente será livre.
27. O que dá ao pobre
não terá falta; mas o que esconde os seus olhos terá muitas
maldições.
28. Quando os ímpios sobem, escondem-se os homens; mas
quando eles perecem, multiplicam-se os justos.
[Provérbios 29]Provérbios 29
1. Aquele que, sendo muitas
vezes repreendido, endurece a cerviz, será quebrantado de repente sem que haja
cura.
2. Quando os justos governam, alegra-se o povo; mas quando o
ímpio domina, o povo geme.
3. O que ama a sabedoria alegra a seu pai;
mas o companheiro de prostitutas desperdiça a sua riqueza.
4. O rei
pela justiça estabelece a terra; mas o que exige presentes a
transtorna.
5. O homem que lisonjeia a seu próximo arma-lhe uma rede
aos passos.
6. Na transgressão do homem mau há laço; mas o justo canta
e se regozija.
7. O justo toma conhecimento da causa dos pobres; mas o
ímpio não tem entendimento para a conhecer.
8. Os escarnecedores
abrasam a cidade; mas os sábios desviam a ira.
9. O sábio que pleiteia
com o insensato, quer este se agaste quer se ria, não terá
descanso.
10. Os homens sanguinários odeiam o íntegro; mas os retos
procuram o seu bem.
11. O tolo derrama toda a sua ira; mas o sábio a
reprime e aplaca.
12. O governador que dá atenção às palavras
mentirosas achará que todos os seus servos são ímpios.
13. O pobre e o
opressor se encontram; o Senhor alumia os olhos de ambos.
14. Se o rei
julgar os pobres com eqüidade, o seu trono será estabelecido para
sempre.
15. A vara e a repreensão dão sabedoria; mas a criança
entregue a si mesma envergonha a sua mãe.
16. Quando os ímpios se
multiplicam, multiplicam-se as transgressões; mas os justos verão a queda
deles.
17. Corrige a teu filho, e ele te dará descanso; sim, deleitará
o teu coração.
18. Onde não há profecia, o povo se corrompe; mas o que
guarda a lei esse é bem-aventurado.
19. O servo não se emendará com
palavras; porque, ainda que entenda, não atenderá.
20. Vês um homem
precipitado nas suas palavras? Maior esperança há para o tolo do que para
ele.
21. Aquele que cria delicadamente o seu servo desde a meninice,
no fim tê-lo-á por herdeiro.
22. O homem iracundo levanta contendas, e
o furioso multiplica as transgressões.
23. A soberba do homem o
abaterá; mas o humilde de espírito obterá honra.
24. O que é sócio do
ladrão odeia a sua própria alma; sendo ajuramentado, nada
denuncia.
25. O receio do homem lhe arma laços; mas o que confia no
Senhor está seguro.
26. Muitos buscam o favor do príncipe; mas é do
Senhor que o homem recebe a justiça.
27. O ímpio é abominação para os
justos; e o que é reto no seu caminho é abominação para o
ímpio.
[Provérbios 30]Provérbios
30
1. Palavras de Agur, filho de Jaqué de Massá. Diz o
homem a Itiel, e a Ucal:
2. Na verdade que eu sou mais estúpido do que
ninguém; não tenho o entendimento do homem;
3. não aprendi a
sabedoria, nem tenho o conhecimento do Santo.
4. Quem subiu ao céu e
desceu? quem encerrou os ventos nos seus punhos? mas amarrou as águas no seu
manto? quem estabeleceu todas as extremidades da terra? qual é o seu nome, e
qual é o nome de seu filho? Certamente o sabes!
5. Toda palavra de
Deus é pura; ele é um escudo para os que nele confiam.
6. Nada
acrescentes às suas palavras, para que ele não te repreenda e tu sejas achado
mentiroso.
7. Duas coisas te peço; não mas negues, antes que
morra:
8. Alonga de mim a falsidade e a mentira; não me dês nem a
pobreza nem a riqueza: dá-me só o pão que me é necessário;
9. para que
eu de farto não te negue, e diga: Quem é o Senhor? ou, empobrecendo, não venha a
furtar, e profane o nome de Deus.
10. Não calunies o servo diante de
seu senhor, para que ele não te amaldiçoe e fiques tu culpado.
11. Há
gente que amaldiçoa a seu pai, e que não bendiz a sua mãe.
12. Há
gente que é pura aos seus olhos, e contudo nunca foi lavada da sua
imundícia.
13. Há gente cujos olhos são altivos, e cujas pálpebras são
levantadas para cima.
14. Há gente cujos dentes são como espadas; e
cujos queixais são como facas, para devorarem da terra os aflitos, e os
necessitados dentre os homens.
15. A sanguessuga tem duas filhas, a
saber: Dá, Dá. Há três coisas que nunca se fartam; sim, quatro que nunca dizem:
Basta;
16. o Seol, a madre estéril, a terra que não se farta d'água, e
o fogo que nunca diz: Basta.
17. Os olhos que zombam do pai, ou
desprezam a obediência à mãe, serão arrancados pelos corvos do vale e devorados
pelos filhos da águia.
18. Há três coisas que são maravilhosas demais
para mim, sim, há quatro que não conheço:
19. o caminho da águia no
ar, o caminho da cobra na penha, o caminho do navio no meio do mar, e o caminho
do homem com uma virgem.
20. Tal é o caminho da mulher adúltera: ela
come, e limpa a sua boca, e diz: não pratiquei iniqüidade.
21. Por
três coisas estremece a terra, sim, há quatro que não pode
suportar:
22. o escravo quando reina; o tolo quando se farta de
comer;
23. a mulher desdenhada quando se casa; e a serva quando fica
herdeira da sua senhora.
24. Quatro coisas há na terra que são
pequenas, entretanto são extremamente sábias;
25. as formigas são um
povo sem força, todavia no verão preparam a sua comida;
26. os
querogrilos são um povo débil, contudo fazem a sua casa nas
rochas;
27. os gafanhotos não têm rei, contudo marcham todos
enfileirados;
28. a lagartixa apanha-se com as mãos, contudo anda nos
palácios dos reis.
29. Há três que andam com elegância, sim, quatro
que se movem airosamente:
30. o leão, que é o mais forte entre os
animais, e que não se desvia diante de ninguém;
31. o galo emproado, o
bode, e o rei à frente do seu povo.
32. Se procedeste loucamente em te
elevares, ou se maquinaste o mal, põe a mão sobre a boca.
33. Como o
espremer do leite produz queijo verde, e o espremer do nariz produz sangue,
assim o espremer da ira produz contenda.
[Provérbios 31]Provérbios 31
1. As palavras do rei Lemuel,
rei de Massá, que lhe ensinou sua mãe.
2. Que te direi, filho meu? e
que te direi, ó filho do meu ventre? e que te direi, ó filho dos meus
votos?
3. Não dês às mulheres a tua força, nem os teus caminhos às que
destroem os reis.
4. Não é dos reis, ó Lemuel, não é dos reis beber
vinho, nem dos príncipes desejar bebida forte;
5. para que não bebam,
e se esqueçam da lei, e pervertam o direito de quem anda aflito.
6.
Dai bebida forte ao que está para perecer, e o vinho ao que está em amargura de
espírito.
7. Bebam e se esqueçam da sua pobreza, e da sua miséria não
se lembrem mais.
8. Abre a tua boca a favor do mudo, a favor do
direito de todos os desamparados.
9. Abre a tua boca; julga retamente,
e faze justiça aos pobres e aos necessitados.
10. Álefe. Mulher
virtuosa, quem a pode achar? Pois o seu valor muito excede ao de jóias
preciosas.
11. Bete. O coração do seu marido confia nela, e não lhe
haverá falta de lucro.
12. Guímel. Ela lhe faz bem, e não mal, todos
os dias da sua vida.
13. Dálete. Ela busca lã e linho, e trabalha de
boa vontade com as mãos.
14. Hê. É como os navios do negociante; de
longe traz o seu pão.
15. Vave. E quando ainda está escuro, ela se
levanta, e dá mantimento à sua casa, e a tarefa às suas servas.
16.
Zaine. Considera um campo, e compra-o; planta uma vinha com o fruto de suas
mãos.
17. Hete. Cinge os seus lombos de força, e fortalece os seus
braços.
18. Tete. Prova e vê que é boa a sua mercadoria; e a sua
lâmpada não se apaga de noite.
19. Iode. Estende as mãos ao fuso, e as
suas mãos pegam na roca.
20. Cafe. Abre a mão para o pobre; sim, ao
necessitado estende as suas mãos.
21. Lâmede. Não tem medo da neve
pela sua família; pois todos os da sua casa estão vestidos de
escarlate.
22. Meme. Faz para si cobertas; de linho fino e de púrpura
é o seu vestido.
23. Nune. Conhece-se o seu marido nas portas, quando
se assenta entre os anciãos da terra.
24. Sâmerue. Faz vestidos de
linho, e vende-os, e entrega cintas aos mercadores.
25. Aine. A força
e a dignidade são os seus vestidos; e ri-se do tempo vindouro.
26. Pê.
Abre a sua boca com sabedoria, e o ensino da benevolência está na sua
língua.
27. Tsadê. Olha pelo governo de sua casa, e não come o pão da
preguiça.
28. Côfe. Levantam-se seus filhos, e lhe chamam
bem-aventurada, como também seu marido, que a louva, dizendo:
29.
Reche. Muitas mulheres têm procedido virtuosamente, mas tu a todas
sobrepujas.
30. Chine. Enganosa é a graça, e vã é a formosura; mas a
mulher que teme ao Senhor, essa será louvada.
31. Tau. Dai-lhe do
fruto das suas mãos, e louvem-na nas portas as suas obras.
[Eclesiastes
1]Eclesiastes 1
1. Palavras do
pregador, filho de Davi, rei em Jerusalém.
2. Vaidade de vaidades, diz
o pregador; vaidade de vaidades, tudo é vaidade.
3. Que proveito tem o
homem, de todo o seu trabalho, com que se afadiga debaixo do sol?
4.
Uma geração vai-se, e outra geração vem, mas a terra permanece para
sempre.
5. O sol nasce, e o sol se põe, e corre de volta ao seu lugar
donde nasce.
6. O vento vai para o sul, e faz o seu giro vai para o
norte; volve-se e revolve-se na sua carreira, e retoma os seus
circuitos.
7. Todos os ribeiros vão para o mar, e contudo o mar não se
enche; ao lugar para onde os rios correm, para ali continuam a
correr.
8. Todas as coisas estão cheias de cansaço; ninguém o pode
exprimir: os olhos não se fartam de ver, nem os ouvidos se enchem de
ouvir.
9. O que tem sido, isso é o que há de ser; e o que se tem
feito, isso se tornará a fazer; nada há que seja novo debaixo do
sol.
10. Há alguma coisa de que se possa dizer: Voê, isto é novo? ela
já existiu nos séculos que foram antes de nós.
11. Já não há lembrança
das gerações passadas; nem das gerações futuras haverá lembrança entre os que
virão depois delas.
12. Eu, o pregador, fui rei sobre Israel em
Jerusalém.
13. E apliquei o meu coração a inquirir e a investigar com
sabedoria a respeito de tudo quanto se faz debaixo do céu; essa enfadonha
ocupação deu Deus aos filhos dos homens para nela se exercitarem.
14.
Atentei para todas as obras que se e fazem debaixo do sol; e eis que tudo era
vaidade e desejo vão.
15. O que é torto não se pode endireitar; o que
falta não se pode enumerar.
16. Falei comigo mesmo, dizendo: Eis que
eu me engrandeci, e sobrepujei em sabedoria a todos os que houve antes de mim em
Jerusalém; na verdade, tenho tido larga experiência da sabedoria e do
conhecimento.
17. E apliquei o coração a conhecer a sabedoria e a
conhecer os desvarios e as loucuras; e vim a saber que também isso era desejo
vão.
18. Porque na muita sabedoria há muito enfado; e o que aumenta o
conhecimento aumenta a tristeza.
[Eclesiastes 2]Eclesiastes 2
1. Disse eu a mim mesmo: Ora
vem, eu te provarei com a alegria; portanto goza o prazer; mas eis que também
isso era vaidade.
2. Do riso disse: Está doido; e da alegria: De que
serve estar.
3. Busquei no meu coração como estimular com vinho a
minha carne, sem deixar de me guiar pela sabedoria, e como me apoderar da
estultícia, até ver o que era bom que os filhos dos homens fizessem debaixo do
céu, durante o número dos dias de sua vida.
4. Fiz para mim obras
magníficas: edifiquei casas, plantei vinhas;
5. fiz hortas e jardins,
e plantei neles árvores frutíferas de todas as espécies.
6. Fiz
tanques de águas, para deles regar o bosque em que reverdeciam as
árvores.
7. Comprei servos e servas, e tive servos nascidos em casa;
também tive grandes possessões de gados e de rebanhos, mais do que todos os que
houve antes de mim em Jerusalém.
8. Ajuntei também para mim prata e
ouro, e tesouros dos reis e das províncias; provi-me de cantores e cantoras, e
das delícias dos filhos dos homens, concubinas em grande número.
9.
Assim me engrandeci, e me tornei mais rico do que todos os que houve antes de
mim em Jerusalém; perseverou também comigo a minha sabedoria.
10. E
tudo quanto desejaram os meus olhos não lho neguei, nem privei o meu coração de
alegria alguma; pois o meu coração se alegrou por todo o meu trabalho, e isso
foi o meu proveito de todo o meu trabalho.
11. Então olhei eu para
todas as obras que as minhas mãos haviam feito, como também para o trabalho que
eu aplicara em fazê-las; e eis que tudo era vaidade e desejo vão, e proveito
nenhum havia debaixo do sol.
12. Virei-me para contemplar a sabedoria,
e a loucura, e a estultícia; pois que fará o homem que seguir ao rei? O mesmo
que já se fez!
13. Então vi eu que a sabedoria é mais excelente do que
a estultícia, quanto a luz é mais excelente do que as trevas.
14. Os
olhos do sábio estão na sua cabeça, mas o louco anda em trevas; contudo percebi
que a mesma coisa lhes sucede a ambos.
15. Pelo que eu disse no meu
coração: Como acontece ao estulto, assim me sucederá a mim; por que então
busquei eu mais a sabedoria; Então respondi a mim mesmo que também isso era
vaidade.
16. Pois do sábio, bem como do estulto, a memória não durará
para sempre; porquanto de tudo, nos dias futuros, total esquecimento haverá. E
como morre o sábio, assim morre o estulto!
17. Pelo que aborreci a
vida, porque a obra que se faz debaixo do sol me era penosa; sim, tudo é vaidade
e desejo vão.
18. Também eu aborreci todo o meu trabalho em que me
afadigara debaixo do sol, visto que tenho de deixá-lo ao homem que virá depois
de mim.
19. E quem sabe se será sábio ou estulto? Contudo, ele se
assenhoreará de todo o meu trabalho em que me afadiguei, e em que me houve
sabiamente debaixo do sol; também isso é vaidade.
20. Pelo que eu me
volvi e entreguei o meu coração ao desespero no tocante a todo o trabalho em que
me afadigara debaixo do sol.
21. Porque há homem cujo trabalho é feito
com sabedoria, e ciência, e destreza; contudo, deixará o fruto do seu labor para
ser porção de quem não trabalhou nele; também isso é vaidade e um grande
mal.
22. Pois, que alcança o homem com todo o seu trabalho e com a
fadiga em que ele anda trabalhando debaixo do sol?
23. Porque todos os
seus dias são dores, e o seu trabalho é vexação; nem de noite o seu coração
descansa. Também isso é vaidade.
24. Não há nada melhor para o homem
do que comer e beber, e fazer que a sua alma goze do bem do seu trabalho. Vi que
também isso vem da mão de Deus.
25. Pois quem pode comer, ou quem pode
gozar. melhor do que eu?
26. Porque ao homem que lhe agrada, Deus dá
sabedoria, e conhecimento, e alegria; mas ao pecador dá trabalho, para que ele
ajunte e amontoe, a fim de dá-lo àquele que agrada a Deus: Também isso é vaidade
e desejo vão.
[Eclesiastes 3]Eclesiastes
3
1. Tudo tem a sua ocasião própria, e há tempo para
todo propósito debaixo do céu.
2. Há tempo de nascer, e tempo de
morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou;
3.
tempo de matar, e tempo de curar; tempo de derribar, e tempo de
edificar;
4. tempo de chorar, e tempo de rir; tempo de prantear, e
tempo de dançar;
5. tempo de espalhar pedras, e tempo de ajuntar
pedras; tempo de abraçar, e tempo de abster-se de abraçar;
6. tempo de
buscar, e tempo de perder; tempo de guardar, e tempo de deitar
fora;
7. tempo de rasgar, e tempo de coser; tempo de estar calado, e
tempo de falar;
8. tempo de amar, e tempo de odiar; tempo de guerra, e
tempo de paz.
9. Que proveito tem o trabalhador naquilo em que
trabalha?
10. Tenho visto o trabalho penoso que Deus deu aos filhos
dos homens para nele se exercitarem.
11. Tudo fez formoso em seu
tempo; também pôs na mente do homem a idéia da eternidade, se bem que este não
possa descobrir a obra que Deus fez desde o princípio até o fim.
12.
Sei que não há coisa melhor para eles do que se regozijarem e fazerem o bem
enquanto viverem;
13. e também que todo homem coma e beba, e goze do
bem de todo o seu trabalho é dom de Deus.
14. Eu sei que tudo quanto
Deus faz durará eternamente; nada se lhe pode acrescentar, e nada se lhe pode
tirar; e isso Deus faz para que os homens temam diante dele:
15. O que
é, já existiu; e o que há de ser, também já existiu; e Deus procura de novo o
que já se passou.
16. Vi ainda debaixo do sol que no lugar da retidão
estava a impiedade; e que no lugar da justiça estava a impiedade
ainda.
17. Eu disse no meu coração: Deus julgará o justo e o ímpio;
porque há um tempo para todo propósito e para toda obra.
18. Disse eu
no meu coração: Isso é por causa dos filhos dos homens, para que Deus possa
prová-los, e eles possam ver que são em si mesmos como os brutos.
19.
Pois o que sucede aos filhos dos homens, isso mesmo também sucede aos brutos;
uma e a mesma coisa lhes sucede; como morre um, assim morre o outro; todos têm o
mesmo fôlego; e o homem não tem vantagem sobre os brutos; porque tudo é
vaidade.
20. Todos vão para um lugar; todos são pó, e todos ao pó
tornarão.
21. Quem sabe se o espírito dos filhos dos homens vai para
cima, e se o espírito dos brutos desce para a terra?
22. Pelo que
tenho visto que não há coisa melhor do que alegrar-se o homem nas suas obras;
porque esse é o seu quinhão; pois quem o fará voltar para ver o que será depois
dele?
[Eclesiastes 4]Eclesiastes
4
1. Depois volvi-me, e atentei para todas as opressões
que se fazem debaixo do sol; e eis as lágrimas dos oprimidos, e eles não tinham
consolador; do lado dos seus opressores havia poder; mas eles não tinham
consolador.
2. Pelo que julguei mais felizes os que já morreram, do
que os que vivem ainda.
3. E melhor do que uns e outros é aquele que
ainda não é, e que não viu as más obras que se fazem debaixo do
sol.
4. Também vi eu que todo trabalho e toda destreza em obras provêm
da inveja que o homem tem do seu próximo. Também isso é e vaidade e desejo
vão.
5. O tolo cruza as mãos, e come a sua; própria
carne.
6. Melhor é um punhado com tranqüilidade do que ambas as mãos
cheias com trabalho e vão desejo.
7. Outra vez me volvi, e vi vaidade
debaixo do sol.
8. Há um que é só, não tendo parente; não tem filho
nem irmão e, contudo, de todo o seu trabalho não há fim, nem os seus olhos se
fartam de riquezas. E ele não pergunta: Para quem estou trabalhando e privando
do bem a minha alma? Também isso é vaidade a e enfadonha ocupação.
9.
Melhor é serem dois do que um, porque têm melhor paga do seu
trabalho.
10. Pois se caírem, um levantará o seu companheiro; mas ai
do que estiver só, pois, caindo, não haverá outro que o levante.
11.
Também, se dois dormirem juntos, eles se aquentarão; mas um só como se
aquentará?
12. E, se alguém quiser prevalecer contra um, os dois lhe
resistirão; e o cordão de três dobras não se quebra tão depressa.
13.
Melhor é o mancebo pobre e sábio do que o rei velho e insensato, que não se
deixa mais admoestar,
14. embora tenha saído do cárcere para reinar,
ou tenha nascido pobre no seu próprio reino.
15. Vi a todos os
viventes que andavam debaixo do sol, e eles estavam com o mancebo, o sucessor,
que havia de ficar no lugar do rei.
16. Todo o povo, à testa do qual
se achava, era inumerável; contudo os que lhe sucederam não se regozijarão a
respeito dele. Na verdade também isso é vaidade e desejo
vão.
[Eclesiastes 5]Eclesiastes
5
1. Guarda o teu pé, quando fores à casa de Deus;
porque chegar-se para ouvir é melhor do que oferecer sacrifícios de tolos; pois
não sabem que fazem mal.
2. Não te precipites com a tua boca, nem o
teu coração se apresse a pronunciar palavra alguma na presença de Deus; porque
Deus está no céu, e tu estás sobre a terra; portanto sejam poucas as tuas
palavras.
3. Porque, da multidão de trabalhos vêm os sonhos, e da
multidão de palavras, a voz do tolo.
4. Quando a Deus fizeres algum
voto, não tardes em cumpri-lo; porque não se agrada de tolos. O que votares,
paga-o.
5. Melhor é que não votes do que votares e não
pagares.
6. Não consintas que a tua boca faça pecar a tua carne, nem
digas na presença do anjo que foi erro; por que razão se iraria Deus contra a
tua voz, e destruiria a obra das tuas mãos?
7. Porque na multidão dos
sonhos há vaidades e muitas palavras; mas tu teme a Deus.
8. Se vires
em alguma província opressão de pobres, e a perversão violenta do direito e da
justiça, não te maravilhes de semelhante caso. Pois quem está altamente colocado
tem superior que o vigia; e há mais altos ainda sobre eles.
9. O
proveito da terra é para todos; até o rei se serve do campo.
10. Quem
ama o dinheiro não se fartará de dinheiro; nem o que ama a riqueza se fartará do
ganho; também isso é vaidade.
11. Quando se multiplicam os bens,
multiplicam-se também os que comem; e que proveito tem o seu dono senão o de
vê-los com os seus olhos?
12. Doce é o sono do trabalhador, quer coma
pouco quer muito; mas a saciedade do rico não o deixa dormir.
13. Há
um grave mal que vi debaixo do sol: riquezas foram guardadas por seu dono para o
seu próprio dano;
14. e as mesmas riquezas se perderam por qualquer má
aventura; e havendo algum filho nada fica na sua mão.
15. Como saiu do
ventre de sua mãe, assim também se irá, nu como veio; e nada tomará do seu
trabalho, que possa levar na mão.
16. Ora isso é um grave mal; porque
justamente como veio, assim há de ir; e que proveito lhe vem de ter trabalhado
para o vento,
17. e de haver passado todos os seus dias nas trevas, e
de haver padecido muito enfado, enfermidades e aborrecimento?
18. Eis
aqui o que eu vi, uma boa e bela coisa: alguém comer e beber, e gozar cada um do
bem de todo o seu trabalho, com que se afadiga debaixo do sol, todos os dias da
vida que Deus lhe deu; pois esse é o seu quinhão.
19. E quanto ao
homem a quem Deus deu riquezas e bens, e poder para desfrutá-los, receber o seu
quinhão, e se regozijar no seu trabalho, isso é dom de Deus.
20. Pois
não se lembrará muito dos dias da sua vida; porque Deus lhe enche de alegria o
coração.
[Eclesiastes 6]Eclesiastes
6
1. Há um mal que tenho visto debaixo do sol, e que
pesa muito sobre o homem:
2. um homem a quem Deus deu riquezas, bens e
honra, de maneira que nada lhe falta de tudo quanto ele deseja, contudo Deus não
lhe dá poder para daí comer, antes o estranho lho come; também isso é vaidade e
grande mal.
3. Se o homem gerar cem filhos, e viver muitos anos, de
modo que os dias da sua vida sejam muitos, porém se a sua alma não se fartar do
bem, e além disso não tiver sepultura, digo que um aborto é melhor do que
ele;
4. porquanto debalde veio, e em trevas se vai, e de trevas se
cobre o seu nome;
5. e ainda que nunca viu o sol, nem o conheceu, mais
descanso tem do que o tal;
6. e embora vivesse duas vezes mil anos,
mas não gozasse o bem. Não vão todos para um mesmo lugar?
7. Todo o
trabalho do homem é para a sua boca, e contudo não se satisfaz o seu
apetite.
8. Pois, que vantagem tem o sábio sobre o tolo? e que tem o
pobre que sabe andar perante os vivos?
9. Melhor é a vista dos olhos
do que o vaguear da cobiça; também isso é vaidade, e desejo vão.
10.
Seja qualquer o que for, já há muito foi chamado pelo seu nome; e sabe-se que é
homem; e ele não pode contender com o que é mais forte do que ele.
11.
Visto que as muitas palavras aumentam a vaidade, que vantagem tira delas o
homem?
12. Porque, quem sabe o que é bom nesta vida para o homem,
durante os poucos dias da sua vida vã, os quais gasta como sombra? pois quem
declarará ao homem o que será depois dele debaixo do sol?
[Eclesiastes
7]Eclesiastes 7
1. Melhor é o bom nome
do que o melhor ungüento, e o dia da morte do que o dia do
nascimento.
2. Melhor é ir à casa onde há luto do que ir a casa onde
há banquete; porque naquela se vê o fim de todos os homens, e os vivos o aplicam
ao seu coração.
3. Melhor é a mágoa do que o riso, porque a tristeza
do rosto torna melhor o coração.
4. O coração dos sábios está na casa
do luto, mas o coração dos tolos na casa da alegria.
5. Melhor é ouvir
a repreensão do sábio do que ouvir alguém a canção dos tolos.
6. Pois
qual o crepitar dos espinhos debaixo da panela, tal é o riso do tolo; também
isso é vaidade.
7. Verdadeiramente a opressão faz endoidecer até o
sábio, e a peita corrompe o coração.
8. Melhor é o fim duma coisa do
que o princípio; melhor é o paciente do que o arrogante.
9. Não te
apresses no teu espírito a irar-te, porque a ira abriga-se no seio dos
tolos.
10. Não digas: Por que razão foram os dias passados melhores do
que estes; porque não provém da sabedoria esta pergunta.
11. Tão boa é
a sabedoria como a herança, e mesmo de mais proveito para os que vêem o
sol.
12. Porque a sabedoria serve de defesa, como de defesa serve o
dinheiro; mas a excelência da sabedoria é que ela preserva a vida de quem a
possui.
13. Considera as obras de Deus; porque quem poderá endireitar
o que ele fez torto?
14. No dia da prosperidade regozija-te, mas no
dia da adversidade considera; porque Deus fez tanto este como aquele, para que o
homem nada descubra do que há de vir depois dele.
15. Tudo isto vi nos
dias da minha vaidade: há justo que perece na sua justiça, e há ímpio que
prolonga os seus dias na sua maldade.
16. Não sejas demasiadamente
justo, nem demasiadamente sábio; por que te destruirias a ti
mesmo?
17. Não sejas demasiadamente ímpio, nem sejas tolo; por que
morrerias antes do teu tempo?
18. Bom é que retenhas isso, e que
também daquilo não retires a tua mão; porque quem teme a Deus escapa de tudo
isso.
19. A sabedoria fortalece ao sábio mais do que dez governadores
que haja na cidade.
20. Pois não há homem justo sobre a terra, que
faça o bem, e nunca peque.
21. Não escutes a todas as palavras que se
disserem, para que não venhas a ouvir o teu servo amaldiçoar-te;
22.
pois tu sabes também que muitas vezes tu amaldiçoaste a outros.
23.
Tudo isto provei-o pela sabedoria; e disse: Far-me-ei sábio; porém a sabedoria
ainda ficou longe de mim.
24. Longe está o que já se foi, e
profundíssimo; quem o poderá achar?
25. Eu me volvi, e apliquei o meu
coração para saber, e inquirir, e buscar a sabedoria e a razão de tudo, e para
conhecer que a impiedade é insensatez e que a estultícia é
loucura.
26. E eu achei uma coisa mais amarga do que a morte, a mulher
cujo coração são laços e redes, e cujas mãos são grilhões; quem agradar a Deus
escapará dela; mas o pecador virá a ser preso por ela.
27. Vedes aqui,
isto achei, diz o pregador, conferindo uma coisa com a outra para achar a
causa;
28. causa que ainda busco, mas não a achei; um homem entre mil
achei eu, mas uma mulher entre todas, essa não achei.
29. Eis que isto
tão-somente achei: que Deus fez o homem reto, mas os homens buscaram muitos
artifícios.
[Eclesiastes 8]Eclesiastes
8
1. Quem é como o sábio? e quem sabe a interpretação
das coisas? A sabedoria do homem faz brilhar o seu rosto, e com ela a dureza do
seu rosto se transforma.
2. Eu digo: Observa o mandamento do rei, e
isso por causa do juramento a Deus.
3. Não te apresses a sair da
presença dele; nem persistas em alguma coisa má; porque ele faz tudo o que lhe
agrada.
4. Porque a palavra do rei é suprema; e quem lhe dirá: que
fazes?
5. Quem guardar o mandamento não experimentará nenhum mal; e o
coração do sábio discernirá o tempo e o juízo.
6. Porque para todo
propósito há tempo e juízo; porquanto a miséria do homem pesa sobre
ele.
7. Porque não sabe o que há de suceder; pois quem lho dará a
entender como há de ser?
8. Nenhum homem há que tenha domínio sobre o
espírito, para o reter; nem que tenha poder sobre o dia da morte; nem há licença
em tempo de guerra; nem tampouco a impiedade livrará aquele que a ela está
entregue.
9. Tudo isto tenho observado enquanto aplicava o meu coração
a toda obra que se faz debaixo do sol; tempo há em que um homem tem domínio
sobre outro homem para o seu próprio dano.
10. Vi também os ímpios
sepultados, os que antes entravam e saíam do lugar santo; e foram esquecidos na
cidade onde haviam assim procedido; também isso é vaidade.
11.
Porquanto não se executa logo o juízo sobre a má obra, o coração dos filhos dos
homens está inteiramente disposto para praticar o mal.
12. Ainda que o
pecador faça o mal cem vezes, e os dias se lhe prolonguem, contudo eu sei com
certeza que bem sucede aos que temem a Deus, porque temem diante
dele;
13. ao ímpio, porém, não irá bem, e ele não prolongará os seus
dias, que são como a sombra; porque ele não teme diante de Deus.
14.
Ainda há outra vaidade que se faz sobre a terra: há justos a quem sucede segundo
as obras dos ímpios, e há ímpios a quem sucede segundo as obras dos justos. Eu
disse que também isso é vaidade.
15. Exalto, pois, a alegria,
porquanto o homem nenhuma coisa melhor tem debaixo do sol do que comer, beber e
alegrar-se; porque isso o acompanhará no seu trabalho nos dias da sua vida que
Deus lhe dá debaixo do sol.
16. Quando apliquei o meu coração a
conhecer a sabedoria, e a ver o trabalho que se faz sobre a terra (pois homens
há que nem de dia nem de noite conseguem dar sono aos seus olhos),
17.
então contemplei toda obra de Deus, e vi que o homem não pode compreender a obra
que se faz debaixo do sol; pois por mais que o homem trabalhe para a descobrir,
não a achará; embora o sábio queira conhecê-la, nem por isso a poderá
compreender.
[Eclesiastes 9]Eclesiastes
9
1. Deveras a tudo isto apliquei o meu coração, para
claramente entender tudo isto: que os justos, e os sábios, e as suas obras,
estão nas mãos de Deus; se é amor ou se é ódio, não o sabe o homem; tudo passa
perante a sua face.
2. Tudo sucede igualmente a todos: o mesmo sucede
ao justo e ao ímpio, ao bom e ao mau, ao puro e ao impuro; assim ao que
sacrifica como ao que não sacrifica; assim ao bom como ao pecador; ao que jura
como ao que teme o juramento.
3. Este é o mal que há em tudo quanto se
faz debaixo do sol: que a todos sucede o mesmo. Também o coração dos filhos dos
homens está cheio de maldade; há desvarios no seu coração durante a sua vida, e
depois se vão aos mortos.
4. Ora, para aquele que está na companhia
dos vivos há esperança; porque melhor é o cão vivo do que o leão
morto.
5. Pois os vivos sabem que morrerão, mas os mortos não sabem
coisa nenhuma, nem tampouco têm eles daí em diante recompensa; porque a sua
memória ficou entregue ao esquecimento.
6. Tanto o seu amor como o seu
ódio e a sua inveja já pereceram; nem têm eles daí em diante parte para sempre
em coisa alguma do que se faz debaixo do sol.
7. Vai, pois, come com
alegria o teu pão .e bebe o teu vinho com coração contente; pois há muito que
Deus se agrada das tuas obras.
8. Sejam sempre alvas as tuas vestes, e
nunca falte o óleo sobre a tua cabeça.
9. Goza a vida com a mulher que
amas, todos os dias da tua vida vã, os quais Deus te deu debaixo do sol, todos
os dias da tua vida vã; porque este é o teu quinhão nesta vida, e do teu
trabalho, que tu fazes debaixo do sol.
10. Tudo quanto te vier à mão
para fazer, faze-o conforme as tuas forças; porque no Seol, para onde tu vais,
não há obra, nem projeto, nem conhecimento, nem sabedoria alguma.
11.
Observei ainda e vi que debaixo do sol não é dos ligeiros a carreira, nem dos
fortes a peleja, nem tampouco dos sábios o pão, nem ainda dos prudentes a
riqueza, nem dos entendidos o favor; mas que a ocasião e a sorte ocorrem a
todos.
12. Pois o homem não conhece a sua hora. Como os peixes que se
apanham com a rede maligna, e como os passarinhos que se prendem com o laço,
assim se enlaçam também os filhos dos homens no mau tempo, quando este lhes
sobrevém de repente.
13. Também vi este exemplo de sabedoria debaixo
do sol, que me pareceu grande:
14. Houve uma pequena cidade em que
havia poucos homens; e veio contra ela um grande rei, e a cercou e levantou
contra ela grandes tranqueiras.
15. Ora, achou-se nela um sábio pobre,
que livrou a cidade pela sua sabedoria; contudo ninguém se lembrou mais daquele
homem pobre.
16. Então disse eu: Melhor é a sabedoria do que a força;
todavia a sabedoria do pobre é desprezada, e as suas palavras não são
ouvidas.
17. As palavras dos sábios ouvidas em silêncio valem mais do
que o clamor de quem governa entre os tolos.
18. Melhor é a sabedoria
do que as armas de guerra; mas um só pecador faz grande dano ao
bem.
[Eclesiastes 10]Eclesiastes
10
1. As moscas mortas fazem com que o ungüento do
perfumista emita mau cheiro; assim um pouco de estultícia pesa mais do que a
sabedoria e a honra.
2. O coração do sábio o inclina para a direita,
mas o coração do tolo o inclina para a esquerda.
3. E, até quando o
tolo vai pelo caminho, falta-lhe o entendimento, e ele diz a todos que é
tolo.
4. Se levantar contra ti o espírito do governador, não deixes o
teu lugar; porque a deferência desfaz grandes ofensas.
5. Há um mal
que vi debaixo do sol, semelhante a um erro que procede do
governador:
6. a estultícia está posta em grande dignidade, e os ricos
estão assentados em lugar humilde.
7. Tenho visto servos montados a
cavalo, e príncipes andando a pé como servos.
8. Aquele que abrir uma
cova, nela cairá; e quem romper um muro, uma cobra o morderá.
9.
Aquele que tira pedras é maltratado por elas, e o que racha lenha corre perigo
nisso.
10. Se estiver embotado o ferro, e não se afiar o corte, então
se deve pôr mais força; mas a sabedoria é proveitosa para dar
prosperidade.
11. Se a cobra morder antes de estar encantada, não há
vantagem no encantador.
12. As palavras da boca do sábio são cheias de
graça, mas os lábios do tolo o devoram.
13. O princípio das palavras
da sua boca é estultícia, e o fim do seu discurso é loucura
perversa.
14. O tolo multiplica as palavras, todavia nenhum homem sabe
o que há de ser; e quem lhe poderá declarar o que será depois
dele?
15. O trabalho do tolo o fatiga, de sorte que não sabe ir à
cidade.
16. Ai de ti, ó terra, quando o teu rei é criança, e quando os
teus príncipes banqueteiam de manhã!
17. Bem-aventurada tu, ó terra,
quando o teu rei é filho de nobres, e quando os teus príncipes comem a tempo,
para refazerem as forças, e não para bebedice!
18. Pela preguiça se
enfraquece o teto, e pela frouxidão das mãos a casa tem goteiras.
19.
Para rir é que se dá banquete, e o vinho alegra a vida; e por tudo o dinheiro
responde.
20. Nem ainda no teu pensamento amaldições o rei; nem
tampouco na tua recâmara amaldiçoes o rico; porque as aves dos céus levarão a
voz, e uma criatura alada dará notícia da palavra.
[Eclesiastes 11]Eclesiastes 11
1. Lança o teu pão sobre as
águas, porque depois de muitos dias o acharás.
2. Reparte com sete, e
ainda até com oito; porque não sabes que mal haverá sobre a terra.
3.
Estando as nuvens cheias de chuva, derramam-na sobre a terra. Caindo a árvore
para o sul, ou para o norte, no lugar em que a árvore cair, ali
ficará.
4. Quem observa o vento, não semeará, e o que atenta para as
nuvens não segará.
5. Assim como tu não sabes qual o caminho do vento,
nem como se formam os ossos no ventre da que está grávida, assim também não
sabes as obras de Deus, que faz todas as coisas.
6. Pela manhã semeia
a tua semente, e à tarde não retenhas a tua mão; pois tu não sabes qual das duas
prosperará, se esta, se aquela, ou se ambas serão, igualmente boas.
7.
Doce é a luz, e agradável é aos olhos ver o sol.
8. Se, pois, o homem
viver muitos anos, regozije-se em todos eles; contudo lembre-se dos dias das
trevas, porque hão de ser muitos. Tudo quanto sucede é vaidade.
9.
Alegra-te, mancebo, na tua mocidade, e anime-te o teu coração nos dias da tua
mocidade, e anda pelos caminhos do teu coração, e pela vista dos teus olhos;
sabe, porém, que por todas estas coisas Deus te trará a juízo.
10.
Afasta, pois, do teu coração o desgosto, remove da tua carne o mal; porque a
mocidade e a aurora da vida são vaidade.
[Eclesiastes 12]Eclesiastes 12
1. Lembra-te também do teu
Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os
anos em que dirás: Não tenho prazer neles;
2. antes que se escureçam o
sol e a luz, e a lua, e as estrelas, e tornem a vir as nuvens depois da
chuva;
3. no dia em que tremerem os guardas da casa, e se curvarem os
homens fortes, e cessarem os moedores, por já serem poucos, e se escurecerem os
que olham pelas janelas,
4. e as portas da rua se fecharem; quando for
baixo o ruído da moedura, e nos levantarmos à voz das aves, e todas as filhas da
música ficarem abatidas;
5. como também quando temerem o que é alto, e
houver espantos no caminho; e florescer a amendoeira, e o gafanhoto for um peso,
e falhar o desejo; porque o homem se vai à sua casa eterna, e os pranteadores
andarão rodeando pela praça;
6. antes que se rompa a cadeia de prata,
ou se quebre o copo de ouro, ou se despedace o cântaro junto à fonte, ou se
desfaça a roda junto à cisterna,
7. e o pó volte para a terra como o
era, e o espírito volte a Deus que o deu.
8. Vaidade de vaidades, diz
o pregador, tudo é vaidade.
9. Além de ser sábio, o pregador também
ensinou ao povo o conhecimento, meditando, e estudando, e pondo em ordem muitos
provérbios.
10. Procurou o pregador achar palavras agradáveis, e
escreveu com acerto discursos plenos de verdade.
11. As palavras dos
sábios são como aguilhões; e como pregos bem fixados são as palavras coligidas
dos mestres, as quais foram dadas pelo único pastor.
12. Além disso,
filho meu, sê avisado. De fazer muitos livros não há fim; e o muito estudar é
enfado da carne.
13. Este é o fim do discurso; tudo já foi ouvido:
Teme a Deus, e guarda os seus mandamentos; porque isto é todo o dever do
homem.
14. Porque Deus há de trazer a juízo toda obra, e até tudo o
que está encoberto, quer seja bom, quer seja mau.
[Cântico Dos Cânticos
1]Cântico Dos Cânticos 1
1. O cântico
dos cânticos, que é de Salomão.
2. Beije-me ele com os beijos da sua
boca; porque melhor é o seu amor do que o vinho.
3. Suave é o cheiro
dos teus perfumes; como perfume derramado é o teu nome; por isso as donzelas te
amam.
4. Leva-me tu; correremos após ti. O rei me introduziu nas suas
recâmaras; em ti nos alegraremos e nos regozijaremos; faremos menção do teu amor
mais do que do vinho; com razão te amam.
5. Eu sou morena, mas
formosa, ó filhas de Jerusalém, como as tendas de Quedar, como as cortinas de
Salomão.
6. Não repareis em eu ser morena, porque o sol crestou-me a
tez; os filhos de minha mãe indignaram-se contra mim, e me puseram por guarda de
vinhas; a minha vinha, porém, não guardei.
7. Dize-me, ó tu, a quem
ama a minha alma: Onde apascentas o teu rebanho, onde o fazes deitar pelo
meio-dia; pois, por que razão seria eu como a que anda errante pelos rebanhos de
teus companheiros?
8. Se não o sabes, ó tu, a mais formosa entre as
mulheres, vai seguindo as pisadas das ovelhas, e apascenta os teus cabritos
junto às tendas dos pastores.
9. A uma égua dos carros de Faraó eu te
comparo, ó amada minha.
10. Formosas são as tuas faces entre as tuas
tranças, e formoso o teu pescoço com os colares.
11. Nós te faremos
umas tranças de ouro, marchetadas de pontinhos de prata.
12. Enquanto
o rei se assentava à sua mesa, dava o meu nardo o seu cheiro.
13. O
meu amado é para mim como um saquitel de mirra, que repousa entre os meus
seios.
14. O meu amado é para mim como um ramalhete de hena nas vinhas
de En-Gedi.
15. Eis que és formosa, ó amada minha, eis que és formosa;
os teus olhos são como pombas.
16. Eis que és formoso, ó amado meu,
como amável és também; o nosso leito é viçoso.
17. As traves da nossa
casa são de cedro, e os caibros de cipreste.
[Cântico Dos Cânticos
2]Cântico Dos Cânticos 2
1. Eu sou a
rosa de Sarom, o lírio dos vales.
2. Qual o lírio entre os espinhos,
tal é a minha amada entre as filhas.
3. Qual a macieira entre as
árvores do bosque, tal é o meu amado entre os filhos; com grande gozo sentei-me
à sua sombra; e o seu fruto era doce ao meu paladar.
4. Levou-me à
sala do banquete, e o seu estandarte sobre mim era o amor.
5.
Sustentai-me com passas, confortai-me com maçãs, porque desfaleço de
amor.
6. A sua mão esquerda esteja debaixo da minha cabeça, e a sua
mão direita me abrace.
7. Conjuro-vos, ó filhas de Jerusalém, pelas
gazelas e cervas do campo, que não acordeis nem desperteis o amor, até que ele o
queira.
8. A voz do meu amado! eis que vem aí, saltando sobre os
montes, pulando sobre os outeiros.
9. O meu amado é semelhante ao
gamo, ou ao filho do veado; eis que está detrás da nossa parede, olhando pelas
janelas, lançando os olhos pelas grades.
10. Fala o meu amado e me
diz: Levanta-te, amada minha, formosa minha, e vem.
11. Pois eis que
já passou o inverno; a chuva cessou, e se foi;
12. aparecem as flores
na terra; já chegou o tempo de cantarem as aves, e a voz da rola ouve-se em
nossa terra.
13. A figueira começa a dar os seus primeiros figos; as
vides estão em flor e exalam o seu aroma. Levanta-te, amada minha, formosa
minha, e vem.
14. Pomba minha, que andas pelas fendas das penhas, no
oculto das ladeiras, mostra-me o teu semblante faze-me ouvir a tua voz; porque a
tua voz é doce, e o teu semblante formoso.
15. Apanhai-nos as raposas,
as raposinhas, que fazem mal às vinhas; pois as nossas vinhas estão em
flor.
16. O meu amado é meu, e eu sou dele; ele apascenta o seu
rebanho entre os lírios.
17. Antes que refresque o dia, e fujam as
sombras, volta, amado meu, e faze-te semelhante ao gamo ou ao filho dos veados
sobre os montes de Beter.
[Cântico Dos Cânticos 3]Cântico Dos Cânticos 3
1. De noite, em meu
leito, busquei aquele a quem ama a minha alma; busquei-o, porém não o
achei.
2. Levantar-me-ei, pois, e rodearei a cidade; pelas ruas e
pelas praças buscarei aquele a quem ama a minha alma. Busquei-o, porém não o
achei.
3. Encontraram-me os guardas que rondavam pela cidade; eu lhes
perguntei: Vistes, porventura, aquele a quem ama a minha alma?
4.
Apenas me tinha apartado deles, quando achei aquele a quem ama a minha alma;
detive-o, e não o deixei ir embora, até que o introduzi na casa de minha mãe, na
câmara daquela que me concebeu:
5. Conjuro-vos, ó filhos de Jerusalém,
pelas gazelas e cervas do campo, que não acordeis, nem desperteis o amor, até
que ele o queira.
6. Que é isso que sobe do deserto, como colunas de
fumaça, perfumado de mirra, de incenso, e de toda sorte de pós aromáticos do
mercador?
7. Eis que é a liteira de Salomão; estão ao redor dela
sessenta valentes, dos valentes de Israel,
8. todos armados de
espadas, destros na guerra, cada um com a sua espada a cinta, por causa dos
temores noturnos.
9. O rei Salomão fez para si um palanquim de madeira
do Líbano.
10. Fez-lhe as colunas de prata, o estrado de ouro, o
assento de púrpura, o interior carinhosamente revestido pelas filhas de
Jerusalém.
11. Saí, ó filhas de Sião, e contemplai o rei Salomão com a
coroa de que sua mãe o coroou no dia do seu desposório, no dia do júbilo do seu
coração.
[Cântico Dos Cânticos 4]Cântico Dos Cânticos
4
1. Como és formosa, amada minha, eis que és formosa!
os teus olhos são como pombas por detrás do teu véu; o teu cabelo é como o
rebanho de cabras que descem pelas colinas de Gileade.
2. Os teus
dentes são como o rebanho das ovelhas tosquiadas, que sobem do lavadouro, e das
quais cada uma tem gêmeos, e nenhuma delas é desfilhada.
3. Os teus
lábios são como um fio de escarlate, e a tua boca e formosa; as tuas faces são
como as metades de uma romã por detrás do teu véu.
4. O teu pescoço é
como a torre de Davi, edificada para sala de armas; no qual pendem mil broquéis,
todos escudos de guerreiros valentes.
5. Os teus seios são como dois
filhos gêmeos da gazela, que se apascentam entre os lírios.
6. Antes
que refresque o dia e fujam as sombras, irei ao monte da mirra e ao outeiro do
incenso.
7. Tu és toda formosa, amada minha, e em ti não há
mancha.
8. Vem comigo do Líbano, noiva minha, vem comigo do Líbano.
Olha desde o cume de Amana, desde o cume de Senir e de Hermom, desde os covis
dos leões, desde os montes dos leopardos.
9. Enlevaste-me o coração,
minha irmã, noiva minha; enlevaste-me o coração com um dos teus olhares, com um
dos colares do teu pescoço.
10. Quão doce é o teu amor, minha irmã,
noiva minha! quanto melhor é o teu amor do que o vinho! e o aroma dos teus
ungüentos do que o de toda sorte de especiarias!
11. Os teus lábios
destilam o mel, noiva minha; mel e leite estão debaixo da tua língua, e o cheiro
dos teus vestidos é como o cheiro do Líbano.
12. Jardim fechado é
minha irmã, minha noiva, sim, jardim fechado, fonte selada.
13. Os
teus renovos são um pomar de romãs, com frutos excelentes; a hena juntamente com
nardo,
14. o nardo, e o açafrão, o cálamo, e o cinamomo, com toda
sorte de árvores de incenso; a mirra e o aloés, com todas as principais
especiarias.
15. És fonte de jardim, poço de águas vivas, correntes
que manam do Líbano!
16. Levanta-te, vento norte, e vem tu, vento sul;
assopra no meu jardim, espalha os seus aromas. Entre o meu amado no seu jardim,
e coma os seus frutos excelentes!
[Cântico Dos Cânticos 5]Cântico Dos Cânticos 5
1. Venho ao meu
jardim, minha irmã, noiva minha, para colher a minha mirra com o meu bálsamo,
para comer o meu favo com o meu mel, e beber o meu vinho com o meu leite. Comei,
amigos, bebei abundantemente, ó amados.
2. Eu dormia, mas o meu
coração velava. Eis a voz do meu amado! Está batendo: Abre-me, minha irmã, amada
minha, pomba minha, minha imaculada; porque a minha cabeça está cheia de
orvalho, os meus cabelos das gotas da noite.
3. Já despi a minha
túnica; como a tornarei a vestir? já lavei os meus pés; como os tornarei a
sujar?
4. O meu amado meteu a sua mão pela fresta da porta, e o meu
coração estremeceu por amor dele.
5. Eu me levantei para abrir ao meu
amado; e as minhas mãos destilavam mirra, e os meus dedos gotejavam mirra sobre
as aldravas da fechadura.
6. Eu abri ao meu amado, mas ele já se tinha
retirado e ido embora. A minha alma tinha desfalecido quando ele falara.
Busquei-o, mas não o pude encontrar; chamei-o, porém ele não me
respondeu.
7. Encontraram-me os guardas que rondavam pela cidade;
espancaram-me, feriram-me; tiraram-me o manto os guardas dos muros.
8.
Conjuro-vos, ó filhas de Jerusalém, se encontrardes o meu amado, que lhe digais
que estou enferma de amor.
9. Que é o teu amado mais do que outro
amado, ó tu, a mais formosa entre as mulheres? Que é o teu amado mais do que
outro amado, para que assim nos conjures?
10. O meu amado é cândido e
rubicundo, o primeiro entre dez mil.
11. A sua cabeça é como o ouro
mais refinado, os seus cabelos são crespos, pretos como o corvo.
12.
Os seus olhos são como pombas junto às correntes das águas, lavados em leite,
postos em engaste.
13. As suas faces são como um canteiro de bálsamo,
os montões de ervas aromáticas; e os seus lábios são como lírios que gotejam
mirra.
14. Os seus braços são como cilindros de ouro, guarnecidos de
crisólitas; e o seu corpo é como obra de marfim, coberta de
safiras.
15. As suas pernas como colunas de mármore, colocadas sobre
bases de ouro refinado; o seu semblante como o Líbano, excelente como os
cedros.
16. O seu falar é muitíssimo suave; sim, ele é totalmente
desejável. Tal é o meu amado, e tal o meu amigo, ó filhas de
Jerusalém.
[Cântico Dos Cânticos 6]Cântico Dos Cânticos
6
1. Para onde foi o teu amado, ó tu, a mais formosa
entre as mulheres? para onde se retirou o teu amado, a fim de que o busquemos
juntamente contigo?
2. O meu amado desceu ao seu jardim, aos canteiros
de bálsamo, para apascentar o rebanho nos jardins e para colher os
lírios.
3. Eu sou do meu amado, e o meu amado é meu; ele apascenta o
rebanho entre os lírios.
4. Formosa és, amada minha, como Tirza,
aprazível como Jerusalém, imponente como um exército com bandeiras.
5.
Desvia de mim os teus olhos, porque eles me perturbam. O teu cabelo é como o
rebanho de cabras que descem pelas colinas de Gileade.
6. 0s teus
dentes são como o rebanho de ovelhas que sobem do lavadouro, e das quais cada
uma tem gêmeos, e nenhuma delas é desfilhada.
7. As tuas faces são
como as metades de uma romã, por detrás do teu véu.
8. Há sessenta
rainhas, oitenta concubinas, e virgens sem número.
9. Mas uma só é a
minha pomba, a minha imaculada; ela e a única de sua mãe, a escolhida da que a
deu à luz. As filhas viram-na e lhe chamaram bem-aventurada; viram-na as rainhas
e as concubinas, e louvaram-na.
10. Quem é esta que aparece como a
alva do dia, formosa como a lua, brilhante como o sol, imponente como um
exército com bandeiras?
11. Desci ao jardim das nogueiras, para ver os
renovos do vale, para ver se floresciam as vides e se as romanzeiras estavam em
flor.
12. Antes de eu o sentir, pôs-me a minha alma nos carros do meu
nobre povo.
13. Volta, volta, ó Sulamita; volta, volta, para que nós
te vejamos. Por que quereis olhar para a Sulamita como para a dança de
Maanaim?
[Cântico Dos Cânticos 7]Cântico Dos Cânticos
7
1. Quão formosos são os teus pés nas sandálias, ó
filha de príncipe! Os contornos das tuas coxas são como jóias, obra das mãos de
artista.
2. O teu umbigo como uma taça redonda, a que não falta
bebida; o teu ventre como montão de trigo, cercado de lírios.
3. Os
teus seios são como dois filhos gêmeos da gazela.
4. O teu pescoço
como a torre de marfim; os teus olhos como as piscinas de Hesbom, junto à porta
de Bate-Rabim; o teu nariz é como torre do Líbano, que olha para
Damasco.
5. A tua cabeça sobre ti é como o monte Carmelo, e os cabelos
da tua cabeça como a púrpura; o rei está preso pelas tuas tranças.
6.
Quão formosa, e quão aprazível és, ó amor em delícias!
7. Essa tua
estatura é semelhante à palmeira, e os teus seios aos cachos de
uvas.
8. Disse eu: Subirei à palmeira, pegarei em seus ramos; então
sejam os teus seios como os cachos da vide, e o cheiro do teu fôlego como o das
maçãs,
9. e os teus beijos como o bom vinho para o meu amado, que se
bebe suavemente, e se escoa pelos lábios e dentes.
10. Eu sou do meu
amado, e o seu amor é por mim.
11. Vem, ó amado meu, saiamos ao campo,
passemos as noites nas aldeias.
12. Levantemo-nos de manhã para ir às
vinhas, vejamos se florescem as vides, se estão abertas as suas flores, e se as
romanzeiras já estão em flor; ali te darei o meu amor.
13. As
mandrágoras exalam perfume, e às nossas portas há toda sorte de excelentes
frutos, novos e velhos; eu os guardei para ti, ó meu amado.
[Cântico Dos
Cânticos 8]Cântico Dos Cânticos 8
1.
Ah! quem me dera que foras como meu irmão, que mamou os seios de minha mãe!
quando eu te encontrasse lá fora, eu te beijaria; e não me
desprezariam!
2. Eu te levaria e te introduziria na casa de minha mãe,
e tu me instruirias; eu te daria a beber vinho aromático, o mosto das minhas
romãs.
3. A sua mão esquerda estaria debaixo da minha cabeça, e a sua
direita me abraçaria.
4. Conjuro-vos, ó filhas de Jerusalém, que não
acordeis nem desperteis o amor, até que ele o queira.
5. Quem é esta
que sobe do deserto, e vem encostada ao seu amado? Debaixo da macieira te
despertei; ali esteve tua mãe com dores; ali esteve com dores aquela que te deu
à luz.
6. Põe-me como selo sobre o teu coração, como selo sobre o teu
braço; porque o amor é forte como a morte; o ciúme é cruel como o Seol; a sua
chama é chama de fogo, verdadeira labareda do Senhor.
7. As muitas
águas não podem apagar o amor, nem os rios afogá-lo. Se alguém oferecesse todos
os bens de sua casa pelo amor, seria de todo desprezado.
8. Temos uma
irmã pequena, que ainda não tem seios; que faremos por nossa irmã, no dia em que
ela for pedida em casamento?
9. Se ela for um muro, edificaremos sobre
ela uma torrezinha de prata; e, se ela for uma porta, cercá-la-emos com tábuas
de cedro.
10. Eu era um muro, e os meus seios eram como as suas
torres; então eu era aos seus olhos como aquela que acha paz.
11. Teve
Salomão uma vinha em Baal-Hamom; arrendou essa vinha a uns guardas; e cada um
lhe devia trazer pelo seu fruto mil peças de prata.
12. A minha vinha
que me pertence está diante de mim; tu, ó Salomão, terás as mil peças de prata,
e os que guardam o fruto terão duzentas.
13. Ó tu, que habitas nos
jardins, os companheiros estão atentos para ouvir a tua voz; faze-me, pois,
também ouvi-la:
14. Vem depressa, amado meu, e faze-te semelhante ao
gamo ou ao filho da gazela sobre os montes dos aromas.
[Isaías 1]Isaías 1
1. A visão de Isaías, filho de
Amoz, que ele teve a respeito de Judá e Jerusalém, nos dias de Uzias, Jotão,
Acaz, e Ezequias, reis de Judá.
2. Ouvi, ó céus, e dá ouvidos, ó
terra, porque falou o Senhor: Criei filhos, e os engrandeci, mas eles se
rebelaram contra mim.
3. O boi conhece o seu possuidor, e o jumento a
manjedoura do seu dono; mas Israel não tem conhecimento, o meu povo não
entende.
4. Ah, nação pecadora, povo carregado de iniqüidade,
descendência de malfeitores, filhos que praticam a corrupção! Deixaram o Senhor,
desprezaram o Santo de Israel, voltaram para trás.
5. Por que seríeis
ainda castigados, que persistis na rebeldia? Toda a cabeça está enferma e todo o
coração fraco.
6. Desde a planta do pé até a cabeça não há nele coisa
sã; há só feridas, contusões e chagas vivas; não foram espremidas, nem atadas,
nem amolecidas com óleo.
7. O vosso país está assolado; as vossas
cidades abrasadas pelo fogo; a vossa terra os estranhos a devoram em vossa
presença, e está devastada, como por uma pilhagem de estrangeiros.
8.
E a filha de Sião é deixada como a cabana na vinha, como a choupana no pepinal,
como cidade sitiada.
9. Se o Senhor dos exércitos não nos deixara
alguns sobreviventes, já como Sodoma seríamos, e semelhantes a
Gomorra.
10. Ouvi a palavra do Senhor, governadores de Sodoma; dai
ouvidos à lei do nosso Deus, ó povo de Gomorra.
11. De que me serve a
mim a multidão de vossos sacrifícios? diz o Senhor. Estou farto dos holocaustos
de carneiros, e da gordura de animais cevados; e não me agrado do sangue de
novilhos, nem de cordeiros, nem de bodes.
12. Quando vindes para
comparecerdes perante mim, quem requereu de vós isto, que viésseis pisar os meus
átrios?
13. Não continueis a trazer ofertas vãs; o incenso é para mim
abominação. As luas novas, os sábados, e a convocação de assembléias ... não
posso suportar a iniqüidade e o ajuntamento solene!
14. As vossas luas
novas, e as vossas festas fixas, a minha alma as aborrece; já me são pesadas;
estou cansado de as sofrer.
15. Quando estenderdes as vossas mãos,
esconderei de vós os meus olhos; e ainda que multipliqueis as vossas orações,
não as ouvirei; porque as vossas mãos estão cheias de sangue.
16.
Lavai-vos, purificai-vos; tirai de diante dos meus olhos a maldade dos vossos
atos; cessai de fazer o mal;
17. aprendei a fazer o bem; buscai a
justiça, acabai com a opressão, fazei justiça ao órfão, defendei a causa da
viúva.
18. Vinde, pois, e arrazoemos, diz o Senhor: ainda que os
vossos pecados são como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda
que são vermelhos como o carmesim, tornar-se-ão como a lã.
19. Se
quiserdes, e me ouvirdes, comereis o bem desta terra;
20. mas se
recusardes, e fordes rebeldes, sereis devorados à espada; pois a boca do Senhor
o disse.
21. Como se fez prostituta a cidade fiel! ela que estava
cheia de retidão! A justiça habitava nela, mas agora homicidas.
22. A
tua prata tornou-se em escória, o teu vinho se misturou com água.
23.
Os teus príncipes são rebeldes, e companheiros de ladrões; cada um deles ama as
peitas, e anda atrás de presentes; não fazem justiça ao órfão, e não chega
perante eles a causa da viúva.
24. portanto diz o Senhor Deus dos
exércitos, o Poderoso de Israel: Ah! livrar-me-ei dos meus adversários, e
vingar-me-ei dos meus inimigos.
25. Voltarei contra ti a minha mão, e
purificarei como com potassa a tua escória; e tirar-te-ei toda
impureza;
26. e te restituirei os teus juízes, como eram dantes, e os
teus conselheiros, como no princípio, então serás chamada cidade de justiça,
cidade fiel.
27. Sião será resgatada pela justiça, e os seus
convertidos, pela retidão.
28. Mas os transgressores e os pecadores
serão juntamente destruídos; e os que deixarem o Senhor serão
consumidos.
29. Porque vos envergonhareis por causa dos terebintos de
que vos agradastes, e sereis confundidos por causa dos jardins que
escolhestes.
30. Pois sereis como um carvalho cujas folhas são
murchas, e como um jardim que não tem água.
31. E o forte se tornará
em estopa, e a sua obra em faísca; e ambos arderão juntamente, e não haverá quem
os apague.
[Isaías 2]Isaías
2
1. A visão que teve Isaías, filho de Amoz, a respeito
de Judá e de Jerusalém.
2. Acontecerá nos últimos dias que se firmará
o monte da casa do Senhor, será estabelecido como o mais alto dos montes e se
elevará por cima dos outeiros; e concorrerão a ele todas as nações.
3.
Irão muitos povos, e dirão: Vinde, e subamos ao monte do Senhor, à casa do Deus
de Jacó, para que nos ensine os seus caminhos, e andemos nas suas veredas;
porque de Sião sairá a lei, e de Jerusalém a palavra do Senhor.
4. E
ele julgará entre as nações, e repreenderá a muitos povos; e estes converterão
as suas espadas em relhas de arado, e as suas lanças em foices; uma nação não
levantará espada contra outra nação, nem aprenderão mais a guerra.
5.
Vinde, ó casa de Jacó, e andemos na luz do Senhor.
6. Mas tu
rejeitaste o teu povo, a casa de Jacó; porque estão cheios de adivinhadores do
Oriente, e de agoureiros, como os filisteus, e fazem alianças com os filhos dos
estrangeiros.
7. A sua terra está cheia de prata e ouro, e são sem
limite os seus tesouros; a sua terra está cheia de cavalos, e os seus carros não
tem fim.
8. Também a sua terra está cheia de ídolos; inclinam-se
perante a obra das suas mãos, diante daquilo que os seus dedos
fabricaram.
9. Assim, pois, o homem é abatido, e o varão é humilhado;
não lhes perdoes!
10. Entra nas rochas, e esconde-te no pó, de diante
da espantosa presença do Senhor e da glória da sua majestade.
11. Os
olhos altivos do homem serão abatidos, e a altivez dos varões será humilhada, e
só o Senhor será exaltado naquele dia.
12. Pois o Senhor dos exércitos
tem um dia contra todo soberbo e altivo, e contra todo o que se exalta, para que
seja abatido;
13. contra todos os cedros do Líbano, altos e sublimes;
e contra todos os carvalhos de Basã;
14. contra todos os montes altos,
e contra todos os outeiros elevados;
15. contra toda torre alta, e
contra todo muro fortificado;
16. e contra todos os navios de Társis,
e contra toda a nau vistosa.
17. E a altivez do homem será humilhada,
e o orgulho dos varões se abaterá, e só o Senhor será exaltado naquele
dia.
18. E os ídolos desaparecerão completamente.
19. Então
os homens se meterão nas cavernas das rochas, e nas covas da terra, por causa da
presença espantosa do Senhor, e da glória da sua majestade, quando ele se
levantar para assombrar a terra.
20. Naquele dia o homem lançará às
toupeiras e aos morcegos os seus ídolos de prata, e os seus ídolos de ouro, que
fizeram para ante eles se prostrarem,
21. para se meter nas fendas das
rochas, e nas cavernas das penhas, por causa da presença espantosa do Senhor e
da glória da sua majestade, quando ele se levantar para assombrar a
terra.
22. Deixai-vos pois do homem cujo fôlego está no seu nariz;
porque em que se deve ele estimar?
[Isaías 3]Isaías
3
1. Porque eis que o Senhor Deus dos exércitos está
tirando de Jerusalém e de Judá o bordão e o cajado, isto é, todo o recurso de
pão, e todo o recurso de água;
2. o valente e o soldado, o juiz e o
profeta, o adivinho e o ancião;
3. o capitão de cinqüenta e o
respeitável, o conselheiro, o artífice hábil e o encantador perito;
4.
e dar-lhes-ei meninos por príncipes, e crianças governarão sobre
eles.
5. O povo será oprimido; um será contra o outro, e cada um
contra o seu próximo; o menino se atreverá contra o ancião, e o vil contra o
nobre.
6. Quando alguém pegar de seu irmão na casa de seu pai,
dizendo: Tu tens roupa, tu serás o nosso príncipe, e tomarás sob a tua mão esta
ruína.
7. Naquele dia levantará este a sua voz, dizendo: Não quero ser
médico; pois em minha casa não há pão nem roupa; não me haveis de constituir
governador sobre o povo.
8. Pois Jerusalém tropeçou, e Judá caiu;
porque a sua língua e as suas obras são contra o Senhor, para afrontarem a sua
gloriosa presença.
9. O aspecto do semblante dá testemunho contra
eles; e, como Sodoma, publicam os seus pecados sem os disfarçar. Ai da sua alma!
porque eles fazem mal a si mesmos.
10. Dizei aos justos que bem lhes
irá; porque comerão do fruto das suas obras.
11. Ai do ímpio! mal lhe
irá; pois se lhe fará o que as suas mãos fizeram.
12. Quanto ao meu
povo, crianças são os seus opressores, e mulheres dominam sobre eles. Ah, povo
meu! os que te guiam te enganam, e destroem o caminho das tuas
veredas.
13. O Senhor levanta-se para pleitear, e põe-se de pé para
julgar os povos.
14. O Senhor entra em juízo contra os anciãos do seu
povo, e contra os seus príncipes; sois vós que consumistes a vinha; o espólio do
pobre está em vossas casas.
15. Que quereis vós, que esmagais o meu
povo e moeis o rosto do pobre? diz o Senhor Deus dos exércitos.
16.
Diz ainda mais o Senhor: Porquanto as filhas de Sião são altivas, e andam de
pescoço emproado, lançando olhares impudentes; e, ao andarem, vão de passos
curtos, fazendo tinir os ornamentos dos seus pés;
17. o Senhor fará
tinhosa a cabeça das filhas de Sião, e o Senhor porá a descoberto a sua
nudez.
18. Naquele dia tirará o Senhor os seus enfeites: os anéis dos
artelhos, as toucas, os colares em forma de meia lua,
19. os
pendentes, e os braceletes, e os véus;
20. os diademas, as cadeias dos
artelhos, os cintos, as caixinhas de perfumes e os amuletos;
21. os
anéis, e as jóias pendentes do nariz;
22. os vestidos de festa, e os
mantos, e os xales, e os bolsos;
23. os vestidos diáfanos, e as
capinhas de linho, e os turbantes, e os véus.
24. E será que em lugar
de perfume haverá mau cheiro, e por cinto, uma corda; em lugar de encrespadura
de cabelos, calvície; e em lugar de veste luxuosa, cinto de cilício; e
queimadura em lugar de formosura.
25. Teus varões cairão à espada, e
teus valentes na guerra.
26. E as portas da cidade gemerão e se
carpirão e, desolada, ela se sentará no pó.
[Isaías 4]Isaías 4
1. Sete mulheres naquele dia
lançarão mão dum só homem, dizendo: Nós comeremos do nosso pão, e nos vestiremos
de nossos vestidos; tão somente queremos ser chamadas pelo teu nome; tira o
nosso opróbrio.
2. Naquele dia o renovo do Senhor será cheio de beleza
e de glória, e o fruto da terra excelente e formoso para os que escaparem de
Israel.
3. E será que aquele que ficar em Sião e permanecer em
Jerusalém, será chamado santo, isto é, todo aquele que estiver inscrito entre os
vivos em Jerusalém;
4. Quando o Senhor tiver lavado a imundícia das
filhas de Sião, e tiver limpado o sangue de Jerusalém do meio dela com o
espírito de justiça, e com o espírito de ardor.
5. E criará o Senhor
sobre toda a extensão do monte Sião, e sobre as assembléias dela, uma nuvem de
dia, e uma fumaça, e um resplendor de fogo flamejante de noite; porque sobre
toda a glória se estenderá um dossel.
6. Também haverá de dia um
pavilhão para sombra contra o calor, e para refúgio e esconderijo contra a
tempestade e a chuva.
[Isaías 5]Isaías
5
1. Ora, seja-me permitido cantar para o meu bem amado
uma canção de amor a respeito da sua vinha. O meu amado possuía uma vinha num
outeiro fertilíssimo.
2. E, revolvendo-a com enxada e limpando-a das
pedras, plantou-a de excelentes vides, e edificou no meio dela uma torre, e
também construiu nela um lagar; e esperava que desse uvas, mas deu uvas
bravas.
3. Agora, pois, ó moradores de Jerusalém, e homens de Judá,
julgai, vos peço, entre mim e a minha vinha.
4. Que mais se podia
fazer à minha vinha, que eu lhe não tenha feito? e por que, esperando eu que
desse uvas, veio a produzir uvas bravas?
5. Agora, pois, vos farei
saber o que eu hei de fazer à minha vinha: tirarei a sua sebe, e será devorada;
derrubarei a sua parede, e será pisada;
6. e a tornarei em deserto;
não será podada nem cavada, mas crescerão nela sarças e espinheiro; e às nuvens
darei ordem que não derramem chuva sobre ela.
7. Pois a vinha do
Senhor dos exércitos é a casa de Israel, e os homens de Judá são a planta das
suas delícias; e esperou que exercessem juízo, mas eis aqui derramamento de
sangue; justiça, e eis aqui clamor.
8. Ai dos que ajuntam casa a casa,
dos que acrescentam campo a campo, até que não haja mais lugar, de modo que
habitem sós no meio da terra!
9. A meus ouvidos disse o Senhor dos
exércitos: Em verdade que muitas casas ficarão desertas, e até casas grandes e
lindas sem moradores.
10. E dez jeiras de vinha darão apenas um bato,
e um hômer de semente não dará mais do que uma efa.
11. Ai dos que se
levantam cedo para correrem atrás da bebida forte e continuam até a noite, até
que o vinho os esquente!
12. Têm harpas e alaúdes, tamboris e pífanos,
e vinho nos seus banquetes; porém não olham para a obra do Senhor, nem
consideram as obras das mãos dele.
13. Portanto o meu povo é levado
cativo, por falta de entendimento; e os seus nobres estão morrendo de fome, e a
sua multidão está seca de sede.
14. Por isso o Seol aumentou o seu
apetite, e abriu a sua boca desmesuradamente; e para lá descem a glória deles, a
sua multidão, a sua pompa, e os que entre eles se exultam.
15. O homem
se abate, e o varão se humilha, e os olhos dos altivos se abaixam.
16.
Mas o Senhor dos exércitos é exaltado pelo juízo, e Deus, o Santo, é santificado
em justiça.
17. Então os cordeiros pastarão como em seus pastos; e nos
campos desertos se apascentarão cevados e cabritos.
18. Ai dos que
puxam a iniqüidade com cordas de falsidade, e o pecado como com tirantes de
carros!
19. E dizem: Apresse-se Deus, avie a sua obra, para que a
vejamos; e aproxime-se e venha o propósito do Santo de Israel, para que o
conheçamos.
20. Ai dos que ao mal chamam bem, e ao bem mal; que põem
as trevas por luz, e a luz por trevas, e o amargo por doce, e o doce por
amargo!
21. Ai dos que são sábios a seus próprios olhos, e astutos em
seu próprio conceito!
22. Ai dos que são poderosos para beber vinho, e
valentes para misturar bebida forte;
23. dos que justificam o ímpio
por peitas, e ao inocente lhe tiram o seu direito!
24. Pelo que, como
a língua de fogo consome o restolho, e a palha se desfaz na chama assim a raiz
deles será como podridão, e a sua flor se esvaecerá como pó; porque rejeitaram a
lei do Senhor dos exércitos, e desprezaram a palavra do santo de
Israel,
25. Por isso se acendeu a ira do Senhor contra o seu povo, e o
Senhor estendeu a sua mão contra ele, e o feriu; e as montanhas tremeram, e os
seus cadáveres eram como lixo no meio das ruas; com tudo isto não tornou atrás a
sua ira, mas ainda está estendida a sua mão.
26. E ele arvorará um
estandarte para as nações de longe, e lhes assobiará desde a extremidade da
terra; e eis que virão muito apressadamente.
27. Não há entre eles
cansado algum nem quem tropece; ninguém cochila nem dorme; não se lhe desata o
cinto dos lombos, nem se lhe quebra a correia dos sapatos.
28. As suas
flechas são agudas, e todos os seus arcos retesados; os cascos dos seus cavalos
são reputados como pederneira, e as rodas dos seus carros qual
redemoinho.
29. O seu rugido é como o do leão; rugem como filhos de
leão; sim, rugem e agarram a presa, e a levam, e não há quem a
livre.
30. E bramarão contra eles naquele dia, como o bramido do mar;
e se alguém olhar para a terra, eis que só verá trevas e angústia, e a luz se
escurecerá nas nuvens sobre ela.
[Isaías 6]Isaías
6
1. No ano em que morreu o rei Uzias, eu vi o Senhor
assentado sobre um alto e sublime trono, e as orlas do seu manto enchiam o
templo.
2. Ao seu redor havia serafins; cada um tinha seis asas; com
duas cobria o rosto, e com duas cobria os pés e com duas voava.
3. E
clamavam uns para os outros, dizendo: Santo, santo, santo é o Senhor dos
exércitos; a terra toda está cheia da sua glória.
4. E as bases dos
limiares moveram-se à voz do que clamava, e a casa se enchia de
fumaça.
5. Então disse eu: Ai de mim! pois estou perdido; porque sou
homem de lábios impuros, e habito no meio dum povo de impuros lábios; e os meus
olhos viram o rei, o Senhor dos exércitos!
6. Então voou para mim um
dos serafins, trazendo na mão uma brasa viva, que tirara do altar com uma
tenaz;
7. e com a brasa tocou-me a boca, e disse: Eis que isto tocou
os teus lábios; e a tua iniqüidade foi tirada, e perdoado o teu
pecado.
8. Depois disto ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem
enviarei, e quem irá por nós? Então disse eu: Eis-me aqui, envia-me a
mim.
9. Disse, pois, ele: Vai, e dize a este povo: Ouvis, de fato, e
não entendeis, e vedes, em verdade, mas não percebeis.
10. Engorda o
coração deste povo, e endurece-lhe os ouvidos, e fecha-lhe os olhos; para que
ele não veja com os olhos, e ouça com os ouvidos, e entenda com o coração, e se
converta, e seja sarado.
11. Então disse eu: Até quando, Senhor? E
respondeu: Até que sejam assoladas as cidades, e fiquem sem habitantes, e as
casas sem moradores, e a terra seja de todo assolada,
12. e o Senhor
tenha removido para longe dela os homens, e sejam muitos os lugares abandonados
no meio da terra.
13. Mas se ainda ficar nela a décima parte, tornará
a ser consumida, como o terebinto, e como o carvalho, dos quais, depois de
derrubados, ainda fica o toco. A santa semente é o seu toco.
[Isaías
7]Isaías 7
1. Sucedeu, pois, nos dias
de Acaz, filho de Jotão, filho de Uzias, rei de Judá, que Rezim, rei da Síria, e
Peca, filho de Remalias, rei de Israel, subiram a Jerusalém, para pelejarem
contra ela, mas não a puderam conquistar.
2. Quando deram aviso à casa
de Davi, dizendo: A Síria fez aliança com Efraim; ficou agitado o coração de
Acaz, e o coração do seu povo, como se agitam as árvores do bosque à força do
vento.
3. Então disse o Senhor a Isaías: saí agora, tu e teu filho
Sear-Jasube, ao encontro de Acaz, ao fim do aqueduto da piscina superior, na
estrada do campo do lavandeiro,
4. e dize-lhe: Acautela-te e
aquieta-te; não temas, nem te desfaleça o coração por causa destes dois pedaços
de tições fumegantes; por causa do ardor da ira de Rezim e da Síria, e do filho
de Remalias.
5. Porquanto a Síria maquinou o mal contra ti, com Efraim
e com o filho de Remalias, dizendo:
6. Subamos contra Judá, e
amedrontemo-lo, e demos sobre ele, tomando-o para nós, e façamos reinar no meio
dele o filho de Tabeel.
7. Assim diz o Senhor Deus: Isto não
subsistirá, nem tampouco acontecerá.
8. Pois a cabeça da Síria é
Damasco, e o cabeça de Damasco é Rezim; e dentro de sessenta e cinco anos Efraim
será quebrantado, e deixará de ser povo.
9. Entretanto a cabeça de
Efraim será Samária, e o cabeça de Samária o filho de Remalias; se não o
crerdes, certamente não haveis de permanecer.
10. De novo falou o
Senhor com Acaz, dizendo:
11. Pede para ti ao Senhor teu Deus um
sinal; pede-o ou em baixo nas profundezas ou em cima nas alturas.
12.
Acaz, porém, respondeu: Não o pedirei nem porei à prova o Senhor.
13.
Então disse Isaías: Ouvi agora, ó casa de Davi: Pouco vos é afadigardes os
homens, que ainda afadigareis também ao meu Deus?
14. Portanto o
Senhor mesmo vos dará um sinal: eis que uma virgem conceberá, e dará à luz um
filho, e será o seu nome Emanuel.
15. Manteiga e mel comerá, quando
ele souber rejeitar o mal e escolher o bem.
16. Pois antes que o
menino saiba rejeitar o mal e escolher o bem, será desolada a terra dos dois
reis perante os quais tu tremes de medo.
17. Mas o Senhor fará vir
sobre ti, e sobre o teu povo e sobre a casa de teu pai, dias tais, quais nunca
vieram, desde o dia em que Efraim se separou de Judá, isto é, fará vir o rei da
Assíria.
18. Naquele dia assobiará o Senhor às moscas que há no
extremo dos rios do Egito, e às abelhas que estão na terra da
Assíria.
19. E elas virão, e pousarão todas nos vales desertos e nas
fendas das rochas, e sobre todos os espinheirais, e sobre todos os
prados.
20. Naquele dia rapará o Senhor com uma navalha alugada, que
está além do Rio, isto é, com o rei da Assíria, a cabeça e os cabelos dos pés; e
até a barba arrancará.
21. Sucederá naquele dia que um homem criará
uma vaca e duas ovelhas;
22. e por causa da abundância do leite que
elas hão de dar, comerá manteiga; pois manteiga e mel comerá todo aquele que
ficar de resto no meio da terra.
23. Sucederá também naquele dia que
todo lugar, em que antes havia mil vides, do valor de mil siclos de prata, será
para sarças e para espinheiros.
24. Com arco e flechas entrarão ali;
porque as sarças e os espinheiros cobrirão toda a terra.
25. Quanto a
todos os outeiros que costumavam cavar com enxadas, para ali não chegarás, por
medo das sarças e dos espinheiros; mas servirão de pasto para os bois, e serão
pisados pelas ovelhas.
[Isaías 8]Isaías
8
1. Disse-me também o Senhor: Toma uma tábua grande e
escreve nela em caracteres legíveis: Maer-Salal-Has-Baz;
2. tomei
pois, comigo fiéis testemunhas, a Urias sacerdote, e a Zacarias, filho de
Jeberequias.
3. E fui ter com a profetisa; e ela concebeu, e deu à luz
um filho; e o Senhor me disse: Põe-lhe o nome de
Maer-Salal-Has-Baz.
4. Pois antes que o menino saiba dizer meu pai ou
minha mãe, se levarão as riquezas de Damasco, e os despojos de Samária, diante
do rei da Assíria.
5. E continuou o Senhor a falar ainda comigo,
dizendo:
6. Porquanto este povo rejeitou as águas de Siloé, que correm
brandamente, e se alegrou com Rezim e com o filho de Remalias,
7. eis
que o Senhor fará vir sobre eles as águas do Rio, fortes e impetuosas, isto é, o
rei da Assíria, com toda a sua glória; e subirá sobre todos os seus leitos, e
transbordará por todas as suas ribanceiras;
8. e passará a Judá,
inundando-o, e irá passando por ele e chegará até o pescoço; e a extensão de
suas asas encherá a largura da tua terra, ó Emanuel.
9. Exasperai-vos,
ó povos, e sereis quebrantados; dai ouvidos, todos os que sois de terras
longínquas; cingi-vos e sereis feitos em pedaços, cingi-vos e sereis feitos em
pedaços;
10. Tomai juntamente conselho, e ele será frustrado; dizei
uma palavra, e ela não subsistirá; porque Deus é conosco.
11. Pois
assim o Senhor me falou, com sua forte mão deitada em mim, e me admoestou a que
não andasse pelo caminho deste povo, dizendo:
12. Não chameis
conspiração a tudo quanto este povo chama conspiração; e não temais aquilo que
ele teme, nem por isso vos assombreis.
13. Ao Senhor dos exércitos, a
ele santificai; e seja ele o vosso temor e seja ele o vosso
assombro.
14. Então ele vos será por santuário; mas servirá de pedra
de tropeço, e de rocha de escândalo, às duas casas de Israel; de armadilha e de
laço aos moradores de Jerusalém.
15. E muitos dentre eles tropeçarão,
e cairão, e serão quebrantados, e enlaçados, e presos.
16. Ata o
testemunho, sela a lei entre os meus discípulos.
17. Esperarei no
Senhor, que esconde o seu rosto da casa de Jacó, e a ele
aguardarei.
18. Eis-me aqui, com os filhos que me deu o Senhor; são
como sinais e portentos em Israel da parte do Senhor dos exércitos, que habita
no monte Sião.
19. Quando vos disserem: Consultai os que têm espíritos
familiares e os feiticeiros, que chilreiam e murmuram, respondei: Acaso não
consultará um povo a seu Deus? acaso a favor dos vivos consultará os
mortos?
20. A Lei e ao Testemunho! se eles não falarem segundo esta
palavra, nunca lhes raiará a alva.
21. E passarão pela terra duramente
oprimidos e famintos; e, tendo fome, se agastarão, e amaldiçoarão o seu rei e o
seu Deus, olhando para o céu em cima;
22. e para a terra em baixo, e
eis aí angústia e escuridão, tristeza da aflição; e para as trevas serão
empurrados.
[Isaías 9]Isaías
9
1. Mas para a que estava aflita não haverá escuridão.
Nos primeiros tempos, ele envileceu a terra de Zebulom, e a terra de Naftali;
mas nos últimos tempos fará glorioso o caminho do mar, além do Jordão, a
Galiléia dos gentios.
2. O povo que andava em trevas viu uma grande
luz; e sobre os que habitavam na terra de profunda escuridão resplandeceu a
luz.
3. Tu multiplicaste este povo, a alegria lhe aumentaste; todos se
alegrarão perante ti, como se alegram na ceifa e como exultam quando se repartem
os despojos.
4. Porque tu quebraste o jugo da sua carga e o bordão do
seu ombro, que é o cetro do seu opressor, como no dia de Midiã.
5.
Porque todo calçado daqueles que andavam no tumulto, e toda capa revolvida em
sangue serão queimados, servindo de pasto ao fogo.
6. Porque um menino
nos nasceu, um filho se nos deu; e o governo estará sobre os seus ombros; e o
seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai Eterno, Príncipe da
Paz.
7. Do aumento do seu governo e da paz não haverá fim, sobre o
trono de Davi e no seu reino, para o estabelecer e o fortificar em retidão e em
justiça, desde agora e para sempre; o zelo do Senhor dos exércitos fará
isso.
8. O Senhor enviou uma palavra a Jacó, e ela caiu em
Israel.
9. E todo o povo o saberá, Efraim e os moradores de Samária,
os quais em soberba e altivez de coração dizem:
10. Os tijolos caíram,
mas com cantaria tornaremos a edificar; cortaram-se os sicômoros, mas por cedros
os substituiremos.
11. Pelo que o Senhor suscita contra eles os
adversários de Rezim, e instiga os seus inimigos,
12. os sírios do
Oriente, e os filisteus do Ocidente; e eles devoram a Israel à boca escancarada.
Com tudo isso não se apartou a sua ira, mas ainda está estendida a sua
mão.
13. Todavia o povo não se voltou para quem o feriu, nem buscou ao
Senhor dos exércitos.
14. Pelo que o Senhor cortou de Israel a cabeça
e a cauda, o ramo e o junco, num mesmo dia.
15. O ancião e o varão de
respeito, esse é a cabeça; e o profeta que ensina mentiras, esse e a
cauda.
16. Porque os que guiam este povo o desencaminham; e os que por
eles são guiados são devorados.
17. Pelo que o Senhor não se regozija
nos seus jovens, e não se compadece dos seus órfãos e das suas viúvas; porque
todos eles são profanos e malfeitores, e toda boca profere doidices. Com tudo
isso não se apartou a sua ira, mas ainda está estendida a sua mão.
18.
Pois a impiedade lavra como um fogo que devora espinhos e abrolhos, e se ateia
no emaranhado da floresta; e eles sobem ao alto em espessas nuvens de
fumaça.
19. Por causa da ira do Senhor dos exércitos a terra se
queima, e o povo é como pasto do fogo; ninguém poupa ao seu irmão.
20.
Se colher da banda direita, ainda terá fome, e se comer da banda esquerda, ainda
não se fartará; cada um comerá a carne de seu braço.
21. Manassés será
contra Efraim, e Efraim contra Manassés, e ambos eles serão contra Judá. Com
tudo isso não se apartou a sua ira, mas ainda está estendida a sua
mão.
[Isaías 10]Isaías 10
1. Ai
dos que decretam leis injustas, e dos escrivães que escrevem
perversidades;
2. para privarem da justiça os necessitados, e
arrebatarem o direito aos aflitos do meu povo; para despojarem as viúvas e
roubarem os órfãos!
3. Mas que fareis vós no dia da visitação, e na
desolação, que há de vir de longe? a quem recorrereis para obter socorro, e onde
deixareis a vossa riqueza?
4. Nada mais resta senão curvar-vos entre
os presos, ou cair entre os mortos. Com tudo isso não se apartou a sua ira, mas
ainda está estendida a sua mão.
5. Ai da Assíria, a vara da minha ira,
porque a minha indignação é como bordão nas suas mãos.
6. Eu a envio
contra uma nação ímpia; e contra o povo do meu furor lhe dou ordem, para tomar o
despojo, para arrebatar a presa, e para os pisar aos pés, como a lama das
ruas.
7. Todavia ela não entende assim, nem o seu coração assim o
imagina; antes no seu coração intenta destruir e desarraigar não poucas
nações.
8. Pois diz: Não são meus príncipes todos eles
reis?
9. Não é Calnó como Carquêmis? não é Hamate como Arpade? e
Samária como Damasco?
10. Do mesmo modo que a minha mão alcançou os
reinos dos ídolos, ainda que as suas imagens esculpidas eram melhores do que as
de Jerusalém e de Samária.
11. como fiz a Samária e aos seus ídolos,
não o farei igualmente a Jerusalém e aos seus ídolos?
12. Por isso
acontecerá que, havendo o Senhor acabado toda a sua obra no monte Sião e em
Jerusalém, então castigará o rei da Assíria pela arrogância do seu coração e a
pomba da altivez dos seus olhos.
13. Porquanto diz ele: Com a força da
minha mão o fiz, e com a minha sabedoria, porque sou entendido; eu removi os
limites dos povos, e roubei os seus tesouros, e como valente abati os que se
sentavam sobre tronos.
14. E achou a minha mão as riquezas dos povos
como a um ninho; e como se ajuntam os ovos abandonados, assim eu ajuntei toda a
terra; e não houve quem movesse a asa, ou abrisse a boca, ou
chilreasse.
15. Porventura gloriar-se-á o machado contra o que corta
com ele? ou se engrandecerá a serra contra o que a maneja? como se a vara
movesse o que a levanta, ou o bordão levantasse aquele que não é
pau!
16. Pelo que o Senhor Deus dos exércitos fará definhar os que
entre eles são gordos, e debaixo da sua glória ateará um incêndio, como incêndio
de fogo.
17. A Luz de Israel virá a ser um fogo e o seu Santo uma
labareda, que num só dia abrasará e consumirá os seus espinheiros e as suas
sarças.
18. Também consumirá a glória da sua floresta, e do seu campo
fértil, desde a alma até o corpo; e será como quando um doente vai
definhando.
19. E o resto das árvores da sua floresta será tão pouco
que um menino as poderá contar.
20. E acontecerá naquele dia que o
resto de Israel, e os que tiverem escapado da casa de Jacó, nunca mais se
estribarão sobre aquele que os feriu; antes se estribarão lealmente sobre o
Senhor, o Santo de Israel.
21. Um resto voltará; sim, o resto de Jacó
voltará para o Deus forte.
22. Porque ainda que o teu povo, ó Israel,
seja como a areia do mar, só um resto dele voltará. Uma destruição está
determinada, trasbordando de justiça.
23. Pois uma destruição, e essa
já determinada, o Senhor Deus dos exércitos executará no meio de toda esta
terra.
24. Pelo que assim diz o Senhor Deus dos exércitos: ó povo meu,
que habitas em Sião, não temas a Assíria, quando te ferir com a vara, e contra
ti levantar o seu bordão a maneira dos egípcios;
25. porque daqui a
bem pouco se cumprirá a minha indignação, e a minha ira servirá para os
consumir.
26. E o Senhor dos exércitos suscitará contra ela um
flagelo, como a matança de Midiã junto à rocha de Orebe; e a sua vara se
estenderá sobre o mar, e ele a levantará como no Egito.
27. E naquele
dia a sua carga será tirada do teu ombro, e o seu jugo do teu pescoço; e o jugo
será quebrado por causa da gordura.
28. Os assírios já chegaram a
Aiate, passaram por Migrom; em Micmás deixam depositada a sua
bagagem;
29. já atravessaram o desfiladeiro, já se alojam em Geba;
Ramá treme, Gibeá de Saul já fugiu.
30. Clama com alta voz, ó filha de
Galim! Ouve, ó Laís! Responde-lhe, ó Anatote!
31. Já se foi Madmena;
os moradores de Gebim procuram refúgio.
32. Hoje mesmo parará em Nobe;
sacudirá o punho contra o monte da filha de Sião, o outeiro de
Jerusalém.
33. Eis que o Senhor Deus dos exércitos cortará os ramos
com violência; e os de alta estatura serão cortados, e os elevados serão
abatidos.
34. E cortará com o ferro o emaranhado da floresta, e o
Líbano cairá pela mão de um poderoso.
[Isaías 11]Isaías
11
1. Então brotará um rebento do toco de Jessé, e das
suas raízes um renovo frutificará.
2. E repousará sobre ele o Espírito
do Senhor, o espírito de sabedoria e de entendimento, o espírito de conselho e
de fortaleza, o espírito de conhecimento e de temor do Senhor.
3. E
deleitar-se-á no temor do Senhor; e não julgará segundo a vista dos seus olhos,
nem decidirá segundo o ouvir dos seus ouvidos;
4. mas julgará com
justiça os pobres, e decidirá com eqüidade em defesa dos mansos da terra; e
ferirá a terra com a vara de sua boca, e com o sopro dos seus lábios matará o
ímpio.
5. A justiça será o cinto dos seus lombos, e a fidelidade o
cinto dos seus rins.
6. Morará o lobo com o cordeiro, e o leopardo com
o cabrito se deitará; e o bezerro, e o leão novo e o animal cevado viverão
juntos; e um menino pequeno os conduzirá.
7. A vaca e a ursa pastarão
juntas, e as suas crias juntas se deitarão; e o leão comerá palha como o
boi.
8. A criança de peito brincará sobre a toca da áspide, e a
desmamada meterá a sua mão na cova do basilisco.
9. Não se fará mal
nem dano algum em todo o meu santo monte; porque a terra se encherá do
conhecimento do Senhor, como as águas cobrem o mar.
10. Naquele dia a
raiz de Jessé será posta por estandarte dos povos, à qual recorrerão as nações;
gloriosas lhe serão as suas moradas.
11. Naquele dia o Senhor tornará
a estender a sua mão para adquirir outra vez e resto do seu povo, que for
deixado, da Assíria, do Egito, de Patros, da Etiópia, de Elão, de Sinar, de
Hamate, e das ilhas de mar.
12. Levantará um pendão entre as nações e
ajuntará os desterrados de Israel, e es dispersos de Judá congregará desde os
quatro confins da terra.
13. Também se esvaecerá a inveja de Efraim, e
os vexadores de Judá serão desarraigados; Efraim não invejará a Judá e Judá não
vexará a Efraim.
14. Antes voarão sobre os ombros dos filisteus ao
Ocidente; juntos despojarão aos filhos do Oriente; em Edom e Moabe porão as suas
mãos, e os filhos de Amom lhes obedecerão.
15. E o Senhor destruirá
totalmente a língua do mar do Egito; e vibrará a sua mão contra o Rio com o seu
vento abrasador, e, ferindo-o, dividi-lo-á em sete correntes, e fará que por ele
passem a pé enxuto.
16. Assim haverá caminho plano para e restante do
seu povo, que voltar da Assíria, como houve para Israel no dia em que subiu da
terra do Egito.
[Isaías 12]Isaías
12
1. Dirás, pois, naquele dia: Graças te dou, ó
Senhor; porque, ainda que te iraste contra mim, a tua ira se retirou, e tu me
confortaste.
2. Eis que Deus é a minha salvação; eu confiarei e não
temerei porque o Senhor, sim o Senhor é a minha força e o meu cântico; e se
tornou a minha salvação.
3. Portanto com alegria tirareis águas das
fontes da salvação.
4. E direis naquele dia: Dai graças ao Senhor,
invocai o seu nome, fazei notórios os seus feitos entre os povos, proclamai quão
excelso é o seu nome.
5. Cantai ao Senhor; porque fez coisas
grandiosas; saiba-se isso em toda a terra.
6. Exulta e canta de gozo,
ó habitante de Sião; porque grande é o Santo de Israel no meio de
ti.
[Isaías 13]Isaías 13
1.
Oráculo acerca de Babilônia, que Isaías, filho de Amoz, recebeu numa
visão.
2. Alçai uma bandeira sobre o monte escalvado; levantai a voz
para eles; acenai-lhes com a mão, para que entrem pelas portas dos
príncipes.
3. Eu dei ordens aos meus consagrados; sim, já chamei os
meus valentes para executarem a minha ira, os que exultam
arrogantemente.
4. Eis um tumulto sobre os montes, como o de grande
multidão! Eis um tumulto de reinos, de nações congregadas! O Senhor dos
exércitos passa em revista o exército para a guerra.
5. Vêm duma terra
de longe, desde a extremidade do céu, o Senhor e os instrumentos da sua
indignação, para destruir toda aquela terra.
6. Uivai, porque o dia do
Senhor está perto; virá do Todo-Poderoso como assolação.
7. Pelo que
todas as mãos se debilitarão, e se derreterá o coração de todos os
homens.
8. E ficarão desanimados; e deles se apoderarão dores e ais; e
se angustiarão, como a mulher que está de parto; olharão atônitos uns para os
outros; os seus rostos serão rostos flamejantes.
9. Eis que o dia do
Senhor vem, horrendo, com furor e ira ardente; para pôr a terra em assolação e
para destruir do meio dela os seus pecadores.
10. Pois as estrelas do
céu e as suas constelações não deixarão brilhar a sua luz; o sol se escurecerá
ao nascer, e a lua não fará resplandecer a sua luz.
11. E visitarei
sobre o mundo a sua maldade, e sobre os ímpios a sua iniqüidade; e farei cessar
a arrogância dos atrevidos, e abaterei a soberba dos cruéis.
12. Farei
que os homens sejam mais raros do que o ouro puro, sim mais raros do que o ouro
fino de Ofir.
13. Pelo que farei estremecer o céu, e a terra se movera
do seu lugar, por causa do furor do Senhor dos exércitos, e por causa do dia da
sua ardente ira.
14. E como a corça quando é perseguida, e como a
ovelha que ninguém recolhe, assim cada um voltará para o seu povo, e cada um
fugirá para a sua terra.
15. Todo o que for achado será traspassado; e
todo o que for apanhado, cairá à espada.
16. E suas crianças serão
despedaçadas perante os seus olhos; as suas casas serão saqueadas, e as suas
mulheres violadas.
17. Eis que suscitarei contra eles os medos, que
não farão caso da prata, nem tampouco no ouro terão prazer.
18. E os
seus arcos despedaçarão aos mancebos; e não se compadecerão do fruto do ventre;
os seus olhos não pouparão as crianças.
19. E Babilônia, a glória dos
reinos, o esplendor e o orgulho dos caldeus, será como Sodoma e Gomorra, quando
Deus as transtornou.
20. Nunca mais será habitada, nem nela morará
alguém de geração em geração; nem o árabe armará ali a sua tenda; nem tampouco
os pastores ali farão deitar os seus rebanhos.
21. Mas as feras do
deserto repousarão ali, e as suas casas se encherão de horríveis animais; e ali
habitarão as avestruzes, e os sátiros pularão ali.
22. As hienas
uivarão nos seus castelos, e os chacais nos seus palácios de prazer; bem perto
está o seu tempo, e os seus dias não se prolongarão.
[Isaías 14]Isaías 14
1. Pois o Senhor se compadecerá de
Jacó, e ainda escolherá a Israel e os porá na sua própria terra; e ajuntar-se-ão
com eles os estrangeiros, e se apegarão à casa de Jacó.
2. E os povos
os receberão, e os levarão aos seus lugares; e a casa de Israel os possuirá por
servos e por servas, na terra do Senhor e cativarão aqueles que os cativaram, e
dominarão os seus opressores.
3. No dia em que Deus vier a dar-te
descanso do teu trabalho, e do teu tremor, e da dura servidão com que te fizeram
servir,
4. proferirás esta parábola contra o rei de Babilônia, e
dirás: Como cessou o opressor! como cessou a tirania!
5. Já quebrantou
o Senhor o bastão dos ímpios e o cetro dos dominadores;
6. cetro que
feria os povos com furor, com açoites incessantes, e que em ira dominava as
nações com uma perseguição irresistível.
7. Toda a terra descansa, e
está sossegada! Rompem em brados de júbilo.
8. Até as faias se alegram
sobre ti, e os cedros do Líbano, dizendo: Desde que tu caíste ninguém sobe
contra nós para nos cortar.
9. O Seol desde o profundo se turbou por
ti, para sair ao teu encontro na tua vinda; ele despertou por ti os mortos,
todos os que eram príncipes da terra, e fez levantar dos seus tronos todos os
que eram reis das nações.
10. Estes todos responderão, e te dirão: Tu
também estás fraco como nós, e te tornaste semelhante a nós.
11. Está
derrubada até o Seol a tua pompa, o som dos teus alaúdes; os bichinhos debaixo
de ti se estendem e os bichos te cobrem.
12. Como caíste do céu, ó
estrela da manhã, filha da alva! como foste lançado por terra tu que prostravas
as nações!
13. E tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu; acima
das estrelas de Deus exaltarei o meu trono; e no monte da congregação me
assentarei, nas extremidades do norte;
14. subirei acima das alturas
das nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo.
15. Contudo levado serás
ao Seol, ao mais profundo do abismo.
16. Os que te virem te
contemplarão, considerar-te-ão, e dirão: É este o varão que fazia estremecer a
terra, e que fazia tremer os reinos?
17. Que punha o mundo como um
deserto, e assolava as suas cidades? que a seus cativos não deixava ir soltos
para suas casas?
18. Todos os reis das nações, todos eles, dormem com
glória, cada um no seu túmulo.
19. Mas tu és lançado da tua sepultura,
como um renovo abominável, coberto de mortos atravessados a espada, como os que
descem às pedras da cova, como cadáver pisado aos pés.
20. Com eles
não te reunirás na sepultura; porque destruíste a tua terra e mataste o teu
povo. Que a descendência dos malignos não seja nomeada para
sempre!
21. Preparai a matança para os filhos por causa da maldade de
seus pais, para que não se levantem, e possuam a terra, e encham o mundo de
cidades.
22. Levantar-me-ei contra eles, diz o Senhor dos exércitos, e
exterminarei de Babilônia o nome, e os sobreviventes, o filho, e o neto, diz o
Senhor.
23. E reduzi-la-ei a uma possessão do ouriço, e a lagoas de
águas; e varrê-la-ei com a vassoura da destruição, diz o Senhor dos
exércitos.
24. O Senhor dos exércitos jurou, dizendo: Como pensei,
assim sucederá, e como determinei, assim se efetuará.
25. Quebrantarei
o assírio na minha terra e nas minhas montanhas o pisarei; então o seu jugo se
apartará deles e a sua carga se desviará dos seus ombros.
26. Este é o
conselho que foi determinado sobre toda a terra; e esta é a mão que está
estendida sobre todas as nações.
27. Pois o Senhor dos exércitos o
determinou, e quem o invalidará? A sua mão estendida está, e quem a fará voltar
atrás?
28. No ano em que morreu o rei Acaz, veio este
oráculo.
29. Não te alegres, ó Filístia toda, por ser quebrada a vara
que te feria; porque da raiz da cobra sairá um basilisco, e o seu fruto será uma
serpente voadora.
30. E os primogênitos dos pobres serão apascentados,
e os necessitados se deitarão seguros; mas farei morrer de fome a tua raiz, e
será destruído o teu restante.
31. Uiva, ó porta; grita, ó cidade; tu,
ó Filístia, estás toda derretida; porque do norte vem fumaça; e não há vacilante
nas suas fileiras.
32. Que se responderá pois aos mensageiros do povo?
Que o Senhor fundou a Sião, e que nela acharão refúgio os aflitos do seu
povo.
[Isaías 15]Isaías 15
1.
Oráculo acerca de Moabe. Porque Ar foi destruída numa noite, Moabe está
desfeita; porque Quir foi destruída numa noite, Moabe está
desfeita.
2. Subiu a filha de Dibom aos altos para chorar; por Nebo e
por Medeba pranteia Moabe; em todas as cabeças há calva, e toda barba é
rapada.
3. Nas suas ruas cingem-se de saco; nos seus terraços e nas
suas praças todos andam pranteando, e choram abundantemente.
4. Assim
Hesbom como Eleale andam gritando; até Jaaz se ouve a sua voz; por isso os
armados de Moabe clamam; estremece-lhes a alma.
5. O meu coração clama
por causa de Moabe; fogem os seus nobres para Zoar, qual uma novilha de três
anos; pois vão chorando pela encosta de Luíte; no caminho de Horonaim levantam
um grito de destruição.
6. As águas de Ninrim são desoladas; secou-se
a relva, definhou a erva verde, e não há verdura alguma.
7. Pelo que a
abundância que ajuntaram, e o que guardaram, para além do ribeiro dos salgueiros
o levam.
8. Pois o pranto já rodeou os limites de Moabe; até Eglaim
chegou o seu clamor, e ainda até Beer-Elim o seu rugido.
9. Pois as
águas de Dimom estão cheias de sangue; pelo que ainda acrescentarei mais a
Dimom, um leão contra aqueles que escaparem de Moabe, e contra o restante que
ficou na terra.
[Isaías 16]Isaías
16
1. Enviaram cordeiros ao governador da terra, desde
Sela, pelo deserto, até o monte da filha de Sião.
2. Pois como
pássaros que vagueiam, como ninhada dispersa, assim são as filhas de Moabe junto
aos vaus do Arnom.
3. Dá conselhos, executa juízo; põe a tua sombra
como a noite ao pino do meio-dia; esconde os desterrados, e não traias o
fugitivo.
4. Habitem entre vós os desterrados de Moabe; serve-lhes de
refúgio perante a face do destruidor. Quando o homem violento tiver fim, e a
destruição tiver cessado, havendo os opressores desaparecido de sobre a
terra,
5. então um trono será estabelecido em benignidade, e sobre ele
no tabernáculo de Davi se assentará em verdade um que julgue, e que procure a
justiça e se apresse a praticar a retidão.
6. Ouvimos da soberba de
Moabe, a soberbíssima; da sua arrogância, da sua soberba, e da sua insolência;
de nada valem as suas jactâncias.
7. portanto Moabe pranteará;
prantearão todos por Moabe; pelos bolos de passas de Quir-Haresete suspirareis,
inteiramente desanimados.
8. porque os campos de Hesbom enfraqueceram,
e a vinha de Sibma; os senhores das nações derrubaram os seus ramos, que
chegaram a Jazer e penetraram no deserto; os seus rebentos se estenderam e
passaram além do mar.
9. Pelo que prantearei, com o pranto de Jazer, a
vinha de Sibma; regar-te-ei com as minhas lágrimas, ó Hesbom e Eleale; porque
sobre os teus frutos de verão e sobre a tua sega caiu o grito da
batalha.
10. A alegria e o regozijo são tirados do fértil campo, e nas
vinhas não se canta, nem há júbilo algum; já não se pisam as uvas nos lagares.
Eu fiz cessar os gritos da vindima.
11. Pelo que minha alma lamenta
por Moabe como harpa, e o meu íntimo por Quir-Heres.
12. E será que,
quando Moabe se apresentar, quando se cansar nos altos, e entrar no seu
santuário a orar, nada alcançará.
13. Essa é a palavra que o Senhor
falou no passado acerca de Moabe.
14. Mas agora diz o Senhor: Dentro
de três anos, tais como os anos do jornaleiro, será envilecida a glória de
Moabe, juntamente com toda a sua grande multidão; e os que lhe restarem serão
poucos e débeis.
[Isaías 17]Isaías
17
1. Oráculo acerca de Damasco. Eis que Damasco será
tirada, para não mais ser cidade, e se tornará um montão de ruínas.
2.
As cidades de Aroer serão abandonadas; hão de ser para os rebanhos, que se
deitarão sem haver quem os espante.
3. E a fortaleza de Efraim
cessará, como também o reino de Damasco e o resto da Síria; serão como a glória
dos filhos de Israel, diz o Senhor dos exércitos.
4. E será diminuída
naquele dia a glória de Jacó, e a gordura da sua carne
desaparecerá.
5. E será como o segador que colhe o trigo, e que com o
seu braço sega as espigas; sim, será como quando alguém colhe espigas no vale de
Refaim.
6. Mas ainda ficarão nele alguns rabiscos, como no sacudir da
oliveira: duas ou três azeitonas na mais alta ponta dos ramos, e quatro ou cinco
nos ramos mais exteriores de uma árvore frutífera, diz o Senhor Deus de
Israel.
7. Naquele dia atentará o homem para o seu Criador, e os seus
olhos olharão para o Santo de Israel.
8. E não atentará para os
altares, obra das suas mãos; nem olhará para o que fizeram seus dedos, para os
aserins e para os altares do incenso.
9. Naquele dia as suas cidades
fortificadas serão como os lugares abandonados no bosque ou sobre o cume das
montanhas, os quais foram abandonados ante os filhos de Israel; e haverá
assolação.
10. Porquanto te esqueceste do Deus da tua salvação, e não
te lembraste da rocha da tua fortaleza; por isso, ainda que faças plantações
deleitosas e ponhas nelas sarmentos de uma vide estranha,
11. e as
faças crescer no dia em que as plantares, e florescer na manhã desse dia, a
colheita voará no dia da tribulação e das dores insofríveis.
12. Ai do
bramido de muitos povos que bramam como o bramido dos mares; e do rugido das
nações que rugem como o rugido de impetuosas águas.
13. Rugem as
nações, como rugem as muitas águas; mas Deus as repreenderá, e elas fugirão para
longe; e serão afugentadas como a pragana dos montes diante do vento e como a
poeira num redemoinho diante do tufão.
14. Ao anoitecer, eis o terror!
e antes que amanheça eles já não existem. Esse é o quinhão daqueles que nos
despojam, e a sorte daqueles que nos saqueiam.
[Isaías 18]Isaías 18
1. Ai da terra do roçar das asas,
que está além dos rios da Etiópia;
2. que envia embaixadores por mar
em navios de junco sobre as águas, dizendo: Ide, mensageiros velozes, a um povo
de alta estatura e de tez luzidia, a um povo terrível desde o seu princípio, a
uma nação forte e vitoriosa, cuja terra os rios dividem!
3. Vede,
todos vós, habitantes do mundo, e vós os moradores da terra, quando se arvorar a
bandeira nos montes; e ouvi, quando se tocar a trombeta.
4. Pois assim
me disse o Senhor: estarei quieto, olhando desde a minha morada, como o ardor do
sol resplandecente, como a nuvem do orvalho no calor da sega.
5. Pois
antes da sega, quando acaba a flor e o gomo se torna uva prestes a amadurecer,
ele cortará com foices os sarmentos e tirará os ramos, e os lançará
fora.
6. Serão deixados juntos para as aves dos montes e os animais da
terra; e sobre eles veranearão as aves de rapina, e todos os animais da terra
invernarão sobre eles.
7. Naquele tempo será levado um presente ao
Senhor dos exércitos da parte dum povo alto e de tez luzidia, e dum povo
terrível desde o seu princípio, uma nação forte e vitoriosa, cuja terra os rios
dividem; um presente, sim, será levado ao lugar do nome do Senhor dos exércitos,
ao monte Sião.
[Isaías 19]Isaías
19
1. Profecia acerca do Egito. Eis que o Senhor vem
cavalgando numa nuvem ligeira, e entra no Egito; e os ídolos do Egito
estremecerão diante dele, e o coração dos egípcios se derreterá dentro de
si.
2. Incitarei egípcios contra egípcios; e cada um pelejará contra o
seu irmão, e cada um contra o seu próximo, cidade contra cidade, reino contra
reino.
3. E o espírito dos egípcios se esvaecerá dentro deles; eu
destruirei o seu conselho; e eles consultarão os seus ídolos, e encantadores, e
necromantes e feiticeiros.
4. Pelo que entregarei os egípcios nas mãos
de um senhor duro; e um rei rigoroso os dominará, diz o Senhor Deus dos
exércitos.
5. e as águas do Nilo minguarão, e o rio se esgotará e
secará.
6. Também os rios exalarão um fedor; diminuirão e secarão os
canais do Egito; as canas e os juncos murcharão.
7. Os prados junto ao
Nilo, ao longo das suas margens, sim, tudo o que foi semeado junto dele secará,
será arrancado, e deixará de existir.
8. E os pescadores gemerão, e
lamentarão todos os que lançam anzol ao Nilo, e desfalecerão os que estendem
rede sobre as águas.
9. Envergonhar-se-ão os que trabalham em linho
fino, e os que tecem pano branco.
10. E os que são as colunas do Egito
serão esmagados, e todos os que trabalham, por salário serão
entristecidos.
11. Na verdade estultos são os príncipes de Zoã; o
conselho dos mais sábios conselheiros de Faraó se embruteceu. Como pois a Faraó
direis: Sou filho de sábios, filho de reis antigos?
12. Onde estão
agora os teus sábios? anunciem-te agora, e te façam saber o que o Senhor dos
exércitos determinou contra o Egito.
13. Estultos tornaram-se os
príncipes de Zoã, enganados estão os príncipes de Mênfis; fizeram errar o Egito,
os que são a pedra de esquina das suas tribos.
14. O Senhor derramou
no meio deles um espírito de confusão; e eles fizeram errar o Egito em todas as
suas obras, como o bêbedo vai cambaleando no seu vômito.
15. E não
haverá para o Egito coisa alguma que possa fazer cabeça ou cauda, ramo ou
junco.
16. Naquele dia os egípcios serão como mulheres, e tremerão e
temerão por vibrar o Senhor dos exércitos a sua mão contra eles.
17. E
a terra de Judá será um espanto para o Egito; todo aquele a quem isso se
anunciar se assombrará, por causa do propósito que o Senhor dos exércitos
determinou contra eles.
18. Naquele dia haverá cinco cidades na terra
do Egito que falem a língua de Canaã e façam juramento ao Senhor dos exércitos.
Uma destas se chamará Cidade de destruição.
19. Naquele dia haverá um
altar dedicado ao Senhor no meio da terra do Egito, e uma coluna se erigirá ao
Senhor, na sua fronteira.
20. E servirá isso de sinal e de testemunho
ao Senhor dos exércitos na terra do Egito; quando clamarem ao Senhor por causa
dos opressores, ele lhes enviará um salvador, que os defenderá e os
livrará.
21. E o Senhor se dará a conhecer ao Egito e os egípcios
conhecerão ao Senhor naquele dia, e o adorarão com sacrifícios e ofertas, e
farão votos ao Senhor, e os cumprirão.
22. E ferirá o Senhor aos
egípcios; feri-los-á, mas também os curará; e eles se voltarão para o Senhor,
que ouvirá as súplicas deles e os curará.
23. Naquele dia haverá
estrada do Egito até a Assíria, e os assírios virão ao Egito, e os egípcios irão
à Assíria; e os egípcios adorarão com os assírios.
24. Naquele dia
Israel será o terceiro com os egípcios e os assírios, uma benção no meio da
terra;
25. porquanto o Senhor dos exércitos os tem abençoado, dizendo:
Bem-aventurado seja o Egito, meu povo, e a Assíria, obra de minhas mãos, e
Israel, minha herança.
[Isaías 20]Isaías
20
1. No ano em que Tartã, enviado por Sargão, rei da
Assíria, veio a Asdode, e guerreou contra Asdode, e a tomou;
2. falou
o Senhor, naquele tempo, por intermédio de Isaías, filho de Amoz, dizendo: Vai,
solta o cilício de teus lombos, e descalça os sapatos dos teus pés. E ele assim
o fez, andando nu e descalço.
3. Então disse o Senhor: Assim como o
meu servo Isaías andou três anos nu e descalço, por sinal e portento contra o
Egito e contra a Etiópia,
4. assim o rei da Assíria levará em
cativeiro os presos do Egito, e os exilados da Etiópia, tanto moços como velhos,
nus e descalços, e com as nádegas descobertas, para vergonha do
Egito.
5. E assombrar-se-ão, e envergonhar-se-ão por causa da Etiópia,
sua esperança, e do Egito, sua glória.
6. Então os moradores desta
região litorânea dirão naquele dia: Vede que tal é a nossa esperança, aquilo que
buscamos por socorro, para nos livrarmos do rei da Assíria! Como pois
escaparemos nós?
[Isaías 21]Isaías
21
1. Oráculo acerca do deserto do mar. Como os tufões
de vento do sul, que tudo assolam, aí vem do deserto, duma terra
horrível.
2. Dura visão me foi manifesta: o pérfido trata
perfidamente, e o destruidor anda destruindo. Sobe, ó Elão, sitia, ó Média; já
fiz cessar todo o seu gemido.
3. Pelo que os meus lombos estão cheios
de angústia; dores apoderaram-se de mim como as dores de mulher na hora do
parto; estou tão atribulado que não posso ouvir, e tão desfalecido que não posso
ver.
4. O meu coração se agita, o horror apavora-me; o crepúsculo, que
desejava, tem-se-me tornado em tremores.
5. Eles põem a mesa, estendem
os tapetes, comem, bebem. Levantai-vos, príncipes, e ungi o escudo.
6.
Porque assim me disse o Senhor: Vai, põe uma sentinela; e ela que diga o que
vir.
7. Quando vir uma tropa de cavaleiros de dois a dois, uma tropa
de jumentos, ou uma tropa de camelos, escute a sentinela atentamente com grande
cuidado.
8. Então clamou aquele que viu: Senhor, sobre a torre de
vigia estou em pé continuamente de dia, e de guarda me ponho todas as
noites.
9. E eis aqui agora vem uma tropa de homens, cavaleiros de
dois a dois. Então ele respondeu e disse: Caiu, caiu Babilônia; e todas as
imagens esculpidas de seus deuses são despedaçadas até o chão.
10. Ah,
malhada minha, e trigo da minha eira! o que ouvi do Senhor dos exércitos, Deus
de Israel, isso vos tenho anunciado.
11. Oráculo acerca de Dumá.
Alguém clama a mim de Seir: Guarda, que horas são da noite? guarda, que horas
são da noite?
12. Respondeu o guarda: Vem a manhã, e também a noite;
se quereis perguntar, perguntai; voltai, vinde.
13. Oráculo contra a
Arábia. Nos bosques da Arábia passareis a noite, ó caravanas de
dedanitas.
14. Saí com água ao encontro dos sedentos; ó moradores da
terra de Tema, saí com pão ao encontro dos fugitivos.
15. pois fogem
diante das espadas, diante da espada desembainhada, e diante do arco armado, e
diante da pressão da guerra.
16. porque assim me disse o Senhor:
Dentro de um ano, tal como os anos de jornaleiro, toda a glória de Quedar
esvaecerá.
17. e os restantes do número dos flecheiros, os valentes
dos filhos de Quedar, serão diminuídos; porque assim o disse o Senhor, Deus de
Israel.
[Isaías 22]Isaías 22
1.
Oráculo acerca do vale da visão. Que tens agora, pois que com todos os teus
subiste aos telhados?
2. e tu que estás cheia de clamor, cidade
turbulenta, cidade alegre; os teus mortos não são mortos à espada, nem mortos em
guerra.
3. Todos os teus homens principais juntamente fugiram, sem o
arco foram presos; todos os que em ti se acharam, foram presos juntamente,
embora tivessem fugido para longe.
4. Portanto digo: Desviai de mim a
vista, e chorarei amargamente; não vos canseis mais em consolar-me pela
destruição da filha do meu povo.
5. Porque dia de destroço, de
atropelamento, e de confusão é este da parte do Senhor Deus dos exércitos, no
vale da visão; um derrubar de muros, e um clamor até as montanhas.
6.
Elão tomou a aljava, juntamente com carros e cavaleiros, e Quir descobriu os
escudos.
7. Os teus mais formosos vales ficaram cheios de carros, e os
cavaleiros postaram-se contra as portas.
8. Tirou-se a cobertura de
Judá; e naquele dia olhaste para as armas da casa do bosque.
9. E
vistes que as brechas da cidade de Davi eram muitas; e ajuntastes as águas da
piscina de baixo;
10. e contastes as casas de Jerusalém, e derrubastes
as casas, para fortalecer os muros;
11. fizestes também um
reservatório entre os dois muros para as águas da piscina velha; mas não
olhastes para aquele que o tinha feito, nem considerastes o que o formou desde a
antiguidade.
12. O Senhor Deus dos exércitos vos convidou naquele dia
para chorar e prantear, para rapar a cabeça e cingir o cilício;
13.
mas eis aqui gozo e alegria; matam-se bois, degolam-se ovelhas, come-se carne,
bebe-se vinho, e se diz: Comamos e bebamos, porque amanhã
morreremos.
14. Mas o Senhor dos exércitos revelou-se aos meus
ouvidos, dizendo: Certamente esta maldade não se vos perdoará até que morrais,
diz o Senhor Deus dos exércitos.
15. Assim diz o Senhor Deus dos
exércitos: Anda, vai ter com esse administrador, Sebna, o mordomo, e
pergunta-lhe:
16. Que fazes aqui? ou que parente tens tu aqui, para
que cavasses aqui uma sepultura? Cavando em lugar alto a tua sepultura,
cinzelando na rocha morada para ti mesmo!
17. Eis que o Senhor te
arrojará violentamente, ó homem forte, e seguramente te prenderá.
18.
Certamente te enrolará como uma bola, e te lançará para um país espaçoso. Ali
morrerás, e ali irão os teus magníficos carros, ó tu, opróbrio da casa do teu
senhor.
19. E demitir-te-ei do teu posto; e da tua categoria serás
derrubado.
20. Naquele dia chamarei a meu servo Eliaquim, filho de
Hilquias,
21. e vesti-lo-ei da tua túnica, e cingi-lo-ei com o teu
cinto, e entregarei nas suas mãos o teu governo; e ele será como pai para os
moradores de Jerusalém, e para a casa de Judá.
22. Porei a chave da
casa de Davi sobre o seu ombro; ele abrirá, e ninguém fechará; fechará, e
ninguém abrirá.
23. E fixá-lo-ei como a um prego num lugar firme; e
será como um trono de honra para a casa de seu pai.
24. Nele, pois,
pendurarão toda a glória da casa de seu pai, a prole e a progênie, todos os
vasos menores, desde as taças até os jarros.
25. Naquele dia, diz o
Senhor dos exércitos, cederá o prego fincado em lugar firme; será cortado, e
cairá; e a carga que nele estava se desprenderá, porque o Senhor o
disse.
[Isaías 23]Isaías 23
1.
Oráculo acerca de Tiro. Uivai, navios de Társis, porque ela está desolada, a
ponto de não haver nela casa nem abrigo; desde a terra de Quitim lhes foi isso
revelado.
2. Calai-vos, moradores do litoral, vós a quem encheram os
mercadores de Sidom, navegando pelo mar.
3. Por sobre grandes águas
foi-lhe trazida a sua provisão, a semente de Sior, a ceifa do Nilo; e ela se
tornou a feira das nações.
4. Envergonha-te, ó Sidom; porque o mar
falou, a fortaleza do mar disse: Eu não tive dores de parto, nem dei à luz, nem
ainda criei mancebos, nem eduquei donzelas.
5. Quando a notícia chegar
ao Egito, assim haverá dores quando se ouvirem as notícias de Tiro.
6.
Passai a Társis; uivai, moradores do litoral.
7. É esta, porventura, a
vossa cidade alegre, cuja origem é dos dias antigos, cujos pés a levavam para
longe a peregrinar?
8. Quem formou este desígnio contra Tiro,
distribuidora de coroas, cujos mercadores eram príncipes e cujos negociantes
eram os mais nobres da terra?
9. O Senhor dos exércitos formou este
desígnio para denegrir a soberba de toda a glória, e para reduzir à ignomínia os
ilustres da terra.
10. Inunda como o Nilo a tua terra, ó filha de
Társis; já não há mais o que te refreie.
11. Ele estendeu a sua mão
sobre o mar, e abalou os reinos; o Senhor deu mandado contra Canaã, para
destruir as suas fortalezas.
12. E disse: Não continuarás mais a te
regozijar, ó oprimida donzela, filha de Sidom; levanta-te, passa a Chipre, e
ainda ali não terás descanso.
13. Eis a terra dos caldeus! este é o
povo, não foi a Assíria. Destinou a Tiro para as feras do deserto; levantaram as
suas torres de sítio; derrubaram os palácios dela; a ruínas a
reduziu.
14. Uivai, navios de Társis; porque está desolada a vossa
fortaleza.
15. Naquele dia Tiro será posta em esquecimento por setenta
anos, conforme os dias dum rei; mas depois de findos os setenta anos, sucederá a
Tiro como se diz na canção da prostituta.
16. Toma a harpa, rodeia a
cidade, ó prostituta, entregue ao esquecimento; toca bem, canta muitos cânticos,
para que haja memória de ti.
17. No fim de setenta anos o Senhor
visitará a Tiro, e ela tornará à sua ganância de prostituta, e fornicará com
todos os reinos que há sobre a face da terra.
18. E será consagrado ao
Senhor o seu comércio e a sua ganância de prostituta; não se entesourará, nem se
guardará; mas o seu comércio será para os que habitam perante o Senhor, para que
comam suficientemente; e tenham vestimenta esplêndida.
[Isaías 24]Isaías 24
1. Eis que o Senhor esvazia a
terra e a desola, transtorna a sua superfície e dispersa os seus
moradores.
2. E o que suceder ao povo, sucederá ao sacerdote; ao
servo, como ao seu senhor; à serva, como à sua senhora; ao comprador, como ao
vendedor; ao que empresta, como ao que toma emprestado; ao que recebe usura,
como ao que paga usura.
3. De todo se esvaziará a terra, e de todo
será saqueada, porque o Senhor pronunciou esta palavra.
4. A terra
pranteia e se murcha; o mundo enfraquece e se murcha; enfraquecem os mais altos
do povo da terra.
5. Na verdade a terra está contaminada debaixo dos
seus habitantes; porquanto transgridem as leis, mudam os estatutos, e quebram o
pacto eterno.
6. Por isso a maldição devora a terra, e os que habitam
nela sofrem por serem culpados; por isso são queimados os seus habitantes, e
poucos homens restam.
7. Pranteia o mosto, enfraquece a vide, e
suspiram todos os que eram alegres de coração.
8. Cessa o folguedo dos
tamboris, acaba a algazarra dos jubilantes, cessa a alegria da
harpa.
9. Já não bebem vinho ao som das canções; a bebida forte é
amarga para os que a bebem.
10. Demolida está a cidade desordeira;
todas as casas estão fechadas, de modo que ninguém pode entrar.
11. Há
lastimoso clamor nas ruas por falta do vinho; toda a alegria se escureceu, já se
foi o prazer da terra.
12. Na cidade só resta a desolação, e a porta
está reduzida a ruínas.
13. Pois será no meio da terra, entre os
povos, como a sacudidura da oliveira, e como os rabiscos, quando está acabada a
vindima.
14. Estes alçarão a sua voz, bradando de alegria; por causa
da majestade do Senhor clamarão desde o mar.
15. Por isso glorificai
ao Senhor no Oriente, e na região litorânea do mar ao nome do Senhor Deus de
Israel.
16. Dos confins da terra ouvimos cantar: Glória ao Justo. Mas
eu digo: Emagreço, emagreço, ai de mim! os pérfidos tratam perfidamente; sim, os
pérfidos tratam muito perfidamente.
17. O pavor, e a cova, e o laço
vêm sobre ti, ó morador da terra.
18. Aquele que fugir da voz do pavor
cairá na cova, e o que subir da cova o laço o prenderá; porque as janelas do
alto se abriram, e os fundamentos da terra tremem.
19. A terra está de
todo quebrantada, a terra está de todo fendida, a terra está de todo
abalada.
20. A terra cambaleia como o ébrio, e balanceia como a rede
de dormir; e a sua transgressão se torna pesada sobre ela, e ela cai, e nunca
mais se levantará.
21. Naquele dia o Senhor castigará os exércitos do
alto nas alturas, e os reis da terra sobre a terra.
22. E serão
ajuntados como presos numa cova, e serão encerrados num cárcere; e serão punidos
depois de muitos dias.
23. Então a lua se confundirá, e o sol se
envergonhará, pois o Senhor dos exércitos reinará no monte Sião e em Jerusalém;
e perante os seus anciãos manifestará a sua glória.
[Isaías 25]Isaías 25
1. Ó Senhor, tu és o meu Deus;
exaltar-te-ei a ti, e louvarei o teu nome; porque fizeste maravilhas, os teus
conselhos antigos, em fidelidade e em verdade.
2. Porque da cidade
fizeste um montão, e da cidade fortificada uma ruína, e do paço dos estranhos,
que não seja mais cidade; e ela jamais se tornará a edificar.
3. Pelo
que te glorificará um povo poderoso; e a cidade das nações formidáveis te
temerá:
4. Porque tens sido a fortaleza do pobre, a fortaleza do
necessitado na sua angústia, refúgio contra a tempestade, e sombra contra o
calor, pois o assopro dos violentos é como a tempestade contra o
muro.
5. Como o calor em lugar seco, tu abaterás o tumulto dos
estranhos; como se abranda o calor pela sombra da espessa nuvem, assim acabará o
cântico dos violentos.
6. E o Senhor dos exércitos dará neste monte a
todos os povos um banquete de coisas gordurosas, banquete de vinhos puros, de
coisas gordurosas feitas de tutanos, e de vinhos puros, bem
purificados.
7. E destruirá neste monte a coberta que cobre todos os
povos, e o véu que está posto sobre todas as nações.
8. Aniquilará a
morte para sempre, e assim enxugará o Senhor Deus as lágrimas de todos os
rostos, e tirará de toda a terra o opróbrio do seu povo; porque o Senhor o
disse.
9. E naquele dia se dirá: Eis que este é o nosso Deus; por ele
temos esperado, para que nos salve. Este é o Senhor; por ele temos esperado; na
sua salvação gozaremos e nos alegraremos.
10. Porque a mão do Senhor
repousará neste monte; e Moabe será trilhado no seu lugar, assim como se trilha
a palha na água do monturo.
11. E estenderá as suas mãos no meio
disso, assim como as estende o nadador para nadar; mas o Senhor abaterá a sua
altivez juntamente com a perícia das suas mãos.
12. E abaixará as
altas fortalezas dos teus muros; abatê-las-á e derrubá-las-á por terra até o
pó.
[Isaías 26]Isaías 26
1.
Naquele dia se entoará este cântico na terra de Judá: uma cidade forte temos, a
que Deus pôs a salvação por muros e antemuros.
2. Abri as portas, para
que entre nela a nação justa, que observa a verdade.
3. Tu conservarás
em paz aquele cuja mente está firme em ti; porque ele confia em ti.
4.
Confiai sempre no Senhor; porque o Senhor Deus é uma rocha eterna.
5.
porque ele tem derrubado os que habitam no alto, na cidade elevada; abate-a,
abate-a até o chão; e a reduz até o pó.
6. Pisam-na os pés, os pés dos
pobres, e os passos dos necessitados.
7. O caminho do justo é plano;
tu, que és reto, nivelas a sua vereda.
8. No caminho dos teus juízos,
Senhor, temos esperado por ti; no teu nome e na tua memória está o desejo da
nossa alma.
9. Minha alma te deseja de noite; sim, o meu espírito,
dentro de mim, diligentemente te busca; porque, quando os teus juízos estão na
terra, os moradores do mundo aprendem justiça.
10. Ainda que se mostre
favor ao ímpio, ele não aprende a justiça; até na terra da retidão ele pratica a
iniqüidade, e não atenta para a majestade do Senhor.
11. Senhor, a tua
mão está levantada, contudo eles não a vêem; vê-la-ão, porém, e confundir-se-ão
por causa do zelo que tens do teu povo; e o fogo reservado para os teus
adversários os devorará.
12. Senhor, tu hás de estabelecer para nós a
paz; pois tu fizeste para nós todas as nossas obras.
13. Ó Senhor Deus
nosso, outros senhores além de ti têm tido o domínio sobre nós; mas, por ti só,
nos lembramos do teu nome.
14. Os falecidos não tornarão a viver; os
mortos não ressuscitarão; por isso os visitaste e destruíste, e fizeste perecer
toda a sua memória.
15. Tu, Senhor, aumentaste a nação; aumentaste a
nação e te fizeste glorioso; alargaste todos os confins da terra.
16.
Senhor, na angústia te buscaram; quando lhes sobreveio a tua correção,
derramaram-se em oração.
17. Como a mulher grávida, quando está
próxima a sua hora, tem dores de parto e dá gritos nas suas dores, assim fomos
nós diante de ti, ó Senhor!
18. Concebemos nós, e tivemos dores de
parto, mas isso foi como se tivéssemos dado à luz o vento; livramento não
trouxemos à terra; nem nasceram moradores do mundo.
19. Os teus mortos
viverão, os seus corpos ressuscitarão; despertai e exultai, vós que habitais no
pó; porque o teu orvalho é orvalho de luz, e sobre a terra das sombras fá-lo-ás
cair.
20. Vem, povo meu, entra nas tuas câmaras, e fecha as tuas
portas sobre ti; esconde-te só por um momento, até que passe a
indignação.
21. Pois eis que o Senhor está saindo do seu lugar para
castigar os moradores da terra por causa da sua iniqüidade; e a terra descobrirá
o seu sangue, e não encobrirá mais os seus mortos.
[Isaías 27]Isaías 27
1. Naquele dia o Senhor castigará
com a sua dura espada, grande e forte, o leviatã, a serpente fugitiva, e o
leviatã, a serpente tortuosa; e matará o dragão, que está no mar.
2.
Naquele dia haverá uma vinha deliciosa; cantai a seu respeito.
3. Eu,
o Senhor, a guardo, e a cada momento a regarei; para que ninguém lhe faça dano,
de noite e de dia a guardarei.
4. Não há indignação em mim; oxalá que
fossem ordenados diante de mim em guerra sarças e espinheiros! eu marcharia
contra eles e juntamente os queimaria.
5. Ou, então, busquem o meu
refúgio, e façai, paz comigo; sim, façam paz comigo.
6. Dias virão em
que Jacó lançará raízes; Israel florescerá e brotará; e eles encherão de fruto a
face do mundo.
7. Porventura feriu-os o Senhor como feriu aos que os
feriram? ou matou-os ele assim como matou aos que por eles foram
mortos?
8. Com medida contendeste com eles, quando os rejeitaste; ele
a removeu com o seu vento forte, no tempo do vento leste.
9. Por isso
se expiará a iniqüidade de Jacó; e este será todo o fruto da remoção do seu
pecado: ele fará todas as pedras do altar como pedras de cal feitas em pedaços,
de modo que os aserins e as imagens do sol não poderão ser mais
levantados.
10. porque a cidade fortificada está solitária, uma
habitação rejeitada e abandonada como um deserto; ali pastarão os bezerros, ali
também se deitarão e devorarão os seus ramos.
11. Quando os seus ramos
se secam, são quebrados; vêm as mulheres e lhes ateiam fogo; porque este povo
não é povo de entendimento; por isso aquele que o fez não se compadecerá dele, e
aquele que o formou não lhe mostrará nenhum favor.
12. Naquele dia o
Senhor padejará o seu trigo desde as correntes do Rio, até o ribeiro do Egito; e
vós, ó filhos de Israel, sereis colhidos um a um.
13. E naquele dia se
tocará uma grande trombeta; e os que andavam perdidos pela terra da Assíria, e
os que foram desterrados para a terra do Egito tornarão a vir; e adorarão ao
Senhor no monte santo em Jerusalém.
[Isaías 28]Isaías
28
1. Ai da vaidosa coroa dos bêbedos de Efraim, e da
flor murchada do seu glorioso ornamento, que está sobre a cabeça do fértil vale
dos vencidos do vinho.
2. Eis que o Senhor tem um valente e poderoso;
como tempestade de saraiva, tormenta destruidora, como tempestade de impetuosas
águas que transbordam, ele a derrubará violentamente por terra.
3. A
vaidosa coroa dos bêbedos de Efraim será pisada aos pés;
4. e a flor
murchada do seu glorioso ornamento, que está sobre a cabeça do fértil vale, será
como figo que amadurece antes do verão, que, vendo-o alguém, e mal tomando-o na
mão, o engole.
5. Naquele dia o Senhor dos exércitos será por coroa de
glória e diadema de formosura para o restante de seu povo;
6. e por
espírito de juízo para o que se assenta a julgar, e por fortaleza para os que
fazem recuar a peleja até a porta.
7. Mas também estes cambaleiam por
causa do vinho, e com a bebida forte se desencaminham; até o sacerdote e o
profeta cambaleiam por causa da bebida forte, estão tontos do vinho,
desencaminham-se por causa da bebida forte; erram na visão, e tropeçam no
juizo.
8. Pois todas as suas mesas estão cheias de vômitos e de
sujidade, e não há lugar que esteja limpo.
9. Ora, a quem ensinará ele
o conhecimento? e a quem fará entender a mensagem? aos desmamados, e aos
arrancados dos seios?
10. Pois é preceito sobre preceito, preceito
sobre preceito; regra sobre regra, regra sobre regra; um pouco aqui, um pouco
ali.
11. Na verdade por lábios estranhos e por outra língua falará a
este povo;
12. ao qual disse: Este é o descanso, dai descanso ao
cansado; e este é o refrigério; mas não quiseram ouvir.
13. Assim pois
a palavra do Senhor lhes será preceito sobre preceito, preceito sobre preceito;
regra sobre regra, regra sobre regra; um pouco aqui, um pouco ali; para que vão,
e caiam para trás, e fiquem quebrantados, enlaçados, e presos.
14.
Ouvi, pois, a palavra do Senhor, homens escarnecedores, que dominais este povo
que está em Jerusalém.
15. Porquanto dizeis: Fizemos pacto com a
morte, e com o Seol fizemos aliança; quando passar o flagelo trasbordante, não
chegará a nós; porque fizemos da mentira o nosso refúgio, e debaixo da falsidade
nos escondemos.
16. Portanto assim diz o Senhor Deus: Eis que ponho em
Sião como alicerce uma pedra, uma pedra provada, pedra preciosa de esquina, de
firme fundamento; aquele que crer não se apressará.
17. E farei o
juízo a linha para medir, e a justiça o prumo; e a saraiva varrerá o refúgio da
mentira, e as águas inundarão o esconderijo.
18. E o vosso pacto com a
morte será anulado; e a vossa aliança com o Seol não subsistirá; e, quando
passar o flagelo trasbordante, sereis abatidos por ele.
19. Todas as
vezes que passar, vos arrebatará; porque de manhã em manhã passará, de dia e de
noite; e será motivo de terror o só ouvir tal notícia.
20. Pois a cama
é tão curta que nela ninguém se pode estender; e o cobertor tão estreito que com
ele ninguém se pode cobrir.
21. Porque o Senhor se levantará como no
monte Perazim, e se irará como no vale de Gibeão, para realizar a sua obra, a
sua estranha obra, e para executar o seu ato, o seu estranho ato.
22.
Agora, pois, não sejais escarnecedores, para que os vossos grilhões não se façam
mais fortes; porque da parte do Senhor Deus dos exércitos ouvi um decreto de
destruição completa e decisiva, sobre toda terra.
23. Inclinai os
ouvidos, e ouvi a minha voz; escutai, e ouvi o meu discurso.
24.
Porventura lavra continuamente o lavrador, para semear? ou está sempre abrindo e
esterroando a sua terra?
25. Não é antes assim: quando já tem nivelado
a sua superfície, não espalha a nigela, não semeia o cominho, não lança nela o
trigo em leiras, ou cevada no lugar determinado, ou a espelta na
margem?
26. Pois o seu Deus o instrui devidamente e o
ensina.
27. Porque a nigela não se trilha com instrumento de trilhar,
nem sobre o cominho passa a roda de carro; mas a nigela é debulhada com uma
vara, e o cominho com um pau.
28. Acaso é esmiuçado o trigo? não; não
se trilha continuamente, nem se esmiúça com as rodas do seu carro e os seus
cavalos; não se esmiúça.
29. Até isso procede do Senhor dos exércitos,
que é maravilhoso em conselho e grande em obra.
[Isaías 29]Isaías 29
1. Ah! Ariel, Ariel, cidade onde
Davi acampou! Acrescentai ano a ano; completem as festas o seu
ciclo.
2. Então porei Ariel em aperto, e haverá pranto e lamentação; e
ela será para mim como Ariel.
3. Acamparei contra ti em redor, e te
sitiarei com baluartes, e levantarei tranqueiras contra ti.
4. Então
serás abatida, falarás de debaixo da terra, e a tua fala desde o pó sairá fraca;
e será a tua voz debaixo da terra, como a dum necromante, e a tua fala assobiará
desde o pó.
5. E a multidão dos teus inimigos será como o pó miúdo, e
a multidão dos terríveis como a pragana que passa; e isso acontecerá num
momento, repentinamente.
6. Da parte do Senhor dos exércitos será ela
visitada com trovões, e com terremotos, e grande ruído, como tufão, e
tempestade, e labareda de fogo consumidor.
7. E como o sonho e uma
visão de noite será a multidão de todas as nações que hão de pelejar contra
Ariel, sim a multidão de todos os que pelejarem contra ela e contra a sua
fortaleza e a puserem em aperto.
8. Será também como o faminto que
sonha que está a comer, mas, acordando, sente-se vazio; ou como o sedento que
sonha que está a beber, mas, acordando, desfalecido se acha, e ainda com sede;
assim será a multidão de todas as nações que pelejarem contra o monte
Sião.
9. Pasmai, e maravilhai-vos; cegai-vos e ficai cegos; bêbedos
estão, mas não de vinho, andam cambaleando, mas não de bebida
forte.
10. Porque o Senhor derramou sobre vós um espírito de profundo
sono, e fechou os vossos olhos, os profetas; e vendou as vossas cabeças, os
videntes.
11. Pelo que toda visão vos é como as palavras dum livro
selado que se dá ao que sabe ler, dizendo: Ora lê isto; e ele responde: Não
posso, porque está selado.
12. Ou dá-se o livro ao que não sabe ler,
dizendo: Ora lê isto; e ele responde: Não sei ler.
13. Por isso o
Senhor disse: Pois que este povo se aproxima de mim, e com a sua boca e com os
seus lábios me honra, mas tem afastado para longe de mim o seu coração, e o seu
temor para comigo consiste em mandamentos de homens, aprendidos de
cor;
14. portanto eis que continuarei a fazer uma obra maravilhosa com
este povo, sim uma obra maravilhosa e um assombro; e a sabedoria dos seus sábios
perecerá, e o entendimento dos seus entendidos se esconderá.
15. Ai
dos que escondem profundamente o seu propósito do Senhor, e fazem as suas obras
às escuras, e dizem: Quem nos vê? e quem nos conhece?
16. Vós tudo
perverteis! Acaso o oleiro há de ser reputado como barro, de modo que a obra
diga do seu artífice: Ele não me fez; e o vaso formado diga de quem o formou:
Ele não tem entendimento?
17. Porventura dentro ainda de muito pouco
tempo não se converterá o Líbano em campo fértil? e o campo fértil não se
reputará por um bosque?
18. Naquele dia os surdos ouvirão as palavras
do livro, e dentre a escuridão e dentre as trevas os olhos dos cegos a
verão.
19. E os mansos terão cada vez mais gozo no Senhor, e os pobres
dentre os homens se alegrarão no santo de Israel.
20. Porque o
opressor é reduzido a nada, e não existe mais o escarnecedor, e todos os que se
dão à iniqüidade são desarraigados;
21. os que fazem por culpado o
homem numa causa, os que armam laços ao que repreende na porta, e os que por um
nada desviam o justo.
22. Portanto o Senhor, que remiu a Abraão, assim
diz acerca da casa de Jacó: Jacó não será agora envergonhado, nem agora se
descorará a sua face.
23. Mas quando virem seus filhos a obra das
minhas mãos no meio deles, santificarão o meu nome; sim santificarão ao Santo de
Jacó, e temerão ao Deus de Israel.
24. E os errados de espírito virão
a ter entendimento, e os murmuradores aprenderão instrução.
[Isaías
30]Isaías 30
1. Ai dos filhos
rebeldes, diz o Senhor, que tomam conselho, mas não de mim; e que fazem aliança,
mas não pelo meu espírito, para acrescentarem pecado a pecado;
2. que
se põem a caminho para descer ao Egito, sem pedirem o meu conselho; para se
fortificarem com a força de Faraó, e para confiarem na sombra do
Egito!
3. Portanto, a força de Faraó se vos tornará em vergonha, e a
confiança na sombra do Egito em confusão.
4. Pois embora os seus
oficiais estejam em Zoã, e os seus embaixadores cheguem a Hanes,
5.
eles se envergonharão de um povo que de nada lhes servirá, nem de ajuda, nem de
proveito, porém de vergonha como também de opróbrio.
6. Oráculo contra
a Besta do Sul. Através da terra de aflição e de angústia, de onde vem a leoa e
o leão, o basilisco, a áspide e a serpente voadora, levam às costas de
jumentinhos as suas riquezas, e sobre as corcovas de camelos os seus tesouros, a
um povo que de nada lhes aproveitará.
7. Pois o Egito os ajuda em vão,
e para nenhum fim; pelo que lhe tenho chamado Raabe que não se
move.
8. Vai pois agora, escreve isso numa tábua perante eles,
registra-o num livro; para que fique como testemunho para o tempo vindouro, para
sempre.
9. Pois este é um povo rebelde, filhos mentirosos, filhos que
não querem ouvir a lei do Senhor;
10. que dizem aos videntes: Não
vejais; e aos profetas: Não profetizeis para nós o que é reto; dizei-nos coisas
aprazíveis, e profetizai-nos ilusões;
11. desviai-vos do caminho,
apartai-vos da vereda; fazei que o Santo de Israel deixe de estar perante
nós.
12. Pelo que assim diz o Santo de Israel: Visto como rejeitais
esta palavra, e confiais na opressão e na perversidade, e sobre elas vos
estribais,
13. por isso esta maldade vos será como brecha que, prestes
a cair, já forma barriga num alto muro, cuja queda virá subitamente, num
momento.
14. E ele o quebrará como se quebra o vaso do oleiro,
despedaçando-o por completo, de modo que não se achará entre os seus pedaços um
caco que sirva para tomar fogo da lareira, ou tirar água da poça.
15.
Pois assim diz o Senhor Deus, o Santo de Israel: Voltando e descansando, sereis
salvos; no sossego e na confiança estará a vossa força. Mas não
quisestes;
16. antes dissestes: Não; porém sobre cavalos fugiremos;
portanto fugireis; e: Sobre cavalos ligeiros cavalgaremos; portanto hão de ser
ligeiros os vossos perseguidores.
17. Pela ameaça de um só fugirão
mil; e pela ameaça de cinco vós fugireis; até que fiqueis como o mastro no cume
do monte, e como o estandarte sobre o outeiro.
18. Por isso o Senhor
esperará, para ter misericórdia de vós; e por isso se levantará, para se
compadecer de vós; porque o Senhor é um Deus de eqüidade; bem-aventurados todos
os que por ele esperam.
19. Na verdade o povo habitará em Sião, em
Jerusalém; não chorarás mais; certamente se compadecerá de ti, à voz do teu
clamor; e, ouvindo-a, te responderá.
20. Embora vos dê o Senhor pão de
angústia e água de aperto, contudo não se esconderão mais os teus mestres; antes
os teus olhos os verão;
21. e os teus ouvidos ouvirão a palavra do que
está por detrás de ti, dizendo: Este é o caminho, andai nele; quando vos
desviardes para a direita ou para a esquerda.
22. E contaminareis a
cobertura de prata das tuas imagens esculpidas, e o revestimento de ouro das
tuas imagens fundidas; e as lançarás fora como coisa imunda; e lhes dirás: Fora
daqui.
23. Então ele te dará chuva para a tua semente, com que
semeares a terra, e trigo como produto da terra, o qual será pingue e abundante.
Naquele dia o teu gado pastará em largos pastos.
24. Os bois e os
jumentinhos que lavram a terra, comerão forragem com sal, que terá sido padejada
com a pá e com o forcado,
25. Sobre todo monte alto, e todo outeiro
elevado haverá ribeiros e correntes de águas, no dia da grande matança, quando
caírem as torres.
26. E a luz da lua será como a luz do sol, e a luz
do sol sete vezes maior, como a luz de sete dias, no dia em que o Senhor atar a
contusão do seu povo, e curar a chaga da sua ferida.
27. Eis que o
nome do Senhor vem de longe ardendo na sua ira, e com densa nuvem de fumaça; os
seus lábios estão cheios de indignação, e a sua língua é como um fogo
consumidor;
28. e a sua respiração é como o ribeiro transbordante, que
chega até o pescoço, para peneirar as nações com peneira de destruição; e um
freio de fazer errar estará nas queixadas dos povos.
29. um cântico
haverá entre vós, como na noite em que se celebra uma festa santa; e alegria de
coração, como a daquele que sai ao som da flauta para vir ao monte do Senhor, à
Rocha de Israel.
30. O Senhor fará ouvir a sua voz majestosa, e
mostrará a descida do seu braço, na indignação da sua ira, e a labareda dum fogo
consumidor, e tempestade forte, e dilúvio e pedra de saraiva.
31. Com
a voz do Senhor será desfeita em pedaços a Assíria, quando ele a ferir com a
vara.
32. E a cada golpe do bordão de castigo, que o Senhor lhe der,
haverá tamboris e harpas; e com combates de brandimento combaterá contra
eles.
33. Porque uma fogueira está, de há muito, preparada; sim, está
preparada para o rei; fez-se profunda e larga; a sua pira é fogo, e tem muita
lenha; o assopro do Senhor como torrente de enxofre a acende.
[Isaías
31]Isaías 31
1. Ai dos que descem ao
Egito a buscar socorro, e se estribam em cavalos, e têm confiança em carros, por
serem muitos, e nos cavaleiros, por serem muito fortes; e não atentam para o
Santo de Israel, e não buscam ao Senhor.
2. Todavia também ele é
sábio, e fará vir o mal, e não retirará as suas palavras; mas levantar-se-á
contra a casa dos malfeitores, e contra a ajuda dos que praticam a
iniqüidade.
3. Ora os egípcios são homens, e não Deus; e os seus
cavalos carne, e não espírito; e quando o Senhor estender a sua mão, tanto
tropeçará quem dá auxílio, como cairá quem recebe auxílio, e todos juntamente
serão consumidos.
4. Pois assim me diz o Senhor: Como o leão e o
cachorro do leão rugem sobre a sua presa, e quando se convoca contra eles uma
multidão de pastores não se espantam das suas vozes, nem se abstêm pelo seu
alarido, assim o Senhor dos exércitos descerá, para pelejar sobre o monte Sião,
e sobre o seu outeiro.
5. Como aves quando adejam, assim o Senhor dos
exércitos protegerá a Jerusalém; ele a protegerá e a livrará, e, passando, a
salvará.
6. Voltai-vos, filhos de Israel, para aquele contra quem vos
tendes profundamente rebelado.
7. Pois naquele dia cada um lançará
fora os seus ídolos de prata, e os seus ídolos de ouro, que vos fabricaram as
vossas mãos para pecardes.
8. E o assírio cairá pela espada, não de
varão; e a espada, não de homem, o consumirá; e fugirá perante a espada, e os
seus mancebos serão sujeitos a trabalhos forçados.
9. A sua rocha
passará de medo, e os seus oficiais em pânico desertarão da bandeira, diz o
Senhor, cujo fogo está em Sião e em Jerusalém sua fornalha.
[Isaías
32]Isaías 32
1. Eis que reinará um rei
com justiça, e com retidão governarão príncipes.
2. um varão servirá
de abrigo contra o vento, e um refúgio contra a tempestade, como ribeiros de
águas em lugares secos, e como a sombra duma grande penha em terra
sedenta.
3. Os olhos dos que vêem não se ofuscarão, e os ouvidos dos
que ouvem escutarão.
4. O coração dos imprudentes entenderá o
conhecimento, e a língua dos gagos estará pronta para falar
distintamente.
5. Ao tolo nunca mais se chamará nobre, e do avarento
nunca mais se dirá que é generoso.
6. Pois o tolo fala tolices, e o
seu coração trama iniqüidade, para cometer profanação e proferir mentiras contra
o Senhor, para deixar com fome o faminto e fazer faltar a bebida ao
sedento.
7. Também as maquinações do fraudulento são más; ele maquina
invenções malignas para destruir os mansos com palavras falsas, mesmo quando o
pobre fala o que é reto.
8. Mas o nobre projeta coisas nobres; e nas
coisas nobres persistirá.
9. Levantai-vos, mulheres que estais
sossegadas e ouvi a minha voz; e vós, filhas, que estais , tão seguras, inclinai
os ouvidos às minhas palavras.
10. Num ano e dias vireis a ser
perturbadas, ó mulheres que tão seguras estais; pois a vindima falhará, e a
colheita não virá.
11. Tremei, mulheres que estais sossegadas, e
turbai-vos, vós que estais tão seguras; despi-vos e ponde-vos nuas, e cingi com
saco os vossos lombos.
12. Batei nos peitos pelos campos aprazíveis, e
pela vinha frutífera;
13. pela terra do meu povo, que produz
espinheiros e sarças, e por todas as casas de alegria, na cidade
jubilosa.
14. Porque o palácio será abandonado, a cidade populosa
ficará deserta; e o outeiro e a torre da guarda servirão de cavernas para
sempre, para alegria dos asnos monteses, e para pasto dos
rebanhos;
15. até que se derrame sobre nós o espírito lá do alto, e o
deserto se torne em campo fértil, e o campo fértil seja reputado por um
bosque.
16. Então o juízo habitará no deserto, e a justiça morará no
campo fértil.
17. E a obra da justiça será paz; e o efeito da justiça
será sossego e segurança para sempre.
18. O meu povo habitará em
morada de paz, em moradas bem seguras, e em lugares quietos de
descanso.
19. Mas haverá saraiva quando cair o bosque; e a cidade será
inteiramente abatida.
20. Bem-aventurados sois vós os que semeais
junto a todas as águas, que deixais livres os pés do boi e do
jumento.
[Isaías 33]Isaías
33
1. Ai de ti que despojas, e que não foste despojado;
e que procedes perfidamente, e que não foste tratado perfidamente! quando
acabares de destruir, serás destruído; e, quando acabares de tratar
perfidamente, perfidamente te tratarão.
2. Ó Senhor, tem misericórdia
de nós; por ti temos esperado. Sê tu o nosso braço cada manhã, como também a
nossa salvação no tempo da tribulação.
3. Ao ruído do tumulto fogem os
povos; à tua exaltação as nações são dispersas.
4. Então ajuntar-se-á
o vosso despojo como ajunta a lagarta; como os gafanhotos saltam, assim sobre
ele saltarão os homens.
5. O Senhor é exalçado, pois habita nas
alturas; encheu a Sião de retidão e justiça.
6. Será ele a
estabilidade dos teus tempos, abundância de salvação, sabedoria, e conhecimento;
e o temor do Senhor é o seu tesouro.
7. Eis que os valentes estão
clamando de fora; e os embaixadores da paz estão chorando
amargamente.
8. As estradas estão desoladas, cessam os que passam
pelas veredas; alianças se rompem, testemunhas se desprezam, e não se faz caso
dos homens.
9. A terra pranteia, desfalece; o Líbano se envergonha e
se murcha; Sarom se tornou como um deserto; Basã e Carmelo ficam despidos de
folhas.
10. Agora me levantarei, diz o Senhor; agora me erguerei;
agora serei exaltado.
11. Concebeis palha, produzis restolho; e o
vosso fôlego é um fogo que vos devorará.
12. E os povos serão como as
queimas de cal, como espinhos cortados que são queimados no fogo.
13.
Ouvi, vós os que estais longe, o que tenho feito; e vós, que estais vizinhos,
reconhecei o meu poder.
14. Os pecadores de Sião se assombraram; o
tremor apoderou-se dos ímpios. Quem dentre nós pode habitar com o fogo
consumidor? quem dentre nós pode habitar com as labaredas eternas?
15.
Aquele que anda em justiça, e fala com retidão; aquele que rejeita o ganho da
opressão; que sacode as mãos para não receber peitas; o que tapa os ouvidos para
não ouvir falar do derramamento de sangue, e fecha os olhos para não ver o
mal;
16. este habitará nas alturas; as fortalezas das rochas serão o
seu alto refúgio; dar-se-lhe-á o seu pão; as suas águas serão
certas.
17. Os teus olhos verão o rei na sua formosura, e verão a
terra que se estende em amplidão.
18. O teu coração meditará no
terror, dizendo: Onde está aquele que serviu de escrivão? onde está o que pesou
o tributo? onde está o que contou as torres?
19. Não verás mais aquele
povo feroz, povo de fala obscura, que não se pode compreender, e de língua tão
estranha que não se pode entender.
20. Olha para Sião, a cidade das
nossas festas solenes; os teus olhos verão a Jerusalém, habitação quieta, tenda
que não será removida, cujas estacas nunca serão arrancadas, e das suas cordas
nenhuma se quebrará.
21. Mas o Senhor ali estará conosco em majestade,
nesse lugar de largos rios e correntes, no qual não entrará barco de remo, nem
por ele passará navio grande.
22. Porque o Senhor é o nosso juiz; o
Senhor é nosso legislador; o Senhor é o nosso rei; ele nos
salvará.
23. As tuas cordas ficaram frouxas; elas não puderam ter
firme o seu mastro, nem servir para estender a vela; então a presa de abundantes
despojos se repartirá; e ate os coxos participarão da presa.
24. E
morador nenhum dirá: Enfermo estou; o povo que nela habitar será perdoado da sua
iniqüidade.
[Isaías 34]Isaías
34
1. Chegai-vos, nações, para ouvir, e vós, povos,
escutai; ouça a terra, e a sua plenitude, o mundo e tudo quanto ele
produz.
2. Porque a indignação do Senhor está sobre todas as nações, e
o seu furor sobre todo o exército delas; ele determinou a sua destruição,
entregou-as à matança.
3. E os seus mortos serão arrojados, e dos seus
cadáveres subirá o mau cheiro; e com o seu sangue os montes se
derreterão.
4. E todo o exército dos céus se dissolverá, e o céu se
enrolará como um livro; e todo o seu exército desvanecerá, como desvanece a
folha da vide e da figueira.
5. Pois a minha espada se embriagou no
céu; eis que sobre Edom descerá, e sobre o povo do meu anátema, para exercer
juízo.
6. A espada do Senhor está cheia de sangue, está cheia de
gordura, de sangue de cordeiros e de bodes, da gordura dos rins de carneiros;
porque o Senhor tem sacrifício em Bozra, e grande matança na terra de
Edom.
7. E os bois selvagens cairão com eles, e os novilhos com os
touros; e a sua terra embriagar-se-á de sangue, e o seu pó se engrossará de
gordura.
8. Pois o Senhor tem um dia de vingança, um ano de
retribuições pela causa de Sião.
9. E os ribeiros de Edom
transformar-se-ão em pez, e o seu solo em enxofre, e a sua terra tornar-se-á em
pez ardente.
10. Nem de noite nem de dia se apagará; para sempre a sua
fumaça subirá; de geração em geração será assolada; pelos séculos dos séculos
ninguém passará por ela.
11. Mas o pelicano e o ouriço a possuirão; a
coruja e o corvo nela habitarão; e ele estenderá sobre ela o cordel de confusão
e o prumo de vaidade.
12. Eles chamarão ao reino os seus nobres, mas
nenhum haverá; e todos os seus príncipes não serão coisa nenhuma.
13.
E crescerão espinhos nos seus palácios, urtigas e cardos nas suas fortalezas; e
será uma habitação de chacais, um sítio para avestruzes.
14. E as
feras do deserto se encontrarão com hienas; e o sátiro clamará ao seu
companheiro; e Lilite pousará ali, e achará lugar de repouso para
si.
15. Ali fará a coruja o seu ninho, e porá os seus ovos, e aninhará
os seus filhotes, e os recolherá debaixo da sua sombra; também ali se ajuntarão
os abutres, cada fêmea com o seu companheiro.
16. Buscai no livro do
Senhor, e lede: nenhuma destas criaturas faltará, nenhuma será privada do seu
companheiro; porque é a boca dele que o ordenou, e é o seu espírito que os
ajuntou.
17. Ele mesmo lançou as sortes por eles, e a sua mão lhes
repartiu a terra com o cordel; para sempre a possuirão; de geração em geração
habitarão nela.
[Isaías 35]Isaías
35
1. O deserto e a terra sedenta se regozijarão; e o
ermo exultará e florescerá;
2. como o narciso florescerá
abundantemente, e também exultará de júbilo e romperá em cânticos; dar-se-lhe-á
a glória do Líbano, a excelência do Carmelo e Sarom; eles verão a glória do
Senhor, a majestade do nosso Deus.
3. Fortalecei as mãos fracas, e
firmai os joelhos trementes.
4. Dizei aos turbados de coração: Sede
fortes, não temais; eis o vosso Deus! com vingança virá, sim com a recompensa de
Deus; ele virá, e vos salvará.
5. Então os olhos dos cegos serão
abertos, e os ouvidos dos surdos se desimpedirão.
6. Então o coxo
saltará como o cervo, e a língua do mudo cantará de alegria; porque águas
arrebentarão no deserto e ribeiros no ermo.
7. E a miragem tornar-se-á
em lago, e a terra sedenta em mananciais de águas; e nas habitações em que
jaziam os chacais haverá erva com canas e juncos.
8. E ali haverá uma
estrada, um caminho que se chamará o caminho santo; o imundo não passará por
ele, mas será para os remidos. Os caminhantes, até mesmo os loucos, nele não
errarão.
9. Ali não haverá leão, nem animal feroz subirá por ele, nem
se achará nele; mas os redimidos andarão por ele.
10. E os resgatados
do Senhor voltarão; e virão a Sião com júbilo, e alegria eterna haverá sobre as
suas cabeças; gozo e alegria alcançarão, e deles fugirá a tristeza e o
gemido.
[Isaías 36]Isaías 36
1.
No ano décimo quarto do rei Ezequias Senaqueribe, rei da Assíria, subiu contra
todas as cidades fortificadas de Judá, e as tomou.
2. Ora, o rei da
Assíria enviou Rabsaqué, de Laquis a Jerusalém, ao rei Ezequias, com um grande
exército; e ele parou junto ao aqueduto da piscina superior, que está junto ao
caminho do campo do lavandeiro.
3. Então saíram a ter com ele
Eliaquim, filho de Hilquias, o mordomo, e Sebna, o escrivão, e Joá, filho de
Asafe, o cronista.
4. E Rabsaqué lhes disse: Ora, dizei a Ezequias:
Assim diz o grande rei, o rei da Assíria: Que confiança é essa em que te
estribas?
5. Bem posso eu dizer: Teu conselho e poder para a guerra
são apenas vãs palavras. Em quem pois agora confias, visto que contra mim te
rebelas?
6. Eis que confias no Egito, aquele bordão de cana quebrada
que, se alguém se apoiar nele, lhe entrará pela mão, e a furará; assim é Faraó,
rei do Egito, para com todos os que nele confiam.
7. Mas se me
disseres: No Senhor, nosso Deus, confiamos; porventura não é esse aquele cujos
altos e cujos altares Ezequias tirou, e disse a Judá e a Jerusalém: Perante este
altar adorareis?
8. Ora, pois, faze uma aposta com o meu senhor, o rei
da Assíria; dar-te-ei dois mil cavalos, se tu puderes dar cavaleiros para
eles.
9. Como então poderás repelir um só príncipe dos menores servos
do meu senhor, quando confias no Egito pelos carros e cavaleiros?
10.
Porventura subi eu agora sem o Senhor contra esta terra, para destruí-la? O
Senhor mesmo me disse: Sobe contra esta terra, e destrói-a.
11. Então
disseram Eliaquim, Sebna, e Joá, a Rabsaqué: Pedimos-te que fales aos teus
servos em aramaico, porque bem o entendemos; e não nos fales em judaico, aos
ouvidos do povo que está sobre o muro.
12. Rabsaqué, porém, disse:
Porventura mandou-me o meu senhor só ao teu senhor e a ti, para dizer estas
palavras e não aos homens que estão assentados sobre o muro, que juntamente
convosco hão de comer o próprio excremento e beber a própria
urina?
13. Então Rabsaqué se pôs em pé, e clamou em alta voz na língua
judaica, e disse: Ouvi as palavras do grande rei, do rei da
Assíria.
14. Assim diz o rei: Não vos engane Ezequias; porque não vos
poderá livrar.
15. Nem tampouco Ezequias vos faça confiar no Senhor,
dizendo: Infalivelmente nos livrará o Senhor, e esta cidade não será entregue
nas mãos do rei da Assíria.
16. Não deis ouvidos a Ezequias; porque
assim diz o rei da Assíria: Fazei as vossas pazes comigo, e saí a mim; e coma
cada um da sua vide, e da sua figueira, e beba cada um da água da sua
cisterna;
17. até que eu venha, e vos leve para uma terra semelhante à
vossa, terra de trigo e de mosto, terra de pão e de vinhas.
18.
Guardai-vos, para que não vos engane Ezequias, dizendo: O Senhor nos livrará.
Porventura os deuses das nações livraram cada um a sua terra das mãos do rei da
Assíria?
19. Onde estão os deuses de Hamate e de Arpade? onde estão os
deuses de Sefarvaim? porventura livraram eles a Samária da minha
mão?
20. Quais dentre todos os deuses destes países livraram a sua
terra das minhas mãos, para que o Senhor possa livrar a Jerusalém das minhas
mãos?
21. Eles, porém, se calaram e não lhe responderam palavra;
porque havia mandado do rei, dizendo: Não lhe respondais.
22. Então
Eliaquim, filho de Hilquias, o mordomo, e Sebna, o escrivão, e Joá, filho de
Asafe, o cronista, vieram a Ezequias, com as vestiduras rasgadas, e lhe
referiram as palavras de Rabsaqué.
[Isaías 37]Isaías
37
1. Tendo ouvido isso o rei Ezequias, rasgou as suas
vestes, e se cobriu de saco, e entrou na casa do Senhor.
2. Também
enviou Eliaquim, o mordomo, Sebna, o escrivão, e os anciãos dos sacerdotes,
cobertos de saco, a Isaías, filho de Amoz, o profeta,
3. para lhe
dizerem: Assim diz Ezequias: Este dia é dia de angústia e de vitupérios, e de
blasfêmias, porque chegados são os filhos ao parto, e força não há para os dar à
luz.
4. Porventura o Senhor teu Deus terá ouvido as palavras de
Rabsaqué, a quem enviou o rei da Assíria, seu amo, para afrontar o Deus vivo, e
para o vituperar com as palavras que o Senhor teu Deus tem ouvido; faze oração
pelo resto que ficou.
5. Foram, pois, os servos do rei Ezequias ter
com Isaías,
6. e Isaías lhes disse: Dizei a vosso amo: Assim diz o
Senhor: Não temas à vista das palavras que ouviste, com as quais os servos do
rei da Assíria me blasfemaram.
7. Eis que meterei nele um espírito, e
ele ouvirá uma nova, e voltará para a sua terra; e fá-lo-ei cair morto à espada
na sua própria terra.
8. Voltou pois Rabsaqué, e achou o rei da
Assíria pelejando contra Libna; porque ouvira que se havia retirado de
Laquis.
9. Então ouviu ele dizer a respeito de Tiraca, rei da Etiópia:
Saiu para te fazer guerra. Assim que ouviu isto, enviou mensageiros a Ezequias,
dizendo:
10. Assim falareis a Ezequias, rei de Judá: Não te engane o
teu Deus, em quem confias, dizendo: Jerusalém não será entregue na mão do rei da
Assíria.
11. Eis que já tens ouvido o que fizeram os reis da Assíria a
todas as terras, destruindo-as totalmente; e serás tu livrado?
12.
Porventura as livraram os deuses das nações que meus pais destruíram: Gozã, e
Harã, e Rezefe, e os filhos de Edem que estavam em Telassar?
13. Onde
está o rei de Hamate, e o rei de Arpade, e o rei da cidade de Sefarvaim, Hena e
Iva?
14. Recebendo pois Ezequias as cartas das mãos dos mensageiros, e
lendo-as, subiu à casa do Senhor; e Ezequias as estendeu perante o
Senhor.
15. E orou Ezequias ao Senhor, dizendo:
16. O Senhor
dos exércitos, Deus de Israel, tu que estás sentado sobre os querubins; tu, só
tu, és o Deus de todos os reinos da terra; tu fizeste o céu e a
terra.
17. Inclina, ó Senhor, o teu ouvido, e ouve; abre, Senhor, os
teus olhos, e vê; e ouve todas as palavras de Senaqueribe, as quais ele mandou
para afrontar o Deus vivo.
18. Verdade é, Senhor, que os reis da
Assíria têm assolado todos os países, e suas terras,
19. e lançado no
fogo os seus deuses; porque deuses não eram, mas obra de mãos de homens, madeira
e pedra; por isso os destruíram.
20. Agora, pois, ó Senhor nosso Deus,
livra-nos da sua mão, para que todos os reinos da terra saibam que só tu és o
Senhor.
21. Então Isaías, filho de Amoz, mandou dizer a Ezequias:
Assim diz o Senhor, o Deus de Israel: Portanto me fizeste a tua súplica contra
Senaqueribe, rei de Assíria,
22. esta é a palavra que o Senhor falou a
respeito dele: A virgem, a filha de Sião, te despreza, e de ti zomba; a filha de
Jerusalém meneia a cabeça por detrás de ti.
23. A quem afrontaste e de
quem blasfemaste? contra quem alçaste a voz e ergueste os teus olhos ao alto?
Contra o Santo de Israel.
24. Por meio de teus servos afrontaste o
Senhor, e disseste: Com a multidão dos meus carros subi eu aos cumes dos montes,
aos últimos recessos do Líbano; e cortei os seus altos cedros e as suas faias
escolhidas; e entrei no seu cume mais elevado, no bosque do seu campo
fértil.
25. Eu cavei, e bebi as águas; e com as plantas de meus pés
sequei todos os rios do Egito.
26. Não ouviste que já há muito tempo
eu fiz isso, e que já desde os dias antigos o tinha determinado? Agora porém o
executei, para que fosses tu o que reduzisses as cidades fortificadas a montões
de ruínas.
27. Por isso os seus moradores, dispondo de pouca força,
andaram atemorizados e envergonhados; tornaram-se como a erva do campo, e como a
relva verde, e como o feno dos telhados ou dum campo, que se queimaram antes de
amadurecer.
28. Mas eu conheço o teu sentar, o teu sair e o teu
entrar, e o teu furor contra mim.
29. Por causa do teu furor contra
mim, e porque a tua arrogância subiu até os meus ouvidos, portanto porei o meu
anzol no teu nariz e o meu freio na tua boca, e te farei voltar pelo caminho por
onde vieste.
30. E isto te será por sinal: este ano comereis o que
espontaneamente nascer, e no segundo ano o que daí proceder; e no terceiro ano
semeai e colhei, plantai vinhas, e comei os frutos delas.
31. Pois o
restante da casa de Judá, que sobreviveu, tornará a lançar raízes para baixo, e
dará fruto para cima.
32. Porque de Jerusalém sairá o restante, e do
monte Sião os que escaparam; o zelo do Senhor dos exércitos fará
isso.
33. Portanto, assim diz o Senhor acerca do rei da Assíria: Não
entrará nesta cidade, nem lançará nela flecha alguma; tampouco virá perante ela
com escudo, ou levantará contra ela tranqueira.
34. Pelo caminho por
onde veio, por esse voltará; mas nesta cidade não entrará, diz o
Senhor.
35. Porque eu defenderei esta cidade, para a livrar, por amor
de mim e, por amor do meu servo Davi.
36. Então saiu o anjo do Senhor,
e feriu no arraial dos assírios a cento e oitenta e cinco mil; e quando se
levantaram pela manhã cedo, eis que todos estes eram corpos
mortos.
37. Assim Senaqueribe, rei da Assíria, se retirou, e se foi, e
voltou, e habitou em Nínive.
38. E sucedeu que, enquanto ele adorava
na casa de Nisroque, seu deus, Adrameleb, que e Sarezer, seus filhos, o mataram
à espada; e escaparam para a terra de Arará. E Ezar-Hadom, seu filho, reinou em
seu lugar.
[Isaías 38]Isaías
38
1. Naqueles dias Ezequias adoeceu e esteve à morte.
E veio ter com ele o profeta Isaías, filho de Amoz, e lhe disse: Assim diz o
Senhor: Põe em ordem a tua casa, porque morrerás, e não viverás.
2.
Então virou Ezequias o seu rosto para a parede, e orou ao Senhor,
3. e
disse: Lembra-te agora, ó Senhor, peço-te, de que modo tenho andado diante de ti
em verdade, e com coração perfeito, e tenho feito o que era reto aos teus olhos.
E chorou Ezequias amargamente.
4. Então veio a palavra do Senhor a
Isaías, dizendo:
5. Vai e dize a Ezequias: Assim diz o Senhor, o Deus
de Davi teu pai: Ouvi a tua oração, e vi as tuas lágrimas; eis que acrescentarei
aos teus dias quinze anos.
6. Livrar-te-ei das mãos do rei da Assíria,
a ti, e a esta cidade; eu defenderei esta cidade.
7. E isto te será da
parte do Senhor como sinal de que o Senhor cumprirá esta palavra que
falou:
8. Eis que farei voltar atrás dez graus a sombra no relógio de
Acaz, pelos quais já declinou com o sol. Assim recuou o sol dez graus pelos
quais já tinha declinado.
9. O escrito de Ezequias, rei de Judá,
depois de ter estado doente, e de ter convalescido de sua
enfermidade.
10. Eu disse: Na tranqüilidade de meus dias hei de entrar
nas portas do Seol; estou privado do resto de meus anos.
11. Eu disse:
Já não verei mais ao Senhor na terra dos viventes; jamais verei o homem com os
moradores do mundo.
12. A minha habitação já foi arrancada e
arrebatada de mim, qual tenda de pastor; enrolei como tecelão a minha vida; ele
me corta do tear; do dia para a noite tu darás cabo de mim.
13. Clamei
por socorro até a madrugada; como um leão, assim ele quebrou todos os meus
ossos; do dia para a noite tu darás cabo de mim.
14. Como a andorinha,
ou o grou, assim eu chilreava; e gemia como a pomba; os meus olhos se cansavam
de olhar para cima; ó Senhor, ando oprimido! fica por meu fiador.
15.
Que direi? como mo prometeu, assim ele mesmo o cumpriu; assim passarei
mansamente por todos os meus anos, por causa da amargura da minha
alma.
16. Ó Senhor por estas coisas vivem os homens, e inteiramente
nelas está a vida do meu espírito; portanto restabelece-me, e faze-me
viver.
17. Eis que foi para minha paz que eu estive em grande
amargura; tu, porém, amando a minha alma, a livraste da cova da corrupção;
porque lançaste para trás das tuas costas todos os meus pecados.
18.
Pois não pode louvar-te o Seol, nem a morte cantar-te os louvores; os que descem
para a cova não podem esperar na tua verdade.
19. O vivente, o vivente
é que te louva, como eu hoje faço; o pai aos filhos faz notória a tua
verdade.
20. O Senhor está prestes a salvar-me; pelo que, tangendo eu
meus instrumentos, nós o louvaremos todos os dias de nossa vida na casa do
Senhor.
21. Ora Isaías dissera: Tomem uma pasta de figos, e a ponham
como cataplasma sobre a úlcera; e Ezequias sarará.
22. Também dissera
Ezequias: Qual será o sinal de que hei de subir à casa do Senhor?
[Isaías
39]Isaías 39
1. Naquele tempo enviou
Merodaque-Baladã, filho de Baladã, rei de Babilônia, cartas e um presente a
Ezequias; porque tinha ouvido dizer que havia estado doente e que já tinha
convalescido.
2. E Ezequias se alegrou com eles, e lhes mostrou a casa
do seu tesouro, a prata, e o ouro, e as especiarias, e os melhores ungüentos, e
toda a sua casa de armas, e tudo quanto se achava nos seus tesouros; coisa
nenhuma houve, nem em sua casa, nem em todo o seu domínio, que Ezequias lhes não
mostrasse.
3. Então o profeta Isaías veio ao rei Ezequias, e lhe
perguntou: Que foi que aqueles homens disseram, e donde vieram ter contigo?
Respondeu Ezequias: Duma terra remota vieram ter comigo, de
Babilônia.
4. Ele ainda perguntou: Que foi que viram em tua casa?
Respondeu Ezequias: Viram tudo quanto há em minha casa; coisa nenhuma há nos
meus tesouros que eu deixasse de lhes mostrar.
5. Então disse Isaías a
Ezequias: Ouve a palavra do Senhor dos exércitos:
6. Eis que virão
dias em que tudo quanto houver em tua casa, juntamente com o que entesouraram
teus pais até o dia de hoje, será levado para Babilônia; não ficará coisa
alguma, disse o Senhor.
7. E dos teus filhos, que de ti procederem, e
que tu gerares, alguns serão levados cativos, para que sejam eunucos no palácio
do rei de Babilônia.
8. Então disse Ezequias a Isaías: Tua é a palavra
do Senhor que disseste. Disse mais: Porque haverá paz e verdade em meus
dias.
[Isaías 40]Isaías 40
1.
Consolai, consolai o meu povo, diz o vosso Deus.
2. Falai benignamente
a Jerusalém, e bradai-lhe que já a sua malícia é acabada, que a sua iniqüidade
está expiada e que já recebeu em dobro da mão do Senhor, por todos os seus
pecados.
3. Eis a voz do que clama: Preparai no deserto o caminho do
Senhor; endireitai no ermo uma estrada para o nosso Deus.
4. Todo vale
será levantado, e será abatido todo monte e todo outeiro; e o terreno acidentado
será nivelado, e o que é escabroso, aplanado.
5. A glória do Senhor se
revelará; e toda a carne juntamente a verá; pois a boca do Senhor o
disse.
6. Uma voz diz: Clama. Respondi eu: Que hei de clamar? Toda a
carne é erva, e toda a sua beleza como a flor do campo.
7. Seca-se a
erva, e murcha a flor, soprando nelas o hálito do Senhor. Na verdade o povo é
erva.
8. Seca-se a erva, e murcha a flor; mas a palavra de nosso Deus
subsiste eternamente.
9. Tu, anunciador de boas-novas a Sião, sobe a
um monte alto. Tu, anunciador de boas-novas a Jerusalém, levanta a tua voz
fortemente; levanta-a, não temas, e dize às cidades de Judá: Eis aqui está o
vosso Deus.
10. Eis que o Senhor Deus virá com poder, e o seu braço
dominará por ele; eis que o seu galardão está com ele, e a sua recompensa diante
dele.
11. Como pastor ele apascentará o seu rebanho; entre os seus
braços recolherá os cordeirinhos, e os levará no seu regaço; as que amamentam,
ele as guiará mansamente.
12. Quem mediu com o seu punho as águas, e
tomou a medida dos céus aos palmos, e recolheu numa medida o pó da terra e pesou
os montes com pesos e os outeiros em balanças,
13. Quem guiou o
Espírito do Senhor, ou, como seu conselheiro o ensinou?
14. Com quem
tomou ele conselho, para que lhe desse entendimento, e quem lhe mostrou a vereda
do juízo? quem lhe ensinou conhecimento, e lhe mostrou o caminho de
entendimento?
15. Eis que as nações são consideradas por ele como a
gota dum balde, e como o pó miúdo das balanças; eis que ele levanta as ilhas
como a uma coisa pequeníssima.
16. Nem todo o Líbano basta para o
fogo, nem os seus animais bastam para um holocausto.
17. Todas as
nações são como nada perante ele; são por ele reputadas menos do que nada, e
como coisa vã.
18. A quem, pois, podeis assemelhar a Deus? ou que
figura podeis comparar a ele?
19. Quanto ao ídolo, o artífice o funde,
e o ourives o cobre de ouro, e forja cadeias de prata para ele.
20. O
empobrecido, que não pode oferecer tanto, escolhe madeira que não apodrece;
procura para si um artífice perito, para gravar uma imagem que não se pode
mover.
21. Porventura não sabeis? porventura não ouvis? ou desde o
princípio não se vos notificou isso mesmo? ou não tendes entendido desde a
fundação da terra?
22. E ele o que está assentado sobre o círculo da
terra, cujos moradores são para ele como gafanhotos; é ele o que estende os céus
como cortina, e o desenrola como tenda para nela habitar.
23. E ele o
que reduz a nada os príncipes, e torna em coisa vã os juízes da
terra.
24. Na verdade, mal se tem plantado, mal se tem semeado e mal
se tem arraigado na terra o seu tronco, quando ele sopra sobre eles, e secam-se,
e a tempestade os leva como à pragana.
25. A quem, pois, me
comparareis, para que eu lhe seja semelhante? diz o Santo.
26.
Levantai ao alto os vossos olhos, e vede: quem criou estas coisas? Foi aquele
que faz sair o exército delas segundo o seu número; ele as chama a todas pelos
seus nomes; por ser ele grande em força, e forte em poder, nenhuma
faltará.
27. Por que dizes, ó Jacó, e falas, ó Israel: O meu caminho
está escondido ao Senhor, e o meu juízo passa despercebido ao meu
Deus?
28. Não sabes, não ouviste que o eterno Deus, o Senhor, o
Criador dos confins da terra, não se cansa nem se fatiga? E inescrutável o seu
entendimento.
29. Ele dá força ao cansado, e aumenta as forças ao que
não tem nenhum vigor.
30. Os jovens se cansarão e se fatigarão, e os
mancebos cairão,
31. mas os que esperam no Senhor renovarão as suas
forças; subirão com asas como águias; correrão, e não se cansarão; andarão, e
não se fatigarão.
[Isaías 41]Isaías
41
1. Calai-vos diante de mim, ó ilhas; e renovem os
povos as forças; cheguem-se, e então falem; cheguemo-nos juntos a
juizo.
2. Quem suscitou do Oriente aquele cujos passos a vitória
acompanha? Quem faz que as nações se lhe submetam e que ele domine sobre reis?
Ele os entrega à sua espada como o pó, e ao seu arco como pragana arrebatada
pelo vento.
3. Ele os persegue, e passa adiante em segurança, até por
uma vereda em que com os seus pés nunca tinha trilhado.
4. Quem operou
e fez isto, chamando as gerações desde o princípio? Eu, o Senhor, que sou o
primeiro, e que com os últimos sou o mesmo.
5. As ilhas o viram, e
temeram; os confins da terra tremeram; aproximaram-se, e vieram.
6. um
ao outro ajudou, e ao seu companheiro disse: Esforça-te.
7. Assim o
artífice animou ao ourives, e o que alisa com o martelo ao que bate na bigorna,
dizendo da coisa soldada: Boa é. Então com pregos a segurou, para que não viesse
a mover-se.
8. Mas tu, ó Israel, servo meu, tu Jacó, a quem escolhi,
descendência de Abraão,
9. tomei desde os confins da terra, e te
chamei desde os seus cantos, e te disse: Tu és o meu servo, a ti te escolhi e
não te rejeitei;
10. não temas, porque eu sou contigo; não te
assombres, porque eu sou teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento
com a destra da minha justiça.
11. Eis que envergonhados e confundidos
serão todos os que se irritam contra ti; tornar-se-ão em nada; e os que
contenderem contigo perecerão.
12. Quanto aos que pelejam contigo,
buscá-los-ás, mas não os acharás; e os que guerreiam contigo tornar-se-ão em
nada e perecerão.
13. Porque eu, o Senhor teu Deus, te seguro pela tua
mão direita, e te digo: Não temas; eu te ajudarei.
14. Não temas, ó
bichinho de Jacó, nem vós, povozinho de Israel; eu te ajudo, diz o Senhor, e o
teu redentor é o Santo de Israel.
15. Eis que farei de ti um trilho
novo, que tem dentes agudos; os montes trilharás e os moerás, e os outeiros
tornarás como a pragana.
16. Tu os padejarás e o vento os levará, e o
redemoinho os espalhará; e tu te alegrarás no Senhor e te gloriarás no Santo de
Israel.
17. Os pobres e necessitados buscam água, e não há, e a sua
língua se seca de sede; mas eu o Senhor os ouvirei, eu o Deus de Israel não os
desampararei.
18. Abrirei rios nos altos desnudados, e fontes no meio
dos vales; tornarei o deserto num lago d'água, e a terra seca em
mananciais.
19. Plantarei no deserto o cedro, a acácia, a murta, e a
oliveira; e porei no ermo juntamente a faia, o olmeiro e o buxo;
20.
para que todos vejam, e saibam, e considerem, e juntamente entendam que a mão do
Senhor fez isso, e o Santo de Israel o criou.
21. Apresentai a vossa
demanda, diz o Senhor; trazei as vossas firmes razões, diz o Rei de
Jacó.
22. Tragam-nas, e assim nos anunciem o que há de acontecer;
anunciai-nos as coisas passadas, quais são, para que as consideremos, e saibamos
o fim delas; ou mostrai-nos coisas vindouras.
23. Anunciai-nos as
coisas que ainda hão de vir, para que saibamos que sois deuses; fazei bem, ou
fazei mal, para que nos assombremos, e fiquemos atemorizados.
24. Eis
que vindes do nada, e a vossa obra do que nada é; abominação é quem vos
escolhe.
25. Do norte suscitei a um que já é chegado; do nascente do
sol a um que invoca o meu nome; e virá sobre os magistrados como sobre o lodo, e
como o oleiro pisa o barro.
26. Quem anunciou isso desde o princípio,
para que o possamos saber? ou dantes, para que digamos: Ele é justo? Mas não há
quem anuncie, nem tampouco quem manifeste, nem tampouco quem ouça as vossas
palavras.
27. Eu sou o que primeiro direi a Sião: Ei-los, ei-los; e a
Jerusalém darei um mensageiro que traz boas-novas.
28. E quando eu
olho, não há ninguém; nem mesmo entre eles há conselheiro que possa responder
palavra, quando eu lhes perguntar.
29. Eis que todos são vaidade. As
suas obras não são coisa alguma; as suas imagens de fundição são vento e coisa
vã.
[Isaías 42]Isaías 42
1. Eis
aqui o meu servo, a quem sustenho; o meu escolhido, em quem se compraz a minha
alma; pus o meu espírito sobre ele. ele trará justiça às nações.
2.
Não clamará, não se exaltará, nem fará ouvir a sua voz na rua.
3. A
cana trilhada, não a quebrará, nem apagará o pavio que fumega; em verdade trará
a justiça;
4. não faltará nem será quebrantado, até que ponha na terra
a justiça; e as ilhas aguardarão a sua lei.
5. Assim diz Deus, o
Senhor, que criou os céus e os desenrolou, e estendeu a terra e o que dela
procede; que dá a respiração ao povo que nela está, e o espírito aos que andam
nela.
6. Eu o Senhor te chamei em justiça; tomei-te pela mão, e te
guardei; e te dei por pacto ao povo, e para luz das nações;
7. para
abrir os olhos dos cegos, para tirar da prisão os presos, e do cárcere os que
jazem em trevas.
8. Eu sou o Senhor; este é o meu nome; a minha
glória, pois, a outrem não a darei, nem o meu louvor às imagens
esculpidas.
9. Eis que as primeiras coisas já se realizaram, e novas
coisas eu vos anuncio; antes que venham à luz, vo-las faço ouvir.
10.
Cantai ao Senhor um cântico novo, e o seu louvor desde a extremidade da terra,
vós, os que navegais pelo mar, e tudo quanto há nele, vós ilhas, e os vossos
habitantes.
11. Alcem a voz o deserto e as suas cidades, com as
aldeias que Quedar habita; exultem os que habitam nos penhascos, e clamem do
cume dos montes.
12. Dêem glória ao Senhor, e anunciem nas ilhas o seu
louvor.
13. O Senhor sai como um valente, como homem de guerra
desperta o zelo; clamará, e fará grande ruído, e mostrar-se-á valente contra os
seus inimigos.
14. Por muito tempo me calei; estive em silêncio, e me
contive; mas agora darei gritos como a que está de parto, arfando e
arquejando.
15. Os montes e outeiros tornarei em deserto, e toda a sua
erva farei secar; e tornarei os rios em ilhas, e secarei as
lagoas.
16. E guiarei os cegos por um caminho que não conhecem;
fá-los-ei caminhar por veredas que não têm conhecido; tornarei as trevas em luz
perante eles, e aplanados os caminhos escabrosos. Estas coisas lhes farei; e não
os desampararei.
17. Tornados para trás e cobertos de vergonha serão
os que confiam em imagens esculpidas, que dizem às imagens de fundição: Vós sois
nossos deuses.
18. Surdos, ouvi; e vós, cegos, olhai, para que possais
ver.
19. Quem é cego, senão o meu servo, ou surdo como o meu
mensageiro, que envio? e quem é cego como o meu dedicado, e cego como o servo do
Senhor?
20. Tu vês muitas coisas, mas não as guardas; ainda que ele
tenha os ouvidos abertos, nada ouve.
21. Foi do agrado do Senhor, por
amor da sua justiça, engrandecer a lei e torná-la gloriosa.
22. Mas
este é um povo roubado e saqueado; todos estão enlaçados em cavernas, e
escondidos nas casas dos cárceres; são postos por presa, e ninguém há que os
livre; por despojo, e ninguém diz: Restitui.
23. Quem há entre vós que
a isso dará ouvidos? que atenderá e ouvirá doravante?
24. Quem
entregou Jacó por despojo, e Israel aos roubadores? porventura não foi o Senhor,
aquele contra quem pecamos, e em cujos caminhos eles não queriam andar, e cuja
lei não queriam observar?
25. Pelo que o Senhor derramou sobre Israel
a indignação da sua ira, e a violência da guerra; isso lhe ateou fogo ao redor;
contudo ele não o percebeu; e o queimou; contudo ele não se compenetrou
disso.
[Isaías 43]Isaías 43
1.
Mas agora, assim diz o Senhor que te criou, ó Jacó, e que te formou, ó Israel:
Não temas, porque eu te remi; chamei-te pelo teu nome, tu és meu.
2.
Quando passares pelas águas, eu serei contigo; quando pelos rios, eles não te
submergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem a chama arderá em
ti.
3. Porque eu sou o Senhor teu Deus, o Santo de Israel, o teu
Salvador; por teu resgate dei o Egito, e em teu lugar a Etiópia e
Seba.
4. Visto que foste precioso aos meus olhos, e és digno de honra
e eu te amo, portanto darei homens por ti, e es povos pela tua
vida.
5. Não temas, pois, porque eu sou contigo; trarei a tua
descendência desde o Oriente, e te ajuntarei desde o Ocidente.
6.
Direi ao Norte: Dá; e ao Sul: Não retenhas; trazei meus filhos de longe, e
minhas filhas das extremidades da terra;
7. a todo aquele que é
chamado pelo meu nome, e que criei para minha glória, e que formei e
fiz.
8. Fazei sair o povo que é cego e tem olhos; e os surdos que têm
ouvidos.
9. Todas as nações se congreguem, e os povos se reunam; quem
dentre eles pode anunciar isso, e mostrar-nos coisas já passadas? apresentem as
suas testemunhas, para que se justifiquem; e para que se ouça, e se diga:
Verdade é.
10. Vós sois as minhas testemunhas, do Senhor, e o meu
servo, a quem escolhi; para que o saibais, e me creiais e entendais que eu sou o
mesmo; antes de mim Deus nenhum se formou, e depois de mim nenhum
haverá.
11. Eu, eu sou o Senhor, e fora de mim não há
salvador.
12. Eu anunciei, e eu salvei, e eu o mostrei; e deus
estranho não houve entre vós; portanto vós sois as minhas testemunhas, diz o
Senhor.
13. Eu sou Deus; também de hoje em diante, eu o sou; e ninguém
há que possa fazer escapar das minhas mãos; operando eu, quem
impedirá?
14. Assim diz o Senhor, vosso Redentor, o Santo de Israel:
Por amor de vós enviarei a Babilônia, e a todos os fugitivos farei embarcar até
os caldeus, nos navios com que se vangloriavam.
15. Eu sou o Senhor,
vosso Santo, o Criador de Israel, vosso Rei.
16. Assim diz o Senhor, o
que preparou no mar um caminho, e nas águas impetuosas uma vereda;
17.
o que faz sair o carro e o cavalo, o exército e a força; eles juntamente se
deitam, e jamais se levantarão; estão extintos, apagados como uma
torcida.
18. Não vos lembreis das coisas passadas, nem considereis as
antigas.
19. Eis que faço uma coisa nova; agora está saindo à luz;
porventura não a percebeis? eis que porei um caminho no deserto, e rios no
ermo.
20. Os animais do campo me honrarão, os chacais e os avestruzes;
porque porei águas no deserto, e rios no ermo, para dar de beber ao meu povo, ao
meu escolhido,
21. esse povo que formei para mim, para que publicasse
o meu louvor.
22. Contudo tu não me invocaste a mim, ó Jacó; mas te
cansaste de mim, ó Israel.
23. Não me trouxeste o gado miúdo dos teus
holocaustos, nem me honraste com os teus sacrifícios; não te fiz servir com
ofertas, nem te fatiguei com incenso.
24. Não me compraste por
dinheiro cana aromática, nem com a gordura dos teus sacrifícios me satisfizeste;
mas me deste trabalho com os teus pecados, e me cansaste com as tuas
iniqüidades.
25. Eu, eu mesmo, sou o que apago as tuas transgressões
por amor de mim, e dos teus pecados não me lembro.
26. Procura
lembrar-me; entremos juntos em juizo; apresenta as tuas razões, para que te
possas justificar!
27. Teu primeiro pai pecou, e os teus intérpretes
prevaricaram contra mim.
28. Pelo que profanei os príncipes do
santuário; e entreguei Jacó ao anátema, e Israel ao opróbrio.
[Isaías
44]Isaías 44
1. Agora, pois, ouve, ó
Jacó, servo meu, ó Israel, a quem escolhi.
2. Assim diz o Senhor que
te criou e te formou desde o ventre, e que te ajudará: Não temas, ó Jacó, servo
meu, e tu, Jesurum, a quem escolhi.
3. Porque derramarei água sobre o
sedento, e correntes sobre a terra seca; derramarei o meu Espírito sobre a tua
posteridade, e a minha bênção sobre a tua descendência;
4. e brotarão
como a erva, como salgueiros junto às correntes de águas.
5. Este
dirá: Eu sou do Senhor; e aquele se chamará do nome de Jacó; e aquele outro
escreverá na própria mão: Eu sou do Senhor; e por sobrenome tomará o nome de
Israel.
6. Assim diz o Senhor, Rei de Israel, seu Redentor, o Senhor
dos exércitos: Eu sou o primeiro, e eu sou o último, e fora de mim não há
Deus.
7. Quem há como eu? Que o proclame e o exponha perante mim! Quem
tem anunciado desde os tempos antigos as coisas vindouras? Que nos anuncie as
que ainda hão de vir.
8. Não vos assombreis, nem temais; porventura
não vo-lo declarei há muito tempo, e não vo-lo anunciei? Vós sois as minhas
testemunhas! Acaso há outro Deus além de mim? Não, não há Rocha; não conheço
nenhuma.
9. Todos os artífices de imagens esculpidas são nada; e as
suas coisas mais desejáveis são de nenhum préstimo; e suas próprias testemunhas
nada vêem nem entendem, para que eles sejam confundidos.
10. Quem
forma um deus, e funde uma imagem de escultura, que é de nenhum
préstimo?
11. Eis que todos os seus seguidores ficarão confundidos; e
os artífices são apenas homens; ajuntem-se todos, e se apresentem;
assombrar-se-ão, e serão juntamente confundidos.
12. O ferreiro faz o
machado, e trabalha nas brasas, e o forja com martelos, e o forja com o seu
forte braço; ademais ele tem fome, e a sua força falta; não bebe água, e
desfalece.
13. O carpinteiro estende a régua sobre um pau, e com lápis
esboça um deus; dá-lhe forma com o cepilho; torna a esboçá-lo com o compasso;
finalmente dá-lhe forma à semelhança dum homem, segundo a beleza dum homem, para
habitar numa casa.
14. Um homem corta para si cedros, ou toma um
cipreste, ou um carvalho; assim escolhe dentre as árvores do bosque; planta uma
faia, e a chuva a faz crescer.
15. Então ela serve ao homem para
queimar: da madeira toma uma parte e com isso se aquenta; acende um fogo e assa
o pão; também faz um deus e se prostra diante dele; fabrica uma imagem de
escultura, e se ajoelha diante dela.
16. Ele queima a metade no fogo,
e com isso prepara a carne para comer; faz um assado, e dele se farta; também se
aquenta, e diz: Ah! já me aquentei, já vi o fogo.
17. Então do resto
faz para si um deus, uma imagem de escultura; ajoelha-se diante dela,
prostra-se, e lhe dirige a sua súplica dizendo: Livra-me porquanto tu és o meu
deus.
18. Nada sabem, nem entendem; porque se lhe untaram os olhos,
para que não vejam, e o coração, para que não entendam.
19. E nenhum
deles reflete; e não têm conhecimento nem entendimento para dizer: Metade
queimei no fogo, e assei pão sobre as suas brasas; fiz um assado e dele comi; e
faria eu do resto uma abominação? ajoelhar-me-ei ao que saiu duma
árvore?
20. Apascenta-se de cinza. O seu coração enganado o desviou,
de maneira que não pode livrar a sua alma, nem dizer: Porventura não há uma
mentira na minha mão direita?
21. Lembra-te destas coisas, ó Jacó,
sim, tu ó Israel; porque tu és meu servo! Eu te formei, meu servo és tu; ó
Israel não te esquecerei de ti.
22. Apagai as tuas transgressões como
a névoa, e os teus pecados como a nuvem; torna-te para mim, porque eu te
remi.
23. Cantai alegres, vós, ó céus, porque o Senhor fez isso;
exultai vós, as partes mais baixas da terra; vós, montes, retumbai com júbilo;
também vós, bosques, e todas as árvores em vós; porque o Senhor remiu a Jacó, e
se glorificará em Israel.
24. Assim diz o Senhor, teu Redentor, e que
te formou desde o ventre: Eu sou o Senhor que faço todas as coisas, que sozinho
estendi os céus, e espraiei a terra (quem estava comigo?);
25. que
desfaço os sinais dos profetas falsos, e torno loucos os adivinhos, que faço
voltar para trás os sábios, e converto em loucura a sua ciência;
26.
sou eu que confirmo a palavra do meu servo, e cumpro o conselho dos meus
mensageiros; que digo de Jerusalém: Ela será habitada; e das cidades de Judá:
Elas serão edificadas, e eu levantarei as suas ruínas;
27. que digo ao
abismo: Seca-te, eu secarei os teus rios;
28. que digo de Ciro: Ele é
meu pastor, e cumprira tudo o que me apraz; de modo que ele também diga de
Jerusalém: Ela será edificada, e o fundamento do templo será
lançado.
[Isaías 45]Isaías
45
1. Assim diz o Senhor ao seu ungido, a Ciro, a quem
tomo pela mão direita, para abater nações diante de sua face, e descingir os
lombos dos reis; para abrir diante dele as portas, e as portas não se
fecharão;
2. eu irei adiante de ti, e tornarei planos os lugares
escabrosos; quebrarei as portas de bronze, e despedaçarei os ferrolhos de
ferro.
3. Dar-te-ei os tesouros das trevas, e as riquezas encobertas,
para que saibas que eu sou o Senhor, o Deus de Israel, que te chamo pelo teu
nome.
4. Por amor de meu servo Jacó, e de Israel, meu escolhido, eu te
chamo pelo teu nome; ponho-te o teu sobrenome, ainda que não me
conheças.
5. Eu sou o Senhor, e não há outro; fora de mim não há Deus;
eu te cinjo, ainda que tu não me conheças.
6. Para que se saiba desde
o nascente do sol, e desde o poente, que fora de mim não há outro; eu sou o
Senhor, e não há outro.
7. Eu formo a luz, e crio as trevas; eu faço a
paz, e crio o mal; eu sou o Senhor, que faço todas estas coisas.
8.
Destilai vós, céus, dessas alturas a justiça, e chovam-na as nuvens; abra-se a
terra, e produza a salvação e ao mesmo tempo faça nascer a justiça; eu, o
Senhor, as criei:
9. Ai daquele que contende com o seu Criador! o caco
entre outros cacos de barro! Porventura dirá o barro ao que o formou: Que fazes?
ou dirá a tua obra: Não tens mãos?
10. Ai daquele que diz ao pai: Que
é o que geras? e à mulher: Que dás tu à luz?
11. Assim diz o Senhor, o
Santo de Israel, aquele que o formou: Perguntai-me as coisas futuras;
demandai-me acerca de meus filhos, e acerca da obra das minhas
mãos.
12. Eu é que fiz a terra, e nela criei o homem; as minhas mãos
estenderam os céus, e a todo o seu exército dei as minhas ordens.
13.
Eu o despertei em justiça, e todos os seus caminhos endireitarei; ele edificará
a minha cidade, e libertará os meus cativos, não por preço nem por presentes,
diz o Senhor dos exércitos.
14. Assim diz o Senhor: A riqueza do
Egito, e as mercadorias da Etiópia, e os sabeus, homens de alta estatura,
passarão para ti, e serão teus; irão atrás de ti; em grilhões virão; e,
prostrando-se diante de ti, far-te-ão as suas súplicas, dizendo: Deus está
contigo somente; e não há nenhum outro Deus.
15. Verdadeiramente tu és
um Deus que te ocultas, ó Deus de Israel, o Salvador.
16.
Envergonhar-se-ão, e também se confundirão todos; cairão juntos em ignomínia os
que fabricam ídolos.
17. Mas Israel será salvo pelo Senhor, com uma
salvação eterna; pelo que não sereis jamais envergonhados nem confundidos em
toda a eternidade.
18. Porque assim diz o Senhor, que criou os céus, o
Deus que formou a terra, que a fez e a estabeleceu, não a criando para ser um
caos, mas para ser habitada: Eu sou o Senhor e não há outro.
19. Não
falei em segredo, nalgum lugar tenebroso da terra; não disse à descendência de
Jacó: Buscai-me no caos; eu, o Senhor, falo a justiça, e proclamo o que é
reto.
20. Congregai-vos, e vinde; chegai-vos juntos, os que escapastes
das nações; nada sabem os que conduzem em procissão as suas imagens de
escultura, feitas de madeira, e rogam a um deus que não pode
salvar.
21. Anunciai e apresentai as razões: tomai conselho todos
juntos. Quem mostrou isso desde a antigüidade? quem de há muito o anunciou?
Porventura não sou eu, o Senhor? Pois não há outro Deus senão eu; Deus justo e
Salvador não há além de mim.
22. Olhai para mim, e sereis salvos, vós,
todos os confins da terra; porque eu sou Deus, e não há outro.
23. Por
mim mesmo jurei; já saiu da minha boca a palavra de justiça, e não tornará
atrás. Diante de mim se dobrará todo joelho, e jurará toda língua.
24.
De mim se dirá: Tão somente no senhor há justiça e força. A ele virão,
envergonhados, todos os que se irritarem contra ele.
25. Mas no Senhor
será justificada e se gloriará toda a descendência de Israel.
[Isaías
46]Isaías 46
1. Bel se encurva, Nebo
se abaixa; os seus ídolos são postos sobre os animais, sobre as bestas; essas
cargas que costumáveis levar são pesadas para as bestas já
cansadas.
2. Eles juntamente se abaixam e se encurvam; não podem
salvar a carga, mas eles mesmos vão para o cativeiro.
3. Ouvi-me, ó
casa de Jacó, e todo o resto da casa de Israel, vós que por mim tendes sido
carregados desde o ventre, que tendes sido levados desde a madre.
4.
Até a vossa velhice eu sou o mesmo, e ainda até as cãs eu vos carregarei; eu vos
criei, e vos levarei; sim, eu vos carregarei e vos livrarei.
5. A quem
me assemelhareis, e com quem me igualareis e me comparareis, para que sejamos
semelhantes?
6. Os que prodigalizam o ouro da bolsa, e pesam a prata
nas balanças, assalariam o ourives, e ele faz um deus; e diante dele se prostram
e adora,
7. Eles o tomam sobre os ombros, o levam, e o colocam no seu
lugar, e ali permanece; do seu lugar não se pode mover; e, se recorrem a ele,
resposta nenhuma dá, nem livra alguém da sua tribulação.
8.
Lembrai-vos, disto, e considerai; trazei-o à memória, ó
transgressores.
9. Lembrai-vos das coisas passadas desde a
antigüidade; que eu sou Deus, e não há outro; eu sou Deus, e não há outro
semelhante a mim;
10. que anuncio o fim desde o princípio, e desde a
antigüidade as coisas que ainda não sucederam; que digo: O meu conselho
subsistirá, e farei toda a minha vontade;
11. chamando do oriente uma
ave de rapina, e dum país remoto o homem do meu conselho; sim, eu o disse, e eu
o cumprirei; formei esse propósito, e também o executarei.
12.
Ouvi-me, ó duros de coração, os que estais longe da justiça.
13. Faço
chegar a minha justiça; e ela não está longe, e a minha salvação não tardará;
mas estabelecerei a salvação em Sião, e em Israel a minha glória.
[Isaías
47]Isaías 47
1. Desce, e assenta-te no
pó, ó virgem filha de Babilônia; assenta-te no chão sem trono, ó filha dos
caldeus, porque nunca mais serás chamada a mimosa nem a delicada.
2.
Toma a mó, e mói a farinha; remove o teu véu, suspende a cauda da tua vestidura,
descobre as pernas e passa os rios.
3. A tua nudez será descoberta, e
ver-se-á o teu opróbrio; tomarei vingança, e não pouparei a homem
algum.
4. Quanto ao nosso Redentor, o Senhor dos exércitos é o seu
nome, o Santo de Israel.
5. Assenta-te calada, e entra nas trevas, ó
filha dos caldeus; porque não serás chamada mais a senhora de
reinos.
6. Muito me agastei contra o meu povo, profanei a minha
herança, e os entreguei na tua mão; não usaste de misericórdia para com eles, e
até sobre os velhos fizeste muito pesado o teu jugo.
7. E disseste: Eu
serei senhora para sempre; de sorte que até agora não tomaste a peito estas
coisas, nem te lembraste do fim delas.
8. Agora pois ouve isto, tu que
és dada a prazeres, que habitas descuidada, que dizes no teu coração: Eu sou, e
fora de mim não há outra; não ficarei viúva, nem conhecerei a perda de
filhos.
9. Mas ambas estas coisas virão sobre ti num momento, no mesmo
dia, perda de filhos e viuvez; em toda a sua plenitude virão sobre ti, apesar da
multidão das tuas feitiçarias, e da grande abundância dos teus
encantamentos.
10. Porque confiaste na tua maldade e disseste: Ninguém
me vê; a tua sabedoria e o teu conhecimento, essas coisas te perverteram; e
disseste no teu coração: Eu sou, e fora de mim não há outra.
11. Pelo
que sobre ti virá o mal de que por encantamentos não saberás livrar-te; e tal
destruição cairá sobre ti, que não a poderás afastar; e virá sobre ti de repente
tão tempestuosa desolação, que não a poderás conhecer.
12. Deixa-te
estar com os teus encantamentos, e com a multidão das tuas feitiçarias em que te
hás fatigado desde a tua mocidade, a ver se podes tirar proveito, ou se
porventura podes inspirar terror.
13. Cansaste-te na multidão dos teus
conselhos; levantem-se pois agora e te salvem os astrólogos, que contemplam os
astros, e os que nas luas novas prognosticam o que há de vir sobre
ti.
14. Eis que são como restolho; o logo os queimará; não poderão
livrar-se do poder das chamas; pois não é um braseiro com que se aquentar, nem
fogo para se sentar junto dele.
15. Assim serão para contigo aqueles
com quem te hás fatigado, os que tiveram negócios contigo desde a tua mocidade;
andarão vagueando, cada um pelo seu caminho; não haverá quem te
salve.
[Isaías 48]Isaías 48
1.
Ouvi isto, casa de Jacó, que vos chamais do nome de Israel, e saístes dos lombos
de Judá, que jurais pelo nome do Senhor, e fazeis menção do Deus de Israel, mas
não em verdade nem em justiça.
2. E até da santa cidade tomam o nome,
e se firmam sobre o Deus de Israel; o Senhor dos exércitos é o seu
nome.
3. Desde a antigüidade anunciei as coisas que haviam de ser; da
minha boca é que saíram, e eu as fiz ouvir; de repente as pus por obra, e elas
aconteceram.
4. Porque eu sabia que és obstinado, que a tua cerviz é
um nervo de ferro, e a tua testa de bronze.
5. Há muito tas anunciei,
e as manifestei antes que acontecessem, para que não dissesses: O meu ídolo fez
estas coisas, ou a minha imagem de escultura, ou a minha imagem de fundição as
ordenou.
6. Já o tens ouvido; olha bem para tudo isto; porventura não
o anunciarás? Desde agora te mostro coisas novas e ocultas, que não
sabias.
7. São criadas agora, e não de há muito, e antes deste dia não
as ouviste, para que não digas: Eis que já eu as sabia.
8. Tu nem as
ouviste, nem as conheceste, nem tampouco há muito foi aberto o teu ouvido;
porque eu sabia que procedeste muito perfidamente, e que eras chamado
transgressor desde o ventre.
9. Por amor do meu nome retardo a minha
ira, e por causa do meu louvor me contenho para contigo, para que eu não te
extermine.
10. Eis que te purifiquei, mas não como a prata; provei-te
na fornalha da aflição,
11. Por amor de mim, por amor de mim o faço;
porque como seria profanado o meu nome? A minha glória não a darei a
outrem,
12. Escuta-me, ó Jacó, e tu, ó Israel, a quem chamei; eu sou o
mesmo, eu o primeiro, eu também o último.
13. Também a minha mão
fundou a terra, e a minha destra estendeu os céus; quando eu os chamo, eles
aparecem juntos.
14. Ajuntai-vos todos vós, e ouvi: Quem, dentre eles,
tem anunciado estas coisas? Aquele a quem o Senhor amou executará a sua vontade
contra Babilônia, e o seu braço será contra os caldeus.
15. Eu, eu o
tenho dito; também já o chamei; eu o trouxe, e o seu caminho será
próspero.
16. Chegai-vos a mim, ouvi isto: Não falei em segredo desde
o princípio; desde o tempo em que aquilo se fez, eu estava ali; e agora o Senhor
Deus me enviou juntamente com o seu Espírito.
17. Assim diz o Senhor,
o teu Redentor, o Santo de Israel: Eu sou o Senhor, o teu Deus, que te ensina o
que é útil, e te guia pelo caminho em que deves andar.
18. Ah! se
tivesses dado ouvidos aos meus mandamentos! então seria a tua paz como um rio, e
a tua justiça como as ondas do mar;
19. também a tua descendência
teria sido como a areia, e os que procedem das tuas entranhas como os seus
grãos; o seu nome nunca seria cortado nem destruído de diante de
mim.
20. Saí de Babilônia, fugi de entre os caldeus. E anunciai com
voz de júbilo, fazei ouvir isto, e levai-o até o fim da terra; dizei: O Senhor
remiu a seu servo Jacó;
21. e não tinham sede, quando os levava pelos
desertos; fez-lhes correr água da rocha; fendeu a rocha, e as águas
jorraram.
22. Não há paz para os ímpios, diz o Senhor.
[Isaías
49]Isaías 49
1. Ouvi-me, ilhas, e
escutai vós, povos de longe: O Senhor chamou-me desde o ventre, desde as
entranhas de minha mãe fez menção do meu nome
2. e fez a minha boca
qual espada aguda; na sombra da sua mão me escondeu; fez-me qual uma flecha
polida, e me encobriu na sua aljava;
3. e me disse: Tu és meu servo;
és Israel, por quem hei de ser glorificado.
4. Mas eu disse: Debalde
tenho trabalhado, inútil e vãmente gastei as minhas forças; todavia o meu
direito está perante o Senhor, e o meu galardão perante o meu Deus.
5.
E agora diz o Senhor, que me formou desde o ventre para ser o seu servo, para
tornar a trazer-lhe Jacó, e para reunir Israel a ele (pois aos olhos do Senhor
sou glorificado, e o meu Deus se fez a minha força).
6. Sim, diz ele:
Pouco é que sejas o meu servo, para restaurares as tribos de Jacó, e tornares a
trazer os preservados de Israel; também te porei para luz das nações, para seres
a minha salvação até a extremidade da terra.
7. Assim diz o Senhor, o
Redentor de Israel, e o seu Santo, ao que é desprezado dos homens, ao que é
aborrecido das nações, ao servo dos tiranos: Os reis o verão e se levantarão,
como também os príncipes, e eles te adorarão, por amor do Senhor, que é fiel, e
do Santo de Israel, que te escolheu.
8. Assim diz o Senhor: No tempo
aceitável te ouvi, e no dia da salvação te ajudei; e te guardarei, e te darei
por pacto do povo, para restaurares a terra, e lhe dares em herança as herdades
assoladas;
9. para dizeres aos presos: Saí; e aos que estão em trevas:
Aparecei; eles pastarão nos caminhos, e em todos os altos desnudados haverá o
seu pasto.
10. Nunca terão fome nem sede; não os afligirá nem a calma
nem o sol; porque o que se compadece deles os guiará, e os conduzirá mansamente
aos mananciais das águas.
11. Farei de todos os meus montes um
caminho; e as minhas estradas serão exaltadas.
12. Eis que estes virão
de longe, e eis que aqueles do Norte e do Ocidente, e aqueles outros da terra de
Sinim.
13. Cantai, ó céus, e exulta, ó terra, e vós, montes, estalai
de júbilo, porque o Senhor consolou o seu povo, e se compadeceu dos seus
aflitos.
14. Mas Sião diz: O Senhor me desamparou, o meu Senhor se
esqueceu de mim.
15. pode uma mulher esquecer-se de seu filho de
peito, de maneira que não se compadeça do filho do seu ventre? Mas ainda que
esta se esquecesse, eu, todavia, não me esquecerei de ti.
16. Eis que
nas palmas das minhas mãos eu te gravei; os teus muros estão continuamente
diante de mim.
17. Os teus filhos pressurosamente virão; mas os teus
destruidores e os teus assoladores sairão do meio de ti.
18. Levanta
os teus olhos ao redor, e olha; todos estes que se ajuntam vêm ter contigo. Vivo
eu, diz o Senhor, que de todos estes te vestirás, como dum ornamento, e te
cingirás deles como a noiva.
19. Pois quanto aos teus desertos, e
lugares desolados, e à tua terra destruída, serás agora estreita demais para os
moradores, e os que te devoravam se afastarão para longe de ti.
20. Os
filhos de que foste privada ainda dirão aos teus ouvidos: Muito estreito é para
mim este lugar; dá-me espaço em que eu habite.
21. Então no teu
coração dirás: Quem me gerou estes, visto que eu era desfilhada e solitária,
exilada e errante? quem, pois, me criou estes? Fui deixada sozinha; estes onde
estavam?
22. Assim diz o Senhor Deus: Eis que levantarei a minha mão
para as nações, e ante os povos arvorarei a minha bandeira; então eles trarão os
teus filhos nos braços, e as tuas filhas serão levadas sobre os
ombros.
23. Reis serão os teus aios, e as suas rainhas as tuas amas;
diante de ti se inclinarão com o rosto em terra e lamberão o pó dos teus pés; e
saberás que eu sou o Senhor, e que os que por mim esperam não serão
confundidos.
24. Acaso tirar-se-ia a presa ao valente? ou serão
libertados os cativos de um tirano?
25. Mas assim diz o Senhor:
Certamente os cativos serão tirados ao valente, e a presa do tirano será
libertada; porque eu contenderei com os que contendem contigo, e os teus filhos
eu salvarei.
26. E sustentarei os teus opressores com a sua própria
carne, e com o seu próprio sangue se embriagarão, como com mosto; e toda a carne
saberá que eu sou o Senhor, o teu Salvador e o teu Redentor, o Poderoso de
Jacó.
[Isaías 50]Isaías 50
1.
Assim diz o Senhor: Onde está a carta de divórcio de vossa mãe, pela qual eu a
repudiei? ou quem é o meu credor, a quem eu vos tenha vendido? Eis que por
vossas maldades fostes vendidos, e por vossas transgressões foi repudiada vossa
mãe.
2. Por que razão, quando eu vim, ninguém apareceu? quando chamei,
não houve quem respondesse? Acaso tanto se encolheu a minha mão, que já não
possa remir? ou não tenho poder para livrar? Eis que com a minha repreensão faço
secar o mar, e torno os rios em deserto; cheiram mal os seus peixes, pois não há
água, e morrem de sede:
3. Eu visto os céus de negridão, e lhes ponho
cilício por sua cobertura.
4. O Senhor Deus me deu a língua dos
instruídos para que eu saiba sustentar com uma palavra o que está cansado; ele
desperta-me todas as manhãs; desperta-me o ouvido para que eu ouça como
discípulo.
5. O Senhor Deus abriu-me os ouvidos, e eu não fui rebelde,
nem me retirei para trás.
6. Ofereci as minhas costas aos que me
feriam, e as minhas faces aos que me arrancavam a barba; não escondi o meu rosto
dos que me afrontavam e me cuspiam.
7. Pois o Senhor Deus me ajuda;
portanto não me sinto confundido; por isso pus o meu rosto como um seixo, e sei
que não serei envergonhado.
8. Perto está o que me justifica; quem
contenderá comigo? apresentemo-nos juntos; quem é meu adversário? chegue-se para
mim.
9. Eis que o Senhor Deus me ajuda; quem há que me condene? Eis
que todos eles se envelhecerão como um vestido, e a traça os
comerá.
10. Quem há entre vós que tema ao Senhor? ouça ele a voz do
seu servo. Aquele que anda em trevas, e não tem luz, confie no nome do Senhor, e
firme-se sobre o seu Deus.
11. Eia! todos vós, que acendeis fogo, e
vos cingis com tições acesos; andai entre as labaredas do vosso fogo, e entre os
tições que ateastes! Isto vos sobrevirá da minha mão, e em tormentos
jazereis.
[Isaías 51]Isaías
51
1. Ouvi-me vós, os que seguis a justiça, os que
buscais ao Senhor; olhai para a rocha donde fostes cortados, e para a caverna do
poço donde fostes cavados.
2. Olhai para Abraão, vosso pai, e para
Sara, que vos deu à luz; porque ainda quando ele era um só, eu o chamei, e o
abençoei e o multipliquei.
3. Porque o Senhor consolará a Sião;
consolará a todos os seus lugares assolados, e fará o seu deserto como o Edem e
a sua solidão como o jardim do Senhor; gozo e alegria se acharão nela, ação de
graças, e voz de cântico.
4. Atendei-me, povo meu, e nação minha,
inclinai os ouvidos para mim; porque de mim sairá a lei, e estabelecerei a minha
justiça como luz dos povos.
5. Perto está a minha justiça, vem saindo
a minha salvação, e os meus braços governarão os povos; as ilhas me aguardam, e
no meu braço esperam.
6. Levantai os vossos olhos para os céus e olhai
para a terra em baixo; porque os céus desaparecerão como a fumaça, e a terra se
envelhecerá como um vestido; e os seus moradores morrerão semelhantemente; a
minha salvação, porém, durará para sempre, e a minha justiça não será
abolida.
7. Ouvi-me, vós que conheceis a justiça, vós, povo, em cujo
coração está a minha lei; não temais o opróbrio dos homens, nem vos turbeis
pelas suas injúrias.
8. Pois a traça os roerá como a um vestido, e o
bicho os comerá como à lã; a minha justiça, porém, durará para sempre, e a minha
salvação para todas as gerações.
9. Desperta, desperta, veste-te de
força, ó braço do Senhor; desperta como nos dias da antigüidade, como nas
gerações antigas. Porventura não és tu aquele que cortou em pedaços a Raabe, e
traspassou ao dragão,
10. Não és tu aquele que secou o mar, as águas
do grande abismo? o que fez do fundo do mar um caminho, para que por ele
passassem os remidos?
11. Assim voltarão os resgatados do Senhor, e
virão com júbilo a Sião; e haverá perpétua alegria sobre as suas cabeças; gozo e
alegria alcançarão, a tristeza e o gemido fugirão.
12. Eu, eu sou
aquele que vos consola; quem, pois, és tu, para teres medo dum homem, que é
mortal, ou do filho do homem que se tornará como feno;
13. e te
esqueces do Senhor, o teu Criador, que estendeu os céus, e fundou a terra, e
temes continuamente o dia todo por causa do furor do opressor, quando se prepara
para destruir? Onde está o furor do opressor?
14. O exilado cativo
depressa será solto, e não morrerá para ir à sepultura, nem lhe faltará o
pão.
15. Pois eu sou o Senhor teu Deus, que agita o mar, de modo que
bramem as suas ondas. O Senhor dos exércitos é o seu nome.
16. E pus
as minhas palavras na tua boca, e te cubro com a sombra da minha mão; para
plantar os céus, e para fundar a terra, e para dizer a Sião: Tu és o meu
povo.
17. Desperta, desperta, levanta-te, ó Jerusalém, que bebeste da
mão do Senhor o cálice do seu furor; que bebeste da taça do atordoamento, e a
esgotaste.
18. De todos os filhos que ela teve, nenhum há que a guie;
e de todos os filhos que criou, nenhum há que a tome pela mão.
19.
Estas duas coisas te aconteceram; quem terá compaixão de ti? a assolação e a
ruína, a fome e a espada; quem te consolará?
20. Os teus filhos já
desmaiaram, jazem nas esquinas de todas as ruas, como o antílope tomado na rede;
cheios estão do furor do Senhor, e da repreensão do teu Deus.
21. Pelo
que agora ouve isto, ó aflita, e embriagada, mas não de vinho.
22.
Assim diz o Senhor Deus e o teu Deus, que pleiteia a causa do seu povo: Eis que
eu tiro da tua mão a taça de atordoamento e o cálice do meu furor; nunca mais
dele beberás;
23. mas pô-lo-ei nas mãos dos que te afligem, os quais
te diziam: Abaixa-te, para que passemos sobre ti; e tu puseste as tuas costas
como o chão, e como a rua para os que passavam.
[Isaías 52]Isaías 52
1. Desperta, desperta, veste-te da
tua fortaleza, Sião; veste-te dos teus vestidos formosos, ó Jerusalém, cidade
santa; porque nunca mais entrará em ti nem incircunciso nem imundo.
2.
Sacode-te do pó; levanta-te, e assenta-te, ó Jerusalém; solta-te das ataduras de
teu pescoço, ó cativa filha de Sião.
3. Porque assim diz o Senhor: Por
nada fostes vendidos; e sem dinheiro sereis resgatados.
4. Pois assim
diz o Senhor Deus: O meu povo desceu no princípio ao Egito, para peregrinar lá,
e a Assíria sem razão o oprimiu.
5. E agora, que acho eu aqui? diz o
Senhor, pois que o meu povo foi tomado sem nenhuma razão, os seus dominadores
dão uivos sobre ele, diz o Senhor; e o meu nome é blasfemado incessantemente o
dia todo!
6. Portanto o meu povo saberá o meu nome; portanto saberá
naquele dia que sou eu o que falo; eis-me aqui.
7. Quão formosos sobre
os montes são os pés do que anuncia as boas-novas, que proclama a paz, que
anuncia coisas boas, que proclama a salvação, que diz a Sião: O teu Deus
reina!
8. Eis a voz dos teus atalaias! eles levantam a voz, juntamente
exultam; porque de perto contemplam a volta do Senhor a Sião.
9.
Clamai cantando, exultai juntamente, desertos de Jerusalém; porque o Senhor
consolou o seu povo, remiu a Jerusalém.
10. O Senhor desnudou o seu
santo braço à vista de todas as nações; e todos os confins da terra verão a
salvação do nosso Deus.
11. Retirai-vos, retirai-vos, saí daí, não
toqueis coisa imunda; saí do meio dela, purificai-vos, os que levais os vasos do
Senhor.
12. Pois não saireis apressadamente, nem ireis em fuga; porque
o Senhor irá diante de vós, e o Deus de Israel será a vossa
retaguarda.
13. Eis que o meu servo procederá com prudência; será
exaltado, e elevado, e mui sublime.
14. Como pasmaram muitos à vista
dele (pois o seu aspecto estava tão desfigurado que não era o de um homem, e a
sua figura não era a dos filhos dos homens),
15. assim ele espantará
muitas nações; por causa dele reis taparão a boca; pois verão aquilo que não se
lhes havia anunciado, e entenderão aquilo que não tinham ouvido.
[Isaías
53]Isaías 53
1. Quem deu crédito à
nossa pregação? e a quem se manifestou o braço do Senhor?
2. Pois foi
crescendo como renovo perante ele, e como raiz que sai duma terra seca; não
tinha formosura nem beleza; e quando olhávamos para ele, nenhuma beleza víamos,
para que o desejássemos.
3. Era desprezado, e rejeitado dos homens;
homem de dores, e experimentado nos sofrimentos; e, como um de quem os homens
escondiam o rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso algum.
4.
Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e carregou com as
nossas dores; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e
oprimido.
5. Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e
esmagado por causa das nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava
sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados.
6. Todos nós
andávamos desgarrados como ovelhas, cada um se desviava pelo seu caminho; mas o
Senhor fez cair sobre ele a iniqüidade de todos nós.
7. Ele foi
oprimido e afligido, mas não abriu a boca; como um cordeiro que é levado ao
matadouro, e como a ovelha que é muda perante os seus tosquiadores, assim ele
não abriu a boca.
8. Pela opressão e pelo juízo foi arrebatado; e quem
dentre os da sua geração considerou que ele fora cortado da terra dos viventes,
ferido por causa da transgressão do meu povo?
9. E deram-lhe a
sepultura com os ímpios, e com o rico na sua morte, embora nunca tivesse
cometido injustiça, nem houvesse engano na sua boca.
10. Todavia, foi
da vontade do Senhor esmagá-lo, fazendo-o enfermar; quando ele se puser como
oferta pelo pecado, verá a sua posteridade, prolongará os seus dias, e a vontade
do Senhor prosperará nas suas mãos.
11. Ele verá o fruto do trabalho
da sua alma, e ficará satisfeito; com o seu conhecimento o meu servo justo
justificará a muitos, e as iniqüidades deles levará sobre si.
12. Pelo
que lhe darei o seu quinhão com os grandes, e com os poderosos repartirá ele o
despojo; porquanto derramou a sua alma até a morte, e foi contado com os
transgressores; mas ele levou sobre si o pecado de muitos, e pelos
transgressores intercedeu.
[Isaías 54]Isaías
54
1. Canta, alegremente, ó estéril, que não deste à
luz; exulta de prazer com alegre canto, e exclama, tu que não tiveste dores de
parto; porque mais são os filhos da desolada, do que os filhos da casada, diz o
Senhor.
2. Amplia o lugar da tua tenda, e estendam-se as cortinas das
tuas habitações; não o impeças; alonga as tuas cordas, e firma bem as tuas
estacas.
3. Porque trasbordarás para a direita e para a esquerda; e a
tua posteridade possuirá as nações e fará que sejam habitadas as cidades
assoladas.
4. Não temas, porque não serás envergonhada; e não te
envergonhes, porque não sofrerás afrontas; antes te esquecerás da vergonha da
tua mocidade, e não te lembrarás mais do opróbrio da tua viuvez.
5.
Pois o teu Criador é o teu marido; o Senhor dos exércitos é o seu nome; e o
Santo de Israel é o teu Redentor, que é chamado o Deus de toda a
terra.
6. Porque o Senhor te chamou como a mulher desamparada e triste
de espírito; como a mulher da mocidade, que fora repudiada, diz o teu
Deus:
7. Por um breve momento te deixei, mas com grande compaixão te
recolherei;
8. num ímpeto de indignação escondi de ti por um momento o
meu rosto; mas com benignidade eterna me compadecerei de ti, diz o Senhor, o teu
Redentor.
9. Porque isso será para mim como as águas de Noé; como
jurei que as águas de Noé não inundariam mais a terra, assim também jurei que
não me irarei mais contra ti, nem te repreenderei.
10. Pois as
montanhas se retirarão, e os outeiros serão removidos; porém a minha benignidade
não se apartará de ti, nem será removido ao pacto da minha paz, diz o Senhor,
que se compadece de ti.
11. e aflita arrojada com a tormenta e
desconsolada eis que eu assentarei as tuas pedras com antimônio, e lançarei os
teus alicerces com safiras.
12. Farei os teus baluartes de rubis, e as
tuas portas de carbúnculos, e toda a tua muralha de pedras
preciosas.
13. E todos os teus filhos serão ensinados do Senhor; e a
paz de teus filhos será abundante.
14. Com justiça serás estabelecida;
estarás longe da opressão, porque já não temerás; e também do terror, porque a
ti não chegará.
15. Eis que embora se levantem contendas, isso não
será por mim; todos os que contenderem contigo, por causa de ti
cairão.
16. Eis que eu criei o ferreiro, que assopra o fogo de brasas,
e que produz a ferramenta para a sua obra; também criei o assolador, para
destruir.
17. Não prosperará nenhuma arma forjada contra ti; e toda
língua que se levantar contra ti em juízo, tu a condenarás; esta é a herança dos
servos do Senhor, e a sua justificação que de mim procede, diz o
Senhor.
[Isaías 55]Isaías 55
1.
Ó vós, todos os que tendes sede, vinde às águas, e os que não tendes dinheiro,
vinde, comprai, e comei; sim, vinde e comprai, sem dinheiro e sem preço, vinho e
leite.
2. Por que gastais o dinheiro naquilo que não é pão! e o
produto do vosso trabalho naquilo que não pode satisfazer? ouvi-me atentamente,
e comei o que é bom, e deleitai-vos com a gordura.
3. Inclinai os
vossos ouvidos, e vinde a mim; ouvi, e a vossa alma viverá; porque convosco
farei um pacto perpétuo, dando-vos as firmes beneficências prometidas a
Davi.
4. Eis que eu o dei como testemunha aos povos, como príncipe e
governador dos povos.
5. Eis que chamarás a uma nação que não
conheces, e uma nação que nunca te conheceu a ti correrá, por amor do Senhor teu
Deus, e do Santo de Israel; porque ele te glorificou.
6. Buscai ao
Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto.
7. Deixe
o ímpio o seu caminho, e o homem maligno os seus pensamentos; volte-se ao
Senhor, que se compadecerá dele; e para o nosso Deus, porque é generoso em
perdoar.
8. Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos,
nem os vossos caminhos os meus caminhos, diz o Senhor.
9. Porque,
assim como o céu é mais alto do que a terra, assim são os meus caminhos mais
altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos mais altos do que os
vossos pensamentos.
10. Porque, assim como a chuva e a neve descem dos
céus e para lá não tornam, mas regam a terra, e a fazem produzir e brotar, para
que dê semente ao semeador, e pão ao que come,
11. assim será a
palavra que sair da minha boca: ela não voltará para mim vazia, antes fará o que
me apraz, e prosperará naquilo para que a enviei.
12. Pois com alegria
saireis, e em paz sereis guiados; os montes e os outeiros romperão em cânticos
diante de vós, e todas as árvores de campo baterão palmas.
13. Em
lugar do espinheiro crescerá a faia, e em lugar da sarça crescerá a murta; o que
será para o Senhor por nome, por sinal eterno, que nunca se
apagará.
[Isaías 56]Isaías
56
1. Assim diz o Senhor: Mantende a retidão, e fazei
justiça; porque a minha salvação está prestes a vir, e a minha justiça a
manifestar-se.
2. Bem-aventurado o homem que fizer isto, e o filho do
homem que lançar mão disto: que se abstém de profanar o sábado, e guarda a sua
mão de cometer o mal.
3. E não fale o estrangeiro, que se houver unido
ao Senhor, dizendo: Certamente o Senhor me separará do seu povo; nem tampouco
diga o eunuco: Eis que eu sou uma árvore seca.
4. Pois assim diz o
Senhor a respeito dos eunucos que guardam os meus sábados, e escolhem as coisas
que me agradam, e abraçam o meu pacto:
5. Dar-lhes-ei na minha casa e
dentro dos meus muros um memorial e um nome melhor do que o de filhos e filhas;
um nome eterno darei a cada um deles, que nunca se apagará.
6. E aos
estrangeiros, que se unirem ao Senhor, para o servirem, e para amarem o nome do
Senhor, sendo deste modo servos seus, todos os que guardarem o sábado, não o
profanando, e os que abraçarem o meu pacto,
7. sim, a esses os levarei
ao meu santo monte, e os alegrarei na minha casa de oração; os seus holocaustos
e os seus sacrifícios serão aceitos no meu altar; porque a minha casa será
chamada casa de oração para todos os povos.
8. Assim diz o Senhor
Deus, que ajunta os dispersos de Israel: Ainda outros ajuntarei a ele, além dos
que já se lhe ajuntaram.
9. Vós, todos os animais do campo, todos os
animais do bosque, vinde comer.
10. Todos os seus atalaias são cegos,
nada sabem; todos são cães mudos, não podem ladrar; deitados, sonham e gostam de
dormir.
11. E estes cães são gulosos, nunca se podem fartar; e eles
são pastores que nada compreendem; todos eles se tornam para o seu caminho, cada
um para a sua ganância, todos sem exceção.
12. Vinde, dizem, trarei
vinho, e nos encheremos de bebida forte; e o dia de amanhã será como hoje, ou
ainda mais festivo.
[Isaías 57]Isaías
57
1. Perece o justo, e não há quem se importe com
isso; os homens compassivos são arrebatados, e não há ninguém que entenda. Pois
o justo é arrebatado da calamidade,
2. entra em paz; descansam nas
suas camas todos os que andam na retidão.
3. Mas chegai-vos aqui, vós
os filhos da agoureira, linhagem do adúltero e da prostituta.
4. De
quem fazeis escárnio? Contra quem escancarais a boca, e deitais para fora a
língua? Porventura não sois vós filhos da transgressão, estirpe da
falsidade,
5. que vos inflamais junto aos terebintos, debaixo de toda
árvore verde, e sacrificais os filhos nos vales, debaixo das fendas dos
penhascos?
6. Por entre as pedras lisas do vale está o teu quinhão;
estas, estas são a tua sorte; também a estas derramaste a tua libação e lhes
ofereceste uma oblação. Contentar-me-ia com estas coisas?
7. sobre um
monte alto e levantado puseste a tua cama; e lá subiste para oferecer
sacrifícios.
8. Detrás das portas e dos umbrais colocaste o teu
memorial; pois te descobriste a outro que não a mim, e subiste, e alargaste a
tua cama; e fizeste para ti um pacto com eles; amaste a sua cama, onde quer que
a viste.
9. E foste ao rei com óleo, e multiplicaste os teus perfumes,
e enviaste os teus embaixadores para longe, e te abateste até o
Seol.
10. Na tua comprida viagem te cansaste; contudo não disseste:
Não há esperança; achaste com que renovar as tuas forças; por isso não
enfraqueceste.
11. Mas de quem tiveste receio ou medo, para que
mentisses, e não te lembrasses de mim, nem te importasses? Não é porventura
porque eu me calei, e isso há muito tempo, e não me temes?
12. Eu
publicarei essa justiça tua; e quanto às tuas obras, elas não te
aproveitarão.
13. Quando clamares, livrem-te os ídolos que ajuntaste;
mas o vento a todos levará, e um assopro os arrebatará; mas o que confia em mim
possuirá a terra, e herdarão o meu santo monte.
14. E dir-se-á:
Aplanai, aplanai, preparai e caminho, tirai os tropeços do caminho do meu
povo.
15. Porque assim diz o Alto e o Excelso, que habita na
eternidade e cujo nome é santo: Num alto e santo lugar habito, e também com o
contrito e humilde de espírito, para vivificar o espírito dos humildes, e para
vivificar o coração dos contritos.
16. Pois eu não contenderei para
sempre, nem continuamente ficarei irado; porque de mim procede o espírito, bem
como o fôlego da vida que eu criei.
17. Por causa da iniqüidade da sua
avareza me indignei e o feri; escondi-me, e indignei-me; mas, rebelando-se, ele
seguiu o caminho do seu coração.
18. Tenho visto os seus caminhos, mas
eu o sararei; também o guiarei, e tornarei a dar-lhe consolação, a ele e aos que
o pranteiam.
19. Eu crio o fruto dos lábios; paz, paz, para o que está
longe, e para o que está perto diz o Senhor; e eu o sararei.
20. Mas
os ímpios são como o mar agitado; pois não pode estar quieto, e as suas águas
lançam de si lama e lodo.
21. Não há paz para os ímpios, diz o meu
Deus.
[Isaías 58]Isaías 58
1.
Clama em alta voz, não te detenhas, levanta a tua voz como a trombeta e anuncia
ao meu povo a sua transgressão, e à casa de Jacó os seus pecados.
2.
Todavia me procuram cada dia, tomam prazer em saber os meus caminhos; como se
fossem um povo que praticasse a justiça e não tivesse abandonado a ordenança do
seu Deus, pedem-me juízos retos, têm prazer em se chegar a Deus!,
3.
Por que temos nós jejuado, dizem eles, e tu não atentas para isso? por que temos
afligido as nossas almas, e tu não o sabes? Eis que no dia em que jejuais,
prosseguis nas vossas empresas, e exigis que se façam todos os vossos
trabalhos.
4. Eis que para contendas e rixas jejuais, e para ferirdes
com punho iníquo! Jejuando vós assim como hoje, a vossa voz não se fará ouvir no
alto.
5. Seria esse o jejum que eu escolhi? o dia em que o homem
aflija a sua alma? Consiste porventura, em inclinar o homem a cabeça como junco
e em estender debaixo de si saco e cinza? chamarias tu a isso jejum e dia
aceitável ao Senhor?
6. Acaso não é este o jejum que escolhi? que
soltes as ligaduras da impiedade, que desfaças as ataduras do jugo? e que deixes
ir livres os oprimidos, e despedaces todo jugo?
7. Porventura não é
também que repartas o teu pão com o faminto, e recolhas em casa os pobres
desamparados? que vendo o nu, o cubras, e não te escondas da tua
carne?
8. Então romperá a tua luz como a alva, e a tua cura
apressadamente brotará. e a tua justiça irá adiante de ti; e a glória do Senhor
será a tua retaguarda.
9. Então clamarás, e o Senhor te responderá;
gritarás, e ele dirá: Eis-me aqui. Se tirares do meio de ti o jugo, o estender
do dedo, e o falar iniquamente;
10. e se abrires a tua alma ao
faminto, e fartares o aflito; então a tua luz nascerá nas trevas, e a tua
escuridão será como o meio dia.
11. O Senhor te guiará continuamente,
e te fartará até em lugares áridos, e fortificará os teus ossos; serás como um
jardim regado, e como um manancial, cujas águas nunca falham.
12. E os
que de ti procederem edificarão as ruínas antigas; e tu levantarás os
fundamentos de muitas gerações; e serás chamado reparador da brecha, e
restaurador de veredas para morar.
13. Se desviares do sábado o teu
pé, e deixares de prosseguir nas tuas empresas no meu santo dia; se ao sábado
chamares deleitoso, ao santo dia do Senhor, digno de honra; se o honrares, não
seguindo os teus caminhos, nem te ocupando nas tuas empresas, nem falando
palavras vãs;
14. então te deleitarás no Senhor, e eu te farei
cavalgar sobre as alturas da terra, e te sustentarei com a herança de teu pai
Jacó; porque a boca do Senhor o disse.
[Isaías 59]Isaías
59
1. Eis que a mão do Senhor não está encolhida, para
que não possa salvar; nem surdo o seu ouvido, para que não possa
ouvir;
2. mas as vossas iniqüidades fazem separação entre vós e o
vosso Deus; e os vossos pecados esconderam o seu rosto de vós, de modo que não
vos ouça.
3. Porque as vossas mãos estão contaminadas de sangue, e os
vossos dedos de iniqüidade; os vossos lábios falam a mentira, a vossa língua
pronuncia perversidade.
4. Ninguém há que invoque a justiça com
retidão, nem há quem pleiteie com verdade; confiam na vaidade, e falam mentiras;
concebem o mal, e dão à luz a iniqüidade.
5. Chocam ovos de
basiliscos, e tecem teias de aranha; o que comer dos ovos deles, morrerá; e do
ovo que for pisado sairá uma víbora.
6. As suas teias não prestam para
vestidos; nem se poderão cobrir com o que fazem; as suas obras são obras de
iniqüidade, e atos de violência há nas suas mãos.
7. Os seus pés
correm para o mal, e se apressam para derramarem o sangue inocente; os seus
pensamentos são pensamentos de iniqüidade; a desolação e a destruição acham-se
nas suas estradas.
8. O caminho da paz eles não o conhecem, nem há
justiça nos seus passos; fizeram para si veredas tortas; todo aquele que anda
por elas não tem conhecimento da paz.
9. Pelo que a justiça está longe
de nós, e a retidão não nos alcança; esperamos pela luz, e eis que só há trevas;
pelo resplendor, mas andamos em escuridão.
10. Apalpamos as paredes
como cegos; sim, como os que não têm olhos andamos apalpando; tropeçamos ao
meio-dia como no crepúsculo, e entre os vivos somos como mortos.
11.
Todos nós bramamos como ursos, e andamos gemendo como pombas; esperamos a
justiça, e ela não aparece; a salvação, e ela está longe de nós.
12.
Porque as nossas transgressões se multiplicaram perante ti, e os nossos pecados
testificam contra nós; pois as nossas transgressões estão conosco, e conhecemos
as nossas iniqüidades.
13. transgredimos, e negamos o Senhor, e nos
desviamos de seguir após o nosso Deus; falamos a opressão e a rebelião,
concebemos e proferimos do coração palavras de falsidade.
14. Pelo que
o direito se tornou atrás, e a justiça se pôs longe; porque a verdade anda
tropeçando pelas ruas, e a eqüidade não pode entrar.
15. Sim, a
verdade desfalece; e quem se desvia do mal arrisca-se a ser despojado; e o
Senhor o viu, e desagradou-lhe o não haver justiça.
16. E viu que
ninguém havia, e maravilhou-se de que não houvesse um intercessor; pelo que o
seu próprio braço lhe trouxe a salvação, e a sua própria justiça o
susteve;
17. vestiu-se de justiça, como de uma couraça, e pôs na
cabeça o capacete da salvação; e por vestidura pôs sobre si vestes de vingança,
e cobriu-se de zelo, como de um manto.
18. Conforme forem as obras
deles, assim será a sua retribuição, furor aos seus adversários, e recompensa
aos seus inimigos; às ilhas dará ele a sua recompensa.
19. Então
temerão o nome do Senhor desde o poente, e a sua glória desde o nascente do sol;
porque ele virá tal uma corrente impetuosa, que o assopro do Senhor
impele.
20. E virá um Redentor a Sião e aos que em Jacó se desviarem
da transgressão, diz o Senhor.
21. Quanto a mim, este é o meu pacto
com eles, diz o Senhor: o meu Espírito, que está sobre ti, e as minhas palavras,
que pus na tua boca, não se desviarão da tua boca, nem da boca dos teus filhos,
nem da boca dos filhos dos teus filhos, diz o Senhor, desde agora e para todo o
sempre.
[Isaías 60]Isaías 60
1.
Levanta-te, resplandece, porque é chegada a tua luz, e é nascida sobre ti a
glória do Senhor.
2. Pois eis que as trevas cobrirão a terra, e a
escuridão os povos; mas sobre ti o Senhor virá surgindo, e a sua glória se verá
sobre ti.
3. E nações caminharão para a tua luz, e reis para o
resplendor da tua aurora.
4. Levanta em redor os teus olhos, e vê;
todos estes se ajuntam, e vêm ter contigo; teus filhos vêm de longe, e tuas
filhas se criarão a teu lado.
5. Então o verás, e estarás radiante, e
o teu coração estremecerá e se alegrará; porque a abundância do mar se tornará a
ti, e as riquezas das nações a ti virão.
6. A multidão de camelos te
cobrirá, os dromedários de Midiã e Efá; todos os de Sabá, virão; trarão ouro e
incenso, e publicarão os louvores do Senhor.
7. Todos os rebanhos de
Quedar se congregarão em ti, os carneiros de Nebaoite te servirão; com aceitação
subirão ao meu altar, e eu glorificarei a casa da minha glória.
8.
Quem são estes que vêm voando como nuvens e como pombas para as suas
janelas?
9. Certamente as ilhas me aguardarão, e vêm primeiro os
navios de Társis, para trazerem teus filhos de longe, e com eles a sua prata e o
seu ouro, para o nome do Senhor teu Deus, e para o Santo de Israel, porquanto
ele te glorificou.
10. E estrangeiros edificarão os teus muros, e os
seus reis te servirão; porque na minha ira te feri, mas na minha benignidade
tive misericórdia de ti.
11. As tuas portas estarão abertas de
contínuo; nem de dia nem de noite se fecharão; para que te sejam trazidas as
riquezas das nações, e conduzidos com elas os seus reis.
12. Porque a
nação e o reino que não te servirem perecerão; sim, essas nações serão de todo
assoladas.
13. A glória do Líbano virá a ti; a faia, o olmeiro, e o
buxo conjuntamente, para ornarem o lugar do meu santuário; e farei glorioso o
lugar em que assentam os meus pés.
14. Também virão a ti,
inclinando-se, os filhos dos que te oprimiram; e prostrar-se-ão junto às plantas
dos teus pés todos os que te desprezaram; e chamar-te-ão a cidade do Senhor, a
Sião do Santo de Israel.
15. Ao invés de seres abandonada e odiada
como eras, de sorte que ninguém por ti passava, far-te-ei uma excelência
perpétua, uma alegria de geração em geração.
16. E mamarás o leite das
nações, e te alimentarás ao peito dos reis; assim saberás que eu sou o Senhor, o
teu Salvador, e o teu Redentor, o Poderoso de Jacó.
17. Por bronze
trarei ouro, por ferro trarei prata, por madeira bronze, e por pedras ferro;
farei pacíficos os teus oficiais e justos os teus exatores.
18. Não se
ouvirá mais de violência na tua terra, de desolação ou destruição nos teus
termos; mas aos teus muros chamarás Salvação, e às tuas portas
Louvor.
19. Não te servirá mais o sol para luz do dia, nem com o seu
resplendor a lua te alumiará; mas o Senhor será a tua luz perpétua, e o teu Deus
a tua glória.
20. Nunca mais se porá o teu sol, nem a tua lua
minguará; porque o Senhor será a tua luz perpétua, e acabados serão os dias do
teu luto.
21. E todos os do teu povo serão justos; para sempre
herdarão a terra; serão renovos por mim plantados, obra das minhas mãos, para
que eu seja glorificado.
22. O mais pequeno virá a ser mil, e o mínimo
uma nação forte; eu, o Senhor, apressarei isso a seu tempo.
[Isaías
61]Isaías 61
1. O Espírito do Senhor
Deus está sobre mim, porque o Senhor me ungiu para pregar boas-novas aos mansos;
enviou-me a restaurar os contritos de coração, a proclamar liberdade aos
cativos, e a abertura de prisão aos presos;
2. a apregoar o ano
aceitável do Senhor e o dia da vingança do nosso Deus; a consolar todos os
tristes;
3. a ordenar acerca dos que choram em Sião que se lhes dê uma
grinalda em vez de cinzas, óleo de gozo em vez de pranto, vestidos de louvor em
vez de espírito angustiado; a fim de que se chamem árvores de justiça, plantação
do Senhor, para que ele seja glorificado.
4. E eles edificarão as
antigas ruínas, levantarão as desolações de outrora, e restaurarão as cidades
assoladas, as desolações de muitas gerações.
5. E haverá estrangeiros,
que apascentarão os vossos rebanhos; e estranhos serão os vossos lavradores e os
vossos vinheiros.
6. Mas vós sereis chamados sacerdotes do Senhor, e
vos chamarão ministros de nosso Deus; comereis as riquezas das nações, e na sua
glória vos gloriareis.
7. Em lugar da vossa vergonha, haveis de ter
dupla honra; e em lugar de opróbrio exultareis na vossa porção; por isso na sua
terra possuirão o dobro, e terão perpétua alegria.
8. Pois eu, o
Senhor, amo o juízo, aborreço o roubo e toda injustiça; fielmente lhes darei sua
recompensa, e farei com eles um pacto eterno.
9. E a sua posteridade
será conhecida entre as nações, e os seus descendentes no meio dos povos; todos
quantos os virem os reconhecerão como descendência bendita do
Senhor.
10. Regozijar-me-ei muito no Senhor, a minha alma se alegrará
no meu Deus, porque me vestiu de vestes de salvação, cobriu-me com o manto de
justiça, como noivo que se adorna com uma grinalda, e como noiva que se enfeita
com as suas jóias.
11. Porque, como a terra produz os seus renovos, e
como o horto faz brotar o que nele se semeia, assim o Senhor Deus fará brotar a
justiça e o louvor perante todas as nações.
[Isaías 62]Isaías 62
1. Por amor de Sião não me
calarei, e por amor de Jerusalém não descansarei, até que saia a sua justiça
como um resplendor, e a sua salvação como uma tocha acesa.
2. E as
nações verão a tua justiça, e todos os reis a tua glória; e chamar-te-ão por um
nome novo, que a boca do Senhor designará.
3. Também serás uma coroa
de adorno na mão do Senhor, e um diadema real na mão do teu Deus.
4.
Nunca mais te chamarão: Desamparada, nem a tua terra se denominará Desolada; mas
chamar-te-ão Hefzibá, e à tua terra Beulá; porque o Senhor se agrada de ti; e a
tua terra se casará.
5. Pois como o mancebo se casa com a donzela,
assim teus filhos se casarão contigo; e, como o noivo se alegra da noiva, assim
se alegrará de ti o teu Deus
6. e Jerusalém, sobre os teus muros pus
atalaias, que não se calarão nem de dia, nem de noite; ó vós, os que fazeis
lembrar ao Senhor, não descanseis,
7. e não lhe deis a ele descanso
até que estabeleça Jerusalém e a ponha por objeto de louvor na
terra.
8. Jurou o Senhor pela sua mão direita, e pelo braço da sua
força: Nunca mais darei de comer o teu trigo aos teus inimigos, nem os
estrangeiros beberão o teu mosto, em que trabalhaste.
9. Mas os que o
ajuntarem o comerão, e louvarão ao Senhor; e os que o colherem o beberão nos
átrios do meu santuário.
10. Passai, passai pelas portas; preparai o
caminho ao povo; aplanai, aplanai a estrada, limpai-a das pedras; arvorai a
bandeira aos povos.
11. Eis que o Senhor proclamou até as extremidades
da terra: Dizei à filha de Sião: Eis que vem o teu Salvador; eis que com ele vem
o seu galardão, e a sua recompensa diante dele.
12. E chamar-lhes-ão:
Povo santo, remidos do Senhor; e tu serás chamada Procurada, cidade não
desamparada.
[Isaías 63]Isaías
63
1. Quem é este, que vem de Edom, de Bozra, com
vestiduras tintas de escarlate? este que é glorioso no seu traje, que marcha na
plenitude da sua força? Sou eu, que falo em justiça, poderoso para
salvar.
2. Por que está vermelha a tua vestidura, e as tuas vestes
como as daquele que pisa no lagar?
3. Eu sozinho pisei no lagar, e dos
povos ninguém houve comigo; eu os pisei na minha ira, e os esmaguei no meu
furor, e o seu sangue salpicou as minhas vestes, e manchei toda a minha
vestidura.
4. Porque o dia da vingança estava no meu coração, e o ano
dos meus remidos é chegado.
5. Olhei, mas não havia quem me ajudasse;
e admirei-me de não haver quem me sustivesse; pelo que o meu próprio braço me
trouxe a vitória; e o meu furor é que me susteve.
6. Pisei os povos na
minha ira, e os embriaguei no meu furor; e derramei sobre a terra o seu
sangue.
7. Celebrarei as benignidades do Senhor, e os louvores do
Senhor, consoante tudo o que o Senhor nos tem concedido, e a grande bondade para
com a casa de Israel, bondade que ele lhes tem concedido segundo as suas
misericórdias, e segundo a multidão das suas benignidades.
8. Porque
dizia: Certamente eles são meu povo, filhos que não procederão com falsidade;
assim ele se fez o seu Salvador.
9. Em toda a angústia deles foi ele
angustiado, e o anjo da sua presença os salvou; no seu amor, e na sua compaixão
ele os remiu; e os tomou, e os carregou todos os dias da
antigüidade.
10. Eles, porém, se rebelaram, e contristaram o seu santo
Espírito; pelo que se lhes tornou em inimigo, e ele mesmo pelejou contra
eles.
11. Todavia se lembrou dos dias da antigüidade, de Moisés, e do
seu povo, dizendo: Onde está aquele que os fez subir do mar com os pastores do
seu rebanho? Onde está o que pôs no meio deles o seu santo
Espírito?
12. Aquele que fez o seu braço glorioso andar à mão direita
de Moisés? que fendeu as águas diante deles, para fazer para si um nome
eterno?
13. Aquele que os guiou pelos abismos, como a um cavalo no
deserto, de modo que nunca tropeçaram?
14. Como ao gado que desce ao
vale, o Espírito do Senhor lhes deu descanso; assim guiaste o teu povo, para te
fazeres um nome glorioso.
15. Atenta lá dos céus e vê, lá da tua santa
e gloriosa habitação; onde estão o teu zelo e as tuas obras poderosas? A ternura
do teu coração e as tuas misericórdias para comigo estancaram.
16. Mas
tu és nosso Pai, ainda que Abraão não nos conhece, e Israel não nos reconhece;
tu, ó Senhor, és nosso Pai; nosso Redentor desde a antigüidade é o teu
nome.
17. Por que, ó Senhor, nos fazes errar dos teus caminhos? Por
que endureces o nosso coração, para te não temermos? Faze voltar, por amor dos
teus servos, as tribos da tua herança.
18. Só por um pouco de tempo o
teu santo povo a possuiu; os nossos adversários pisaram o teu
santuário.
19. Somos feitos como aqueles sobre quem tu nunca
dominaste, e como os que nunca se chamaram pelo teu nome.
[Isaías
64]Isaías 64
1. Oh! se fendesses os
céus, e descesses, e os montes tremessem à tua presença,
2. como
quando o fogo pega em acendalhas, e o fogo faz ferver a água, para fazeres
notório o teu nome aos teus adversários, de sorte que à tua presença tremam as
nações!
3. Quando fazias coisas terríveis, que não esperávamos,
descias, e os montes tremiam à tua presença.
4. Porque desde a
antigüidade não se ouviu, nem com ouvidos se percebeu, nem com os olhos se viu
um Deus além de ti, que opera a favor daquele que por ele espera.
5.
Tu sais ao encontro daquele que, com alegria, pratica a justiça, daqueles que se
lembram de ti nos teus caminhos. Eis que te iraste, porque pecamos; há muito
tempo temos estado em pecados; acaso seremos salvos?
6. Pois todos nós
somos como o imundo, e todas as nossas justiças como trapo da imundícia; e todos
nós murchamos como a folha, e as nossas iniqüidades, como o vento, nos
arrebatam.
7. E não há quem invoque o teu nome, que desperte, e te
detenha; pois escondeste de nós o teu rosto e nos consumiste, por causa das
nossas iniqüidades.
8. Mas agora, ó Senhor, tu és nosso Pai; nós somos
o barro, e tu o nosso oleiro; e todos nós obra das tuas mãos.
9. Não
te agastes tanto, ó Senhor, nem perpetuamente te lembres da iniqüidade; olha,
pois, nós te pedimos, todos nós somos o teu povo.
10. As tuas santas
cidades se tornaram em deserto, Sião está feita um ermo, Jerusalém uma
desolação.
11. A nossa santa e gloriosa casa, em que te louvavam
nossos pais, foi queimada a fogo; e todos os nossos lugares aprazíveis se
tornaram em ruínas.
12. Acaso conter-te-ás tu ainda sobre estas
calamidades, ó Senhor? ficarás calado, e nos afligirás tanto?
[Isaías
65]Isaías 65
1. Tornei-me acessível
aos que não perguntavam por mim; fui achado daqueles que não me buscavam. A uma
nação que não se chamava do meu nome eu disse: Eis-me aqui, eis-me
aqui.
2. Estendi as minhas mãos o dia todo a um povo rebelde, que anda
por um caminho que não é bom, após os seus próprios pensamentos;
3.
povo que de contínuo me provoca diante da minha face, sacrificando em jardins e
queimando incenso sobre tijolos;
4. que se assenta entre as
sepulturas, e passa as noites junto aos lugares secretos; que come carne de
porco, achando-se caldo de coisas abomináveis nas suas vasilhas;
5. e
que dizem: Retira-te, e não te chegues a mim, porque sou mais santo do que tu.
Estes são fumaça no meu nariz, um fogo que arde o dia todo.
6. Eis que
está escrito diante de mim: Não me calarei, mas eu pagarei, sim, deitar-lhes-ei
a recompensa no seu seio;
7. as suas iniqüidades, e juntamente as
iniqüidades de seus pais, diz o Senhor, os quais queimaram incenso nos montes, e
me afrontaram nos outeiros; pelo que lhes tornarei a medir as suas obras antigas
no seu seio.
8. Assim diz o Senhor: Como quando se acha mosto num
cacho de uvas, e se diz: Não o desperdices, pois há bênção nele; assim farei por
amor de meus servos, para que eu não os destrua a todos.
9. E
produzirei descendência a Jacó, e a Judá um herdeiro dos meus montes; e os meus
escolhidos herdarão a terra e os meus servos nela habitarão.
10. E
Sarom servirá de pasto de rebanhos, e o vale de Acor de repouso de gado, para o
meu povo, que me buscou.
11. Mas a vós, os que vos apartais do Senhor,
os que vos esqueceis do meu santo monte, os que preparais uma mesa para a
fortuna, e que misturais vinho para o Destino
12. também vos
destinarei à espada, e todos vos encurvareis à matança; porque quando chamei,
não respondestes; quando falei, não ouvistes, mas fizestes o que era mau aos
meus olhos, e escolhestes aquilo em que eu não tinha prazer.
13. Pelo
que assim diz o Senhor Deus: Eis que os meus servos comerão, mas vós padecereis
fome; eis que os meus servos beberão, mas vós tereis sede; eis que os meus
servos se alegrarão, mas vós vos envergonhareis;
14. eis que os meus
servos cantarão pela alegria de coração, mas vós chorareis pela tristeza de
coração, e uivareis pela angústia de espírito.
15. E deixareis o vosso
nome para maldição aos meus escolhidos; e vos matará o Senhor Deus, mas a seus
servos chamará por outro nome.
16. De sorte que aquele que se
bendisser na terra será bendito no Deus da verdade; e aquele que jurar na terra,
jurará pelo Deus da verdade; porque já estão esquecidas as angústias passadas, e
estão escondidas dos meus olhos.
17. Pois eis que eu crio novos céus e
nova terra; e não haverá lembrança das coisas passadas, nem mais se
recordarão:
18. Mas alegrai-vos e regozijai-vos perpetuamente no que
eu crio; porque crio para Jerusalém motivo de exultação e para o seu povo motivo
de gozo.
19. E exultarei em Jerusalém, e folgarei no meu povo; e nunca
mais se ouvirá nela voz de choro nem voz de clamor.
20. Não haverá
mais nela criança de poucos dias, nem velho que não tenha cumprido os seus dias;
porque o menino morrerá de cem anos; mas o pecador de cem anos será
amaldiçoado.
21. E eles edificarão casas, e as habitarão; e plantarão
vinhas, e comerão o fruto delas.
22. Não edificarão para que outros
habitem; não plantarão para que outros comam; porque os dias do meu povo serão
como os dias da árvore, e os meus escolhidos gozarão por longo tempo das obras
das suas mãos:
23. Não trabalharão debalde, nem terão filhos para
calamidade; porque serão a descendência dos benditos do Senhor, e os seus
descendentes estarão com eles.
24. E acontecerá que, antes de clamarem
eles, eu responderei; e estando eles ainda falando, eu os ouvirei.
25.
O lobo e o cordeiro juntos se apascentarão, o leão comerá palha como o boi; e pó
será a comida da serpente. Não farão mal nem dano algum em todo o meu santo
monte, diz o Senhor.
[Isaías 66]Isaías
66
1. Assim diz o Senhor: O céu é o meu trono, e a
terra o escabelo dos meus pés. Que casa me edificaríeis vós? e que lugar seria o
do meu descanso?
2. A minha mão fez todas essas coisas, e assim todas
elas vieram a existir, diz o Senhor; mas eis para quem olharei: para o humilde e
contrito de espírito, que treme da minha palavra.
3. Quem mata um boi
é como o que tira a vida a um homem; quem sacrifica um cordeiro, como o que
quebra o pescoço a um cão; quem oferece uma oblação, como o que oferece sangue
de porco; quem queima incenso, como o que bendiz a um ídolo. Porquanto eles
escolheram os seus próprios caminhos, e tomam prazer nas suas
abominações,
4. também eu escolherei as suas aflições, farei vir sobre
eles aquilo que temiam; porque quando clamei, ninguém respondeu; quando falei,
eles não escutaram, mas fizeram o que era mau aos meus olhos, e escolheram
aquilo em que eu não tinha prazer.
5. Ouvi a palavra do Senhor, os que
tremeis da sua palavra: Vossos irmãos, que vos odeiam e que para longe vos
lançam por causa do meu nome, disseram: Seja glorificado o Senhor, para que
vejamos a vossa alegria; mas eles serão confundidos.
6. uma voz de
grande tumulto vem da cidade, uma voz do templo, ei-la, a voz do Senhor, que dá
a recompensa aos seus inimigos.
7. Antes que estivesse de parto, deu à
luz; antes que lhe viessem as dores, deu à luz um filho.
8. Quem
jamais ouviu tal coisa? quem viu coisas semelhantes? Poder-se-ia fazer nascer
uma terra num só dia? nasceria uma nação de uma só vez? Mas logo que Sião esteve
de parto, deu à luz seus filhos.
9. Acaso farei eu abrir a madre, e
não farei nascer? diz o Senhor. Acaso eu que faço nascer, fecharei a madre? diz
o teu Deus.
10. Regozijai-vos com Jerusalém, e alegrai-vos por ela,
vós todos os que a amais; enchei-vos por ela de alegria, todos os que por ela
pranteastes;
11. para que mameis e vos farteis dos peitos das suas
consolações; para que sugueis, e vos deleiteis com a abundância da sua
glória.
12. Pois assim diz o Senhor: Eis que estenderei sobre ela a
paz como um rio, e a glória das nações como um ribeiro que trasborda; então
mamareis, ao colo vos trarão, e sobre os joelhos vos afagarão.
13.
Como alguém a quem consola sua mãe, assim eu vos consolarei; e em Jerusalém vós
sereis consolados.
14. Isso vereis e alegrar-se-á o vosso coração, e
os vossos ossos reverdecerão como a erva tenra; então a mão do Senhor será
notória aos seus servos, e ele se indignará contra os seus
inimigos.
15. Pois, eis que o Senhor virá com fogo, e os seus carros
serão como o torvelinho, para retribuir a sua ira com furor, e a sua repreensão
com chamas de fogo.
16. Porque com fogo e com a sua espada entrará o
Senhor em juízo com toda a carne; e os que forem mortos pelo Senhor serão
muitos.
17. Os que se santificam, e se purificam para entrar nos
jardins após uma deusa que está no meio, os que comem da carne de porco, e da
abominação, e do rato, esses todos serão consumidos, diz o Senhor.
18.
Pois eu conheço as suas obras e os seus pensamentos; vem o dia em que ajuntarei
todas as nações e línguas; e elas virão, e verão a minha glória.
19.
Porei entre elas um sinal, e os que dali escaparem, eu os enviarei às nações, a
Társis, Pul, e Lude, povos que atiram com o arco, a Tubal e Javã, até as ilhas
de mais longe, que não ouviram a minha fama, nem viram a minha glória; e eles
anunciarão entre as nações a minha glória.
20. E trarão todos os
vossos irmãos, dentre todas as nações, como oblação ao Senhor; sobre cavalos, e
em carros, e em liteiras, e sobre mulas, e sobre dromedários, os trarão ao meu
santo monte, a Jerusalém, diz o Senhor, como os filhos de Israel trazem as suas
ofertas em vasos limpos à casa do Senhor.
21. E também deles tomarei
alguns para sacerdotes e para levitas, diz o Senhor.
22. Pois, como os
novos céus e a nova terra, que hei de fazer, durarão diante de mim, diz o
Senhor, assim durará a vossa posteridade e o vosso nome.
23. E
acontecerá que desde uma lua nova até a outra, e desde um sábado até o outro,
virá toda a carne a adorar perante mim, diz o Senhor.
24. E sairão, e
verão os cadáveres dos homens que transgrediram contra mim; porque o seu verme
nunca morrerá, nem o seu fogo se apagará; e eles serão um horror para toda a
carne.
[Jeremias 1]Jeremias
1
1. As palavras de Jeremias, filho de Hilquias, um dos
sacerdotes que estavam em Anatote, na terra de Benjamim;
2. ao qual
veio a palavra do Senhor, nos dias de Josias, filho de Amom, rei de Judá, no
décimo terceiro ano do seu reinado;
3. e lhe veio também nos dias de
Jeoiaquim, filho de Josias, rei de Judá, até o fim do ano undécimo de Zedequias,
filho de Josias, rei de Judá, até que Jerusalém foi levada em cativeiro no
quinto mês.
4. Ora veio a mim a palavra do Senhor,
dizendo:
5. Antes que eu te formasse no ventre te conheci, e antes que
saísses da madre te santifiquei; às nações te dei por profeta.
6.
Então disse eu: Ah, Senhor Deus! Eis que não sei falar; porque sou um
menino.
7. Mas o Senhor me respondeu: Não digas: Eu sou um menino;
porque a todos a quem eu te enviar, irás; e tudo quanto te mandar
dirás.
8. Não temas diante deles; pois eu seu contigo para te livrar,
diz o Senhor.
9. Então estendeu o Senhor a mão, e tocou-me na boca; e
disse-me o Senhor: Eis que ponho as minhas palavras na tua boca.
10.
Olha, ponho-te neste dia sobre as nações, e sobre os reinos, para arrancares e
derribares, para destruíres e arruinares; e também para edificares e
plantares.
11. E veio a mim a palavra do Senhor, dizendo: Que é que
vês, Jeremias? Eu respondi: Vejo uma vara de amendoeira.
12. Então me
disse o Senhor: Viste bem; porque eu velo sobre a minha palavra para a
cumprir.
13. Veio a mim a palavra do Senhor segunda vez, dizendo: Que
é que vês? E eu disse: Vejo uma panela a ferver, que se apresenta da banda do
norte.
14. Ao que me disse o Senhor: Do norte se estenderá o mal sobre
todos os habitantes da terra.
15. Pois estou convocando todas as
famílias dos reinos do norte, diz o Senhor; e, vindo, porá cada um o seu trono à
entrada das portas de Jerusalém, e contra todos os seus muros em redor e contra
todas as cidades de Judá.
16. E pronunciarei contra eles os meus
juízos, por causa de toda a sua malícia; pois me deixaram a mim, e queimaram
incenso a deuses estranhos, e adoraram as obras das suas mãos.
17. Tu,
pois, cinge os teus lombos, e levanta-te, e dêem-lhes tudo quanto eu te ordenar;
não desanimes diante deles, para que eu não te desanime diante
deles.
18. Eis que hoje te ponho como cidade fortificada, e como
coluna de ferro e muros de bronze contra toda a terra, contra os reis de Judá,
contra os seus príncipes, contra os seus sacerdotes, e contra o povo da
terra.
19. E eles pelejarão contra ti, mas não prevalecerão; porque eu
sou contigo, diz o Senhor, para te livrar.
[Jeremias 2]Jeremias 2
1. Veio a mim a palavra do
Senhor, dizendo:
2. Vai, e clama aos ouvidos de Jerusalém, dizendo:
Assim diz o Senhor: Lembro-me, a favor de ti, da devoção da tua mocidade, do
amor dos teus desposórios, de como me seguiste no deserto, numa terra não
semeada.
3. Então Israel era santo para o Senhor, primícias da sua
novidade; todos os que o devoravam eram tidos por culpados; o mal vinha sobre
eles, diz o Senhor.
4. Ouvi a palavra do Senhor, ó casa de Jacó, e
todas as famílias da casa de Israel;
5. assim diz o Senhor: Que
injustiça acharam em mim vossos pais, para se afastarem de mim, indo após a
vaidade, e tornando-se levianos?
6. Eles não perguntaram: Onde está o
Senhor, que nos fez subir da terra do Egito? que nos enviou através do deserto,
por uma terra de charnecas e de covas, por uma terra de sequidão e densas
trevas, por uma terra em que ninguém transitava, nem morava?
7. E eu
vos introduzi numa terra fértil, para comerdes o seu fruto e o seu bem; mas
quando nela entrastes, contaminastes a minha terra, e da minha herança fizestes
uma abominação.
8. Os sacerdotes não disseram: Onde está o Senhor? E
os que tratavam da lei não me conheceram, e os governadores prevaricaram contra
mim, e os profetas profetizaram por Baal, e andaram após o que é de nenhum
proveito.
9. Portanto ainda contenderei convosco, diz o Senhor; e até
com os filhos de vossos filhos contenderei.
10. Pois passai às ilhas
de Quitim, e vede; enviai a Quedar, e atentai bem; vede se jamais sucedeu coisa
semelhante.
11. Acaso trocou alguma nação os seus deuses, que contudo
não são deuses? Mas o meu povo trocou a sua glória por aquilo que é de nenhum
proveito.
12. Espantai-vos disto, ó céus, e horrorizai-vos! ficai
verdadeiramente desolados, diz o Senhor.
13. Porque o meu povo fez
duas maldades: a mim me deixaram, o manancial de águas vivas, e cavaram para si
cisternas, cisternas rotas, que não retêm as águas.
14. Acaso é Israel
um servo? E ele um escravo nascido em casa? Por que, pois, veio a ser
presa?
15. Os leões novos rugiram sobre ele, e levantaram a sua voz; e
fizeram da terra dele uma desolação; as suas cidades se queimaram, e ninguém
habita nelas.
16. Até os filhos de Mênfis e de Tapanes te quebraram o
alto da cabeça.
17. Porventura não trouxeste isso sobre ti mesmo,
deixando o Senhor teu Deus no tempo em que ele te guiava pelo
caminho?
18. Agora, pois, que te importa a ti o caminho do Egito, para
beberes as águas do Nilo? e que te importa a ti o caminho da Assíria, para
beberes as águas do Eufrates?
19. A tua malícia te castigará, e as
tuas apostasias te repreenderão; sabe, pois, e vê, que má e amarga coisa é o
teres deixado o Senhor teu Deus, e o não haver em ti o temor de mim, diz o
Senhor Deus dos exércitos.
20. Já há muito quebraste o teu jugo, e
rompeste as tuas ataduras, e disseste: Não servirei: Pois em todo outeiro alto e
debaixo de toda árvore frondosa te deitaste, fazendo-te
prostituta.
21. Todavia eu mesmo te plantei como vide excelente, uma
semente inteiramente fiel; como, pois, te tornaste para mim uma planta
degenerada, de vida estranha?
22. Pelo que, ainda que te laves com
salitre, e uses muito sabão, a mancha da tua iniqüidade está diante de mim, diz
o Senhor Deus.
23. Como dizes logo: Não estou contaminada nem andei
após Baal? Vê o teu caminho no vale, conhece o que fizeste; dromedária ligeira
és, que anda torcendo os seus caminhos;
24. asna selvagem acostumada
ao deserto e que no ardor do cio sorve o vento; quem lhe pode impedir o desejo?
Dos que a buscarem, nenhum precisa cansar-se; pois no mês dela,
achá-la-ão.
25. Evita que o teu pé ande descalço, e que a tua garganta
tenha sede. Mas tu dizes: Não há esperança; porque tenho amado os estranhos, e
após eles andarei.
26. Como fica confundido o ladrão quando o apanham,
assim se confundem os da casa de Israel; eles, os seus reis, os seus príncipes,
e os seus sacerdotes, e os seus profetas,
27. que dizem ao pau: Tu és
meu pai; e à pedra: Tu me geraste. Porque me viraram as costas, e não o rosto;
mas no tempo do seu aperto dir-me-ão: Levanta-te, e salvamos.
28. Mas
onde estão os teus deuses que fizeste para ti? Que se levantem eles, se te podem
livrar no tempo da tua tribulação; porque os teus deuses, ó Judá, são tão
numerosos como as tuas cidades.
29. Por que disputais comigo? Todos
vós transgredistes contra mim diz o Senhor.
30. Em vão castiguei os
vossos filhos; eles não aceitaram a correção; a vossa espada devorou os vossos
profetas como um leão destruidor.
31. Ó geração, considerai vós a
palavra do Senhor: Porventura tenho eu sido para Israel um deserto? ou uma terra
de espessa escuridão? Por que pois diz o meu povo: Andamos à vontade; não
tornaremos mais a ti?
32. Porventura esquece-se a virgem dos seus
enfeites, ou a esposa dos seus cendais? todavia o meu povo se esqueceu de mim
por inumeráveis dias.
33. Como ornamentas o teu caminho, para buscares
o amor! de sorte que até às malignas ensinaste os teus caminhos.
34.
Até nas orlas dos teus vestidos se achou o sangue dos pobres inocentes; e não
foi no lugar do arrombamento que os achaste; mas apesar de todas estas
coisas,
35. ainda dizes: Eu sou inocente; certamente a sua ira se
desviou de mim. Eis que entrarei em juízo contigo, porquanto dizes: Não
pequei.
36. Por que te desvias tanto, mudando o teu caminho? Também
pelo Egito serás envergonhada, como já foste envergonhada pela
Assíria.
37. Também daquele sairás com as mães sobre a tua cabeça;
porque o Senhor rejeitou as tuas confianças, e não prosperarás com
elas.
[Jeremias 3]Jeremias 3
1.
Eles dizem: Se um homem despedir sua mulher, e ela se desligar dele, e se
ajuntar a outro homem, porventura tornará ele mais para ela? Não se poluiria de
todo aquela terra? Ora, tu te maculaste com muitos amantes; mas ainda assim,
torna para mim, diz o Senhor.
2. Levanta os teus olhos aos altos
escalvados, e vê: onde é o lugar em que não te prostituíste? Nos caminhos te
assentavas, esperando-os, como o árabe no deserto. Manchaste a terra com as tuas
devassidões e com a tua malícia.
3. Pelo que foram retidas as chuvas
copiosas, e não houve chuva tardia; contudo tens a fronte de uma prostituta, e
não queres ter vergonha.
4. Não me invocaste há pouco, dizendo: Pai
meu, tu és o guia da minha mocidade;
5. Reterá ele para sempre a sua
ira? ou indignar-se-á continuamente? Eis que assim tens dito; porém tens feito
todo o mal que pudeste.
6. Disse-me mais o Senhor nos dias do rei
Josias: Viste, porventura, o que fez a apóstata Israel, como se foi a todo monte
alto, e debaixo de toda árvore frondosa, e ali andou
prostituindo-se?
7. E eu disse: Depois que ela tiver feito tudo isso,
voltará para mim. Mas não voltou; e viu isso a sua aleivosa irmã
Judá.
8. Sim viu que, por causa de tudo isso, por ter cometido
adultério a pérfida Israel, a despedi, e lhe dei o seu libelo de divórcio, que a
aleivosa Judá, sua irmã, não temeu; mas se foi e também ela mesma se
prostituiu.
9. E pela leviandade da sua prostituição contaminou a
terra, porque adulterou com a pedra e com o pau.
10. Contudo, apesar
de tudo isso a sua aleivosa irmã Judá não voltou para mim de todo o seu coração,
mas fingidamente, diz o Senhor.
11. E o Senhor me disse: A pérfida
Israel mostrou-se mais justa do que a aleivosa Judá.
12. Vai, pois, e
apregoa estas palavras para a banda do norte, e diz: Volta, ó pérfida Israel,
diz o Senhor. Não olharei em era para ti; porque misericordioso sou, diz o
Senhor, e não conservarei para sempre a minha ira.
13. Somente
reconhece a tua iniqüidade: que contra o Senhor teu Deus transgrediste, e
estendeste os teus favores para os estranhos debaixo de toda árvore frondosa, e
não deste ouvidos à minha voz, diz o Senhor.
14. Voltai, ó filhos
pérfidos, diz o Senhor; porque eu sou como esposo para vós; e vos tomarei, a um
de uma cidade, e a dois de uma família; e vos levarei a Sião;
15. e
vos darei pastores segundo o meu coração, os quais vos apascentarão com ciência
e com inteligência.
16. E quando vos tiverdes multiplicado e
frutificado na terra, naqueles dias, diz o Senhor, nunca mais se dirá: A arca do
pacto do Senhor; nem lhes virá ela ao pensamento; nem dela se lembrarão; nem a
visitarão; nem se fará mais.
17. Naquele tempo chamarão a Jerusalém o
trono do Senhor; e todas as nações se ajuntarão a ela, em nome do Senhor, a
Jerusalém; e não mais andarão obstinadamente segundo o propósito do seu coração
maligno.
18. Naqueles dias andará a casa de Judá com a casa de Israel;
e virão juntas da terra do norte, para a terra que dei em herança a vossos
pais.
19. Pensei como te poria entre os filhos, e te daria a terra
desejável, a mais formosa herança das nações. Também pensei que me chamarias meu
Pai, e que de mim não te desviarias.
20. Deveras, como a mulher se
aparta aleivosamente do seu marido, assim aleivosamente te houveste comigo, ó
casa de Israel, diz o Senhor.
21. Nos altos escalvados se ouve uma
voz, o pranto e as súplicas dos filhos de Israel; porque perverteram o seu
caminho, e se esqueceram do Senhor seu Deus.
22. Voltai, ó filhos
infiéis, eu curarei a vossa infidelidade. Responderam eles: Eis-nos aqui, vimos
a ti, porque tu és o Senhor nosso Deus.
23. Certamente em vão se
confia nos outeiros e nas orgias nas montanhas; deveras no Senhor nosso Deus
está a salvação de Israel.
24. A coisa vergonhosa, porém, devorou o
trabalho de nossos pais desde a nossa mocidade os seus rebanhos e os seus gados
os seus filhos e as suas filhas.
25. Deitemo-nos em nossa vergonha, e
cubra-nos a nossa confusão, porque temos pecado contra o Senhor nosso Deus, nós
e nossos pais, desde a nossa mocidade até o dia de hoje; e não demos ouvidos à
voz do Senhor nosso Deus.
[Jeremias 4]Jeremias
4
1. Se voltares, ó Israel, diz o Senhor, se voltares
para mim e tirares as tuas abominações de diante de mim, e não andares mais
vagueando;
2. e se jurares: Como vive o Senhor, na verdade, na justiça
e na retidão; então nele se bendirão as nações, e nele se
gloriarão.
3. Porque assim diz o Senhor aos homens de Judá e a
Jerusalém: Lavrai o vosso terreno alqueivado, e não semeeis entre
espinhos.
4. Circuncidai-vos ao Senhor, e tirai os prepúcios do vosso
coração, ó homens de Judá e habitadores de Jerusalém, para que a minha
indignação não venha a sair como fogo, e arda de modo que ninguém o possa
apagar, por causa da maldade das vossas obras.
5. Anunciai em Judá, e
publicai em Jerusalém; e dizei: Tocai a trombeta na terra; gritai em alta voz,
dizendo: Ajuntai-vos, e entremos nas cidades fortificadas.
6. Arvorai
um estandarte no caminho para Sião; buscai refúgio, não demoreis; porque eu
trago do norte um mal, sim, uma grande destruição.
7. Subiu um leão da
sua ramada, um destruidor de nações; ele já partiu, saiu do seu lugar para fazer
da tua terra uma desolação, a fim de que as tuas cidades sejam assoladas, e
ninguém habite nelas.
8. Por isso cingi-vos de saco, lamentai, e
uivai, porque o ardor da ira do Senhor não se desviou de nós.
9.
Naquele dia, diz o Senhor, desfalecerá o coração do rei e o coração dos
príncipes; os sacerdotes pasmarão, e os profetas se maravilharão.
10.
Então disse eu: Ah, Senhor Deus! verdadeiramente trouxeste grande ilusão a este
povo e a Jerusalém, dizendo: Tereis paz; entretanto a espada penetra-lhe até a
alma.
11. Naquele tempo se dirá a este povo e a Jerusalém: Um vento
abrasador, vindo dos altos escalvados no deserto, aproxima-se da filha do meu
povo, não para cirandar, nem para alimpar,
12. mas um vento forte
demais para isto virá da minha parte; agora também pronunciarei eu juízos contra
eles.
13. Eis que vem subindo como nuvens, como o redemoinho são os
seus carros; os seus cavalos são mais ligeiros do que as águias. Ai de nós! pois
estamos arruinados!
14. Lava o teu coração da maldade, ó Jerusalém,
para que sejas salva; até quando permanecerão em ti os teus maus
pensamentos?
15. Porque uma voz anuncia desde Dã, e proclama a
calamidade desde o monte de Efraim.
16. Anunciai isto às nações; eis,
proclamai contra Jerusalém que vigias vêm de uma terra remota; eles levantam a
voz contra as cidades de Judá.
17. Como guardas de campo estão contra
ela ao redor; porquanto ela se rebelou contra mim, diz o Senhor.
18. O
teu caminho e as tuas obras te trouxeram essas coisas; essa e a tua iniquidade,
e amargosa é, chegando até o coração.
19. Ah, entranhas minhas,
entranhas minhas! Eu me torço em dores! Paredes do meu coração! O meu coração se
aflige em mim. Não posso calar; porque tu, ó minha alma, ouviste o som da
trombeta e o alarido da guerra.
20. Destruição sobre destruição se
apregoa; porque já toda a terra está assolada; de repente são destruídas as
minhas tendas, e as minhas cortinas num momento.
21. Até quando verei
o estandarte, e ouvirei a voz da trombeta?
22. Deveras o meu povo é
insensato, já me não conhece; são filhos obtusos, e não entendidos; são sábios
para fazerem o mal, mas não sabem fazer o bem.
23. Observei a terra, e
eis que era sem forma e vazia; também os céus, e não tinham a sua
luz.
24. Observei os montes, e eis que estavam tremendo; e todos os
outeiros estremeciam.
25. Observei e eis que não havia homem algum, e
todas as aves do céu tinham fugido.
26. Vi também que a terra fértil
era um deserto, e todas as suas cidades estavam derrubadas diante do Senhor,
diante do furor da sua ira.
27. Pois assim diz o Senhor: Toda a terra
ficará assolada; de todo, porém, não a consumirei.
28. Por isso
lamentará a terra, e os céus em cima se enegrecerão; porquanto assim o disse eu,
assim o propus, e não me arrependi, nem me desviarei disso.
29. Ao
clamor dos cavaleiros e dos flecheiros fogem todas as cidades; entram pelas
matas, e trepam pelos penhascos; todas as cidades ficam desamparadas, e já
ninguém habita nelas.
30. Agora, pois, ó assolada, que farás? Embora
te vistas de escarlate, e te adornes com enfeites de ouro, embora te pintes em
volta dos olhos com antimônio, debalde te farias bela; os teus amantes te
desprezam, e procuram tirar-te a vida.
31. Pois ouvi uma voz, como a
de mulher que está de parto, a angústia como a de quem dá à luz o seu primeiro
filho; a voz da filha de Sião, ofegante, que estende as mãos, dizendo: Ai de mim
agora! porque a minha alma desfalece por causa dos assassinos.
[Jeremias
5]Jeremias 5
1. Dai voltas às ruas de
Jerusalém, e vede agora, e informai-vos, e buscai pelas suas praças a ver se
podeis achar um homem, se há alguém que pratique a justiça, que busque a
verdade; e eu lhe perdoarei a ela.
2. E ainda que digam: Vive o
Senhor; de certo falsamente juram.
3. Ó Senhor, acaso não atentam os
teus olhos para a verdade? feriste-os, porém não lhes doeu; consumiste-os, porém
recusaram receber a correção; endureceram as suas faces mais do que uma rocha;
recusaram-se a voltar.
4. Então disse eu: Deveras eles são uns pobres;
são insensatos, pois não sabem o caminho do Senhor, nem a justiça do seu
Deus.
5. Irei aos grandes, e falarei com eles; porque eles sabem o
caminho do Senhor, e a justiça do seu Deus; mas aqueles de comum acordo
quebraram o jugo, e romperam as ataduras.
6. Por isso um leão do
bosque os matará, um lobo dos desertos os destruirá; um leopardo vigia contra as
suas cidades; todo aquele que delas sair será despedaçado; porque são muitas as
suas transgressões, e multiplicadas as suas apostasias.
7. Como
poderei perdoar-te? pois teus filhos me abandonaram a mim, e juraram pelos que
não são deuses; quando eu os tinha fartado, adulteraram, e em casa de meretrizes
se ajuntaram em bandos.
8. Como cavalos de lançamento bem nutridos,
andavam rinchando cada um à mulher do seu próximo.
9. Acaso não hei de
castigá-los por causa destas coisas? diz o Senhor; ou não hei de vingar-me de
uma nação como esta?
10. Subi aos seus muros, e destruí-os; não
façais, porém, uma destruição final; tirai os seus ramos; porque não são do
Senhor.
11. Porque aleivosissimamente se houveram contra mim a casa de
Israel e a casa de Judá, diz o Senhor.
12. Negaram ao Senhor, e
disseram: Não é ele; nenhum mal nos sobrevirá; nem veremos espada nem
fome.
13. E até os profetas se farão como vento, e a palavra não está
com eles; assim se lhes fará.
14. Portanto assim diz o Senhor, o Deus
dos exércitos: Porquanto proferis tal palavra, eis que converterei em fogo as
minhas palavras na tua boca, e este povo em lenha, de modo que o fogo o
consumirá.
15. Eis que trago sobre vós uma nação de longe, ó casa de
Israel, diz o Senhor; é uma nação durável, uma nação antiga, uma nação cuja
língua ignoras, e não entenderás o que ela falar.
16. A sua aljava é
como uma sepultura aberta; todos eles são valentes.
17. E comerão a
tua sega e o teu pão, que teus filhos e tuas filhas haviam de comer; comerão os
teus rebanhos e o teu gado; comerão a tua vide e a tua figueira; as tuas cidades
fortificadas, em que confias, abatê-las-ão à espada.
18. Contudo,
ainda naqueles dias, diz o Senhor, não farei de vós uma destruição
final.
19. E quando disserdes: Por que nos fez o Senhor nosso Deus
todas estas coisas? então lhes dirás: Como vós me deixastes, e servistes deuses
estranhos na vossa terra, assim servireis estrangeiros, em terra que não e
vossa.
20. Anunciai isto na casa de Jacó, e proclamai-o em Judá,
dizendo:
21. Ouvi agora isto, ó povo insensato e sem entendimento, que
tendes olhos e não vedes, que tendes ouvidos e não ouvis:
22. Não me
temeis a mim? diz o Senhor; não tremeis diante de mim, que pus a areia por
limite ao mar, por ordenança eterna, que ele não pode passar? Ainda que se
levantem as suas ondas, não podem prevalecer; ainda que bramem, não a podem
traspassar.
23. Mas este povo é de coração obstinado e rebelde;
rebelaram-se e foram-se.
24. E não dizem no seu coração: Temamos agora
ao Senhor nosso Deus, que dá chuva, tanto a temporã como a tardia, a seu tempo,
e nos conserva as semanas determinadas da sega.
25. As vossas
iniqüidades desviaram estas coisas, e os vossos pecados apartaram de vos o
bem.
26. Porque ímpios se acham entre o meu povo; andam espiando, como
espreitam os passarinheiros. Armam laços, apanham os homens.
27. Qual
gaiola cheia de pássaros, assim as suas casas estão cheias de dolo; por isso se
engrandeceram, e enriqueceram.
28. Engordaram-se, estão nédios; também
excedem o limite da maldade; não julgam com justiça a causa dos órfãos, para que
prospere, nem defendem o direito dos necessitados.
29. Acaso não hei
de trazer o castigo por causa destas coisas? diz o senhor; ou não hei de
vingar-me de uma nação como esta?
30. Coisa espantosa e horrenda
tem-se feito na terra:
31. os profetas profetizam falsamente, e os
sacerdotes dominam por intermédio deles; e o meu povo assim o deseja. Mas que
fareis no fim disso?
[Jeremias 6]Jeremias
6
1. Fugi para segurança vossa, filhos de Benjamim, do
meio de Jerusalém! Tocai a buzina em Tecoa, e levantai o sinal sobre
Bete-Haquerem; porque do norte vem surgindo um grande mal, sim, uma grande
destruição.
2. A formosa e delicada, a filha de Sião, eu a
exterminarei.
3. Contra ela virão pastores com os seus rebanhos;
levantarão contra ela as suas tendas em redor e apascentarão, cada um no seu
lugar.
4. Preparai a guerra contra ela; levantai-vos, e subamos ao
meio-dia. Ai de nós! que já declina o dia, que já se vão estendendo as sombras
da tarde.
5. Levantai-vos, e subamos de noite, e destruamos os seus
palácios.
6. Porque assim diz o Senhor dos exércitos: Cortai as suas
árvores, e levantai uma tranqueira contra Jerusalém. Esta é a cidade que há de
ser castigada; só opressão há no meio dela.
7. Como o poço conserva
frescas as suas águas, assim ela conserva fresca a sua maldade; violência e
estrago se ouvem nela; enfermidade e feridas há diante de mim
continuadamente.
8. Sê avisada, ó Jerusalém, para que não me aparte de
ti; para que eu não te faça uma assolação, uma terra não habitada.
9.
Assim diz o Senhor dos exércitos: Na verdade respigarão o resto de Israel como
uma vinha; torna a tua mão, como o vindimador, aos ramos.
10. A quem
falarei e testemunharei, para que ouçam? eis que os seus ouvidos estão
incircuncisos, e eles não podem ouvir; eis que a palavra do Senhor se lhes
tornou em opróbrio; nela não têm prazer.
11. Pelo que estou cheio de
furor do Senhor; estou cansado de o conter; derrama-o sobre os meninos pelas
ruas, e sobre a assembléia dos jovens também; porque até o marido com a mulher
serão presos, e o velho com o que está cheio de dias.
12. As suas
casas passarão a outros, como também os seus campos e as suas mulheres; porque
estenderei a minha mão contra os habitantes da terra, diz o
Senhor.
13. Porque desde o menor deles até o maior, cada um se dá à
avareza; e desde o profeta até o sacerdote, cada um procede
perfidamente.
14. Também se ocupam em curar superficialmente a ferida
do meu povo, dizendo: Paz, paz; quando não há paz.
15. Porventura se
envergonharam por terem cometido abominação? Não, de maneira alguma; nem
tampouco sabem que coisa é envergonhar-se. Portanto cairão entre os que caem;
quando eu os visitar serão derribados, diz o Senhor.
16. Assim diz o
Senhor: Ponde-vos nos caminhos, e vede, e perguntai pelas veredas antigas, qual
é o bom caminho, e andai por ele; e achareis descanso para as vossas almas. Mas
eles disseram: Não andaremos nele.
17. Também pus atalaias sobre vós
dizendo: Estai atentos à voz da buzina. Mas disseram: Não
escutaremos.
18. Portanto ouvi, vós, nações, e informa-te tu, ó
congregação, do que se faz entre eles!
19. Ouve tu, ó terra! Eis que
eu trarei o mal sobre este povo, o próprio fruto dos seus pensamentos; porque
não estão atentos às minhas palavras; e quanto à minha lei,
rejeitaram-na.
20. Para que, pois, me vem o incenso de Sabá, ou a
melhor cana aromática de terras remotas? Vossos holocaustos não são aceitáveis,
nem me agradam os vossos sacrifícios.
21. Portanto assim diz o Senhor:
Eis que armarei tropeços a este povo, e tropeçarão neles pais e filhos
juntamente; o vizinho e o seu amigo perecerão.
22. Assim diz o Senhor:
Eis que um povo vem da terra do norte, e uma grande nação se levanta das
extremidades da terra.
23. Arco e lança trarão; são cruéis, e não usam
de misericórdia; a sua voz ruge como o mar, e em cavalos vêm montados, dispostos
como homens para a batalha, contra ti, ó filha de Sião.
24. Ao
ouvirmos a notícia disso, afrouxam-se as nossas mãos; apoderam-se de nós
angústia e dores, como as de parturiente.
25. Não saiais ao campo, nem
andeis pelo caminho; porque espada do inimigo e espanto há por todos os
lados.
26. Ó filha do meu povo, cingi-te de saco, e revolve-te na
cinza; pranteia como por um filho único, em pranto de grande amargura; porque de
repente virá o destruidor sobre nós.
27. Por acrisolador e examinador
te pus entre o meu povo, para que proves e examines o seu caminho.
28.
Todos eles são os mais rebeldes, e andam espalhando calúnias; são bronze e
ferro; todos eles andam corruptamente.
29. Já o fole se queimou; o
chumbo se consumiu com o fogo; debalde continuam a fundição, pois os maus não
são arrancados.
30. Prata rejeitada lhes chamam, porque o Senhor os
rejeitou.
[Jeremias 7]Jeremias
7
1. A palavra que da parte do Senhor veio a Jeremias,
dizendo:
2. Põe-te à porta da casa do Senhor, e proclama ali esta
palavra, e dize: Ouvi a palavra do Senhor, todos de Judá, os que entrais por
estas portas, para adorardes ao Senhor.
3. Assim diz o Senhor dos
exércitos, o Deus de Israel: Emendai os vossos caminhos e as vossas obras, e vos
farei habitar neste lugar.
4. Não vos fieis em palavras falsas,
dizendo: Templo do Senhor, templo do Senhor, templo do Senhor são
estes.
5. Mas, se deveras emendardes os vossos caminhos e as vossas
obras; se deveras executardes a justiça entre um homem e o seu
próximo;
6. se não oprimirdes o estrangeiro, e o órfão, e a viúva, nem
derramardes sangue inocente neste lugar, nem andardes após outros deuses para
vosso próprio mal,
7. então eu vos farei habitar neste lugar, na terra
que dei a vossos pais desde os tempos antigos e para sempre.
8. Eis
que vós confiais em palavras falsas, que para nada são proveitosas.
9.
Furtareis vós, e matareis, e cometereis adultério, e jurareis falsamente, e
queimareis incenso a Baal, e andareis após outros deuses que não
conhecestes,
10. e então vireis, e vos apresentareis diante de mim
nesta casa, que se chama pelo meu nome, e direis: Somos livres para praticardes
ainda todas essas abominações?
11. Tornou-se, pois, esta casa, que se
chama pelo meu nome, uma caverna de salteadores aos vossos olhos? Eis que eu, eu
mesmo, vi isso, diz o Senhor.
12. Mas ide agora ao meu lugar, que
estava em Siló, onde, ao princípio, fiz habitar o meu nome, e vede o que lhe
fiz, por causa da maldade do meu povo Israel.
13. Agora, pois,
porquanto fizestes todas estas obras, diz o Senhor, e quando eu vos falei
insistentemente, vós não ouvistes, e quando vos chamei, não
respondestes,
14. farei também a esta casa, que se chama pelo meu
nome, na qual confiais, e a este lugar, que vos dei a vós e a vossos pais, como
fiz a Siló.
15. E eu vos lançarei da minha presença, como lancei todos
os vossos irmãos, toda a linhagem de Efraim.
16. Tu, pois, não ores
por este povo, nem levantes por ele clamor ou oração, nem me importunes; pois eu
não te ouvirei.
17. Não vês tu o que eles andam fazendo nas cidades de
Judá, e nas ruas de Jerusalém?
18. Os filhos apanham a lenha, e os
pais acendem o fogo, e as mulheres amassam a farinha para fazerem bolos à rainha
do céu, e oferecem libações a outros deuses, a fim de me provocarem à
ira.
19. Acaso é a mim que eles provocam à ira? diz o Senhor; não se
provocam a si mesmos, para a sua própria confusão?
20. Portanto assim
diz o Senhor Deus: Eis que a minha ira e o meu furor se derramarão sobre este
lugar, sobre os homens e sobre os animais, sobre as árvores do campo e sobre os
frutos da terra; sim, acender-se-á, e não se apagará.
21. Assim diz o
Senhor dos exércitos, o Deus de Israel: Ajuntai os vossos holocaustos aos vossos
sacrifícios, e comei a carne.
22. Pois não falei a vossos pais no dia
em que os tirei da terra do Egito, nem lhes ordenei coisa alguma acerca de
holocaustos ou sacrifícios.
23. Mas isto lhes ordenei: Dai ouvidos à
minha voz, e eu serei o vosso Deus, e vós sereis o meu povo; andai em todo o
caminho que eu vos mandar, para que vos vá bem.
24. Mas não ouviram,
nem inclinaram os seus ouvidos; porém andaram nos seus próprios conselhos, no
propósito do seu coração malvado; e andaram para trás, e não para
diante.
25. Desde o dia em que vossos pais saíram da terra do Egito,
até hoje, tenho-vos enviado insistentemente todos os meus servos, os profetas,
dia após dia;
26. contudo não me deram ouvidos, nem inclinaram os seus
ouvidos, mas endureceram a sua cerviz. Fizeram pior do que seus
pais.
27. Dir-lhes-ás pois todas estas palavras, mas não te darão
ouvidos; chamá-los-ás, mas não te responderão.
28. E lhes dirás: Esta
é a nação que não obedeceu a voz do Senhor seu Deus e não aceitou a correção; já
pereceu a verdade, e está exterminada da sua boca.
29. Corta os teus
cabelos, Jerusalém, e lança-os fora, e levanta um pranto sobre os altos
escalvados; porque o Senhor já rejeitou e desamparou esta geração, objeto do seu
furor.
30. Porque os filhos de Judá fizeram o que era mau aos meus
olhos, diz o Senhor; puseram as suas abominações na casa que se chama pelo meu
nome, para a contaminarem.
31. E edificaram os altos de Tofete, que
está no Vale do filho de Hinom, para queimarem no fogo a seus filhos e a suas
filhas, o que nunca ordenei, nem me veio à mente.
32. Portanto, eis
que vêm os dias, diz o Senhor, em que não se chamará mais Tofete, nem Vale do
filho de Hinom, mas o Vale da Matança; pois enterrarão em Tofete, por não haver
mais outro lugar.
33. E os cadáveres deste povo servirão de pasto às
aves do céu e aos animais da terra; e ninguém os enxotará.
34. E farei
cessar nas cidades de Judá, e nas ruas de Jerusalém, a voz de gozo e a voz de
alegria, a voz de noivo e a voz de noiva; porque a terra se tornará em
desolação.
[Jeremias 8]Jeremias
8
1. Naquele tempo, diz o Senhor, tirarão para fora das
suas sepulturas os ossos dos reis de Judá, e os ossos dos seus príncipes, e os
ossos dos sacerdotes, e os ossos dos profetas, e os ossos dos habitantes de
Jerusalém;
2. e serão expostos ao sol, e à lua, e a todo o exército do
céu, a quem eles amaram, e a quem serviram , e após quem andaram, e a quem
buscaram, e a quem adoraram; não serão recolhidos nem sepultados; serão como
esterco sobre a face da terra.
3. E será escolhida antes a morte do
que a vida por todos os que restarem desta raça maligna, que ficarem em todos os
lugares onde os lancei, diz o senhor dos exércitos.
4. Dize-lhes mais:
Assim diz o Senhor: porventura cairão os homens, e não se levantarão?
desviar-se-ão, e não voltarão?
5. Por que, pois, se desvia este povo
de Jerusalém com uma apostasia contínua? ele retém o engano, recusa-se a
voltar.
6. Eu escutei e ouvi; não falam o que é reto; ninguém há que
se arrependa da sua maldade, dizendo: Que fiz eu? Cada um se desvia na sua
carreira, como um cavalo que arremete com ímpeto na batalha.
7. Até a
cegonha no céu conhece os seus tempos determinados; e a rola, a andorinha, e o
grou observam o tempo da sua arribação; mas o meu povo não conhece a ordenança
do Senhor.
8. Como pois dizeis: Nós somos sábios, e a lei do Senhor
está conosco? Mas eis que a falsa pena dos escribas a converteu em
mentira.
9. Os sábios são envergonhados, espantados e presos;
rejeitaram a palavra do Senhor; que sabedoria, pois, têm eles?
10.
Portanto darei suas mulheres a outros, e os seus campos aos conquistadores;
porque desde o menor até o maior, cada um deles se dá à avareza; desde o profeta
até o sacerdote, cada qual usa de falsidade.
11. E curam a ferida da
filha de meu povo levianamente, dizendo: Paz, paz; quando não há
paz.
12. Porventura se envergonham de terem cometido abominação? Não;
de maneira alguma se envergonham, nem sabem que coisa é envergonhar-se. Portanto
cairão entre os que caem; e no tempo em que eu os visitar, serão derribados, diz
o Senhor.
13. Quando eu os colheria, diz o Senhor, já não há uvas na
vide, nem figos na figueira; até a folha está caída; e aquilo mesmo que lhes dei
se foi deles.
14. Por que nos assentamos ainda? juntai-vos e entremos
nas cidades fortes, e ali pereçamos; pois o Senhor nosso Deus nos destinou a
perecer e nos deu a beber água de fel; porquanto pecamos contra o
Senhor.
15. Esperamos a paz, porém não chegou bem algum; e o tempo da
cura, e eis o terror.
16. Já desde Dã se ouve o resfolegar dos seus
cavalos; a terra toda estremece à voz dos rinchos dos seus ginetes; porque vêm e
devoram a terra e quanto nela há, a cidade e os que nela habitam.
17.
Pois eis que envio entre vós serpentes, basiliscos, contra os quais não há
encantamento; e eles vos morderão, diz o Senhor.
18. Oxalá que eu
pudesse consolar-me na minha tristeza! O meu coração desfalece dentro de
mim.
19. Eis o clamor da filha do meu povo, de toda a extensão da
terra; Não está o Senhor em Sião? Não está nela o seu rei? Por que me provocaram
a ira com as suas imagens esculpidas, com vaidades estranhas?
20.
Passou a sega, findou o verão, e nós não estamos salvos.
21. Estou
quebrantado pela ferida da filha do meu povo; ando de luto; o espanto
apoderou-se de mim.
22. Porventura não há bálsamo em Gileade? ou não
se acha lá médico? Por que, pois, não se realizou a cura da filha do meu
povo?
[Jeremias 9]Jeremias 9
1.
Oxalá a minha cabeça se tornasse em águas, e os meus olhos numa fonte de
lágrimas, para que eu chorasse de dia e de noite os mortos da filha do meu
povo!
2. Oxalá que eu tivesse no deserto uma estalagem de viandantes,
para poder deixar o meu povo, e me apartar dele! porque todos eles são
adúlteros, um bando de aleivosos.
3. E encurvam a língua, como se
fosse o seu arco, para a mentira; fortalecem-se na terra, mas não para a
verdade; porque avançam de malícia em malícia, e a mim me não conhecem, diz o
Senhor.
4. Guardai-vos cada um do seu próximo, e de irmão nenhum vos
fieis; porque todo irmão não faz mais do que enganar, e todo próximo anda
caluniando.
5. E engana cada um a seu próximo, e nunca fala a verdade;
ensinaram a sua língua a falar a mentira; andam-se cansando em praticar a
iniqüidade.
6. A tua habitação está no meio do engano; pelo engano
recusam-se a conhecer-me, diz o Senhor.
7. Portanto assim diz o Senhor
dos exércitos: Eis que eu os fundirei e os provarei; pois, de que outra maneira
poderia proceder com a filha do meu povo?
8. uma flecha mortífera é a
língua deles; fala engano; com a sua boca fala cada um de paz com o seu próximo,
mas no coração arma-lhe ciladas.
9. Não hei de castigá-los por estas
coisas? diz o Senhor; ou não me vingarei de uma nação tal como
esta?
10. Pelos montes levantai choro e pranto, e pelas pastagens do
deserto lamentação; porque já estão queimadas, de modo que ninguém passa por
elas; nem se ouve mugido de gado; desde as aves dos céus até os animais, fugiram
e se foram.
11. E farei de Jerusalém montões de pedras, morada de
chacais, e das cidades de Judá farei uma desolação, de sorte que fiquem sem
habitantes.
12. Quem é o homem sábio, que entenda isto? e a quem falou
a boca do Senhor, para que o possa anunciar? Por que razão pereceu a terra, e se
queimou como um deserto, de sorte que ninguém passa por ela?
13. E diz
o Senhor: porque deixaram a minha lei, que lhes pus diante, e não deram ouvidos
à minha voz, nem andaram nela,
14. antes andaram obstinadamente
segundo o seu próprio coração, e após baalins, como lhes ensinaram os seus
pais.
15. Portanto assim diz o Senhor dos exércitos, Deus de Israel:
Eis que darei de comer losna a este povo, e lhe darei a beber água de
fel.
16. Também os espalharei por entre nações que nem eles nem seus
pais conheceram; e mandarei a espada após eles, até que venha a
consumi-los.
17. Assim diz o Senhor dos exércitos: Considerai, e
chamai as carpideiras, para que venham; e mandai procurar mulheres hábeis, para
que venham também;
18. e se apressem, e levantem o seu lamento sobre
nós, para que se desfaçam em lágrimas os nossos olhos, e as nossas pálpebras
destilem águas.
19. Porque uma voz de pranto se ouviu de Sião: Como
estamos arruinados! Estamos mui envergonhados, por termos deixado a terra, e por
terem eles transtornado as nossas moradas.
20. Contudo ouvi, vós,
mulheres, a palavra do Senhor, e recebam os vossos ouvidos a palavra da sua
boca; e ensinai a vossas filhas o pranto, e cada uma à sua vizinha a
lamentação.
21. Pois a morte subiu pelas nossas janelas, e entrou em
nossos palácios, para exterminar das ruas as crianças, e das praças os
mancebos.
22. Fala: Assim diz o Senhor: Até os cadáveres dos homens
cairão como esterco sobre a face do campo, e como gavela atrás do segador, e não
há quem a recolha.
23. Assim diz o Senhor: Não se glorie o sábio na
sua sabedoria, nem se glorie o forte na sua força; não se glorie o rico nas suas
riquezas;
24. mas o que se gloriar, glorie-se nisto: em entender, e em
me conhecer, que eu sou o Senhor, que faço benevolência, juízo e justiça na
terra; porque destas coisas me agrado, diz o Senhor.
25. Eis que vêm
dias, diz o Senhor, em que castigarei a todo circuncidado pela sua
incircuncisão:
26. ao Egito, a Judá e a Edom, aos filhos de Amom e a
Moabe, e a todos os que cortam os cantos da sua cabeleira e habitam no deserto;
pois todas as nações são incircuncisas, e toda a casa de Israel é incircuncisa
de coração.
[Jeremias 10]Jeremias
10
1. Ouvi a palavra que o Senhor vos fala a vós, ó
casa de Israel.
2. Assim diz o Senhor: Não aprendais o caminho das
nações, nem vos espanteis com os sinais do céu; porque deles se espantam as
nações,
3. pois os costumes dos povos são vaidade; corta-se do bosque
um madeiro e se lavra com machado pelas mãos do artífice.
4. Com prata
e com ouro o enfeitam, com pregos e com martelos o firmam, para que não se
mova.
5. São como o espantalho num pepinal, e não podem falar;
necessitam de quem os leve, porquanto não podem andar. Não tenhais receio deles,
pois não podem fazer o mal, nem tampouco têm poder de fazer o bem.
6.
Ninguém há semelhante a ti, ó Senhor; és grande, e grande é o teu nome em
poder.
7. Quem te não temeria a ti, ó Rei das nações? pois a ti se
deve o temor; porquanto entre todos os sábios das nações, e em todos os seus
reinos ninguém há semelhante a ti.
8. Mas eles todos são embrutecidos
e loucos; a instrução dos ídolos é como o madeiro.
9. Trazem de Társis
prata em chapas, e ouro de Ufaz, trabalho do artífice, e das mãos do fundidor;
seus vestidos são de azul e púrpura; obra de peritos são todos
eles.
10. Mas o Senhor é o verdadeiro Deus; ele é o Deus vivo e o Rei
eterno, ao seu furor estremece a terra, e as nações não podem suportar a sua
indignação.
11. Assim lhes direis: Os deuses que não fizeram os céus e
a terra, esses perecerão da terra e de debaixo dos céus.
12. Ele fez a
terra pelo seu poder; ele estabeleceu o mundo por sua sabedoria e com a sua
inteligência estendeu os céus.
13. Quando ele faz soar a sua voz, logo
há tumulto de águas nos céus, e ele faz subir das extremidades da terra os
vapores; faz os relâmpagos para a chuva, e dos seus tesouros faz sair o
vento.
14. Todo homem se embruteceu e não tem conhecimento; da sua
imagem esculpida envergonha-se todo fundidor; pois as suas imagens fundidas são
falsas, e nelas não há fôlego.
15. Vaidade são, obra de enganos; no
tempo da sua visitação virão a perecer.
16. Não é semelhante a estes
aquele que é a porção de Jacó; porque ele é o que forma todas as coisas, e
Israel é a tribo da sua herança. Senhor dos exércitos é o seu
nome.
17. Tira do chão a tua trouxa, ó tu que habitas em lugar
sitiado.
18. Pois assim diz o Senhor: Eis que desta vez arrojarei como
se fora com uma funda os moradores da terra, e os angustiarei, para que venham a
senti-lo.
19. Ai de mim, por causa do meu quebrantamento! a minha
chaga me causa grande dor; mas eu havia dito: Certamente isto é minha
enfermidade, e eu devo suporta-la.
20. A minha tenda está destruída, e
todas as minhas cordas estão rompidas; os meus filhos foram-se de mim, e não
existem; ninguém há mais que estire a minha tenda, e que levante as minhas
cortinas.
21. Pois os pastores se embruteceram, e não buscaram ao
Senhor; por isso não prosperaram, e todos os seus rebanhos se acham
dispersos.
22. Eis que vem uma voz de rumor, um grande tumulto da
terra do norte, para fazer das cidades de Judá uma assolação, uma morada de
chacais.
23. Eu sei, ó Senhor, que não é do homem o seu caminho; nem é
do homem que caminha o dirigir os seus passos.
24. Corrige-me, ó
Senhor, mas com medida justa; não na tua ira, para que não me reduzas a
nada.
25. Derrama a tua indignação sobre as nações que não te
conhecem, e sobre as famílias que não invocam o teu nome; porque devoraram a
Jacó; sim, devoraram-no e consumiram-no, e assolaram a sua
morada.
[Jeremias 11]Jeremias
11
1. A palavra que veio a Jeremias, da parte do
Senhor, dizendo:
2. Ouvi as palavras deste pacto, e falai aos homens
de Judá, e aos habitantes de Jerusalém.
3. Dize-lhes pois: Assim diz o
Senhor, o Deus de Israel: Maldito o homem que não ouvir as palavras deste
pacto,
4. que ordenei a vossos pais no dia em que os tirei da terra do
Egito, da fornalha de ferro, dizendo: Ouvi a minha voz, e fazei conforme a tudo
que vos mando; assim vós sereis o meu povo, e eu serei o vosso
Deus;
5. para que eu confirme o juramento que fiz a vossos pais de
dar-lhes uma terra que manasse leite e mel, como se vê neste dia. Então eu
respondi, e disse: Amém, ó Senhor.
6. Disse-me, pois, o Senhor:
Proclama todas estas palavras nas cidades de Judá, e nas ruas de Jerusalém,
dizendo: Ouvi as palavras deste pacto, e cumpri-as.
7. Porque com
instância admoestei a vossos pais, no dia em que os tirei da terra do Egito, até
o dia de hoje, protestando persistentemente e dizendo: Ouvi a minha
voz.
8. Mas não ouviram, nem inclinaram os seus ouvidos; antes andaram
cada um na obstinação do seu coração malvado; pelo que eu trouxe sobre eles
todas as palavras deste pacto, as quais lhes ordenei que cumprissem, mas não o
fizeram.
9. Disse-me mais o Senhor: Uma conspiração se achou entre os
homens de Judá, e entre os habitantes de Jerusalém.
10. Tornaram às
iniqüidades de seus primeiros pais, que recusaram ouvir as minhas palavras; até
se foram após outros deuses para os servir; a casa de Israel e a casa de Judá
quebrantaram o meu pacto, que fiz com seus pais.
11. Portanto assim
diz o Senhor: Eis que estou trazendo sobre eles uma calamidade de que não
poderão escapar; clamarão a mim, mas eu não os ouvirei.
12. Então irão
as cidades de Judá e os habitantes de Jerusalém e clamarão aos deuses a que eles
queimam incenso; estes, porém, de maneira alguma os livrarão no tempo da sua
calamidade.
13. Pois, segundo o número das tuas cidades, são os teus
deuses, ó Judá; e, segundo o número das ruas de Jerusalém, tendes levantado
altares à impudência, altares para queimardes incenso a Baal.
14. Tu,
pois, não ores por este povo, nem levantes por eles clamor nem oração; porque
não os ouvirei no tempo em que eles clamarem a mim por causa da sua
calamidade.
15. Que direito tem a minha amada na minha casa, visto que
com muitos tem cometido grande abominação, e as carnes santas se desviaram de
ti? Quando tu fazes mal, então andas saltando de prazer.
16.
Denominou-te o Senhor oliveira verde, formosa por seus deliciosos frutos; mas
agora, à voz dum grande tumulto, acendeu fogo nela, e se quebraram os seus
ramos.
17. Porque o Senhor dos exércitos, que te plantou, pronunciou
contra ti uma calamidade, por causa do grande mal que a casa de Israel e a casa
de Judá fizeram, pois me provocaram à ira, queimando incenso a
Baal.
18. E o Senhor mo fez saber, e eu o soube; então me fizeste ver
as suas ações.
19. Mas eu era como um manso cordeiro, que se leva à
matança; não sabia que era contra mim que maquinavam, dizendo: Destruamos a
árvore com o seu fruto, e cortemo-lo da terra dos viventes, para que não haja
mais memória do seu nome.
20. Mas, ó Senhor dos exércitos, justo Juiz,
que provas o coração e a mente, permite que eu veja a tua vingança sobre eles;
pois a ti descobri a minha causa.
21. Portanto assim diz o Senhor
acerca dos homens de Anatote, que procuram a tua vida, dizendo: Não profetizes
no nome do Senhor, para que não morras às nossas mãos;
22. por isso
assim diz o Senhor dos exércitos: Eis que eu os punirei; os mancebos morrerão à
espada, os seus filhos e as suas filhas morrerão de fome.
23. E não
ficará deles um resto; pois farei vir sobre os homens de Anatote uma calamidade,
sim, o ano da sua punição.
[Jeremias 12]Jeremias
12
1. Justo és, ó Senhor, ainda quando eu pleiteio
contigo; contudo pleitearei a minha causa diante de ti. Por que prospera o
caminho dos ímpios? Por que vivem em paz todos os que procedem
aleivosamente?
2. Plantaste-os, e eles se arraigaram; medram, dão
também fruto; chegado estás à sua boca, porém longe do seu coração.
3.
Mas tu, ó Senhor, me conheces, tu me vês, e provas o meu coração para contigo;
tira-os como a ovelhas para o matadouro, e separa-os para o dia da
matança.
4. Até quando lamentará a terra, e se secará a erva de todo o
campo? Por causa da maldade dos que nela habitam, perecem os animais e as aves;
porquanto disseram: Ele não verá o nosso fim.
5. Se te fatigas
correndo com homens que vão a pé, então como poderás competir com cavalos? Se
foges numa terra de paz, como hás de fazer na soberba do Jordão?
6.
Pois até os teus irmãos, e a casa de teu pai, eles mesmos se houveram
aleivosamente contigo; eles mesmos clamam após ti em altas vozes. Não te fies
neles, ainda que te digam coisas boas.
7. Desamparei a minha casa,
abandonei a minha herança; entreguei a amada da minha alma na mão de seus
inimigos.
8. Tornou-se a minha herança para mim como leão numa
floresta; levantou a sua voz contra mim, por isso eu a odeio.
9. Acaso
é para mim a minha herança como uma ave de rapina de varias cores? Andam as aves
de rapina contra ela em redor? Ide, pois, ajuntai a todos os animais do campo,
trazei-os para a devorarem.
10. Muitos pastores destruíram a minha
vinha, pisaram o meu quinhão; tornaram em desolado deserto o meu quinhão
aprazível.
11. Em assolação o tornaram; ele, desolado, clama a mim.
Toda a terra está assolada, mas ninguém toma isso a peito.
12. Sobre
todos os altos escalvados do deserto vieram destruidores, porque a espada do
Senhor devora desde uma até outra extremidade da terra; não há paz para nenhuma
carne.
13. Semearam trigo, mas segaram espinhos; cansaram-se, mas de
nada se aproveitaram; haveis de ser envergonhados das vossas colheitas, por
causa do ardor da ira do Senhor.
14. Assim diz o Senhor acerca de
todos os meus maus vizinhos, que tocam a minha herança que fiz herdar ao meu
povo Israel: Eis que os arrancarei da sua terra, e a casa de Judá arrancarei do
meio deles.
15. E depois de os haver eu arrancado, tornarei, e me
compadecerei deles, e os farei voltar cada um à sua herança, e cada um à sua
terra.
16. E será que, se diligentemente aprenderem os caminhos do meu
povo, jurando pelo meu nome: Vive o Senhor; como ensinaram o meu povo a jurar
por Baal; então edificar-se-ão no meio do meu povo.
17. Mas, se não
quiserem ouvir, totalmente arrancarei a tal nação, e a farei perecer, diz o
Senhor.
[Jeremias 13]Jeremias
13
1. Assim me disse o Senhor: Vai, e compra-te um
cinto de linho, e põe-no sobre os teus lombos, mas não o metas na
água.
2. E comprei o cinto, conforme a palavra do Senhor, e o pus
sobre os meus lombos.
3. Então me veio a palavra do Senhor pela
segunda vez, dizendo:
4. Toma o cinto que compraste e que trazes sobre
os teus lombos, e levanta-te, vai ao Eufrates, e esconde-o ali na fenda duma
rocha.
5. Fui, pois, e escondi-o junto ao Eufrates, como o Senhor me
havia ordenado.
6. E passados muitos dias, me disse o Senhor:
Levanta-te, vai ao Eufrates, e toma dali o cinto que te ordenei que escondesses
ali.
7. Então fui ao Eufrates, e cavei, e tomei o cinto do lugar onde
e havia escondido; e eis que o cinto tinha apodrecido, e para nada
prestava.
8. Então veio a mim a palavra do Senhor,
dizendo:
9. Assim diz o Senhor: Do mesmo modo farei apodrecer a
soberba de Judá, e a grande soberba de Jerusalém.
10. Este povo
maligno, que se recusa a ouvir as minhas palavras, que caminha segundo a
teimosia do seu coração, e que anda após deuses alheios, para os servir, e para
os adorar, será tal como este cinto, que para nada presta.
11. Pois,
assim como se liga o cinto aos lombos do homem, assim eu liguei a mim toda a
casa de Israel, e toda a casa de Judá, diz o Senhor, para me serem por povo, e
por nome, e por louvor, e por glória; mas não quiseram ouvir:
12. Pelo
que lhes dirás esta palavra: Assim diz o Senhor Deus de Israel: Todo o odre se
encherá de vinho. E dir-te-ão: Acaso não sabemos nós muito bem que todo o odre
se encherá de vinho?
13. Então lhes dirás: Assim diz o Senhor: Eis que
eu encherei de embriaguez a todos os habitantes desta terra, mesmo aos reis que
se assentam sobre o trono de Davi, e aos sacerdotes, e aos profetas, e a todos
os habitantes de Jerusalém.
14. E atirá-los-ei uns contra os outros,
mesmo os pais juntamente com os filhos, diz o Senhor; não terei pena nem
pouparei, nem terei deles compaixão para não os destruir.
15. Escutai,
e inclinai os ouvidos; não vos ensoberbeçais, porque o Senhor
falou.
16. Dai glória ao Senhor vosso Deus, antes que venha a
escuridão e antes que tropecem vossos pés nos montes tenebrosos; antes que,
esperando vós luz, ele a mude em densas trevas, e a reduza a profunda
escuridão.
17. Mas, se não ouvirdes, a minha alma chorará em oculto,
por causa da vossa soberba; e amargamente chorarão os meus olhos, e se desfarão
em lágrimas, porque o rebanho do Senhor se vai levado cativo.
18. Dize
ao rei e à rainha-mãe: Humilhai-vos, sentai-vos no chão; porque de vossas
cabeças já caiu a coroa de vossa glória.
19. As cidades do Negebe
estão fechadas, e não há quem as abra; todo o Judá é levado cativo, sim,
inteiramente cativo.
20. Levantai os vossos olhos, e vede os que vêm
do norte; onde está o rebanho que se te deu, o teu lindo rebanho?
21.
Que dirás, quando ele puser sobre ti como cabeça os que ensinaste a serem teus
amigos? Não te tomarão as dores, como as duma mulher que está de
parto?
22. Se disseres no teu coração: Por que me sobrevieram estas
coisas? Pela multidão das tuas iniqüidades se descobriram as tuas fraldas, e os
teus calcanhares sofrem violência.
23. pode o etíope mudar a sua pele,
ou o leopardo as suas malhas? então podereis também vós fazer o bem, habituados
que estais a fazer o mal.
24. Pelo que os espalharei como o restolho
que passa arrebatado pelo vento do deserto.
25. Esta é a tua sorte, a
porção que te é medida por mim, diz o Senhor; porque te esqueceste de mim, e
confiaste em mentiras.
26. Assim também eu levantarei as tuas fraldas
sobre o teu rosto, e aparecerá a tua ignominia.
27. Os teus
adultérios, e os teus rinchos, e a enormidade da tua prostituição, essas
abominações tuas, eu as tenho visto sobre os outeiros no campo. Ai de ti,
Jerusalém! até quando não te purificarás?
[Jeremias 14]Jeremias 14
1. A palavra do Senhor, que veio
a Jeremias, a respeito da seca.
2. Judá chora, e as suas portas estão
enfraquecidas; eles se sentam de luto no chão; e o clamor de Jerusalém já vai
subindo.
3. E os seus nobres mandam os seus inferiores buscar água;
estes vão às cisternas, e não acham água; voltam com os seus cântaros vazios;
ficam envergonhados e confundidos, e cobrem as suas cabeças.
4. Por
causa do solo ressecado, pois que não havia chuva sobre a terra, os lavradores
ficam envergonhados e cobrem as suas cabeças.
5. Pois até a cerva no
campo pare, e abandona sua cria, porquanto não há erva.
6. E os asnos
selvagens se põem nos altos escalvados e, ofegantes, sorvem o ar como os
chacais; desfalecem os seus olhos, porquanto não ha erva.
7. Posto que
as nossas iniqüidades testifiquem contra nós, ó Senhor, opera tu por amor do teu
nome; porque muitas são as nossas rebeldias; contra ti havemos
pecado.
8. Ó esperança de Israel, e Redentor seu no tempo da angústia!
por que serias como um estrangeiro na terra? e como o viandante que arma a sua
tenda para passar a noite?
9. Por que serias como homem surpreendido,
como valoroso que não pode livrar? Mas tu estás no meio de nós, Senhor, e nós
somos chamados pelo teu nome; não nos desampares.
10. Assim diz o
Senhor acerca deste povo: Pois que tanto gostaram de andar errantes, e não
detiveram os seus pés, por isso o Senhor não os aceita, mas agora se lembrará da
iniqüidade deles, e visitará os seus pecados.
11. Disse-me ainda o
Senhor: Não rogues por este povo para seu bem.
12. Quando jejuarem,
não ouvirei o seu clamor, e quando oferecerem holocaustos e oblações, não me
agradarei deles; antes eu os consumirei pela espada, e pela fome e pela
peste.
13. Então disse eu: Ah! Senhor Deus, eis que os profetas lhes
dizem: Não vereis espada, e não tereis fome; antes vos darei paz verdadeira
neste lugar.
14. E disse-me o Senhor: Os profetas profetizam mentiras
em meu nome; não os enviei, nem lhes dei ordem, nem lhes falei. Visão falsa,
adivinhação, vaidade e o engano do seu coração é o que eles vos
profetizam.
15. Portanto assim diz o Senhor acerca dos profetas que
profetizam em meu nome, sem que eu os tenha mandado, e que dizem: Nem espada,
nem fome haverá nesta terra: À espada e à fome serão consumidos esses
profetas.
16. E o povo a quem eles profetizam será lançado nas ruas de
Jerusalém, por causa da fome e da espada; e não haverá quem os sepulte a eles, a
suas mulheres, a seus filhos e a suas filhas; porque derramarei sobre eles a sua
maldade.
17. Portanto lhes dirás esta palavra: Os meus olhos derramem
lágrimas de noite e de dia, e não cessem; porque a virgem filha do meu povo está
gravemente ferida, de mui dolorosa chaga.
18. Se eu saio ao campo, eis
os mortos à espada, e, se entro na cidade, eis os debilitados pela fome; o
profeta e o sacerdote percorrem a terra, e nada sabem.
19. Porventura
já de todo rejeitaste a Judá? Aborrece a tua alma a Sião? Por que nos feriste,
de modo que não há cura para nós? Aguardamos a paz, e não chegou bem algum; e o
tempo da cura, e eis o pavor!
20. Ah, Senhor! reconhecemos a nossa
impiedade e a iniqüidade de nossos pais; pois contra ti havemos
pecado.
21. Não nos desprezes, por amor do teu nome; não tragas
opróbrio sobre o trono da tua glória; lembra-te, e não anules o teu pacto
conosco.
22. Há, porventura, entre os deuses falsos das nações, algum
que faça chover? Ou podem os céus dar chuvas? Não és tu, ó Senhor, nosso Deus?
Portanto em ti esperaremos; pois tu tens feito todas estas
coisas.
[Jeremias 15]Jeremias
15
1. Disse-me, porém, o Senhor: Ainda que Moisés e
Samuel se pusessem diante de mim, não poderia estar a minha alma com este povo.
Lança-os de diante da minha face, e saiam eles.
2. E quando te
perguntarem: Para onde iremos? dir-lhes-ás: Assim diz o Senhor: Os que para a
morte, para a morte; e os que para a espada, para a espada; e os que para a
fome, para a fome; e os que para o cativeiro, para o cativeiro.
3.
Pois os visitarei com quatro gêneros de destruidores, diz o Senhor: com espada
para matar, e com cães, para os dilacerarem, e com as aves do céu e os animais
da terra, para os devorarem e destruírem.
4. Entregá-los-ei para serem
um espetáculo horrendo perante todos os reinos da terra, por causa de Manassés,
filho de Ezequias, rei de Judá, por tudo quanto fez em Jerusalém.
5.
Pois quem se compadecerá de ti, ó Jerusalém? ou quem se entristecerá por ti?
Quem se desviará para perguntar pela tua paz?
6. Tu me rejeitaste, diz
o Senhor, voltaste para trás; por isso estenderei a minha mão contra ti, e te
destruirei; estou cansado de me abrandar.
7. E os padejei com a pá nas
portas da terra; desfilhei, destruí o meu povo; não voltaram dos seus
caminhos.
8. As suas viúvas mais se me têm multiplicado do que a areia
dos mares; trouxe ao meio-dia um destruidor sobre eles, até sobre a mãe de
jovens; fiz que caísse de repente sobre ela angústia e terrores.
9. A
que dava à luz sete se enfraqueceu: expirou a sua alma; pôs-se-lhe o sol sendo
ainda dia; ela se confundiu, e se envergonhou; e os que ficarem deles eu os
entregarei à espada, diante dos seus inimigos, diz o Senhor.
10. Ai de
mim, minha mãe! porque me deste à luz, homem de rixas e homem de contendas para
toda a terra. Nunca lhes emprestei com usura, nem eles me emprestaram a mim com
usura, todavia cada um deles me amaldiçoa.
11. Assim seja, ó Senhor,
se jamais deixei de suplicar-te pelo bem deles, ou de rogar-te pelo inimigo no
tempo da calamidade e no tempo da angústia.
12. Pode alguém quebrar o
ferro, o ferro do Norte, e o bronze?
13. As tuas riquezas e os teus
tesouros, eu os entregarei sem preço ao saque; e isso por todos os teus pecados,
mesmo em todos os teus limites.
14. E farei que sirvas os teus
inimigos numa terra que não conheces; porque o fogo se acendeu em minha ira, e
sobre vós arderá.
15. Tu, ó Senhor, me conheces; lembra-te de mim,
visita-me, e vinga-me dos meus perseguidores; não me arrebates, por tua
longanimidade. Sabe que por amor de ti tenho sofrido afronta.
16.
Acharam-se as tuas palavras, e eu as comi; e as tuas palavras eram para mim o
gozo e alegria do meu coração; pois levo o teu nome, ó Senhor Deus dos
exércitos.
17. Não me assentei na roda dos que se alegram, nem me
regozijei. Sentei-me a sós sob a tua mão, pois me encheste de
indignação.
18. Por que é perpétua a minha dor, e incurável a minha
ferida, que se recusa a ser curada? Serás tu para mim como ribeiro ilusório e
como águas inconstantes?
19. Portanto assim diz o Senhor: Se tu
voltares, então te restaurarei, para estares diante de mim; e se apartares o
precioso do vil, serás como a minha boca; tornem-se eles a ti, mas não voltes tu
a eles.
20. E eu te porei contra este povo como forte muro de bronze;
eles pelejarão contra ti, mas não prevalecerão contra ti; porque eu sou contigo
para te salvar, para te livrar, diz o Senhor.
21. E arrebatar-te-ei da
mão dos iníquos, e livrar-te-ei da mão dos cruéis.
[Jeremias 16]Jeremias 16
1. E veio a mim a palavra do
Senhor, dizendo:
2. Não tomarás a ti mulher, nem terás filhos nem
filhas neste lugar.
3. Pois assim diz o Senhor acerca dos filhos e das
filhas que nascerem neste lugar, acerca de suas mães, que os tiverem, e de seus
pais que os gerarem nesta terra:
4. Morrerão de enfermidades
dolorosas, e não serão pranteados nem sepultados; serão como esterco sobre a
face da terra; pela espada e pela fome serão consumidos, e os seus cadáveres
servirão de pasto para as aves do céu e para os animais da terra.
5.
Pois assim diz o Senhor: Não entres na casa que está de luto, nem vás a
lamentá-los, nem te compadeças deles; porque deste povo, diz o Senhor, retirei a
minha paz, benignidade e misericórdia.
6. E morrerão nesta terra tanto
grandes como pequenos; não serão sepultados, e não os prantearão, nem se farão
por eles incisões, nem por eles se raparão os cabelos;
7. nem pão se
dará aos que estiverem de luto, para os consolar sobre os mortos; nem se lhes
dará a beber o copo da consolação pelo pai ou pela mãe.
8. Não entres
na casa do banquete, para te assentares com eles a comer e a beber.
9.
Pois assim diz o Senhor dos exércitos, o Deus de Israel: Eis que perante os
vossos olhos, e em vossos dias, farei cessar deste lugar a voz de gozo e a voz
de alegria, a voz do noivo e a voz da noiva.
10. E quando anunciares a
este povo todas estas palavras, e eles te disserem: Por que pronuncia o Senhor
sobre :nós todo este grande mal? Qual é a nossa iniqüidade? Qual é o pecado que
cometemos contra o Senhor nosso Deus?
11. Então lhes dirás: Porquanto
vossos pais me deixaram, diz o Senhor, e se foram após outros deuses, e os
serviram e adoraram, e a mim me deixaram, e não guardaram a minha
lei;
12. e vós fizestes pior do que vossos pais; pois eis que andais,
cada um de vós, após o pensamento obstinado do seu mau coração, recusando
ouvir-me a mim;
13. portanto eu vos lançarei fora desta terra, para
uma terra que não conhecestes, nem vós nem vossos pais; e ali servireis a deuses
estranhos de dia e de noite; pois não vos concederei favor algum.
14.
Portanto, eis que dias vêm, diz o Senhor, em que não se dirá mais: Vive o
Senhor: que fez subir os filhos de Israel da terra do Egito;
15. mas
sim: Vive o Senhor, que fez subir os filhos de Israel da terra do norte, e de
todas as terras para onde os tinha lançado; porque eu os farei voltar à sua
terra, que dei a seus pais.
16. Eis que mandarei vir muitos
pescadores, diz o Senhor, os quais os pescarão; e depois mandarei vir muitos
caçadores, os quais os caçarão de todo monte, e de todo outeiro, e até das
fendas das rochas.
17. Pois os meus olhos estão sobre todos os seus
caminhos; não se acham eles escondidos da minha face, nem está a sua iniqüidade
encoberta aos meus olhos.
18. E eu retribuirei em dobro a sua
iniqüidade e o seu pecado, porque contaminaram a minha terra com os vultos
inertes dos seus ídolos detestáveis, e das suas abominações encheram a minha
herança.
19. Ó Senhor, força minha e fortaleza minha, e refúgio meu no
dia da angústia, a ti virão as nações desde as extremidades da terra, e dirão:
Nossos pais herdaram só mentiras, e vaidade, em que não havia
proveito.
20. Pode um homem fazer para si deuses? Esses tais não são
deuses!
21. Portanto, eis que lhes farei conhecer, sim desta vez lhes
farei conhecer o meu poder e a minha força; e saberão que o meu nome é
Jeová.
[Jeremias 17]Jeremias
17
1. O pecado de Judá está escrito com um ponteiro de
ferro; com ponta de diamante está gravado na tábua do seu coração e nas pontas
dos seus altares;
2. enquanto seus filhos se lembram dos seus altares,
e dos seus aserins, junto às árvores frondosas, sobre os altos
outeiros,
3. nas montanhas no campo aberto, a tua riqueza e todos os
teus tesouros dá-los-ei como despojo por causa do pecado, em todos os teus
termos.
4. Assim tu, por ti mesmo, te privarás da tua herança que te
dei; e far-te-ei servir os teus inimigos, na terra que não conheces; porque
acendeste um fogo na minha ira, o qual arderá para sempre.
5. Assim
diz o Senhor: Maldito o varão que confia no homem, e faz da carne o seu braço, e
aparta o seu coração do Senhor!
6. Pois é como o junípero no deserto,
e não verá vir bem algum; antes morará nos lugares secos do deserto, em terra
salgada e inabitada.
7. Bendito o varão que confia no Senhor, e cuja
esperança é o Senhor.
8. Porque é como a árvore plantada junto às
águas, que estende as suas raízes para o ribeiro, e não receia quando vem o
calor, mas a sua folha fica verde; e no ano de sequidão não se afadiga, nem
deixa de dar fruto.
9. Enganoso é o coração, mais do que todas as
coisas, e perverso; quem o poderá conhecer?
10. Eu, o Senhor,
esquadrinho a mente, eu provo o coração; e isso para dar a cada um segundo os
seus caminhos e segundo o fruto das suas ações.
11. Como a perdiz que
ajunta pintainhos que não são do seu ninho, assim é aquele que ajunta riquezas,
mas não retamente; no meio de seus dias as deixará, e no seu fim se mostrará
insensato.
12. Um trono glorioso, posto bem alto desde o princípio, é
o lugar do nosso santuário.
13. Ó Senhor, esperança de Israel, todos
aqueles que te abandonarem serão envergonhados. Os que se apartam de ti serão
escritos sobre a terra; porque abandonam o Senhor, a fonte das águas
vivas.
14. Cura-me, ó Senhor, e serei curado; salva-me, e serei salvo;
pois tu és o meu louvor.
15. Eis que eles me dizem: Onde está a
palavra do Senhor? venha agora.
16. Quanto a mim, não instei contigo
para enviares sobre eles o mal, nem tampouco desejei o dia calamitoso; tu o
sabes; o que saiu dos meus lábios estava diante de tua face.
17. Não
me sejas por espanto; meu refúgio és tu no dia da calamidade.
18.
Envergonhem-se os que me perseguem, mas não me envergonhe eu; assombrem-se eles,
mas não me assombre eu; traze sobre eles o dia da calamidade, e destrói-os com
dobrada destruição.
19. Assim me disse o Senhor: Vai, e põe-te na
porta de Benjamim, pela qual entram os reis de Judá, e pela qual saem, como
também em todas as portas de Jerusalém.
20. E dize-lhes: Ouvi a
palavra do Senhor, vós, reis de Judá e todo o Judá, e todos os moradores de
Jerusalém, que entrais por estas portas;
21. assim diz o Senhor:
Guardai-vos a vós mesmos, e não tragais cargas no dia de sábado, nem as
introduzais pelas portas de Jerusalém;
22. nem tireis cargas de vossas
casas no dia de sábado, nem façais trabalho algum; antes santificai o dia de
sábado, como eu ordenei a vossos pais.
23. Mas eles não escutaram, nem
inclinaram os seus ouvidos; antes endureceram a sua cerviz, para não ouvirem, e
para não receberem instrução.
24. Mas se vós diligentemente me
ouvirdes, diz o Senhor, não introduzindo cargas pelas portas desta cidade no dia
de sábado, e santificardes o dia de sábado, não fazendo nele trabalho
algum,
25. então entrarão pelas portas desta cidade reis e príncipes,
que se assentem sobre o trono de Davi, andando em carros e montados em cavalos,
eles e seus príncipes, os homens de Judá, e os moradores de Jerusalém; e esta
cidade será para sempre habitada.
26. E virão das cidades de Judá, e
dos arredores de Jerusalém, e da terra de Benjamim, e da planície, e da região
montanhosa, e do e sul, trazendo à casa do Senhor holocaustos, e sacrifícios, e
ofertas de cereais, e incenso, trazendo também sacrifícios de ação de
graças.
27. Mas, se não me ouvirdes, para santificardes o dia de
sábado, e para não trazerdes carga alguma, quando entrardes pelas portas de
Jerusalém no dia de sábado, então acenderei fogo nas suas portas, o qual
consumirá os palácios de Jerusalém, e não se apagará.
[Jeremias 18]Jeremias 18
1. A palavra que veio do Senhor
a Jeremias, dizendo:
2. Levanta-te, e desce à casa do oleiro, e lá te
farei ouvir as minhas palavras.
3. Desci, pois, à casa do oleiro, e
eis que ele estava ocupado com a sua obra sobre as rodas.
4. Como o
vaso, que ele fazia de barro, se estragou na mão do oleiro, tornou a fazer dele
outro vaso, conforme pareceu bem aos seus olhos fazer.
5. Então veio a
mim a palavra do Senhor, dizendo:
6. Não poderei eu fazer de vós como
fez este oleiro, ó casa de Israel? diz o Senhor. Eis que, como o barro na mão do
oleiro, assim sois vós na minha mão, ó casa de Israel.
7. Se em
qualquer tempo eu falar acerca duma nação, e acerca dum reino, para arrancar,
para derribar e para destruir,
8. e se aquela nação, contra a qual
falar, se converter da sua maldade, também eu me arrependerei do mal que
intentava fazer-lhe.
9. E se em qualquer tempo eu falar acerca duma
nação e acerca dum reino, para edificar e para plantar,
10. se ela
fizer o mal diante dos meus olhos, não dando ouvidos à minha voz, então me
arrependerei do bem que lhe intentava fazer.
11. Ora pois, fala agora
aos homens de Judá, e aos moradores de Jerusalém, dizendo: Assim diz o senhor:
Eis que estou forjando mal contra vós, e projeto um plano contra vós;
convertei-vos pois agora cada um do seu mau caminho, e emendai os vossos
caminhos e as vossas ações.
12. Mas eles dizem: Não há esperança;
porque após os nossos projetos andaremos, e cada um fará segundo o propósito
obstinado do seu mau coração.
13. Portanto assim diz o Senhor:
Perguntai agora entre as nações quem ouviu tais coisas? coisa mui horrenda fez a
virgem de Israel!
14. Acaso desaparece a neve do Líbano dos penhascos
do Siriom? Serão esgotadas as águas frias que vêm dos montes?
15.
Contudo o meu povo se tem esquecido de mim, queimando incenso a deuses falsos;
fizeram-se tropeçar nos seus caminhos, e nas veredas antigas, para que andassem
por atalhos não aplainados;
16. para fazerem da sua terra objeto de
espanto e de perpétuos assobios; todo aquele que passa por ela se espanta, e
meneia a cabeça.
17. Com vento oriental os espalharei diante do
inimigo; mostrar-lhes-ei as costas e não o rosto, no dia da sua
calamidade.
18. Então disseram: Vinde, e maquinemos projetos contra
Jeremias; pois não perecerá a lei do sacerdote, nem o conselho do sábio, nem a
palavra do profeta. Vinde, e ataquemo-lo com a língua, e não atendamos a nenhuma
das suas palavras.
19. Atende-me, ó Senhor, e ouve a voz dos que
contendem comigo.
20. Porventura pagar-se-á mal por bem? Contudo
cavaram uma cova para a minha vida. Lembra-te de que eu compareci na tua
presença, para falar a favor deles, para desviar deles a tua
indignação.
21. Portanto entrega seus filhos à fome, e entrega-os ao
poder da espada, e sejam suas mulheres roubadas dos filhos, e fiquem viúvas; e
sejam seus maridos feridos de morte, e os seus jovens mortos à espada na
peleja.
22. Seja ouvido o clamor que vem de suas casas, quando de
repente trouxeres tropas sobre eles; porque cavaram uma cova para prender-me e
armaram laços aos meus pés.
23. Mas tu, ó Senhor, sabes todo o seu
conselho contra mim para matar-me. Não perdoes a sua iniquidade, nem apagues o
seu pecado de diante da tua face; mas sejam transtornados diante de ti; trata-os
assim no tempo da tua ira.
[Jeremias 19]Jeremias
19
1. Assim disse o Senhor: Vai, e compra uma botija de
oleiro, e leva contigo alguns anciãos do povo e alguns anciãos dos
sacerdotes;
2. e sai ao vale do filho de Hinom, que está à entrada da
Porta Harsite, e apregoa ali as palavras que eu te disser;
3. e dirás:
Ouvi a palavra do Senhor, ó reis de Judá, e moradores de Jerusalém. Assim diz o
Senhor dos exércitos, o Deus de Israel: Eis que trarei sobre este lugar uma
calamidade tal que fará retinir os ouvidos de quem quer que dela
ouvir.
4. Porquanto me deixaram, e profanaram este lugar, queimando
nele incenso a outros deuses, que nunca conheceram, nem eles nem seus pais, nem
os reis de Judá; e encheram este lugar de sangue de inocentes.
5. E
edificaram os altos de Baal, para queimarem seus filhos no fogo em holocaustos a
Baal; o que nunca lhes ordenei, nem falei, nem entrou no meu
pensamento.
6. Por isso eis que dias vêm, diz o Senhor, em que este
lugar não se chamara mais Tofete, nem o vale do filho de Hinom, mas o vale da
matança.
7. E tornarei vão o conselho de Judá e de Jerusalém neste
lugar, e os farei cair à espada diante de seus inimigos e pela mão dos que
procuram tirar-lhes a vida. Darei os seus cadáveres por pasto as aves do céu e
aos animais da terra.
8. E farei esta cidade objeto de espanto e de
assobios; todo aquele que passar por ela se espantará, e assobiará, por causa de
todas as suas pragas.
9. E lhes farei comer a carne de seus filhos, e
a carne de suas filhas, e comerá cada um a carne do seu próximo, no cerco e no
aperto em que os apertarão os seus inimigos, e os que procuram tirar-lhes a
vida.
10. Então quebrarás a botija à vista dos homens que foram
contigo,
11. e lhes dirás: Assim diz o Senhor dos exércitos: Deste
modo quebrarei eu a este povo, e a esta cidade, como se quebra o vaso do oleiro,
de sorte que não pode mais refazer-se; e os enterrarão em Tofete, porque não
haverá outro lugar para os enterrar.
12. Assim farei a este lugar e
aos seus moradores, diz o Senhor; sim, porei esta cidade como
Tofete.
13. E as casas de Jerusalém, e as casas dos reis de Judá,
serão imundas como o lugar de Tofete, como também todas as casas, sobre cujos
terraços queimaram incenso a todo o exército dos céus, e ofereceram libações a
deuses estranhos.
14. Então voltou Jeremias de Tofete, aonde o tinha
enviado o Senhor a profetizar; e pôs-se em pé no átrio da casa do Senhor, e
disse a todo o povo:
15. Assim diz o Senhor dos exércitos, o Deus de
Israel: Eis que trarei sobre esta cidade, e sobre todas as suas cercanias, todo
o mal que pronunciei contra ela, porquanto endureceram a sua cerviz, para não
ouvirem as minhas palavras.
[Jeremias 20]Jeremias
20
1. Ora Pasur, filho de Imer, o sacerdote, que era
superintendente da casa do Senhor, ouviu Jeremias profetizar estas
coisas.
2. Então feriu Pasur ao profeta Jeremias, e o meteu no cepo
que está na porta superior de Benjamim, na casa do Senhor.
3. No dia
seguinte, quando Pasur o tirou do cepo Jeremias lhe disse: O Senhor não te chama
Pasur, mas Magor-Missabibe.
4. Porque assim diz o Senhor: Eis que
farei de ti um terror para ti mesmo, e para todos os teus amigos. Eles cairão à
espada de seus inimigos, e teus olhos o verão. Entregarei Judá todo na mão do
rei de Babilônia; ele os levará cativos para Babilônia, e matá-los-á à
espada.
5. Também entregarei todas as riquezas desta cidade, todos os
seus lucros, e todas as suas coisas preciosas, sim, todos os tesouros dos reis
de Judá na mão de seus inimigos, que os saquearão e, tomando-os, os levarão a
Babilônia.
6. E tu, Pasur, e todos os moradores da tua casa ireis para
o cativeiro; e virás para Babilônia, e ali morrerás, e ali serás sepultado, tu,
e todos os teus amigos, aos quais profetizaste falsamente.
7.
Seduziste-me, ó Senhor, e deixei-me seduzir; mais forte foste do que eu, e
prevaleceste; sirvo de escárnio o dia todo; cada um deles zomba de
mim.
8. Pois sempre que falo, grito, clamo: Violência e destruição;
porque se tornou a palavra do Senhor um opróbrio para mim, e um ludíbrio o dia
todo.
9. Se eu disser: Não farei menção dele, e não falarei mais no
seu nome, então há no meu coração um como fogo ardente, encerrado nos meus
ossos, e estou fatigado de contê-lo, e não posso mais.
10. Pois ouço a
difamação de muitos, terror por todos os lados! Denunciai-o! Denunciemo-lo!
dizem todos os meus íntimos amigos, aguardando o meu manquejar; bem pode ser que
se deixe enganar; então prevaleceremos contra ele e nos vingaremos
dele.
11. Mas o Senhor está comigo como um guerreiro valente; por isso
tropeçarão os meus perseguidores, e não prevalecerão; ficarão muito confundidos,
porque não alcançarão êxito, sim, terão uma confusão perpétua que nunca será
esquecida.
12. Tu pois, ó Senhor dos exércitos, que provas o justo, e
vês os pensamentos e o coração, permite que eu veja a tua vingança sobre eles;
porque te confiei a minha causa.
13. Cantai ao Senhor, louvai ao
Senhor; pois livrou a alma do necessitado da mão dos malfeitores.
14.
Maldito o dia em que nasci; não seja bendito o dia em que minha mãe me deu à
luz.
15. Maldito o homem que deu as novas a meu pai, dizendo:
Nasceu-te um filho, alegrando-o com isso grandemente.
16. E seja esse
homem como as cidades que o senhor destruiu sem piedade; e ouça ele um clamor
pela manhã, e um alarido ao meio-dia.
17. Por que não me matou na
madre? assim minha mãe teria sido a minha sepultura, e teria ficado grávida
perpetuamente!
18. Por que saí da madre, para ver trabalho e tristeza,
e para que se consumam na vergonha os meus dias?
[Jeremias 21]Jeremias 21
1. A palavra que veio a Jeremias
da parte do Senhor, quando o rei Zedequias lhe enviou Pasur, filho de Malquias,
e Sofonias, filho de Maaséias, o sacerdote, dizendo:
2. Pergunta agora
por nós ao Senhor, por que Nabucodonosor, rei de Babilônia, guerreia contra nós;
porventura o Senhor nos tratará segundo todas as suas maravilhas, e fará que o
rei se retire de nós.
3. Então Jeremias lhes respondeu: Assim direis a
Zedequias:
4. Assim diz o Senhor, o Deus de Israel: Eis que virarei
contra vos as armas de guerra, que estão nas vossas mãos, com que vós pelejais
contra o rei de Babilônia e contra os caldeus, que vos estão sitiando ao redor
dos muros, e ajuntá-los-ei no meio desta cidade.
5. E eu mesmo
pelejarei contra vós com mão estendida, e com braço forte, e em ira, e em furor,
e em grande indignação.
6. E ferirei os habitantes desta cidade, tanto
os homens como os animais; de grande peste morrerão.
7. E depois
disso, diz o Senhor, entregarei Zedequias, rei de Judá, e seus servos, e o povo,
e os que desta cidade restarem da peste, e da espada, e da fome, sim
entregá-los-ei na mão de Nabucodonosor, rei de Babilônia, e na mão de seus
inimigos, e na mão dos que procuram tirar-lhes a vida; e ele os passará ao fio
da espada; não os poupará, nem se compadecerá, nem terá
misericórdia.
8. E a este povo dirás: Assim diz o Senhor: Eis que
ponho diante de vós o caminho da vida e o caminho da morte.
9. O que
ficar nesta cidade há de morrer à espada, ou de fome, ou de peste; mas o que
sair, e se render aos caldeus, que vos cercam, viverá, e terá a sua vida por
despojo.
10. Porque pus o meu rosto contra esta cidade para mal, e não
para bem, diz o Senhor; na mão do rei de Babilônia se entregará, e ele a
queimará a fogo.
11. E à casa do rei de Judá dirás: Ouvi a palavra do
Senhor:
12. O casa de Davi, assim diz o Senhor: Executai justiça pela
manhã, e livrai o espoliado da mão do opressor, para que não saia o meu furor
como fogo, e se acenda, sem que haja quem o apague, por causa da maldade de
vossas ações.
13. Eis que eu sou contra ti, ó moradora do vale, ó
rocha da campina, diz o Senhor; contra vós que dizeis: Quem descerá contra nós?
ou: Quem entrará nas nossas moradas?
14. E eu vos castigarei segundo o
fruto das vossas ações, diz o Senhor; e no seu bosque acenderei fogo que
consumirá a tudo o que está em redor dela.
[Jeremias 22]Jeremias 22
1. Assim diz o Senhor: Desce à
casa do rei de Judá, e anuncia ali esta palavra.
2. E dize: Ouve a
palavra do Senhor, ó rei de Judá, que te assentas no trono de Davi; ouvi, tu, e
os teus servos, e o teu povo, que entrais por estas portas.
3. Assim
diz o Senhor: Exercei o juízo e a justiça, e livrai o espoliado da mão do
opressor. Não façais nenhum mal ou violência ao estrangeiro, nem ao órfão, nem a
viúva; não derrameis sangue inocente neste lugar.
4. Pois se deveras
cumprirdes esta palavra, entrarão pelas portas desta casa reis que se assentem
sobre o trono de Davi, andando em carros e montados em cavalos, eles, e os seus
servos, e o seu povo.
5. Mas se não derdes ouvidos a estas palavras,
por mim mesmo tenho jurado, diz o Senhor, que esta casa se tornará em
assolação.
6. Pois assim diz o Senhor acerca da casa do rei de Judá:
Tu és para mim Gileade, e a cabeça do Líbano; todavia certamente farei de ti um
deserto e cidades desabitadas.
7. E prepararei contra ti destruidores,
cada um com as suas armas; os quais cortarão os teus cedros escolhidos, e os
lançarão no fogo.
8. E muitas nações passarão por esta cidade, e dirá
cada um ao seu companheiro: Por que procedeu o Senhor assim com esta grande
cidade?
9. Então responderão: Porque deixaram o pacto do Senhor seu
Deus, e adoraram a outros deuses, e os serviram.
10. Não choreis o
morto, nem o lastimeis; mas chorai amargamente aquele que sai; porque não
voltará mais, nem verá a terra onde nasceu.
11. Pois assim diz o
Senhor acerca de Salum, filho de Josias, rei de Judá, que reinou em lugar de
Josias seu pai, que saiu deste lugar: Nunca mais voltará para cá,
12.
mas no lugar para onde o levaram cativo morrerá, e nunca mais verá esta
terra.
13. Ai daquele que edifica a sua casa com iniqüidade, e os seus
aposentos com injustiça; que se serve do trabalho do seu próximo sem
remunerá-lo, e não lhe dá o salário;
14. que diz: Edificarei para mim
uma casa espaçosa, e aposentos largos; e que lhe abre janelas, forrando-a de
cedro, e pintando-a de vermelhão.
15. Acaso reinarás tu, porque
procuras exceder no uso de cedro? O teu pai não comeu e bebeu, e não exercitou o
juízo e a justiça? Por isso lhe sucedeu bem.
16. Julgou a causa do
pobre e necessitado; então lhe sucedeu bem. Porventura não é isso conhecer-me?
diz o Senhor.
17. Mas os teus olhos e o teu coração não atentam senão
para a tua ganância, e para derramar sangue inocente, e para praticar a opressão
e a violência.
18. Portanto assim diz o Senhor acerca de Jeoiaquim,
filho de Josias, rei de Judá: Não o lamentarão, dizendo: Ai, meu irmão! ou: Ai,
minha irmã! nem o lamentarão, dizendo: Ai, Senhor! ou: Ai, sua
majestade!
19. Com a sepultura de jumento será sepultado, sendo
arrastado e lançado fora das portas de Jerusalém.
20. Sobe ao Líbano,
e clama, e levanta a tua voz em Basã, e clama desde Abarim; porque são
destruídos todos os teus namorados.
21. Falei contigo no tempo da tua
prosperidade; mas tu disseste: Não escutarei. Este tem sido o teu caminho, desde
a tua mocidade, o não obedeceres à minha voz.
22. O vento apascentará
todos os teus pastores, e os teus namorados irão para o cativeiro; certamente
então te confundirás,
23. e tu, que habitas no Líbano, aninhada nos
cedros, como hás de gemer, quando te vierem as dores, os ais como da que está de
parto!
24. Vivo eu, diz o Senhor, ainda que Conias, filho de
Jeoiaquim, rei de Judá, fosse o anel do selo da minha mão direita, contudo eu
dali te arrancaria;
25. e te entregaria na mão dos que procuram
tirar-te a vida, e na mão daqueles diante dos quais tu temes, a saber, na mão de
Nabucodonosor, rei de Babilônia, e na mão dos caldeus.
26. A ti e a
tua mãe, que te deu à luz, lançar-vos-ei para uma terra estranha, em que não
nascestes, e ali morrereis.
27. Mas à terra para a qual eles almejam
voltar, para lá não voltarão.
28. E este homem Conias algum vaso
desprezado e quebrado, um vaso de que ninguém se agrada? Por que razão foram ele
e a sua linhagem arremessados e arrojados para uma terra que não
conhecem?
29. Ó terra, terra, terra; ouve a palavra do
Senhor.
30. Assim diz o Senhor: Escrevei que este homem fica sem
filhos, homem que não prosperará nos seus dias; pois nenhum da sua linhagem
prosperará para assentar-se sobre o trono de Davi e reinar daqui em diante em
Judá.
[Jeremias 23]Jeremias
23
1. Ai dos pastores que destroem e dispersam as
ovelhas do meu pasto, diz o Senhor.
2. Portanto assim diz o Senhor, o
Deus de Israel, acerca dos pastores que apascentam o meu povo: Vós dispersastes
as minhas ovelhas, e as afugentastes, e não as visitastes. Eis que visitarei
sobre vós a maldade das vossas ações, diz o Senhor.
3. E eu mesmo
recolherei o resto das minhas ovelhas de todas as terras para onde as tiver
afugentado, e as farei voltar aos seus apriscos; e frutificarão, e se
multiplicarão.
4. E levantarei sobre elas pastores que as apascentem,
e nunca mais temerão, nem se assombrarão, e nem uma delas faltará, diz o
Senhor.
5. Eis que vêm dias, diz o Senhor, em que levantarei a Davi um
Renovo justo; e, sendo rei, reinará e procederá sabiamente, executando o juízo e
a justiça na terra.
6. Nos seus dias Judá será salvo, e Israel
habitará seguro; e este é o nome de que será chamado: O SENHOR JUSTIÇA
NOSSA.
7. Portanto, eis que vêm dias, diz o Senhor, em que nunca mais
dirão: Vive o Senhor, que tirou os filhos de Israel da terra do
Egito;
8. mas: Vive o Senhor, que tirou e que trouxe a linhagem da
casa de Israel da terra do norte, e de todas as terras para onde os tinha
arrojado; e eles habitarão na sua terra.
9. Quanto aos profetas. O meu
coração está quebrantado dentro de mim; todos os meus ossos estremecem; sou como
um homem embriagado, e como um homem vencido do vinho, por causa do Senhor, e
por causa das suas santas palavras.
10. Pois a terra está cheia de
adúlteros; por causa da maldição a terra chora, e os pastos do deserto se secam.
A sua carreira é má, e a sua força não é reta.
11. Porque tanto o
profeta como o sacerdote são profanos; até na minha casa achei a sua maldade,
diz o Senhor.
12. Portanto o seu caminho lhes será como veredas
escorregadias na escuridão; serão empurrados e cairão nele; porque trarei sobre
eles mal, o ano mesmo da sua punição, diz o Senhor.
13. Nos profetas
de Samária bem vi eu insensatez; profetizavam da parte de Baal, e faziam errar o
meu povo Israel.
14. Mas nos profetas de Jerusalém vejo uma coisa
horrenda: cometem adultérios, e andam com falsidade, e fortalecem as mãos dos
malfeitores, de sorte que não se convertam da sua maldade; eles têm-se tornado
para mim como Sodoma, e os moradores dela como Gomorra.
15. Portanto
assim diz o Senhor dos exércitos acerca dos profetas: Eis que lhes darei a comer
losna, e lhes farei beber águas de fel; porque dos profetas de Jerusalém saiu a
contaminação sobre toda a terra.
16. Assim diz o Senhor dos exércitos:
Não deis ouvidos as palavras dos profetas, que vos profetizam a vós,
ensinando-vos vaidades; falam da visão do seu coração, não da boca do
Senhor.
17. Dizem continuamente aos que desprezam a palavra do Senhor:
Paz tereis; e a todo o que anda na teimosia do seu coração, dizem: Não virá mal
sobre vós.
18. Pois quem dentre eles esteve no concílio do Senhor,
para que percebesse e ouvisse a sua palavra, ou quem esteve atento e escutou a
sua palavra?
19. Eis a tempestade do Senhor! A sua indignação, qual
tempestade devastadora, já saiu; descarregar-se-á sobre a cabeça dos
ímpios.
20. Não retrocederá a ira do Senhor, até que ele tenha
executado e cumprido os seus desígnios. Nos últimos dias entendereis isso
claramente.
21. Não mandei esses profetas, contudo eles foram
correndo; não lhes falei a eles, todavia eles profetizaram.
22. Mas se
tivessem assistido ao meu concílio, então teriam feito o meu povo ouvir as
minhas palavras, e o teriam desviado do seu mau caminho, e da maldade das suas
ações.
23. Sou eu apenas Deus de perto, diz o Senhor, e não também
Deus de longe?
24. Esconder-se-ia alguém em esconderijos, de modo que
eu não o veja? diz o Senhor. Porventura não encho eu o céu e a terra? diz o
Senhor.
25. Tenho ouvido o que dizem esses profetas que profetizam
mentiras em meu nome, dizendo: Sonhei, sonhei.
26. Até quando se
achará isso no coração dos profetas que profetizam mentiras, e que profetizam do
engano do seu próprio coração?
27. Os quais cuidam fazer com que o meu
povo se esqueça do meu nome pelos seus sonhos que cada um conta ao seu próximo,
assim como seus pais se esqueceram do meu nome por causa de Baal.
28.
O profeta que tem um sonho conte o sonho; e aquele que tem a minha palavra, fale
fielmente a minha palavra. Que tem a palha com o trigo? diz o
Senhor.
29. Não é a minha palavra como fogo, diz o Senhor, e como um
martelo que esmiúça a pedra?
30. Portanto, eis que eu sou contra os
profetas, diz o Senhor, que furtam as minhas palavras, cada um ao seu
próximo.
31. Eis que eu sou contra os profetas, diz o Senhor, que usam
de sua própria linguagem, e dizem: Ele disse.
32. Eis que eu sou
contra os que profetizam sonhos mentirosos, diz o Senhor, e os contam, e fazem
errar o meu povo com as suas mentiras e com a sua vã jactância; pois eu não os
enviei, nem lhes dei ordem; e eles não trazem proveito algum a este povo, diz o
Senhor.
33. Quando pois te perguntar este povo, ou um profeta, ou um
sacerdote, dizendo: Qual é a profecia do Senhor? Então lhes dirás: Qual a
profecia! que eu vos arrojarei, diz o Senhor.
34. E, quanto ao
profeta, e ao sacerdote, e ao povo, que disser: A profecia do Senhor; eu
castigarei aquele homem e a sua casa.
35. Assim direis, cada um ao seu
próximo, e cada um ao seu irmão: Que respondeu o Senhor? e: Que falou o
Senhor?
36. Mas nunca mais fareis menção da profecia do Senhor, porque
a cada um lhe servirá de profecia a sua própria palavra; pois torceis as
palavras do Deus vivo, do Senhor dos exércitos, o nosso Deus.
37.
Assim dirás ao profeta: Que te respondeu o Senhor? e: Que falou o
Senhor?
38. Se, porém, disserdes: A profecia do Senhor; assim diz o
Senhor: Porque dizeis esta palavra: A profecia do Senhor, quando eu mandei
dizer-vos: Não direis: A profecia do Senhor;
39. por isso, eis que
certamente eu vos levantarei, e vos lançarei fora da minha presença, a vós e a
cidade que vos dei a vós e a vossos pais;
40. e porei sobre vós
perpétuo opróbrio, e eterna vergonha, que não será esquecida.
[Jeremias
24]Jeremias 24
1. Fez-me o Senhor ver,
e vi dois cestos de figos, postos diante do templo do Senhor. Sucedeu isso
depois que Nabucodonosor, rei de Babilônia, levara em cativeiro a Jeconias,
filho de Jeoiaquim, rei de Judá, e os príncipes de Judá, e os carpinteiros, e os
ferreiros de Jerusalém, e os trouxera a Babilônia.
2. Um cesto tinha
figos muito bons, como os figos temporãos; mas o outro cesto tinha figos muito
ruins, que não se podiam comer, de ruins que eram.
3. E perguntou-me o
Senhor: Que vês tu, Jeremias? E eu respondi: Figos; os figos bons, muito bons, e
os ruins, muito ruins, que não se podem comer, de ruins que são.
4.
Então veio a mim a palavra do Senhor, dizendo:
5. Assim diz o Senhor,
o Deus de Israel: Como a estes bons figos, assim atentarei com favor para os
exilados de Judá, os quais eu enviei deste lugar para a terra dos
caldeus.
6. Porei os meus olhos sobre eles, para seu bem, e os farei
voltar a esta terra. Edificá-los-ei, e não os demolirei; e plantá-los-ei, e não
os arrancarei.
7. E dar-lhes-ei coração para que me conheçam, que eu
sou o Senhor; e eles serão o meu povo, e eu serei o seu Deus; pois se voltarão
para mim de todo o seu coração.
8. E como os figos ruins, que não se
podem comer, de ruins que são, certamente assim diz o Senhor: Do mesmo modo
entregarei Zedequias, rei de Judá, e os seus príncipes, e o resto de Jerusalém,
que ficou de resto nesta terra, e os que habitam na terra do Egito;
9.
eu farei que sejam espetáculo horrendo, uma ofensa para todos os reinos da
terra, um opróbrio e provérbio, um escárnio, e uma maldição em todos os lugares
para onde os arrojarei.
10. E enviarei entre eles a espada, a fome e a
peste, até que sejam consumidos de sobre a terra que lhes dei a eles e a seus
pais.
[Jeremias 25]Jeremias
25
1. A palavra que veio a Jeremias acerca de todo o
povo de Judá, no ano quarto de Jeoiaquim, filho de Josias, rei de Judá (que era
o primeiro ano de Nabucodonosor, rei de Babilônia,
2. a qual anunciou
o profeta Jeremias a todo o povo de Judá, e a todos os habitantes de Jerusalém,
dizendo:
3. Desde o ano treze de Josias, filho de Amom, rei de Judá,
até o dia de hoje, período de vinte e três anos, tem vindo a mim a palavra do
Senhor, e vo-la tenho anunciado, falando-vos insistentemente; mas vós não tendes
escutado.
4. Também o Senhor vos tem enviado com insistência todos os
seus servos, os profetas mas vós não escutastes, nem inclinastes os vossos
ouvidos para ouvir,
5. quando vos diziam: Convertei-vos agora cada um
do seu mau caminho, e da maldade das suas ações, e habitai na terra que o Senhor
vos deu e a vossos pais, desde os tempos antigos e para sempre;
6. e
não andeis após deuses alheios para os servirdes, e para os adorardes, nem me
provoqueis à ira com a obra de vossas mãos; e não vos farei mal
algum.
7. Todavia não me escutastes, diz o Senhor, mas me provocastes
à ira com a obra de vossas mãos, para vosso mal.
8. Portanto assim diz
o Senhor dos exércitos: Visto que não escutastes as minhas palavras
9.
eis que eu enviarei, e tomarei a todas as famílias do Norte, diz o Senhor, como
também a Nabucodonosor, rei de Babilônia, meu servo, e os trarei sobre esta
terra, e sobre os seus moradores, e sobre todas estas nações em redor. e os
destruirei totalmente, e farei que sejam objeto de espanto, e de assobio, e de
perpétuo opróbrio.
10. E farei cessar dentre eles a voz de gozo e a
voz de alegria, a voz do noivo e a voz da noiva, o som das mós e a luz do
candeeiro.
11. E toda esta terra virá a ser uma desolação e um
espanto; e estas nações servirão ao rei de Babilônia setenta anos.
12.
Acontecerá, porém, que quando se cumprirem os setenta anos, castigarei o rei de
Babilônia, e esta nação, diz o Senhor, castigando a sua iniqüidade, e a terra
dos caldeus; farei dela uma desolação perpetua.
13. E trarei sobre
aquela terra todas as minhas palavras, que tenho proferido contra ela, tudo
quanto está escrito neste livro, que profetizou Jeremias contra todas as
nações.
14. Porque deles, sim, deles mesmos muitas nações e grandes
reis farão escravos; assim lhes retribuirei segundo os seus feitos, e segundo as
obras das suas mãos.
15. Pois assim me disse o Senhor, o Deus de
Israel: Toma da minha mão este cálice do vinho de furor, e faze que dele bebam
todas as nações, às quais eu te enviar.
16. Beberão, e cambalearão, e
enlouquecerão, por causa da espada, que eu enviarei entre eles.
17.
Então tomei o cálice da mão do Senhor, e fiz que bebessem todas as nações, às
quais o Senhor me enviou:
18. a Jerusalém, e às cidades de Judá, e aos
seus reis, e aos seus príncipes, para fazer deles uma desolação, um espanto, um
assobio e uma maldição, como hoje se vê;
19. a Faraó, rei do Egito, e
a seus servos, e a seus príncipes, e a todo o seu povo;
20. e a todo o
povo misto, e a todos os reis da terra de Uz, e a todos os reis da terra dos
filisteus, a Asquelom, a Gaza, a Ecrom, e ao que resta de Asdode;
21.
e a Edom, a Moabe, e aos filhos de Amom;
22. e a todos os reis de
Tiro, e a todos os reis de Sidom, e aos reis das terras dalém do
mar;
23. a Dedã, a Tema, a Buz e a todos os que habitam nos últimos
cantos da terra;
24. a todos os reis da Arábia, e a todos os reis do
povo misto que habita no deserto;
25. a todos os reis de Zinri, a
todos os reis de Elão, e a todos os reis da Média;
26. a todos os reis
do Norte, os de perto e os de longe, tanto um como o outro, e a todos os reinos
da terra, que estão sobre a face da terra; e o rei de Sesaque beberá depois
deles.
27. Pois lhes dirás: Assim diz o Senhor dos exércitos, o Deus
de Israel: Bebei, e embebedai-vos, e vomitai, e caí, e não torneis a levantar,
por causa da espada que eu vos enviarei.
28. Se recusarem tomar o copo
da tua mão para beber, então lhes dirás: Assim diz o Senhor dos exércitos:
Certamente bebereis.
29. Pois eis que sobre a cidade que se chama pelo
meu nome, eu começo a trazer a calamidade; e haveis vós de ficar totalmente
impunes? Não ficareis impunes; porque eu chamo a espada sobre todos os moradores
da terra, diz o Senhor dos exércitos.
30. Tu pois lhes profetizarás
todas estas palavras, e lhes dirás: O Senhor desde o alto bramirá, e fará ouvir
a sua voz desde a sua santa morada; bramirá fortemente contra a sua habitação;
dará brados, como os que pisam as uvas, contra todos os moradores da
terra.
31. Chegará o estrondo até a extremidade da terra, porque o
Senhor tem contenda com as nações, entrará em juízo com toda a carne; quanto aos
ímpios, ele os entregará a espada, diz o Senhor.
32. Assim diz o
Senhor dos exércitos: Eis que o mal passa de nação para nação, e grande
tempestade se levantará dos confins da terra.
33. E os mortos do
Senhor naquele dia se encontrarão desde uma extremidade da terra até a outra;
não serão pranteados, nem recolhidos, nem sepultados; mas serão como esterco
sobre a superfície da terra.
34. Uivai, pastores, e clamai; e
revolvei-vos na cinza, vós que sois os principais do rebanho; pois já se
cumpriram os vossos dias para serdes mortos, e eu vos despedaçarei, e vós então
caireis como carneiros escolhidos.
35. E não haverá refúgio para os
pastores, nem lugar para onde escaparem os principais do rebanho.
36.
Eis a voz de grito dos pastores, o uivo dos principais do rebanho; porque o
Senhor está devastando o pasto deles.
37. E as suas malhadas pacíficas
são reduzidas a silêncio, por causa do furor da ira do Senhor.
38.
Deixou como leão o seu covil; porque a sua terra se tornou em desolação, por
causa do furor do opressor, e por causa do furor da sua ira.
[Jeremias
26]Jeremias 26
1. No princípio do
reino de Jeoiaquim, filho de Josias, rei de Judá, veio da parte do Senhor esta
palavra, dizendo:
2. Assim diz o Senhor: Põe-te no átrio da casa do
Senhor e dize a todas as cidades de Judá que vêm adorar na casa do Senhor, todas
as palavras que te mando que lhes fales; não omitas uma só palavra.
3.
Bem pode ser que ouçam, e se convertam cada um do seu mau caminho, para que eu
desista do mal que intento fazer-lhes por causa da maldade das suas
ações.
4. Dize-lhes pois: Assim diz o Senhor: Se não me derdes ouvidos
para andardes na minha lei, que pus diante de vós,
5. e para ouvirdes
as palavras dos meus servos, os profetas, que eu com insistência vos envio, mas
não ouvistes;
6. então farei que esta casa seja como Siló, e farei
desta cidade uma maldição para todas as nações da terra.
7. E ouviram
os sacerdotes, e os profetas, e todo o povo, a Jeremias, anunciando estas
palavras na casa do Senhor.
8. Tendo Jeremias acabado de dizer tudo
quanto o Senhor lhe havia ordenado que dissesse a todo o povo, pegaram nele os
sacerdotes, e os profetas, e todo o povo, dizendo: Certamente
morrerás.
9. Por que profetizaste em nome do Senhor, dizendo: Será
como Siló esta casa, e esta cidade ficará assolada e desabitada? E ajuntou-se
todo o povo contra Jeremias, na casa do Senhor.
10. Quando os
príncipes de Judá ouviram estas coisas, subiram da casa do rei à casa do Senhor,
e se assentaram à entrada da porta nova do Senhor.
11. Então falaram
os sacerdotes e os profetas aos príncipes e a todo povo, dizendo: Este homem é
réu de morte, porque profetizou contra esta cidade, como ouvistes com os vossos
próprios ouvidos.
12. E falou Jeremias a todos os príncipes e a todo o
povo, dizendo: O Senhor enviou-me a profetizar contra esta casa, e contra esta
cidade, todas as palavras que ouvistes.
13. Agora, pois, melhorai os
vossos caminhos e as vossas ações, e ouvi a voz do Senhor vosso Deus, e o Senhor
desistirá do mal que falou contra vós.
14. Quanto a mim, eis que estou
nas vossas mãos; fazei de mim conforme o que for bom e reto aos vossos
olhos.
15. Sabei, porém, com certeza que, se me matardes a mim,
trareis sangue inocente sobre vós, e sobre esta cidade, e sobre os seus
habitantes; porque, na verdade, o Senhor me enviou a vós, para dizer aos vossos
ouvidos todas estas palavras.
16. Então disseram os príncipes e todo o
povo aos sacerdotes e aos profetas: Este homem não é réu de morte, porque em
nome do Senhor, nosso Deus, nos falou.
17. Também se levantaram alguns
dos anciãos da terra, e falaram a toda a assembléia do povo,
dizendo:
18. Miquéias, o morastita, profetizou nos dias de Ezequias,
rei de Judá, e falou a todo o povo de Judá, dizendo: Assim diz o Senhor dos
exércitos: Sião será lavrada como um campo, e Jerusalém se tornará em montões de
ruínas, e o monte desta casa como os altos de um bosque.
19.
Mataram-no, porventura, Ezequias, rei de Judá, e todo o Judá? Antes não temeu
este ao Senhor, e não implorou o favor do Senhor? e não se arrependeu o Senhor
do mal que falara contra eles? Mas nós estamos fazendo um grande mal contra as
nossas almas.
20. Também houve outro homem que profetizava em nome do
Senhor: Urias, filho de Semaías, de Quiriate-Jearim, o qual profetizou contra
esta cidade, e contra esta terra, conforme todas as palavras de
Jeremias;
21. e quando o rei Jeoiaquim, e todos os seus valentes, e
todos os príncipes, ouviram as palavras dele, procurou o rei matá-lo; mas quando
Urias o ouviu, temeu, e fugiu, e foi para o Egito;
22. mas o rei
Jeoiaquim enviou ao Egito certos homens; Elnatã, filho de Acbor, e outros com
ele,
23. os quais tiraram a Urias do Egito, e o trouxeram ao rei
Jeoiaquim, que o matou à espada, e lançou o seu cadáver nas sepulturas da
plebe.
24. Porém Aicão, filho de Safã, deu apoio a Jeremias, de sorte
que não foi entregue na mão do povo, para ser morto.
[Jeremias 27]Jeremias 27
1. No princípio do reinado de
Zedequias, filho de Josias, rei de Judá, veio esta palavra a Jeremias da parte
do Senhor, dizendo:
2. Assim me disse o Senhor: Faze-te brochas e
canzis e põe-nos ao teu pescoço.
3. Depois envia-os ao rei de Edom, e
ao rei de Moabe, e ao rei dos filhos de Amom, e ao rei de Tiro, e ao rei de
Sidom, pela mão dos mensageiros que são vindos a Jerusalém a ter com zedequias,
rei de Judá;
4. e lhes darás uma mensagem para seus senhores, dizendo:
Assim diz o Senhor dos exércitos, o Deus de Israel: Assim direis a vossos
senhores:
5. Sou eu que, com o meu grande poder e o meu braço
estendido, fiz a terra com os homens e os animais que estão sobre a face da
terra; e a dou a quem me apraz.
6. E agora eu entreguei todas estas
terras na mão de Nabucodonosor, rei de Babilônia, meu servo; e ainda até os
animais do campo lhe dei, para que o sirvam.
7. Todas as nações o
servirão a ele, e a seu filho, e ao filho de seu filho, até que venha o tempo da
sua própria terra; e então muitas nações e grandes reis se servirão
dele.
8. A nação e o reino que não servirem a Nabucodonosor, rei de
Babilônia, e que não puserem o seu pescoço debaixo do jugo do rei de Babilônia,
punirei com a espada, com a fome, e com a peste a essa nação, diz o Senhor, até
que eu os tenha consumido pela mão dele.
9. Não deis ouvidos, pois,
aos vossos profetas, e aos vossos adivinhadores, e aos vossos sonhos, e aos
vossos agoureiros, e aos vossos encantadores, que vos dizem: Não servireis o rei
de Babilônia;
10. porque vos profetizam a mentira, para serdes
removidos para longe da vossa terra, e eu vos expulsarei dela, e vós
perecereis.
11. Mas a nação que meter o seu pescoço sob o jugo do rei
de Babilônia, e o servir, eu a deixarei na sua terra, diz o Senhor; e lavrá-la-á
e habitará nela.
12. E falei com Zedequias, rei de Judá, conforme
todas estas palavras: Metei os vossos pescoços no jugo do rei de Babilônia, e
servi-o, a ele e ao seu povo, e vivei.
13. Por que morrereis tu e o
teu povo, à espada, de fome, e de peste, como o Senhor disse acerca da nação que
não servir ao rei de Babilônia?
14. Não deis ouvidos às palavras dos
profetas que vos dizem: Não servireis ao rei de Babilônia; porque vos profetizam
a mentira.
15. Pois não os enviei, diz o Senhor, mas eles profetizam
falsamente em meu nome; para que eu vos lance fora, e venhais a perecer, vós e
os profetas que vos profetizam.
16. Então falei aos sacerdotes, e a
todo este povo, dizendo: Assim diz o Senhor: Não deis ouvidos às palavras dos
vossos profetas, que vos profetizam dizendo: Eis que os utensílios da casa do
senhor cedo voltarão de Babilônia; pois eles vos profetizam a
mentira.
17. Não lhes deis ouvidos; servi ao rei de Babilônia, e
vivei. Por que se tornaria esta cidade em assolação?
18. Se, porém,
são profetas, e se está com eles a palavra do Senhor, intercedam agora junto ao
Senhor dos exércitos, para que os utensílios que ficaram na casa do Senhor, e na
casa do rei de Judá, e em Jerusalém, não vão para Babilônia.
19. Pois
assim diz o Senhor dos exércitos acerca das colunas, e do mar, e das bases, e
dos demais utensílios que ficaram na cidade,
20. os quais
Nabucodonosor, rei de Babilônia, não levou, quando transportou de Jerusalém para
Babilônia a Jeconias, filho de Jeoiaquim, rei de Judá, como também a todos os
nobres de Judá e de Jerusalém;
21. assim pois diz o Senhor dos
exércitos, o Deus de Israel, acerca dos utensílios que ficaram na casa do
Senhor, e na casa do rei de Judá, e em Jerusalém:
22. Para Babilônia
serão levados, e ali ficarão até o dia em que eu os visitar, diz o Senhor; então
os farei subir, e os restituirei a este lugar.
[Jeremias 28]Jeremias 28
1. E sucedeu no mesmo ano, no
princípio do reinado de Zedequias, rei de Judá, no ano quarto, no mês quinto,
que Hananias, filho de Azur, o profeta de Gibeão, me falou, na casa do Senhor,
na presença dos sacerdotes e de todo o povo dizendo:
2. Assim fala o
Senhor dos exércitos, o Deus de Israel, dizendo: Eu quebrarei o jugo do rei de
Babilônia.
3. Dentro de dois anos, eu tornarei a trazer a este lugar
todos os utensílios da casa do Senhor, que deste lugar tomou Nabucodonosor, rei
de Babilônia, levando-os para Babilônia.
4. Também a Jeconias, filho
de Jeoiaquim rei de Judá, e a todos os do cativeiro de, Judá, que entraram em
Babilônia, eu os tornarei a trazer a este lugar, diz o Senhor; porque hei de
quebrar o jugo do rei de Babilônia.
5. Então falou o profeta Jeremias
ao profeta Hananias, na presença dos sacerdotes, e na presença de todo o povo
que estava na casa do Senhor.
6. Disse pois Jeremias, o profeta: Amém!
assim faça o Senhor; cumpra o Senhor as tuas palavras, que profetizaste, e torne
ele a trazer os utensílios da casa do Senhor, e todos os do cativeiro, de
Babilônia para este lugar.
7. Mas ouve agora esta palavra, que eu falo
aos teus ouvidos e aos ouvidos de todo o povo:
8. Os profetas que
houve antes de mim e antes de ti, desde a antigüidade, profetizaram contra
muitos países e contra grandes reinos, acerca de guerra, de fome e de
peste.
9. Quanto ao profeta que profetuar de paz, quando se cumprir a
palavra desse profeta, então será conhecido que o Senhor na verdade enviou o
profeta.
10. Então o profeta Hananias tomou o canzil do pescoço do
profeta Jeremias e o quebrou.
11. E falou Hananias na presença de todo
o povo, dizendo: Isto diz o Senhor: Assim dentro de dois anos quebrarei o jugo
de Nabucodonosor, rei de Babilônia, de sobre o pescoço de todas as nações. E
Jeremias, o profeta, se foi seu caminho.
12. Então veio a palavra do
Senhor a Jeremias, depois de ter o profeta Hananias quebrado o jugo de sobre o
pescoço do profeta Jeremias, dizendo:
13. Vai, e fala a Hananias,
dizendo: Assim diz o Senhor: Jugos de madeira quebraste, mas em vez deles farei
jugos de ferro
14. Pois assim diz o Senhor dos exércitos o Deus de
Israel Jugo de ferro pus sobre o, pescoço de todas estas nações, para servirem a
Nabucodonosor, rei de Babilônia, e o servirão; e até os animais do campo lhe
dei.
15. Então disse o profeta Jeremias ao profeta Hananias: Ouve
agora, Hananias: O Senhor não te enviou, mas tu fazes que este povo confie numa
mentira.
16. Pelo que assim diz o Senhor: Eis que te lançarei de sobre
a face da terra. Este ano morrerás, porque pregaste rebelião contra o
Senhor.
17. Morreu, pois, Hananias, o profeta, no mesmo ano, no sétimo
mês.
[Jeremias 29]Jeremias
29
1. Ora, são estas as palavras da carta que Jeremias,
o profeta, enviou de Jerusalém, aos que restavam dos anciãos do cativeiro, como
também aos sacerdotes, e aos profetas, e a todo o povo, que Nabucodonosor levara
cativos de Jerusalém para Babilônia,
2. depois de terem saído de
Jerusalém o rei Jeconias, e a rainha-mãe, e os eunucos, e os príncipes de Judá e
Jerusalém e os artífices e os ferreiros.
3. Veio por mão de Elasa,
filho de Safã, e de Gemarias, filho de Hilquias, os quais Zedequias, rei de
Judá, enviou a Babilônia, a Nabucodonosor, rei de Babilônia; eis as palavras da
carta:
4. Assim diz o Senhor dos exércitos, o Deus de Israel, a todos
os do cativeiro, que eu fiz levar cativos de Jerusalém para
Babilônia:
5. Edificai casas e habitai-as; plantai jardins, e comei o
seu fruto.
6. Tomai mulheres e gerai filhos e filhas; também tomai
mulheres para vossos filhos, e dai vossas filhas a maridos, para que tenham
filhos e filhas; assim multiplicai-vos ali, e não vos diminuais.
7. E
procurai a paz da cidade, para a qual fiz que fôsseis levados cativos, e orai
por ela ao Senhor: porque na sua paz vós tereis paz.
8. Pois assim diz
o Senhor dos exércitos, o Deus de Israel: Não vos enganem os vossos profetas que
estão no meio de vós, nem os vossos adivinhadores; nem deis ouvidos aos vossos
sonhos, que vós sonhais;
9. porque eles vos profetizam falsamente em
meu nome; não os enviei, diz o Senhor.
10. Porque assim diz o Senhor:
Certamente que passados setenta anos em Babilônia, eu vos visitarei, e cumprirei
sobre vós a minha boa palavra, tornando a trazer-vos a este lugar.
11.
Pois eu bem sei os planos que estou projetando para vós, diz o Senhor; planos de
paz, e não de mal, para vos dar um futuro e uma esperança.
12. Então
me invocareis, e ireis e orareis a mim, e eu vos ouvirei.
13.
Buscar-me-eis, e me achareis, quando me buscardes de todo o vosso
coração.
14. E serei achado de vós, diz o Senhor, e farei voltar os
vossos cativos, e congregarvos-ei de todas as nações, e de todos os lugares para
onde vos lancei, diz o Senhor; e tornarei a trazer-vos ao lugar de onde vos
transportei.
15. Porque dizeis: O Senhor nos levantou profetas em
Babilônia;
16. portanto assim diz o Senhor a respeito do rei que se
assenta no trono de Davi, e de todo o povo que habita nesta cidade, vossos
irmãos, que não saíram convosco para o cativeiro;
17. assim diz o
Senhor dos exércitos: Eis que enviarei entre eles a espada, a fome e a peste e
fá-los-ei como a figos péssimos, que não se podem comer, de ruins que
são.
18. E persegui-los-ei com a espada, com a fome e com a peste;
farei que sejam um espetáculo de terror para todos os reinos da terra, e para
serem um motivo de execração, de espanto, de assobio, e de opróbrio entre todas
as nações para onde os tiver lançado,
19. porque não deram ouvidos às
minhas palavras, diz o Senhor, as quais lhes enviei com insistência pelos meus
servos, os profetas; mas vós não escutastes, diz o Senhor.
20. Ouvi,
pois, a palavra do Senhor, vós todos os do cativeiro que enviei de Jerusalém
para Babilônia.
21. Assim diz o Senhor dos exércitos, o Deus de
Israel, acerca de Acabe, filho de Colaías, e de Zedequias, filho de Maaséias,
que vos profetizam falsamente em meu nome: Eis que os entregarei na mão de
Nabucodonosor, rei de Babilônia, e ele os matará diante dos vossos
olhos.
22. E por causa deles será formulada uma maldição por todos os
exilados de Judá que estão em Babilônia, dizendo: O Senhor te faça como a
Zedequias, e como a Acabe, os quais o rei de Babilônia assou no
fogo;
23. porque fizeram insensatez em Israel, cometendo adultério com
as mulheres de seus próximos, e anunciando falsamente em meu nome palavras que
não lhes mandei. Eu o sei, e sou testemunha disso, diz o Senhor.
24. E
a Semaías, o neelamita, falarás, dizendo:
25. Assim diz o Senhor dos
exércitos, o Deus de Israel: Porquanto enviaste em teu próprio nome cartas a
todo o povo que está em Jerusalém, como também a Sofonias, filho de Maaséias, o
sacerdote, e a todos os sacerdotes, dizendo:
26. O Senhor te pôs por
sacerdote em lugar de Jeoiada, o sacerdote, para que fosses encarregado da casa
do Senhor, sobre todo homem obsesso que profetiza, para o lançares na prisão e
no tronco;
27. agora, pois, por que não repreendeste a Jeremias, o
anatotita, que vos profetiza?
28. Pois que até nos mandou dizer em
Babilônia: O cativeiro muito há de durar; edificai casas, e habitai-as; e
plantai jardins, e comei do seu fruto.
29. E lera Sofonias, o
sacerdote, esta carta aos ouvidos de Jeremias, o profeta.
30. Então
veio a palavra do Senhor a Jeremias, dizendo:
31. Manda a todos os do
cativeiro, dizendo: Assim diz o Senhor acerca de Semaías, o neelamita: Porquanto
Semaías vos profetizou, quando eu não o enviei, e vos fez confiar numa
mentira,
32. portanto assim diz o Senhor: Eis que castigarei a
Semaías, o neelamita, e a sua descendência; ele não terá varão que habite entre
este povo, nem verá ele o bem que hei de fazer ao meu povo, diz o Senhor, porque
pregou rebelião contra o Senhor.
[Jeremias 30]Jeremias
30
1. A palavra que do Senhor veio a Jeremias,
dizendo:
2. Assim diz o Senhor, Deus de Israel: Escreve num livro
todas as palavras que te falei;
3. pois eis que vêm os dias, diz o
Senhor, em que farei voltar do cativeiro o meu povo Israel e Judá, diz o Senhor;
e tornarei a trazê-los à terra que dei a seus pais, e a possuirão.
4.
E estas são as palavras que disse o Senhor, acerca de Israel e de
Judá.
5. Assim, pois, diz o Senhor: Ouvimos uma voz de tremor, de
temor mas não de paz.
6. Perguntai, pois, e vede, se um homem pode dar
à luz. Por que, pois, vejo a cada homem com as mãos sobre os lombos como a que
está de parto? Por que empalideceram todos os rostos?
7. Ah! porque
aquele dia é tão grande, que não houve outro semelhante! É tempo de angústia
para Jacó; todavia, há de ser livre dela.
8. E será naquele dia, diz o
Senhor dos exércitos, que eu quebrarei o jugo de sobre o seu pescoço, e romperei
as suas brochas. Nunca mais se servirão dele os estrangeiros;
9. mas
ele servirá ao Senhor, seu Deus, como também a Davi, seu rei, que lhe
levantarei.
10. Não temas pois tu, servo meu, Jacó, diz o Senhor, nem
te espantes, ó Israel; pois eis que te livrarei de terras longínquas, e à tua
descendência da terra do seu cativeiro; e Jacó voltará, e ficará tranqüilo e
sossegado, e não haverá quem o atemorize.
11. Porque eu sou contigo,
diz o Senhor, para te salvar; porquanto darei fim cabal a todas as nações entre
as quais te espalhei; a ti, porém, não darei fim, mas castigar-te-ei com medida
justa, e de maneira alguma te terei por inocente.
12. Porque assim diz
o Senhor: Incurável é a tua fratura, e gravíssima a tua ferida.
13.
Não há quem defenda a tua causa; para a tua ferida não há remédio nem
cura.
14. Todos os teus amantes se esqueceram de ti; não te procuram;
pois te feri com ferida de inimigo, e com castigo de quem é cruel, porque é
grande a tua culpa, e têm-se multiplicado os teus pecados.
15. Por que
gritas por causa da tua fratura? tua dor é incurável. Por ser grande a tua
culpa, e por se terem multiplicado os teus pecados, é que te fiz estas
coisas.
16. Portanto todos os que te devoram serão devorados, e todos
os teus adversários irão, todos eles, para o cativeiro; e os que te roubam serão
roubados, e a todos os que te saqueiam entregarei ao saque.
17. Pois
te restaurarei a saúde e te sararei as feridas, diz o Senhor; porque te chamaram
a repudiada, dizendo: É Sião, à qual já ninguém procura.
18. Assim diz
o Senhor: Eis que acabarei o cativeiro das tendas de Jacó, e apiedarme-ei das
suas moradas; e a cidade será reedificada sobre o seu montão, e o palácio
permanecerá como habitualmente.
19. E sairá deles ação de graças e a
voz dos que se alegram; e multiplicá-los-ei, e não serão diminuídos;
glorificá-los-ei, e não serão apoucados.
20. E seus filhos serão como
na antigüidade, e a sua congregação será estabelecida diante de mim, e
castigarei todos os seus opressores.
21. E o seu príncipe será deles,
e o seu governador sairá do meio deles; e o farei aproximar, e ele se chegará a
mim. Pois quem por si mesmo ousaria chegar-se a mim? diz o Senhor.
22.
E vós sereis o meu povo, e eu serei o vosso Deus.
23. Eis a tempestade
do Senhor! A sua indignação já saiu, uma tempestade varredora; cairá cruelmente
sobre a cabeça dos ímpios.
24. Não retrocederá o furor da ira do
Senhor, até que ele tenha executado, e até que tenha cumprido os desígnios do
seu coração. Nos últimos dias entendereis isso.
[Jeremias 31]Jeremias 31
1. Naquele tempo, diz o Senhor,
serei o Deus de todas as famílias de Israel, e elas serão o meu
povo.
2. Assim diz o Senhor: O povo que escapou da espada achou graça
no deserto. Eu irei e darei descanso a Israel.
3. De longe o Senhor me
apareceu, dizendo: Pois que com amor eterno te amei, também com benignidade te
atraí.
4. De novo te edificarei, e serás edificada ó virgem de Israel!
ainda serás adornada com os teus adufes, e sairás nas danças dos que se
alegram.
5. Ainda plantarás vinhas nos montes de Samária; os
plantadores plantarão e gozarão dos frutos.
6. Pois haverá um dia em
que gritarão os vigias sobre o monte de Efraim: Levantai-vos, e subamos a Sião,
ao Senhor nosso Deus.
7. Pois assim diz o Senhor: Cantai sobre Jacó
com alegria, e exultai por causa da principal das nações; proclamai, cantai
louvores, e dizei: Salva, Senhor, o teu povo, o resto de Israel.
8.
Eis que os trarei da terra do norte e os congregarei das extremidades da terra;
e com eles os cegos e aleijados, as mulheres grávidas e as de parto juntamente;
em grande companhia voltarão para cá.
9. Virão com choro, e com
súplicas os levarei; guiá-los-ei aos ribeiros de águas, por caminho direito em
que não tropeçarão; porque sou um pai para Israel, e Efraim é o meu
primogênito.
10. Ouvi a palavra do Senhor, ó nações, e anunciai-a nas
longínquas terras marítimas, e dizei: Aquele que espalhou a Israel o congregará
e o guardará, como o pastor ao seu rebanho.
11. Pois o Senhor resgatou
a Jacó, e o livrou da mão do que era mais forte do que ele.
12. E
virão, e cantarão de júbilo nos altos de Sião, e ficarão radiantes pelos bens do
Senhor, pelo trigo, o mosto, e o azeite, pelos cordeiros e os bezerros; e a sua
vida será como um jardim regado, e nunca mais desfalecerão.
13. Então
a virgem se alegrará na dança, como também os mancebos e os velhos juntamente;
porque tornarei o seu pranto em gozo, e os consolarei, e lhes darei alegria em
lugar de tristeza.
14. E saciarei de gordura a alma dos sacerdotes, e
o meu povo se fartará dos meus bens, diz o Senhor.
15. Assim diz o
Senhor: Ouviu-se um clamor em Ramá, lamentação e choro amargo. Raquel chora a
seus filhos, e não se deixa consolar a respeito deles, porque já não
existem.
16. Assim diz o Senhor: Reprime a tua voz do choro, e das
lágrimas os teus olhos; porque há galardão para o teu trabalho, diz o Senhor, e
eles voltarão da terra do inimigo.
17. E há esperança para o teu
futuro, diz o Senhor; pois teus filhos voltarão para os seus
termos.
18. Bem ouvi eu que Efraim se queixava, dizendo: Castigaste-me
e fui castigado, como novilho ainda não domado; restaura-me, para que eu seja
restaurado, pois tu és o Senhor meu Deus.
19. Na verdade depois que me
desviei, arrependi-me; e depois que fui instruído, bati na minha coxa; fiquei
confundido e envergonhado, porque suportei o opróbrio da minha
mocidade.
20. Não é Efraim meu filho querido? filhinho em quem me
deleito? Pois quantas vezes falo contra ele, tantas vezes me lembro dele
solicitamente; por isso se comovem por ele as minhas entranhas; deveras me
compadecerei dele, diz o Senhor.
21. Põe-te marcos, faze postes que te
guiem; dirige a tua atenção à estrada, ao caminho pelo qual foste; regressa, ó
virgem de Israel, regressa a estas tuas cidades.
22. Até quando
andarás errante, ó filha rebelde? pois o senhor criou uma coisa nova na terra:
uma mulher protege a um varão.
23. Assim diz o Senhor dos exércitos, o
Deus de Israel: Ainda dirão esta palavra na terra de Judá, e nas suas cidades,
quando eu acabar o seu cativeiro: O Senhor te abençoe, ó morada de justiça, ó
monte de santidade!
24. E nela habitarão Judá, e todas as suas cidades
juntamente; como também os lavradores e os que pastoreiam os
rebanhos.
25. Pois saciarei a alma cansada, e fartarei toda alma
desfalecida.
26. Nisto acordei, e olhei; e o meu sono foi doce para
mim.
27. Eis que os dias vêm, diz o Senhor, em que semearei de homens
e de animais a casa de Israel e a casa de Judá.
28. E será que, como
vigiei sobre eles para arrancar e derribar, para transtornar, destruir, e
afligir, assim vigiarei sobre eles para edificar e para plantar, diz o
Senhor.
29. Naqueles dias não dirão mais: Os pais comeram uvas verdes,
e os dentes dos filhos se embotaram.
30. Pelo contrário, cada um
morrerá pela sua própria iniqüidade; de todo homem que comer uvas verdes, é que
os dentes se embotarão.
31. Eis que os dias vêm, diz o Senhor, em que
farei um pacto novo com a casa de Israel e com a casa de Judá,
32. não
conforme o pacto que fiz com seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para os
tirar da terra do Egito, esse meu pacto que eles invalidaram, apesar de eu os
haver desposado, diz o Senhor.
33. Mas este é o pacto que farei com a
casa de Israel depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei a minha lei no seu
interior, e a escreverei no seu coração; e eu serei o seu Deus e eles serão o
meu povo.
34. E não ensinarão mais cada um a seu próximo, nem cada um
a seu irmão, dizendo: Conhecei ao Senhor; porque todos me conhecerão, desde o
menor deles até o maior, diz o Senhor; pois lhes perdoarei a sua iniqüidade, e
não me lembrarei mais dos seus pecados.
35. Assim diz o Senhor, que dá
o sol para luz do dia, e a ordem estabelecida da lua e das estrelas para luz da
noite, que agita o mar, de modo que bramem as suas ondas; o Senhor dos exércitos
é o seu nome:
36. Se esta ordem estabelecida falhar diante de mim, diz
o Senhor, deixará também a linhagem de Israel de ser uma nação diante de mim
para sempre.
37. Assim diz o Senhor: Se puderem ser medidos os céus lá
em cima, e sondados os fundamentos da terra cá em baixo, também eu rejeitarei
toda a linhagem de Israel, por tudo quanto eles têm feito, diz o
Senhor.
38. Eis que vêm os dias, diz o Senhor, em que esta cidade será
reedificada para o Senhor, desde a torre de Hananel até a porta da
esquina.
39. E a linha de medir estender-se-á para diante, até o
outeiro de Garebe, e dará volta até Goa.
40. E o vale inteiro dos
cadáveres e da cinza, e todos os campos até o ribeiro de Cedrom, até a esquina
da porta dos cavalos para o oriente, tudo será santo ao Senhor; nunca mais será
arrancado nem derribado.
[Jeremias 32]Jeremias
32
1. A palavra que veio a Jeremias da parte do Senhor,
no ano décimo de Zedequias, rei de Judá, o qual foi o ano dezoito de
Nabucodonosor.
2. Ora, cercava então o exército do rei de Babilônia a
Jerusalém; e Jeremias, o profeta, se achava encerrado no pátio da guarda que
estava na casa do rei de Judá;
3. pois Zedequias, rei de Judá, o havia
encarcerado, dizendo: Por que profetizas , dizendo: Assim diz o Senhor: Eis que
entrego esta cidade na mão do rei de Babilônia, e ele a tomará;
4. e
Zedequias, rei de Judá, não escapará das mãos dos caldeus, mas certamente será
entregue na mão do rei de Babilônia, e com ele falará boca a boca, e os seus
olhos verão os olhos dele;
5. e ele levará para Babilônia a Zedequias,
que ali estará até que eu o visite, diz o Senhor, e, ainda que pelejeis contra
os caldeus, não ganhareis?
6. Disse pois Jeremias: Veio a mim a
palavra do Senhor, dizendo:
7. Eis que Hanamel, filho de Salum, teu
tio, virá a ti, dizendo: Compra o meu campo que está em Anatote, pois tens o
direito de resgate; a ti compete comprá-lo.
8. Veio, pois, a mim
Hanamel, filho de meu tio, segundo a palavra do Senhor, ao pátio da guarda, e me
disse: Compra o meu campo que está em Anatote, na terra de Benjamim; porque teu
é o direito de herança e teu é o de resgate; compra-o para ti. Então entendi que
isto era a palavra do Senhor.
9. Comprei, pois, de Hanamel, filho de
meu tio, o campo que está em Anatote; e pesei-lhe o dinheiro, dezessete siclos
de prata.
10. Assinei a escritura e a selei, chamei testemunhas, e
pesei-lhe o dinheiro numa balança.
11. E tomei a escritura da compra,
que continha os termos e as condições, tanto a que estava selada, como a cópia
que estava aberta,
12. e as dei a Baruque, filho de Nerias, filho de
Maséias, na presença de Hanamel, filho de meu tio, e na presença das testemunhas
que subscreveram a escritura da compra, à vista de todos os judeus que estavam
sentados no pátio da guarda.
13. E dei ordem a Banique, na presença
deles, dizendo:
14. Assim diz o Senhor dos exércitos, o Deus de
Israel: Toma estas escrituras de compra, tanto a selada, como a aberta, e
mete-as num vaso de barro, para que se possam conservar muitos
dias;
15. pois assim diz o Senhor dos exércitos, o Deus de Israel:
Ainda se comprarão casas, e campos, e vinhas nesta terra.
16. E depois
que dei a escritura da compra a Banique, filho de Nerias, orei ao Senhor,
dizendo:
17. Ah! Senhor Deus! És tu que fizeste os céus e a terra com
o teu grande poder, e com o teu braço estendido! Nada há que te seja demasiado
difícil!
18. Usas de benignidade para com milhares e tornas a
iniqüidade dos pais ao seio dos filhos depois deles; tu és o grande, o poderoso
Deus cujo nome é o Senhor dos exércitos.
19. Grande em conselho, e
poderoso em obras, cujos olhos estão abertos sobre todos os caminhos dos filhos
dos homens, para dares a cada um segundo os seus caminhos e segundo o fruto das
suas obras;
20. puseste sinais e maravilhas na terra do Egito até o
dia de hoje, tanto em Israel, como entre os outros homens; e te fizeste um nome,
qual tu tens neste dia.
21. E tiraste o teu povo Israel da terra do
Egito, com sinais e com maravilhas, e com mão forte, e com braço estendido, e
com grande terror;
22. e lhes deste esta terra, que juraste a seus
pais que lhes havias de dar, terra que mana leite e mel.
23. E
entraram nela, e a possuíram; mas não obedeceram à tua voz, nem andaram na tua
lei; de tudo o que lhes mandaste fazer, eles não fizeram nada; pelo que
ordenaste lhes sucedesse todo este mal.
24. Eis aqui os valados! já
vieram contra a cidade para tomá-la e a cidade está entregue na mão dos caldeus
que pelejam contra ela, pela espada, pela fome e pela peste. O que disseste se
cumpriu, e eis aqui o estás presenciando.
25. Contudo tu me disseste,
ó Senhor Deus: Compra-te o campo por dinheiro, e chama testemunhas, embora a
cidade já esteja dada na mão dos caldeus:
26. Então veio a palavra do
Senhor a Jeremias, dizendo:
27. Eis que eu sou o Senhor, o Deus de
toda a carne; acaso há alguma coisa demasiado difícil para mim?
28.
Portanto assim diz o Senhor: Eis que eu entrego esta cidade na mão dos caldeus,
e na mão de Nabucodonosor, rei de Babilônia, e ele a tomará.
29. E os
caldeus que pelejam contra esta cidade entrarão nela, e lhe porão fogo, e a
queimarão, juntamente com as casas sobre cujos terraços queimaram incenso a Baal
e ofereceram libações a outros deuses, para me provocarem a ira.
30.
Pois os filhos de Israel e os filhos de Judá têm feito desde a sua mocidade tão
somente o que era mau aos meus olhos; pois os filhos de Israel nada têm feito
senão provocar-me à ira com as obras das suas mãos, diz o Senhor.
31.
Na verdade esta cidade, desde o dia em que a edificaram e até o dia de hoje, tem
provocado a minha ira e o meu furor, de sorte que eu a removerei de diante de
mim,
32. por causa de toda a maldade dos filhos de Israel e dos filhos
de Judá, que fizeram para me provocarem à ira, eles e os seus reis, os seus
príncipes, os seus sacerdotes e os seus profetas, como também os homens de Judá
e os moradores de Jerusalém.
33. E viraram para mim as costas, e não o
rosto; ainda que eu os ensinava, com insistência, eles não deram ouvidos para
receberem instrução.
34. Mas puseram as suas abominações na casa que
se chama pelo meu nome, para a profanarem.
35. Também edificaram os
altos de Baal, que estão no vale do filho de Hinom, para fazerem passar seus
filhos e suas filhas pelo fogo a Moloque; o que nunca lhes ordenei, nem me
passou pela mente, que fizessem tal abominação, para fazerem pecar a
Judá.
36. E por isso agora assim diz o Senhor, o Deus de Israel,
acerca desta cidade, da qual vós dizeis: Já está dada na mão do rei de
Babilônia, pela espada, e pela fome, e pela peste:
37. Eis que eu os
congregarei de todos os países para onde os tenho lançado na minha ira, e no meu
furor e na minha grande indignação; e os tornarei a trazer a este lugar, e farei
que habitem nele seguramente.
38. E eles serão o meu povo, e eu serei
o seu Deus.
39. E lhes darei um só coração, e um só caminho, para que
me temam para sempre, para seu bem e o bem de seus filhos, depois
deles;
40. e farei com eles um pacto eterno de não me desviar de
fazer-lhes o bem; e porei o meu temor no seu coração, para que nunca se apartem
de mim.
41. E alegrar-me-ei por causa deles, fazendo-lhes o bem; e os
plantarei nesta terra, com toda a fidelidade do meu coração e da minha
alma.
42. Pois assim diz o Senhor: Como eu trouxe sobre este povo todo
este grande mal, assim eu trarei sobre eles todo o bem que lhes tenho
prometido.
43. E comprar-se-ão campos nesta terra, da qual vós dizeis:
E uma desolação, sem homens nem animais; está entregue na mão dos
caldeus.
44. Comprarão campos por dinheiro, assinarão escrituras e as
selarão, e chamarão testemunhas, na terra de Benjamim, e nos lugares ao redor de
Jerusalém, e nas cidades de Judá e nas cidades da região montanhosa, e nas
cidades das planícies e nas cidades do Sul porque os farei voltar do cativeiro,
diz o Senhor.
[Jeremias 33]Jeremias
33
1. E veio a palavra do Senhor a Jeremias, segunda
vez, estando ele ainda encarcerado no pátio da guarda, dizendo:
2.
Assim diz o Senhor que faz isto, o Senhor que forma isto, para o estabelecer; o
Senhor é o seu nome.
3. Clama a mim, e responder-te-ei, e
anunciar-te-ei coisas grandes e ocultas, que não sabes.
4. Pois assim
diz o Senhor, o Deus de Israel, acerca das casas desta cidade, e acerca das
casas dos reis de Judá, que foram demolidas para fazer delas uma defesa contra
os valados e contra a espada;
5. entrementes os caldeus estão entrando
a pelejar para os encher de cadáveres de homens que ferirei na minha ira e no
meu furor; porquanto escondi o meu rosto desta cidade, por causa de toda a sua
maldade.
6. Eis que lhe trarei a ela saúde e cura, e os sararei, e
lhes manifestarei abundância de paz e de segurança.
7. E farei voltar
do cativeiro os exilados de Judá e de Israel, e os edificarei como ao
princípio.
8. E os purificarei de toda a iniqüidade do seu pecado
contra mim; e perdoarei todas as suas iniqüidades, com que pecaram e
transgrediram contra mim.
9. E esta cidade me servirá de nome de gozo,
de louvor e de glória, diante de todas as nações da terra que ouvirem de todo o
bem que eu lhe faço; e espantar-se-ão e perturbar-se-ão por causa de todo o bem,
e por causa de toda a paz que eu lhe dou.
10. Assim diz o Senhor:
Neste lugar do qual vós dizeis: E uma desolação, sem homens nem animais, sim,
nas cidades de Judá, e nas ruas de Jerusalém, que estão assoladas, sem homens,
sem moradores e sem animais, ainda se ouvira
11. a voz de gozo e a voz
de alegria, a voz de noivo e a voz de noiva, e a voz dos que dizem: Dai graças
ao Senhor dos exércitos, porque bom é o Senhor, porque a sua benignidade dura
para sempre; também se ouvirá a voz dos que trazem à casa do Senhor sacrifícios
de ação de graças. Pois farei voltar a esta terra os seus exilados como no
princípio, diz o Senhor.
12. Assim diz o Senhor dos exércitos: Ainda
neste lugar, que está deserto, sem homens, e sem animais, e em todas as suas
cidades, haverá uma morada de pastores que façam repousar aos seus
rebanhos.
13. Nas cidades da região montanhosa, nas cidades das
planícies, e nas cidades do sul, e na terra de Benjamim, e nos contornos de
Jerusalém, e nas cidades de Judá, ainda passarão os rebanhos pelas mãos dos
contadores, diz o Senhor.
14. Eis que vêm os dias, diz o Senhor, em
que cumprirei a boa palavra que falei acerca da casa de Israel e acerca da casa
de Judá.
15. Naqueles dias e naquele tempo farei que brote a Davi um
Renovo de justiça; ele executará juízo e justiça na terra.
16.
Naqueles dias Judá será salvo e Jerusalém habitará em segurança; e este é o nome
que lhe chamarão: O SENHOR É NOSSA JUSTIÇA.
17. Pois assim diz o
Senhor: Nunca faltará a Davi varão que se assente sobre o trono da casa de
Israel;
18. nem aos sacerdotes levíticos faltará varão diante de mim
para oferecer holocaustos, e queimar ofertas de cereais e oferecer sacrifícios
continuamente.
19. E veio a palavra do Senhor a Jeremias,
dizendo:
20. Assim diz o Senhor: se puderdes invalidar o meu pacto com
o dia, e o meu pacto com a noite, de tal modo que não haja dia e noite a seu
tempo,
21. também se poderá invalidar o meu pacto com Davi, meu servo,
para que não tenha filho que reine no seu trono; como também o pacto com os
sacerdotes levíticos, meus ministros.
22. Assim como não se pode
contar o exército dos céus, nem medir-se a areia do mar, assim multiplicarei a
descendência de Davi, meu servo, e os levitas, que ministram diante de
mim.
23. E veio ainda a palavra do Senhor a Jeremias,
dizendo:
24. Acaso não observaste o que este povo está dizendo: As
duas famílias que o Senhor escolheu, agora as rejeitou? Assim desprezam o meu
povo, como se não fora um povo diante deles.
25. Assim diz o Senhor:
Se o meu pacto com o dia e com a noite não permanecer, e se eu não tiver
determinado as ordenanças dos céus e da terra,
26. também rejeitarei a
descendência de Jacó, e de Davi, meu servo, de modo que não tome da sua
descendência os que dominem sobre a descendência de Abraão, Isaque, e Jacó; pois
eu os farei voltar do seu cativeiro, e apiedar-me-ei deles.
[Jeremias
34]Jeremias 34
1. A palavra que da
parte do Senhor veio a Jeremias, quando Nabucodonosor, rei de Babilônia, e todo
o seu exército, e todos os reinos da terra que estavam sob o domínio da sua mão,
e todos os povos, pelejavam contra Jerusalém, e contra todas as suas cidades,
dizendo:
2. Assim diz o Senhor, Deus de Israel: Vai, e fala a
Zedequias, rei de Judá, e dize-lhe: Assim diz o Senhor: Eis que estou prestes a
entregar esta cidade na mão do rei de Babilônia, o qual a queimará a
fogo.
3. E tu não escaparás da sua mão; mas certamente serás preso e
entregue na sua mão; e teus olhos verão os olhos do rei de Babilônia, e ele te
falará boca a boca, e irás a Babilônia.
4. Todavia ouve a palavra do
Senhor, ó Zedequias, rei de Judá; assim diz o Senhor acerca de ti: Não morrerás
à espada;
5. em paz morrerás, e como queimavam perfumes a teus pais,
os reis precedentes, que foram antes de ti, assim tos queimarão a ti; e te
prantearão, dizendo: Ah Senhor! Pois eu disse a palavra, diz o
Senhor.
6. E anunciou Jeremias, o profeta, a Zedequias, rei de Judá,
todas estas palavras, em Jerusalém,
7. quando o exército do rei de
Babilônia pelejava contra Jerusalém, e contra todas as cidades de Judá, que
ficaram de resto, contra Laquis e contra Azeca; porque dentre as cidades de
Judá, só estas haviam ficado como cidades fortificadas.
8. A palavra
que da parte do Senhor veio a Jeremias, depois que o rei Zedequias fez um pacto
com todo o povo que estava em Jerusalém, para lhe fazer proclamação de
liberdade,
9. para que cada um libertasse o seu escravo, e cada um a
sua escrava, hebreu ou hebréia, de maneira que ninguém se servisse mais dos
judeus, seus irmãos, como escravos.
10. E obedeceram todos os
príncipes e todo o povo que haviam entrado no pacto de libertarem cada qual o
seu escravo, e cada qual a sua escrava, de maneira a não se servirem mais deles,
sim, obedeceram e os libertaram.
11. Mas depois se arrependeram, e
fizeram voltar os escravos e as escravas que haviam libertado, e tornaram a
escravizá-los.
12. Veio, pois, a palavra do Senhor a Jeremias, da
parte do Senhor, dizendo:
13. Assim diz o Senhor, Deus de Israel: Eu
fiz um pacto com vossos pais, no dia em que os tirei da terra do Egito, da casa
da servidão, dizendo:
14. Ao fim de sete anos libertareis cada um a
seu irmão hebreu, que te for vendido, e te houver servido seis anos, e
despedi-lo-ás livre de ti; mas vossos pais não me ouviram, nem inclinaram os
seus ouvidos.
15. E vos havíeis hoje arrependido, e tínheis feito o
que é reto aos meus olhos, proclamando liberdade cada um ao seu próximo; e
tínheis feito diante de mim um pacto, na casa que se chama pelo meu
nome;
16. mudastes, porém, e profanastes o meu nome, e fizestes voltar
cada um o seu escravo, e cada um a sua escrava, que havíeis deixado ir livres à
vontade deles; e os sujeitastes de novo à servidão.
17. Portanto assim
diz o Senhor: Vós não me ouvistes a mim, para proclamardes a liberdade, cada um
ao seu irmão, e cada um ao seu próximo. Eis, pois, que eu vos proclamo a
liberdade, diz o Senhor, para a espada, para a peste e para a fome; e farei que
sejais um espetáculo de terror a todos os reinos da terra.
18.
Entregarei os homens que traspassaram o meu pacto, e não cumpriram as palavras
do pacto que fizeram diante de mim com o bezerro que dividiram em duas partes,
passando pelo meio das duas porções.
19. Os príncipes de Judá, os
príncipes de Jerusalém, os eunucos, os sacerdotes, e todo o povo da terra, os
mesmos que passaram pelo meio das porções do bezerro,
20.
entregá-los-ei, digo, na mão de seus inimigos, e na mão dos que procuram a sua
morte. Os cadáveres deles servirão de pasto para as aves do céu e para os
animais da terra.
21. E a Zedequias, rei de Judá, e seus príncipes
entregarei na mão de seus inimigos e na mão dos que procuram a sua morte, e na
mão do exército do rei de Babilônia, os quais já se retiraram de
vós.
22. Eis que eu darei ordem, diz o Senhor, e os farei tornar a
esta cidade, e pelejarão contra ela, e a tomarão, e a queimarão a fogo; e das
cidades de Judá farei uma assolação, de sorte que ninguém habite
nelas.
[Jeremias 35]Jeremias
35
1. A palavra que da parte do Senhor veio a Jeremias,
nos dias de Jeoiaquim, filho de Josias, rei de Judá, dizendo:
2. Vai à
casa dos recabitas, e fala com eles, introduzindo-os na casa do Senhor, em uma
das câmaras, e lhes oferece vinho a beber.
3. Então tomei a Jaazanias,
filho de Jeremias, filho de Habazínias, e a seus irmãos, e a todos os seus
filhos, e a toda a casa dos recabitas,
4. e os introduzi na casa do
Senhor, na câmara dos filhos de Hanã, filho de Jigdalias, homem de Deus, a qual
estava junto à câmara dos príncipes que ficava sobre a câmara de Maaséias, filho
de Salum, guarda do vestíbulo;
5. e pus diante dos filhos da casa dos
recabitas taças cheias de vinho, e copos, e disse-lhes: Bebei
vinho.
6. Eles, porém, disseram: Não beberemos vinho, porque Jonadabe,
filho de Recabe, nosso pai, nos ordenou, dizendo: Nunca jamais bebereis vinho,
nem vós nem vossos filhos;
7. não edificareis casa, nem semeareis
semente, nem plantareis vinha, nem a possuireis; mas habitareis em tendas todos
os vossos dias; para que vivais muitos dias na terra em que andais
peregrinando.
8. Obedecemos pois à voz de Jonadabe, filho de Recabe,
nosso pai, em tudo quanto nos ordenou, de não bebermos vinho em todos os nossos
dias, nem nós, nem nossas mulheres, nem nossos filhos, nem nossas
filhas;
9. nem de edificarmos casas para nossa habitação; nem de
possuirmos vinha, nem campo, nem semente;
10. mas habitamos em tendas,
e assim obedecemos e fazemos conforme tudo quanto nos ordenou Jonadabe, nosso
pai.
11. Sucedeu, porém, que, quando subia Nabucodonosor, rei de
Babilônia, contra esta terra, dissemos: Vinde, e vamo-nos a Jerusalém, por causa
do exército dos caldeus, e por causa do exército dos sírios; e assim habitamos
em Jerusalém.
12. Então veio a palavra do Senhor a Jeremias,
dizendo:
13. Assim diz o Senhor dos exércitos, o Deus de Israel: Vai,
e dize aos homens de Judá e aos moradores de Jerusalém: Acaso não aceitareis
instrução, para ouvirdes as minhas palavras? diz o Senhor.
14. As
palavras de Jonadabe, filho de Recabe, pelas quais ordenou a seus filhos que não
bebessem vinho, foram guardadas; pois não o têm bebido até o dia de hoje, porque
obedecem o mandamento de seu pai; a mim, porém, que vos tenho falado a vós, com
insistência, vós não me ouvistes.
15. Também vos tenho enviado,
insistentemente, todos os meus servos, os profetas, dizendo: Convertei-vos
agora, cada um do seu mau caminho, e emendai as vossas ações, e não vades após
outros deuses para os servir, e assim habitareis na terra que vos dei a vós e a
vossos pais; mas não inclinastes o vosso ouvido, nem me obedecestes a
mim.
16. Os filhos de Jonadabe, filho de Recabe, guardaram o
mandamento de seu pai que ele lhes ordenou, mas este povo não me
obedeceu;
17. por isso assim diz o Senhor, o Deus dos exércitos, o
Deus de Israel: Eis que trarei sobre Judá, e sobre todos os moradores de
Jerusalém, todo o mal que pronunciei contra eles; pois lhes tenho falado, e não
ouviram; e clamei a eles, e não responderam.
18. E à casa dos
recabitas disse Jeremias: Assim diz o Senhor dos exércitos, o Deus de Israel:
Pois que obedecestes ao mandamento de Jonadabe, vosso pai, guardando todos os
seus mandamentos e fazendo conforme tudo quanto vos ordenou;
19.
portanto assim diz o Senhor dos exércitos, Deus de Israel: Nunca jamais faltará
varão a Jonadabe, filho de Recabe, que assista diante de mim.
[Jeremias
36]Jeremias 36
1. Sucedeu pois no ano
quarto de Jeoiaquim, filho de Josias, rei de Judá, que da parte do Senhor veio
esta palavra a Jeremias, dizendo:
2. Toma o rolo dum livro, e escreve
nele todas as palavras que te hei falado contra Israel, contra Judá e contra
todas as nações, desde o dia em que eu te falei, desde os dias de Josias até o
dia de hoje.
3. Ouvirão talvez os da casa de Judá todo o mal que eu
intento fazer-lhes; para que cada qual se converta do seu mau caminho, a fim de
que eu perdoe a sua iniqüidade e o seu pecado.
4. Então Jeremias
chamou a Baruque, filho de Nerias; e escreveu Baruque, no rolo dum livro,
enquanto Jeremias lhas ditava, todas as palavras que o Senhor lhe havia
falado.
5. E Jeremias deu ordem a Banique, dizendo: Eu estou impedido;
não posso entrar na casa do Senhor.
6. Entra pois tu e, pelo rolo que
escreveste enquanto eu ditava, lê as palavras do Senhor aos ouvidos do povo, na
casa do Senhor, no dia de jejum; e também as lerás aos ouvidos de todo o Judá
que vem das suas cidades.
7. Pode ser que caia a sua súplica diante do
Senhor, e se converta cada um do seu mau caminho; pois grande é a ira e o furor
que o Senhor tem manifestado contra este povo.
8. E fez Baruque, filho
de Nerias, conforme tudo quanto lhe havia ordenado Jeremias, o profeta, lendo no
livro as palavras do Senhor na casa do Senhor.
9. No quinto ano de
Jeoiaquim, filho de Josias, rei de Judá, no mês nono, todo o povo em Jerusalém,
como também todo o povo que vinha das cidades de Judá a Jerusalém, apregoaram um
jejum diante do Senhor.
10. Leu, pois, Banique no livro as palavras de
Jeremias, na casa do Senhor, na câmara de Gemarias, filho de Safã, o escriba, no
átrio superior, à entrada da porta nova da casa do Senhor, aos ouvidos de todo o
povo.
11. E, ouvindo Micaías, filho de Gemarias, filho de Safã, todas
as palavras do Senhor, naquele livro,
12. desceu à casa do rei, à
câmara do escriba. E eis que todos os príncipes estavam ali assentados: Elisama,
o escriba, e Delaías, filho de Semaías, e Elnatã, filho de Acbor, e Gemarias,
filho de Safã, e Zedequias, filho de Hananias, e todos os outros
príncipes.
13. E Micaías anunciou-lhes todas as palavras que ouvira,
quando Baruque leu o livro aos ouvidos do povo.
14. Então todos os
príncipes mandaram Jeúdi, filho de Netanias, filho Selemias, filho de Cuche, a
Baruque, para lhe dizer: O rolo que leste aos ouvidos do povo, toma-o na tua
mão, e vem. E Banique, filho de Nerias, tomou o rolo na sua mão, e foi ter com
eles.
15. E disseram-lhe: Assenta-te agora, e lê-o aos nossos ouvidos.
E Baruque o leu aos ouvidos deles.
16. Ouvindo eles todas aquelas
palavras, voltaram-se temerosos uns para os outros, e disseram a Banique: Sem
dúvida alguma temos que anunciar ao rei todas estas palavras.
17. E
disseram a Baruque: Declara-nos agora como escreveste todas estas palavras. Ele
as ditava?
18. E disse-lhes Baruque: Sim, da sua boca ele me ditava
todas estas palavras, e eu com tinta as escrevia no livro.
19. Então
disseram os príncipes a Banique: Vai, esconde-te tu e Jeremias; e ninguém saiba
onde estais.
20. E foram ter com o rei ao átrio; mas depositaram o
rolo na câmara de Elisama, o escriba, e anunciaram aos ouvidos do rei todas
aquelas palavras.
21. Então enviou o rei a Jeúdi para trazer o rolo; e
Jeúdi tomou-o da câmara de Elisama, o escriba, e o leu aos ouvidos do rei e aos
ouvidos de todos os príncipes que estavam em torno do rei.
22. Ora,
era o nono mês e o rei estava assentado na casa de inverno, e diante dele estava
um braseiro aceso.
23. E havendo Jeúdi lido três ou quatro colunas, o
rei as cortava com o canivete do escrivão, e as lançava no fogo que havia no
braseiro, até que todo o rolo se consumiu no fogo que estava sobre o
braseiro.
24. E não temeram, nem rasgaram os seus vestidos, nem o rei
nem nenhum dos seus servos que ouviram todas aquelas palavras
25. e,
posto que Elnatã, Delaías e Gema rias tivessem insistido com o rei que não
queimasse o rolo, contudo ele não lhes deu ouvidos.
26. Antes deu
ordem o rei a Jerameel, filho do rei, e a Seraías, filho de Azriel, e a
Selemias, filho de Abdeel, que prendessem a Baruque, o escrivão, e a Jeremias, o
profeta; mas o Senhor os escondera.
27. Depois que o rei queimara o
rolo com as palavras que Banique escrevera da boca de Jeremias, veio a Jeremias
a palavra do Senhor, dizendo:
28. Toma ainda outro rolo, e escreve
nele todas aquelas palavras que estavam no primeiro rolo, que Jeoiaquim, rei de
Judá, queimou.
29. E a Jeoiaquim, rei de Judá, dirás: Assim diz o
Senhor: Tu queimaste este rolo, dizendo: Por que escreveste nele anunciando:
Certamente virá o rei da Babilônia, e destruirá esta terra e fará cessar nela
homens e animais?,
30. Portanto assim diz o Senhor acerca de
Jeoiaquim, rei de Judá: Não terá quem se assente sobre o trono de Davi, e será
lançado o seu cadáver ao calor de dia, e à geada de noite.
31. E
castigá-lo-ei a ele, e a sua descendência e os seus servos, por causa da sua
iniqüidade; e trarei sobre ele e sobre os moradores de Jerusalém, e sobre os
homens de Judá, todo o mal que tenho pronunciado contra eles, e que não
ouviram.
32. Tomou, pois, Jeremias outro rolo, e o deu a Baruque,
filho de Nerias, o escrivão, o qual escreveu nele, enquanto Jeremias ditava,
todas as palavras do livro que Jeoiaquim, rei de Judá, tinha queimado no fogo; e
ainda se lhes acrescentaram muitas palavras semelhantes.
[Jeremias
37]Jeremias 37
1. E Zedequias, filho
de Josias, a quem Nabucodonosor, rei de Babilônia, constituiu rei na terra de
Judá, reinou em lugar de Conias, filho de Jeoiaquim.
2. Mas nem ele,
nem os seus servos, nem o povo da terra escutaram as palavras do Senhor que este
falou por intermédio de Jeremias o profeta.
3. Contudo mandou o rei
Zedequias a Jeucal filho de Selemias, e a Sofonias, filho de Maaséias, o
sacerdote, ao profeta Jeremias, para lhe dizerem: Roga agora por nós ao Senhor
nosso Deus,
4. Ora, Jeremias entrava e saía entre o povo; pois ainda
não o tinham encerrado na prisão.
5. E o exército de Faraó saíra do
Egito; quando, pois, os caldeus que estavam sitiando Jerusalém, ouviram esta
notícia, retiraram-se de Jerusalém.
6. Então veio a Jeremias, o
profeta, a palavra do Senhor, dizendo:
7. Assim diz o Senhor, Deus de
Israel: Assim direis ao rei de Judá, que vos enviou a mim, para me consultar:
Eis que o exército de Faraó, que saiu em vosso socorro, voltará para a sua terra
no Egito.
8. E voltarão os caldeus, e pelejarão contra esta cidade, e
a tomarão, e a queimarão a fogo.
9. Assim diz o Senhor: Não vos
enganeis a vós mesmos, dizendo: Sem dúvida os caldeus se retirarão de nós; pois
não se retirarão.
10. Porque ainda que derrotásseis a todo o exército
dos caldeus que peleja contra vós, e entre eles só ficassem homens feridos,
contudo se levantariam, cada um na sua tenda, e queimariam a fogo esta
cidade.
11. Ora, quando se retirou de Jerusalém o exército dos
caldeus, por causa do exército de Iearaó,
12. saiu Jeremias de
Jerusalém, a fim de ir à terra de Benjamim, para receber ali a sua parte no meio
do povo.
13. E quando ele estava à porta de Benjamim, achava-se ali um
capitão da guarda, cujo nome era Jurias, filho de Selemias, filho de Hananias, o
qual prendeu a Jeremias, o profeta, dizendo: Tu estás desertando para os
caldeus.
14. E Jeremias disse: Isso é falso, não estou desertando para
os caldeus. Mas ele não lhe deu ouvidos, de modo que prendeu a Jeremias e o
levou aos príncipes.
15. E os príncipes ficaram muito irados contra
Jeremias, de sorte que o açoitaram e o meteram no cárcere, na casa de Jônatas, o
escrivão, porquanto a tinham transformado em cárcere.
16. Tendo
Jeremias entrado nas celas do calabouço, e havendo ficado ali muitos
dias,
17. o rei Zedequias mandou soltá-lo e lhe perguntou em sua casa,
em segredo: Há alguma palavra da parte do Senhor? Respondeu Jeremias: Há. E
acrescentou: Na mão do rei de Babilônia serás entregue.
18. Disse mais
Jeremias ao rei Zedequias: Em que tenho pecado contra ti, e contra os teus
servos, e contra este povo, para que me pusésseis na prisão?
19. Onde
estão agora os vossos profetas que vos profetizavam, dizendo: O rei de Babilônia
não virá contra vós nem contra esta terra?
20. Ora, pois, ouve agora,
ó rei, meu senhor: seja aceita agora a minha súplica diante de ti; não me faças
tornar à casa de Jônatas, o escriba, para que eu não venha a morrer
ali.
21. Então ordenou o rei Zedequias que pusessem a Jeremias no
átrio da guarda; e deram-lhe um bolo de pão cada dia, da rua dos padeiros, até
que se gastou todo o pão da cidade. Assim ficou Jeremias no átrio da
guarda.
[Jeremias 38]Jeremias
38
1. Ouviram, pois, Sefatias, filho de Matã, e
Gedalias, filho de Pasur, e Jeucal, filho de Selemias, e Pasur, filho de
Malquias, as palavras que anunciava Jeremias a todo o povo,
dizendo:
2. Assim diz o Senhor: O que ficar nesta cidade morrerá à
espada, de fome e de peste; mas o que sair para os caldeus viverá; pois a sua
vida lhe será por despojo, e vivera.
3. Assim diz o Senhor: Esta
cidade infalivelmente será entregue na mão do exército do rei de Babilônia, e
ele a tomará.
4. E disseram os príncipes ao rei: Morra este homem,
visto que ele assim enfraquece as mãos dos homens de guerra que restam nesta
cidade, e as mãos de todo o povo, dizendo-lhes tais palavras; porque este homem
não busca a paz para este povo, porem o seu mal.
5. E disse o rei
Zedequias: Eis que ele está na vossa mão; porque não é o rei que possa coisa
alguma contra vós.
6. Então tomaram a Jeremias, e o lançaram na
cisterna de Malquias, filho do rei, que estava no átrio da guarda; e desceram
Jeremias com cordas; mas na cisterna não havia água, senão lama, e atolou-se
Jeremias na lama.
7. Quando Ebede-Meleque, o etíope, um eunuco que
então estava na casa do rei, ouviu que tinham metido Jeremias na cisterna, o rei
estava assentado à porta de Benjamim.
8. Saiu, pois, Ebede-Meleque da
casa do rei, e falou ao rei, dizendo:
9. o rei, senhor meu, estes
homens fizeram mal em tudo quanto fizeram a Jeremias, o profeta, lançando-o na
cisterna; de certo morrerá no lugar onde se acha, por causa da fome, pois não há
mais pão na cidade.
10. Deu ordem, então, o rei a Ebede-Meleque, o
etíope, dizendo: Toma contigo daqui três homens, e tira Jeremias, o profeta, da
cisterna, antes que morra.
11. Assim Ebede-Meleque tomou consigo os
homens, e entrou na casa do rei, debaixo da tesouraria, e tomou dali uns trapos
velhos e rotos, e roupas velhas, e desceu-os a Jeremias na cisterna por meio de
cordas.
12. E disse Ebede-Meleque, o etíope, a Jeremias: Põe agora
estes trapos velhos e rotos, debaixo dos teus sovacos, entre os braços e as
cordas. E Jeremias assim o fez.
13. E tiraram Jeremias com as cordas,
e o alçaram da cisterna; e ficou Jeremias no átrio da guarda.
14.
Então mandou o rei Zedequias e fez vir à sua presença Jeremias, o profeta, à
terceira entrada do templo do Senhor; e disse o rei a Jeremias: Vou perguntar-te
uma coisa; não me encubras nada.
15. E disse Jeremias a Zedequias: Se
eu te declarar, acaso não me matarás? E se eu te aconselhar, não me
ouvirás.
16. Então jurou o rei Zedequias a Jeremias, em segredo,
dizendo: Vive o Senhor, que nos fez esta alma, que não te matarei nem te
entregarei na mão destes homens que procuram a tua morte.
17. Então
Jeremias disse a Zedequias: Assim diz o Senhor, Deus dos exércitos, Deus de
Israel: Se te renderes aos príncipes do rei de Babilônia, será poupada a tua
vida, e esta cidade não se queimará a fogo, e viverás tu e a tua
casa.
18. Mas, se não saíres aos príncipes do rei de Babilônia, então
será entregue esta cidade na mão dos caldeus, e eles a queimarão a fogo, e tu
não escaparás da sua mão.
19. E disse o rei Zedequias a Jeremias:
Receio-me dos judeus que se passaram para os caldeus, que seja entregue na mão
deles, e escarneçam de mim.
20. Jeremias, porém, disse: Não te
entregarão. Ouve, peço-te, a voz do Senhor, conforme a qual eu te falo; e bem te
irá, e poupar-se-á a tua vida.
21. Mas, se tu recusares sair, esta é a
palavra que me mostrou o Senhor:
22. Eis que todas as mulheres que
ficaram na casa do rei de Judá serão levadas aos príncipes do rei de Babilônia,
e elas mesmas dirão: Os teus pacificadores te incitaram e prevaleceram contra
ti; e agora que se atolaram os teus pés na lama, voltaram atrás.
23.
Todas as tuas mulheres e os teus filhos serão levados para fora aos caldeus; e
tu não escaparás da sua mão, mas pela mão do rei de Babilônia serás preso, e
esta cidade será queimada a fogo.
24. Então disse Zedequias a
Jeremias: Ninguém saiba estas palavras, e não morrerás.
25. Se os
príncipes ouvirem que falei contigo, e vierem ter contigo e te disserem:
Declara-nos agora o que disseste ao rei e o que o rei te disse; não no-lo
encubras, e não te mataremos;
26. então lhes dirás: Eu lancei a minha
súplica diante do rei, que não me fizesse tornar à casa de Jônatas, para morrer
ali.
27. Então vieram todos os príncipes a Jeremias, e o interrogaram;
e ele lhes respondeu conforme todas as palavras que o rei lhe havia ordenado;
assim cessaram de falar com ele, pois a coisa não foi percebida.
28. E
ficou Jeremias no átrio da guarda, até o dia em que Jerusalém foi
tomada.
[Jeremias 39]Jeremias
39
1. No ano nono de Zedequias, rei de Judá, no décimo
mês, veio Nabucodonosor, rei de Babilônia, e todo o seu exército contra
Jerusalém, e a cercaram.
2. No ano undécimo de Zedequias, no quarto
mês, aos nove do mês, fez-se uma brecha na cidade.
3. E entraram todos
os príncipes do rei de Babilônia, e sentaram-se na porta do meio, os quais eram
Nergal-Sarezer, Sangar-Nebo, Sarsequim, Rabe-Sáris Nergal Sarezer, Rabe-Maque,
juntamente, com todo o resto dos príncipes do rei de Babilônia
4. E
sucedeu que, vendo-os Zedequias, rei de Judá, e todos os homens de guerra,
fugiram, saindo da cidade de noite pelo caminho do jardim do rei, pela porta
entre os dois muros; e seguiram pelo caminho da Arabá.
5. Mas o
exército dos caldeus os perseguiu; e eles alcançaram a Zedequias nas campinas de
Jericó; e, prendendo-o, levaram-no a Nabucodonosor rei de Babilônia, a Ribla, na
terra de Hamate; e o rei o sentenciou.
6. E o rei de Babilônia matou
os filhos de Zedequias em Ribla, à sua vista; também matou o rei de Babilônia a
todos os nobres de Judá.
7. Cegou os olhos a Zedequias, e o atou com
cadeias de bronze, para levá-lo a Babilônia.
8. Os caldeus incendiaram
a casa do rei e as casas do povo, e derribaram os muros de
Jerusalém.
9. Então, ao resto do povo, que ficara na cidade, aos
desertores que se tinham passado para ele e ao resto do povo que havia ficado,
levou-os Nebuzaradão, capitão da guarda, para Babilônia.
10. Mas aos
pobres dentre o povo, que não tinham nada, Nebuzaradão, capitão da guarda,
deixou-os ficar na terra de Judá; e ao mesmo tempo lhes deu vinhas e
campos.
11. Ora Nabucodonosor, rei de Babilônia, havia ordenado acerca
de Jeremias, a Nebuzaradão, capitão dos da guarda, dizendo:
12.
Toma-o, e trata-o bem, e não lhe faças mal algum; mas como ele te disser, assim
procederás para com ele.
13. Pelo que Nebuzaradão, capitão da guarda,
Nebusazbã, Rabe-Sáris, Nergal-Sarezer, Rabe-Maeue, e todos os príncipes do rei
de Babilônia
14. mandaram retirar Jeremias do átrio da guarda, e o
entregaram a Gedalias, filho de Aicão, filho de Safã, para que o levasse para
casa; assim ele habitou entre o povo.
15. Ora, a palavra do Senhor
viera a Jeremias, estando ele ainda encarcerado no átrio da guarda,
dizendo:
16. Vai, e fala a Ebede-Meleque, o etíope, dizendo: Assim diz
o Senhor dos exércitos, Deus de Israel: Eis que eu cumprirei as minhas palavras
sobre esta cidade para mal e não para bem; e se cumprirão diante de ti naquele
dia.
17. A ti, porém, eu livrarei naquele dia, diz o Senhor, e não
serás entregue na mão dos homens a quem temes.
18. Pois certamente te
salvarei, e não cairás à espada, mas a tua vida terás por despojo, porquanto
confiaste em mim, diz o Senhor.
[Jeremias 40]Jeremias
40
1. A palavra que veio a Jeremias da parte do Senhor,
depois que Nebuzaradão, capitão da guarda, o deixara ir de Ramá, quando o havia
tomado, estando ele atado com cadeias no meio de todos os do cativeiro de
Jerusalém e de Judá, que estavam sendo levados cativos para
Babilônia.
2. Ora o capitão da guarda levou Jeremias, e lhe disse: O
Senhor teu Deus pronunciou este mal contra este lugar;
3. e o Senhor o
trouxe, e fez como havia dito; porque pecastes contra o Senhor, e não
obedecestes à sua voz, portanto vos sucedeu tudo isto.
4. Agora pois,
eis que te solto hoje das cadeias que estão sobre as tuas mãos. Se te apraz vir
comigo para Babilônia, vem, e eu velarei por ti; mas, se não te apraz vir comigo
para Babilônia, deixa de vir. Olha, toda a terra está diante de ti; para onde te
parecer bem e conveniente ir, para ali vai.
5. Se assim quiseres,
volta a Gedalias, filho de Aicão filho de Safã e a quem o rei de Babilônia
constituiu governador das cidades de Judá, e habita com ele no meio do povo; ou
vai para qualquer outra parte que te aprouver ir. E deu-lhe o capitão da guarda
sustento para o caminho, e um presente, e o deixou ir.
6. Assim veio
Jeremias a Gedalias, filho de Aicão, a Mizpá, e habitou com ele no meio do povo
que havia ficado na terra.
7. Ouvindo pois todos os chefes das forças
que estavam no campo, eles e os seus homens, que o rei de Babilônia havia
constituído a Gedalias, filho de Aicão, governador da terra, e que lhe havia
confiado homens, mulheres e crianças, os mais pobres da terra, que não foram
levados cativos para Babilônia,
8. vieram ter com Gedalias, a Mizpá; e
eram: Ismael, filho de Netanias, e Joanã e Jônatas, filhos de Careá, e Seraías,
filho de Tanumete, e os filhos de Efai, o netofatita, e Jezanias, filho do
maacatita, eles e os seus homens.
9. E jurou Gedalias, filho de Aicão,
filho de Safã, eles e pôs seus homens, dizendo: Não temais servir aos caldeus;
habitai na terra, e servi o rei de Babilônia, e bem vos terá.
10.
Quanto a mim, eis que habito em Mizpá, para vos representar diante dos caldeus
que vierem a nós; vós, porém, colhei o vinho e os frutos de verão, e o azeite, e
metei-os nos vossos vasos, e habitai nas vossas cidades, que
tomastes.
11. Do mesmo modo, quando todos os judeus que estavam em
Moabe, e entre os filhos de Amom, e em Edom, e os que havia em todos os países,
ouviram que o rei de Babilônia havia deixado um resto em Judá, e que havia posto
sobre eles a Guedalias, o de Aicão, filho de Safã;
12. voltaram,
então, todos os judeus de todos os lugares para onde foram arrojados, e vieram
para a terra de Judá, a Gedalias, a Mizpá, e colheram vinho e frutos do verão
com muita abundância.
13. Joanã, filho de Careá, e todos os chefes das
forças que estavam no campo vieram ter com Gedalias, a Mizpá,
14. e
disseram-lhe: Sabes que Baalis, rei dos filhos de Amom, enviou a Ismael, filho
de Netanias, para te tirar a vida? Mas não lhes deu crédito Gedalias, filho de
Aicão.
15. Todavia Joanã, filho de Careá, falou a Gedalias em segredo,
em Mizpá, dizendo: Deixa, peço-te, que eu vá e mate a Ismael, filho de Netanias,
sem que ninguém o saiba. Por que razão te tiraria ele a vida, de modo que fossem
dispersos todos os judeus que se têm congregado a ti, e perecesse o resto de
Judá?
16. Mas disse Gedalias, filho de Aicão, a Joanã, filho de Careá:
Não faças tal coisa; pois falas falsamente contra Ismael.
[Jeremias
41]Jeremias 41
1. Sucedeu, porém, no
mês sétimo, que veio Ismael, filho de Netanias, filho de Elisama, de sangue
real, e um dos nobres do rei, e dez homens com ele, a Gedalias, filho de Aicão,
a Mizpá; e eles comeram pão juntos ali em Mizpá.
2. E levantou-se
Ismael, filho de Netanias, com os dez homens que estavam com ele, e feriram a
Gedalias, filho de Aicão, filho de Safã, à espada, matando assim aquele que o
rei de Babilônia havia posto por governador sobre a terra.
3. Matou
também Ismael a todos os judeus que estavam com Gedalias, em Mizpá, como também
aos soldados caldeus que se achavam ali.
4. Sucedeu pois no dia
seguinte, depois que ele matara a Gedalias, sem ninguém o saber,
5.
que vieram de Siquém, de Siló e de Samária, oitenta homens, com a barba rapada,
e os vestidos rasgados e tendo as carnes retalhadas, trazendo nas mãos ofertas
de cereais e incenso, para os levarem à casa do Senhor.
6. E,
saindo-lhes ao encontro Ismael, filho de Netanias, desde Mizpá, ia chorando; e
sucedeu que, encontrando-os, lhes disse: Vinde a Gedalias, filho de
Aicão.
7. Chegando eles, porém, até o meio da cidade, Ismael, filho de
Netanias, e os homens que estavam com ele mataram-nos e os lançaram num
poço.
8. Mas entre eles se acharam dez homens que disseram a Ismael:
Não nos mates a nós, porque temos escondidos no campo depósitos de trigo,
cevada, azeite e mel. E ele por isso os deixou, e não os matou entre seus
irmãos.
9. E o poço em que Ismael lançou todos os cadáveres dos homens
que matara por causa de Gedalias é o mesmo que fez o rei Asa, por causa de
Baasa, rei de Israel; foi esse mesmo que Ismael, filho de Netanias, encheu de
mortos.
10. E Ismael levou cativo a todo o resto do povo que estava em
Mizpá: as filhas do rei, e todo o povo que ficara em Mizpá, que Nebuzaradão,
capitão da guarda, havia confiado a Gedalias, filho de Aicão; e levou-os cativos
Ismael, filho de Netanias, e se foi para passar aos filhos de
Amom.
11. Ouvindo, porém, Joanã, filho de Careá, e todos os chefes das
forças que estavam com ele, todo o mal que havia feito Ismael, filho de
Netanias,
12. tomaram todos os seus homens e foram pelejar contra
Ismael, filho de Netanias; e o acharam ao pé das grandes águas que há em
Gibeão.
13. E todo o povo que estava com Ismael se alegrou quando viu
a Joanã, filho de Careá, e a todos os chefes das forças, que vinham com
ele.
14. E todo o povo que Ismael levara cativo de Mizpá virou as
costas, e voltou, e foi para Joanã, filho de Careá.
15. Mas Ismael,
filho de Netanias, com oito homens, escapou de Joanã e se foi para os filhos de
Amom.
16. Então Joanã, filho de Careá, e todos os chefes das forças
que estavam com ele, tomaram a todo o resto do povo que Ismael, filho de
Netanias, tinha levado cativo de Mizpá, depois que matara Gedalias, filho de
Aicão, a saber, aos soldados, as mulheres, aos meninos e aos eunucos, que Joanã
havia recobrado de Gibeão,
17. e partiram, indo habitar Gerute-Quimã,
que está perto de Belém, para dali entrarem no Egito,
18. por causa
dos caldeus; pois os temiam, por ter Ismael, filho de Netanias, matado a
Gedalias, filho de Aicão, a quem o rei de Babilônia tinha posto por governador
sobre a terra.
[Jeremias 42]Jeremias
42
1. Então chegaram todos os chefes das forças, e
Joanã, filho de Careá, e Jezanias, filho de Hosaías, e todo o povo, desde o
menor até o maior,
2. e disseram a Jeremias, o profeta: Seja aceita,
pedimos-te, a nossa súplica diante de ti, e roga ao Senhor teu Deus, por nós e
por todo este resto; porque de muitos restamos somente uns poucos, assim como
nos vêem os teus olhos;
3. para que o Senhor teu Deus nos ensine o
caminho por onde havemos de andar e aquilo que havemos de fazer.
4.
Respondeu-lhes Jeremias o profeta: Eu vos tenho ouvido; eis que orarei ao Senhor
vosso Deus conforme as vossas palavras; e o que o Senhor vos responder, eu vo-lo
declararei; não vos ocultarei nada.
5. Então eles disseram a Jeremias:
Seja o Senhor entre nós testemunha verdadeira e fiel, se assim não fizermos
conforme toda a palavra com que te enviar a nós o Senhor teu Deus.
6.
Seja ela boa, ou seja má, à voz do Senhor nosso Deus, a quem te enviamos,
obedeceremos, para que nos suceda bem, obedecendo à voz do Senhor nosso
Deus.
7. Ao fim de dez dias veio a palavra do Senhor a
Jeremias.
8. Então chamou a Joanã, filho de Careá, e a todos os chefes
das forças que havia com ele, e a todo o povo, desde o menor até o
maior,
9. e lhes disse: Assim diz o Senhor, Deus de Israel, a quem me
enviastes para apresentar a vossa súplica diante dele:
10. Se de boa
mente habitardes nesta terra, então vos edificarei, e não vos derrubarei; e vos
plantarei, e não vos arrancarei; porque estou arrependido do mal que vos tenho
feito.
11. Não temais o rei de Babilônia, a quem vós temeis; não o
temais, diz o Senhor; pois eu sou convosco, para vos salvar e para vos livrar da
sua mão.
12. E vos concederei misericórdia, para que ele tenha
misericórdia de vós, e vos faça habitar na vossa terra.
13. Mas se vós
disserdes: Não habitaremos nesta terra; não obedecendo à voz do Senhor vosso
Deus,
14. e dizendo: Não; antes iremos para a terra do Egito, onde não
veremos guerra, nem ouviremos o som de trombeta, nem teremos fome de pão, e ali
habitaremos;
15. nesse caso ouvi a palavra do Senhor, ó resto de Judá:
Assim diz o Senhor dos exércitos, Deus de Israel: Se vós de todo vos propuserdes
a entrar no Egito, e entrardes para lá peregrinar,
16. então a espada
que vós temeis vos alcançará ali na terra do Egito, e a fome que vós receais vos
seguirá de perto mesmo no Egito, e ali morrereis.
17. Assim sucederá a
todos os homens que se propuserem a entrar no Egito, a fim de lá peregrinarem:
morrerão à espada, de fome, e de peste; e deles não haverá quem reste ou escape
do mal que eu trarei sobre eles.
18. Pois assim diz o Senhor dos
exércitos, Deus de Israel: Como se derramou a minha ira e a minha indignação
sobre os habitantes de Jerusalém, assim se derramará a minha indignação sobre
vós, quando entrardes no Egito. Sereis um espetáculo de execração, e de espanto,
e de maldição, e de opróbrio; e não vereis mais este lugar.
19. Falou
o Senhor acerca de vós, ó resto de Judá: Não entreis no Egito. Tende por certo
que hoje vos tenho avisado.
20. Porque vós vos enganastes a vós
mesmos; pois me enviastes ao Senhor vosso Deus, dizendo: Roga por nós ao Senhor
nosso Deus, e conforme tudo o que disser o Senhor Deus nosso, declara-no-lo
assim, e o faremos.
21. E vo-lo tenho declarado hoje, mas não destes
ouvidos à voz do Senhor vosso Deus em coisa alguma pela qual ele me enviou a
vos.
22. Agora pois sabei por certo que morrereis à espada, de fome e
de peste no mesmo lugar onde desejais ir para lá peregrinardes.
[Jeremias
43]Jeremias 43
1. Tendo Jeremias
acabado de falar a todo o povo todas as palavras do Senhor seu Deus, aquelas
palavras com as quais o Senhor seu Deus lho havia enviado,
2. então
falaram Azarias, filho de Hosaías, e Joanã, filho de Careá, e todos os homens
soberbos, dizendo a Jeremias: Tu dizes mentiras; o Senhor nosso Deus não te
enviou a dizer: Não entreis no Egito para ali peregrinardes;
3. mas
Baruque, filho de Nerias, é que te incita contra nós, para nos entregar na mão
dos caldeus, para eles nos matarem, ou para nos levarem cativos para
Babilônia.
4. Não obedeceu pois Joanã, filho de Careá, nem nenhum de
todos os príncipes dos exércitos, nem o povo todo, à voz do Senhor, para ficarem
na terra de Judá.
5. Mas Joanã, filho de Careá, e todos os chefes das
forças tomaram a todo o resto de Judá, que havia voltado dentre todas as nações,
para onde haviam sido arrojados, com o fim de peregrinarem na terra de
Judá;
6. aos homens, às mulheres, às crianças, e às filhas do rei, e a
toda pessoa que Nebuzaradão, capitão da guarda, deixara com Gedalias, filho de
Aicão, filho de Safã, como também a Jeremias, o profeta, e a Baruque, filho de
Nerias;
7. e entraram na terra do Egito; pois não obedeceram à voz do
Senhor; assim vieram até Tapanes.
8. Então veio a palavra do Senhor a
Jeremias, em Tapanes, dizendo:
9. Toma na tua mão pedras grandes, e
esconde-as com barro no pavimento que está à entrada da casa de Faraó em
Tapanes, à vista dos homens de Judá;
10. e dize-lhes: Assim diz o
Senhor dos exércitos, Deus de Israel: Eis que eu enviarei, e tomarei a
Nabucodonosor, rei de Babilônia, meu servo, e porei o seu trono sobre estas
pedras que escondi; e ele estenderá o seu pavilhão real sobre
elas.
11. Virá, e ferirá a terra do Egito, entregando à morte quem é
para a morte, ao cativeiro quem é para o cativeiro, e à espada.
12. E
lançarei fogo às casas dos deuses do Egito; e ele os queimará e os levará
cativos; e ornar-se-á da terra do Egito, como se veste o pastor com a sua roupa;
e sairá dali em paz.
13. E quebrará as colunas de Bete-Semes, que está
na terra do Egito; e as casas dos deuses do Egito queimará a
fogo.
[Jeremias 44]Jeremias
44
1. A palavra que veio a Jeremias, acerca de todos os
judeus, que habitavam na terra do Egito, em Migdol, em Tapanes, em Mênfis, e no
país de Patros:
2. Assim diz o Senhor dos exércitos, Deus de Israel:
Vós vistes todo o mal que fiz cair sobre Jerusalém, e sobre todas as cidades de
Judá; e eis que elas são hoje uma desolação, e ninguém nelas
habita;
3. por causa da sua maldade que fizeram, para me irarem, indo
queimar incenso, e servir a outros deuses, a quem eles nunca conheceram, nem
eles, nem vós, nem vossos pais.
4. Todavia eu vos enviei
persistentemente todos os meus servos, os profetas, para vos dizer: Ora, não
façais esta coisa abominável que odeio!
5. Mas eles não escutaram, nem
inclinaram os seus ouvidos, para se converterem da sua maldade, para não
queimarem incenso a outros deuses.
6. Pelo que se derramou a minha
indignação e a minha ira, e acendeu-se nas cidades de Judá, e nas ruas de
Jerusalém; e elas tornaram-se em deserto e em desolação, como hoje se
vê.
7. Agora, pois, assim diz o Senhor, Deus dos exércitos, Deus de
Israel: Por que fazeis vós tão grande mal contra vós mesmos, para desarraigardes
o homem e a mulher, a criança e o que mama, dentre vós, do meio de Judá, a fim
de não vos deixardes ali resto algum;
8. irando-me com as obras de
vossas mãos, queimando incenso a outros deuses na terra do Egito, aonde vós
entrastes para lá peregrinardes, para que sejais exterminados, e para que
sirvais de maldição e de opróbrio entre todas as nações da terra?
9.
Esquecestes já as maldades de vossos pais, as maldades dos reis de Judá, as
maldades das suas mulheres, as vossas maldades e as maldades das vossas
mulheres, cometidas na terra de Judá e nas ruas de Jerusalém?
10. Não
se humilharam até o dia de hoje, nem temeram, nem andaram na minha lei, nem nos
meus estatutos, que pus diante de vós e diante de vossos pais.
11.
Portanto assim diz o Senhor dos exércitos, Deus de Israel: Eis que eu ponho o
meu rosto contra vós para mal, e para desarraigar todo o Judá.
12. E
tomarei os que restam de Judá, os quais puseram o seu rosto para entrar na terra
do Egito, a fim de lá peregrinarem, e todos eles serão consumidos; na terra do
Egito cairão; à espada, e de fome serão consumidos; desde o menor até o maior
morrerão à espada e de fome; e tornar-se-ão um espetáculo de execração, de
espanto, de maldição e de opróbrio.
13. Pois castigarei os que habitam
na terra do Egito, como castiguei Jerusalém, com a espada, a fome e a
peste.
14. De maneira que, da parte remanescente de Judá que entrou na
terra do Egito a fim de lá peregrinar, não haverá quem escape e fique para
tornar à terra de Judá, à qual era seu grande desejo voltar, para ali habitar;
mas não voltarão, senão um pugilo de fugitivos.
15. Então responderam
a Jeremias todos os homens que sabiam que suas mulheres queimavam incenso a
outros deuses, e todas as mulheres que estavam presentes, uma grande multidão, a
saber, todo o povo que habitava na terra do Egito, em Patros,
dizendo:
16. Quanto à palavra que nos anunciaste em nome do Senhor,
não te obedeceremos a ti;
17. mas certamente cumpriremos toda a
palavra que saiu da nossa boca, de queimarmos incenso à rainha do céu, e de lhe
oferecermos libações, como nós e nossos pais, nossos reis e nossos príncipes,
temos feito, nas cidades de Judá, e nas ruas de Jerusalém; então tínhamos
fartura de pão, e prosperávamos, e não vimos mal algum.
18. Mas desde
que cessamos de queimar incenso à rainha do céu, e de lhe oferecer libações,
temos tido falta de tudo, e temos sido consumidos pela espada e pela
fome.
19. E nós, as mulheres, quando queimávamos incenso à rainha do
céu, e lhe oferecíamos libações, acaso lhe fizemos bolos para a adorar e lhe
oferecemos libações sem nossos maridos?
20. Então disse Jeremias a
todo o povo, aos homens e às mulheres, e a todo o povo que lhe havia dado essa
resposta, dizendo:
21. Porventura não se lembrou o Senhor, e não lhe
veio à mente o incenso que queimastes nas cidades de Judá e nas ruas de
Jerusalém, vós e vossos pais, vossos reis e vossos príncipes, como também o povo
da terra?
22. O Senhor não podia por mais tempo suportar a maldade das
vossas ações, as abominações que cometestes; pelo que se tornou a vossa terra em
desolação, e em espanto, e em maldição, sem habitantes, como hoje se
vê.
23. Porquanto queimastes incenso, e pecastes contra o Senhor, não
obedecendo à voz do Senhor, nem andando na sua lei, nos seus estatutos e nos
seus testemunhos; por isso vos sobreveio este mal, como se vê neste
dia.
24. Disse mais Jeremias a todo o povo e a todas as mulheres: Ouvi
a palavra do Senhor, vós, todo o Judá, que estais na terra do
Egito.
25. Assim fala o Senhor dos exércitos, Deus de Israel, dizendo:
Vós e vossas mulheres falastes por vossa boca, e com as vossas mãos o
cumpristes, dizendo: Certamente cumpriremos os nossos votos que fizemos, de
queimarmos incenso à rainha do céu e de lhe derramarmos libações; confirmai,
pois, os vossos votos, e cumpri-os!
26. Ouvi, pois, a palavra do
Senhor, todos os de Judá que habitais na terra do Egito: Eis que eu juro pelo
meu grande nome, diz o Senhor, que nunca mais será pronunciado o meu nome pela
boca de nenhum homem de Judá em toda a terra do Egito, dizendo: Como vive o
Senhor Deus!
27. Eis que velarei sobre eles para o mal, e não para o
bem; e serão consumidos todos os homens de Judá que estão na terra do Egito,
pela espada e pela fome, até que de todo se acabem.
28. E os que
escaparem da espada voltarão da terra do Egito para a terra de Judá, poucos em
número; e saberá todo o resto de Judá que entrou na terra do Egito para
peregrinar ali, se subsistirá a minha palavra ou a sua.
29. E isto vos
servirá de sinal, diz o Senhor, de que eu vos castigarei neste lugar, para que
saibais que certamente subsistirão as minhas palavras contra vós para o
mal:
30. Assim diz o Senhor: Eis que eu entregarei Faraó-Hofra, rei do
Egito, na mão de seus inimigos, e na mão dos que procuram a sua morte; como
entreguei Zedequias, rei de Judá, na mão de Nabucodonosor, rei de Babilônia, seu
inimigo, e que procurava a sua morte.
[Jeremias 45]Jeremias 45
1. A palavra que Jeremias, o
profeta, falou a Banique, filho de Nerias, quando este escrevia num livro as
palavras ditadas por Jeremias, no quarto ano de Jeoiaquim, filho de Josias, rei
de Judá:
2. Assim diz o Senhor, Deus de Israel, acerca de ti ó
Baruque.
3. Disseste: Ai de mim agora! porque me acrescentou o Senhor
tristeza à minha dor; estou cansado do meu gemer, e não acho
descanso.
4. Isto lhe dirás: Assim diz o Senhor: Eis que estou a
demolir o que edifiquei, e a arrancar o que plantei, e isso em toda esta
terra.
5. E procuras tu grandezas para ti mesmo? Não as busques; pois
eis que estou trazendo o mal sobre toda a raça, diz o Senhor; porém te darei a
tua vida por despojo, em todos os lugares para onde fores.
[Jeremias
46]Jeremias 46
1. A palavra do Senhor,
que veio a Jeremias, o profeta, acerca das nações.
2. Acerca do Egito:
a respeito do exército de Faraó-Neco, rei do Egito, que estava junto ao rio
Eufrates em Carquêmis, ao qual Nabucodonosor, rei de Babilônia, derrotou no
quarto ano de Jeoiaquim, filho de Josias, rei de Judá.
3. Preparai o
escudo e o pavês, e chegai-vos para a peleja.
4. Aparelhai os cavalos,
e montai, cavaleiros! Apresentai-vos com elmos; açacalai as lanças; vesti-vos de
couraças.
5. Por que razão os vejo espantados e voltando as costas? Os
seus heróis estão abatidos, e vão fugindo, sem olharem para trás; terror há por
todos os lados, diz o Senhor.
6. Não pode fugir o ligeiro, nem escapar
o herói; para a banda do norte, junto ao rio Eufrates, tropeçaram e
caíram.
7. Quem é este que vem subindo como o Nilo, como rios cujas
águas se agitam?
8. O Egito é que vem subindo como o Nilo, e como rios
cujas águas se agitam; e ele diz: Subirei, cobrirei a terra; destruirei a cidade
e os que nela habitam.
9. Subi, ó cavalos; e estrondeai, ó carros; e
saiam valentes: Cuche e Pute, que manejam o escudo, e os de Lude, que manejam e
entesam o arco.
10. Porque aquele dia é o dia do Senhor Deus dos
exércitos, dia de vingança para ele se vingar dos seus adversários. A espada
devorará, e se fartará, e se embriagará com o sangue deles; pois o Senhor Deus
dos exércitos tem um sacrifício na terra do Norte junto ao rio
Eufrates.
11. Sobe a Gileade, e toma bálsamo, ó virgem filha do Egito;
debalde multiplicas remédios; não há cura para ti.
12. As nações
ouviram falar da tua vergonha, e a terra está cheia do teu clamor; porque o
valente tropeçou no valente e ambos juntos cairam.
13. A palavra que
falou o Senhor a Jeremias, o profeta, acerca da vinda de Nabucodonosor, rei de
Babilônia, para ferir a terra do Egito.
14. Anunciai-o no Egito,
proclamai isto em Migdol; proclamai-o também em Mênfis, e em Tapanes; dizei:
Apresenta-te, e prepara-te; porque a espada devorará o que está ao redor de
ti.
15. Por que está derribado o teu valente? Ele não ficou em pé,
porque o Senhor o abateu.
16. Fez tropeçar a multidão; caíram uns
sobre os outros, e disseram: Levanta-te, e voltemos para o nosso povo, para a
terra do nosso nascimento, por causa da espada que oprime.
17.
Clamaram ali: Faraó, rei do Egito, é apenas um som; deixou passar o tempo
assinalado.
18. Vivo eu, diz o Rei, cujo nome é o Senhor dos
exércitos, que certamente como o Tabor entre os montes, e como o Carmelo junto
ao mar, assim ele vira.
19. Prepara-te para ires para o cativeiro, ó
moradora filha do Egito; porque Mênfis será tornada em desolação, e será
incendiada, até que ninguém mais aí more.
20. Novilha mui formosa é o
Egito; mas já lhe vem do Norte um tavão.
21. Até os seus mercenários
no meio dela são como bezerros cevados; mas também eles viraram as costas,
fugiram juntos, não ficaram firmes; porque veio sobre eles o dia da sua ruína e
o tempo da sua punição.
22. A sua voz irá como a da serpente; porque
marcharão com um exército, e virão contra ela com machados, como cortadores de
lenha.
23. Cortarão o seu bosque, diz o Senhor, embora seja
impenetrável; porque se multiplicaram mais do que os gafanhotos; são
inumeráveis.
24. A filha do Egito será envergonhada; será entregue na
mão do povo do Norte.
25. Diz o Senhor dos exércitos, o Deus de
Israel: Eis que eu castigarei a Amom de Tebas, e a Faraó, e ao Egito, juntamente
com os seus deuses e os seus reis, sim, ao próprio Faraó, e aos que nele
confiam.
26. E os entregarei na mão dos que procuram a sua morte, na
mão de Nabucodonosor, rei de Babilônia, e na mão dos seus servos; mas depois
será habitada, como nos dias antigos, diz o Senhor.
27. Mas não temas
tu, servo meu, Jacó, nem te espantes, ó Israel; pois eis que te livrarei mesmo
de longe, e a tua descendência da terra do seu cativeiro; e Jacó voltará, e
ficará tranqüilo e sossegado, e não haverá quem o atemorize.
28. Tu
não temas, servo meu, Jacó, diz o senhor; porque estou contigo; pois destruirei
totalmente todas as nações para onde te arrojei; mas a ti não te destruirei de
todo, mas castigar-te-ei com justiça, e de modo algum te deixarei
impune.
[Jeremias 47]Jeremias
47
1. A palavra do Senhor que veio a Jeremias, o
profeta, acerca dos filisteus, antes que Faraó ferisse a Gaza.
2.
Assim diz o Senhor: Eis que do Norte se levantam as águas, e tornar-se-ão em
torrente trasbordante, e alagarão a terra e quanto há nela, a cidade e os que
nela habitam; os homens clamarão, e todos os habitantes da terra
uivarão,
3. ao ruído estrepitoso das unhas dos seus fortes cavalos, ao
barulho de seus carros, ao estrondo das suas rodas; os pais não atendem aos
filhos, por causa da fraqueza das mãos,
4. por causa do dia que vem
para destruir a todos os filisteus, para cortar de Tiro e de Sidom todo o resto
que os socorra; pois o Senhor destruirá os filisteus, o resto da ilha de
Caftor.
5. A calvície é vinda sobre Gaza; foi desarraigada Asquelom,
bem como o resto do seu vale; até quando te sarjarás?
6. Ah espada do
Senhor! até quando deixarás de repousar? volta para a tua bainha; descansa, e
aquieta-te.
7. Como podes estar quieta, se o Senhor te deu uma ordem?
Contra Asquelom, e contra o litoral, é que ele a enviou.
[Jeremias
48]Jeremias 48
1. Acerca de Moabe.
Assim diz o Senhor dos exércitos, Deus de Israel: Ai de Nebo, porque foi
destruída; envergonhada está Quiriataim, já é tomada; Misgabe está envergonhada
e espantada.
2. O louvor de Moabe já não existe mais; em Hesbom
projetaram mal contra ela, dizendo: Vinde, e exterminemo-la, para que não mais
seja nação; também tu, ó Madmém, serás destruída; a espada te
perseguirá.
3. Voz de grito de Horonaim, ruína e grande
destruição!
4. Está destruído Moabe; seus filhinhos fizeram ouvir um
clamor.
5. Pois pela subida de Luíte eles vão subindo com choro
contínuo; porque na descida de Horonaim, ouviram a angústia do grito da
destruição.
6. Fugi, salvai a vossa vida! Sede como o asno selvagem no
deserto.
7. Pois, porquanto confiaste nas tuas obras e nos teus
tesouros, também tu serás tomada; e Quemós sairá para o cativeiro, os seus
sacerdotes e os seus príncipes juntamente.
8. Porque virá o destruidor
sobre cada uma das cidades e nenhuma escapará, e perecerá o vale, e
destruir-se-á a planície, como disse o Senhor.
9. Dai asas a Moabe,
porque voando sairá; e as suas cidades se tornarão em desolação, sem
habitante.
10. Maldito aquele que fizer a obra do Senhor
negligentemente, e maldito aquele que vedar do sangue a sua
espada!
11. Moabe tem estado sossegado desde a sua mocidade, e tem
repousado como vinho sobre as fezes; não foi deitado de vasilha em vasilha, nem
foi para o cativeiro; por isso permanece nele o seu sabor, e o seu cheiro não se
altera.
12. Portanto, eis que os dias vêm, diz o Senhor, em que lhe
enviarei derramadores que o derramarão; e despejarão as suas vasilhas, e
despedaçarão os seus jarros.
13. E Moabe terá vergonha de Quemós, como
se envergonhou a casa de Israel de Betel, sua confiança.
14. Como
direis: Somos valentes e homens fortes para a guerra?
15. Já subiu o
destruidor de Moabe e das suas cidades, e os seus mancebos escolhidos desceram à
matança, diz o Rei, cujo nome é o Senhor dos exércitos.
16. A
calamidade de Moabe está perto e muito se apressa o seu mal.
17.
Condoei-vos dele todos os que estais em seu redor, e todos os que sabeis o seu
nome; dizei: Como se quebrou a vara forte, o cajado formoso!
18. Desce
da tua glória, e senta-te no pó, ó moradora, filha de Dibom; porque o destruidor
de Moabe subiu contra ti, e desfez as tuas fortalezas.
19. Põe-te
junto ao caminho, e espia, ó moradora do Aroer; pergunta ao que foge, e à que
escapa: Que sucedeu?
20. Moabe está envergonhado, porque foi
quebrantado; uivai e gritai; anunciai em Arnom que Moabe está
destruído.
21. Também o julgamento é vindo sobre a terra da planície;
sobre Holom, Jaza, e Mefaate;
22. sobre Dibom, Nebo, e
Bete-Diblataim;
23. sobre Quiriataim, Bete-Gamul, e
BeteMeom;
24. sobre Queriote, e Bozra, e todas as cidades da terra de
Moabe, as de longe e as de perto.
25. Está cortado o poder de Moabe, e
quebrantado o seu braço, diz o senhor.
26. Embriagai-o, porque contra
o Senhor se engrandeceu; e Moabe se revolverá no seu vômito, e ele também se
tornará objeto de escárnio.
27. Pois não se tornou também Israel
objeto de escárnio para ti? Porventura foi achado entre ladrões para que, sempre
que falas dele, meneies a cabeça?
28. Deixai as cidades, e habitai no
rochedo, ó moradores de Moabe; e sede como a pomba que se aninha nos lados da
boca da caverna.
29. Temos ouvido da soberba de Moabe, que é
soberbíssimo; da sua sobrançaria, do seu orgulho, da sua arrogância, e da
altivez do seu coração.
30. Eu conheço, diz o Senhor, a sua
insolência, mas isso nada é; as suas jactâncias nada têm efetuado.
31.
Por isso uivarei por Moabe; sim, gritarei por todo o Moabe; pelos homens de
Quir-Heres lamentarei.
32. Com choro maior do que o de Jazer
chorar-te-ei, ó vide de Sibma; os teus ramos passaram o mar, chegaram até o mar
de Jazer; mas o destruidor caiu sobre os teus frutos de verão, e sobre a tua
vindima.
33. Tirou-se, pois, a alegria e o regozijo do campo fértil e
da terra de Moabe; e fiz que o vinho cessasse dos lagares; já não pisam uvas com
júbilo; o brado não é o de júbilo
34. O grito de Hesbom e Eleale se
ouve até Jaza; fazem ouvir a sua voz desde Zoar até Horonaim, e até
Eglate-Selíssia; pois também as águas do Ninrim virão a ser uma
desolação.
35. Demais, farei desaparecer de Moabe, diz o Senhor,
aquele que sacrifica nos altos, e queima incenso a seus deuses.
36.
Por isso geme como flauta o meu coração por Moabe, e como flauta geme o meu
coração pelos homens de Quir-Heres; porquanto a abundância que ajuntou se
perdeu.
37. Pois toda cabeça é tosquiada, e toda barba rapada; sobre
todas as mãos há sarjaduras, e sobre os lombos sacos.
38. Sobre todos
os eirados de Moabe e nas suas ruas há um pranto geral; porque quebrei a Moabe,
como a um vaso que não agrada, diz o Senhor.
39. Como está
quebrantrado! como uivam! como virou Moabe as costas envergonhado! assim se
tornou Moabe objeto de escárnio e de espanto para todos os que estão em redor
dele.
40. Pois assim diz o Senhor: Eis que alguém voará como a águia,
e estenderá as suas asas contra Moabe.
41. Tomadas serão as cidades, e
ocupadas as fortalezas; e naquele dia será o coração dos valentes de Moabe como
o coração da mulher em suas dores de parto.
42. E Moabe será
destruído, para que não seja povo, porque se engrandeceu contra o
Senhor.
43. Temor, e cova, e laço estão sobre ti, ó morador de Moabe,
diz o Senhor.
44. O que fugir do temor cairá na cova, e o que sair da
cova ficará preso no laço; pois trarei sobre ele, sobre Moabe, o ano do seu
castigo, diz o Senhor.
45. Os que fugiram ficam parados sem forças à
sombra de Hesbom; mas fogo saiu de Hesbom, e a labareda do meio de Siom, e
devorou a fronte de Moabe e o alto da cabeça dos turbulentos.
46. Ai
de ti, Moabe! pereceu o povo de Quemós; pois teus filhos foram levados cativos,
e tuas filhas para o cativeiro.
47. Contudo nos últimos dias
restaurarei do cativeiro a Moabe, diz o Senhor. Até aqui o juizo de
Moabe.
[Jeremias 49]Jeremias
49
1. A respeito dos filhos de Amom. Assim diz o
Senhor: Acaso Israel não tem filhos? Não tem herdeiro? Por que, então, possui
Milcom a Gade, e o seu povo habita nas suas cidades?
2. Portanto, eis
que vêm os dias, diz o Senhor, em que farei ouvir contra Rabá dos filhos de Amom
o alarido de guerra, e tornar-se-á num montão de ruínas, e os seus arrabaldes
serão queimados a fogo; então Israel deserdará aos que e deserdaram a ele, diz o
Senhor.
3. Uiva, ó Hesbom, porque é destruída Ai; clamai, ó filhas de
Rabá, cingi-vos de sacos; lamentai, e dai voltas pelas sebes; porque Milcom irá
em cativeiro, juntamente com os seus sacerdotes e os seus
príncipes.
4. Por que te glorias nos vales, teus luxuriantes vales, ó
filha apóstata? que confias nos teus tesouros, dizendo: Quem virá contra
mim?
5. Eis que farei vir sobre ti pavor, diz o Senhor Deus dos
exércitos, de todos os que estão ao redor de ti; e sereis lançados fora, cada um
para diante, e ninguém recolherá o desgarrado.
6. Mas depois disto
farei voltar do cativeiro os filhos de Amom, diz o senhor.
7. A
respeito de Edom. Assim diz o Senhor dos exércitos: Acaso não há mais sabedoria
em Temã? Pereceu o conselho dos entendidos? Desvaneceu-se-lhes a
sabedoria?
8. Fugi, voltai, habitai em profundezas, ó moradores de
Dedã; porque trarei sobre ele a calamidade de Esaú, o tempo em que o
punirei.
9. Se vindimadores viessem a ti, não deixariam alguns
rabiscos? se ladrões de noite, não te danificariam só o quanto lhes
bastasse?
10. Mas eu desnudei a Esaú, descobri os seus esconderijos,
de modo que ele não se poderá esconder. E despojada a sua descendência, como
também seus irmãos e seus vizinhos, e ele já não existe.
11. Deixa os
teus órfãos, eu os guardarei em vida; e as tuas viúvas confiem em
mim.
12. Pois assim diz o Senhor: Eis que os que não estavam
condenados a beber o copo, certamente o beberão; e ficarias tu inteiramente
impune? Não ficarás impune, mas certamente o beberás.
13. Pois por mim
mesmo jurei, diz o Senhor, que Bozra servirá de objeto de espanto, de opróbrio,
de ruína, e de maldição; e todas as suas cidades se tornarão em desolações
perpétuas.
14. Eu ouvi novas da parte do Senhor, que um embaixador é
enviado por entre as nações para lhes dizer: Ajuntai-vos, e vinde contra ela, e
levantai-vos para a guerra.
15. Pois eis que te farei pequeno entre as
nações, desprezado entre os homens.
16. Quanto à tua terribilidade,
enganou-te a arrogância do teu coração, ó tu que habitas nas cavernas dos
penhascos, que ocupas as alturas dos outeiros; ainda que ponhas o teu ninho no
alto como a águia, de lá te derrubarei, diz o Senhor.
17. E Edom se
tornará em objeto de espanto; todo aquele que passar por ela se espantará, e
assobiará por causa de todas as suas pragas.
18. Como na subversão de
Sodoma e Gomorra, e das cidades circunvizinhas, diz o Senhor, não habitará
ninguém ali, nem peregrinará nela filho de homem.
19. Eis que como
leão subirá das margens do Jordão um inimigo contra a morada forte; mas de
repente o farei correr dali; e ao escolhido, pô-lo-ei sobre ela. Pois quem é
semelhante a mim? e quem me fixará um prazo? e quem é o pastor que me poderá
resistir?
20. Portanto ouvi o conselho do Senhor, que ele decretou
contra Edom, e os seus desígnios, que ele intentou contra os moradores de Temã:
Até os mais novos do rebanho serão arrastados; certamente ele assolará as suas
moradas sobre eles.
21. A terra estremecerá com o estrondo da sua
queda; o som do seu clamor se ouvirá até o Mar Vermelho.
22. Eis que
como águia subirá, e voará, e estenderá as suas asas contra Bozra; e o coração
do valente de Edom naquele dia se tornará como o coração da mulher que está em
dores de parto.
23. A respeito de Damasco. Envergonhadas estão Hamate
e Arpade, e se derretem de medo porquanto ouviram más notícias; estão agitadas
como o mar, que não pode aquietar-se.
24. Enfraquecida está Damasco,
virou as costas para fugir, e o tremor apoderou-se dela; angústia e dores
apossaram-se dela como da mulher que está de parto.
25. Como está
abandonada a cidade famosa, a cidade da minha alegria!
26. Portanto os
seus jovens lhe cairão nas ruas, e todos os homens de guerra serão consumidos
naquele dia, diz o Senhor dos exércitos.
27. E acenderei fogo no muro
de Damasco, o qual consumirá os palácios de Ben-Hadade.
28. A respeito
de Quedar, e dos reinos de Hazor, que Nabucodonosor, rei de Babilônia, feriu.
Assim diz o Senhor: Levantai-vos, subi contra Quedar, e destruí os filhos do
Oriente.
29. As suas tendas e os seus rebanhos serão tomados; as suas
cortinas serão levadas, como também todos os seus vasos, e os seus camelos; e
lhes gritarão: Há terror de todos os lados!
30. Fugi, desviai-vos para
muito longe, habitai nas profundezas, ó moradores de Hazor, diz o Senhor; porque
Nabucodonosor, rei de Babilônia, tomou conselho contra vós, e formou um desígnio
contra vós.
31. Levantai-vos, subi contra uma nação que está
sossegada, que habita descuidada, diz o Senhor; que não tem portas nem
ferrolhos, que habita a sós.
32. E os seus camelos serão para presa e
a multidão do seu gado para despojo; e espalharei a todo o vento aqueles que
cortam os cantos da sua cabeleira; e de todos os lados lhes trarei a sua
calamidade, diz o Senhor.
33. Assim Hazor se tornará em morada de
chacais, em desolação para sempre; ninguém habitará ali, nem peregrinará nela
filho de homem.
34. A palavra do Senhor, que veio a Jeremias, o
profeta, acerca de Elão, no princípio do reinado de Zedequias, rei de Judá,
dizendo:
35. Assim diz o Senhor dos exércitos: Eis que eu quebrarei o
arco de Elão, o principal do seu poder.
36. E trarei sobre Elão os
quatro ventos dos quatro cantos dos céus, e os espalharei para todos estes
ventos; e não haverá nação aonde não cheguem os fugitivos de Elão.
37.
E farei que Elão desfaleça diante de seus inimigos e diante dos que procuram a
sua morte. Farei vir sobre eles o mal, o furor da minha ira, diz o Senhor; e
enviarei após eles a espada, até que eu os tenha consumido.
38. E
porei o meu trono em Elão, e destruirei dali rei e príncipes, diz o
Senhor.
39. Acontecerá, porém, nos últimos dias, que restaurarei do
cativeiro a Elão, diz o Senhor.
[Jeremias 50]Jeremias
50
1. A palavra que falou o Senhor acerca de Babilônia,
acerca da terra dos caldeus, por intermédio de Jeremias o profeta.
2.
Anunciai entre as nações e publicai, arvorando um estandarte; sim publicai, não
encubrais; dizei: Tomada está Babilônia, confundido está Bel, caído está
Merodaque, confundidos estão os seus ídolos, e caídos estão os seus
deuses.
3. Pois do Norte sobe contra ela uma nação que fará da sua
terra uma desolação, e não haverá quem nela habite; tanto os homens como os
animais já fugiram e se foram.
4. Naqueles dias, e naquele tempo, diz
o Senhor, os filhos de Israel virão, eles e os filhos de Judá juntamente;
andando e chorando virão, e buscarão ao Senhor seu Deus.
5. Acerca de
Sião indagarão, tendo os seus rostos voltados para lá e dizendo: Vinde e uni-vos
ao Senhor num pacto eterno que nunca será esquecido.
6. Ovelhas
perdidas têm sido o meu povo; os seus pastores as fizeram errar, e voltar aos
montes; de monte para outeiro andaram, esqueceram-se do lugar de seu
repouso.
7. Todos os que as achavam as devoraram, e os seus
adversários diziam: Culpa nenhuma teremos; porque pecaram contra o Senhor, a
morada da justiça, sim, o Senhor, a esperança de seus pais.
8. Fugi do
meio de Babilônia, e saí da terra dos caldeus, e sede como os bodes diante do
rebanho.
9. Pois eis que eu suscitarei e farei subir contra Babilônia
uma companhia de grandes nações da terra do Norte; e por-se-ão em ordem contra
ela; dali será ela tomada. As suas flechas serão como as de valente herói;
nenhuma tornará sem efeito.
10. E Caldéia servirá de presa; todos os
que a saquearem ficarão fartos, diz o Senhor.
11. Embora vos alegreis
e vos regozijeis, ó saqueadores da minha herança, embora andeis soltos como
novilha que pisa a erva, e rincheis como cavalos vigorosos,
12. muito
envergonhada será vossa mãe, ficará humilhada a que vos deu à luz; eis que ela
será a última das nações, um deserto, uma terra seca e uma
solidão.
13. Por causa da ira do Senhor não será habitada, antes se
tornará em total desolação; qualquer que passar por Babilônia se espantará, e
assobiará por causa de todas as suas pragas.
14. Ponde-vos em ordem
para cercar Babilônia, todos os que armais arcos; atirai-lhe, não poupeis as
flechas, porque ela tem pecado contra o Senhor.
15. Gritai contra ela
rodeando-a; ela já se submeteu; caíram seus baluartes, estão derribados os seus
muros. Pois esta é a vingança do Senhor; vingai-vos dela; conforme o que ela
fez, assim lhe fazei a ela.
16. Cortai de Babilônia o que semeia, e o
que maneja a foice no tempo da sega; por causa da espada do opressor virar-se-á
cada um para o seu povo, e fugirá cada qual para a sua terra.
17.
Cordeiro desgarrado é Israel, os leões o afugentaram; o primeiro a devorá-lo foi
o rei da Assíria, e agora por último Nabucodonosor, rei de Babilônia, lhe
quebrou os ossos.
18. Portanto, assim diz o Senhor dos exércitos, Deus
de Israel: Eis que castigarei o rei de Babilônia e a sua terra, como castiguei o
rei da Assíria.
19. E farei voltar Israel para a sua morada, e ele
pastará no Carmelo e em Basã, e se fartará nos outeiros de Efraim e em
Gileade.
20. Naqueles dias, e naquele tempo, diz o Senhor, buscar-se-á
a iniqüidade em Israel, e não haverá; e o pecado em Judá, e não se achará; pois
perdoarei aos que eu deixar de resto.
21. Sobe contra a terra de
Merataim, sim, contra ela, e contra os moradores de Pecode; mata e inteiramente
destrói tudo após eles, diz o Senhor, e faze conforme tudo o que te
ordenei.
22. Na terra há estrondo de batalha, e de grande
destruição.
23. Como foi cortado e quebrado o martelo de toda a terra!
como se tornou Babilônia em objeto de espanto entre as nações!
24.
Laços te armei, e também foste presa, ó Babilônia, e tu não o soubeste; foste
achada, e também apanhada, porque contra o Senhor te entremeteste.
25.
O Senhor abriu o seu arsenal, e tirou os instrumentos da sua indignação; porque
o senhor Deus dos exércitos tem uma obra a realizar na terra dos
caldeus.
26. Vinde contra ela dos confins da terra, abri os seus
celeiros; fazei dela montões, e destruí-a de todo; nada lhe fique de
resto.
27. Matai a todos os seus novilhos, desçam ao degoladouro; ai
deles! porque é chegado o seu dia, o tempo da sua punição.
28. Eis a
voz dos que fogem e escapam da terra de Babilônia para anunciarem em Sião a
vingança do Senhor nosso Deus, a vingança do seu templo.
29. Convocai
contra Babilônia os flecheiros, todos os que armam arcos; acampai-vos contra ela
em redor, ninguém escape dela. Pagai-lhe conforme a sua obra; conforme tudo o
que ela fez, assim lhe fazei a ela; porque se houve arrogantemente contra o
Senhor, contra o Santo de Israel.
30. Portanto cairão os seus jovens
nas suas praças, e todos os seus homens de guerra serão destruídos naquele dia,
diz o Senhor.
31. Eis que eu sou contra ti, ó soberbo, diz o Senhor
Deus dos exércitos; pois o teu dia é chegado, o tempo em que te hei de
punir?
32. Então tropeçará o soberbo, e cairá, e ninguém haverá que o
levante; e porei fogo às suas cidades, o qual consumirá tudo o que está ao seu
redor.
33. Assim diz o Senhor dos exércitos: Os filhos de Israel e os
filhos de Judá são juntamente oprimidos; e todos os que os levaram cativos os
retêm, recusam soltá-los.
34. Mas o seu Redentor é forte; o Senhor dos
exércitos é o seu nome. Certamente defenderá em juízo a causa deles, para dar
descanso à terra, e inquietar os moradores de Babilônia.
35. A espada
virá sobre os caldeus, diz o senhor, e sobre os moradores de Babilônia, e sobre
os seus príncipes, e sobre os seus sábios.
36. A espada virá sobre os
paroleiros, e eles ficarão insensatos; a espada virá sobre os seus valentes, e
eles desfalecerão.
37. A espada virá sobre os seus cavalos, e sobre os
seus carros, e sobre todo o povo misto, que se acha no meio dela, e eles se
tornarão como mulheres; a espada virá sobre os seus tesouros, e estes serão
saqueados.
38. Cairá a seca sobre as suas águas, e elas secarão; pois
é uma terra de imagens esculpidas, e eles pelos seus ídolos fazem-se
loucos.
39. Por isso feras do deserto juntamente com lobos habitarão
ali; também habitarão nela avestruzes; e nunca mais será povoada, nem será
habitada de geração em geração.
40. Como quando Deus subverteu a
Sodoma e a Gomorra, e às suas cidades vizinhas, diz o Senhor, assim ninguém
habitará ali, nem peregrinará nela filho de homem.
41. Eis que um povo
vem do norte; e uma grande nação e muitos reis se levantam das extremidades da
terra.
42. Armam-se de arco e lança; são cruéis, e não têm piedade; a
sua voz brama como o mar, e em cavalos vêm montados, dispostos como homens para
a batalha, contra ti, ó filha de Babilônia.
43. O rei de Babilônia
ouviu a fama deles, e desfaleceram as suas mãos; a angústia se apoderou dele,
dores, como da que está de parto.
44. Eis que como leão subirá das
margens do Jordão um inimigo contra a morada forte, mas de repente o farei
correr dali; e ao escolhido, pô-lo-ei sobre ela. Pois quem é semelhante a mim? e
quem me fixará um prazo? Quem é o pastor que me poderá resistir?
45.
Portanto ouvi o conselho que o Senhor decretou contra Babilônia, e o propósito
que formou contra a terra dos caldeus: Certamente eles, os pequenos do rebanho,
serão arrastados; certamente o aprisco ficará apavorado por causa
deles.
46. Ao estrondo da tomada de Babilônia estremece a terra; e o
grito se ouve entre as nações.
[Jeremias 51]Jeremias
51
1. Assim diz o Senhor: Eis que levantarei um vento
destruidor contra Babilônia, e contra os que habitam na Caldéia.
2. E
enviarei padejadores contra Babilônia, que a padejarão, e esvaziarão a sua
terra, quando vierem contra ela em redor no dia da calamidade.
3. Não
arme o flecheiro o seu arco, nem se levante o que estiver armado da sua couraça;
não perdoeis aos seus jovens; destruí completamente todo o seu
exército.
4. Cairão mortos na terra dos caldeus, e feridos nas ruas
dela.
5. Pois Israel e Judá não foram abandonados do seu Deus, o
Senhor dos exércitos, ainda que a terra deles esteja cheia de culpas contra o
Santo de Israel.
6. Fugi do meio de Babilônia, e livre cada um a sua
vida; não sejais exterminados na sua punição; pois este é o tempo da vingança do
Senhor; ele lhe dará o pago.
7. Na mão do Senhor a Babilônia era um
copo de ouro, o qual embriagava a toda a terra; do seu vinho beberam as nações;
por isso as nações estão fora de si.
8. Repentinamente caiu Babilônia,
e ficou arruinada; uivai sobre ela; tomai bálsamo para a sua dor, talvez
sare.
9. Queríamos sarar Babilônia, ela, porém, não sarou;
abandonai-a, e vamo-nos, cada qual para a sua terra; pois o seu julgamento chega
até o céu, e se eleva até as mais altas nuvens.
10. O Senhor trouxe à
luz a nossa justiça; vinde e anunciemos em Sião a obra do Senhor nosso
Deus.
11. Aguçai as flechas, preparei os escudos; o Senhor despertou o
espírito dos reis dos medos; porque o seu intento contra Babilônia é para a
destruir; pois esta é a vingança do Senhor, a vingança do seu
templo.
12. Arvorai um estandarte sobre os muros de Babilônia,
reforçai a guarda, colocai sentinelas, preparai as emboscadas; porque o Senhor
tanto intentou como efetuou o que tinha dito acerca dos moradores de
Babilônia.
13. Ó tu, que habitas sobre muitas águas, rica de tesouros!
é chegado o teu fim, a medida da tua ganância.
14. Jurou o Senhor dos
exércitos por si mesmo, dizendo: Certamente te encherei de homens, como de
locustas; e eles levantarão o grito de vitória sobre ti.
15. É ele
quem fez a terra com o seu poder, estabeleceu o mundo com a sua sabedoria, e
estendeu os céus com o seu entendimento.
16. À sua voz, há grande
tumulto de águas nas céus, e ele faz subir os vapores desde as extremidades da
terra; faz os relâmpagos para a chuva, e tira o vento dos seus
tesouros.
17. Embruteceu-se todo homem, de modo que não tem
conhecimento; todo ourives é envergonhado pelas suas imagens esculpidas; pois as
suas imagens de fundição são mentira, e não há espírito em nenhuma
delas.
18. Vaidade são, obra de enganos; no tempo em que eu as visitar
perecerão.
19. Não é semelhante a estes a porção de Jacó; porque ele é
o que forma todas as coisas; e Israel é a tribo da sua herança; o Senhor dos
exércitos é o seu nome.
20. Tu me serves de martelo e de armas de
guerra; contigo despedaçarei nações, e contigo destruirei os reis;
21.
contigo despedaçarei o cavalo e o seu cavaleiro; contigo despedaçarei e carro e
o que nele vai;
22. contigo despedaçarei o homem e a mulher; contigo
despedaçarei o velho e o moço; contigo despedaçarei o mancebo e a
donzela;
23. contigo despedaçarei o pastor e o seu rebanho; contigo
despedaçarei o lavrador e a sua junta de bois; e contigo despedaçarei
governadores e magistrados.
24. Ante os vossos olhos pagarei a
Babilônia, e a todos os moradores da Caldéia, toda a sua maldade que fizeram em
Sião, diz o Senhor.
25. Eis-me aqui contra ti, ó monte destruidor, diz
o Senhor, que destróis toda a terra; estenderei a minha mão contra ti, e te
revolverei dos penhascos abaixo, e farei de ti um monte
incendiado.
26. E não tomarão de ti pedra para esquina, nem pedra para
fundamentos; mas desolada ficarás perpetuamente, diz o Senhor.
27.
Arvorai um estandarte na terra, tocai a trombeta entre as nações, preparai as
nações contra ela, convocai contra ela os reinos de Arará, Mini, e Asquenaz;
ponde sobre ela um capitão, fazei subir cavalos, como locustas
eriçadas.
28. Preparai contra ela as nações, os reis dos medos, os
seus governadores e magistrados, e toda a terra do seu domínio.
29. E
a terra estremece e está angustiada; porque os desígnios do Senhor estão firmes
contra Babilônia, para fazer da terra de Babilônia uma desolação, sem
habitantes.
30. Os valentes de Babilônia cessaram de pelejar, ficam
nas fortalezas, desfaleceu a sua força, tornaram-se como mulheres; incendiadas
são as suas moradas, quebrados os seus ferrolhos.
31. Um correio corre
ao encontro de outro correio, e um mensageiro ao encontro de outro mensageiro,
para anunciar ao rei de Babilônia que a sua cidade está tomada de todos os
lados.
32. E os vaus estão ocupados, os canaviais queimados a fogo, e
os homens de guerra assombrados.
33. Pois assim diz o Senhor dos
exércitos, o Deus de Israel: A filha de Babilônia é como a eira no tempo da
debulha; ainda um pouco, e o tempo da sega lhe virá.
34.
Nabucodonosor, rei de Babilônia, devorou-me, esmagou-me, fez de mim um vaso
vazio, qual monstro tragou-me, encheu o seu ventre do que eu tinha de delicioso;
lançou-me fora.
35. A violência que se me fez a mim e à minha carne
venha sobre Babilônia, diga a moradora de Sião. O meu sangue caia sobre os
moradores de Caldéia, diga Jerusalém.
36. Pelo que assim diz o Senhor:
Eis que defenderei a tua causa, e te vingarei; e secarei o seu mar, e farei que
se esgote a sua fonte:
37. E Babilônia se tornará em montões, morada
de chacais, objeto de espanto e assobio, sem habitante.
38. Juntos
rugirão como leões novos, bramarão como cachorros de leões.
39.
Estando eles excitados, preparar-lhes-ei um banquete, e os embriagarei, para que
se regozijem, e durmam um perpétuo sono, e não despertem, diz o
Senhor.
40. Fá-los-ei descer como cordeiros ao matadouro, como
carneiros e bodes.
41. Como foi tomada Sesaque, e apanhada de surpresa
a glória de toda a terra! como se tornou Babilônia um espetáculo horrendo entre
as nações!
42. O mar subiu sobre Babilônia; coberta está com a
multidão das suas ondas.
43. Tornaram-se as suas cidades em ruínas,
terra seca e deserta, terra em que ninguém habita, nem passa por ela filho de
homem.
44. E castigarei a Bel em Babilônia, e tirarei da sua boca o
que ele tragou; e nunca mais concorrerão a ele as nações; o muro de Babilônia
está caído.
45. Saí do meio dela, ó povo meu, e salve cada um a sua
vida do ardor da ira do Senhor.
46. Não desfaleça o vosso coração, nem
temais pelo rumor que se ouvir na terra; pois virá num ano um rumor, e depois
noutro ano outro rumor; e haverá violência na terra, dominador contra
dominador.
47. Portanto eis que vêm os dias em que executarei juízo
sobre as imagens esculpidas de Babilônia; e toda a sua terra ficará
envergonhada; e todos os seus traspassados cairão no meio dela.
48.
Então o céu e a terra, com tudo quanto neles há, jubilarão sobre Babilônia; pois
do norte lhe virão os destruidores, diz o Senhor.
49. Babilônia há de
cair pelos mortos de Israel, assim como por Babilônia têm caído os mortos de
toda a terra.
50. Vós, que escapastes da espada, ide-vos, não pareis;
desde terras longínquas lembrai-vos do Senhor, e suba Jerusalém à vossa
mente.
51. Envergonhados estamos, porque ouvimos opróbrio; a confusão
nos cobriu o rosto; pois entraram estrangeiros nos santuários da casa do
Senhor.
52. Portanto, eis que vêm os dias, diz o Senhor, em que
executarei juízo sobre as suas imagens esculpidas; e em toda a sua terra gemerão
os feridos.
53. Ainda que Babilônia subisse ao céu, e ainda que
fortificasse a altura da sua fortaleza, contudo de mim viriam destruidores sobre
ela, diz o Senhor.
54. Eis um clamor de Babilônia! de grande
destruição da terra dos caldeus!
55. Pois o Senhor está despojando a
Babilônia, e emudecendo a sua poderosa voz. Bramam as ondas do inimigo como
muitas águas; ouve-se o arruído da sua voz.
56. Porque o destruidor
veio sobre ela, sobre Babilônia, e os seus valentes estão presos; já estão
despedaçados os seus arcos; pois o Senhor é Deus das recompensas, ele certamente
retribuirá.
57. Embriagarei os seus príncipes e os seus sábios, os
seus governadores, os seus magistrados, e os seus valentes; e dormirão um sono
perpétuo, e jamais acordarão, diz o Rei, cujo nome é o Senhor dos
exércitos.
58. Assim diz o Senhor dos exércitos: O largo muro de
Babilônia será de todo derribado, e as suas portas altas serão abrasadas pelo
fogo; e trabalharão os povos em vão, e as nações se cansarão só para o
fogo.
59. A palavra que Jeremias, o profeta, mandou a Seraías, filho
de Nerias, filho de Maséias, quando ia com Zedequias, rei de Judá, a Babilônia,
no quarto ano do seu reinado. Ora, Seraías era o camareiro-mor.
60.
Escreveu, pois, Jeremias num livro todo o mal que havia de vir sobre Babilônia,
a saber, todas estas palavras que estão escritas acerca de
Babilônia.
61. E disse Jeremias a Seraías: Quando chegares a
Babilônia, vê que leias todas estas palavras;
62. e dirás: Tu, Senhor,
falaste a respeito deste lugar, que o havias de desarraigar, até não ficar nele
morador algum, nem homem nem animal, mas que se tornaria em perpétua
desolação.
63. E acabando tu de ler este livro, atar-lhe-ás uma pedra
e o lançarás no meio do Eufrates;
64. e dirás: Assim será submergida
Babilônia, e não se levantará, por causa do mal que vou trazer sobre ela; e eles
se cansarão.
[Jeremias 52]Jeremias
52
1. Era Zedequias da idade de vinte e um anos quando
começou a reinar, e reinou onze anos em Jerusalém. O nome de sua mãe era
Hamutal, filha de Jeremias, de Libna.
2. E fez o que era mau aos olhos
do Senhor, conforme tudo o que fizera Jeoiaquim.
3. Pois por causa da
ira do Senhor, chegou-se a tal ponto em Jerusalém e Judá que ele os lançou da
sua presença. E Zedequias rebelou-se contra o rei de Babilônia.
4. No
ano nono do seu reinado, no mês décimo, no décimo dia do mês, veio
Nabucodonosor, rei de Babilônia, contra Jerusalém, ele e todo o seu exército, e
se acamparam contra ela, e contra ela levantaram tranqueiras ao
redor.
5. Assim esteve cercada a cidade, até o ano undécimo do rei
Zedequias.
6. No quarto mês, aos nove do mês, a fome prevalecia na
cidade, de tal modo que não havia pão para o povo da terra.
7. Então
foi aberta uma brecha na cidade; e todos os homens de guerra fugiram, e saíram
da cidade de noite, pelo caminho da porta entre os dois muros, a qual está junto
ao jardim do rei, enquanto os caldeus estavam ao redor da cidade; e foram pelo
caminho da Arabá.
8. Mas o exército dos caldeus perseguiu o rei, e
alcançou a Zedequias nas campinas de Jericó; e todo o seu exército se espalhou,
abandonando-o.
9. Prenderam o rei, e o fizeram subir ao rei de
Babilônia a Ribla na terra de Hamate, o qual lhe pronunciou a
sentença.
10. E o rei de Babilônia matou os filhos de Zedequias à sua
vista; e também matou a todos os príncipes de Judá em Ribla.
11. E
cegou os olhos a Zedequias; e o atou com cadeias; e o rei de Babilônia o levou
para Babilônia, e o conservou na prisão até o dia da sua morte.
12. No
quinto mês, no décimo dia do mês, que era o décimo nono ano do rei
Nabucodonosor, rei de Babilônia, veio a Jerusalém Nebuzaradão, capitão da
guarda, que assistia na presença do rei de Babilônia.
13. E queimou a
casa do Senhor, e a casa do rei; como também a todas as casas de Jerusalém,
todas as casas importantes, ele as incendiou.
14. E todo o exército
dos caldeus, que estava com o capitão da guarda, derribou todos os muros que
rodeavam Jerusalém.
15. E os mais pobres do povo, e o resto do povo
que tinha ficado na cidade, e os desertores que se haviam passado para o rei de
Babilônia, e o resto dos artífices, Nebuzaradão, capitão da guarda, levou-os
cativos.
16. Mas dos mais pobres da terra Nebuzaradão, capitão da
guarda, deixou ficar alguns, para serem vinhateiros e lavradores.
17.
Os caldeus despedaçaram as colunas de bronze que estavam na casa do Senhor, e as
bases, e o mar de bronze, que estavam na casa do Senhor, e levaram todo o bronze
para Babilônia.
18. Também tomaram as caldeiras, as pás, as
espevitadeiras, as bacias, as colheres, e todos os utensílios de bronze, com que
se ministrava.
19. De igual modo o capitão da guarda levou os copos,
os braseiros, as bacias, as caldeiras, os castiçais, as colheres, e as tigelas.
O que era de ouro, levou como ouro, e o que era de prata, como
prata.
20. Quanto às duas colunas, ao mar, e aos doze bois de bronze
que estavam debaixo das bases, que fizera o rei Salomão para a casa do Senhor, o
peso do bronze de todos estes vasos era incalculável.
21. Dessas
colunas, a altura de cada um era de dezoito côvados; doze côvados era a medida
da sua circunferência; e era a sua espessura de quatro dedos; e era
oca.
22. E havia sobre ela um capitel de bronze; e a altura dum
capitel era de cinco côvados, com uma rede e romãs sobre o capitel ao redor,
tudo de bronze; e a segunda coluna tinha as mesmas coisas com as
romãs.
23. E havia noventa e seis romãs aos lados; as romãs todas,
sobre a rede ao redor eram cem.
24. Levou também o capitão da guarda a
Seraías, o principal sacerdote, e a Sofonias, o segundo sacerdote, e os três
guardas da porta;
25. e da cidade levou um oficial que tinha a seu
cargo os homens de guerra; e a sete homens dos que assistiam ao rei e que se
achavam na cidade; como também o escrivão-mor do exército, que registrava o povo
da terra; e mais sessenta homens do povo da terra que se achavam no meio da
cidade.
26. Tomando-os pois Nebuzaradão, capitão da guarda, levou-os
ao rei de Babilônia, a Ribla.
27. E o rei de Babilônia os feriu e os
matou em Ribla, na terra de Hamate. Assim Judá foi levado cativo para fora da
sua terra.
28. Este é o povo que Nabucodonosor levou cativo: no sétimo
ano três mil e vinte e três judeus;
29. no ano décimo oitavo de
Nabucodonosor, ele levou cativas de Jerusalém oitocentas e trinta e duas
pessoas;
30. no ano vinte e três de Nabucodonosor, Nebuzaradão,
capitão da guarda, levou cativas, dentre os judeus, setecentas e quarenta e
cinco pessoas; todas as pessoas foram quatro mil e seiscentas.
31. No
ano trigésimo sétimo do cativeiro de Joaquim, rei de Judá, no mês duodécimo, aos
vinte e cinco do mês, Evil-Merodaque, rei de Babilônia, no primeiro ano do seu
reinado, levantou a cabeça de Joaquim, rei de Judá, e o tirou do
cárcere;
32. e falou com ele benignamente, e pôs o trono dele acima
dos tronos dos reis que estavam com ele em Babilônia;
33. e lhe fez
mudar a roupa da sua prisão; e Joaquim comia pão na presença do rei
continuamente, todos os dias da sua vida.
34. E, quanto à sua ração,
foi-lhe dada pelo rei de Babilônia a sua porção quotidiana, até o dia da sua
morte, durante todos os dias da sua vida.
[Lamentações De Jeremias
1]Lamentações De Jeremias 1
1. Como
está sentada solitária a cidade que era tão populosa! tornou-se como viúva a que
era grande entre as nações! A que era princesa entre as províncias tornou-se
avassalada!
2. Chora amargamente de noite, e as lágrimas lhe correm
pelas faces; não tem quem a console entre todos os seus amantes; todos os seus
amigos se houveram aleivosamente com ela; tornaram-se seus
inimigos.
3. Judá foi para o cativeiro para sofrer aflição e dura
servidão; ela habita entre as nações, não acha descanso; todos os seus
perseguidores a alcançaram nas suas angústias.
4. Os caminhos de Sião
pranteiam, porque não há quem venha à assembléia solene; todas as suas portas
estão desoladas; os seus sacerdotes suspiram; as suas virgens estão tristes, e
ela mesma sofre amargamente.
5. Os seus adversários a dominam, os seus
inimigos prosperam; porque o Senhor a afligiu por causa da multidão das suas
transgressões; os seus filhinhos marcharam para o cativeiro adiante do
adversário.
6. E da filha de Sião já se foi todo o seu esplendor; os
seus príncipes ficaram sendo como cervos que não acham pasto e caminham sem
força adiante do perseguidor.
7. Lembra-se Jerusalém, nos dias da sua
aflição e dos seus exílios, de todas as suas preciosas coisas, que tivera desde
os tempos antigos; quando caía o seu povo na mão do adversário, e não havia quem
a socorresse, os adversários a viram, e zombaram da sua ruína.
8.
Jerusalém gravemente pecou, por isso se fez imunda; todos os que a honravam a
desprezam, porque lhe viram a nudez; ela também suspira e se volta para
trás.
9. A sua imundícia estava nas suas fraldas; não se lembrava do
seu fim; por isso foi espantosamente abatida; não há quem a console; vê, Senhor,
a minha aflição; pois o inimigo se tem engrandecido.
10. Estendeu o
adversário a sua mão a todas as coisas preciosas dela; pois ela viu entrar no
seu santuário as nações, acerca das quais ordenaste que não entrassem na tua
congregação.
11. Todo o seu povo anda gemendo, buscando o pão; deram
as suas coisas mais preciosas a troco de mantimento para refazerem as suas
forças. Vê, Senhor, e contempla, pois me tornei desprezível.
12. Não
vos comove isto a todos vós que passais pelo caminho? Atendei e vede se há dor
igual a minha dor, que veio sobre mim, com que o Senhor me afligiu, no dia do
furor da sua ira.
13. Desde o alto enviou fogo que entra nos meus
ossos, o qual se assenhoreou deles; estendeu uma rede aos meus pés, fez-me
voltar para trás, tornou-me desolada e desfalecida o dia todo.
14. O
jugo das minhas transgressões foi atado; pela sua mão elas foram entretecidas e
postas sobre o meu pescoço; ele abateu a minha força; entregou-me o Senhor nas
mãos daqueles a quem eu não posso resistir.
15. O Senhor desprezou
todos os meus valentes no meio de mim; convocou contra mim uma assembléia para
esmagar os meus mancebos; o Senhor pisou como num lagar a virgem filha de
Judá.
16. Por estas coisas vou chorando; os meus olhos, os meus olhos
se desfazem em águas; porque está longe de mim um consolador que pudesse renovar
o meu ânimo; os meus filhos estão desolados, porque prevaleceu o
inimigo.
17. Estende Sião as suas mãos, não há quem a console; ordenou
o Senhor acerca de Jacó que fossem inimigos os que estão em redor dele;
Jerusalém se tornou entre eles uma coisa imunda.
18. Justo é o Senhor,
pois me rebelei contra os seus mandamentos; ouvi, rogo-vos, todos os povos, e
vede a minha dor; para o cativeiro foram-se as minhas virgens e os meus
mancebos.
19. Chamei os meus amantes, mas eles me enganaram; os meus
sacerdotes e os meus anciãos expiraram na cidade, enquanto buscavam para si
mantimento, para refazerem as suas forças.
20. Olha, Senhor, porque
estou angustiada; turbadas estão as minhas entranhas; o meu coração está
transtornado dentro de mim; porque gravemente me rebelei. Na rua me desfilha a
espada, em casa é como a morte.
21. Ouviram como estou gemendo; mas
não há quem me console; todos os meus inimigos souberam do meu mal; alegram-se
de que tu o determinaste; mas, em trazendo tu o dia que anunciaste, eles se
tornarão semelhantes a mim.
22. Venha toda a sua maldade para a tua
presença, e faze-lhes como me fizeste a mim por causa de todas as minhas
transgressões; pois muitos são os meus gemidos, e desfalecido está o meu
coração.
[Lamentações De Jeremias 2]Lamentações De
Jeremias 2
1. Como cobriu o Senhor de nuvens na sua ira
a filha de Sião! derrubou do céu à terra a glória de Israel, e no dia da sua ira
não se lembrou do escabelo de seus pés.
2. Devorou o Senhor sem
piedade todas as moradas de Jacó; derrubou no seu furor as fortalezas da filha
de Judá; abateu-as até a terra. Tratou como profanos o reino e os seus
príncipes.
3. No furor da sua ira cortou toda a força de Israel;
retirou para trás a sua destra de diante do inimigo; e ardeu contra Jacó, como
labareda de fogo que tudo consome em redor.
4. Armou o seu arco como
inimigo, firmou a sua destra como adversário, e matou todo o que era formoso aos
olhos; derramou a sua indignação como fogo na tenda da filha de
Sião.
5. Tornou-se o Senhor como inimigo; devorou a Israel, devorou
todos os seus palácios, destruiu as suas fortalezas, e multiplicou na filha de
Judá o pranto e a lamentação.
6. E arrancou a sua cabana com
violência, como se fosse a de uma horta; destruiu o seu lugar de assembléia; o
Senhor entregou ao esquecimento em Sião a assembléia solene e o sábado; e na
indignação da sua ira rejeitou com desprezo o rei e o sacerdote.
7.
Desprezou o Senhor o seu altar, detestou o seu santuário; entregou na mão do
inimigo os muros dos seus palácios; deram-se gritos na casa do Senhor, como em
dia de reunião solene.
8. Resolveu o Senhor destruir o muro da filha
de Sião; estendeu o cordel, não reteve a sua mão de fazer estragos; fez gemer o
antemuro e o muro; eles juntamente se enfraquecem.
9. Sepultadas na
terra estão as suas portas; ele destruiu e despedaçou os ferrolhos dela; o seu
rei e os seus príncipes estão entre as nações; não há lei; também os seus
profetas não recebem visão alguma da parte do Senhor.
10. Estão
sentados no chão os anciãos da filha de Sião, e ficam calados; lançaram pó sobre
as suas cabeças; cingiram sacos; as virgens de Jerusalém abaixaram as suas
cabeças até o chão.
11. Já se consumiram os meus olhos com lágrimas,
turbada está a minha alma, o meu coração se derrama de tristeza por causa do
quebrantamento da filha do meu povo; porquanto desfalecem os meninos e as
crianças de peito pelas ruas da cidade.
12. Ao desfalecerem, como
feridos, pelas ruas da cidade, ao exalarem as suas almas no regaço de suas mães,
perguntam a elas: Onde está o trigo e o vinho?
13. Que testemunho te
darei, a que te compararei, ó filha de Jerusalém? A quem te assemelharei, para
te consolar, ó virgem filha de Sião? pois grande como o mar é a tua ferida; quem
te poderá curar?
14. Os teus profetas viram para ti visões falsas e
insensatas; e não manifestaram a tua iniqüidade, para te desviarem do cativeiro;
mas viram para ti profecias vãs e coisas que te levaram ao exílio.
15.
Todos os que passam pelo caminho batem palmas contra ti; eles assobiam e meneiam
a cabeça sobre a filha de Jerusalém, dizendo: E esta a cidade que denominavam a
perfeição da formosura, o gozo da terra toda?
16. Todos os teus
inimigos abrem as suas bocas contra ti, assobiam, e rangem os dentes; dizem:
Devoramo-la; certamente este e o dia que esperávamos; achamo-lo,
vimo-lo.
17. Fez o Senhor o que intentou; cumpriu a sua palavra, que
ordenou desde os dias da antigüidade; derrubou, e não se apiedou; fez que o
inimigo se alegrasse por tua causa, exaltou o poder dos teus
adversários.
18. Clama ao Senhor, ó filha de Sião; corram as tuas
lágrimas, como um ribeiro, de dia e de noite; não te dês repouso, nem descansem
os teus olhos.
19. Levanta-te, clama de noite no princípio das vigias;
derrama o teu coração como águas diante do Senhor! Levanta a ele as tuas mãos,
pela vida de teus filhinhos, que desfalecem de fome à entrada de todas as
ruas.
20. Vê, ó Senhor, e considera a quem assim tens tratado! Acaso
comerão as mulheres o fruto de si mesmas, as crianças que trazem nos braços? ou
matar-se-á no santuário do Senhor o sacerdote e o profeta?
21. Jazem
por terra nas ruas o moço e o velho; as minhas virgens e os meus jovens vieram a
cair à espada; tu os mataste no dia da tua ira; trucidaste-os sem
misericórdia.
22. Convocaste de toda a parte os meus terrores, como no
dia de assembléia solene; não houve no dia da ira do Senhor quem escapasse ou
ficasse; aqueles que eu trouxe nas mãos e criei, o meu inimigo os
consumiu.
[Lamentações De Jeremias 3]Lamentações De
Jeremias 3
1. Eu sou o homem que viu a aflição causada
pela vara do seu furor.
2. Ele me guiou e me fez andar em trevas e não
na luz.
3. Deveras fez virar e revirar a sua mão contra mim o dia
todo.
4. Fez envelhecer a minha carne e a minha pele; quebrou-me os
ossos.
5. Levantou trincheiras contra mim, e me cercou de fel e
trabalho.
6. Fez-me habitar em lugares tenebrosos, como os que estavam
mortos há muito.
7. Cercou-me de uma sebe de modo que não posso sair;
agravou os meus grilhões.
8. Ainda quando grito e clamo por socorro,
ele exclui a minha oração.
9. Fechou os meus caminhos com pedras
lavradas, fez tortuosas as minhas veredas.
10. Fez-se-me como urso de
emboscada, um leão em esconderijos.
11. Desviou os meus caminhos, e
fez-me em pedaços; deixou-me desolado.
12. Armou o seu arco, e me pôs
como alvo à flecha.
13. Fez entrar nos meus rins as flechas da sua
aljava.
14. Fui feito um objeto de escárnio para todo o meu povo, e a
sua canção o dia todo.
15. Encheu-me de amarguras, fartou-me de
absinto.
16. Quebrou com pedrinhas de areia os meus dentes, cobriu-me
de cinza.
17. Alongaste da paz a minha alma; esqueci-me do que seja a
felicidade.
18. Digo, pois: Já pereceu a minha força, como também a
minha esperança no Senhor.
19. Lembra-te da minha aflição e amargura,
do absinto e do fel.
20. Minha alma ainda os conserva na memória, e se
abate dentro de mim.
21. Torno a trazer isso à mente, portanto tenho
esperança.
22. A benignidade do Senhor jamais acaba, as suas
misericórdias não têm fim;
23. renovam-se cada manhã. Grande é a tua
fidelidade.
24. A minha porção é o Senhor, diz a minha alma; portanto
esperarei nele.
25. Bom é o Senhor para os que esperam por ele, para a
alma que o busca.
26. Bom é ter esperança, e aguardar em silêncio a
salvação do Senhor.
27. Bom é para o homem suportar o jugo na sua
mocidade.
28. Que se assente ele, sozinho, e fique calado, porquanto
Deus o pôs sobre ele.
29. Ponha a sua boca no pó; talvez ainda haja
esperança.
30. Dê a sua face ao que o fere; farte-se de
afronta.
31. Pois o Senhor não rejeitará para sempre.
32.
Embora entristeça a alguém, contudo terá compaixão segundo a grandeza da sua
misericórdia.
33. Porque não aflige nem entristece de bom grado os
filhos dos homens.
34. Pisar debaixo dos pés a todos os presos da
terra,
35. perverter o direito do homem perante a face do
Altíssimo,
36. subverter o homem no seu pleito, não são do agrado do
senhor.
37. Quem é aquele que manda, e assim acontece, sem que o
Senhor o tenha ordenado?
38. Não sai da boca do Altíssimo tanto o mal
como o bem?
39. Por que se queixaria o homem vivente, o varão por
causa do castigo dos seus pecados?
40. Esquadrinhemos os nossos
caminhos, provemo-los, e voltemos para o Senhor.
41. Levantemos os
nossos corações com as mãos para Deus no céu dizendo;
42. Nós
transgredimos, e fomos rebeldes, e não perdoaste,
43. Cobriste-te de
ira, e nos perseguiste; mataste, não te apiedaste.
44. Cobriste-te de
nuvens, para que não passe a nossa oração.
45. Como escória e refugo
nos puseste no meio dos povos.
46. Todos os nossos inimigos abriram
contra nós a sua boca.
47. Temor e cova vieram sobre nós, assolação e
destruição.
48. Torrentes de águas correm dos meus olhos, por causa da
destruição da filha do meu povo.
49. Os meus olhos derramam lágrimas,
e não cessam, sem haver intermissão,
50. até que o Senhor atente e
veja desde o céu.
51. Os meus olhos me afligem, por causa de todas as
filhas da minha cidade.
52. Como ave me caçaram os que, sem causa, são
meus inimigos.
53. Atiraram-me vivo na masmorra, e lançaram pedras
sobre mim.
54. Águas correram sobre a minha cabeça; eu disse: Estou
cortado.
55. Invoquei o teu nome, Senhor, desde a profundeza da
masmorra.
56. Ouviste a minha voz; não escondas o teu ouvido ao meu
suspiro, ao meu clamor.
57. Tu te aproximaste no dia em que te
invoquei; disseste: Não temas.
58. Pleiteaste, Senhor, a minha causa;
remiste a minha vida.
59. Viste, Senhor, a injustiça que sofri; julga
tu a minha causa.
60. Viste toda a sua vingança, todos os seus
desígnios contra mim.
61. Ouviste as suas afrontas, Senhor, todos os
seus desígnios contra mim,
62. os lábios e os pensamentos dos que se
levantam contra mim o dia todo.
63. Observa-os ao assentarem-se e ao
levantarem-se; eu sou a sua canção.
64. Tu lhes darás a recompensa,
Senhor, conforme a obra das suas mãos.
65. Tu lhes darás dureza de
coração, maldição tua sobre eles.
66. Na tua ira os perseguirás, e os
destruirás de debaixo dos teus céus, ó Senhor.
[Lamentações De Jeremias
4]Lamentações De Jeremias 4
1. Como se
escureceu o ouro! como se mudou o ouro puríssimo! como estão espalhadas as
pedras do santuário pelas esquinas de todas as ruas!
2. Os preciosos
filhos de Sião, comparáveis a ouro puro, como são agora reputados por vasos de
barro, obra das mãos de oleiro!
3. Até os chacais abaixam o peito, dão
de mamar aos seus filhos; mas a filha do meu povo tornou-se cruel como os
avestruzes no deserto.
4. A língua do que mama fica pegada pela sede
ao seu paladar; os meninos pedem pão, e ninguém lho reparte.
5. Os que
comiam iguarias delicadas desfalecem nas ruas; os que se criavam em escarlata
abraçam monturos.
6. Pois maior é a iniqüidade da filha do meu povo do
que o pecado de Sodoma, a qual foi subvertida como num momento, sem que mão
alguma lhe tocasse.
7. Os seus nobres eram mais alvos do que a neve,
mais brancos do que o leite, eram mais ruivos de corpo do que o coral, e a sua
formosura era como a de safira.
8. Mas agora escureceu-se o seu
parecer mais do que o negrume; eles não são reconhecidos nas ruas; a sua pele se
lhes pegou aos ossos; secou-se, tornou-se como um pau. .
9. Os mortos
à espada eram mais ditosos do que os mortos à fome, pois estes se esgotavam,
como traspassados, por falta dos frutos dos campos.
10. As mãos das
mulheres compassivas cozeram os próprios filhos; estes lhes serviram de alimento
na destruição da filha do meu povo.
11. Deu o Senhor cumprimento ao
seu furor, derramou o ardor da sua ira; e acendeu um fogo em Sião, que consumiu
os seus fundamentos.
12. Não creram os reis da terra, bem como nenhum
dos moradores do mundo, que adversário ou inimigo pudesse entrar pelas portas de
Jerusalém.
13. Isso foi por causa dos pecados dos seus profetas e das
iniqüidades dos seus sacerdotes, que derramaram no meio dela o sangue dos
justos.
14. Vagueiam como cegos pelas ruas; andam contaminados de
sangue, de tal sorte que não se lhes pode tocar nas roupas.
15.
Desviai-vos! imundo! gritavam-lhes; desviai-vos, desviai-vos, não toqueis!
Quando fugiram, e andaram, vagueando, dizia-se entre as nações: Nunca mais
morarão aqui.
16. A ira do Senhor os espalhou; ele nunca mais tornará
a olhar para eles; não respeitaram a pessoa dos sacerdotes, nem se compadeceram
dos velhos.
17. Os nossos olhos desfaleciam, esperando o nosso vão
socorro. em vigiando olhávamos para uma nação, que não podia,
livrai.
18. Espiaram os nossos passos, de maneira que não podíamos
andar pelas nossas ruas; o nosso fim estava perto; estavam contados os nossos
dias, porque era chegado o nosso fim.
19. Os nossos perseguidores
foram mais ligeiros do que as águias do céu; sobre os montes nos perseguiram, no
deserto nos armaram ciladas.
20. O fôlego da nossa vida, o ungido do
Senhor, foi preso nas covas deles, o mesmo de quem dizíamos: Debaixo da sua
sombra viveremos entre as nações.
21. Regozija-te, e alegra-te, ó
filha de Edom, que habitas na terra de Uz; o cálice te passará a ti também;
embebedar-te-ás, e te descobrirás.
22. Já se cumpriu o castigo da tua
iniqüidade, ó filha de Sião; ele nunca mais te levará para o cativeiro; ele
visitará a tua iniqüidade, ó filha de Edom; descobrirá os teus
pecados.
[Lamentações De Jeremias 5]Lamentações De
Jeremias 5
1. Lembra-te, Senhor, do que nos tem
sucedido; considera, e olha para o nosso opróbrio.
2. A nossa herdade
passou a estranhos, e as nossas casas a forasteiros.
3. órfãos somos
sem pai, nossas mães são como viuvas.
4. A nossa água por dinheiro a
bebemos, por preço vem a nossa lenha.
5. Os nossos perseguidores estão
sobre os nossos pescoços; estamos cansados, e não temos descanso.
6.
Aos egípcios e aos assírios estendemos as mãos, para nos fartarmos de
pão.
7. Nossos pais pecaram, e já não existem; e nós levamos as suas
iniqüidades.
8. Escravos dominam sobre nós; ninguém há que nos
arranque da sua mão.
9. Com perigo de nossas vidas obtemos o nosso
pão, por causa da espada do deserto.
10. Nossa pele está abraseada
como um forno, por causa do ardor da fome.
11. Forçaram as mulheres em
Sião, as virgens nas cidades de Judá.
12. Príncipes foram enforcados
pelas mãos deles; as faces dos anciãos não foram respeitadas.
13.
Mancebos levaram a mó; meninos tropeçaram sob fardos de lenha.
14. Os
velhos já não se assentam nas portas, os mancebos já não cantam.
15.
Cessou o gozo de nosso coração; converteu-se em lamentação a nossa
dança.
16. Caiu a coroa da nossa cabeça; ai de nós. porque
pecamos.
17. Portanto desmaiou o nosso coração; por isso se
escureceram os nossos olhos.
18. Pelo monte de Sião, que está
assolado, andam os chacais.
19. Tu, Senhor, permaneces eternamente; e
o teu trono subsiste de geração em geração.
20. Por que te esquecerias
de nós para sempre, por que nos desampararias por tanto tempo?
21.
Converte-nos a ti, Senhor, e seremos convertidos; renova os nossos dias como
dantes;
22. se é que não nos tens de todo rejeitado, se é que não
estás sobremaneira irado contra nos.
[Ezequiel 1]Ezequiel 1
1. Ora aconteceu no trigésimo
ano, no quarto mês, no dia quinto do mês, que estando eu no meio dos cativos,
junto ao rio Quebar, se abriram os céus, e eu tive visões de Deus.
2.
No quinto dia do mês, já no quinto ano do cativeiro do rei Joaquim,
3.
veio expressamente a palavra do Senhor a Ezequiel, filho de Buzi, o sacerdote,
na terra dos caldeus, junto ao rio Quebar; e ali esteve sobre ele a mão do
Senhor.
4. Olhei, e eis que um vento tempestuoso vinha do norte, uma
grande nuvem, com um fogo que emitia de contínuo labaredas, e um resplendor ao
redor dela; e do meio do fogo saía uma coisa como o brilho de
âmbar.
5. E do meio dela saía a semelhança de quatro seres viventes. E
esta era a sua aparência: tinham a semelhança de homem;
6. cada um
tinha quatro rostos, como também cada um deles quatro asas.
7. E as
suas pernas eram retas; e as plantas dos seus pés como a planta do pé dum
bezerro; e luziam como o brilho de bronze polido.
8. E tinham mãos de
homem debaixo das suas asas, aos quatro lados; e todos quatro tinham seus rostos
e suas asas assim:
9. Uniam-se as suas asas uma à outra; eles não se
viravam quando andavam; cada qual andava para adiante de si;
10. e a
semelhança dos seus rostos era como o rosto de homem; e à mão direita todos os
quatro tinham o rosto de leão, e à mão esquerda todos os quatro tinham o rosto
de boi; e também tinham todos os quatro o rosto de águia;
11. assim
eram os seus rostos. As suas asas estavam estendidas em cima; cada qual tinha
duas asas que tocavam às de outro; e duas cobriam os corpos deles.
12.
E cada qual andava para adiante de si; para onde o espírito havia de ir, iam;
não se viravam quando andavam.
13. No meio dos seres viventes havia
uma coisa semelhante a ardentes brasas de fogo, ou a tochas que se moviam por
entre os seres viventes; e o fogo resplandecia, e do fogo saíam
relâmpagos.
14. E os seres viventes corriam, saindo e voltando à
semelhança dum raio.
15. Ora, eu olhei para os seres viventes, e vi
rodas sobre a terra junto aos seres viventes, uma para cada um dos seus quatro
rostos.
16. O aspecto das rodas, e a obra delas, era como o brilho de
crisólita; e as quatro tinham uma mesma semelhança; e era o seu aspecto, e a sua
obra, como se estivera uma roda no meio de outra roda.
17. Andando
elas, iam em qualquer das quatro direções sem se virarem quando
andavam.
18. Estas rodas eram altas e formidáveis; e as quatro tinham
as suas cambotas cheias de olhos ao redor.
19. E quando andavam os
seres viventes, andavam as rodas ao lado deles; e quando os seres viventes se
elevavam da terra, elevavam-se também as rodas.
20. Para onde o
espírito queria ir, iam eles, mesmo para onde o espírito tinha de ir; e as rodas
se elevavam ao lado deles; porque o espírito do ser vivente estava nas
rodas.
21. Quando aqueles andavam, andavam estas; e quando aqueles
paravam, paravam estas; e quando aqueles se elevavam da terra, elevavam-se
também as rodas ao lado deles; porque o espírito do ser vivente estava nas
rodas.
22. E por cima das cabeças dos seres viventes havia uma
semelhança de firmamento, como o brilho de cristal terrível, estendido por cima,
sobre a sua cabeça.
23. E debaixo do firmamento estavam as suas asas
direitas, uma em direção à outra; cada um tinha duas que lhe cobriam o corpo dum
lado, e cada um tinha outras duas que o cobriam doutro lado.
24. E
quando eles andavam, eu ouvia o ruído das suas asas, como o ruído de muitas
águas, como a voz do Onipotente, o ruído de tumulto como o ruído dum exército;
e, parando eles, abaixavam as suas asas.
25. E ouvia-se uma voz por
cima do firmamento, que estava por cima das suas cabeças; parando eles,
abaixavam as suas asas.
26. E sobre o firmamento, que estava por cima
das suas cabeças, havia uma semelhança de trono, como a aparência duma safira; e
sobre a semelhança do trono havia como que a semelhança dum homem, no alto,
sobre ele.
27. E vi como o brilho de âmbar, como o aspecto do fogo
pelo interior dele ao redor desde a semelhança dos seus lombos, e daí para cima;
e, desde a semelhança dos seus lombos, e daí para baixo, vi como a semelhança de
fogo, e havia um resplendor ao redor dele.
28. Como o aspecto do arco
que aparece na nuvem no dia da chuva, assim era o aspecto do resplendor em
redor. Este era o aspecto da semelhança da glória do Senhor; e, vendo isso, caí
com o rosto em terra, e ouvi uma voz de quem falava.
[Ezequiel 2]Ezequiel 2
1. E disse-me: Filho do homem,
põe-te em pé, e falarei contigo.
2. Então, quando ele falava comigo
entrou em mim o Espírito, e me pôs em pé, e ouvi aquele que me
falava.
3. E disse-me ele: Filho do homem, eu te envio aos filhos de
Israel, às nações rebeldes que se rebelaram contra mim; eles e seus pais têm
transgredido contra mim até o dia de hoje.
4. E os filhos são de
semblante duro e obstinados de coração. Eu te envio a eles, e lhes dirás: Assim
diz o Senhor Deus.
5. E eles, quer ouçam quer deixem de ouvir (porque
eles são casa rebelde), hão de saber que esteve no meio deles um
profeta.
6. E tu, ó filho do homem, não os temas, nem temas as suas
palavras; ainda que estejam contigo sarças e espinhos, e tu habites entre
escorpiões; não temas as suas palavras, nem te assustes com os seus semblantes,
ainda que são casa rebelde.
7. Mas tu lhes dirás as minhas palavras,
quer ouçam quer deixem de ouvir, pois são rebeldes.
8. Mas tu, ó filho
do homem, ouve o que te digo; não sejas rebelde como a casa rebelde; abre a tua
boca, e come o que eu te dou.
9. E quando olhei, eis que tua mão se
estendia para mim, e eis que nela estava um rolo de livro.
10. E
abriu-o diante de mim; e o rolo estava escrito por dentro e por fora; e nele se
achavam escritas lamentações, e suspiros e ais.
[Ezequiel 3]Ezequiel 3
1. Depois me disse: Filho do
homem, come o que achares; come este rolo, e vai, fala à casa de
Israel.
2. Então abri a minha boca, e ele me deu a comer o
rolo.
3. E disse-me: Filho do homem, dá de comer ao teu ventre, e
enche as tuas entranhas deste rolo que eu te dou. Então o comi, e era na minha
boca doce como o mel.
4. Disse-me ainda: Filho do homem, vai, entra na
casa de Israel, e dize-lhe as minhas palavras.
5. Pois tu não és
enviado a um povo de estranha fala, nem de língua difícil, mas à casa de
Israel;
6. nem a muitos povos de estranha fala, e de língua difícil,
cujas palavras não possas entender; se eu aos tais te enviara, certamente te
dariam ouvidos.
7. Mas a casa de Israel não te quererá ouvir; pois
eles não me querem escutar a mim; porque toda a casa de Israel é de fronte
obstinada e dura de coração.
8. Eis que fiz duro o teu rosto contra os
seus rostos, e dura a tua fronte contra a sua fronte.
9. Fiz como
esmeril a tua fronte, mais dura do que a pederneira. Não os temas pois, nem te
assustes com os seus semblantes, ainda que são casa rebelde.
10.
Disse-me mais: Filho do homem, recebe no teu coração todas as minhas palavras
que te hei de dizer; e ouve-as com os teus ouvidos.
11. E vai ter com
os do cativeiro, com os filhos do teu povo, e lhes falarás, e tu dirás: Assim
diz o Senhor Deus; quer ouçam quer deixem de ouvir.
12. Então o
Espírito me levantou, e ouvi por detrás de mim uma voz de grande estrondo, que
dizia: Bendita seja a glória do Senhor, desde o seu lugar.
13. E ouvi
o ruído das asas dos seres viventes, ao tocarem umas nas outras, e o banilho das
rodas ao lado deles, e o sonido dum grande estrondo.
14. Então o
Espírito me levantou, e me levou; e eu me fui, amargurado, na indignação do meu
espírito; e a mão do Senhor era forte sobre mim.
15. E vim ter com os
do cativeiro, a Tel-Abibe, que moravam junto ao rio Quebar, e eu morava onde
eles moravam; e por sete dias sentei-me ali, pasmado no meio
deles.
16. Ao fim de sete dias, veio a palavra do Senhor a mim,
dizendo:
17. Filho do homem, eu te dei por atalaia sobre a casa de
Israel; quando ouvires uma palavra da minha boca, avisá-los-ás da minha
parte.
18. Quando eu disser ao ímpio: Certamente morrerás; se não o
avisares, nem falares para avisar o ímpio acerca do seu mau caminho, a fim de
salvares a sua vida, aquele ímpio morrerá na sua iniqüidade; mas o seu sangue,
da tua mão o requererei:
19. Contudo se tu avisares o ímpio, e ele não
se converter da sua impiedade e do seu mau caminho, ele morrerá na sua
iniqüidade; mas tu livraste a tua alma.
20. Semelhantemente, quando o
justo se desviar da sua justiça, e praticar a iniqüidade, e eu puser diante dele
um tropeço, ele morrerá; porque não o avisaste, no seu pecado morrerá e não
serão lembradas as suas ações de justiça que tiver praticado; mas o seu sangue,
da tua mão o requererei.
21. Mas se tu avisares o justo, para que o
justo não peque, e ele não pecar, certamente viverá, porque recebeu o aviso; e
tu livraste a tua alma.
22. E a mão do Senhor estava sobre mim ali, e
ele me disse: Levanta-te, e sai ao vale, e ali falarei contigo.
23.
Então me levantei, e saí ao vale; e eis que a glória do Senhor estava ali, como
a glória que vi junto ao rio Quebar; e caí com o rosto em terra.
24.
Então entrou em mim o Espírito, e me pôs em pé; e falou comigo, e me disse:
Entra, encerra-te dentro da tua casa.
25. E quanto a ti, ó filho do
homem, eis que porão cordas sobre ti, e te ligarão com elas, e tu não sairás por
entre eles.
26. E eu farei que a tua língua se pegue ao teu paladar, e
ficarás mudo, e não lhes servirás de repreendedor; pois casa rebelde são
eles.
27. Mas quando eu falar contigo, abrirei a tua boca, e lhes
dirás: Assim diz o Senhor Deus: Quem ouvir, ouça, e quem deixar de ouvir, deixe;
pois casa rebelde são eles.
[Ezequiel 4]Ezequiel
4
1. Tu pois, ó filho do homem, toma um tijolo, e
pô-lo-ás diante de ti, e grava nele uma cidade, a cidade de
Jerusalém;
2. e põe contra ela um cerco, e edifica contra ela uma
fortificação, e levanta contra ela uma tranqueira; e coloca contra ela arraiais,
e põe-lhe aríetes em redor.
3. Toma também uma sertã de ferro, e
põe-na por muro de ferro entre ti e a cidade; e olha para a cidade, e ela será
cercada, e tu a cercarás; isso servirá de sinal para a casa de
Israel.
4. Tu também deita-te sobre o teu lado esquerdo, e põe sobre
ele a iniqüidade da casa de Israel; conforme o número dos dias em que te
deitares sobre ele, levarás a sua iniqüidade.
5. Pois eu fixei os anos
da sua iniqüidade, para que eles te sejam contados em dias, trezentos e noventa
dias; assim levarás a iniqüidade da casa de Israel.
6. E quando
tiveres cumprido estes dias, deitar-te-ás sobre o teu lado direito, e levarás a
iniqüidade da casa de Judá; quarenta dias te dei, cada dia por um
ano.
7. Dirigirás, pois, o teu rosto para o cerco de Jerusalém, com o
teu braço descoberto; e profetizarás contra ela.
8. E eis que porei
sobre ti cordas; assim tu não te voltarás dum lado para o outro, até que tenhas
cumprido os dias de teu cerco:
9. E tu toma trigo, e cevada, e favas,
e lentilhas, e milho miúdo, e espelta, e mete-os numa só vasilha, e deles faze
pão. Conforme o número dos dias que te deitares sobre o teu lado, trezentos e
noventa dias, comerás disso.
10. E a tua comida, que hás de comer,
será por peso, vinte siclos cada dia; de tempo em tempo a comerás.
11.
Também beberás a água por medida, a sexta parte dum him; de tempo em tempo
beberás.
12. Tu a comerás como bolos de cevada, e à vista deles a
assarás sobre o excremento humano.
13. E disse o Senhor: Assim comerão
os filhos de Israel o seu pão imundo, entre as nações, para onde eu os
lançarei.
14. Então disse eu: Ah Senhor Deus! eis que a minha alma não
foi contaminada: pois desde a minha mocidade até agora jamais comi do animal que
morre de si mesmo, ou que é dilacerado por feras; nem carne abominável entrou na
minha boca.
15. Então me disse: Vê, eu te dou esterco de bois em lugar
de excremento de homem; e sobre ele prepararás o teu pão,
16. Disse-me
mais: Filho do homem, eis que quebrarei o báculo de pão em Jerusalém; e comerão
o pão por peso, e com ansiedade; e beberão a água por medida, e com
espanto;
17. até que lhes falte o pão e a água, e se espantem uns com
os outros, e se definhem na sua iniqüidade.
[Ezequiel 5]Ezequiel 5
1. E tu, ó filho do homem, toma
uma espada afiada; como navalha de barbeiro a usarás, e a farás passar pela tua
cabeça e pela tua barba. Então tomarás uma balança e repartirás os
cabelos.
2. A terça parte, queimá-la-ás no fogo, no meio da cidade,
quando se cumprirem os dias do cerco; tomarás outra terça parte, e com uma
espada feri-la-ás ao redor da cidade; e espalharás a outra terça parte ao vento;
e eu desembainharei a espada atrás deles.
3. E tomarás deles um
pequeno número, e atá-los-ás nas bordas da tua capa.
4. E ainda destes
tomarás alguns e, lançando-os no meio do fogo, os queimarás no fogo; e dali
sairá um fogo contra toda a casa de Israel.
5. Assim diz o Senhor
Deus: Esta é Jerusalém; coloquei-a no meio das nações, estando os países ao seu
redor;
6. ela, porém, se rebelou perversamente contra os meus juízos,
mais do que as nações, e os meus estatutos mais do que os países que estão ao
redor dela; porque rejeitaram as minhas ordenanças, e não andaram nos meus
preceitos.
7. Portanto assim diz o Senhor Deus: Porque sois mais
turbulentos do que as nações que estão ao redor de vós, e não tendes andado nos
meus estatutos, nem guardado os meus juízos, e tendes procedido segundo as
ordenanças das nações que estão ao redor de vós;
8. por isso assim diz
o Senhor Deus: Eis que eu, sim, eu, estou contra ti; e executarei juízos no meio
de ti aos olhos das nações.
9. E por causa de todas as tuas
abominações farei sem ti o que nunca fiz, e coisas às quais nunca mais farei
semelhantes.
10. portanto os pais comerão a seus filhos no meio de ti,
e os filhos comerão a seus pais; e executarei em ti juízos, e todos os que
restarem de ti, espalhá-los-ei a todos os ventos.
11. Portanto, tão
certo como eu vivo, diz o Senhor Deus, pois que profanaste o meu santuário com
todas as tuas coisas detestáveis, e com todas as tuas abominações, também eu te
diminuirei; e não te perdoarei, nem terei piedade de ti.
12. uma terça
parte de ti morrerá da peste, e se consumirá de fome no meio de ti; e outra
terça parte cairá à espada em redor de ti; e a outra terça parte, espalha-la-ei
a todos os ventos, e desembainharei a espada atrás deles.
13. Assim se
cumprirá a minha ira, e satisfarei neles o meu furor, e me consolarei; e saberão
que sou eu, o Senhor, que tenho falado no meu zelo, quando eu cumprir neles o
meu furor.
14. Demais te farei uma desolação, e objeto de opróbrio
entre as nações que estão em redor de ti, à vista de todos os que
passarem.
15. E isso será objeto de opróbrio e ludíbrio, e escarmento
e espanto, às nações que estão em redor de ti, quando eu executar em ti juízos
com ira, e com furor, e com furiosos castigos. Eu, o Senhor, o
disse.
16. Quando eu enviar as malignas flechas da fome contra eles,
flechas para a destruição, as quais eu mandarei para vos destruir; e aumentarei
a fome sobre vós, e tirar-vos-ei o sustento do pão.
17. E enviarei
sobre vós a fome e feras, que te desfilharão; e a peste e o sangue passarão por
ti; e trarei a espada sobre ti. Eu, o Senhor, o disse.
[Ezequiel 6]Ezequiel 6
1. E veio a mim a palavra do
Senhor, dizendo:
2. Filho do homem, dirige o teu rosto para os montes
de Israel, e profetiza contra eles.
3. E dize: Montes de Israel, ouvi
a palavra do Senhor Deus. Assim diz o Senhor Deus aos montes, aos outeiros, às
ravinas e aos vales: Eis que eu, sim eu, trarei a espada sobre vós, e destruirei
os vossos altos.
4. E serão assolados os vossos altares, e quebrados
os vossos altares de incenso; e arrojarei os vossos mortos diante dos vossos
ídolos.
5. E porei os cadáveres dos filhos de Israel diante dos seus
ídolos, e espalharei os vossos ossos em redor dos vossos altares.
6.
Em todos os vossos lugares habitáveis as cidades serão destruídas, e os altos
assolados; para que os vossos altares sejam destruídos e assolados, e os vossos
ídolos se quebrem e sejam destruídos, e os altares de incenso sejam cortados, e
desfeitas as vossas obras.
7. E os traspassados cairão no meio de vós,
e sabereis que eu sou o Senhor.
8. Contudo deixarei com vida um
restante, visto que tereis alguns que escaparão da espada entre as nações,
quando fordes espalhados pelos países.
9. Então os que dentre vós
escaparem se lembrarão de mim entre as nações para onde forem levados em
cativeiro, quando eu lhes tiver quebrantado o coração corrompido, que se desviou
de mim, e cegado os seus olhos, que se vão corrompendo após os seus ídolos; e
terão nojo de si mesmos, por causa das maldades que fizeram em todas as suas
abominações.
10. E saberão que eu sou o Senhor; não disse debalde que
lhes faria este mal.
11. Assim diz o Senhor Deus: Bate com a mão, e
bate com o teu pé, e dize: Ah! por causa de todas as péssimas abominações da
casa de Israel; pois eles cairão à espada, e de fome, e de peste.
12.
O que estiver longe morrerá de peste; e, o que está perto cairá à espada; e o
que ficar de resto e cercado morrerá de fome; assim cumprirei o meu furor contra
eles.
13. Então sabereis que eu sou o Senhor, quando os seus mortos
estiverem estendidos no meio dos seus ídolos, em redor dos seus altares, em todo
outeiro alto, em todos os cumes dos montes, e debaixo de toda árvore verde, e
debaixo de todo carvalho frondoso, lugares onde ofereciam suave cheiro a todos
os seus ídolos.
14. E estenderei a minha mão sobre eles, e farei a
terra desolada e erma, em todas as suas habitações; desde o deserto até Dibla; e
saberão que eu sou o Senhor.
[Ezequiel 7]Ezequiel
7
1. Demais veio a palavra do Senhor a mim,
dizendo:
2. E tu, ó filho do homem, assim diz o Senhor Deus à terra de
Israel: Vem o fim, o fim vem sobre os quatro cantos da terra.
3. Agora
vem o fim sobre ti, e enviarei sobre ti a minha ira, e te julgarei conforme os
teus caminhos; e trarei sobre ti todas as tuas abominações.
4. E não
te pouparei, nem terei piedade de ti; mas eu te punirei por todos os teus
caminhos, enquanto as tuas abominações estiverem no meio de ti; e sabereis que
eu sou o Senhor.
5. Assim diz o Senhor Deus: Mal sobre mal! eis que
vem!
6. Vem o fim, o fim vem, despertou-se contra ti; eis que
vem.
7. Vem a tua ruína, ó habitante da terra! Vem o tempo; está perto
o dia, o dia de tumulto, e não de gritos alegres, sobre os montes.
8.
Agora depressa derramarei o meu furor sobre ti, e cumprirei a minha ira contra
ti, e te julgarei conforme os teus caminhos; e te punirei por todas as tuas
abominações.
9. E não te pouparei, nem terei piedade; conforme os teus
caminhos, assim te punirei, enquanto as tuas abominações estiverem no meio de
ti; e sabereis que eu, o Senhor, castigo.
10. Eis o dia! Eis que vem!
Veio a tua ruína; já floresceu a vara, já brotou a soberba. :
11. A
violência se levantou em vara de iniqüidade. nada restará deles, nem da sua
multidão, nem dos seus bens. Não haverá eminência entre eles.
12. Vem
o tempo, é chegado o dia; não se alegre o comprador, e não se entristeça o
vendedor; pois a ira está sobre toda a multidão deles.
13. Na verdade
o vendedor não tornará a possuir o que vendeu, ainda que esteja por longo tempo
entre os viventes; pois a visão, no tocante a toda a multidão deles, não voltará
atrás; e ninguém prosperará na vida, pela sua iniqüidade.
14. Já
tocaram a trombeta, e tudo prepararam, mas não há quem vá à batalha; pois sobre
toda a multidão deles está a minha ira.
15. Fora está a espada, e
dentro a peste e a fome; o que estiver no campo morrerá à espada; e o que
estiver na cidade, a fome e a peste o consumirão.
16. E se escaparem
alguns sobreviventes, estarão sobre os montes, como pombas dos vales, todos
gemendo, cada um por causa da sua iniqüidade.
17. Todas as mãos se
enfraquecerão, e todos os joelhos se tornarão fracos como água.
18. E
se cingirão de sacos, e o terror os cobrirá; e sobre todos os rostos haverá
vergonha e sobre todas as suas cabeças calva.
19. A sua prata,
lançá-la-ão pelas ruas, e o seu ouro será como imundícia; nem a sua prata nem o
seu ouro os poderá livrar no dia do furor do Senhor; esses metais não lhes
poderão saciar a fome, nem lhes encher o estômago; pois serviram de tropeço da
sua iniqüidade.
20. Converteram em soberba a formosura dos seus
adornos, e deles fizeram as imagens das suas abominações, e as suas coisas
detestáveis; por isso eu a fiz para eles como uma coisa imunda.
21. E
entregá-la-ei nas mãos dos estrangeiros por presa, e aos ímpios da terra por
despojo; e a profanarão.
22. E desviarei deles o meu rosto, e
profanarão o meu lugar oculto; porque entrarão nele saqueadores, e o
profanarão.
23. Faze uma cadeia, porque a terra está cheia de crimes
de sangue, e a cidade está cheia de violência.
24. Pelo que trarei
dentre as nações os piores, que possuirão as suas casas; e farei cessar a
soberba dos poderosos; e os seus lugares santos serão profanados.
25.
Quando vier a angústia eles buscarão a paz, mas não haverá paz.
26.
Miséria sobre miséria virá, e se levantará rumor sobre rumor; e buscarão do
profeta uma visão; mas do sacerdote perecerá a lei, e dos anciãos o
conselho.
27. O rei pranteará, e o príncipe se vestirá de desolação, e
as mãos do povo da terra tremerão de medo. Conforme o seu caminho lhes farei, e
conforme os seus merecimentos os julgarei; e saberão que eu sou o
Senhor.
[Ezequiel 8]Ezequiel
8
1. Sucedeu pois, no sexto ano, no mês sexto, no
quinto dia do mês, estando eu assentado na minha casa, e os anciãos de Judá
assentados diante de mim, que ali a mão do Senhor Deus caiu sobre
mim.
2. Então olhei, e eis uma semelhança como aparência de fogo.
Desde a aparência dos seus lombos, e para baixo, era fogo; e dos seus lombos, e
para cima, como aspecto de resplendor, como e brilho de âmbar.
3. E
estendeu a forma duma mão, e me tomou por uma trança da minha cabeça; e o
Espírito me levantou entre a terra e o céu, e nas visões de Deus me trouxe a
Jerusalém, até a entrada da porta do pátio de dentro, que olha para o norte,
onde estava o assento da imagem do ciúme, que provoca ciúme.
4. E eis
que a glória do Deus de Israel estava ali, conforme a semelhança que eu tinha
visto no vale.
5. Então me disse: Filho do homem, levanta agora os
teus olhos para o caminho do norte. Levantei, pois, os meus olhos para o caminho
do norte, e eis que ao norte da porta do altar, estava esta imagem do ciúme na
entrada.
6. E ele me disse: Filho do homem, vês tu o que eles estão
fazendo? as grandes abominações que a casa de Israel faz aqui, para que me
afaste do meu santuário; Mas verás ainda outras grandes
abominações.
7. E levou-me à porta do átrio; então olhei, e eis que
havia um buraco na parede.
8. Então ele me disse: Filho do homem, cava
agora na parede. E quando eu tinha cavado na parede, eis que havia uma
porta.
9. Disse-me ainda: Entra, e vê as ímpias abominações que eles
fazem aqui.
10. Entrei, pois, e olhei: E eis que toda a forma de
répteis, e de animais abomináveis, e todos os ídolos da casa de Israel, estavam
pintados na parede em todo o redor.
11. E setenta homens dos anciãos
da casa de Israel, com Jaazanias, filho de Safã, no meio deles, estavam em pé
diante das pinturas, e cada um tinha na mão o seu incensário; e subia o odor de
uma nuvem de incenso.
12. Então me disse: Viste, filho do homem, o que
os anciãos da casa de Israel fazem nas trevas, cada um nas suas câmaras pintadas
de imagens? Pois dizem: O Senhor não nos vê; o Senhor abandonou a
terra.
13. Também me disse: Verás ainda maiores abominações que eles
fazem.
14. Depois me levou à entrada da porta da casa do Senhor, que
olha para o norte; e eis que estavam ali mulheres assentadas chorando por
Tamuz.
15. Então me disse: Viste, filho do homem? Verás ainda maiores
abominações do que estas.
16. E levou-me para o átrio interior da casa
do Senhor; e eis que estavam à entrada do templo do Senhor, entre o pórtico e o
altar, cerca de vinte e cinco homens, de costas para o templo do Senhor, e com
os rostos para o oriente; e assim, virados para o oriente, adoravam o
sol.
17. Então me disse: Viste, filho do homem? Acaso é isto coisa
leviana para a casa de Judá, o fazerem eles as abominações que fazem aqui? pois,
havendo enchido a terra de violência, tornam a provocar-me à ira; e ei-los a
chegar o ramo ao seu nariz.
18. Pelo que também eu procederei com
furor; o meu olho não poupará, nem terei piedade. Ainda que me gritem aos
ouvidos com grande voz, contudo não os ouvirei.
[Ezequiel 9]Ezequiel 9
1. Então me gritou aos ouvidos
com grande voz, dizendo: Chegai, vós, os intendentes da cidade, cada um com as
suas armas destruidoras na mão.
2. E eis que vinham seis homens do
caminho da porta superior, que olha para o norte, e cada um com a sua arma de
matança na mão; e entre eles um homem vestido de linho, com um tinteiro de
escrivão à sua cintura. E entraram, e se puseram junto ao altar de
bronze.
3. E a glória do Deus de Israel se levantou do querubim sobre
o qual estava, e passou para a entrada da casa; e clamou ao homem vestido de
linho, que trazia o tinteiro de escrivão à sua cintura.
4. E disse-lhe
o Senhor: Passa pelo meio da cidade, pelo meio de Jerusalém, e marca com um
sinal as testas dos homens que suspiram e que gemem por causa de todas as
abominações que se cometem no meio dela.
5. E aos outros disse ele,
ouvindo eu: Passai pela cidade após ele, e feri; não poupe o vosso olho, nem vos
compadeçais.
6. Matai velhos, mancebos e virgens, criancinhas e
mulheres, até exterminá-los; mas não vos chegueis a qualquer sobre quem estiver
o sinal; e começai pelo meu santuário. Então começaram pelos anciãos que estavam
diante da casa.
7. E disse-lhes: Profanai a casa, e enchei os átrios
de mortos; saí. E saíram, e feriram na cidade.
8. Sucedeu pois que,
enquanto eles estavam ferindo, e ficando eu sozinho, caí com o rosto em terra, e
clamei, e disse: Ah Senhor Deus! destruirás todo o restante de Israel,
derramando a tua indignação sobre Jerusalém?
9. Então me disse: A
culpa da casa de Israel e de Judá é grandíssima, a terra está cheia de sangue, e
a cidade cheia de injustiça; pois eles dizem: O Senhor abandonou a terra; o
Senhor não vê.
10. Também, quanto a mim, não pouparei nem me
compadecerei; sobre a cabeça deles farei recair o seu caminho.
11. E
eis que o homem que estava vestido de linho, a cuja cintura estava o tinteiro,
tornou com a resposta, dizendo: Fiz como me ordenaste.
[Ezequiel 10]Ezequiel 10
1. Depois olhei, e eis que no
firmamento que estava por cima da cabeça dos querubins, apareceu sobre eles uma
como pedra de safira, semelhante em forma a um trono.
2. E falou ao
homem vestido de linho, dizendo: Vai por entre as rodas giradoras, até debaixo
do querubim, enche as tuas mãos de brasas acesas dentre os querubins, e
espalha-as sobre a cidade. E ele entrou à minha vista.
3. E os
querubins estavam de pé ao lado direito da casa, quando entrou o homem; e uma
nuvem encheu o átrio interior.
4. Então se levantou a glória do Senhor
de sobre o querubim, e passou para a entrada da casa; e encheu-se a casa duma
nuvem, e o átrio se encheu do resplendor da glória do Senhor.
5. E o
ruído das asas dos querubins se ouvia até o átrio exterior, como a voz do Deus
Todo-Poderoso, quando fala.
6. Sucedeu pois que, dando ele ordem ao
homem vestido de linho, dizendo: Toma fogo dentre as rodas, dentre os querubins,
entrou ele, e pôs-se junto a uma roda.
7. Então estendeu um querubim a
sua mão de entre os querubins para o fogo que estava entre os querubins; e tomou
dele e o pôs nas mãos do que estava vestido de linho, o qual o tomou, e
saiu.
8. E apareceu nos querubins uma semelhança de mão de homem
debaixo das suas asas.
9. Então olhei, e eis quatro rodas junto aos
querubins, uma roda junto a um querubim, e outra roda junto a outro querubim; e
o aspecto das rodas era como o brilho de pedra de crisólita.
10. E,
quanto ao seu aspecto, as quatro tinham a mesma semelhança, como se estivesse
uma roda no meio doutra roda.
11. Andando elas, iam em qualquer das
quatro direções sem se virarem quando andavam, mas para o lugar para onde olhava
a cabeça, para esse andavam; não se viravam quando andavam.
12. E todo
o seu corpo, as suas costas, as suas mãos, as suas asas, e as rodas que os
quatro tinham, estavam cheias de olhos em redor.
13. E, quanto às
rodas, elas foram chamadas rodas giradoras, ouvindo-o eu.
14. E cada
um tinha quatro rostos: o primeiro rosto era rosto de querubim, o segundo era
rosto de homem, o terceiro era rosto de leão, e o quarto era rosto de
águia.
15. E os querubins se elevaram ao alto. Eles são os mesmos
seres viventes que vi junto ao rio Quebar.
16. E quando os querubins
andavam, andavam as rodas ao lado deles; e quando os querubins levantavam as
suas asas, para se elevarem da terra, também as rodas não se separavam do lado
deles.
17. Quando aqueles paravam, paravam estas; e quando aqueles se
elevavam, estas se elevavam com eles; pois o espírito do ser vivente estava
nelas.
18. Então saiu a glória do Senhor de sobre a entrada da casa, e
parou sobre os querubins.
19. E os querubins alçaram as suas asas, e
se elevaram da terra à minha vista, quando saíram, acompanhados pelas rodas ao
lado deles; e pararam à entrada da porta oriental da casa do Senhor, e a glória
do Deus de Israel estava em cima sobre eles.
20. São estes os seres
viventes que vi debaixo do Deus de Israel, junto ao rio Quebar; e percebi que
eram querubins.
21. Cada um tinha quatro rostos e cada um quatro asas;
e debaixo das suas asas havia a semelhança de mãos de homem.
22. E a
semelhança dos seus rostos era a dos rostos que eu tinha visto junto ao rio
Quebar; tinham a mesma aparência, eram eles mesmos; cada um andava em linha reta
para a frente.
[Ezequiel 11]Ezequiel
11
1. Então me levantou o Espírito, e me levou à porta
oriental da casa do Senhor, a qual olha para o oriente; e eis que estavam à
entrada da porta vinte e cinco homens, e no meio deles vi a Jaazanias, filho de
Azur, e a Pelatias, filho de Benaías, príncipes do povo.
2. E
disse-me: Filho do homem, estes são os homens que maquinam a iniqüidade, e dão
ímpio conselho nesta cidade;
3. os quais dizem: Não está próximo o
tempo de edificar casas; esta cidade é a caldeira, e nós somos a
carne.
4. Portanto, profetiza contra eles; profetiza, ó filho do
homem.
5. E caiu sobre mim o Espírito do Senhor, e disse-me: Fala:
Assim diz o Senhor: Assim tendes dito, ó casa de Israel; pois eu conheço as
coisas que vos entram na mente.
6. Multiplicastes os vossos mortos
nesta cidade, e enchestes as suas ruas de mortos.
7. Portanto, assim
diz o Senhor Deus: Vossos mortos que deitastes no meio dela, esses são a carne,
e ela é a caldeira; a vós, porém, vos tirarei do meio dela.
8.
Temestes a espada, e a espada eu a trarei sobre vós, diz o Senhor
Deus.
9. E vos farei sair do meio dela, e vos entregarei na mão de
estrangeiros, e exercerei juízos entre vós.
10. Caireis à espada; nos
confins de Israel vos julgarei; e sabereis que eu sou o Senhor.
11.
Esta cidade não vos servirá de caldeira, nem vós servirei de carne no meio dela;
nos confins de Israel vos julgarei;
12. e sabereis que eu sou o
Senhor; pois não tendes andado nos meus estatutos, nem executado as minhas
ordenanças; antes tendes procedido conforme as ordenanças das nações que estão
em redor de vós.
13. E aconteceu que, profetizando eu, morreu
Pelatias, filho de Benaías. Então caí com o resto em terra, e clamei com grande
voz, e disse: Ah Senhor Deus! darás fim cabal ao remanescente de
Israel?
14. Então veio a mim a palavra do Senhor,
dizendo:
15. Filho do homem, teus irmãos, os teus próprios irmãos, os
homens de teu parentesco, e toda a casa de Israel, todos eles, são aqueles a
quem os habitantes de Jerusalém disseram: Apartai-vos para longe do Senhor; a
nós se nos deu esta terra em possessão.
16. Portanto, dize: Assim diz
o Senhor Deus: Ainda que os mandei para longe entre as nações, e ainda que os
espalhei pelas terras, todavia lhes servirei de santuário por um pouco de tempo,
nas terras para onde foram.
17. Portanto, dize: Assim diz o senhor
Deus: Hei de ajuntar-vos do meio dos povos, e vos recolherei do meio das terras
para onde fostes espalhados, e vos darei a terra de Israel.
18. E
virão ali, e tirarão dela todas as suas coisas detestáveis e todas as suas
abominações.
19. E lhes darei um só coração, e porei dentro deles um
novo espírito; e tirarei da sua carne o coração de pedra, e lhes darei um
coração de carne,
20. para que andem nos meus estatutos, e guardem as
minhas ordenanças e as cumpram; e eles serão o meu povo, e eu serei o seu
Deus.
21. Mas, quanto àqueles cujo coração andar após as suas coisas
detestáveis, e das suas abominações, eu farei recair nas suas cabeças o seu
caminho, diz o Senhor Deus.
22. Então os querubins elevaram as suas
asas, estando as rodas ao lado deles; e a glória do Deus de Israel estava em
cima sobre eles.
23. E a glória do Senhor se alçou desde o meio da
cidade, e se pôs sobre o monte que está ao oriente da cidade.
24.
Então o Espírito me levantou, e me levou na visão pelo Espírito de Deus para a
Caldéia, para os exilados. Assim se foi de mim a visão que eu tinha
visto.
25. E falei aos do cativeiro todas as coisas que o Senhor me
tinha mostrado.
[Ezequiel 12]Ezequiel
12
1. Ainda veio a mim a palavra do Senhor,
dizendo:
2. Filho do homem, tu habitas no meio da casa rebelde, que
tem olhos para ver e não vê, e tem ouvidos para ouvir e não ouve; porque é casa
rebelde.
3. Tu, pois, ó filho do homem, prepara-te os trastes para
mudares para o exílio, e de dia muda à vista deles; e do teu lugar mudarás para
outro lugar à vista deles; bem pode ser que reparem nisso, ainda que eles são
casa rebelde.
4. À vista deles, pois, tirarás para fora, de dia, os
teus trastes, como para mudança; então tu sairás de tarde à vista deles, como
quem sai para o exílio.
5. Faze para ti, à vista deles, uma abertura
na parede, e por ali sairás.
6. À vista deles levarás aos ombros os
teus trastes, e às escuras os transportarás, e cobrirás o teu rosto, para que
não vejas o chão; porque te pus por sinal à casa de Israel.
7. E fiz
assim, como se me deu ordem: os meus trastes tirei para fora de dia, como para o
exílio; então à tarde fiz com a mão uma abertura na parede; às escuras saí,
carregando-os aos ombros, à vista deles.
8. E veio a mim a palavra do
Senhor, pela manhã, dizendo:
9. Filho do homem, não te perguntou a
casa de Israel, aquela casa rebelde: Que fazes tu?
10. Dize-lhes:
Assim diz o Senhor Deus: Este oráculo se refere ao príncipe em Jerusalém, e a
toda a casa de Israel que está no meio dela.
11. Dize: Eu sou o vosso
sinal: Assim como eu fiz, assim se lhes fará a eles; irão para o exílio para o
cativeiro,
12. E o príncipe que está no meio deles levará aos ombros
os trastes, e às escuras sairá; ele fará uma abertura na parede e sairá por ela;
ele cobrirá o seu rosto, pois com os seus olhos não verá o chão.
13.
Também estenderei a minha rede sobre ele, e ele será apanhado no meu laço; e o
levarei para Babilônia, para a terra dos caldeus; contudo não a verá, ainda que
ali morrerá.
14. E todos os que estiverem ao redor dele para seu
socorro e todas as suas tropas, espalhá-los-ei a todos os ventos; e
desembainharei a espada atrás deles.
15. Assim saberão que eu sou o
Senhor, quando eu os dispersar entre as nações e os espalhar entre os
países.
16. Mas deles deixarei ficar alguns poucos, escapos da espada,
da fome, e da peste, para que confessem todas as suas abominações entre as
nações para onde forem; e saberão que eu sou o Senhor.
17. Ainda veio
a mim a palavra do Senhor, dizendo:
18. Filho do homem, come o teu pão
com tremor, e bebe a tua água com estremecimento e com receio.
19. E
dirás ao povo da terra: Assim diz o Senhor Deus acerca dos habitantes de
Jerusalém, na terra de Israel: O seu pão comerão com receio, e a sua água
beberão com susto pois a sua terra será despojada de sua abundância, por causa
da violência de todos os que nela habitam.
20. E as cidades habitadas
serão devastadas, e a terra se tornará em desolação; e sabereis que eu sou o
Senhor.
21. E veio ainda a mim a palavra do Senhor,
dizendo:
22. Filho do homem, que provérbio é este que vós tendes na
terra de Israel, dizendo: Dilatam-se os dias, e falha toda a
visão?
23. Portanto, dize-lhes: Assim diz o Senhor Deus: Farei cessar
este provérbio, e não será mais usado em Israel; mas dize-lhes: Estão próximos
os dias, e o cumprimento de toda a visão.
24. Pois não haverá mais
nenhuma visão vã, nem adivinhação lisonjeira, no meio da casa de
Israel.
25. Porque eu sou o Senhor; falarei, e a palavra que eu falar
se cumprirá. Não será mais adiada; pois em nossos dias, ó casa rebelde, falarei
a palavra e a cumprirei, diz o Senhor Deus.
26. Veio mais a mim a
palavra do Senhor, dizendo:
27. Filho do homem, eis que os da casa de
Israel dizem: A visão que este vê é para muitos dias no futuro, e ele profetiza
de tempos que estão longe.
28. Portanto dize-lhes: Assim diz o Senhor
Deus: Não será mais adiada nenhuma das minhas palavras, mas a palavra que falei
se cumprirá, diz o Senhor Deus.
[Ezequiel 13]Ezequiel
13
1. E veio a mim a palavra do Senhor,
dizendo:
2. Filho do homem, profetiza contra os profetas de Israel e
dize a esses videntes que só profetizam o que vê o seu coração: Ouvi a palavra
do Senhor.
3. Assim diz o Senhor Deus: Ai dos profetas insensatos, que
seguem o seu próprio
4. Os teus profetas, ó Israel, têm sido como
raposas nos desertos.
5. Não subistes às brechas, nem fizestes uma
cerca para a casa de Israel, para que permaneça firme na peleja no dia do
Senhor.
6. Viram vaidade e adivinhação mentirosa os que dizem: O
Senhor diz; quando o Senhor não os enviou; e esperam que seja cumprida a
palavra.
7. Acaso não tivestes visão de vaidade, e não falastes
adivinhação mentirosa, quando dissestes: O Senhor diz; sendo que eu tal não
falei?
8. Portanto assim diz o Senhor Deus: Porque tendes falado
vaidade, e visto mentiras, por isso eis que eu sou contra vós, diz o Senhor
Deus.
9. E a minha mão será contra os profetas que vêem vaidade e que
adivinham mentira; não estarão no concílio do meu povo, nem nos registros da
casa de Israel se escreverão, nem entrarão na terra de Israel; e sabereis que eu
sou o Senhor Deus.
10. Portanto, sim, porquanto desviaram o meu povo,
dizendo: Paz; e não há paz; e quando se edifica uma parede, eis que a rebocam de
argamassa fraca;
11. dize aos que a rebocam de argamassa fraca que ela
cairá. Sobrevirá forte chuva, grandes pedras de saraiva cairão, e um vento
tempestuoso a fenderá.
12. Ora, eis que, caindo a parede, não vos
dirão: Onde está o reboco de que a rebocastes?
13. Portanto assim diz
o Senhor Deus: fendê-la-ei no meu furor com vento tempestuoso e, na minha ira,
farei cair forte chuva, e grandes pedras de saraiva, na minha indignação, para a
consumir.
14. E derribarei a parede que rebocastes com argamassa
fraca, e darei com ela por terra, de modo que seja descoberto o seu fundamento;
quando ela cair, vós perecereis no meio dela; e sabereis que eu sou o
Senhor.
15. Assim cumprirei o meu furor contra a parede, e contra os
que a rebocam de argamassa fraca; e vos direi: A parede já não existe, nem
aqueles que a rebocaram, a saber,
16. os profetas de Israel, que
profetizam acerca de Jerusalém, e vêem para ela visão de paz, não havendo paz,
diz o Senhor Deus.
17. E tu, ó filho do homem, dirige o teu rosto
contra as filhas do teu povo, que profetizam de seu próprio coração; e profetiza
contra elas.
18. e dize: Assim diz o Senhor Deus: Ai das que cosem
pulseiras mágicas para todos os braços, e que fazem véus para as cabeças de
pessoas de toda estatura para caçarem as almas! Porventura caçareis as almas do
meu povo? e conservareis em vida almas para vosso proveito?
19. Vós me
profanastes entre o meu povo por punhados de cevada, e por pedaços de pão,
matando aqueles que não haviam de morrer, e guardando vivos aqueles que não
haviam de viver, mentindo ao meu povo que escuta a mentira.
20.
Portanto assim diz o Senhor Deus: Eis aqui eu sou contra as vossas pulseiras
mágicas com que vós ali caçais as almas como aves, e as arrancarei de vossos
braços; e soltarei as almas, sim as almas que vós caçais como
aves.
21. Também rasgarei os vossos véus, e livrarei o meu povo das
vossas mãos, e eles não estarão mais em vossas mãos para serem caçados; e
sabereis que eu sou e Senhor.
22. Visto que entristecestes o coração
do justo com falsidade, não o havendo eu entristecido, e fortalecestes as mãos
do ímpio, para que não se desviasse do seu mau caminho, e vivesse;
23.
portanto não tereis mais visões vãs, nem mais fareis adivinhações; mas livrarei
o meu povo das vossas mãos, e sabereis que eu sou o Senhor.
[Ezequiel
14]Ezequiel 14
1. Então vieram a mim
alguns homens dos anciãos de Israel, e se assentaram diante de mim.
2.
E veio a mim a palavra do Senhor, dizendo:
3. Filho do homem, estes
homens deram lugar nos seus corações aos seus ídolos, e puseram o tropeço da sua
maldade diante da sua face; devo eu de alguma maneira ser interrogado por
eles?
4. Portanto fala com eles, e dize-lhes: Assim diz o Senhor Deus:
Qualquer homem da casa de Israel que der lugar no seu coração aos seus ídolos, e
puser o tropeço da sua maldade diante da sua face, e vier ao profeta, eu, o
Senhor, lhe responderei nisso conforme a multidão dos seus ídolos;
5.
para que possa apanhar a casa de Israel no seu coração, porquanto todos são
alienados de mim pelos seus ídolos.
6. Portanto dize à casa de Israel:
Assim diz o Senhor Deus: Convertei-vos, e deixai os vossos ídolos; e desviai os
vossos rostos de todas as vossas abominações.
7. Porque qualquer homem
da casa de Israel, ou dos estrangeiros que peregrinam em Israel, que se alienar
de mim e der lugar no seu coração aos seus ídolos, e puser tropeço da sua
maldade diante do seu rosto, e vier ao profeta para me consultar a favor de si
mesmo, eu, o Senhor, lhe responderei por mim mesmo;
8. e porei o meu
rosto contra o tal homem, e o farei um espanto, um sinal e um provérbio, e
exterminá-lo-ei do meio do meu povo; e sabereis que eu sou o
Senhor.
9. E se o profeta for enganado, e falar alguma coisa, eu, o
Senhor, terei enganado esse profeta; e estenderei a minha mão contra ele, e
destruí-lo-ei do meio do meu povo Israel.
10. E levarão o seu castigo.
O castigo do profeta será como o castigo de quem o consultar;
11. para
que a casa de Israel não se desvie mais de mim, nem mais se contamine com todas
as suas transgressões; mas que sejam eles o meu povo, e seja eu o seu Deus, diz
o Senhor Deus.
12. Veio ainda a mim a palavra do Senhor,
dizendo:
13. Filho do homem, quando uma terra pecar contra mim, agindo
traiçoeiramente, então estenderei a minha mão contra ela, e lhe quebrarei o
báculo do pão, e enviarei contra ela a fome, e dela exterminarei homens e
animais;
14. ainda que estivessem no meio dela estes três homens, Noé,
Daniel e Jó, eles pela sua justiça, livrariam apenas a sua própria vida, diz o
Senhor Deus.
15. Se eu fizer passar pela terra bestas feras, e estas a
assolarem, de modo que ela fique desolada, sem que ninguém possa passar por ela
por causa das feras;
16. ainda que esses três homens estivessem no
meio dela, vivo eu, diz o Senhor Deus, que nem a filhos nem a filhas livrariam;
eles só ficariam livres; a terra, porém, seria assolada.
17. Ou, se eu
trouxer a espada sobre aquela terra, e disser: Espada, passa pela terra; de modo
que eu extermine dela homens e animais;
18. ainda que aqueles três
homens estivessem nela, vivo eu, diz o Senhor Deus, eles não livrariam nem
filhos nem filhas, mas eles só ficariam livres.
19. Ou, se eu enviar a
peste sobre aquela terra, e derramar o meu furor sobre ela com sangue, para
exterminar dela homens e animais;
20. ainda que Noé, Daniel e Jó
estivessem no meio dela, vivo eu, diz o Senhor Deus, eles não livrariam nem
filho nem filha, tão somente livrariam as suas próprias vidas pela sua
justiça.
21. Pois assim diz o Senhor Deus: Quanto mais quando eu
enviar contra Jerusalém os meus quatro juízos violentos, a espada, a fome, as
bestas-feras e a peste, pura exterminar dela homens e animais?
22.
Mas, se ainda restarem nela alguns sobreviventes que levem para fora filhos e
filhas, quando eles saírem a ter convosco, vereis o seu caminho e os seus
feitos, e ficareis consolados do mal que eu trouxe sobre Jerusalém, até de tudo
o que trouxe sobre ela.
23. E sereis consolados, quando virdes o seu
caminho e os seus feitos; e sabereis que não fiz sem razão tudo quanto nela
tenho feito, diz o Senhor.
[Ezequiel 15]Ezequiel
15
1. De novo veio a mim a palavra do Senhor,
dizendo:
2. Filho do homem, que mais do que qualquer outro pau é o da
videira, o sarmento que está entre as árvores do bosque?
3. Tema-se
dele madeira para fazer alguma obra? ou toma-se dele alguma estaca, para se lhe
pendurar algum traste?
4. Eis que é lançado no fogo, para servir de
pasto; o fogo devora ambas as suas extremidades, e o meio dele fica também
queimado; serve para alguma obra?
5. Ora, quando estava inteiro, não
servia para obra alguma; quanto menos, estando consumido ou carbonizado pelo
fogo, se faria dele qualquer obra?
6. Portanto, assim diz o Senhor
Deus: Como entre as árvores do bosque é o pau da videira, que entreguei para
servir de pasto ao fogo, assim entregarei os habitantes de
Jerusalém.
7. E porei a minha face contra eles; eles sairão do fogo,
mas o fogo os devorará; e sabereis que eu sou o Senhor, quando tiver posto a
minha face contra eles.
8. Farei da terra uma desolação, porquanto
eles se houveram traiçoeiramente, diz o Senhor Deus.
[Ezequiel 16]Ezequiel 16
1. Ainda veio a mim a palavra do
Senhor, dizendo:
2. Filho do homem, faze conhecer a Jerusalém seus
atos abomináveis;
3. e dize: Assim diz o Senhor Deus a Jerusalém: A
tua origem e o teu nascimento procedem da terra dos cananeus. Teu pai era
amorreu, e a tua mãe hetéia.
4. E, quanto ao teu nascimento, no dia em
que nasceste não te foi cortado o umbigo, nem foste lavada com água, para te
alimpar; nem tampouco foste esfregada com sal, nem envolta em
faixas;
5. ninguém se apiedou de ti para te fazer alguma destas
coisas, compadecido de ti; porém foste lançada fora no campo, pelo nojo de ti,
no dia em que nasceste.
6. E, passando eu por ti, vi-te banhada no teu
sangue, e disse-te: Ainda que estás no teu sangue, vive; sim, disse-te: Ainda
que estás no teu sangue, vive.
7. Eu te fiz multiplicar como o renovo
do campo. E cresceste, e te engrandeceste, e alcançaste grande formosura.
Formaram-se os teus seios e cresceu o teu cabelo; contudo estavas nua e
descoberta.
8. Então, passando eu por ti, vi-te, e eis que o teu tempo
era tempo de amores; e estendi sobre ti a minha aba, e cobri a tua nudez; e
dei-te juramento, e entrei num pacto contigo, diz o Senhor Deus, e tu ficaste
sendo minha.
9. Então te lavei com água, alimpei-te do teu sangue e te
ungi com óleo.
10. Também te vesti de bordados, e te calcei com pele
de dugongo, cingi-te de linho fino, e te cobri de seda.
11. Também te
ornei de enfeites, e te pus braceletes nas mãos e um colar ao
pescoço.
12. E te pus um pendente no nariz, e arrecadas nas orelhas, e
uma linda coroa na cabeça.
13. Assim foste ornada de ouro e prata, e o
teu vestido foi de linho fino, de seda e de bordados; de flor de farinha te
nutriste, e de mel e azeite; e chegaste a ser formosa em extremo, e subiste até
a realeza.
14. Correu a tua fama entre as nações, por causa da tua
formosura, pois era perfeita, graças ao esplendor que eu tinha posto sobre ti,
diz o Senhor Deus.
15. Mas confiaste na tua formosura, e te
corrompeste por causa da tua fama; e derramavas as tuas prostituições sobre todo
o que passava, para seres dele.
16. E tomaste dos teus vestidos e
fizeste lugares altos adornados de diversas cores, e te prostituíste sobre eles,
como nunca sucedera, nem sucederá.
17. Também tomaste as tuas belas
jóias feitas do meu ouro e da minha prata que eu te havia dado, e te fizeste
imagens de homens, e te prostituíste com elas;
18. e tomaste os teus
vestidos bordados, e as cobriste; e puseste diante delas o meu azeite e o meu
incenso.
19. E o meu pão que te dei, a flor de farinha, e o azeite e o
mel, com que eu te sustentava, também puseste diante delas em cheiro suave, diz
o Senhor Deus.
20. Além disto, tomaste a teus filhos e tuas filhas,
que me geraras, e lhos sacrificaste, para serem devorados pelas chamas. Acaso
foi a tua prostituição de tão pouca monta,
21. que havias de matar
meus filhos e lhos entregar, fazendo os passar pelo fogo?
22. E em
todas as tuas abominações, e nas tuas prostituições, não te lembraste dos dias
da tua mocidade, quando tu estavas nua e descoberta, e jazias no teu
sangue.
23. E sucedeu, depois de toda a tua maldade (ai, ai de ti! diz
o Senhor Deus),
24. que te edificaste uma câmara abobadada, e fizeste
lugares altos em todas as praças.
25. A cada canto do caminho
edificaste o teu lugar alto, e fizeste abominável a tua formosura, e alargaste
os teus pés a todo o que passava, e multiplicaste as tuas
prostituições.
26. Também te prostituíste com os egípcios, teus
vizinhos, grandemente carnais; e multiplicaste a tua prostituição, para me
provocares à ira.
27. Pelo que estendi a minha mão sobre ti, e diminuí
a tua porção; e te entreguei à vontade dos que te odeiam, das filhas dos
filisteus, as quais se envergonhavam do teu caminho depravado.
28.
Também te prostituíste com os assírios, porquanto eras insaciável; contudo,
prostituindo-te com eles, nem ainda assim ficaste farta.
29. Demais
multiplicaste as tuas prostituições na terra de tráfico, isto é, até Caldéia, e
nem ainda com isso te fartaste.
30. Quão fraco é teu coração, diz o
Senhor Deus, fazendo tu todas estas coisas, obra duma meretriz
desenfreada,
31. edificando a tua câmara abobadada no canto de cada
caminho, e fazendo o teu lugar alto em cada rua! Não foste sequer como a
meretriz, pois desprezaste a paga;
32. tens sido como a mulher
adúltera que, em lugar de seu marido, recebe os estranhos.
33. A todas
as meretrizes se dá a sua paga, mas tu dás presentes a todos es teus amantes; e
lhes dás peitas, para que venham a ti de todas as partes, pelas tuas
prostituições.
34. Assim és diferente de outras mulheres nas tuas
prostituições; pois ninguém te procura para prostituição; pelo contrário tu dás
a paga, e não a recebes; assim és diferente.
35. Portanto, ó meretriz,
ouve a palavra do Senhor.
36. Assim diz o Senhor Deus: Pois que se
derramou a tua lascívia, e se descobriu a tua nudez nas tuas prostituições com
os teus amantes; por causa também de todos os ídolos das tuas abominações, e do
sangue de teus filhos que lhes deste;
37. portanto eis que ajuntarei
todos os teus amantes, com os quais te deleitaste, como também todos os que
amaste, juntamente com todos os que odiaste, sim, ajuntá-los-ei contra ti em
redor, e descobrirei a tua nudez diante deles, para que vejam toda a tua
nudez.
38. E julgar-te-ei como são julgadas as adúlteras e as que
derramam sangue; e entregar-te-ei ao sangue de furor e de ciúme.
39.
Também te entregarei nas mãos dos teus inimigos, e eles derribarão a tua câmara
abobadada, e demolirão os teus altos lugares, e te despirão os teus vestidos, e
tomarão as tuas belas jóias, e te deixarão nua e descoberta.
40. Então
farão subir uma hoste contra ti, e te apedrejarão, e te traspassarão com as suas
espadas.
41. E queimarão as tuas casas a fogo, e executarão juízos
contra ti, à vista de muitas mulheres; e te farei cessar de ser meretriz, e paga
não darás mais.
42. Assim satisfarei em ti o meu furor, e os meus
ciúmes se desviarão de ti; também me aquietarei, e não tornarei mais a me
indignar.
43. Porquanto não te lembraste dos dias da tua mocidade, mas
me provocaste à ira com todas estas coisas, eis que eu farei recair o teu
caminho sobre a tua cabeça diz o Senhor Deus. Pois não acrescentaste a
infidelidade a todas as tuas abominações?
44. Eis que todo o que usa
de provérbios usará contra ti deste provérbio: Tal mãe, tal filha.
45.
Tu és filha de tua mãe, que tinha nojo de seu marido e de seus filhos; e tu és
irmã de tuas irmãs, que tinham nojo de seus maridos e de seus filhos. Vossa mãe
foi hetéia, e vosso pai amorreu.
46. E tua irmã maior, que habita à
tua esquerda, é Samária, ela juntamente com suas filhas; e tua irmã menor, que
habita à tua mão direita, é Sodoma e suas filhas.
47. Todavia não
andaste nos seus caminhos, nem fizeste conforme as suas abominações; mas, como
se isso mui pouco fora, ainda te corrompeste mais do que elas, em todos os teus
caminhos.
48. Vivo eu, diz o Senhor Deus, não fez Sodoma, tua irmã,
nem ela nem suas filhas, como fizeste tu e tuas filhas.
49. Eis que
esta foi a iniqüidade de Sodoma, tua irmã: Soberba, fartura de pão, e próspera
ociosidade teve ela e suas filhas; mas nunca fortaleceu a mão do pobre e do
necessitado.
50. Também elas se ensoberbeceram, e fizeram abominação
diante de mim; pelo que, ao ver isso, as tirei do seu lugar.
51.
Demais Samária não cometeu metade de teus pecados; e multiplicaste as tuas
abominações mais do que elas, e justificaste a tuas irmãs, com todas as
abominações que fizeste.
52. Tu, também, pois que deste sentença
favorável a tuas irmãs, leva a tua vergonha; por causa de teus pecados, que
fizeste mais abomináveis do que elas, mais justas são elas do que tu;
confunde-te logo também, e sofre a tua vergonha, porque justificaste a tuas
irmãs.
53. Eu, pois, farei tornar do cativeiro a elas, a Sodoma e suas
filhas, a Samária e suas filhas, e aos de vós que são cativos no meio
delas;
54. para que sofras a tua vergonha, e sejas envergonhada por
causa de tudo o que fizeste, dando-lhes tu consolação.
55. Quanto a
tuas irmãs, Sodoma e suas filhas, tornarão ao seu primeiro estado; e Samária e
suas filhas tornarão ao seu primeiro estado; também tu e tuas filhas tornareis
ao vosso primeiro estado.
56. Não foi Sodoma, tua irmã, um provérbio
na tua boca, no dia da tua soberba,
57. antes que fosse descoberta a
tua maldade? Agora, de igual modo, te fizeste objeto de opróbrio das filhas da
Síria, e de todos os que estão ao redor dela, e para as filhas dos filisteus,
que te desprezam em redor.
58. Pela tua perversidade e as tuas
abominações estás sofrendo, diz o Senhor.
59. Pois assim diz o Senhor
Deus: Eu te farei como fizeste, tu que desprezaste o juramento, quebrantando o
pacto.
60. Contudo eu me lembrarei do meu pacto, que fiz contigo nos
dias da tua mocidade; e estabelecerei contigo um pacto eterno.
61.
Então te lembrarás dos teus caminhos, e ficarás envergonhada, quando receberes
tuas irmãs, as mais velhas e as mais novas, e eu tas der por filhas, mas não por
causa do pacto contigo.
62. E estabelecerei o meu pacto contigo, e
saberás que eu sou o Senhor;
63. para que te lembres, e te
envergonhes, e nunca mais abras a tua boca, por causa da tua vergonha, quando eu
te perdoar tudo quanto fizeste, diz o Senhor Deus.
[Ezequiel 17]Ezequiel 17
1. Ainda veio a mim a palavra do
Senhor, dizendo:
2. Filho do homem, propõe um enigma, e profere uma
alegoria à casa de Israel;
3. e dize: Assim diz o Senhor Deus: uma
grande águia, de grandes asas e de plumagem comprida, cheia de penas de várias
cores, veio ao Líbano e tomou o mais alto ramo dum cedro;
4. arrancou
a ponta mais alta dos seus, raminhos, e a levou a uma terra de comércio; e a pôs
numa cidade de comerciantes.
5. Também tomou da semente da terra, e a
lançou num solo frutífero; pô-la junto a muitas águas; e plantou-a como
salgueiro.
6. E brotou, e tornou-se numa videira larga, de pouca
altura, virando-se para ela os seus ramos, e as suas raízes estavam debaixo
dela. Tornou-se numa videira, e produzia sarmentos, e lançava
renovos.
7. Houve ainda outra grande águia, de grandes asas, e cheia
de penas; e eis que também esta videira lançou para ela as suas raízes, e
estendeu para ela os seus ramos desde as auréolas em que estava plantada, para
que ela a regasse.
8. Numa boa terra, junto a muitas águas, estava ela
plantada, para produzir ramos, e para dar fruto, a fim de que fosse videira
excelente.
9. Dize: Assim diz o Senhor Deus: Acaso prosperará ela? Não
lhe arrancará a águia as raízes, e não lhe cortará o fruto, para que se seque?
para que se sequem todas as folhas de seus renovos? Não será necessário nem
braço forte, nem muita gente, para arrancá-la pelas raízes.
10. Mas,
estando plantada, prosperará? Não se secará de todo, quando a tocar o vento
oriental? Nas auréolas onde cresceu se secará.
11. Então veio a mim a
palavra do Senhor, dizendo:
12. Dize, pois, à casa rebelde: Não sabeis
o que significam estas coisas? Dize-lhes: Eis que veio o rei de Babilônia a
Jerusalém, e tomou o seu rei e os seus príncipes, e os levou consigo para
Babilônia;
13. e tomou um da estirpe real, e fez pacto com ele, e o
juramentou. E aos poderosos da terra removeu,
14. para que o reino
ficasse humilhado, e não se levantasse, embora, guardando o seu pacto, pudesse
subsistir.
15. Mas ele se rebelou contra o rei de Babilônia, enviando
os seus embaixadores ao Egito, para que se lhe mandassem cavalos e muita gente.
Prosperará ou escapará aquele que faz tais coisas? Quebrará o pacto e
escapará?
16. Como eu vivo, diz o Senhor Deus, no lugar em que habita
o rei que o fez reinar, cujo juramento desprezou, e cujo pacto quebrou, sim, com
ele no meio de Babilônia certamente morrerá.
17. Não lhe prestará
Faraó ajuda em guerra, nem com seu grande exército, nem com sua companhia
numerosa, quando se levantarem tranqueiras e se edificarem baluartes, para
destruir muitas vidas.
18. Porquanto desprezou o juramento e quebrou o
pacto, porquanto deu a sua mão, e ainda fez todas estas coisas, ele não
escapará.
19. Portanto, assim diz o Senhor Deus: Vivo eu, que o meu
juramento que desprezou, e o meu pacto que violou, isso farei recair sobre a sua
cabeça.
20. E estenderei sobre ele a minha rede, e ficará preso no meu
laço; e o levarei a Babilônia, e ali entrarei em juízo com ele por causa da
traição que cometeu contra mim.
21. E a fina flor de todas as suas
tropas cairá à espada, e os que restarem serão espalhados a todos os ventos; e
sabereis que eu, o Senhor, o disse.
22. Assim diz o Senhor Deus:
Também eu tomarei um broto do topo do cedro, e o plantarei; do principal dos
seus renovos cortarei o mais tenro, e o plantarei sobre um monte alto e
sublime.
23. No monte alto de Israel o plantarei; e produzirá ramos, e
dará fruto, e se fará um cedro excelente. Habitarão debaixo dele aves de toda a
sorte; à sombra dos seus ramos habitarão.
24. Assim saberão todas as
árvores do campo que eu, o Senhor, abati a árvore alta, elevei a árvore baixa,
sequei a árvore verde, e fiz reverdecer a árvore seca; eu, e Senhor, o disse, e
o farei.
[Ezequiel 18]Ezequiel
18
1. De novo veio a mim a palavra do Senhor,
dizendo:
2. Que quereis vós dizer, citando na terra de Israel este
provérbio: Os pais comeram uvas verdes, e os dentes dos filhos se
embotaram?
3. Vivo eu, diz e Senhor Deus, não se vos permite mais usar
deste provérbio em Israel.
4. Eis que todas as almas são minhas; como
o é a alma do pai, assim também a alma do filho é minha: a alma que pecar, essa
morrerá.
5. Sendo pois o homem justo, e procedendo com retidão e
justiça,
6. não comendo sobre os montes, nem levantando os seus olhes
para os ídolos da casa de Israel, nem contaminando a mulher do seu próximo, nem
se chegando à mulher na sua separação;
7. não oprimindo a ninguém,
tornando, porém, ao devedor e seu penhor, e não roubando, repartindo e seu pão
com o faminto, e cobrindo ao nu com vestido;
8. não emprestando com
usura, e não recebendo mais de que emprestou, desviando a sua mão da injustiça,
e fazendo verdadeira justiça entre homem e homem;
9. andando nos meus
estatutos, e guardando as minhas ordenanças, para proceder segundo a verdade;
esse é justo, certamente viverá, diz o Senhor Deus,
10. E se ele gerar
um filho que se torne salteador, que derrame sangue, que faça a seu irmão
qualquer dessas coisas;
11. e que não cumpra com nenhum desses
deveres, porém coma sobre os montes, e contamine a mulher de seu
próximo,
12. oprima ao pobre e necessitado, pratique roubos, não
devolva o penhor, levante os seus olhos para os ídolos, cometa
abominação,
13. empreste com usura, e receba mais do que emprestou;
porventura viverá ele? Não viverá! Todas estas abominações, ele as praticou;
certamente morrerá; o seu sangue será sobre ele.
14. Eis que também,
se este por sua vez gerar um filho que veja todos os pecados que seu pai fez,
tema, e não cometa coisas semelhantes,
15. não coma sobre os montes,
nem levante os olhos para os ídolos da casa de Israel, e não contamine a mulher
de seu próximo,
16. nem oprima a ninguém, e não empreste sob penhores,
nem roube, porém reparta o seu pão com o faminto, e cubra ao nu com
vestido;
17. que aparte da iniqüidade a sua mão, que não receba usura
nem mais do que emprestou, que observe as minhas ordenanças e ande nos meus
estatutos; esse não morrerá por causa da iniqüidade de seu pai; certamente
viverá.
18. Quanto ao seu pai, porque praticou extorsão, e roubou os
bens do irmão, e fez o que não era bom no meio de seu povo, eis que ele morrerá
na sua iniqüidade.
19. contudo dizeis: Por que não levará o filho a
iniqüidade do pai? Ora, se o filho proceder com retidão e justiça, e guardar
todos os meus estatutos, e os cumprir, certamente viverá.
20. A alma
que pecar, essa morrerá; o filho não levará a iniquidade do pai, nem o pai
levará a iniquidade do filho, A justiça do justo ficará sobre ele, e a impiedade
do ímpio cairá sobre ele.
21. Mas se o ímpio se converter de todos os
seus pecados que cometeu, e guardar todos os meus estatutos, e preceder com
retidão e justiça, certamente viverá; não morrerá.
22. De todas as
suas transgressões que cometeu não haverá lembrança contra ele; pela sua justiça
que praticou viverá.
23. Tenho eu algum prazer na morte do ímpio? diz
o Senhor Deus. Não desejo antes que se converta dos seus caminhos, e
viva?
24. Mas, desviando-se o justo da sua justiça, e cometendo a
iniqüidade, fazendo conforme todas as abominações que faz o ímpio, porventura
viverá? De todas as suas justiças que tiver feito não se fará memória; pois pela
traição que praticou, e pelo pecado que cometeu ele morrerá.
25.
Dizeis, porém: O caminho do Senhor não é justo. Ouvi, pois, ó casa de Israel:
Acaso não é justo o meu caminho? não são os vossos caminhos que são
injustos?
26. Desviando-se o justo da sua justiça, e cometendo
iniqüidade, morrerá por ela; na sua iniqüidade que cometeu
morrerá.
27. Mas, convertendo-se o ímpio da sua impiedade que cometeu,
e procedendo com retidão e justiça, conservará este a sua alma em
vida.
28. pois que reconsidera, e se desvia de todas as suas
transgressões que cometeu, certamente viverá, não morrerá.
29.
Contudo, diz a casa de Israel: O caminho do Senhor não é justo. Acaso não são
justos os meus caminhos, ó casa de Israel, Não são antes os vossos caminhos que
são injustos?
30. Portanto, eu vos julgarei, a cada um conforme os
seus caminhos, ó casa de Israel, diz o Senhor Deus. Vinde, e convertei-vos de
todas as vossas transgressões, para que a iniqüidade não vos leve à
perdição.
31. Lançai de vós todas as vossas transgressões que
cometestes contra mim; e criai em vós um coração novo e um espírito novo; pois,
por que morrereis, ó casa de Israel,
32. Porque não tenho prazer na
morte de ninguém, diz o Senhor Deus; convertei-vos, pois, e
vivei,
[Ezequiel 19]Ezequiel
19
1. E tu levanta uma lamentação sobre os príncipes de
Israel,
2. e dize: Que de leoa foi tua mãe entre os leões! Deitou-se
no meio dos leõezinhos, criou os seus cachorros.
3. Assim criou um dos
seus cachorrinhos, o qual, fazendo-se leão novo, aprendeu a apanhar a presa; e
devorou homens.
4. Ora as nações ouviram falar dele; foi apanhado na
cova delas; e o trouxeram com ganchos à terra do Egito.
5. Vendo,
pois, ela que havia esperado, e que a sua esperança era perdida, tomou outro dos
seus cachorros, e fê-lo leão novo.
6. E este, rondando no meio dos
leões, veio a ser leão novo, e aprendeu a apanhar a presa; e devorou
homens.
7. E devastou os seus palácios, e destruiu as suas cidades; e
assolou-se a terra, e a sua plenitude, por causa do som do seu
rugido.
8. Então se ajuntaram contra ele as gentes das províncias ao
redor; estenderam sobre ele a rede; e ele foi apanhado na cova
delas.
9. E com ganchos meteram-no numa jaula, e o levaram ao rei de
Babilônia; fizeram-no entrar nos lugares fortes, para que se não ouvisse mais a
sua voz sobre os montes de Israel.
10. Tua mãe era como uma videira
plantada junto às águas; ela frutificou, e encheu-se de ramos, por causa das
muitas águas.
11. E tinha uma vara forte para cetro de governador, e
elevou-se a sua estatura entre os espessos ramos, e foi vista na sua altura com
a multidão dos seus ramos.
12. Mas foi arrancada com furor, e lançada
por terra; o vento oriental secou o seu fruto; quebrou-se e secou-se a sua forte
vara; o fogo a consumiu.
13. E agora está plantada no deserto, numa
terra seca e sedenta.
14. E duma vara dos seus ramos saiu fogo que
consumiu o seu fruto, de maneira que não há mais nela nenhuma vara forte para
servir de cetro para governar. Essa é a lamentação, e servirá de
lamentação.
[Ezequiel 20]Ezequiel
20
1. Ora aconteceu, no sétimo ano, no mês quinto, aos
dez do mês, que vieram alguns dos anciãos de Israel, para consultarem o Senhor;
e assentaram-se diante de mim.
2. Então veio a mim a palavra do
Senhor, dizendo:
3. Filho do homem, fala aos anciãos de Israel, e
dize-lhes: Assim diz o Senhor Deus: Vós vindes consultar-me, Vivo eu, que não me
deixarei ser consultado de vós, diz o Senhor Deus.
4. Acaso os
julgarás, faze-lhes saber as abominações de seus pais; e dize-lhes: Assim diz o
Senhor Deus: No dia em que escolhi a Israel, levantei a minha mão para a
descendência da casa de Jacó, e me deu a conhecer a eles na terra do Egito,
quando levantei a minha mão para eles, dizendo: Eu sou o Senhor vosso
Deus.
6. Naquele dia levantei a minha mão para eles, jurando que os
tiraria da terra do Egito para uma terra que lhes tinha espiado, que mana leite
e mel, a qual é a glória de todas as terras.
7. Então lhes disse:
Lançai de vós, cada um, as coisas abomináveis que encantam os seus olhos, e não
vos contamineis com os ídolos do Egito; eu sou o Senhor vosso Deus.
8.
Mas rebelaram-se contra mim, e não me quiseram ouvir; não lançaram de si, cada
um, as coisas abomináveis que encantavam os seus olhos, nem deixaram os ídolos
de Egito; então eu disse que derramaria sobre eles o meu furor, para cumprir a
minha ira contra eles no meio da terra do Egito.
9. O que fiz, porém,
foi por amor do meu nome, para que não fosse profanado à vista das nações, no
meio das quais eles estavam, a cujos olhos eu me dei a conhecer a eles,
tirando-os da terra do Egito.
10. Assim os tirei da terra do Egito, e
os levei ao deserto.
11. E dei-lhes os meus estatutos, e lhes mostrei
as minhas ordenanças, pelas quais o homem viverá, se as cumprir.
12.
Demais lhes dei também os meus sábados, para servirem de sinal entre mim e eles;
a fim de que soubessem que eu sou o Senhor que os santifica.
13. Mas a
casa de Israel se rebelou contra mim no deserto, não andando nos meus estatutos,
e rejeitando as minhas ordenanças, pelas quais o homem viverá, se as cumprir; e
profanaram grandemente os meus sábados; então eu disse que derramaria sobre eles
o meu furor no deserto, para os consumir.
14. O que fiz, porém, foi
por amor do meu nome, para que não fosse profanado à vista das nações perante as
quais os fiz sair.
15. E, contudo, eu levantei a minha mão para eles
no deserto, jurando que não os introduziria na terra que lhes tinha dado, que
mana leite e mel, a qual é a glória de todas as terras;
16. porque
rejeitaram as minhas ordenanças, e não andaram nos meus estatutos, e profanaram
os meus sábados; pois o seu coração andava após os seus ídolos.
17.
Não obstante os meus olhos os pouparam e não os destruí nem os consumi de todo
no deserto.
18. Mas disse eu a seus filhos no deserto: Não andeis nos
estatutos de vossos pais, nem guardeis as suas ordenanças, nem vos contamineis
com os seus ídolos.
19. Eu sou o Senhor vosso Deus; andai nos meus
estatutos, e guardai as minhas ordenanças, e executai-os
20. E
santificai os meus sábados; e eles servirão de sinal entre mim e vós para que
saibais que eu sou o Senhor vosso Deus.
21. Mas também os filhos se
rebelaram contra mim; não andaram nos meus estatutos nem guardaram as minhas
ordenanças para as praticarem, pelas quais o homem viverá, se as cumprir;
profanaram eles os meus sábados; por isso eu disse que derramaria sobre eles o
meu furor, para cumprir contra eles a minha ira no deserto.
22.
Todavia retive a minha mão, e procedi por amor do meu nome, para que não fosse
profanado à vista das nações, a cujos olhos os fiz sair.
23. Também
levantei a minha mão para eles no deserto, jurando que os espalharia entre as
nações, e os dispersaria entre os países;
24. porque não haviam
executado as minhas ordenanças, mas rejeitaram os meus estatutos, e profanaram
os meus sábados, e os seus olhos se iam após os ídolos de seus
pais.
25. Também lhes dei estatutos que não eram bons, e ordenanças
pelas quais não poderiam viver;
26. e os deixei contaminar-se em seus
próprios dons, nos quais faziam passar pelo fogo todos os que abrem a madre,
para os assolar, a fim de que soubessem que eu sou o Senhor.
27.
Portanto fala à casa de Israel, ó filho do homem, e dize-lhe: Assim diz o Senhor
Deus: Ainda nisto me blasfemaram vossos pais, que procederam traiçoeiramente
para comigo;
28. pois quando eu os havia introduzido na terra a
respeito da qual eu levantara a minha mão, jurando que lha daria, então olharam
para todo outeiro alto, e para toda árvore frondosa, e ofereceram ali os seus
sacrifícios, e apresentaram ali a provocação das suas ofertas; puseram ali os
seus cheiros suaves, e ali derramaram as suas libações.
29. E eu lhes
disse: Que significa o alto a que vós ides? Assim o seu nome ficou sendo Bamá,
até o dia de hoje.
30. Portanto dize à casa de Israel: Assim diz o
Senhor Deus: Acaso vós vos contaminais a vós mesmos, à maneira de vossos pais? e
vos prostituís com as suas abominações?
31. E, ao oferecerdes os
vossos dons, quando fazeis passar os vossos filhos pelo fogo, vós vos
contaminais com todos os vossos ídolos, até hoje. E eu hei de ser consultado por
vós, ó casa de Israel? Vivo eu, diz o Senhor Deus, que não serei consultado de
vós.
32. E o que veio ao vosso espírito de maneira alguma sucederá,
quando dizeis: Sejamos como as nações, como as tribos dos países, servindo ao
madeiro e à pedra.
33. Vivo eu, diz o Senhor Deus, certamente com mão
forte, e com braço estendido, e com indignação derramada, hei de reinar sobre
vós.
34. E vos tirarei dentre os povos, e vos congregarei dos países
nos quais fostes espalhados, com mão forte, e com braço estendido, e com
indignação derramada;
35. e vos levarei ao deserto dos povos; e ali
face a face entrarei em juízo convosco;
36. como entrei em juízo com
vossos pais, no deserto da terra do Egito, assim entrarei em juízo convosco, diz
o Senhor Deus.
37. Também vos farei passar debaixo da vara, e vos
farei entrar no vínculo do pacto;
38. e separarei dentre vós os
rebeldes, e os que transgridem contra mim; da terra das suas peregrinações os
tirarei, mas à terra de Israel não voltarão; e sabereis que eu sou o
Senhor.
39. Quanto a vós, ó casa de Israel, assim diz o Senhor Deus:
Ide, sirva cada um os seus ídolos; contudo mais tarde me ouvireis e não
profanareis mais o meu santo nome com as vossas dádivas e com os vossos
ídolos.
40. Pois no meu santo monte, no monte alto de Israel, diz o
Senhor Deus, ali me servirá toda a casa de Israel, toda ela, na terra; ali vos
aceitarei, e ali requererei as vossas ofertas, e as primícias das vossas
oblações, com todas as vossas coisas santas.
41. Como cheiro suave vos
aceitarei, quando eu vos tirar dentre os povos e vos congregar dos países em que
fostes espalhados; e serei santificado em vós à vista das nações.
42.
E sabereis que eu sou o Senhor, quando eu vos introduzir na terra de Israel, no
país a respeito do qual levantei a minha mão, jurando que o daria a vossos
pais.
43. Ali vos lembrareis de vossos caminhos, e de todos os vossos
atos com que vos tendes contaminado; e tereis nojo de vós mesmos, por causa de
todas as vossas maldades que tendes cometido.
44. E sabereis que eu
sou o Senhor, quando eu proceder para convosco por amor do meu nome, não
conforme os vossos maus caminhos, nem conforme os vossos atos corruptos, ó casa
de Israel, diz o senhor Deus.
45. E veio a mim a palavra do Senhor,
dizendo:
46. Filho do homem, dirige o teu rosto para o caminho do sul,
e derrama as tuas palavras contra o sul, e profetiza contra o bosque do campo do
sul.
47. E dize ao bosque do sul: Ouve a palavra do Senhor: Assim diz
o Senhor Deus: Eis que acenderei em ti um fogo que em ti consumirá toda árvore
verde e toda árvore seca; não se apagará a chama flamejante, antes com ela se
queimarão todos os rostos, desde o sul até o norte.
48. E verá toda a
carne que eu, o Senhor, o acendi; não se apagará.
49. Então disse eu:
Ah Senhor Deus! eles dizem de mim: Não é este um fazedor de
alegorias?
[Ezequiel 21]Ezequiel
21
1. Ainda veio a mim a palavra do Senhor,
dizendo:
2. Filho do homem, dirige o teu rosto para Jerusalém, e
derrama as tuas palavras contra os santuários, e profetiza contra a terra de
Israel.
3. E dize à terra de Israel: Assim diz o Senhor: Eis que estou
contra ti, e tirarei a minha espada da bainha, e exterminarei do meio de ti o
justo e o ímpio.
4. E, por isso que hei de exterminar do meio de ti o
justo e o ímpio, a minha espada sairá da bainha contra toda a carne, desde o sul
até o norte.
5. E saberá toda a carne que eu, o Senhor, tirei a minha
espada da bainha nunca mais voltará a ela.
6. Suspira, pois, ó filho
do homem; suspira à vista deles com quebrantamento dos teus lombos e com
amargura.
7. E será que, quando eles te disserem: Por que suspiras tu
dirás: por causa das novas, porque vêm; e todo coração desmaiará, e todas as
mãos se enfraquecerão, e todo espírito se angustiará, e todos os joelhos se
desfarão em águas; eis que vêm, e se realizarão, diz o Senhor Deus.
8.
E veio a mim a palavra do Senhor, dizendo:
9. Filho do homem,
profetiza, e dize: Assim diz o Senhor; dize: A espada, a espada está afiada e
polida.
10. Para matar está afiada, para reluzir está polida.
Alegrar-nos-emos pois? A vara de meu filho é que despreza todo o
madeiro.
11. E foi dada a polir para ser manejada; esta espada está
afiada e polida, para ser posta na mão do matador.
12. Grita e uiva, ó
filho do homem, porque ela será contra o meu povo, contra todos os príncipes de
Israel. Estes juntamente com o meu povo estão entregues à espada; bate pois na
tua coxa.
13. Porque se faz uma prova; e que será se não mais existir
a vara desprezadora, diz o Senhor Deus.
14. Tu pois, ó filho do homem,
profetiza, e bate com as mãos uma na outra; e dobre-se a espada até a terceira
vez, a espada dos mortalmente feridos; é a espada para a grande matança, a que
os rodeia.
15. Para que se derreta o coração, e se multipliquem os
tropeços, é que contra todas as suas portas pus a ponta da espada; ah! ela foi
feita como relâmpago, e está aguçada para matar.
16. e espada, une as
tuas forças, vira-te para a direita; prepara-te, vira-te para a esquerda, para
onde quer que o teu rosto se dirigir.
17. Também eu baterei com as
minhas mãos uma na outra, e farei descansar a minha indignação; eu, o Senhor, o
disse.
18. De novo veio a mim a palavra de Senhor,
dizendo:
19. Tu pois, ó filho do homem, propõe-te dois caminhos, por
onde venha a espada do rei de Babilônia. Ambos procederão de uma mesma terra; e
grava um marco, grava-o no princípio do caminho da cidade.
20. Um
caminho proporás, por onde virá a espada contra Rabá dos filhos de Amom, e
contra Judá, em Jerusalém, a fortificada.
21. Pois o rei de Babilônia
está parado na encruzilhada, no princípio dos dois caminhos, para fazer
adivinhações; ele sacode as flechas, consulta os terafins, atenta para o
fígado.
22. Na sua mão direita estava a adivinhação sobre Jerusalém,
para dispor os aríetes, para abrir a boca, ordenando a matança, para levantar a
voz com júbilo, para pôr os aríetes contra as portas, para levantar tranqueiras,
para edificar baluartes.
23. Isso será como adivinhação vã aos olhos
daqueles que lhes fizerem juramentos; mas ele se lembrará da iniqüidade, para
que sejam apanhados.
24. Portanto assim diz o Senhor Deus: Visto que
fizestes ser lembrada a vossa iniqüidade, descobrindo-se as vossas
transgressões, aparecendo os vossos pecados em todos os vossos atos; visto que
viestes em memória, sereis apanhados com a mão.
25. E tu, ó profano e
ímpio príncipe de Israel, cujo dia é chegado no tempo da punição
final;
26. assim diz o Senhor Deus: Remove o diadema, e tira a coroa;
esta não será a mesma: exalta ao humilde, e humilha ao soberbo.
27. Ao
revés, ao revés, ao revés o porei; também o que é não continuará assim, até que
venha aquele a quem pertence de direito; e lho darei a ele.
28. E tu,
ó filho do homem, profetiza e dize: Assim diz o Senhor Deus acerca dos filhos de
Amom, e acerca do opróbrio deles; dize pois: A espada, a espada está
desembainhada, polida para a matança, para consumir, para ser como
relâmpago.
29. Enquanto eles têm visões vãs a teu respeito, e
adivinham mentiras a fim de que seja posta no pescoço dos ímpios, que estão
mortalmente feridos, cujo dia é chegado no tempo da punição final.
30.
Torne a tua espada à sua bainha. No lugar em que foste criado, na terra do teu
nascimento, eu te julgarei.
31. Derramarei sobre ti a minha
indignação, assoprarei contra ti o fogo do meu furor; entregar-te-ei nas mãos
dos homens brutais, destros para destruírem.
32. Ao fogo servirás de
pasto; o teu sangue estará no meio da terra; não serás mais lembrado; porque eu,
o Senhor, o disse.
[Ezequiel 22]Ezequiel
22
1. Demais veio a mim a palavra do Senhor,
dizendo:
2. Tu pois, ó filho do homem, acaso julgarás, julgarás mesmo
a cidade sanguinária? Então faze-lhe conhecer todas as suas
abominações,
3. e dize: Assim diz o Senhor Deus: A cidade que derrama
o sangue dentro de si, para que venha o seu tempo! que faz ídolos contra si
mesma, para se contaminar!
4. Pelo teu sangue que derramaste te
fizeste culpada, e pelos teus ídolos que fabricaste te contaminaste; e fizeste
aproximar-se o teu dia, e é chegado o fim dos teus anos. Por isso eu te fiz o
opróbrio das nações e o escárnio de todas as terras.
5. As que estão
perto e as que estão longe de ti escarnecerão de ti, infamada, cheia de
tumulto.
6. Eis que os príncipes de Israel, que estão em ti, cada um
conforme o seu poder, se esforçam para derramarem sangue.
7. No meio
de ti desprezaram ao pai e à mãe; no meio de ti usaram de opressão para com o
estrangeiro; no meio de ti foram injustos para com o órfão e a
viúva.
8. As minhas coisas santas desprezaste, e os meus sábados
profanaste.
9. Em ti se acham homens que caluniam para derramarem
sangue; em ti há os que comem sobre os montes; e cometem perversidade no meio de
ti.
10. A vergonha do pai descobrem em ti; no meio de ti humilham a
que está impura, na sua separação.
11. Um comete abominação com a
mulher do seu próximo, outro contamina abominavelmente a sua nora, e outro
humilha no meio de ti a sua irmã, filha de seu pai.
12. Peitas se
recebem no meio de ti para se derramar sangue; recebes usura e ganhos ilícitos,
e usas de avareza com o teu próximo, oprimindo-o; mas de mim te esqueceste, diz
o Senhor Deus.
13. Eis que, portanto, bato as mãos contra o lucro
desonesto que ganhaste, e por causa do sangue que houve no meio de
ti.
14. Poderá estar firme o teu coração? poderão estar fortes as tuas
mãos, nos dias em que eu tratarei contigo? Eu, o Senhor, o disse, e o
farei.
15. Espalhar-te-ei entre as nações e dispersar-te-ei pelas
terras; e de ti consumirei a tua imundícia.
16. E tu serás profanada
em ti mesma, aos olhos das nações, e saberás que eu sou o Senhor.
17.
De novo veio a mim a palavra do Senhor, dizendo:
18. Filho do homem, a
casa de Israel se tornou para mim em escória; todos eles são bronze, e estanho,
e ferro, e chumbo no meio da fornalha; em escória de prata eles se
tornaram.
19. Portanto assim diz o Senhor Deus: Pois que todos vós vos
tornastes em escória, por isso eis que eu vos ajuntarei no meio de
Jerusalém.
20. Como se ajuntam a prata, e o bronze, e o ferro, e o
chumbo, e o estanho, no meio da fornalha, para assoprar o fogo sobre eles, a fim
de se fundirem, assim vos ajuntarei na minha ira e no meu furor, e ali vos porei
e vos fundirei.
21. Sim, congregar-vos-ei, e assoprarei sobre vós o
fogo da minha ira; e sereis fundidos no meio dela.
22. Como se funde a
prata no meio da fornalha, assim sereis fundidos no meio dela; e sabereis que
eu, o Senhor, derramei o meu furor sobre vós.
23. Também veio a mim a
palavra do Senhor, dizendo:
24. Filho do homem, dize-lhe a ela: Tu és
uma terra que não está purificada, nem regada de chuvas no dia da
indignação.
25. Conspiração dos seus profetas há no meio dela, como um
leão que ruge, que arrebata a presa; eles devoram vidas humanas; tomam tesouros
e coisas preciosas; multiplicam as suas viúvas no meio dela.
26. Os
seus sacerdotes violentam a minha lei, e profanam as minhas coisas santas; não
fazem diferença entre o santo e o profano, nem ensinam a discernir entre o
impuro e o puro; e de meus sábados escondem os seus olhos, e assim sou profanado
no meio deles.
27. Os seus príncipes no meio dela são como lobos que
arrebatam a presa: derramando o sangue, e destruindo vidas, para adquirirem
lucro desonesto.
28. E os profetas têm feito para eles reboco com
argamassa fraca tendo visões falsas, e adivinhando-lhes mentira, dizendo: Assim
diz o Senhor Deus; sem que o Senhor tivesse falado.
29. O povo da
terra tem usado de opressão, e andado roubando e fazendo violência ao pobre e ao
necessitado, e tem oprimido injustamente ao estrangeiro.
30. E busquei
dentre eles um homem que levantasse o muro, e se pusesse na brecha perante mim
por esta terra, para que eu não a destruísse; porém a ninguém
achei.
31. Por isso eu derramei sobre eles a minha indignação; com o
fogo do meu furor os consumi; fiz que o seu caminho lhes recaísse sobre a
cabeça, diz o Senhor Deus.
[Ezequiel 23]Ezequiel
23
1. Veio mais a mim a palavra do Senhor,
dizendo:
2. Filho do homem, houve duas mulheres, filhas da mesma
mãe.
3. Estas se prostituíram no Egito; prostituíram-se na sua
mocidade; ali foram apertados os seus peitos, e ali foram apalpados os seios da
sua virgindade.
4. E os seus nomes eram: Aolá, a mais velha, e Aolibá,
sua irmã; e foram minhas, e tiveram filhos e filhas; e, quanto aos seus nomes,
Samária é Aolá, e Jerusalém é Aolibá.
5. Ora prostituiu-se Aolá, sendo
minha; e enamorou-se dos seus amantes, dos assírios, seus vizinhos,
6.
que se vestiam de azul, governadores e magistrados, todos mancebos cobiçáveis,
cavaleiros montados a cavalo.
7. Assim cometeu ela as suas devassidões
com eles, que eram todos a flor dos filhos da Assíria; e contaminou-se com todos
os ídolos de quem se enamorava.
8. E não deixou as suas impudicícias,
que trouxe do Egito; pois muitos se deitaram com ela na sua mocidade, e
apalparam os seios da sua virgindade, e derramaram sobre ela a sua
impudicícia.
9. Portanto a entreguei na mão dos seus amantes, na mão
dos filhos da Assíria, de quem se enamoravam.
10. Estes se descobriram
a sua vergonha; levaram-lhe os filhos e as filhas; e a ela mataram-na à espada;
e ela se tornou um provérbio entre as mulheres; pois sobre ela executaram
juízos.
11. Viu isso sua irmã Aolibá; contudo se corrompeu na sua
paixão mais do que ela, como também nas suas devassidões, que eram piores do que
as de sua irmã.
12. Enamorou-se dos filhos da Assíria, dos
governadores e dos magistrados seus vizinhos, vestidos com primor, cavaleiros
que andam montados em cavalos, todos mancebos cobiçáveis.
13. E vi que
se tinha contaminado; o caminho de ambas era o mesmo.
14. E ela
aumentou as suas impudicícias; porque viu homens pintados na parede, imagens dos
caldeus, pintadas de vermelho,
15. com os seus lombos cingidos, tendo
largos turbantes sobre as cabeças, todos com o parecer de príncipes, semelhantes
aos filhos de Babilônia em Caldéia, terra do seu nascimento.
16. Ela
se apaixonou deles, ao lançar sobre eles os olhos; e lhes mandou mensageiros até
Caldéia.
17. Então vieram a ela os filhos de Babilônia para o leito
dos amores, e a contaminaram com as suas impudicícias; e ela se contaminou com
eles; então a sua alma deles se alienou.
18. Assim pôs a descoberto as
suas devassidões, e descobriu a sua vergonha; então a minha alma se alienou
dela, assim como já se alienara a minha alma de sua irmã.
19. Todavia
ela multiplicou as suas prostituições, lembrando-se dos dias da sua mocidade, em
que se prostituira na terra do Egito,
20. apaixonando-se dos seus
amantes, cujas carnes eram como as de jumentos, e cujo fluxo era como o de
cavalos.
21. Assim desejaste a luxúria da tua mocidade, quando os
egípcios apalpavam os teus seios, para violentar os peitos da tua
mocidade.
22. Por isso, ó Aolibá, assim diz o Senhor Deus: Eis que eu
suscitarei contra ti os teus amantes, dos quais se alienara a tua alma, e os
trarei contra ti de todos os lados:
23. Os filhos de Babilônia, e
todos os caldeus de Pecode, e de Soá, e de Coa, juntamente com todos os filhos
da Assíria, mancebos cobiçáveis, governadores e magistrados, todos eles
príncipes e homens de renome, todos eles montados a cavalo.
24. E
virão contra ti com armas, carros e carroças, e com ajuntamento de povos; e se
porão contra ti em redor com paveses, e escudos, e capacetes; e lhes entregarei
o julgamento, e te julgarão segundo os seus juízos.
25. E porei contra
ti o meu zelo, e usarão de indignação contigo. Tirar-te-ão o nariz e as orelhas;
e o que te ficar de resto cairá à espada. Tomarão os teus filhos e as tuas
filhas, e o que em ti ficar será consumido pelo fogo.
26. Também te
despirão os teus vestidos, e te tomarão as tuas jóias de adorno.
27.
Assim farei cessar em ti a tua luxúria e a tua prostituição trazida da terra do
Egito; de modo que não levantarás os teus olhos para eles, nem te lembrarás mais
do Egito.
28. Pois assim diz o Senhor Deus: Eis que te entrego na mão
dos que odeias, na mão daqueles de quem está alienada a tua alma;
29.
e eles te tratarão com ódio, e levarão todo o fruto do teu trabalho, e te
deixarão nua e despida; e descobrir-se-á a vergonha da tua prostituição, e a tua
luxúria, e as tuas devassidões.
30. Estas coisas se te farão, porque
te prostituíste após as nações, e te contaminaste com os seus
ídolos.
31. No caminho de tua irmã andaste; por isso entregarei o seu
cálice na tua mão.
32. Assim diz o Senhor Deus: Beberás o cálice de
tua irmã, o qual é fundo e largo; servirás de riso e escárnio; o cálice leva
muito.
33. De embriaguez e de dor te encherás, do cálice de espanto e
de assolação, do cálice de tua irmã Samária.
34. Bebê-lo-ás pois, e
esgotá-lo-ás, e roerás os seus cacos, e te rasgarás teus próprios peitos; pois
eu o falei, diz o Senhor Deus.
35. Portanto, assim diz o Senhor Deus:
Como te esqueceste de mim, e me lançaste para trás das tuas costas, também
carregarás com a tua luxúria e as tuas devassidões.
36. Disse-me mais
o Senhor: Filho do homem, julgarás a Aolá e a Aolibá? Mostra-lhes, então, as
suas abominações.
37. Pois adulteraram, e sangue se acha nas suas
mãos; com os seus ídolos adulteraram, e até lhes ofereceram em holocausto, para
serem consumidos, os seus filhos, que de mim geraram.
38. E ainda isto
me fizeram: contaminaram o meu santuário no mesmo dia, e profanaram os meus
sábados
39. Porquanto, havendo sacrificado seus filhos aos seus
ídolos, vinham ao meu santuário no mesmo dia para o profanarem; e eis que assim
fizeram no meio da minha casa.
40. Além disto mandaram vir uns homens
de longe, aos quais fora enviado um mensageiro, e eis que vieram. Por amor deles
te levaste, pintaste os teus olhos, e te ornaste de enfeites,
41. e te
assentaste sobre um leito de honra, diante do qual estava uma mesa preparada; e
puseste sobre ela o meu incenso e o meu óleo.
42. Ouvia-se ali a voz
de uma multidão satisfeita; e com homens de classe baixa foram trazidos
beberrões do deserto; e eles puseram braceletes nas mãos das mulheres, e coroas
de esplendor nas suas cabeças.
43. Então disse eu da envelhecida em
adultérios: Agora deveras se contaminarão com ela e ela com eles.
44.
E entraram a ela, como quem entra a uma prostituta; assim entraram a Aolá e a
Aolibá, mulheres lascivas.
45. De maneira que homens justos são os que
as julgarão como se julgam as adúlteras, e como se julgam as que derramam o
sangue; porque adúlteras são, e sangue há nas suas mãos.
46. Pois
assim diz o Senhor Deus: Farei subir contra elas uma hoste e as entregarei ao
tumulto e ao saque.
47. E a hoste apedrejá-las-á, e as matará à
espada; trucidará a seus filhos e suas filhas, e queimará as suas casas a
fogo.
48. Assim farei cessar da terra a lascívia, para que se
escarmentem todas as mulheres, e não procedam conforme a vossa
lascivia.
49. E a vós vos pagarão o vosso procedimento lascivo e
levareis os pecados dos vossos ídolos; e sabereis que eu sou o Senhor
Deus.
[Ezequiel 24]Ezequiel
24
1. Demais veio a mim a palavra do Senhor, no ano
nono, do décimo mês, aos dez do mês, dizendo:
2. Filho do homem,
escreve o nome deste dia, deste mesmo dia; o rei de Babilônia acaba de sitiar
Jerusalém neste dia.
3. E propõe à casa rebelde uma alegoria, e
dize-lhe: Assim diz o Senhor Deus: Põe a caldeira ao lume, põe-na, e deita-lhe
água dentro;
4. mete nela os pedaços de carne, todos os bons pedaços,
a coxa e a espádua; enche-a de ossos escolhidos.
5. Escolhe o melhor
do rebanho, ajunta um montão de lenha debaixo da caldeira dos ossos; faze-a
ferver bem, e cozam-se dentro dela os seus ossos.
6. Portanto, assim
diz o Senhor Deus: Ai da cidade sanguinária, da caldeira, que está enferrujada
por dentro, e cuja ferrugem não saiu dela! tira dela a carne pedaço por pedaço;
não caiu sorte sobre ela;
7. porque o seu sangue está no meio dela;
sobre uma penha descalvada ela o pôs; não o derramou sobre o chão, para o cobrir
com pó.
8. Foi para fazer subir a minha indignação para tomar
vingança, que eu pus o seu sangue numa penha descalvada, para que não fosse
coberto.
9. Portanto, assim diz o Senhor Deus: Ai da cidade
sanguinária! também eu farei grande a fogueira.
10. Amontoa a lenha,
acende o fogo, ferve bem a carne, engrossando o caldo, e sejam queimados os
ossos.
11. Então a porás vazia sobre as suas brasas, para que ela
aqueça, e se derreta o seu cobre, e se funda a sua imundícia no meio dela, e se
consuma a sua ferrugem.
12. Ela tem-se cansado com trabalhos; contudo
não sai dela a sua muita ferrugem pelo fogo.
13. A ferrugem é a tua
imundícia de luxúria, porquanto te purifiquei, e tu não te purificaste, não
serás purificada nunca da tua imundícia, enquanto eu não tenha satisfeito sobre
ti a minha indignação.
14. Eu, o Senhor, o disse: será assim, e o
farei; não tornarei atrás, e não pouparei, nem me arrependerei; conforme os teus
caminhos, e conforme os teus feitos, te julgarei, diz o Senhor
Deus.
15. Também veio a mim a palavra do Senhor,
dizendo:
16. Filho do homem, eis que dum golpe tirarei de ti o desejo
dos teus olhos; todavia não te lamentarás, nem chorarás, nem te correrão as
lágrimas.
17. Geme, porém, em silêncio; não faças lamentação pelos
mortos; ata na cabeça o teu turbante, e mete nos pés os teus sapatos; não cubras
os teus lábios e não comas o pão dos homens.
18. Assim falei ao povo
pela manhã, e à tarde morreu minha mulher; e fiz pela manhã como se me deu
ordem.
19. E o povo me perguntou: Não nos farás saber o que significam
para nós estas coisas que estás fazendo?
20. Então lhes respondi: Veio
a mim a palavra do Senhor, dizendo:
21. Dize à casa de Israel: Assim
diz o Senhor Deus: Eis que eu profanarei o meu santuário, o orgulho do vosso
poder, a delícia dos vossos olhos, e o desejo da vossa alma; e vossos filhos e
vossas filhas, que deixastes, cairão à espada.
22. Fareis pois como eu
fiz: não vos cobrireis os lábios, e não comereis o pão dos homens;
23.
tereis na cabeça os vossos turbantes, e os vossos sapatos nos pés; não vos
lamentareis, nem chorareis, mas definhar-vos-eis nas vossas iniqüidades, e
gemereis uns com os outros.
24. Assim vos servirá Ezequiel de sinal;
conforme tudo quanto ele fez, assim fareis vós; e quando isso suceder, então
sabereis que eu sou o Senhor Deus.
25. Também quanto a ti, filho do
homem, no dia que eu lhes tirar a sua fortaleza, o gozo do seu ornamento, a
delícia dos seus olhos, e o desejo dos seus corações, juntamente com seus filhos
e suas filhas,
26. nesse dia virá ter contigo algum fugitivo para te
trazer as notícias.
27. Nesse dia abrir-se-á a tua boca para com o
fugitivo, e falarás, e por mais tempo não ficarás mudo; assim virás a ser para
eles um sinal; e saberão que eu sou o Senhor.
[Ezequiel 25]Ezequiel 25
1. De novo veio a mim a palavra
do Senhor, dizendo:
2. Filho do homem, dirige o teu rosto contra os
filhos de Amom, e profetiza contra eles.
3. E dize aos amonitas: Ouvi
a palavra do Senhor Deus: Assim diz o Senhor Deus: Visto que tu disseste: Ah!
contra o meu santuário quando foi profanado, e contra a terra de Israel quando
foi assolada, e contra a casa de Judá quando foi para o cativeiro;
4.
por isso eis que te entregarei em possessão ao povo do Oriente, e em ti
estabelecerão os seus acampamentos, e porão em ti as suas moradas. Eles comerão
os teus frutos, e beberão o teu leite.
5. E farei de Rabá uma
estrebaria de camelos, e dos amonitas um curral de rebanhos; e sabereis que eu
sou o Senhor.
6. Porque assim diz o Senhor Deus: Visto como bateste
com as mãos, e pateaste com os pés, e te alegraste com todo o despeito do teu
coração contra a terra de Israel;
7. portanto eis que eu tenho
estendido a minha mão contra ti, e te darei por despojo às nações, e te
arrancarei dentre os povos, e te destruirei dentre os países, e de todo acabarei
contigo; e saberás que eu sou o Senhor.
8. Assim diz o Senhor Deus:
Visto como dizem em Moabe. e Seir: Eis que a casa de Judá é como todas as
nações;
9. portanto, eis que eu abrirei o lado de Moabe desde as
cidades, desde as suas cidades que estão pela banda das fronteiras, a glória do
país, Bete-Jesimote, Baal-Meom, e até Quiriataim,
10. e ao povo do
Oriente, juntamente com os filhos de Amom, eu o entregarei em possessão, para
que não haja mais memória dos filhos de Amom entre as nações.
11.
Também executarei juízos contra Moabe; e saberão que eu sou o
Senhor.
12. Assim diz o Senhor Deus: Pois que Edom se houve
vingativamente para com a casa de Judá, e se fez culpadíssimo, vingando-se
deles.
13. portanto assim diz o Senhor Deus: Também estenderei a minha
mão contra Edom, e arrancarei dele homens e animais; e o tornarei em deserto
desde Temã; e cairão à espada até Dedã.
14. E exercerei a minha
vingança sobre Edom, pela mão do meu povo de Israel; e farão em Edom segundo a
minha ira e segundo o meu furor; e conhecerão a minha vingança, diz o Senhor
Deus.
15. Assim diz o Senhor Deus: Porquanto os filisteus se houveram
vingativamente, e executaram vingança com despeito de coração, para destruírem
com perpétua inimizade;
16. portanto assim diz o Senhor Deus: Eis que
estendo a minha mão contra os filisteus, e arrancarei os quereteus, e destruirei
o resto da costa do mar.
17. E executarei neles grandes vinganças, com
furiosos castigos; e saberão que eu sou o Senhor, quando eu tiver exercido a
minha vingança sobre eles.
[Ezequiel 26]Ezequiel
26
1. Ora sucedeu no undécimo ano, ao primeiro do mês,
que veio a mim a palavra do Senhor, dizendo:
2. Filho do homem, visto
como Tiro disse no tocante a Jerusalém: Ah! está quebrada a porta dos povos;
está aberta para mim; eu me encherei, agora que ela está assolada;
3.
portanto assim diz o Senhor Deus: Eis que eu sou contra ti, ó Tiro, e farei
subir contra ti muitas nações, como o mar faz subir as suas ondas.
4.
Elas destruirão os muros de Tiro, e derrubarão as suas torres; e eu varrerei o
seu solo, e dela farei uma rocha descalvada.
5. Ela virá a ser no meio
do mar um enxugadouro de redes; pois eu o falei, diz o Senhor Deus; e ela
servirá de despojo para as nações.
6. Também suas filhas que estão no
campo serão mortas à espada; e saberão que eu sou o Senhor.
7. Porque
assim diz o Senhor Deus: Eis que eu trarei contra Tiro a Nabucodonosor, rei de
Babilônia, desde o norte, o rei dos reis, com cavalos, e com carros, e com
cavaleiros, sim, companhias e muito povo.
8. As tuas filhas ele matará
à espada no campo; e construirá fortes contra ti, levantará contra ti uma
tranqueira, e alçará paveses contra ti;
9. dirigirá os golpes dos seus
arietes contra os teus muros, e derrubará as tuas torres com os seus
machados.
10. Por causa da multidão de seus cavalos te cobrirá o seu
pó; os teus muros tremerão com o estrondo dos cavaleiros, e das carroças, e dos
carros, quando ele entrar pelas tuas portas, como quem entra numa cidade em que
se fez brecha.
11. Com as patas dos seus cavalos pisará todas as tuas
ruas; ao teu povo matará à espada, e as tuas fortes colunas cairão por
terra.
12. Também eles roubarão as tuas riquezas e saquearão as tuas
mercadorias; derrubarão os teus muros e arrasarão as tuas casas agradáveis; e
lançarão no meio das águas as tuas pedras, as tuas madeiras, e o teu
solo.
13. E eu farei cessar o arruído das tuas cantigas, e o som das
tuas harpas não se ouvira mais;
14. e farei de ti uma rocha
descalvada; viras a ser um enxugadouro das redes, nunca mais serás edificada;
pois eu, o Senhor, o falei, diz o Senhor Deus.
15. Assim diz o Senhor
Deus a Tiro: Acaso não tremerão as ilhas com o estrondo da tua queda, quando
gemerem os feridos, quando se fizer a matança no meio de ti?
16. Então
todos os príncipes do mar descerão dos seus tronos, e porão de lado os seus
mantos, e despirão as suas vestes bordadas; de tremores se vestirão; sobre a
terra se assentarão; e estremecerão a cada momento, e de ti se
espantarão.
17. E farão uma lamentação sobre ti, e te dirão: Como
pereceste, ó povoada de navegantes, ó cidade afamada, que foste forte no mar! tu
e os teus moradores que atemorizastes a todos os que habitam ao teu
redor!
18. Agora estremecerão as ilhas no dia da tua queda; sim, as
ilhas, que estão no mar, espantar-se-ão da tua saída.
19. Pois assim
diz o Senhor Deus: Quando eu te fizer uma cidade assolada, como as cidades que
não se habitam, quando fizer subir sobre ti o abismo, e as muitas águas te
cobrirem,
20. então te farei descer com os que descem à cova, ao povo
antigo, e te farei habitar nas mais baixas partes da terra, em lugares desertos
de há muito, juntamente com os que descem à cova, para que não sejas habitada; e
estabelecerei a glória na terra dos viventes.
21. Farei de ti um
grande espanto, e não mais existirás; embora te procurem, contudo, nunca serás
achada, diz o Senhor Deus.
[Ezequiel 27]Ezequiel
27
1. De novo veio a mim a palavra do Senhor,
dizendo:
2. Tu pois, ó filho do homem, levanta uma lamentação sobre
Tiro;
3. e dize a Tiro, que habita na entrada do mar, e negocia com os
povos em muitas ilhas: Assim diz o Senhor Deus: ó Tiro, tu dizes: Eu sou
perfeita em formosura.
4. No coração dos mares estão os teus termos;
os que te edificaram aperfeiçoaram a tua formosura.
5. De ciprestes de
Senir fizeram todas as tuas tábuas; trouxeram cedros do Líbano para fazerem um
mastro para ti.
6. Fizeram os teus remos de carvalhos de Basã; os teus
bancos fizeram-nos de marfim engastado em buxo das ilhas de Quitim.
7.
Linho fino bordado do Egito era a tua vela, para te servir de estandarte; de
azul, e púrpura das ilhas de Elisá era a tua cobertura.
8. Os
habitantes de Sidom e de Arvade eram os teus remadores; os teus peritos, ó Tiro,
que em ti se achavam, esses eram os teus pilotos.
9. Os anciãos de
Gebal e seus peritos eram em ti os teus calafates; todos os navios do mar e os
seus marinheiros se achavam em ti, para tratarem dos teus
negócios.
10. Os persas, e os lídios, e os de Pute eram no teu
exército os teus soldados; penduravam em ti o escudo e o capacete; aumentavam o
teu esplendor.
11. Os filhos de Arvade e o teu exército estavam sobre
os teus muros em redor, e os gamaditas nas tuas torres; penduravam os seus
escudos nos teus muros em redor; aperfeiçoavam a tua formosura.
12.
Társis negociava contigo, por causa da abundância de toda a casta de riquezas;
seus negociantes trocavam pelas tuas mercadorias prata, ferro, estanho, e
chumbo.
13. Javã, Tubál e Meseque eram teus mercadores; pelas tuas
mercadorias trocavam as pessoas de homens e vasos de bronze.
14. Os da
casa de Togarma trocavam pelas tuas mercadorias cavalos e ginetes e
machos;
15. os homens de Dedã eram teus mercadores; muitas ilhas eram
o mercado da tua mão; tornavam a trazer-te em troca de dentes de marfim e pau de
ébano.
16. A Síria negociava contigo por causa da multidão das tuas
manufaturas; pelas tuas mercadorias trocavam granadas, púrpura, obras bordadas,
linho fino, corais e rubis.
17. Judá e a terra de Israel eram teus
mercadores; pelas tuas mercadorias trocavam o trigo de Minite, cera, mel, azeite
e bálsamo.
18. Por causa da multidão das tuas manufaturas, por causa
da multidão de toda a sorte de riquezas, Damasco negociava contigo em vinho de
Helbom e lã branca.
19. Vedã e Javã de Uzal trocavam lã fiada pelas
tuas manufaturas; ferro polido, cássia e cálamo aromático achavam-se entre as
tuas mercadorias.
20. Dedã negociava contigo em suadouros para
cavalgar.
21. Arábia e todos os príncipes de Quedar também eram os
mercadores ao teu serviço; em cordeiros, carneiros e bodes, nestas coisas
negociavam contigo.
22. Os mercadores de Sabá e Raamá igualmente
negociavam contigo; pelas tuas mercadorias trocavam as melhores de todas as
especiarias e toda a pedra preciosa e ouro.
23. Harã, e Cané e Edem os
mercadores de Sabá, Assur e Quilmade eram teus mercadores.
24. Estes
negociavam contigo em roupas escolhidas, em agasalho de azul e de obra bordada,
e em cofres de roupas preciosas, amarrados com cordas e feitos de
cedro.
25. Os navios de Társis eram as tuas caravanas para a tua
mercadoria; e te encheste, e te glorificaste muito no meio dos
mares.
26. Os teus remadores te conduziram sobre grandes águas; o
vento oriental te quebrantou no meio dos mares.
27. As tuas riquezas,
os teus bens, as tuas mercadorias, os teus marinheiros e os teus pilotos, os
teus calafates, e os que faziam os teus negócios, e todos os teus soldados, que
estão em ti, juntamente com toda a tua companhia, que está no meio de ti, se
submergirão no meio dos mares no dia da tua queda.
28. Ao estrondo da
gritaria dos teus pilotos tremerão os arrabaldes.
29. E todos os que
pegam no remo, os marinheiros, e todos os pilotos do mar descerão de seus
navios, e pararão em terra,
30. e farão ouvir a sua voz sobre ti, e
gritarão amargamente; lançarão pó sobre as cabeças, e na cinza se
revolverão;
31. e se farão calvos por tua causa, e se cingirão de
sacos, e chorarão sobre ti com amargura de alma, com amarga
lamentação.
32. No seu pranto farão uma lamentação sobre ti, na qual
dirão: Quem foi como Tiro, como a que está reduzida ao silêncio no meio do
mar?
33. Quando as tuas mercadorias eram exportadas pelos mares,
fartaste a muitos povos; com a multidão das tuas riquezas e das tuas
mercadorias, enriqueceste os reis da terra.
34. No tempo em que foste
quebrantada pelos mares, nas profundezas das águas, caíram no meio de ti todas
as tuas mercadorias e toda a tua companhia.
35. Todos os moradores das
ilhas estão a teu respeito cheios de espanto; e os seus reis temem em grande
maneira, e estão de semblante perturbado.
36. Os mercadores dentre os
povos te dão vaias; tu te tornaste em grande espanto, e não mais
existiras.
[Ezequiel 28]Ezequiel
28
1. De novo veio a mim a palavra do Senhor,
dizendo:
2. Filho do homem, dize ao príncipe de Tiro: Assim diz o
Senhor Deus: Visto como se elevou o teu coração, e disseste: Eu sou um deus, na
cadeira dos deuses me assento, no meio dos mares; todavia tu és homem, e não
deus, embora consideres o teu coração como se fora o coração de um
deus.
3. com efeito és mais sábio que Daniel; não há segredo algum que
se possa esconder de ti.
4. Pela tua sabedoria e pelo teu entendimento
alcançaste para ti riquezas, e adquiriste ouro e prata nos teus
tesouros.
5. Pela tua grande sabedoria no comércio aumentaste as tuas
riquezas, e por causa das tuas riquezas eleva-se o teu coração;
6.
portanto, assim diz o Senhor Deus: Pois que consideras o teu coração como se
fora o coração de um deus,
7. por isso eis que eu trarei sobre ti
estrangeiros, os mais terríveis dentre as nações, os quais desembainharão as
suas espadas contra a formosura da tua sabedoria, e mancharão o teu
resplendor.
8. Eles te farão descer à cova; e morrerás da morte dos
traspassados, no meio dos mares.
9. Acaso dirás ainda diante daquele
que te matar: Eu sou um deus? mas tu és um homem, e não um deus, na mão do que
te traspassa.
10. Da morte dos incircuncisos morrerás, por mão de
estrangeiros; pois eu o falei, diz o Senhor Deus.
11. Veio mais a mim
a palavra do Senhor, dizendo:
12. Filho do homem, levanta uma
lamentação sobre o rei de Tiro, e dize-te: Assim diz o Senhor Deus: Tu eras o
selo da perfeição, cheio de sabedoria e perfeito em formosura.
13.
Estiveste no Éden, jardim de Deus; cobrias-te de toda pedra preciosa: a
cornalina, o topázio, o ônix, a crisólita, o berilo, o jaspe, a safira, a
granada, a esmeralda e o ouro. Em ti se faziam os teus tambores e os teus
pífaros; no dia em que foste criado foram preparados.
14. Eu te
coloquei com o querubim da guarda; estiveste sobre o monte santo de Deus;
andaste no meio das pedras afogueadas.
15. Perfeito eras nos teus
caminhos, desde o dia em que foste criado, até que em ti se achou
iniqüidade.
16. Pela abundância do teu comércio o teu coração se
encheu de violência, e pecaste; pelo que te lancei, profanado, fora do monte de
Deus, e o querubim da guarda te expulsou do meio das pedras
afogueadas.
17. Elevou-se o teu coração por causa da tua formosura,
corrompeste a tua sabedoria por causa do teu resplendor; por terra te lancei;
diante dos reis te pus, para que te contemplem.
18. Pela multidão das
tuas iniqüidades, na injustiça do teu comércio, profanaste os teus santuários;
eu, pois, fiz sair do meio de ti um fogo, que te consumiu a ti, e te tornei em
cinza sobre a terra, à vista de todos os que te contemplavam.
19.
Todos os que te conhecem entre os povos estão espantados de ti; chegaste a um
fim horrível, e não mais existirás, por todo o sempre.
20. Novamente
veio a mim a palavra do Senhor, dizendo:
21. Filho do homem, dirige o
teu rosto para Sidom, e profetiza contra ela,
22. e dize: Assim diz o
Senhor Deus: Eis-me contra ti, ó Sidom, e serei glorificado no meio de ti; e
saberão que eu sou o Senhor, quando nela executar juizos e nela me
santificar.
23. Pois lhe enviarei peste e sangue nas suas ruas; e os
traspassados cairão no meio dela, estando a espada contra ela por todos os
lados; e saberão que eu sou o Senhor.
24. E a casa de Israel nunca
mais terá espinho que a fira, nem abrolho que lhe cause dor, entre os que se
acham ao redor deles e que os desprezam; e saberão que eu sou o Senhor
Deus.
25. Assim diz o Senhor Deus: Quando eu congregar a casa de
Israel dentre os povos entre os quais estão espalhados, e eu me santificar entre
eles, à vista das nações, então habitarão na sua terra que dei a meu servo, a
Jacó.
26. E habitarão nela seguros; sim, edificarão casas, e plantarão
vinhas, e habitarão seguros, quando eu executar juízos contra todos os que estão
ao seu redor e que os desprezam; e saberão que eu sou o Senhor seu
Deus.
[Ezequiel 29]Ezequiel
29
1. No décimo ano, no décimo mês, no dia doze do mês,
veio a mim a palavra do Senhor, dizendo:
2. Filho do homem, dirige o
teu rosto contra Faraó, rei do Egito, e profetiza contra ele e contra todo o
Egito.
3. Fala, e dize: Assim diz o Senhor Deus: Eis-me contra ti, ó
Faraó, rei do Egito, grande dragão, que pousas no meio dos teus rios, e que
dizes: O meu rio é meu, e eu o fiz para mim.
4. Mas eu porei anzóis em
teus queixos, e farei que os peixes dos teus rios se apeguem às tuas escamas; e
tirar-te-ei dos teus rios, juntamente com todos os peixes dos teus nos que se
apegarem as tuas escamas.
5. E te lançarei no deserto, a ti e a todos
os peixes dos teus rios; sobre a face do campo cairás; não serás recolhido nem
ajuntado. Aos animais da terra e às aves do céu te dei por pasto.
6. E
saberão todos os moradores do Egito que eu sou o Senhor, porque tu tens sido um
bordão de cana para a casa de Israel.
7. Tomando-te eles na mão, tu te
quebraste e lhes rasgaste todo o ombro; e quando em ti se apoiaram, tu te
quebraste, fazendo estremecer todos os seus lombos.
8. Portanto, assim
diz o Senhor Deus: Eis que eu trarei sobre ti a espada, e de ti exterminarei
homem e animal.
9. E a terra do Egito se tornará em desolação e
deserto; e saberão que eu sou o Senhor. Porquanto disseste: O rio é meu, e eu o
fiz;
10. por isso eis que eu estou contra ti e contra os teus rios; e
tornarei a terra do Egito em desertas e assoladas solidões, desde Migdol de
Sevené até os confins da Etiópia.
11. Não passará por ela pé de homem,
nem pé de animal passará por ela, nem será habitada durante quarenta
anos.
12. Assim tornarei a terra do Egito em desolação no meio das
terras assoladas, e as suas cidades no meio das cidades assoladas ficarão
desertas por quarenta anos; e espalharei os egípcios entre as nações, e os
dispersarei pelos países.
13. Pois assim diz o Senhor Deus: Ao cabo de
quarenta anos ajuntarei os egípcios dentre os povos entre os quais foram
espalhados.
14. E restaurarei do cativeiro os egípcios, e os farei
voltar à terra de Patros, à sua terra natal; e serão ali um reino
humilde;
15. mais humilde se fará do que os outros reinos, e nunca
mais se exalçará sobre as nações; e eu os diminuirei, para que não mais dominem
sobre as nações.
16. E não será mais a confiança da casa de Israel e a
ocasião de ser lembrada a sua iniqüidade, quando se virarem para olhar após
eles; antes saberão que eu sou o Senhor Deus.
17. E sucedeu que, no
ano vinte e sete, no mês primeiro, no primeiro dia do mês, veio a mim a palavra
do Senhor, dizendo:
18. Filho do homem, Nabucodonosor, rei de
Babilônia, fez com que o seu exército prestasse um grande serviço contra Tiro.
Toda cabeça se tornou calva, e todo ombro se pelou; contudo não houve paga da
parte de Tiro para ele, nem para o seu exército, pelo serviço que prestou contra
ela.
19. Portanto, assim diz o Senhor Deus: Eis que eu darei a
Nabucodonosor, rei de Babilônia, a terra do Egito; assim levará ele a multidão
dela, como tomará o seu despojo e roubará a sua presa; e isso será a paga para o
seu exército.
20. Como recompensa do serviço que me prestou, pois
trabalhou por mim, eu lhe dei a terra do Egito, diz o Senhor Deus.
21.
Naquele dia farei brotar um chifre para a casa de Israel; e te concederei que
abras a boca no meio deles; e saberão que eu sou o Senhor.
[Ezequiel
30]Ezequiel 30
1. De novo veio a mim a
palavra do Senhor, dizendo:
2. Filho do homem, profetiza, e dize:
Assim diz o Senhor Deus: Gemei: Ah! aquele dia!
3. Porque perto está o
dia, sim, perto está o dia do Senhor; dia de nuvens será, o tempo das
nações.
4. E uma espada virá ao Egito, e haverá angústia na Etiópia,
quando caírem os traspassados no Egito; o seu povo será levado para o cativeiro
e serão destruídos os seus fundamentos.
5. Etiópia, e Pute, e Lude, e
todo o povo da Arábia, e Cube, e os filhos da terra da aliança cairão juntamente
com eles à espada.
6. Assim diz o Senhor: Também cairão os que sustêm
o Egito, e descerá a soberba de seu poder; desde Migdol até Sevené cairão nela à
espada, diz o Senhor Deus.
7. E ficarão desolados no meio das terras
assoladas; e as suas cidades estarão no meio das cidades desertas.
8.
E saberão que eu sou o Senhor, quando eu puser fogo ao Egito, e forem destruídos
todos os que lhe davam auxílio.
9. Naquele dia sairão mensageiros de
diante de mim em navios, para amedrontarem os etíopes descuidados; e sobre eles
haverá angústia, como no dia do Egito; pois eis que já vem.
10. Assim
diz o Senhor Deus: Também farei cessar do Egito a multidão, por mão de
Nabucodonosor, rei de Babilônia.
11. Ele e o seu povo com ele, os
terríveis dentre as nações, serão introduzidos para destruírem a terra; e
desembainharão as suas espadas contra o Egito, e encherão a terra de
mortos.
12. E eu secarei os rios, e venderei a terra, entregando-a na
mão dos maus, e assolarei a terra e a sua plenitude pela mão dos estranhos; eu,
o Senhor, o disse.
13. Assim diz o Senhor Deus: Também destruirei os
ídolos, e farei cessar de Mênfis as imagens; e não mais haverá um príncipe na
terra do Egito; e porei o temor na terra do Egito.
14. E assolarei a
Patros, e porei fogo a Zoã, e executarei juízos em Tebas;
15. e
derramarei o meu furor sobre Pelúsio, a fortaleza do Egito, e exterminarei a
multidão de Tebas;
16. também atearei um fogo no Egito; Pelúsio terá
angústia, Tebas será destruída, e Mênfis terá adversários em pleno
dia.
17. Os mancebos de Om e Pi-Besete cairão à espada, e estas
cidades irão ao cativeiro.
18. E em Tapanes se escurecerá o dia,
quando eu quebrar ali os jugos do Egito, e nela cessar a soberba do seu poder;
quanto a ela, uma nuvem a cobrirá, e suas filhas irão ao
cativeiro.
19. Assim executarei juízos no Egito, e saberão que eu sou
o Senhor.
20. E sucedeu no ano undécimo, no mês primeiro, aos sete do
mês, que veio a mim a palavra do Senhor, dizendo:
21. Filho do homem,
eu quebrei o braço de Faraó, rei do Egito; e eis que não foi atado para se lhe
aplicar remédios curativos, nem se lhe porão ligaduras para o atar, para
torná-lo forte, a fim de pegar na espada.
22. Portanto assim diz o
Senhor Deus: Eis que eu estou contra Faraó, rei do Egito, e quebrarei os seus
braços, assim o forte como o que já foi quebrado; e farei cair da sua mão a
espada.
23. E espalharei os egípcios entre as nações, e os dispersarei
pelas terras.
24. Mas fortalecerei os braços do rei de Babilônia, e
pôr-lhe-ei na mão a minha espada; quebrarei, porém, os braços de Faraó, e diante
daquele gemerá como quem está mortalmente ferido.
25. Eu sustentarei
os braços do rei de Babilônia, mas os braços de Faraó cairão; e saberão que eu
sou o Senhor, quando eu puser a minha espada na mão do rei de Babilônia, e ele a
estender sobre a terra do Egito.
26. E espalharei os egípcios entre as
nações, e os dispersarei pelas terras; saberão assim que eu sou o
Senhor.
[Ezequiel 31]Ezequiel
31
1. Também sucedeu, no ano undécimo, no terceiro mês,
ao primeiro do mês, que veio a mim a palavra do Senhor, dizendo:
2.
Filho do homem, dize a Faraó, rei do Egito, e à sua multidão: A quem és
semelhante na tua grandeza?
3. Eis que o assírio era como um cedro do
Líbano, de ramos formosos, de sombrosa ramagem e de alta estatura; e a sua copa
estava entre os ramos espessos.
4. As águas nutriram-no, o abismo
fê-lo crescer; as suas correntes corriam em torno da sua plantação; assim ele
enviava os seus regatos a todas as árvores do campo.
5. Por isso se
elevou a sua estatura sobre todas as árvores do campo, e se multiplicaram os
seus ramos, e se alongaram as suas varas, por causa das muitas águas nas suas
raízes.
6. Todas as aves do céu se aninhavam nos seus ramos; e todos
os animais do campo geravam debaixo dos seus ramos; e à sua sombra habitavam
todos os grandes povos.
7. Assim era ele formoso na sua grandeza, na
extensão dos seus ramos, porque a sua raiz estava junto às muitas
águas.
8. Os cedros no jardim de Deus não o podiam esconder; as faias
não igualavam os seus ramos, e os plátanos não eram como as suas varas; nenhuma
árvore no jardim de Deus se assemelhava a ele na sua formosura.
9.
Formoso o fiz pela abundância dos seus ramos; de modo que tiveram inveja dele
todas as árvores do Edem que havia no jardim de Deus.
10. Portanto
assim diz o Senhor Deus: Como se elevou na sua estatura, e se levantou a sua
copa no meio dos espessos ramos, e o seu coração se ufanava da sua
altura,
11. eu o entregarei na mão da mais poderosa das nações, que
lhe dará o tratamento merecido. Eu já o lancei fora.
12. Estrangeiros,
da mais terrível das nações, o cortarão, e o deixarão; cairão os seus ramos
sobre os montes e por todos os vales, e os seus renovos serão quebrados junto a
todas as correntes da terra; e todos os povos da terra se retirarão da sua
sombra, e o deixarão.
13. Todas as aves do céu habitarão sobre a sua
ruína, e todos os animais do campo estarão sobre os seus ramos;
14.
para que nenhuma de todas as árvores junto às águas se exalte na sua estatura,
nem levante a sua copa no meio dos ramos espessos, nem se levantem na sua altura
os seus poderosos, sim, todos os que bebem água; porque todos eles estão
entregues à morte, até as partes inferiores da terra, no meio dos filhos dos
homens, juntamente com os que descem a cova.
15. Assim diz o Senhor
Deus: No dia em que ele desceu ao Seol, fiz eu que houvesse luto; cobri o
abismo, por sua causa, e retive as suas correntes, e detiveram-se as grandes
águas; e fiz que o Líbano o pranteasse; e todas as árvores do campo por causa
dele desfaleceram.
16. Farei tremer as nações ao som da sua queda,
quando o fizer descer ao Seol juntamente com os que descem à cova; e todas as
árvores do Edem a flor e o melhor do Líbano, todas as que bebem águas, se
consolarão nas partes inferiores da terra;
17. também juntamente com
ele descerão ao Seol, ajuntar-se aos que foram mortos à espada; sim, aos que
foram seu braço, e que habitavam à sua sombra no meio das nações.
18.
A quem, pois, és semelhante em glória e em grandeza entre as árvores do Eden?
Todavia serás precipitado juntamente com as árvores do Eden às partes inferiores
da terra; no meio dos incircuncisos jazerás com os que foram mortos à espada:
este é Faraó e toda a sua multidão, diz o Senhor Deus.
[Ezequiel 32]Ezequiel 32
1. Sucedeu que, no ano
duodécimo, no mês duodécimo, ao primeiro do mês, veio a mim a palavra do Senhor,
dizendo:
2. Filho do homem, faze uma lamentação sobre Faraó, rei do
Egito, e dize-lhe: Foste assemelhado a um leão novo entre as nações; contudo tu
és como um dragão nos mares; pulavas nos teus rios e os sujavas, turvando com os
pés as suas águas.
3. Assim diz o Senhor Deus: Estenderei sobre ti a
minha rede por meio duma companhia de muitos povos, e eles te alçarão na minha
rede.
4. Então te deixarei em terra; sobre a face do campo te
lançarei, e farei pousar sobre ti todas as aves do céu, e fartarei de ti os
animais de toda a terra.
5. E porei as tuas carnes sobre os montes, e
encherei os vales da tua altura.
6. Também com o teu sangue regarei a
terra onde nadas, até os montes; e as correntes se encherão de ti.
7.
E, apagando-te eu, cobrirei o céu, e enegrecerei as suas estrelas; ao sol
encobrirei com uma nuvem, e a lua não dará a sua luz.
8. Todas as
brilhantes luzes do céu, eu as enegrecerei sobre ti, e trarei trevas sobre a tua
terra, diz o Senhor Deus.
9. E afligirei o coração de muitos povos,
quando eu levar a efeito a tua destruição entre as nações, até as terras que não
conheceste.
10. Demais farei com que muitos povos fiquem pasmados a
teu respeito, e os seus reis serão sobremaneira amedrontados, quando eu brandir
a minha espada diante deles; e estremecerão a cada momento, cada qual pela sua
vida, no dia da tua queda.
11. Pois assim diz o Senhor Deus: A espada
do rei de Babilônia virá sobre ti.
12. Farei cair a tua multidão pelas
espadas dos valentes; terríveis dentre as nações são todos eles; despojarão a
soberba do Egito, e toda a sua multidão será destruída.
13.
Exterminarei também todos os seus animais de junto às muitas águas; não as
turvará mais pé de homem, não as turvarão unhas de animais.
14. Então
tornarei claras as suas águas, e farei correr os seus rios como o azeite, diz o
Senhor Deus.
15. Quando eu tornar desolada a terra do Egito, e ela for
despojada da sua plenitude, e quando eu ferir a todos os que nela habitarem,
então saberão que eu sou o Senhor.
16. Esta é a lamentação que se
fará; que as filhas das nações farão sobre o Egito e sobre toda a sua multidão,
diz o Senhor Deus.
17. Também sucedeu que, no ano duodécimo, aos
quinze do mês, veio a mim a palavra do Senhor, dizendo:
18. Filho do
homem, pranteia sobre a multidão do Egito, e faze-a descer, a ela e às filhas
das nações majestosas, até as partes inferiores da terra, juntamente com os que
descem à cova.
19. A quem sobrepujas tu em beleza? Desce, e deita-te
com os incircuncisos.
20. No meio daqueles que foram mortos à espada
eles cairão; à espada ela está entregue; arrastai-a e a toda a sua
multidão.
21. Os poderosos entre os valentes lhe falarão desde o meio
do Seol, com os que o socorrem; já desceram, jazem quietos os incircuncisos,
mortos a espada.
22. Ali está Assur com toda a sua companhia. Em redor
dele estão os seus sepulcros; todos eles foram mortos, caíram à
espada.
23. Os seus sepulcros foram postos no mais interior da cova, e
a sua companhia está em redor do seu sepulcro; foram mortos, caíram à espada
todos esses que tinham causado espanto na terra dos viventes.
24. Ali
está Elão com toda a sua multidão em redor do seu sepulcro; foram mortos, cairam
a espada, e desceram incircuncisos às partes inferiores da terra, todos esses
que causaram terror na terra dos viventes; e levaram a sua vergonha juntamente
com os que descem à cova.
25. No meio dos mortos lhe puseram a cama
entre toda a sua multidão; ao redor dele estão os seus sepulcros; todos esses
incircuncisos foram mortos à espada; porque causaram terror na terra dos
viventes; e levaram a sua vergonha com os que descem à cova. Está posto no meio
dos mortos.
26. Ali estão Meseque, Tubal e toda a sua multidão; ao
redor deles estão os seus sepulcros; todos esses incircuncisos foram mortos à
espada; porque causaram terror na terra dos viventes.
27. E não jazem
com os valentes que dentre os incircuncisos caíram, os quais desceram ao Seol
com as suas armas de guerra e puseram as suas espadas debaixo das suas cabeças,
tendo os seus escudos sobre os seus ossos; porque eram o terror dos poderosos na
terra dos viventes.
28. Mas tu serás quebrado no meio dos
incircuncisos, e jazerás com os que foram mortos a espada.
29. Ali
está Edom, os seus reis e todos os seus príncipes, que no seu poder foram postos
com os que foram mortos à espada; estes jazerão com os incircuncisos e com os
que descem a cova.
30. Ali estão os príncipes do norte, todos eles, e
todos os sidônios, que desceram com os mortos; envergonhados são pelo terror
causado pelo seu poder; jazem incircuncisos com os que foram mortos à espada, e
levam a sua vergonha com os que descem à cova.
31. Faraó os verá, e se
consolará sobre toda a sua multidão; sim, o próprio Faraó, e todo o seu
exército, traspassados à espada, diz o Senhor Deus.
32. Pois também eu
pus o terror dele na terra dos viventes; pelo que jazerá no meio dos
incircuncisos, com os mortos à espada, o próprio Faraó e toda a sua multidão,
diz o Senhor Deus.
[Ezequiel 33]Ezequiel
33
1. Ainda veio a mim a palavra do Senhor,
dizendo:
2. Filho do homem, fala aos filhos do teu povo, e dize-lhes:
Quando eu fizer vir a espada sobre a terra, e o povo da terra tomar um dos seus,
e o constituir por seu atalaia;
3. se, quando ele vir que a espada vem
sobre a terra, tocar a trombeta e avisar o povo;
4. então todo aquele
que ouvir o som da trombeta, e não se der por avisado, e vier a espada, e o
levar, o seu sangue será sobre a sua cabeça.
5. Ele ouviu o som da
trombeta, e não se deu por avisado; o seu sangue será sobre ele. Se, porém, se
desse por avisado, salvaria a sua vida.
6. Mas se, quando o atalaia
vir que vem a espada, não tocar a trombeta, e não for avisado o povo, e vier a
espada e levar alguma pessoa dentre eles, este tal foi levado na sua iniqüidade,
mas o seu sangue eu o requererei da mão do atalaia.
7. Quanto a ti,
pois, ó filho do homem, eu te constituí por atalaia sobre a casa de Israel;
portanto ouve da minha boca a palavra, e da minha parte dá-lhes
aviso.
8. Se eu disser ao ímpio: O ímpio, certamente morrerás; e tu
não falares para dissuadir o ímpio do seu caminho, morrerá esse ímpio na sua
iniqüidade, mas o seu sangue eu o requererei da tua mão.
9. Todavia se
advertires o ímpio do seu caminho, para que ele se converta, e ele não se
converter do seu caminho, morrerá ele na sua iniqüidade; tu, porém, terás
livrado a tua alma.
10. Tu, pois, filho do homem, dize à casa de
Israel: Assim falais vós, dizendo: Visto que as nossas transgressões e os nossos
pecados estão sobre nós, e nós definhamos neles, como viveremos
então?
11. Dize-lhes: Vivo eu, diz o Senhor Deus, que não tenho prazer
na morte do ímpio, mas sim em que o ímpio se converta do seu caminho, e viva.
Convertei-vos, convertei-vos dos vossos maus caminhos; pois, por que morrereis,
ó casa de Israel?
12. Portanto tu, filho do homem, dize aos filhos do
teu povo: A justiça do justo não o livrará no dia da sua transgressão; e, quanto
à impiedade do ímpio, por ela não cairá ele no dia em que se converter da sua
impiedade; nem o justo pela justiça poderá viver no dia em que
pecar.
13. Quando eu disser ao justo que certamente viverá, e ele,
confiando na sua justiça, praticar iniqüidade, nenhuma das suas obras de justiça
será lembrada; mas na sua iniqüidade, que praticou, nessa morrerá.
14.
Demais, quando eu também disser ao ímpio: Certamente morrerás; se ele se
converter do seu pecado, e praticar a retidão
15. se esse ímpio,
restituir o penhor, devolver o que ele tinha furtado, e andar nos estatutos da
vida, não praticando a iniqüidade, certamente viverá, não morrerá.
16.
Nenhum de todos os seus pecados que cometeu será lembrado contra ele; praticou a
retidão e a justiça, certamente viverá.
17. Todavia, os filhos do teu
povo dizem: Não é reto o caminho do Senhor; mas o próprio caminho deles é que
não é reto.
18. Quando o justo se apartar da sua justiça, praticando a
iniqüidade, morrerá nela;
19. e, quando o ímpio se converter da sua
impiedade, e praticar a retidão e a justiça, por estas viverá.
20.
Todavia, vós dizeis: Não é reto o caminho do Senhor. Julgar-vos-ei a cada um
conforme os seus caminhos, ó casa de Israel.
21. No ano duodécimo do
nosso cativeiro, no décimo mês, aos cinco dias do mês, veio a mim um que tinha
escapado de Jerusalém, dizendo: Caída está a cidade.
22. Ora a mão do
Senhor estivera sobre mim pela tarde, antes que viesse o que tinha escapado; e
ele abrirá a minha boca antes que esse homem viesse ter comigo pela manhã; assim
se abriu a minha boca, e não fiquei mais em silêncio.
23. Então veio a
mim a palavra do Senhor, dizendo:
24. Filho do homem, os moradores
destes lugares desertos da terra de Israel costumam dizer: Abraão era um só,
contudo possuiu a terra; mas nós somos muitos; certamente nos é dada a terra por
herança.
25. Dize-lhes portanto: Assim diz o Senhor Deus: Comeis a
carne com o seu sangue, e levantais vossos olhos para os vossos ídolos, e
derramais sangue! porventura haveis de possuir a terra?
26. Vós vos
estribais sobre a vossa espada; cometeis abominações, e cada um contamina a
mulher do seu próximo! e haveis de possuir a terra?
27. Assim lhes
dirás: Assim disse o Senhor Deus: Vivo eu, que os que estiverem em lugares
desertos cairão à espada, e o que estiver no campo aberto eu o entregarei às
feras para ser devorado, e os que estiverem em lugares fortes e em cavernas
morrerão de peste.
28. E tornarei a terra em desolação e espanto, e
cessará a soberba do seu poder; e os montes de Israel ficarão tão desolados que
ninguém passará por eles.
29. Então saberão que eu sou o Senhor,
quando eu tornar a terra em desolação e espanto, por causa de todas as
abominações que cometeram.
30. Quanto a ti, ó filho do homem, os
filhos do teu povo falam de ti junto às paredes e nas portas das casas; e fala
um com o outro, cada qual a seu irmão, dizendo: Vinde, peço-vos, e ouvi qual
seja a palavra que procede do Senhor.
31. E eles vêm a ti, como o povo
costuma vir, e se assentam diante de ti como meu povo, e ouvem as tuas palavras,
mas não as põem por obra; pois com a sua boca professam muito amor, mas o seu
coração vai após o lucro.
32. E eis que tu és para eles como uma
canção de amores, canção de quem tem voz suave, e que bem tange; porque ouvem as
tuas palavras, mas não as põem por obra.
33. Quando suceder isso (e há
de suceder), saberão que houve no meio deles um profeta.
[Ezequiel
34]Ezequiel 34
1. Veio a mim a palavra
do Senhor, dizendo:
2. Filho do homem, profetiza contra os pastores de
Israel; profetiza, e dize aos pastores: Assim diz o Senhor Deus: Ai dos pastores
de Israel que se apascentam a si mesmos! Não devem os pastores apascentar as
ovelhas?
3. Comeis a gordura, e vos vestis da lã; matais o cevado; mas
não apascentais as ovelhas.
4. A fraca não fortalecestes, a doente não
curastes, a quebrada não ligastes, a desgarrada não tornastes a trazer, e a
perdida não buscastes; mas dominais sobre elas com rigor e dureza.
5.
Assim se espalharam, por não haver pastor; e tornaram-se pasto a todas as feras
do campo, porquanto se espalharam.
6. As minhas ovelhas andaram
desgarradas por todos os montes, e por todo alto outeiro; sim, as minhas ovelhas
andaram espalhadas por toda a face da terra, sem haver quem as procurasse, ou as
buscasse.
7. Portanto, ó pastores, ouvi a palavra do
Senhor:
8. Vivo eu, diz o Senhor Deus, que porquanto as minhas ovelhas
foram entregues à rapina, e as minhas ovelhas vieram a servir de pasto a todas
as feras do campo, por falta de pastor, e os meus pastores não procuraram as
minhas ovelhas, pois se apascentaram a si mesmos, e não apascentaram as minhas
ovelhas;
9. portanto, ó pastores, ouvi a palavra do
Senhor:
10. Assim diz o Senhor Deus: Eis que eu estou contra os
pastores; das suas mãos requererei as minhas ovelhas, e farei que eles deixem de
apascentar as ovelhas, de sorte que não se apascentarão mais a si mesmos.
Livrarei as minhas ovelhas da sua boca, para que não lhes sirvam mais de
pasto.
11. Porque assim diz o Senhor Deus: Eis que eu, eu mesmo,
procurarei as minhas ovelhas, e as buscarei.
12. Como o pastor busca o
seu rebanho, no dia em que está no meio das suas ovelhas dispersas, assim
buscarei as minhas ovelhas. Livrá-las-ei de todos os lugares por onde foram
espalhadas, no dia de nuvens e de escuridão.
13. Sim, tirá-las-ei para
fora dos povos, e as congregarei dos países, e as introduzirei na sua terra, e
as apascentarei sobre os montes de Israel, junto às correntes d'água, e em todos
os lugares habitados da terra.
14. Em bons pastos as apascentarei, e
nos altos montes de Israel será o seu curral; deitar-se-ão ali num bom curral, e
pastarão em pastos gordos nos montes de Israel.
15. Eu mesmo
apascentarei as minhas ovelhas, e eu as farei repousar, diz o Senhor
Deus.
16. A perdida buscarei, e a desgarrada tornarei a trazer; a
quebrada ligarei, e a enferma fortalecerei; e a gorda e a forte vigiarei.
Apascentá-las-ei com justiça.
17. Quanto a vós, ó ovelhas minhas,
assim diz o Senhor Deus: Eis que eu julgarei entre ovelhas e ovelhas, entre
carneiros e bodes.
18. Acaso não vos basta fartar-vos do bom pasto,
senão que pisais o resto de vossos pastos aos vossos pés? e beber as águas
limpas, senão que sujais o resto com os vossos pés?
19. E as minhas
ovelhas hão de comer o que haveis pisado, e beber o que haveis sujado com os
vossos pés.
20. Por isso o Senhor Deus assim lhes diz: Eis que eu, eu
mesmo, julgarei entre a ovelha gorda e a ovelha magra.
21. Porquanto
com o lado e com o ombro dais empurrões, e com as vossas pontas escorneais todas
as fracas, até que as espalhais para fora,
22. portanto salvarei as
minhas ovelhas, e não servirão mais de presa; e julgarei entre ovelhas e
ovelhas.
23. E suscitarei sobre elas um só pastor para as apascentar,
o meu servo Davi. Ele as apascentará, e lhes servirá de pastor.
24. E
eu, o Senhor, serei o seu Deus, e o meu servo Davi será príncipe no meio delas;
eu, o Senhor, o disse.
25. Farei com elas um pacto de paz; e removerei
da terra os animais ruins, de sorte que elas habitarão em segurança no deserto,
e dormirão nos bosques.
26. E delas e dos lugares ao redor do meu
outeiro farei uma bênção; e farei descer a chuva a seu tempo; chuvas de bênçãos
serão.
27. E as árvores do campo darão o seu fruto, e a terra dará a
sua novidade, e estarão seguras na sua terra; saberão que eu sou o Senhor,
quando eu quebrar os canzis do seu jugo e as livrar da mão dos que se serviam
delas.
28. Pois não servirão mais de presa aos gentios, nem as
devorarão mais os animais da terra; mas habitarão seguramente, e ninguém haverá
que as espante.
29. Também lhes levantarei uma plantação de renome, e
nunca mais serão consumidas pela fome na terra, nem mais levarão sobre si o
opróbrio das nações.
30. Saberão, porém, que eu, o Senhor seu Deus,
estou com elas, e que elas são o meu povo, a casa de Israel, diz o Senhor
Deus.
31. Vós, ovelhas minhas, ovelhas do meu pasto, sois homens, e eu
sou o vosso Deus, diz o Senhor Deus.
[Ezequiel 35]Ezequiel 35
1. Veio a mim a palavra do
Senhor, dizendo:
2. Filho do homem, dirige o teu rosto contra o monte
Seir, e profetiza contra ele.
3. E dize-lhe: Assim diz o Senhor Deus:
Eis que eu estou contra ti, ó monte Seir, e estenderei a minha mão contra ti, e
te tornarei em desolação e espanto.
4. Farei desertas as tuas cidades,
e tu serás assolado; e saberás que eu sou o Senhor.
5. Pois que
guardaste perpétua inimizade, e entregaste os filhos de Israel ao poder da
espada no tempo da sua calamidade, no tempo do castigo final;
6. por
isso vivo eu, diz o Senhor Deus, que te prepararei para sangue, e o sangue te
perseguirá; visto que não aborreceste o sangue, por isso o sangue te
perseguirá.
7. Farei do monte Seir um espanto e uma desolação, e
exterminarei dele o que por ele passar, e o que por ele voltar;
8. e
encherei os seus montes dos seus mortos; nos teus outeiros, e nos teus vales, e
em todas as tuas correntes d'água cairão os mortos à espada.
9. Em
desolações perpétuas te porei, e não serão habitadas as tuas cidades. Então
sabereis que eu sou o Senhor.
10. Visto como dizes: Estes dois povos e
estas duas terras serão meus, e havemos de possuí-los, sendo que o Senhor se
achava ali;
11. portanto, vivo eu, diz o Senhor Deus, que procederei
conforme a tua ira, e conforme a tua inveja, de que usaste, no teu ódio contra
eles; e me darei a conhecer entre eles, quando eu te julgar.
12. E
saberás que eu, o Senhor, ouvi todas as tuas blasfêmias, que proferiste contra
os montes de Israel, dizendo: Já estão assolados, a nós nos são entregues por
pasto.
13. Vós vos engrandecestes contra mim com a vossa boca, e
multiplicastes as vossas palavras contra mim. Eu o ouvi.
14. Assim diz
o Senhor Deus: Quando a terra toda se alegrar, a ti te farei uma
desolação.
15. Como te alegraste com a herança da casa de Israel,
porque foi assolada, assim eu te farei a ti: assolado serás, ó monte Seir, e
todo o Edom, sim, todo ele; e saberão que eu sou o Senhor.
[Ezequiel
36]Ezequiel 36
1. Tu, ó filho do
homem, profetiza aos montes de Israel, e dize: Montes de Israel, ouvi a palavra
do Senhor.
2. Assim diz o Senhor Deus: Pois que disse o inimigo contra
vós: Ah! ah! e: As alturas antigas são nossas para as possuirmos;
3.
portanto, profetiza, e dize: Assim diz o Senhor Deus: Porquanto, sim, porquanto
vos assolaram e vos devoraram de todos os lados, para que ficásseis feitos
herança do resto das nações, e tendes andado em lábios paroleiros, e chegastes a
ser a infâmia do povo;
4. portanto, ouvi, ó montes de Israel, a
palavra do Senhor Deus: Assim diz o Senhor Deus aos montes e aos outeiros, às
correntes d'água e aos vales, aos desertos assolados e às cidades desamparadas,
que se tornaram presa e escárnio para o resto das nações que estão ao redor
delas;
5. portanto, assim diz o Senhor Deus: Certamente no fogo do meu
zelo falei contra o resto das nações, e contra todo o Edom, que se apropriaram
da minha terra, com toda a alegria de seu coração, e com menosprezo da alma,
para a lançarem fora a rapina;
6. portanto, profetiza sobre a terra de
Israel, e dize aos montes e aos outeiros, às correntes d'água e aos vales: Assim
diz o Senhor Deus: Eis que falei no meu zelo e no meu furor, porque levastes
sobre vós o opróbrio das nações.
7. Portanto, assim diz o Senhor Deus:
Eu levantei a minha mão, jurando: Certamente as nações que estão ao redor de vós
levarão o seu opróbrio sobre si mesmas.
8. Mas vós, ó montes de
Israel, vós produzireis os vossos ramos, e dareis o vosso fruto para o meu povo
de Israel, pois já está prestes a vir.
9. pois eis que eu estou
convosco, e eu me voltarei para vós, e sereis lavrados e semeados;
10.
e multiplicarei homens sobre vós, a toda a casa de Israel, a toda ela; e as
cidades serão habitadas, e os lugares devastados serão edificados.
11.
Também sobre vós multiplicarei homens e animais, e eles se multiplicarão, e
frutificarão. E farei que sejais habitados como dantes, e vos tratarei melhor do
que nos vossos princípios. Então sabereis que eu sou o Senhor.
12. E
sobre vós farei andar homens, o meu povo de Israel; eles te possuirão, e tu
serás a sua herança, e nunca mais os desfilharás.
13. Assim diz o
Senhor Deus: Visto como vos dizem: Tu devoras os homens, e tens desfilhado a tua
nação;
14. por isso tu não devorarás mais os homens, nem desfilharás
mais a tua nação, diz o Senhor Deus.
15. Não te permitirei ouvir mais
a afronta das nações; e não levaras mais sobre ti o opróbrio dos povos, nem
farás tropeçar mais a tua nação, diz o Senhor Deus.
16. Veio a mim a
palavra do Senhor, dizendo:
17. Filho do homem, quando a casa de
Israel habitava na sua terra, então eles a contaminaram com os seus caminhos e
com as suas ações. Como a imundícia de uma mulher em sua separação, tal era o
seu caminho diante de mim.
18. Derramei, pois, o meu furor sobre eles,
por causa do sangue que derramaram sobre a terra, e porque a contaminaram com os
seus ídolos;
19. e os espalhei entre as nações, e foram dispersos
pelas terras; conforme os seus caminhos, e conforme os seus feitos, eu os
julguei.
20. E, chegando às nações para onde foram, profanaram o meu
santo nome, pois se dizia deles: São estes o povo do Senhor, e tiveram de sair
da sua terra.
21. Mas eu os poupei por amor do meu santo nome, que a
casa de Israel profanou entre as nações para onde foi.
22. Dize
portanto à casa de Israel: Assim diz o Senhor Deus: Não é por amor de vós que eu
faço isto, o casa de Israel; mas em atenção ao meu santo nome, que tendes
profanado entre as nações para onde fostes;
23. e eu santificarei o
meu grande nome, que foi profanado entre as nações, o qual profanastes no meio
delas; e as nações saberão que eu sou o Senhor, diz o Senhor Deus, quando eu for
santificado aos seus olhos.
24. Pois vos tirarei dentre as nações, e
vos congregarei de todos os países, e vos trarei para a vossa
terra.
25. Então aspergirei água pura sobre vós, e ficareis
purificados; de todas as vossas imundícias, e de todos os vossos ídolos, vos
purificarei.
26. Também vos darei um coração novo, e porei dentro de
vós um espírito novo; e tirarei da vossa carne o coração de pedra, e vos darei
um coração de carne.
27. Ainda porei dentro de vós o meu Espírito, e
farei que andeis nos meus estatutos, e guardeis as minhas ordenanças, e as
observeis.
28. E habitareis na terra que eu dei a vossos pais, e vós
sereis o meu povo, e eu serei o vosso Deus.
29. Pois eu vos livrarei
de todas as vossas imundícias; e chamarei o trigo, e o multiplicarei, e não
trarei fome sobre vós;
30. mas multiplicarei o fruto das árvores, e a
novidade do campo, para que não mais recebais o opróbrio da fome entre as
nações.
31. Então vos lembrareis dos vossos maus caminhos, e dos
vossos feitos que não foram bons; e tereis nojo em vós mesmos das vossas
iniqüidades e das vossas abominações.
32. Não é por amor de vós que eu
faço isto, diz o Senhor Deus, notório vos seja; envergonhai-vos, e confundi-vos
por causa dos vossos caminhos, ó casa de Israel.
33. Assim diz o
Senhor Deus: No dia em que eu vos purificar de todas as vossas iniqüidades,
então farei com que sejam habitadas as cidades e sejam edificados os lugares
devastados.
34. E a terra que estava assolada será lavrada, em lugar
de ser uma desolação aos olhos de todos os que passavam.
35. E dirão:
Esta terra que estava assolada tem-se tornado como jardim do Eden; e as cidades
solitárias, e assoladas, e destruídas, estão fortalecidas e
habitadas.
36. Então as nações que ficarem de resto em redor de vós
saberão que eu, o Senhor, tenho reedificado as cidades destruídas, e plantado o
que estava devastado. Eu, o Senhor, o disse, e o farei.
37. Assim diz
o Senhor Deus: Ainda por isso serei consultado da parte da casa de Israel, que
lho faça; multiplicá-los-ei como a um rebanho.
38. Como o rebanho para
os sacrifícios, como o rebanho de Jerusalém nas suas solenidades, assim as
cidades desertas se encherão de famílias; e saberão que eu sou o
Senhor.
[Ezequiel 37]Ezequiel
37
1. Veio sobre mim a mão do Senhor; e ele me levou no
Espírito do Senhor, e me pôs no meio do vale que estava cheio de
ossos;
2. e me fez andar ao redor deles. E eis que eram muito
numerosos sobre a face do vale; e eis que estavam sequíssimos.
3. Ele
me perguntou: Filho do homem, poderão viver estes ossos? Respondi: Senhor Deus,
tu o sabes.
4. Então me disse: Profetiza sobre estes ossos, e
dize-lhes: Ossos secos, ouvi a palavra do Senhor.
5. Assim diz o
Senhor Deus a estes ossos: Eis que vou fazer entrar em vós o fôlego da vida, e
vivereis.
6. E porei nervos sobre vós, e farei crescer carne sobre
vós, e sobre vos estenderei pele, e porei em vós o fôlego da vida, e vivereis.
Então sabereis que eu sou o Senhor.
7. Profetizei, pois, como se me
deu ordem. Ora enquanto eu profetizava, houve um ruído; e eis que se fez um
rebuliço, e os ossos se achegaram, osso ao seu osso.
8. E olhei, e eis
que vieram nervos sobre eles, e cresceu a carne, e estendeu-se a pele sobre eles
por cima; mas não havia neles fôlego.
9. Então ele me disse: Profetiza
ao fôlego da vida, profetiza, ó filho do homem, e dize ao fôlego da vida: Assim
diz o Senhor Deus: Vem dos quatro ventos, ó fôlego da vida, e assopra sobre
estes mortos, para que vivam.
10. Profetizei, pois, como ele me
ordenara; então o fôlego da vida entrou neles e viveram, e se puseram em pé, um
exército grande em extremo.
11. Então me disse: Filho do homem, estes
ossos são toda a casa de Israel. Eis que eles dizem: Os nossos ossos secaram-se,
e pereceu a nossa esperança; estamos de todo cortados.
12. Portanto
profetiza, e dize-lhes: Assim diz o Senhor Deus: Eis que eu vos abrirei as
vossas sepulturas, sim, das vossas sepulturas vos farei sair, ó povo meu, e vos
trarei à terra de Israel.
13. E quando eu vos abrir as sepulturas, e
delas vos fizer sair, ó povo meu, sabereis que eu sou o Senhor.
14. E
porei em vós o meu Espírito, e vivereis, e vos porei na vossa terra; e sabereis
que eu, o Senhor, o falei e o cumpri, diz o Senhor.
15. A palavra do
Senhor veio a mim, dizendo:
16. Tu, pois, ó filho do homem, toma um
pau, e escreve nele: Por Judá e pelos filhos de Israel, seus companheiros.
Depois toma outro pau, e escreve nele: Por José, vara de Efraim, e por toda a
casa de Israel, seus companheiros;
17. e ajunta um ao outro, para que
se unam, e se tornem um só na tua mão.
18. E quando te falarem os
filhos do teu povo, dizendo: Porventura não nos declararás o que queres dizer
com estas coisas?
19. Tu lhes dirás: Assim diz o Senhor Deus: Eis que
eu tomarei a vara de José, que esteve na mão de Efraim, e as das tribos de
Israel, suas companheiras, e lhes ajuntarei a vara de Judá, e farei delas uma só
vara, e elas se farão uma só na minha mão.
20. E os paus, sobre que
houveres escrito, estarão na tua mão, perante os olhos deles.
21.
Dize-lhes pois: Assim diz o Senhor Deus: Eis que eu tomarei os filhos de Israel
dentre as nações para onde eles foram, e os congregarei de todos os lados, e os
introduzirei na sua terra;
22. e deles farei uma nação na terra, nos
montes de Israel, e um rei será rei de todos eles; e nunca mais serão duas
nações, nem de maneira alguma se dividirão para o futuro em dois
reinos;
23. nem se contaminarão mais com os seus ídolos, nem com as
suas abominações, nem com qualquer uma das suas transgressões; mas eu os
livrarei de todas as suas apostasias com que pecaram, e os purificarei. Assim
eles serão o meu povo, e eu serei o seu Deus.
24. Também meu servo
Davi reinará sobre eles, e todos eles terão um pastor só; andarão nos meus
juízos, e guardarão os meus estatutos, e os observarão.
25. Ainda
habitarão na terra que dei a meu servo Jacó, na qual habitaram vossos pais; nela
habitarão, eles e seus filhos, e os filhos de seus filhos, para sempre; e Davi,
meu servo, será seu príncipe eternamente.
26. Farei com eles um pacto
de paz, que será um pacto perpétuo. E os estabelecerei, e os multiplicarei, e
porei o meu santuário no meio deles para sempre.
27. Meu tabernáculo
permanecerá com eles; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu
povo.
28. E as nações saberão que eu sou o Senhor que santifico a
Israel, quando estiver o meu santuário no meio deles para
sempre.
[Ezequiel 38]Ezequiel
38
1. Veio a mim a palavra do Senhor,
dizendo:
2. Filho do homem, dirige o teu rosto para Gogue, terra de
Magogue, príncipe e chefe de Meseque e Tubal, e profetiza contra
ele,
3. e dize: Assim diz o Senhor Deus: Eis que eu sou contra ti, ó
Gogue, príncipe e chefe de Meseque e Tubal;
4. e te farei voltar, e
porei anzóis nos teus queixos, e te levarei a ti, com todo o teu exército,
cavalos e cavaleiros, todos eles vestidos de armadura completa, uma grande
companhia, com pavês e com escudo, manejando todos a espada;
5.
Pérsia, Cuche, e os de Pute com eles, todos com escudo e capacete;
6.
Gomer, e todas as suas tropas; a casa de Togarma no extremo norte, e todas as
suas tropas; sim, muitos povos contigo.
7. Prepara-te, sim, dispõe-te,
tu e todas as tuas companhias que se reuniram a ti, e serve-lhes tu de
guarda.
8. Depois de muitos dias serás visitado. Nos últimos anos
virás à terra que é restaurada da guerra, e onde foi o povo congregado dentre
muitos povos aos montes de Israel, que haviam estado desertos por longo tempo;
mas aquela terra foi tirada dentre os povos, e todos os seus moradores estão
agora seguros.
9. Então subirás, virás como uma tempestade, far-te-ás
como uma nuvem para cobrir a terra, tu e todas as tuas tropas, e muitos povos
contigo.
10. Assim diz o Senhor Deus: Acontecerá naquele dia que terás
altivos projetos no teu coração, e maquinarás um mau desígnio.
11. E
dirás: Subirei contra a terra das aldeias não muradas; irei contra os que estão
em repouso, que habitam seguros, habitando todos eles sem muro, e sem ferrolho
nem portas;
12. a fim de tomares o despojo, e de arrebatares a presa,
e tornares a tua mão contra os lugares desertos que agora se acham habitados, e
contra o povo que foi congregado dentre as nações, o qual adquiriu gado e bens,
e habita no meio da terra.
13. Sabá, e Dedã, e os mercadores de
Társis, com todos os seus leões novos, te dirão: Vens tu para tomar o despojo?
Ajuntaste o teu bando para arrebatar a presa, para levar a prata e o ouro, para
tomar o gado e os bens, para saquear grande despojo?
14. Portanto,
profetiza, ó filho do homem, e dize a Gogue: Assim diz o Senhor Deus: Acaso
naquele dia, quando o meu povo Israel habitar seguro, não o saberás
tu?
15. Virás, pois, do teu lugar, lá do extremo norte, tu e muitos
povos contigo, montados todos a cavalo, uma grande companhia e um exército
numeroso;
16. e subirás contra o meu povo Israel, como uma nuvem, para
cobrir a terra. Nos últimos dias hei de trazer-te contra a minha terra, para que
as nações me conheçam a mim, quando eu tiver vindicado a minha santidade em ti,
ó Gogue, diante dos seus olhos.
17. Assim diz o Senhor Deus: Não és tu
aquele de quem eu disse nos dias antigos, por intermédio de meus servos, os
profetas de Israel, os quais naqueles dias profetizaram largos anos, que te
traria contra eles?
18. Naquele dia, porém, quando vier Gogue contra a
terra de Israel, diz o Senhor Deus, a minha indignação subirá às minhas
narinas.
19. Pois no meu zelo, no ardor da minha ira falei: Certamente
naquele dia haverá um grande tremor na terra de Israel;
20. de tal
sorte que tremerão diante da minha face os peixes do mar, as aves do céu, os
animais do campo, e todos os répteis que se arrastam sobre a terra, bem como
todos os homens que estão sobre a face da terra; e os montes serão deitados
abaixo, e os precipícios se desfarão, e todos os muros desabarão por
terra.
21. E chamarei contra ele a espada sobre todos os meus montes,
diz o Senhor Deus; a espada de cada um se voltará contra seu
irmão.
22. Contenderei com ele também por meio da peste e do sangue;
farei chover sobre ele e as suas tropas, e sobre os muitos povos que estão com
ele, uma chuva inundante, grandes pedras de saraiva, fogo e
enxofre.
23. Assim eu me engrandecerei e me santificarei, e me darei a
conhecer aos olhos de muitas nações; e saberão que eu sou o
Senhor.
[Ezequiel 39]Ezequiel
39
1. Tu, pois, ó filho do homem, profetiza contra
Gogue, e dize: Assim diz o Senhor Deus: Eis que eu sou contra ti, ó Gogue,
príncipe e chefe de Meseque e Tubal;
2. e te farei virar e,
conduzindo-te, far-te-ei subir do extremo norte, e te trarei aos montes de
Israel.
3. Com um golpe tirarei da tua mão esquerda o teu arco, e
farei cair da tua mão direita as tuas flechas.
4. Nos montes de Israel
cairás, tu e todas as tuas tropas, e os povos que estão contigo; e às aves de
rapina de toda espécie e aos animais do campo te darei, para que te
devorem.
5. Sobre a face do campo cairás; porque eu falei, diz o
Senhor Deus.
6. E enviarei um fogo sobre Magogue, e entre os que
habitam seguros nas ilhas; e saberão que eu sou o Senhor.
7. E farei
conhecido o meu santo nome no meio do meu povo Israel, e nunca mais deixarei
profanar o meu santo nome; e as nações saberão que eu sou o Senhor, o Santo em
Israel.
8. Eis que isso vem, e se cumprirá, diz o Senhor Deus; este é
o dia de que tenho falado.
9. E os habitantes das cidades de Israel
sairão, e com as armas acenderão o fogo, e queimarão os escudos e os paveses, os
arcos e as flechas, os bastões de mão e as lanças; acenderão o fogo com tudo
isso por sete anos;
10. e não trarão lenha do campo, nem a cortarão
dos bosques, mas com as armas acenderão o fogo; e roubarão aos que os roubaram,
e despojarão aos que os despojaram, diz o Senhor Deus.
11. Naquele
dia, darei a Gogue como lugar de sepultura em Israel, o vale dos que passam ao
oriente do mar, o qual fará parar os que por ele passarem; e ali sepultarão a
Gogue, e a toda a sua multidão, e lhe chamarão o Vale de
Hamom-Gogue.
12. E a casa de Israel levará sete meses em sepultá-los,
para purificar a terra.
13. Sim, todo o povo da terra os enterrará; e
isto lhes servirá de fama, no dia em que eu for glorificado, diz o Senhor
Deus.
14. Separarão, pois, homens que incessantemente percorrerão a
terra, para que sepultem os que tiverem ficado sobre a face da terra, para a
purificarem. Depois de passados sete meses, farão a busca;
15. e
quando percorrerem a terra, vendo alguém um osso de homem, levantar-lhe-á ao pé
um sinal, até que os enterradores o enterrem no Vale de
Hamom-Gogue.
16. E também o nome da cidade será Hamona. Assim
purificarão a terra.
17. Tu, pois, ó filho do homem, assim diz o
Senhor Deus: Dize às aves de toda espécie, e a todos os animais do campo:
Ajuntai-vos e vinde; ajuntai-vos de todos os lados para o meu sacrifício, que eu
sacrifico por vós, sacrifício grande sobre os montes de Israel, para comerdes
carne e beberdes sangue.
18. Comereis as carnes dos poderosos e
bebereis o sangue dos príncipes da terra, dos carneiros e dos cordeiros, dos
bodes e dos novilhos, todos eles cevados em Basã.
19. Comereis da
gordura até vos fartardes, e bebereis do sangue até vos embebedardes, da gordura
e do sangue do sacrifício que vos estou preparando.
20. E à minha mesa
vos fartareis de cavalos e de cavaleiros, de valentes e de todos os homens de
guerra, diz o Senhor Deus.
21. Estabelecerei, pois, a minha glória
entre as nações, e todas as nações verão o meu juízo, que eu tiver executado, e
a minha mão, que sobre elas eu tiver descarregado.
22. E os da casa de
Israel saberão desde aquele dia em diante, que eu sou o Senhor
Deus.
23. E as nações saberão que os da casa de Israel, por causa da
sua iniqüidade, foram levados em cativeiro; porque se houveram traiçoeiramente
para comigo, e eu escondi deles o meu rosto; por isso os entreguei nas mãos de
seus adversários, e todos caíram à espada.
24. Conforme a sua
imundícia e conforme as suas transgressões me houve com eles, e escondi deles o
meu rosto.
25. Portanto assim diz o Senhor Deus: Agora tornarei a
trazer Jacó, e me compadecerei de toda a casa de Israel; terei zelo pelo meu
santo nome.
26. E eles se esquecerão tanto do seu opróbrio, como de
todas as suas infidelidades pelas quais transgrediram contra mim, quando eles
habitarem seguros na sua terra, sem haver quem os amedronte;
27.
quando eu os tornar a trazer de entre os povos, e os houver ajuntado das terras
de seus inimigos, e for santificado neles aos olhos de muitas
nações.
28. Então saberão que eu sou o Senhor seu Deus, vendo que eu
os fiz ir em cativeiro entre as nações, e os tornei a ajuntar para a sua terra.
Não deixarei lá nenhum deles;
29. nem lhes esconderei mais o meu
rosto; pois derramei o meu Espírito sobre a casa de Israel, diz o Senhor
Deus.
[Ezequiel 40]Ezequiel
40
1. No ano vinte e cinco do nosso cativeiro, no
princípio do ano, no décimo dia do mês, no ano catorze depois que a cidade foi
conquistada, naquele mesmo dia veio sobre mim a mão do Senhor,
2. e em
visões de Deus me levou à terra de Israel, e me pôs sobre um monte muito alto,
sobre o qual havia como que um edifício de cidade para a banda do
sul.
3. Levou-me, pois, para lá; e eis um homem cuja aparência era
como a do bronze, tendo na mão um cordel de linho e uma cana de medir; e ele
estava em pé na porta.
4. E disse-me o homem: Filho do homem, vê com
os teus olhos, e ouve com os teus ouvidos, e põe no teu coração tudo quanto eu
te fizer ver; porque, para to mostrar foste tu aqui trazido. Anuncia pois à casa
de Israel tudo quanto vires.
5. E havia um muro ao redor da casa do
lado de fora, e na mão do homem uma cana de medir de seis côvados de
comprimento, tendo cada côvado um palmo a mais; e ele mediu a largura do
edifício, era uma cana; e a altura, uma cana.
6. Então veio à porta
que olhava para o oriente, e subiu pelos seus degraus; mediu o limiar da porta,
era uma cana de largo, e o outro limiar, uma cana de largo.
7. E cada
câmara tinha uma cana de comprido, e uma cana de largo; e o espaço entre as
câmaras era de cinco côvados; e o limiar da porta, ao pé do vestíbulo da porta,
em direção da casa, tinha uma cana.
8. Também mediu o vestíbulo da
porta em direção da casa, uma cana.
9. Então mediu o vestíbulo da
porta, e tinha oito côvados; e os seus pilares, dois côvados; e o vestíbulo da
porta olha para a casa.
10. E as câmaras da porta para o lado do
oriente eram três dum lado, e três do outro; a mesma medida era a das três;
também os umbrais dum lado e do outro tinham a mesma medida.
11. Mediu
mais a largura da entrada da porta, que era de dez côvados; e o comprimento da
porta, treze côvados.
12. E a margem em frente das câmaras dum lado
era de um côvado, e de um côvado a margem do outro lado; e cada câmara tinha
seis côvados de um lado, e seis côvados do outro.
13. Então mediu a
porta desde o telhado de uma câmara até o telhado da outra, era vinte e cinco
côvados de largo, estando porta defronte de porta.
14. Mediu também o
vestíbulo, vinte côvados; e em torno do vestíbulo da porta estava o
átrio.
15. E, desde a dianteira da porta da entrada até a dianteira do
vestíbulo da porta interior, havia cinqüenta côvados.
16. Havia também
janelas de fechar nas câmaras e nos seus umbrais, dentro da porta ao redor, e da
mesma sorte nos vestíbulos; e as janelas estavam à roda pela parte de dentro; e
nos umbrais havia palmeiras.
17. Então ele me levou ao átrio exterior;
e eis que havia câmaras e um pavimento feitos para o átrio em redor; trinta
câmaras havia naquele pavimento.
18. E o pavimento, isto é, o
pavimento inferior, corria junto às portas segundo o comprimento das
portas.
19. A seguir ele mediu a largura desde a dianteira da porta
inferior até a dianteira do átrio interior, por fora, cem côvados, tanto do
oriente como do norte.
20. E, quanto à porta que olhava para o norte,
no átrio exterior, ele mediu o seu comprimento e a sua largura.
21. As
suas câmaras eram três dum lado, e três do outro; e os seus umbrais e os seus
vestíbulos eram da medida da primeira porta: de cinqüenta côvados era o seu
comprimento, e a largura de vinte e cinco côvados.
22. As suas
janelas, e o seu vestíbulo, e as suas palmeiras eram da medida da porta que
olhava para o oriente; e subia-se para ela por sete degraus; e o seu vestíbulo
estava diante dela.
23. Havia uma porta do átrio interior defronte da
outra porta tanto do norte como do oriente; e mediu de porta a porta cem
côvados.
24. Então ele me levou ao caminho do sul; e eis que havia ali
uma porta que olhava para o sul; e mediu os seus umbrais e o seu vestíbulo
conforme estas medidas.
25. E havia também janelas em redor do seu
vestíbulo, como as outras janelas; cinqüenta côvados era o comprimento, e a
largura vinte e cinco côvados.
26. Subia-se a ela por sete degraus, e
o seu vestíbulo era diante deles; e tinha palmeiras, uma de uma banda e outra da
outra, nos seus umbrais.
27. Também havia uma porta para o átrio
interior que olha para o sul; e mediu de porta a porta, para o sul, cem
côvados.
28. Então me levou ao átrio interior pela porta do sul; e
mediu a porta do sul conforme estas medidas.
29. E as suas câmaras, e
os seus umbrais, e o seu vestíbulo eram conforme estas medidas; e nele havia
janelas e no seu vestíbulo ao redor; o comprimento era de cinqüenta côvados, e a
largura de vinte e cinco côvados.
30. Havia um vestíbulo em redor; o
comprimento era de vinte e cinco côvados e a largura de cinco
côvados.
31. O seu vestíbulo olhava para o átrio exterior; e havia
palmeiras nos seus umbrais; e subia-se a ele por oito degraus.
32.
Depois me levou ao átrio interior, que olha para o oriente; e mediu a porta
conforme estas medidas;
33. e também as suas câmaras, e os seus
umbrais, e o seu vestíbulo, conforme estas medidas; também nele havia janelas e
no seu vestíbulo ao redor; o comprimento era de cinqüenta côvados, e a largura
era de vinte e cinco côvados.
34. E o seu vestíbulo olhava para o
átrio exterior; também havia palmeiras nos seus umbrais de uma e de outra banda;
e subia-se a ele por oito degraus.
35. Então me levou à porta do
norte; e mediu-a conforme estas medidas.
36. As suas câmaras, os seus
umbrais, e o seu vestíbulo; também tinha janelas em redor; o comprimento era de
cinqüenta côvados, e a largura de vinte e cinco côvados.
37. E os seus
umbrais olhavam para o átrio exterior; também havia palmeiras nos seus umbrais
de uma e de outra banda; e subia-se a ela por oito degraus.
38. Havia
uma câmara com a sua entrada junto aos umbrais perto das portas; aí se lavava o
holocausto.
39. E no vestíbulo da porta havia duas mesas de uma banda,
e duas da outra, em que se haviam de imolar o holocausto e a oferta pelo pecado
e a oferta pela culpa.
40. Também duma banda, do lado de fora, junto
da subida para a entrada da porta que olha para o norte, havia duas mesas; e da
outra banda do vestíbulo da porta, havia duas mesas.
41. Havia quatro
mesas de uma, e quatro mesas da outra banda, junto à porta; oito mesas, sobre as
quais imolavam os sacrifícios.
42. E havia para o holocausto quatro
mesas de pedras lavradas, sendo o comprimento de um côvado e meio, a largura de
um côvado e meio, e a altura de um côvado; e sobre elas se punham os
instrumentos com que imolavam o holocausto e o sacrifício.
43. E
ganchos, de um palmo de comprido, estavam fixos por dentro ao redor; e sobre as
mesas estava a carne da oferta.
44. Fora da porta interior estavam as
câmaras para os cantores, no átrio interior, que estava ao lado da porta do
norte; e elas olhavam para o sul; uma estava ao lado da porta do oriente, e
olhava para o norte.
45. E ele me disse: Esta câmara que olha para o
sul é para os sacerdotes que têm a guarda do templo.
46. Mas a câmara
que olha para o norte é para os sacerdotes que têm a guarda do altar, a saber,
os filhos de Zadoque, os quais dentre os filhos de Levi se chegam ao Senhor para
o servirem.
47. E mediu o átrio; o comprimento era de cem côvados e a
largura de cem côvados, um quadrado; e o altar estava diante do
templo.
48. Então me levou ao vestíbulo do templo, e mediu cada umbral
do vestíbulo, cinco côvados de um lado e cinco côvados do outro; e a largura da
porta era de três côvados de um lado, e de três côvados do outro.
49.
O comprimento do vestíbulo era de vinte côvados, e a largura de doze côvados; e
era por dez degraus que se subia a ele; e havia colunas junto aos umbrais, uma
de um lado e outra do outro.
[Ezequiel 41]Ezequiel
41
1. Então me levou ao templo, e mediu as umbreiras,
seis côvados de largura de uma banda, e seis côvados de largura da outra, que
era a largura do tabernáculo.
2. E a largura da entrada era de dez
côvados; e os lados da entrada, cinco côvados de uma banda e cinco côvados da
outra; também mediu o seu comprimento, de quarenta côvados, e a largura, de
vinte côvados.
3. E entrou dentro, e mediu cada umbral da entrada,
dois côvados; e a entrada, seis côvados; e a largura da entrada, sete
côvados.
4. Também mediu o seu comprimento, vinte côvados, e a
largura, vinte côvados, diante do templo; e disse-me: Este é o lugar
santíssimo.
5. Então mediu a parede do templo, seis côvados, e a
largura de cada câmara lateral, quatro côvados, por todo o redor do
templo.
6. E as câmaras laterais eram de três andares, câmara sobre
câmara, e trinta em cada andar; e elas entravam na parede que tocava no templo
para essas câmaras laterais em redor, para se susterem nela, porque não travavam
da parede do templo.
7. Também as câmaras laterais aumentavam de
largura de andar em andar, ao passo que se aprofundava a reentrância da parede
de andar em andar em volta do templo; e havia ao lado do templo uma escadaria
pela qual se subia do primeiro ao terceiro andar mediante o
segundo.
8. Vi também que havia ao redor do templo um pavimento
elevado; os fundamentos das câmaras laterais eram da medida de uma cana inteira,
seis côvados grandes.
9. A grossura da parede exterior das câmaras
laterais era de cinco côvados; e o que sobrava do pavimento fora das câmaras
laterais, que estavam junto ao templo, também era de cinco
côvados.
10. E por fora das câmaras havia um espaço livre de vinte
côvados de largura em toda a volta do templo.
11. E as entradas das
câmaras laterais estavam voltadas para a parte do pavimento que sobrava, uma
entrada para o lado do norte, e outra entrada para o do sul; e a largura desta
parte do pavimento era de cinco côvados em redor.
12. Era também o
edifício que estava diante do lugar separado, ao lado que olha para o ocidente,
da largura de setenta côvados; e a parede do edifício era de cinco côvados de
largura em redor, e o seu comprimento de noventa côvados.
13. Assim
mediu o templo, do comprimento de cem côvados, como também o lugar separado, e o
edifício, e as suas paredes, cem côvados de comprimento.
14. E a
largura da dianteira do templo, e do lugar separado que olha para o oriente, cem
côvados.
15. Também mediu o comprimento do edifício, diante do lugar
separado, que estava por detrás, e as suas galerias de um e de outro lado, cem
côvados. A nave do templo, a câmara interior, e o vestíbulo do átrio eram
forrados;
16. e os três tinham janelas gradeadas. As galerias em redor
nos três andares, defronte do limiar, eram forradas de madeira em redor, e isto
desde o chão até as janelas (ora as janelas estavam cobertas),
17. até
o espaço em cima da porta para a câmara interior, por dentro e por fora. E em
todas as paredes em redor, por dentro e por fora, tudo por medida.
18.
havia querubins e palmeiras de entalhe; e havia uma palmeira entre querubim e
querubim; e cada querubim tinha dois rostos,
19. de modo que o rosto
de homem olhava para a palmeira de um lado, e o rosto de leão novo para a
palmeira do outro lado; assim era pela casa toda em redor.
20. Desde o
chão até acima da entrada estavam entalhados querubins e palmeiras, como também
pela parede do templo.
21. As ombreiras das portas do templo eram
quadradas; e diante do santuário havia uma coisa semelhante
22. a um
altar de madeira, de três côvados de altura, e o seu comprimento era de dois
côvados; os seus cantos, o seu fundamento e as suas paredes eram de madeira; e
disse-me: Esta é a mesa que está perante a face do Senhor.
23. Ora, a
nave e o santuário ambos tinham portas duplas.
24. As portas tinham
cada uma duas folhas que viravam, duas para uma porta, e duas para a
outra.
25. E havia nas portas da nave querubins e palmeiras de
entalhe, como os que estavam nas paredes; e havia um grande toldo de madeira
diante do vestíbulo por fora.
26. Também havia janelas fechadas e
palmeiras, de uma e de outra banda, pelos lados do vestíbulo.
[Ezequiel
42]Ezequiel 42
1. Depois disto fez-me
sair para fora, ao átrio exterior, que dá para o norte; e me levou às câmaras
que estavam defronte do largo vazio, e que estavam defronte do edifício, do lado
do norte.
2. Do comprimento de cem côvados era esse edifício, e da
largura de cinqüenta côvados.
3. Em frente dos vinte côvados, que
tinha o átrio interior, e em frente do pavimento que tinha o átrio exterior,
havia galeria contra galeria em três andares.
4. E diante das câmaras
havia um passeio que dava para o átrio interior, e que tinha dez côvados de
largura e cem côvados de comprimento; e as suas portas davam para o
norte.
5. Ora, as câmaras superiores eram mais estreitas; porque as
galerias tomavam destas mais espaço do que das de baixo e das do meio do
edifício.
6. Porque elas eram de três andares e não tinham colunas
como as colunas dos átrios; por isso desde o chão se iam estreitando mais do que
as de baixo e as do meio.
7. No lado de fora, em paralelo às câmaras e
defronte delas no caminho do átrio exterior, havia um muro que tinha cinqüenta
côvados de comprimento.
8. Pois o comprimento da série de câmaras que
estavam no átrio exterior era de cinqüenta côvados, enquanto o da série que
estava defronte do templo era de cem côvados.
9. Por debaixo destas
câmaras estava a entrada do lado do oriente, para quem entra nelas do átrio
exterior.
10. Na grossura do muro do átrio que dava para o oriente,
diante do lugar separado, e diante do edifício, havia também
câmaras,
11. com um caminho diante delas, que eram da mesma feição das
câmaras que davam para o norte, sendo do mesmo comprimento, e da mesma largura,
com as mesmas saídas, disposições e portas.
12. E conforme eram as
portas das câmaras que davam para o sul, era também a porta no topo do caminho,
isto é, do caminho bem em frente do muro à direita para quem
entra.
13. Então me disse: As câmaras do norte, e as câmaras do sul,
que estão diante do lugar separado, são câmaras santas, em que os sacerdotes que
se chegam ao Senhor comerão as coisas santíssimas. Ali porão as coisas
santíssimas, as ofertas de cereais, as ofertas pelo pecado, e as ofertas pela
culpa; porque o lugar é santo.
14. Quando os sacerdotes entrarem, não
sairão do santuário para o átrio exterior, mas porão ali as suas vestiduras em
que ministram, porque elas são santas; e vestir-se-ão doutras vestiduras, e
assim se aproximarão do lugar pertencente ao povo.
15. Tendo ele
acabado de medir o templo interior, fez-me sair pelo caminho da porta oriental;
e o mediu em redor.
16. Mediu o lado oriental com a cana de medir,
quinhentas canas de largura.
17. Mediu o lado do norte, quinhentas
canas, com a cana de medir.
18. Mediu também o lado do sul, quinhentas
canas, com a cana de medir.
19. Deu uma volta para o lado do ocidente,
e mediu quinhentas canas, com a cana de medir.
20. Mediu-o pelos
quatro lados. Havia um muro em redor, de quinhentas canas de comprimento, e
quinhentas de largura, para fazer separação entre o santo e o
profano.
[Ezequiel 43]Ezequiel
43
1. Então me levou à porta, à porta que dá para o
oriente.
2. E eis que a glória do Deus de Israel vinha do caminho do
oriente; e a sua voz era como a voz de muitas águas, e a terra resplandecia com
a glória dele.
3. E a aparência da visão que tive era como a da visão
que eu tivera quando ele veio destruir a cidade; eram as visões como a que tive
junto ao rio Quebar; e caí com o rosto em terra.
4. E a glória do
Senhor entrou no templo pelo caminho da porta oriental.
5. E
levantou-me o Espírito, e me levou ao átrio interior; e eis que a glória do
Senhor encheu o templo.
6. Então ouvi uma voz que me foi direita de
dentro do templo; e um homem se achava de pé junto de mim.
7. E
disse-me: Filho do homem, este é o lugar do meu trono, e o lugar das plantas dos
meus pés, onde habitarei no meio dos filhos de Israel para sempre; e os da casa
de Israel não contaminarão mais o meu nome santo, nem eles nem os seus reis, com
as suas prostituições e com os cadáveres dos seus reis, nos seus
altos,
8. pondo o seu limiar ao pé do meu limiar, e os seus umbrais
junto aos meus umbrais, e havendo apenas um muro entre mim e eles. Contaminaram
o meu santo nome com as abominações que têm cometido; por isso eu os consumi na
minha ira.
9. Agora lancem eles para longe de mim a sua prostituição e
os cadáveres dos seus reis; e habitarei no meio deles para sempre.
10.
Tu pois, ó filho do homem, mostra aos da casa de Israel o templo, para que se
envergonhem das suas iniqüidades; e meçam o modelo.
11. E se eles se
envergonharem de tudo quanto têm feito, faze-lhes saber a forma desta casa, a
sua figura, as suas saídas e as suas entradas, e todas as suas formas; todas as
suas ordenanças e todas as suas leis; escreve isto à vista deles, para que
guardem toda a sua forma, e todas as suas ordenanças e as cumpram.
12.
Esta é a lei do templo: Sobre o cume do monte todo o seu contorno em redor será
santíssimo. Eis que essa é a lei do templo.
13. São estas as medidas
do altar em côvados (o côvado é um côvado e um palmo): a parte inferior será de
um côvado de altura e um côvado de largura, e a sua borda, junto a sua
extremidade ao redor, de um palmo; e esta será a base do altar.
14. E
do fundo, desde o chão até a saliência de baixo, será de dois côvados, e de
largura um côvado; e desde a pequena saliência até a saliência grande será de
quatro côvados, e a largura de um côvado.
15. E o altar superior será
de quatro côvados; e da lareira do altar para cima se levantarão quatro
pontas.
16. E a lareira do altar terá doze côvados de comprimento, e
doze de largura, quadrado nos quatro lados.
17. E a saliência terá
catorze côvados de comprimento e catorze de largura, nos seus quatro lados; e a
borda, ao redor dela, será de meio côvado; e o fundo dela será de um côvado, ao
redor; e os seus degraus darão para o oriente.
18. E disse-me: Filho
do homem, assim diz o Senhor Deus: São estas as ordenanças para o altar, no dia
em que o fizerem, para oferecerem sobre ele holocausto e para espargirem sobre
ele sangue.
19. Aos sacerdotes levitas que são da linhagem de Zadoque,
os quais se chegam a mim para me servirem, diz o Senhor Deus, darás um bezerro
para oferta pelo pecado.
20. E tomarás do seu sangue, e o porás sobre
as quatro pontas do altar, sobre os quatro cantos da saliência e sobre a borda
ao redor; assim o purificarás e os expiarás.
21. Então tomarás o
novilho da oferta pelo pecado, o qual será queimado no lugar da casa para isso
ordenado, fora do santuário.
22. E no segundo dia oferecerás um bode,
sem mancha, para oferta pelo pecado; e purificarão o altar, como o purificaram
com o novilho.
23. Quando acabares de o purificar, oferecerás um
bezerro, sem mancha, e um carneiro do rebanho, sem mancha.
24.
Trá-los-ás, pois, perante o Senhor; e os sacerdotes deitarão sal sobre eles, e
os oferecerão em holocausto ao Senhor.
25. Durante sete dias
prepararás cada dia um bode como oferta pelo pecado; também prepararão eles um
bezerro, e um carneiro do rebanho, sem mancha.
26. Por sete dias
expiarão o altar, e o purificarão; assim o consagrarão.
27. E,
cumprindo eles estes dias, será que, ao oitavo dia, e dali em diante, os
sacerdotes oferecerão sobre o altar os vossos holocaustos e as vossas ofertas
pacíficas; e vos aceitarei, diz o Senhor Deus.
[Ezequiel 44]Ezequiel 44
1. Então me fez voltar para o
caminho da porta exterior do santuário, a qual olha para o oriente; e ela estava
fechada.
2. E disse-me o Senhor: Esta porta ficará fechada, não se
abrirá, nem entrará por ela homem algum; porque o Senhor Deus de Israel entrou
por ela; por isso ficará fechada.
3. Somente o príncipe se assentará
ali, para comer pão diante do Senhor; pelo caminho do vestíbulo da porta
entrará, e por esse mesmo caminho saíra,
4. Então me levou pelo
caminho da porta do norte, diante do templo; e olhei, e eis que a glória do
Senhor encheu o templo do Senhor; pelo que caí com o rosto em
terra.
5. Então me disse o Senhor: Filho do homem, nota bem, vê com os
teus olhos, e ouve com os teus ouvidos, tudo quanto eu te disser a respeito de
todas as ordenanças do templo do Senhor, e de todas as suas leis; e considera no
teu coração a entrada do templo, com todas as saídas do santuário.
6.
E dirás aos rebeldes, à casa de Israel: Assim diz o Senhor Deus: Bastem-vos
todas as vossas abominações, ó casa de Israel!
7. Porquanto
introduzistes estrangeiros, incircuncisos de coração e incircuncisos de carne,
para estarem no meu santuário, para o profanarem, quando ofereceis o meu pão, a
gordura, e o sangue; e vós quebrastes o meu pacto, além de todas as vossas
abominações.
8. E não guardastes a ordenança a respeito das minhas
coisas sagradas; antes constituístes, ao vosso prazer, guardas da minha
ordenança no tocante ao meu santuário.
9. Assim diz o Senhor Deus:
Nenhum estrangeiro, incircunciso de coração e carne, de todos os estrangeiros
que se acharem no meio dos filhos de Israel, entrará no meu
santuário.
10. Mas os levitas que se apartaram para longe de mim,
desviando-se de mim após os seus ídolos, quando Israel andava errado, levarão
sobre si a sua punição.
11. Contudo serão ministros no meu santuário,
tendo ao seu cargo a guarda das portas do templo, e ministrando no templo. Eles
imolarão o holocausto, e o sacrifício para o povo, e estarão perante ele, para o
servir.
12. Porque lhes ministraram diante dos seus ídolos, e serviram
à casa de Israel de tropeço de iniqüidade; por isso eu levantei a minha mão
contra eles, diz o Senhor Deus, e eles levarão sobre si a sua
punição.
13. E não se chegarão a mim, para me servirem no sacerdócio,
nem se chegarão a nenhuma de todas as minhas coisas sagradas, às coisas que são
santíssimas; mas levarão sobre si a sua vergonha e as suas abominações que
cometeram.
14. Contudo, eu os constituirei guardas da ordenança no
tocante ao templo, em todo o serviço dele, e em tudo o que nele se
fizer.
15. Mas os sacerdotes levíticos, os filhos de Zadoque, que
guardaram a ordenança a respeito do meu santuário, quando os filhos de Israel se
extraviaram de mim, eles se chegarão a mim, para me servirem; e estarão diante
de mim, para me oferecerem a gordura e o sangue, diz o Senhor
Deus;
16. eles entrarão no meu santuário, e se chegarão à minha mesa,
para me servirem, e guardarão a minha ordenança.
17. Quando entrarem
pelas portas do átrio interior, estarão vestidos de vestes de linho; e não se
porá lã sobre eles, quando servirem nas portas do átrio interior, e dentro da
casa.
18. Coifas de linho terão sobre as suas cabeças, e calções de
linho sobre os seus lombos; não se cingirão de coisa alguma que produza
suor.
19. E quando saírem ao átrio exterior, a ter com o povo,
despirão as suas vestes em que houverem ministrado, pô-las-ão nas santas
câmaras, e se vestirão de outras vestes, para que com as suas vestes não
transmitam a santidade ao povo.
20. Não raparão a cabeça, nem deixarão
crescer o cabelo; tão somente tosquiarão as cabeças.
21. Nenhum
sacerdote beberá vinho quando entrar no átrio interior.
22. Não se
casarão nem com viúva, nem com repudiada; mas tomarão virgens da linhagem da
casa de Israel, ou viúva que for viúva de sacerdote.
23. E a meu povo
ensinarão a distinguir entre o santo e o profano, e o farão discernir entre o
impuro e o puro.
24. No caso de uma controvérsia, assistirão a ela
para a julgarem; pelos meus juízos a julgarão. E observarão as minhas leis e os
meus estatutos em todas as minhas festas fixas, e santificarão os meus
sábados.
25. Eles não se contaminarão, aproximando-se de um morto;
todavia por pai ou mãe, por filho ou filha, por irmão, ou por irmã que não tiver
marido, se poderão contaminar.
26. Depois de ser ele purificado,
contar-se-lhe-ão sete dias.
27. E, no dia em que ele entrar no lugar
santo, no átrio interior, para ministrar no lugar santo, oferecerá a sua oferta
pelo pecado, diz o Senhor Deus.
28. Eles terão uma herança; eu serei a
sua herança. Não lhes dareis, portanto, possessão em Israel; eu sou a sua
possessão.
29. Eles comerão a oferta de cereais a oferta pelo pecado,
e a oferta pela culpa; e toda coisa consagrada em Israel será
deles.
30. Igualmente as primícias de todos os primeiros frutos de
tudo, e toda oblação de tudo, de todas as vossas oblações, serão para os
sacerdotes; também as primeiras das vossas massas dareis ao sacerdote, para
fazer repousar uma bênção sobre a vossa casa.
31. Os sacerdotes não
comerão de coisa alguma que tenha morrido de si mesma ou que tenha sido
despedaçada, seja de aves, seja de animais.
[Ezequiel 45]Ezequiel 45
1. Demais, quando repartirdes a
terra por sortes em herança, separareis uma oferta para o Senhor, uma santa
porção da terra; o seu comprimento será de vinte e cinco mil canas, e a largura
de dez mil. Esta será santa em todo o seu termo ao redor.
2. Desta
porção o santuário ocupará quinhentas canas de comprimento, e quinhentas de
largura, em quadrado, e terá em redor um espaço vazio de cinqüenta
côvados.
3. Desta área santa medirás um comprimento de vinte e cinco
mil côvados, e uma largura de dez mil; e ali será o santuário, que é
santíssimo.
4. É ela uma porção santa da terra; será para os
sacerdotes, ministros do santuário, que se aproximam do Senhor para o servir; e
lhes servirá de lugar para suas casas, e de lugar santo para o
santuário.
5. Também os levitas, ministros da casa, terão vinte e
cinco mil canas de comprimento, e dez mil de largura, para possessão sua, para
vinte câmaras.
6. E para possessão da cidade, de largura dareis cinco
mil canas, e de comprimento vinte e cinco mil, ao lado da área santa; o que será
para toda a casa de Israel.
7. O príncipe, porém, terá a sua parte
deste lado e do outro da área santa e da possessão da cidade, defronte da área
santa e defronte da possessão da cidade, tanto ao lado ocidental, como ao lado
oriental; e de comprimento corresponderá a uma das porções, desde o termo
ocidental até o termo oriental.
8. E esta terra será a sua possessão
em Israel; e os meus príncipes não oprimirão mais o meu povo; mas distribuirão a
terra pela casa de Israel, conforme as suas tribos.
9. Assim diz o
Senhor Deus: Baste-vos, ó príncipes de Israel; afastai a violência e a opressão
e praticai a retidão e a justiça; aliviai o meu povo das vossas exações, diz o
Senhor Deus.
10. Tereis balanças justas, efa justa, e bato
justo.
11. A efa e o bato serão duma mesma medida, de maneira que o
bato contenha a décima parte do hômer, e a efa a décima parte do hômer; o hômer
será a medida padrão.
12. E o siclo será de vinte jeiras; cinco siclos
serão cinco siclos, e dez siclos serão dez; a vossa mina será de cinqüenta
siclos.
13. Esta será a oferta que haveis de fazer: a sexta parte duma
efa de cada hômer de trigo; também dareis a sexta parte duma efa de cada hômer
de cevada;
14. quanto à porção fixa do azeite, de cada bato de azeite
oferecereis a décima parte do bato tirado dum coro, que é dez batos, a saber, um
hômer; pois dez batos fazem um hômer;
15. e um cordeiro do rebanho, de
cada duzentos, de todas as famílias de Israel, para oferta de cereais, e para
holocausto, e para oferta pacífica, para que façam expiação por eles, diz o
Senhor Deus.
16. Todo o povo da terra fará esta contribuição ao
príncipe de Israel.
17. Tocará ao príncipe dar os holocaustos, as
ofertas de cereais e as libações, nas festas, nas luas novas e nos sábados, em
todas as festas fixas da casa de Israel. Ele proverá a oferta pelo pecado, a
oferta de cereais, o holocausto e as ofertas pacíficas, para fazer expiação pela
casa de Israel.
18. Assim diz o Senhor Deus: No primeiro mês, no
primeiro dia do mês, tomarás um bezerro sem mancha, e purificarás o
santuário.
19. O sacerdote tomará do sangue da oferta pelo pecado, e
pô-lo-á nas ombreiras da casa, e nos quatro cantos da saliência do altar e nas
ombreiras da porta do átrio interior.
20. Assim também farás no sétimo
dia do mês, pelos errados e pelos insensatos; assim fareis expiação pelo
templo.
21. No primeiro mês, no dia catorze de mês, tereis a páscoa,
uma festa de sete dias; pão ázimo se comerá.
22. E no mesmo dia o
príncipe proverá, por si e por todo o povo da terra, um novilho como oferta pelo
pecado.
23. E nos sete dias da festa proverá um holocausto ao Senhor,
de sete novilhos e sete carneiros sem mancha, cada dia durante os sete dias; e
um bode cada dia como oferta pelo pecado.
24. Também proverá uma
oferta de cereais, uma efa para cada novilho, e uma efa para cada carneiro, e um
e him de azeite para cada efa.
25. No sétimo mês, no dia quinze do
mês, na festa, fará o mesmo por sete dias, segundo a oferta pelo pecado, segundo
o holocausto, segundo a oferta de cereais, e segundo o azeite.
[Ezequiel
46]Ezequiel 46
1. Assim diz o Senhor
Deus: A porta do átrio interior, que dá para o oriente, estará fechada durante
os seis dias que são de trabalho; mas no dia de sábado ela se abrirá; também no
dia da lua nova se abrirá.
2. E o príncipe entrará pelo caminho do
vestíbulo da porta, por fora, e ficará parado junto da ombreira da porta,
enquanto os sacerdotes ofereçam o holocausto e as ofertas pacíficas dele; e ele
adorará junto ao limiar da porta. Então sairá; mas a porta não se fechará até a
tarde.
3. E o povo da terra adorará à entrada da mesma porta, nos
sábados e nas luas novas, diante do Senhor.
4. E o holocausto que o
príncipe oferecer ao Senhor será, no dia de sábado, seis cordeiros sem mancha e
um carneiro sem mancha;
5. e a oferta de cereais será uma efa para o
carneiro; e para o cordeiro, a oferta de cereais será o que puder dar, com um
him de azeite para cada efa.
6. Mas no dia da lua nova será um bezerro
sem mancha, e seis cordeiros e um carneiro; eles serão sem mancha.
7.
Também ele proverá, por oferta de cereais, uma efa para o novilho e uma efa para
o carneiro, e para os cordeiros o que puder, com um him de azeite para cada
efa.
8. Quando entrar o príncipe, entrará pelo caminho do vestíbulo da
porta, e sairá pelo mesmo caminho.
9. Mas, quando vier o povo da terra
perante o Senhor nas festas fixas, aquele que entrar pelo caminho da porta do
norte, para adorar, sairá pelo caminho da porta do sul; e aquele que entrar pelo
caminho da porta do sul, sairá pelo caminho da porta do norte. Não tornará pelo
caminho da porta pela qual entrou, mas sairá seguindo para a sua
frente.
10. Ao entrarem eles, o príncipe entrará no meio deles; e,
saindo eles, sairão juntos.
11. Nas solenidades, inclusive nas festas
fixas, a oferta de cereais será uma efa para um novilho, e uma efa para um
carneiro, mas para os cordeiros será o que se puder dar; e de azeite um him para
cada efa.
12. Quando o príncipe prover uma oferta voluntária,
holocausto, ou ofertas pacíficas, como uma oferta voluntária ao Senhor,
abrir-se-lhe-á a porta que dá para o oriente, e oferecerá o seu holocausto e as
suas ofertas pacíficas, como houver feito no dia de sábado. Então sairá e,
depois de ele ter saído, fechar-se-á a porta.
13. Proverá ele um
cordeiro de um ano, sem mancha, em holocausto ao Senhor cada dia; de manhã em
manhã o proverá.
14. Juntamente com ele proverá de manhã em manhã uma
oferta de cereais, a sexta parte duma efa de flor de farinha, com a terça parte
de um him de azeite para umedecê-la, por oferta de cereais ao Senhor,
continuamente, por estatuto perpétuo.
15. Assim se proverão o
cordeiro, a oferta de cereais, e o azeite, de manhã em manhã, em holocausto
contínuo.
16. Assim diz o Senhor Deus: Se o príncipe der um presente a
algum de seus filhos, é herança deste, pertencerá a seus filhos; será possessão
deles por herança.
17. Se, porém, der um presente da sua herança a
algum dos seus servos, será deste até o ano da liberdade; então tornará para o
príncipe; pois quanto à herança, será ela para seus filhos.
18. O
príncipe não tomará nada da herança do povo para o esbulhar da sua possessão; da
sua própria possessão deixará herança a seus filhos, para que o meu povo não
seja espalhado, cada um da sua possessão.
19. Então me introduziu pela
entrada que estava ao lado da porta nas câmaras santas para os sacerdotes, que
olhavam para o norte; e eis que ali havia um lugar por detrás, para a banda do
ocidente.
20. E ele me disse: Este é o lugar onde os sacerdotes
cozerão a oferta pela culpa, e a oferta pelo pecado, e onde assarão a oferta de
cereais, para que não as tragam ao átrio exterior, e assim transmitam a
santidade ao povo.
21. Então me levou para fora, para o átrio
exterior, e me fez passar pelos quatro cantos do átrio; e eis que em cada canto
do átrio havia um átrio.
22. Nos quatro cantos do átrio havia átrios
fechados, de quarenta côvados de comprimento e de trinta de largura; estes
quatro cantos tinham a mesma medida.
23. E neles havia por dentro uma
série de projeções ao redor; e havia lugares para cozer, construídos por baixo
delas ao redor.
24. Então me disse: Estas são as cozinhas, onde os
ministros da casa cozerão o sacrifício do povo.
[Ezequiel 47]Ezequiel 47
1. Depois disso me fez voltar à
entrada do templo; e eis que saíam umas águas por debaixo do limiar do templo,
para o oriente; pois a frente do templo dava para o oriente; e as águas desciam
pelo lado meridional do templo ao sul do altar.
2. Então me levou para
fora pelo caminho da porta do norte, e me fez dar uma volta pelo caminho de fora
até a porta exterior, pelo caminho da porta oriental; e eis que corriam umas
águas pelo lado meridional.
3. Saindo o homem para o oriente, tendo na
mão um cordel de medir, mediu mil côvados, e me fez passar pelas águas, águas
que me davam pelos artelhos.
4. De novo mediu mil, e me fez passar
pelas águas, águas que me davam pelos joelhos; outra vez mediu mil, e me fez
passar pelas águas, águas que me davam pelos lombos.
5. Ainda mediu
mais mil, e era um rio, que eu não podia atravessar; pois as águas tinham
crescido, águas para nelas nadar, um rio pelo qual não se podia passar a
vau.
6. E me perguntou: Viste, filho do homem? Então me levou, e me
fez voltar à margem do rio.
7. Tendo eu voltado, eis que à margem do
rio havia árvores em grande número, de uma e de outra banda.
8. Então
me disse: Estas águas saem para a região oriental e, descendo pela Arabá,
entrarão no Mar Morto, e ao entrarem nas águas salgadas, estas se tornarão
saudáveis.
9. E por onde quer que entrar o rio viverá todo ser vivente
que vive em enxames, e haverá muitíssimo peixe; porque lá chegarão estas águas,
para que as águas do mar se tornem doces, e viverá tudo por onde quer que entrar
este rio.
10. Os pescadores estarão junto dele; desde En-Gedi até
En-Eglaim, haverá lugar para estender as redes; o seu peixe será, segundo a sua
espécie, como o peixe do Mar Grande, em multidão excessiva.
11. Mas os
seus charcos e os seus pântanos não sararão; serão deixados para
sal.
12. E junto do rio, à sua margem, de uma e de outra banda,
nascerá toda sorte de árvore que dá fruto para se comer. Não murchará a sua
folha, nem faltará o seu fruto. Nos seus meses produzirá novos frutos, porque as
suas águas saem do santuário. O seu fruto servirá de alimento e a sua folha de
remédio.
13. Assim diz o Senhor Deus: Este será o termo conforme o
qual repartireis a terra em herança, segundo as doze tribos de Israel. José terá
duas partes.
14. E vós a herdareis, tanto um como o outro; pois sobre
ela levantei a minha mão, jurando que a daria a vossos pais; assim esta terra
vos cairá a vós em herança.
15. E este será o termo da terra: da banda
do norte, desde o Mar Grande, pelo caminho de Hetlom, até a entrada de
Zedade;
16. Hamate, Berota, Sibraim, que está entre o termo de Damasco
e o termo de Hamate; Hazer-Haticom, que está junto ao termo de
Haurã.
17. O termo irá do mar até Hazar-Enom, junto ao termo
setentrional de Damasco, tendo ao norte o termo de Hamate. Essa será a fronteira
do norte.
18. E a fronteira do oriente, entre Haurã, e Damasco, e
Gileade, e a terra de Israel, será o Jordão; desde o termo do norte até o mar do
oriente medireis. Essa será a fronteira do oriente.
19. E a fronteira
meridional será desde Tamar até as águas de Meribote-Cades, ao longo do Ribeiro
do Egito até o Mar Grande. Essa será a fronteira meridional.
20. E a
fronteira do ocidente será o Mar Grande, desde o termo do sul até a entrada de
Hamate. Essa será a fronteira do ocidente.
21. Repartireis, pois, esta
terra entre vós, segundo as tribos de Israel.
22. Reparti-la-eis em
herança por sortes entre vós e entre os estrangeiros que habitam no meio de vós
e que têm gerado filhos no meio de vós; e vós os tereis como naturais entre os
filhos de Israel; convosco terão herança, no meio das tribos de
Israel.
23. E será que na tribo em que peregrinar o estrangeiro, ali
lhe dareis a sua herança, diz o Senhor Deus.
[Ezequiel 48]Ezequiel 48
1. São estes os nomes das
tribos: desde o extremo norte, ao longo do caminho de Hetlom, até a entrada de
Hamate, até Hazar-Enom, junto ao termo setentrional de Damasco, defronte de
Hamate, com as suas fronteiras estendendo-se do oriente ao ocidente, Dã terá uma
porção.
2. Junto ao termo de Dã, desde a fronteira oriental até a
fronteira ocidental, Aser terá uma porção.
3. Junto ao termo de Aser,
desde a fronteira oriental até a fronteira ocidental, Naftali terá uma
porção.
4. Junto ao termo de Naftali, desde a fronteira oriental até a
fronteira ocidental, Manasses terá uma porção.
5. Junto ao termo de
Manassés, desde a fronteira oriental até a fronteira ocidental, Efraim terá uma
porção.
6. Junto ao termo de Efraim, desde a fronteira oriental até a
fronteira ocidental, Rúben terá uma porção.
7. Junto ao termo de Rúben
desde a fronteira oriental até a fronteira ocidental, Judá terá uma
porção.
8. Junto ao termo de Judá, desde a fronteira oriental até a
fronteira ocidental, será a oferta que haveis de fazer de vinte e cinco mil
canas de largura, e do comprimento de cada uma das porções, desde a fronteira
oriental até a fronteira ocidental. O santuário estará no meio
dela.
9. A oferta que haveis de fazer ao Senhor será do comprimento de
vinte e cinco mil canas, e da largura de dez mil.
10. Será para os
sacerdotes uma porção desta santa oferta, medindo para o norte vinte e cinco mil
canas de comprimento, para o ocidente dez mil de largura, para o oriente dez mil
de largura, e para o sul vinte e cinco mil de comprimento; e o santuário do
Senhor estará no meio dela.
11. Sim, será para os sacerdotes
consagrados dentre os filhos de Zadoque, que guardaram a minha ordenança, e não
se desviaram quando os filhos de Israel se extraviaram, como se extraviaram os
outros levitas.
12. E o oferecido ser-lhes-á repartido da santa oferta
da terra, coisa santíssima, junto ao termo dos levitas.
13. Também os
levitas terão, consoante o termo dos sacerdotes, vinte e cinco mil canas de
comprimento, e de largura dez mil; todo o comprimento será vinte e cinco mil, e
a largura dez mil.
14. E não venderão nada disto nem o trocarão, nem
transferirão as primícias da terra, porque é santo ao Senhor.
15. Mas
as cinco mil, as que restam da largura, defronte das vinte e cinco mil, ficarão
para uso comum, para a cidade, para habitação e para arrabaldes; e a cidade
estará no meio.
16. E estas serão as suas medidas: a fronteira
setentrional terá quatro mil e quinhentas canas, e a fronteira do sul quatro mil
e quinhentas, e a fronteira oriental quatro mil e quinhentas, e a fronteira
ocidental quatro mil e quinhentas.
17. Os arrabaldes, que a cidade
terá, serão para o norte de duzentas e cinqüenta canas, e para o sul de duzentas
e cinqüenta, e para o oriente de duzentas e cinqüenta, e para o ocidente de
duzentas e cinqüenta.
18. E, quanto ao que ficou do resto no
comprimento, de conformidade com a santa oferta, será de dez mil para o oriente
e dez mil para o ocidente; e corresponderá à santa oferta; e a sua novidade será
para sustento daqueles que servem a cidade.
19. E os que servem a
cidade, dentre todas as tribos de Israel, cultivá-lo-ão.
20. A oferta
inteira será de vinte e cinco mil canas por vinte e cinco mil; em quadrado a
oferecereis como porção santa, incluindo o que possui a cidade.
21. O
que restar será para o príncipe; desta e da outra banda da santa oferta, e da
possessão da cidade; defronte das vinte e cinco mil canas da oferta, na direção
do termo oriental, e para o ocidente, defronte das vinte e cinco mil, na direção
do termo ocidental, correspondente às porções, isso será a parte do príncipe; e
a oferta santa e o santuário do templo estarão no meio.
22. A
possessão dos levitas, e a possessão da cidade estarão no meio do que pertencer
ao príncipe. Entre o termo de Judá e o termo de Benjamim será a porção do
príncipe.
23. Ora quanto ao resto das tribos: desde a fronteira
oriental até a fronteira ocidental, Benjamim terá uma porção.
24.
Junto ao termo de Benjamim, desde a fronteira oriental até a fronteira
ocidental, Simeão terá uma porção.
25. Junto ao termo de Simeão, desde
a fronteira oriental até a fronteira ocidental, Issacar terá uma
porção.
26. Junto ao termo de Issacar, desde a fronteira oriental até
a fronteira ocidental, Zebulom terá uma porção.
27. Junto ao termo de
Zebulom, desde a fronteira oriental até a fronteira ocidental, Gade terá uma
porção.
28. Junto ao termo de Gade, na fronteira sul, para o sul, o
termo será desde Tamar até as águas de Meribate-Cades, até o Ribeiro do Egito, e
até o Mar Grande.
29. Esta é a terra que sorteareis em herança para as
tribos de Israel, e são estas as suas respectivas porções, diz o Senhor
Deus.
30. E estas são as saídas da cidade: da banda do norte quatro
mil e quinhentos côvados por medida;
31. e as portas da cidade serão
conforme os nomes das tribos de Israel; três portas para o norte; a porta de
Rúben a porta de Judá, e a porta de Levi.
32. Da banda do oriente
quatro mil e quinhentos côvados, e três portas, a saber: a porta de José, a
porta de Benjamim, e a porta de Dã.
33. Da banda do sul quatro mil e
quinhentos côvados, e três portas: a porta de Simeão, a porta de Issacar, e a
porta de Zebulom.
34. Da banda do ocidente quatro mil e quinhentos
côvados, e as suas três portas: a porta de Gade, a porta de Aser, e a porta de
Naftali.
35. Dezoito mil côvados terá ao redor; e o nome da cidade
desde aquele dia será Jeová-Samá.
[Daniel 1]Daniel
1
1. No ano terceiro do reinado de Jeoiaquim, rei de
Judá, veio Nabucodonosor, rei de Babilônia, a Jerusalém, e a
sitiou.
2. E o Senhor lhe entregou nas mãos a Jeoiaquim, rei de Judá,
e uma parte dos vasos da casa de Deus; e ele os levou para a terra de Sinar,
para a casa do seu deus; e os pôs na casa do tesouro do seu deus.
3.
Então disse o rei a Aspenaz, chefe dos seus eunucos que trouxesse alguns dos
filhos de Israel, dentre a linhagem real e dos nobres,
4. jovens em
quem não houvesse defeito algum, de bela aparência, dotados de sabedoria,
inteligência e instrução, e que tivessem capacidade para assistirem no palácio
do rei; e que lhes ensinasse as letras e a língua dos caldeus.
5. E o
rei lhes determinou a porção diária das iguarias do rei, e do vinho que ele
bebia, e que assim fossem alimentados por três anos; para que no fim destes
pudessem estar diante do rei.
6. Ora, entre eles se achavam, dos
filhos de Judá, Daniel, Hananias, Misael e Azarias.
7. Mas o chefe dos
eunucos lhes pôs outros nomes, a saber: a Daniel, o de Beltessazar; a Hananias,
o de Sadraque; a Misael, o de Mesaque; e a Azarias, o de Abednego.
8.
Daniel, porém, propôs no seu coração não se contaminar com a porção das iguarias
do rei, nem com o vinho que ele bebia; portanto pediu ao chefe dos eunucos que
lhe concedesse não se contaminar.
9. Ora, Deus fez com que Daniel
achasse graça e misericórdia diante do chefe dos eunucos.
10. E disse
o chefe dos eunucos a Daniel: Tenho medo do meu senhor, o rei, que determinou a
vossa comida e a vossa bebida; pois veria ele os vossos rostos mais abatidos do
que os dos outros jovens da vossa idade? Assim poríeis em perigo a minha cabeça
para com o rei.
11. Então disse Daniel ao despenseiro a quem o chefe
dos eunucos havia posto sobre Daniel, Hananias, Misael e Azarias:
12.
Experimenta, peço-te, os teus servos dez dias; e que se nos dêem legumes a comer
e água a beber.
13. Então se examine na tua presença o nosso semblante
e o dos jovens que comem das iguarias reais; e conforme vires procederás para
com os teus servos.
14. Assim ele lhes atendeu o pedido, e os
experimentou dez dias.
15. E, ao fim dos dez dias, apareceram os seus
semblantes melhores, e eles estavam mais gordos do que todos os jovens que
comiam das iguarias reais.
16. Pelo que o despenseiro lhes tirou as
iguarias e o vinho que deviam beber, e lhes dava legumes.
17. Ora,
quanto a estes quatro jovens, Deus lhes deu o conhecimento e a inteligência em
todas as letras e em toda a sabedoria; e Daniel era entendido em todas as visões
e todos os sonhos.
18. E ao fim dos dias, depois dos quais o rei tinha
ordenado que fossem apresentados, o chefe dos eunucos os apresentou diante de
Nabucodonosor.
19. Então o rei conversou com eles; e entre todos eles
não foram achados outros tais como Daniel, Hananias, Misael e Azarias; por isso
ficaram assistindo diante do rei.
20. E em toda matéria de sabedoria e
discernimento, a respeito da qual lhes perguntou o rei, este os achou dez vezes
mais doutos do que todos os magos e encantadores que havia em todo o seu
reino.
21. Assim Daniel continuou até o primeiro ano do rei
Ciro.
[Daniel 2]Daniel 2
1. Ora
no segundo ano do reinado de Nabucodonosor, teve este uns sonhos; e o seu
espírito se perturbou, e passou-se-lhe o sono.
2. Então o rei mandou
chamar os magos, os encantadores, os adivinhadores, e os caldeus, para que
declarassem ao rei os seus sonhos; eles vieram, pois, e se apresentaram diante
do rei.
3. E o rei lhes disse: Tive um sonho, e para saber o sonho
está perturbado o meu espírito.
4. Os caldeus disseram ao rei em
aramaico: Ó rei, vive eternamente; dize o sonho a teus servos, e daremos a
interpretação
5. Respondeu o rei, e disse aos caldeus: Esta minha
palavra é irrevogável se não me fizerdes saber o sonho e a sua interpretação,
sereis despedaçados, e as vossas casas serão feitas um monturo;
6. mas
se vós me declarardes o sonho e a sua interpretação, recebereis de mim dádivas,
recompensas e grande honra. Portanto declarai-me o sonho e a sua
interpretação.
7. Responderam pela segunda vez: Diga o rei o sonho a
seus servos, e daremos a interpretação.
8. Respondeu o rei, e disse:
Bem sei eu que vós quereis ganhar tempo; porque vedes que a minha palavra é
irrevogável.
9. se não me fizerdes saber o sonho, uma só sentença será
a vossa; pois vós preparastes palavras mentirosas e perversas para as
proferirdes na minha presença, até que se mude o tempo. portanto dizei-me o
sonho, para que eu saiba que me podeis dar a sua interpretação.
10.
Responderam os caldeus na presença do rei, e disseram: Não há ninguém sobre a
terra que possa cumprir a palavra do rei; pois nenhum rei, por grande e poderoso
que fosse, tem exigido coisa semelhante de algum mago ou encantador, ou
caldeu.
11. A coisa que o rei requer é difícil, e ninguém há que a
possa declarar ao rei, senão os deuses, cuja morada não é com a carne
mortal.
12. Então o rei muito se irou e enfureceu, e ordenou que
matassem a todos os sábios de Babilônia.
13. saiu, pois, o decreto,
segundo o qual deviam ser mortos os sábios; e buscaram a Daniel e aos seus
companheiros, para que fossem mortos.
14. Então Daniel falou avisada e
prudentemente a Arioque, capitão da guarda do rei, que tinha saído para matar os
sábios de Babilônia;
15. pois disse a Arioque, capitão do rei: Por que
é o decreto do rei tão urgente? Então Arioque explicou o caso a
Daniel.
16. Ao que Daniel se apresentou ao rei e pediu que lhe
designasse o prazo, para que desse ao rei a interpretação.
17. Então
Daniel foi para casa, e fez saber o caso a Hananias, Misael e Azarias, seus
companheiros,
18. para que pedissem misericórdia ao Deus do céu sobre
este mistério, a fim de que Daniel e seus companheiros não perecessem,
juntamente com o resto dos sábios de Babilônia.
19. Então foi revelado
o mistério a Daniel numa visão de noite; pelo que Daniel louvou o Deus do
céu.
20. Disse Daniel: Seja bendito o nome de Deus para todo o sempre,
porque são dele a sabedoria e a força.
21. Ele muda os tempos e as
estações; ele remove os reis e estabelece os reis; é ele quem dá a sabedoria aos
sábios e o entendimento aos entendidos.
22. Ele revela o profundo e o
escondido; conhece o que está em trevas, e com ele mora a luz.
23. Ó
Deus de meus pais, a ti dou graças e louvor porque me deste sabedoria e força; e
agora me fizeste saber o que te pedimos; pois nos fizeste saber este assunto do
rei.
24. Por isso Daniel foi ter com Arioque, ao qual o rei tinha
constituído para matar os sábios de Babilônia; entrou, e disse-lhe assim: Não
mates os sábios de Babilônia; introduze-me na presença do rei, e lhe darei a
interpretação.
25. Então Arioque depressa introduziu Daniel à presença
do rei, e disse-lhe assim: Achei dentre os filhos dos cativos de Judá um homem
que fará saber ao rei a interpretação.
26. Respondeu o rei e disse a
Daniel, cujo nome era Beltessazar: Podes tu fazer-me saber o sonho que tive e a
sua interpretação?
27. Respondeu Daniel na presença do rei e disse: O
mistério que o rei exigiu, nem sábios, nem encantadores, nem magos, nem
adivinhadores lhe podem revelar;
28. mas há um Deus no céu, o qual
revela os mistérios; ele, pois, fez saber ao rei Nabucodonosor o que há de
suceder nos últimos dias. O teu sonho e as visões que tiveste na tua cama são
estas:
29. Estando tu, ó rei, na tua cama, subiram os teus pensamentos
sobre o que havia de suceder no futuro. Aquele, pois, que revela os mistérios te
fez saber o que há de ser.
30. E a mim me foi revelado este mistério,
não por ter eu mais sabedoria que qualquer outro vivente, mas para que a
interpretação se fizesse saber ao rei, e para que entendesses os pensamentos do
teu coração.
31. Tu, ó rei, na visão olhaste e eis uma grande estátua.
Esta estátua, imensa e de excelente esplendor, estava em pé diante de ti; e a
sua aparência era terrível.
32. A cabeça dessa estátua era de ouro
fino; o peito e os braços de prata; o ventre e as coxas de bronze;
33.
as pernas de ferro; e os pés em parte de ferro e em parte de
barro.
34. Estavas vendo isto, quando uma pedra foi cortada, sem
auxílio de mãos, a qual feriu a estátua nos pés de ferro e de barro, e os
esmiuçou.
35. Então foi juntamente esmiuçado o ferro, o barro, o
bronze, a prata e o ouro, os quais se fizeram como a pragana das eiras no estio,
e o vento os levou, e não se podia achar nenhum vestígio deles; a pedra, porém,
que feriu a estátua se tornou uma grande montanha, e encheu toda a
terra.
36. Este é o sonho; agora diremos ao rei a sua
interpretação.
37. Tu, ó rei, és rei de reis, a quem o Deus do céu tem
dado o reino, o poder, a força e a glória;
38. e em cuja mão ele
entregou os filhos dos homens, onde quer que habitem, os animais do campo e as
aves do céu, e te fez reinar sobre todos eles; tu és a cabeça de
ouro.
39. Depois de ti se levantará outro reino, inferior ao teu; e um
terceiro reino, de bronze, o qual terá domínio sobre toda a terra.
40.
E haverá um quarto reino, forte como ferro, porquanto o ferro esmiúça e quebra
tudo; como o ferro quebra todas as coisas, assim ele quebrantará e
esmiuçará.
41. Quanto ao que viste dos pés e dos dedos, em parte de
barro de oleiro, e em parte de ferro, isso será um reino dividido; contudo
haverá nele alguma coisa da firmeza do ferro, pois que viste o ferro misturado
com barro de lodo.
42. E como os dedos dos pés eram em parte de ferro
e em parte de barro, assim por uma parte o reino será forte, e por outra será
frágil.
43. Quanto ao que viste do ferro misturado com barro de lodo,
misturar-se-ão pelo casamento; mas não se ligarão um ao outro, assim como o
ferro não se mistura com o barro.
44. Mas, nos dias desses reis, o
Deus do céu suscitará um reino que não será jamais destruído; nem passará a
soberania deste reino a outro povo; mas esmiuçará e consumirá todos esses
reinos, e subsistirá para sempre.
45. Porquanto viste que do monte foi
cortada uma pedra, sem auxílio de mãos, e ela esmiuçou o ferro, o bronze, o
barro, a prata e o ouro, o grande Deus faz saber ao rei o que há de suceder no
futuro. Certo é o sonho, e fiel a sua interpretação.
46. Então o rei
Nabucodonosor caiu com o rosto em terra, e adorou a Daniel, e ordenou que lhe
oferecessem uma oblação e perfumes suaves.
47. Respondeu o rei a
Daniel, e disse: Verdadeiramente, o vosso Deus é Deus dos deuses, e o Senhor dos
reis, e o revelador dos mistérios, pois pudeste revelar este
mistério.
48. Então o rei engrandeceu a Daniel, e lhe deu muitas e
grandes dádivas, e o pôs por governador sobre toda a província de Babilônia,
como também o fez chefe principal de todos os sábios de Babilônia.
49.
A pedido de Daniel, o rei constituiu superintendentes sobre os negócios da
província de Babilônia a Sadraque, Mesaque e Abednego; mas Daniel permaneceu na
corte do rei.
[Daniel 3]Daniel
3
1. O rei Nabucodonosor fez uma estátua de ouro, a
altura da qual era de sessenta côvados, e a sua largura de seis côvados;
levantou-a no campo de Dura, na província de Babilônia.
2. Então o rei
Nabucodonosor mandou ajuntar os sátrapas, os prefeitos, os governadores, os
conselheiros, os tesoureiros, os juízes, os magistrados, e todos os oficiais das
províncias, para que viessem à dedicação da estátua que ele fizera
levantar.
3. Então se ajuntaram os sátrapas, os prefeitos, os
governadores, os conselheiros, os tesoureiros, os juízes, os magistrados, e
todos os oficiais das províncias, para a dedicação da estátua que o rei
Nabucodonosor fizera levantar; e estavam todos em pé diante da
imagem.
4. E o pregoeiro clamou em alta voz: Ordena-se a vós, ó povos,
nações e gentes de todas as línguas:
5. Logo que ouvirdes o som da
trombeta, da flauta, da harpa, da cítara, do saltério, da gaita de foles, e de
toda a sorte de música, prostrar-vos-eis, e adorareis a imagem de ouro que o rei
Nabucodonosor tem levantado.
6. E qualquer que não se prostrar e não a
adorar, será na mesma hora lançado dentro duma fornalha de fogo
ardente.
7. Portanto, no mesmo instante em que todos os povos ouviram
o som da trombeta, da flauta, da harpa, da cítara, do saltério, e de toda a
sorte de música, se prostraram todos os povos, nações e línguas, e adoraram a
estátua de ouro que o rei Nabucodonosor tinha levantado.
8. Ora, nesse
tempo se chegaram alguns homens caldeus, e acusaram os judeus.
9. E
disseram ao rei Nabucodonosor: Ó rei, vive eternamente.
10. Tu, ó rei,
fizeste um decreto, pelo qual todo homem que ouvisse o som da trombeta, da
flauta, da harpa, da cítara, do saltério, da gaita de foles, e de toda a sorte
de música, se prostraria e adoraria a estátua de ouro;
11. e qualquer
que não se prostrasse e adorasse seria lançado numa fornalha de fogo
ardente.
12. Há uns homens judeus, que tu constituíste sobre os
negócios da província de Babilônia: Sadraque, Mesaque e Abednego; estes homens,
ó rei, não fizeram caso de ti; a teus deuses não servem, nem adoram a estátua de
ouro que levantaste.
13. Então Nabucodonosor, na sua ira e fúria,
mandou chamar Sadraque, Mesaque e Abednego. Logo estes homens foram trazidos
perante o rei.
14. Falou Nabucodonosor, e lhes disse: E verdade, ó
Sadraque, Mesaque e Abednego, que vós não servis a meus deuses nem adorais a
estátua de ouro que levantei?
15. Agora, pois, se estais prontos,
quando ouvirdes o som da trombeta, da flauta, da harpa, da cítara, do saltério,
da gaita de foles, e de toda a sorte de música, para vos prostrardes e adorardes
a estátua que fiz, bom é; mas, se não a adorardes, sereis lançados, na mesma
hora, dentro duma fornalha de fogo ardente; e quem é esse deus que vos poderá
livrar das minhas mãos?
16. Responderam Sadraque, Mesaque e Abednego,
e disseram ao rei: Ó Nabucodonosor, não necessitamos de te responder sobre este
negócio.
17. Eis que o nosso Deus a quem nós servimos pode nos livrar
da fornalha de fogo ardente; e ele nos livrará da tua mão, ó rei.
18.
Mas se não, fica sabendo, ó rei, que não serviremos a teus deuses nem adoraremos
a estátua de ouro que levantaste.
19. Então Nabucodonosor se encheu de
raiva, e se lhe mudou o aspecto do semblante contra Sadraque, Mesaque e
Abednego; e deu ordem para que a fornalha se aquecesse sete vezes mais do que se
costumava aquecer;
20. e ordenou a uns homens valentes do seu
exército, que atassem a Sadraque, Mesaque e Abednego, e os lançassem na fornalha
de fogo ardente.
21. Então estes homens foram atados, vestidos de seus
mantos, suas túnicas, seus turbantes e demais roupas, e foram lançados na
fornalha de fogo ardente.
22. Ora, tão urgente era a ordem do rei e a
fornalha estava tão quente, que a chama do fogo matou os homens que carregaram a
Sadraque, Mesaque e Abednego.
23. E estes três, Sadraque, Mesaque e
Abednego, caíram atados dentro da fornalha de fogo ardente.
24. Então
o rei Nabucodonosor se espantou, e se levantou depressa; falou, e disse aos seus
conselheiros: Não lançamos nós dentro do fogo três homens atados? Responderam ao
rei: É verdade, ó rei.
25. Disse ele: Eu, porém, vejo quatro homens
soltos, que andam passeando dentro do fogo, e nenhum dano sofrem; e o aspecto do
quarto é semelhante a um filho dos deuses.
26. Então chegando-se
Nabucodonosor à porta da fornalha de fogo ardente, falou, dizendo: Sadraque,
Mesaque e Abednego, servos do Deus Altíssimo, saí e vinde! Logo Sadraque,
Mesaque e Abednego saíram do meio do fogo.
27. E os sátrapas, os
prefeitos, os governadores, e os conselheiros do rei, estando reunidos, viram
que o fogo não tinha tido poder algum sobre os corpos destes homens, nem foram
chamuscados os cabelos da sua cabeça, nem sofreram mudança os seus mantos, nem
sobre eles tinha passado o cheiro de fogo.
28. Falou Nabucodonosor, e
disse: Bendito seja o Deus de Sadraque, Mesaque e Abednego, o qual enviou o seu
anjo e livrou os seus servos, que confiaram nele e frustraram a ordem do rei,
escolhendo antes entregar os seus corpos, do que servir ou adorar a deus algum,
senão o seu Deus.
29. Por mim, pois, é feito um decreto, que todo o
povo, nação e língua que proferir blasfêmia contra o Deus de Sadraque, Mesaque e
Abednego, seja despedaçado, e as suas casas sejam feitas um monturo; porquanto
não há outro deus que possa livrar desta maneira.
30. Então o rei fez
prosperar a Sadraque, Mesaque e Abednego na província de
Babilônia.
[Daniel 4]Daniel
4
1. Nabucodonosor rei, a todos os povos, nações, e
línguas, que moram em toda a terra: Paz vos seja multiplicada.
2.
Pareceu-me bem fazer conhecidos os sinais e maravilhas que Deus, o Altíssimo,
tem feito para comigo.
3. Quão grandes são os seus sinais, e quão
poderosas as suas maravilhas! O seu reino é um reino sempiterno, e o seu domínio
de geração em geração.
4. Eu, Nabucodonosor, estava sossegado em minha
casa, e próspero no meu palácio.
5. Tive um sonho que me espantou; e
estando eu na minha cama, os pensamentos e as visões da minha cabeça me
perturbaram.
6. Portanto expedi um decreto, que fossem introduzidos à
minha presença todos os sábios de Babilônia, para que me fizessem saber a
interpretação do sonho.
7. Então entraram os magos, os encantadores,
os caldeus, e os adivinhadores, e lhes contei o sonho; mas não me fizeram saber
a interpretação do mesmo.
8. Por fim entrou na minha presença Daniel,
cujo nome é Beltessazar, segundo o nome do meu deus, e no qual há o espírito dos
deuses santos; e eu lhe contei o sonho, dizendo:
9. Ó Beltessazar,
chefe dos magos, porquanto eu sei que há em ti o espírito dos deuses santos, e
nenhum mistério te é difícil, dize-me as visões do meu sonho que tive e a sua
interpretação.
10. Eram assim as visões da minha cabeça, estando eu na
minha cama: eu olhava, e eis uma árvore no meio da terra, e grande era a sua
altura;
11. crescia a árvore, e se fazia forte, de maneira que a sua
altura chegava até o céu, e era vista até os confins da terra.
12. A
sua folhagem era formosa, e o seu fruto abundante, e havia nela sustento para
todos; debaixo dela os animais do campo achavam sombra, e as aves do céu faziam
morada nos seus ramos, e dela se mantinha toda a carne.
13. Eu via
isso nas visões da minha cabeça, estando eu na minha cama, e eis que um vigia,
um santo, descia do céu.
14. Ele clamou em alta voz e disse assim:
Derrubai a árvore, e cortai-lhe os ramos, sacudi as suas folhas e espalhai o seu
fruto; afugentem-se os animais de debaixo dela, e as aves dos seus
ramos.
15. Contudo deixai na terra o tronco com as suas raízes, numa
cinta de ferro e de bronze, no meio da tenra relva do campo; e seja molhado do
orvalho do céu, e seja a sua porção com os animais na erva da
terra.
16. Seja mudada a sua mente, para que não seja mais a de homem,
e lhe seja dada mente de animal; e passem sobre ele sete tempos.
17.
Esta sentença é por decreto dos vigias, e por mandado dos santos; a fim de que
conheçam os viventes que o Altíssimo tem domínio sobre o reino dos homens, e o
dá a quem quer, e até o mais humilde dos homens constitui sobre
eles.
18. Este sonho eu, rei Nabucodonosor, o vi. Tu, pois,
Beltessazar, dize a interpretação; porquanto todos os sábios do meu reino não
puderam fazer-me saber a interpretação; mas tu podes; pois há em ti o espírito
dos deuses santos.
19. Então Daniel, cujo nome era Beltessazar, esteve
atônito por algum tempo, e os seus pensamentos o perturbaram. Falou, pois, o rei
e disse: Beltessazar, não te espante o sonho, nem a sua interpretação. Respondeu
Beltessazar, e disse: Senhor meu, seja o sonho para os que te odeiam, e a sua
interpretação para os teus inimigos:
20. A árvore que viste, que
cresceu, e se fez forte, cuja altura chegava até o céu, e que era vista por toda
a terra;
21. cujas folhas eram formosas, e o seu fruto abundante, e em
que para todos havia sustento, debaixo da qual os animais do campo achavam
sombra, e em cujos ramos habitavam as aves do céu;
22. és ,tu, ó rei,
que cresceste, e te fizeste forte; pois a tua grandeza cresceu, e chegou até o
céu, e o teu domínio até a extremidade da terra.
23. E quanto ao que
viu o rei, um vigia, um santo, que descia do céu, e que dizia: Cortai a árvore,
e destruí-a; contudo deixai na terra o tronco com as suas raízes, numa cinta de
ferro e de bronze, no meio da tenra relva do campo; e seja molhado do orvalho do
céu, e seja a sua porção com os animais do campo, até que passem sobre ele sete
tempos;
24. esta é a interpretação, ó rei é o decreto do Altíssimo,
que é vindo sobre o rei, meu senhor:
25. serás expulso do meio dos
homens, e a tua morada será com os animais do campo, e te farão comer erva como
os bois, e serás molhado do orvalho do céu, e passar-se-ão sete tempos por cima
de ti; até que conheças que o Altíssimo tem domínio sobre o reino dos homens, e
o dá a quem quer.
26. E quanto ao que foi dito, que deixassem o tronco
com as raízes da árvore, o teu reino voltará para ti, depois que tiveres
conhecido que o céu reina.
27. Portanto, ó rei, aceita o meu conselho,
e põe fim aos teus pecados, praticando a justiça, e às tuas iniqüidades, usando
de misericórdia com os pobres, se, porventura, se prolongar a tua
tranqüilidade.
28. Tudo isso veio sobre o rei
Nabucodonosor.
29. Ao cabo de doze meses, quando passeava sobre o
palácio real de Babilônia,
30. falou o rei, e disse: Não é esta a
grande Babilônia que eu edifiquei para a morada real, pela força do meu poder, e
para a glória da minha majestade?
31. Ainda estava a palavra na boca
do rei, quando caiu uma voz do céu: A ti se diz, ó rei Nabucodonosor: Passou de
ti o reino.
32. E serás expulso do meio dos homens, e a tua morada
será com os animais do campo; far-te-ão comer erva como os bois, e passar-se-ão
sete tempos sobre ti, até que conheças que o Altíssimo tem domínio sobre o reino
dos homens, e o dá a quem quer.
33. Na mesma hora a palavra se cumpriu
sobre Nabucodonosor, e foi expulso do meio dos homens, e comia erva como os
bois, e o seu corpo foi molhado do orvalho do céu, até que lhe cresceu o cabelo
como as penas da águia, e as suas unhas como as das aves:
34. Mas ao
fim daqueles dias eu, Nabucodonosor, levantei ao céu os meus olhos, e voltou a
mim o meu entendimento, e eu bendisse o Altíssimo, e louvei, e glorifiquei ao
que vive para sempre; porque o seu domínio é um domínio sempiterno, e o seu
reino é de geração em geração.
35. E todos os moradores da terra são
reputados em nada; e segundo a sua vontade ele opera no exército do céu e entre
os moradores da terra; não há quem lhe possa deter a mão, nem lhe dizer: Que
fazes?
36. No mesmo tempo voltou a mim o meu entendimento; e para a
glória do meu reino voltou a mim a minha majestade e o meu resplendor.
Buscaram-me os meus conselheiros e os meus grandes; e fui restabelecido no meu
reino, e foi-me acrescentada excelente grandeza.
37. Agora, pois, eu,
Nabucodonosor, louvo, e exalço, e glorifico ao Rei do céu; porque todas as suas
obras são retas, e os seus caminhos justos, e ele pode humilhar aos que andam na
soberba.
[Daniel 5]Daniel 5
1.
O rei Belsazar deu um grande banquete a mil dos seus grandes, e bebeu vinho na
presença dos mil.
2. Havendo Belsazar provado o vinho, mandou trazer
os vasos de ouro e de prata que Nabucodonosor, seu pai, tinha tirado do templo
que estava em Jerusalém, para que bebessem por eles o rei, e os seus grandes, as
suas mulheres e concubinas.
3. Então trouxeram os vasos de ouro que
foram tirados do templo da casa de Deus, que estava em Jerusalém, e beberam por
eles o rei, os seus grandes, as suas mulheres e concubinas.
4. Beberam
vinho, e deram louvores aos deuses de ouro, e de prata, de bronze, de ferro, de
madeira, e de pedra.
5. Na mesma hora apareceram uns dedos de mão de
homem, e escreviam, defronte do castiçal, na caiadura da parede do palácio real;
e o rei via a parte da mão que estava escrevendo.
6. Mudou-se, então,
o semblante do rei, e os seus pensamentos o perturbaram; as juntas dos seus
lombos se relaxaram, e os seus joelhos batiam um no outro.
7. E
ordenou o rei em alta voz, que se introduzissem os encantadores, os caldeus e os
adivinhadores; e falou o rei, e disse aos sábios de Babilônia: Qualquer que ler
esta escritura, e me declarar a sua interpretação, será vestido de púrpura, e
trará uma cadeia de ouro ao pescoço, e no reino será o terceiro
governante.
8. Então entraram todos os sábios do rei; mas não puderam
ler o escrito, nem fazer saber ao rei a sua interpretação.
9. Nisto
ficou o rei Belsazar muito perturbado, e se lhe mudou o semblante; e os seus
grandes estavam perplexos.
10. Ora a rainha, por causa das palavras do
rei e dos seus grandes, entrou na casa do banquete; e a rainha disse: Ó rei,
vive para sempre; não te perturbem os teus pensamentos, nem se mude o teu
semblante.
11. Há no teu reino um homem que tem o espírito dos deuses
santos; e nos dias de teu pai se achou nele luz, e inteligência, e sabedoria,
como a sabedoria dos deuses; e teu pai, o rei Nabucodonosor, sim, teu pai, ó
rei, o constituiu chefe dos magos, dos encantadores, dos caldeus, e dos
adivinhadores;
12. porquanto se achou neste Daniel um espírito
excelente, e conhecimento e entendimento para interpretar sonhos, explicar
enigmas e resolver dúvidas, ao qual o rei pôs o nome de Beltessazar. Chame-se,
pois, agora Daniel, e ele dará a interpretação.
13. Então Daniel foi
introduzido à presença do rei. Falou o rei, e disse à Daniel: És tu aquele
Daniel, um dos cativos de Judá, que o rei, meu pai, trouxe de
Judá?
14. Tenho ouvido dizer a teu respeito que o espírito dos deuses
está em ti, e que em ti se acham a luz, o entendimento e a excelente
sabedoria.
15. Acabam de ser introduzidos à minha presença os sábios,
os encantadores, para lerem o escrito, e me fazerem saber a sua interpretação;
mas não puderam dar a interpretação destas palavras.
16. Ouvi dizer,
porém, a teu respeito que podes dar interpretações e resolver dúvidas. Agora,
pois, se puderes ler esta escritura e fazer-me saber a sua interpretação, serás
vestido de púrpura, e terás cadeia de ouro ao pescoço, e no reino serás o
terceiro governante.
17. Então respondeu Daniel, e disse na presença
do rei: Os teus presentes fiquem contigo, e dá os teus prêmios a outro; todavia
vou ler ao rei o escrito, e lhe farei saber a interpretação.
18. O
Altíssimo Deus, ó rei, deu a Nabucodonosor, teu pai, o reino e a grandeza,
glória e majestade;
19. e por causa da grandeza que lhe deu, todos os
povos, nações, e línguas tremiam e temiam diante dele; a quem queria matava, e a
quem queria conservava em vida; a quem queria exaltava, e a quem queria
abatia.
20. Mas quando o seu coração se elevou, e o seu espírito se
endureceu para se haver arrogantemente, foi derrubado do seu trono real, e
passou dele a sua glória.
21. E foi expulso do meio dos filhos dos
homens, e o seu coração foi feito semelhante aos dos animais, e a sua morada foi
com os jumentos monteses; deram-lhe a comer erva como aos bois, e do orvalho do
céu foi molhado o seu corpo, até que conheceu que o Altíssimo Deus tem domínio
sobre o reino dos homens, e a quem quer constitui sobre ele.
22. E tu,
Belsazar, que és seu filho, não humilhaste o teu coração, ainda que soubeste
tudo isso;
23. porém te elevaste contra o Senhor do céu; pois foram
trazidos a tua presença os vasos da casa dele, e tu, os teus grandes, as tua
mulheres e as tuas concubinas, bebestes vinho neles; além disso, deste louvores
aos deuses de prata, de ouro, de bronze, de ferro, de madeira e de pedra, que
não vêem, não ouvem, nem sabem; mas a Deus, em cuja mão está a tua vida, e de
quem são todos os teus caminhos, a ele não glorificaste.:
24. Então
dele foi enviada aquela parte da mão que traçou o escrito.
25. Esta,
pois, é a escritura que foi traçada: MENE, MENE, TEQUEL, UFARSlM.
26.
Esta é a interpretação daquilo: MENE: Contou Deus o teu reino, e o
acabou.
27. TEQUEL: Pesado foste na balança, e foste achado em
falta.
28. PERES: Dividido está o teu reino, e entregue aos medos e
persas.
29. Então Belsazar deu ordem, e vestiram a Daniel de púrpura,
puseram-lhe uma cadeia de ouro ao pescoço, e proclamaram a respeito dele que
seria o terceiro em autoridade no reino.
30. Naquela mesma noite
Belsazar, o rei dos caldeus, foi morto.
31. E Dario, o medo, recebeu o
reino, tendo cerca de sessenta e dois anos de idade.
[Daniel 6]Daniel 6
1. Pareceu bem a Dario constituir
sobre o reino cento e vinte sátrapas, que estivessem por todo o
reino;
2. e sobre eles três presidentes, dos quais Daniel era um; a
fim de que estes sátrapas lhes dessem conta, e que o rei não sofresse
dano.
3. Então o mesmo Daniel sobrepujava a estes presidentes e aos
sátrapas; porque nele havia um espírito excelente; e o rei pensava constituí-lo
sobre todo o reino:
4. Nisso os presidentes e os sátrapas procuravam
achar ocasião contra Daniel a respeito do reino mas não podiam achar ocasião ou
falta alguma; porque ele era fiel, e não se achava nele nenhum erro nem
falta.
5. Pelo que estes homens disseram: Nunca acharemos ocasião
alguma contra este Daniel, a menos que a procuremos no que diz respeito a lei do
seu Deus.
6. Então os presidentes e os sátrapas foram juntos ao rei, e
disseram-lhe assim: Ó rei Dario, vive para sempre.
7. Todos os
presidentes do reino, os prefeitos e os sátrapas, os conselheiros e os
governadores, concordaram em que o rei devia baixar um decreto e publicar o
respectivo interdito, que qualquer que, por espaço de trinta dias, fizer uma
petição a qualquer deus, ou a qualquer homem, exceto a ti, ó rei, seja lançado
na cova dos leões.
8. Agora pois, ó rei, estabelece o interdito, e
assina o edital, para que não seja mudado, conforme a lei dos medos e dos
persas, que não se pode revogar.
9. Em virtude disto o rei Dario
assinou o edital e o interdito.
10. Quando Daniel soube que o edital
estava assinado, entrou em sua casa, no seu quarto em cima, onde estavam abertas
as janelas que davam para o lado de Jerusalém; e três vezes no dia se punha de
joelhos e orava, e dava graças diante do seu Deus, como também antes costumava
fazer.
11. Então aqueles homens foram juntos, e acharam a Daniel
orando e suplicando diante do seu Deus.
12. Depois se foram à presença
do rei e lhe perguntaram no tocante ao interdito real: Porventura não assinaste
um interdito pelo qual todo homem que fizesse uma petição a qualquer deus, ou a
qualquer homem por espaço de trinta dias, exceto a ti, ó rei, fosse lançado na
cova dos leões? Respondeu o rei, e disse: Esta palavra é certa, conforme a lei
dos medos e dos persas, que não se pode revogar.
13. Então responderam
ao rei, dizendo-lhe Esse Daniel, que é dos exilados de Judá, e não tem feito
caso de ti, ó rei, nem do interdito que assinaste; antes três vezes por dia faz
a sua oração.
14. Ouvindo então o rei a notícia, ficou muito
penalizado, e a favor de Daniel propôs dentro do seu coração livrá-lo; e até o
pôr do sol trabalhou para o salvar.
15. Nisso aqueles homens foram
juntos ao rei, e lhe disseram: Sabe, ó rei, que é lei dos medos e persas que
nenhum interdito ou decreto que o rei estabelecer, se pode mudar.
16.
Então o rei deu ordem, e trouxeram Daniel, e o lançaram na cova dos leões. Ora,
disse o rei a Daniel: O teu Deus, a quem tu continuamente serves, ele te
livrará.
17. E uma pedra foi trazida e posta sobre a boca da cova; e o
rei a selou com o seu anel e com o anel dos seus grandes, para que no tocante a
Daniel nada se mudasse:
18. Depois o rei se dirigiu para o seu
palácio, e passou a noite em jejum; e não foram trazidos à sua presença
instrumentos de música, e fugiu dele o sono.
19. Então o rei se
levantou ao romper do dia, e foi com pressa à cova dos leões.
20. E,
chegando-se à cova, chamou por Daniel com voz triste; e disse o rei a Daniel: Ó
Daniel, servo do Deus vivo, dar-se-ia o caso que o teu Deus, a quem tu
continuamente serves, tenha podido livrar-te dos leões?
21. Então
Daniel falou ao rei: Ó rei, vive para sempre.
22. O meu Deus enviou o
seu anjo, e fechou a boca dos leões, e eles não me fizeram mal algum; porque foi
achada em mim inocência diante dele; e também diante de ti, ó rei, não tenho
cometido delito algum.
23. Então o rei muito se alegrou, e mandou
tirar a Daniel da cova. Assim foi tirado Daniel da cova, e não se achou nele
lesão alguma, porque ele havia confiado em seu Deus.
24. E o rei deu
ordem, e foram trazidos aqueles homens que tinham acusado Daniel, e foram
lançados na cova dos leões, eles, seus filhos e suas mulheres; e ainda não
tinham chegado ao fundo da cova quando os leões se apoderaram deles, e lhes
esmigalharam todos os ossos.
25. Então o rei Dario escreveu a todos os
povos, nações e línguas que moram em toda a terra: Paz vos seja
multiplicada.
26. Com isto faço um decreto, pelo qual em todo o
domínio do meu reino os homens tremam e temam perante o Deus de Daniel; porque
ele é o Deus vivo, e permanece para sempre; e o seu reino nunca será destruído;
o seu domínio durará até o fim.
27. Ele livra e salva, e opera sinais
e maravilhas no céu e na terra; foi ele quem livrou Daniel do poder dos
leões.
28. Este Daniel, pois, prosperou no reinado de Dario, e no
reinado de Ciro, o persa.
[Daniel 7]Daniel
7
1. No primeiro ano de Belsazar, rei de Babilônia,
teve Daniel, na sua cama, um sonho e visões da sua cabeça. Então escreveu o
sonho, e relatou a suma das coisas.
2. Falou Daniel, e disse: Eu
estava olhando, numa visão noturna, e eis que os quatro ventos do céu agitavam o
Mar Grande.
3. E quatro grandes animais, diferentes uns dos outros,
subiam do mar.
4. O primeiro era como leão, e tinha asas de águia;
enquanto eu olhava, foram-lhe arrancadas as asas, e foi levantado da terra, e
posto em dois pés como um homem; e foi-lhe dado um coração de
homem.
5. Continuei olhando, e eis aqui o segundo animal, semelhante a
um urso, o qual se levantou de um lado, tendo na boca três costelas entre os
seus dentes; e foi-lhe dito assim: Levanta-te, devora muita carne.
6.
Depois disto, continuei olhando, e eis aqui outro, semelhante a um leopardo, e
tinha nas costas quatro asas de ave; tinha também este animal quatro cabeças; e
foi-lhe dado domínio.
7. Depois disto, eu continuava olhando, em
visões noturnas, e eis aqui o quarto animal, terrível e espantoso, e muito
forte, o qual tinha grandes dentes de ferro; ele devorava e fazia em pedaços, e
pisava aos pés o que sobejava; era diferente de todos os animais que apareceram
antes dele, e tinha dez chifres.
8. Eu considerava os chifres, e eis
que entre eles subiu outro chifre, pequeno, diante do qual três dos primeiros
chifres foram arrancados; e eis que neste chifre havia olhos, como os de homem,
e uma boca que falava grandes coisas.
9. Eu continuei olhando, até que
foram postos uns tronos, e um ancião de dias se assentou; o seu vestido era
branco como a neve, e o cabelo da sua cabeça como lã puríssima; o seu trono era
de chamas de fogo, e as rodas dele eram fogo ardente.
10. Um rio de
fogo manava e saía de diante dele; milhares de milhares o serviam, e miríades de
miríades assistiam diante dele. Assentou-se para o juízo, e os livros foram
abertos.
11. Então estive olhando, por causa da voz das grandes
palavras que o chifre proferia; estive olhando até que o animal foi morto, e o
seu corpo destruído; pois ele foi entregue para ser queimado pelo
fogo.
12. Quanto aos outros animais, foi-lhes tirado o domínio;
todavia foi-lhes concedida prolongação de vida por um prazo e mais um
tempo.
13. Eu estava olhando nas minhas visões noturnas, e eis que
vinha com as nuvens do céu um como filho de homem; e dirigiu-se ao ancião de
dias, e foi apresentado diante dele.
14. E foi-lhe dado domínio, e
glória, e um reino, para que todos os povos, nações e línguas o servissem; o seu
domínio é um domínio eterno, que não passará, e o seu reino tal, que não será
destruído.
15. Quanto a mim, Daniel, o meu espírito foi abatido dentro
do corpo, e as visões da minha cabeça me perturbavam.
16. Cheguei-me a
um dos que estavam perto, e perguntei-lhe a verdadeira significação de tudo
isso. Ele me respondeu e me fez saber a interpretação das coisas.
17.
Estes grandes animais, que são quatro, são quatro reis, que se levantarão da
terra.
18. Mas os santos do Altíssimo receberão o reino e o possuirão
para todo o sempre, sim, para todo o sempre.
19. Então tive desejo de
conhecer a verdade a respeito do quarto animal, que era diferente de todos os
outros, sobremodo terrível, com dentes de ferro e unhas de bronze; o qual
devorava, fazia em pedaços, e pisava aos pés o que sobrava;
20. e
também a respeito dos dez chifres que ele tinha na cabeça, e do outro que subiu
e diante do qual caíram três, isto é, daquele chifre que tinha olhos, e uma boca
que falava grandes coisas, e parecia ser mais robusto do que os seus
companheiros.
21. Enquanto eu olhava, eis que o mesmo chifre fazia
guerra contra os santos, e prevalecia contra eles,
22. até que veio o
ancião de dias, e foi executado o juízo a favor dos santos do Altíssimo; e
chegou o tempo em que os santos possuíram o reino.
23. Assim me disse
ele: O quarto animal será um quarto reino na terra, o qual será diferente de
todos os reinos; devorará toda a terra, e a pisará aos pés, e a fará em
pedaços.
24. Quanto aos dez chifres, daquele mesmo reino se levantarão
dez reis; e depois deles se levantará outro, o qual será diferente dos
primeiros, e abaterá a três reis.
25. Proferirá palavras contra o
Altíssimo, e consumirá os santos do Altíssimo; cuidará em mudar os tempos e a
lei; os santos lhe serão entregues na mão por um tempo, e tempos, e metade de um
tempo.
26. Mas o tribunal se assentará em juízo, e lhe tirará o
domínio, para o destruir e para o desfazer até o fim.
27. O reino, e o
domínio, e a grandeza dos reinos debaixo de todo o céu serão dados ao povo dos
santos do Altíssimo. O seu reino será um reino eterno, e todos os domínios o
servirão, e lhe obedecerão.
28. Aqui é o fim do assunto. Quanto a mim,
Daniel, os meus pensamentos muito me perturbaram e o meu semblante se mudou; mas
guardei estas coisas no coração.
[Daniel 8]Daniel
8
1. No ano terceiro do reinado do rei Belsazar
apareceu-me uma visão, a mim, Daniel, depois daquela que me apareceu no
princípio.
2. E na visão que tive, parecia-me que eu estava na
cidadela de Susã, na província de Elão; e conforme a visão, eu estava junto ao
rio Ulai.
3. Levantei os olhos, e olhei, e eis que estava em pé diante
do rio um carneiro, que tinha dois chifres; e os dois chifres eram altos; mas um
era mais alto do que o outro, e o mais alto subiu por último.
4. Vi
que o carneiro dava marradas para o ocidente, e para o norte e para o sul; e
nenhum dos animais lhe podia resistir, nem havia quem pudesse livrar-se do seu
poder; ele, porém, fazia conforme a sua vontade, e se engrandecia.
5.
E, estando eu considerando, eis que um bode vinha do ocidente sobre a face de
toda a terra, mas sem tocar no chão; e aquele bode tinha um chifre notável entre
os olhos.
6. E dirigiu-se ao carneiro que tinha os dois chifres, ao
qual eu tinha visto em pé diante do rio, e correu contra ele no furor da sua
força.
7. Vi-o chegar perto do carneiro; e, movido de cólera contra
ele, o feriu, e lhe quebrou os dois chifres; não havia força no carneiro para
lhe resistir, e o bode o lançou por terra, e o pisou aos pés; também não havia
quem pudesse livrar o carneiro do seu poder.
8. O bode, pois, se
engrandeceu sobremaneira; e estando ele forte, aquele grande chifre foi
quebrado, e no seu lugar outros quatro também notáveis nasceram para os quatro
ventos do céu.
9. Ainda de um deles saiu um chifre pequeno, o qual
cresceu muito para o sul, e para o oriente, e para a terra
formosa;
10. e se engrandeceu até o exército do céu; e lançou por
terra algumas das estrelas desse exército, e as pisou.
11. Sim, ele se
engrandeceu até o príncipe do exército; e lhe tirou o holocausto contínuo, e o
lugar do seu santuário foi deitado abaixo.
12. E o exército lhe foi
entregue, juntamente com o holocausto contínuo, por causa da transgressão;
lançou a verdade por terra; e fez o que era do seu agrado, e
prosperou.
13. Depois ouvi um santo que falava; e disse outro santo
àquele que falava: Até quando durará a visão relativamente ao holocausto
contínuo e à transgressão assoladora, e à entrega do santuário e do exército,
para serem pisados?
14. Ele me respondeu: Até duas mil e trezentas
tardes e manhãs; então o santuário será purificado.
15. Havendo eu,
Daniel, tido a visão, procurei entendê-la, e eis que se me apresentou como que
uma semelhança de homem.
16. E ouvi uma voz de homem entre as margens
do Ulai, a qual gritou, e disse: Gabriel, faze que este homem entenda a
visão.
17. Veio, pois, perto de onde eu estava; e vindo ele, fiquei
amedrontado, e caí com o rosto em terra. Mas ele me disse: Entende, filho do
homem, pois esta visão se refere ao tempo do fim.
18. Ora, enquanto
ele falava comigo, caí num profundo sono, com o rosto em terra; ele, porém, me
tocou, e me pôs em pé.
19. e disse: Eis que te farei saber o que há de
acontecer no último tempo da ira; pois isso pertence ao determinado tempo do
fim.
20. Aquele carneiro que viste, o qual tinha dois chifres, são
estes os reis da Média e da Pérsia.
21. Mas o bode peludo é o rei da
Grécia; e o grande chifre que tinha entre os olhos é o primeiro
rei.
22. O ter sido quebrado, levantando-se quatro em lugar dele,
significa que quatro reinos se levantarão da mesma nação, porém não com a força
dele.
23. Mas, no fim do reinado deles, quando os transgressores
tiverem chegado ao cúmulo, levantar-se-á um rei, feroz de semblante e que
entende enigmas.
24. Grande será o seu poder, mas não de si mesmo; e
destruirá terrivelmente, e prosperará, e fará o que lhe aprouver; e destruirá os
poderosos e o povo santo.
25. Pela sua sutileza fará prosperar o
engano na sua mão; no seu coração se engrandecerá, e destruirá a muitos que
vivem em segurança; e se levantará contra o príncipe dos príncipes; mas será
quebrado sem intervir mão de homem.
26. E a visão da tarde e da manhã,
que foi dita, é verdadeira. Tu, porém, cerra a visão, porque se refere a dias
mui distantes.
27. E eu, Daniel, desmaiei, e estive enfermo alguns
dias; então me levantei e tratei dos negócios do rei. E espantei-me acerca da
visão, pois não havia quem a entendesse.
[Daniel 9]Daniel 9
1. No ano primeiro de Dario, filho
de Assuero, da linhagem dos medos, o qual foi constituído rei sobre o reino dos
caldeus.
2. no ano primeiro do seu reinado, eu, Daniel, entendi pelos
livros que o número de anos, de que falara o Senhor ao profeta Jeremias, que
haviam de durar as desolações de Jerusalém, era de setenta anos.
3.
Eu, pois, dirigi o meu rosto ao Senhor Deus, para o buscar com oração e
súplicas, com jejum, e saco e cinza.
4. E orei ao Senhor meu Deus, e
confessei, e disse: Ó Senhor, Deus grande e tremendo, que guardas o pacto e a
misericórdia para com os que te amam e guardam os teus mandamentos;
5.
pecamos e cometemos iniqüidades, procedemos impiamente, e fomos rebeldes,
apartando-nos dos teus preceitos e das tuas ordenanças.
6. Não demos
ouvidos aos teus servos, os profetas, que em teu nome falaram aos nossos reis,
nossos príncipes, e nossos pais, como também a todo o povo da
terra.
7. A ti, ó Senhor, pertence a justiça, porém a nós a confusão
de rosto, como hoje se vê; aos homens de Judá, e aos moradores de Jerusalém, e a
todo o Israel; aos de perto e aos de longe, em todas as terras para onde os tens
lançado por causa das suas transgressões que cometeram contra ti.
8. Ó
Senhor, a nós pertence a confusão de rosto, aos nossos reis, aos nossos
príncipes, e a nossos pais, porque temos pecado contra ti.
9. Ao
Senhor, nosso Deus, pertencem a misericórdia e o perdão; pois nos rebelamos
contra ele,
10. e não temos obedecido à voz do Senhor, nosso Deus,
para andarmos nas suas leis, que nos deu por intermédio de seus servos, os
profetas.
11. Sim, todo o Israel tem transgredido a tua lei,
desviando-se, para não obedecer à tua voz; por isso a maldição, o juramento que
está escrito na lei de Moisés, servo de Deus, se derramou sobre nós; porque
pecamos contra ele.
12. E ele confirmou a sua palavra, que falou
contra nós, e contra os nossos juízes que nos julgavam, trazendo sobre nós um
grande mal; porquanto debaixo de todo o céu nunca se fez como se tem feito a
Jerusalém.
13. Como está escrito na lei de Moisés, todo este mal nos
sobreveio; apesar disso, não temos implorado o favor do Senhor nosso Deus, para
nos convertermos das nossas iniqüidades, e para alcançarmos discernimento na tua
verdade.
14. por isso, o Senhor vigiou sobre o mal, e o trouxe sobre
nós; pois justo é o Senhor, nosso Deus, em todas as obras que faz; e nós não
temos obedecido à sua voz.
15. Na verdade, ó Senhor, nosso Deus, que
tiraste o teu povo da terra do Egito com mão poderosa, e te adquiriste nome como
hoje se vê, temos pecado, temos procedido impiamente.
16. e Senhor,
segundo todas as tuas justiças, apartem-se a tua ira e o teu furor da tua cidade
de Jerusalém, do teu santo monte; porquanto por causa dos nossos pecados, e por
causa das iniqüidades de nossos pais, tornou-se Jerusalém e o teu povo um
opróbrio para todos os que estão em redor de nós.
17. Agora, pois, ó
Deus nosso, ouve a oração do teu servo, e as suas súplicas, e sobre o teu
santuário assolado faze resplandecer o teu rosto, por amor do
Senhor.
18. Inclina, ó Deus meu, os teus ouvidos, e ouve; abre os teus
olhos, e olha para a nossa desolação, e para a cidade que é chamada pelo teu
nome; pois não lançamos as nossas súplicas perante a tua face fiados em nossas
justiças, mas em tuas muitas misericórdias.
19. Ó Senhor, ouve; ó
Senhor, perdoa; ó Senhor, atende-nos e põe mãos à obra sem tardar, por amor de
ti mesmo, ó Deus meu, porque a tua cidade e o teu povo se chamam pelo teu
nome.
20. Enquanto estava eu ainda falando e orando, e confessando o
meu pecado, e o pecado do meu povo Israel, e lançando a minha súplica perante a
face do Senhor, meu Deus, pelo monte santo do meu Deus,
21. sim
enquanto estava eu ainda falando na oração, o varão Gabriel, que eu tinha visto
na minha visão ao princípio, veio voando rapidamente, e tocou-me à hora da
oblação da tarde.
22. Ele me instruiu, e falou comigo, dizendo:
Daniel, vim agora para fazer-te sábio e entendido.
23. No princípio
das tuas súplicas, saiu a ordem, e eu vim, para to declarar, pois és muito
amado; considera, pois, a palavra e entende a visão.
24. Setenta
semanas estão decretadas sobre o teu povo, e sobre a tua santa cidade, para
fazer cessar a transgressão, para dar fim aos pecados, e para expiar a
iniqüidade, e trazer a justiça eterna, e selar a visão e a profecia, e para
ungir o santíssimo.
25. Sabe e entende: desde a saída da ordem para
restaurar e para edificar Jerusalém até o ungido, o príncipe, haverá sete
semanas, e sessenta e duas semanas; com praças e tranqueiras se reedificará, mas
em tempos angustiosos.
26. E depois de sessenta e duas semanas será
cortado o ungido, e nada lhe subsistirá; e o povo do príncipe que há de vir
destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será com uma inundação; e até o
fim haverá guerra; estão determinadas assolações.
27. E ele fará um
pacto firme com muitos por uma semana; e na metade da semana fará cessar o
sacrifício e a oblação; e sobre a asa das abominações virá o assolador; e até a
destruição determinada, a qual será derramada sobre o assolador.
[Daniel
10]Daniel 10
1. No ano terceiro de
Ciro, rei da Pérsia, foi revelada uma palavra a Daniel, cujo nome se chama
Beltessazar, uma palavra verdadeira concernente a um grande conflito; e ele
entendeu esta palavra, e teve entendimento da visão.
2. Naqueles dias
eu, Daniel, estava pranteando por três semanas inteiras.
3. Nenhuma
coisa desejável comi, nem carne nem vinho entraram na minha boca, nem me ungi
com ungüento, até que se cumpriram as três semanas completas.
4. No
dia vinte e quatro do primeiro mês, estava eu à borda do grande rio, o
Tigre;
5. levantei os meus olhos, e olhei, e eis um homem vestido de
linho e os seus lombos cingidos com ouro fino de Ufaz;
6. o seu corpo
era como o berilo, e o seu rosto como um relâmpago; os seus olhos eram como
tochas de fogo, e os seus braços e os seus pés como o brilho de bronze polido; e
a voz das suas palavras como a voz duma multidão.
7. Ora, só eu,
Daniel, vi aquela visão; pois os homens que estavam comigo não a viram: não
obstante, caiu sobre eles um grande temor, e fugiram para se
esconder.
8. Fiquei pois eu só a contemplar a grande visão, e não
ficou força em mim; desfigurou-se a feição do meu rosto, e não retive força
alguma.
9. Contudo, ouvi a voz das suas palavras; e, ouvindo o som das
suas palavras, eu caí num profundo sono, com o rosto em terra.
10. E
eis que uma mão me tocou, e fez com que me levantasse, tremendo, sobre os meus
joelhos e sobre as palmas das minhas mãos.
11. E me disse: Daniel,
homem muito amado, entende as palavras que te vou dizer, e levanta-te sobre os
teus pés; pois agora te sou enviado. Ao falar ele comigo esta palavra, pus-me em
pé tremendo.
12. Então me disse: Não temas, Daniel; porque desde o
primeiro dia em que aplicaste o teu coração a compreender e a humilhar-te
perante o teu Deus, são ouvidas as tuas palavras, e por causa das tuas palavras
eu vim.
13. Mas o príncipe do reino da Pérsia me resistiu por vinte e
um dias; e eis que Miguel, um dos primeiros príncipes, veio para ajudar-me, e eu
o deixei ali com os reis da Pérsia.
14. Agora vim, para fazer-te
entender o que há de suceder ao teu povo nos derradeiros dias; pois a visão se
refere a dias ainda distantes.
15. Ao falar ele comigo estas palavras,
abaixei o rosto para a terra e emudeci.
16. E eis que um que tinha a
semelhança dos filhos dos homens me tocou os lábios; então abri a boca e falei,
e disse àquele que estava em pé diante de mim: Senhor meu, por causa da visão
sobrevieram-me dores, e não retenho força alguma.
17. Como, pois, pode
o servo do meu Senhor falar com o meu Senhor? pois, quanto a mim, desde agora
não resta força em mim, nem fôlego ficou em mim.
18. Então tornou a
tocar-me um que tinha a semelhança dum homem, e me consolou.
19. E
disse: Não temas, homem muito amado; paz seja contigo; sê forte, e tem bom
ânimo. E quando ele falou comigo, fiquei fortalecido, e disse: Fala, meu senhor,
pois me fortaleceste.
20. Ainda disse ele: Sabes por que eu vim a ti?
Agora tornarei a pelejar contra o príncipe dos persas; e, saindo eu, eis que
virá o príncipe da Grécia.
21. Contudo eu te declararei o que está
gravado na escritura da verdade; e ninguém há que se esforce comigo contra
aqueles, senão Miguel, vosso príncipe.
[Daniel 11]Daniel
11
1. Eu, pois, no primeiro ano de Dario, medo,
levantei-me para o animar e fortalecer.
2. E agora te declararei a
verdade: Eis que ainda se levantarão três reis na Pérsia, e o quarto será muito
mais rico do que todos eles; e tendo-se tornado forte por meio das suas
riquezas, agitará todos contra o reino da Grécia.
3. Depois se
levantará um rei poderoso, que reinará com grande domínio, e fará o que lhe
aprouver.
4. Mas, estando ele em pé, o seu reino será quebrado, e será
repartido para os quatro ventos do céu; porém não para os seus descendentes, nem
tampouco segundo o poder com que reinou; porque o seu reino será arrancado, e
passará a outros que não eles.
5. O rei do sul será forte, como também
um dos seus príncipes; e este será mais forte do que ele, e reinará, e grande
será o seu domínio,
6. mas, ao cabo de anos, eles se aliarão; e a
filha do rei do sul virá ao rei do norte para fazer um tratado. Ela, porém, não
conservara a força de seu braço; nem subsistirá ele, nem o seu braço; mas será
ela entregue, e bem assim os que a tiverem trazido, e seu pai, e o que a
fortalecia naqueles tempos.
7. Mas dum renovo das raízes dela um se
levantará em seu lugar, e virá ao exército, e entrará na fortaleza do rei do
norte, e operará contra eles e prevalecerá.
8. Também os seus deuses,
juntamente com as suas imagens de fundição, com os seus vasos preciosos de prata
e ouro, ele os levará cativos para o Egito; e por alguns anos ele deixará de
atacar ao rei do norte.
9. E entrará no reino do rei do sul, mas
voltará para a sua terra.
10. Mas seus filhos intervirão, e reunirão
uma multidão de grandes forças; a qual avançará, e inundará, e passará para
adiante; e, voltando, levará a guerra até a sua fortaleza.
11. Então o
rei do sul se exasperará, e sairá, e pelejará contra ele, contra o rei do norte;
este porá em campo grande multidão, e a multidão será entregue na mão
daquele.
12. E a multidão será levada, e o coração dele se exaltará;
mas, ainda que derrubará miríades, não prevalecerá.
13. Porque o rei
do norte tornará, e porá em campo uma multidão maior do que a primeira; e ao
cabo de tempos, isto é, de anos, avançará com grande exército e abundantes
provisões.
14. E, naqueles tempos, muitos se levantarão contra o rei
do sul; e os violentos dentre o teu povo se levantarão para cumprir a visão, mas
eles cairão.
15. Assim virá o rei do norte, e levantará baluartes, e
tomará uma cidade bem fortificada; e as forças do sul não poderão resistir, nem
o seu povo escolhido, pois não haverá força para resistir.
16. O que,
porém, há de vir contra ele fará o que lhe aprouver, e ninguém poderá resistir
diante dele; ele se fincará na terra gloriosa, tendo-a inteiramente sob seu
poder.
17. E firmará o propósito de vir com toda a força do seu reino,
e entrará em acordo com ele, e lhe dará a filha de mulheres, para ele a
corromper; ela, porém, não subsistirá, nem será para ele.
18. Depois
disso virará o seu rosto para as ilhas, e tomará muitas; mas um príncipe fará
cessar o seu opróbrio contra ele, e ainda fará recair sobre ele o seu
opróbrio.
19. Virará então o seu rosto para as fortalezas da sua
própria terra, mas tropeçará, e cairá, e não será achado.
20. Então no
seu lugar se levantará quem fará passar um exator de tributo pela glória do
reino; mas dentro de poucos dias será quebrantado, e isto sem ira e sem
batalha.
21. Depois se levantará em seu lugar um homem vil, ao qual
não tinham dado a majestade real; mas ele virá caladamente, e tomará o reino com
lisonja.
22. E as forças inundantes serão varridas de diante dele, e
serão quebrantadas, como também o príncipe do pacto.
23. E, depois de
feita com ele a aliança, usará de engano; e subirá, e se tornará forte com pouca
gente.
24. Virá também em tempo de segurança sobre os lugares mais
férteis da província; e fará o que nunca fizeram seus pais, nem os pais de seus
pais; espalhará entre eles a presa, os despojos e os bens; e maquinará os seus
projetos contra as fortalezas, mas por certo tempo.
25. E suscitará a
sua força e a sua coragem contra o rei do sul com um grande exército; e o rei do
sul sairá à guerra com um grande e mui poderoso exército, mas não subsistirá,
pois maquinarão projetos contra ele.
26. E os que comerem os seus
manjares o quebrantarão; e o exército dele será varrido por uma inundação, e
cairão muitos traspassados.
27. Também estes dois reis terão o coração
atento para fazerem o mal, e assentados à mesma mesa falarão a mentira; esta,
porém, não prosperará, porque ainda virá o fim no tempo
determinado.
28. Então tornará para a sua terra com muitos bens; e o
seu coração será contra o santo pacto; e fará o que lhe aprouver, e tornará para
a sua terra.
29. No tempo determinado voltará, e entrará no sul; mas
não sucederá desta vez como na primeira.
30. Porque virão contra ele
navios de Quitim, que lhe causarão tristeza; por isso voltará, e se indignará
contra o santo pacto, e fará como lhe aprouver. Voltará e atenderá aos que
tiverem abandonado o santo pacto.
31. E estarão ao lado dele forças
que profanarão o santuário, isto é, a fortaleza, e tirarão o holocausto
contínuo, estabelecendo a abominação desoladora.
32. Ainda aos
violadores do pacto ele perverterá com lisonjas; mas o povo que conhece ao seu
Deus se tornará forte, e fará proezas.
33. Os entendidos entre o povo
ensinarão a muitos; todavia por muitos dias cairão pela espada e pelo fogo, pelo
cativeiro e pelo despojo.
34. Mas, caindo eles, serão ajudados com
pequeno socorro; muitos, porém, se ajuntarão a eles com lisonjas.
35.
Alguns dos entendidos cairão para serem acrisolados, purificados e
embranquecidos, até o fim do tempo; pois isso ainda será para o tempo
determinado.
36. e o rei fará conforme lhe aprouver; exaltar-se-á, e
se engrandecerá sobre todo deus, e contra o Deus dos deuses falará coisas
espantosas; e será próspero, até que se cumpra a indignação: pois aquilo que
está determinado será feito.
37. E não terá respeito aos deuses de
seus pais, nem ao amado das mulheres, nem a qualquer outro deus; pois sobre tudo
se engrandecerá.
38. Mas em seu lugar honrará ao deus das fortalezas;
e a um deus a quem seus pais não conheceram, ele o honrará com ouro e com prata,
com pedras preciosas e com coisas agradáveis.
39. E haver-se-á com os
castelos fortes com o auxílio dum deus estranho; aos que o reconhecerem,
multiplicará a glória; e os fará reinar sobre muitos, e lhes repartirá a terra
por preço.
40. Ora, no fim do tempo, o rei do sul lutará com ele; e o
rei do norte virá como turbilhão contra ele, com carros e cavaleiros, e com
muitos navios; e entrará nos países, e os inundará, e passará para
adiante.
41. Entrará na terra gloriosa, e dezenas de milhares cairão;
mas da sua mão escaparão estes: Edom e Moabe, e as primícias dos filhos de
Amom.
42. E estenderá a sua mão contra os países; e a terra do Egito
não escapará.
43. Apoderar-se-á dos tesouros de ouro e de prata, e de
todas as coisas preciosas do Egito; os líbios e os etíopes o
seguirão.
44. Mas os rumores do oriente e do norte o espantarão; e ele
sairá com grande furor, para destruir e extirpar a muitos.
45. E
armará as tendas do seu palácio entre o mar grande e o glorioso monte santo;
contudo virá ao seu fim, e não haverá quem o socorra.
[Daniel 12]Daniel 12
1. Naquele tempo se levantará
Miguel, o grande príncipe, que se levanta a favor dos filhos do teu povo; e
haverá um tempo de tribulação, qual nunca houve, desde que existiu nação até
aquele tempo; mas naquele tempo livrar-se-á o teu povo, todo aquele que for
achado escrito no livro.
2. E muitos dos que dormem no pó da terra
ressuscitarão, uns para a vida eterna, e outros para vergonha e desprezo
eterno.
3. Os que forem sábios, pois, resplandecerão como o fulgor do
firmamento; e os que converterem a muitos para a justiça, como as estrelas
sempre e eternamente.
4. Tu, porém, Daniel, cerra as palavras e sela o
livro, até o fim do tempo; muitos correrão de uma parte para outra, e a ciência
se multiplicará.
5. Então eu, Daniel, olhei, e eis que estavam em pé
outros dois, um de uma banda à beira do rio, e o outro da outra banda à beira do
rio.
6. E perguntei ao homem vestido de linho, que estava por cima das
águas do rio: Quanto tempo haverá até o fim destas maravilhas?
7. E
ouvi o homem vestido de linho, que estava por cima das águas do rio, quando
levantou ao céu a mão direita e a mão esquerda, e jurou por aquele que vive
eternamente que isso seria para um tempo, dois tempos, e metade de um tempo. E
quando tiverem acabado de despedaçar o poder do povo santo, cumprir-se-ão todas
estas coisas.
8. Eu, pois, ouvi, mas não entendi; por isso perguntei:
Senhor meu, qual será o fim destas coisas?
9. Ele respondeu: Vai-te,
Daniel, porque estas palavras estão cerradas e seladas até o tempo do
fim.
10. Muitos se purificarão, e se embranquecerão, e serão
acrisolados; mas os ímpios procederão impiamente; e nenhum deles entenderá; mas
os sábios entenderão.
11. E desde o tempo em que o holocausto contínuo
for tirado, e estabelecida a abominação desoladora, haverá mil duzentos e
noventa dias.
12. Bem-aventurado é o que espera e chega aos mil
trezentos e trinta e cinco dias.
13. Tu, porém, vai-te, até que chegue
o fim; pois descansarás, e estarás no teu quinhão ao fim dos
dias.
[Oséias 1]Oséias 1
1. A
palavra do Senhor, que veio a Oséias, filho de Beeri, nos dias de Uzias, Jotão,
Acaz e Ezequias, reis de Judá, e nos dias de Jeroboão, filho de Joás, rei de
Israel.
2. Quando o Senhor falou no princípio por Oséias, disse o
Senhor a Oséias: Vai, toma por esposa uma mulher de prostituições, e filhos de
prostituição; porque a terra se prostituiu, apartando-se do Senhor.
3.
Ele se foi, pois, e tomou a Gomer, filha de Diblaim; e ela concebeu, e lhe deu
um filho.
4. E disse-lhe o Senhor: Põe-lhe o nome de Jizreel; porque
daqui a pouco visitarei o sangue de Jizreel sobre a casa de Jeú, e farei cessar
o reino da casa de Israel.
5. E naquele dia quebrarei o arco de Israel
no vale de Jizreel.
6. E tornou ela a conceber, e deu à luz uma filha.
E o Senhor disse a Oséias: Põe-lhe o nome de Lo-Ruama; porque não tornarei mais
a compadecer-me da casa de Israel, nem a perdoar-lhe de maneira
alguma.
7. Mas da casa se Judá me compadecerei, e os salvarei pelo
Senhor seu Deus, pois não os salvarei pelo arco, nem pela espada, nem pela
guerra, nem pelos cavalos, nem pelos cavaleiros.
8. Ora depois de
haver desmamado a Lo-Ruama, concebeu e deu à luz um filho.
9. E o
Senhor disse: Põe-lhe o nome de Lo-Ami; porque vós não sois meu povo, nem sou eu
vosso Deus.
10. Todavia o número dos filhos de Israel será como a
areia do mar, que não pode ser medida nem contada; e no lugar onde se lhes
dizia: Vós não sois meu povo, se lhes dirá: Vós sois os filhos do Deus
vivo.
11. E os filhos de Judá e os filhos de Israel juntos se
congregarão, e constituirão sobre si uma só cabeça, e subirão da terra; pois
grande será o dia de Jizreel.
[Oséias 2]Oséias
2
1. Dizei a vossos irmãos: Ami; e a vossas irmãs:
Ruama.
2. Contendei com vossa mãe, contendei; porque ela não é minha
mulher, e eu não sou seu marido; para que ela afaste as suas prostituições da
sua face e os seus adultérios de entre os seus seios;
3. para que eu
não a deixe despida, e a ponha como no dia em que nasceu, e a faça como um
deserto, e a torne como uma terra seca, e a mate à sede.
4. Até de
seus filhos não me compadecerei; porquanto são filhos de
prostituições.
5. porque sua mãe se prostituiu; aquela que os concebeu
houve-se torpemente; porque diz: Irei após os meus amantes, que me dão o meu pão
e a minha água, a minha lã e o meu linho, o meu óleo e as minhas
bebidas.
6. Portanto, eis que lhe cercarei o caminho com espinhos, e
contra ela levantarei uma sebe, para que ela não ache as suas
veredas.
7. Ela irá em seguimento de seus amantes, mas não os
alcançará; buscá-los-á, mas não os achará; então dirá: Irei, e voltarei a meu
primeiro marido, porque melhor me ia então do que agora.
8. Ora, ela
não reconhece que fui eu o que lhe dei o grão, e o vinho, e o azeite, e que lhe
multipliquei a prata e o ouro, que eles usaram para Baal.
9. Portanto,
tornarei a tirar o meu grão a seu tempo e o meu vinho no seu tempo determinado;
e arrebatarei a minha lã e o meu linho, com que cobriam a sua
nudez.
10. E agora descobrirei a sua vileza diante dos olhos dos seus
amantes, e ninguém a livrará da minha mão.
11. Também farei cessar
todo o seu gozo, as suas festas, as suas luas novas, e os seus sábados, e todas
as suas assembléias solenes.
12. E devastarei a sua vide e a sua
figueira, de que ela diz: É esta a paga que me deram os meus amantes; eu, pois,
farei delas um bosque, e as feras do campo as devorarão.
13.
Castigá-la-ei pelos dias dos baalins, nos quais elas lhes queimava incenso, e se
adornava com as suas arrecadas e as suas jóias, e, indo atrás dos seus amantes,
se esquecia de mim, diz o Senhor.
14. Portanto, eis que eu a atrairei,
e a levarei para o deserto, e lhe falarei ao coração.
15. E lhe darei
as suas vinhas dali, e o vale de Acor por porta de esperança; e ali responderá,
como nos dias da sua mocidade, e como no dia em que subiu da terra do
Egito.
16. E naquele dia, diz o Senhor, ela me chamará meu marido; e
não me chamará mais meu Baal.
17. Pois da sua boca tirarei os nomes
dos baalins, e não mais se fará menção desses nomes.
18. Naquele dia
farei por eles aliança com as feras do campo, e com as aves do céu, e com os
répteis da terra; e da terra tirarei o arco, e a espada, e a guerra, e os farei
deitar em segurança.
19. E desposar-te-ei comigo para sempre; sim,
desposar-te-ei comigo em justiça, e em juízo, e em amorável benignidade, e em
misericórdias;
20. e desposar-te-ei comigo em fidelidade, e conhecerás
ao Senhor.
21. Naquele dia responderei, diz o Senhor; responderei aos
céus, e estes responderão a terra;
22. a terra responderá ao trigo, e
ao vinho, e ao azeite, e estes responderão a Jizreel.
23. E
semeá-lo-ei para mim na terra, e compadecer-me-ei de Lo-Ruama; e a e Lo-Ami
direi: Tu és meu povo; e ele dirá: Tu és o meu Deus.
[Oséias 3]Oséias 3
1. Disse-me o Senhor: Vai outra
vez, ama uma mulher, amada de seu amigo, e adúltera, como o Senhor ama os filhos
de Israel, embora eles se desviem para outros deuses, e amem passas de
uvas.
2. Assim eu comprei para mim tal mulher por quinze peças de
prata, e um hômer e meio de cevada;
3. e lhe disse: Por muitos dias tu
ficarás esperando por mim; não te prostituirás, nem serás mulher de outro homem;
assim também eu esperarei por ti.
4. Pois os filhos de Israel ficarão
por muitos dias sem rei, sem príncipe, sem sacrifício, sem coluna, e sem éfode
ou terafins.
5. Depois tornarão os filhos de Israel, e buscarão ao
Senhor, seu Deus, e a Davi, seu rei; e com temor chegarão nos últimos dias ao
Senhor, e à sua bondade.
[Oséias 4]Oséias
4
1. Ouvi a palavra do Senhor, vós, filhos de Israel;
pois o Senhor tem uma contenda com os habitantes da terra; porque na terra não
há verdade, nem benignidade, nem conhecimento de Deus.
2. Só
prevalecem o perjurar, o mentir, o matar, o furtar, e o adulterar; há violências
e homicídios sobre homicídios.
3. Por isso a terra se lamenta, e todo
o que nela mora desfalece, juntamente com os animais do campo e com as aves do
céu; e até os peixes do mar perecem.
4. Todavia ninguém contenda,
ninguém repreenda; pois é contigo a minha contenda, ó sacerdote.
5.
Por isso tu tropeçarás de dia, e o profeta contigo tropeçará de noite; e
destruirei a tua mãe.
6. O meu povo está sendo destruído, porque lhe
falta o conhecimento. Porquanto rejeitaste o conhecimento, também eu te
rejeitarei, para que não sejas sacerdote diante de mim; visto que te esqueceste
da lei do teu Deus, também eu me esquecerei de teus filhos.
7. Quanto
mais eles se multiplicaram tanto mais contra mim pecaram: eu mudarei a sua honra
em vergonha.
8. Alimentavam-se do pecado do meu povo, e de coração
desejam a iniqüidade dele.
9. Por isso, como é o povo, assim será o
sacerdote; e castigá-lo-ei conforme os seus caminhos, e lhe darei a recompensa
das suas obras.
10. Comerão, mas não se fartarão; entregar-se-ão à
luxúria, mas não se multiplicarão; porque deixaram de atentar para o
Senhor.
11. A incontinência, e o vinho, e o mosto tiram o
entendimento.
12. O meu povo consulta ao seu pau, e a sua vara lhe dá
respostas, porque o espírito de luxúria os enganou, e eles, prostituindo-se,
abandonam o seu Deus.
13. Sacrificam sobre os cumes dos montes; e
queimam incenso sobre os outeiros, debaixo do carvalho, do álamo, e do
terebinto, porque é boa a sua sombra; por isso vossas filhas se prostituem, e as
vossas noras adulteram.
14. Eu não castigarei vossas filhas, quando se
prostituem, nem vossas noras, quando adulteram; porque os homens mesmos com as
prostitutas se desviam, e com as meretrizes sacrificam; pois o povo que não tem
entendimento será transtornado.
15. Ainda que tu, ó Israel, te queiras
prostituir contudo não se faça culpado Judá; não venhais a Gilgal, e não subais
a Bete-Ávem nem jureis, dizendo: Vive o Senhor.
16. Porque como
novilha obstinada se rebelou Israel; agora o Senhor os apascentará como a um
cordeiro num lugar espaçoso.
17. Efraim está entregue aos ídolos;
deixa-o.
18. Acabando eles de beber, lançam-se à luxúria; certamente
os seus príncipes amam a vergonha.
19. Um vento os envolveu nas suas
asas; e eles se envergonharão por causa dos seus sacrifícios.
[Oséias
5]Oséias 5
1. Ouvi isto, ó sacerdotes,
e escutai, ó casa de Israel, e dai ouvidos, ó casa do rei; porque contra vós se
dirige este juízo; pois que vos tornastes um laço para Mizpá, e uma rede
estendida sobre o Tabor.
2. Os revoltosos se aprofundaram na
corrupção; mas eu os castigarei a todos eles.
3. Eu conheço a Efraim,
e Israel não se me esconde; porque agora te tens prostituído, ó Efraim, e Israel
se contaminou.
4. As suas ações não lhes permitem voltar para o seu
Deus; porque o espírito da prostituição está no meio deles, e não conhecem ao
Senhor.
5. A soberba de Israel testifica contra eles; e Israel e
Efraim cairão pela sua iniqüidade, e Judá cairá juntamente com
eles.
6. Eles irão com os seus rebanhos e com as suas manadas, para
buscarem ao Senhor, mas não o acharão; ele se retirou deles.
7.
Aleivosamente se houveram contra o Senhor, porque geraram filhos estranhos;
agora a festa da lua nova os consumirá, juntamente com as suas
porções.
8. Tocai a corneta em Gibeá, a trombeta em Ramá; soltai o
alarma em Bete-Áven; após ti, ó Benjamim.
9. Efraim será para
assolação no dia do castigo: entre as tribos de Israel declaro o que é
certo.
10. Os príncipes de Judá são como os que removem os marcos;
derramarei, pois, o meu furor sobre eles como água.
11. Efraim está
oprimido e quebrantado no juízo, porque foi do seu agrado andar após a
vaidade.
12. Portanto para Efraim serei como a traça e para a casa de
Judá como a podridão.
13. Quando Efraim viu a sua enfermidade, e Judá
a sua chaga, recorreu Efraim à Assíria e enviou ao rei Jarebe; mas ele não pode
curar-vos, nem sarar a vossa chaga.
14. Pois para Efraim serei como um
leão, e como um leão novo para a casa de Judá; eu, sim eu despedaçarei, e
ir-me-ei embora; arrebatarei, e não haverá quem livre.
15. Irei, e
voltarei para o meu lugar, até que se reconheçam culpados e busquem a minha
face; estando eles aflitos, ansiosamente me buscarão.
[Oséias 6]Oséias 6
1. Vinde, e tornemos para o Senhor,
porque ele despedaçou e nos sarará; fez a ferida, e no-la atará.
2.
Depois de dois dias nos ressuscitará: ao terceiro dia nos levantará, e viveremos
diante dele.
3. Conheçamos, e prossigamos em conhecer ao Senhor; a sua
saída, como a alva, é certa; e ele a nós virá como a chuva, como a chuva serôdia
que rega a terra.
4. Que te farei, ó Efraim? que te farei, ó Judá?
porque o vosso amor é como a nuvem da manhã, e como o orvalho que cedo
passa.
5. Por isso os abati pelos profetas; pela palavra da minha boca
os matei; e os meus juízos a teu respeito sairão como a luz.
6. Pois
misericórdia quero, e não sacrifícios; e o conhecimento de Deus, mais do que os
holocaustos.
7. Eles, porém, como Adão, transgrediram o pacto; nisso
eles se portaram aleivosamente contra mim.
8. Gileade é cidade de
malfeitores, está manchada de sangue.
9. Como hordas de salteadores
que espreitam alguém, assim é a companhia dos sacerdotes que matam no caminho
para Siquém; sim, cometem a vilania.
10. Vejo uma coisa horrenda na
casa de Israel; ali está a prostituição de Efraim; Israel está
contaminado.
11. Também para ti, ó Judá, está determinada uma ceifa.
Ao querer eu trazer do cativeiro o meu povo,
[Oséias 7]Oséias 7
1. ao querer eu sarar a Israel,
descobrem-se a corrupção de Efraim e as maldades de Samária; porque praticam a
falsidade; o ladrão entra, e a horda dos salteadores despoja por
fora.
2. Não consideram no seu coração que eu me lembro de toda a sua
maldade; agora, pois, os cercam as suas obras; diante da minha face
estão.
3. Com a sua malícia alegram ao rei, e com as suas mentiras aos
príncipes.
4. Todos eles são adúlteros; são semelhantes ao forno
aceso, cujo padeiro cessa de atear o fogo desde o amassar a massa até que seja
levedada.
5. E no dia do nosso rei os príncipes se tornaram doentes
com a excitação do vinho; o rei estendeu a sua mão com
escarnecedores.
6. Pois têm preparado o coração como um forno,
enquanto estão de espreita; toda a noite dorme a sua ira; pela manhã arde como
fogo de chama.
7. Eles estão todos quentes como um forno, e devoram os
seus juízes; todos os seus reis caem; ninguém entre eles há que me
invoque.
8. Quanto a Efraim, ele se mistura com os povos; Efraim é um
bolo que não foi virado.
9. Estrangeiros lhe devoram a força, e ele
não o sabe; também as cãs se espalham sobre ele, e não o sabe.
10. E a
soberba de Israel testifica contra ele; todavia, não voltam para o Senhor seu
Deus, nem o buscam em tudo isso.
11. Pois Efraim é como uma pomba,
insensata, sem entendimento; invocam o Egito, vão para a Assíria.
12.
Quando forem, sobre eles estenderei a minha rede, e como aves do céu os farei
descer; castigá-los-ei, conforme o que eles têm ouvido na sua
congregação.
13. Ai deles! porque se erraram de mim; destruição sobre
eles! porque se rebelaram contra mim. Quisera eu remi-los, mas falam mentiras
contra mim.
14. Não clamam a mim de coração, mas uivam nas suas camas;
para o trigo e para o mosto se ajuntam, mas contra mim se rebelam.
15.
Contudo fui eu que os ensinei, e lhes fortaleci os braços; entretanto maquinam o
mal contra mim.
16. Eles voltam, mas não para o Altíssimo. Fizeram-se
como um arco enganador; caem à espada os seus príncipes, por causa da insolência
da sua língua; este será o seu escárnio na terra do Egito.
[Oséias
8]Oséias 8
1. Põe a trombeta à tua
boca. Ele vem como águia contra a casa do Senhor; porque eles transgrediram o
meu pacto, e se rebelaram contra a minha lei.
2. E a mim clamam: Deus
meu, nós, Israel, te conhecemos.
3. Israel desprezou o bem; o inimigo
persegui-lo-á.
4. Eles fizeram reis, mas não por mim; constituíram
príncipes, mas sem a minha aprovação; da sua prata e do seu ouro fizeram ídolos
para si, para serem destruídos.
5. O teu bezerro, ó Samária, é
rejeitado; a minha ira se acendeu contra eles; até quando serão eles incapazes
da inocência?
6. Pois isso procede de Israel; um artífice o fez, e não
é Deus. Será desfeito em pedaços o bezerro de Samária
7. Porquanto
semeiam o vento, hão de ceifar o turbilhão; não haverá seara, a erva não dará
farinha; se a der, tragá-la-ão os estrangeiros.
8. Israel foi
devorado; agora está entre as nações como um vaso em que ninguém tem
prazer.
9. Porque subiram à Assíria, qual asno selvagem andando
sozinho; mercou Efraim amores.
10. Todavia, ainda que eles merquem
entre as nações, eu as congregarei; já começaram a ser diminuídos por causa da
carga do rei dos príncipes.
11. Ainda que Efraim tem multiplicado
altares, estes se lhe tornaram altares para pecar.
12. Escrevi para
ele miríades de coisas da minha lei; mas isso é para ele como coisa
estranha.
13. Quanto aos sacrifícios das minhas ofertas, eles
sacrificam carne, e a comem; mas o Senhor não os aceita; agora se lembrará da
iniqüidade deles, e punirá os seus pecados; eles voltarão para o
Egito.
14. Pois Israel se esqueceu do seu Criador, e edificou
palácios, e Judá multiplicou cidades fortificadas. Mas eu enviarei sobre as suas
cidades um fogo que consumirá os seus castelos.
[Oséias 9]Oséias 9
1. Não te alegres, ó Israel, não
exultes como os povos; pois te prostituíste, apartando-te do teu Deus; amaste a
paga de meretriz sobre todas as eiras de trigo.
2. A eira e o lagar
não os manterão, e o vinho novo lhes faltará.
3. Na terra do Senhor
não permanecerão; mas Efraim tornará ao Egito, e na Assíria comerão comida
imunda.
4. Não derramarão libações de vinho ao Senhor, nem lhe
agradarão com as suas ofertas. O pão deles será como pão de pranteadores; todos
os que dele comerem serão imundos; pois o seu pão será somente para o seu
apetite; não entrará na casa do Senhor.
5. Que fareis vós no dia da
solenidade, e no dia da festa do Senhor?
6. Porque, eis que eles se
foram por causa da destruição, mas o Egito os recolherá, Mênfis os sepultará; as
suas coisas preciosas de prata as urtigas as possuirão; espinhos crescerão nas
suas tendas.
7. Chegaram os dias da punição, chegaram os dias da
retribuição; Israel o saberá; o profeta é um insensato, o homem possesso de
espírito é um louco; por causa da abundância da tua iniqüidade e do teu grande
ódio.
8. O profeta é a sentinela de Efraim, o povo do meu Deus;
contudo um laço de caçador de aves se acha em todos os seus caminhos, e
inimizade na casa do seu Deus.
9. Muito profundamente se corromperam,
como nos dias de Gibeá; ele se lembrará das iniqüidades deles, e punirá os seus
pecados.
10. Achei a Israel como uvas no deserto, vi a vossos pais
como a fruta temporã da figueira no seu princípio; mas eles foram para
Baal-Peor, e se consagraram a essa coisa vergonhosa, e se tornaram abomináveis
como aquilo que amaram.
11. Quanto a Efraim, a sua glória como ave
voará; não haverá nascimento, nem gravidez, nem concepção.
12. Ainda
que venham criar seus filhos, eu os privarei deles, para que não fique nenhum
homem. Ai deles, quando deles eu me apartar!
13. Efraim, assim como vi
a Tiro, está plantado num lugar aprazível; mas Efraim levará seus filhos ao
matador.
14. Dá-lhes, ó Senhor; mas que lhes darás? dá-lhes uma madre
que aborte e seios ressecados.
15. Toda a sua malícia se acha em
Gilgal; pois ali é que lhes concebi ódio; por causa da maldade das suas obras
lançá-los-ei fora de minha casa. Não os amarei mais; todos os seus príncipes são
rebeldes.
16. Efraim foi ferido, secou-se a sua raiz; eles não darão
fruto; sim, ainda que gerem, eu matarei os frutos desejáveis do seu
ventre.
17. O meu Deus os rejeitará, porque não o ouviram; e errantes
andarão entre as nações.
[Oséias 10]Oséias
10
1. Israel é vide frondosa que dá o seu fruto;
conforme a abundância do seu fruto, assim multiplicou os altares; conforme a
prosperidade da terra, assim fizeram belas colunas.
2. O seu coração
está dividido, por isso serão culpados; ele derribará os altares deles, e lhes
destruirá as colunas.
3. Certamente agora dirão: Não temos rei, porque
não tememos ao Senhor; e o rei, que pode ele fazer por nós?
4. Falam
palavras vãs; juram falsamente, fazendo pactos; por isso brota o juízo como erva
peçonhenta nos sulcos dos campos.
5. Os moradores de Samária serão
atemorizados por causa do bezerro de Bete-Áven. O seu povo se lamentará por
causa dele, como também prantearão os seus sacerdotes idólatras por causa da sua
glória, que se apartou dela.
6. Também será ele levado para Assíria
como um presente ao rei Jarebe; Efraim ficará confuso, e Israel se envergonhará
por causa do seu próprio conselho.
7. O rei de Samária será desfeito
como a espuma sobre a face da água.
8. E os altos de Áven, pecado de
Israel, serão destruídos; espinhos e cardos crescerão sobre os seus altares; e
dirão aos montes: Cobri-nos! e aos outeiros: Caí sobre nós!
9. Desde
os dias de Gibeá tens pecado, ó Israel; ali permaneceram; a peleja contra os
filhos da iniqüidade não os alcançará em Gibeá.
10. Quando eu quiser,
castigá-los-ei; e os povos se congregarão contra eles, quando forem castigados
pela sua dupla transgressão.
11. Porque Efraim era uma novilha domada,
que gostava de trilhar; e eu poupava a formosura do seu pescoço; mas porei
arreios sobre Efraim; Judá lavrará; Jacó desfará os torrões.
12.
Semeai para vós em justiça, colhei segundo a misericórdia; lavrai o campo
alqueivado; porque é tempo de buscar ao Senhor, até que venha e chova a justiça
sobre vós.
13. Lavrastes a impiedade, segastes a iniqüidade, e
comestes o fruto da mentira; porque confiaste no teu caminho, na multidão dos
teus valentes.
14. Portanto, entre o teu povo se levantará tumulto de
guerra, e todas as tuas fortalezas serão destruídas, como Salmã destruiu a
Bete-Arbel no dia da batalha; a mãe ali foi despedaçada juntamente com os
filhos.
15. Assim vos fará Betel, por causa da vossa grande malícia;
de madrugada será o rei de Israel totalmente destruído.
[Oséias 11]Oséias 11
1. Quando Israel era menino, eu o
amei, e do Egito chamei a meu filho.
2. Quanto mais eu os chamava,
tanto mais se afastavam de mim; sacrificavam aos baalins, e queimavam incenso às
imagens esculpidas.
3. Todavia, eu ensinei aos de Efraim a andar;
tomei-os nos meus braços; mas não entendiam que eu os curava.
4.
Atraí-os com cordas humanas, com laços de amor; e fui para eles como os que
tiram o jugo de sobre as suas queixadas, e me inclinei para lhes dar de
comer.
5. Não voltarão para a terra do Egito; mas a Assíria será seu
rei; porque recusam converter-se.
6. Cairá a espada sobre as suas
cidades, e consumirá os seus ferrolhos; e os devorará nas suas
fortalezas.
7. Porque o meu povo é inclinado a desviar-se de mim;
ainda que clamem ao Altíssimo, nenhum deles o exalta.
8. Como te
deixaria, ó Efraim? como te entregaria, ó Israel? como te faria como Admá? ou
como Zeboim? Está comovido em mim o meu coração, as minhas compaixões à uma se
acendem.
9. Não executarei o furor da minha ira; não voltarei para
destruir a Efraim, porque eu sou Deus e não homem, o Santo no meio de ti; eu não
virei com ira.
10. Andarão após o Senhor; ele bramará como leão; e,
bramando ele, os filhos, tremendo, virão do ocidente.
11. Também,
tremendo, virão como um passarinho os do Egito, e como uma pomba os da terra da
Assíria; e os farei habitar em suas casas, diz o Senhor.
12. Efraim me
cercou com mentira, e a casa de Israel com engano; mas Judá ainda domina com
Deus, e com o Santo está fiel.
[Oséias 12]Oséias
12
1. Efraim apascenta o vento, segue o vento oriental
todo o dia; multiplica a mentira e a destruição; e fazem aliança com a Assíria,
e o azeite se leva ao Egito
2. O Senhor também com Judá tem contenda,
e castigará a Jacó segundo os seus caminhos; segundo as suas obras o
recompensará.
3. No ventre pegou do calcanhar de seu irmão; e na sua
idade varonil lutou com Deus.
4. Lutou com o anjo, e prevaleceu;
chorou, e lhe fez súplicas. Em Betel o achou, e ali falou Deus com
ele;
5. sim, o Senhor, o Deus dos exércitos; o Senhor e o seu
nome.
6. Tu, pois, converte-te a teu Deus; guarda a benevolência e a
justiça, e em teu Deus espera sempre.
7. Quanto a Canaã, tem nas mãos
balança enganadora; ama a opressão.
8. Diz Efraim: Certamente eu me
tenho enriquecido, tenho adquirido para mim grandes bens; em todo o meu trabalho
não acharão em mim iniqüidade alguma que seja pecado.
9. Mas eu sou o
Senhor teu Deus, desde a terra do Egito; eu ainda te farei habitar de novo em
tendas, como nos dias da festa solene.
10. Também falei aos profetas,
e multipliquei as visões; e pelo ministério dos profetas usei de
parábolas.
11. Não é Gileade iniqüidade? pura vaidade são eles. Em
Gilgal sacrificam bois; os seus altares são como montões de pedras nos sulcos
dos campos.
12. Jacó fugiu para o campo de Arã, e Israel serviu por
uma mulher, sim, por uma mulher guardou o gado.
13. Mas o Senhor por
meio dum profeta fez subir a Israel do Egito, e por um profeta foi ele
preservado.
14. Efraim mui amargamente provocou-lhe a ira; portanto
sobre ele será deixado o seu sangue, e o seu Senhor fará cair sobre ele o seu
opróbrio.
[Oséias 13]Oséias
13
1. Quando Efraim falava, tremia-se; foi exaltado em
Israel; mas quando ele se fez culpado no tocante a Baal, morreu.
2. E
agora pecam mais e mais, e da sua prata fazem imagens fundidas, ídolos segundo o
seu entendimento, todos eles obra de artífices, e dizem: Oferecei sacrifícios a
estes. Homens beijam aos bezerros!
3. Por isso serão como a nuvem de
manhã, e como o orvalho que cedo passa; como a palha que se lança fora da eira,
e como a fumaça que sai pela janela.
4. Todavia, eu sou o Senhor teu
Deus desde a terra do Egito; portanto não conhecerás outro deus além de mim,
porque não há salvador senão eu.
5. Eu te conheci no deserto, em terra
muito seca.
6. Depois eles se fartaram em proporção do seu pasto; e
estando fartos, ensoberbeceu-se-lhes o coração, por isso esqueceram de
mim.
7. Portanto serei para eles como leão; como leopardo espreitarei
junto ao caminho;
8. Como ursa roubada dos seus cachorros lhes sairei
ao encontro, e lhes romperei as teias do coração; e ali os devorarei como leoa;
as feras do campo os despedaçarão.
9. Destruir-te-ei, ó Israel; quem
te pode socorrer?
10. Onde está agora o teu rei, para que te salve em
todas as tuas cidades? e os teus juízes, dos quais disseste: Dá-me rei e
príncipes?
11. Dei-te um rei na minha ira, e tirei-o no meu
furor.
12. A iniqüidade de Efraim está atada, o seu pecado está
armazenado.
13. Dores de mulher de parto lhe sobrevirão; ele é filho
insensato; porque é tempo e não está no lugar em que deve vir à
luz.
14. Eu os remirei do poder do Seol, e os resgatarei da morte.
Onde estão, ó morte, as tuas pragas? Onde está, ó Seol, a tua destruição? A
compaixão está escondida de meus olhos.
15. Ainda que ele dê fruto
entre os seus irmãos, virá o vento oriental, vento do Senhor, subindo do
deserto, e secar-se-á a sua nascente, e se estancará a sua fonte; ele saqueará o
tesouro de todos os vasos desejáveis.
16. Samária levará sobre si a
sua culpa, porque se rebelou contra o seu Deus; cairá à espada; seus filhinhos
serão despedaçados, e as suas mulheres grávidas serão fendidas.
[Oséias
14]Oséias 14
1. Volta, ó Israel, para
o Senhor teu Deus; porque pela tua iniqüidade tens caído.
2. Tomai
convosco palavras, e voltai para o Senhor; dizei-lhe: Tira toda a iniqüidade, e
aceita o que é bom; e ofereceremos como novilhos os sacrifícios dos nossos
lábios.
3. Não nos salvará a Assíria, não iremos montados em cavalos;
e à obra das nossas mãos já não diremos: Tu és o nosso Deus; porque em ti o
órfão acha a misericórdia.
4. Eu sararei a sua apostasia, eu
voluntariamente os amarei; porque a minha ira se apartou deles.
5. Eu
serei para Israel como o orvalho; ele florescerá como o lírio, e lançará as suas
raízes como o Líbano.
6. Estender-se-ão as suas vergônteas, e a sua
formosura será como a da oliveira, a sua fragrância como a do
Líbano.
7. Voltarão os que habitam à sua sombra; reverdecerão como o
trigo, e florescerão como a vide; o seu renome será como o do vinho do
Líbano.
8. Ó Efraim, que tenho eu com os ídolos? Sou eu que respondo,
e cuido de ti. Eu sou como a faia verde; de mim é achado o teu
fruto.
9. Quem é sábio, para que entenda estas coisas? prudente, para
que as saiba? porque os caminhos do Senhor são retos, e os justos andarão neles;
mas os transgressores neles cairão.
[Joel 1]Joel
1
1. Palavra do Senhor, que foi dirigida a Joel, filho
de Petuel.
2. Ouvi isto, vós anciãos, e escutai, todos os moradores da
terra: Aconteceu isto em vossos dias, ou nos dias de vossos pais?
3.
Fazei sobre isto uma narração a vossos filhos, e vossos filhos a transmitam a
seus filhos, e os filhos destes à geração seguinte.
4. O que a locusta
cortadora deixou, a voadora o comeu; e o que a voadora deixou, a devoradora o
comeu; e o que a devoradora deixou, a destruidora o comeu.
5.
Despertai, bêbedos, e chorai; gemei, todos os que bebeis vinho, por causa do
mosto; porque tirado é da vossa boca.
6. Porque sobre a minha terra é
vinda uma nação poderosa e inumerável. os seus dentes são dentes de leão, e têm
queixadas de uma leoa.
7. Fez da minha vide uma assolação, e tirou a
casca à minha figueira; despiu-a toda, e a lançou por terra; os seus sarmentos
se embranqueceram.
8. Lamenta como a virgem que está cingida de saco,
pelo marido da sua mocidade.
9. Está cortada da casa do Senhor a
oferta de cereais e a libação; os sacerdotes, ministros do Senhor, estão
entristecidos.
10. O campo está assolado, e a terra chora; porque o
trigo está destruído, o mosto se secou, o azeite falta.
11.
Envergonhai-vos, lavradores, uivai, vinhateiros, sobre o trigo e a cevada;
porque a colheita do campo pereceu.
12. A vide se secou, a figueira se
murchou; a romeira também, e a palmeira e a macieira, sim, todas as árvores do
campo se secaram; e a alegria esmoreceu entre os filhos dos
homens.
13. Cingi-vos de saco e lamentai-vos, sacerdotes; uivai,
ministros do altar; entrai e passai a noite vestidos de saco, ministros do meu
Deus; porque foi cortada da casa do vosso Deus a oferta de cereais e a
libação.
14. Santificai um jejum, convocai uma assembléia solene,
congregai os anciãos, e todos os moradores da terra, na casa do Senhor vosso
Deus, e clamai ao Senhor.
15. Ai do dia! pois o dia do senhor está
perto, e vem como assolação da parte do Todo-Poderoso.
16. Porventura
não está cortado o mantimento de diante de nossos olhos? a alegria e o regozijo
da casa do nosso Deus?
17. A semente mirrou debaixo dos seus torrões;
os celeiros estão desolados, os armazéns arruinados; porque falharam os
cereais.
18. Como geme o gado! As manadas de vacas estão confusas,
porque não têm pasto; também os rebanhos de ovelhas estão
desolados.
19. A ti clamo, ó Senhor; porque o fogo consumiu os pastos
do deserto, e a chama abrasou todas as árvores do campo.
20. Até os
animais do campo suspiram por ti; porque as correntes d'água se secaram, e o
fogo consumiu os pastos do deserto.
[Joel 2]Joel
2
1. Tocai a trombeta em Sião, e dai o alarma no meu
santo monte. Tremam todos os moradores da terra, porque vem vindo o dia do
Senhor; já está perto;
2. dia de trevas e de escuridão, dia de nuvens
e de negrume! Como a alva, está espalhado sobre os montes um povo grande e
poderoso, qual nunca houve, nem depois dele haverá pelos anos adiante, de
geração em geração:
3. Diante dele um fogo consome, e atrás dele uma
chama abrasa; a terra diante dele é como o jardim do Édem mas atrás dele um
desolado deserto; sim, nada lhe escapa.
4. A sua aparência é como a de
cavalos; e como cavaleiros, assim correm.
5. Como o estrondo de carros
sobre os cumes dos montes vão eles saltando, como o ruído da chama de fogo que
consome o restelho, como um povo poderoso, posto em ordem de
batalha.
6. Diante dele estão angustiados os povos; todos os
semblantes empalidecem.
7. Correm como valentes, como homens de guerra
sobem os muros; e marcham cada um nos seus caminhos e não se desviam da sua
fileira.
8. Não empurram uns aos outros; marcham cada um pelo seu
carreiro; abrem caminho por entre as armas, e não se detêm.
9. Pulam
sobre a cidade, correm pelos muros; sobem nas casas; entram pelas janelas como o
ladrão.
10. Diante deles a terra se abala; tremem os céus; o sol e a
lua escurecem, e as estrelas retiram o seu resplendor.
11. E o Senhor
levanta a sua voz diante do seu exército, porque muito grande é o seu arraial; e
poderoso é quem executa a sua ordem; pois o dia do Senhor é grande e muito
terrível, e quem o poderá suportar?
12. Todavia ainda agora diz o
Senhor: Convertei-vos a mim de todo o vosso coração; e isso com jejuns, e com
choro, e com pranto.
13. E rasgai o vosso coração, e não as vossas
vestes; e convertei-vos ao Senhor vosso Deus; porque ele é misericordioso e
compassivo, tardio em irar-se e grande em benignidade, e se arrepende do
mal.
14. Quem sabe se não se voltará e se arrependerá, e deixará após
si uma bênção, em oferta de cereais e libação para o Senhor vosso
Deus?
15. Tocai a trombeta em Sião, santificai um jejum, convocai uma
assembléia solene;
16. congregai o povo, santificai a congregação,
ajuntai os anciãos, congregai os meninos, e as crianças de peito; saia o noivo
da sua recâmara, e a noiva do seu tálamo.
17. Chorem os sacerdotes,
ministros do Senhor, entre o alpendre e o altar, e digam: Poupa a teu povo, ó
Senhor, e não entregues a tua herança ao opróbrio, para que as nações façam
escárnio dele. Por que diriam entre os povos: Onde está o seu
Deus?
18. Então o Senhor teve zelo da sua terra, e se compadeceu do
seu povo.
19. E o Senhor, respondendo, disse ao seu povo: Eis que vos
envio o trigo, o vinho e o azeite, e deles sereis fartos; e vos não entregarei
mais ao opróbrio entre as nações;
20. e removerei para longe de vós o
exército do Norte, e o lançarei para uma terra seca e deserta, a sua frente para
o mar oriental, e a sua retaguarda para o mar ocidental; subirá o seu mau
cheiro, e subirá o seu fedor, porque ele tem feito grandes coisas.
21.
Não temas, ó terra; regozija-te e alegra-te, porque o Senhor tem feito grandes
coisas.
22. Não temais, animais do campo; porque os pastos do deserto
já reverdecem, porque a árvore dá o seu fruto, e a vide e a figueira dão a sua
força.
23. Alegrai-vos, pois, filhos de Sião, e regozijai-vos no
Senhor vosso Deus; porque ele vos dá em justa medida a chuva temporã, e faz
descer abundante chuva, a temporã e a serôdia, como dantes.
24. E as
eiras se encherão de trigo, e os lagares trasbordarão de mosto e de
azeite.
25. Assim vos restituirei os anos que foram consumidos pela
locusta voadora, a devoradora, a destruidora e a cortadora, o meu grande
exército que enviei contra vós.
26. Comereis abundantemente e vos
fartareis, e louvareis o nome do Senhor vosso Deus, que procedeu para convosco
maravilhosamente; e o meu povo nunca será envergonhado.
27. Vós, pois,
sabereis que eu estou no meio de Israel, e que eu sou o Senhor vosso Deus, e que
não há outro; e o meu povo nunca mais será envergonhado.
28.
Acontecerá depois que derramarei o meu Espírito sobre toda a carne; vossos
filhos e vossas filhas profetizarão, os vossos anciãos terão sonhos, os vossos
mancebos terão visões;
29. e também sobre os servos e sobre as servas
naqueles dias derramarei o meu Espírito.
30. E mostrarei prodígios no
céu e na terra, sangue e fogo, e colunas de fumaça.
31. O sol se
converterá em trevas, e a lua em sangue, antes que venha o grande e terrível dia
do Senhor.
32. E há de ser que todo aquele que invocar o nome do
Senhor será salvo; pois no monte Sião e em Jerusalém estarão os que escaparem,
como disse o Senhor, e entre os sobreviventes aqueles que o Senhor
chamar.
[Joel 3]Joel 3
1. Pois
eis que naqueles dias, e naquele tempo, em que eu restaurar os exilados de Judá
e de Jerusalém,
2. congregarei todas as nações, e as farei descer ao
vale de Jeosafá; e ali com elas entrarei em juízo, por causa do meu povo, e da
minha herança, Israel, a quem elas espalharam por entre as nações; repartiram a
minha terra,
3. e lançaram sortes sobre o meu povo; deram um menino
por uma meretriz, e venderam uma menina por vinho, para beberem.
4. E
também que tendes vós comigo, Tiro e Sidom, e todas as regiões da Filístia?
Acaso quereis vingar-vos de mim? Se assim vos quereis vingar, bem depressa
retribuirei o vosso feito sobre a vossa cabeça.
5. Visto como levastes
a minha prata e o meu ouro, e os meus ricos tesouros metestes nos vossos
templos;
6. também vendestes os filhos de Judá e os filhos de
Jerusalém aos filhos dos gregos, para os apartar para longe dos seus
termos;
7. eis que eu os suscitarei do lugar para onde os vendestes, e
retribuirei o vosso feito sobre a vossa cabeça;
8. pois venderei
vossos filhos e vossas filhas na mão dos filhos de Judá, e estes os venderão aos
sabeus, a uma nação remota, porque o Senhor o disse.
9. Proclamai isto
entre as nações: Preparai a guerra, suscitai os valentes. Cheguem-se todos os
homens de guerra, subam eles todos.
10. Forjai espadas das relhas dos
vossos arados, e lanças das vossas podadeiras; diga o fraco: Eu sou
forte.
11. Apressai-vos, e vinde, todos os povos em redor, e
ajuntai-vos; para ali, ó Senhor, faze descer os teus valentes.
12.
Suscitem-se as nações, e subam ao vale de Jeosafá; pois ali me assentarei, para
julgar todas as nações em redor.
13. Lançai a foice, porque já está
madura a seara; vinde, descei, porque o lagar está cheio, os vasos dos lagares
trasbordam, porquanto a sua malícia é grande.
14. Multidões, multidões
no vale da decisão! porque o dia do Senhor está perto, no vale da
decisão.
15. O sol e a lua escurecem, e as estrelas retiram o seu
resplendor.
16. E o Senhor brama de Sião, e de Jerusalém faz ouvir a
sua voz; os céus e a terra tremem, mas o Senhor é o refúgio do seu povo, e a
fortaleza dos filhos de Israel.
17. Assim vós sabereis que eu sou o
Senhor vosso Deus, que habito em Sião, o meu santo monte; Jerusalém será santa,
e estranhos não mais passarão por ela.
18. E naquele dia os montes
destilarão mosto, e os outeiros manarão leite, e todos os ribeiros de Judá
estarão cheios de águas; e sairá uma fonte da casa do Senhor, e regará o vale de
Sitim.
19. O Egito se tornará uma desolação, e Edom se fará um deserto
assolado, por causa da violência que fizeram aos filhos de Judá, em cuja terra
derramaram sangue inocente.
20. Mas Judá será habitada para sempre, e
Jerusalém de geração em geração.
21. E purificarei o sangue que eu não
tinha purificado; porque o Senhor habita em Sião.
JUÍZOS CONTRA OS VIZINHOS
DE ISRAEL
[Amós1]Amós1
1. As
palavras de Amós, que estava entre os pastores de Tecoa, o que ele viu a
respeito de Israel, nos dias de Uzias, rei de Judá, e nos dias de Jeroboão,
filho de Joás, rei de Israel, dois anos antes do terremoto.
2. Disse
ele: O Senhor brama de Sião, e de Jerusalém faz ouvir a sua voz; os prados dos
pastores lamentam, seca-se o cume do Carmelo.
3. Assim diz o senhor:
Por três transgressões de Damasco, sim, por quatro, não retirarei o castigo;
porque trilharam a Gileade com trilhos de ferro.
4. Por isso porei
fogo à casa de Hazael, e ele consumirá os palácios de Ben-Hadade.
5.
Quebrarei o ferrolho de Damasco, e exterminarei o morador do vale de Ávem e de
Bete-Éden aquele que tem o cetro; e o povo da Síria será levado em cativeiro a
Quir, diz o Senhor.
6. Assim diz o Senhor: Por três transgressões de
Gaza, sim, por quatro, não retirarei o castigo; porque levaram cativo todo o
povo para o entregarem a Edom.
7. Por isso porei fogo ao muro de Gaza,
e ele consumirá os seus palácios.
8. De Asdode exterminarei o morador,
e de Asquelom aquele que tem o cetro; tornarei a minha mão contra Ecrom; e o
resto dos filisteus perecerá, diz o Senhor Deus.
9. Assim diz o
Senhor: Por três transgressões de Tiro, sim, por quatro, não retirarei o
castigo; porque entregaram todos os cativos a Edom, e não se lembraram da
aliança dos irmãos.
10. por isso porei fogo ao muro de Tiro, e ele
consumirá os seus palácios.
11. Assim diz o Senhor: Por três
transgressões de Edom, sim, por quatro, não retirarei o castigo; porque
perseguiu a seu irmão à espada, e baniu toda a compaixão; e a sua ira despedaçou
eternamente, e conservou a sua indignação para sempre.
12. Por isso
porei fogo a Temã, o qual consumirá os palácios de Bozra.
13. Assim
diz o Senhor: Por três transgressões dos filhos de Amom, sim por quatro, não
retirarei o castigo; porque fenderam o ventre às grávidas de Gileade, para
dilatarem os seus termos.
14. Por isso porei fogo ao muro de Rabá,
fogo que lhe consumirá os palácios, com alarido no dia da batalha, com
tempestade no dia do turbilhão.
15. E o seu rei irá para o cativeiro,
ele e os seus príncipes juntamente, diz o Senhor.
[Amós 2]Amós 2
1. Assim diz o Senhor: Por três
transgressões de Moabe, sim, por quatro, não retirarei o castigo; porque queimou
os ossos do rei de Edom, até os reduzir a cal.
2. Por isso porei fogo
a Moabe, e ele consumirá os palácios de Queriote; e Moabe morrerá com grande
estrondo, com alarido, e som de trombeta.
3. E exterminarei o juiz do
meio dele, e matarei com ele todos os seus príncipes, diz o Senhor.
4.
Assim diz o Senhor: Por três transgressões de Judá, sim, por quatro, não
retirarei o castigo; porque rejeitaram a lei do Senhor, e não guardaram os seus
estatutos, antes se deixaram enganar por suas próprias mentiras, após as quais
andaram seus pais.
5. Por isso porei fogo a Judá, e ele consumirá os
palácios de Jerusalém.
6. Assim diz o Senhor: Por três transgressões
de Israel, sim, por quatro, não retirarei o castigo; porque vendem o justo por
dinheiro, e o necessitado por um par de sapatos.
7. Pisam a cabeça dos
pobres no pó da terra, pervertem o caminho dos mansos; um homem e seu pai entram
à mesma moça, assim profanando o meu santo nome.
8. Também se deitam
junto a qualquer altar sobre roupas empenhadas, e na casa de seu Deus bebem o
vinho dos que têm sido multados.
9. Contudo eu destruí o amorreu
diante deles, a altura do qual era como a dos cedros, e cuja força era como a
dos carvalhos; mas destruí o seu fruto por cima, e as suas raízes por
baixo.
10. Outrossim vos fiz subir da terra do Egito, e quarenta anos
vos guiei no deserto, para que possuísseis a terra do amorreu.
11. E
dentre vossos filhos suscitei profetas, e dentre os vossos mancebos, nazireus.
Acaso não é isso assim, filhos de Israel? diz o Senhor.
12. Mas vós
aos nazireus destes vinho a beber, e aos profetas ordenastes, dizendo: Não
profetizeis.
13. Eis que eu vos apertarei no vosso lugar como se
aperta um carro cheio de feixes.
14. Assim de nada valerá a fuga ao
ágil, nem o forte corroborará a sua força, nem o valente salvará a sua
vida.
15. E não ficará em pé o que maneja o arco, nem o ligeiro de pés
se livrará, nem tampouco se livrara o que vai montado a cavalo;
16. e
aquele que é corajoso entre os valentes fugirá nu naquele dia, diz o
Senhor.
[Amós 3]Amós 3
1. Ouvi
esta palavra que o Senhor fala contra vós, filhos de Israel, contra toda a
família que fiz subir da terra do Egito, dizendo:
2. De todas as
famílias da terra só a vós vos tenho conhecido; portanto eu vos punirei por
todas as vossas iniqüidades.
3. Acaso andarão dois juntos, se não
estiverem de acordo?
4. Bramirá o leão no bosque, sem que tenha presa?
Fará ouvir a sua voz o leão novo no seu covil, se nada tiver
apanhado?
5. Cairá a ave no laço em terra, se não houver armadilha
para ela? levantar-se-á da terra o laço, sem que tenha apanhado alguma
coisa?
6. Tocar-se-á a trombeta na cidade, e o povo não estremecerá?
Sucederá qualquer mal à cidade, sem que o Senhor o tenha feito?
7.
Certamente o Senhor Deus não fará coisa alguma, sem ter revelado o seu segredo
aos seus servos, os profetas.
8. Bramiu o leão, quem não temerá? Falou
o Senhor Deus, quem não profetizará?
9. Proclamai nos palácios de
Asdode, e nos palácios da terra do Egito, e dizei: Ajuntai-vos sobre os montes
de Samária, e vede que grandes alvoroços nela há, e que opressões no meio
dela.
10. Pois não sabem fazer o que é reto, diz o Senhor, aqueles que
entesouram nos seus palácios a violência e a destruição.
11. Portanto,
o Senhor Deus diz assim: um inimigo cercará a tua terra; derrubará a tua
fortaleza, e os teus palácios serão saqueados.
12. Assim diz o Senhor:
Como o pastor livra da boca do leão as duas pernas, ou um pedacinho da orelha,
assim serão livrados os filhos de Israel que habitam em Samária, junto com um
canto do leito e um pedaço da cama.
13. Ouvi, e protestai contra a
casa de Jacó, diz o Senhor Deus, o Deus dos exércitos:
14. Pois no dia
em que eu punir as transgressões de Israel, também castigarei os altares de
Betel; e as pontas do altar serão cortadas, e cairão por terra.
15.
Derribarei a casa de inverno juntamente com a casa de verão; as casas de marfim
perecerão, e as grandes casas terão fim, diz o Senhor.
[Amós 4]Amós 4
1. Ouvi esta palavra, vós, vacas de
Basã, que estais no monte de Samária, que oprimis os pobres, que esmagais os
necessitados, que dizeis a vossos maridos: Dai cá, e bebamos.
2. Jurou
o Senhor Deus, pela sua santidade, que dias estão para vir sobre vós, em que vos
levarão com anzóis, e aos que sairdes por último com anzóis de
pesca.
3. E saireis pelas brechas, cada qual em frente de si, e sereis
lançadas para Harmom, diz o senhor.
4. Vinde a Betel, e transgredi; a
Gilgal, e multiplicai as transgressões; e cada manhã trazei os vossos
sacrifícios, e de três em três dias os vossos dízimos.
5. E oferecei
sacrifício de louvores do que é levedado, e apregoai ofertas voluntárias,
publicai-as; pois disso gostais, ó filhos de Israel, diz o Senhor
Deus.
6. Por isso também vos dei limpeza de dentes em todas as vossas
cidades, e falta de pão em todos os vossos lugares; contudo não vos convertestes
a mim, diz o Senhor.
7. Além disso, retive de vós a chuva, quando
ainda faltavam três meses para a ceifa; e fiz que chovesse sobre uma cidade, e
que não chovesse sobre outra cidade; sobre um campo choveu, mas o outro, sobre o
qual não choveu, secou-se.
8. Andaram errantes duas ou três cidades,
indo a outra cidade para beberem água, mas não se saciaram; contudo não vos
convertestes a mim, diz o Senhor.
9. Feri-vos com crestamento e
ferrugem; a multidão das vossas hortas, e das vossas vinhas, e das vossas
figueiras, e das vossas oliveiras, foi devorada pela locusta; contudo não vos
convertestes a mim, diz o Senhor.
10. Enviei a peste contra vós, à
maneira de Egito; os vossos mancebos matei à espada, e os vossos cavalos deixei
levar presos, e o fedor do vosso arraial fiz subir aos vossos narizes; contudo
não vos convertestes a mim, diz o Senhor.
11. Subverti alguns dentre
vós, como Deus subverteu a Sodoma e Gomorra, e ficastes sendo como um tição
arrebatado do incêndio; contudo não vos convertestes a mim, diz o
Senhor.
12. Portanto assim te farei, ó Israel, e porque isso te farei,
prepara-te, ó Israel, para te encontrares com o teu Deus.
13. Porque é
ele o que forma os montes, e cria o vento, e declara ao homem qual seja o seu
pensamento, o que faz da manhã trevas, e anda sobre os lugares altos da terra; o
Senhor, o Deus dos exércitos é o seu nome.
[Amós 5]Amós
5
1. Ouvi esta palavra que levanto como lamentação
sobre vós, ó casa de Israel.
2. A virgem de Israel caiu; nunca mais
tornará a levantar-se; desamparada jaz na sua terra; não há quem a
levante.
3. Porque assim diz o Senhor Deus: A cidade da qual saem mil
terá de resto cem, e aquela da qual saem cem terá dez para a casa de
Israel.
4. Pois assim diz o Senhor à casa de Israel: Buscai-me, e
vivei.
5. Mas não busqueis a Betel, nem entreis em Gilgal, nem passeis
a Berseba; porque Gilgal certamente irá ao cativeiro, e Betel será desfeita em
nada.
6. Buscai ao Senhor, e vivei; para que ele não irrompa na casa
de José como fogo e a consuma, e não haja em Betel quem o apague.
7.
Vós que converteis o juízo em alosna, e deitais por terra a
justiça,
8. procurai aquele que fez as Plêiades e o Oriom, e torna a
sombra da noite em manhã, e transforma o dia em noite; o que chama as águas do
mar, e as derrama sobre a terra; o Senhor é o seu nome.
9. O que faz
vir súbita destruição sobre o forte, de sorte que vem a ruína sobre a
fortaleza.
10. Eles odeiam ao que na porta os repreende, e abominam ao
que fala a verdade.
11. Portanto, visto que pisais o pobre, e dele
exigis tributo de trigo, embora tenhais edificado casas de pedras lavradas, não
habitareis nelas; e embora tenhais plantado vinhas desejáveis, não bebereis do
seu vinho.
12. Pois sei que são muitas as vossas transgressões, e
graves os vossos pecados; afligis o justo, aceitais peitas, e na porta negais o
direito aos necessitados.
13. Portanto, o que for prudente guardará
silêncio naquele tempo, porque o tempo será mau.
14. Buscai o bem, e
não o mal, para que vivais; e assim o Senhor, o Deus dos exércitos, estará
convosco, como dizeis.
15. Aborrecei o mal, e amai o bem, e
estabelecei o juízo na porta. Talvez o Senhor, o Deus dos exércitos, tenha
piedade do resto de José.
16. Portanto, assim diz o Senhor Deus dos
exércitos, o Senhor: Em todas as praças haverá pranto, e em todas as ruas dirão:
Ai! ai! E ao lavrador chamarão para choro, e para pranto os que souberem
prantear.
17. E em todas as vinhas haverá pranto; porque passarei pelo
meio de ti, diz o Senhor.
18. Ai de vós que desejais o dia do Senhor!
Para que quereis vós este dia do Senhor? Ele é trevas e não luz.
19. E
como se um homem fugisse de diante do leão, e se encontrasse com ele o urso; ou
como se, entrando em casa, encostasse a mão à parede, e o mordesse uma
cobra.
20. Não será, pois, o dia do Senhor trevas e não luz? não será
completa escuridade, sem nenhum resplendor?
21. Aborreço, desprezo as
vossas festas, e não me deleito nas vossas assembléias solenes.
22.
Ainda que me ofereçais holocaustos, juntamente com as vossas ofertas de cereais,
não me agradarei deles; nem atentarei para as ofertas pacíficas de vossos
animais cevados.
23. Afasta de mim o estrépito dos teus cânticos,
porque não ouvirei as melodias das tuas liras.
24. Corra, porém, a
justiça como as águas, e a retidão como o ribeiro perene.
25.
Oferecestes-me vós sacrifícios e oblações no deserto por quarenta anos, ó casa
de Israel?
26. Sim, levastes Sicute, vosso rei, e Quium, vosso
deus-estrela, imagens que fizestes para vos mesmos.
27. Portanto vos
levarei cativos para além de Damasco, diz o Senhor, cujo nome é o Deus dos
Exércitos.
[Amós 6]Amós 6
1. Ai
dos que vivem sossegados em Sião, e dos que estão seguros no monte de Samária,
dos homens notáveis da principal das nações, e aos quais vem a casa de
Israel!
2. Passai a Calné, e vede; e dali ide à grande Hamate; depois
descei a Gate dos filisteus; porventura são melhores que estes reinos? ou são
maiores os seus termos do que os vossos termos?
3. ó vós que afastais
o dia mau e fazeis que se aproxime o assento da violência.
4. Ai dos
que dormem em camas de marfim, e se estendem sobre os seus leitos, e comem os
cordeiros tirados do rebanho, e os bezerros do meio do curral;
5. que
garganteiam ao som da lira, e inventam para si instrumentos músicos, assim como
Davi;
6. que bebem vinho em taças, e se ungem com o mais excelente
óleo; mas não se afligem por causa da ruína de José!
7. Portanto agora
irão em cativeiro entre os primeiros que forem cativos; e cessarão os festins
dos banqueteadores.
8. Jurou o Senhor Deus por si mesmo, diz o Senhor
Deus dos exércitos: Abomino a soberba de Jacó, e odeio os seus palácios; por
isso entregarei a cidade e tudo o que nela há.
9. E se ficarem de
resto dez homens numa casa, morrerão.
10. Quando o parente de alguém,
aquele que o queima, o tomar para levar-lhe os ossos para fora da casa, e disser
ao que estiver no mais interior da casa: Está ainda alguém contigo? e este
responder: Ninguém; então lhe dirá ele: Cala-te, porque não devemos fazer menção
do nome do Senhor.
11. Pois eis que o Senhor ordena, e a casa grande
será despedaçada, e a casa pequena reduzida a fragmentos.
12. Acaso
correrão cavalos pelos rochedos? Lavrar-se-á ali com bois? Mas vós haveis
tornado o juízo em fel, e o fruto da justiça em alosna;
13. vós que
vos alegrais de nada, vós que dizeis: Não nos temos nós tornado poderosos por
nossa própria força?
14. Pois eis que eu levantarei contra vós, ó casa
de Israel, uma nação, diz o Senhor Deus dos exércitos, e ela vos oprimirá, desde
a entrada de Hamate até o ribeiro da Arabá.
[Amós 7]Amós
7
1. O Senhor Deus assim me fez ver: e eis que ele
formava gafanhotos no princípio do rebentar da erva serôdia, e eis que era a
erva serôdia depois da segada do rei.
2. E quando eles tinham comido
completamente a erva da terra, eu disse: Senhor Deus, perdoa, peço-te; como
subsistirá Jacó? pois ele é pequeno.
3. Então o Senhor se arrependeu
disso. Não acontecerá, disse o Senhor.
4. Assim me mostrou o Senhor
Deus: eis que o Senhor Deus ordenava que por meio do fogo se decidisse o pleito;
o fogo, pois, consumiu o grande abismo, e também queria consumir a
terra.
5. Então eu disse: Senhor Deus, cessa agora; como subsistirá
Jacó? pois ele é pequeno.
6. Também disso se arrependeu o Senhor. Nem
isso acontecerá, disse o Senhor Deus.
7. Mostrou-me também assim: eis
que o senhor estava junto a um muro levantado a prumo, e tinha um prumo na
mão.
8. Perguntou-me o Senhor: Que vês tu, Amós? Respondi: Um prumo.
Então disse o Senhor: Eis que eu porei o prumo no meio do meu povo Israel; nunca
mais passarei por ele.
9. Mas os altos de Isaque serão assolados, e
destruídos os santuários de Israel; e levantar-me-ei com a espada contra a casa
de Jeroboão.
10. Então Amazias, o sacerdote de Betel, mandou dizer a
Jeroboão, rei de Israel: Amós tem conspirado contra ti no meio da casa de
Israel; a terra não poderá suportar todas as suas palavras.
11. Pois
assim diz Amós: Jeroboão morrerá à espada, e Israel certamente será levado
cativo para fora da sua terra.
12. Depois Amazias disse a Amós:
Vai-te, ó vidente, foge para a terra de Judá, e ali come o pão, e ali
profetiza;
13. mas em Betel daqui por diante não profetizarás mais,
porque é o santuário do rei, e é templo do reino.
14. E respondeu
Amós, e disse a Amazias: Eu não sou profeta, nem filho de profeta, mas boieiro,
e cultivador de sicômoros.
15. Mas o Senhor me tirou de após o gado, e
o Senhor me disse: Vai, profetiza ao meu povo Israel.
16. Agora, pois,
ouve a palavra do Senhor: Tu dizes: Não profetizes contra Israel, nem fales
contra a casa de Isaque.
17. Portanto assim diz o Senhor: Tua mulher
se prostituirá na cidade, e teus filhos e tuas filhas cairão à espada, e a tua
terra será repartida a cordel; e tu morrerás numa terra imunda, e Israel
certamente será levado cativo para fora da sua terra.
[Amós 8]Amós 8
1. O Senhor Deus assim me fez ver: e
eis aqui um cesto de frutos do verão.
2. E disse: Que vês, Amós? Eu
respondi: um cesto de frutos do verão. Então o Senhor me disse: Chegou o fim
sobre o meu povo Israel; nunca mais passarei por ele.
3. Mas os
cânticos do templo serão gritos de dor naquele dia, diz o Senhor Deus; muitos
serão os cadáveres; em todos os lugares serão lançados fora em
silêncio.
4. Ouvi isto, vós que pisais os necessitados, e destruís os
miseráveis da terra,
5. dizendo: Quando passará a lua nova, para
vendermos o grão? e o sábado, para expormos o trigo, diminuindo a medida, e
aumentando o preço, e procedendo dolosamente com balanças
enganadoras,
6. para comprarmos os pobres por dinheiro, e os
necessitados por um par de sapatos, e para vendermos o refugo do
trigo?
7. Jurou o Senhor pela glória de Jacó: Certamente nunca me
esquecerei de nenhuma das suas obras.
8. Por causa disso não
estremecerá a terra? e não chorará todo aquele que nela habita? Certamente se
levantará ela toda como o Nilo, e será agitada, e diminuirá como o Nilo do
Egito.
9. E sucederá, naquele dia, diz o Senhor Deus, que farei que o
sol se ponha ao meio dia, e em pleno dia cobrirei a terra de
trevas.
10. E tornarei as vossas festas em luto, e todos os vossos
cânticos em lamentações; porei saco sobre todos os lombos, e calva sobre toda
cabeça; e farei que isso seja como o luto por um filho único, e o seu fim como
dia de amarguras.
11. Eis que vêm os dias, diz o Senhor Deus, em que
enviarei fome sobre a terra; não fome de pão, nem sede de água, mas de ouvir as
palavras do Senhor.
12. Andarão errantes de mar a mar, e do norte até
o oriente; correrão por toda parte, buscando a palavra do Senhor, e não a
acharão.
13. Naquele dia as virgens formosas e os mancebos desmaiarão
de sede.
14. Os que juram pelo pecado de Samária, dizendo: Pela vida
do teu deus, ó Dã; e: Pelo caminho de Berseba; esses mesmos cairão, e não se
levantarão mais.
[Amós 9]Amós
9
1. Vi o Senhor, que estava junto ao altar; e me
disse: Fere os capitéis, para que estremeçam os umbrais; e faze tudo em pedaços
sobre a cabeça de todos eles; e eu matarei à espada até o último deles; nenhum
deles conseguirá fugir, nenhum deles escapará.
2. Ainda que cavem até
o Seol, dali os tirará a minha mão; ainda que subam ao céu, dali os farei
descer.
3. Ainda que se escondam no cume do Carmelo, buscá-los-ei, e
dali os tirarei; e, ainda que se ocultem aos meus olhos no fundo do mar, ali
darei ordem à serpente, e ela os morderá.
4. Também ainda que vão para
o cativeiro diante de seus inimigos, ali darei ordem à espada, e ela os matará;
enfim eu porei os meus olhos sobre eles para o mal, e não para o
bem.
5. Pois o Senhor, o Deus dos exércitos, é o que toca a terra, e
ela se derrete, e pranteiam todos os que nela habitam; e ela toda se levanta
como o Nilo, e diminui como o Nilo do Egito.
6. Ele é o que edifica as
suas câmaras no céu, e funda sobre a terra a sua abóbada; que chama as águas do
mar, e as derrama sobre a terra; o Senhor é o seu nome.
7. Não sois
vós para comigo, ó filhos de Israel, como os filhos dos etíopes? diz o Senhor;
não fiz eu subir a Israel da terra do Egito, e aos filisteus de Caftor, e aos
sírios de Quir?
8. Eis que os olhos do Senhor Deus estão contra este
reino pecador, e eu o destruirei de sobre a face da terra; contudo não
destruirei de todo a casa de Jacó, diz o Senhor.
9. Pois eis que darei
ordens, e sacudirei a casa de Israel em todas as nações, assim como se sacode
grão no crivo; todavia não cairá sobre a terra um só grão.
10.
Morrerão à espada todos os pecadores do meu povo, os quais dizem: O mal não nos
alcançará, nem nos encontrará.
11. Naquele dia tornarei a levantar o
tabernáculo de Davi, que está caído, e repararei as suas brechas, e tornarei a
levantar as suas ruínas, e as reedificarei como nos dias antigos;
12.
para que eles possuam o resto de Edom, e todas as nações que são chamadas pelo
meu nome, diz o Senhor, que faz estas coisas.
13. Eis que vêm os dias,
diz o Senhor, em que o que lavra alcançará ao que sega, e o que pisa as uvas ao
que lança a semente; :e os montes destilarão mosto, e todos os outeiros se
derreterão.
14. Também trarei do cativeiro o meu povo Israel; e eles
reedificarão as cidades assoladas, e nelas habitarão; plantarão vinhas, e
beberão o seu vinho; e farão pomares, e lhes comerão o fruto.
15.
Assim os plantarei na sua terra, e não serão mais arrancados da sua terra que
lhes dei, diz o senhor teu Deus.
[Obadias 1]Obadias
1
1. Visão de Obadias. Assim diz o Senhor Deus a
respeito de Edom: Temos ouvido novas da parte do Senhor, e por entre as nações
foi enviado um mensageiro a dizer: Levantai-vos, e levantemo-nos contra ela para
a guerra.
2. Eis que te farei pequeno entre as nações; serás muito
desprezado.
3. A soberba do teu coração te enganou, ó tu que habitas
nas fendas do penhasco, na tua alta morada, que dizes no teu coração: Quem me
derrubará em terra?
4. Embora subas ao alto como águia, e embora se
ponha o teu ninho entre as estrelas, dali te derrubarei, diz o
Senhor.
5. Se a ti viessem ladrões, ou roubadores de noite (como estás
destruído!), não furtariam somente o que lhes bastasse? se a ti viessem os
vindimadores, não deixariam umas uvas de rabisco?
6. Como foram
rebuscados os bens de Esaú! como foram esquadrinhados os seus tesouros
ocultos!
7. Todos os teus confederados te levaram para fora dos teus
limites; os que estavam de paz contigo te enganaram, e prevaleceram contra ti;
os que comem o teu pão põem debaixo de ti uma armadilha; não há em Edom
entendimento.
8. Acaso não acontecerá naquele dia, diz o Senhor, que
farei perecer os sábios de Edom, e o entendimento do monte de Esaú?
9.
E os teus valentes, ó Temã, estarão atemorizados, para que do monte de Esaú seja
cada um exterminado pela matança.
10. Por causa da violência feita a
teu irmão Jacó, cobrir-te-á a confusão, e serás exterminado para
sempre.
11. No dia em que estiveste do lado oposto, no dia em que
estranhos lhe levaram os bens, e os estrangeiros lhe entraram pelas portas e
lançaram sortes sobre Jerusalém, tu mesmo eras como um deles.
12. Mas
tu não devias olhar com prazer para o dia de teu irmão no dia do seu desterro,
nem alegrar-te sobre os filhos de Judá no dia da sua ruína, nem falar
arrogantemente no dia da tribulação;
13. nem entrar pela porta do meu
povo no dia da sua calamidade; sim, tu não devias olhar, satisfeito, para o seu
mal, no dia da sua calamidade; nem lançar mão dos seus bens no dia da sua
calamidade;
14. nem te postar nas encruzilhadas, para exterminares os
que escapassem; nem entregar os que lhe restassem, no dia da
tribulação.
15. Porquanto o dia do Senhor está perto, sobre todas as
nações, como tu fizeste, assim se fará contigo; o teu feito tornará sobre a tua
cabeça.
16. Pois como vós bebestes no meu santo monte, assim beberão
de contínuo todas as nações; sim, beberão e sorverão, e serão como se nunca
tivessem sido.
17. Mas no monte de Sião haverá livramento, e ele será
santo; e os da casa de Jacó possuirão as suas herdades.
18. E a casa
de Jacó será um fogo, e a casa de José uma chama, e a casa de Esaú restolho;
aqueles se acenderão contra estes, e os consumirão; e ninguém mais restará da
casa de Esaú; porque o Senhor o disse.
19. Ora, os do Negebe possuirão
o monte de Esaú, e os da planície, os filisteus; possuirão também os campos de
Efraim, e os campos de Samária; e Benjamim possuirá a Gileade.
20. Os
cativos deste exército dos filhos de Israel possuirão os cananeus até Zarefate;
e os cativos de Jerusalém, que estão em Sefarade, possuirão as cidades do
Negebe.
21. Subirão salvadores ao monte de Sião para julgarem o monte
de Esaú; e o reino será do Senhor.
[Jonas 1]Jonas
1
1. Ora veio a palavra do Senhor a Jonas, filho de
Amitai, dizendo:
2. Levanta-te, vai à grande cidade de Nínive, e clama
contra ela, porque a sua malícia subiu até mim.
3. Jonas, porém,
levantou-se para fugir da presença do Senhor para Társis. E, descendo a Jope,
achou um navio que ia para Társis; pagou, pois, a sua passagem, e desceu para
dentro dele, para ir com eles para Társis, da presença do Senhor.
4.
Mas o Senhor lançou sobre o mar um grande vento, e fez-se no mar uma grande
tempestade, de modo que o navio estava a ponto de se despedaçar.
5.
Então os marinheiros tiveram medo, e clamavam cada um ao seu deus, e alijaram ao
mar a carga que estava no navio, para o aliviarem; Jonas, porém, descera ao
porão do navio; e, tendo-se deitado, dormia um profundo sono.
6. O
mestre do navio, pois, chegou-se a ele, e disse-lhe: Que estás fazendo, ó tu que
dormes? Levanta-te, clama ao teu deus; talvez assim ele se lembre de nós, para
que não pereçamos.
7. E dizia cada um ao seu companheiro: Vinde, e
lancemos sortes, para sabermos por causa de quem nos sobreveio este mal. E
lançaram sortes, e a sorte caiu sobre Jonas.
8. Então lhe disseram:
Declara-nos tu agora, por causa de quem nos sobreveio este mal. Que ocupação é a
tua? Donde vens? Qual é a tua terra? E de que povo és tu?
9.
Respondeu-lhes ele: Eu sou hebreu, e temo ao Senhor, o Deus do céu, que fez o
mar e a terra seca.
10. Então estes homens se encheram de grande
temor, e lhe disseram: Que é isso que fizeste? pois sabiam os homens que fugia
da presença do Senhor, porque ele lho tinha declarado.
11. Ainda lhe
perguntaram: Que te faremos nós, para que o mar se nos acalme? Pois o mar se ia
tornando cada vez mais tempestuoso.
12. Respondeu-lhes ele:
Levantai-me, e lançai-me ao mar, e o mar se vos aquietará; porque eu sei que por
minha causa vos sobreveio esta grande tempestade.
13. Entretanto os
homens se esforçavam com os remos para tornar a alcançar a terra; mas não
podiam, porquanto o mar se ia embravecendo cada vez mais contra
eles.
14. Por isso clamaram ao Senhor, e disseram: Nós te rogamos, ó
Senhor, que não pereçamos por causa da vida deste homem, e que não ponhas sobre
nós o sangue inocente; porque tu, Senhor, fizeste como te aprouve.
15.
Então levantaram a Jonas, e o lançaram ao mar; e cessou o mar da sua
fúria.
16. Temeram, pois, os homens ao Senhor com grande temor; e
ofereceram sacrifícios ao Senhor, e fizeram votos.
17. Então o Senhor
deparou um grande peixe, para que tragasse a Jonas; e esteve Jonas três dias e
três noites nas entranhas do peixe.
[Jonas 2]Jonas
2
1. E orou Jonas ao Senhor, seu Deus, lá das entranhas
do peixe;
2. e disse: Na minha angústia clamei ao senhor, e ele me
respondeu; do ventre do Seol gritei, e tu ouviste a minha voz.
3. Pois
me lançaste no profundo, no coração dos mares, e a corrente das águas me cercou;
todas as tuas ondas e as tuas vagas passaram por cima de mim.
4. E eu
disse: Lançado estou de diante dos teus olhos; como tornarei a olhar para o teu
santo templo?
5. As águas me cercaram até a alma, o abismo me rodeou,
e as algas se enrolaram na minha cabeça.
6. Eu desci até os
fundamentos dos montes; a terra encerrou-me para sempre com os seus ferrolhos;
mas tu, Senhor meu Deus, fizeste subir da cova a minha vida.
7. Quando
dentro de mim desfalecia a minha alma, eu me lembrei do Senhor; e entrou a ti a
minha oração, no teu santo templo.
8. Os que se apegam aos vãos ídolos
afastam de si a misericórdia.
9. Mas eu te oferecerei sacrifício com a
voz de ação de graças; o que votei pagarei. Ao Senhor pertence a
salvação.
10. Falou, pois, o Senhor ao peixe, e o peixe vomitou a
Jonas na terra.
[Jonas 3]Jonas
3
1. Pela segunda vez veio a palavra do Senhor a Jonas,
dizendo:
2. Levanta-te, e vai à grande cidade de Nínive, e lhe
proclama a mensagem que eu te ordeno.
3. Levantou-se, pois, Jonas, e
foi a Nínive, segundo a palavra do Senhor. Ora, Nínive era uma grande cidade, de
três dias de jornada.
4. E começou Jonas a entrar pela cidade, fazendo
a jornada dum dia, e clamava, dizendo: Ainda quarenta dias, e Nínive será
subvertida.
5. E os homens de Nínive creram em Deus; e proclamaram um
jejum, e vestiram-se de saco, desde o maior deles até o menor.
6. A
notícia chegou também ao rei de Nínive; e ele se levantou do seu trono e,
despindo-se do seu manto e cobrindo-se de saco, sentou-se sobre
cinzas.
7. E fez uma proclamação, e a publicou em Nínive, por decreto
do rei e dos seus nobres, dizendo: Não provem coisa alguma nem homens, nem
animais, nem bois, nem ovelhas; não comam, nem bebam água;
8. mas
sejam cobertos de saco, tanto os homens como os animais, e clamem fortemente a
Deus; e convertam-se, cada um do seu mau caminho, e da violência que há nas suas
mãos.
9. Quem sabe se voltará Deus, e se arrependerá, e se apartará do
furor da sua ira, de sorte que não pereçamos?
10. Viu Deus o que
fizeram, como se converteram do seu mau caminho, e Deus se arrependeu do mal que
tinha dito lhes faria, e não o fez.
[Jonas 4]Jonas
4
1. Mas isso desagradou extremamente a Jonas, e ele
ficou irado.
2. E orou ao Senhor, e disse: Ah! Senhor! não foi isso o
que eu disse, estando ainda na minha terra? Por isso é que me apressei a fugir
para Társis, pois eu sabia que és Deus compassivo e misericordioso, longânimo e
grande em benignidade, e que te arrependes do mal.
3. Agora, ó Senhor,
tira-me a vida, pois melhor me é morrer do que viver.
4. Respondeu o
senhor: É razoável essa tua ira?
5. Então Jonas saiu da cidade, e
sentou-se ao oriente dela; e ali fez para si uma barraca, e se sentou debaixo
dela, à sombra, até ver o que aconteceria à cidade.
6. E fez o Senhor
Deus nascer uma aboboreira, e fê-la crescer por cima de Jonas, para que lhe
fizesse sombra sobre a cabeça, a fim de o livrar do seu enfado; de modo que
Jonas se alegrou em extremo por causa da aboboreira.
7. Mas Deus
enviou um bicho, no dia seguinte ao subir da alva, o qual feriu a aboboreira, de
sorte que esta se secou.
8. E aconteceu que, aparecendo o sol, Deus
mandou um vento calmoso oriental; e o sol bateu na cabeça de Jonas, de maneira
que ele desmaiou, e desejou com toda a sua alma morrer, dizendo: Melhor me é
morrer do que viver.
9. Então perguntou Deus a Jonas: É razoável essa
tua ira por causa da aboboreira? Respondeu ele: É justo que eu me enfade a ponto
de desejar a morte.
10. Disse, pois, o Senhor: Tens compaixão da
aboboreira, na qual não trabalhaste, nem a fizeste crescer; que numa noite
nasceu, e numa noite pereceu.
11. E não hei de eu ter compaixão da
grande cidade de Nínive em que há mais de cento e vinte mil pessoas que não
sabem discernir entre a sua mão direita e a esquerda, e também muito
gado?
[Miquéias 1]Miquéias 1
1.
A palavra do Senhor que veio a Miquéias, morastita, nos dias de Jotão Acaz e
Ezequias reis de Judá a qual ele viu sobre Samária e Jerusalém.
2.
Ouvi, todos os povos; presta atenção, ó terra, e tudo o que nela há; e seja
testemunha contra vós o Senhor Deus, o Senhor desde o seu santo
templo.
3. Porque eis que o Senhor está a sair do seu lugar, e
descerá, e andará sobre as alturas da terra.
4. Os montes debaixo dele
se derreterão, e os vales se fenderão, como a cera diante do fogo, como as águas
que se precipitam por um declive.
5. Sucede tudo isso por causa da
transgressão de Jacó, e por causa dos pecados da casa de Israel. Qual é a
transgressão de Jacó? não é Samária? e quais os altos de Judá? não é
Jerusalém?
6. Por isso farei de Samária um montão de pedras do campo,
uma terra de plantar vinhas; e farei rebolar as suas pedras para o vale, e
descobrirei os seus fundamentos.
7. Todas as suas imagens esculpidas
serão despedaçadas, todos os seus salários serão queimados pelo fogo, e de todos
os seus ídolos farei uma assolação; porque pelo salário de prostituta os
ajuntou, e em salário de prostituta se tornarão.
8. Por isso
lamentarei e uivarei, andarei despojado e nu farei lamentação como de chacais, e
pranto como de avestruzes.
9. Pois as suas feridas são incuráveis, e o
mal chegou até Judá; estendeu-se até a porta do meu povo, até
Jerusalém.
10. Não o anuncieis em Gate, em Aco não choreis; em
Bete-Le-Afra revolvei-vos no pó.
11. Passa, ó moradora de Safir, em
vergonhosa nudez; a moradora de Zaanã não saiu; o pranto de Bete-Ezel tomará de
vós a sua morada.
12. Pois a moradora de Marote espera ansiosamente
pelo bem; porque desceu do Senhor o mal até a porta de Jerusalém.
13.
Ata ao carro o cavalo ligeiro, ó moradora de Laquis; esta foi o princípio do
pecado para a filha de Sião; pois em ti se acharam as transgressões de
Israel.
14. Por isso darás a Moresete-Gate presentes de despedida; as
casas de Aczibe se tornarão em engano para os reis de Israel.
15.
Ainda trarei a ti, o moradora de Maressa, aquele que te possuirá; chegará até
Adulão a glória de Israel.
16. Faze-te calva e tosquia-te por causa
dos filhos das tuas delícias; alarga a tua calva como a águia, porque de ti
serão levados para o cativeiro.
[Miquéias 2]Miquéias
2
1. Ai daqueles que nas suas camas maquinam a
iniqüidade e planejam o mal! quando raia o dia, põem-no por obra, pois está no
poder da sua mão.
2. E cobiçam campos, e os arrebatam, e casas, e as
tomam; assim fazem violência a um homem e à sua casa, a uma pessoa e à sua
herança.
3. Portanto, assim diz o Senhor. Eis que contra esta família
maquino um mal, de que não retirareis os vossos pescoços; e não andareis
arrogantemente; porque o tempo será mau.
4. Naquele dia surgirá contra
vós um motejo, e se levantará pranto lastimoso, dizendo: Nós estamos
inteiramente despojados; a porção do meu povo ele a troca; como ele a remove de
mim! aos rebeldes reparte os nossos campos.
5. Portanto, não terás tu
na congregação do Senhor quem lance o cordel pela sorte
6. Não
profetizeis; assim profetizam eles, não se deve profetizar tais coisas; não nos
alcançará o opróbrio.
7. Acaso dir-se-á isso, ó casa de Jacó: tem-se
restringido o Espírito do Senhor? são estas as suas obras? e não é assim que
fazem bem as minhas palavras ao que anda retamente?
8. Mas há pouco se
levantou o meu povo como um inimigo; de sobre a vestidura arrancais o manto aos
que passam seguros, como homens contrários à guerra.
9. As mulheres do
meu povo, vós as lançais das suas casas agradáveis; dos seus filhinhos tirais
para sempre a minha glória.
10. Levantai-vos, e ide-vos, pois este não
é lugar de descanso; por causa da imundícia que traz destruição, sim, destruição
enorme.
11. Se algum homem, andando em espírito de falsidade, mentir,
dizendo: Eu te profetizarei acerca do vinho e da bebida forte; será esse tal o
profeta deste povo.
12. Certamente te ajuntarei todo, ó Jacó;
certamente congregarei o restante de Israel; pô-los-ei todos juntos, como
ovelhas no curral, como rebanho no meio do seu pasto; farão estrondo por causa
da multidão dos homens.
13. Subirá diante deles aquele que abre o
caminho; eles romperão, e entrarão pela porta, e sairão por ela; e o rei irá
adiante deles, e o Senhor à testa deles.
[Miquéias 3]Miquéias 3
1. E disse eu: Ouvi, peço-vos, ó
chefes de Jacó, e vós, ó príncipes da casa de Israel: não é a vós que pertence
saber a justiça?
2. A vós que aborreceis o bem, e amais o mal, que
arrancais a pele de cima deles, e a carne de cima dos seus ossos,
3.
os que também comeis a carne do meu povo e lhes arrancais a pele, e lhes
esmiuçais os ossos, e os repartis em pedaços como para a panela e como carne
dentro do caldeirão.
4. Então clamarão ao Senhor; ele, porém, não lhes
responderá, antes esconderá deles a sua face naquele tempo, conforme eles
fizeram mal nas suas obras.
5. Assim diz o Senhor a respeito dos
profetas que fazem errar o meu povo, que clamam: Paz! enquanto têm o que comer,
mas preparam a guerra contra aquele que nada lhes mete na boca.
6.
Portanto se vos fará noite sem visão; e trevas sem adivinhação haverá para vós.
Assim se porá o sol sobre os profetas, e sobre eles, obscurecerá o
dia.
7. E os videntes se envergonharão, e os adivinhadores se
confundirão; sim, todos eles cobrirão os seus lábios, porque não haverá resposta
de Deus.
8. Quanto a mim, estou cheio do poder do Espírito do Senhor,
assim como de justiça e de coragem, para declarar a Jacó a sua transgressão e a
Israel o seu pecado.
9. Ouvi agora isto, vós chefes da casa de Jacó, e
vós governantes da casa de Israel, que abominais a justiça e perverteis tudo o
que é direito,
10. edificando a Sião com sangue, e a Jerusalém com
iniqüidade.
11. Os seus chefes dão as sentenças por peitas, e os seus
sacerdotes ensinam por interesse, e os seus profetas adivinham por dinheiro; e
ainda se encostam ao Senhor, dizendo: Não está o Senhor no meio de nós? nenhum
mal nos sobrevirá.
12. Portanto, por causa de vós, Sião será lavrada
como um campo, e Jerusalém se tornará em montões de pedras, e o monte desta casa
em lugares altos dum bosque.
[Miquéias 4]Miquéias
4
1. Mas nos últimos dias acontecerá que o monte da
casa do Senhor será estabelecido como o mais alto dos montes, e se exalçará
sobre os outeiros, e a ele concorram os povos.
2. E irão muitas
nações, e dirão: Vinde, e subamos ao monte do Senhor, e à casa do Deus de Jacó,
para que nos ensine os seus caminhos, de sorte que andemos nas suas veredas;
porque de Sião sairá a lei, e de Jerusalém a palavra do Senhor.
3. E
julgará entre muitos povos, e arbitrará entre nações poderosas e longínquas; e
converterão as suas espadas em relhas de arado, e as suas lanças em podadeiras;
uma nação não levantará a espada contra outra nação, nem aprenderão mais a
guerra.
4. Mas assentar-se-á cada um debaixo da sua videira, e debaixo
da sua figueira, e não haverá quem os espante, porque a boca do Senhor dos
exércitos o disse.
5. Pois todos os povos andam, cada um em nome do
seu deus; mas nós andaremos para todo o sempre em o nome do Senhor nosso
Deus.
6. Naquele dia, diz o Senhor, congregarei a que coxeava, e
recolherei a que tinha sido expulsa, e a que eu afligi.
7. E da que
coxeava farei um resto, e da que tinha sido arrojada para longe, uma nação
poderosa; e o Senhor reinará sobre eles no monte Sião, desde agora e para
sempre.
8. E a ti, ó torre do rebanho, outeiro da filha de Sião, a ti
virá, sim, a ti virá o primeiro domínio, o reino da filha de
Jerusalém.
9. E agora, por que fazes tão grande pranto? Não há em ti
rei? pereceu o teu conselheiro, de modo que se apoderaram de ti dores, como da
que está de parto,
10. Sofre dores e trabalha, ó filha de Sião, como a
que está de parto; porque agora sairás da cidade, e morarás no campo, e virás
até Babilônia. Ali, porém serás livrada; ali te remirá o Senhor da mão de teus
inimigos.
11. Agora se congregaram muitas nações contra ti, que dizem:
Seja ela profanada, e vejam o nossos olhos o seu desejo sobre
Sião.
12. Mas, não sabem os pensamentos do Senhor, nem entendem o seu
conselho; porque as ajuntou como gavelas para dentro da eira.
13.
Levanta-te, e debulha, ó filha de Sião, porque eu farei de ferro o teu chifre, e
de bronze as tuas unhas; e esmiuçarás a muitos povos; e dedicarás o seu ganho ao
Senhor, e os seus bens ao Senhor de toda a terra.
[Miquéias 5]Miquéias 5
1. Agora, ajunta-te em tropas, ó
filha de tropas; pôr-se-á cerco contra nós; ferirão com a vara no queixo ao juiz
de Israel.
2. Mas tu, Belém Efrata, posto que pequena para estar entre
os milhares de Judá, de ti é que me sairá aquele que há de reinar em Israel, e
cujas saídas são desde os tempos antigos, desde os dias da
eternidade.
3. Portanto os entregará até o tempo em que a que está de
parto tiver dado à luz; então o resto de seus irmãos voltará aos filhos de
Israel.
4. E ele permanecerá, e apascentará o povo na força do Senhor,
na excelência do nome do Senhor seu Deus; e eles permanecerão, porque agora ele
será grande até os fins da terra.
5. E este será a nossa paz. Quando a
Assíria entrar em nossa terra, e quando pisar em nossos palácios, então
suscitaremos contra ela sete pastores e oito príncipes dentre os
homens.
6. Esses consumirão a terra da Assíria à espada, e a terra de
Ninrode nas suas entradas. Assim ele nos livrará da Assíria, quando entrar em
nossa terra, e quando calcar os nossos termos.
7. E o resto de Jacó
estará no meio de muitos povos, como orvalho da parte do Senhor, como chuvisco
sobre a erva, que não espera pelo homem, nem aguarda filhos de
homens.
8. Também o resto de Jacó estará entre as nações, no meio de
muitos povos, como um leão entre os animais do bosque, como um leão novo entre
os rebanhos de ovelhas, o qual, quando passar, as pisará e despedaçará, sem que
haja quem as livre.
9. A tua mão será exaltada sobre os teus
adversários e serão exterminados todos os seus inimigos.
10. Naquele
dia, diz o Senhor, exterminarei do meio de ti os teus cavalos, e destruirei os
teus carros;
11. destruirei as cidade da tua terra, e derribarei todas
as tuas fortalezas.
12. Tirarei as feitiçarias da tua mão, e não terás
adivinhadores;
13. arrancarei do meio de ti as tuas imagens esculpidas
e as tuas colunas; e não adorarás mais a obra das tuas mãos.
14. Do
meio de ti arrancarei os teus aserins, e destruirei as tuas
cidades.
15. E com ira e com furor exercerei vingança sobre as nações
que não obedeceram.
[Miquéias 6]Miquéias
6
1. Ouvi agora o que diz o Senhor: Levanta-te,
contende perante os montes, e ouçam os outeiros a tua voz.
2. Ouvi,
montes, a demanda do Senhor, e vós, fundamentos duradouros da terra; porque o
Senhor tem uma demanda com o seu povo e com Israel entrará em
juízo.
3. Ó povo meu, que é que te tenho feito? e em que te enfadei?
testifica contra mim.
4. Pois te fiz subir da terra do Egito, e da
casa da servidão te remi; e enviei adiante de ti a Moisés, Arão e
Miriã.
5. Povo meu, lembra-te agora da consulta de Balaque, rei de
Meabe, e do que lhe respondeu Balaão, filho de Beor, e do que sucedeu desde
Sitini até Gilgal, para que conheças as justiças do Senhor.
6. Com que
me apresentarei diante do Senhor, e me prostrarei perante o Deus excelso?
Apresentar-me-ei diante dele com holocausto, com bezerros de um
ano?
7. Agradar-se-á o Senhor de milhares de carneiros, ou de miríades
de ribeiros de azeite? Darei o meu primogênito pela minha transgressão, o fruto
das minhas entranhas pelo pecado da minha alma?
8. Ele te declarou, ó
homem, o que é bom; e que é o que o Senhor requer de ti, senão que pratiques a
justiça, e ames a benevolência, e andes humildemente com o teu
Deus?
9. A voz do Senhor clama à cidade, e o que é sábio temerá o teu
nome. Escutai a vara, e quem a ordenou.
10. Porventura ainda há na
casa do ímpio tesouros de impiedade? e a efa desfalcada, que é
detestável?
11. Justificarei ao que tem balanças falsas, e uma bolsa
de pesos enganosos?
12. Pois os ricos da cidade estão cheios de
violência, e os seus habitantes falam mentiras, e a língua deles é enganosa na
sua boca.
13. Assim eu também te enfraquecerei, ferindo-te e
assolando-te, por causa dos teus pecados.
14. Tu comerás, mas não te
fartarás; e a tua fome estará sempre contigo; removerás os teus bens, mas nada
livrarás; e aquilo que livrares, eu o entregarei à espada.
15. Tu
semearás, mas não segarás; pisarás a azeitona, mas não te ungirás de azeite; e
pisarás a vindima, mas não beberás o vinho.
16. Porque se observam os
estatutos de Onri, e todas as obras da casa de Acabe, e vós andais nos conselhos
deles; para que eu faça de ti uma desolação, e dos seus habitantes um assobio.
Assim trareis sobre vós o opróbrio do meu povo.
[Miquéias 7]Miquéias 7
1. Ai de mim! porque estou feito
como quando são colhidas as frutas do verão, como os rabiscos da vindima; não há
cacho de uvas para comer, nem figo temporão que a minha alma
deseja.
2. Pereceu da terra o homem piedoso; e entre os homens não há
um que seja reto; todos armam ciladas para sangue; caça cada um a seu irmão com
uma rede.
3. As suas mãos estão sobre o mal para o fazerem
diligentemente; o príncipe e o juiz exigem a peita, e o grande manifesta o
desejo mau da sua alma; e assim todos eles tecem o mal.
4. O melhor
deles é como um espinho; o mais reto é pior do que uma sebe de espinhos. Veio o
dia dos seus vigias, a saber, a sua punição; agora começará a sua
confusão.
5. Não creiais no amigo, nem confieis no companheiro; guarda
as portas da tua boca daquela que repousa no teu seio.
6. Pois o filho
despreza o pai, a filha se levanta contra a mãe, a nora contra a sogra; os
inimigos do homem são os da própria casa.
7. Eu, porém, confiarei no
Senhor; esperarei no Deus da minha salvação. O meu Deus me ouvirá.
8.
Não te alegres, inimiga minha, a meu respeito; quando eu cair, levantar-me-ei;
quando me sentar nas trevas, o Senhor será a minha luz.
9. Sofrerei a
indignação do Senhor, porque tenho pecado contra ele; até que ele julgue a minha
causa, e execute o meu direito. Ele me tirará para a luz, e eu verei a sua
justiça.
10. E a minha inimiga verá isso, e cobri-la-á a confusão, a
ela que me disse: Onde está o Senhor teu Deus? Os meus olhos a contemplarão;
agora ela será pisada como a lama das ruas.
11. É dia de reedificar os
teus muros! Naquele dia será dilatado grandemente o teu termo.
12.
Naquele dia virão a ti da Assíria e das cidades do Egito, e do Egito até o Rio,
e de mar a mar, e de montanha a montanha.
13. Mas a terra será
entregue à desolação por causa dos seus moradores, por causa do fruto das suas
obras.
14. Apascenta com a tua vara o teu povo, o rebanho da tua
herança, que habita a sós no bosque, no meio do Carmelo; apascentem-se em Basã e
Gileade, como nos dias antigos.
15. Eu lhes mostrarei maravilhas, como
nos dias da tua saída da terra do Egito.
16. As nações o verão, e
envergonhar-se-ão, por causa de todo o seu poder; porão a mão sobre a boca, e os
seus ouvidos ficarão surdos.
17. Lamberão o pó como serpentes; como
répteis da terra, tremendo, sairão dos seus esconderijos; com pavor virão ao
Senhor nosso Deus, e terão medo de ti.
18. Quem é Deus semelhante a
ti, que perdoas a iniqüidade, e que te esqueces da transgressão do resto da tua
herança? O Senhor não retém a sua ira para sempre, porque ele se deleita na
benignidade.
19. Tornará a apiedar-se de nós; pisará aos pés as nossas
iniqüidades. Tu lançarás todos os nossos pecados nas profundezas do
mar.
20. Mostrarás a Jacó a fidelidade, e a Abraão a benignidade,
conforme juraste a nossos pais desde os dias antigos.
[Naum 1]Naum 1
1. Oráculo acerca de Nínive. Livro da
visão de Naum, o elcosita.
2. O Senhor é um Deus zeloso e vingador; o
Senhor é vingador e cheio de indignação; o Senhor toma vingança contra os seus
adversários, e guarda a ira contra os seus inimigos.
3. O Senhor é
tardio em irar-se, e de grande poder, e ao culpado de maneira alguma terá por
inocente; o Senhor tem o seu caminho no turbilhão e na tempestade, e as nuvens
são o pó dos seus pés.
4. Ele repreende o mar, e o faz secar, e esgota
todos os rios; desfalecem Basã e Carmelo, e a flor do Líbano
murcha.
5. Os montes tremem perante ele, e os outeiros se derretem; e
a terra fica devastada diante dele, sim, o mundo, e todos os que nele
habitam.
6. Quem pode manter-se diante do seu furor? e quem pode
subsistir diante do ardor da sua ira? a sua cólera se derramou como um fogo, e
por ele as rochas são fendidas.
7. O Senhor é bom, uma fortaleza no
dia da angústia; e conhece os que nele confiam.
8. E com uma inundação
transbordante acabará duma vez com o lugar dela; e até para dentro das trevas
perseguirá os seus inimigos.
9. Que é o que projetais vós contra o
Senhor? Ele destruirá de vez; não se levantará por duas vezes a
angústia.
10. Pois ainda que eles se entrelacem como os espinhos, e se
saturem de vinho como bêbados, serão inteiramente consumidos como restolho
seco.
11. Não saiu de ti um que maquinava o mal contra o Senhor,
aconselhando maldade?
12. Assim diz o Senhor: Por mais intatos que
sejam, e por mais numerosos, assim mesmo serão exterminados e passarão. Ainda
que te afligi, não te afligirei mais.
13. Mas agora quebrarei o seu
jugo de sobre ti, e romperei as tuas cadeias.
14. Contra ti, porém, o
Senhor deu ordem que não haja mais linhagem do teu nome; da casa dos teus deuses
exterminarei as imagens de escultura e as de fundição; farei o teu sepulcro,
porque és vil.
15. Eis sobre os montes os pés do que traz boas novas,
do que anuncia a paz! Celebra as tuas festas, ó Judá, cumpre os teus votos,
porque o ímpio não tornará mais a passar por ti; ele é inteiramente
exterminado.
[Naum 2]Naum 2
1.
O destruidor sobe contra ti. Guarda tu a fortaleza, vigia o caminho, robustece
os lombos, arregimenta bem as tuas forças.
2. Pois o Senhor restaura a
excelência de Jacó, qual a excelência de Israel; porque os saqueadores os
despojaram e destruíram os seus sarmentos.
3. Os escudos dos seus
valentes estão vermelhos, os homens valorosos estão vestidos de escarlate; os
carros resplandecem como o aço no dia da sua preparação, e as lanças são
brandidas.
4. Os carros andam furiosamente nas ruas; cruzam as praças
em todas as direções; parecem como tochas, e correm como os
relâmpagos.
5. Ele se lembra dos seus nobres; eles tropeçam na sua
marcha; apressam-se para chegar ao muro de cidade, arma-se a manta.
6.
As portas dos rios abrem-se, e o palácio está em confusão.
7. E está
decretado: ela é despida , e levada cativa; e as suas servas gemem como pombas,
batendo em seus peitos.
8. Nínive desde que existe tem sido como um
tanque de águas; elas, porém, fogem agora: parai, parai, clama-se; mas ninguém
olhara para trás.
9. Saqueai a prata, saqueai o ouro; pois não ha fim
dos tesouros; abastança há de todas as coisas preciosas.
10. Ela está
vazia, esgotada e devastada; derrete-se o coração, tremem os joelhos, e em todos
os lombos há dor; o rosto de todos eles empalidece.
11. Onde está
agora o covil dos leões, e a habitação dos leões novos, onde andavam o leão, e a
leoa, e o cachorro do leão, sem haver ninguém que os espantasse?
12. O
leão arrebatava o que bastava para os seus cachorros, e estrangulava a presa
para as suas leoas, e enchia de presas as suas cavernas, e de rapina os seus
covis.
13. Eis que eu estou contra ti, diz o Senhor dos exércitos, e
queimarei na fumaça os teus carros, e a espada devorará os teus leões novos; e
exterminarei da terra a tua presa; e não se ouvira mais a voz dos teus
embaixadores.
[Naum 3]Naum 3
1.
Ai da cidade ensangüentada! Ela está toda cheia de mentiras e de rapina! da
presa não há fim!
2. Eis o estrépito do açoite, e o estrondo das
rodas, os cavalos que curveteiam e os carros que saltam;
3. o
cavaleiro que monta, a espada rutilante, a lança reluzente, a, multidão de
mortos, o montão de cadáveres, e defuntos inumeráveis; tropeçam nos
cadáveres;
4. tudo isso por causa da multidão dos adultérios, da
meretriz formosa, da mestra das feitiçarias, que vende nações por seus deleites,
e famílias pelas suas feitiçarias.
5. Eis que eu estou contra ti, diz
o Senhor dos exércitos; e levantarei as tuas fraldas sobre a tua face; e às
nações mostrarei a tua nudez, e seus reinos a tua vergonha.
6.
Lançarei sobre ti imundícias e te tratarei com desprezo, e te porei como
espetáculo.
7. E há de ser todos os que te virem fugirão de ti, e
dirão: Nínive esta destruída; quem terá compaixão dela? Donde te buscarei
consoladores?
8. És tu melhor do que Tebas, que se sentava à beira do
Nilo, cercada de águas, tendo por baluarte o mar, e as águas por
muralha,
9. Etiópia e Egito eram a sua força, que era inesgotável;
Pute e Líbia eram teus aliados.
10. Todavia ela foi levada, foi para o
cativeiro; também os seus pequeninos foram despedaçados nas entradas de todas as
ruas, e sobre os seus nobres lançaram sortes, e todos os seus grandes foram
presos em grilhões.
11. Tu também serás embriagada, e ficarás
escondida; e buscarás um refúgio do inimigo.
12. Todas as tuas
fortalezas serão como figueiras com figos temporãos; sendo eles sacudidos, caem
na boca do que os há de comer.
13. Eis que as tuas tropas no meio de
ti são como mulheres; as portas da tua terra estão de todo abertas aos teus
inimigos; o fogo consome os teus ferrolhos.
14. Tira água para o tempo
do cerco; reforça as tuas fortalezas; entra no lodo, pisa o barro, pega na forma
para os tijolos.
15. O fogo ali te consumirá; a espada te exterminará;
ela te devorará como a locusta. Multiplica-te como a locusta, multiplica-te como
o gafanhoto.
16. Multiplicaste os teus negociantes mais do que as
estrelas do céu; a locusta estende as asas e sai voando.
17. Os teus
príncipes são como os gafanhotos, e os teus chefes como enxames de gafanhotos,
que se acampam nas sebes nos dias de frio; em subindo o sol voam, e não se sabe
o lugar em que estão.
18. Os teus pastores dormitam, ó rei da Assíria;
os teus nobres dormem, o teu povo está espalhado pelos montes, sem que haja quem
o ajunte.
19. Não há cura para a tua ferida; a tua chaga é grave.
Todos os que ouvirem a tua fama baterão as palmas sobre ti; porque, sobre quem
não tem passado continuamente a tua malícia?
[Habacuque 1]Habacuque 1
1. O oráculo que o profeta
Habacuque viu.
2. Até quando Senhor, clamarei eu, e tu não escutarás?
ou gritarei a ti: Violência! e não salvarás?
3. Por que razão me fazes
ver a iniqüidade, e a opressão? Pois a destruição e a violência estão diante de
mim; há também contendas, e o litígio é suscitado.
4. Por esta causa a
lei se afrouxa, e a justiça nunca se manifesta; porque o ímpio cerca o justo, de
sorte que a justiça é pervertida.
5. Vede entre as nações, e olhai;
maravilhai-vos e admirai-vos; porque realizo em vossos dias uma obra, que vós
não acreditareis, quando vos for contada.
6. Pois eis que suscito os
caldeus, essa nação feroz e impetuosa, que marcha sobre a largura da terra para
se apoderar de moradas que não são suas.
7. Ela é terrível e
espantosa; dela mesma sai o seu juízo e a sua dignidade.
8. Os seis
cavalos são mais ligeiros do que os leopardos, se mais ferozes do que os lobos a
tarde; os seus cavaleiros espalham-se por toda a parte; sim, os seus cavaleiros
vêm de longe; voam como a águia que se apressa a devorar.
9. Eles
todos vêm com violência; a sua vanguarda irrompe como o vento oriental; eles
ajuntam cativos como areia.
10. Escarnecem dos reis, e dos príncipes
fazem zombaria; eles se riem de todas as fortalezas; porque, amontoando terra,
as tomam.
11. Então passam impetuosamente, como um vento, e seguem,
mas eles são culpados, esses cujo próprio poder e o seu deus.
12. Não
és tu desde a eternidade, ó Senhor meu Deus, meu santo? Nós não morreremos. Ó
Senhor, para juízo puseste este povo; e tu, ó Rocha, o estabeleceste para
correção.
13. Tu que és tão puro de olhos que não podes ver o mal, e
que não podes contemplar a perversidade, por que olhas pára os que procedem
aleivosamente, e te calas enquanto o ímpio devora aquele que e mais justo do que
ele.
14. E farias os homens como os peixes do mar, como os répteis,
que não têm quem os governe,
15. Ele a todos levanta com o anzol,
apanha-os com a sua rede; e os ajunta na sua rede varredoura; por isso ele se
alegra e se regozija.
16. Por isso sacrifica à sua rede, e queima
incenso à sua varredoura; porque por elas enriquece a sua porção, e abundante a
sua comida.
17. Porventura por isso continuara esvaziando a sua rede e
matando sem piedade os povos?
[Habacuque 2]Habacuque
2
1. Sobre a minha torre de vigia me colocarei e sobre
a fortaleza me apresentarei e vigiarei, para ver o que me dirá, e o que eu
responderei no tocante, a minha queixa.
2. Então o Senhor me respondeu
, e disse: Escreve a visão e torna-se bem legível sobre tábuas, para que a possa
ler quem passa correndo.
3. Pois a visão é ainda para o tempo
determinado, e até o fim falará, e não mentirá. Ainda que se demore, espera-o;
porque certamente virá, não tardará.
4. Eis o soberbo! A sua alma não
é reta nele; mas o justo pela sua fé viverá.
5. Além disso, o vinho é
traidor; o homem soberbo não permanece. Ele alarga como o Seol o seu desejo;
como a morte, nunca se pode fartar, mas ajunta a si todas as nações, e congrega
a si todos os povos.
6. Não levantarão, pois, todos estes contra ele
um provérbio e um dito zombador? E dirão: Ai daquele que acumula o que não é
seu! (até quando?) e daquele que se carrega a si mesmo de penhores!
7.
Não se levantarão de repente os teus credores? e não despertarão os que te farão
tremer? Então lhes servirás tu de despojo.
8. Visto como despojaste
muitas nações, os demais povos te despojarão a ti, por causa do sangue dos
homens, e da violência para com á terra, a cidade, e todos os que nela
habitam.
9. Ai daquele que adquire para a sua casa lucros criminosos,
para pôr o seu ninho no alto, a fim de se livrar das garras da
calamidade!
10. Vergonha maquinaste para a tua casa; destruindo tu a
muitos povos, pecaste contra a tua alma.
11. pois a pedra clamará da
parede, e a trave lhe responderá do madeiramento.
l2 Ai daquele que edifica a
cidade com sangue, e que funda a cidade com iniqüidade!
13. Acaso não
procede do Senhor dos exércitos que os povos trabalhem para o fogo e as nações
se cansem em vão?
14. Pois a terra se encherá do conhecimento da
glória do Senhor, como as águas cobrem o mar.
15. Ai daquele que da de
beber ao seu próximo, adicionando à bebida o seu furor, e que o embebeda para
ver a sua nudez!
16. Serás farto de ignomínia em lugar de honra; bebe
tu também, e sê como um incurcunciso; o cálice da mão direita do Senhor se
chegará a ti, e ignomínia cairá sobre a tua glória.
17. Pois a
violência cometida contra o Líbano te cobrirá, e bem assim a destruição das
feras te amedrontará por causa do sangue dos homens, e da violência para com a
terra, a cidade e todos os que nele habitam.
l8 Que aproveita a imagem
esculpida, tendo-a esculpido o seu artífice? a imagem de fundição, que ensina a
mentira? Pois o artífice confia na sua própria obra, quando forma ídolos
mudos.
19. Ai daquele que diz ao pau: Acorda; e à pedra muda:
Desperta! Pode isso ensinar? Eis que está coberto de ouro e de prata, e dentro
dele não há espírito algum.
20. Mas o Senhor está no seu santo templo;
cale-se diante dele toda a terra; cale-se diante dele toda a
terra.
[Habacuque 3]Habacuque
3
1. Oração do profeta Habacuque, à moda de
sigionote.
2. Eu ouvi, Senhor, a tua fama, e temi; aviva, ó Senhor, a
tua obra no meio dos anos; faze que ela seja conhecida no meio dos anos; na ira
lembra-te da misericórdia.
3. Deus veio de Temã, e do monte Parã o
Santo. Selá. A sua glória cobriu os céus, e a terra encheu-se do seu
louvor.
4. E o seu resplendor é como a luz, da sua mão saem raios
brilhantes, e ali está o esconderijo da sua força.
5. Adiante dele vai
a peste, e por detrás a praga ardente.
6. Pára, e mede a terra; olha,
e sacode as nações; e os montes perpétuos se espalham, os outeiros eternos se
abatem; assim é o seu andar desde a eternidade.
7. Vejo as tendas de
Cusã em aflição; tremem as cortinas da terra de Midiã.
8. Acaso é
contra os rios que o Senhor está irado? E contra os ribeiros a tua ira, ou
contra o mar o teu furor, visto que andas montado nos teus cavalos, nos teus
carros de vitória?
9. Descoberto de todo está o teu arco; a tua aljava
está cheia de flechas. (Selá) Tu fendes a terra com rios.
10. Os
montes te vêem, e se contorcem; inundação das águas passa; o abismo faz ouvir a
sua voz, e levanta bem alto as suas mãos.
11. O sol e a lua param nas
suas moradas, ante o lampejo das tuas flechas volantes, e ao brilho intenso da
tua lança fulgurante.
12. com indignação marchas pela terra, com ira
trilhas as nações.
13. Tu sais para o socorro do teu povo, para
salvamento dos teus ungidos. Tu despedaças a cabeça da casa do ímpio,
descobrindo-lhe de todo os fundamentos. (selá)
14. Traspassas a cabeça
dos seus guerreiros com as suas próprias lanças; eles me acometem como turbilhão
para me espalharem; alegram-se, como se estivessem para devorar o pobre em
segredo.
15. Tu com os teus cavalos marchas pelo mar, pelo montão de
grandes águas.
16. Ouvindo-o eu, o meu ventre se comove, ao seu ruído
tremem os meus lábios; entra a podridão nos meus ossos, vacilam os meus passos;
em silêncio, pois, aguardarei o dia da angústia que há de vir sobre o
povo
17. Ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto nas vides;
ainda que falhe o produto da oliveira, e os campos não produzam mantimento;
ainda que o rebanho seja exterminado da malhada e nos currais não haja
gado.
18. todavia eu me alegrarei no Senhor, exultarei no Deus da
minha salvação.
19. O Senhor Deus é minha força, ele fará os meus pés
como os da corça, e me fará andar sobre os meus lugares altos. (Ao regente de
música. Para instrumentos de cordas.)
[Sofonias 1]Sofonias 1
1. A palavra do Senhor que veio a
Sofonias, filho de Cuche, filho de Gedalias, filho de Amarias, filho de
Ezequias, nos dias de Josias, filho de Amom, rei de Judá.
2. Hei de
consumir por completo tudo sobre a face da terra, diz o Senhor.
3.
Consumirei os homens e os animais; consumirei as aves do céu, e os peixes do
mar, e os tropeços juntamente com os ímpios; e exterminarei os homens de sobre a
face da terra, diz o Senhor.
4. E estenderei a minha mão contra Judá,
e contra todos os habitantes de Jerusalém; e exterminarei deste lugar o resto de
Baal, e os nomes dos sacerdotes de ídolos, juntamente com os
sacerdotes;
5. e os que sobre os telhados adoram o exército do céu, e
aqueles adoradores que juram ao Senhor, e juram por Milcom;
6. e os
que deixam de seguir ao Senhor, e os que não buscam ao Senhor, nem perguntam por
ele.
7. Cala-te diante do Senhor Deus, porque o dia do Senhor está
perto; pois o Senhor tem preparado um sacrifício, e tem santificado os seus
convidados.
8. E no dia do sacrifício do Senhor castigarei os
oficiais, e os filhos do rei, e todos os que se vestem de trajes
estrangeiros.
9. Castigarei também naquele dia todos aqueles que
saltam sobre o umbral, que enchem de violência e de dolo a casa do seu
senhor.
10. E naquele dia, diz o Senhor, far-se-á ouvir uma voz de
clamor desde a porta dos peixes, e um uivo desde a segunda parte, e grande
estrépito desde os outeiros.
11. Uivai vós, moradores de Mactes,
porque todo o povo de Canaã está arruinado; todos os que pesam a prata são
destruídos.
12. E há de ser que, naquele tempo, esquadrinharei a
Jerusalém com lanternas, e castigarei os homens que se embrutecem com as fezes
do vinho, que dizem no seu coração: O Senhor não faz o bem nem faz o
mal.
13. Por isso as riquezas deles se tornarão em despojo e as suas
casas em desolação; e edificarão casas, mas não habitarão nelas; e plantarão
vinhas, mas não lhes beberão o vinho.
14. O grande dia do Senhor está
perto; sim, está perto, e se apressa muito; ei-la, amarga é a voz do dia do
Senhor; clama ali o homem poderoso.
15. Aquele dia é dia de
indignação, dia de tribulação e de angústia, dia de alvoroço e de assolação, dia
de trevas e de escuridão, dia de nuvens e de densas trevas,
16. dia de
trombeta e de alarido contra as cidades fortificadas e contra as torres
altas.
17. E angustiarei os homens, e eles andarão como cegos, porque
pecaram contra o Senhor; e o seu sangue se derramará como pó, e a sua carne como
esterco.
18. Nem a sua prata nem o seu ouro os poderá livrar no dia da
indignação do Senhor; mas pelo fogo do seu zelo será devorada toda a terra;
porque certamente fará de todos os moradores da terra uma destruição total e
apressada.
[Sofonias 2]Sofonias
2
1. Congregai-vos, sim, congregai-vos, ó nação sem
pudor;
2. antes que o decreto produza efeito, e o dia passe como a
pragana; antes que venha sobre vós o furor da ira do Senhor, sim, antes que
venha sobre vós o dia da ira do Senhor.
3. Buscai ao Senhor, vós todos
os mansos da terra, que tendes posto por obra o seu juizo; buscai a justiça,
buscai a mansidão; porventura sereis escondidos no dia da ira do
Senhor.
4. Pois Gaza será desamparada, e Asquelom assolada; Asdode ao
meio-dia será expelida, e Ecrom desarraigada.
5. Ai dos habitantes da
borda do mar, da nação dos quereteus! A palavra do Senhor é contra vós, ó Canaã,
terra dos filisteus; e eu vos destruirei, sem que fique sequer um
habitante.
6. E a borda do mar será de pastagens, com cabanas para os
pastores, e currais para os rebanhos.
7. E será a costa para o
restante da casa de Judá, para que eles se apascentem ali; de tarde se deitarão
nas casas de Asquelom; pois o Senhor seu Deus os visitará, e os fará tornar do
seu cativeiro.
8. Eu ouvi o escárnio de Moabe, e os ultrajes dos
filhos de Amom, com que escarneceram do meu povo, e se engrandeceram contra o
seu termo.
9. Portanto diz o Senhor dos exércitos, o Deus de Israel:
Tão certo como eu vivo, Moabe será como Sodoma, e os filhos de Amom como
Gomorra, campo de urtigas e poços de sal, e desolação perpétua; o restante do
meu povo os saqueará, e o restante da minha nação os possuíra.
10.
Isso terão em recompensa da sua soberba, porque usaram de escárnios, e se
engrandeceram contra o povo do Senhor dos exércitos.
11. O Senhor se
mostrará terrível contra eles; pois aniquilará todos os deuses da terra, e
adorá-lo-ão, cada uma desde o seu lugar, todas as ilhas das
nações.
12. Também vós, ó etíopes, sereis mortos pela minha
espada.
13. Ainda ele estenderá a mão contra o Norte, e destruirá a
Assíria; e fará de Nínive uma desolação, terra árida como o
deserto.
14. E no meio dela se deitarão manadas, todas as feras do
campo; e alojar-se-ão nos capitéis dela tanto o pelicano como o ouriço; a voz
das aves se ouvirá nas janelas; e haverá desolação nos limiares; pois ele tem
posto a descoberto a obra de cedro.
15. Esta é a cidade alegre, que
vivia em segurança, que dizia no seu coração: Eu sou, e fora de mim não há
outra. Como se tem ela tornado em desolação, em covil de feras! Todo o que
passar por ela assobiará, e meneará a mão
[Sofonias 3]Sofonias 3
1. Ai da rebelde e contaminada,
da cidade opressora!
2. Não escuta a voz, não aceita a correção, não
confia no Senhor, nem se aproxima do seu Deus.
3. Os seus oficiais são
leões rugidores no meio dela; os seus juízes são lobos da tarde, que nada deixam
para o dia seguinte.
4. Os seus profetas são levianos, homens
aleivosos; os seus sacerdotes profanam o santuário, e fazem violência à
lei.
5. O Senhor é justo no meio dela; ele não comete iniqüidade; cada
manhã traz o seu juízo à luz; nunca falta; o injusto, porém, não conhece a
vergonha.
6. Exterminei as nações, as suas torres estão assoladas; fiz
desertas as suas praças a ponto de não ficar quem passe por elas; as suas
cidades foram destruídas, até não ficar ninguém, até não haver quem as
habite.
7. Eu dizia: Certamente me temerás e aceitarás a correção; e
assim a sua morada não seria destruída, conforme tudo o que eu havia determinado
a respeito dela. Mas eles se levantaram de madrugada, e corromperam todas as
suas obras.
8. Portanto esperai-me a mim, diz o Senhor, no dia em que
eu me levantar para o despojo; porque o meu intento é ajuntar nações e congregar
reinos, para sobre eles derramar a minha indignação, e todo o ardor da minha
ira; pois esta terra toda será consumida pelo fogo do meu zelo.
9.
Pois então darei lábios puros aos povos, para que todos invoquem o nome do
Senhor, e o sirvam com o mesmo espírito.
10. Dalém dos rios da Etiópia
os meus adoradores, a saber, a filha dos meus dispersos, trarão a minha
oferta.
11. Naquele dia não te envergonharás de nenhuma das tuas
obras, com que te rebelaste contra mim; porque então tirarei do meio de ti, os
que exultam arrogantemente, e tu nunca mais te ensoberbeceras no meu santo
monte.
12. Mas deixarei no meio de ti um povo humilde e pobre; e eles
confiarão no nome do Senhor.
13. O remanescente de Israel não cometerá
iniqüidade, nem proferirá mentira, e na sua boca não se achará língua enganosa;
pois serão apascentados, e se deitarão, e não haverá quem os
espante.
14. Canta alegremente, ó filha de Sião; rejubila, ó Israel;
regozija-te, e exulta de todo o coração, ó filha de Jerusalém.
15. O
Senhor afastou os juízos que havia contra ti, lançou fora o teu inimigo; o Rei
de Israel, o Senhor, está no meio de ti; não temerás daqui em diante mal
algum.
16. Naquele dia se dirá a Jerusalém: Não temas, ó Sião; não se
enfraqueçam as tuas mãos.
17. O Senhor teu Deus está no meio de ti,
poderoso para te salvar; ele se deleitará em ti com alegria; renovar-te-á no seu
amor, regozijar-se-á em ti com júbilo.
18. Os que em tristeza suspiram
pela assembléia solene, os quais te pertenciam, eu os congregarei; esses para os
quais era um opróbrio o peso que estava sobre ela.
19. Eis que naquele
tempo procederei contra todos os que te afligem; e salvarei a que coxeia, e
recolherei a que foi expulsa; e deles farei um louvor e um nome em toda a terra
em que têm sido envergonhados.
20. Naquele tempo vos trarei, naquele
tempo vos recolherei; porque farei de vós um nome e um louvor entre todos os
povos da terra, quando eu tornar o vosso cativeiro diante dos vossos olhos, diz
o Senhor.
[Ageu 1]Ageu 1
1. No
segundo ano do rei Dario, no sexto mês, no primeiro dia do mês, veio a palavra
do Senhor, por intermédio do profeta Ageu, a Zorobabel, governador de Judá,
filho de Sealtiel, e a Josué, o sumo sacerdote, filho de Jeozadaque,
dizendo:
2. Assim fala o Senhor dos exércitos, dizendo: Este povo diz:
Não veio ainda o tempo, o tempo de se edificar a casa do Senhor.
3.
Veio, pois, a palavra do Senhor, por intermédio do profeta Ageu,
dizendo:
4. Acaso é tempo de habitardes nas vossas casas forradas,
enquanto esta casa fica desolada?
5. Ora pois, assim diz o Senhor dos
exércitos: Considerai os vossos caminhos.
6. Tendes semeado muito, e
recolhido pouco; comeis, mas não vos fartais; bebeis, mas não vos saciais;
vestis-vos, mas ninguém se aquece; e o que recebe salário, recebe-o para o meter
num saco furado.
7. Assim diz o Senhor dos exércitos: Considerai os
vossos caminhos.
8. Subi ao monte, e trazei madeira, e edificai a
casa; e dela me deleitarei, e serei glorificado, diz o Senhor.
9.
Esperastes o muito, mas eis que veio a ser pouco; e esse pouco, quando o
trouxestes para casa, eu o dissipei com um assopro. Por que causa? diz o Senhor
dos exércitos. Por causa da minha casa, que está em ruínas, enquanto correis,
cada um de vós, à sua própria casa.
10. Por isso os céus por cima de
vós retêm o orvalho, e a terra retém os seus frutos.
11. E mandei vir
a seca sobre a terra, e sobre as colinas, sobre o trigo e o mosto e o azeite, e
sobre tudo o que a terra produz; como também sobre os homens e os animais, e
sobre todo o seu trabalho.
12. Então Zorobabel, filho de Sealtiel, e o
sumo sacerdote Josué, filho de Jeozadaque, juntamente com todo o resto do povo,
obedeceram a voz do Senhor seu Deus, e as palavras do profeta Ageu, como o
Senhor seu Deus o tinha enviado; e temeu o povo diante do Senhor.
13.
Então Ageu, o mensageiro do Senhor, falou ao povo, conforme a mensagem do
Senhor, dizendo: Eu sou convosco, e diz o Senhor.
14. E o Senhor
suscitou o espírito do governador de Judá Zorobabel, filho de Sealtiel, e o
espírito do sumo sacerdote Josué, filho de Jeozadaque, e o espírito de todo o
resto do povo; e eles vieram, e começaram a trabalhar na casa do Senhor dos
exércitos, seu Deus,
15. ao vigésimo quarto dia do sexto
mês.
[Ageu 2]Ageu 2
1. No
segundo ano do rei Dario, no sétimo mês, ao vigésimo primeiro do mês, veio a
palavra do Senhor por intermédio do profeta Ageu, dizendo:
2. Fala
agora ao governador de Judá, Zorobabel, filho de Sealtiel, e ao sumo sacerdote
Josué, filho de Jeozadaque, e ao resto do povo, dizendo:
3. Quem há
entre vós, dos sobreviventes, que viu esta casa na sua primeira glória? Em que
estado a vedes agora? Não é como nada em vossos olhos?
4. Ora, pois,
esforça-te, Zorobabel, diz o Senhor, e esforça-te, sumo sacerdote Josué, filho
de Jeozadaque, e esforçai-vos, todo o povo da terra, diz o Senhor, e trabalhai;
porque eu sou convosco, diz o Senhor dos exércitos,
5. segundo o pacto
que fiz convosco, quando saístes do Egito, e o meu Espírito habita no meio de
vós; não temais.
6. Pois assim diz o Senhor dos exércitos; Ainda uma
vez, daqui a pouco, e abalarei os céus e a terra, o mar e a terra
seca.
7. Abalarei todas as nações; e as coisas preciosas de todas as
nações virão, e encherei de glória esta casa, diz o Senhor dos
exércitos.
8. Minha é a prata, e meu é o ouro, diz o Senhor dos
exércitos.
9. A glória desta última casa será maior do que a da
primeira, diz o Senhor dos exércitos; e neste lugar darei a paz, diz o Senhor
dos exércitos.
10. Ao vigésimo quarto dia do mês nono, no segundo ano
de Dario, veio a palavra do Senhor ao profeta Ageu, dizendo:
11. Assim
diz o Senhor dos exércitos: Pergunta agora aos sacerdotes, acerca da lei,
dizendo:
12. Se alguém levar na aba de suas vestes carne santa, e com
a sua aba tocar no pão, ou no guisado, ou no vinho, ou no azeite, ou em qualquer
outro mantimento, ficará este santificado? E os sacerdotes responderam:
Não.
13. Então perguntou Ageu: Se alguém, que for contaminado pelo
contato com o corpo morto, tocar nalguma destas coisas, ficará ela imunda? E os
sacerdotes responderam: Ficará imunda.
14. Ao que respondeu Ageu,
dizendo: Assim é este povo, e assim é esta nação diante de mim, diz o Senhor;
assim é toda a obra das suas mãos; e tudo o que ali oferecem imundo
é.
15. Agora considerai o que acontece desde aquele dia. Antes que se
lançasse pedra sobre pedra no templo do Senhor,
16. quando alguém
vinha a um montão de trigo de vinte medidas, havia somente dez; quando vinha ao
lagar para tirar cinqüenta, havia somente vinte.
17. Feri-vos com
mangra, e com ferrugem, e com saraiva, em todas as obras das vossas mãos; e não
houve entre vós quem voltasse para mim, diz o Senhor.
18. Considerai,
pois, eu vos rogo, desde este dia em diante, desde o vigésimo quarto dia do mês
nono, desde o dia em que se lançaram os alicerces do templo do Senhor, sim,
considerai essas coisas.
19. Está ainda semente no celeiro? A videira,
a figueira, a romeira, e a oliveira ainda não dão os seus frutos? Desde este dia
hei de vos abençoar.
20. Veio pela segunda vez a palavra do Senhor a
Ageu, aos vinte e quatro do mês, dizendo:
21. Fala a Zorobabel,
governador de Judá, dizendo: Abalarei os céus e a terra;
22. e
derrubarei o trono dos reinos, e destruirei a força dos reinos das nações;
destruirei o carro e os que nele andam; os cavalos e os seus cavaleiros cairão,
cada um pela espada do seu irmão.
23. Naquele dia, diz o Senhor dos
exércitos, tomar-te-ei, ó Zorobabel, servo meu, filho de Sealtiel, diz o Senhor,
e te farei como um anel de selar; porque te escolhi, diz o Senhor dos
exércitos.
[Zacarias 1]Zacarias
1
1. No oitavo mês do segundo ano de Dario veio a
palavra do Senhor ao profeta Zacarias, filho de Berequias, filho de Ido,
dizendo:
2. O Senhor se irou fortemente contra vossos
pais.
3. Portanto dize-lhes: Assim diz o Senhor dos exércitos:
Tornai-vos para mim, diz o Senhor dos exércitos, e eu me tornarei para vós, diz
o Senhor dos exércitos.
4. Não sejais como vossos pais, aos quais
clamavam os profetas antigos, dizendo: Assim diz o Senhor dos exércitos:
Convertei-vos agora dos vossos maus caminhos e das vossas más obras; mas não
ouviram, nem me atenderam, diz o Senhor.
5. Vossos pais, onde estão
eles? E os profetas, viverão eles para sempre?
6. Contudo as minhas
palavras e os meus estatutos, que eu ordenei pelos profetas, meus servos, acaso
não alcançaram a vossos pais? E eles se arrependeram, e disseram: Assim como o
Senhor dos exércitos fez tenção de nos tratar, segundo os nossos caminhos, e
segundo as nossas obras, assim ele nos tratou.
7. Aos vinte e quatro
dias do mês undécimo, que é o mês de sebate, no segundo ano de Dario, veio a
palavra do Senhor ao profeta Zacarias, filho de Berequias, filho de Ido,
dizendo:
8. Olhei de noite, e vi um homem montado num cavalo vermelho,
e ele estava parado entre as murtas que se achavam no vale; e atrás dele estavam
cavalos vermelhos, baios e brancos.
9. Então perguntei: Meu Senhor,
quem são estes? Respondeu-me o anjo que falava comigo: Eu te mostrarei o que
estes são.
10. Respondeu, pois, o homem que estava parado entre as
murtas, e disse: Estes são os que o Senhor tem enviado para percorrerem a
terra.
11. E eles responderam ao anjo do Senhor, que estava parado
entre as murtas, e disseram: Nós temos percorrido a terra, e eis que a terra
toda está tranqüila e em descanso.
12. Então o anjo do Senhor
respondeu, e disse: O Senhor dos exércitos, até quando não terás compaixão de
Jerusalém, e das cidades de Judá, contra as quais estiveste indignado estes
setenta anos?
13. Respondeu o Senhor ao anjo que falava comigo, com
palavras boas, palavras consoladoras.
14. O anjo, pois, que falava
comigo, disse-me: Clama, dizendo: Assim diz o Senhor dos exércitos: Com grande
zelo estou zelando por Jerusalém e por Sião.
15. E estou grandemente
indignado contra as nações em descanso; porque eu estava um pouco indignado, mas
eles agravaram o mal.
16. Portanto, o Senhor diz assim: Voltei-me,
agora, para Jerusalém com misericórdia; nela será edificada a minha casa, diz o
Senhor dos exércitos, e o cordel será estendido sobre Jerusalém.
17.
Clama outra vez, dizendo: Assim diz o Senhor dos exércitos: As minhas cidades
ainda se transbordarão de bens; e o Senhor ainda consolará a Sião, e ainda
escolherá a Jerusalém.
18. Levantei os meus olhos, e olhei, e eis
quatro chifres.
19. Eu perguntei ao anjo que falava comigo: Que é
isto? Ele me respondeu: Estes são os chifres que dispersaram a Judá, a Israel e
a Jerusalém.
20. O Senhor mostrou-me também quatro
ferreiros.
21. Então perguntei: Que vêm estes a fazer? Ele respondeu,
dizendo: Estes são os chifres que dispersaram Judá, de maneira que ninguém
levantou a cabeça; mas estes vieram para os amedrontarem, para derrubarem os
chifres das nações que levantaram os seus chifres contra a terra de Judá, a fim
de a espalharem.
[Zacarias 2]Zacarias
2
1. Tornei a levantar os meus olhos, e olhei, e eis um
homem que tinha na mão um cordel de medir.
2. Então perguntei: Para
onde vais tu? Respondeu-me ele: Para medir Jerusalém, a fim de ver qual é a sua
largura e qual o seu comprimento.
3. E eis que saiu o anjo que falava
comigo, e outro anjo lhe saiu ao encontro,
4. e lhe disse: Corre, fala
a este mancebo, dizendo: Jerusalém será habitada como as aldeias sem muros, por
causa da multidão, nela, dos homens e dos animais.
5. Pois eu, diz o
Senhor, lhe serei um muro de fogo em redor, e eu, no meio dela, lhe serei a
glória.
6. Ah, ah! fugi agora da terra do norte, diz o Senhor, porque
vos espalhei como os quatro ventos do céu, diz o Senhor.
7. Ah!
Escapai para Sião, vós que habitais com a filha de Babilônia.
8. Pois
assim diz o Senhor dos exércitos: Para obter a glória ele me enviou às nações
que vos despojaram; porque aquele que tocar em vós toca na menina do seu
olho.
9. Porque eis aí levantarei a minha mão contra eles, e eles
virão a ser a presa daqueles que os serviram; assim sabereis vós que o Senhor
dos exércitos me enviou.
10. Exulta, e alegra-te, ó filha de Sião;
pois eis que venho, e habitarei no meio de ti, diz o Senhor.
11. E
naquele dia muitas nações se ajuntarão ao Senhor, e serão o meu povo; e
habitarei no meio de ti, e saberás que o Senhor dos exércitos me enviou a
ti.
12. Então o Senhor possuirá a Judá como sua porção na terra santa,
e ainda escolherá a Jerusalém.
13. Cale-se, toda a carne, diante do
Senhor; porque ele se levantou da sua santa morada.
[Zacarias 3]Zacarias 3
1. Ele me mostrou o sumo
sacerdote Josué, o qual estava diante do anjo do Senhor, e Satanás estava à sua
mão direita, para se lhe opor.
2. Mas o anjo do Senhor disse a
Satanás: Que o Senhor te repreenda, ó Satanás; sim, o Senhor, que escolheu
Jerusalém, te repreenda! Não é este um tição tirado do fogo?
3. Ora
Josué, vestido de trajes sujos, estava em pé diante do anjo.
4. Então
falando este, ordenou aos que estavam diante dele, dizendo: Tirai-lhe estes
trajes sujos. E a Josué disse: Eis que tenho feito com que passe de ti a tua
iniqüidade, e te vestirei de trajes festivos.
5. Também disse eu:
Ponham-lhe sobre a cabeça uma mitra limpa. Puseram-lhe, pois, sobre a cabeça uma
mitra limpa, e vestiram-no; e o anjo do Senhor estava ali de pe.
6. E
o anjo do Senhor protestou a Josué, dizendo:
7. Assim diz o Senhor dos
exércitos: Se andares nos meus caminhos, e se observares as minhas ordenanças,
também tu julgarás a minha casa, e também guardarás os meus átrios, e te darei
lugar entre os que estão aqui.
8. Ouve, pois, Josué, sumo sacerdote,
tu e os teus companheiros que se assentam diante de ti, porque são homens
portentosos; eis que eu farei vir o meu servo, o Renovo.
9. Pois eis
aqui a pedra que pus diante de Josué; sobre esta pedra única estão sete olhos.
Eis que eu esculpirei a sua escultura, diz o Senhor dos exércitos, e tirarei a
iniqüidade desta terra num só dia.
10. Naquele dia, diz o Senhor dos
exércitos, cada um de vós convidará o seu vizinho para debaixo da videira e para
debaixo da figueira.
[Zacarias 4]Zacarias
4
1. Ora o anjo que falava comigo voltou, e me
despertou, como a um homem que é despertado do seu sono;
2. e me
perguntou: Que vês? Respondi: Olho, e eis um castiçal todo de ouro, e um vaso de
azeite em cima, com sete lâmpadas, e há sete canudos que se unem às lâmpadas que
estão em cima dele;
3. e junto a ele há duas oliveiras, uma à direita
do vaso de azeite, e outra à sua esquerda.
4. Então perguntei ao anjo
que falava comigo: Meu senhor, que é isso?
5. Respondeu-me o anjo que
falava comigo, e me disse: Não sabes tu o que isso é? E eu disse: Não, meu
senhor.
6. Ele me respondeu, dizendo: Esta é a palavra do Senhor a
Zorobabel, dizendo: Não por força nem por poder, mas pelo meu Espírito, diz o
Senhor dos exércitos.
7. Quem és tu, ó monte grande? Diante de
Zorobabel tornar-te-ás uma campina; e ele trará a pedra angular com aclamações:
Graça, graça a ela.
8. Ainda me veio a palavra do Senhor,
dizendo:
9. As mãos de Zorobabel têm lançado os alicerces desta casa;
também as suas mãos a acabarão; e saberás que o Senhor dos exércitos me enviou a
vos.
10. Ora, quem despreza o dia das coisas pequenas? pois estes sete
se alegrarão, vendo o prumo na mão de Zorobabel. São estes os sete olhos do
Senhor, que discorrem por toda a terra.
11. Falei mais, e lhe
perguntei: Que são estas duas oliveiras à direita e à esquerda do
castiçal?
12. Segunda vez falei-lhe, perguntando: Que são aqueles dois
ramos de oliveira, que estão junto aos dois tubos de ouro, e que vertem de si
azeite dourado?
13. Ele me respondeu, dizendo: Não sabes o que é isso?
E eu disse: Não, meu senhor.
14. Então ele disse: Estes são os dois
ungidos, que assistem junto ao Senhor de toda a terra.
[Zacarias 5]Zacarias 5
1. Tornei a levantar os meus
olhos, e olhei, e eis um rolo voante.
2. Perguntou-me o anjo: Que vês?
Eu respondi: Vejo um rolo voante, que tem vinte côvados de comprido e dez
côvados de largo.
3. Então disse-me ele: Esta é a maldição que sairá
pela face de toda a terra: porque daqui, conforme a maldição, será desarraigado
todo o que furtar; assim como daqui será desarraigado conforme a maldição todo o
que jurar falsamente.
4. Mandá-la-ei, diz o Senhor dos exércitos, e a
farei entrar na casa do ladrão, e na casa do que jurar falsamente pelo meu nome;
e permanecerá no meio da sua casa, e a consumirá juntamente com a sua madeira e
com as suas pedras.
5. Então saiu o anjo, que falava comigo, e me
disse: levanta agora os teus olhos, e vê que é isto que sai.
6. Eu
perguntei: Que é isto? Respondeu ele: Isto é uma efa que sai. E disse mais: Esta
é a iniqüidade em toda a terra.
7. E eis que foi levantada a tampa de
chumbo, e uma mulher estava sentada no meio da efa.
8. Prosseguiu o
anjo: Esta é a impiedade. E ele a lançou dentro da efa, e pôs sobre a boca desta
o peso de chumbo.
9. Então levantei os meus olhos e olhei, e eis que
vinham avançando duas mulheres com o vento nas suas asas, pois tinham asas como
as da cegonha; e levantaram a efa entre a terra e o céu.
10. Perguntei
ao anjo que falava comigo: Para onde levam elas a efa?
11.
Respondeu-me ele: Para lhe edificarem uma casa na terra de Sinar; e, quando a
casa for preparada, a efa será colocada ali no seu lugar.
[Zacarias
6]Zacarias 6
1. De novo levantei os
meus olhos, e olhei, e eis quatro carros que saíam dentre dois montes, e estes
montes eram montes de bronze.
2. No primeiro carro eram cavalos
vermelhos, no segundo carro cavalos pretos,
3. no terceiro carro
cavalos brancos, e no quarto carro cavalos baios com malhas.
4. Então,
dirigindo-me ao anjo que falava comigo, perguntei: Que são estes, meu
senhor?
5. Respondeu-me o anjo: Estes estão saindo aos quatro ventos
do céu, depois de se apresentarem perante o Senhor de toda a terra.
6.
O carro em que estão os cavalos pretos sai para a terra do norte, os brancos são
para o oeste, e os malhados para a terra do sul;
7. e os cavalos baios
saíam, e procuravam ir por diante, para percorrerem a terra. E ele disse: Ide,
percorrei a terra. E eles a percorriam.
8. Então clamou para mim,
dizendo: Eis que aqueles que saíram para a terra do norte fazem repousar na
terra do norte o meu Espírito.
9. Ainda me veio a palavra do Senhor,
dizendo:
10. Recebe dos que foram levados cativos, a saber, de Heldai,
de Tobias, e de Jedaías, e vem tu no mesmo dia, e entra na casa de Josias, filho
de Sofonias, para a qual vieram de Babilônia;
11. recebe, digo, prata
e ouro, e faze coroas, e põe-nas na cabeça do sumo sacerdote Josué, filho de
Jeozadaque;
12. e fala-lhe, dizendo: Assim diz o Senhor dos exércitos:
Eis aqui o homem cujo nome é Renovo; ele brotará do seu lugar, e edificará o
templo do Senhor.
13. Ele mesmo edificará o templo do Senhor; receberá
a honra real, assentar-se-á no seu trono, e dominará. E Josué, o sacerdote,
ficará à sua direita; e haverá entre os dois o conselho de paz.
14.
Essas coroas servirão a Helem, e a Tobias, e a Jedaías, e a Hem, filho de
Sofonias, de memorial no templo do Senhor.
15. E aqueles que estão
longe virão, e ajudarão a edificar o templo do Senhor; e vós sabereis que o
Senhor dos exércitos me tem enviado a vós; e isso sucederá, se diligentemente
obedecerdes a voz do Senhor vosso Deus.
[Zacarias 7]Zacarias 7
1. Aconteceu no ano quarto do rei
Dario, que a palavra do Senhor veio a Zacarias, no dia quarto do nono mês, que é
quisleu:
2. Ora, o povo de Betel tinha enviado Sarezer, e
Regem-Meleque, e os seus homens, para suplicarem o favor do Senhor,
3.
e para dizerem aos sacerdotes, que estavam na casa do Senhor dos exércitos, e
aos profetas: Chorarei eu no quinto mês, com jejum, como o tenho feito por
tantos anos?
4. Então a palavra do Senhor dos exércitos veio a mim,
dizendo:
5. Fala a todo o povo desta terra, e aos sacerdotes, dizendo:
Quando jejuastes, e pranteastes, no quinto e no sétimo mês, durante estes
setenta anos, acaso foi mesmo para mim que jejuastes?
6. Ou quando
comeis e quando bebeis, não é para vós mesmos que comeis e bebeis?
7.
Não eram estas as palavras que o Senhor proferiu por intermédio dos profetas
antigos, quando Jerusalém estava habitada e próspera, juntamente com as suas
cidades ao redor dela, e quando o Sul e a campina eram habitados?
8. E
a palavra do Senhor veio a Zacarias, dizendo:
9. Assim falou o Senhor
dos exércitos: Executai juízo verdadeiro, mostrai bondade e compaixão cada um
para com o seu irmão;
10. e não oprimais a viúva, nem o órfão, nem o
estrangeiro, nem o pobre; e nenhum de vós intente no seu coração o mal contra o
seu irmão.
11. Eles, porém, não quiseram escutar, e me deram o ombro
rebelde, e taparam os ouvidos, para que não ouvissem.
12. Sim, fizeram
duro como diamante o seu coração, para não ouvirem a lei, nem as palavras que o
Senhor dos exércitos enviara pelo seu Espírito mediante os profetas antigos; por
isso veio a grande ira do Senhor dos exércitos.
13. Assim como eu
clamei, e eles não ouviram, assim também eles clamaram, e eu não ouvi, diz o
Senhor dos exércitos;
14. mas os espalhei com um turbilhão por entre
todas as nações, que eles não conheceram. Assim, pois, a terra foi assolada
atrás deles, de sorte que ninguém passava por ela, nem voltava; porquanto
fizeram da terra desejada uma desolação.
[Zacarias 8]Zacarias 8
1. Depois veio a mim a palavra do
Senhor dos exércitos, dizendo:
2. Assim diz o Senhor dos exércitos:
Zelo por Sião com grande zelo; e, com grande indignação, por ela estou
zelando.
3. Assim diz o Senhor: Voltarei para Sião, e habitarei no
meio de Jerusalém; e Jerusalém chamar-se-á a cidade da verdade, e o monte do
Senhor dos exércitos o monte santo.
4. Assim diz o Senhor dos
exércitos: Ainda nas praças de Jerusalém sentar-se-ão velhos e velhas, levando
cada um na mão o seu cajado, por causa da sua muita idade.
5. E as
ruas da cidade se encherão de meninos e meninas, que nelas
brincarão.
6. Assim diz o Senhor dos exércitos: Se isto for
maravilhoso aos olhos do resto deste povo naqueles dias, acaso será também
maravilhoso aos meus olhos? diz o Senhor dos exércitos.
7. Assim diz o
Senhor dos exércitos: Eis que salvarei o meu povo, tirando-o da terra do oriente
e da terra do ocidente;
8. e os trarei, e eles habitarão no meio de
Jerusalém; eles serão o meu povo, e eu serei o seu Deus em verdade e em
justiça.
9. Assim diz o Senhor dos exércitos: Sejam fortes as vossas
mãos, ó vós, que nestes dias ouvistes estas palavras da boca dos profetas, que
estiveram no dia em que foi posto o fundamento da casa do Senhor dos exércitos,
a fim de que o templo fosse edificado.
10. Pois antes daqueles dias
não havia salário para os homens, nem lhes davam ganho os animais; nem havia paz
para o que saia nem para o que entrava, por causa do inimigo; porque eu incitei
a todos os homens, cada um contra o seu próximo.
11. Mas agora não me
haverei para com o resto deste povo como nos dias passados, diz o Senhor dos
exércitos;
12. porquanto haverá a sementeira de paz; a vide dará o seu
fruto, e a terra dará a sua novidade, e os céus darão o seu orvalho; e farei que
o resto deste povo herde todas essas coisas.
13. E há de suceder, ó
casa de Judá, e ó casa de Israel, que, assim como éreis uma maldição entre as
nações, assim vos salvarei, e sereis uma bênção; não temais, mas sejam fortes as
vossas mãos.
14. Pois assim diz o Senhor dos exércitos: Como intentei
fazer-vos o mal, quando vossos pais me provocaram a ira, diz o Senhor dos
exércitos, e não me compadeci,
15. assim tornei a intentar nestes dias
fazer o bem a Jerusalém e à casa de Judá; não temais.
16. Eis as
coisas que deveis fazer: Falai a verdade cada um com o seu próximo; executai
juízo de verdade e de paz nas vossas portas;
17. e nenhum de vós
intente no seu coração o mal contra o seu próximo; nem ame o juramento falso;
porque todas estas são coisas que eu aborreço, diz o senhor.
18. De
novo me veio a palavra do Senhor dos exércitos, dizendo:
19. Assim diz
o Senhor dos exércitos: O jejum do quarto mês, bem como o do quinto, o do
sétimo, e o do décimo mês se tornarão para a casa de Judá em regozijo, alegria,
e festas alegres; amai, pois, a verdade e a paz.
20. Assim diz o
Senhor dos exércitos: Ainda sucederá que virão povos, e os habitantes de muitas
cidades;
21. e os habitantes de uma cidade irão à outra, dizendo:
Vamos depressa suplicar o favor do Senhor, e buscar o Senhor dos exércitos; eu
também irei.
22. Assim virão muitos povos, e poderosas nações, buscar
em Jerusalém o Senhor dos exércitos, e suplicar a bênção do
Senhor.
23. Assim diz o Senhor dos exércitos: Naquele dia sucederá que
dez homens, de nações de todas as línguas, pegarão na orla das vestes de um
judeu, dizendo: Iremos convosco, porque temos ouvido que Deus está
convosco.
[Zacarias 9]Zacarias
9
1. A palavra do Senhor está contra a terra de
Hadraque, e repousará sobre Damasco, pois ao Senhor pertencem as cidades de Arã,
e todas as tribos de Israel.
2. E também Hamate que confina com ela, e
Tiro e Sidom, ainda que sejam mui sábias.
3. Ora Tiro edificou para si
fortalezas, e amontoou prata como o pó, e ouro como a lama das
ruas.
4. Eis que o Senhor a despojará, e ferirá o seu poder no mar; e
ela será consumida pelo fogo.
5. Asquelom o verá, e temerá; também
Gaza, e terá grande dor; igualmente Ecrom, porque a sua esperança será iludida;
e de Gaza perecerá o rei, e Asquelom não será habitada.
6. Povo
mestiço habitará em Asdode; e exterminarei a soberba dos filisteus.
7.
E da sua boca tirarei o sangue, e dentre os seus dentes as abominações; e ele
também ficará como um resto para o nosso Deus; e será como chefe em Judá, e
Ecrom como um jebuseu.
8. Ao redor da minha casa acamparei contra o
exército, para que ninguém passe, nem volte; e não passará mais por eles o
opressor; pois agora vi com os meus olhos.
9. Alegra-te muito, ó filha
de Sião; exulta, ó filha de Jerusalém; eis que vem a ti o teu rei; ele é justo e
traz a salvação; ele é humilde e vem montado sobre um jumento, sobre um
jumentinho, filho de jumenta.
10. De Efraim exterminarei os carros, e
de Jerusalém os cavalos, e o arco de guerra será destruído, e ele anunciará paz
às nações; e o seu domínio se estenderá de mar a mar, e desde o Rio até as
extremidades da terra.
11. Ainda quanto a ti, por causa do sangue do
teu pacto, libertei os teus presos da cova em que não havia água.
12.
Voltai à fortaleza, ó presos de esperança; também hoje anuncio que te
recompensarei em dobro.
13. Pois curvei Judá por meu arco, pus-lhe
Efraim por seta; suscitarei a teus filhos, ó Sião, contra os teus filhos, ó
Grécia; e te farei a ti, ó Sião, como a espada de um valente.
14. Por
cima deles será visto o Senhor; e a sua flecha sairá como o relâmpago; e o
Senhor Deus fará soar a trombeta, e irá com redemoinhos do sul.
15. O
Senhor dos exércitos os protegerá; e eles devorarão, e pisarão os fundibulários;
também beberão o sangue deles como ao vinho; e encher-se-ão como bacias de
sacrifício, como os cantos do altar.
16. E o Senhor seu Deus naquele
dia os salvará, como o rebanho do seu povo; porque eles serão como as pedras de
uma coroa, elevadas sobre a terra dele.
17. Pois quão grande é a sua
bondade, e quão grande é a sua formosura! o trigo fará florescer os mancebos e o
mosto as donzelas.
[Zacarias 10]Zacarias
10
1. Pedi ao Senhor chuva no tempo da chuva serôdia,
sim, ao Senhor, que faz os relâmpagos; e ele lhes dará chuvas copiosas, e a cada
um erva no campo,
2. Pois os terafins falam vaidade, e os adivinhos
vêem mentira e contam sonhos falsos; em vão procuram consolar; por isso seguem o
seu caminho como ovelhas; estão aflitos, porque não há pastor.
3.
Contra os pastores se acendeu a minha ira, e castigarei os bodes; mas o Senhor
dos exércitos visitará o seu rebanho, a casa de Judá, e o fará como o seu
majestoso cavalo na peleja.
4. De Judá sairá a pedra angular, dele a
estaca da tenda, dele o arco de guerra, dele sairão todos os
chefes.
5. Eles serão como valentes que na batalha pisam aos pés os
seus inimigos na lama das ruas; pelejarão, porque o Senhor esta com eles; e
confundirão os que andam montados em cavalos.
6. Fortalecerei a casa
de Judá, e salvarei a casa de José; fá-los-ei voltar, porque me compadeço deles;
e serão como se eu não os tivera rejeitado; porque eu sou o Senhor seu Deus, e
os ouvirei.
7. Então os de Efraim serão como um valente, e o seu
coração se alegrará como pelo vinho; seus filhos o verão, e se alegrarão; o seu
coração se regozijará no Senhor.
8. Eu lhes assobiarei, e os
ajuntarei, porque os tenho remido; e multiplicar-se-ão como dantes se
multiplicavam.
9. Ainda que os espalhei entre os povos, eles se
lembrarão de mim em terras remotas; e, com seus filhos, viverão e
voltarão.
10. Pois eu os farei voltar da terra do Egito, e os
congregarei da Assíria; e os trarei à terra de Gileade e do Líbano; e não se
achará lugar bastante para eles.
11. Passarão pelo mar de aflição, e
serão feridas as ondas do mar, e todas as profundezas do Nilo se secarão; então
será abatida a soberba da Assíria, e o cetro do Egito se retirará.
12.
Eu os fortalecerei no Senhor, e andarão no seu nome, diz o
Senhor.
[Zacarias 11]Zacarias
11
1. Abre, ó Líbano, as tuas portas para que o fogo
devore os teus cedros.
2. Geme, ó cipreste, porque caiu o cedro,
porque os mais excelentes são destruídos; gemei, ó carvalhos de Basã, porque o
bosque forte é derrubado.
3. Voz de uivo dos pastores! porque a sua
glória é destruída; voz de bramido de leões novos! porque foi destruída a
soberba do Jordão.
4. Assim diz o Senhor meu Deus: Apascenta as
ovelhas destinadas para a matança,
5. cujos compradores as matam, e
não se têm por culpados; e cujos vendedores dizem: Louvado seja o Senhor, porque
hei enriquecido; e os seus pastores não têm piedade delas.
6.
Certamente não terei mais piedade dos moradores desta terra, diz o Senhor; mas,
eis que entregarei os homens cada um na mão do seu próximo e na mão do seu rei;
eles ferirão a terra, e eu não os livrarei da mão deles.
7. Eu pois
apascentei as ovelhas destinadas para a matança, as pobres ovelhas do rebanho. E
tomei para mim duas varas: a uma chamei Graça, e à outra chamei União; e
apascentei as ovelhas.
8. E destruí os três pastores num mês; porque
me enfadei deles, e também eles se enfastiaram de mim.
9. Então eu
disse: Não vos apascentarei mais; o que morrer morra, e o que for destruído seja
destruído; e os que restarem, comam cada um a carne do seu
próximo.
10. E tomei a minha vara Graça, e a quebrei, para desfazer o
meu pacto, que tinha estabelecido com todos os povos.
11. Foi, pois,
anulado naquele dia; assim os pobres do rebanho que me respeitavam, reconheceram
que isso era palavra do Senhor.
12. E eu lhes disse: Se parece bem aos
vossos olhos, dai-me o que me é devido; e, se não, deixai-o. Pesaram, pois, por
meu salário, trinta moedas de prata.
13. Ora o Senhor disse-me: Arroja
isso ao oleiro, esse belo preço em que fui avaliado por eles. E tomei as trinta
moedas de prata, e as arrojei ao oleiro na casa do Senhor.
14. Então
quebrei a minha segunda vara União, para romper a irmandade entre Judá e
Israel.
15. Então o Senhor me disse: Toma ainda para ti os
instrumentos de um pastor insensato.
16. Pois eis que suscitarei um
pastor na terra, que não cuidará das que estão perecendo, não procurará as
errantes, não curará a ferida, nem apascentará a sã; mas comerá a carne das
gordas, e lhes despedaçará as unhas.
17. Ai do pastor inútil, que
abandona o rebanho! a espada lhe cairá sobre o braço e sobre o olho direito; o
seu braço será de todo mirrado, e o seu olho direito será inteiramente
escurecido.
[Zacarias 12]Zacarias
12
1. A palavra do Senhor acerca de Israel: Fala o
Senhor, o que estendeu o céu, e que lançou os alicerces da terra e que formou o
espírito do homem dentro dele.
2. Eis que eu farei de Jerusalém um
copo de atordoamento para todos os povos em redor, e também para Judá, durante o
cerco contra Jerusalém.
3. Naquele dia farei de Jerusalém uma pedra
pesada para todos os povos; todos os que a erguerem, serão gravemente feridos. E
ajuntar-se-ão contra ela todas as nações da terra.
4. Naquele dia, diz
o Senhor, ferirei de espanto a todos os cavalos, e de loucura os que montam
neles. Mas sobre a casa de Judá abrirei os meus olhos, e ferirei de cegueira
todos os cavalos dos povos.
5. Então os chefes de Judá dirão no seu
coração: Os habitantes de Jerusalém são a minha força no Senhor dos exércitos,
seu Deus.
6. Naquele dia porei os chefes de Judá como um braseiro
ardente no meio de lenha, e como um facho entre gavelas; e eles devorarão à
direita e à esquerda a todos os povos em redor; e Jerusalém será habitada outra
vez no seu próprio lugar, mesmo em Jerusalém.
7. Também o Senhor
salvará primeiro as tendas de Judá, para que a glória da casa de Davi e a glória
dos habitantes de Jerusalém não se engrandeçam sobre Judá.
8. Naquele
dia o Senhor defenderá os habitantes de Jerusalém, de sorte que o mais fraco
dentre eles naquele dia será como Davi, e a casa de Davi será como Deus, como o
anjo do Senhor diante deles.
9. E naquele dia, tratarei de destruir
todas as nações que vierem contra Jerusalém.
10. Mas sobre a casa de
Davi, e sobre os habitantes de Jerusalém, derramarei o espírito de graça e de
súplicas; e olharão para aquele a quem traspassaram, e o prantearão como quem
pranteia por seu filho único; e chorarão amargamente por ele, como se chora pelo
primogênito.
11. Naquele dia será grande o pranto em Jerusalém, como o
pranto de Hadade-Rimom no vale de Megidom.
12. E a terra pranteará,
cada família à parte: a família da casa de Davi à parte, e suas mulheres à
parte; e a família da casa de Natã à parte, e suas mulheres à
parte;
13. a família da casa de Levi à parte, e suas mulheres à parte;
a família de Simei à parte, e suas mulheres à parte;
14. todas as mais
famílias, cada família à parte, e suas mulheres à parte.
[Zacarias
13]Zacarias 13
1. Naquele dia haverá
uma fonte aberta para a casa de Davi, e para os habitantes de Jerusalém, para
remover o pecado e a impureza.
2. Naquele dia, diz o Senhor dos
exércitos, cortarei da terra os nomes dos ídolos, e deles não haverá mais
memória; e também farei sair da terra os profetas e o espirito da
impureza.
3. E se alguém ainda profetizar, seu pai e sua mãe, que o
geraram, lhe dirão: Não viverás, porque falas mentiras em o nome do Senhor; e
seu pai e sua mãe, que o geraram, o traspassarão quando profetizar.
4.
Naquele dia os profetas se sentirão envergonhados, cada um da sua visão, quando
profetizarem; nem mais se vestirão de manto de pêlos, para
enganarem,
5. mas dirão: Não sou profeta, sou lavrador da terra;
porque tenho sido escravo desde a minha mocidade.
6. E se alguém lhe
disser: Que feridas são essas entre as tuas mãos? Dirá ele: São as feridas com
que fui ferido em casa dos meus amigos.
7. Ó espada, ergue-te contra o
meu pastor, e contra o varão que é o meu companheiro, diz o Senhor dos
exércitos; fere ao pastor, e espalhar-se-ão as ovelhas; mas volverei a minha mão
para os pequenos.
8. Em toda a terra, diz o Senhor, as duas partes
dela serão exterminadas, e expirarão; mas a terceira parte restará
nela.
9. E farei passar esta terceira parte pelo fogo, e a
purificarei, como se purifica a prata, e a provarei, como se prova o ouro. Ela
invocará o meu nome, e eu a ouvirei; direi: É meu povo; e ela dirá: O Senhor é
meu Deus.
[Zacarias 14]Zacarias
14
1. Eis que vem um dia do Senhor, em que os teus
despojos se repartirão no meio de ti.
2. Pois eu ajuntarei todas as
nações para a peleja contra Jerusalém; e a cidade será tomada, e as casas serão
saqueadas, e as mulheres forçadas; e metade da cidade sairá para o cativeiro mas
o resto do povo não será exterminado da cidade.
3. Então o Senhor
sairá, e pelejará contra estas nações, como quando peleja no dia da
batalha.
4. Naquele dia estarão os seus pés sobre o monte das
Oliveiras, que está defronte de Jerusalém para o oriente; se o monte das
Oliveiras será fendido pelo meio, do oriente para o ocidente e haverá um vale
muito grande; e metade do monte se removerá para o norte, e a outra metade dele
para o sul.
5. E fugireis pelo vale dos meus montes, pois o vale dos
montes chegará até Azel; e fugireis assim como fugistes de diante do terremoto
nos dias de Uzias, rei de Judá. Então virá o Senhor meu Deus, e todos os santos
com ele.
6. Acontecerá naquele dia, que não haverá calor, nem frio,
nem geada;
7. porém será um dia conhecido do Senhor; nem dia nem noite
será; mas até na parte da tarde haverá luz.
8. Naquele dia também
acontecerá que correrão de Jerusalém águas vivas, metade delas para o mar
oriental, e metade delas para o mar ocidental; no verão e no inverno sucederá
isso.
9. E o Senhor será rei sobre toda a terra; naquele dia um será o
Senhor, e um será o seu nome.
10. Toda a terra em redor se tornará em
planície, desde Geba até Rimom, ao sul de Jerusalém; ela será exaltada, e
habitará no seu lugar, desde a porta de Benjamim até o lugar da primeira porta,
até a porta da esquina, e desde a torre de Hananel até os lagares do
rei
11. E habitarão nela, e não haverá mais maldição; mas Jerusalém
habitará em segurança.
12. Esta será a praga com que o Senhor ferirá
todos os povos que guerrearam contra Jerusalém: apodrecer-se-á a sua carne,
estando eles de pé, e se lhes apodrecerão os olhos nas suas órbitas, e a língua
se lhes apodrecerá na boca,
13. Naquele dia também haverá da parte do
Senhor um grande tumulto entre eles; e pegará cada um na mão do seu próximo, e
cada um levantará a mão contra o seu próximo.
14. Também Judá pelejará
contra Jerusalém; e se ajuntarão as riquezas de todas as nações circunvizinhas,
ouro e prata, e vestidos em grande abundância.
15. Como esta praga,
assim será a praga dos cavalos, dos muares, dos camelos e dos jumentos e de
todos os animais que estiverem naqueles arraiais.
16. Então todos os
que restarem de todas as nações que vieram contra Jerusalém, subirão de ano em
ano para adorarem o Rei, o Senhor dos exércitos, e para celebrarem a festa dos
tabernáculos.
17. E se alguma das famílias da terra não subir a
Jerusalém, para adorar o Rei, o Senhor dos exércitos, não cairá sobre ela a
chuva.
18. E, se a família do Egito não subir, nem vier, não virá
sobre ela a chuva; virá a praga com que o Senhor ferirá as nações que não
subirem a celebrar a festa dos tabernáculos.
19. Esse será o castigo
do Egito, e o castigo de todas as nações que não subirem a celebrar a festa dos
tabernáculos.
20. Naquele dia se gravará sobre as campainhas dos
cavalos. SANTO AO SENHOR; e as panelas na casa do Senhor serão como as bacias
diante do altar.
21. E todas as panelas em Jerusalém e Judá serão
consagradas ao Senhor dos exércitos; e todos os que sacrificarem virão, e delas
tomarão, e nelas cozerão. Naquele dia não haverá mais cananeu na casa do Senhor
dos exércitos.
[Malaquias 1]Malaquias
1
1. A palavra do Senhor a Israel, por intermédio de
Malaquias.
2. Eu vos tenho amado, diz o Senhor. Mas vós dizeis: Em que
nos tens amado? Acaso não era Esaú irmão de Jacó? diz o Senhor; todavia amei a
Jacó,
3. e aborreci a Esaú; e fiz dos seus montes uma desolação, e dei
a sua herança aos chacais do deserto.
4. Ainda que Edom diga:
Arruinados estamos, porém tornaremos e edificaremos as ruínas; assim diz o
Senhor dos exércitos: Eles edificarão, eu, porém, demolirei; e lhes chamarão:
Termo de impiedade, e povo contra quem o Senhor está irado para
sempre.
5. E os vossos olhos o verão, e direis: Engrandecido é o
Senhor ainda além dos termos de Israel.
6. O filho honra o pai, e o
servo ao seu amo; se eu, pois, sou pai, onde está a minha honra? e se eu sou
amo, onde está o temor de mim? diz o Senhor dos exércitos a vós, ó sacerdotes,
que desprezais o meu nome. E vós dizeis: Em que temos nós desprezado o teu
nome?
7. Ofereceis sobre o meu altar pão profano, e dizeis: Em que te
havemos profanado? Nisto que pensais, que a mesa do Senhor é
desprezível.
8. Pois quando ofereceis em sacrifício um animal cego,
isso não é mau? E quando ofereceis o coxo ou o doente, isso não é mau? Ora
apresenta-o ao teu governador; terá ele agrado em ti? ou aceitará ele a tua
pessoa? diz o Senhor dos exércitos.
9. Agora, pois, suplicai o favor
de Deus, para que se compadeça de nós. Com tal oferta da vossa mão, aceitará ele
a vossa pessoa? diz o Senhor dos exércitos.
10. Oxalá que entre vós
houvesse até um que fechasse as portas para que não acendesse debalde o fogo do
meu altar. Eu não tenho prazer em vós, diz o Senhor dos exércitos, nem aceitarei
oferta da vossa mão.
11. Mas desde o nascente do sol até o poente é
grande entre as nações o meu nome; e em todo lugar se oferece ao meu nome
incenso, e uma oblação pura; porque o meu nome é grande entre as nações, diz o
Senhor dos exércitos.
12. Mas vós o profanais, quando dizeis: A mesa
do Senhor é profana, e o seu produto, isto é, a sua comida, é
desprezível.
13. Dizeis também: Eis aqui, que canseira! e o lançastes
ao desprezo, diz o Senhor dos exércitos; e tendes trazido o que foi roubado, e o
coxo e o doente; assim trazeis a oferta. Aceitaria eu isso de vossa mão? diz o
Senhor.
14. Mas seja maldito o enganador que, tendo animal macho no
seu rebanho, o vota, e sacrifica ao Senhor o que tem mácula; porque eu sou
grande Rei, diz o Senhor dos exércitos, e o meu nome é temível entre as
nações.
[Malaquias 2]Malaquias
2
1. Agora, ó sacerdotes, este mandamento e para
vós.
2. Se não ouvirdes, e se não propuserdes no vosso coração dar
honra ao meu nome, diz o Senhor dos exércitos, enviarei a maldição contra vós, e
amaldiçoarei as vossas bênçãos; e já as tenho amaldiçoado, porque não aplicais a
isso o vosso coração.
3. Eis que vos reprovarei a posteridade, e
espalharei sobre os vossos rostos o esterco, sim, o esterco dos vossos
sacrifícios; e juntamente com este sereis levados para fora.
4. Então
sabereis que eu vos enviei este mandamento, para que o meu pacto fosse com Levi,
diz o Senhor dos exércitos.
5. Meu pacto com ele foi de vida e de paz;
e eu lhas dei para que me temesse; e ele me temeu, e assombrou-se por causa do
meu nome.
6. A lei da verdade esteve na sua boca, e a impiedade não se
achou nos seus lábios; ele andou comigo em paz e em retidão, e da iniqüidade
apartou a muitos.
7. Pois os lábios do sacerdote devem guardar o
conhecimento, e da sua boca devem os homens procurar a instrução, porque ele é o
mensageiro do Senhor dos exércitos.
8. Mas vós vos desviastes do
caminho; a muitos fizestes tropeçar na lei; corrompestes o pacto de Levi, diz o
Senhor dos exércitos.
9. Por isso também eu vos fiz desprezíveis, e
indignos diante de todo o povo, visto que não guardastes os meus caminhos, mas
fizestes acepção de pessoas na lei.
10. Não temos nós todos um mesmo
Pai? não nos criou um mesmo Deus? por que nos havemos aleivosamente uns para com
outros, profanando o pacto de nossos pais?
11. Judá se tem havido
aleivosamente, e abominação se cometeu em Israel e em Jerusalém; porque Judá
profanou o santuário do Senhor, o qual ele ama, e se casou com a filha de deus
estranho.
12. O Senhor extirpará das tendas de Jacó o homem que fizer
isto, o que vela, e o que responde, e o que oferece dons ao Senhor dos
exércitos.
13. Ainda fazeis isto: cobris o altar do Senhor de
lágrimas, de choros e de gemidos, porque ele não olha mais para a oferta, nem a
aceitará com prazer da vossa mão.
14. Todavia perguntais: Por que?
Porque o Senhor tem sido testemunha entre ti e a mulher da tua mocidade, para
com a qual procedeste deslealmente sendo ela a tua companheira e a mulher da tua
aliança.
15. E não fez ele somente um, ainda que lhe sobejava
espírito? E por que somente um? Não é que buscava descendência piedosa? Portanto
guardai-vos em vosso espírito, e que ninguém seja infiel para com a mulher da
sua mocidade.
16. Pois eu detesto o divórcio, diz o Senhor Deus de
Israel, e aquele que cobre de violência o seu vestido; portanto cuidai de vós
mesmos, diz o Senhor dos exércitos; e não sejais infiéis.
17. Tendes
enfadado ao Senhor com vossas palavras; e ainda dizeis: Em que o havemos
enfadado? Nisto que dizeis: Qualquer que faz o mal passa por bom aos olhos do
Senhor, e desses é que ele se agrada; ou: Onde está o Deus do
juízo?
[Malaquias 3]Malaquias
3
1. Eis que eu envio o meu mensageiro, e ele há de
preparar o caminho diante de mim; e de repente virá ao seu templo o Senhor, a
quem vós buscais, e o anjo do pacto, a quem vós desejais; eis que ele vem, diz o
Senhor dos exércitos.
2. Mas quem suportará o dia da sua vinda? e quem
subsistirá, quando ele aparecer? Pois ele será como o fogo de fundidor e como o
sabão de lavandeiros;
3. assentar-se-á como fundidor e purificador de
prata; e purificará os filhos de Levi, e os refinará como ouro e como prata, até
que tragam ao Senhor ofertas em justiça.
4. Então a oferta de Judá e
de Jerusalém será agradável ao Senhor, como nos dias antigos, e como nos
primeiros anos.
5. E chegar-me-ei a vós para juízo; e serei uma
testemunha veloz contra os feiticeiros, contra os adúlteros, contra os que juram
falsamente, contra os que defraudam o trabalhador em seu salário, a viúva, e o
órfão, e que pervertem o direito do estrangeiro, e não me temem, diz o Senhor
dos exércitos.
6. Pois eu, o Senhor, não mudo; por isso vós, ó filhos
de Jacó, não sois consumidos.
7. Desde os dias de vossos pais vos
desviastes dos meus estatutos, e não os guardastes. Tornai vós para mim, e eu
tornarei para vós diz o Senhor dos exércitos. Mas vós dizeis: Em que havemos de
tornar?
8. Roubará o homem a Deus? Todavia vós me roubais, e dizeis:
Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas alçadas.
9. Vós sois
amaldiçoados com a maldição; porque a mim me roubais, sim, vós, esta nação
toda.
10. Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja
mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim, diz o Senhor dos
exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós tal
bênção, que dela vos advenha a maior abastança.
11. Também por amor de
vós reprovarei o devorador, e ele não destruirá os frutos da vossa terra; nem a
vossa vide no campo lançará o seu fruto antes do tempo, diz o Senhor dos
exércitos.
12. E todas as nações vos chamarão bem-aventurados; porque
vós sereis uma terra deleitosa, diz o Senhor dos Exércitos.
13. As
vossas palavras foram agressivas para mim, diz o Senhor. Mas vós dizeis: Que
temos falado contra ti?
14. Vós tendes dito: inútil é servir a Deus.
Que nos aproveita termos cuidado em guardar os seus preceitos, e em andar de
luto diante do Senhor dos exércitos?
15. Ora pois, nós reputamos por
bem-aventurados os soberbos; também os que cometem impiedade prosperam; sim,
eles tentam a Deus, e escapam.
16. Então aqueles que temiam ao Senhor
falaram uns aos outros; e o Senhor atentou e ouviu, e um memorial foi escrito
diante dele, para os que temiam ao Senhor, e para os que se lembravam do seu
nome.
17. E eles serão meus, diz o Senhor dos exércitos, minha
possessão particular naquele dia que prepararei; poupá-los-ei, como um homem
poupa a seu filho, que o serve.
18. Então vereis outra vez a diferença
entre o justo e o ímpio; entre o que serve a Deus, e o que o não
serve.
[Malaquias 4]Malaquias
4
1. Pois eis que aquele dia vem ardendo como fornalha;
todos os soberbos, e todos os que cometem impiedade, serão como restolho; e o
dia que está para vir os abrasará, diz o Senhor dos exércitos, de sorte que não
lhes deixará nem raiz nem ramo.
2. Mas para vós, os que temeis o meu
nome, nascerá o sol da justiça, trazendo curas nas suas asas; e vós saireis e
saltareis como bezerros da estrebaria.
3. E pisareis os ímpios, porque
se farão cinza debaixo das plantas de vossos pés naquele dia que prepararei, diz
o Senhor dos exércitos.
4. Lembrai-vos da lei de Moisés, meu servo, a
qual lhe mandei em Horebe para todo o Israel, a saber, estatutos e
ordenanças.
5. Eis que eu vos enviarei o profeta Elias, antes que
venha o grande e terrível dia do Senhor;
6. e ele converterá o coração
dos pais aos filhos, e o coração dos filhos a seus pais; para que eu não venha,
e fira a terra com maldição.